A Comunicação – Um Caminho Para Aceder Ao

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A Comunicação – um caminho para aceder ao outro em Consulta

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A Comunicação – umcaminho para aceder ao outro em Consulta

Psicológica

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• Comunicar é um acto definidor da própria vida.

• De tão presente (omnipresente) é visto como um dado adquirido e de pouco valor.

• Comunicar é, acima de tudo viver, ou melhor, conviver, no sentido literal de viver com.

• Assim, é uma atitude social definidora das sociedades e criadora da própria realidade social.

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• A comunicação é a arte de estar em contacto com outras pessoas, seja para passar-lhes informações ou para recebê-las.

• Uma comunicação bem-sucedida, de qualidade, depende pois de uma relação de entendimento, conhecimento e respeito entre as partes. Se faltar um dos itens deste tripé, o processo comunicativo vai ficar seriamente comprometido – relação terapêutica

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• Em psicologia, os sentimentos, os comportamentos, as acções, os pensamentos, os desejos, as atitudes, têm em comum a necessidade de expressão para se tornarem reais e com esse fim recorrem à comunicação.

• Na prática da psicologia é muito difícil encontrar uma tarefa que não tenha qualquer ligação com a comunicação. As terapias, os diagnósticos, a interação psicólogo-cliente, as sessões terapêuticas, a avaliações e a intervenção são feitas com bases na comunicação.

• Observar, escutar, compreender, intervir. Em todo oprocesso clínico a comunicação está presente.

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• O psicólogo utiliza competências básicas de comunicação como a escuta activa, a empatia e a reflexão, tentando compreender o paciente e a situação em que se encontra.

• Assim sendo, nota-se que sem a comunicação o trabalho do psicólogo seria quase impossível, no sentido de que não teria meios para perceber o problema do paciente ou cliente.

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• A atuação profissional do psicólogo requer um repertório adequado de habilidades de comunicação interpessoal, que o capacite a lidar com as situações sociais inerentes ao exercício de sua profissão, nas diversas áreas de aplicação da Psicologia.

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• Ouvir, com atenção, a fala da outra pessoa

• Observar, com atenção, no outro, expressões verbais relevantes

• Recusar pedidos abusivos

• Ajudar o outro a identificar, nomear e expressar seussentimentos

• Relacionar-se com profissionais de outras áreas

• Expor, com clareza e objetividade, conteúdos relevantes ao trabalho desenvolvido

• Expressar empatia (solidarizar-se com os sentimentos do outro)

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• Dizer não a solicitações que não pode ou nãoquer atender

• Observar, com atenção, no outro, expressõesnão-verbais relevantes

• Demonstrar firmeza nas opiniões e decisões tomadas

• Iniciar adequadamente uma conversação comoutra pessoa

• Responder, de forma adequada, às perguntas do interlocutor

• Encerrar uma conversação de forma adequada

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• Fazer perguntas relevantes de acordo com as condições da interação

• Reavaliar as decisões e atitudes tomadas, quando pertinente

• Incentivar o outro no decorrer do trabalho desenvolvido

• Fornecer feedback positivo(descrever aspectosadequados do desempenho do outro)

• Fazer relações entre diferentes conteúdos da falado interlocutor

• Interpretar a fala do outro

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• Saber ouvir constitui uma habilidade básica.

• Esta habilidade faz também parte da arte de comunicar evem incluída em manuais de pesquisa e intervenção em

• habilidades sociais (Ouellet e L’Abbé, 1986; Caballo,• 1996, 2003).

• A escuta ativa é considerada como componente importante e pré-requisito da habilidade de iniciar e manter uma conversação, segundo Caballo(1996).

• Outra componente importante da comunicação é a de dar retroalimentação (feedback) ao interlocutor (Caballo, 2003).

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• Certamente a habilidade de ouvir possui um lugar ainda de maior importância na profissão do psicólogo.

• Ouvir com atenção é importante para se obter informações sobre o interlocutor, que são necessárias para todo o processo de comunicação.

• Além disso, a escuta ativa envolve sinais verbais e não verbais de atenção, que produzem um efeito de incentivo na pessoa que está a falar, estimulando-a a prosseguir e indicando o interesse do ouvinte.

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• Há evidências de que a duração da fala das pessoas é maior quando seu interlocutor olha mais frequentemente e durante mais tempo para elas, enquanto as escuta (Bandeira, Barroso & Reis, 2004; Milbrook & Farrell,1986).

• Presume-se que esta habilidade seja desenvolvida em diversas disciplinas do curso de Psicologia, tais como as que se referem à aprendizagem das técnicas de entrevista psicológica, de técnicas psicoterapêuticas e, principalmente, nos estágios curriculares supervisionados.

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A escuta, no aconselhamento, diferencia-se daquela que nós experimentamos quotidianamente. Significa uma forma de ligação ao outro, implicando estar sensível e atento a este.

Escutar não se resume a captar os conteúdos e os sentimentos que o cliente expõe.

A escuta não é um processo terapêutico em si,não é suficiente para completar o desenvolvimento e realizar mudanças, mas é a competência de base indispensável ao exercício de outras capacidades, como a de reformular os conteúdos de uma entrevista, sentimentos e emoções expressas.

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• A escuta no aconselhamento, é uma práticaque induz imediatamente a um certo tipo de relação entre o(a) conselheiro(a) e o cliente.

• Tal experiência de escuta é frequentemente a primeira vivida pelo o cliente. Na verdade, ele sente-se ouvido sem os filtros habituais constituídos pelo julgamento, pela opinião activa da vida social quotidiana, e até pela avaliação e pelo diagnóstico existentes em certos métodos psicológicos tradicionais.

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Os níveis de escuta :

• 1 - O primeiro nível concerne ao que é dito na relação. No entanto, se ficarmos neste nível, a relação não se desenvolve muito e o terapeuta fica em posição« de ouvir uma história ».

2 - O segundo nível, definido por certos autores como uma « atenção flutuante », concerne não somente ao que é dito mas também o que existe « além das palavras ».

• O terapeuta fica atento às palavras, mas também aos aspectos não-verbais (expressão do rosto, gestos, movimentos dos olhos…) e para-linguísticos (volume, tom, rapidez…) utilizados pelo paciente.

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• 3 - Além destes dois níveis de escuta, o(a) conselheiro(a) deve também estar atento ao que ele pensa, às suas próprias emoções, às suas próprias sensações corporais.

Estes indícios podem servir-lhe de indicadores do que se passa na relação e o terapeuta pode utilizá-los como uma espécie de « caixa de ressonância » do desenvolvimento da relação.

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Perguntas que o profissional pode fazer a si mesmo :

• Eu sou capaz de escutar o que a pessoa quer-medizer sem me sentir em perigo ?

• Porque sinto certas dificuldades ao escutar pessoas que provocam em mim sentimentos excessivos e perturbam a minha escuta ?

• Até onde eu posso escutar alguém mantendo - me neutro ?

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O psicólogo deve evitar que durante o processointercional com paciente/cliente não hajadistorção da comunicação.

• A distorção da comunicação acontece em váriasdimensões.

• A atitude do psicólogo e do paciente em relação ao assunto em discussão afecta a eficiência da comunicação.

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• Num processo de interação psicólogo-cliente, as barreiras na comunicação não são apenas barulhos ou outros estímulos externos que atrapalham a comunicação.

• Matterlard & Michele (1999), defendem que as barreiras ocorrem na comunicação quando o interlocutor lê ou ouve de acordo com:

• O que lhe interessa: o que coincide com suas opiniões, crenças, valores e experiências;

• Egocentrismo: que impede de ver o ponto de vista do outro.

• Percepção do outro: influenciada por preconceitos eestereótipos.

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• Competição: quando um corta a palavra do outro, sem sequer ouvir o que ele está a dizer;

• Frustração: impede a pessoa de ouvir eentender o que está a ser dito.

• Transferência inconsciente de sentimentos: que se tem em relação a uma pessoa parecida com o interlocutor.

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• Axiomas da Pragmática da Comunicação

• Axiomas- são pequenas e simples regras ou propriedades que nos permitem conhecer a forma como a comunicação decorre

- são instrumentos de análise da comunicação

Normas Universais presentes em toda a comunicação.

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Exemplo: O João evidencia uma série de medos na escola, sendo um deles o medo da crítica e da rejeição por parte dos amigos que, curiosamente, o miúdo muito admira.No seguimento deste medo e, uma vez que este não lhe permite acompanhar as brincadeiras dos amigos, isola-se.Os amigos, por seu turno, afastam-se dele porque o acham diferente e superior, acreditam que o João não gosta deles, daí o facto de não participar nas suas actividades e passar todo o intervalo com a professora.

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• Comportamento não verbal: expressão facial,olhar, gestos e outros movimentos corporais, contacto corporal, comportamento espacial, roupas e outros aspectos da aparência, vocalizações não-verbais, olfacto…

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• Três funções do comportamento não-verbal:

• a) o feedback não-verbal tem funçãoinformativa

• b) reduz a ambiguidade da linguagem falada• c) regula a interacção

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• O sorriso, por exemplo, é uma expressão facial que apresenta um factor regulador de interacções sociais humanas muito importante, demonstrando predisposição para continuar a manter a interacção, comunicar sobre o carácter amistoso da mesma e inibir comportamentos hostis.

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• O olhar também é interpretado pela bibliografia como reforçador e empático, além de obter julgamentos de maior persuasividade e credibilidade.

• No caso específico dos terapeutas, tanto o olhar como o sorrir aliam-se a avaliações de maior cordialidade e competência.

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• Exemplo: numa empresa cada indivíduo, na sua especialidade, tenta dar o máximo lucro possível e permitir um total funcionamento da mesma.

• A distorção acontece quando um funcionário tenta humilhar o outro, desvalorizando as suas competências profissionais.

• Na comunicação complementar podem existir duas posições: one-up e one-down.

• Na posição one-up, o indivíduo dirige e detém a responsabilidade de interacção. Na posição one-down, o sujeito ajusta-se ao comportamento do outro e responde à sua iniciativa.

• A complementaridade funcional não impõe as posições, mas serão reciprocamente definidas, fazendo oscilar as posições complementares.

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• Numa relação de interacção existem os dois modelos de interacção (simétrica e complementar): a sua alternância, no mesmo domínio mas em áreas diferentes, é fundamental para desenvolver a comunicação funcional.

• A patologia funcional acontece quando surgemdistorções de cada um destes modelos

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