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A HETEROGENEIDADE DO APRENDIZADO EM GILLES DELEUZE
Ana Carolina Gomes Araújo 1
Resumo: Deleuze, na crítica à filosofia da representação, permite em Proust e os Signos explorar a heterogeneidade do aprendizado constituída a partir do seu conceito filosófico diferença. Nessa obra o filósofo apresenta um Proust crítico da filosofia, cujo foco é o que nomeia por verdades voluntárias. Nesse sentido a crítica é erguida numa rechaça à boa vontade de pensar, característica que provoca a precedência da inteligência aos encontros fortuitos. Não distante do que já se encontra em Nietzsche e a Filosofia, Deleuze retoma a compreensão dos pressupostos sustentados na decisão e no método priorizado pelo pensante, de modo que regrados pela inteligência reconhecem nos encontros o que se postula por verdade. A sentença deleuzeana sobre o aprendizado é marcada por uma postura de reorientação no embate com os pressupostos do pensamento, qual seja, de que uma relação de heterogeneidade implica a criação e não a reprodução.
Palavras-chave: aprendizado; heterogeneidade; filosofia; diferença; Deleuze.
A sentença primeira do aprendizado segundo Deleuze em Proust e os Signos é: Aprender
‘com’ e não aprender ‘como’. Segundo Deleuze, “o signo implica em si a heterogeneidade como
relação. Nunca se aprende fazendo como alguém, mas fazendo com alguém, que não tem relação
de semelhança com o que se aprende” (DELEUZE, 2003, p. 21). Tal sentença constitui um
desdobramento crítico às verdades intelectuais produzidas pela boa disposição do pensar lógico,
verdades estas que desconhecem a necessidade uma vez que não são resultado do encontro com
os signos. Desse modo, o aprendizado é caracterizado a partir da relação de semelhança com um
modelo apresentado, o pensamento orientado no exercício voluntário de fazer como alguém faz.
Distintamente, o aprendizado no exercício involuntário do pensamento decorre da relação com
algo ou alguém, de modo que pensar implica a produção de uma verdade desconhecida desde o
início, sobretudo, porque esta não parte de elaborações lógicas; ao contrário, é fruto dos acasos
da existência.
Deleuze fala em ‘educação dos sentidos’ como o processo de aprendizagem a partir da
sensibilidade que apreende o pensamento puro, o estrangulamento das faculdades. Tal
pensamento puro deve ser compreendido como transcendente; sendo, por assim dizer, um
1Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, sob a orientação da Profª. Dra. Georgia Amitrano. E-mail: [email protected]
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gerador do diferente. Essa educação dos sentidos é identificada por Deleuze na obra ‘Em Busca
do Tempo Perdido’ do escritor francês Marcel Proust, que remete à formação do personagem-
narrador em um escritor; contudo, é um escritor que busca sua fundamentação criadora no
entendimento dos acontecimentos do mundo, e isso de modo que a verdade de sua produção
artística não seja similar a verdade de uma produção filosófica, originária em pressupostos
naturalmente aceitos. O aprendizado da obra de Proust é a interpretação dos signos que traz
emaranhada a verdade essencial. Desse modo, como anteriormente desenvolvido, os signos
revelam-se de encontros violentos e não esperados, que de modo impositivo forçam o
pensamento a pensar. Dado que o aprendizado implica a presença dos signos, e estes, por sua
vez, não são dados voluntariamente. O aprendizado é necessariamente temporal.
Dizer que o aprendizado é temporal, implica, sobretudo, compreender que o tempo é
condição necessária do aprender. Desse modo, entre tantos aspectos, o aprendizado requer a
experimentação sensível das relações, encontros, situações acontecidas no mundo. O
aprendizado em Deleuze possibilita compreender o ‘aprender’ como um ato individualizado,
principalmente porque não há modelo de aprendizado algum que ilumine a verdade. “Os
‘homens superiores’ nada lhe ensinam; o próprio Bergotte ou Elstir não lhe podem comunicar
nenhuma verdade que lhe evite fazer seu próprio aprendizado e passar pelos signos e pelas
decepções para os quais ele se inclina” (DELEUZE, 2003, p. 29).
O aprendizado é fruto de decepções. Da violência dos encontros com os signos surge da
inexperiência a decepção, e este é o momento fundamental da busca ou do aprendizado, haja
vista os signos se lançarem e não se conseguir retirar dos objetos a revelação dos segredos destes
mesmos signos. A decepção, ainda, é causada pela ilusão do indivíduo que vincula o signo com o
objeto que o emite; e, ademais, o vincula ao sujeito que o decifra. A esses dois processos
Deleuze identifica como objetivismo e subjetivismo, que por sua vez comprometem a
interpretação verídica do signo emitido.
O que o herói [de Proust] não sabe no início da aprendizagem? Não sabe “que a verdade não tem necessidade de ser dita para ser manifestada, e que podemos talvez colhê-la mais seguramente sem esperar pelas palavras e até mesmo sem levá-las em conta, em mil signos exteriores, mesmo em certos fenômenos invisíveis, análogos no mundo dos caracteres ao que são, na natureza física, as mudanças atmosféricas” (DELEUZE, 2003, p. 28).
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Diante da decepção, há os dois meios colocados em prática para superá-la, a saber: o
objetivismo e o subjetivismo. O primeiro é acreditar que o próprio objeto traz o segredo do signo
e, sobre esse objeto, há um confinamento explicativo, reforçado pela tendência natural e habitual
que se é levado pelo comodismo das faculdades.
Relacionar um signo ao objeto que o emite, atribuir ao objeto o benefício do signo, é de início a direção natural da percepção ou da representação. Mas é também a direção da memória voluntária, que se lembra das coisas e não dos signos. É, ainda, a direção do prazer e da atividade prática, que se baseiam na posse das coisas ou na consumação dos objetos (DELEUZE, 2003, p. 27).
Para Deleuze, o objetivismo é explicado como tendência natural porque o signo mostra-se
sob duas direções: (i) em uma se veste de objeto; e, (ii) na outra, assinala alguma coisa diferente
a ser entendida. A primeira direção é a do prazer que sacrifica o verdadeiro sentido do signo,
pois o prazer recompensa a intensidade do encontro inicial desconhecido e, assim, o indivíduo
permanece na exaltação do objeto. A segunda direção do objetivismo é formular de boa vontade
sentidos lógicos para a violência invasora do encontro com o signo; estes sentidos são
identificados como as verdades superficiais, as quais se aproximam com as da Filosofia. Assim,
percebe-se que o aprendizado temporal, encontra, no seu primeiro momento, o objetivismo como
desvio comumente aceito pelos indivíduos, pois, diante da decepção, é mais fácil e cômodo
recorrer ao objeto como a verdadeira explicação do que se lhes aparece desconhecido nos acasos
da vida. Ou, ainda, parafraseando Deleuze, são nas zonas obscuras que a verdade se apresenta.
O subjetivismo, por sua vez, é a compensação subjetiva à decepção com relação ao objeto
que ocorre justamente no retorno após a primeira experimentação com um signo cujo prazer fora
recompensador. A explicação voluntária, através do objeto, por mais que também seja
recompensadora, mostra-se insuficiente e decepcionante; donde incorrer o subjetivismo como
alternativa. A compensação advém em uma série de associações subjetivas. Estas buscam o
sentido do signo em outro lugar que não apenas no objeto, em elementos exteriores similares.
Contudo, é tão somente o sujeito que realiza tal associação, elas existem apenas como
explicações da faculdade da inteligência.
Ouvira recentemente a Berma em Fedra; disse-me que na cena em que ela fica com o braço erguido à altura do ombro soubera ela evocar com uma nobre arte
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a obras-primas que talvez nunca tivesse visto, uma hespéride que faz esse gesto no alto de uma metope de Olímpia, e também belas virgens do antigo Erecteion [...] é uma arte muito mais antiga que a Berma reanima (PROUST, 1951, p. 1050).
A educação dos sentidos para Deleuze, e na obra proustiana, o aprendizado do escritor
para verdades não formuladas, passa por esses dois momentos: (i) pela explicação a partir do
objeto; ou, (ii) pela compensação subjetiva que associa elementos de parentesco. Contudo, o
progresso do aprendizado requer a superação desses momentos.
Desse modo, compreende-se porque o aprendizado é, para Deleuze, aprender ‘com’;
especialmente porque o aprendizado implica a interpretação do real sentido do signo. Em outras
palavras, aprender ‘com’ o signo. Há de se ressaltar que, de modo alternativo ao aprendizado
existe a tendência natural de se optar pelo aprisionamento do objeto ou pelas associações do
sujeito como recompensa à decepção do encontro inexperiente.
O que Deleuze demonstra é que se a obra de Proust tem como elemento central o
aprendizado da verdade isso se dá, sobretudo, pelo fato de tal verdade ser temporal. Esta, por seu
turno, assim o é justamente por não ser uma imagem reproduzida naturalmente pelo pensamento;
antes, é uma criação necessária de um pensamento sem imagem. Para tanto, o aprendizado é o
aprendizado do pensar sem semelhante; o aprendizado da Diferença.
Considerando a compreensão deleuzeana de um pensamento não erguido sob
pressupostos, assim como, a orientação do aprendizado fundamentado em uma relação de
heterogeneidade, donde a verdade não é uma reprodução e sim uma criação, em A imagem do
pensamento, título de capítulo em dois livros de Deleuze, Proust e os signos (1964) e Diferença
e repetição (1968), e ainda em Nietzsche e a filosofia (1962) cujo título do capítulo Nova
imagem do pensamento, há o deslocamento dos pressupostos do pensar filosófico para um
pensamento violentado à interpretação produtora da verdade. Para tanto, inicialmente cabe a
questão: O que é pensar?
O pensar aparece como um movimento provocado à interpretação; isto é, à explicação,
decifração, desenvolvimento, tradução de um signo. A gênese do pensar não se encontra em
pressuposições que tomam o pensamento como naturalmente verdadeiro. Diversamente,
compreendem a gênese do pensamento naquilo que é desconhecido como tal. Desse modo,
pensar tem sua origem no incômodo do desconhecido, em uma pressão atormentadora que leva
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as faculdades ao limite. E, desse ponto, isto sim, leva a um pensamento puro, a um pensamento
sem imagem, a um vislumbrar da verdade. Nas palavras de Deleuze:
É preciso levar cada faculdade ao ponto extremo de seu desregramento, ponto em que ela é como que presa de uma tríplice violência, violência daquilo que a força a exercer-se, daquilo que ela é forçada a apreender e daquilo que só ela tem o poder de apreender, todavia também o inapreensível (DELEUZE, 2006, p. 208).
Deleuze reconhece a crítica de Proust como semelhante a sua própria crítica à apreensão
da filosofia como saber, de caráter universal. A filosofia, tanto quanto a amizade, remete à boa
vontade, seja para a disposição com o pensamento, seja para a concordância amigável sobre as
coisas. À vista disso, Deleuze aponta para Proust como quem identifica que a verdade amigável
assume caráter superficial; afinal, esta não conhece a necessidade, não é produto de um encontro
inesperado. Ao contrário, a verdade da boa vontade é produto de um ensinamento acordado,
metodicamente elaborado.
Em Diferença e repetição, Deleuze aponta para o fato de os pressupostos sempre
aparecerem como um problema para a Filosofia. Um problema que emerge de dois modos
distintos: (i) objetivos; e (ii) subjetivos. Os pressupostos objetivos são aqueles dados
explicitamente como conceitos, os quais são perceptíveis ao longo da história do pensamento.
Para que haja uma originalidade postulada em um dado sistema filosófico costuma-se julgar
fundamental a negação dos conceitos anteriormente formulados. Neste contexto, Deleuze acaba
por identificar que negando os pressupostos objetivos não se escapa necessariamente do uso de
pressupostos, uma vez que, no lugar do objetivo, se incorre a pressupostos subjetivos. Estes
últimos, por sua vez, são, para Deleuze, o que marcam a ‘boa vontade’ da Filosofia, haja vista ser
a partir deles que se verifica certa encenação, uma espécie de retirada do ‘pedantismo’ presente
nos conceitos tradicionais. O pressuposto subjetivo é, assim, a forma de verniz que simula um
pensar natural, o qual permite ao pensamento, aparentemente, começar sem pressupostos. A
forma comum do pressuposto subjetivo é, comumente, identificada a partir de sentenças vagas,
tais como: ‘todo mundo sabe, ninguém pode negar’. Desse modo, postula-se que pensar é de
conhecimento de todo e qualquer indivíduo, não podendo assim ser negado. Tal fato implica,
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para Deleuze, na naturalização do pensar como uma coisa boa e verdadeiramente afirmada e
acatada por todos.
Desse percurso dos pressupostos é que nasce a representação; e isso se dá justamente
porque aparenta o pensar como algo originalmente bom e, portanto, apto à verdade. Verdade esta
que não pode ser negada. Destarte, tais pressupostos subjetivos permanecem implícitos e não se
caracterizam como um pedido de aceitação por parte do filósofo. Naturalmente são entendidos e
aceitos como um modo pré-filosófico, daí a ‘boa vontade’ moral do pensamento representacional
que postula ter consigo o caminho da verdade.
As verdades da ‘boa vontade’ são voluntárias e ignoram as zonas obscuras em que são
elaboradas as forças efetivas que agem sobre o pensamento (DELEUZE, 2003, p. 59). Desse
modo, as verdades elaboradas da decisão amigável permanecem abstratas. Em Proust, a busca da
verdade é uma aventura involuntária, aventura esta que considera o acaso do encontro e a
necessidade do pensamento. Novamente há uma retomada da importância do encontro com o
signo como atormentador diante do imobilismo do pensamento; bem como, a inevitável
interpretação do seu sentido. Esse duplo, acaso e necessário, serve às essências, compreendidas
por Proust como a verdade a ser alcançada. Consoante, Deleuze:
É verdade que, no caminho que leva ao que existe para ser pensado, tudo parte da sensibilidade. Do intensivo ao pensamento, é sempre por meio de uma intensidade que o pensamento advém. O privilégio da sensibilidade como origem aparece nisto: o que força a sentir e aquilo que só pode ser sentido são uma mesma coisa no encontro (DELEUZE, 2006, p. 210).
A partir do analisado, Deleuze aponta para uma disjunção das faculdades, para certo
estrangulamento das faculdades levadas ao limite. E isso de modo que, violentadas, estas atinjam
o pensamento puro, sem imagem; fazendo explodir o diferente.
Qual é, portanto, o limite de uma faculdade? Ora, tal limite está no indefinível. Afinal, é
tanto aquilo que só pode ser sentido no seu caráter insensível; ou melhor, no indescritível de sua
impossibilidade como ‘mundos possíveis’; nas ocorrências simultâneas do falado e do silêncio.
Assim, Deleuze, encontra em uma pressão invasora das faculdades a criação como resultado do
pensamento diferencial, uma vez que, forçadas ao limite, as faculdades não encontram
semelhante que seja reproduzido naturalmente como ‘boa verdade’.
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Nesse sentido, é Proust quem - ao se enveredar pela obra na figura do personagem-
narrador, em busca do caminho para o involuntário - elege a sensibilidade como origem do
pensar. No entanto, tal origem não se fecha em si mesma; antes, é ela que potencializa as
faculdades na direção do transcendental, no encontro das essências.
As essências, por sua vez, caracterizam-se tanto como o objeto do encontro violento das
faculdades com os signos, como se caracterizam com aquilo que eleva a sensibilidade à
interpretação dos sentidos dos signos: são produto e produção, simultaneamente.
Esse exercício limítrofe das faculdades que expressam o diferente enquanto essência é
desenvolvido por Deleuze em Diferença e repetição, consoante o próprio Deleuze:
Cada uma [faculdade] comunica à outra a violência que a coloca em presença de sua diferença e de sua divergência com todas as outras [...] Há, pois, alguma coisa que se comunica de uma faculdade a outra [...] Dir-se-ia que há Idéias que percorrem todas as faculdades, não sendo o objeto de qualquer uma em particular [...] antes, a instâncias que vão da sensibilidade ao pensamento e do pensamento à sensibilidade, capazes de engendrar em cada caso, seguindo uma ordem que lhes pertence, o objeto-limite ou transcendente de cada faculdade [...] Além disso, não são elas aclaradas por uma luz natural; são, antes de tudo, luzentes, como clarões diferenciais que saltam e se metamorfoseiam (DELEUZE, 2006, p. 211-212).
Deleuze ao traduzir o pensar em Proust como interpretação de signos não o faz no intuito
de construir algo que seja de difícil entendimento. De fato, para o pensador, interpretar signos é
antes estar diante de uma força desconhecida que exige do pensamento o seu desvelamento. E
isso porque não encontra explicação alguma semelhante, nem mesmo no próprio pensamento. À
vista disso, o pensar é tornado como criação; ou seja, o pensamento é forçado à transcendência
de pensar no pensamento.
O que o pensamento é forçado a pensar é igualmente sua derrocada central, sua rachadura, seu próprio ‘impoder’ natural, que se confunde com a maior potência, isto é, as forças informuladas, como com outros tantos vôos ou arrombamentos do pensamento [...] pensar não é inato, mas deve ser engendrado no pensamento [...] o problema não é dirigir, nem aplicar metodicamente um pensamento preexistente por natureza e de direito, mas fazer que nasça aquilo que ainda não existe (não há outra obra, todo o resto é arbitrário e enfeite). Pensar é criar, não há outra criação, mas criar é, antes de tudo, engendrar ‘pensar’ no pensamento (DELEUZE, 2006, p. 213).
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No universo de signos, Proust aparece, então, como aquele que demonstra com
recorrência as faculdades submetidas a uma força tal de encontros inesperados - seja de um
mundano que emitindo sinais expressa a lei de um grupo, seja de um ciumento que, exaurido no
amor, mostra-se atormentado pelas mentiras da pessoa amada; ou, ainda, pode ser demonstrado
na intensidade de um acontecimento que se impõe numa qualidade verdadeira como explicação
de algo até então não compreendido; e, fundamentalmente, na alegria pura, quando diante de
uma obra de arte se vislumbra a essência, a ‘verdade’ da coisa percebida.
É a arte, portanto, o ápice da escala do aprendizado, principalmente no percurso
proustiano, a qual, para Deleuze, é, justamente, o signo maior por conter, em sua essência e em
seu estilo, o pensar criativo; o pensar que no limite disjuntivo das faculdades exprime o
diferente, o dessemelhante.
Assim, o alcance do pensar como criação, por não irromper do voluntário é um
aprendizado temporal. É nesse aspecto que Deleuze compreende a importância do tempo na obra
do escritor do escritor francês, uma vez que esse dobra e desdobra o tempo em níveis que se
entrelaçam como sustentação do aprendizado do pensamento diferencial. Assim, Em busca do
tempo perdido não é voltada para o passado e para as descobertas da memória; antes, é voltada
para o futuro e os progressos do aprendizado.
Referências
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Trad. Luiz B. L. Orlandi, Roberto Machado – Rio de
Janeiro: Graal, 2ª ed., 2006. 437 p.
________. Nietzsche e a filosofia. Trad. Antônio M. Magalhães. Porto/Portugal: Rés-Editora
Ltda. p. 155-166
________. Proust e os signos. Trad. Antônio Piquet, Roberto Machado – Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2ª ed., 2003. 173 p.
PROUST. Marcel. No caminho de Swann. Trad. Mário Quintana. 1ª edição. Editora Globo.
RJ/POA/SP. 1948.
PROUST. Marcel. À sombra das raparigas em flor. Trad. Mário Quintana. 1ª edição. Editora
Globo. RJ/POA/SP. 1951.
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Résumé : La philosophie de Deleuze dans la critique de la représentation permet à Proust et les Signes d'explorer l'hétérogénéité des constitué d'apprentissage de sa différence concept philosophique. Dans ce œuvre le philosophe présente un Proust critique des philosophie, qui met l'accent sur les vérités par des bénévoles de nomination. En ce sens, la critique est soulevée dans rejette la bonne volonté de la pensée, une caractéristique qui cause la primauté de l'intelligence au hasard des rencontres. Non loin de ce qui est déjà dans Nietzsche et la Philosophie, Deleuze reprend la compréhension des hypothèses base de la décision et priorisés par la méthode de pensée, de sorte que les règles de reconnaître l'intelligence dans des matchs ce qui est exigé par la vérité. La phrase sur l'apprentissage deleuzienne est marquée par un changement dans la posture de confrontation avec les présupposés de la pensée, à savoir, que la relation de l'hétérogénéité implique la création, pas de reproduction.
Mots-clefs: apprentissage ; hétérogénéité; philosophie; différence; Deleuze.