A PRÁTICA DA DOCÊNCIA ATRAVÉS DOS ESTÁGIOS...

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Curso de Pedagogia Artigo Original A PRÁTICA DA DOCÊNCIA ATRAVÉS DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NO CURSO DE PEDAGOGIA THE PRACTICE OF TEACHING THROUGH SUPERVISED PRACTICE IN THE PEDAGOGY COURSE Eliana Ribeiro dos Santos Machado 1 , Enilda Monteiro Pereira 2 1 Aluna do Curso de Pedagogia 2 Professora Mestre do Curso de Pedagogia. Resumo Este artigo apresenta os resultados obtidos de uma análise realizada com os discentes do curso de Pedagogia da Instituição de ensino ICESP-Promove de Brasília, sobre a prática docente no ambiente escolar. A análise é realizada com professores de escolas particulares, onde os mesmos relatam sobre o olhar e a importância do estágio supervisionado no ambiente escolar. Este estudo teve como finalidade analisar os desafios enfrentados pelo aluno no estágio supervisionado durante a sua prática pedagógica em sala de aula e investigar as resistências por parte dos professores titulares ao recebê-los no seu ambiente de trabalho, como também, compreender a importância do estágio para a formação docente e o pensamento do aluno frente à realização do estágio supervisionado. A pesquisa é embasada em instrumentos de pesquisa, como: a LDB Lei de Diretrizes e Bases do curso de Pedagogia, outros embasamentos teóricos, e investigações por meio de questionários com alunos do curso de Pedagogia e também com docentes já atuantes na área da educação, que colaboraram com a pesquisa descrevendo sobre o olhar diferenciado que os alunos precisam ter ao realizar os estágios supervisionados durante a sua realização. O presente estudo busca contribuir, pois, para os futuros pedagogos em processo de formação, tanto durante a sua vida acadêmica, quanto profissional e, inclusive, pessoal; dando-lhes oportunidade de enfrentar as dificuldades com novos conhecimentos. Palavras-Chave: aluno, professor, prática pedagógica, estágio supervisionado, desafios. Abstract This article presents the results of a conducted analysis with students of the Faculty of Education of the teaching institution ICESP- Promove in Brasilia, on teaching practice in a school environment. The analysis is performed with teachers of private schools, where they report on the view and the importance of supervised training in a school environment. This study aimed to analyze the challenges faced by the student in supervised training during their practice in classroom and investigate the resistance from staff teachers to receive them in their work environment, but also understand the importance of the practice for teacher training and the students' thinking in relation to the supervised training. The research is grounded in research tools, such as the LGB - Law Guidelines and Bases of the Faculty of Education, other theoretical grounds, and investigation through questionnaires given to Faculty of Education students and to teachers already working in education, who collaborated on the research describing about the different view that students must have to carry out supervised practice. This study seeks to contribute therefore to future educators training process both during their academic, professional and even personal life; giving them the opportunity to face the difficulties with new knowledge. Keywords: student, teacher, teaching practice, supervised practice, challenges. Contato: [email protected] Introdução Este estudo teve como principal finalidade elaborar uma pesquisa científica sobre os desafios dos estagiários de pedagogia em sala de aula, suas especificidades e histórias, buscando em, primeira instância, compreender o estágio supervisionado e quais são as dificuldades que o graduando enfrenta durante a prática pedagógica no ambiente escolar. As escolas são espaços em que o estagiário de pedagogia tem oportunidade de colocar em prática o que aprendeu em sala de aula. Sobretudo, com a mediação do professor supervisor do estágio e com a colaboração da professora regente. Este momento da saída da teoria para a prática pode afetar o graduando de forma positiva, mas também negativa diante de sua escolha profissional. Este trabalho visa levar os docentes e discentes a terem outra visão do estágio supervisionado na licenciatura de pedagogia; para que isso ocorra, precisa-se da mediação do orientador da disciplina de estágio, desenvolvendo um trabalho juntamente com os discentes e mostrando a realidade vivenciada em sala de aula. A escolha deste tema surgiu em função das dificuldades encontradas durante as atividades curriculares exigidas pelo curso, em que os estudantes passam a vivenciar no espaço institucional a realidade da profissão a ser exercida. Diante destas experiências, surgem as afirmações que, na prática, é bem diferente do que se estuda na universidade; é possível dizer que, durante o estágio supervisionado, o aluno pode se identificar ou descobrir que fez a escolha errada. O estágio supervisionado é de grande

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  • Curso de Pedagogia Artigo Original

    A PRÁTICA DA DOCÊNCIA ATRAVÉS DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NO CURSO DE PEDAGOGIA THE PRACTICE OF TEACHING THROUGH SUPERVISED PRACTICE IN THE PEDAGOGY COURSE

    Eliana Ribeiro dos Santos Machado

    1, Enilda Monteiro Pereira

    2

    1 Aluna do Curso de Pedagogia

    2 Professora Mestre do Curso de Pedagogia.

    Resumo

    Este artigo apresenta os resultados obtidos de uma análise realizada com os discentes do curso de Pedagogia da Instituição de ensino ICESP-Promove de Brasília, sobre a prática docente no ambiente escolar. A análise é realizada com professores de escolas particulares, onde os mesmos relatam sobre o olhar e a importância do estágio supervisionado no ambiente escolar. Este estudo teve como finalidade analisar os desafios enfrentados pelo aluno no estágio supervisionado durante a sua prática pedagógica em sala de aula e investigar as resistências por parte dos professores titulares ao recebê-los no seu ambiente de trabalho, como também, compreender a importância do estágio para a formação docente e o pensamento do aluno frente à realização do estágio supervisionado. A pesquisa é embasada em instrumentos de pesquisa, como: a LDB – Lei de Diretrizes e Bases do curso de Pedagogia, outros embasamentos teóricos, e investigações por meio de questionários com alunos do curso de Pedagogia e também com docentes já atuantes na área da educação, que colaboraram com a pesquisa descrevendo sobre o olhar diferenciado que os alunos precisam ter ao realizar os estágios supervisionados durante a sua realização. O presente estudo busca contribuir, pois, para os futuros pedagogos em processo de formação, tanto durante a sua vida acadêmica, quanto profissional e, inclusive, pessoal; dando-lhes oportunidade de enfrentar as dificuldades com novos conhecimentos. Palavras-Chave: aluno, professor, prática pedagógica, estágio supervisionado, desafios.

    Abstract This article presents the results of a conducted analysis with students of the Faculty of Education of the teaching institution ICESP-Promove in Brasilia, on teaching practice in a school environment. The analysis is performed with teachers of private schools, where they report on the view and the importance of supervised training in a school environment. This study aimed to analyze the challenges faced by the student in supervised training during their practice in classroom and investigate the resistance from staff teachers to receive them in their work environment, but also understand the importance of the practice for teacher training and the students' thinking in relation to the supervised training. The research is grounded in research tools, such as the LGB - Law Guidelines and Bases of the Faculty of Education, other theoretical grounds, and investigation through questionnaires given to Faculty of Education students and to teachers already working in education, who collaborated on the research describing about the different view that students must have to carry out supervised practice. This study seeks to contribute therefore to future educators training process both during their academic, professional and even personal life; giving them the opportunity to face the difficulties with new knowledge. Keywords: student, teacher, teaching practice, supervised practice, challenges.

    Contato: [email protected]

    Introdução

    Este estudo teve como principal finalidade elaborar uma pesquisa científica sobre os desafios dos estagiários de pedagogia em sala de aula, suas especificidades e histórias, buscando em, primeira instância, compreender o estágio supervisionado e quais são as dificuldades que o graduando enfrenta durante a prática pedagógica no ambiente escolar.

    As escolas são espaços em que o estagiário de pedagogia tem oportunidade de colocar em prática o que aprendeu em sala de aula. Sobretudo, com a mediação do professor supervisor do estágio e com a colaboração da professora regente.

    Este momento da saída da teoria para a prática pode afetar o graduando de forma positiva, mas também negativa diante de sua escolha

    profissional. Este trabalho visa levar os docentes e

    discentes a terem outra visão do estágio supervisionado na licenciatura de pedagogia; para que isso ocorra, precisa-se da mediação do orientador da disciplina de estágio, desenvolvendo um trabalho juntamente com os discentes e mostrando a realidade vivenciada em sala de aula.

    A escolha deste tema surgiu em função das dificuldades encontradas durante as atividades curriculares exigidas pelo curso, em que os estudantes passam a vivenciar no espaço institucional a realidade da profissão a ser exercida. Diante destas experiências, surgem as afirmações que, na prática, é bem diferente do que se estuda na universidade; é possível dizer que, durante o estágio supervisionado, o aluno pode se identificar ou descobrir que fez a escolha errada.

    O estágio supervisionado é de grande

  • importância para o curso de Pedagogia, pois muitas são as dúvidas dos discentes antes de ingressarem na vida profissional. Essas dúvidas e anseios surgem no momento que iniciam o processo do estágio, pois a maioria dos estagiários nunca teve contato com a sala de aula, ou mesmo antes de irem para o momento da prática; por isso diz-se que o estágio é fundamental para o discente, é o momento de conhecer a realidade da profissão a ser exercida futuramente.

    Para a escola, o estágio pode possibilitar ou eliminar as rejeições por parte de muitos profissionais em relação à formação do estagiário do curso de Pedagogia, que tem a capacidade de formar-se um profissional, aprimorando-se com a prática pedagógica desenvolvida na escola. O estágio também é interessante para o professor já em atuação, que recebe o estagiário, porque oportuniza o compartilhamento da construção da aprendizagem, como também as trocas de conhecimentos.

    Este tema proposto é de grande importância para o Pedagogo, pois, através da prática pedagógica, pode-se ter outro olhar sobre a profissão escolhida, tendo como visão os benefícios e aprendizados adquiridos ao longo do curso e a consciência de quantas crianças serão beneficiadas; em especial, contribuir de alguma forma para uma educação diferenciada.

    Diante do exposto, foi proposto como questionamento: Quais os problemas que os alunos de pedagogia encontram quando estão realizando o estágio supervisionado?

    São vários problemas que os alunos de pedagogia encontram durante a realização do estágio supervisionado em sala de aula, um deles é a rejeição por parte do professor titular que tem uma visão sobre o estagiário como se este estivesse ali apenas para observar o seu trabalho, ou então, surge o questionamento de que sua presença gera um incômodo, no sentido de quebrar a rotina da sala de aula.

    A escola particular, onde ocorreu a maior parte dos estágios dos participantes desta pesquisa, também tem a visão do estagiário como um ajudante nas rotinas diárias a serem realizadas, ou seja, o estágio supervisionado é limitado por parte do professor regente e pela instituição cedente. Outro desafio dos alunos que ainda não descobriram se é está a profissão que desejam seguir é que, ao ir para a prática, muitos se identificam, mas outros se frustram quando encaram a realidade.

    Sendo assim, definiu-se como objetivo geral deste estudo: analisar os desafios enfrentados no estágio supervisionado do curso de pedagogia em sala de aula. Com vistas a atingir esse objetivo, foram listados como objetivos específicos: analisar os desafios do estágio supervisionado; verificar as exigências da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação; descrever o papel do estagiário; investigar as resistências por parte do professor titular; verificar a postura diante do estágio do

    aluno; aplicar instrumento de pesquisa; analisar os resultados obtidos.

    Segundo o dicionário Aurélio (2008, p. 375), o estágio “é o aprendizado de qualquer profissional ou aprendizado de especialização em organização pública ou particular.”

    Felício e Oliveira (2008, p. 217) entendem que “o estágio curricular, se bem fundamentado, estruturado e orientado, configura-se como um momento de relevante importância no processo de formação prática dos futuros professores.”

    De acordo com os autores, o processo de aprendizado do aluno do curso de pedagogia se dá, não apenas na teoria, e sim, através das necessidades que o docente tem em viver a realidade na prática como profissional docente.

    Os mesmos autores ainda relatam a convivência do professor com o estagiário do curso de pedagogia durante as atividades que o aluno deverá exercer para cumprir a carga horária exigida, podendo haver conflitos por parte da regente da sala de aula, demonstrando insegurança ao se deparar com outra pessoa no seu ambiente de trabalho, e até mesmo o individualismo em não querer compartilhar o seu conhecimento.

    De acordo com a legislação vigente, Lei 11.788, de 25/09/2008, que regulamentam as contratações de estagiário, a mesma define o estágio supervisionado como:

    Art. 1o Estágio é ato educativo escolar

    supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educados que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. § 1

    o O estágio faz parte do projeto pedagógico

    do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. § 2

    o O estágio visa ao aprendizado de

    competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

    Continuando nos parágrafos 1 e 2, do Art. 2°, diz que o estágio poderá ser obrigatório, determinado pelo projeto pedagógico de cada curso e necessário para obtenção do diploma; não obrigatório é aquele que é opcional, apenas acrescentando as horas trabalhadas à carga horária regular do curso.

    A Lei n° 9.394, de dezembro de 1996 – LDB define as significativas exigências em relação à formação do docente:

    Art. 65°. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas. Art. 82°. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas para a realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior em sua justiça. Parágrafo único: O estágio realizado nas condições deste artigo não estabelece vínculo empregatício, podendo o estagiário receber bolsa de estágio contra acidentes e ter cobertura previdenciária prevista na legislação

  • específica.

    O curso de Pedagogia foi regulamentado pela primeira vez por meio do Decreto de Lei n° 1.190/1939, que tratava primeiramente do técnico em educação.

    A padronização do curso de Pedagogia era de acordo as normas exigidas na época de 1939. O curso tinha duração de três anos, pois, os docentes que se formavam em diversas áreas, como Ciências humanas, sociais, naturais, artes, português etc., tinham sua formação apenas para atuar naquela área, pois se dava o nome de bacharel. Caso quisessem atuar como professor nos anos iniciais da educação, teriam que cursar mais um ano de estudos, dedicando-se à Didática e à Prática de Ensino; ao término, eram nomeados Licenciado em Pedagogia, também era concedido o registro para lecionar Matemática, História, Geografia e Estudos Sociais, no primeiro ciclo do ensino secundário.

    Com o advento da Lei n° 4. 024/1961 e a regulamentação contida no Parecer CFE n° 251/1962, manteve-se o esquema 3+1, para o curso de Pedagogia, composto por sete disciplinas indicadas pelo CFE e mais duas escolhidas pela instituição.

    Regulamentada pelo Parecer CFE n° 292/1962, a licenciatura previa o estudo de três disciplinas: Psicologia da Educação, Elementos de Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino; esta última em forma de Estágio Supervisionado.

    A Lei da Reforma Universitária n° 5.540, de 1968, permitia à graduação em Pedagogia habilitações como a Supervisão, a Orientação, a Administração e a Inspeção Educacional, deixando possibilidades de outras habilitações, desde que estivessem adequadas às oportunidades do mercado de trabalho.

    A Resolução do Conselho Federal de Educação (CFE n° 2/1969) determinava que a formação de professores com as referidas habilitações passava a ser feita através dos cursos de graduação em Pedagogia e obtendo o grau de Licenciado.

    Atentas às exigências do momento histórico, já no início da década de 1980, várias universidades efetuaram reformas curriculares, de modo a formar, no curso de Pedagogia, professores para atuarem na Educação Pré-escolar e nas séries iniciais do Ensino de 1° Grau.

    Durante muitos anos, a maior parte dos que pretendiam graduar-se em Pedagogia eram professores primários, com algumas ou muitas experiências em sala de aula.

    Diante da preferência dada ao curso de Pedagogia, com o passar dos anos, o mesmo foi se expandindo, mas também se tornando objeto de críticas por parte de alguns teóricos, devido ao desvio de funções desse profissional; apesar dos mesmos defenderem o trabalho Pedagógico em sala de aula naquele tempo.

    Ao longo dos anos, teve-se o reconhecimento, no qual seria necessária a

    graduação no ensino superior; os docentes deveriam estar habilitados para atuarem na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental da Educação Básica.

    Conforme os Pareceres CNE/CES n° 776/1997, 583/2001 e 67/2003, que tratam da elaboração de diretrizes curriculares, isto é, de orientações normativas destinadas a apresentar princípios e procedimentos a serem observadas na organização institucional e curricular, determinam que:

    [...] a formação em Pedagogia inicia-se no curso de graduação, quando os estudantes são desafiados a articular conhecimentos do campo educacional com práticas profissionais e de pesquisa, estas sempre planejadas e supervisionadas com a colaboração dos estudantes.

    O graduando em pedagogia deve trabalhar com vários conhecimentos, habilidades e pluralidades teóricas e práticas, tendo que se fundamentar em interdisciplinaridade e contextualizar sempre com o novo, para promover uma educação de qualidade.

    Tendo como entendimento que o professor é o agente da educação, pode contemplar, não apenas a teoria consistente na sua formação, mas também a prática pedagógica vivenciada em campo.

    O graduando deve estar apto para ensinar, relacionar-se com as diversidades culturais e demonstrar domínio da tecnologia e informações adequadas para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.

    O Parecer CNE/CP n°5, de 13 de dezembro de 2005, Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia em 2005 é a lei regida pelo Ministério da Educação (MEC), sendo um documento que define os estudos e princípios educativos do curso de Pedagogia, a fim de atender escolas e ambientes não escolares, com o propósito de formar professores para poder educar crianças. Este documento diz que o docente poderá atuar, não somente em sala de aula, mas também fazer parte da gestão educacional. Portanto, deve ser salientado que a proposta para o curso veio atribuir aos estudos a forma de como ensinar.

    As Diretrizes Nacionais do curso de Pedagogia relatam que, conforme o desenvolvimento do país houve uma maior exigência em relação à qualificação do docente, para que possam transmitir conhecimentos para as crianças durante o processo de aprendizado. Diante destas exigências, o professor teria que levar para sala de aula novas perspectivas de ensino de acordo com o crescimento da comunidade e avanços no mundo da educação.

    Ainda, as Diretrizes Curriculares, deixam bem claro que a formação dos graduandos em pedagogia contempla a educação básica, mas também podem atuar em outras áreas, como na educação de jovens e adultos, educação dos povos indígenas etc.; podendo exercer também em ambientes não escolares, mas para esta

  • atuação o graduado terá que se especializar na área que deseja trabalhar.

    O aluno, ao ingressar no curso de pedagogia, deverá estar apto para atuar com ética e compromisso no processo de aprendizado, respeitar as diversidades que irá encontrar no ambiente escolar ou até mesmo na sociedade e ser capaz de compreender, cuidar e educar as crianças a fim de contribuir no desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social.

    O professor também tem a função de identificar os problemas socioculturais por meio de investigações feitas através da observação, objetivando contribuir de forma positiva com o propósito de superar os problemas enfrentados de acordo com a realidade da criança.

    O docente, ao decidir exercer a função de professor, tem que saber trabalhar em equipe e dialogar com o próximo, visando desenvolver um trabalho em parceria, e ter capacidade de transmitir o seu conhecimento e aprender com o próximo.

    A graduação do curso de Pedagogia tem como definição exigida pelo Ministério de Educação (MEC) uma carga horária de 3.200 horas de trabalhos acadêmicos, que são divididas em atividades que contribuem para a formação docente; também faz parte das atividades acadêmicas: seminário, saída de campo, visita a museus, pesquisas etc.

    De acordo com o Ministério de Educação (MEC), o graduando só finalizará o curso de Pedagogia quando completar a grade curricular do curso e do estágio, onde o aluno deverá cumprir 300 horas em sala de aula, que são divididas nas seguintes etapas: estágio I e II na educação infantil, estágio III nos anos iniciais e finais do Ensino fundamental e 100 horas de atividades complementares, que completam a carga horária exigida pelo MEC.

    A Resolução CNE/CES N° 9, de 4 outubro de 2007, estabelece às normas de emissão do diploma para a graduação do curso de Pedagogia, dando-lhe o direito de exercer o trabalho pedagógico na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, também esclarece que o graduando em Pedagogia só será habilitado na profissão apenas com o cumprimento e aproveitamento das disciplinas que fazem parte da grade curricular definida pelo Mec.

    No parágrafo 3º, do art. 1°, dessa resolução, determina que só tenha direito ao diploma os concluintes dos cursos de pedagogia anteriormente à edição da Lei nº 9.394/96, não existindo exceções quanto à carga horária para prática de ensino-estágio supervisionado, com vistas ao recebimento do certificado de conclusão do curso.

    Baccon e Arruda (2010, p.03) dizem que: o estágio, entretanto, enfrenta problemas diversos para a sua plena realização. Grande parte dos professores da escola básica atua como formador, limitando-se apenas a receber os estagiários em sua sala.

    O processo do estágio supervisionado é o

    momento de construção do saber necessário para atuação como docente, onde o graduando sai da teoria para prática, passa a compreender sobre a realidade de uma sala de aula e possibilita o seu desenvolvimento das competências e habilidades necessárias para o exercício profissional. (ASSIS E ROSADO, 2012)

    Pode-se dizer que, ao deparamos com professores insatisfeitos e desgastados através da realidade encontrada no ambiente escolar, toda desmotivação dá-se pela desvalorização profissional, além dos problemas encontrados no contexto da sociedade. (PIMENTA E LIMA, 2012).

    Muitas vezes, ao chegar às escolas, surgem dúvidas por parte do professor regente, fazendo questionamentos para os estagiários sobre o porquê escolheu esta profissão; diante disso, o mesmo passa para o estagiário uma visão da profissão de forma negativa. (PIMENTA E LIMA, 2012)

    O que as autoras relatam acima, pode-se dizer que, é a realidade encontrada em sala de aula durante os estágios supervisionados; podendo falar que este fato ocorre nas escolas públicas, pois encontramos muitos professores desgastados na sua profissão, mas há, também, aqueles que recebem o estagiário muito bem e tem prazer em compartilhar a prática pedagógica. Nas escolas particulares, há aqueles que ensinam o que sabem, mas com insegurança; portanto, o graduando fica sem entender qual é o objetivo realmente do estágio supervisionado em campo.

    Pimenta e Lima (2012) afirmam que, no processo do estágio como um todo, só será entendido se tudo for delineado com clareza e tiver a participação dos docentes interagindo com os estagiários e assumindo a função de supervisores do estágio

    Dando continuidade às mesmas autoras (p. 115) caracterizam assim o estágio:

    (...) como uma interação do que como simples intervenção, abrindo-se a possibilidade de uma ação entre a universidade e a escola, na qual professores-alunos e professores de estágio também atualizam seus conhecimentos acerca da profissão docente.

    A realização do estágio supervisionado é de fundamental importância, pois amplia horizontes, coloca em prática os conhecimentos adquiridos e, também, esclarece as dúvidas que porventura ainda existirem em relação à profissão escolhida. Ao longo do estágio supervisionado, é possível que o graduando faça comparação entre a realidade escolar e o que se aprendeu em sala de aula, durante o curso de Pedagogia, ou seja, perceber como a teoria e a prática estão constantemente juntas no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.

    Materiais e Métodos

    O método é um conjunto de atividades e caminhos que, ao serem percorridos, permitem atingir os objetivos definidos em um estudo científico. (MARCONI e LAKATOS, 2010)

  • Visando atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, tomou-se por embasamento o que determina Vergara (2010); quanto aos fins, os métodos utilizados foram da pesquisa descritiva, pois se descreveu o que determina a legislação sobre o estágio supervisionado. Ao mesmo tempo, foi empregada a pesquisa explicativa para tornar compreensível como acontece o estágio supervisionado na graduação em Pedagogia, justificando os motivos da realização do referido estágio.

    Quanto aos meios, a pesquisa é de caráter bibliográfico, descrita por Vergara (2005) como estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral; além de um levantamento documental, utilizando documentos da legislação vigente sobre o tema abordado, por exemplo. Também foi empregada a pesquisa de campo, que é uma investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno; fizeram parte da amostra pesquisada discentes e docentes do curso de Pedagogia que estivessem envolvidos nas etapas do estágio supervisionado.

    Com base no objeto de estudo, foram aplicados os métodos da pesquisa quantitativa, ou seja, um questionário estruturado, transformando opiniões e informações em números para possibilitar a classificação e análise.

    Universo e Amostra: Foram convidados, a

    participar da investigação, os estudantes que estão regularmente matriculados na disciplina de estágio supervisionado do curso de Pedagogia da Unidade da Faculdade Icesp-Promove de Brasília, localizada no Guará e Recanto das Emas. O foco concentrou-se nas turmas do quinto, sexto, sétimo e oitavo semestre, com o intuito de investigar quais foram os desafios encontrados durante a prática pedagógica em sala de aula.

    Também participaram como respondentes docentes de escolas particulares, pois acredita-se que estão mais envolvidas no processo de estágio supervisionado da Faculdade de Pedagogia, do ICESP.

    A participação destes docentes foi de grande contribuição para este estudo, trazendo possíveis colaborações para a formação dos graduandos do curso de Pedagogia, pois evidenciou a importância de se ter um olhar diferenciado sobre a prática pedagógica no ambiente escolar. Permitindo de que os graduandos entendam que a teoria e a prática andam juntas e, portanto, não devem ser vivenciadas separadamente.

    Instrumentos: O instrumento de pesquisa foi elaborado com oito perguntas fechadas e uma questão aberta, e foi aplicado no primeiro semestre do ano de 2015, tendo como respondentes alunos do curso de Pedagogia, da Faculdade ICESP- Promove do Guará e Recanto das Emas e com professores de escolas particulares.

    Resultados e Discussão

    A coleta de dados foi realizada na Faculdade ICESP, no período das aulas, com autorização dos docentes que se encontravam em cada sala de aula, do campus do Guará e também do Recanto das Emas.

    Posteriormente, foram coletados dados com professores de escolas particulares, em virtude da facilidade que os estagiários têm em poder realizar o estágio supervisionado. Antes da aplicação dos questionários, foi explicado para os mesmos do que se tratava o estudo.

    Tabela 01 – Gênero dos Estagiários

    Gênero Frequência

    Feminino 58

    Masculino 03 Total 61

    Percebe-se por meio deste gráfico que 95% (noventa e cinco por cento) dos respondentes são do gênero feminino e apenas 5% (cinco por cento) do gênero masculino. Através destes dados, verificou-se que a procura pelo curso de Pedagogia é maior por parte do gênero feminino do que pelo masculino, isto ocorre devido ao preconceito e desvalorização por parte da sociedade.

    Ainda assim, mesmo diante de tantos preconceitos, alguns homens ainda buscam espaço no ambiente escolar a fim de mostrarem para a sociedade que são capazes de trabalhar com crianças. Tabela 02 – Estudante de Pedagogia

    É estudante de Pedagogia Frequência Sim 61 Não 00 Total 61

    A tabela acima demonstra que os respondentes desta pesquisa atendem às características necessárias para participarem da pesquisa, ou seja, todos cursam Pedagogia.

    Tabela 03 – Semestre que Cursa

    Semestre que Cursa Frequência

    Quinto 01

    Sexto 14 Sétimo 37

    Oitavo 09 Total 61

    95%

    5%

    Gráfico 01 - Gênero dos Estagiários

    Feminino Masculino

  • Quanto ao gráfico 02, fica caracterizado que 61% (sessenta e um por cento) dos respondentes informaram que estão no sétimo semestre, 23% (vinte três por cento) no sexto, 15% (quinze por cento) no oitavo e apenas 1% (um por cento) no quinto semestre. Resultados que são confirmados pelo fato desta pesquisa ter como público alvo aqueles que já cursaram ou irão cursar a disciplina de Estágio Supervisionado, o qual é exigido como prática docente para o aluno.

    Tabela 04 – Está fazendo ou já fez o estágio supervisionado?

    Cursando ou já cursou o Estágio Supervisionado

    Frequência

    Sim, já realizou 30 Sim, está cursando 25 Ainda não cursou 03 Não está fazendo 03

    Total 61

    Quanto aos dados resultantes no gráfico 03,

    percebeu-se que 49% (quarenta e nove por cento) já realizou o estágio supervisionado, este resultado refere-se aos graduandos do oitavo semestre que estão se formando, os 41% (quarenta e um por cento) estão realizando o estágio supervisionado no ambiente escolar, 5% (cinco por cento) ainda não realizou porque estão à procura de escolas ou providenciado os documentos necessários e os outros 5% (cinco por cento), que não estão fazendo, são alunos que estudam grade aberta e ainda não se encontram

    matriculados na disciplina de estágio.

    Tabela 05 – Tipo de escola que realizou ou está realizando o estágio supervisionado Tipo de escola Frequência

    Escola pública 19 Escola Particular 42

    Total 61

    Por meio deste questionamento, observa-se que a maior procura de escolas para se realizar o estágio supervisionado se dá nas escolas particulares, tendo como base as respostas dadas pelos estudantes; 69% (trinta e um por cento) dos discentes realizaram em escola particular e 31% (sessenta e nove por cento), em escola pública.

    A procura por escolas públicas ainda é pequena devido às dificuldades encontradas, primeiramente, por parte das instituições, ao cumprir as exigências de muitos documentos pela Regional de Ensino, segundo, ao chegar ao ambiente escolar, encaram uma realidade das escolas públicas, como: má estrutura, professores desgastados na sua profissão e insegurança por parte destes professores.

    Através dos dados obtidos, pode-se confirmar que a grande parte dos graduandos do curso de Pedagogia procura mais por escolas particulares, em virtude da facilidade que encontram para realizarem o estágio supervisionado. Diante das facilidades, o aluno não sabe quais são os obstáculos que encontrará em sala de aula, porém, ao deparar-se com a realidade das escolas particulares, percebe quais os reais obstáculos, que são: os estagiários não têm oportunidades para reger, não conseguem aplicar o planejamento elaborado para o dia, pois a instituição já tem o próprio planejamento etc.

    Tabela 06 – Modalidades que realizou ou está realizando o estágio supervisionado.

    Modalidades que realizou ou está

    realizando o estágio supervisionado. Frequência

    Creche (0 a 3 anos) 24

    Educação infantil 34 Séries iniciais do Ensino fundamental 29 Realizou em ambientes não escolares. 19 Total 106

    1%

    23%

    61%

    15%

    Gráfico 02 - Semestre que Cursa.

    Quinto

    Sexto

    Sétimo

    Oitavo

    49%

    41%

    5%

    5%

    Gráfico 03 - Está fazendo ou já fez o estágio supervisionado?

    Sim, já realizou Sim, está fazendo

    Ainda não realizou Não está fazendo

    31%

    69%

    Gráfico 04 - Tipo de escola que realizou ou está realizando o estágio supervisionado.

    Escola Pública Escola Particular

  • Através do gráfico 05, ficaram confirmadas as modalidades nas quais foram realizados os estágios dos respondentes, tendo como resposta: 23% (vinte e três por cento) realizaram em creche, 32% (trinta e dois por cento) efetivou seu estágio na educação infantil, 27% (vinte e sete por cento) realizou ou realiza nas séries iniciais do ensino fundamental e 18% (dezoito por cento) concretizou o estágio em ambientes não escolares.

    Diante aos resultados obtidos, percebeu-se que está sendo cumprido aquilo que determina o Parecer CNE/CP n°5, de dezembro de 2005. LDB – Leis Diretrizes Bases Curriculares para o Curso de Pedagogia, diz que, de acordo com o Ministério de Educação (MEC), o estágio supervisionado é dividido em três etapas sendo elas: estágio I e II na educação infantil com crianças de 0 a 3 anos de idade e o estágio III nas séries iniciais e finais do ensino fundamental.

    Quando o gráfico cita alunos que não efetivaram o estágio I, no ambiente escolar, refere-se a ambientes não escolares; isso se deu por causa do reconhecimento que as empresas passaram a ter sobre o papel do pedagogo no ambiente empresarial, e, a partir disso, as instituições viram a necessidade de passar para os seus alunos a realidade do ambiente empresarial.

    De acordo com a LDB, citada acima, o pedagogo não tem apenas o propósito de poder atuar em sala de aula, mas também de exercer a sua função em outros ambientes.

    Tabela 07 – Houve dificuldades na realização

    do estágio supervisionado. Houve dificuldades na realização do

    estágio supervisionado. Frequência

    Sim 55

    Não 03

    Sem resposta 03

    Total 61

    Diante das respostas representadas no gráfico 06, os respondentes informaram que 90% (noventa por cento) dos discentes tiveram dificuldades durante a realização do estágio, ao mesmo tempo 5% (cinco por cento) não tiveram dificuldades e 5% (cinco por cento) não souberam responder.

    Confirma-se, portanto, que, durante os estágios supervisionados, os discentes passam por muitas dificuldades; desde a instituição de ensino, que frequenta o curso, até a escola.

    Baccon e Arruda, (2010) citada anteriormente, afirmam que os estagiários enfrentam problemas diversos durante a sua realização, onde grande parte dos professores limita-se em apenas receber os estagiários em sala de aula.

    Tabela 08 – Deve haver orientações sobre o

    estágio supervisionado desde o primeiro semestre?

    Deve haver orientações sobre o estágio supervisionado desde o primeiro

    semestre? Frequência

    Sim 56 Não 05 Total 61

    Percebeu-se, por meio deste questionamento, que 92% (noventa e dois por cento) dos respondentes estão de acordo que haja orientações desde o primeiro semestre, apenas 8% (oito por cento) responderam que não estão de acordo com as orientações desde o primeiro semestre.

    O parecer CNE/CP n°5, de 13 de dezembro de 2005, LDB- Leis Diretrizes Bases Curriculares,

    23%32%

    27%18%

    Gráfico 05 - Modalidades que realizou ou está realizando o estágio supervisionado.

    Creche (0 a 3 anos)

    Educação Infantil

    Nos anos iniciais do Ensino Fundamental

    Em ambientes não escolares.

    90%

    5%

    5%

    Gráfico 06 - Houve dificuldades na

    realização do estágio supervisionado.

    Sim Não Sem resposta

    92%

    8%

    Gráfico 07 - Deve haver orientações sobre o estágio supervisionado desde o primeiro

    semestre?

    Sim Não

  • para o Curso de Pedagogia, diz que de acordo com o Ministério de Educação (MEC) o graduando só finalizará o curso de Pedagogia quando cumprir a grade curricular do curso e do estágio supervisionado, onde o aluno deverá atingir 300 horas em sala de aula, que são divididas nas seguintes etapas: estágio I e II na educação infantil, estágio III nos anos iniciais e finais do Ensino fundamental e 100 horas de atividades complementares que completam a carga horária exigida pelo MEC. Portanto, fica a critério da instituição de ensino definir a partir de qual semestre o aluno poderá ter orientações sobre o estágio supervisionado.

    Tabela 09 – Como foram as experiências

    vivenciadas durante estágio?

    Como foram as experiências vivenciadas durante estágio?

    Frequência

    Ótimo 14

    Bom 27 Regular 14 Ruim 06

    Total 61

    Por meio deste questionamento, os discentes responderam como foram as experiências vivenciadas durante o estágio supervisionado, tendo como resultado: 44% (quarenta e quatro por cento) disseram que foram boas, 23% (vinte e três por cento) ótimas, 23% (vinte e três por cento) regulares e 10% (dez por cento) ruins.

    Através dos resultados obtidos, os graduandos devem parar e refletir sobre as respostas apresentadas no gráfico acima: procurar onde podem ter errado e o que podem melhorar para ter uma prática pedagógica diferenciada e compreendam a dinâmica do estágio supervisionado e tentar ver as dificuldades encontradas, do dia a dia, como possibilidades de crescimento e melhoras durante a experiência da prática pedagógica.

    Segundo os autores (FELÍCIO E OLIVEIRA, 2008, p. 227) os graduados devem levar em consideração os aspectos positivos como estímulo e base para novas práticas e esperança para uma educação melhor; para os de aspectos negativos, considerá-los como base e alicerce para a sua

    futura vida profissional, tendo consciência da responsabilidade que há na arte de ensinar e educar uma criança, onde farão parte de uma nação.

    Ao serem questionados sobre as dificuldades que encontraram durante a prática pedagógica, no ambiente escolar, elencam os retornos obtidos a seguir:

    Houve cinco respostas falando que existe resistência por parte dos funcionários da escola ao receber os estagiários;

    Quatro discentes responderam a falta de experiência;

    Dois respondentes relatam a falta de tempo para realizar o estágio supervisionado por causa do trabalho;

    Houve três respostas sobre a insegurança do regente em dividir a sala de aula com o estagiário;

    Tiveram cinco estagiários que falaram sobre as dificuldades em encontrar escolas para realização do estágio supervisionado, como a negação por parte da escola em receber o graduando para realização do estágio supervisionado, por exemplo;

    Cinco discentes respondentes falaram que os professores regentes das escolas não contribuem para ajudá-los;

    Houve sete graduandos que responderam sobre a falta de orientação por parte da instituição em não informar como se deve agir em sala de aula;

    Dois estagiários relataram sobre as dificuldades ao explorar os conteúdos exigidos por parte das escolas e professores regentes;

    Seis respondentes disseram que as escolas não dão oportunidades para o estagiário reger;

    Um aluno falou sobre os coordenadores, diretores e orientadores não darem importância aos estagiários presentes no ambiente escolar;

    Quatorze respondentes afirmaram sobre a exploração das escolas, em pensar que os estagiários estão ali apenas para realizar os cuidados exigidos para com as crianças;

    Um graduando relatou a falta de diálogo por parte do professor regente com o estagiário;

    Um graduando falou das impossibilidades de poder atuar de forma a colocar as próprias dinâmicas;

    Três discentes falaram da má vontade do professor regente da disciplina de estágio em ajudar com orientações necessárias durante o estágio supervisionado;

    Um aluno respondeu que se sente inseguro e tímido;

    Dois graduandos descreveram sobre a falta de compreensão do professor regente da sala de aula;

    Um aluno diz sobre a convivência das crianças em espaço escolar de estrutura inferior.

    23%

    44%

    23%

    10%

    Gráfico 08 - Como foram as experiências vivenciadas durante estágio?

    Ótimo Bom Regular Ruim

  • Quatro alunos do curso de Pedagogia, que responderam sobre o acesso às escolas e documentos exigidos para a realização do estágio supervisionado, disseram das dificuldades para colocar os documentos em dias.

    Houve três graduandos que disseram sobre as dificuldades encontradas para elaborar um planejamento de aula;

    Dois estagiários falam sobre as dificuldades que tiveram para se entrosar com a turma e professores, pelo fato de não terem experiência no ambiente escolar;

    Somente dois estagiários relataram que não encontraram dificuldades para a realização do estágio supervisionado no ambiente escolar, foram bem recebidos tiveram um bom relacionamento com a professora regente.

    Através destes dados, pode-se afirmar que, realmente, o estagiário do curso de Pedagogia enfrenta dificuldades, desde a instituição até o ambiente escolar.

    Conforme citado anteriormente, as autoras Pimenta e Lima (2012) afirmam que os estagiários enfrentam dificuldades ao se depararem com o ambiente escolar; como, por exemplo, professores insatisfeitos, desgastados pela vida do dia a dia que levam e pelos seus direitos violados. Além das dificuldades da profissão expostas, há os questionamentos desnecessários sobre a escolha da profissão, que os professores fazem para os estagiários ao entrarem na sala de aula, podendo levar o estagiário a desistir da profissão escolhida.

    Entre os resultados obtidos, há também outras dificuldades encontradas e citadas pelos discentes em relação ao processo das atividades que fazem parte da sua formação; problemas de adaptação de uma nova rotina e compromissos a serem cumpridas no seu cotidiano, como: trabalhos, provas, o estágio supervisionado e distribuição das cargas horárias exigidas pelo currículo do curso de licenciatura de Pedagogia, por exemplo, (Pimenta e Lima,2012).

    Resultados da Pesquisa com Docentes

    A seguir, os resultados obtidos junto aos 49 (quarenta e nove) docentes respondentes, pertencentes à escola particular.

    Tabela 10 – Gênero dos Professores

    Gênero Frequência

    Feminino 44 Masculino 05

    Total 49

    Para este questionamento, realizado com professores, obteve-se como respondente 90% (noventa por cento) de professores do gênero femininos é 10% (dez por cento) de professores do gênero masculino.

    Por meio dos dados obtidos, confirma-se que a maioria dos docentes é do gênero feminino, em conformidade com dados obtidos junto aos discentes do curso de Pedagogia.

    Tabela 11- Formação

    Formação Frequência

    Pedagogia 49 Magistério 00

    Total 49

    A tabela acima confirma que todos os

    professores respondentes são formados em Pedagogia, sendo alguns especializados em alguma área determinada.

    De acordo com o Parecer CNE/CP n°5, de 13 de dezembro de 2005, Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, lei regida pelo Ministério da Educação, a partir dos anos 1990, foi constituído como principal exigência da formação docente, para poder atuar na educação básica, Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

    Tabela 12 – Preparação do graduando de

    Pedagogia. O estudante está preparado para

    assumir uma sala de aula? Frequência

    Sim 21 Não 28 Total 49

    90%

    10%

    Gráfico 09 - Gênero dos Professores.

    Feminino Masculino

  • Através deste instrumento de pesquisa,

    obteve-se como resposta que os professores dizem que 43% (quarenta e três por cento) estão preparados para assumir uma sala de aula e 57% (cinquenta e sete por cento) não estão preparados.

    É possível fazer uma comparação entre este gráfico e o questionamento sobre se houve dificuldades durante a realização do estágio supervisionado. Quando se refere aos alunos preparados, pode-se dizer que são aqueles alunos que não tiveram dificuldades; porém, houve discentes que não estavam preparados para atuar em sala de aula.

    Diante das respostas obtidas, por meio deste instrumento de pesquisa, vê-se que há uma porcentagem considerável de alunos que estão preparados para enfrentar uma sala de aula, provavelmente são graduandos que tiveram a oportunidade de vivenciar a prática pedagógica através do estágio remunerado; mas há aqueles em que o estágio obrigatório é sua primeira experiência com a prática pedagógica, onde tudo é novo para o discente e surge a insegurança para assumir uma sala de aula. Esta certeza se dá através das experiências do dia a dia, em saber se o discente está preparado ou não para assumir uma sala de aula.

    As autoras (PIMENTA E LIMA, 2012, p.62) confirmam que a identidade do professor é construída ao longo da sua formação, ou seja, a trajetória profissional é feita por meio da sua práxis pedagógica, onde são consolidadas as opções e intenções da profissão que o curso lhe propõe. Dando continuidade às mesmas, dizem que os estágios são momentos de reflexão que vem contribuir para a sua escolha profissional como docente. Tabela 13 – Você tem o prazer de compartilhar

    o seu conhecimento? Você tem o prazer de compartilhar o seu

    conhecimento? Frequência

    Sim 42

    Não 07

    Total 49

    Por meio deste gráfico os respondentes

    deixam claro que tem prazer em compartilhar o seu conhecimento, pois 86% (oitenta e seis por cento) afirmaram que sim e apenas 14% (quatorze por cento) responderam que não tem prazer em compartilhar seu conhecimento.

    Os dados acima confirmam que a maioria dos professores regentes tem o prazer de compartilhar o seu conhecimento, mas, levando para a prática, é difícil encontrar este compartilhamento como descrevem. Quando se observa a resposta de quem não gosta de dividir o que sabe, este profissional pode ser considerado um profissional individualista diante das situações diversas.

    Tabela 14 – Compartilhar conhecimento com o

    estagiário lhe dá?

    Compartilhar conhecimento com o estagiário lhe dá?

    Frequência

    Segurança 15

    Insegurança 04

    Medo 01

    Prazer 22

    Tranquilidade 07

    Total 49

    Por meio destas respostas, pode-se analisar qual o pensamento do professor ao compartilhar o seu conhecimento com o estagiário de pedagogia, tendo como respostas: 45% (quarenta e cinco por cento) dos professores têm prazer em compartilhar, 31% (trinta e um por cento) sentem-se seguros, já 8% (oito por cento) se sentem inseguros, 14% (quatorze por cento) percebem-se tranquilos e 2% (dois por cento) tem medo de compartilhar o seu conhecimento.

    43%

    57%

    Gráfico 10 - O estudante está preparado para assumir uma sala de aula?

    Sim Não

    86%14%

    Gráfico 11 - Tem prazer em compartilhar seu conhecimento

    Sim Não

    31%8%2%

    45% 14%

    Gráfico 12 -Compartilhar conhecimento com o estagiário lhe dá?

    Segurança Insegurança Medo Prazer Tranquilidade

  • Ao analisar as respostas dadas pelos professores, percebe-se que há aqueles que sentem prazer de compartilhar o seu conhecimento e se sentem seguros e tranquilos em transmitir o que sabem para o próximo, mas existem aqueles que se sentem inseguros e com medo.

    Segundo os autores (Felício e Oliveira, 2008, p.221)citado no referencial teórico, é importante que o professor, que já atua na área, veja o estágio como uma troca de experiências, onde ele também aprende e tem a oportunidade de conhecer outras formas de trabalhar a práxis pedagógica; e, ao mesmo, tempo poder fazer uma análise da sua prática docente.

    Tabela 15- Função do estagiário em sala de aula.

    Função do estagiário em sala de aula. Frequência

    Como agente de aprendizado 33 Como babá 01 Acompanhante nas rotinas diárias. 15

    Total 49

    Os dados acima mostram como resultado o olhar que o professor tem da função do estagiário em sala de aula, onde o resultado foi: 67% (sessenta e sete por cento) vêem o estagiário como agente de aprendizado, 31% (trinta e um por cento) como acompanhante nas rotinas diárias dos alunos e 2% (dois por cento) como babá.

    Tabela 16 - Responsabilidade em cumprir estágio supervisionado

    Responsabilidade em cumprir estágio supervisionado

    Frequência

    Sim 19 Não 03 Alguns se dedicam ao estágio. 19 Apenas para cumprir a carga horária 08 Total 49

    Através deste gráfico, obteve-se como

    resposta que 39% (trinta e nove por cento) dizem que sim, que o estagiário tem responsabilidade; 6% (seis por cento) que não tem responsabilidade, 39% (trinta e nove por cento) responderam que alguns se dedicam ao realizar o estágio e 16% (dezesseis por cento) apenas fazem o estágio para cumprir a carga horária.

    As respostas obtidas vêm, mais uma vez, confirmar o que foi dito nos questionamentos anteriores, isto é, os professores deixam claro que muitos alunos se dedicam para realizar o estágio supervisionado. Portanto, pode-se afirmar que estes estagiários dedicados são aqueles discentes que tem interesse pela profissão, ou seja, a responsabilidade em realizar o que é exigido pelo Ministério de Educação (MEC).

    De acordo com os autores (FELÍCIO E OLIVEIRA, 2008, p. 223), citado no referencial teórico, diz que o estagiário é responsável pelo seu processo de formação, sendo ele capaz de se transformar num profissional reflexivo, crítico e capaz de desenvolver competências para defender as críticas relacionadas à sua escolha profissional, onde podem impedir o seu desenvolvimento profissional e pessoal.

    Tabela 17 – Estagiários interagem com os

    alunos e professor? Interagem com os alunos e professor Frequência

    Sim 30 Não 01 Ficam no fundo da sala esperando a hora passar

    07

    Observa a dedicação ao estágio 05 Auxiliam os alunos 01 Diversificam a aula. 05 Total 49

    67%

    2%

    31%

    Gráfico 13 - Função do estagiário em sala de aula.

    Como agente de aprendizado

    Como babá

    Acompanhante nas rotinas diárias.

    39%

    6%

    39%

    16%

    Gráfico 14- Responsabilidade em cumprir estágio supervisionado

    Sim

    Não

    Alguns se dedicam ao estágio.

    Apenas para cumprir a carga horária.

  • Por meio deste questionamento, verificou-se

    que 62% (sessenta e dois por cento) dos discentes se interagem com a turma e com o professor regente da sala de aula, 10% (dez por cento) não interagem, 14% (quatorze por cento) apenas esperam a hora passar, 10% (dez por cento) dedicam-se ao estágio, 2% (dois por cento) auxiliam as crianças que têm dificuldades com conteúdo e 10% (dez por cento) diversificam a aula.

    Segundo os autores (FELÍCIO E OLIVEIRA 2008, p. 220), “a prática pedagógica de um professor deve ser capaz de orientar, preparar, motivar as trocas de conhecimentos científicos entre alunos de modo a construir e reconstruir os seus significados.”

    Tabela 18- O discente precisa ter outro olhar

    sobre o estágio supervisionado?

    O discente precisa ter outro olhar sobre o estágio supervisionado?

    Frequência

    Sim 25 Não 24 Total 49

    Conforme os dados apresentados no gráfico 18, nota-se que o discente do curso de Pedagogia precisa ter outro olhar sobre o estágio supervisionado, pois, as respostas foram: 51% (cinquenta e um por cento) sim e 49% (quarenta e nove por cento) responderam que não.

    Os dados acima deixam claro que o aluno do curso de Pedagogia deve ter outro olhar sobre

    o estágio supervisionado. De acordo com o que foi dito no referencial

    teórico, em citação das autoras (PIMENTA E LIMA 2012, p. 33), o estagiário deve ver a prática docente com fundamental importância para a sua formação, pois será através da prática que irão esclarecer as dúvidas existentes sobre a profissão escolhida e também compreender que a teoria e a prática andam juntas.

    Após esse questionamento, perguntou-se qual seria o olhar que o graduando de pedagogia deve ter sobre o estágio supervisionado, e as respostas foram:

    Uma resposta falando que o graduando tem quer ter um olhar sério e também dedicação durante a realização do estágio supervisionado;

    Outra resposta diz que os discentes devem ver o estágio como uma oportunidade de atuar como regente;

    Houve seis docentes que falaram que os estagiários precisam ter compromisso;

    Dois descreveram que os estagiários devem ver o estágio como experiência onde ele poderá perceber se é isso mesmo que ele quer e se realmente tem vocação;

    Um docente diz que os estagiários precisam ter um olhar diferenciado, pois é do estágio que se retira as primeiras experiências para se tornar um profissional, um olhar que lhe traga transformações para si diante da realidade vivida em sala de aula;

    Um regente respondeu que, tanto o professor como também o estagiário, pode contribuir para o crescimento da turma;

    Outro descreveu que o estagiário precisa ter um olhar de cumplicidade, atitude e responsabilidade;

    Um professor respondeu que o estagiário deve ver o estágio como uma oportunidade de visualizar a realidade do ambiente escolar, podendo ter um olhar crítico através da avaliação da prática pedagógica;

    Houve um professor que descreveu que o discente deve ter um olhar sobre o estágio como algo sério e saber aproveitar cada minuto para aprender;

    Um professor regente respondeu claramente que o estagiário não está ali apenas para observar, mas também para aprender por meio da prática quando tiver oportunidade; possa entender a importância desse momento para o seu aprendizado e crescimento profissional;

    Houve um professor respondente que disse que o estagiário precisa ter mais carinho e dedicação pelo estágio supervisionado, ser mais responsável e participar mais das atividades, ter mais iniciativas quando necessário, podendo

    61%

    2%

    15%

    10%

    2%

    10%

    Gráfico 15 - Interação estagiário com alunos e professor

    SimNãoApenas esperam a hora passarDedicam-se ao estágioAuxiliam os alunosDiversificam a aula

    51%49%

    Gráfico 16- O discente precisa ter outro olhar

    sobre o estágio supervisionado?

    Sim Não

  • ver este momento como benefício a si mesmo e não apenas como uma obrigação para se concluir o curso.

    Por meio das respostas obtidas, pode-se observar a importância da relação com os professores que já atuam na área da educação, pois contribuem para a formação acadêmica do graduando por meio de suas experiências vivenciadas no ambiente escolar, que servem de exemplo para que não se cometa os mesmos erros, por exemplo.

    Os autores (FELÍCIO E OLIVEIRA 2008, P.228), dizem que, embora os estágios sejam um período muito cansativo, devem ser realizados com um olhar diferenciado, e não somente crítico; como algo que vai acrescentar para a sua formação e na certeza de que deseja atuar na área da educação.

    Considerações Finais:

    O objetivo inicial deste estudo era investigar se os alunos do curso de Pedagogia encontravam dificuldades e quais eram as dificuldades encontradas durante a realização dos estágios supervisionados, também investigar se é preciso ter orientação desde o início do curso sobre o estágio supervisionado.

    Por meio deste estudo, foi alcançado o objetivo almejado, onde fica claro que, através dos resultados obtidos, os alunos do curso de Pedagogia enfrentam dificuldades na realização dos estágios supervisionados; as quais são relatadas pelos alunos, que também esclarecem os motivos dessas dificuldades.

    Através dos questionamentos respondidos pelos discentes, tem-se a descrição de algumas dificuldades, como: a falta de oportunidades em reger, dificuldades para elaborar um plano de aula, a falta de tempo para realizar o estágio supervisionado etc.

    Dando continuidade aos questionamentos, que também foram realizados com professores regentes, percebe-se o porquê das dificuldades, citadas por ambos, onde descrevem que muitos alunos não têm responsabilidade durante a realização do estágio supervisionado, que podem ser vistos como alunos que não têm interesse pelo curso. Porém, há aqueles graduandos que se dedicam ao estágio com o objetivo de aprenderem mais a respeito da profissão escolhida.

    Porém ao realizar análise de dados verifica-se que surgem conflitos entre os questionamentos fechados e abertos. Entretanto, os alunos ao responderem as questões fechadas deixam claro que não houve dificuldades para a realização do estágio supervisionado, mas ao responderem a pergunta aberta surge o senso comum dizendo que sim tiveram dificuldades no estágio, a mesma situação surge com os professores regentes que responderam a questão fechada e aberta. Os docentes ao responderem as questões fechadas afirmam que tem prazer em compartilhar o seu conhecimento, afirmam que os estagiários tem

    responsabilidade em cumprir o estágio supervisionado etc. Ao responder o questionamento aberto surgi conflito entre as perguntas abertas, mais uma vez há o senso comum nos resultados obtidos.

    Portanto, através dos resultados obtidos pelos graduandos do curso de Pedagogia, fica claro a importância de terem orientações sobre estágio supervisionado desde o primeiro semestre do curso para que os discentes estejam cientes de quais serão as dificuldades que irão encontrar no ambiente escolar.

    As autoras (PIMENTA E LIMA 2012, p. 56) dizem que as orientações do estágio poderão ocorrer desde o inicio do curso, possibilitado que o graduado veja a relação entre teoria e prática durante o seu processo de formação com objetivo de que os alunos aprimorem a sua escolha de ser professor, por meio desse contato com a realidade.

    Entretanto, o Parecer CNE/CP n°5, de 13 de dezembro de 2005, LDB- Leis Diretrizes Bases Curriculares para o Curso de Pedagogia, cita que, de acordo com o Ministério de Educação (MEC), o graduando do curso de Pedagogia só finalizará quando for cumprida a carga horária exigida pela grade curricular, que são a prática pedagógica em sala de aula, ou seja, a realização do estágio supervisionado, sendo eles divididos em três etapas: estágio I e II na educação infantil e o estágio III, que são realizados nas séries iniciais e finais do ensino fundamental. Portanto, o documento acima não descreve a partir de qual semestre o aluno poderá receber orientações sobre a disciplina de estágio, ficando a critério da instituição decidir a partir de qual semestre o aluno poderá receber orientações sobre a disciplina de estágio.

    Diante dos resultados obtidos através deste instrumento de estudo, entendeu-se que o estágio supervisionado é uma disciplina prática do processo de ensino aprendizagem obrigatória para todos os alunos de licenciatura. Sendo assim, é necessário que o graduando compreenda que o estágio é a exteriorização do aprendizado acadêmico, fora dos limites da Instituição de Ensino Superior; um espaço onde o discente irá desenvolver seus conhecimentos junto às escolas, correlacionado à teoria e a prática e contribuindo para uma análise das ações pedagógicas em um ambiente educacional, que envolve as instituições de ensino públicas e privadas.

    No período do estágio supervisionado o graduando tem a oportunidade de enriquecer os seus conhecimentos por meio do desenvolvimento de atividades práticas, as quais relacionam os conceitos teóricos aprendidos no Curso de Licenciatura em Pedagogia com o vivenciado em sala de aula.

    Portanto, ao realizar o estágio supervisionado, o discente tem a oportunidade de vivenciar a realidade da sala de aula e fazer conexões dessa experiência com as ações vivenciadas durante a formação acadêmica. Pois,

  • deve-se levar para a vida profissional e pessoal a experiência adquirida durante a realização do estágio supervisionado, sendo ela positiva ou negativa, para que contribua com o crescimento qualitativo na profissão.

    Sobretudo, acredita-se que este estudo veio contribuir para o processo de aprendizado da própria pesquisadora, sendo de grande importância para a formação acadêmica, a construção profissional, e também para a vida pessoal, pois possibilitou refletir sobre a importância do papel na mediação do processo do conhecimento. Portanto, houve o reconhecimento de que o aluno é um sujeito ativo no processo da aprendizagem.

    Agradecimentos:

    Primeiramente, agradeço a Deus por ter me

    dado saúde e capacidade para poder superar as dificuldades que foram encontradas durante a realização deste estudo.

    À minha orientadora Enilda Monteiro Pereira, pelo apoio, dedicação e paciência durante estes dois semestres e pelas suas correções e incentivos durante a minha formação acadêmica.

    Ao meu esposo Romison Rodrigues Machado, pelo amor, incentivo e dedicação ao se

    dispor em me ajudar nos momentos difíceis, tendo que abrir mão de muitas coisas para poder me apoiar durante estes quatro anos de faculdade.

    E a todos os professores que fizeram parte

    da minha formação, o meu muito obrigado.

    Referências:

    1. ASSIS, Rivânia Lúcia Moura; ROSADO, Iana Vasconcelos Moreira. Espaço temático formação e exercício profissional em Serviço Social. Revista Katálysis. Vol. 15, nº 2, Florianópolis, Jul./Dez. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br, acessado dia 22/09/2009.

    2. BACCON, Ana Lúcia Pereira; ARRUDA, Sergio de Mello. Os saberes docentes na formação inicial do professor de física: elaborando sentidos para o estágio supervisionado. Ciência e Educação. Vol. 16,

    nº 3, Bauru/SP, 2010. Disponível em http://www.scielo.br, acessado dia 22/09/2014. 3. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de

    20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 5. Ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.

    4. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP n° 5, de 13 de dezembro de 2005. Disponível em http://portalmec.gov.br. Acessado dia 13/10/2014.

    5. BRASIL. Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n° 9, de 4 de outubro de 2007. Dispõe sobre as normas do diploma para o curso

    de Pedagogia. Disponível em http://portalmec.gov.br, acessado dia 13/10/2014. 6. BRASIL. Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.

    Resolução CNE/CES n° 2, de 26 de Julho de 2008. Disponível em http://portalmec.gov.br, acessado dia 13/10/2014.

    7. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio dos estudantes. Brasília, DF, 25 de set. de 2008.

    Disponível em www.planalto.gov.br, acessado dia 27/09/2014. 8. FELÍCIO, Helena Maria dos Santos; OLIVEIRA, Ronaldo Alexandre. Educar, Curitiba, n. 32, p.215-232,

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