A colonização do Piauí

21
A colonização do Piauí Como já sabemos, os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, último ano do século XV. Durante o século XVI eles exploraram o litoral do Nordeste. E no século XVII se espalharam pelo sertão nordestino criando gado. O governo português não considerava os índios donos das terras. Por isso apoiavam os fazendeiros no combate às tribos e na ocupação das terras. Foi deste modo que os portugueses donos de fazendas na Bahia chegaram ao sertão piauiense. O início de seu povoamento ocorreu somente em 1697 com a criação de uma capela, que serviria de freguesia de Nossa Senhora da Vitória, fundada pelo Pe. Miguel Carvalho, as margens do riacho da Mocha. Elevada a categoria de Vila em 1717, essa freguesia recebeu a designação de Vila da Mocha, onde se situa a cidade de Oeiras, antiga capital do Estado. A igreja Nossa Senhora da Vitória, de uma forma geral, definiu a vida e desenvolvimento da Vila do Mocha. O início do povoamento do Piauí processou-se uma toda desorganização sócio-político-administrativa, sendo este o contexto em que foi elevado a capitania de São José do Piauí em 1718. À distância, o isolamento e o total abandono fizeram com que o Piauí se integrasse muito tarde com os demais estados que já dispunha de infra-estrutura. Esta situação privou o Piauí de participar, mais efetivamente, dos grandes acontecimentos históricos, provocando um sensível atraso em todo o seu desenvolvimento. A colonização do Piauí, fruto de iniciativa privada, processou de maneira espontânea e desordenada por fazendeiros e aventureiros, que não

Transcript of A colonização do Piauí

Page 1: A colonização do Piauí

A colonização do Piauí

Como já sabemos, os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, último ano do século XV. Durante o século XVI eles exploraram o litoral do Nordeste. E no século XVII se espalharam pelo sertão nordestino criando gado. O governo português não considerava os índios donos das terras. Por isso apoiavam os fazendeiros no combate às tribos e na ocupação das terras. Foi deste modo que os portugueses donos de fazendas na Bahia chegaram ao sertão piauiense.

O início de seu povoamento ocorreu somente em 1697 com a criação de uma capela, que serviria de freguesia de Nossa Senhora da Vitória, fundada pelo Pe. Miguel Carvalho, as margens do riacho da Mocha. Elevada a categoria de Vila em 1717, essa freguesia recebeu a designação de Vila da Mocha, onde se situa a cidade de Oeiras, antiga capital do Estado.

A igreja Nossa Senhora da Vitória, de uma forma geral, definiu a vida e desenvolvimento da Vila do Mocha.

O início do povoamento do Piauí processou-se uma toda desorganização sócio-político-administrativa, sendo este o contexto em que foi elevado a capitania de São José do Piauí em 1718. À distância, o isolamento e o total abandono fizeram com que o Piauí se integrasse muito tarde com os demais estados que já dispunha de infra-estrutura. Esta situação privou o Piauí de participar, mais efetivamente, dos grandes acontecimentos históricos, provocando um sensível atraso em todo o seu desenvolvimento.

A colonização do Piauí, fruto de iniciativa privada, processou de maneira espontânea e desordenada por fazendeiros e aventureiros, que não recebiam estímulo e proteção dos poderes públicos, estando as autoridades coloniais voltadas para as fabulosas riquezas de Minas Gerais. Convém registrar o abandono do Piauí, nos quase dois séculos após o descobrimento do Brasil.

O europeu dava preferência ao litoral, pela fácil comunicação com a terra natal. Assim os estados circunvizinhos como Maranhão, Ceará e o Rio Grande do Norte, paulatinamente iam sendo colonizados.

O processo de desbravamento do território piauiense deu-se de maneira específica, do interior para o litoral, quando já estava praticamente assentado o contorno geográfico das demais províncias limítrofes. A posse deu-se antes da propriedade, que foi demarcada, depois da distribuição das Sesmarias. Coube ao bandeirante Domingos Jorge Velho iniciar os primeiros núcleos de povoamento, criando currais, criando gado e domesticando o gentio.

Page 2: A colonização do Piauí

Do estado da Bahia, partiu Domingos Afonso Mafrense que também disseminou currais em terras piauienses. Ao tomar conhecimento do desbravamento do Piauí, o Reino começou a doar Sesmarias de forma intensa e abusiva para aristocratas baianos e pernambucanos. Esses sesmeiros, por intermédio de procuradores, subdividiam suas terras e arrendavam-nas para quem tivesse condições de manter o arrendamento.

Os verdadeiros desbravadores ficavam, então reduzidos à condição de posseiros e arrendatários. Esta distribuição aleatória injusta de terras no Piauí resultou em conflitos entre sesmeiros e posseiros. Não havia controle social. Cada um defendia-se de acordo com a sua maior ou menor capacidade de resistência; os litígios eram decididos pelas forças das armas. Os fazendeiros muitas vezes, eram considerados como usurpadores de terras, criando um grande embaraço para o governante da província.

O governo não tinha condição de acabar com essa desavença, pois o isolamento e a falta de recursos matéria e humano faziam com que estes não desse grande importância à causa.

Com efeito, o processo de povoamento do Piauí foi lento e demorado; os colonizadores não se interessavam em divulgar as riquezas da terra. Os primeiros habitantes do Piauí preocuparam-se inicialmente, em começar em sua nova terra a criação de gado, transferindo-se dentro de pouco tempo em ricos fazendeiros com o monopólio de toda a criação de gado da região.

19/11/2006 

República Velha

Em 1870, o jornalista piauiense David Moreira Caldas inicia ardorosa campanha abolicionista pela imprensa, fundando o jornal OITENTA E NOVE, e em sua primeira edição, que circulou em 1 de Fevereiro de 1873, “profetizou” a proclamação da república brasileira no centenário da Revolução Francesa, isto é, em 1889. A confirmação de sua “teoria” chega a Teresina um dia após a proclamação, ocorrida no Rio de Janeiro.No Piauí durante a República velha, verifica-se, como no resto do país, a preponderância dos “coronéis”, ligados aos grandes proprietários de terras – quando não eram os próprios – que tinham como função principal, através de ‘favores’ prestados à comunidade local – principalmente destinados às camadas mais humildes – conquistar os votos necessários aos seus candidatos. A importância e o prestígio do coronel eram diretamente proporcionais à quantidade de arregimentação de votos para seus aliados políticos. É importante observar que o prestígio e importância dos referidos coronéis não implicavam necessariamente em busca de poder econômico, e nem todo coronel era abastado financeiramente. Dominavam também esse contexto determinadas famílias, muitas delas importantes no Piauí desde a época da colônia, onde vários de seus membros também figuravam como coronéis e/ou políticos de sucesso.As primeiras escolas a funcionarem no Piauí iniciaram seus trabalhos aproximadamente em 1815, em 1835 é criada a Escola de ajudantes artífices em Oeiras, posteriormente transferida para Teresina, o que veio a ser a protocélula do atual CEFET – PI, através da influência federal em 1910. Mas a criação da chamada Escola normal no Piauí se dá na década de 10 do século passado, na gestão de Antonino Freire, com a valiosa colaboração da professora Firmina Sobreira. Aquela Escola Normal hoje é o Instituto de Educação Antonino Freire, localizado na zona norte da cidade.

Page 3: A colonização do Piauí

A partir da segunda metade do século XIX, o Piauí passa por um incremento em sua base econômica, passando a produzir, em grande escala, produtos de base extrativista, babaçu, carnaúba (produto com uma enorme gama de aplicações, inclusive, fonte de ácido pícrico, utilizado para a elaboração de explosivos até a época da Primeira Guerra Mundial) e maniçoba, amplamente valorizados no mercado até 1930, aproximadamente, com destaque para a borracha de maniçoba, utilizada, dentre outras maneiras, na indústria de pneumáticos, acompanhando a euforia da nascente indústria automobilística. Essa nova economia deu novo fôlego ao Estado, com o desenvolvimento de algumas praças de comércio, como Barras, Amarante, Teresina, Miguel Alves e outros. Havia grande quantidade de firmas de exportação especializadas na negociação desses produtos, provocando urbanização em algumas vilas e cidades tributárias do Parnaíba, como no próprio caso de Teresina.O flagelo da seca se faz presente no nordeste e o Piauí, mesmo em que alguns casos não seja diretamente afetado, sofre intensamente seus efeitos, ainda no período imperial, ocorre a seca de 1877, trazendo milhares de retirantes famintos do interior, mas principalmente cearenses, para a cidade de Teresina, sem a mínima estrutura para absorver aquele inchaço populacional repentino. A situação se repete em 1915, ano de uma das piores secas ocorridas no país, pano de fundo para o romance ‘O quinze’ de Rachel de Queiroz. Em 1932, o Piauí é violentamente atingido por uma estiagem que deixa um enorme saldo de prejuízos humanos e materiais, a última seca citada é o pano de fundo da obra ‘Trinta e dois’ do piauiense Fontes Ibiapina.A intelectualidade piauiense de fins do século XIX e início do XX é formada principalmente na célebre Faculdade de Direito de Recife, de onde saem vultos de nossa cultura como Higino Cunha. Anticlerical e maçom, como a maioria dos jovens formados na época. Na república velha são muitas presentes as discussões entre grupos anticlericais e católicos, como se pode notar na obra ‘As ciladas do Inimigo’ de Áurea Pinheiro. Em 1931 é criada a Faculdade de Direito do Piauí, atual biblioteca Cronwell de Carvalho, na ‘Praça do Fripisa’. Quase na mesma época, dá-se a criação da Faculdade de Filosofia do Piauí. Posteriormente, seus remanescentes serão incorporados à UFPI.Na República Velha, impulsionadas pelas modificações existentes nos grandes centros, verifica-se uma certa emancipação feminina, tanto no que se refere a simples trabalho fabril – a Cia de Fiação, por exemplo, empregava principalmente mão de obra feminina – mas também à esfera da intelectualidade, sendo Amélia Bevilácqua uma das idealizadoras e fundadoras da Academia Piauiense de Letras, em 30 de Dezembro de 1917. Sobre o papel feminino na primeira república, a obra ‘Mulheres Plurais’ de Pedro Vilarinho é uma valiosa fonte de compreensão e de pesquisa. A Coluna Prestes foi um movimento de caráter tenentista, fruto das convulsões sociais enfrentadas pela República Velha e um dos sinais de seu enfraquecimento e posterior dissolução. No Piauí, sua passagem coincidiu com o governo de Matias Olímpio de Melo (1924-1928) causando enorme pânico em grande parcela da população da capital, que se deslocou para diversas cidades do interior quando a coluna chegou a Teresina. O cerco iniciou-se em 23 de dezembro de 1925, e durou até o dia 4 de janeiro. Em território piauiense deu-se a prisão de um de seus mais destacados líderes, Juarez Távora, que foi preso onde se localiza atualmente a localidade Areias, na zona sul de Teresina.       

Escrito por Elton Larry às 16h50[(6) Vários Comentários] [envie esta mensagem ]  

09/11/2006 

O Piauí no Período Imperial

Page 4: A colonização do Piauí

Por conta da Independência proclamada por Dom Pedro I em 1822, organizaram-se no Piauí grupos interessados na idéia da independência política, sendo os mais importantes politicamente os de Parnaíba(Simplício Dias da Silva, João Cândido de Deus e Silva) e o de Oeiras(liderado por Manuel de Sousa Martins, futuro Barão da Parnaíba) que tiveram que burlar a vigilância do Major português João José da Cunha Fidié, governador das armas do Piauí, que segundo historiadores piauienses, foi enviado por Dom João VI para garantir a Portugal a posse da parte setentrional do Brasil, sendo que para isso, a manutenção do Piauí, como importante fornecedor de carne e corredor de imigração era imprescindível.Em 19 de outubro de 1822 Parnaíba é a primeira localidade piauiense a apoiar a idéia de independência do Brasil, proclamando a “independência do Piauí e sua união com Portugal”. Quando Fidié e seus homens chegam á vila para sufocar o movimento, seus líderes estavam refugiados em Granja(Ceará). Enquanto isso, as forças de Leonardo das Dores Castelo Branco organizavam-se e no dia 23 de janeiro de 1823 proclamavam a independência em Piracuruca. No dia seguinte, aproveitando-se da ausência de Fidié, que ainda voltava de Parnaíba, Manuel de Sousa Martins e seus homens tomaram a Casa da Pólvora em Oeiras e proclamaram sua adesão à independência. Ao saber do ocorrido Fidié parte para Oeiras, mas no meio do caminho é obrigado a enfrentar as forças formadas por piauienses e cearenses em Campo Maior: era a Batalha do Jenipapo(13 de março de 1823).Liderados por Luís Rodrigues Chaves, as tropas independentes enfrentaram os homens de Fidié no leito seco do riacho jenipapo, numa luta ininterrupta de cerca de 5 horas. No calor da batalha a bagagem de guerra de Fidié é extraviada pelos cearenses, o que impossibilita o militar português de continuar a combater os independentes, indo se refugiar na região do Estanhado(atual União) e de lá seguiu para Caxias, onde foi definitivamente derrotado por maranhenses, piauienses e cearenses, sendo remetido para o Rio de Janeiro de lá para Lisboa. O povo teve participação decisiva na Batalha do Jenipapo, mas quem colheu as benesses da vitória foram outros grupos.Após isso, Manuel de Sousa Martins dirigiu com mão de ferro os destinos da província por cerca de 20 anos, tendo de enfrentar o poderoso movimento que ficou conhecido como Balaiada, que também atingiu as terras do Piauí entre 1838 e 1841. Composto por membros da elite e também por populares, a Balaiada piauense era contrária à continuação do governo do Barão da Parnaíba, a lei dos prefeitos e o recrutamento forçado. Os rebeldes tinham planos de ocupar Oeiras, mas falharam em seu objetivo. O Barão foi o mais ferrenho defensor da “ordem” no Piauí durante o conflito. A revolução de Parnaguá foi um fato ocorrido dentro do contexto da Balaiada, porém com uma conotação claramente política, já que os Aguiar de Parnaguá eram inimigos políticos do Barão da Parnaíba.Após a Balaiada, o grande acontecimento de destaque na província foram as discussões que culminaram com a mudança da capital de Oeiras para Teresina. Essa idéia não partiu do Conselheiro Saraiva e vinha ainda do século XVIII, proposta pelo governador do Maranhão, João da Maia da Gama, que preferia a região da barra do Poti. Durante os séculos XVIII e XIX falou-se na barra do Poti, na cidade de Parnaíba e na confluência do Mulato com o Parnaíba, na atual localidade de Amarante. Saraiva então inicia grande campanha de convencimento das vantagens que seriam alcançadas com a mudança de capital, porém os políticos de Oeiras mostram-se irredutíveis. Trabalha então, para eleger uma maioria governista nas eleições provinciais e consegue a aprovação da lei que permitia a mudança da capital para a região do Poti.Alegando a insalubridade da região da Vila do Poti – atual Poti Velho – Saraiva muda a sede da futura capital para uma região distante a uma légua desta, a Chapada do Corisco, que passa a ser conhecida como Vila Nova do Poti e após isso Teresina, primeira capital planejada do país, que nascia voltada para o Rio Parnaíba e nascia sob o signo do progresso, visando aproveitar o potencial de navegação do Rio

Page 5: A colonização do Piauí

Parnaíba, além de buscar-se desenvolver uma agricultura nas terras férteis da região, tomar da cidade de Caxias(MA) a hegemonia do comércio na região, instalar a capital em uma localidade menos isolada do que Oeiras etc. Em 1859 é criada a Companhia de Navegação do Rio Parnaíba, sendo cedido a ela o vapor Uruçuí, construído sob solicitação do presidente João José de Oliveira Junqueira, que ficara pronto no mesmo ano e custara 48:000$000. Essa navegação compreenderia a capital e Parnaíba, tocando as localidades de União, Luzilândia e outras que a Cia julgasse conveniente. Transportava produtos primários para a Europa e trazia produtos industrializados, que seriam redistribuídos a partir de Teresina, tornando-a o maior pólo de comércio da região.Em Fevereiro de 1865 chega à capital a notícia de que o Brasil se batia em guerra contra o Paraguai desde o último dezembro, sendo enviados rapidamente 1160 homens da Guarda Nacional para o palco de guerra, além dos “voluntários da pátria”. O esforço de guerra na província ficou a cargo de seu presidente à época, Franklin Dória, futuro Barão de Loreto. Ao todo, o Piauí chegou a mandar aproximadamente 4mil homens ao Paraguai, sendo que diversos piauienses foram citados por atos de bravura e participaram de todas as batalhas principais do conflito. Dentro daquele contexto, surgiu Jovita Alves Feitosa, cearense que morava na Vila de Jaicós, que se dirige ao Rio de Janeiro disfarçada de homem com o objetivo de combater no Paraguai. É descoberta e impedida de embarcar. Pouco tempo após, suicidou-se naquela cidade.Em 1880, durante a presidência de Firmino de Sousa Martins, o quarto naquele ano, houve a permuta de territórios entre o Piauí e o Ceará, envolvendo do lado piauiense as localidades de Príncipe Imperial (atual Crateús) e Independência e Amarração (atual Luís Correia) pelo lado cearense. O governo piauiense buscava aumentar seu litoral, de aproximadamente 24 para os 66,6 km atuais, desde aquela época já se cogitava a construção do sonhado Porto de Luís Correia.Os movimentos republicano e abolicionista caminharam juntos no Brasil do século XIX, sendo que o episódio do Coronel Cunha Matos ligava diretamente o Piauí às questões militares que retiraram o apoio dos militares ao Império, o anticlericalismo já possuía certa influência no meio intelectual piauiense, formado praticamente inteiro na Faculdade de Direito de Recife, e a campanha abolicionista viu surgir aqui sociedades abolicionistas como a de Barras, Teresina, Luís Correia e Jaicós, sendo que já em 1884 não havia mais escravos nesta última localidade.David Caldas(1836-1878) que ficou conhecido no Piauí como o “Profeta da República” era um dissidente do Partido Liberal, principal defensor do republicanismo no Piauí, fundador dos jornais “ O Amigo do Povo” que ao completar 89 números foi rebatizado de “Oitenta e Nove”, além desses, publicou ainda “O Ferro em Brasa” em papel vermelho. Era ferrenho defensor da república e morreu sem ver seu sonho realizado, sepultado do lado de fora dos muros do Cemitério São José, por determinação de figuras influentes da política piauiense. É patrono da cadeira número 4 da Academia Piauense de Letras. A notícia da República chega ao Piauí no dia seguinte à sua proclamação no Rio de Janeiro, nessa mesma noite é formado um governo provisório composto pelos capitães Reginaldo Nemésio de Sá e Nelson Pereira do Nascimento, além do Alferes João de Deus Moreira de Carvalho, que depõe o presidente em exercício, Lourenço Valente de Figueiredo. Gregório Taumaturgo de Azevedo (militar) é o primeiro governador piauiense em sua história republicana.

Escrito por Elton Larry às 17h05[(0) Comente] [envie esta mensagem ]  

Page 6: A colonização do Piauí

Do início da colonização até os primeiros governos

A colonização do Piauí tem raízes comuns com a atividade pecuarista, estando a pecuária para o Piauí assim como o café para São Paulo ou o açúcar para Pernambuco. A criação de gado vacum e cavalar abre caminho para uma ocupação efetiva do elemento branco na segunda metade do século XVII. Grande parte do gado piauiense era proveniente das margens do São Francisco, trazido pelos homens da Casa da Torre, grupo de estradistas baianos interessados em encontrar melhores pastos para o seu gado. Seus principais membros eram Francisco Dias D´avila, Domingos Rodrigues de Carvalho e Domingos Afonso Mafrense(também conhecido como Domingos Afonso Sertão). O último deles é visto por muitos historiadores como o primeiro colonizador do Piauí. Os homens da Casa da Torre receberam sesmarias nas regiões dos rios Gurguéia, Piauí, Canindé e Parnaíba e ao falecer em 1711, Mafrense deixou uma espetacular herança aos jesuítas no Piauí: 29(vinte e nove) fazendas de gado, que passaram ao controle da coroa e mais tarde com a independência, tornaram-se Fazendas Nacionais. Além de Mafrense, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho divide as opiniões a respeito de quem teria sido o primeiro colonizador da terra piauense. Acredita-se que por volta de 1662/63 tenha chegado à bacia do Poti, no povoado catinguinha (atual Valença). Foi o primeiro proprietário de terras na região da barra do Poti. Teria ficado no Piauí pelo espaço de 24/25 anos, de onde saiu, acompanhado de índios tabajaras e cupinharões para o cerco ao Quilombo de Palmares.

O território piauiense já foi subordinado administrativamente ao Maranhão, que por sua vez era subordinado ao Grão Pará; judicialmente à Bahia e episcopalmente a Pernambuco.

Ao iniciar-se a colonização do Piauí, houve em um primeiro momento, os conflitos entre colonizadores e nativos pela posse de terras e num segundo momento, entre os posseiros(agregados que trabalhavam nas terras e deviam tributos aos sesmeiros) e os sesmeiros(donos oficiais das terras, por força de cartas de doação sesmariais).

Deve-se entender que o povoamento do branco no Piauí é um despovoamento do nativo, onde esses grupos, divididos em 7(sete) nações indígenas que se subdividiam em centenas de tribos foram violentamente combatidos e quase que completamente dizimados na guerra de extermínio. As nações indígenas no Piauí eram os acroás(divididos em 64 tribos); tremembés(60); gueguezes(16); timbiras(11); jaicós(4); tabajaras(2) e pimenteiras(1 tribo). Considerando-se uma população média de 2000 indivíduos em cada tribo, somavam-se aproximadamente 316 mil nativos em nosso

Page 7: A colonização do Piauí

território. O apoio da Igreja na catequização e no trabalho nos aldeamentos foi indispensável para a vitória dos colonos sobre os silvícolas do Piauí. Porém, a excessiva violência contra os nativos impulsionou o movimento liderado por Mandu Ladino, que reuniu sob seu comando membros de diversos grupos e que durante alguns anos(1712-1718) aterrorizavam fazendeiros nos territórios do Maranhão, Piauí e Ceará.

As disputas entre posseiros e sesmeiros pela posse efetiva das terras destinadas às fazendas e sítios do Piauí duraram cerca de um século segundo alguns pesquisadores, ao final os posseiros foram beneficiados com o arbítrio do governador do Grão-Pará, que decidiu que as terras deveriam pertencer a quem efetivamente as havia povoado.

A colonização ia se desenvolvendo contando praticamente com a ação de particulares até que em 1759 se dá a chegada de João Pereira Caldas, primeiro governador piauiense, que chega à Vila da Mocha no dia 20 de setembro. Cria órgãos fundamentais para a administração, como a secretaria de governo, mas se notabiliza pela elevação de certos povoados à condição de Vila (Parnaíba, Campo Maior, Valença, Marvão, Jerumenha e Parnaguá) além da Mocha, que passa a denominar-se Oeiras e ser a capital da capitania. Além disso, fez um recenseamento da população e cumpriu a ordem vinda da metrópole de expulsar os jesuítas do território piauiense. Governou até 1768, sendo substituído por Gonçalo Botelho, que ficou conhecido como um governador de uma só obra, um serviço mensal de correio que ligava a capital às vilas da capitania. Promoveu um intenso ataque ao gentio, principalmente aos pimenteiras, sendo representado por João do Rego Castello Branco, imortalizado no poema “El Matador” era um preador rude e feroz.

O Piauí foi governado por uma grande quantidade de juntas governativas durante o período colonial, o que contribuiu para a falta de continuidade das ações governamentais necessárias ao seu desenvolvimento, já que as juntas de governo eram continuamente renovadas, impedindo qualquer articulação visando resultados a médio e longo prazo.

 HOME: REVISTA: Ciência Março/2011

Em busca do passado perdido

São Raimundo Nonato é uma das portas de entrada para o

Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, um museu

Page 8: A colonização do Piauí

arqueológico a céu aberto onde as pinturas rupestres

revelam como viveram os primeiros homens que habitaram a

América. Aqui, a arqueóloga Niéde Guidon encontrou

vestígios de uma controversa fogueira feita na pré-história,

há quase 100 mil anos. Se essa data for comprovada, a

história terá d

POR FABÍOLA MUSARA / FOTOS: ANDRÉ PESSOA

Se São Raimundo Nonato tivesse de ser rebatizada, teria de se chamar Niéde

Guidon. Aos 77 anos, a paulista nascida em Jaú é a responsável praticamente

por tudo o que acontece na cidade, situada a 525 quilômetros de Teresina, a

capital do Piauí. São Raimundo é o portão de entrada de uma jornada

arqueológica singular. Graças à enérgica guerreira de 1,56 metro de altura,

nasceu o Parque Nacional Serra da Capivara, o maior conjunto de arte rupestre

da América Latina e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

O Parque Nacional Serra das Confusões (foto) é outra das únicas

unidades de conservação do Brasil destinadas à preservação da

caatinga. Grande parte de seus sítios arqueológicos, cavernas e grutas

ainda é desconhecida pelos cientistas, assim como várias das espécies

Page 9: A colonização do Piauí

que ali vivem.

Há quase quatro décadas, a arqueóloga formada pela Universidade

de Sorbonne, em Paris, desembarcou na cidade e começou a

procurar na região vestígios da existência do homem préhistórico na

América. No Boqueirão da Pedra Furada, um dos mais bonitos sítios

do parque, encontrou "restos" do que teria sido uma fogueira feita

por um brasileiro da Idade da Pedra, datada na época em 48.500

anos.

Quando divulgou a descoberta em 1988, a

pesquisadora abalou o meio científico. Afinal,

se a sua hipótese fosse confirmada,

comprovaria que o homem já habitava o

continente americano muito antes do fim do

Pleistoceno, a era geológica anterior a 10 mil

anos, à qual se segue o atual período, o

Holoceno, iniciado com o fim da última era

glacial. As datações mais antigas da

presença do homem na América do Sul,

aceitas pelo consenso arqueológico, são de

no máximo 12 mil anos.

Embora para calcular a idade dos vestígios

da fogueira tenha sido empregado o carbono

14, método tido como seguro, alguns

pesquisadores norte-americanos não

aceitaram a teoria de Niéde. Para eles, as evidências arqueológicas

descobertas em São Raimundo Nonato como artefatos humanos

seriam, na realidade, geofatos, produtos da ação de forças naturais.

Traduzindo: os vestígios seriam, na verdade, carvão produzido por

queimadas naturais e não por fogueiras feitas pelo homem.

 

A polêmica ainda não terminou. Nos últimos anos Niéde venceu três rounds

dela. O primeiro foi quando um dos mais ferrenhos críticos de seu trabalho,

o professor Thomas Dillehay, da Universidade de Kentucky (EUA), após ser

Page 10: A colonização do Piauí

informado sobre vestígios ainda não comprovados de 33 mil anos no Chile,

escreveu um artigo na revista Science admitindo que a datação de mais de

40 mil anos poderia ser verdadeira.

O segundo round aconteceu em 1993, com a publicação da tese de

doutorado do arqueólogo italiano Fábio Parenti, que constata a veracidade

da datação dos artefatos encontrados pela pesquisadora brasileira. Já o

terceiro aconteceu em 2009, quando o carvão datado de 48.500 anos foi

novamente submetido a testes, por meio da técnica da termoluminescência,

estabelecendo-se a sua idade em 100 mil anos - outra revolução entre os

cientistas.

Tesouro nacional

Enquanto os cientistas não chegam a um acordo quanto às evidências

arqueológicas que mudam a história da chegada do homem ao continente

americano, Niéde segue tomando conta dos tesouros do Parque Nacional

Serra da Capivara: mais de 700 sítios arqueológicos com pinturas rupestres

de até 12 mil anos.

Criado em 1979, o parque hoje é uma das poucas unidades de conservação

do Brasil destinada à preservação da caatinga, palavra indígena que

significa floresta branca. O outro único parque que também preserva a

caatinga é o vizinho Parque Nacional Serra das Confusões, que tem 502 mil

hectares. Esse importante bioma abriga uma rica biodiversidade e corre o

risco de extinção. Só por isso, o local já merece ser conhecido.

A Serra da Capivara tem 214 quilômetros de perímetro repleto de vegetação, flora e

fauna típicas. Mas caminhar pelas trilhas do seu interior é como passear em um museu

arqueológico a céu aberto. São milhares de pinturas rupestres que retratam cenas da vida

cotidiana dos homens que habitaram a região na pré-história.

Page 11: A colonização do Piauí

Há cenas de caça, de animais da extinta megafauna, de rituais, de sexo e

de dança. Conhecer as imensas rochas desenhadas é como ir ao encontro

de nossos ancestrais e assistir a uma aula de história, ao vivo e em cores,

sobre como viviam, onde moravam, o que faziam, como enterravam os

mortos e como eram a fauna e a flora da região naquela época.

Parte do material recolhido faz parte do acervo da Fundação Museu do

Homem Americano (Fumdham), idealizado por Niéde e mantido com verbas

do governo francês, do japonês e do Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), entre outras instituições.

Desafetos e travessuras

Em São Raimundo Nonato há outras iniciativas que

promovem o desenvolvimento econômico da região,

gerando empregos para parte da população de 35 mil

pessoas. Mas a conservação do parque, administrado

por um convênio entre o poder público e a Fumdham,

da qual Niéde é a presidente, já foi muito combatida por

coronéis do sertão. Em 1973, quando a arqueóloga chegou à

região, eram comuns as brigas com caçadores de animais

silvestres na Serra ou com gente que retirava cal dos sítios pré-

históricos.

Page 12: A colonização do Piauí

Atualmente, para entrar no parque o visitante tem de passar por uma das quatro guaritas

que dão acesso ao santuário arqueológico - duas em São Raimundo Nonato e outras

duas no vizinho município de Coronel José Dias. Os turistas somente podem conhecer o

local se estiverem acompanhados por um guia. O número de visitantes é limitado. Para

os grandes eventos, como o Festival de Cultura Acordais, realizado no anfiteatro da

Pedra Furada, em novembro, o ingresso é limitado a mil pessoas.

O Festival de Cultura Acordais foi realizado na Toca do Boqueirão, na

Pedra Furada. Com abertura de 15 metros de diâmetro, o cartão-postal

do parque tem mais de 60 metros de altura.

Em todas as guaritas trabalham apenas mulheres da região, outra das

travessuras de Niéde. Cansada de ver banheiros sujos e de ouvir a mão de

obra masculina alegar que limpeza era tarefa de mulher, ela não teve

dúvida: demitiu os homens. Afinal, se manter o lugar limpo era coisa de

mulher, nada mais justo que elas fossem contratadas. Não foi a primeira vez

- e certamente não será a última - que a arqueóloga bateu de frente com os

costumes do sertão.

Page 13: A colonização do Piauí

Quer ver ela virar fera? Atreva-se a colocar em risco o Parque Nacional

Serra da Capivara e os sítios arqueológicos, onde vivem diferentes espécies

(muitas delas endêmicas) de répteis, aves e mamíferos, além de uma

infinidade de plantas. Se tiver alguma dúvida quanto ao desfecho dessa

história, converse com algum ex-caçador regenerado.

Mesmo quando a pesquisadora manda prender os caçadores ou ameaça de

morte quem invade as terras para

danificar o patrimônio do parque, São

Raimundo Nonato sai ganhando. Afinal,

depois de tantos anos (leia-se

desavenças e desafetos), hoje a

maioria da população está

conscientizada sobre a importância da

preservação do parque e sobre o seu

tesouro histórico e ecológico.

 

A fauna é tema de inspiração para as

peças de cerâmica produzidas na

cidade. Perto da reserva, no povoado

de Barreirinho, funciona a Cerâmica

Serra da Capivara

(www.ceramicacapivara.com),

resultado de um projeto social

desenvolvido pela Fumdham em 1992.

A associação aperfeiçoou as técnicas

dos artesãos locais e criou a cerâmica com motivos inspirados nos desenhos

pré-históricos existentes nas rochas do parque.

As pinturas surgem nos vasos, nas xícaras, canecas, moringas e dezenas de

outros objetos produzidos artesanalmente. A oficina emprega os moradores

do entorno do parque e as peças são exportadas para outros Estados e para

o Exterior "A Itália é um dos maiores consumidores de nossas peças",

orgulha-se Girleide Maria Alves de Oliveira, administradora da indústria.

A arqueóloga agora já tem uma nova ideia: quer exportar os exóticos cactos

que brotam abundantemente na caatinga, gerando mais empregos e

desenvolvimento econômico para a cidade. Mas já há quem seja contra. Não

chega a ser novidade para "a mulher de Guidon" ou "mulher do 'Ibamba'",

como a chamavam quando chegou na região. Apelidos e desamores à parte,

Page 14: A colonização do Piauí

Niéde Guidon já nem se importa. Ousada, segue redesenhando a história de

São Raimundo Nonato e - se a sua teoria arqueológica for comprovada - a

do planeta.

SERVIÇO 

Como chegar - Via Teresina (PI), ou por Petrolina (PE): Gol Linhas Aéreas

Inteligentes. 

Site: www.voegol.com.br.

De Teresina - Siga na direção sul pela Rodovia BR-316 até a cidade de

Regeneração. De lá, pegue a PI-236 até Oeiras e siga pela PI-143 em

direção a Simplício Mendes. Por último, prossiga pela Rodovia BR-020 até

São Raimundo Nonato. O trajeto a ser percorrido é em torno de 550

quilômetros.

De Petrolina - Siga em direção à cidade pernambucana de Afrânio. Entre à

esquerda, passando pelas cidades piauienses de Queimada Nova, Lagoa do

Barro e São João do Piauí. Até chegar a São Raimundo Nonato são cerca de

400 quilômetros.

 

Onde ficar - Hotel Serra da Capivara - Localizado em um bosque a um

quilômetro do centro de São Raimundo Nonato, tem estacionamento,

internet e piscina. Seus 44 apartamentos são equipados com tevê 20

polegadas, frigobar e arcondicionado. Fica na Rodovia Piauí 140, Km 0,

bairro de Santa Luzia, tel. (89) 3582-1389. 

E-mail: [email protected].

Hotel Real - Fica bem no centro de São Raimundo Nonato. Seu restaurante

- o Real Sabor - oferece refeições no sistema de self-service. Largo Manoel

Agostinho de Castro, 704, centro, tels. (89) 3582-1495/1691. E-

mail:  [email protected]

site: www.realhotelsrn.com.br.

Page 15: A colonização do Piauí

Com excelente infraestrutura, o parque abriga galerias de

vários andares decoradas com pinturas rupestres. Nele, até

hoje já foram catalogados 976 sítios, 654 deles com pinturas

rupestres. Abaixo, a Serra das Confusões.

Camping Pedra Furada - Opção econômica ideal para estudantes,

mochileiros e para quem gosta de estar em contato mais direto com a

natureza. No lugar também são oferecidas refeições caseiras. O camping

fica no povoado Sítio do Mocó, s/ nº, zona rural, no município de Coronel

José Dias, a 25 quilômetros de São Raimundo Nonato. Tel. (89) 3582-2845.

E-mail: [email protected].

Guias - As diferentes trilhas e roteiros da Serra da Capivara só podem ser

desvendadas ao lado de um guia credenciado pela Fumdham. Para

contratar o serviço de um deles, basta se informar na recepção dos hotéis

da cidade sobre o telefone dos profissionais da Associação dos Condutores

de Visitantes da Serra da Capivara (Acovesc). Seus filiados agendam visitas

diariamente das 6 horas às 18 horas. Cada guia pode conduzir um grupo de

no máximo dez pessoas. A taxa pelo passeio é de R$ 75. É importante

lembrar que não existem locadoras de veículos em São Raimundo Nonato.

Se desejar alugar um táxi na cidade, o passeio no parque, sem a taxa do

guia e de entrada na reserva (R$ 10), não fica por menos de R$ 130.

Page 16: A colonização do Piauí

Imperdível - Não deixe de ir ao Museu do Homem Americano e ao Centro

Cultural Sérgio Motta. No local, você

pode conferir o resultado de quase 40

anos de pesquisas realizadas no

Parque Nacional Serra da Capivara.

Logo em sua entrada, um gigantesco

telão exibe um filme que discorre sobre

as origens da espécie humana, a sua

dispersão e o povoamento do

continente americano. Assim como o filme, todo acervo do museu é

autoexplicativo: painéis, utensílios, ferramentas, artefatos, fósseis e outras

peças datadas de diferentes períodos históricos descrevem a origem e a

evolução dos povos primitivos que ali viveram. Fica no Centro Cultural

Sérgio Motta s/nº, Campestre, tel. (89) 3582-1612. De terça-feira a domingo,

das 9h às 17h. Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (estudantes).

Imperdível também é o Baixão das Andorinhas, um dos roteiros do parque.

Diariamente, por volta das 17 horas, o cânion com 90 metros de

profundidade recebe bandos de andorinhões que se abrigam em suas

fendas. Além desse inesquecível espetáculo, a paisagem que se testemunha

lá de cima, a imensidão do cânion sendo tingido pelos raios multicoloridos

do pôr do sol, é simplesmente indescritível.

 

Para saber mais - Centro de Informações Turísticas da Prefeitura de

São Raimundo Nonato - Funciona de segunda a sexta-feira, de modo

precário e sem horário definido. Largo Capitão Tomaizinho, centro. O único

telefone disponível é o da prefeitura: (89) 3582-1054. Fumdham

- www.fumdham.org.br

Festa do padroeiro - Todos os anos os devotos de São Raimundo Nonato

têm um encontro marcado: durante o período de 22 a 31 de agosto

comemoram a data dedicada ao santo, que é o padroeiro da cidade. Logo

no dia 22, sempre às 19 horas, os fiéis rumam à Igreja Matriz, uma

construção de 1876. Diante do altar, fazem novenas, ladainhas e também

preces silenciosas ao padroeiro. É a abertura da festa religiosa.

Page 17: A colonização do Piauí

Depois, a Avenida dos Estudantes é palco de

uma comemoração profana: dezenas de

barraquinhas de comidas típicas e bebidas se

espalham ao longo de toda a sua extensão.

Ali há diversão garantida para todas as

idades, desde a pescaria e outras brincadeiras

comuns em quermesses até o carrossel e a

roda-gigante especialmente montados para a

festividade. Toda ela regada a muita música.

Afinal, numa tradicional festa nordestina não podem faltar o forró, a música

baiana e - mais recentemente - o pagode!

No último dia da festa, às 17 horas, a

imagem de São Raimundo Nonato é

levada pelos devotos. Em romaria,

percorre as principais ruas da cidade.

Em seguida, a procissão retorna à matriz

e a imagem é devolvida ao altar. Até o

mês de agosto do próximo ano, será dali

que o santo ouvirá os pedidos de seus

fiéis, gente humilde que tem na fé a sua

única arma para lutar contra as

condições adversas do clima da caatinga.