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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TILARA MARIA SOUZA DE FREITAS A GINÁSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL, UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NATAL RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE - CCS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TILARA MARIA SOUZA DE FREITAS

A GINÁSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL, UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

NATAL – RN

2016

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TILARA MARIA SOUZA DE FREITAS

A GINÁSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL, UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Trabalho de conclusão de curso II apresentado à disciplina “Trabalho de Conclusão de Curso”, do Departamento de Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Educação Física. Orientadora: Profa. Esp. Mariana Reis Ferreira da Silva Menezes

Novembro/2016

NATAL – RN

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Freitas, Tilara Maria Souza de.

A ginástica nas aulas de Educação Física no ensino infantil, uma proposta de intervenção / Tilara Maria Souza de Freitas. - Natal, 2016.

47f.: il.

Orientador: Prof.ª Esp. Mariana Reis Ferreira da Silva Menezes.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) - Departamento de Educação Física. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Educação Física - Escola - TCC. 2. Educação Infantil - TCC. 3. Ginástica - TCC. I. Menezes, Mariana Reis Ferreira da Silva. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796

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TILARA MARIA SOUZA DE FREITAS

A GINÁSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL, UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.

Esta monografia foi apresentada como pré-requisito

obrigatório para a obtenção do título de licenciado em Educação Física, no Curso de Educação Física pela

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Profª. Esp. Mariana Reis Ferreira da Silva Menezes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_________________________________________

Profª. Esp. Mirella Nogueira Braga

Faculdade Natalense de Ensino e Cultura – FANEC

_________________________________________

Profª. Esp. Roberta Paula Lopes Dantas

Faculdade Natalense de Ensino e Cultura – FANEC

Natal, 30 de novembro de 2016.

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Dedico este trabalho a todos os meus familiares, em

especial meus pais e irmãos, Sandra, Jomar, Iago e

Leonardo. Pessoas que me motivaram e me apoiaram

em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me sustentou e me sustenta em todos

os momentos com seu amor incondicional juntamente com Maria Santíssima que me

amparou nos momentos mais difíceis dessa longa e árdua caminhada. Agradeço

também a minha família que nunca deixou de acreditar em mim e me apoiar em toda

e qualquer situação, pela educação que tive e pelos valores passados durante

minha criação, pautados no respeito, honestidade e humildade.

Aos meus pais, Sandra e Jomar, meu muito obrigado pela criação que se

esforçaram tanto para me proporcionar, sou o que sou hoje graças a ela. Obrigado

por sempre me mostrarem que o estudo é o caminho para o sucesso, por me fazer

correr atrás do meu sonho dando o amparo necessário. Ao meu irmão Iago,

agradeço por cada palavra de apoio, de conforto e de estímulo, o meu amor por

você é imensurável. Além de agradecer ao meu namorado Wesley, que se fez muito

importante nessa reta final, me ajudando e apoiando nesse momento tão importante.

Aos meus colegas de escola, Carol, Matheus, Renata, Emanuele, Carolina e

Camila, que mesmo não estando em contato diário, se fizeram presente durante

toda a minha formação acadêmica, me mostrando que a amizade vai além das

paredes da escola. Amo vocês.

Agradeço também as amizades que construí e fortaleci durante o curso, em

especial Nathália e Thaynara, nosso trio ternura marcou o departamento, agradeço a

vocês por todos os momentos vividos nesses últimos quatros anos, tantas angústias,

tristezas, alegrias e sorrisos, obrigada por cada momento, por cada aprendizado, por

cada ajuda, o curso não seria o mesmo sem vocês.

Aos professores por quais passei no curso meu muito obrigada pelos

ensinamentos que foram de suma importância na minha formação, Cida, Pádua,

Paulão, e em especial minha orientadora Mariana, com quem me identifiquei durante

a jornada e se prontificou a me ajudar nessa reta final, sendo muito importante

nesse momento.

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Por fim, mas não menos importante, agradeço ao Centro Municipal de

Educação Infantil – Nossa Senhora de Lourdes, por abrir as portas para que eu

pudesse realizar esse trabalho, em especial Marcia (diretora) e Adriana (professora),

que contribuíram bastante para o sucesso desde trabalho, ajudando a me formar

uma profissional melhor, obrigada por me acolherem como filha, vocês moram no

meu coração.

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A GINÁSTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL, UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

RESUMO

Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender como a Ginástica contribui

para o desenvolvimento das crianças que estão na Educação Infantil, e atrelados a esse

objetivo geral temos dois objetivos específicos que são: vivenciar as atividades de ginástica

na Educação Infantil e analisar como se dá o desenvolvimento dos alunos a partir das vivências realizadas. População e Amostra: A população desta pesquisa é constituída por

crianças regularmente matriculadas na Educação Básica da rede pública de ensino, da

cidade de Natal - Rio Grande do Norte, que estão cursando o Ensino Infantil do Centro

Municipal de Educação Infantil – Nossa Senhora de Lourdes. A amostra estudada foram

alunos de uma turma do nível II do Ensino Infantil, que possuem faixa etária entre 3 e 4 anos de idade. Métodos: O método de análise deste estudo se fez a partir da proposta de

sistematização de seis (6) aulas de Educação Física Escolar, na turma do nível II do ensino

infantil, utilizando a sistematização do conteúdo Ginástica. Nossa pesquisa foi organizada

em quatro capítulos. No primeiro, discutimos sobre os aspectos da Educação Infantil do

Brasil. No segundo capitulo dialogamos sobre a relação da Educação Física com o Ensino

Infantil. No terceiro capítulo abordamos a importância da Ginástica como conteúdo da

Educação Infantil. E no quarto, relatamos como se deu a intervenção e a evolução dos

alunos e os resultados obtidos. Resultados e Conclusões: procuramos responder os

objetivos deste trabalho além de reforçar a importância da Educação Física no Ensino

Infantil. Concluímos que é possível realizar aulas de Educação Física na educação infantil,

de acordo com os conteúdos e objetivos gerais e específicos da motricidade infantil, em

especial com o conteúdo ginástica, desenvolvendo integralmente as crianças.

Palavras chave: Educação Física escolar, Educação Infantil, Ginástica.

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GYMNASTICS IN THE LESSONS OF PHYSICAL EDUCATION IN CHILDREN'S EDUCATION, A PROPOSAL FOR INTERVENTION.

ABSTRACT

Objective: This research aims to understand how Gymnastics contributes to the

development of children who are in Early Childhood Education, and linked to this

general objective we have two specific objectives which are: to experience

gymnastics activities in Childhood Education; to analyze how development takes

place and analyze how is the development of students from the experiences made. Population and Sample: The population of this research is made up of children

regularly enrolled in Basic Education of the public school network, in the city of Natal

- Rio Grande do Norte, who are attending the Early Childhood Education of the

Centro Municipal de Educação Infantil – Nossa Senhora de Lourdes. The sample

studied was from students in a class level II of Kindergarten, who are aged between

3 and 4 years old. Method: The method of analysis of this study was made from the

proposal of systematization of six (6) Physical School Education lessons, in the level

II class of the infantile education, using the systematization of the Gymnastics

content. Our research was organized in four chapters. In the first one, we discussed

the aspects of Early Childhood Education in Brazil. In the second one, we discussed

the relationship of Physical Education with Teaching Children. In the third chapter,

we discuss the importance of gymnastics as content of Early Childhood Education.

And in the fourth chapter, we report how the intervention, the evolution of the students and the results obtained were given. Results and Conclusions: We

answer the objectives of this work and reinforce the importance of Physical

Education in Early Childhood Education. We conclude that it is possible to conduct

Physical Education classes in children's education, according to the contents and

general and specific goals of children's motricity, especially with gymnastics content,

fully developing children.

Key words: School Physical Education, Early Childhood Education, Gymnastics.

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LISTA DE FIGURAS

Figuras 1 e 2 – Roda inicial __________________________________ 27

Figuras 3 e 4 – Imitação de animais ___________________________

Figura 5 – Imitação de animais _______________________________

28

29

Figuras 6 – Desenvolvimento da aula __________________________ 30

Figura 7 – Desenvolvimento da aula ___________________________ 31

Figuras 8 e 9 – Primeiro contato com o movimento da estrelinha _____ 32

Figuras 10 e 11 – Primeiro contato com o movimento da estrelinha ___ 33

Figuras 12, 13, 14 e 15 – Realização do movimento completo _______ 34

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A – Plano de aula 01 _______________________________ 40

Apêndice B – Plano de aula 02 _______________________________ 42

Apêndice C – Plano de aula 03 _______________________________ 43

Apêndice D – Plano de aula 04 _____________________________ 44

Apêndice E – Plano de aula 05________________________________ 45

Apêndice F – Plano de aula 06 _______________________________ 46

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13

1.1 O Contexto do Estudo ............................................................................................ 13

1.2 Questão de Estudo ...................................................................................... 15

1.3 Objetivo do Estudo....................................................................................... 15

1.4 Justificativa................................................................................................... 15

1.5 Metodologia.................................................................................................. 16

CAPITULO II ASPECTOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ................................

18

CAPÍTULO III EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA ..........................................

22

CAPITULO IV A GINÁSTICA COMO CONTEÚDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...............

23

CAPITULO V A SISTEMATIZAÇÃO DAS AULAS

5.1 A Instituição de Ensino e sua Estrutura....................................................... 27

5.2 A Sistematização das Aulas ........................................................................ 28

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 37

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 38

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CAPITULO I - INTRODUÇÃO

1.1 – O Contexto do Estudo

Nos primeiros anos de vida de uma criança é importante garantir que ela

tenha o maior número de experiências corporais possíveis sendo estimulada a fazer

essa prática por profissionais qualificados que a desafiem, e o professor de

educação física é responsável por esse estímulo através de brincadeiras, jogos e

atividades lúdicas que colaborem para o desenvolvimento físico, motor e até social

das crianças.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases,

A Educação Infantil – primeira etapa da Educação Básica – tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seus seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social. (LDB, 9394/96).

Entendemos que a Educação Física é de grande importância para o

desenvolvimento integral das crianças, e necessita de profissionais qualificados para

que esse processo de ensino-aprendizado seja proveitoso para ambos. Aulas bem

planejadas e coerentes para cada idade é a principal forma de obter sucesso nesse

processo, porém a realidade da Educação Física na educação infantil é outra nos

dias de hoje. Uma vez que muitas escolas não possuem professores formados em

Educação Física para ministrar as aulas, o que acaba prejudicando as crianças,

pois, não recebem a orientação necessária para o seu desenvolvimento.

Está é uma realidade dos Centros Municipais de Educação Infantil, os

chamados CMEI, mais especificamente o CMEI – Nossa Senhora de Lourdes, onde

atende crianças de 0 à 04 anos de idade e não possui professor de Educação

Física. É nesta instituição que será realizada minha intervenção a fim de colaborar

para um maior desenvolvimento do repertório motor dos alunos.

O movimento propriamente dito é muitas vezes deixado de lado e substituído

por brinquedos como carrinhos, bonecas, brinquedos eletrônicos fazendo com o que

a criança não utilize os movimentos do seu corpo, ficando sempre dependente

dessas “atividades” que não colabora por completo no seu repertório motor e

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também não favorece suas habilidades motoras, que é muito importante no estágio

inicial da criança.

No CMEI – Nossa Senhora de Lourdes, as aulas de movimento são

ministradas pelas próprias pedagogas que mostram grande dificuldade no domínio

dos conteúdos da Educação Física e na elaboração de atividades o que acaba

tornando essas aulas repetitivas e pouco criativas quando na verdade existe uma

gama de conteúdos que podem ser trabalhados na educação infantil, o Referencia

Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) não especifica estes

conteúdos, mas deixa claro:

Os conteúdos deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade. Devem ser organizados num processo contínuo e integrado que envolve múltiplas experiências corporais, possíveis de serem realizadas pela criança sozinha ou em situações de interação. Os diferentes espaços e materiais, os diversos repertórios de cultura corporal expressos em brincadeiras, jogos, danças, atividades esportivas e outras práticas sociais são algumas das condições necessárias para que esse processo ocorra (BRASIL, 1998, P.28)

O que nos deixa com possibilidade de trabalhar diversos conteúdos, como por

exemplo, a ginástica, que aprimorará habilidades básicas como o correr, saltar e

rastejar, fazendo com que as crianças estejam em constante desafio e sempre em

desenvolvimento o que não ocorre quando estão submetidos a aulas não planejadas

e com conteúdos não apropriados.

Podendo afirmar assim, a importância do conteúdo e das aulas elaboradas

por professores da área, além de permitir que as crianças testem seus limites,

conheçam seus corpos e aprimorem suas habilidades e se expressem

corporalmente como afirma Sayão, 2002:

“A criança se expressa com seu corpo, através da linguagem corporal, e cada criança tem seu jeito de expressar essa linguagem de acordo com suas experiências do cotidiano. A criança utiliza seu corpo e o movimento como forma para interagir com outras crianças e com o meio, produzindo culturas. Essas culturas estão embasadas em valores como a ludicidade, a criatividade nas suas experiências de movimento”.

Compreendemos, portanto, a suma importância das aulas de movimento para

alunos da educação infantil para o seu desenvolvimento integral e a necessidade de

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professores qualificados para ministrar essas aulas além do conhecimento dos

conteúdos necessários a serem aplicados nesta faixa etária.

1.2 – Questão de Estudo

A importância das aulas de ginástica para o desenvolvimento motor das

crianças do ensino infantil? 1.3 – Objetivo do Estudo

Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo geral relatar a

experiência da sistematização de aulas de ginástica para o público alvo, bem como

mostrar os resultados obtidos com a intervenção, a fim de afirmar a importância da

Educação Física nos anos iniciais para o desenvolvimento das crianças.

Possibilitado assim, gerar maior debate, reflexões e questionamentos sobre

as aulas de Educação Física para os anos iniciais, contribuindo para a evolução da

nossa área.

Atrelados a esse objetivo geral, instituem-se alguns objetivos específicos, são

eles:

Vivenciar as atividades de ginástica na Educação Infantil.

Analisar como se dá o desenvolvimento dos alunos a partir das

vivências realizadas.

1.4 – Justificativa

Minha experiência durante a disciplina de Estágio Obrigatório II pode

comprovar a deficiência das crianças em seu repertório motor já reduzido, pela falta

de movimentos corporais e pelas atividades que eles estão acostumados a realizar,

muitas apenas realizam um alongamento, vão para o escorrego e para a cama elástica, sem orientação alguma e voltam para a sala de aula quando cansam.

Tive a oportunidade de aplicar uma sequência de aulas para os alunos do

nível II da instituição citada, no qual o conteúdo escolhido foi ‘ginástica e zoológico’

onde desenvolvi atividades que os ajudassem a aprimorar suas habilidades básicas,

como correr, saltar, rolar, movimentos básicos associados com os movimentos dos

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animais. Na sequência de três aulas, pude perceber uma enorme evolução das

crianças e observar também interesse e entusiasmo delas durante as aulas, já que

era algo novo, nunca vivenciado por eles, além da superação de seus limites e por se desafiarem também.

Levando em conta o trabalho já realizado, acredito que realizar uma

sistematização maior do conteúdo ginástica será uma boa alternativa para avaliar a evolução dos alunos nos âmbitos motor e social.

1.5 – Metodologia

Diante dos objetivos almejados nesse trabalho, de relatar a minha experiência

na aplicação das aulas, foi analisada a forma de pesquisa que mais se enquadrava

nessa proposta, constatando-se que a mesma compõe uma pesquisa qualitativa de

cunho descritivo.

A pesquisa qualitativa possui o ambiente natural como fonte direta dos dados

e o pesquisador como instrumento chave (Zanella, 2009), por isso permite o

entendimento da população a qual iremos trabalhar, não se submetendo a

contabilizar valores e provas concretas, mas sim evidenciar os motivos de

acontecimentos e preocupando-se com a realidade vivenciada por essa população a

ser estudada

Esse estudo segue na perspectiva da pesquisa descritiva, pois segundo

Zanella:

“Se preocupa com descrever os fenômenos por meio dos significados que o ambiente manifesta. Assim, os resultados são expressos na forma de transcrição de entrevistas, narrativas, declarações, fotografias, desenhos, documentos, diários pessoais, dentre outras formas de coleta de dados e informações. ” (2009, p.76)

Portanto, será exposto ao longo dessa pesquisa, um relato de experiência de

intervenção pedagógica, baseado em uma sistematização de seis aulas. A

população desse estudo é composta de alunos regularmente matriculados na

Educação Básica da rede pública de ensino no Centro Municipal de Educação

Infantil – CMEI – Nossa Senhora de Lourdes que está localizado no bairro de Mãe

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Luiza, zona leste da cidade de Natal/RN, na Rua João XXIII, e atende crianças da

Educação Infantil de 0 à 4 anos de idade. A amostra estudada foram alunos de uma

turma do nível II do Ensino Infantil, que possuem faixa etária entre 3 e 4 anos de

idade.

A avaliação doe estudo se deu sob a observação participante, isto é,

mediante as interações e participação dos alunos no decorrer do desenvolvimento

da sistematização das aulas de Educação Física. Bem como anotações no caderno

de campo, vídeos e fotos.

Nossa pesquisa está organizada em cinco capítulo onde no primeiro será a

introdução, contextualizando a pesquisa considerando a vivencia profissional da

pesquisadora bem como apresentando os aspectos metodológicos da pesquisa. No

segundo será abordado o contexto histórico da Educação Infantil. No terceiro a

importância das aulas de Educação Física na Educação Infantil. No quarto onde

será abordado a ginástica como conteúdo da educação infantil. No quinto onde será

relatado a nossa intervenção.

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CAPITULO II – ASPECTOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Este capítulo tem por responsabilidade abordar a introdução da Educação

Infantil na educação brasileira. A Educação Infantil começou a ser inserida na

educação brasileira nos anos 70, quando houve o aumento no número de fábricas

tendo as mulheres também como mão de obra e a partir dessa necessidade surgem

as creches com o intuito de apenas “cuidar” das crianças, como é expresso por

Alves (2011, p. 02), onde a mesma afirma que:

No final do século XIX, foram criados os primeiros “asilos”, as primeiras creches para os filhos das classes menos favorecidas, que funcionavam como “depósitos” de crianças para que as mães pudessem trabalhar. A origem das creches, relacionada com o trabalho feminino e preocupações sanitárias e filantrópicas, foi influenciada pela medicina e a assistência social, sendo o trabalho ali realizado voltado para questões de higiene, alimentação e cuidados físicos, sem investimentos nos aspectos pedagógicos.

Percebemos então que a escola para a criança não se incluía

verdadeiramente como escola, mas sim como um espaço que as mães deixavam

seus filhos menores para irem trabalhar.

Diferentes das creches, existiam também os ‘jardins de infância’, que eram

frequentados por crianças com poder aquisitivo maior do que os das crianças que

frequentavam as creches. Também se diferenciavam pelas ideias que seguiam cada

uma dessas instituições, onde nos jardins de infância prezavam pela autonomia das

crianças e também pela recreação das mesmas, isso é exposto por Alves (2011, p.

03), a mesma afirma que:

Já os “jardins de infância”, primeiros espaços escolares destinados às crianças pequenas de famílias mais abastadas, foram marcados pelas ideias de recreação e autonomia da criança. Concebiam a criança como uma sementinha e as professoras como “jardineiras”, responsáveis por cuidar e regar a “plantinha” para que seu potencial de desenvolvimento não fosse prejudicado.

Após os jardins de infância, surgiram as pré-escolas, onde as mesmas

possuíam outras ideias a seguir diferente das creches e dos jardins de infância, além

de alcançar outro público alvo, já que classes sócias distintas frequentavam o

ambiente.

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Com o passar dos anos, as características dessas instituições foram

mudando, os locais foram evoluindo, e realmente passaram a ter um papel

importante na educação das crianças. Essa mudança é notória quando Alves (2011,

p. 09) afirma que:

A Constituição Federal de 1988 representou para a educação infantil uma enorme abertura na política educacional do país ao considerá-la como direito da criança e da família e dever do Estado. A educação infantil, que antes tinha cunho assistencialista, no segmento creche, passou a figurar como um direito da criança.

Ao passar a ser direito da criança e deixar de ser apenas de caráter

assistencialista, as creches passaram finalmente a educar as crianças, passando a

educação infantil a ter influência da pedagogia ativista e do movimento

escolanovista. A partir disso, a Educação Infantil passa por outro momento

importante citado por Alves (2011, p. 10) “a LDB de 1996, em um capítulo próprio,

reconhece a educação infantil como uma etapa de significativa importância no

desenvolvimento humano”, entrando assim na constituição brasileira e tendo a

obrigatoriedade de professores qualificados para ministrar as aulas.

Como já foi abordado no inicio dessa pesquisa a Lei de Diretrizes e Bases,

LDB, assegura na sessão II, Art. 29º, Brasil (1996, p. 34) que:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

A LDB ainda afirma, na sessão II, Art. 30º, que a educação infantil se dá em “I

- creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II -

pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.” (BRASIL, 1996,

p.2034), entretanto com a nova alteração as crianças de seis (06) anos de idade

fazem parte do ensino fundamental.

Outros documentos que defendem a Educação Infantil foram criados, um

deles é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

documento que é a base da Educação Infantil e seus educadores, apontando seus

objetivos e metas para este nível de ensino, reforçando também a importância da

expressividade das crianças.

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No RCNEI, encontramos os objetivos definidos em termos de capacidades e

não de forma comportamental. Assim, defende-se a ideia de se trabalhar em termos

de capacidades e não de comportamentos esperados, pois as mudanças que podem

acontecer no comportamento da criança de um modo geral são inúmeras neste

período de vida.

Quando pensamos no movimento, esta questão é bastante significativa, pois

para que a criança tenha um bom desenvolvimento motor se faz necessária a

experiência do movimento, das descobertas corporais. A criança em movimento se

expressa, não somente demostrando suas habilidades motoras, mas, muitas vezes,

seus desejos, conquistas e dificuldades. Nesta direção, o RCNEI (BRASIL, 1998, p.

47) ressalta:

a definição dos objetivos em termos de capacidades – e não de comportamentos – visa a ampliar a possibilidade de concretização das intenções educativas, uma vez que as capacidades se expressam por meio de diversos comportamentos e as aprendizagens que convergem para ela podem ser de naturezas diversas. Ao estabelecer objetivos nesses termos, o professor amplia suas possibilidades de atendimento à diversidade apresentada pelas crianças, podendo considerar diferentes habilidades, interesses e maneiras de aprender no desenvolvimento de cada capacidade.

Em todos esses documentos fica clara a necessidade de desenvolver a

criança integralmente e como devemos compreender a aprendizagem das crianças

nessa faixa etária o que auxilia aos professores a deixar de lado a ideia de criança

que se tinha antigamente.

Com o passar dos anos, a sociedade passou a entender melhor essa fase de

infância, pois antigamente as crianças eram “pequenos adultos” não se ouvia sobre

crianças, seus sentimentos, suas necessidades, não entendia a criança como ser. O

sentimento de infância se caracteriza cada vez mais. Segundo Dias e Nóbrega

(2015, p. 9) “o lugar da criança em uma sociedade não é sempre o mesmo” a

criança está diretamente ligada a sociedade em que está presente.

Para os adultos que estão ligados diretamente ao desenvolvimento das

crianças, como é o caso dos professores da educação infantil, é muito importante

compreender a criança em sua totalidade, e entender também suas necessidades, e

seus limites.

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O aprendizado das crianças acontece através do seu corpo, é por ele que

eles se expressam, é dito por Dias e Nóbrega (2015, p. 63) “sou corpo, um corpo

que habita o espaço e o tempo e que realiza a existência através do movimento.

Nessa relação com o mundo, conheço: aprendo o mundo, percebendo os sentidos e

atribuindo significados”, entendemos então que o corpo não é só o físico, mas sim

algo extremante importante, cheio de expressão e significados.

Como foi já foi dito, o movimento corporal é de suma importância para o

desenvolvimento integral das crianças, pois é a partir desses movimentos que as

crianças vão se conhecer. Além de desenvolver outras habilidades, como aumentar

seu repertório motor, cognitivo e social, pois, ao realizar os movimentos as crianças

não estão utilizando apenas seu físico, mas também seu cognitivo, sua consciência,

suas estratégias para a realização do mesmo. Dias e Nóbrega (2015, p. 61) afirmam

que:

Todo o meu ser de relação se envolve nestes hábitos motores e através deles eu aprendo o mundo, vou reorganizando o meu esquema corporal, configurando a minha corporeidade.

Levando em consideração a citação acima, os professores que trabalham

com educação infantil são responsáveis por proporcionar as crianças dessa faixa

etária, o movimento, já que o mesmo é um local de aprendizado e deve levar as

crianças situações em que elas explorem o seu corpo e o seu cognitivo.

Dias (2012, p. 74) afirma que “quando é permitido à criança vivenciar suas

relações a partir do seu corpo, a sua percepção do mundo será mais rica e suas

aprendizagens ocorrerão com maior facilidade”, portanto, promover o conhecimento

através do movimento é bastante eficaz para as crianças.

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CAPÍTULO III - EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA

Como já falamos no capítulo anterior, o movimento é uma ferramenta

fundamental no aprendizado das crianças, mas, para realmente ser bem proveitoso

para as crianças é importante que aulas valorizem esse movimento, aulas coerentes

que auxiliem no seu desenvolvimento integral. Iremos compreender mais sobre a

relação da Educação Física com a Educação Infantil.

No início, a Educação Física teve as concepções higienista e militarista como

base, e ao longo dos anos essas concepções da Educação Física escolar foram

mudando, tendo outras visões de sua importância e atuação na escola,

principalmente a partir do movimento escolanovista. De acordo com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, no capítulo II, seção 1,

artigo 26º, número 3º, na Educação Básica:

A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos (BRASIL, 1998, p. 11).

Portanto, a educação física é de caráter obrigatório na educação básica e nas

escolas. Porém não existe essa obrigatoriedade no ensino infantil como afirma Dias

e Nóbrega (2015, p. 84) “no ensino infantil, [...] legalmente não há obrigatoriedade

quanto à presença do professor de educação física neste nível de ensino, o que não

significa que não seja legítima a sua presença”. O que muitas vezes acontece na

realidade atual das escolas do Brasil, é que as aulas de educação

física/movimento/práticas corporais, são ministradas pelas próprias pedagogas,

professoras da turma, e que na maioria das vezes não elabora aulas apropriadas

para as crianças, com os conteúdos indicados no RCNEI, o que é completamente

errôneo e prejudica o desenvolvimento das crianças.

A educação física começou a ser introduzida no ensino infantil com caráter

apenas recreativo, apenas para diminuir a evasão das crianças e um horário em que

as mesmas descarregassem suas energias, porém com o passar dos anos essa

ideia de professores de educação física no ensino infantil evoluiu bastante e essa

visão recreacionista foi deixada de lado, pois, já se entende sua importância nessa

faixa etária, como afirma Basei (2008, p. 01) sobre a Educação Física,

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“tem um papel fundamental na Educação Infantil, pela possibilidade de proporcionar às crianças uma diversidade de experiências através de situações nas quais elas possam criar, inventar, descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos e idéias sobre o movimento e suas ações. Além disso, é um espaço para que, através de situações de experiências – com o corpo, com materiais e de interação social – as crianças descubram os próprios limites, enfrentem desafios, conheçam e valorizem o próprio corpo, relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espaço, entre outras situações voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa atuação consciente e crítica”.

Visto isso, a presença do professor de Educação Física no ensino infantil

permite o desenvolvimento integral da criança, que deve ser proporcionado pelas

instituições de ensino, como afirma NEIRA (2003, p. 115):

“Assim, ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Neste sentido, as instituições educacionais devem favorecer um ambiente físico e social onde a criança se sinta estimulada e segura para arriscar-se e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for o ambiente (do ponto de vista dos movimentos), mais ele lhe possibilitará a ampliação de conhecimentos sobre si mesma, dos outros e do meio em que vive”

Fica cada vez mais clara a importância dessas aulas nos documentos

específicos como por exemplo, segundo BRASIL (1998a, p.43, apud Vieira et al

2010, p. 91) “no RCNEI, a Educação Física se apresenta no âmbito de experiências

– Conhecimento de Mundo que se encontram, no eixo de trabalho denominado

Movimento”. Sabendo disso as aulas de educação infantil nos primeiros anos de

vida, vai muito além da recreação, tendo conteúdos apropriados para cada faixa

etária a serem ensinados nas aulas. Dias e Nóbrega (2015, p. 88) nos afirmam que:

O princípio do fazer pedagógico do professor de Educação Física para com as crianças de 0 a 6 anos é efetivamente lúdico para que possa gerar prazer, promover a criatividade e tatuar no corpo as experiências motoras exitosas, como também, provocar o desejo pela descoberta, desenvolver valores e atitudes que perpassem pela cooperação e respeito a diferenças entre as pessoas, fomentar a curiosidade e desenvolver a autonomia.

O professor deve preocupar-se com as estratégias metodológicas para a

educação física na infância, principalmente na educação infantil, pois, deve-se

primeiro perceber os diversos significados que pode ter a atividade motora para as

crianças. Pois isso poderá contribuir para que ele possa ajuda-las a ter uma

percepção adequada de seus recursos corporais, de suas possibilidades e

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limitações, possibilitando condições de se expressarem com autonomia e de

aperfeiçoarem suas competências motoras (BRASIL, 1997, p. 39).

Nesse sentido, o professor deve refletir sobre as solicitações corporais das crianças e sua atitude diante das manifestações da motricidade infantil, compreendendo seu caráter lúdico e expressivo. Além de refletir acerca das possibilidades posturais e motoras oferecidas no conjunto das atividades, é interessante planejar situações de trabalho voltadas para aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e motor.

Por isso,

O professor deverá avaliar constantemente o tempo de contenção motora ou de manutenção de uma mesma postura de maneira a adequar as atividades às possibilidades das crianças de diferentes idades (BRASIL, 1997, p. 39).

É preciso deixar claro que a Educação Física não tem a proposta de ser um

elemento auxiliar, ser apenas um reforço para as aulas que os pedagogos

ministram.

A Educação Física não está ali apenas para diminuir a evasão escolar, a sua

prática pela criança que está no ensino infantil pode ser um fator de grande

contribuição para os processos de aprendizagem das mesmas. Mas, para isso vale

ressaltar a importância dos conteúdos a serem trabalhos nesta faixa etária, pois é

fundamental o fazer pedagógico do professor de Educação Física, como também a

importância da compreensão da direção da escola e de todo o corpo docente da

mesma, para que o trabalho seja realizado de uma maneira que todos participem.

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CAPITULO IV – A GINÁSTICA COMO CONTEÚDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Historicamente a ginástica está diretamente ligada a Educação Física, a busca

pelos corpos perfeitos, marcados pelo militarismo e métodos franceses no século

XIX, a ginástica passa por várias habilidades e compreensões. Como é afirmado por

Souza (2008)

A ginástica é um exercício físico que existe há muito tempo, e já foi usada como dança e como forma de fortalecer militares, tendo diversas manifestações durante todo esse tempo.

Nos dias de hoje o desejo pelo corpo perfeito ainda é o mesmo, porém com

outros tipos de ginásticas, ginásticas competitivas, ginástica aeróbica, ginásticas

voltadas a estabelecimentos fitness, academias, que é uma das práticas corporais,

mais procuradas no mundo e várias outras.

Que a ginástica é de grande uso nos dias por adolescentes e adultos em seus

variados âmbitos, como já foi dito anteriormente. Mas, será que a ginástica também

deve ser trabalhada com crianças na Educação Infantil?

O desenvolvimento motor das crianças tem como ponto de partida

movimentos básicos, como correr, saltar, escalar, sustentar e essas habilidades

motoras básicas são vivenciadas em atividades que tem a ginástica educacional

como proposta de conteúdo na educação infantil. Aponta Rangel (2010, p. 55):

A Ginástica pode estar presente desde os anos iniciais da criança na escola. Importante ressaltar que na escola os aspectos competitivos da modalidade, como formação de atletas, não devem ser enfatizados, e sim sua relevância como um conteúdo rico e com inúmeras possibilidades dentro dos objetivos educacionais previstos nas aulas de Educação Física. Na escola os movimentos generalizados são os mais enfocados. Segundo NORUMURA (1998) a ginástica educacional é aquela que não tem como objetivo a performance e repetição dos movimentos até atingir um padrão técnico predeterminado; seus objetivos estão voltados para as várias formas de movimento e as oportunidades de explorar, criar, recriar e construir novas experiência dentro da individualidade e do trabalho em grupo. Proporcionar um ambiente rico e diverso, estimular os sentidos e sensações do corpo e as vivências significativas para a criança são ações que desenvolvem o repertório motor, o conhecimento e a motivação para a prática dos movimentos.

Seguindo nessa nesta direção, entendemos que as experiências corporais

devem ser levadas as crianças da educação infantil, a fim de estabelecer um diálogo

da mesma com o meio, com o ambiente, e também de fazer com que as mesmas

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descubram e nos mostrem seus limites, sua capacidade de superação e melhoria na

forma de se mover.

A ginástica como conteúdo da educação infantil pode ser trabalhada de várias

maneiras, sempre é um conteúdo bem aceito pelos alunos, como nessa faixa etária

os movimentos básicos é o ponto de partida, atividades que desenvolvam o

equilíbrio, deslocamento e acrobacias, por exemplo, por seu uma manifestação

corporal importante é necessário ser trabalhada para que a criança obtenha um

maior número de experiências motoras possíveis, para que a criança construa o seu

pensamento a partir da experimentação corporal as quais se tornarão referência

para a sua inserção no mundo, dando sentido e significado à sua existência.

(OLIVEIRA, 1996).

Segundo Bracht (1992):

A ginástica, desde suas origens como a “arte de exercitar o

corpo nu”, englobando atividades como corridas, saltos,

lançamentos e lutas, tem evoluído para formas esportivas

claramente influenciadas pelas diferentes culturas. No

currículo escolar tradicional brasileiro, são encontradas

manifestações da ginástica de várias linhas européias, nas

quais se incluem formas básicas do atletismo (caminhar, correr, saltar e arremessar), e formas básicas da ginástica

(pular, empurrar, levantar, carregar, esticar). Incluem,

também, exercícios em aparelhos (balançar na barra fixa,

equilibrar na trave olímpica), exercícios com aparelhos

manuais (salto com aros, cordas) e formas de luta (p. 76-7).

De acordo com Soares et. al. (1992, p.77), a ginástica como uma forma de

exercitação, provoca “valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura

corporal das crianças, em particular e, do homem, em geral”. Dessa forma, a

ginástica torna-se extremamente importante na ida escolar dos estudantes.

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CAPITULO V – A SISTEMATIZAÇÃO DAS AULAS 5.1 – A Instituição de Ensino e sua Estrutura

Neste capítulo iremos compartilhar nossa sistematização com o conteúdo:

Ginástica, onde iremos detalhar aula por aula o que foi realizado pela professora, a

reação dos alunos, comentários, erros e acertos acerca desta sistematização.

A escola escolhida para a aplicação das aulas foi o Centro Municipal de

Educação Infantil Nossa Senhora de Lourdes, a mesma é da rede pública de ensino

e está localizado na Rua João XXIII, no bairro de Mãe Luiza, zona Leste de Natal,

instituição que contempla apenas o Ensino Infantil do berçário ao nível II, faixa etária

de 0 à 4 anos de idade.

A instituição de ensino possui apenas um prédio, sendo este um primeiro

andar, onde têm em sua estrutura nove salas de aula, cozinha, refeitório, banheiros

e parque (contendo: escorrego, casinha e cama elástica). Para as aulas de

educação física/movimento não possui espaço adequado, nem a material disponível,

apenas alguns arcos, bolas e muitos brinquedos.

Atendendo cerca de 132 crianças, divididas em sete turmas, cada turma com

uma professora concursada e uma estagiária contratada pela prefeitura, o CMEI não

possui professor de Educação Física, ficando a cargo das professoras a realização

de atividades corporais para as crianças, a Prefeitura do Natal, não disponibiliza

professores formados de Educação Física para todos os CMEIs da cidade, apenas

uma parte desses centros dispõe de professores da área, infelizmente não é o caso

do Nossa Senhora de Lourdes, o que prejudica o desenvolvimento das crianças.

As aulas de movimento ministradas pelas pedagogas ocorrem duas vezes por

semana, e inclui ida ao parque da escola, andar de velocípedes nas dependências

da mesma e um alongamento básico na sala de aula, as demais atividades são

realizadas com carrinhos, legos e bonecas com cerca de 30 minutos por dia.

A turma escolhida para esta pesquisa foi a turma do nível II A, do ensino

infantil, do período integral (7h às 16h), que possui 20 alunos matriculados, com

faixa etário de 3 a 4 anos de idade. As aulas de moimento acontecem nas terças e

quintas às 08h30minh, porém foi cedido mais um dia para a intervenção, sendo

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assim ficou segunda, terça e quinta. Essa turma não possui nenhum aluno com

deficiência física, visual, auditiva ou cognitiva.

5.2 – A Sistematização das Aulas

A sistematização se deu em seis aulas do conteúdo Ginástica, onde na

primeira aula foi discutido o que era ginástica e quais as atividades que eles

conheciam que envolviam o corpo, as várias maneiras de se movimentar (exemplo:

de olhos fechados, de lado, de costas, na ponta dos pés e também como animais) e

teve como objetivo final da sistematização eles conseguirem fazer uma estrelinha.

Os temas das aulas foram divididos da seguinte maneira: a primeira e

segunda aula tiveram como tema: Deslocamento; terceira e a quarta aula foram

sobre equilíbrio e; a quinta e sexta sobre rolamentos e estrelinha.

A primeira aula teve como objetivo, se descolar utilizando movimentos

básicos da ginástica, como saltando, correndo, rolando e rastejando.

No inicio da aula foi feito uma roda para conversarmos o que seria

trabalhado, as crianças então citaram várias maneiras de ir de um local

para o outro (eles não entendiam o que era se deslocar) a cada

maneira citada, todos faziam o que tinha sido dito, após quase todos se

manifestarem sobre as variadas maneiras de se deslocarem, foi a vez

da professora desafiá-los, falando de movimentos mais complexos

para saber quem conseguiria realizar.

Figura 1 Figura 2

Figura 1: Roda inicial FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 2: Roda inicial

FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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Também foi feito uma espécie de tica, em que cada aluno ticado teria

que ficar com a perna aberta para que outro participante passasse por

baixo, rastejando, para que fosse salvo, denominamos de tica-caverna,

todos os alunos participaram e gostaram da brincadeira.

Ao final da aula foi realizada uma rola de conversa para ouvir das

crianças o que entenderam da aula, e muitos disseram que

aprenderam que poderia ir de um local para o outro de várias

maneiras, além de andando, assim, alcançando o objetivo da aula. Na segunda aula, cujo tema ainda era descolamento, o objetivo era que eles

conseguissem realizar movimentos mais complexos de deslocamento que se

assemelhassem a maneira com que os animais se deslocavam.

Primeiramente foi questionado as crianças quais animais eles

conheciam e quais eles mais gostavam, cada animal mencionado era

pedido que eles mostrassem como esse animal se movimentava, foi

mencionado animais como: cachorro, gato, cobra e macaco, além dos

citados por eles eu perguntei como o sapo se movimentava, a cobra, o

canguru e todos realizavam o movimento, cada um do seu jeito e com

suas limitações.

Após todos experimentarem os animais, foi feita uma brincadeira

denominada “dono do rio”, onde foi colocado uma corda no chão

Figura 3: Imitação dos animais

FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 4: Imitação dos animais

FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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simulando o rio, e eles teriam que “pular” esse rio fazendo movimentos

dos animais.

Durante a realização da atividade o rio ia se ´movimentando´, para um

lado e para o outro imitando a cobra, para cima e para baixo, e as

crianças tiveram que passar mesmo assim. A atividade foi bastante

interessante, as crianças realmente acreditaram que ali tinha um rio e

faziam de tudo para não “cair”, várias formas de deslocamento foram

experimentadas por eles, o que culminou no alcance do objetivo da

aula.

Ao final da aula foi realizada a roda de conversa, os alunos focaram

bastante no rio, nas maneiras que encontraram de cair no mesmo, os

fazendo ultrapassarem seus limites.

A terceira aula cujo tema foi equilíbrio, teve como objetivo as crianças

testarem seus limites, não foi utilizado nenhum material, apenas o espaço disponível

na sala de aula.

Primeiramente foi pedido para os alunos que eles tentassem andar

apenas na marcação de cada azulejo do piso da sala de aula, cada um

escolheu a sua fileira de azulejo e o desafio era conseguir andar sem

invadir a fileira do colega ao lado, nem todas as crianças conseguiram

se mantiveram na sua fileira, muitas invadiam a fileira do colega, mas

Figura 5: Imitação dos animais

FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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no decorrer da atividade foram compreendendo o seu espaço e

tentando controlar as passadas para se manterem na sua linha, a fim

de aumentar o desafio foi pedido para que eles tentassem andar

apenas de um pé ainda na mesma fileira, aconteceu o mesmo do

primeiro desafio, muitas delas passaram um bom tempo para conseguir

alcançar o objetivo, mas ao final todos conseguiram.

A roda final foi repleta de comentários das crianças, onde muitas

disseram que acharam a atividade muito difícil e que era ruim andar

apenas na sua fileira, que o pé não cabia, que não conseguiram, e que

de um pé ficou ainda mais difícil, mas que todos tentaram e se

desafiaram, foi perguntado se a professora podia deixar ainda mais

difícil a atividade e todos sem hesitar, responderam que sim. A quarta aula, ainda com o tema equilíbrio, foi proposto para os alunos

andarem em cima de cordas, dificultando a atividade que tinha sido realizada na

aula anterior e utilizando o que eles gostaram bastante que foi a ideia do rio, foi

colocada uma corda de aproximadamente cinco metros no chão, onde foi dito que

seria uma ponte que está sob o rio, que estava cheio de jacaré, eles só poderiam

andar em cima dessa ponte para não cair no rio.

No início da atividade as crianças tiveram muita dificuldade de se

manter em cima da corda, a maioria delas davam apenas um passo e

Figura 6: Desenvolvimento da aula FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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já “caia no rio”, aos que estavam com mais dificuldade ajudei nos

primeiros passos segurando na mão de cada um, mas depois os

deixava tentarem sozinhos, até aprenderem a se equilibrar na corda.

A segunda atividade, ainda sob a corda, foi solicitado aos alunos que

eles tentassem andar como o “Saci-Pererê” em cima da corda para que

não caíssem no rio e mais uma vez, a dificuldade foi enorme, mas,

todos os alunos tentaram, muitos não conseguiram, apenas os mais

concentrados, obtiveram êxito ao passar pela “ponte”. Além de pularem

de um pé só, tentaram andar de ponta de pé na corda.

Ao término das atividades foi feita a roda final, onde os alunos

expressaram a dificuldade de andar sob a corda, mas que tentaram

andar na ponte para não cair no rio cheio de jacaré. Ainda foi dito pelas

crianças que no inicio acharam impossível andar de um pé só e na

ponta de pé na ponte, mas que no final conseguiram. A quinta aula, tinha como objetivo, realizar movimentos que lembrassem a

estrelinha, na roda inicial foi discutido e relembrado com as crianças o que tinha sido

trabalhado na aula anterior, e que faríamos uma atividade diferente, com um

movimento diferente dos que ele já tinha visto.

Ainda utilizando a corda, onde a mesma foi esticada no chão e foi

pedido para que os alunos colocassem as mãos de um lado da corda e

Figura 7: Desenvolvimento da aula FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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deixassem os pés do lado oposto e que eles teriam que passar as

pernas para o mesmo lado em que as mãos estavam sem encostar-se

à corda. Em nenhum momento o movimento foi realizado por mim ou

por qualquer outra professora, as crianças ficaram livres para a

realização do movimento, após perceber que todas conseguiram fazer

e ao questionar a eles se estava fácil ou difícil todos responderam que

estava fácil, o grau de dificuldade aumentou.

A

corda que antes estava esticada no chão foi aumentada por cerca de

dez centímetros do chão, porém o objetivo ainda continuava o mesmo,

passar as mãos para um lado da corda e em seguidas os pés para o

mesmo lado sem tocar na mesma. Todas as crianças conseguiram

realizar a atividade, era perceptível que eles estavam vencendo os

próprios limites e gostando do desafio, durante a atividade uma aluna

disse que estava conseguindo fazer estrelinha, e a partir daí os alunos

perceberam que estavam realizando a estrelinha. A altura da corda foi

aumentada mais duas vezes e todas as crianças realizaram o

movimento.

Figura 8: Primeiro contato com o movimento da

estrelinha

FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 9: Primeiro contato com o movimento da

estrelinha FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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Na roda final, foi perguntado as crianças o que elas acharam da aula,

todas relataram que gostaram e que estavam fazendo a estrelinha. A sexta aula foi a continuação da estrelinha, porém teve como objetivo final a

realização do movimento completo da estrelinha, foi percebido na aula anterior um

certo medo dos alunos de caírem, já que não havia nenhuma proteção no chão da

sala de aula, então, resolvi levar um tatame, para que as crianças pudessem ficar

mais à vontade ao realizar os movimentos.

No momento da roda inicial, foi dito que continuaríamos tentando

realizar a estrelinha, mas com o tatame, então eles poderiam tentar

mais vezes sem medo de se machucar, ao virem o tatame as crianças

ficaram eufóricas, já que não tem na escola e muitos nunca tinha tido

contato com um, rolaram, andaram e tocaram no tatame, para

conhecer o espaço.

A primeira atividade foi a mesma da aula anterior, com a corda para

que passassem as mãos depois os pés sem toca-la, e no decorrer da

atividade a altura da corda foi aumentando.

Figura 10: Primeiro contato com o movimento da

estrelinha FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 11: Primeiro contato com o movimento da

estrelinha FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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Figura 14 Figura 15

A segunda atividade tinha como objetivo realizarem a estrelinha sem a

corda, o que intimidou muitos logo no início. Os que já estavam

realizando melhor o movimento, foram os primeiros a tentarem, ainda

com movimentos tímidos, colocavam a mão no chão e jogavam as

perninhas para o outro lado, aos poucos, fui dando dicas, como esticar

Figura 13: Realização do movimento completo FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 14: Realização do movimento completo FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 14: Realização do movimento completo FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

Figura 15: Realização do movimento completo FONTE: Dados coletados pela pesquisadora.

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as pernas, colocar as mãos do lado do corpo, começar o moimento em

pé (muitos começavam agachados), e aos poucos eles foram

elaborando a sequência do moimento, e finalmente a estrelinha saiu,

alguns com as penas flexionadas, alguns com as mãos na frente e

outros com a sequência correta do movimento.

Na fala das crianças era possível identificar a euforia e alegria ao dizer:

“Tia, consegui fazer a estrelinha”, cada um de sua maneira, mas era a

estrelinha, o que foi muito satisfatório, nenhum deles tinha feito, ou

tentado fazer esse tipo de movimento, e no final todos estavam

realizando esse novo tipo de movimento para eles.

Na roda final, foi questionado o que eles acharam da aula, os alunos

estavam bastante agitados, pois tinham feito o que lá no início acharam

muito difícil, que gostaram bastante.

Ao final da sistematização, pudemos perceber que os alunos conseguiram

compreender o que era ginástica, que podem se deslocar de maneiras diferentes do

que estão habituados, ampliaram seu repertório motor, testaram seus limites, se

desafiaram, saíram um pouco da realidade deles, o que eles estavam acostumados.

Foi percebido um aumento na cultura corporal de cada aluno, desenvolveram as

habilidades básicas, penso nesse momento a parte mais funcional do corpo, a parte

procedimental.

Sobre as dimensões atitudinais e conceituais, foi percebido que as crianças

desenvolveram principalmente o respeito com si mesmo e com os colegas, além da

própria superação de limites, e o senso crítico, sendo desenvolvidos ao longo das

aulas. Aprenderam o que se deslocar e se equilibrar de várias formas.

Além disso, como podemos perceber nessa sistematização, para

ministrarmos aulas sobre ginástica, não precisamos de muitos materiais, apenas de

um local amplo, corda e um chão acolchoado, para evitar acidentes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

É chegado o fim de mais um ciclo e no decorrer da pesquisa e intervenção

realizada, podemos reafirmar a importância das aulas de Educação Física no Ensino

Infantil de acordo com a questão de estudo e objetivo geral do presente trabalho e,

após apresentação das atividades vivenciadas no CMEI – Nossa Senhora de

Lourdes, concluímos que é possível realizar aulas de ginástica na Educação Física

escolar em especial na educação infantil, auxiliando no desenvolvimento motor e

integral das crianças.

Pudemos perceber que a aplicação do conteúdo correto para a faixa etária

adequada leva a grandes benefícios para os alunos. Compreendemos também que

embora a realidade seja precária das instituições públicas de ensino, é possível

realizar aulas significativas para os estudantes.

A ginástica, ainda pouco trabalhada na Educação Infantil, é de extrema

importância para o desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças,

percebemos a evolução dos mesmos no decorrer do processo.

Não tornando esta pesquisa uma verdade absoluta, recomenda-se que mais

estudos acerca da importância da Educação Física no Ensino Infantil sejam

realizadas a fim de haver uma maior valorização desta disciplina neste nível de

ensino e para que possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento das crianças.

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REFERÊNCIAS

ALVES, B. M. F. Infâncias e educação infantil: aspectos históricos, legais e pedagógicos. Revista Aleph Infâncias. ISSN 1807-6211. Ano V, n. 16, nov/2011. BASEI, Andréia Paula. A Educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de Educación, Santa Maria, p. 12, out.2008. Disponível em: < http://rieoei.org/2563.htm> acesso em 15 de outubro de 2016. BRACHT, V. et.al. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. CARDOSO, F. H., SOUZA, P. R. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. 12 ed. São Paulo: Cortez, 1992. DIAS, M. A. O Corpo na Pedagogia Freinet. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2012. DIAS, M. A; NÓBREGA, T. P. Educação Física Infantil. Natal: Edufrn, 2015. GONZÁLEZ, F. J., DARIDO, S. C., OLIVEIRA, A. A. B. Ginástica, dança e atividades circenses. Maringá: Eduem, 2014. NEIRA, M. G. Educação Física Desenvolvendo Competências. São Paulo: Phorte, 2003. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC /SEF, 1997. 96p. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. 114 p.

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RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il. REVISTA ELETRÔNICA DE EDUCAÇÃO. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2007- . Quadrimestral. ISSN 1982-7199. Disponível em: http://www.reveduc.ufscar.br acesso em: 03 de novembro de 2016. ROSÁRIO, L. F. R., DARIDO, S. C. A sistematização dos conteúdos da educação física na escola: a perspectiva dos professores experientes. Motriz, Rio Claro, v.11 n.3 SOARES et alli. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

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APÊNDICES

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Apêndice A – Plano de Aula 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS DISCENTE: TILARA FREITAS

PLANO DE AULA Nº 1

TURMA

NÍVEL II

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE ALUNOS

20 ALUNOS

CONTEÚDO

Ginástica

TEMA DA AULA

Deslocamento

OBJETIVO

Se deslocar de variadas maneiras no mesmo espaço.

DIMENSÕES DO CONTEÚDO

Conceitual: Aprender o conceito de deslocamento e dos movimentos básicos da ginástica, como saltar; correr; rolar e rastejar.

Procedimental: Experimentar os movimentos básicos da ginástica através de atividades lúdicas.

Atitudinal: Respeitar os limites do próprio corpo e dos demais alunos.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1º Momento: Roda inicial, onde será indagado aos alunos como eles fazem para se deslocar de um local para o outro, explorando diversas formas diferentes de descolamento.

2º Momento: Os alunos citarão árias maneiras de se deslocar e todos os alunos irão fazer, após eles citarem, o professor citará outras formas de se deslocar pelo espaço, como andar, andar mais lento, andar rápido, andar de lado, andar na ponta do pé, andar com um pé só, andar pulando com os dois pés juntos, andar marchando, andar com um pé na frente do outro, etc. Dificultando de acordo com o desempenho das crianças.

3º Momento: Tica-Caverna – Um aluno será escolhido para ser o “tica”, os alunos ao serem ticados terão que ficar parados com as pernas abertas. Para saírem da “estátua” outro aluno terá que passar rastejando no meio das suas pernas.

4º Momento: Roda final, questionando quais as formas que eles utilizaram para se descolar no espaço. Após isso, será

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realizada a avaliação.

MATERIAL NECESSÁRIO

Espaço amplo e com marcações.

AVALIAÇÃO

A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas vivências realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma, sendo observado se os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

Apêndice B – Plano de Aula 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS

DISCENTE: TILARA FREITAS PLANO DE AULA Nº 2

TURMA

NÍVELII

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE ALUNOS

20 ALUNOS

CONTEÚDO

Ginástica

TEMA DA AULA

Deslocamento

DIMENSÕES DO CONTEÚDO Conceitual: Conceito de deslocamento.

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Procedimental: Aprimorar as habilidades de saltar, rolar, rastejar. Atitudinal: Respeitar as limitações de cada um.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1º momento: Roda inicial, onde o professor irá perguntar se os alunos gostam de bichos, quais eles mais gostam,

como eles fazem.

2º momento: o professor pedirá que os alunos, um de cada vez, fale qual bicho mais goste e todos os alunos

deverão imitar os movimentos desse bicho no espaço.

3º momento: Dono do Rio. Será colocada uma corda no chão simulando um rio, os alunos terão que passar por

esse rio imitando os animais ditos pelo professor, não podendo cair no rio. No decorrer na atividade o rio ia se

“movimentando” subindo, descendo, aumentando, diminuindo, ondulando, etc.

4º momento: Roda final – Conversar com os alunos sobre os animais que foram vistos nas aulas, se conheciam

todos, quais não conheciam e os moimentos que realizaram.

MATERIAL NECESSÁRIO

Corda.

AVALIAÇÃO

A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas vivências

realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma, sendo observado se

os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS

RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro:

Guanabara koogan, 2010.

Apêndice C – Plano de Aula 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS

DISCENTE: TILARA FREITAS PLANO DE AULA Nº 3

TURMA

NÍVEL II

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE ALUNOS

20 ALUNOS

CONTEÚDO

Ginástica

TEMA DA AULA

Equilíbrio

OBJETIVO Equilibrar-se

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DIMENSÕES DO CONTEÚDO Conceitual: Conceito de equilíbrio. Procedimental: Aprimorar o equilíbrio dos alunos, através de atividades lúdicas. Atitudinal: Respeitar as limitações de cada um. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1º momento: O professor irá pedirá que os alunos andem pelas marcações dos azulejos da sala de aula, cada

aluno deverá escolher uma fileira de azulejo e andará apenas na sua fileira, não podendo invadir a fileira do

lado.

2º momento: Ainda cada aluno em sua fileira, será pedido para que os alunos andem agora com um pé só na

sua fileira.

3º momento: A fim de aumentar o desafio, os alunos andarão com um pé só na sua fileira.

4º momento: Roda final – Conversar com os alunos sobre aula, se foi difícil ou fácil, se conseguiram ou não

realizar as atividades. (5 minutos)

MATERIAL NECESSÁRIO

Espaço amplo e com marcações.

AVALIAÇÃO A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas

vivências realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma,

sendo observado se os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS

RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2010.

Apêndice D – Plano de Aula 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS

DISCENTE: TILARA FREITAS

PLANO DE AULA Nº 4 TURMA

NÍVEL II

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE ALUNOS

20 ALUNOS

CONTEÚDO TEMA DA AULA

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Ginástica Equilíbrio

OBJETIVO Equilibrar-se

DIMENSÕES DO CONTEÚDO Conceitual: Conceito de equilíbrio. Procedimental: Aprimorar o equilíbrio dos alunos, através de atividades lúdicas. Atitudinal: Respeitar as limitações de cada um. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1º momento: Não pode cair no rio: o professor colocará no chão uma corda e dirá aos alunos que ali é uma

ponte sob um rio que tem jacaré, os alunos só poderão andar em cima da ponte (corda) para atravessar o rio.

2º momento: O professor aumentará a dificuldade dos alunos, determinando maneiras deles andarem sob a

corda (olhos fechados, uma perna só, de costas).

3º momento: Roda final – Conversar com os alunos sobre aula, se foi difícil ou fácil, se conseguiram ou não

realizar as atividades. (5 minutos)

MATERIAL NECESSÁRIO

Corda

AVALIAÇÃO A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas

vivências realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma,

sendo observado se os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro:

Guanabara koogan, 2010.

Apêndice E – Plano de aula 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS

DISCENTE: TILARA FREITAS

PLANO DE AULA Nº 5

TURMA

NÍVEL II

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE

ALUNOS

20 ALUNOS

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CONTEÚDO

Ginástica

TEMA DA AULA

Movimento da Estrelinha

OBJETIVO Realizar moimentos que se assemelhassem ao movimento da estrelinha.

DIMENSÕES DO CONTEÚDO Conceitual: Conceito de Estrelinha Procedimental: atividades lúdicas que lembrassem o moimento da estrelinha. Atitudinal: Respeitar as limitações de cada um.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1º momento: O professor colocará uma corda no chão e pedirá que os alunos coloquem suas mãos no

chão de um lado da corda e os pés do outro. Os alunos terão que passar os pés para o lado da corda que

estará suas mãos.

2º momento: A corda ganhará altura, e os alunos terão que realizar o mesmo movimento anterior.

3º momento: Roda final – Conversar com os alunos sobre aula, se foi difícil ou fácil, se conseguiram ou

não realizar as atividades. (5 minutos)

MATERIAL NECESSÁRIO

Corda

AVALIAÇÃO A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas

vivências realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma,

sendo observado se os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2010.

Apêndice F – Plano de aula 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOCENTE: MARIANA REIS

DISCENTE: TILARA FREITAS

PLANO DE AULA Nº 5

TURMA

NÍVEL II

NÍVEL DE ENSINO

ENSINO INFANTIL

TURNO

MATUTINO

CARGA HORÁRIA

30 MINUTOS

Nº DE ALUNOS

20 ALUNOS

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CONTEÚDO

Ginástica

TEMA DA AULA

Movimento da Estrelinha

OBJETIVO Realizar moimentos o movimento da estrelinha.

DIMENSÕES DO CONTEÚDO Conceitual: Conceito de Estrelinha Procedimental: atividades lúdicas que lembrassem o moimento da estrelinha. Atitudinal: Respeitar as limitações de cada um.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1º momento: O professor colocará uma corda no tatame e pedirá que os alunos coloquem suas mãos no

chão de um lado da corda e os pés do outro. Os alunos terão que passar os pés para o lado da corda que

estará suas mãos.

2º momento: A corda ganhará altura, e os alunos terão que realizar o mesmo movimento anterior.

3º momento: O professor pedirá que os alunos realizem o movimento anterior sem a corda, fazer assim a

estrelinha.

4º momento: Roda final – Conversar com os alunos sobre aula, se foi difícil ou fácil, se conseguiram ou

não realizar as atividades. (5 minutos)

MATERIAL NECESSÁRIO Corda, tatame.

AVALIAÇÃO A avaliação será contínua e processual. Onde se dará nas rodas de conversa (inicial e final) e nas

vivências realizadas na aula. A mesma se dará através dos relatos e debates realizados durante a mesma,

sendo observado se os alunos conseguiram atingir o objetivo da aula.

REFERÊNCIAS RANGEL, Irene C. Andrade; DARIDO, Suraya C. (Org.) Educação física na infância. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2010.