A DINÂMICA NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS PAISAGÍSTICOS NA EMPRESA JARDINS E AFINS

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Paisagismo

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    CURSO DE GRADUAO EM AGRONOMIA

    A DINMICA NA ELABORAO DE PROJETOS PAISAGSTICOS NA EMPRESA JARDINS E AFINS.

    Bruno Lourival de Melo

    Florianpolis 2013

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    Bruno Lourival de Melo

    A DINMICA NA ELABORAO DE PROJETOS PAISAGSTICOS NA EMPRESA JARDINS E AFINS.

    Relatrio de estgio apresentado ao curso de Graduao em Agronomia, do Centro de Cincias Agrrias, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a obteno do ttulo de Engenheiro Agrnomo. Orientador: Prof. Enio Luiz Pedrotti Supervisor: Juliana Castro Empresa: Jardins e Afins Arquitetura Paisagstica.

    Florianpolis SC 2013

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    AGRADECIMENTOS

    A DEUS, e meus pais Lourival e Marli, por me proporcionarem o dom da vida e conscincia em dar maior importncia ao ser alm do ter.

    A minha famlia, sem a qual eu nada seria, por ser meu exemplo na busca de um mundo melhor e de aperfeioamento pessoal.

    Aos grandes autores, e mentores, espritas, que enchem meus olhos de luz quando assim no esto fazendo-me refletir sobre a vida.

    Aos meus amigos, por serem a famlia que eu escolhi.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Enio Luiz Pedrotti, pelo conhecimento a mim passado e pelo exemplo de profissional.

    A equipe de empresa Jardins e Afins, pelo total apoio e pacincia, que mesmo sobrecarregados de trabalho nunca se furtou de explicaes.

    A UFSC, pelos incrveis 5 anos aproveitados na instituio

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    RESUMO

    O presente relatrio aborda as atividades desenvolvidas durante o Estgio de Concluso de Curso, realizado na Empresa de paisagismo Jardins e Afins Arquitetura Paisagstica, no perodo de 12 de agosto a 16 de outubro de 2013. A incluso de plantas nas cidades fundamental para o bem estar das pessoas, com isso a empresa realiza muitos trabalhos paisagsticos, principalmente na grande Florianpolis, e durante o perodo do estgio foram acompanhadas as etapas para concluso de projetos residenciais, comerciais e de interiores. Com enfoque na parte agronmica dos projetos foi possvel auxiliar na atualizao do memorial botnico utilizado, manual de manuteno dos projetos executados e acompanhamento dos trabalhados durante o perodo permanecido na empresa, como a implantao de projetos, visitas para anlise do local a ser trabalhado e avaliao de projetos j executados. A familiarizao com o mercado de plantas, programas computacionais e projetos esclareceu a atuao do Engenheiro Agrnomo nesta rea, que alm de trabalhar na produo de mudas ornamentais, cujo mercado demanda de um conhecimento que dominado pelo Agrnomo, pode atuar melhorando as condies de vida de quem mora nos grandes centros urbanos com o embelezamento das vias e residncias e com a arborizao urbana.

    Palavras Chave: Paisagismo; Plantas ornamentais; Execuo; Mercado paisagstico;

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    ABSTRACT

    The present report describes the activities that were develop during the internship term paper, that happened at the landscape company Jardins Arquitetura e Engenharia, that started at August 12 and finished at October 16 2013. The company executes many landscape tasks at the zone of Florianpolis. During the internship the steps of conclusion of residencial, commercial and intern projects were studied. Always focusing on the agronomic part of projects, was able to assist on the updates of the botanic memorial that were used, the maintenance manual of the projects that were realized and accompaniment of the works during the period at the company. The projects implementation, verification of the local that we will work on and evaluation of projects already executed have also been monitored. Work with the market of ornamental plants, computer programs and projects clarified the acting of the Agronomist in this area, that besides works as ornamental plants producer the crescent camp requires the knowledge that the Agronomist dominates, improving the people's lives at the big cities with the streets and residence ornamentation and the urban tree planting.

    Key words: Landscape; Ornamental plants; Execution; Market landscaped;

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    SUMRIO 1. INTRODUO..............................................................................................9 2. DESCRIO DA EMPRESA......................................................................11

    2.1. PRINCIPAL FORNECEDOR DE PLANTAS......................................13 2.2. OUTROS FORNECEDORES..................................................................15

    3. OBJETIVOS................................................................................................16 3.1. OBJETIVO GERAL....................................................................................16 3.2. OBJETIVOS ESPECFICOS....................................................................16

    4. EVOLUO DO COMRCIO DE PLANTAS ORNAMENTAIS NO BRASIL........................................................................................................16

    5. PAISAGISMO BRASILEIRO.......................................................................17 6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...............................................................18

    6.1. MEMORIAL BOTNICO....................................................................19 6.2. TABELA DE FLORAO..................................................................21 6.3. MANUAL DE MANUTENO...........................................................22

    7. PROJETOS ACOMPANHADOS ................................................................23 7.1. PROJETO RESIDENCIAL JURERE INTERNACIONAL...................23 7.2. PROJETO RESIDENCIAL NO BOSQUE DAS MANSES .............26 7.3. PROJETO PASSEIO PEDRA BRANCA...........................................29 7.4. PAISAGISMO BEIRAMAR SHOPPING............................................32 7.5. MANUAL MANUTENO HORTA ORGNICA ..............................35

    8. CONSIDERAES FINAIS........................................................................36 9. REFERNCIAS..........................................................................................38 10. ANEXOS.....................................................................................................39

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Sede da empresa onde so desenvolvidos os projetos, Florianpolis/SC 2013. Figura 2: A) Prancha do memorial botnico com identificao das espcies utilizadas no projeto. B) Espcie utilizada com informaes quanto a atrativos e morfologia. Figura 3. Simbologia especificando caractersticas das espcies. A) Exemplo de altura mxima. B) Presena de textura na planta. C) Florao. D) Frutificao. E) Planta destaque. F) Planta que proporciona sombra. G) Planta que produz som. H) Exala odor. I) Atrai fauna. Figura 4. Tabela de florao exemplificando a aparncia da planta no decorrer do ano. Figura 5. A) Caminho com a Jabuticabeira de 9 metros. B) Guindaste transportando a rvore com o torro na raiz. C) Retro escavadeira ajudando no plantio da segunda jabuticabeira. Figura 6. A) Perspectiva do jardim interno da residncia, faltando a incluso de 2 grumixamas. B) Foto da viso frontal da casa em maquete 3D. Figura 7. A) Prancha com especificao dos locais de plantio e espcies utilizadas. B) Foto da viso frontal da casa em maquete 3D. C) Especificao das vegetaes utilizada no jardim frontal da casa. Figura 8. A) Sistema AUE Paisagismo com as informaes morfolgicas e nome cientifico/populares. B) Espcie detalhada pelo programa no AutoCad. Figura 9. Manual de plantio utilizado para orientar no momento de transplante da muda. Figura 10. Perspectiva final do Passeio Pedra Branca com Ips-rosa e roxo. Figura 11. Vo central do prdio residencial com floreiras retangulares com jabuticabeiras, playground ao fundo, piscina de borda infinita no centro da rea de convivncia, espelho dagua na entrada principal, demais plantas compondo o paisagismo e muda de ip do canto esquerdo. Figura 12. A) Falta de substrato deixando amostra o suporte da luminria. B) Falta de casca de pinus deixando o substrato a mostra. C) Morte de mudas. D) Mudas muito pequenas de begnia no chegando ao aspecto desejado.

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    Figura 13. A) Liriope utilizado na bancada da praa de alimentao caindo sobre a banca onde pessoas realizam as refeies. B) Orqudea em vasos coberta com casca de pinus alocadas nos cachepos. C) Xanad murcho devido a alta luminosidade. D) Zmia muito utilizada em cachepos.

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    1. INTRODUO Este relatrio aborda as atividades desenvolvidas durante o Estgio de

    Concluso de Curso, realizado na empresa Jardins e Afins, com a finalidade de concluso do curso e obteno do ttulo de Engenheiro Agrnomo, pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

    Com inicio no dia 12 de agosto de 2013 e trmino dia 16 de Outubro do mesmo ano, sob superviso, na concedente, da arquiteta paisagista Juliana Castro, e com grande auxlio de sua irm, a Engenheira Clarice Wolowski, e orientado pelo professor Enio Luiz Pedrotti, do Departamento de Fitotecnia da UFSC.

    Com plena absoro por toda a equipe da empresa Jardins e afins, que me fizeram sentir parte ativa dos projetos, foi possvel acompanhar os passos para a elaborao de projetos paisagsticos, um trabalho que vai muito alm de escolha de plantas, com interao no projeto arquitetnico de residncias, prdios residenciais e comerciais e praas na regio da grande Florianpolis. Durante o estgio foi possvel compreender a dinmica dos projetos arquitetnicos da paisagem, entendendo as particularidades de cada cliente, e local, de acordo com suas intenes, podendo auxiliar na catalogao e identificao de espcies, cuidados na implantao e manuteno dos projetos, analise dos trabalhos aps implantados, e familiarizao com programas que facilitam o desenvolvimento dos projetos como o AutoCad, AutoLand, entre outros.

    Durante o estgio foi possvel acompanhar a intensa demanda de plantas utilizadas e prestao de servio nesta rea. A produo e comercializao de mudas de plantas ornamentais no Brasil e a atuao de profissionais na rea do paisagismo est em grande crescimento. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura - IBRAFLOR, a comercializao de plantas ornamentais, que compem o paisagismo e arborizao das cidades, teve um crescimento de 8,5% de 2012 para 2013, rea incentivada com estratgias como o Programa Brasileiro de Exportao de Flores e Plantas Ornamentais Florabrasilis, e o Mercado do Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina - MERCAFLOR.

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    O profissional de Agronomia pode ter grande insero nesse setor j que possui todo o embasamento na rea de produo e plantio de plantas, porm como a dinmica do paisagismo envolve questes arquitetnicas apenas arquitetos so credenciados para assinar projetos paisagsticos. Isso demonstra que a combinao do conhecimento dos campos agronmico e arquitetnico podem levar a grande evoluo para estes profissionais, aumentando a rea de atuao de ambos e melhor projetando as plantas de acordo com os locais, j que a m utilizao de espcies pode levar a danos como invaso de locais por razes e proliferao indesejada de espcies exticas em nosso bioma.

    Focando em conceito e boa utilizao do espao, a empresa Jardins e Afins j foi premiado diversas vezes e participa de muitos projetos importantes pela cidade.

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    2. DESCRIO DA EMPRESA Realizando projetos principalmente em Santa Catarina, a equipe Jardins

    e Afins esta localizada no bairro Trindade, em Florianpolis, Rua Lauro Linhares, 2055, Max e Flora Center, torre Flora, sala 501 (Figura 1).

    Figura 1: Sede da empresa onde so desenvolvidos os projetos, Florianpolis/SC 2013.

    Formado em sua maioria por arquitetos, a empresa liderada pelas irms Juliana Castro Souza, arquiteta paisagista, e Clarice Wolowski, Engenheira de Produo, que so auxiliadas pelos arquitetos Duanny Morais, Aline Buss e Elisa Tonelli, e a economista Carol que atua na rea administrativa (havia tambm o estagirio Jorge que saiu durante minha permanncia no local juntamente com outras duas arquitetas, Jodeli e Anna).

    Atuando na rea de arquitetura paisagstica desde 2000, a empresa Jardins e Afins presta servios para empreendimentos imobilirios, englobando ambientes residenciais e comerciais, interiores, praas pblicas e outros em particular, como escolas e associaes. Buscando a integrao da natureza com ambientes construdos a paisagista combina elementos naturais com os artificiais criando ambientes de convivncia e com qualidade tcnica busca trazer a natureza com todos os seus benefcios para perto do convvio das pessoas.

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    Com projetos realizados como a revitalizao de uma das maiores praas da cidade de Florianpolis, com 13.000 m, a Praa Governador Celso Ramos, tendo como objetivo retomar um ambiente seguro para a populao e a legibilidade do local atraindo as pessoas, a empresa Jardins e Afins, em 2011, foi premiado com o 1 Prmio de Arquitetura Catarinense pela Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura AsBEA (SC), e escolhido a participar na 9 exposio geral da Bienal Internacional de Arquitetura de So Paulo, um reconhecimento internacional. Dentre outros prmios pode ser destacado o trofu Capacidade Empreendedora 2010, prmio AsBEA 2012, na categoria projetos especiais, pelo projeto Streetscap Pedra Branca, na modalidade projetos no edificados, em reconhecimento pela qualidade e desempenho.

    Sabendo que toda ao tem sua consequncia importante analisar um projeto pensando no futuro. A natureza est em constante evoluo e toda planta tem seu processo de crescimento que podem levar a futuros problemas para o bioma local e a estrutura das construes. H plantas, como a cheflera (Schefflera arborcola), exticas que podem se tornar um problema de infestao pela sua fcil adaptao e rpida disperso no ambiente, e tambm rvores que possuem razes muito protuberantes, como as pertencentes ao gnero Ficus, como a figueira, por exemplo, serem um problema para caladas e estruturas, por isso todas as particularidades devem ser levadas em considerao na elaborao do projeto paisagstico.

    A combinao das espcies ocorre de acordo com a finalidade e desejo do cliente e aps isso a composio paisagstica do local desenvolvida e adequada pela equipe. A escolha das espcies e o desenho do local feito pela arquiteta Juliana, a qual durante sua graduao em arquitetura frequentou aulas de botnica e outras matrias no curso de Agronomia da UFSC, adquirindo conhecimento para realizar seus projetos com mais segurana na questo de plantas.

    Os projetos desenvolvidos passam por vrias etapas, dentre elas esto o estudo preliminar (EP): momento em que realizado um estudo da rea e das possibilidades; anteprojeto (AP): parte de iniciao no desenvolvimento do projeto; projeto executivo (PE): principais pontos j definidos e quase finalizados; e projeto compatibilizado (PC): finalizado; utilizando programas de

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    computador como o AutoCad, Excel, AutoLandScape, Sketchup e Photoshop. No projeto executivo feita uma apresentao com a ideia central e tambm uma maquete em 3D que mostram as perspectivas do projeto final, tendo o cliente liberdade para opinar. Normalmente idealizada uma formao paisagstica em que cada estao esteja com algo florindo, buscando o embelezamento e equilibrando a interao das vegetaes.

    Caso solicitado o empresa implanta, ou indica referncias, de paredes verdes e tetos vivos. O desenho e a composio das paredes verdes so realizados pela equipe, orando e indicando a mo de obra para o cliente. A mo de obra para implantao dos projetos pode ser contratada do escritrio, normalmente realizado pelo terceirizado Tarcsio, ou contratada uma empresa a parte.

    Alm de todos os aspectos levados em conta para o planejamento dos projetos, a empresa idealiza que cada interveno, por menor que seja, uma oportunidade de melhorar o ambiente dentro das cidades, pensando no bem estar das pessoas de hoje e no futuro, no s como um trabalho e sim em sua relao com o todo.

    2.1. PRINCIPAL FORNECEDOR DE PLANTAS O principal fornecedor de plantas para os projetos paisagsticos

    realizados a empresa PlantaFlor, localizada em Sorocaba de Fora/Biguau, Santa Catarina, com uma rea total em torno de 120 hectares.

    A propriedade possui uma rea de carga e descarga dos caminhes, local onde est sendo construdo um escritrio para melhor atender os clientes e uma rea para exposio das espcies presentes na propriedade que ser projetada pela empresa Jardins e Afins, o que afirma a parceria de trabalho entre a empresa e seu principal fornecedor.

    A maior parte das vendas realizada via telefone j que o local no possui nenhuma rea de exposio de plantas e nem endereo eletrnico, mas esse fato parece no diminuir a demanda e o fluxo intenso dentro da propriedade. A empresa possui cerca de 200 variedades de plantas com intensa propagao. A irrigao do local feito com aspersores utilizando agua dos crregos que cercam a propriedade, ficando a maior parte das plantas a cu aberto, que leva a uma intensa irrigao.

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    A fazenda dividida em rea de propagao de mudas, realizada em sua maioria por processos de estaquia e diviso de touceiras, sem a utilizao de nenhum enraizante. So propagadas em casa de vegetao com telado do tipo Sombrite de 50%, permanecendo cerca de 10 dias para o desenvolvimento das estacas, como indicado por Wendling et al. (2006), porm apenas as plantas mais sensveis so alocadas nestes locais. No momento da propagao so priorizadas as plantas que possuem mais sada, como o Podocarpo (Podocarpus macropyllus), Xanad (philodendron xanadu) e Agapantus (Agapanthus africanus), sendo a popularidade destas plantas normalmente gerada por exposio, como CasaCor, CasaDesign, e mdia.

    No processo de propagao as estacas eram retiradas com cerca de 10 a 15cm da planta matriz e utilizando como substrato o solo da prpria fazenda, que evidenciava uma alta quantidade de matria orgnica pela cor escura.

    Recentemente eles esto testando a utilizao de serragem ao redor das mudas plantadas no cho, evitando o crescimento de plantas espontneas e diminuindo a evaporao da gua do solo ao redor das plantas. Como a regio sofre com geadas nos meses de inverno utilizada uma proteo com telado do tipo Sombrite de 50% para abrigar as plantas mais sensveis que esto no cho.

    Alm da produo de arbustivas e trepadeiras a empresa possui um grande estoque de palmeiras, como a Palmeiraareca (Dypsis lutescen), Palmeira-real (Archontophoenix cunninghamiana) e a Palmeira-triangular (Dypsis decary). Para o transplante destas espcies de maior porte necessrio fazer o processo denominado cura, procedimento que consiste na retirada da planta do campo com um torro de solo junto raiz, fazendo com que a planta sofra o menos possvel. Para a cura, perodo de retirada do solo at o plantio, primeiramente feita uma rega ao redor da planta ainda no solo para facilitar o manuseio, seguindo de uma escavao com uma p afiada no entorno na planta buscando menores danos as razes e permitindo que o solo fique aderido na mesma. Aps a retirada da planta junto ao torro de solo, que possui cerca de 1,5 metros de dimetro e 1m de profundidade, feito o envolvimento do torro com uma tela biodegradvel para que a planta possa ser transplantada juntamente com a manta evitando o destorroamento,

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    aguardando cerca de 3 meses do momento de retirada da planta do solo at o plantio.

    2.2. OUTROS FORNECEDORES

    A empresa Jardins e Afins possui muitos projetos de praas pblicas e com isso h uma grande demanda de rvores j adultas que normalmente no so atendidas pela Plantaflor, por isso a empresa possui outros fornecedores para suprir esta demanda, normalmente de So Paulo e Paran, sendo as principais espcies utilizadas a Quaresmeira (Tibouchina granulosa), Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), Flamboyant ( Caesalpinia pulcherrima) Manac-da-serra, Ip-amarelo (Tabebuia ochracea), Ip-rosa (Tabebuia avellanedae), Jacaranda (Jacaranda mimosifolia).

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    3. OBJETIVOS

    3.1. OBJETIVO GERAL Acompanhar o desenvolvimento de projetos paisagsticos na empresa

    Jardins e Afins com enfoque na parte agronmica.

    3.2. OBJETIVOS ESPECFICOS Acompanhar as etapas na criao de projetos paisagsticos; Estudo do mercado paisagstico, produo de mudas de plantas

    ornamentais e execuo de projetos da empresa Jardins e Afins; Atualizao e anlise do memorial botnico utilizado na

    composio dos jardins; Aperfeioamento das instrues utilizadas na manuteno dos

    jardins; Acompanhamento de obras e visitas a projetos implantados;

    4. EVOLUO DO COMRCIO DE PLANTAS ORNAMENTAIS NO BRASIL Segundo Fraga et al.,(2005), a produo de plantas ornamentais, principalmente a floricultura, no Brasil, no uma atividade muito recente. A produo comercial de ornamentais possui um histrico de mais de 130 anos, inicialmente com a produo de orqudeas por Binot, filho do francs Jean Baptiste Binot o qual era responsvel pelos jardins do palcio imperial. O orquidrio est localizado em Petrpolis, Rio de Janeiro, e exporta flores para os Estados Unidos, Alemanha e Japo.

    Aps a produo de orqudeas, o cultivo de rosas tomou a frente, em 1933, liderada pelos irmos Boettcher, desenvolvendo projetos como exposies de flores, abertura de sua fazenda ao pblico e cursos para formao de paisagistas e floristas (Fraga et al, 2005). O crescimento da produo de plantas ornamentais foi muito influenciado pelos imigrantes, o que era conduzida de uma maneira informal at a dcada de 1960. O fato tornou o ramo mais reconhecido e explorado com a chegada dos imigrantes holandeses que, em meados de 1948, fundaram a Cooperativa Agropecuria de Holambra, em So Paulo, impulsionando a produo de plantas ornamentais (Vencato et. al, 2006).

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    Em 1991 surgiu a Veiling, empresa especializada no comrcio de flores e plantas ornamentais e, em 2000, a floricultura se torna parte da agenda de polticas pblicas, levando ao surgimento do Programa de Desenvolvimento de Flores e Plantas Ornamentais do Ministrio da Agricultura (Fraga et al, 2005). A Veiling responsvel por 45% do mercado nacional de flores e plantas, com cerca de 400 fornecedores da regio de Holambra e proximidades. Segundo a IBRAFLOR (2012), o setor possui aproximadamente 12 hectares de produo de ornamentais, com cerca de 350 espcies produzidas, gerando em mdia trabalho para 8 funcionrios por hectare.

    O panorama de produo de plantas ornamentais vive um momento de constante expanso, no apenas a produo de flores de corte, que segundo a IBRAFLOR mostrou um crescimento de 5,3% no mercado de 2012 para 2013, mas tambm a produo comercial de plantas ornamentais para o paisagismo e a arborizao urbana (Livramento & Zoldan, 2006), que apresenta um crescimento de 8,5% no mercado deste ano em relao ao ano de 2012.

    Iuch & Lopes (1997), menciona que a explorao desta atividade era baseada na explorao de plantas exticas, as quais eram introduzidas no cenrio brasileiro. Ao vivenciar a realidade paisagstica no cenrio catarinense, mais especificamente florianopolitanos, possvel ver que o crescimento de espcies nativas de nossa flora vem tomando o mercado e por vezes sendo preferenciados por profissionais e clientes.

    5. PAISAGISMO BRASILEIRO

    O paisagismo, no Brasil, trata de relaes que vo do plantio de jardins at projetos de praas e parques, englobando elementos arquitetnicos (Macedo, 1999), portanto o paisagismo realizado no s por quem projeta, mas tambm por quem cultiva, planta e realiza a manuteno, sendo este um trabalho em conjunto.

    A inaugurao do Passeio Pblico no Rio de Janeiro, em 1783, foi um marco no cenrio paisagstico brasileiro, projetado pelo Mestre Valentim, e posteriormente, a partir de 1840, comea o ajardinamento de praas, lagos, e a arborizao de ruas, com a presena de jardineiros criando e plantando jardins nas grandes cidades (MACEDO, 1999). Ainda no sculo XIX, com a entrada do engenheiro e paisagista francs Auguste Glaziou, convidado por Dom Pedro II,

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    como Diretor Geral de Matas e Jardins, ocorreram a abertura de grandes praas e a reforma do Passeio Pblico do Rio de Janeiro, com a introduo de plantas brasileiras no paisagismo( MACEDO, 1999).

    Ao falar em paisagismo brasileiro difcil no lembrar do grande paisagista Roberto Burle Marx e de suas obras, como o parque do Aterro do Flamengo, a praia de Copacabana e o Terrao do Ministrio da Educao e Sade, no Rio de Janeiro (TABACOW, 2004), os jardins do Palcio do Itamaraty em Braslia, e o complexo da Pampulha, em Belo Horizonte.

    Dentre outros nomes que marcam o paisagismo brasileiro pode se citar o arquiteto paisagista Alex Hanazaki, e ainda Marcelo Novaes, Christiane Roncato e Isabel Duprat.

    6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    O ser humano passou, e passa, por um processo de migrao para as reas urbanas muito intenso, o que gera um crescimento desordenado e sem planejamento de ocupao, necessitando de solues para amenizar este problema (Pivetta & Silva Filho, 2002).

    Ainda segundo Pivetta & Silva Filho (2002), os problemas ambientais relacionados com esse rpido desenvolvimento dos centros urbanos levam a maior compactao do solo, gerando problemas para infiltrao da gua da chuva, e baixa fertilidade, os quais podem ser amenizados com a presena de vegetaes nos centros urbanos. Cada interferncia verde no meio das cidades uma ao pontual que proporciona uma adaptao para amenizar os danos causados pelo crescimento acelerado das cidades, estabelecendo uma melhor relao entre o homem e o meio ambiente, e alm da melhora na qualidade de vida.

    A substituio da vegetao por construes muito presente em nossa realidade, modificao que leva a problemas como a formao de ilhas de calor nas cidades e aumento da poluio do ar (Matos & Queiroz, 2009). As reas verdes nos centros urbanos, seja particular ou no ambiente pblico, proporcionam benefcios elevando o bem estar psicolgico com o contato com a natureza, embelezando e proporcionando sombra, preservando a fauna, diminuindo a temperatura do ambiente, melhora a qualidade do ar e ameniza a

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    poluio sonora (Pivetta & Silva Filho, 2002), e ainda pode fornecer alimento para as pessoas e fauna.

    A arborizao engloba elementos vegetais, como rvores, arbustos e arbreas, no contexto urbano (Grey & Deneke, 1978), e uma grande aliada do meio ambiente, porem enfrenta situaes que comprometem o desenvolvimento das espcies tendo em mente que ela realizada aps o trmino das obras civis, problemas como as ruins condies do solo, tamanho das covas, reas livres para infiltrao da gua e nutrientes, tutoramento e podas (Santos & Teixeira, 2001).

    Na empresa Jardins e Afins so desenvolvidos projetos de paisagismo residencial e comercial, de interior, e tambm trabalhos que englobam o planejamento de ruas e praas, incluindo a arborizao urbana, entendendo sua importncia para o desenvolvimento de uma cidade.

    6.1. MEMORIAL BOTNICO Em trabalhos na rea do paisagismo muito importante a combinao de

    espcies vegetais, aliando forraes, arbustos, herbceas e arbreas, compondo uma paisagem harmoniosa e atrativa para os seres humanos e a fauna local. Muitos locais funcionam como ambientes de relaxamento e reflexo, um local de tranquilidade para descarregar as energias, aumentando o bem estar do ser humano diminuindo o stress.

    Englobando mais de 450 variedades de plantas a equipe realiza as mais variadas combinaes de vegetao, mesclando tonalidades, formas e tamanhos que valorizam o ambiente proporcionando reas sombreadas com rvores, locais ideais para observar e ouvir pssaros, ambientes florferos, que com os mais variados aromas, chamam a ateno de todos no local, tudo com muito requinte e harmonia. Dentre as espcies utilizadas a sua maioria so florferas, h tambm frutferas e outras, como as bromlias, com diferentes tonalidades de verde. Algumas das espcies mais utilizadas so nativas do Brasil, como a Clsia (Clusia fluminensis), Lantana (Lantana cmara), Jabuticabeira (Myrciaria cauliflora), etc.

    Junto pasta em que o projeto entregue h uma prancha (Figura 2), onde so especificadas as espcies utilizadas, informando o nome popular e

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    cientifico da planta. Outras informaes so passadas com simbologia (Figura 3) detalhando a altura mxima, textura diferenciada na planta, floresce e frutifica, planta destaque, produz sombra ou som, possui odor e se atrai a fauna.

    Figura 2: A) Prancha do memorial botnico com identificao das espcies utilizadas no projeto. B) Espcie utilizada com informaes quanto a atrativos e morfologia.

    Figura 3. Simbologia especificando caractersticas das espcies. A) Exemplo de altura mxima. B) Presena de textura na planta. C) Florao. D)

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    Frutificao. E) Planta destaque. F) Planta que proporciona sombra. G) Planta que produz som. H) Exala odor. I) Atrai fauna.

    A escolha da espcie ocorre de acordo com o local, j que preciso adequar a planta com a indecncia de luz, solo e outros fatores climticos, como ventos, por exemplo, e com o desejo do cliente. A grama mais utilizada a grama-esmeralda (Zoysia japnica) por sua rusticidade, se adequando facilmente aos locais, resistncia ao pisoteio, formando um gramado denso de colorao verde intensa cultivada a pleno sol. Outra opo de grama utilizada a mini-grama-preta (Ophiopogon japonicus nana), que normalmente circunda canteiros, como bordadura, ou em locais onde no h trafego j que no suporta o pisoteio, pode tambm ser cultivada na sombra ou em pleno sol, com baixa manuteno por no precisar ser aparada.

    Em reas comerciais normalmente so utilizadas vegetaes que necessitam de pouca manuteno, principalmente com poda, e que formam um ciclo em que a cada poca do ano uma espcie esteja florindo. Algumas espcies muito utilizadas so as Bromlias (Aechmea sp), Podocarpo (Podocarpus macrophyllus 'Maki') e Agapanto (Agapanthus africanus). As praas seguem a mesma ideia, porm com a utilizao de mais espcies arbreas proporcionando maior conforto trmico.

    6.2. TABELA DE FLORAO Para maior compreenso por parte do cliente fornecido outro anexo que

    acompanha o projeto, a tabela de florao (Figura 4), onde consta a aparncia da planta no decorrer do ano, exemplificando o tipo de florao proporcionada pela planta.

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    Figura 4. Tabela de florao exemplificando a aparncia da planta no decorrer do ano.

    6.3. MANUAL DE MANUTENO O manual de manuteno o documento que consta os principais

    cuidados para o sucesso do jardim aps a implantao, nele esto informaes de adubao, poda e limpeza, tratamentos fitossanitrios e processos fisiolgicos de crescimento das plantas para facilitar o entendimento de evoluo do jardim.

    Este foi um dos principais pontos trabalhados durante o estgio, juntamente com a atualizao do memorial botnico, em que foi possvel trabalhar as informaes que constavam no manual de manuteno j utilizado pela empresa (Anexo 1).

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    7. PROJETOS ACOMPANHADOS

    O primeiro contato com o cliente normalmente uma visita no local para fazer o levantamento da rea em que ser realizado o projeto e uma conversa para entender qual o principal intuito do cliente com o projeto paisagstico. Compreendendo os requisitos do cliente feito um oramento base, que se for aceito inicia-se os trabalhos com algumas propostas para anlise do cliente.

    Dentre os intuitos buscados o principal o embelezamento e a privacidade proporcionada pela vegetao. Normalmente em residncias onde no se tem muros, como nos residenciais em Jurer Internacional, muito comum a utilizao de cercas vivas e rvores para proporcionar privacidade nos ambientes externos.

    Durante os dois meses de estgio foi possvel acompanhar o desenvolvimento de projetos residenciais e comerciais, os quais sero abordados a seguir.

    7.1. PROJETO RESIDENCIAL JURER INTERNACIONAL O projeto residencial precisa aliar todos os aspectos desejados pelo

    cliente com os pontos estruturais projetados pelo engenheiro, exigindo diversas visitas e reunies para o acerto das partes. O trabalho realizado em cima da planta baixa da obra, fazendo alinhamento e cotagem dos locais se necessrio, projetando toda a rea externa, desde piscinas, caladas, decks, playground, e tambm paredes verdes e skygarden.

    No trabalho feito em Jurer Internacional, que se encontrava em projeto executivo (PE), uma funcionalidade buscada com a vegetao era a privacidade, criando um ambiente mais particular contra a viso da rua e do vizinho. Para isso a paisagista Juliana Castro desenvolveu o projeto incluindo duas jabuticabeiras como ponto principal do projeto e outras vegetaes que compusessem bem o local junto rvore. Apesar do espao no ser muito amplo para alocar rvores de grande porte, o trabalho foi feito e incluindo outra espcie arbrea, a grumixama (Eugenia brasiliensis), dando ainda a opo de espcies como o podocarpo (Podocarpus macrophyllus 'Maki') e a palmeira carpentria (Carpentaria acuminata).

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    Normalmente rvores de grande porte no so encontradas nas redondezas da grande Florianpolis, o que eleva muito o preo devido ao transporte. As jabuticabeiras utilizadas neste trabalho foram trazidas de Corup/SC por caminhes, e foi necessria a utilizao de um guindaste e uma retro escavadeira (Figura 5) para a implantao das mesmas no local.

    Figura 5. A) Caminho com a Jabuticabeira de 9 metros. B) Guindaste transportando a rvore com o torro na raiz. C) Retro escavadeira ajudando no plantio da segunda jabuticabeira.

    O contato com o fornecedor feito pela scia Clarice, assim como toda a parte de oramento para os projetos e superviso da obra quando solicitada mo de obra do escritrio. Neste caso a compra foi efetuada para uma jabuticabeira de 6 metros de altura, mas foi enviada uma de 9 metros, o que dificultou a implantao, j que a copa da rvore era maior que o vo entre as casas, levando a uma poda de ltima hora exigindo muito cuidado para no bater contra a casa.

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    A prestao de servio utilizada para implantao dos projetos feita pelo terceirizado Tarcisio, presente na maioria das obras quando o contratante solicita a mo-de-obra do escritrio, o que nem sempre feito. Ele realiza todo o trabalho de plantio orientado pela Clarice. Toda planta possui sua peculiaridade, o que resulta em modos de plantio distintos. As rvores so curadas e trazidas com o torro e com a copa amarrada para evitar quebra de galhos. No momento do plantio feito uma cova maior que o torro para que seja adicionada uma poro de turfa para facilitar o desenvolvimento das razes e fornecer nutrientes.

    Este projeto ser finalizado no final de novembro ou incio de dezembro, por isso no foi possvel ver o resultado final, mas se pode ter uma ideia atravs da maquete eletrnica em 3D elaborada pela empresa (Figura 6).

    Figura 6. A) Perspectiva do jardim interno da residncia, faltando a incluso de 2 grumixamas. B) Foto da viso frontal da casa em maquete 3D.

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    7.2. PROJETO RESIDENCIAL NO BOSQUE DAS MANSES O projeto acompanhado no bosque das manses, So Jos/SC, possua

    rea de 2.127 m de paisagismo, o maior acompanhado, metragem dividida em jardim frontal, horta e pomar com ambiente para leitura, agrupando mais de 35 espcies de plantas no total. No pomar foram implantadas mais de 9 espcies frutferas, dentre elas abacateiro (Persea americana), goiabeira ( Psidium guajava) e pintangueira ( Eugenia uniflora), que atraem pssaros, e uma em especial que atrai muitos beija-flores, a grevilea ( Grevillea banski).

    Na entrada da residncia foram escolhidas espcies que intercalassem a florao, utilizando bela emilia (Plumbago capensis) e resed amarelo (Galphimia brasiliensis, que florescem o ano todo, lavanda (Lavandula angustiflia), agapantos (Agapantus africanus), russli (Russlia equisetiformis) e manac-da-serra (Tibouchina mutabilis), que florescem na primavera-vero.

    O oramento do nmero de plantas utilizado facilitado pelo programa Excel, com frmulas levando em conta o modo de obteno das mudas, se em caixa, unidade ou m, quantidade de mudas por m ou por buraco, e altura.

    Em projetos maiores como este so desenvolvidas maquetes em 3D com todas as dimenses respeitadas como no projeto para facilitar a visualizao, com auxlio do programa sketchup, e apresentao em powerpoint. Acompanha tambm uma prancha com a especificao dos locais de plantio com a espcie (Figura 7), poca de florao e frutificao, especificao de fauna atrada e, quando houver, funcionalidade proporcionada pela vegetao, como barreira para poluio do ar e sonora.

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    Figura 7. A) Prancha com especificao dos locais de plantio e espcies utilizadas. B) Foto da viso frontal da casa em maquete 3D. C) Especificao das vegetaes utilizada no jardim frontal da casa.

    Outro programa muito utilizado para especificao das espcies o Sistema AUE Paisagismo, ele fornece as especificaes botnicas com fotos ilustrativas (Figura 8), gerando memorial botnico e quantificao de plantas, porm estes dois ltimos no eram muito utilizados pelo escritrio.

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    Figura 8. A) Sistema AUE Paisagismo com as informaes morfolgicas e nome cientifico/populares. B) Espcie detalhada pelo programa no AutoCad.

    A presena de uma pedra natural neste projeto foi contornada com a construo de um gazebo em madeira vazada com uma trepadeira, como templo budista com um Buda em pedra, juntando os elementos pedra e gua.

    No plantio de rvores seguido um padro para facilitar a implantao, indicando a utilizao de um tutor, utilizado para sustentar mudar maiores que 50cm, de laos, em forma de 8 para firmar a muda ao tutor, e o tamanho da cova que varivel de acordo com o tamanho do torro da planta (Figura 9).

    A empresa fornece o oramento de todo o material utilizado no projeto, como madeira pra decks, revestimento para piscinas, luminrias, vasos, mobilirio, etc, com as especificaes e dimenses do produto e fornecedor, fazendo cortes nos projetos para detalhar a espessura e dimetro.

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    Figura 9. Manual de plantio utilizado para orientar no momento de transplante da muda.

    7.3. PROJETO PASSEIO PEDRA BRANCA O empreendimento Passeio Pedra Branca est localizado no bairro

    Pedra Branca, em Palhoa/SC, e uma inovao para o municpio. Com intuito de deixar a cidade mais viva e saudvel foi projetado um ambiente com muitas flores, ideal para um passeio a p, e com grande conscincia ecolgica, conhecida como a primeira rua compartilhada do pas. Uma rua compartilhada projetada para ser partilhado por ciclistas, pedestres e carros, uma rea segura, pois obriga o motorista a prestar mais ateno ao seu redor e dirigir com mais cautela, e mais agradvel para os pedestres (PALMER, 2012).

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    Nesta obra o principal ponto acompanhado foi a superviso final de implantao de algumas partes onde a rea estrutural j estava finalizada, como o plantio das rvores nas ruas e o paisagismo realizado em um prdio residencial do empreendimento. Este acompanhamento foi muito proveitoso para ver quais so os principais detalhes que devem ser observados para que o resultado final seja igual o projetado.

    A arborizao urbana das vias dessa rea foi um ponto muito forte realizado pela empresa Jardins e Afins, trazendo um ambiente acolhedor e termicamente agradvel para os pedestres, com espcies nativas como a sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) e o ip-rosa (Tabebuia avellanedae), que alm de sua funo ambiental, aumentando a permeabilidade do solo e melhorando o ar, possuem uma exuberante florao como demostrada na propaganda ilustrativa (Figura 10).

    Figura 10. Perspectiva final do Passeio Pedra Branca com Ips-rosa e roxo. Fonte: passeiopedrabranca.com.br

    No vo central, rea de convivncia do prdio residencial finalizado, foram implantadas floreiras retangulares, que tambm serviam de banco, e alocadas jabuticabeiras com acabamento de grama-esmeralda, e em outros locais ips(Figura 11). Os detalhes como luminrias, corrimos, playground, so projetados em cores neutras, normalmente pretas, para valorizar a vegetao. Alm da vegetao no projeto eram contemplados uma piscina de borda infinita e um espelho dgua, valorizando o ambiente.

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    Figura 11. Vo central do prdio residencial com floreiras retangulares com jabuticabeiras, playground ao fundo, piscina de borda infinita no centro da rea de convivncia, espelho dagua na entrada principal, demais plantas compondo o paisagismo e muda de ip do canto esquerdo.

    A falta de substrato para nivelar o canteiro junto ao suporte da luminria, a falta de casca de pinus cobrindo o solo sob algumas espcies, mudas mortas e muito pequenas (Figura 12) foram detalhes que mais chamaram ateno na obra e sero levados ao cliente.

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    Figura 12. A) Falta de substrato deixando amostra o suporte da luminria. B) Falta de casca de pinus deixando o substrato a mostra. C) Morte de mudas. D) Mudas muito pequenas de begnia no chegando ao aspecto desejado.

    7.4. PAISAGISMO BEIRAMAR SHOPPING O paisagismo do Shopping Beiramar, Florianplis/SC, realizado

    desde 2007 pela empresa, ano em que eles optaram por uma mudana e adicionaram mais vegetao buscando ambientes tipo loungs, locais para sentar e conversar, modernizando de acordo com a demanda do pblico e porque era algo que estava sendo muito utilizado. O shopping possui diferentes ambientes, distintos termicamente, com maior incidncia de luminosidade, frequncia de ventos, e de acordo com isso so feitas as escolhas das plantas.

    As flores normalmente so colocadas nos locais de maior transito de pessoas e para dar as ' boas vindas' aos clientes, o shopping tem a preferncia por flores que duram mais, diminuindo a frequncia de troca e o gasto. As espcies mais utilizadas so a kalanchoe (Kalanchoe blossfeldiana) e as orqudeas (Phalaenopsis sp.), pois ambas duram cerca de 60 dias. Normalmente as flores so colocadas na praa de alimentao e entrada, posteriormente remanejadas para outra parte do shopping e no final da florao

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    so colocadas na entrada do estacionamento, aps isso podem ser levadas para casa pelos funcionrios.

    As espcies utilizadas devem objetivar apenas o embelezamento, evitando odores e fatos como o causado pela utilizao de liriope ( Liriope muscari), que estava nas bancadas da praa de alimentao e caam por cima da mesas. As flores que se encontram em cacheps (Figura 13) esto em vasos, as que esto nos canteiros so plantadas, sempre com o substrato recoberto por casca de pinus. As orqudeas, normalmente trazidas de Holambra/SP, ficam majoritariamente nas principais entradas.

    As folhagens tambm revezam de lugar, comeando no vo central, realocadas para o ltimo andar ou, quando requerem mais luminosidades j que grande parte da estrutura externa de vidro, vo para periferia da parte interna do shopping, e por fim levadas tambm para a entrada do estacionamento. H espcies que permanecem por muito tempo exuberantes (Figura 13), como a zmia (Zamioculcas zamiifolia), e a aglaonema (Aglaonema crispum), chegando a permanecer por mais de 2 anos como parte do paisagismo interno.

    Dentre as espcies utilizadas podemos citar ainda a Dracena indivisa, Anthurium andraeanum 'Alba', Sansevieira sp., Clusia fluminensis, etc, que compem a parte interna. Plantas nas passagens, ao lado de bancos, sada de escada rolante e entradas acabam sendo vtimas de puxadas e cortes por conta das pessoas que passam e por vezes a troca das vegetaes feita por causa destes danos e de acordo com a necessidade, estando em bom estado normalmente so apenas trocadas de lugar. H plantas que sofrem com o calor (Figura 13), pois h uma grande incidncia de luminosidade em alguns pontos, e a transpirao no vencida pela absoro de gua pelas razes.

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    Figura 13. A) Liriope utilizado na bancada da praa de alimentao caindo sobre a banca onde pessoas realizam as refeies. B) Orqudea em vasos coberta com casca de pinus alocadas nos cacheps. C) Xanad murcho devido a alta luminosidade. D) Zmia muito utilizada em cacheps.

    As visitas realizadas para avaliao das plantas feita quase semanalmente, orientando os dois funcionrios responsveis pela manuteno, rega e limpeza, tanto da parte interna como da parte externa. A troca de plantas feita durante a madrugada e finalizada antes das 10 horas da manh, momento que em o shopping aberto.

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    A parte externa composta principalmente por grama-amendoim (Arachis repens), clusia (Clusia fluminensis), liriope (Liriope muscari), agave (Agave angustifolia Haw), dracena (Dracena reflexa), pitosporum (Pittosporum tobira 'nana') e bulbine (Bulbine frutescens), a nica com florao ornamental. Nesta rea a manuteno mais difcil principalmente pelo transito de pessoas e por elas sentarem nos canteiros, danificando as plantas. As plantas normalmente so adquiridas da empresa Planta Flor ou so feitos oramentos para encontrar opes de custo mais baixo.

    7.5. MANUAL MANUTENO HORTA ORGNICA

    O Centro Comunitrio da Lagoa da Conceio solicitou a revitalizao de uma rea onde tambm seria implantada uma horta para a comunidade, o projeto estava em iniciao e foi possvel auxiliar na elaborao do manual de manuteno da horta (anexo 2).

    Neste projeto est planejada a reabilitao do local transformando-o em um ambiente para o convvio familiar, com o planejamento de caladas para melhor atender requisitos de acessibilidade e academias ao ar livre, tornando um ambiente melhor para a utilizao da comunidade.

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    8. CONSIDERAES FINAIS No decorrer dos dois meses de estgio realizado foi possvel entender a

    dinmica desenvolvida na elaborao de projetos paisagsticos, compreendendo que para um bom projeto preciso ir alm do conhecimento das espcies de plantas, necessrio saber integrar elementos orgnicos com construes civis sem que um interfira no sucesso do outro.

    A paisagem, em cada lugar, possui qualidades que devem ser de cunho ambiental, proporcionando a sobrevivncia dos seres nela existente, funcional, melhorando a qualidade de vida destes, e esttica, um valor social, por isso a criao paisagstica algo composto de pontos distintos mas que devem andar juntos para um bom resultado. Alm destes aspectos, o paisagismo envolve tambm os sentidos humanos, o olfato, viso, audio, paladar e o tato, chamando a ateno de uma maneira ou outra, mesmo que involuntariamente.

    O campo de trabalho do paisagista pode ainda ser muito explorado, abrir um horizonte que possa fornecer muito mais do que o embelezamento, unir caractersticas que tragam maiores benefcios para a cidade e pessoas, espcies que forneam alimento, sejam mais impactantes na despoluio do ambiente urbano, variedades que possam, alm de criar um ambiente agradvel, fornecer benefcios como remdios naturais, que atraiam a fauna para o controle de insetos indesejveis, como a citronela que repele mosquitos dentre eles o Aedes aegypti, transmissor da dengue.

    A satisfao do cliente a principal propaganda que pode ser feita, atravs dela o trabalho passa a ser respeitado e valorizado, uma porta para a entrada de muitos outros negcios e reas ainda no trabalhadas. O aperfeioamento algo constante, com a equipe foi possvel ver como o bom relacionamento no ambiente de trabalho faz com que tudo se torne melhor e mais gil, a ajuda mutua entre os integrantes sem sobrecargas faz com que o trabalho seja feito com mais vontade e exatido.

    A organizao no ambiente de trabalho um ponto fundamental para o sucesso, a conscincia dos integrantes na questo da responsabilidade com os projetos comandados leva a seriedade indispensvel para o sucesso. O profissional, seja na rea de arquitetura ou de agronomia, est sempre em aperfeioamento, o acmulo de conhecimento constante. A empresa Jardins

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    e Afins foi um timo exemplo de comprometimento e de aperfeioamento com as constantes reunies de projetos, sempre abertos a novos pontos de vista, onde todo membro da equipe tinha liberdade para opinar e tentar melhor o trabalho.

    A administrao de um negcio prprio possui muitas particularidades, no desenvolvimento de projetos paisagsticos, o tempo um grande elemento, h muito projetos que levam anos para ser finalizados, o que demanda de uma boa organizao administrativa para pagar os funcionrios mensalmente sendo que a empresa pode no receber pagamentos todos os meses do ano.

    Mesmo o curso de Agronomia englobar parte do ramo do paisagismo o aprofundamento na rea se faz muito necessrio, curso especializantes que aperfeioem ideias e tcnicas, desenvolvimento de outras maneiras de formar ambientes agradveis e inovadores e o conhecimento de novas variedades de plantas de grande importncia para o sucesso do profissional desta rea.

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    9. REFERNCIAS FRAGA, F.; BONELLI, A.; GODIM, A.; GODIM, P.; LAGE, M.; TAVARES, K.; TEIXEIRA, G.; JARDIM DE OPORTUNIDADES. Revista SEBRAE de Agronegcios. n.1. outubro, 2005.

    GREY, G. W., DENEKE, F. J.; Urban Forestry. New York, 1978. 279p.

    IUCH, V.L.; LOPES, L.C. Crescimento de Rainha-do-Abismo Sinningia leucotricha (Hoehne) Moore Gesneriaceae em resposta nutrio; Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v;3, n.1, p.53-57, 1997.

    LIVRAMENTO, G.; ZOLDAN, S.R.; Plantas nativas do planalto catarinense com potencial ornamental resultados preliminares. Florianpolis: Epagri Documento 227, 23p, 2006.

    MACEDO, S. S.; Quadro do Paisagismo no Brasil. So Paulo, 144p, Coleo Guap, V1, 1999.

    MATOS, E., QUEIROZ, L. P.; rvores para cidades. Salvador: Ministrio Pblico da Bahia. Solisuna, 2009. 340p.

    PALMER, A.; Crowd dynamics Wlak this way. Artigo publicado The Economist, Londres, 2012. Disponvel em : http://www.economist.com/blogs/babbage/2012/01/crowd-dynamics, 2012.

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    TABACOW, J.; ROBERTO BURLE MARX ARTE & PAISAGEM. 2. ed. rev. e ampl., So Paulo: Studio Novel, 2004.

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    WENDLING, Ivar; FERRARI, Mrcio Pinheiro; GROSSI, Fernando. Documentos 79: Produo de Mudas de Espcies Lenhosas. EMBRAPA, Colombo, 2006.

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    10. ANEXOS

    Anexo 1

    Manual de Manuteno de Jardim Cliente: Cliente

    Assim como ns, para um bom desenvolvimento e plenitude fsica, as plantas precisam comer, beber e tratar de suas doenas ...

    Cuidados necessrios para manuteno do jardim...

    Logo aps o plantio:

    So necessrios cuidados para a manuteno de um jardim saudvel, alguns so dirios, como as regas, e outros eventuais, como a adubao e a poda. Logo aps o plantio os cuidados dirios so mais intensos, uma vez que a vegetao ainda est em fase de adaptao s novas condies.

    muito importante que no primeiro ms aps o plantio os cuidados sejam realizados criteriosamente, pois disto depender o sucesso no desenvolvimento das plantas.

    Durante os 30 primeiros dias aps o plantio todas as plantas devem ser bem regadas, pelo menos, uma vez por dia, sendo que quanto maior a incidncia de sol maior a demanda de gua pela planta. As regas devem ser feitas preferencialmente antes das 9h da manh ou aps as 5h da tarde, pois alem de ser melhor para a planta evita o desperdcio de gua. Se no for possvel

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    molhar as plantas nos horrios recomendados, molhe em qualquer horrio, mais importante prevenir a desidratao.

    Plantas de grande porte como rvores e palmeiras devem ser molhadas por mais tempo. Deixe que estas fiquem encharcadas.

    Todo mato que nascer deve ser retirado. As plantas daninhas tm enraizamento e crescimento muito acelerado, quase sempre mais do que as mudas colocadas recentemente, por isso invadem facilmente os canteiros e iro competir com suas novas plantas por nutrientes, levando h um desenvolvimento lento de seu jardim e a uma necessidade de adubao mais antecipada que o normal. Uma prtica que evita o crescimento destas plantas invasoras a utilizao de uma manta permevel como, por exemplo, o bedim, ou mesmo cascas de pinus ou cascalho, permitindo que a gua infiltre no solo, a passagem de ar e evita o desenvolvimento das daninhas, converse com seu jardineiro ou com quem est executando sua obra sobre esta opo.

    Cuidados para sempre...

    Quando plantamos um jardim usamos plantas jovens e sadias, que no futuro chegaro ao seu auge. Quanto mais tempo passar mais belo estar seu jardim se for bem mantido, a falta de algum cuidado pode levar a desidratao e facilita o aparecimento de doenas. Sendo assim para orientar melhor o trabalho de manuteno dividimos os cuidados por categoria:

    Regas: Para entender a necessidade e importncia da rega antes de tudo preciso entender o mecanismo de desenvolvimento das plantas. O processo de crescimento de uma planta decorrente da passagem de nutrientes pelo seu interior, os quais so absorvidos pelas razes juntamente com a gua, e pela fotossntese que acontece principalmente nas folhas. Esta gua absorvida pelas razes chega at as folhas, participam dos processos de fotossntese e termina por sair em forma de vapor dgua, dita transpirao. Sendo assim, quanto mais quente estiver o clima maior a transpirao da planta e maior a

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    demanda de gua. Uma boa dica para saber a real necessidade da rega observar se o solo ao redor da planta est seco, se estiver porque a rega se faz necessria.

    Vero: Nesta poca as plantas esto em pleno crescimento e o clima est mais quente, portanto h uma maior demanda de gua e preciso cuidar para que tenham nutrientes e gua suficientes para seu desenvolvimento. As regas devem ser feitas com freqncia (trs vezes na semana ou todos os dias, variando conforme a necessidade da planta ou a temperatura do perodo) a no ser nos dias de chuva. O melhor que aconteam no incio da manh ou no final da tarde, mas se no for possvel lembre-se que sempre melhor regar, seja qual for o horrio, do que deix-las secar. O problema da rega nos horrios mais quentes do dia que a gua evapora rapidamente, assim h gua disponvel por menos tempo para as plantas do que se fossem regadas em horrios de temperatura mais amenos, podendo ser necessria mais de uma rega no dia.

    Outono: Esta a poca em que as plantas comeam a entrar em repouso, seu metabolismo se torna mais lento, diminuindo a velocidade de crescimento e o consumo gua e nutrientes, por isso as regas podem ser reduzidas para 2 ou 1 vez por semana, priorizando a rega em dias ensolarados.

    Inverno: No inverno a maioria das plantas est em repouso, sujeitas a baixas temperaturas e intempries, por isso no precisam tanto de gua. Regue somente as plantas que no estejam sob ao de chuvas. importante observar que acontecem perodos de seca no inverno, que castigam a vegetao, e dias ensolarados, nestas situaes regar necessrio.

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    Primavera: Neste perodo as plantas voltam a sua atividade plena. a poca em que o jardim estar mais vioso, pois no sofre com o calor excessivo do vero e nem com o frio do inverno. Normalmente este o perodo em que as plantas florescem e esse evento decorrente de um grande gasto de energia e utilizao de suas reservas, portanto importante que estas estejam bem nutridas, para uma florao exuberante, sendo feita adubao caso necessria. A irrigao pode ser feita de 2 a 3 vezes por semana, dependendo do clima, lembrando que quanto mais seco e menos chuva maior a demanda de gua.

    Limpeza: Para um jardim exuberante a limpeza dos canteiros fundamental. Alm da necessidade de retirada das ervas daninhas, e das sujeiras trazidas pelo vento, a limpeza das plantas, retirada das folhas velhas, essencial para seu desenvolvimento, pois valoriza sua aparncia, dando fora para que ela emita folhas novas e fique mais vigorosa, alm do que o acumulo de sujeira e folhas velhas facilita o desenvolvimento de doenas que posteriormente podem ser irrecuperveis. No h poca nem momento para fazer a limpeza, porm, como os vegetais crescem mais rapidamente no vero, inevitvel a limpeza neste perodo, este ato faz com que seu jardim tenha aparncia de mais cuidado e diminui gastos com adubao e tratamentos fitossanitrios. Use sempre ferramentas bem afiadas.

    Tratamento Fitossanitrio: As plantas podem ser afetadas por vrias doenas, algumas provocadas por insetos e outras por microorganismos (fungos, vrus, nematides e bactrias). Podemos curar e prevenir estes problemas. importante saber que o ataque de pragas as plantas decorrente de algum desregulamento por parte da planta, podendo ser por falta de nutriente. Seu quintal um ecossistema complexo, normal o ataque de pequenos insetos sem que haja a necessidade de seu controle pois isso ocorrer naturalmente, a principal preveno manter sua planta sadia.

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    Tratamento de Pragas (insetos): Preventivo: Para preveno pode ser aplicado com pulverizador leo mineral, comercialmente conhecido como Brilha Folhas, diludo em gua e conforme a instruo do fabricante do produto comprado. O leo mineral alm de repelir os insetos vai dar um aspecto brilhante e saudvel s plantas. Esta aplicao poder ser feita uma vez ao ms. Se voc no achar necessrio fazer as aplicaes preventivas com tanta freqncia, pode faz-las no incio e no final do vero, evitando as horas mais quentes do dia e momentos com ventos.

    Contra mosquitos: Diluir uma colher de sopa de gua sanitria em 1 litro de gua limpa e regar as plantas que acumulam agua, como as bromlias, duas vezes por semana. Esse mesmo preparado pode servir para inibir a formao de criadouros nos vasos de flores, ou ento encher a vasilha que fica sob o vaso acumulando agua com areia at a borda.

    Cura: Buscando uma soluo menos nociva ao meio ambiente primeiramente preciso saber qual inseto esta se tornando uma praga, com essa informao a indicao de inseticida mais precisa, sempre usando inseticidas especficos para a espcie de inseto, evitando assim a morte de outros insetos que realizam o controle natural de pragas. Indicamos sempre a utilizao de inseticidas naturais como, por exemplo, o Combat (feito a partir de leo de citronela e o prprio leo mineral muito eficiente no extermnio de insetos com carapaa). Estes dois produtos funcionam no combate de vrios insetos, apenas em casos mais raros ser necessrio usar algo mais forte. Para que no seja preciso procure iniciar o tratamento o mais rpido possvel aps a deteco do problema.

    Tratamento de Microorganismos (fungos, vrus, nematides e bactrias): Preventivo:

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    Muitos fungos se instalam nas plantas por causa do excesso de gua, falta de sol ou clima muito mido e por falta de limpeza nos canteiros, portanto procure sempre no regar as plantas em excesso e no deixar que folhas velhas fiquem acumuladas aumentando a circulao de ar e diminuindo ambientes propcios para o desenvolvimento desses microorganismos.

    Cura: Alguns fungos podem ser eliminados apenas com a interrupo das regas e aumento da ventilao no local infectado, eliminando o ambiente mido que ideal para sua proliferao. A interrupo da rega nos meses de vero deve ser feito com cautela, j que a falta de gua tambm prejudicar a planta. Em alguns casos necessrio usar um fungicida, indicamos muitas vezes os a base cobre, mas melhor que a doena seja identificada com exatido para utilizar um fungicida especfico para a doena e assim utilizado em menores quantidades, causando menos contaminao, evitando sempre a aplicao nos horrios mais quentes do dia e com vento, caso seja imprescindvel aplique sempre a favor do vento para evitar que ele venha sobre voc (sempre leia as instrues de uso do produto).

    Adubao: A adubao um dos principais cuidados do jardim e indispensvel para o desenvolvimento das plantas mantendo-a vigorosa e bonita alm de aumentar sua resistncia contra pragas e doenas. Deve ser feita para incorporar os nutrientes do solo e corrigir seu pH. No momento do plantio a terra preparada e adequada vegetao que ser plantada. Com o passar de 6 meses necessrio adubar novamente. Outro procedimento importante a adio de calcrio no solo (calagem) a fim de deixar o pH neutro, facilitando a disponibilidade de nutrientes do solo, o desenvolvimento das plantas e diminuindo assim a perda de nutrientes (adubao) que so carregados pela gua. Essa adio de calcrio feito de acordo com o pH do solo, sendo ele abaixo de 7 um pH cido e acima de 7 como pH alcalino, o ideal em torno de pH 7, neutro. importante chegar a esse valor antes da implantao do seu jardim, converse com quem esta executando sobre este procedimento.

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    Formas de Adubar: Adubos Foliares: Muito prticos. Os adubos foliares so lquidos e absorvidos pelas plantas atravs de suas folhas. So aplicados com pulverizador, normalmente diludos em gua, e eficientes quando usados com freqncia, por isso indicamos que seja feita uma aplicao mensal evitando os horrios mais quentes do dia. Sugerimos Biofert Plus, Biofert Florao ou Harmonia das Cores. Devem ser diludos conforme a instruo do fabricante. Aplicao Mensal

    Adubos Qumicos em Grnulos: O mais conhecido dos adubos granulados o NPK nas concentraes 10:10:10 e 4:14:8. Estes fertilizantes so compostos de Nitrognio, responsvel principalmente por novas brotaes e colorao verde as folhas, Fsforo, estimula o desenvolvimento das razes e o florescimento, e Potssio, reduz a perda dgua dando maior vigor e resistncia s doenas, podendo ser acompanhados ou no de micronutrientes. A maior parte das marcas disponveis no mercado tem ao imediata e pouco duradoura, pois no interferem na estrutura do solo como os adubos orgnicos. preciso ter cuidado na dosagem para que no ocorra estresse ou morte da planta, pois altas concentraes de adubos podem queimar as razes. So recomendados por sua eficcia instantnea, sendo mais facilmente absorvidos pelas plantas, e facilidade de aplicao.

    Existem adubos granulados de liberao lenta, ou seja, que iro liberar os nutrientes lentamente conforme a necessidade da planta. Alguns tm durao de at 14 meses. Estes produtos so bastante indicados, pois seu resultado surpreendente. Podem ser aplicados 3 vezes ao ano para reforar a adubao orgnica. Sempre regue bem aps aplicao de qualquer adubo. Aplicao a cada 4 meses

    Adubos Orgnicos:

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    Os adubos orgnicos so volumosos e devem ser incorporados terra. Sua aplicao necessria pois renovam o jardim, por aerar a terra, corrigir a acidez, repem os nutrientes e fornecem micronutrientes pro organismos do solo. Indicamos a reposio de adubos orgnicos a cada 4 meses em uma manuteno nica. Sugerimos o uso de turfa frtil (Garden Plus nas reas de canteiro e Green nas reas de gramado) na concentrao de 1 saco de 100L para cada 10m2 de jardim. Nos canteiros a turfa deve ser misturada terra e no apenas espalhada por cima (neste momento pode ser misturados tambm o adubo granulado de liberao lenta). O trabalho de misturar vai revolver a terra deixando-a mais fofa e aerada. Aplicao a cada 4 meses

    Poda e Replantio:

    Poda de Manuteno Podas de manuteno servem para deixar uma planta que j est com o aspecto desejado padronizada, mantendo o formato do jardim. Por exemplo, os Buxus que esto em forma de bola devem ser podados sempre que seus ramos crescerem. Esta poda dever ser feita periodicamente, sempre que as plantas comearem a se desconfigurar, eliminando tambm ramos mortos e galhos secos.

    Em rvores a poda de galhos novos, de at 5 cm de dimetro, pode ser feita atravs de dois cortes, como mostrado na figura 1, j em galhos com mais de 5 cm de dimetro indicado o mtodo de 3 cortes, sendo o primeiro feito na parte inferior do galho a uma distncia equivalente ao dimetro do galho (mnimo 30 cm), e com profundidade de 1/3 do dimetro do galho, o segundo feito na parte superior a uma distncia de 3cm acima do corte inferior e o terceiro para eliminar o toco remanescente para evitar um crescimento de galhos desordenados nessa regio. Essa poda resulta em uma entrada para doenas, por isso importante passar uma pasta cicatrizante para evitar a

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    entrada de patgenos(doenas) a qual pode ser encontrada em agropecurias ou floriculturas.

    Figura 1. Figura 2.

    Use sempre ferramentas bem afiadas para evitar mastigar as partes da planta a serem podadas e nunca reutilize a ferramenta usada na pode de uma planta doente para podar uma planta sadia antes de limpa-la, preferencialmente com lcool.

    Plantas que precisam deste cuidado: (Alguns exemplos de plantas que necessitam destes cuidados)

    Arachis repens (pode precisar) Buxus sempervirens Pittosporum tobira Pittosporum tobira nana Podocarpus Macrophyllus Maki Thunbergia erecta Zoysia japnica Arvores em geral

    Poda de Formao Podas de formao objetivam orientar o crescimento dos ramos podendo mudar drasticamente a forma de uma planta ou para a renovao de seus ramos por motivo de doena ou incentivo ao crescimento. Fazemos esta poda em espcies frutferas, como videira e p-de-maracuj, e ainda quando uma

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    planta est ficando galhuda, sem folhagem nos ramos baixos, buscando aumentar a incidncia solar na planta, diminuindo chance de desenvolvimento de doenas, e orientando o crescimento da planta conforme o desejado. As cercas vivas tambm podem precisar deste tipo de poda, alm das podas de manuteno. Esta poda deve ser feita nos meses de inverno, somente uma vez ao ano. De preferncia deve ser escolhido um dia bem frio. As plantas que florescem ou frutificam no inverno devem ser podadas apenas aps o trmino das frutas ou flores. Este cuidado deve ser executado com cautela por uma pessoa experiente.

    Plantas que precisam deste cuidado: (Alguns exemplos de plantas que necessitam destes cuidados)

    Aptenia cordifolia (se necessrio) Bambusa metake Bambusa gracilis (a cada dois anos, se necessrio) Buxus sepervirens Calanchoe (em maio) Clusia fluminensis Galphimia brasiliensis Gardenia jasminoides Hydrangea macrophylla Ixora coccnea Maui amarela Ixora coccinea Maui vermelha Ixora macrothyrsa (se necessrio) Jasminum mesnyi (se necessrio) Lantana camara (poda anual, em maio, aps a 3 bifurcao) Murraya exotica Pennisetum setaceum (junho) Pittosporum tobira Pittosporum tobira nana Plectranthus Mona Laender

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    Plumbago capensis Podocarpus macrophyllus Maki Rhododendron simsii (a poda deve ser aps o trmino do florescimento que ocorre no inverno) Rosa aspirin Rosa satina Rosa wichuraiana Viburnum suspensum Vitis vinifera Wisteria floribunda

    Replantio Algumas plantas se reproduzem rapidamente atravs de brotaes laterais e o excesso de mudas acaba deixando os canteiros excessivamente cheios, prejudicando seu desenvolvimento e deixando uma aparncia de baguna. Neste caso preciso fazer o replantio do canteiro que consiste na retirada das plantas inteiras do solo (com as razes) e dividir as touceiras em mudas menores, deixando cada muda com aproximadamente 3 ramos. Aps feita a diviso as mudas podem ser replantadas em canteiros afofados e enriquecidos com adubo orgnico, lembrando de respeitar o espaamento para plantio indicado no memorial botnico e regar diariamente durante 1 ms como deve ser feito em todos os plantios recentes, se as razes estiverem muito grandes pode ser feito um corte deixando do mesmo tamanho da parte superior. H algumas plantas que so anuais, ou seja, completam seu ciclo de vida em um ano ou menos, sendo necessrio o replantio quando necessrio. A melhor poca para realizar este cuidado a primavera e o outono, quando no existe frio ou calor excessivo.

    Plantas que precisam deste cuidado: Replantio a cada estao: (Exemplo de planta que necessita deste cuidado) Petunia

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    Replantio: (Alguns exemplos de plantas que necessitam deste cuidados) Yucca filamentosa (aps a florao, reposicionar as mudas brotadas em volta das plantas mes) Neoregelia marmorata Bromlias em geral Phyllostachys pubescens (replantio ao tomar forma indesejada/ sem prazo)

    Replantio de 6 meses: (Alguns exemplos de plantas que necessitam deste cuidados) Mentha suaveolens, Thymus vulgaris,

    Replantio de 1 ano: (exemplo de planta que necessita deste cuidado) Salvia farinacea, (tem que ser refeito o canteiro com novas mudas)

    Replantio de 2 anos: (Alguns exemplos de plantas que necessitam deste cuidados) Aptenia cordifolia (se necessrio) Bulbine frutescens (se necessrio)* Callisia repens (obs.: talvez seja necessrio adquirir novas mudas) Chlorophytum comosum Variegatum Cyperus papyrus Epidendrum Cinnabarinum Lavandula angustifolia Osteospermum ecklonis (se necessrio)* Spathiphyllum wallisi (com a mesma planta, se necessrio) Tradescantia spathacea

    Replantio de 3 anos: (Alguns exemplos de plantas que necessitam deste cuidados) Aechmea gamosepala (se for necessrio)

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    Agave attenuata (se os caules estiverem muito altos, pode ser enterrado no nvel desejado) Peperomia variegata

    Replantio de 5 anos: (Alguns exemplos de plantas que necessitam deste cuidados) Aechmea blanchetiana Agapanthus africanus (somente se for necessrio) Alcantarea imperialis (aps a florao) Alpinia purpurata Arundina bambusifolia Cyperus althernifolius Dianella tasmanica Dietes iridioides Heliconia psittacorum (se necessrio) Heliconia rostrata Liriope muscari Liriope muscari variegata Neomarica caerulea Neomarica candida Neoregelia fireball Phormium tenax Strelitzia reginae

    Horta

    Deve ser adubada com freqncia, semanal ou mensalmente; com adubo orgnico.

    O replantio deve ser feito periodicamente, aproximadamente a cada 6 meses, buscando rotacionar as plantas, por exemplo onde foi plantado alface plantar cenoura, onde havia cenoura plantar brcolis e etc.

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    Observao: As demais vegetaes seguem as instrues bsicas de adubao, limpeza e irrigao, no havendo necessidade de replantio.

    Anexo 2

    CUIDADOS COM A HORTA

    No local onde sero plantadas as hortalias importante fazer canteiros, elevando a parte em linhas ou todo o canteiro, assim facilita o trabalho e deixa a terra mais fofa para o plantio melhorando o desenvolvimento das razes.

    REGAS A frequncia de regas vai de acordo com a cultura e devem ser feitas,

    preferencialmente, no inicio da manh ou no final da tarde, evitando os horrios mais quentes do dia, pois leva a uma maior perda de gua, e a noite porque favorece o aparecimento de doenas. Em dias muito quentes recomendado regar no inicio da manh e no fim da tarde, caso contrrio s uma rega o suficiente.

    A quantidade de gua o suficiente para encharcar os 30 primeiros cm de solo, j que as razes prevalecem nessa rea. Para saber se a rega se faz necessria pode-se revolver o solo e se a terra estiver seca preciso regar.

    LIMPEZA A retirada de outras plantas do canteiro fundamental para o sucesso da horta, elas disputam por nutrientes e gua no solo alm de ser fonte de contaminao de doenas. Pode se evitar o crescimento destas plantas mantendo uma palhada seca na horta, ao redor de todas as plantas, ajudando tambm a evitar a perda de gua do solo.

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    CONTROLE DE PRAGAS

    - Insetos A presena de insetos significa que o solo esta em equilbrio, eles so

    fundamentais no ecossistema do solo, quando algum se torna uma praga, ataca as plantas, sinal que a sua horta est desequilibrada. Alguns pontos para evitar o ataque:

    1. Examine se as plantas esto em condies adequadas para seu desenvolvimento, tornando o ambiente mais favorvel possvel para as plantas, boa iluminao, adubao e regas.

    2. Busque colocar plantas que so resistentes aos insetos que esto no local, por exemplo, se no local h muitas lagartas, evite plantar couve-manteiga que sempre atacada por lagartas.

    3. No matem os insetos que no esto atacando a planta e nem representam algum perigo s pessoas e animais. Esses insetos podem ser os predadores naturais dos insetos-praga. A joaninha, por exemplo, se alimenta de pulges, devendo ser mantidas.

    - Microorganismo (bactrias, fungos, vrus e nematides) Alguns dos cuidados com a horta podem estar levando ao aparecimento de doenas, como:

    1. Excesso de gua na rega - Causa excesso de umidade e apodrecimento da planta.

    2. M drenagem - Gera acmulo de gua na base da planta. 3. A doena est no ambiente - Impossibilita cultivar certas plantas em

    algumas regies. 4. Planta estressada - Luz, regas, ou podas inadequadas, e falta de

    nutrientes podem causar enfraquecimento das plantas e aparecimento de doenas.

    COMO EVITAR: 1. Regue corretamente - Nem regue nem muito mais, nem muito menos.

    Ao observar fungos na planta, reduza as regas.

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    2. Elimine as plantas e ramos doentes para evitar que a doena se espalhe ainda mais, corte os galhos e folhas doentes, ou arranque as plantas atingidas.

    3. Evite compactar a terra -Procure quebrar os torres da superfcie, adicionar matria orgnica ao solo, no jogar jatos fortes de gua no solo, manter o solo coberto com folhas, pedriscos, ou outros materiais.

    4. Adube corretamente as plantas - Com o suprimento total de nutrientes, a planta consegue se defender melhor de ataques de doenas.

    5. Evite plantas que tem problemas na sua regio - Plantas de clima quente, quando plantadas em clima frio, podem contrair mais doenas.

    CONTROLE DE DOENAS E PRAGAS Receita 1: Misture 1kg de folhas e talos de fumo picados + 50g de sabo em 15 litros de gua. Deixe repousar por 1 dia. Receita 2: Ferva 250g de fumo de corda + 30g de sabo em 4 litros de gua por meia hora. Coar e diluir 1 litro em 3 litros de gua com 1 colher de cal hidratada, aplicando em intervalo de 2 dias e aguardando, no mnimo, 12 horas para consumir as hortalias. Faa estas misturas na quantidade necessria para uso pois elas perdem as propriedades inseticidas 8 horas aps o preparo.

    Formigas: plantar hortel e salsa nas bordas evita o aparecimento de formigas, caso seja necessrio utilize uma mistura de 5 partes de gua com 1 parte de cndida e aplique diretamente no olho do formigueiro.

    Lagartas, percevejos e vaquinha: Pulverize as plantas atacadas com leo de Neem. Tabela 1. Plantas que ajudam no controle de doenas e insetos, quando mais variada sua horta mais equilibrada e protegida ela estar.

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    Fonte: Clube do Jardim

    SEMENTEIRA Algumas hortalias precisam ser germinadas antes de ir para os

    canteiros, para isso indicada a utilizao de uma sementeira onde sero germinadas as sementes e posteriormente transplantadas. As sementeiras so pequenas e exigem cuidados especiais como solo rico em nutrientes, peneirado livre de outras sementes e doenas, regas dirias abundantes e sol indireto.

    Um exemplo simples de sementeira a feita com caixote de madeira, utilizando aqueles caixotes usados para comercializar frutas no mercado, fechando as aberturas entre as taboas com madeira ou saco plstico, se usar sacos plstico fur-los para drenar a gua, coloque preferencialmente substratos ou solos livres de outras sementes e doenas, 30 cm de solo o suficiente, regue, coloque as sementes na quantidade proporcional para preencher seu canteiro e peneire um pouco de solo por cima, transplante quando as mudas atingirem cerca de 4 a 8 folhas.

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    Procure fazer o transplante das mudas em dias, ou horrios, no muito quentes, regando bem e rotacionando as plantas, por exemplo, onde foi plantado alface plantar repolho, onde foi plantado cenoura plantar alface, etc.

    ADUBAO ORGANICA A adubao deve ser feita antes do plantio, preferencialmente 20 dias

    antes e realizando regas dirias, e no decorrer dos meses para manuteno das plantas.

    No primeiro ano usar dois quilos de composto por metro quadrado de canteiro, repetindo-se o uso do composto em cada plantio, se no possuir composto adicionar um dos produtos indicados na Tabela 2. importante tambm fazer a correo do pH do solo, podendo ser adicionado um copo (200 ml) de calcrio dolomtico a cada 1 m do canteiro, misturando bem utilizando p ou enxada.

    Outra opo a adubao verde, que consiste no plantio de outras espcies junto sua horta, fornecendo nutrientes para suas hortalias, melhorando o solo trazendo nutrientes de parte mais profundas, eliminando nematoides que causam doenas, cobre o solo e incorpora nitrognio captado do ar. As plantas mais comuns utilizadas so: feijo-guandu, mucuna-preta, mucuna-an, feijo de porco, peurria e leucena, realizando seu corte quando necessrio e mantendo os resduos na prpria horta.

    Tabela 2. Produtos orgnicos indicados para adubao.

    Fonte: Clube do Jardim

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    POCA PARA PLANTIO/REPLANTIO E COLHEITA

    Tabela 3. pocas de plantio e especificaes de Hortalias.

    ESPCIE

    PLANTIO

    ESPAAMENTO EM cm

    DIAS DEGERMINAO

    COLHEITA

    Abboras* Ago a Dez 200x200 6 a 8 2 a 4 meses Agrio seco* Todo o ano 20x15 4 a6 3 cortes Aipo Fev a Jul 10x20 18 a 21 130 dias Alcachofra Ago a Out 100x100 15 a 20 20 a 36 meses Acelga* Fev a Nov 30x30 10 a 12 55 dias Alface Todo o ano 30x30 8 a 10 60 a 90 dias Alho por Abr a Jun 20x30 10 a 15 6 meses Almeiro Todo o ano 30x30 6 a 8 50 a 70 dias Berinjela Ago a Nov 60x50 10 a 15 90 dias Beterraba* Todo o ano 20x10 10 a 12 120 dias Brcolis Fev a Mai 40x50 8 a 10 80 dias Cebola Mar a Jun 25x25 5 a 7 150 dias Cebolinha* Todo o ano 25x25 10 a 15 60 dias Cenoura* Todo o ano 20x10 10 a 15 80 a 90 dias Chicria Todo o ano 30x25 6 a 8 60 dias Couve Todo o ano 50x40 6 a 8 90 dias Couve-flor Jan a Abr 80x60 5 a 8 80 a 90 dias Ervilha* Mar a Nov 50x50 10 a 15 75 dias Espinafre* Todo o ano 20x20 8 a 10 60 dias Fava Mar a Jun 40x15 10 a 12 85 dias Feijo vagem* Ago a Dez 30x40 6 a 8 60 dias Melo* Ago a Nov 150x100 4 a 6 90 dias Melancia* Ago a Dez 150x100 8 a 10 80 a 90 dias Mostarda Todo o ano 30x20 8 a 10 60 dias Nabo* Todo o ano 20x40 5 a 8 60 dias Pepino Ago a Dez 100x100 5 a 8 90 dias Pimento Ago a Dez 60x50 8 a 10 65 a 80 dias Quiabo* Ago a Dez 60x50 8 a 10 90 dias Rabanete* Todo o ano 10x30 4 a 6 25 a 30 dias Repolho Todo o ano 40x40 5 a 8 90 dias Rcula * Todo o ano 5x5 6 a 8 40 dias Salsa* Todo o ano 10x10 15 a 20 90 dias Tomate Ago a Nov 60x60 5 a 8 120 dias

    *= Hortalias que podem ser plantadas direto no canteiro atravs de sementes.

    COMPOSTEIRA A compostagem a transformao de matria orgnica em composto pela ao de microorganismos, sendo posteriormente utilizado em plantaes como adubo para as plantas sem necessitar de adubao qumica.

    Pode ser feito um buraco ou sobre o solo, fazendo uma proporo em que haja 25% de restos de comida e 75% de materiais secos, como papis,

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    papelo e palha, assim no h uma formao de uma massa compacta e mal cheirosa, permitindo a entrada de ar e microorganismos para realizar a decomposio. As camadas da composteira comeam com uma camada de material seco, uma de matria orgnica e uma de terra, e assim sucessivamente, colocando sempre no topo uma camada de material seco, regando com gua e cobrindo a composteira. Deixe assim por cerca de 15 dias, aps este tempo revire o material com uma p e repita esse procedimento revirando uma vez por semana, acrescentando gua sempre que estiver com uma aparncia seca.

    A decomposio do material vai depender da quantidade e tipo de resduos, e da quantidade de gua e microorganismos, normalmente leva cerca de dois meses para o resduo orgnico ficar com aspecto de solo frtil, quando esse momento chegar ele pode ser utilizado para o cultivo de suas hortalias.

    O que PODE ser colocado na Composteira: - frutas, legumes, verduras, gros e sementes; - saquinhos de ch, erva de chimarro, borra de caf e de cevada (com filtro); - sobras de alimentos cozidos ou estragados (sem exageros) e cascas de ovos; - palhas, folhas secas, serragem, gravetos, palitos de fsforo e dentais, podas de jardim; - papel toalha, guardanapos de papel, papel de po, papelo, embalagem de pizza e papel jornal.

    O que NO PODE ser colocado na Composteira: - carnes de qualquer espcie; - casca de limo; - laticnios, leos, gorduras; - papel higinico usado; - fezes de animais domsticos; - frutas ctricas em grande quantidade (laranja, mexerica, abacaxi, etc); - alimentos cozidos (em mais quantidade que os alimentos crus); - temperos em grande quantidade. Seguindo estas recomendaes evitado o mau cheiro.

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    Florianpolis2013Florianpolis SC20131. INTRODUO..............................................................................................92. DESCRIO DA EMPRESA......................................................................112.1. PRINCIPAL FORNECEDOR DE PLANTAS......................................133. OBJETIVOS................................................................................................164. EVOLUO DO COMRCIO DE PLANTAS ORNAMENTAIS NO BRASIL........................................................................................................165. PAISAGISMO BRASILEIRO.......................................................................176. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...............................................................187. PROJETOS ACOMPANHADOS ................................................................238. CONSIDERAES FINAIS........................................................................369. REFERNCIAS..........................................................................................3810. ANEXOS.....................................................................................................391. INTRODUO2. DESCRIO DA EMPRESACom projetos realizados como a revitalizao de uma das maiores praas da cidade de Florianpolis, com 13.000 m, a Praa Governador Celso Ramos, tendo como objetivo retomar um ambiente seguro para a populao e a legibilidade do local atraindo as pes...

    A empresa Jardins e Afins possui muitos projetos de praas pblicas e com isso h uma grande demanda de rvores j adultas que normalmente no so atendidas pela Plantaflor, por isso a empresa possui outros fornecedores para suprir esta demanda, norm...3. OBJETIVOS4. EVOLUO DO COMRCIO DE PLANTAS ORNAMENTAIS NO BRASIL5. PAISAGISMO BRASILEIRO6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS7. PROJETOS ACOMPANHADOS8. CONSIDERAES FINAIS9. REFERNCIAS10. ANEXOSAnexo 1