A PROPAGANDA NAZISTA: O PODER DO CARTAZ

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ COMUNICAÇÃO SOCIAL PUBLICIDADE E PROPAGANDA PROJETOS EXPERIMENTAIS III A PROPAGANDA NAZISTA: O PODER DO CARTAZ Ruth Lobão Bertão Rio de Janeiro 2010 Editora Keimelion Revisão de textos http://www.keimelion.com.br

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Esse estudo, precidido de algumas notas históricas, apresenta uma visão da pu-blicidade do Partido Nazista, analisa o texto publicitário direto e subliminar e a mídia que o reforça e dá destaque a sua forma mais redutível: o slogan e as suas frases, as co-res como o vermelho e preto da bandeira nazista. Em seguida, faz uma aproximação entre o nazismo e as suas ideias demonstrando como algumas características da chama-da persuasão politica são utilizadas para que o texto publicitário envolva emocional-mente o cidadão fazendo com que ele se identifique com o Partido Nacional Socialista.

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA

PROJETOS EXPERIMENTAIS III

A PROPAGANDA NAZISTA: O PODER DO CARTAZ

Ruth Lobão Bertão

Rio de Janeiro

2010

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RUTH LOBÃO BERTÃO

A PROPAGANDA NAZISTA: O PODER DO CARTAZ

Monografia apresentada à disciplina Projetos Expe-

rimentais III, para obtenção de grau em Comunica-

ção Social, com habilitação em Publicidade e Propa-

ganda.

Orientadora: Profª. Drª. ANA LUIZA CERBINO

Rio de Janeiro

2010

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RUTH LOBÃO BERTÃO

A PROPAGANDA NAZISTA: O PODER DO CARTAZ

Grau: _________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Profª. Drª. Ana Luiza Cerbino

______________________________________________________

Profª. Drª. Elis Crokidakis Castro

_____________________________________________________

Profª. Drª. Hilda Monetto Flores da Silva

Rio de Janeiro

2010

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DEDICATÓRIA

A Deus, a meus queridos pais e minha

querida tia Luciene, com amor e admiração.

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AGRADECIMENTOS

À professora Ana Luiza Cerbino pela sua orientação, apoio, dedicação e com-

preensão que foram fundamentais.

Aos professores que foram importantes em minha vida, agradeço por seus ensi-

namentos que contribuíram de forma determinante em minha formação profissional.

A meu pai, figura fundamental na minha formação.

A minha querida Tia Luciene que me deu o suporte fundamental para finalizar

meu projeto.

A minha família que esteve a meu lado com muito amor e dedicação mostrando

o caminho para alcançar meus objetivos.

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“Duas coisas são infinitas: o Universo e

a estupidez humana. Mas, no que respeita ao

universo, ainda não adquiri a certeza absolu-

ta.”

Albert Einstein

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RESUMO

Esse estudo, precidido de algumas notas históricas, apresenta uma visão da pu-

blicidade do Partido Nazista, analisa o texto publicitário direto e subliminar e a mídia

que o reforça e dá destaque a sua forma mais redutível: o slogan e as suas frases, as co-

res como o vermelho e preto da bandeira nazista. Em seguida, faz uma aproximação

entre o nazismo e as suas ideias demonstrando como algumas características da chama-

da persuasão politica são utilizadas para que o texto publicitário envolva emocional-

mente o cidadão fazendo com que ele se identifique com o Partido Nacional Socialista.

As conclusões são no sentido de que algumas das influências criadas pela propaganda

nazista são tão eficientes que perduram como imagens e como ideologia mesmo depois

do contexto da Guerra, com efeitos nocivos se estendendo a nossos dias.

Palavras-chave: Propaganda; nazismo; cartaz; persuasão.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial. O Monstro Alemão. ............................. 45

Figura 2 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Austrália. ......................................... 45

Figura 3 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial dos Estados Unidos. ............................. 46

Figura 4 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Alemanha. ........................................ 46

Figura 5 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Australia. ......................................... 47

Figura 6 - Anúncio político alemão. República de Weimar. .......................................... 47

Figura 7 - Cartaz do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores. .............. 48

Figura 8 - Cartaz de guerra alemão. Freikorps. .............................................................. 48

Figura 9 - Cartaz de guerra alemão. Soldado Reichswehr ............................................. 49

Figura 10 - Cartaz político alemão. O que nós queremos? ............................................. 49

Figura 11 - Fotografia da Queima dos livros em 1933. .................................................. 50

Figura 12 - Bandeira da Alemanha Nazista. ................................................................... 50

Figura 13 - Cartaz político japonês. Pacto de Tripartite. ................................................ 51

Figura 14 - Anúncio do filme O eterno judeu de Fritz Hippler, 1940. ........................... 51

Figura 15 - Cartaz do filme Judeu Süss de Veit Harlan, 1940. ...................................... 52

Figura 16 - Cartaz do filme Olympia de Leni Riefenstahl, 1938. .................................. 52

Figura 17 - Cartaz do filme Tio Kruger, de Hans Steinhoff, 1940. ................................ 53

Figura 18 - Selo da Alemanha Nazista. .......................................................................... 53

Figura 19 - Selo da Alemanha Nazista. .......................................................................... 54

Figura 20 - Cartaz político alemão. Hitler. ..................................................................... 54

Figura 21 - Cartaz político alemão. Vote Hitler. ............................................................ 55

Figura 22 - Anúncio de guerra alemão. Soldado alemão solidário. ............................... 55

Figura 23 - Cartaz político alemão. Trabalhador proletário. .......................................... 56

Figura 24 - Cartaz político alemão. Família protegida pela águia. ................................. 56

Figura 25 - Cartaz do filme Triunfo da Vontade de Leni Riefenstahl. ........................... 57

Figura 26 - Anúncio político alemão. O Estudante Alemão........................................... 57

Figura 27 - Capa do livro infantil alemão Der Giftpilz. ................................................. 58

Figura 28 - Anúncio Nazista. Tabuleiro de xadrez. ........................................................ 58

Figura 29 - Anúncio de guerra alemão – Caveira bombardeando. ................................. 59

Figura 30 - Anúncio político alemão. ............................................................................. 59

Figura 31 - Anúncio de guerra alemão. Ele é culpado pela Guerra! .............................. 60

Figura 32 - Cartaz de guerra alemão. O judeu. ............................................................... 60

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ iii

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. iv

RESUMO ................................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... vii

SUMÁRIO ................................................................................................................. viii

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9

Capítulo 1 UMA BREVE CRONOLOGIA DO NAZISMO.................................. 12

1.1 A Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes e a República de

Weimar. ........................................................................................................... 12

1.2 A Ascensão Nazista ........................................................................................ 18

1.3 A queda Nazista .............................................................................................. 22

Capítulo 2 MASSIFICAÇÃO HITLERISTA ......................................................... 25

2.1 O cinema e o nazismo ..................................................................................... 25

2.2 O som da saudação do Führer ......................................................................... 28

2.3 Propaganda na mídia impressa. ....................................................................... 30

2.3.1 O jornal nazista ......................................................................................... 30

2.3.2 Selos nazistas ............................................................................................ 31

Capítulo 3 O CARTAZ: A FORÇA IDEOLÓGICA ............................................. 33

3.1 Ideologia Nazista ............................................................................................. 33

3.2 Cartazes nazista ............................................................................................... 36

Conclusão .................................................................................................................. 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 43

ANEXOS .................................................................................................................. 45

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INTRODUÇÃO

A história do cartaz começou com a Revolução Industrial no século XVIII, na

Inglaterra, estabelecendo a transformação da sociedade da época pelo capitalismo. Nes-

se período, houve evolução técnica e tecnológica nos métodos de produção.

O cartaz publicitário foi a essência da arte publicitária. Incorporando os princí-

pios básicos do design, tais como equilíbrio, harmonia, tipografia e cor permitindo aos

artistas gráficos da época produzir propagandas eficientes.

No final do século XIX, nas décadas de 1880 e 1890, surgiu na capital francesa o

cartaz publicitário que tornou o estilo Belle Époque conhecido mundialmente. Nessa

época, se destacava um pintor ganhando espaço e reconhecimento, Henri Touluose-

Lautrec, pelos seus cartazes para o Moulin Rouge pela sua rebeldia e sua paixão pela

vida noturna. Em 1891, seu primeiro cartaz foi fixado nas ruas de Paris, nascendo ali o

novo conceito publicitário. Outro artista gráfico Jules Chéret, foi responsável pela popu-

larização dessa mídia no período.

Foi ele que criou a cromolitografia, isto é, a possibilidade de impressão com vá-

rias cores e matrizes de pedra, estabelecendo no novo padrão a concepção, não só do

produto gráfico, mas também do que era vendido.

Touluose-Lautrec compreendeu que a essência do cartaz era a simplicidade, e

que ela poderia captar a atenção do público e transmitir sua mensagem antes que o pas-

sageiro fosse levado adiante pela carruagem, ou antes que o pedestre fosse distraído por

outra visão na cidade agitada. Tanto Lautrec quanto Chéret usavam estilos tipográficos

próprios, pois eles desenhavam as letras na matriz de pedra para serem impressos com

as imagens. Dessa forma, o tipo passou a ser visto também como ilustração, como parte

fundamental da cena que se desenvolva no plano do cartaz.

O primeiro capítulo aborda, a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918),

apresentando a história alemã entre o período da ascensão nazista e a morte de seu mai-

or ditador, demonstrando a estratégia de propaganda para influenciar intensamente a

emoção do povo alemão em sua ideologia nazista. Os meios de comunicação já exerci-

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am papel social importante no início do século XX, como o cartaz, jornal e rádio. Desde

a Primeira Guerra, o papel da comunicação vinha sendo amplamente discutido por so-

ciólogos e psicólogos. Desde 1933, a Alemanha nazista mantinha programas orientados

aos povos de língua inglesa, como a forma de cativar simpatia.

A propaganda nazista foi parte dos apocalípticos fatos acontecidos no século

passado, a desumanidade de Hitler, o Holocausto de judeus, ciganos e homossexuais

que foram apontados pelos nazistas os culpados da guerra mais sangrenta na história da

humanidade.

A poderosa ferramenta, a propaganda, foi utilizada pelos homens do poder, polí-

tico, econômico, ideológico, religioso, como forma de persuasão para alcançar o topo. O

mais impressionante é a intensidade com que movimento nazista nasceu, cresceu e ar-

remessou a Alemanha na Segunda Guerra Mundial e também o resto do mundo.

Este trabalho identifica a história bélica da propaganda nazista e os instrumentos

utilizados pelos alemães, analisando-os com esboço dos autores como Willmott, Shirer,

Rosenbaum, Hobsbawm.

Hitler idealizou os princípios da estrutura e a força da propaganda que levou o

nazismo ao poder ao lado do Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels.

Já o segundo capítulo destaca como o nazismo aproveitou o crescimento tecno-

lógico e a situação política social do país para se difundir. Por meio da propagação des-

ses fatos é que o poder obtém o apoio dos cidadãos à própria causa, a dominada causa

nacional, fazendo a ideia interessar a todos. As imagens veiculadas com apoio do dis-

curso são repetidas pelos diversos meios de comunicação e tornam-se convincentes,

persuasivas, por isso, todos se prendem em torno delas. Assim, quanto mais apelativa e

dramática a divulgação, mais se consegue a aderência emocional da massa.

A cineasta alemã Leni Riefenstahl mostra, da forma mais explícita, a persuasão

no cinema nazista e permite que o poder da ferramenta utilizada seja analisado pelos

profissionais de comunicação social.

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O último capítulo explica o funcionamento da propaganda pelos cartazes políti-

cos e por suas características. São estudados os fatores que tornam a imagem e o texto

tão importantes para a comunicação, buscando entender a função do cartaz na propa-

ganda e seu mecanismo para a transmissão ideologia nazista nas décadas de 1920, 1930

e 1940.

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Capítulo 1

UMA BREVE CRONOLOGIA DO NAZISMO

1.1 A Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes e a

República de Weimar.

WILLMOTT (2008), ao falar sobre a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918),

aponta que ela teve como estopim o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do

Império Austro-Húngaro, durante a sua visita a Sarajevo. As investigações culparam um

jovem sérvio chamado Gavrilo Princip, antagônico à autoridade da Áustria-Hungria na

região dos Bálcãs. O Império Austro-Húngaro não aprovou as atitudes tomadas pela

Sérvia com a relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Sérvia. O

conflito terminou dia 18 de novembro de 1918, com a Alemanha, então uma das princi-

pais potências da Europa, assinando o Tratado de Versalhes.

H. P. Willmott historiador e ex-professor associado de Departamento de Estudos

de Guerra na Real Academia Militar de Sandhurst, o autor ganhou o Prêmio Literário

em 2006 na Ilustres da Sociedade de História Militar pelo seu trabalho “A Batalha do

Golfo de Leyte: The LAst Action Fleet.”

Segundo SHIRER (1959), o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado

pela Inglaterra, França e Alemanha, em que foram definidos os termos de rendição ale-

mã, nomeadamente a restituição das regiões da Alsácia e da Lorena à França, a perda de

todas as colônias ultramarinas, além de pesadas indenizações pagas aos vencedores e a

obrigação de desmobilização do seu exército. Abatida por não ter o direito a serviço

militar, além das armas empenhadas para cumprir as exigências políticas e econômicas,

a Alemanha arcou com o prejuízo ocasionado pela guerra. Ideologicamente, dois movi-

mentos importantes originaram-se da cena do confronto: o comunismo e o fascismo. Na

Alemanha, o Partido Nazista teve condições de assumir a autoridade do país operando

em contrapartida ao comunismo alemão.

Para HOLLIS (1994), ao comentar a propaganda comunista da época, utilizava

imagens tradicionais, expressando os ícones lubok, com narrativas ilustradas por xilo-

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Capítulo 2

MASSIFICAÇÃO HITLERISTA

2.1 O cinema e o nazismo

A propaganda alemã por meio da comunicação cinematográfica foi poderosa,

uma vez que passavam insistentemente informações para distrair a atenção dos germâ-

nicos, desviando atenção de uma possível derrota do país. Boa parte da opinião pública

ficou convencida que os exércitos do Reich acabariam vencendo.

O ministro da propaganda, Joseph Goebbels declarou que a produção cinemato-

gráfica era uma das fontes mais potentes da época para divulgar o antissemitismo e o

nazismo. “O Estado Nacional-Socialista escolheu deliberada e definitivamente fazer do

cinema o instrumento de transmissão de sua ideologia.” (RUST, 1995:28).

Joseph Goebbels foi o grande mentor na elaboração da propaganda nazista, ape-

sar de não ter sido um profissional de comunicação social com a especialidade de publi-

cidade e propaganda, era o maior no poder do terceiro Reich, com grande criatividade e

um enorme poder de manipulação do espectador. Sua doutrina era fundamentada na

base da famosa frase: “Uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade.”

Os filmes de grande prestígio, autorizados pelo regime e que tiveram sua mostra

no cinema foram: A Juventude Hitlerista nas montanhas, A viagem triunfal de Hitler

através da Alemanha filmado e Alemanha desperta, todos produzidos em 1932.

O som da marcha militar erguendo a bandeira da Alemanha Nazista foi um fator

importante na expansão do nazismo, o que elevou de forma penetrante na mente alemã a

exaltação dos soldados e o símbolo da nova Alemanha.

Nos filmes, os judeus da Alemanha Nazista eram retratados como seres sub-

humanos, como uma raça perigosa para sociedade que se aproveitava dos outros. Os

filmes alemães nos anos 1930 e 1940 faziam a análise do regime e sugeriam uma solu-

ção final para os judeus europeus. São eles, O eterno judeu, dirigido por Fritz Hippler,

O judeu Süss, de Veit Harlan, ambos de 1940.

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Capítulo 3

O CARTAZ: A FORÇA IDEOLÓGICA

3.1 Ideologia Nazista

A propaganda política totalitária alemã foi marcante durante as primeiras déca-

das do século XX. Como pôde ser visto, as técnicas usadas pelo líder na Alemanha, não

de forma isolada, aconteceram no mundo todo. Para entender um pouco o funcionamen-

to dessa propaganda escolheu-se estudar os cartazes políticos. Muitas características

estão presentes nas propagandas ideológicas até os dias de hoje e isso justifica a impor-

tância do estudo aprofundado dos cartazes nazistas.

Hitler percebeu que a propaganda era essencial para atingir o cidadão alemão de

baixa escolaridade. Utilizando para isso, imagens de homens e mulheres arianos, com o

físico perfeito, cabelos loiros para reforçar a atenção da população. Era preciso mostrar

o lado positivo da Alemanha nos anos 1930 e 1940, segundo Hitler. A propaganda de-

veria ser compreensiva e desenvolvida com o máximo possível de informação, para que

o leitor pudesse captar as mensagens com rapidez, No seu entender, “as grandes mas-

sas” tinham capacidade de percepção limitada, inteligência modesta, memória fraca.

Com isso, os cartazes foram reproduzidos para lançar incessantemente que os

inimigos tinham que ser atingidos, sem, contudo, incitar o ódio nas massas. O objetivo

dos cartazes era conquistar o povo alemão, atingindo suas emoções pelas informações

disseminadas no território germânico.

Para SHANNON e WEAVER (1949), o primeiro e mais simples modelo de co-

municação atribui ao emissor a autoria da mensagem que é transmitida por um canal,

através de um código, até o receptor. Entre o fato e a versão da propaganda que se di-

vulga, há um processo de percepção e interpretação que é a essência da atividade dos

publicitários. O modelo estabelece a prioridade da função de representar subjetivamente

a realidade antes de transmiti-la. A percepção da realidade, sua transformação em mode-

los mentais e, depois em proposições linguísticas, fotografias ou imagens editadas, não

são tarefa de um só homem. Cada fórmula representada leva adiante a informação. Cada

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Conclusão

O assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando foi o estopim da

Primeira Guerra Mundial e o fim desta deu origem à Segunda Grande Guerra, conside-

rada a mais massacrante de todas as guerras da história.

Adolf Hitler foi uma figura muito importante, sua inteligência ajudou a reerguer

a Alemanha, fortalecendo o poder econômico de tal forma a chegar aos dias de hoje

como um dos países mais poderosos da União Europeia. O Ministro da Propaganda,

Joseph Goebbels, foi fundamental na propaganda nazista, pois influenciou de forma

marcante a forma como técnicas foram usadas.

O cinema foi um meio de comunicação de massa que teve o poder de persuadir a

população nas décadas de 1930 e 1940. Pelos movimentos e do som nas telas do cinema

existia o efeito hipodérmico de atingir os sentimentos do povo. Observa-se que a popu-

lação ia ao cinema para se atualizar das notícias interna e externa e também para assistir

filmes que eram elaborados pela equipe de Goebbels, grande influenciador do povo

alemão, a ser simpatizante do nazismo.

O rádio era o meio de comunicação mais barato, tinha o alcance de acesso mais

amplo e o Führer aproveitou para usar a sua tática persuasiva pelo uso da voz, repercu-

tindo por toda Alemanha simultaneamente. Sem o rádio, Hitler não chegaria a ter o pa-

pel histórico que lhe coube. Hitler proferia suas palavras de forma contundente, fez uso

inteligente da propaganda, o que o auxiliou na influência ao povo alemão.

Os jornais e revistas foram os meios frios, as mensagens conativas eram transmi-

tidas junto com as charges para atingir a população, charges essas, discriminatórias con-

tra judeus, pois mostravam o lado negativo desta comunidade, retratada como portadora

de doenças contagiosas, nariz grande e eram gordos. Os alemães tinham o corpo perfei-

to e atlético, loiros e de olhos azuis com isso influenciavam a população alemã a se

afastar dos judeus. Desde o inicio, Hitler já distribuía o livro “Der Giftpilz” (O cogume-

lo venenoso), o objetivo era fazer lavagem cerebral nas crianças contra os judeus nas

escolas e a ideia funcionou perfeitamente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros:

DIEHL, Paula. A propaganda nazista. Rio de Janeiro: Annablume, 1995.

FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. Século XX. São Paulo: Ática,

1995.

FEST, Joachüin. Hitler. Parte 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

HITLER, Adolf. Mein Kampft. S.n.t., 1925.

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. O breve século XX – 1914-1991. São Paulo:

Companhia das Letras, 2006.

LENHARO, Alcir. Nazismo. “Triunfo da Vontade”. São Paulo: Ática, 2007.

MOLES, Abraham Antoine. O cartaz. São Paulo: Perspectiva, 2005.

ROSENBAUM, Ron. Para entender Hitler. Rio de Janeiro: Record, 1998.

SHIRER, William. A história do Terceiro Reich. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

1959.

STACKELBERG, Roderick. A Alemanha de Hitler. Origens, Interpretações, Legados.

Rio de Janeiro: Imago, 1999.

WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

Sites:

A ideologia nos filmes de guerra – o cinema como meio – Revista Universitária Audio-

visual, disponível em <http://www.ufscar.br/rua/site/?p=3> - consulta em

20/03/2010.

Advertising Archives, disponível em

<http://www.advertisingarchives.co.uk/searchframe.php> - consulta

em18/04/2010.

Veja, disponível em

<http://veja.abril.com.br/especiais_online/segunda_guerra/edicao001/perfil.shtm

> - consulta em 16/04/2010.

Globo G1 Mundo – Notícias, disponível em

<http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL956723-5602,00.html> - consulta

em 01/05/2010.

The Gleichschaltung, disponível em <http://www.shoaheducation.com/gleich.html> -

consulta em 12/07/2010.

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44

Calvin minds in the making, disponível em

<http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/posters2.htm> - consulta

em20/09/2010.

http://www.bytwerk.com/gpa/lustige.htm - consulta em 14/10/2010.

Filmografia:

HUBER, Gerd. Eu fui secretária de Hitler. 2002.

RIEFENSTAHL, Leni. O Triunfo da Vontade. O legendário documentário Nazista so-

bre o Terceiro Reich em Nuremberg. 1935.

RIEFENSTAHL, Leni. Olympia. Documentário Nazista sobre as Olimpíadas de Berlim.

1936.

COHEN, Peter. Arquitetura da destruição. 1992.

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ANEXOS

Figura 1 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial. O Monstro Alemão.

Fonte: Site da Secretaria da Educação – TV Multimídia – Imagens, disponível em

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=17&min=210&orderby=title

A&show=10

Figura 2 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Austrália.

Fonte: Site de Bytes:WW1 Recruiting Posters and Norman Lindsay, disponível em

http://bytesdaily.blogspot.com/2010/04/ww1-recruiting-posters-and-norman.html

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Figura 3 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial dos Estados Unidos.

Fonte: Site de The Real Uncle Sam, disponível em http://hubpages.com/hub/The-Real-Uncle-Sam

Figura 4 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Alemanha.

Fonte: Site de Das ist der Weg zum Frieden Die Feinde wollen ES so! Darum Zeiche Kriegsanteihe!,

disponível em http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3g11504/?co=wwipos

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Figura 5 - Cartaz da Primeira Guerra Mundial da Austrália.

Fonte: Fotografia publicada no livro Primeira Guerra Mundial. Autor: H.P. Willmott, Rio de Janeiro,

2008. P. 98

Figura 6 - Anúncio político alemão. República de Weimar.

Fonte: Site de Mundo da Educação, disponível em

http://www.mundoeducacao.com.br/históriageral/tratados-primeira-guerra-mundial.htm

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Figura 7 - Cartaz do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores.

Fonte: Site de Calvin Edu, disponível em http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/posters/liste2b.jpg

Figura 8 - Cartaz de guerra alemão. Freikorps.

Fonte: Site de Answers, disponível em http://www.answers.com/topic/freikorps

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Figura 9 - Cartaz de guerra alemão. Soldado Reichswehr

Fonte: Site de World War Pictures, disponível em http://www.world-war-pictures.com/war-

poster/warger007

Figura 10 - Cartaz político alemão. O que nós queremos?

Fonte: Site de Calvin Edu, disponível em http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/posters/1920a.jpg

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Figura 11 - Fotografia da Queima dos livros em 1933.

Fonte: Site de Corbis Images, disponível em

http://www.corbisimages.com/Search#p=1&q=the+book's+fire+in+1933+

Figura 12 - Bandeira da Alemanha Nazista.

Fonte: Site de Wikipédia org, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A1stica

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Figura 13 - Cartaz político japonês. Pacto de Tripartite.

Fonte: Site de Wikipedia org, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_Tripartite

Figura 14 - Anúncio do filme O eterno judeu de Fritz Hippler, 1940.

Fonte: Site de História, disponível em http://elchistória.blogs.sapo.pt/2010/05/

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Figura 15 - Cartaz do filme Judeu Süss de Veit Harlan, 1940.

Fonte: Site de Comitê do Holocausto Brasil, disponível em

http://holocaustobr.blogspot.com/2010_02_01_archive.html

Figura 16 - Cartaz do filme Olympia de Leni Riefenstahl, 1938.

Fonte: Site de Leni Riefenstahl. Filmogragraphy, disponível em http://www.leni-

riefenstahl.de/eng/film.html#oly

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Figura 17 - Cartaz do filme Tio Kruger, de Hans Steinhoff, 1940.

Fonte: Site de Third Reich: Propaganda 1933-1945, disponível em

http://www.geschichteinchronologie.ch/eu/3R/propaganda-2wk-ENGL.html

Figura 18 - Selo da Alemanha Nazista.

Fonte: Site de Primeiras Emissões da Alemanha, disponível em

http://www.girafamania.com.br/europeu/alemanha-primeiros-selos.html

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Figura 19 - Selo da Alemanha Nazista.

Fonte: Site de Primeiras Emissões da Alemanha, disponível em

http://www.girafamania.com.br/europeu/alemanha-primeiros-selos.html

Figura 20 - Cartaz político alemão. Hitler.

Fonte: Site de Calvin Edu, disponível em http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/posters/hitler.jpg

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Figura 21 - Cartaz político alemão. Vote Hitler.

Fonte: Site de German Propaganda Poster from the 20th Century, disponível em

http://www.crestock.com/blog/design/german-propaganda-posters-from-the-20th-century-129.aspx

Fonte: Site de Calvin Edu, disponível em http://www.calvin.edu/academic/cas/gpa/posters/wir.jpg

Figura 22 - Anúncio de guerra alemão. Soldado alemão solidário.

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Figura 23 - Cartaz político alemão. Trabalhador proletário.

Fonte: Site do Woww: Propaganda Alemã (nazista) Pré Segunda Guerra Mundial, disponível em

http://www.woww.com.br/2008/04/propaganda-alem-nazista-pr-segunda.html

Figura 24 - Cartaz político alemão. Família protegida pela águia.

Fonte: Site de WWII Propaganda Poster

http://vi.sualize.us/view/jbrownson74/79c7ba2a789d46fa8b6cc85bc68f5e2f/

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Figura 25 - Cartaz do filme Triunfo da Vontade de Leni Riefenstahl.

Fonte: Site de Third Reich: Propaganda 1933-1945, disponível em

http://www.geschichteinchronologie.ch/eu/3R/propaganda-2wk-ENGL.html

Figura 26 - Anúncio político alemão. O Estudante Alemão.

Fonte: Site de Getty Images, disponível em http://www.gettyimages.com/detail/84358230/Hulton-

Archive

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Figura 27 - Capa do livro infantil alemão Der Giftpilz.

Fonte: Site do Rewblog, disponível em, http://renatowong.wordpress.com/page/4/

Figura 28 - Anúncio Nazista. Tabuleiro de xadrez.

Fonte: Site de Categoria: reflexão, disponível em http://www.rdbandeira.com/blog/category/reflexao

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Figura 29 - Anúncio de guerra alemão – Caveira bombardeando.

Fonte: Site de Third Reich: Propaganda 1933-1945, disponível em

http://www.geschichteinchronologie.ch/eu/3R/propaganda-2wk-d/plakat032-3R-der-feind-sieht-dein-

Licht-ab-1940ca.jpg

Figura 30 - Anúncio político alemão.

Fonte: Site de HaGalil, disponível em

http://www.hagalil.com/deutschland/ost/judentum/antisemitismus.html

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Figura 31 - Anúncio de guerra alemão. Ele é culpado pela Guerra!

Fonte: Site da Pop Art Machine, disponível em

http://popartmachine.com/item/pop_art/LOC+1180896/DER-IST-SCHULD-AM-KRIEGE!-/-

MJ&OUML%3BLNIR.-POS---GER-.S394,-NO.-35-(C...

Figura 32 - Cartaz de guerra alemão. O judeu.

Fonte: Site da Pop Art Machine, disponível em

http://www.advertisingarchives.co.uk/imagedetail.php?Image=51240

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