A falta de motricidade no ensino de Física

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Comunicação apresentada no I Congresso Internacional de Motricidade Humana, Almada, Portugal, 2001.

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A Falta de Motricidade no Ensino de Física

Renato P. dos Santos

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2.Motricidade e cognição

• Piaget: “todos os mecanismos cognitivos repousam na motricidade.”

• O sujeito toma contacto com o real através da acção. A inteligência desenvolve-se das acções motoras para as acções interiorizadas, isto é, as operações.

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3.Física espontânea

• Conceitos espontâneos sobre a «máquina do mundo»

• Permitem-nos deslocarmo-nos, mover objectos, utilizar ferramentas, praticar desportos

• Física do Senso Comum ou Física Intuitiva

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4.Física Intuitiva

• Porque é que as pedras caem? Porque são pesadas (graves).

• Senso comum: um pássaro não cai porque é leve, «Deus Nosso Senhor o fez assim para voar, senão não era pássaro»

• Espaço Ciência Viva: “o ar quente é mais leve”

• Diverge da Física ‘Oficial’ que se ‘aprende’ na escola

• Diverge dos nossos sentidos!

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5.Um problema cultural

• Como é possível o funcionamento de uma civilização técnico-científica nessas condições?

• Separação social: exclusão das funções criativas

• ‘Modo de emprego’ sob forma de processo ritual

• Desequilíbrio horizontal da cultura pessoal. Cultura é só Literatura, Artes Plásticas, História e Política…?

• 1840: Michael Faraday e as apresentações de Natal da Royal Institution em Londres

• Hoje: coluna de Saúde e Tecnologia no jornal

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6.Conceitos primitivos e derivados

• Piaget: conceitos primitivos na Física são compostos ou derivados na Epistemologia Genética e vice-versa

• Exemplo: peso e massa

• p=mg

• Peso: esforço para levantar um objecto do chão e carregá-lo ou para evitar de cair

• Massa: resistência intrínseca de um corpo à mudança de movimento

• Exemplo: velocidade, distância, tempo (ultrapassagem)

• Exemplo: acção, força, energia, trabalho

• Exemplo: inércia rotacional, momento angular, massa

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7.Realidade do ensino de Física

• Duas representações: formal e quantitativa × espontânea e qualitativa

• Permite aprovação em testes convencionais

• Laboratório sofisticado favorece clivagem

• Não bastam aulas expositivas, fórmulas e problemas esteriotipados

• Grande parte dos nossos alunos respondem no estágio concreto

• Apenas 25% de presença de conceitos Newtonianos

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8.O papel do experimento

• Dois tipos de actividade prática:

– Demonstração: exemplificação e ratificação

– Manipulação: verificação e investigação

• Podem tornar-se em meras formas de doutrinação!

• Experimentação como mera pausa na aula

• Roth: actividades centradas no aluno

• não basta mostrar que as concepções alternativas não correspondem à Natureza para conseguir-se a mudança conceptual

• Hake: situações do mundo real, sensações cinestésicas, conflito conceptual e diálogo socrático