A INFLUÊNCIA DO USO DE JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO ... · A influência do uso de jogos e...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ UECE UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UAB CENTRO DE CIÊNCIAS E SAÚDE CCS CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ALESSANDRA DOS SANTOS AMORIM A INFLUÊNCIA DO USO DE JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS DE ENSINO MÉDIO BEBERIBE - CEARÁ 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

CENTRO DE CIÊNCIAS E SAÚDE – CCS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALESSANDRA DOS SANTOS AMORIM

A INFLUÊNCIA DO USO DE JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA

ALUNOS DE ENSINO MÉDIO

BEBERIBE - CEARÁ

2013

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ALESSANDRA DOS SANTOS AMORIM

A INFLUÊNCIA DO USO DE JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS

NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS DE ENSINO

MÉDIO

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Ciências Biológicas da Universidade Aberta do

Brasil – UAB/UECE, exigido como requisito parcial

para a conclusão da disciplina de Trabalho de

Conclusão de Curso em Biologia – TCC.

Orientadora: Profa. Ms. Profª. Flávia Roldan Viana

BEBERIBE - CEARÁ

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Estadual do Ceará

Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho

Bibliotecário(a) Responsável – Giordana Nascimento de Freitas CRB-3/1070

A524i Amorim, Alessandra dos Santos

A influência do uso de jogos e modelos didáticos no ensino de biologia para alunos de ensino médio / Alessandra dos Santos Amorim. – 2013.

CD-ROM. 51 f. il. ; 4 ¾ pol.

“CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho acadêmico, acondicionado em caixa de DVD Slin (19 x 14 cm x 7 mm)”.

Monografia (graduação) – Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Ciências Biológicas a Distância, Beberibe, 2013.

Orientação: Profa. Esp. Flávia Roldan Viana.

1. Jogos educativos. 2. Modelos didáticos. 3. Biologia – Estudo e

Ensino. I. Título.

CDD: 574.07

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela confiança.

Ao meu esposo pelo amor e compreensão.

A coordenação do Curso a Distancia da Universidade Estadual do Ceará (UAB/UECE) pela confiança depositada em nossa turma pioneira nesta modalidade de ensino em nossa

cidade.

A todos os professores que foram importantes em nosso crescimento, que compartilharam algo de mais importante o “conhecimento”.

A orientadora pela paciência e ajuda.

Aos amigos pelo apoio incondicional.

A todos que contribuíram para que este percurso torna-se mais fácil de ser percorrido.

E aqueles que acreditam que a licenciatura possa ser um instrumento transformador de vidas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me ajudado nas lutas diárias que me fizeram concretizar este sonho.

Aos meus pais Jorge Aquino de Amorim e Sandra dos Santos Amorim que me deram a “vida” e que estiveram sempre ao meu lado dando força e incentivo para continuar insistindo na realização deste curso.

Ao meu esposo Valdir Garcia, pelo carinho, dedicação, paciência e compreensão nos momentos de ausências demonstrando-se sempre compassivo.

A minha orientadora Flávia Rondan Viana pela grande ajuda nestes últimos momentos que foram significativos para realização desta monografia.

A professora Maria Márcia Melo de Castro Martins pelas orientações dadas no decorrer da disciplina de Trabalho de Conclusão do Curso.

Aos sujeitos da pesquisa, pela paciência e disponibilidade no momento da coleta de dados, e que foram essenciais para o sucesso deste trabalho.

A minha amiga com a importância de uma irmã em minha vida, Maria Isabel Silva Mahamud que tornou esta caminhada divertida e proveitosa.

A minha amiga Ariela que foi um anjo em minha vida, que juntas compartilhamos momentos maravilhosos, entre angústias e alegrias.

Agradeço aos colegas de curso pelos momentos divertidos que ficarão guardados para sempre em minha memoria e lembrarei com saudades.

E a todos que contribuíram de forma direta e indireta na realização da pesquisa e concretização deste curso.

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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”

Paulo Freire, 1996

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RESUMO

O presente trabalho aborda o uso dos jogos e modelos didáticos como recursos

pedagógicos e analisa a partir do discurso docente se estes instrumentos contribuem para o

aprendizado dos alunos, na contextualização de conhecimentos, relações pessoais, na

compreensão dos conteúdos da disciplina de Biologia. Diante dos desafios e limitações

encontrados pelos professores de Biologia no Ensino Médio ao lecionar conteúdos

relacionados com a morfologia, fisiologia assim como conceitos científicos se deparam com

as limitações de contextualização e interpretação dos alunos, os professores sentem desta

forma a necessidade de modificar sua abordagem. Com base nos referenciais teóricos que

embasam esta pesquisa constatamos que os jogos e modelos didáticos são recursos

pedagógicos que oferecem subsídios para complementar a explicação do professor, além

de preencher as lacunas encontradas por este profissional em relação ao aprendizado dos

estudantes. Sua inserção em sala de aula depende da metodologia empregada pelo

professor e dos objetivos que este pretende atingir com estes recursos. Com a utilização da

entrevista estruturada foi possível analisar as opiniões dos professores de Ensino Médio e

sua visão da utilização dos jogos e modelos didáticos. Os dados obtidos serviram para

compreender que o uso destes instrumentos nas práticas pedagógicas de Biologia

contribuem para uma aprendizagem satisfatória, pois contornam as dificuldades de

interpretação dos conceitos biológicos pelos alunos assim como preenchem as lacunas

existentes do ensino aprendizagem, resultado que vai ao encontro do que indica a literatura.

Palavras – chaves: Jogos, modelos, ensino de biologia.

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ABSTRACT

This paper discusses the use of games and didactic models as teaching resources and

analyzes through the teacher speech if these instruments contribute to student learning,

contextualization of knowledge, personal relationships. These methods facilitate the

understanding of biology discipline content. From the challenges and limitations encountered

in High School to teach content related to the morphology, physiology and scientific

concepts, facing the limitations of contextualization and interpretation of students, teachers

feel the need to modify their approach. Based on the theoretical frameworks that support this

research, we found that games and didactic models are teaching resources that offer

subsidies to supplement the teacher's explanation besides filling the gaps encountered by

these professionals in relation to student learning, its insertion in classroom depends on the

teacher's methodology and goals that you want to achieve with these resources. The use of

structured interview enables the analysis of the views of secondary school teachers and their

vision of the use of games and didactic models. The data served to understand that the use

of these instruments in the practice of biology teachers contribute to a satisfactory learning

because circumvent the difficulties of interpretation of biological concepts by students as well

as fill gaps in teaching and learning. This result is consistent with the literature.

Key-words: Games, Models, biology education.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14

2.1 Mudanças no Ensino e nas Práticas Docentes .......................................................... 14

2.2 Recursos Lúdicos em Sala de Aula ............................................................................ 17

2.3 Utilização dos Jogos Didáticos na Aula de Biologia ................................................. 19

2.4 Utilização do Modelo Didático na Aula de Biologia ................................................... 23

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................................ 27

3.1 Instrumentos de Coleta de Dados ............................................................................. 28

3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa ..................................................................................... 29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 31

4.1 Análise dos sujeitos .................................................................................................... 31

4.2 Visão do professor sobre jogos e modelos didáticos ............................................... 32

4.3 Jogos e modelos na prática do professor de Biologia ............................................. 34

4.4 Contribuições dos jogos e modelos na prática pedagógica .................................... 37

4.5 Inserção dos jogos e modelos nas aulas de Biologia ............................................... 38

4.6 Jogos e modelos na formação do futuro professor .................................................. 39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 41

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 44

APÊNDICES ........................................................................................................................ 48

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E ENTREVISTA ....... 48

APÊNDICE B - ENTREVISTA ............................................................................................. 49

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1. INTRODUÇÃO

O objeto de análise deste trabalho compreende a utilização de jogos e modelos

didáticos nas práticas pedagógicas do docente no Ensino Médio na disciplina de Biologia.

Esta questão foi levantada como uma maneira de compreender como o professor de

Biologia diante das suas atividades diárias em sala de aula facilita a compreensão e

assimilação dos conceitos e conteúdos trabalhados com os alunos que, muitas vezes,

apresentam dificuldades em compreender e interligar conceitos as respectivas estruturas

ilustradas nos materiais didáticos.

Como descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+ BRASIL, 2002 p.

36): “o ensino da Biologia deve servir como meio para ampliar a compreensão sobre a

realidade, recurso graças ao qual o fenômeno biológico pode ser percebido e interpretado,

instrumento para orientar decisões e intervenções”. Desta forma, o uso destes métodos não

é apenas significante como necessário para contribuir para a melhoria na qualidade do

ensino e aprendizado coletivo e individual dos alunos que estão cursando o ensino médio.

Ainda neste sentido, a utilização de estímulos visuais é abordado por Piaget em

sua teoria a respeito do desenvolvimento da inteligência, onde este faz referência ao uso da

imagem mental e da memória no processo da construção intelectual de crianças e

adolescentes, assim como o objeto de estudo em questão. Como também Weller (1995

apud KRAPAS et al, 2007 p. 192), assegura que o modelo pedagógico, construído como

proposta de promoção no ensino, “inclui os processos de mediação didática, isto é, os

processos de transformação de conhecimento científico em conhecimento escolar.”

A utilização e importância dos jogos são também descritas nas Orientações

Curriculares para o Ensino Médio (2006, p.28) estas direcionam o valor que tem os jogos

para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Tornando-se um recurso capaz de propiciar a

criatividade, testar os conhecimentos adquiridos no decorrer das aulas teóricas, estimular a

comunicação e expressão entre os alunos como também amplia o campo de aprendizado

destes. Vale ressaltar que além de utilizar os jogos já existentes com todas as normas já

estabelecidas; é muito favorável ao aprendizado dos alunos que os próprios fabriquem em

conjunto jogos relacionados aos conteúdos dados em sala, sendo estes responsáveis por

interligarem os conteúdos com as normas do jogo. Além de uma ferramenta de aprendizado

é uma forma de propiciar aos alunos que juntos produzam um jogo onde todos contribuíram

com o que aprenderam na aula.

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Para Cavalcante e Silva (2008, p.01), os modelos didáticos permitem a

experimentação, o que, por sua vez, conduzem os estudantes a relacionar teoria (leis,

princípios, etc.) e a prática (trabalhos experimentais). Isto lhes propiciará condições para a

compreensão dos conceitos, do desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes,

contribuindo, também, para reflexões sobre o mundo em que vivem.

Como uma forma de desenvolver competências que permitam ao aluno lidar com

o conhecimento cientifico transmitido pelos professores a algo palpável e de fácil abstração,

ressaltando-se para isso que as metodologias usadas pelo professor conduzam ao

desenvolvimento em que o teórico esteja ligado ao modelo ou jogo didático utilizado, ou

seja, que este venha como facilitador de aprendizado e não seja visto como apenas uma

atividade para diversão. Esta prática exige flexibilidade do educador, pois este deve, além

de estar preparado com conteúdo, direcionar as etapas de execução desta atividade aos

seus alunos.

Krasilchik (2004) salienta que os modelos didáticos são um dos recursos mais

empregados nas aulas de Biologia para demonstrar objetos em três dimensões. Mas que

eles podem apresentar alguns percalços, como fazer com que os estudantes entendam que

os modelos são simplificações do objeto real ou fases de um processo dinâmico. Para

diminuir essas limitações e envolver o aluno no processo de aprendizagem, é importante

que eles façam os próprios modelos, de forma que estes compreendam qual estrutura estão

ilustrando.

Assim são evidentes as condições problemáticas enfrentadas pelo professor de

Biologia no ambiente escolar, dificuldades que vão desde a falta de práticas laboratoriais,

falta de preparo acadêmico do professor, utilização de termos e conceitos em linguagem

científica nas explicações do conteúdo, etc. Como uma maneira de facilitar a construção e

melhoramento do aprendizado do aluno, a utilização de recursos lúdicos para o ensino de

biologia vem de certa forma auxiliar no preenchimento de lacunas existentes nas matérias

ensinadas no ambiente escolar. Até mesmo para o próprio professor que, muitas vezes,

demonstra insegurança ao ensinar alguns assuntos mais difíceis da disciplina de biologia.

Diante dos entraves diários em sala de aula ao lecionar Biologia no Ensino

Médio, o professor sente a necessidade de aprimorar suas aulas com estes métodos

pedagógicos que venham amenizar problemas como dificuldades de percepção dos alunos

aos conteúdos acerca de estruturas e processos biológicos, a falta de laboratórios que

poderiam dar maior suporte nas aulas prática, entre outras. Para Setúval e Bejarano (2009

p.04) enuncia “os modelos didáticos são instrumentos sugestivos e que podem ser eficazes

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na prática docente diante da abordagem de conteúdos que, muitas vezes, são de difícil

compreensão pelos estudantes”.

Desta forma, estudos a respeito do uso de jogos e modelos didáticos para o

ensino de biologia existente, e que embasam o tema desta pesquisa apontam o mesmo

caminho. Tais metodologias são necessárias para facilitar a compreensão dos alunos, como

é descrito no PCN+ (BRASIL, 2002 p.57) “favorecem o desenvolvimento espontâneo criativo

dos alunos e permitem ao professor ampliar seu conhecimento de técnica ativas de ensino”.

Mas para compreender melhor as práticas do educador, ao utilizar estas metodologias, este

trabalho se propõe em analisar pela fala e percepção do professor, personagem desta

pesquisa, estas práticas; como é o desenvolvimento em sala de aula, resultado obtido,

dificuldades enfrentadas e como é o processo de avaliação desta prática.

Ao analisar na vivência dos estágios supervisionados e na observação de

professores da área de ciências biológicas os problemas enfrentados em sala de aula com

os conteúdos de Biologia no ensino médio, e encontrando na literatura métodos alternativos

que auxiliem o professor em suas práticas, decidi tornar objeto de estudo do presente

projeto “a influência dos jogos e modelos didáticos nas práticas do ensino de biologia”.

Como Almeida enuncia que o rendimento dos estudantes vai além das

expectativas quando se trabalha de forma interativa e participativa, contextualizando sempre

que possível. O envolvimento dos alunos nas atividades didáticas através do uso de

modelos tridimensionais e ilustrações são responsáveis pela melhora na capacidade de

adquirir e guardar informações em comparação com métodos tradicionais. (ALMEIDA, 2003

apud ORLANDO, 2009, p.13).

Assim, levantou-se a problemática inserida em um contexto social, por se tratar

de curso de licenciatura direcionamo-la para área da educação com ligação direta com as

ciências biológicas. Levantou-se assim um questionamento: “Os jogos e modelos

didáticos influênciam a prática pedagógica do professor de Biologia no Ensino

Médio?”. Através deste foram enumerados objetivos a serem compreendidos por meio das

falas contidas nas entrevistas estas irão compor os dados que serão devidamente

analisados e discutidos.

Desta forma temos como objetivo geral: Analisar a influência do uso de jogos

e modelos didáticos nas aulas de Biologia para alunos de Ensino Médio. O presente

trabalho ainda possui como objetivos específicos: buscar compreender, por meio do

próprio professor, qual a influência que tem os jogos e modelos didáticos no aprendizado

dos alunos, e em sua prática pedagógica em sala de aula; possui ainda a finalidade de

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utilizar os dados obtidos na respectiva pesquisa pedagógica para novas pesquisas na área,

servindo assim como base aos demais educadores de Biologia.

Na tentativa de investigar a realidade e encontrar possíveis respostas às

questões levantadas, este trabalho está assim estruturado: O capítulo 2 trata do referencial

teórico da pesquisa, onde se buscou levantar as principais referências bibliográficas que

abordam o tema pesquisado. Introduz reflexões teóricas, sobretudo algumas que focalizam

resultados de importantes estudos sobre o uso de jogos e modelos didáticos no Ensino de

Biologia. Seu foco voltou-se para a construção de um aporte teórico, e a princípio não

trabalhou com dados empíricos.

O capítulo 3 traz os passos metodológicos percorridos na pesquisa. Apresenta,

de forma abrangente, a abordagem utilizada, o método adotado e os instrumentos de coleta

de dados.

O capítulo 4 reflete a situação encontrada, na atividade de pesquisa, em relação

ao uso dos jogos e modelos didáticos no ensino de Biologia. Alguns marcos teóricos são

apresentados, juntamente com a reflexão e análise dos dados empíricos colhidos neste

estudo.

Por fim, o capítulo 5 é dedicado às considerações finais. Procura condensar os

principais resultados encontrados e apresentar reflexões sobre o uso desses recursos no

ensino de Biologia.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Das situações acadêmicas do ensino de Biologia, provavelmente a mais

produtiva é a que envolve o uso de jogos e de modelos didáticos, quer na aprendizagem de

noções, quer como meios de favorecer os processos que intervêm no ato de aprender, uma

vez que o elemento mais importante é a participação ativa do sujeito sobre a sua própria

aprendizagem.

Entretanto, para um trabalho sistemático com jogos e modelos didáticos no

ensino de Biologia é necessário que as práticas docentes sejam planejadas de modo a

permitir a exploração do potencial desses recursos no processo de ensino e aprendizagem.

Sendo assim, o uso desses recursos para o ensino, representa, em sua

essência, uma mudança de postura docente em relação ao ensino de Biologia, ou seja, o

papel do professor muda de transmissor do conhecimento para o de mediador e

incentivador da aprendizagem, e do processo de construção do saber pelo aluno. Sua

intervenção ocorrerá através de questionamentos que levem os estudantes a pensarem

sobre o conteúdo, apresentando situações que forcem a reflexão e a socialização das

descobertas em grupos.

2.1 Mudanças no Ensino e nas Práticas Docentes

Para iniciar a análise teórica que orienta esta pesquisa partiremos da publicação

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/96 regulamentada em 1998

pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares

Nacionais, onde se viu a necessidade de atualizar as práticas que vinham sendo

desenvolvidas em sala de aula, a fim de impulsionar o ensino para responder aos desafios

impostos por processos globais para alunos de Ensino Médio (PCN+, BRASIL, 2002 p. 04).

Direcionando estas mudanças para o trabalho do professor, Diniz (2004, p. 264) elucida:

Na década de 90, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN nº 9394/96 e a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apresentaram-se novas perspectivas para a atuação e, consequentemente, para a formação de professores do Ensino Fundamental e Médio. Tais perspectivas centram-se na necessidade de melhor preparar tais profissionais para incorporarem as inovações científicas e tecnológicas recentes ao trabalho que desenvolvem em sala de aula, e para redimensionarem sua atuação, tendo em vista a configuração atual da nossa sociedade, particularmente em relação ao que concerne aos avanços da tecnologia.

Para Lima e Vasconcelos (2010, p. 324) a realidade encontrada hoje nas

escolas é desfavorável a uma educação de qualidade, ou seja, ensinar torna-se uma tarefa

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árdua para o professor que, segundo os autores, pode encarar em seu cotidiano as

seguintes situações:

Superlotação nas salas de aula, desvalorização do profissional, e defasada estrutura física, metodológica e didática nas escolas instiga o docente a (se) questionar: "como" fazer e "com que" fazer educação, adequando-se à proposta projetada pelos parâmetros curriculares e pelo mercado de trabalho? Afinal, as escolas - especialmente da rede pública - constituem-se de alunos marcantemente heterogêneos cultural e socialmente, o que requer do professor de Ciências o uso equilibrado de conceitos, de técnicas (competências) adequadas à comunidade; e dos seus instintos de educador (habilidades).

Os mesmos autores ainda completam que apesar dos percalços já existentes

outros desafios podem ser encontrados na rotina do professor das Ciências Biológicas como

inserir os alunos do ensino médio em conteúdos científicos com uma linguagem muitas

vezes de difícil assimilação por sua complexidade, assim citam:

Professores de ciências são elementos-chave nas mudanças dos indicadores negativos do nosso ensino: além de trabalharem o conteúdo, atuam ativamente como mediadores no processo de inclusão científica e tecnológica dos cidadãos, contribuindo para aproximar as ciências do cotidiano do estudante.

Após a inserção de novas diretrizes no Ensino Médio, o professor da disciplina

de Biologia precisou dar ênfase a outras práticas que interligassem o conhecimento

cientifico com o contexto social ao qual o aluno está inserido, como forma de facilitar o

aprendizado e compreensão destes. Segundo os PCNs, o novo Ensino Médio deve

contemplar a "formação geral em oposição à formação específica; o desenvolvimento da

capacidade de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de

aprender, criar, formular, ao invés da simples capacidade de memorização" PCNs (BRASIL,

1999, p. 15).

Mesmo diante das orientações das diretrizes que constam nos PCNs, os

professores que lecionavam no Ensino Médio sentiam-se sem rumo, possuíam os

conteúdos certos para serem desenvolvidos, mas não sabiam qual a melhor metodologia

para empregar, daí surgem os PCN+ (2002) que sintetizam-se em seis temas

estruturadores: , PCN+ (BRASIL, 2002, p. 38):

1. Interação entre os seres vivos; 2. Qualidade de vida das populações humanas; 3. Identidade dos seres vivos; 4. Diversidade da vida; 5. Transmissão da vida, ética e manipulação gênica; 6. Origem e evolução da vida.

Abordando este assunto sobre os temas estruturadores e sua contribuição nas

práticas docentes, servindo como orientadores a serem seguidos para trabalhar os

conteúdos de forma mais sistemática, as autoras Viana e Maia (2010, p.05) citam:

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Os temas estruturadores são propostos com o intuito de ajudar o professor a organizar suas ações pedagógicas, utilizando os temas como instrumentos para se chegar a uma aprendizagem significativa no desenvolvimento das competências. Consensualmente, o professor precisa estar preparado para se utilizar com eficiência desses instrumentos para possibilitar ao aluno desenvolver as habilidades necessárias para a compreensão dos conceitos biológicos em consonância com os fatos reais e cotidianos.

Como fazer uso destas ferramentas descritas nos PCNs (1999) e PCN+ (2002),

exige bastante preparo do professor, flexibilidade e acima de tudo persistência, pois como

Farias (2004, p.57) ilustra bem, “os modernos meios de comunicação, liderados pela

Internet, permitem o acesso instantâneo à informação e os alunos têm mais facilidade para

buscar conhecimento por meio da tecnologia colocada à sua disposição”. Torna-se desta

maneira uma concorrência bastante desleal com a escola, que muitas vezes possui recursos

didáticos limitados e sem muitos atrativos, isto por sua vez é refletido na disciplina do aluno

em sala de aula, sua motivação em estudar, seu aprendizado e, consequentemente, nos

índices de reprovação e abandono escolar.

Farias (2004 p.57) complementa que, “Os procedimentos didáticos, nesta nova

realidade, devem privilegiar a construção coletiva dos conhecimentos mediada pela

tecnologia, na qual o professor é um partícipe proativo que intermedia e orienta esta

construção”. Assim, é importante e enriquecedor para as aulas que o professor faça uso de

métodos facilitadores em suas práticas que possibilite o trabalho em equipe e

compartilhamento de conhecimentos por todos, com o uso inclusive de algo que está cada

vez mais inserido no cotidiano dos alunos, as tecnologias.

Os seguintes autores Kubata et al. (2011, p.02), abordam a mesma problemática

quando diz, que:

A postura do professor em sala de aula, bem como suas artimanhas em articular o conteúdo teórico a ser ensinado com atividades mais dinâmicas e uma abordagem moderna são, sem dúvida, pontos de partida para a solução de problemas em sala de aula, tanto no sentido disciplinar (comportamento do aluno) quanto no índice de rendimento de conteúdos que serão aproveitados pelo estudante.

Direcionando o foco para o ensino de Biologia que é o objetivo desta pesquisa,

Krasilchik (2004) citada por Lepienski e Pinho (2008, p.3) salienta que, “os objetivos do

ensino de biologia seriam: aprender conceitos básicos, analisar o processo de pesquisa

científica e analisar as implicações sociais da ciência e da tecnologia”. Ainda segundo esta

autora, “a biologia pode ser uma das disciplinas mais relevantes e merecedoras da atenção

dos alunos, ou uma das disciplinas mais insignificantes e pouco atraentes, dependendo do

que for ensinado e de como isso for feito”.

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Já o autor Fialho (2008, p.02) acredita em práticas diferentes das utilizadas

rotineiramente e neste sentido comenta: “É necessário, então, diversificarmos nossas

metodologias de ensino, sempre em busca de resgatarmos o interesse e o gosto de nossos

alunos pelo aprender”. E este gosto e ânsia em buscar novos saberes só podem ser

observados pelos professores que insistem em usar métodos diferentes dos tradicionais em

sala de aula. Não é exterminar a aula expositiva dialogada das práticas, mas tornar a

exposição de conteúdos algo mais prazeroso com mais visualizações o que é teórico.

Em meio às diretrizes no Ensino Médio encontram-se outras sugestões de

direcionamento de práticas educacionais que utilizam os recursos lúdicos, como os jogos e

modelos didáticos, como instrumentos facilitadores na compreensão do conteúdo fazendo

com que o aluno relacione conhecimentos prévios ao que está sendo visualizado nestes

recursos didáticos.

2.2 Recursos Lúdicos em Sala de Aula

Fernandes (1998) mencionado por Lepienski e Pinho (2008, p.3) levanta uma

questão bastante pertinente ao ensino de Biologia, “a maioria dos alunos vê a biologia

apresentada em sala, como uma disciplina cheia de nomes, ciclos e tabelas a serem

decorados, enfim, uma disciplina, chata”. O desafio para o professor da área de Ciências

Biológicas surge daí, que caminho seguir a fim de tornar as aulas mais atraentes,

participativas e capazes de prender a atenção dos alunos aos conteúdos trabalhados.

Instigar os alunos a assumirem o papel de investigador, de buscar compreender

e fazer uma ligação do conteúdo científico com algo que está em seu cotidiano. Desta

forma, Pacheco (2000) citado por Lepienski e Pinho (2008, p.4) acredita que:

Os alunos devem se confrontar com experimentos de caráter investigativo e diante de um fenômeno em estudo, imprimir suas próprias concepções e organicidade. É fundamental que o aluno seja instigado a propor uma explicação e confrontá-la com o conhecimento científico estabelecido, gerando um conflito cognitivo, um dos motores da evolução conceitual.

A visão de que o lúdico pode ser importante ferramenta metodológica no ensino

de Biologia parte das ideias de Rizzo Pinto (1997) citado por Knechtel e Brancalhão (2008,

p. 04) quando afirma:

Não há aprendizagem sem atividade intelectual e sem prazer; a motivação através da ludicidade é uma boa estratégia para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva. As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais além de desenvolver vários aspectos da personalidade como a cognição, afeição, socialização, motivação e criatividade.

Assim a aquisição de conhecimento com o conteúdo trabalhado do Ensino

Médio só será bem assimilado se a atividade desempenhada pelo professor compreender

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algo motivador que desperte, sobretudo, o prazer em aprofundar ainda mais o que foi

aprendido.

Neves (2007) também mencionado por Knechtel e Brancalhão (2008 p. 04)

afirmam que: “através de atividades lúdicas, o aluno explora muito mais sua criatividade,

melhora sua conduta no processo de ensino-aprendizagem e sua autoestima”.

A aplicação de recursos lúdicos em sala de aula exige do professor, segundo

Moura et al. (2011, p.5). “uma metodologia bem segura e com objetivos bem delimitados e

determina para que assim possam ser alcançados, pois, apenas a mudança da prática e a

utilização do recurso não asseguram a evolução esperada”.

Deve-se levar em consideração pelo professor que o lúdico está sendo

empregado em sala não apenas como diversão, mas como ferramenta de ensino e que tal

instrumento venha com o objetivo de acrescentar na compreensão dos conteúdos, assim

este personagem possui o papel de organizar as etapas de exposição da atividade como

Knechtel e Brancalhão (2008 p. 05) comentam, “requer uma organização prévia e uma

avaliação constante do processo ensino aprendizagem. A primeira etapa a se definir são os

objetivos ou a finalidade do lúdico para que se possa direcionar o trabalho e dar significado

às atividades”. Para um melhor direcionamento da prática é imprescindível o professor estar

preparado com o conteúdo em mente, ou seja, não deixar a aula apenas a mercê do recurso

lúdico, facilitar que os alunos façam uma ligação do que está na teoria, com a prática da

atividade.

Separar e organizar o material na sala, escrever os passos a ser seguido, levar

em consideração o número de alunos com o material disponível, organização das carteiras,

enfim, fazer um planejamento e organização prévia para que, ao entrar em sala, os alunos já

sejam orientados das restrições e desenvolvimento das etapas, para que tudo seja

rigorosamente seguido a fim de tornar a atividade lúdica prazerosa e com fins educacionais.

Maia e Schimin (2008) trazem para a discussão dos recursos lúdicos em sala de

aula a visualização de imagens por parte dos alunos, direcionando o olhar para a disciplina

de Biologia tendo em vista que esta exige muita interpretação dos educandos ao estudar

estruturas particulares nos conteúdos programáticos, estes autores abordam:

A utilização deste recurso para o ensino de biologia, assim como para outras disciplinas, apresenta um aspecto interessante, isto que é um recurso amplamente conhecido, encontrado em jornais, revistas, internet e diversos outros locais, tratando dos mais diversos temas e, de forma lúdica, trazendo as mais diversas mensagens que são compreendidas e interpretadas pelos jovens, provocando-nos mesmos muitas vezes, uma assimilação de conceitos não verificada quando utiliza-se somente linguagem verbal.(Ibidem, p.10)

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Concluindo os referenciais que apontam os recursos lúdicos em sala de aula

Knechtel e Brancalhão (2008 p. 24) enunciam: “atividades lúdicas auxiliaram na aquisição

de conhecimentos científicos de forma eficaz e significativa, com atitudes de respeito ao

colega e as regras de jogo, de cooperação e iniciativa pessoal”. Ainda segundo os autores,

“os professores que queiram inovar sua prática, tenham nos jogos e brincadeiras aliados

permanentes, possibilitando aos alunos uma forma de desenvolver as suas habilidades

intelectuais, sociais e físicas, de forma descontraída, lúdica e participativa”.

2.3 Utilização dos Jogos Didáticos na Aula de Biologia

Partindo do que está descrito no PCN+ (BRASIL, 2002 p.56) sobre os jogos

didáticos:

O jogo oferece o estímulo e o ambiente propícios que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permite ao professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos.

Este recurso mostra grande influência no ensino/aprendizagem dos alunos, pois

contribuí para que estes aprofundem o conhecimento adquirido com os conteúdos na

proposta educacional do jogo didático, torna-se uma atividade motivadora e trabalha a

visualização, participação e desenvolvimento de habilidades.

Campos (2002 p.47) analisa os jogos didáticos como “uma alternativa viável e

interessante, pois este material pode preencher muitas lacunas deixadas pelo processo de

transmissão-recepção de conhecimentos, favorecendo a construção pelos alunos de seus

próprios”.

Neste sentido, o jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de experiência pessoal e social, ajuda a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade, e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. Ele pode ser utilizado como promotor de aprendizagem das práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao conhecimento científico, levando os a ter uma vivência, mesmo que virtual, de solução de problemas que são muitas vezes muito próximas da realidade que o homem enfrenta ou enfrentou. (Ibidem, p.48)

O jogo por ser uma atividade inserida no momento de descontração dos alunos,

provoca um atrativo singular, usar este recurso para aprender pode ser ainda mais

motivador, ao passo que ao seguir as regras do jogo, é imposto o limite a ser respeitado. O

professor só precisara direcionar o desenvolvimento do jogo e facilitar o entendimento do

seu objetivo.

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Fialho (2008, p. 02) norteia a ideia dos jogos didáticos em sala de aula com a

seguinte fala,

Os jogos educativos com finalidades pedagógicas revelam a sua importância, pois promovem situações de ensino-aprendizagem e aumentam a construção do conhecimento, introduzindo atividades lúdicas e prazerosas, desenvolvendo a capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.

Partindo desta visão, outros autores acreditam na relevância do emprego do jogo

didático, que em conjunto com os conteúdos favorece uma melhor assimilação destes pelos

alunos, assim como consequência melhor rendimento é o caso de Silveira citado por Fialho

(2008, p.03) acredita que estes tem finalidade de servir de apoio reforçando elementos

importantes do conteúdo dado em sala de aula:

[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro é o incremento da motivação.

[...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência (SILVEIRA, 1998, p.02).

Outro autor que observou a influência positiva dos jogos e o caracterizou como

um método para avaliar os conteúdos previamente estudados foi Cunha (2004) citado por

Moura et al. (2011, p.5), enuncia que:

Os jogos são caracterizados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos como na apresentação de um conteúdo, ilustração de aspectos relevantes ao conteúdo, avaliação de conteúdos já desenvolvidos e como revisão ou síntese de conceitos importantes.

Estas ideias servem para caracterizar o jogo como recurso lúdico viável em

práticas educacionais, mas para que este tenha resultados satisfatórios FIALHO (2008 p. 04

- 05) aborda que alguns cuidados devem ser tomados ao utilizar os jogos em sala de aula:

1. A experimentação dos jogos: É fundamental que o docente teste o jogo antes de levá-lo aos alunos visando evitar surpresas indesejáveis durante a execução, observando se as questões envolvidas estão corretas e se as peças do jogo estão completas. Experimentando o jogo, o professor pode definir o número de grupos e de componentes que poderá formar para sua realização; 2. Síntese rápida dos conteúdos mencionados em cada jogo: Geralmente o jogo é apresentado aos alunos, quando os conteúdos nele envolvidos já são de conhecimento dos alunos; portanto antes de iniciar o jogo, propriamente dito é importante que o docente faça um comentário breve dos conteúdos que estarão presentes no jogo; 3. Verificação nas regras: Quando o aluno não compreende as regras ele perde o interesse pelo jogo; portanto, estas devem ser bem claras e sem muita complexidade a fim de motivar o estudante buscando seu interesse pelo desafio e pelo desejo de vencer; 4. Proposta de atividades relacionadas aos conteúdos dos jogos: É interessante que o docente prepare antecipadamente algumas

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atividades relacionadas aos conteúdos desenvolvidos no jogo, para que este tenha realmente um valor significativo, enquanto objetivo educacional e pedagógico. No entanto, não há necessidade de uma quantidade exagerada de atividades, pois desta forma, o aluno também perde o interesse pelo jogo por sentir-se na obrigação de jogar apenas para aprender; 5. A pontuação nos jogos: Esse requisito é muito importante, pois é o maior fator motivacional, uma vez que vem ao encontro a um estímulo maior e até a um desafio dentro do jogo. A pontuação provoca no aluno o sentimento de competição e por não querer perder ele se esforça para resolver a problemática do jogo, de forma bastante eufórica, pois quer realizar a melhor pontuação e assim vencer o jogo.

Além destes pontos que abordam o jogo como recurso possível de ser

trabalhado, é importante a observação do professor ao analisar quais assuntos necessitam

de uma abordagem mais aprofundada e qual jogo faz melhor ligação com determinado

conteúdo, quais limitações dos alunos poderá interferir na execução do jogo, segundo as

ideias de Viana e Maia (2010, p.09) como “o professor é um mediador e necessita ter uma

atitude ativa sobre a atividade, inclusive de observação, que lhe permitirá conhecer mais

sobre os alunos com quem trabalha”.

Ainda seguindo as ideias das autoras, trabalhar com jogos e assim estendendo-

se aos modelos didáticos requer do professor escolher um ambiente específico para sua

atividade, como um local onde o material possa estar disposto visivelmente em mesas ou

bancadas para facilitar o contato e visualização dos alunos. Se certificar que o material está

de acordo com a idade e com o conteúdo trabalhado previamente, assim como o material

que compõe os jogos ou modelos sejam feitos de materiais coloridos, com gravuras que

despertem no aluno a curiosidade.

Outro ponto importante é permitir que os alunos realizem repetições dos jogos,

questionem as regras, opinem na melhoria do jogo, é neste momento que deve-se ter o

cuidado com o conflitos entre os alunos, buscar sempre oportunizar os interesses e

necessidades individuais. Outro ponto bastante importante é quando solicitado pelo

professor à fabricação de um jogo ou modelo que se constitua em um momento de

enaltecimento e valorização do trabalho realizado pelo aluno ao confeccionar o que foi

pedido.

Atingir o objetivo esperado ao desenvolver uma atividade com jogos pode,

aparentemente, ser desafiador, mas que se bem direcionado pelo professor pode ser

alcançado. É o que aborda o autor Pedroso (2009, p.04) ele destaca a importância do

professor possuir previamente os objetivos que tentará alcançar com determinado jogo

desenvolvido:

O jogo ser embasado por uma metodologia é porque partimos do pressuposto que o professor quando tem clareza dos objetivos visados e organiza metodologicamente a atividade para alcançá-los, tem grandes

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chances de sucesso na implementação do jogo. Um professor que não sabe ao certo os objetivos a serem explorados com a atividade proposta, não sabe como proceder em relação ao recurso e, ainda conta com os imprevistos típicos das aulas, tem mais chances de obter resultados ruins na implementação.

A partir destas premissas percebe-se a notoriedade dos jogos entre autores com

estudos na educação, mas direcionando esta ferramenta para as aulas de Biologia onde são

necessário outros recursos além do livro didático para os conteúdos, muitas vezes,

abstratos e complexos ser mais bem assimilados pelos alunos, Pedroso (2009, p.08)

acredita que: “Através da dinâmica dos momentos pedagógicos, os conhecimentos

escolares deixam de ser abstrações, passando a constituírem-se como instrumentos que

podem ser utilizados na busca de soluções para os desafios de uma nova forma de olhar o

mundo”.

Viana e Maia (2010, p.09) enfatizam que o uso de jogos no ensino da Biologia

deve: “ser um eixo no trabalho com a Biologia, mas uma possibilidade e um caminho para

potencializar os conteúdos da disciplina, lembrando que só deve ser utilizado quando a

programação, o conteúdo, possibilitar, constituindo um eficiente auxílio ao alcance dos

objetivos da disciplina”.

Campos, Bortoloto e Felício (2002 p.49) instigam ainda que o uso do jogo

facilitaria o ensino de Biologia, pois este requer a compreensão de,

Processos que envolvem conteúdos abstratos e, muitas vezes, de difícil compreensão e, ainda hoje, sofrem influências da abordagem tradicional do processo educativo, na qual prevalece a transmissão-recepção de informações, a dissociação entre conteúdo e realidade e a memorização do mesmo.

Além de facilitar a compreensão dos conteúdos abstratos, jogos mostram-se

adequados ao aprendizado dos alunos, pois favorece motivação interna, raciocínio,

argumentação, beneficia a relação aluno/aluno e professor/aluno, trabalha o

desenvolvimento cognitivo; além destas é abordado por Viana e Maia (2010, p. 09) um fato

relevante “Por ser livre de pressões e avaliações, o jogo estimula a exploração e a solução

de problemas e os erros são vistos de forma natural, sem deixar marcas negativas, mas ao

mesmo tempo, propiciando novas tentativas. Ao tentar vencer, o aluno valoriza o

conhecimento”.

Segundo Celso Antunes (2002) citado por Viana e Maia (2010, p. 10) existe

quatro elementos que devemos levar em consideração ao usar os jogos: Capacidade de se

constituir em fator de autoestima do aluno, condições psicológicas favoráveis, condições

ambientais e fundamentos técnicos.

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Um dos elementos citados acredita que os jogos podem favorecer o

desenvolvimento da autoestima do aluno por meio da sua busca em solucionar o problema

do jogo. Quanto mais interessado o aluno estiver, maior será a interação dele com os

demais alunos e isso o estimulará a repetir as etapas do jogo. Isso influenciará

significativamente no aprendizado; daí a importância deste método tornar-se desafiador ao

aluno, com questões que o leve a usar seu raciocínio logico aliado ao que aprendeu.

O jogo ainda é visto como instrumento de interação do grupo de alunos. É uma

atividade que deve ser inserida com a finalidade de desafiar o grupo a pensar e solucionar a

problemática do jogo.

Ainda segundo Antunes (2002) citado por Viana e Maia (2010, p. 10): “Espaço,

número adequado de peças, cuidadosa embalagem e organização, higiene da mesa ou

mesmo do chão em que o aluno usará para a atividade, devem ser observados e

providenciados”. Assim, para um bom aproveitamento da turma, o espaço ao qual será

realizado o jogo deve ser muito bem preparado pelo professor, previamente.

O último e também importante elemento é o procedimento do jogo. Este recurso

para ser bem compreendido e executado pelos alunos deve respeitar a ordem de aplicação,

ou seja, o começo que deve ser iniciado com a explicação do professor, das regras, o meio

que é a execução do jogo pelos alunos, e o fim que é o resultado obtido pelos alunos,

seguido da avaliação do professor.

2.4 Utilização do Modelo Didático na Aula de Biologia

Além dos jogos, outra ferramenta importante para o ensino da Biologia são os

modelos didáticos. Estes facilitam a compreensão dos conteúdos utilizando-se da

visualização e do manuseio de determinado material que represente certa estrutura

relacionada ao conteúdo. Como forma de defini-lo melhor, segundo Orlando et al. (2009, p.

2) citados por Mendonça e Santos (2001 p. 03), os modelos didáticos são, “como estruturas

tridimensionais ou semi planas (alto relevo) e coloridas, são utilizadas como facilitadoras do

aprendizado, complementando o conteúdo escrito e as figuras planas e, muitas vezes,

descoloridas dos livros-texto”. Ainda conceituando os modelos, uma definição que condiz

com a proposta deste material é descrito por Della Justina et al. (2003) citada por Matos et

al (2009 p. 20):

Modelo didático corresponde a um sistema figurativo que reproduz a realidade de forma esquematizada e concreta, tornando-a mais compreensível ao aluno. Representa uma estrutura que pode ser utilizada como referência, uma imagem que permite materializar a ideia ou o conceito, tornando-os assimiláveis. Os modelos didáticos devem simbolizar

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um conjunto de fatos, através de uma estrutura explicativa que possa ser confrontada com a realidade.

Após esta definição, observa-se que este recurso vem com o papel de tornar

manuseável ao aluno o que ele só consegue ver nas gravuras do seu livro, pela fala do

professor na explicação ou em vídeos. Certos conteúdos do Ensino Médio exigem dos

alunos uma capacidade de abstração muito grande para serem assimilados, e isto muitas

vezes pode comprometer o aprendizado dos educandos que possuam dificuldades

imaginativas, ocasionando em baixo rendimento no conteúdo de Biologia.

Isto é descrito nas ideias de Orlando (2009) citado por Mendonça e Santos

(2001, p. 03). Segundo suas ideias:

Do lado visual, esses modelos permitem que o estudante manipule o material, visualizando-o de vários ângulos, melhorando, assim, sua compreensão sobre o conteúdo abordado... E a própria construção dos modelos faz com que os estudantes se preocupem com os detalhes intrínsecos do modelo e a melhor forma de representá-lo, revisando o conteúdo, além de desenvolver suas habilidades artísticas.

Ainda segundo as ideias de ORLANDO et al. (2009) citado por Mendonça e

Santos (2001, p. 04) em seu trabalho sobre modelos didáticos em biologia Celular e

Molecular, deixa bem evidenciado que:

Os modelos tridimensionais mostraram-se bastante didáticos, pois os próprios estudantes obtêm melhor resultado em suas aulas devido à maneira diferente pela qual é ensinada a matéria. Os modelos tridimensionais auxiliam uma melhor visualização e compreensão dos conteúdos, sendo fácil de relacionar o todo com as partes e as partes com o todo. O modelo apesar de simplificado, não deve conter aspectos errados ou confusos com relação ao tema estudado. O estudo a partir dos modelos é um processo mais dinâmico e se enfoca num modo mais prazeroso de aprendizagem; mais fácil de associações com o cotidiano;

Ao utilizar os modelos em suas práticas em sala de aula o professor estará

promovendo o aprendizado dos alunos e contribuindo para o melhoramento de sua forma de

ensinar, pois através deste método é possível transformar o conteúdo cientifico que é bem

mais complexo, em conhecimento escolar. Isto ocorre quando é feito uma ponte que

interliga o modelo didático apresentado com as teorias, leis, princípios e estruturas

microscópicas, etc.

Conforme Paz et al. (2006, p. 136), citado por Setúval e Bejarano (2009, p. 03):

Os modelos são a essência das teorias e podemos classificá-los em três categorias: modelo representacional, conhecido como maquete, sendo que é uma representação física tridimensional (ex. terrário, aquário, estufa, etc.); modelo imaginário é um conjunto de pressupostos apresentados para descrever como um objeto ou sistema seria (ex. DNA, ligações químicas, etc.) e o modelo teórico, que é um conjunto de pressupostos explicitados de um objeto ou sistema (ex: sistema solar, ciclo da chuva, ciclo do carbono, etc.).

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Seguindo estes modelos que possuem diferentes demonstrações, mas que

apresentam apenas um objetivo, o de favorecer a apropriação de conhecimentos por meio

de algo mais estimulante. Assim, esta ferramenta apresenta a função de relacionar

conceitos reais de uma analogia do real utilizando para isso materiais de baixo custo. De

acordo com Borges (1997, p.207) citado por Setúval e Bejarano (2009, p. 07),

Analogias são, portanto, ferramentas para o raciocínio e para explicação. Um modelo pode ser definido como uma representação de um objeto ou uma ideia, de um evento ou de um processo, envolvendo analogias. Portanto, da mesma forma que uma analogia, um modelo implica na existência de uma correspondência estrutural entre sistemas distintos.

Diante destes pressupostos é adequado o uso dos modelos nas aulas para fins

educacionais de forma que este seja usado para facilitar e promover assimilação dos

conteúdos, como é mencionado por Setúval e Bejarano (2009, p. 04) “os modelos didáticos

são instrumentos sugestivos e que podem ser eficazes na prática docente diante da

abordagem de conteúdos que, muitas vezes, são de difícil compreensão pelos estudantes”.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração para o sucesso do modelo

didático em sala é a forma como o professor irá direcionar este método em sua aula, isto é

evidenciado também na fala de Setúval e Bejarano (2009, p. 08) quando enuncia:

Outra evidência é o dinamismo que os modelos didáticos poderão propiciar na fixação dos conteúdos, assim como na resolução dos problemas evidenciados no modo como os professores desenvolverão na execução da sua prática. Sob esta ótica, é imperativo que os docentes possam promover a articulação entre a teoria e a prática de maneira dialógica e afetiva, partindo do princípio da autonomia do estudante em questionar sobre o que ele realiza e observa diante de um fenômeno ou processo estudado.

Desta forma, o educador de Biologia deve estar preparado para explicar o passo

a passo do processo que está sendo estudado, além é claro, de deixar o aluno participar

dando sugestões e levantando questionamentos, se há perguntas é um sinal que está

interessado no conteúdo e que estão se sentindo instigados a aprender mais sobre o que

está sendo abordado como teoria e visualizado no modelo.

Por isso é enfatizado que para obter resultados satisfatórios com os modelos

didáticos estes devem ser utilizados em conjunto com a parte teórica dos conteúdos e

sempre com a abordagem do professor, pois é dele que vai partir os direcionamentos

adequados, assim como é dele a função de fazer a ligação do modelo e conteúdo.

Complementando esta ideia, Krasilchik (2004) mencionada por Setúval e

Bejarano (2009, p. 04), infere:

Que os modelos didáticos são um dos recursos mais utilizados em aulas de biologia, para visualizar objetos de três dimensões. Contudo, podendo ter limitações diversas, a exemplos dos estudantes compreendê-los como

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simplificações do objeto real. Nesse caso, sendo necessário envolvê-los na sua produção para que ocorra a aprendizagem. Acrescenta ainda que, os avanços científicos no campo da biologia têm conduzido à necessidade de uma didatização dos conhecimentos nas salas de aula de ciências, isto é, à facilitação dos conhecimentos científicos biológicos em objetos de ensino.

Este recurso pode ter também grande significado no aprendizado do aluno

quando o mesmo o fabrica, ou seja, produz o seu próprio modelo didático, esta pratica

contribui para uma maior assimilação do tema estudado. Neste sentido Matos et al. (2009 p.

22), enfatizam “utilizar materiais alternativos como um recurso demonstrativo estimula o

aluno numa aula teórico-prática, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e

interessante”. Ainda segundo Matos et al. (2009 p. 22), a produção dos modelos por parte

dos alunos favorece, “para o conhecimento dos estudantes envolvidos, como também para

o intercâmbio entre os alunos, promovendo a difusão do conhecimento e desenvolvendo a

criatividade e o espírito de equipe entre os mesmos”.

O aprendizado torna-se mais instigante, pois ao fabricar o modelo, os alunos

precisaram retornar aos conceitos abordados em sala de aula a fim de compreender o que

deve ser feito, como fazê-lo assim como as características que devem ser privilegiadas,

seguindo o que foi solicitado pelo professor ou pelo que está na figura em que possuem

como base.

Assim como descrito nos referenciais aqui apontados, o modelo didático pode

contribuir significativamente para o aprendizado dos alunos que lidam com conteúdos,

muitas vezes abstratos demais para sua compreensão. Este recurso por sua vez só trará

resultados satisfatórios se forem bem trabalhados pelo professor em sala de aula, este tem

como função direcionar os conceitos aos modelos, instigar nos alunos a curiosidade de

manusear como de produzir seu próprio modelo. Isto levará o aluno a estudar ainda mais os

conceitos e, consequentemente, fixação dos conteúdos. Enfatizando a ideia Cruz et al.

(1996) citado por Matos et al (2009 p. 21):

Uma disciplina não pode ser desenvolvida apenas de forma teórica e sim apoiada num conjunto de aulas práticas que contribuam para aprimorar os conhecimentos. Entretanto, na maioria das escolas é observada uma escassez de material biológico para realização de aulas práticas e os modelos didáticos podem ser uma das ferramentas adotadas para suprir esta lacuna.

Diante dos referenciais aqui expostos, os jogos e modelos didáticos, tornam-se

alternativas viáveis para complementar a parte teórica dos conteúdos do ensino de Biologia,

estes, por sua vez, deve estar presentes nas práticas do professor que deve estar

preparado com um planejamento prévio. A abordagem pode ser tanto na visualização

destes pelos alunos, como os próprios fabricando. São de acessível produção e de baixo

custo.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa que se anseia com este trabalho gira em torno de uma pesquisa

Qualitativa onde busca investigar questões relacionadas com o ambiente escolar e

qualidade educacional. Este tipo de pesquisa caracteriza-se por ser mais flexível, ou seja,

nem possuir um esquema a ser desenvolvido muito rígido, nem baseada em improvisos;

apresenta esquema simples a ser seguido, onde é considerado uma problemática, objetivos

a serem alcançados, metodologia empregada no campo, análise dos resultados obtidos e

catalogação destes.

Neste sentido, os autores Gómez, Flores e Jiménez (1996), citados por Farias,

Cardoso e Silva (2011, p. 63) enunciam:

Pesquisadores quando realizam uma investigação qualitativa, nem sempre operam seguindo um esquema de ação previamente determinado e, quando tal esquema existe, tampouco é o mesmo para todos. Mesmo fazendo este alerta os autores afirmam que seu ciclo possui elementos constitutivos básicos, por eles assim identificados: fase preparatória, trabalho de campo, fase analítica e fase informativa.

A pesquisa Qualitativa foi empregada neste trabalho por ser uma ferramenta

onde o enfoque não necessita do emprego da estatística para análise dos dados, mas o

estudo de uma situação em que circunda determinada problemática. Esta por sua vez torna-

se tema central do estudo. Desta forma, como a presente pesquisa está inserida em um

meio educacional, a pesquisa Qualitativa melhor se encaixa no contexto que será estudado,

para análise dos dados obtidos, será utilizado as falas das entrevistas com os sujeitos.

Neste sentido Noronha (2009, p.02) elucida:

Parte das questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo à medida que o estudo se desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo.

Mesmo sendo uma pesquisa flexível ao estudar fatos e fenômenos, tudo é muito

significativo e deve ser levado em consideração. Assim, as etapas devem consistir em

observações prévias, entrevista com os personagens, criação de um formulário que irão

nortear as questões de pesquisa, estudo de caso e somado a tudo isso os referenciais

teóricos que irão embasar a pesquisa Qualitativa.

Sendo de base qualitativa, permite que o objeto de estudo, que é o uso de jogos

e modelos didáticos no ensino de Biologia, seja investigado de forma dinâmica e ao mesmo

tempo, próxima de um conjunto de fatos reais que se pretende investigar. Assim, como

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afirma Minayo (1996), com a abordagem qualitativa não se pode pretender o alcance da

verdade, como o que é certo ou errado; deve ter como preocupação primeira a

compreensão da lógica que permeia a prática que se dá na realidade.

Em relação ao método de investigação, o objeto de estudo dessa pesquisa,

conduziu a pesquisadora a eleger como método o Estudo de Caso. Este é o método mais

indicado para resolver determinados questionamentos que rodeiam certa problemática. O

foco analisado rodeia fatos do cotidiano que estão inseridos em algum contexto social.

Segundo Triviños (1987, p. 133-134), o Estudo de Caso caracteriza-se como “uma categoria

de pesquisa, cujo objeto é uma unidade que se analisa aprofundadamente”, concepção

reforçada por Gil citado por Brandalise e Lago (2004, p. 01), que o define como sendo “um

conjunto de dados que descrevem uma fase ou a totalidade do processo social de uma

unidade, em suas várias relações internas e nas suas fixações culturais”.

Assim o conceito de Estudo de Caso caracterizado por André, 1994, 1995;

Bogdan e Biklen, 1994; Ludke; André,1986, citados por Farias, Cardoso e Silva (2011, p. 39)

elucidam que:

Consiste na descrição detalhada de um contexto específico, de uma pessoa, de um grupo, ou seja, uma escola, um aluno, um grupo de professores, respectivamente. O caso é sempre bem delimitado, devendo apresentar contornos claramente definidos. Ele se destaca por se constituir numa unidade de um sistema maior. O interesse, portanto, incide sobre aquilo que ele tem de único, de particular. Este método possibilita colher uma gama significativa de informações, aprofundando determinados aspectos da realidade investigada.

Desta maneira apoderando-se deste conceito o lócus da pesquisa é um contexto

real no ambiente escolar com suas reais dificuldades e onde o foco estudado é a utilização

de um método especifico, os jogos e modelos didáticos nas praticas do professor de

Biologia no ensino médio. Assim, a investigação circunda o cotidiano do professor daí a

necessidade do estudo de caso ser realizado no próprio ambiente ao qual os sujeitos está

inserido, na escola.

3.1 Instrumentos de Coleta de Dados

O procedimento de coleta de dados irá compreender a entrevista como descrito

pelos autores Farias, Cardoso, Silva (2011, p. 49) “Procedimento investigativo entrevista se

define como um processo de interação intencional entre entrevistador e entrevistado visando

recolher dados descritivos na linguagem do sujeito sobre um determinado tema”.

Utilizando-se da entrevista estruturada que é caracterizada por ser uma

entrevista flexível por deixar o entrevistado livre para trazer varias situações do seu

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cotidiano sem esquecer-se de responder a pergunta central. Esta entrevista compreenderá

algumas questões do dia-a-dia do entrevistado em sala de aula, Manzini (p.09) acredita que,

a entrevista pode ser concebida como um processo de interação social, verbal e não verbal, que ocorre face a face, entre um pesquisador, que tem um objetivo previamente definido, e um entrevistado que, supostamente, possui a informação que possibilita estudar o fenômeno em pauta, e cuja mediação ocorre, principalmente, por meio da linguagem.

E um instrumento que favorece inclusive o contato do entrevistador e

entrevistado, contribuindo para que a entrevista seja mais rica em detalhes, pois o

entrevistador pode captar ações e gestos específicos que talvez não pudesse ser

perceptível em outro instrumental. Como enuncia Triviños (1987) citado por Manzini (s/d, p.

02):

Para Triviños (1987, p. 146) a entrevista semi estruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal seria colocado pelo investigador-entrevistador. Complementa o autor, afirmando que a entrevista semi estruturada “[...] favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...]” além de manter a presença consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de informações.

A entrevista é o instrumental que fará a ligação da realidade nas falas com o

referencial teórico que compõe esta pesquisa. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi

elaborado um roteiro de entrevistas semi-estruturado, com perguntas abertas, composto de

dados para o levantamento de opiniões dos professores (sujeitos dessa pesquisa) quanto ao

uso de jogos e modelos didáticos no ensino de Biologia para apreender os objetivos: geral e

específicos, respondendo, assim, o problema da pesquisa.

3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa

O lócus desta pesquisa será a escola que serviu como campo de estágio para o

ESEM (Estágio Supervisionado do Ensino Médio). A referida Escola Estadual de Ensino

Médio foi fundada em 27 de fevereiro de 1947, atualmente a Escola dedica-se somente ao

ensino médio. Estruturalmente a Escola possui 12 salas de aulas, 03 laboratórios de

informática, 01 centro de multimeios, cantina, secretaria, sala de professores, coordenação

e 01 quadra coberta. Possuem no seu quadro funcional 52 professores, 04 coordenadores,

01 diretor, 01 secretária, 06 auxiliares administrativos, 08 auxiliares de serviço, 02 vigias e

02 porteiros e 1.312 alunos.

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Assim, como no estágio supervisionado eram frequentes as visitas a esta

instituição, formou-se a partir daí uma relação de inserção ao cotidiano desta, onde

participei de eventos e atividades com os alunos e professores assim como os demais

funcionários. Outro fato que favoreceu a escolha foi por esta ser a única Escola de Ensino

Médio na sede do município de Beberibe. Ressaltando-se que conhecer os professores da

instituição, por meio do estagio, também contribuiu para que minha pesquisa se realizasse

neste ambiente, pois conheço a rotina educacional destes e as praticas que utilizam em sala

de aula. Nesta escola há dois professores de Biologia responsáveis pelo ensino no período

manhã, tarde e noite.

Os professores escolhidos como sujeitos da pesquisa serão os 2 (dois)

professores de Biologia que lecionam na Escola de Ensino Médio. Esta escolha partiu do

fato de que estes personagens são os únicos licenciados na disciplina de Biologia e como

esta pesquisa busca compreender a influencia de metodologias no ensino da Biologia o

enfoque então é o professor dessa disciplina.

As entrevistas com estes personagens terão o objetivo de colher dados

relevantes para análise e conseguinte à conclusão da problemática levantada. Pontua-se

assim a importância destes sujeitos para o engrandecimento e relevância desta pesquisa.

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31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capitulo, trata da análise dos dados coletados por meio da entrevista com

os professores da disciplina de Biologia que lecionam nas séries do Ensino Médio.

Os assuntos são abordados por meio de tópicos com a finalidade de organizar

as questões de pesquisa e seus resultados. Tem inicio com a caracterização dos sujeitos,

análise da visão destes sobre os jogos e modelos didáticos, se utiliza em suas práticas,

quais as influências geradas pelo uso destes recursos, como inserí-los nos conteúdos

trabalhados e a importância do contato com estes instrumentos ainda na faculdade. Assim é

feita uma relação da fala dos professores entrevistados com os referenciais teóricos que

embasam essa pesquisa.

4.1 Análise dos sujeitos

Por tratar-se de um trabalho qualitativo e não quantitativo onde o foco de análise

é uma situação que rodeia uma determinada problemática inserida em ambiente escolar, os

sujeitos da pesquisa são 2 (dois) professores de Biologia que lecionam em uma Escola de

Ensino Médio, localizada na cidade de Beberibe.

Em relação à instituição de ensino, que por ventura é a mesma do campo de

estágio, me deparei com algumas mudanças principalmente no quadro de professores para

área da Biologia, encontrei dois docentes. Um já lecionava há algum tempo nesta escola, o

outro professor esta há pouco tempo ensinando nesta escola. Ao iniciar o contato com estes

educadores obtive um retorno muito bom, mostraram-se entusiasmados, questionaram

como seria o método de abordagem e análise das pesquisas. Transmiti, minuciosamente, o

passo-a-passo e como seria feita a entrevista.

Como as entrevistas não ocorreram paralelas solicitei, que os próprios

marcassem o horário apropriado para que a mesma se realizasse. Apesar de início ter sido

muito bem recepcionada, algumas dificuldades foram encontradas no momento de executar

esta etapa, como o tempo disponível dos professores, que precisavam planejar suas aulas e

organizar conteúdos. Não autorizaram a gravação da entrevista por possíveis

constrangimentos, apesar de ter explicado que as gravações eram apenas para análise de

dados e que não seriam expostas.

Mas ao executar a entrevista analisei que o professor que lecionava há mais

tempo na escola sentiu-se mais seguro de responder as questões, o outro, por sua vez,

acredito que por ter pouco tempo de experiência, sentia-se mais receoso. Mas ressalto que

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os dois foram muito importantes para esta pesquisa e que suas falas foram essenciais para

a fundamentação da problemática que se buscava conhecer e analisar.

Considerando as características de cada sujeito, mas garantindo o anonimato

destes; nomes científicos foram escolhidos para representá-los, assim o 1º sujeito de sexo

feminino será identificado como P1 e o 2º sujeito de sexo masculino será identificado como

P2. Assim, P1 tem aproximadamente 25 anos, concluiu há pouco tempo sua licenciatura, e

realiza suas atividades educacionais na 1º e 2º série do Ensino Médio. Já P2 tem 30 anos,

possui cinco anos de experiência em sala de aula e já ensinou todas as séries que

compõem o Ensino Médio, mas este ano ficou apenas com a 3º série do Ensino Médio.

Analisando, previamente, os professores entrevistados constata-se que são duas

pessoas bastante distintas; um dos sujeitos acumula experiência em sala de aula e já este

habituado a se deparar com situações em que os alunos apresentam dificuldades em

relação à compreensão dos conteúdos trabalhados, bem como saber direcionar a melhor

metodologia para solucionar estas questões. O outro sujeito, por sua vez, com menos tempo

em sala de aula, vem aprendendo diariamente como contornar as mesmas situações, e

afirma que com o que aprendeu nas disciplinas de estágio supervisionado foi bastante

favorável para suas decisões ao escolher uma metodologia para aprimorar suas práticas.

Estes professores são os únicos licenciados na área de ciências biológicas da

instituição que é lócus desta pesquisa. Segundo o que foi observado nos momentos das

entrevistas, apesar de possuírem experiências diferentes mostram-se bastantes unidos nas

horas do planejamento onde trocam ideias e sugestões nos conteúdos que serão

trabalhados. P2 transmite segurança a P1 e sugere práticas que favoreçam o aprendizado

dos alunos, já P1 colabora com P2 explicando termos atualizados recentemente, buscas na

internet e formas de tornar conteúdo mais fácil de ser compreendido.

Antes de realizar as entrevistas foi feita uma consulta prévia com os professores

para verificar se estes utilizavam os jogos e modelos didáticos em suas praticas, pois a

problemática que norteia esta pesquisa é compreender o uso destes recursos lúdico nas

atividades do professor de biologia usando para isto a fala do próprio professor.

4.2 Visão do professor sobre jogos e modelos didáticos

Neste ponto a análise ocorrerá sob a visão do professor. Questionados sobre o

que entendem por jogos e modelos didáticos, alguns conceitos surgiram na fala dos

professores entrevistados, como métodos lúdicos favoráveis ao ensino dos conteúdos de

biologia, diversificam a aula tornando-a mais prazerosa, práticas de ensino paradidático,

dinamiza os conteúdos, favorece a relação aluno e professor, contribui significativamente

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para a relação da turma, instiga os alunos, prendem a atenção, torna mais acessível à

compreensão dos conteúdos pelo que está sendo visualizado por eles, favorece os

questionamentos e testa o que estes aprenderam. Isto pode ser analisado nos seguintes

trechos da entrevista:

“Praticas de ensino paradidáticas onde os alunos envolvidos, são instigados a praticarem os seus conhecimentos adquiridos e prévios [...].” P2.

“Os jogos são ferramentas de fixação dos conteúdos, onde os alunos colocarão em pratica o que leram e aprenderam nas aulas [...].” P1.

“Os modelos possuem o papel de mostrar para os alunos como realmente são as estruturas que mostramos nas figuras dos livros [...]”. P1.

Através destas falas percebe-se que os jogos e modelos didáticos são vistos

como facilitadores de aprendizado. Estes argumentos ainda vão de acordo com o que Fialho

(2008, p. 09) elucida:

É importante que o professor busque sempre novas ferramentas de ensino procurando diversificar suas aulas e assim torná-las mais interessantes e atraentes para seus alunos, e o trabalho com jogos vem atender essa necessidade como opção diferenciada, que pode ser utilizada como reforço de conteúdos previamente desenvolvidos.

Analisando o que o autor aborda com o que foi observado nas falas dos

professores é que os alunos mostram-se interessados ao ver o que está na imagem do livro

e representado nos modelos ou na execução do jogo e é neste momento de interesse que o

professor deve unir o teórico cientifico da Biologia com o lúdico. Estes ainda afirmam que

quando levam para sala de aula algum modelo, por mais simples que seja, os alunos

querem tocar, sentir e comparar as estruturas trabalhadas em sala de aula. Surge desta

forma a necessidade de estar sempre aliando o conteúdo a algo palpável e de fácil

abstração, isso beneficia a compreensão do aluno, facilita a explicação do professor

beneficia a troca de informações entre os alunos e favorece o surgimento de perguntas e

tira-dúvidas. Os alunos precisam muito mais de um ambiente escolar que os direcione a

desenvolver capacidades perceptivas e de análise do que apenas cobrar sem dar subsídios

pra tornar isto possível.

“Como os conteúdos de genética, genes, organização celular são de difícil compreensão os alunos não aprendem muito, ficam sem rumo [...]”. P1.

“Percebo o desânimo dos alunos quando estes veem que o conteúdo da aula é sobre genética, funcionamento celular ou algo que eles não tenham como abstrair.” P2

“Uma vez um aluno me confidenciou que minhas aulas só eram chatas por que meu conteúdo era muito difícil de entender”. P1.

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De acordo com as fala do P1 e do P2 sobre encontrar dificuldades ao ensinar

conteúdos de difícil abstração, principalmente em relação à genética, Temp (2011, p. 25)

diz: “exigem abstração e correlação entre conceitos e disciplinas, o uso de modelos

didáticos que auxiliem neste aprendizado torna-se uma ferramenta facilitadora para o

entendimento destes conceitos considerados, muitas vezes, como simples decorebas”.

Assim, ensinar tais conteúdos exige empenho do professor por estar sempre em busca de

novas representações, atividades mais direcionadas e evitar enunciados como linguagem

mais cientifica e do aluno de mostrar interesse.

Assim, nota-se por meio do que foi exposto pelo P1 e P2 que o próprio professor

sente em suas aulas a necessidade de incrementá-las ou de tornar este momento de

explicação mais prazeroso para os alunos, e que encontram em atividades mais

direcionadas para o lúdico, em relação aos jogos este recurso pode auxiliar na memorização

de imagens, conceitos, processos e mecanismos biológicos, além dos alunos trabalharem o

raciocínio lógico na execução do jogo. Já os modelos didáticos podem, além de fornecer a

abstração de estruturas pouco visíveis nos livros, união do grupo na montagem de um

modelo didático, por exemplo, é um recurso de baixo custo e torna-se mais concreto algo

tão abstrato dos conteúdos.

4.3 Jogos e modelos na prática do professor de Biologia

Após a visão dos professores entrevistados sobre os jogos e modelos didáticos,

outro questionamento da entrevista foi analisar se estes recursos são usados nas aulas dos

professores entrevistados, e como se dá o desenvolvimento em sala de aula. Os dados

obtidos compreendem as seguintes falas:

“Sim, nos conteúdos ligados à genética: os possíveis genes, QUEM É O PAI? REPRESENTAÇÃO HUMANA (organização celular), pois os alunos não compreendem só com o que esta no livro e sentem-se perdidos com a explicação[...]”.P2.

“Sim utilizei modelos de células, bactérias e vírus em minhas aulas referentes a estes conteúdos.” P1.

Por meio destas falas é possível perceber que os conteúdos onde o grau de

abstração e compreensão exige mais do aluno, foram usados pelos professores tanto os

jogos como os modelos didáticos para facilitar a interpretação destes. Tal abordagem

favoreceu, segundo os entrevistados, uma influência satisfatória, pois contribuiu para que os

alunos permanecessem atentos, questionassem mais sobre o assunto, interagissem,

apropriassem-se dos saberes científicos, levantassem conceitos e o desempenho foi

beneficiado satisfatoriamente. Isso é direcionado a todos os níveis do Ensino Médio, pois

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desde a 1ª série desta etapa de ensino, os alunos tem contato com a organização celular e

seu funcionamento e a cada nível de ensino isto torna-se mais complexo.

Ainda de acordo com a perspectiva dos professores entrevistados, analisando o

uso destes recursos, foi registrado que em experiências anteriores referentes aos mesmos

conteúdos sem a utilização dos jogos e modelos, sentiram mais dificuldade em transmitir

tais conteúdos, os alunos não questionavam e mostravam-se incomodados diante desta

situação.

Com isso, a mudança de abordagem por parte dos professores foi muito

favorável para contornar determinada situação visto que se os mesmos permanecessem

com a mesma metodologia nos anos seguintes referente aos mesmos conteúdos estas

dificuldades apareceriam na vida escolar dos novos alunos como permaneceriam na dos

alunos que tiveram contato com estes conteúdos e que não sanaram tais problemas

prejudicando desta forma seu desenvolvimento nas séries posteriores.

Neste sentido, Viana e Maia (2010, p.15 e 16) abordam: “O jogo é uma

estratégia importante para o ensino e a aprendizagem de conceitos abstratos e complexos,

fornecendo à motivação interna, o raciocínio, a argumentação, a interação entre alunos e

entre professores e alunos, por aliar os aspectos lúdicos ou cognitivos”.

Com a inserção desta metodologia pelos dois professores em sala de aula

analisa-se que não mudou apenas a forma de aprender dos alunos, como também a

maneira que estes assimilam os conteúdos da disciplina Biologia, mas sua relação com o

grupo, contribuição com conhecimentos prévios, como a própria relação do aluno que

possuem o costume de relacionar o conteúdo “chato” com a imagem do professor,

desgastando e trazendo desconforto dentro da sala de aula. Isso pode ser visto nos

seguintes trechos:

“Os alunos ao terem o primeiro contato com o modelo de uma célula vão logo comparando com as estruturas descritas nos livros e procuram logo o nome de cada pedaço do modelo que tenha relação estrutural do que esta sendo estudado [...]” P2.

“O interesse deles aumenta, quando digo que terá um jogo ou modelo para representar algo em relação ao conteúdo”. P1.

Desta forma percebeu-se por meio da abordagem com os dois professores

entrevistados que se não tivessem dado enfoque especial para as dificuldades em que os

alunos vinham apresentando em relação aos conteúdos de genética, de organização e

funcionamento celular, por exemplo, estas dificuldades continuariam e teriam influência no

seu desenvolvimento e rendimento escolar. Isto é muito bem abordado por Justina e Ferla

(2006, p. 03),

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A compreensão dos conceitos básicos é essencial ao entendimento das novas tecnologias. Dentre os conceitos básicos para compreensão das novas tecnologias em genética estão: célula, mitose, meiose, gene, cromossomo, DNA e fluxo da informação genética. Esta compreensão pode ser facilitada através da inserção de modelos didáticos no processo de ensino e aprendizagem.

Utilizar os jogos e modelos didáticos serviu para reanimá-los e mostrar que é

possível aprender sobre os conceitos básicos da genética e, posteriormente, incluir os mais

complexos, é algo que requer mais atenção e interesse, mas que se for bem desempenhado

terá retorno satisfatório.

Outro ponto que compõe a fala de P2 é a importância do desenvolvimento pelo

próprio aluno na confecção de um modelo didático. Este relata o seguinte fato:

“Quando dei uma aula em que mostrei alguns modelos de células para demonstrar seu funcionamento e morfologia, todos gostaram, perguntavam, pediam pra ver e relacionar ao que havia falado e isso me motivou a instiga-los a aos próprio alunos confeccionarem seus modelos, vi que alguns logo se negaram a fazer mas no dia da apresentação minha surpresa foi tão grande que todos trouxeram trabalho muito ricos em detalhes, apresentaram muito bem e até me confidenciaram que aprenderam mais produzindo”.

Esta atividade na visão inicial dos alunos possuía grande grau de dificuldade,

mas ao pesquisar e analisar minuciosamente cada estrutura e morfologia do que foi

solicitado para representar compreenderam que não era tão complicado assim. Isso é o que

favorece o desenvolvimento dos modelos pelos próprios alunos, instiga-os. Favorece a

busca por conceitos, nomes das estruturas, morfologia e funcionamento e o que é

pesquisado vai sendo absorvido por estes, unem, desta forma, a análise das imagens com

os conceitos que resultará na confecção do modelo, isto é representado na fala de Orlando

et al (2009, p. 13):

Através deste tipo de atividade, [...] compreenderam melhor as informações [...], mostrando que atividades lúdicas e mais participativas dos estudantes (como a própria confecção de seu material didático), colabora para incentivar e trazer os conteúdos de Biologia mais próximos à realidade do estudante.

Diante do que foi visto, pode-se analisar que o professor acredita que ao inserir

os recursos lúdicos de jogos e modelos em suas aulas gerou resultados bastante positivos,

e que investir nesse tipo de abordagem garante um aproveitamento maior para os alunos e

que vale apena o esforço de planejar, elencar objetivos e direciona a execução desta

atividade em sala de aula.

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4.4 Contribuições dos jogos e modelos na prática pedagógica

Neste tópico será abordado o subsídio que tem os jogos e modelos didáticos na

prática dos professores entrevistados. Considerando as respostas dadas na entrevista nota-

se que já ao usar uma metodologia diferente, com conceitos distintos de uma aula

tradicional já deixa o aluno atencioso na explicação e instigado, unindo isso tudo com a

disponibilidade do professor em vincular o teórico com o lúdico, já faz nascer no aluno uma

motivação por querer compreender o mundo biológico que, por muitos, é visto como

complexo.

Diferentemente das aulas cotidianas, os jogos e modelos vem no intuito de

direcionar e subsidiar o conteúdo de Biologia, tirando a superficialidade na qual são

abordados os conceitos científicos, relacionando estes com o cotidiano do aluno. Deve-se

ressaltar também que este recurso ao ser inserido em sala de aula, não substituirá a aula

tradicional, pois estas representam a forma de explicação ainda muito utilizada, mas

complementá-la de forma divertida, lúdica e direcioná-la para que todos compreendam o

que está sendo estudado.

Assim, os professores entrevistados acreditam que os jogos e modelos didáticos

contribuam:

“[...] facilitando a compreensão, além de proporcionar uma diversão em uma aula tornando-a diferente.” P2.

“[...] métodos que facilitam e direcionam o aprendizado do aluno, tirando o grau de dificuldade dos conceitos estudados.” P1.

Este grau de dificuldade é muitas vezes ocasionado pela incapacidade abstrativa

dos alunos. Neste sentido, as ideias de Pedrancini et al. (2007, p.02) caracterizam que

dificuldades na constituição de pensamentos biológicos podem ser encontrados em

diferentes níveis de complexidade. Muitos alunos fazem analogias errôneas confundindo

conceitos sobre a estrutura celular com a de átomos e moléculas e em casos mais graves

acreditam que os únicos seres formados por células são os seres humanos, por mais que

estes utilizem em atividades, na sua fala e até apresentem trabalhos usando termos mais

científicos como o conceito de genes, dominância, recessividade, estrutura e função do

material genético, etc.

Diante disso, o professor se questiona como fazer para provocar no aluno o

gosto pelos conceitos científicos sem prejudicá-lo com conceitos tão abstratos, de encontro

a esta problemática surge a utilização dos jogos e modelos didáticos que operam como

facilitadores de conceitos e aprendizagens, exigindo dos alunos mais atenção para executar

as atividades impostas pelo professor e interligam o conceito a algo mais divertido e visível.

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“É perceptível que os jogos e modelos influenciam no aprendizado visto a motivação e atenção que os alunos demonstram diante destes recursos”. P1

“Segundo o que esta descrito em análise científicas que comprovam as inteligências por muitas formas de estudo diante disso os jogos e modelos são uma alternativa para mudar as aulas mecanicistas em que apenas o professor tem o conhecimento, e favorecer que o aluno busque construir em conjunto com o professor o conhecimento”. P2

Com o que foi dito pelos professores entrevistados vai de acordo com o que

Mendonça e Santos (2011 p. 08) enunciam, “Com isso modelos didático-pedagógicos são

ferramentas chave para um ensino inovador e diferenciado do modelo tradicionalista de

ensino”.

Desta forma, compreendeu-se que além de possuírem a visão de que os

recursos de jogos e modelos didáticos são importantes para facilitar a assimilação dos

conteúdos pelos alunos, e tornar aula um tanto quanto atraente, e traduzirem de forma

simples e lúdica conteúdos científicos da Biologia, os professores entrevistados apontaram

as influencias que provocam estes recursos ao serem inseridos em suas aulas.

4.5 Inserção dos jogos e modelos nas aulas de Biologia

Um questionamento bastante pertinente é como o professor irá inserir estes

métodos nas suas aulas de biologia, tudo partirá de um encaixe entre o conteúdo estudado

com o modelo ou jogo que apresente a contextualização necessária. Sua execução deve

ocorrer em momento análogo às aulas ou em um momento diferente onde o que foi

estudado e conceituado nas aulas será posto em prática pelos alunos. Se for um momento

oposto aos da aula deve ser preparado todo o ambiente para que os alunos sintam-se

confortáveis e o conteúdo deve estar bem esclarecido para evitar insatisfação e fracasso

desta prática.

Diante das falas dos professores entrevistados analisa-se este mesmo preparo:

“O professor deve levar os modelos para a sala de aula organiza-los em uma mesa, e iniciar a abordagem do conteúdo e quando o conceito tiver relação com o modelo ir passando para eles visualizarem melhor.” P2

“Os modelos podem ser inserido a partir de um planejamento e encaixe nas exemplificações e praticas de aula”. P1

A organização por sua vez é essencial, não há como inserir um recurso destes

sem que haja um planejamento prévio do ambiente, tempo de duração, número de alunos

abordagem e conteúdo relacionado. Para só assim atingir os objetivos esperados é

necessário respeitar as etapas de execução.

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Outro ponto bastante relevante que os professores apontaram foi que o modelo

didático pode ser utilizado em diferentes abordagens: tanto em uma aula em que estes são

usados para visualização e exemplificação, em uma revisão, aulas de reforço; mas o jogo

necessita de um trabalho prévio do professor é necessário que ocorra uma aula onde todos

os conceitos são abordados e discutidos para só assim trabalhar com os jogos. Assim, um

jogo só deve ser usado quando o aluno possuir conhecimentos prévios do assunto que

facilite com que ele desenvolva satisfatoriamente todas as etapas do jogo com êxito.

4.6 Jogos e modelos na formação do futuro professor

Outro ponto abordado seria a contribuição destes recursos na formação dos

futuros professores, e se um contato prévio com estes métodos ainda na faculdade favorece

nas praticas deste ao se inserir em um meio escolar. Através das falas constata-se:

“com certeza, ao trabalhar com esses métodos ainda cursando a faculdade contribui para que quando entrar em sala de aula o que foi aprendido será repassado para os aluno e se fabricar seu acervo este servira para os estágios e quando tiver trabalhando na área”. P1

“um contato antes de ir para a sala de aula facilita o desenvolvimento ao usar estes materiais para fins educacionais.” P2

Assim, fica nítido que para o professor inserir esta prática no ambiente escolar, é

necessário que o mesmo tenha tido seu contato anteriormente, ou seja, ainda na faculdade.

Saber qual finalidade pedagógica norteia esse uso, as contribuições que provocará no

aprendizado dos alunos, qual melhor conteúdo para inseri-los, como será a avaliação dos

alunos diante desta atividade, entre outras questões importantes. Isso irá influenciará nas

práticas dos professores em sala de aula, pois adotaram métodos mais sugestivos e que

provocarão um maior estímulo em questionar e, consequentemente, em aprender.

Desta forma Setúval e Bejarano (2009, p.10) elucidam,

Produção e aplicação experimental de modelos didáticos pelos estudantes em formação, a partir de conteúdos de genética permitiu a interação dos estudantes na construção do saber científico articulado com o saber pedagógico, ambos de grande importância para a formação profissional.

Unir o conhecimento científico com recursos lúdicos favorece a imagem que o

professor transmite para o aluno, suas aulas tornam-se mais atraentes na visão deles. Os

jogos e modelos na formação do futuro professor apresentam-se segundo Setúval e

Bejarano (2009, p.10) não só como “ferramentas didáticas para o exercício profissional em

sala de aula, mas também como um subsídio de interferência reflexiva sobre as atuais

demandas para o ensino de Ciências e Biologia”.

Diante dos percalços encontrados em sala de aula com as dificuldades de

aprendizagem dos alunos, é importante que o professor apresente maneiras diferentes em

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suas práticas. Estas, muitas vezes, são adquiridas ainda em meio acadêmico. É discutido

também por Setúval e Bejarano (2009, p.12):

Intervenção prática pedagógica na formação inicial de professores e da eficácia dos modelos didáticos, evidenciadas na possibilidade de confecção pelos estudantes, criatividade, a sua utilização em sala de aula até outros aspectos mais abrangentes inerentes ao exercício docente. Assim, novas perspectivas de discurso teórico podem levar estudantes e professores a efetivarem na prática produções de cunho pedagógico que contribuirão para a construção do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem, levando-se também em consideração promover a construção dos conceitos científicos a partir de uma nova visão de Ciências.

Como ficou nítido pela fala dos professores entrevistados a importância do

primeiro contato do futuro professor com alternativas de ensino como jogos e modelos

didáticos ainda na faculdade, através destes métodos pedagógicos este profissional pode

executá-los para diversificar sua abordagem em conteúdos mais abstratos e em que os

alunos apresentam maiores dificuldades, ou simplesmente, para registrar sua marca, como

professor que insere métodos lúdicos para fins educacionais.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito deste trabalho foi apresentar por meio da opinião dos professores de

Ensino Médio da disciplina de Biologia da cidade de Beberibe qual a influência do uso de

jogos e modelos didáticos em suas aulas de Biologia.

O primeiro contato com os sujeitos foi muito prazeroso, acreditaram que seria

importante contribuir para esta pesquisa, que por meio desta seria possível mudar a visão

de outros professores que insistem em se fechar para novos métodos de ensino, onde o

lúdico e o contato mais concreto com os conteúdos abordados favorecem o

desenvolvimento dos alunos nas aulas, enfim apontaram que com esse trabalho era

possível mudar as aulas tradicionais onde apenas o professor mantem o conhecimento. Ao

realizar as entrevistas um dos professores apresentou dificuldades em responder os

questionamentos alegando pouco tempo, que com um pouco mais de insistência consegui

sua opinião e desenvolvi minha entrevista com êxito. O outro professor, por sua vez, se

mostrou sempre seguro e colaborou significativamente para a coleta de dados.

Segundo os professores entrevistados, é grande o desafio de ensinar conteúdos

que estão inseridos na proposta curricular do ensino médio por apresentarem uma

linguagem mais cientifica, estruturas abstratas, processos de difícil compreensão. O

professor se vê diante de uma problemática comum nestes níveis de ensino, mas depende

do profissional. O entendimento de que é mediador do conhecimento e, assim, direcionar

outras metodologias para contornar tais desafios.

Apontam por meio de suas falas que os recursos lúdicos apresentam aspectos

favoráveis para mudar tal realidade, foram por sua vez unânimes em descrever as inúmeras

contribuições que estes instrumentos podem gerar positivamente em uma aula. Analisam

que, na maioria das vezes, os alunos consideram a aula de Biologia “chata” por não

compreender, seus conceitos científicos, explicações com processos e estruturas um tanto

quanto abstratas a seu poder imaginativo levando-os a classificar esta aula como monótona

e estende isso, muitas vezes, à imagem do próprio professor da disciplina.

Contornar esta situação fica a cargo do próprio professor, que deve buscar

novos recursos pedagógicos, onde o aluno sinta-se motivado a compreender os conceitos

biológicos, visto que tais assuntos estão cada vez mais inseridos no cotidiano dos alunos

como nos noticiários e jornais, por tratar-se de conceitos em constantes modificações.

Então, para o aprendizado dos alunos, deve-se iniciar a partir de uma compressão dos

contextos básicos para só assim entender este mundo cientifico.

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Para assimilar melhor os conteúdos de Biologia pelos alunos, os professores

entrevistados assinalam o uso de jogos modelos didáticos em suas práticas cotidianas, tais

recursos com fundamentação lúdica podem ser forte aliados em sala de aula, os modelos

favorecem a visualização e concretização de estruturas já os jogos favorecem o convívio em

grupo e raciocínio lógico.

Considerando as análises os professores entrevistados, estes apontaram que

quando as aulas são diferentes das tradicionais, os estudantes sentem-se mais motivados, e

quando há presença de algum destes recursos pedagógicos observa-se que a assimilação é

melhor, visto que podem comparar algo que está tão abstrato no livro e nas explicações do

professor com o que está sendo mostrado e concretizado por meio de materiais

pedagógicos. O aluno apresenta a necessidade de sentir-se atraído pelo que vai estudar, e

é isso que deve ser levado em consideração, pois o prazer em estudar reflete em uma

aprendizagem satisfatória.

Quando bem planejados e desenvolvidos, o uso de jogos e modelos didáticos

fornecem subsídios para complementar a aula e favorecem a apropriação do conhecimento

pelos alunos. O planejamento prévio é importante, desenvolver uma aula com um destes

recursos requer domínio de conteúdo por parte do professor, ambiente apropriado,

abordagem correta e avaliação dos resultados obtidos com esta atividade. Os professores

entrevistados abordam que trabalhar o conteúdo, previamente, com os estudantes contribui

para um melhor desenvolvimento. Outra forma de utilizar estes instrumentos pedagógicos é

como exemplificações interligando o conceito com o modelo didático.

É pertinente que o professor ao levar para sala de aula estes recursos, tenha um

objetivo a ser alcançado, explique as regras e o passo a passo do jogo. Por exemplo, faça

um roteiro a ser seguido. O professor deve estar aberto a tirar possíveis dúvidas, deve ser

este o intermediador em momentos de conflitos, permitir que os estudantes repitam rodadas

do jogo, facilite o contato manual dos alunos com os modelos, deixe-os comparar com as

imagens do livro, enfim, direcione o uso destes métodos para subsidiar na compreensão e

apropriação dos saberes pelos estudantes.

Outro mecanismo de trabalho com estes métodos e que influência

significativamente, o aprendizado dos alunos, é solicitar a estes que produzam jogos ou

modelos que tenham ligação com os conteúdos e os mesmos apresentem a turma, isso

favorece a busca e estudo dos conceitos. O esforço em nomear as estruturas, entender os

processos biológicos leva-os a aprendizagem.

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Os resultados encontrados por meio das questões da entrevista contribuíram

para concluir que há influências significativas na utilização dos jogos e modelos didáticos na

transmissão de conteúdos ligados a Biologia, estes podem completar as lacunas existentes

no aprendizado dos estudantes que apresentam dificuldades em relacionar os conceitos

estruturais e funcionais biológicos com as imagens ilustrativas do livro. São instrumentos,

segundo os professores entrevistados, que deixa a aula mais atraente e participativa, os

alunos sentem-se instigados e se mostram questionar mais, favorece o contato com algo

mais concreto, além de estimular a observação e socialização do que foi aprendido.

Mostram-se recursos necessários em sala de aula, pela contribuição que

provocam nas exemplificações como também muda a visão dos alunos com assuntos

ligados a Biologia. Diante da defasagem no aprendizado dos estudantes, o professor é

personagem principal na mudança de abordagem, compete a ele fazer nascer nos

estudantes o gosto por compreender assuntos biológicos, inserindo metodologias em que o

conhecimento esteja ligado ao lúdico.

Espera-se que por meio dos dados obtidos neste trabalho, fique explícito a

contribuição que há na inserção dos jogos e modelos didáticos em sala de aula como

mediadores dos conhecimentos biológicos, e na apropriação destes pelos professores que

buscam diferentes metodologias para contornar as dificuldades de aprendizagem de seus

alunos.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E ENTREVISTA

Eu, _________________________________________residente e domiciliado no

endereço______________________________________, AUTORIZO, a título gratuito o

uso da minha imagem e voz através de gravadores e anotações para os trabalhos

relacionados à pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso em Licenciatura em

Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará, intitulado: A INFLUÊNCIA DO

USO DE JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA PARA ALUNOS

DE ENSINO MEDIO, a ser apresentado e/ou publicado em eventos científicos com fins

exclusivamente acadêmicos ou de divulgação em páginas da internet e afins, cujos

responsáveis são: Alessandra dos Santos Garcia e Flavia Roldan Viana (orientadora)

podendo tal trabalho vir a ser publicado ou apresentado parcial ou integralmente em

palestras, eventos científicos, periódicos, livros (sem limite de tiragem), revistas

acadêmicas, anais, revistas, CD-rom ou outro suporte multimídia, ou qualquer veículo de

informação e pesquisa, inclusive a Internet, para todos os fins científicos e educacionais

que aqui não estejam expressamente mencionados. Por esta ser a expressão da minha

vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja a ser reclamado

a título de direitos conexos à minha ou a qualquer outro e assino a presente autorização.

Como garantia de aceso aos resultados obtidos e aos pesquisadores, e sempre que considerar necessário tirar dúvidas e acessar informações recorrerei à pesquisadora pelo endereço eletrônico: [email protected].

Sendo assim, consinto participar da pesquisa como está explicado neste documento.

_____________________________________

Beberibe, __de ___________de 2013

Testemunha:

Nome_________________________ Assinatura________________________

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APÊNDICE B - ENTREVISTA

O desafio de aprender a ensinar nos faz refletir sobre o papel da escola na formação

de futuros cidadãos e a importância dos professores e sua formação para a construção de

uma prática educativa que busque caminhos para a inovação, superando os padrões

tradicionais.

1. O que você entende por jogos e modelos didáticos no Ensino de Biologia? Quais

você conhece?

2. Você já utilizou ou tem vontade de usar jogos e os modelos didáticos em suas aulas?

Se já usou diga quais foram e se ainda não usou quais usaria em uma possível aula?

3. Você entende que os jogos e os modelos didáticos podem contribuir para a prática

pedagógica do professor de Biologia, vir a ser um facilitador de aprendizagem?

Como?

4. Como estes recursos pode ser implementado nas aulas de Biologia?

5. Essas atividades poderiam ajudar no processo de formação dos futuros professores

de ciências biológicas em sua concepção?