A Reforma do ensino primario

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Livro voltado para o estudo do ensino primário no Brasil.

Transcript of A Reforma do ensino primario

  • CAMARA DOS DEPUTADOSSesso de 12 de Setembro de 1882

    N. 224

    REFORMA no ENSI~lO PRIMARI~E

    VARIAS INSTITurES COMPLEMENTARES DA INSTRUCO PUBLICA

    PARECER E PROJECTODA~

    OOInn1.isso de In.str"L1Co PublicaCOMPOSTA DOS DEPUTADOS

    Rny Barbosa, Thomaz do BOillill ESDillola effiysses Machado Pere'a ViannaRELATOR,

    !8luy ~a1i!o4a.

    . ~hr rl~ ~undl'(JYPOGR PHIA .. ACI NAL

    1883

    '.

  • .

  • CABARA DOS DEPUTADOS

    ~882-N. 2242a SESSOPARECER

    da CODnn.isso de Instruco Publica COD1. o Projecto substi-tutivo sobre a re:fbrD1.a do en.sino l:)riD1.ario

    I escolar, no circulo da sua e pecialidade, Dofosse apenas o mais infeliz dos indicio daphase diatl1esica de nm mal, que chegou ao

    E TATISTICA E SITUAO DO ENSINO POPULAR extremo da sua invaso, paralysando nos cen-tros directores as foras de reaco e a pro-

    Referindo-se tardana dos relatorios in- pria consciencia da enfermidade; si real-cnmbidos nelo Governo Imperial, em aviso de mente no 110uvesse de que corarmos em29 de fevereiro de 1876, a um professor, a presena de um confronto com a maravill1asquem se confira a commisso de e'tudar, na do progresso do ensino'publico llQS paizes mo-Unio Americana e nos Estados europos, os delos do anlitro e do novo continente, asprogressos do ensino, e que at hoje no deu medidas radicaes iniciadas pela reforma signi-conta des.e encargo, exprim!a-se, h~ do,!-s ficariam um simples prurido de innovaesannos, a Inspecto!'ia Geral d~ .1I~strucao pn desnecessarias e absolutamente nocivas maria e secundaria no MUllIClplO Neutro em sequenciado nosso desenvolvimento tranquillotermos, que cumpre consignar aq,!-i; porque e prospero sombra de instituies capazes,caracterisam de um modo smgular as nesse caso, de competir, em seus resultados,circumstancias lastimosas da instruco pu- sem nenhum di pendio de intelligencia e deblica entre ns. estudes, nem sacrificios publicas ou particu-.

    Pelo que tenho coll1ido., dizia-se alIi, lares, com as que tm custado America e c de leituras feitas e de nolicias dos trabalhos Europa tanto dinheiro, tanta sciencia e tanta

    pedagogicos na exposio de Philadelphia, abnegao de individuos e Estados.est me parecendo que as narraes do nosso Mas a verdade - e a vossa commisso quer

    c cGmmissario no tero de deixar-nos pesa- ser muito explicita a seu respeito, desagrade a TOSaS pelo estado de nossa instruco prima- quem de agradar - que o ensiuo publicoc 1'ia . ( 1) . est orla do li01i te passivei a uma nao

    Mui de industria transcrevemos esse tOplCO que se presume livre e ci vilisada ; que haomcial ; porque, dian te das chagas que oJle decadencia, em vez de progresso; qlle somosconcorre para obrigarnos a descobrir, no um povo de analpl1abetos, e que a massa deJles,pos,sivel c01?-ceber mais, tri~te sympto~a ~o si decresce, n'uma proporo desesperado-vicIO chrolllco e constitucIOnal, da mlsena ramente lenta; que a instruco academicaintellectual e material da instruco publica est infinitamente longe do nivel scientificoneste paiz, do que es a insensibilidade com desta idade; que a in truco secundariaque o encara a repartio preposta u ofIerece ao ensino superior uma mocidalle cadaperintendencia do ensino popular na capital do vez menos preparada para o receber; que aImperio. Si esse optimismo, exprimido instmco popular, na Crte como nus pro-pelas mais altas :mtoridades da administrao vincias, no passa de um desideratum; que. ha sobeja materia para DOS e1?-chermos de ver-

    . . ganha, e empregarmos herolcos esforos por( t) Re/atorlo, da I'ls~eetol. Ger, da Inst". prima,.. e Iuma rehabilitao em bem da qual i no c/ui-SCCllIlC/. 110 mlllHe. da COl"te,paJ. 6, allllCXO ao Rc/.t, dos ,'. 'd dNcgocios do IllIPcrio em 1878. zermos deixar em dUVida a nossa capacl a e

  • -2-mental ou os nossos brios, cumpre no recuarante sacrificio nenhum; no s6 porque, detodos os sacrificio possiveis, no haveria umque no significasse uma de 'peza proxima-mente reproductiva, como porque trata-se aq uido nome nacional n'um entido ma is rigo ro -o,mais serio, mai ab oluto do que o que se de-fende nas guerra cnsta do dezena do mi-Ibare de vidas humana roubadas ao tl'a-balho e centena de milhes arrancados, semcompen ao, aos mai esterilisadores de todosos impo lo .

    Neste parecer, cingiremos a nossa demon-strao ao ensino primario. Nesse estudo oprimeiro facto que impre~siona o observadorcon ciencioso, a indolencia do nosso pro-gresso e colar, para cuja apreciao nos apoia-remos nos quadros seguintes, que a vossacommisso organizou mediante infol'maesofficiaes (i).

    (i) Colilida3 nOs R,futo/'ios do Millisterio do Imporiodo i85'., i870, i872, i874, '1878, '1880 e Relatado do In-spoctor Gorai da inslruco primaria o socundaria no Mu-nicipio Neutro om '1858.

    Esco1as prim.arias no Im.perio

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    PUblicaslparLiCU laros

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    f857 L375 2"2 L657 488 i60 648 2.863 442 p'.305i869 L775 !,iI! 2.f87 8i2 207 L079 1l.587 n 778 3.365 662f87i 2.343 458 2.801 LU8 1153 L401 3.49i 7H 4.202 837 897i873 2.709 590 3.299 L465 250 L 7f.6 (i) 4.i78 (2) 899 5.077 875 i,772i 78 ........ ............ ........ ........ ............ 4.951 7iO 5.66! 43i 2.356

    OBSERV AE S

    ~.) E Lo lOlal comprohondo 97 oscolas particularos no classificadas.iI EsLa somma abrango 3 oscolas mixLa .Il) 89J, o no 840, por acroscerom 59 muLas.[I'; tava quasi concluida a parte estatistica perio Assembla Legislativa, na ia sesso

    do primeiro capitulo de te parecer, quando deste anno, que o total das escolas publicasnos chegaram s mos os relatarias deste e parLiculares, cuja existencia chegra aoanno, as im como varias publicaes estran- conhecimento do Governo, no pas a de 5.072.geira , que nos fornecm dados mais recentes Como esse relatorio no menciona as escolasacerca de diversos paizes. Consignaremos da Parahyba, que, em i879, eram 75, nementre os mesmos signaes que abrem e fecham as particulares do Piauhy, Rio Grande doesta nota as informaes colhida nesses es- Norte, Alagas, Sergipe, Espirilo Santo, Riocripto ,officiae ou particulares. Grande do Sul, Minas e Goyaz,- suppondo

    i no modificamo o texto, porque-re- que a somma dos estabelecimentos particu-leva tel-o bem em mente - essas noticia" su- lares de ensino primario, nessas oito provin-perveniente n!fo alteram as nossas concluses; cia~, iguale das outras doze, mais o muni-antes, a.'I.qravam a inferioridade de nosso paiz, cipio neutro, isto , perfaa o numero de 37lJ"inferioridade a que no propuzemos dar o maior Leremos, no Imperio, entre escolas particularesrelevo neste lartro quadro confl'ontativo. e publicas, 5.52i, algarismo inferior ao de

    Pelo que respeIta ao mal pa supra, o que 15.66i, consignado no mappa supra, comose averigua do relataria do Ministerio do Im- correspondente ao anno de i878.]

    A1u.rn.nos inscrip"tos nas escolas priJD.arias

    ~ ~ .. e: r_o ~o ,,~ ~SSEXO )1'SCULl~O SEXO FEYISI~O " ..... ~o ..."" ": ~~t3 c" ",00~'" o .. " ...... ~ .. ~ ~~ ~'",",~

    ANSO

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    ..e:o ~ ... y.

  • -3-[Segundo o relatorio ministerial deste anno,

    o total das inscrip8s conhecidas ao Governo,em i88i, era de H7.307. Esta somma noabrange as escolas publicas e particulares doPiauhy, Rio Grande do Norte, Parahyba, Sergipe, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, nemas particulares do Amazonas, Par, Maranho,Cear, Pernambuco, Espirito Santo, Minas,Goyaz e Municipio Neutro. Mas pelo quadroacima se v que a somma das matriculas, nosestabelecimentos particulares, no ascendeujamais alm de i:7, em relao das inscri-pes nas aulas publicas. Demos, porm,favorecendo sempre a these cortraria a ns,- que a razo crescesse, em dois annos, de1.: 7 a i: 6. Cbegaremos concluso de elevarse hoje a i9.55i (isto , f/6 de H7.307) o nu-mero de alumnos nas aujas particulares doMunicipio Neutro e das oito provincias que oantecedem (menos a Parahyba) na enumeraoque acabamos de fAzer. Quanto ao Rio GniOdedo Norte, Sergipe, Rio Grande do Sul e MatoGrosso, pelo relato rio do Ministerio do 1m-perio de 1879 (pags. 73, 77, 8i e 82) se v queo numero de matriculas, nas aulas particu-lares dessas quatro provincias, perfazia 26.509.No Piauhy, que contava ento i,56i crianasnas escolas publ icas, as escolas particularesno podiam ter mais de 4,00 a 500 alumnos,-ao todo, pois, entre urnas e outras, 2.000. Sup-pondo que na Parahyba, cujas e colas eramapenas 74, (Ibid., pago 75), houvesse tantasinscripes como no Rio Grande do Norte, quepossuia 110 escolas (lbid., pago 73), attribllire-mos primeira dessas duas provincias, emi879, o numero de 2.824, alumnos. DesL'arLea iuscripo em i879, nas aulas de primeiraslellras, publicas e particulares, da Parabyba ePiauby, junta das particuJares no RioGrande do Norte, Sergipe, Rio Grande do Sule Mato Grosso, oraria por 3L4,3J almas.Suppondo que, em dous annos, a inscripoavultasse a um tero mai do que era (o que grandemente exce ivo), consignaremos a essa'seis provincias appro imada mente 4,1.433 ma-triculas, que, addicionadas s ii7.307 do pri-meiro total e s i9.55i do segundo, produzi-ri:lm, em definitiva, como expresso da matri-cula em todo o Imperio, pre entemente, asomma de i78.29i, omma que, apezar dasexaY.fJe1'adissimas conce~ses qlle contra ns aca-bllmos de fazer ne te calculo, deixa-no ape-nas, sobre os i75.7f4, de i878, a vantagemin ignificante de 2.577 inscripes em douannos, on menos de i %, ou 0,73 % ao anuo.]

    Con,iderados esses algarismos em absoluto, facil acreditar que tenhamo andado muito,e que nos vamos approx.imando accelerada-mente das naes onde a escola uma neces-sidade sentida e um alimento generalisadoentre todas as classes. Mas, si levarmos emconta o desenvolvimento par:illelo da popu-lao, verificaremos que bem pouca a di-s-tancia vencida, e que, relativamente, noestamos muito menos mal do que vinte e tre"anoosatraz.

    Qual era, de feito, a no s~ popul~o emi857"t Estimando em 3.300.000 habitantes a

    de i8i7 (i), e em 7.677.000 a de i 854, (2), deu-se,nesses 37 annos, um accrescimo de !}.377.000,isto , de H8.297 por anno. Suppondo que ocreseimento mdio annual, de i854 a i857,continuasse a ser o mesmo, teriamos, em i857,uma populao de 8.232.69i, que, figurandosempre as condies menos favoraveis nossathese (pois quanto ma is profundo se suppuzero atrazo no ponto de partida, tanto mai sobre-sahiro os progressos que se apregoam), ele-varemos a 8.500.000. Fix30do em i,500.QOOa cifra da populao e crava, que devia sermais alta, proxima corno estava ainda a pollaem que se e~tancaram as odiosas fontes dotrafico africano; isto , observando sempre omesmo systema de avultar a cifra da popu-lao livre, e enfraquecer, portanto, relativa-mente, a da matricula escolar, facilitandoassim aos optimistas as condies mais com-modas para urna demonstrao victoriosacontra ns,- contariamos em i857 uma po-pulao livre de 7.000.000. Sendo ento de70.224, alumno a matricula, seria i ,0.4 % dapopulao livre a inscripo nas e colas deprimeiras lettras; e, elevando e a sommageral desta a 3.305, haveria uma e cela para2.H8 habitantes.

    Em 1869 tnhamos, entre escolas puhlicas eparticulares, 3.365, com i05. 06 discipulosinscriptos. Admittindo, como o conselheiroCandido Baptista de Oliveir'a (3), li ue a popu~\ao livre, no Brazil, duplique em 30 anno,crescer 50 0/ 0 em i5 ;de onde seguir'se-hiaa existencia de iQ.500. 000 habitantes livresem i872, ou cerca de 9.800.000 em i869 (4,).

    (i) Calcnlo do americano Henry Bill. Desses, i.OOO.OOOescravos. Investiga;es sobre os rECeliSCamel/tos da populofiIogeral do I.nperio e de cada provillcI de per si, te'it4das desdeos tempos cololliaes atI! hoje. Annoxo ao Rela/orio do 1m-perio em i870. Pag. i67.

    (~) Informaes das presidencias de provincia em resposLa circular do Ministerio do Impoflo de 23 deoutuurode 1854, das quaes d-se conLa no Boelatorio Josse Aliuis-teria em 15 de maio de 1 56, pa).'. 95. Em i82) ) conse-lheiro VeUoso de Ol;yeira, na sua memoria seureA igl'eja do Brazil, dava-no 3.288.n3 habitantes livres el..i07.388 escravos; ao todo: 4":396.i32. Mas o senadorPompeu, em cujo compelldio de geographia se nos deparouessa estalislica, linbaa por doficienle, e calculava anossa populao naquelJe tempo em 6.000.000 de indi-viduos. Casado Giraldos, porm, no sou Tl"Otado completode Oosmogr. e Geograph. historica, physica e cOnllllercial,al/tiga e moderna, ainda em i8~5 calculava aO n...zilmenos de 5.000.()()(} de almas. Malte Bruo cin o annosdopois ainda a orava cm ss 5.3.~O.OOO (Tablcau StatistiquedI' Brlsil, na sua Gographie ILn'verseUe.) Em 183~ osenador Jos Salurniuo, no seu Dicciollario tapogrophiIJodo Imperio do Brazil. a orava cm 3.800.000, cifra ovi-dentemente falsa. Em i850 Canelido Baptisla de O1ivoiraa elevava a 8.000.0011, sendo oscravos, d'onLro osses,2.50 .000. .

    Em i 67 um lrabalho de proeodencia omcial da-va-nosiLi80.000habitantes: 4.0.380.000 livres o 4..400.000 os-cravos (O Imperio do BrlJZ >ta C3:pasi;o universal de 1867,pago iOO-3.), numero qno o Sr. Candido Mendos, noseu Atlas do Imperia, rednzia, em t868, a ii .030.000.

    (3) Na sesso do Instituto illstol'ieo do 20 de junhodo i851.

    ( 4) Pompeu (Oampelld'o de geographl) calculava om4.2.680.000 (iO.!l69.flOO livros e i,72 .000 escravos) anossa populao em i 69 . Mas., acresconlava.,. pelescalculos de que nos servimos, fundados nos arrolamentospareiaes das provineias, a populao livre chega apenasa 8.725.000 habilanl e a escrava a L690.000, compntoredllndo . O nosso calculo ( 9.800.(00), excodendo omL075.000 O quo so 6rmava nos reconseamentos provin-ciaes, seguramente incompletos, e ficando quasi mosma

  • Logo, uma escola para 2.91.2,33 habitantes,tenelo matriculados 1.,08 % da populao livre.Quasi nulJo foi, portanto, si que houve, oprogresso escolar, confrontado com o desen-volvimento da populao; apurando-se, em1869, para cada e cola 794,,33 habitantes maisdo que em 1857, ao passo que a inscripo nocrescia seno 0,04, Ofo du populao livre, ex-cesso, digamos assim, quasi despresivel lJaraum s anno, quanto mais para o largo periodode doze, que o reduz porcentagem annualde 0,003.

    Como , porm, sobre dados approxima-tivos, e no sobre algarismos indubitaveis,que se estabelece este calculo, para no sesuppor que, com o fim de colorir, medianteartificiosas combinaes estati ticas, o nossopessimismo,exaggeremo a populao daquellapoca, no poremos duvida em reduzir, contraos interesses da nossa these, o computo an-terior propores de uma exiguidade inferiora todos os limites do possivel. Dando que umapopulao de 7.000.000, qual a nos a em 1.857,cre cesse de sa da ta at de 1.869, annual-mente, termo mdio, 1.1.8.297 habitantes, isto, o mesmo numero de almas que de 1.817 a1854, crescera cada anno uma populao, comoera a do Brazil no primeiro desses, de3.300.000, Leria no ultimo deltes ascendidoesse numero a 8.774,.4,55 pessoas Iiv res, re-sultado que excede apenas em 4,9.4,55 o dosrecellseamen tos provinciaes naquelJa occasio.Ora, ante algarismos taes, as escolas e osalumnos inscriptos nos cursos elementares, em1869, acbar-se-hiam, para com o numero totalde individuos livres, nestas duas razes: es-colas -1. para 2.522, l!2; matricula 1,2% dapopulao. Logo, apezar da hypothose, bene-vala talvez at impossibilidade, que conce-demos aos devaneios da ingenuidade omcial,as necessidades da populao de 1.869 bstariammuito mais desattendidas que as de 1.857 ; por-quanto o oirculo da populao correspondentea cada escola, qne, no mais longinquo dessesdons annos, era de 2.1.1.8 habitantes, estendiase, no mais jJroximo, a 2.622, 4,2, accusandoas im uma differena de favoravel de 504,,42habiLantes por escola primaria; emquanto ainscripo, si de algum augmento se resentia,era apenas de 0,1.6 'I, da populao em 1.2 annos,ou pouco mais de 0,01 (0,133) annualmente.

    E01fim, sendo a populao livre de1. 8 6 9 quasi o quadruplo da de 1.817(8.77l!.4,55: 2.300.000), o termo mdio do soudesenvolvimento annual, na mais recentede sas dua datas, havia de ser necessaria-mente quasi o quadruplo da cifra que o ex-primia na mai antiga. Isto , si em 1817 umapopulao livre de 2.300.000 almas cresciaH8.297 habitantes por anno, uma populao de8.774.4,ti6 devia Cl'escer annualmente 4,50.952.Supponha-se, porm, que fo se apenas o du-plo do que era em 1.817, isto , 236.594,. De-

    dislauoio. do do Pompou, quo o oxcodo om LOi5.000(COUl quanlo osll'ibo na loi ostaLi Lica do Candido n.do Oli voira, altolHada por Pompou lambolll), llxa-soquasi llrocisamonlo no moio lormo ontro osso dous ox-ll'omos, irculllstancia r[uo paroco abonar a pl'Udoncia oplausibilidado da nossa al'aliao.

    4-veriamos, ainda as im, ter, em 1.878, uma po-pulao de 1.0,903.801. individuos livres. Ora,as escolas eram a esse tempo 5.661., e a matri-cula enumerava 1.75.71.4 alumnos. Logo, asescolas estariam na razo de 1. para 1..926,12habitantes, os inscriptos na de 1.,61. % dapopulao, E tas uas confrontaes reve-lam j, no o negamos, um principio :le movi-mento apreciavel; mas vede quo subtil. Oquociente dos habitantes pelas escolas decres-cera 696,30 por cada uma em nove annos, ou77,34, cada anno, o a porcentagem da matri-cula respectivamente populao elevara-se0,59 % nO'mesmo prazo, ou, annualmel1t~,0,064, "/O, proporo humillima. Portanto, sino o numero das escolas, mas o dos alum-nos, o vllrdadeiro thermometro da realidadedo ensino, que pde ser muito offerecido epouco lJrocurado, a bem mediocres termosdeve esse computo reduzir a salisfao dosverdadeiros amigos da instruco popular.

    Con iderem-se agora as duas pocas extre-mas: 1.857 e 1878. Em que algarismos se tra-duz a mdia do nosso progresso, proporcional-mente ao crescimento necessario e continuoelo numero de habitante.>? Afrequoncia, que,em 1857, cifrava-se em 1.,04, Ofo ela populao,21 annos depois tinha subido apenas 0,57 o/n'ou, termo mdio, 0,027 % annualmente. Come sa celeridade de millsirnos por anno, care-ceriamos 37 annos, para que a inscripo crescesse 1 %; e, como a nossa populao de idadee colar ( 6 a 1.5 annos ) est para a populaototal livre na razo de 22, 6 Ofo (1), em menos de799 annos no teriamos cbegado situao quese anhela, situao normal de alguns paizesj hoje, onde toda a populao de edade esco-lar recebe a instruco primaria.

    Ser esta perspectiva realmente para nosinfundir alegria e altivez? Bem singular pa-triotismo fora o dos que, diante deste quauro,si o tivessem visto, sentissem dilatar-se-lhes aconfiana. Mas releva desmaginar dessa illu-so os que ~inceramente a nutrirem. Paraqualificar de promettedora essa evoluo des-animadoramente vagarosa, que deixa entreverpara d'aqui a oito seculos um estado de quevarias naes cuIlas sll avizinham com umavelocidade progressiva, necessario olhar aestatistica por um s aspecto, e ler os alga-rismos, sem comprebender ns suas relaes.Como as escolas, de 3.305 no anno de 1857, su-biram a 5.661, exulLam, e assoalham que aaccessibilidado da instl'Uco escolar augmen-tau 58 %. Como a mntricula, nesse periodo,se elevou de 70.224 ai 75.7i4" ensoberbeeem-se, e alardeiam que a cifra da populaoescolar alheia ao ensino diminuiu nessamesma c cala. Um instante de atteno bastapara dissipar esse erro. Ha dou movimentoscollaterae ,duas trajectorias parallelas, a dafrequeucia escolar e a da populao, que preciso observar ambas ao mesmo tem po, estu-dando-as reciprocamente, para vingar a umaconcluso sria e justa. Si a prop

  • -5

    :i\l:appa da insoripo nas esoolaspublicas prilnarias do lllunioipioneutro de :1836 a:1854

    U.986Illumnos do primeiras lettras.

    O oxcesso do 1881 sobro 1 78 , portanto, aponas do 326,ou iU8 matriculas por anuo, vantagem quasi unlla, quoconseguintomonto deixa em p as nossas conclusos.'1

    De :1.855 a 1.878 os dados oillciaes so maisou menos completos, e deixam formar juizoapproximadamente exacto acerca do impul oque, neste quarto de'seculo, tem determinadoo movimento ascendente da inscripo escolar,quer nas escolas do Estado, qner nas decreao individual. Eis o mappa dessas informaes. (2)

    6.707343277iOO

    4.559

    o oZ

    'o < pro te taote, ou espi-ritualista, cuja prohibio fra inutil tentar,necessario sel'ci e~tabel,'cer escolas olj,cia/'s, or-ganizaI' uma in::.trncilo mais liberal do quequantas oer po sall1, e nutrir, a eXpenSHf, doEstado, uma instituio, que s em condiestaes no ter que se arreceiar da concurren-cia. (4.) Em summa, s ai mejo a liberdade deensino, at onde chegar a liberdade, franquea-da a todas as cren... , de se ruanifestarell1, atodos os partido, de fundarem escolas, e nocomo absteno com pleta do Estado elll todasas questes que toqueln ~o dominio da instruc-o geral. Oensino o/ficial no eleve embaraaro ensino liv e,. mas, po/' emquanto, o ensinolim'e 1uio poderia supp1"il' a ralta d J Imsino olfi-cial. (5). .

    Ante o sabeI' positivo, poi , norte de todaas reforma progres i tas do ensi UI), nlio temde que e ac~nhar a vossa commi~so, affir-mando solemnemente, com o proflLlldo r'dactor desse a Teditado orgio do po itivismona Europa. a convico, elll qu\'l estllUJo, deque. direito e deve/' do Estado, na m'dem actualdas cO'SttS, instituir escolcts, sustental-us, dir-fund'l-as,. (6)

    Alis, ao~ nossos alba., nenhuma transcen-dencia tem a questo: de puro sen~ocommum. Tanto assim, que, salvo excepes

    (4.) A oxpl'ossio liberdade absoluta (le ensino, sogu ndo ossoautor, comp,'ohohUO a abulio comploLa do toJos os pri-vilogios o titulos acadomicos, o dil'oiLO som limitos, oslou-dido a todos os homons, do onsin,lrom n quo lhos p roce,',iuteira oh 'tono do Eslado om tudo o quo toca ins-truco publica; a iniciativa do governo substituida pelainici.tiva particular. > Op, cit., p, 44~,

    (2) Tb., p. 1.52.~ (3) Wy.ouboIT escrovia antos da ruiua do sogundo im'perio om Fl'au~a-.

    (/.) n., p. 4.53,(5) lb., p.

  • - 30-objecto de debate; e a instituio avulta deanno em anno graas ao e foro dosestadistas mai liberlles e ao a entimentounanime do paiz. (Em 1839 um3 ordem docon elho privado fundara uma repal'tiodo ensino publico, con ignando-lbe a dotiloannnal de ao.ooo I. . Bem lenue era adotao, mas o principio LJem grande. Aparticipao ~o E tado na in tl'~co pu~licaa~ im recebl1l unIa consagl'aao olIlelal;creava e uma instituio permanente, de -linada mis o de subvencionar o en inoprimario, isto , at certo ponto, de dirigil-o,Grande hostilidade suscitou e sa in titulo,como era de e pel'ar. O clero .ang.licaM,principalmente, e todos os parl1darlOS daigreja olficial envidaram e Foro., para obstara sua manuteno. Nas duas camilras se pro-puzeram mensagens cora, supplicandolhehouvesse por bem dissolver a repartio doensino. Seis dias durou a di eu 'so na casados communs ; e a moo nua foi r geitlldaseno pela maioria de dois votos; na doslords, a mensagem proposta pl~lo arce,bi:pode Canterbury pa ou por enorme maiOrIa.Arepartio do ensino manteve-se: sua illl-,P0rtancia e attribuies vo medrando deanno em anno, ao mesmo passo que a suadotao . ( 1, )

    Com effeito, ao Elementa1'Y Education Act de1.870 succedeu a lei, que tem o mesmo titulo,de i87J; a esta, o Elemelltal'Y Edttcation(Ol'de1's) Act de 1,879 ; a este, o. de Ui d~ ag~:to de i876, que entrou em vigor l'm Janeirode i877; depois o El,'mentnry Education (In-dustrial Scltools) Act de 1.879; emlho, o de 2b deagosto de Hl80. E toda es a cadeia de medidillegislativas no tem tido outro fim e outro resultado, seno franquear interfp.rencia doEstado novos meios de aco, e harmoni arn'uma va ta systemati ao nacional a inco-herencia dos esforos locaes.

    O intere se privado, to habil, na Ingla-terra, em resolver tudo quanto $e prende aocommercio e indu tria., diz um conscienciosoespeciali ta, que estudou profundamente e tea umpto, naquelle paiz, nunca Foi bem uc-cedido nns questes de ensino, (2) A lei daoJIerta e procura, indevidnmente applicadapor certo idl'ologi:tas s questes de eduea-o popular, nno ~aLisfez o bom enso brltan-nico. J em 1857 o principe Alberto via nainfluencia della uma das cau~a preponde-rante da ignurnncia e da lethargia Illeo tal,que domilJavam as camadas popuh,res noUeino Unido, (ii) So espantoso' os e 'For uemlJregudos pela Inglal6rra em reac\:o cOlltrlla' fal '11S prevelll;es, que a exag"g-erao dessjltendencia creara contra a organizlliio nal'io--nal do en iuo. No ob~Lan te, porm, a im..

    (i) PAUL LSROY BEAULIBU: L'adminislralioll locale ellFranceel ell Anglel'rrc. P. i95.

    (2) . a..VNTISNS: L"'l$rigellclllllIl primail'c ct pro{cssia-1111 CII AlIglltm'c (I cn Irlanae (Paris, I 6\) P. 3~,

    (3) Addl'sss at t\c cp'nlllO o{ lhe con{el'cnce o', NutiolU1/Sdurotloll (j"IlB 22 nd 1 6,7.) 1'10 v,lumo: Thepl"illoip"lspeeches allel atUrasscs af his royal higllllfss XIlS

  • - 3i-no se pde fiar da procura que regule, e corrija a olferta. Mas, ainda quando conhecesseo que deve exigir, no di pe de m ios suffi-cientes, para contrastear si o que lhe fornecem realmente o que e quer. No se pde pres-cindir, pGis, da institUio de garantias (secu-1'itles),

    Esta neces'idade ainda mais energica-mente frisada num livro recente, consagradoao exame da sitnflo das ,ql'andes escolas pu-blicas de Inglaterra. (f) - Emquanto " dizo auctor, o parlamento deix.ar isentas asnossas grandes e.colas publicas (sob o pretex-to da sua dignidade e po io superior) dafiscalisao, a que se acham submettidas asescolas nacionaes, no haver esperana de.acabarmos com a e~candnlosn possibilidade dese dar por preparado em Eton qualquer ra-paz, com uma leve tintura apenas de duas lin-guas mortas, e ig-norando quasi absol ulamentea sua (the scandall/~ts possibility that a ladmay leave Eton with a pOOl' smattrring o{ twodead langlJages, and in almost absolute ignoran-ce of his own) , (2)

    O Dr. L. Wiesse, pedagogi la allemo deprimeira ordem, que visitou as ilhas Britannicas para e tudar a fundo a instruco nessepaiz, observa que essa clareza de juizo,caracteristicamente revelada pelo inglez nagesto dos seu negocios lJublico e privados,falha com extrema frequencia, em e tratandode e colber o eSLabelecimenLo apropriado parao ensino e educao dos filhos. (3)

    O sabio chimico iuglez, cuja autoridade, hapouco chflnHmos em nosso llpoio, depois deexpor em traos concludentes a estatistica dllsesforos pecun/arios empn'gado' a bem dain~Lruco no Reino Unido, sub creve semre Lrices a e ta apreciao edIficante do es-criptor germanico: Os rp ultados so ma-nifestamente dpsprQporcjonado~ enormessom mas despendida com II educaiio da j11-ventude ingleza ; no ha districlo da activi-dade humana, em que e desenvolva topretenciosa somma de f ra, com Lo misemvel(sueli a beg,qarly) somma de proveito .... -Os1'elatorios e a condio actual das e colas for-necem abundantes materiaes; mas onde oarchitecto, Que com elles consLrua um edificiocondigno da grandeza da Inglaterra? .. r.omparando a unidade da adminislrau nas es-colas allems com a situaiiO presente dosystema escolar inplez, no po, o deixar dedizer (e at inglezes tm usado o mesmo qua-lifica ti vo) que um estado C/tllOtico, pret:isa-mente o inverso de uma organizao, o Astadoactual de coisas. Faltam absolutamente, emtoda a extenso deste domi l1io, demarcaesclaras, definio dos varios generos de escola,di criminao do objectivo de cada um. Emmuitos casos, debalde procuramos por uma

    (I) A dosigna de < OUr great pllblie sellools > ro-sorrada Iiolos inglozos ao ostaboloclmontos dn instrneosoenndarta conbocidos polos oomos do Eton, BMI'OIV, Win-chestor Rugby, Westminster, Marlberougho, Charterhnuse.

    (2) 0111' pllblie schools (London, 1.881..) P. 44.(3) Ap"d GALLOWAY: Edlll:atiolucient. an(teellll., p. 90,

    autoridade decisiva, que no consinta dege-nerar em arbtrio a liberdade. Verdade queba amplo. recur os, distribuidos com summajiberalidade ao servio das escola ; mas e sesrecurso malbaratam-se pela di perso. Os in-teresses da educao e cultura intellectual, ascolleces de sciencias e arte espalhamsepOI' muitas e ditferenLes mos; pertencem aadministraes d.i tinctas, independentes entresi. Portanto, n~sla materia, falta a 1tnidade, acombinao das aLLribuies administrativas.Que gmndes 1'esl/ltados se poderiam obter, si se1'ettnissem os meios, e se utilisassem de accr-do com um plano de coa.Q.Qregao e harmo-nia!. (i)

    O desideratum, pois. hoje, na Inglaterra,longe de consistir no pensamento de estreitara e pilera do E lado, e descentralisar, municipalisar, individualisar a instruco publica,est, pelo con trario, em robustecer a autoridadecentral, harmonizando, por uma administraounificat1a e efficaz, a direco do ensino.

    Verificou-se alli que a interveno do go-verno, longe de arrefecer o concurso dos-par-tit:uJare , o estimulou Quasi por toda a parte.MI'. Cumin, in pector das escolas de Bristol,demonstrou, mediante flwtos, que o subsidioofficial incitra os particulares a reforarem, elI1ulLiplillarem as uas liberalidades. Ome moaveriO'uou-se em Davenport e em muitasoutra localidades. M. Senior sustpnta QUA asuLJvenes do tbesouro tendem a desenvolver

    a cooperao dos individuos (2); e todas asautoridade ouvidas no inquerito de f88-f86iconvm nas vantagens ria interferencia dogoverno. (3) O cardeal Wiseman confessavaos servicos devidos interveno do go-verno.

  • - 32- de estricto rigor escutarmos o eminente phi-lo opbo. No seu livro Da LiIJerna/e elle reco-nbeee positivamellLO a cxi,tellcla de e tados 0-ciae , em que llin~uem, eno o governo, tema capacidade es eneial para crear, e filante!'instituies rfll{ulares de educ'lf;lll. (1) Essaopinio II 'ume ainda mais clareza noutro e -cripto seu: - no e pde admiltir sem numerosas exct\pe e re.trice t, d,z elle, -a reg'!"1de que o COIl umidor o Illelbtlr juiz dll me!'ca-dorin. Oe onlina!'io , com elfcito. o mel boI' j u z(posto no de um modu nb 01 uto) dtls objel'llmat 'rines fabricados para o seu uso. Ora es~esobjectos.e d stinnm a ali fner ~dgullla necessidade physica, algum gO'IO, alguma incli-nao, inclinnilo, /!osto, ou nt'cessidade pmque s inter's ada a pe :oa que O" ente;ora so meios, in trnmenlos de alguma profisso, pnra uso do inuividuos que a exel'cern,e se devem reputar como os melhores :jquila-tadores das ('oisas de que ho IIIi"ler nu eulavor b:jbituill. Outras I1n pllrlll, cujo valora procu!':I exi tente no mercado no pLle xar,cuja utilid;tde no consisl!l em sati"fncr go to'nem em servir ao u os ordinnrios da vida,e de que os mais carecentes o o que mellossentem II necessidode. E ia verdade procedeespecialmente a re peito da coisas cujo pre.;-timocon,i te sobretudo em elevar ocarilct rdohomem. Gt'nte incult3 no pde aval iar o prpo cultura da almn. Os qU"l mai precl;lm deaprender e melhor~I', o pelo commum oque meno odes jom; e-: quondo o de ejas-em, no teriam luzes suflicientes, paro esco-

    lher o ensino que lbes convem. Sob o re/l'im n da libnrdode, ncontecer sempre que, nose tendo em mil'a o fim, no se ncerte jamaiscom os mpio de obtel-o, ou que. concebendoa pes:oa preci adns de in tl'Uclio ape'18s ulllaida. j imperfeito. j nonea, das suas propria.necl'ssidades, a olftllta sollicilada

  • - 33-que este trecbo consuLJstancia: c O princi piofundamenlal do governo UL' te paiz. ( umamerlvuno quem o escreve) exig-e que a ad-ministra!;no geral no exera autoridAde emas umpto~ cle interesse meramente 10l'al. Ogoverno nacional no se envolve seno COIIIinteresses nacionaes; o E laclo n~o enlendesenao no que inlere.
  • - 34-eria o vul"o na ignol'ancia. Ahi jaz a origemdas maior' desigualdade sociaes ... ' Osmeslres prhrado consti~uem outro ob.stac~los reforma '. Bem que t'lvaes entre I, o 10-teresse os impelle a concertal'em o seusesforo' contra a introduco de qualquernova clns c de escolas, cuja exi teneia enfra-queceria o palrocinio reservado exclusiva-mente a elles, ... Eis pinda outro dam no. Osy l()ma local, ou antes a ausencia de yste-rua, lonrre de ser applicado menos di pen-dio'amente, mnis caro d@ que '0 syslema

    ~eral. , .' Accresce a c ses oulro mais formi-davel, proveniente da ausencia de um sys-tema nueional c da falta dessa fiscalisao quoI ho li inhereo te. Quero fallar no caracter dclivro de estudo, que infames nutores e ins-tiLuidores indignos se conc~avam para .vulg-a-risar nas escolas como meIO de nttrallll' umainfancia eorrompida .... Taes alglLmas. dasI"une.;tas consequencias l'esllltantes da neglt.qen-cia do Estudo em instiluir pam o povo mnsy tema l/eml de educ:,!;o e do alJa..ndono DAMAIS IMl'OnTA 'TE DI!; TODA A FUNCOES 00 co-VEltNO especuldo de individuos irre ponsav is (aud from leaving lhis most imporlant01' ali functions of a gove1'llment to the spe-eulation of irresponsable men.) (1)

    No esqueamos n Suissa, Em p.arte n~nlJuma mai olida a democracIa, maisvi"oro o o individuo, mais independente aaco local. L, enlretanto, a corrente dasopinies se avoluma, c lende com a mesmafora nessa direco, Provocado pela aulol'J-dades nacionaes a pronunciar-se acerca dnconveniencia da ubordinao do ensino eom-mum a uma legislao federal, o povo r~iteradas vezes lem accentuado os seus desejOSnesse sentido. lum meeting- popular reunidoem Morat (U de julho, i 70), uma das res-1ue foi recommendar que c se subnzettessemas escolas publicas stlperintendencia do .Qo-Vel'Il0 federal.. Em outubro (19) do mesmoanno, uma nssembln libel"3l, congregadn naeidade de Luceme, adoplou o valo de quec o ,qove./'1~o fiJderal. comp~tente. p~ra fixar porlei o ffiInlffiO de Illstrucao eXJglvel a todos,exercer fiscllisao sobre a escolas, e fundarinstituies normaes, onde se tormem profes-sores para as escolas publicas na Suissa, Ocon:rresso dos profes ores suissos, celebradoem Zurich a 14 de outubro de 1871, estudoupor sua vez a questo, acab~ndo por fort?ularas uas a. pi raes nesle artigo, q!,le -OII~ltO.Uros e encorporado como emenda a eonstltul-o federal; c A instruco publi~a, em pri-meira iI] tancia, compete aos canloes. Com-tudo as i te s autoridades {edfl'aes a attri-buio, c incumbe-lhe o dever, de inquiri-r 10 con lantemente do cara ter e exlensaodo en ino primario di tribu.ido. pelos in li-tuto' de en ino cnntonae , 10 I tmdo, a re .peito das escolas publicas, na' providencias emeios ]Jl'oci o , para as egurar a todos os ha

    (1) HOR E MANS: Rcport of an edvcatio.na~ tou' i'I GCI'-many. FrancO and parts of Great Bntam. (1844) P.20-30,

    bitantes a capacidade de exe!'cere~ os dever~ssocines (> civi . Cabelhes, outroslm, supprtrcom a creavo de escoln .normaes feder~e' ain utliciencia das estabelecida pelos cantoes.(i) A opinio publica .m.o trou-.se qelibera-damente resolvida a eXigir 11 satl. faao ele sasaspirae ; e d'ahi ahiram (p~jmeir~ f.l~S_One ta enda) a emenda de 18711 a constJtUlaobelvetica, que e Label.eceu 0_ ensiu? ?briga-torio proscreveu a \Uspecao religIOsa, enuto;isou o !Joverno federal a fl~nd~l' .li.!.nauniver idade e outra (june. quer mstltul oesde ensino uperio!'. E' hoje o al'tigo XXVIIdo pacto da con federao.

    Long-e, porlanto, de encerray .o cara.cte~scientiftco, que pre ume, a Idea ~o~tJl aiuterferencia do governo no domlDlo da

    .instl'Uco publica no passa de uma co~cepo abstracln, contrariada pela .eV?lllaOdas idas e dos factos 110S paizes mais livres.Em vez de vos propor medidas lpndent~s aenfraquecer a org-nni ao cenlrnl do eO~lllo,a vos,a commis,o encara, por con egulllte,como providencia de largo alcance e u~gencia imperiosa n creao do ministefJo dainstrur.o publica.

    Perdidos entrp n ma S8 enorme de negocios,que a nossa legisiao actunl commette ao mi-nisterio do imperio, os intere-ses do ensinooccuparo emprfl, necessariamentfl, uma si-tuao subalterna; as immensas questes, queelle envolve, no sero jamais objecto doprofundo estudo n que tm direito; e a re ponsabilidade do mini leria, divirlida llntreos varios ramCJ da administraiio que essa seeretaria concentra em si, ser insullicientis-ima para a promoo das reformas e a solu-

    o dos problemas que as mais sagrndasnecessidades do paiz impem direco su-perior des e servio.

    A Austria, immediatatcenle depois de 1848,logo que comprehendeu a urgencia de reor-ganisar o ensino em todos os seus graus, co-meou por erear um ministerio da instl'Uc-Co. (2) Na Belg-ica, onde, at ento, o governodo ensino pertencia pasta do interior, emcuja secretaria occuparn uma sec 'o, o mi-nisterio liberal, em 1878, considerando ccomouma das bases do seu programma o desenvolvimento da instruco, para a qual com aascenso desse partido se instaurou uma eranova, firmou por ponto de partida a creaode um ministerio especial, volado adminis-trao desta especialidada, (3) .

    Es e ministerio existe nos paizes segullltes.i, Belgica,2. Frana. (4)

    (I) Cire. Df IlIf. Df lile Bur. Df Ed. N. '2-1879.Pag.1O-t2.

    (2) LVELEYG: L'iIISU'. du peup., p. t70.(3) Bulktill dc l~ Soeil de lUi$lalioll eOlllpare, Lom

    V1II (1878-9). p. 41.(4) 'a Frana, a admiDislrao das bollas arlos, quo.,

    por docrelo do t4 do novombro do 188t, so separara do 011Distorio da insll'Uco, v.dlou a 0110 por docrelo de 3Jde janeitu de t88~; Q o sorvio dos cullos, po .. docrolodesla dala, passou do minialorio da Instrnco para oda justia,

  • (London(i) Josgru fnnNG: Tlte Annals ar Ol'r Tinia.i880) Pag. 79i.

    (2) A. TOOD: Op. cit., p. 6'.7-8.(3) R. GAr.LOWAY: Educatioll, p. 1.29.(4) Apud GULOWAY: Edl,catiall, p~29.(5) GALLOWAY : Educ., p. 1,36.(6) AplUl GALLOWAY: EdlU:., p. I.~I.(i) GAT.T"O"-AY: ElIllC., 11. "on.

    3 -dos Lords, entre uma serie de resolu s(loncementes educao popular, propunl~a :lnomeao de um ministro do ensino comnssento no g-abinete. (1) Em i866, sir JobnPakington, presidindo a commisso parla-mentar incumbida de estudar a reorganiza1odesse servio, sustentava a conveniencia deexistir um ministro da instruco publica,membro do gabinete, com aco e~ todo opaiz. (2) Em maio de 1874- lord. Hamptonsubmetteu casa dos pares outra moo nomesmo entido. (3) fIa uinda apenas umagerao, deixavamos o ensino publico entregue a si mesmo, dizin o Times em 1874- . Daqui a outra gerao a supel'intendenciades e ervio ser uma da mai considera-veis funces domesticas do poder execut.i 1'0,ona ar t/te most consiele1"able d01nl'stic /u.llctionso{ tlle Executive Govel'nment . (4) Em summa,a opinio publica, naquelle paiz, a conside-rarmos como seu interprete a imprensa, todaella faz votos por essa reforma. (5)

    E o notavel que os homens de scienciaos e pecialistas rem questes de en ino recla-mam, com u mesma insistencia que os publi-istas e os bomens de estado, a satisfao

    desse desidel'atum. Mathew Arnold, no seu li-vro d.a educao popular em Fm'l1a aponta oexemplo deste paiz como digno de servir delio ao seu. (6) Robert Galloway, o escri-tor que com mais senso pratico e mais tinopedagogico j estudou os methodos e condi-es da instruco scientil1ca e technica, de-dicu largas paginas a demonstrar a urgeneiadesse melboramellto, pondo em evidencia.a absoluta necessidade de um ministerioespecinl do ensino . (7)

    Si possuissemos., diz elle, uma secreta-ria de estado sob esse nome, havia-se de indi-car, para a presidir, a pessoa mais abali nda nopartido adberente ao governo, do mesmo modocomo sO escolbe a pessoa mai- comlJetente,para occupar o posto de chanceller do tbesou-1'0. Imp01tet co:n/ia:1' ?WS meios .ela nm s a dira!:-co ela educacao nacwnal; POIS, emquanto nao'bouver 1!m 'arcbitecto, elntrrdo pam esse fim eleuma alttm'idade' inteira e completa, os nossosmeio- educativos no ~er:io utilisndos toperfeitamente, quanto podem, e devem; e per-d(lrnr a desordem reinante, boje em dia, nomechani mo da instruco publicn entre ns.Nilo ba meio de realizar esse ideal, ele M.For-ter, da escola primaria posta, em toda aparte, ao alcance do POv.o, com escolas gra-duadas, em Que se desenvolvnm o talentosrevelados no pri mei to en ino, sem a fisca ll-sao vigilante de um~ repartio ~upre.ma euna da ill~truc:io publlca, que eVIte a IDer-

    3. Dim~ll1arcn.4-. Suecia.5. Noruega.6. Russia.7. Prussia.8. Bavicra.9. Saxonia (reino).

    10. Wurtemberg.H. Saxe Coburgo Gotha.12. Saxe Meinigen. (1)13. Au tria.14,. Hungria.u). Balia.16. Romania.17. Srvia.i8. Grecia.19. Turquin.20. Egypto.21. Guatemala.22. S. Salvador.23. Venezuela.24-. 00 tario.25. Victoria.26. Japo. (2)Nos Estados-Unidos j desde 1866 se co-

    meava a generalisar o seJ;ltimento da neces-sidade de r.rearse uma secretaria de estado,que presida aos interesses do ensino. (3)

    A Inglaterra, em 1839, estabeleceu no mi-nislerio uma cominisso para :l direco esuperintendencia geral do ensino, a Committeear COllncil on Education, j proposta porBrougham em 1816. A prinCIpio essa entidndeera intoiramente subordinada ao ConselhoPrivado; mas, em 1853, foi organizada umarepartio central de instruco publica, soba autoridade suprema do [,01'd President or theP~ivy Cotlncil, ao qual, em 1856, se aggregouum vice-pre idente, funccionario de graduaosuperior aos suu-secretarios de estado, membro da administrao, responsavel perante oparlamento, mas no propriamente cabinetminister, isto , em n~sento no gabinete. (4-)

    No obstan te, a necessidade de um 111 iniste-rio da instruco publica ida que ali i todosos dias vae conquistando terreno. Em 2 de de-zembro de 1867 o conde Ru ~ell, na Camaru

    (i) Em Bromon, 111M das roparLios do podor oxo~uLivo confiado ao sanado, Loca ao cullo o a 111sLrl1cao.'No groducado do Brunswick osseservio Dccupa uma dasci UcO seces dll. commisso ministerial. Em Hamburgo umadas ropartios supromas do oxocu ivo, uxorcido polo senado, porlonce exclnsivamonLo ao onsino pnblico. (Obol's-chulbehli,.ilo)

    (2) O minisLol'io da instruco publica, quo, nosso pai7..conL"alisa Ludo o quanLo (liz rospoiLo iusLrucitO naciona',o puIJlic" rolatol'ios annuaos soh "0 osso 1'a11l0 do S"r\'lo,foi croauo no quarLo auno do Moij (181). Le Japon l'exposition 1Inivers Ue ile i 78. Pl,bli SOllS la dil'octioll dola COl1ll1lissioll I1npl'ialo Japonaise. 20 11a'lia. (Paris, iSiS)P. 3 o i2.

    (3) < Indood tho wanL of a conLI'al bUI'oau, as 11 dopar-tmont of a Sncl'oLaryship of Lho InLel'ior, Lo pl'Osido oveI'LhoinlorosL of oducaLion-a ilfinist'7/ or PI,blic InSl>'!wl!oll,ar sOl1loLhinganalogolts Lo our OWII cOl1lmiLLeo of I,ho Pn,'Y,Council- iII spiLo ar lho anLocedonL disliko to conLmliza-Lion, appoarod to be ma/tillO its~lr wiiloly feU in tho UnitodStates . JAMES FnASEn: Report on the COl1l1ll0n sc"ool systcnlor lhe U'litell Statas anil or the provinces or UppOI' anilLOlUer Canada. (London, i866) Pago 59.

    (") A, TnDO: 011 Palliamonta,.? Gavel'll1Jl.ont iII ElI-aloml (London, ,186\) VaI. Il p. 6~~-1,/,.

  • - 36-

    (L) Knowlodgo is in ororv counL"Y Lho surosL hasls offlublic kappi 'oss.' .

    (2) PromoLo, Lhon, as an objocL of p"imar)" impor-t.nco, in litlltion' for tho ~onoral clilTu.illn of knowlo I~o,Ln prollortion as tho sLrllcLlIro I r a gorornmont giro. forcolo puhlic opinion, it is os'cntial that pnblic opinioo shonldba onliglttonod .,"

    (3) .To faro" in Iiko mannor Lho advancomonL of scionce;lI"l tho din'usiOn uf illforlllaLion as tho bost alilllonL to LrllOliborL)'. '

    (I.) Lo' IIS uy aU wi.o a011 constitutinnal 1ll0aSllrosP"omot? inlolli"o~lco "mong poople as tho bost moans ofpro3ol'vlllg OUI' IIborllcs. :J

    (5) A pOllllial' "or '""monL, withollt flopula,' infol'ma-tion o,' tho moans of aCI(lIil'ing it i. hllt" prologuo lo aral'co Dr t,'agoc1y, O, po,'h"flS Lo both. , MAn,sox: 11'0 r".< ,III, p, 2iG,

    TIl

    DESl'EZAS COM o EN'INO PllDLICO - SUAINCOMPAIlAVEL FECUNDIDADE

    (i) CALLOWAY; Op, cit" p. 1.29, ~3t, 1.32.

    Denuncimo cruamente, no primeiro c3pi-tulo

  • - 37-mental do povo, egualmente e~senciill preser-vao e fruio dessa beno, (1)

    Estll tradio temse prl1servado religiosa-mente entre o' estadi ta e os chefes rio E tlldonaquelle paiz. No ha muitos anDOS Hayes,numa allocuiio ao veterilnos da lucta sepu-riltista, em Canton, Onio, elegendu exclltsiva-mente por assumpto il instruco publica,epilogava, dizendo: No nos cancemos defundar e mantel' OSl'Ol3S gratuit

  • - 38-nldos, sir William Earelay, escrevera ao go

    verno de Carlos II: Dou grans a Ueus deno termo escola publica nem typograpbia.;

    ospero no as tenh

  • - 39-truco primaria se achava atrazada e aquellesonde havia progres o; e esse quadro COr/'ps-lJondiaj com uma preciso quasi matlzematica,ao quadro do movimento do comme"cio e da in-dustria. A me ma concordancia foi demnn',

    ~\'ada em relao Austria e Allemanha doNorte . (i)

    Os americanos acreditam entranhadameI1tena fatalidade de S3 lei social, de

  • -40-de Guilherme I d'Allemanba, como o germencontm o fructo. c Trilta-se " dec);mlva omonarcha, c de Hperceber foras par;) o futurocombate; e pnra isso ?ntster allfjrnenlm' pelainstruco a energia de r, si~tmcia da~ allllllsallemiis, na propol'[;o directa da oppresso queas afTlije c U altoe'l.lirito da rainha Luizaduplicava a fecundidade dos e 'foros do sobe-rano. O grande preliminar do muvililentoregenerador era a escolLJa de um mini trocapaz de medil'-se com a grandeza lia ida.Cbamouse '1m esta,li t>l da estatura de Gui-lherme de Humboldt. Rara virtude, abenoariaanollltilia a do governo pes oal naquelle paiz,onde ode8poti mo abo recon Ilecer, e apruvei-tal' a bem da patria as capacidatltl. eml uen te ,em vez de buscar para oruampnto do thronoa impotenc1 de rnini.tros de~con ideracto' enullos I A mi8eria do thesouro no ililpediu acreilo de umas poucas de e rola nUl'maes. Oes '01 dus profef ores prus,:i;)lIos foi commis-sionado a & tudar na Sui . a os novo~ metho-dos dt1 ensino. E, quandu Alteu.teinbaixou epultura, depois de vinte e tres anno de

    govr.rDO (1.8H,-,j8!J,0); poude I~gar ao" quinzemilhes de almas, que povoavalll o paiz. eisuniversidades, cento e vinte gymnasios etrinta mil escolas.

    Muitos annos, mai de quinze, antes deSdan, CoMeu, ap"ntando nos prussianos oscyanl ..es europeu '.,- da instrucilo exi~tenteentl'e elles aUtlnr;\va que c a Prussia havi', d~ser II mai~ 7Joderosa das naes fUI'OP :as, pur torabraado em ampla exten.;o, COllh.juanto nosob a mesma frma, o systema, dominilll te 1I0SE Lado Unidos, de a.;segurar ao povo inteirouma educao s . (1.) Os acontecimento' de1.870 deram a mlli estrondosa confirmaiioa essa propbAcia. Mas ella demonstra eviden-temente a filiao natural dos triumpllosgermanicos sobre a Frana uperiridade dainstruco gerol no spio da nao vencedora.Grata a essa influencia tutelaI', a Prus~ia, emeis annos (1.8121.878), tl'iplicon o llra-

    menta do Estado com a instrucl;o publica.Baudouin, Ullla da mais illustres notilbili

    dades ouropas nestes a surnptos, d"pois depercorrei', ha :I nuos, em cOlllmis o di) governol'rancez, a Belgica, a Allpmanha e a Suissa,para lhes e tudal' as ilBtituies de ensinl'especiill e en 'ino pl'im&rio, resumia a suaob el'va~' S, terlllnandu o seu profundo relatorio, nesta concluso: c E' I'acto, de oraem doante inconclI u, que a Sui,;, a, bojeto eal:lla e prll pera, no chegou a tal estadu,

    no porque, ha trinta anllOS, e tem occupa-do irrce'santelllente em melhurar, em aperfei-oar o seu systema de ensino publico, adoptan-

    do as innovao excellent's de se (JOvo ( oallemo ), um IHnto sonhador, e ql1izrem.mas que e tem tornado mais ra~oavel, medida que e vae lornando mais inslrui-do... ' A. Allemnnba, que encetara primei-ro o caminho das reformas escolare, queprimeiro transformara em escolas publicas egratuitas os numerosos mosteiros que cobriam

    (1) JOHN BRIGnr: AddrElSe$, p. 634.

    o seu terrilorio, colhia, havia muito, os fru-cio, de Ull a iniciativa to acerlada quantolIudaz.

  • - 41-do homem, para o ajudar a dominar a ma-teria . (i)

    Abundam em sustentato deste co nceitoas autoridades mais decisivas. A Inglaterraainda no produziu, neste secnlo, entre osseus homens de estado, duas capacii.lades maissingularmente praticas, e que mais pratir,a in-fluencia exerces em sobre o desenvolvimentodas reformas poliLica , economicas, admini'-trativas, do (jue Bright e Cobdeu. Pois bem:a opinio desses dois administradores, dessesdois economistas, des es dois homens degovemo, quanto aco do ensino popularsobre o crescimentp da produco e da ri-queza, peremptoria l terminante.

    c No ha duvida nenhuma . sustentava, haquatorze annos, John Brigltt, (( que de tavantagem depender, em grande parte, a foradas naes: no me refiro fora nas batalhas,posto que esta mesma avullaj' muito com pUa;alludo que consiste no progresso a inven-o e do trabalho I'abril na creaelo da j'iqueza,na consciencia da propria dignidade e em tudoquanto j'ealmente propende a tornai' lima na.omaior do que Ol~tm.' (2) So ainda suasestas palavras: Allirmo que, si, estabelecen-do por lodo o paiz um systema geral de ins-truco primaria, communicassemos ao povoa filculdade de ler e pen ar, teriamos lan-ado o amplo e g-rande l'unlIamento, do q/wldecolTeria quasi tudo o mais que nos pre-ciso . (3)

    Cobden no menos xplicito . Vivemosnum tempo., dizia elle, h,1' trinta e um annos(i de dezembro de '1861.), c em que a segu-rana, o com marcia e o progresso da naesdependem, no tanto das lnctas armadas,como da emulao nas sciencias e nas artl's,cuja origem a instruco . (!.k) E adeante,no mesmo discurso, precisando ainda mais oseu pensamento, acre centa o orador: Nun-ca nos acharemos seguros como nao fabrile mineradora, emquanto inval'iavelmente seno erguei' wna escola a pai' de cada fabricae bocca de cada mina, em tlJdo o reino. (5)

    Nem se diga que accumulamos provas des-necessal'ias, para demonslrar uma the e queninguem contesta, uma trivialidade antiga: autilidade social da instruco. Sem duvida,quando Leibnitz se propunha a mudar a facedo mundo, si lhe entregassem a cd licao dasgeraes novas; quando um dos mais emi-nentes estadistas il1g1eze, lord Brougham,dizia: .No futuro, o arbitro dos dest\nos domundo ha de ser o mestre escola.; quandoRivadavia, o grande patriota argentino, affir-mava: -Na e cola est o se&"redo da prosperi-dade e engrandecimento aos povos nascen-tes.-, n.en~~l11 aventava c:oncepes origi-naes; pOIS, Ja quatro seculos antes do Chri to,

    (i) Apltd GALLOW.lY: EclllC., p. 50.(2) JOII~ BRIGUr: Ad,'esses, p. 6~.(4) Ibid., p. 63.(4) RlcoAnD CODORN: Speeches Oll questions o{ Pltb/ic Po-

    licy. (LoudoIJ, i880) p. 6U9.(5) Ibid., p. 615.

    6

    Ari toteles escrevera: Todos quantos tmmeditado na arte de governar o genero hu-mano, acabam por se convencer de que aorle dos imperios depende da educao da

    mocidade .No obstante, porm, a causa da instruco

    popular uma des as reivindicae cuja de-fe li no decrescen ainda, antes' lucra cons-tautemente, em actualidade. V.arias razes, demais a mais, nos impunham a demonstrao,qne acabamos dt3 fazer. .

    Primeiramente, a introduco da ciencia eda arte nos elementos do en ino univel' ai,no programma da escola, veio imprimir umcaracter absolutamente novo a essa antigaverdade, entrevi ta pela civilisao grega,como por todas a civilisaesadeantadas.

    Depois, a nece sidade, sentida por todos osamigos da cultura humana, de reaffirmar con-tinu[lmente e principio, o alto relevo emque elle obresae a cada instante nos docu-menta olliciaes, principalmente entre o pai-zes and ali mais pro pra o ensino publico,evidenciam a aco continua de influenciasretardatarias, contra as quaes importa reagirsem de can o, empenhadas em negar, portflda a parte, clara ou solapadamente, as van-tagens deste progres o. .

    Em terceiro logar, si certo que no falta-riam, eutre ns, homens de estado capazes desllbscrever, sem reservas explicitas, o assertoque colloca a instruco popular na altura damais eminente das nece sidades nacionaes eda mais benefica das reformas, raro ser o queno tenha de sobrecellente, para o momentoda applicao, suas reserva mentaes, e, napratica, no recue deante das consequencia ,rigorosamente logica , dessa premissa, i to ,dos sacriFLcios inevitavelmente impostos aoEstado pela acclamao desta verdade su-prema.

    Ainda mais: a educaio geral do povo,emquanto a ns, exactamente, na mais lit-teral accepo da palavra, o primei 1'0 elementode ordem, a mais decisiva condio de supe-rioridade militar e a maior de torlas as forasproduct.ora . Ora, enunciada assim, a nossaaffirmntiva tem sido j, ainda entre os nossoslegisladores, objecto de duvidas, de restric-es, de contesta~es parciaes, a que importava responder. E no faltam entre ns opi-nies, ali: entre homen esclarecido a outrosrespeitos, ante as quaes ainda no passar deuma amplificao rhetorica, pratica1lente in-demon travei, e ta Iio dos factos, to velhacomo a experiencia humana, formulada, liapouco, em termos precisamen te exactos, nqextremo oriente, por um americano, a quemest coullada, na China, a direco de um ins-tituto ensinante: - Si soubessem onde real-mente reside o poder de um imperio, todo seempenhariam em de envolver directamenteas foras intellectuaes do povo, como re-C/t?"so mais fecundo, q'l.M , do que a exploraodos t!tesouros reconditos da terra. J (i).

    (I) W. A. P. A1AnTI< (prel,oulO do eollogio do TOIl-gWOll, em Pekin): L'ducalion "otlve/te tlll Chille. Na RevI,eIlItematio". de l'ElIseigll., n. 2, fover. de l.88~, p. 167.

  • -42-Um dos mais eminentes pbilosophos do

    nosso tempo forneceu involuntariamente aosin:migos do ensino popular o argumento poderoso da sua autoridade, proporcionou maisum pretexto resi tencia retrograda dos go-vernos e das clnses dominante, aventurandoa as ero, t audaz, quanto fal a, de queentre as inslituil's, t:llja existencia dependeda p rmanencia do homem tal qual actual-mento , e a educao, que con litue um dosin trumentos da transformao humana, ba,e ha de haver: empre, interesses oppostos,inimizade incuravel. (I)

    Esta gen rali ao pcca, obviamente, poruma confuso fundamental. O ,aiJio sociologoinglel. reune, e id ntifica, sob a denominao,que alis lhes commum, de instituies, en-tidade de natureza ubstancialmente opposta.Ha in tituit;es e instituies. Umas, firmadasna preteno da supern3luralidade de sua.origt'm, fazem da propria immutabilid;Jde umdogma inviolilvel, o ponto de partida e averdade suprema do direito u3cionill. Ae sas certamente no pde ser sympatbico odesenvolvimento da consciencia popular e dosentimento individual, consequencias infalli-veis do derramameu to da instruco. Outras,porpm, cujo inLui to decla rado est prceisa-mente em proteger a expanso calma e pro-gressiva da liberdade humana e da vontadepopular, fazem, pelo contrario, con istir alegitimidade da sua existencia e a e labilidadeda sua situao na ilexibilidade indefinida dassuas frmas e na illimitada adaptabilidade doespirito de suas leis ao varios estados suc-ce sivo do desenvolvimento mental., no seiodas cla sns sobre as quaes se exerce, e deonde, ao mesmo tempo, emana o governo.O pensamento e o interesse desta especie fiegovernos evitar a revoluo, favorecendo aevol uo, arredar as catastrophes, promovendoas refol'mas, acautelar a sociedade contra assubverses, apoiando as mudanas graduaes.Para essas in tituies a educao popular no perigo, nem ameaa, nem ineommodo; ,ao conLrario, uma condio de vida normal,de segurant;a, de desenvolvimento tranquillo.

    E' o que tinba em mente Cobden, o grandeeconomista e o grande estadista da paz eda liberdade commcrcial, quando, envergo-nhando- e da ignoranr.ia do povo inglez, epropugnando a organizao de um systemanacional de e colas populares, clamava: Eiso que carecemos mais que tudo; emquanto ono t1vermCJs, fstaremos sob a imminencia deum pet'igo; e cumpre no perder lempo,-nemum dil, uem uma hora. (2) E' o queIurd John Russell, vendo sem dilvidn, como o

    (1) Educalioll, proporly so called, is closely as-socialed wilh change - is ils pioneer- is lhe never-sleo-ping agonl of revolulion, is always filling mell for higborlhings, and nnfilling lhem for lhin::! as Ihoy aro. Thoro-fore, bolwoon insLilutions whoso very existence depondsupon man cenlinuinll wbat he is, and Irno educalion,whial1 is one of LI10 IOsLrumouts for making him somo-lhing olho,' than ho is, Ihore "Ulst always bo ellllmity. >HennenT PENCEn: Social slatics. (Londoo, i86 ), pag. 3i3.

    (9) ConoEN: Spceches ali qllest. of Ptlbl. Policy, p.596. (Discurso em Manch.,jan. U, 185i.)

    seu compatriota, na generalisao da culturain tellectual do homem c uma fora superiora OULra qualquer influencia (1.), asseveravano parlamento: oe Tenho por convico minhaque s na instruco geral do povo se encon-trar veraadeim segumna pam o lJaz . (26)E' o que uma con picua notabilidade nomundo 'cientifico ponderava, num livro deprofunda meditao: c A culLura e illu traoda intelligencia determinam uma prudigiosaforo de col1eso ; tornam possivel uma amplaunidade politica, a manuteno de in 'ti-tuies rigorosas, a estabilidade do governosob leis communs (27) E' o mesmo entirde Augusto Com te, quando, queixandose daindilferena das cla ses preponderantes cercada er! ucao }Jopular, qualifica a influenciamoderadora e con. ervadora desse poderosoelemrnto de tranquillidade e harmonia nestasjudiciosas palavras: No ha nada mais ilpro-priado para caracterisar profundamente aanarchia aetual, do que a vergonhosa incuria,com q ue as clilsses superiores consideram ha-bitualmente, hoje em dia, a au encia Lotai deeducao popular, lacuna cuja exagerada per-durao nmeaa, todavia, exercer sobre a sorteproxima dellas uma reac~o tremenda. (28)

    O quadro de esmagadora tri teza que le-vamos traado no pril1leiro capitulo desteparecer, deve acordar na alma dos patriotas,de todos os homens de bonra, de todos osamigos deste paiz, a energia dns grandes resolues, sopitada pelo nos os habitos debereditario deleixo. Uma reforma radical doensino publico a primeira de todas 3S neces-idades da patria, ame quinhada pelo des-

    prezo daculLura scientifica e pela insignedeseducao do povo. Sob esta invocao con-servadores e liberaes, no Brazil, podemreunir-se em um terreno neutro: o de umareformn que no transija com a rotina. Numpaiz onde o ensino nlio exi te, quem disserque conservador em 7Ilate1'a de ensino vol-ta as costa ao futuro, e desposa os interes-ses da ignorancia. E' preciso crea!' tudo;porquanto o que' ahi est, salvo rarissimasexcepes, e quasi todas no ensino superior,con titue uma perfeita humill1ao nacional.

    Mas essa rllOrganizao vemnos custarduros sacrificio , sac!'ificios muito penososa um oramento onde o deficit se aninhou,e prolifica.

    Esta objeco est respondida. Elia encer-raria o paiz numa eterna petio de principio,num circulo vicio o insuperavel. A extincodo deficit no pde resultar seno de umabalo profundamente renovador nas fontesespontaneas da produco. Orn, a produco,como j demonstrmos, um elfeito da 'intel-

    (1) Op. cit., 608. (Disc. em Manchester, dezamb. i,1851)

    (2) Solecliolls {tom spccches of Earl Russal, 1817 te 1841,and {rom despatches, 1859 to 1865. 1'01, II (London, 1870),p. 87 (Disc. em 20 do jue, 1831.)

    (3) WILLIAM BWIGlIl' WHlrNEY: L~Ilgllq,ge anel tha stlldyof languago. (London, 1870.) Pago 159.

    (I.) A. CO>lTE: COU/'s de philosophiapositive. (Ed. do E.,Lit~r) Tom. VI, p. 459.

  • - 43-ligencia : est, por toda a supel'ficie do globo,na razo directa da erlucflo popular. Tadasas leis pro!ectoras so inetlicaz s, para gerara grandeza economica do paiz; todos osmelhoramentos materiaes so incapazes de determinar a riqueza, si no partirem da edu-cao popular, a mais cl'eadora de todas asforas economicas, A MAIS FECUNDA DE TODASAS lIEDIDAS FINANCELRAS.

    E' o que, 11[1 seis annos, prgava, em Por-tuO'al, a proposito de um va to plano de reor-ganizao do ensino, um dos mais vigorososespiritos daquelle paiz (1): Si para custearestes encargos, o paiz inteiro ficasse empe-nhado em cem mil contos, ainda a sim estaser a mais vantajosa de todas as operaesJ1nanceiras, em que se tenba arriscado ocredi to pLlblico .

    A todas as impugnaes, portanto, estribadas no' argumento da nossa estreiteza derecursos, da necessidade de economia, dagrandeza dos sacrilicios ex:igido , poderemosresponder sempre t;d qual Macaulay, em i847,na camara dos communs, sustentando o cre-dito pedido pelo governo para o desenvolvimento das instituies e. colares: Si encararmos e te a sum pIO sob o infimo ponto devi ta, i considerarmos o ente bumano unicamente como um productor de riqueza,a dilIl1rena entre uma populao intel!igente e uma populao e. tupida, avaliadaem libras, sbillings e pennys, excede cemvezes a somma solicitada .

    Qnalquer que seja o sncrilicio exigido, estarespo ta empr!'! irreplicavel.

    Na direco de tas idas caminham hojetoda as naes adinntadas. O mundo assistea uma porfia sublime, em que a preoccupa-o dos povos superiores dir-se-bia consistirem exhibirem a sua liberalidade pnra como desenvolvi menta do ensino, a medida dasua civilisao e da sua dignidade.

    A Frana vae respondendo com urna granodeza magnifica tremenda lio da Aliemanba. 8 a construco da nova Sorbonna,cujo edificio deve constituir um immensorectangulo sobre uma rea de 20.000 melros

    superfici~es psl orada em 22.200.000 fI'.(Rs. 8.880:000~000), dispendio enorme, repartido entre o Estado e a cidade de Paris,para o qual j o parlamento approvou os creditos precisos. (2) D'entre quatorze faculdades de sciencias e lettras, estabelecidas nasprovincias, oito tm ido, ou e t decretadoque bo de ser reconstmidas, ou engrandecidas: as de Bordcus, Montpellier, Tolosa,Dijon, Caen, Lyon, Nancy e Grenoble. (3)Os recursos totaes das faculdades, que, em1875, eram de 5.i24.581 frs. avultam,no oramento de 1882, na importancia deiO.700.000 fI'. (Rs. 4,.280:000~000); isto ,decuplamm em sete amws. Decretou-se a gratui-dade do ensino superior, abrindo mo o Esta

    (i) o Sr.RUIALEIO OIIT1Gao.(2) Revue IlIterllat. de I' Enseign., {,881, vol. n, p. 56'

    59, 6~, 67, 68, :1.96.(3) Ibid., p. 57.

    do, 3ssim, de uma renda de i,200.000 1'1'.(i) Em trabalhos de vario generos, con-

    sa~rados a e S3 e phera do en ino, andam jem pen hados mais de cincoenta milhes de {rancos (:2), isto , mais de vinte mil C01Ltos, emmoeda brazileira. S com a renovao do edi-ficio da faculdade de direito de Paris, para oqual j. ha credito. votado, a despeza pre-vista de 2.45f. 736 frs. (3), ou cerca demil contos de ris. Para avaliar a magni-ficencia das nova constrnce, ba tarindicar que a faculdade de medicina aa capitalabrange uma rea de vinte e um mil metrosquadrados (4); que o jardim botanico de seestabelecimento comprehende 8. ~91 metros(5) ; que o espao reservado aOs laboratoriose amphitheatros triplicou (6); que a facul-dade de medicina de Lyo se estende poruma superficie de vinte e cinco mil metrosquadrago . (7) O projecto do oramento doensino pllblico para 1882, apresp.ntado pelacommisso respectiva, e, com in ignificantesalteraes, convertido em lei, eleva as des-pezas . nes e ramo de servio a 68.785.901(Rs. 27. 5H:360~(100), total que represetlta, emrelao ao do oraolento de 1.881, um excesso de5.017.675 fr., ou mais de dois mil contos. Circumstancia digna, entre ns, da mais particu-lar atteno: o senado approvolt esse ol'amento,tal qual o elaboram a camam dos deputados. (8)Em Paris tratase da edificao de dois novosIyceus, para os quaes s a acqui io dostenenos importa em 3.699.6Y,q, fI' . (9), ouperto de mil e quinbentos contos. Uma lei de2 ce agosto do anno pa sado augmenta cento evinte mIlhes de {rancos (quarenta e oito milcontos) dotaiio da caixa dos lyceos, collegiose escola primarias. (iO) O oramento municipaI de Pari, por Ri s, em 1881, votava aocusteio ardina rio do ensino 15.343.118 frs., oucerca de seis mil e duzentos conto, verbaque, no de i877, era de 10.069.382, oupouco mais de quatro mil contos. (li) Querdizer: em quatro annos uma diJIerenn, paramais, de 50 %. Com a reconsLruco da escolapratica de medicina e a nova clinica departos, em tres annos (de 1.877 -79), despendeu esse municipio 2.370.007 frs. ef. 000.000 com o edificio da escola Afago.Ao todo, mais de mil e duzentos contos, numbieonio, por parte de uma communa, comIres verbas especiaes e extraordinarias. (i2)

    (i) Ibid., p. 58.(2) op. cit., vaI. I, p. 443.(3) Reulle Internat., :1.882, n. 5 (maio), p. 517.(4) Ibid., p. 521.(5) Ibid., p. 519.(6) Ibid.,(7) Ibid., p. 52!.(8) Riu. IlIt. ({,881), vol. II, p. i94.(9) Ibid., vol. I, p. 209.(10) Ibid., vol. n. p. 293 - 6.(H) Annuoire Stati.stiqlte de la viUe de Paris. Anno

    iSSO. (Pari., (881) P ag. 330-i.(12) Ibid., p. 332-3.

    ,

  • - 44-fIa se ent:\ annos (i822) a somma consi-

    {(nada, alli, ao ensino superior como capital deprimeiro estabeleeimento era de ii. 710 fr.,reduzidos mais tarde a 8.500 frs., ou dez con-tos tle niis. O professor de mineralogia, em1823, possuia no seu gabinete apenas 30 e pe-cies, quando o numero dellas, no estado entiioactual da sciencia, e evava-se a mais de 250 ;e solicit;lva seis mil francos (2:!j,00~) parao completar. O lente de botanica pedia 300 frs.(cento e vinte mil Tis) para a creao de umbOI'lO. mot no tinha mais qne 700 rI'. (dn-zentos e oitenla mil 1'is) para os trabalhos dogabinete de physica, durante um anno I

    'al"un annos, pois, em Frana, a cau'ada in truco tem feito mais progressos do querlumnle ser.ulos inle;1'os. > ('1) Longo, porm,de quo esse desenvolvimento de foras gigan-tescas atisfaa, alli, os espiritos, ninguel.l1 oconsid 1)'3 seno como simples ponto de par-tida . Por mais onsideraveis que sejam estesmelhoramentos>, dizia, em dezembro de i8 i,o vice-reitol' da Academia de Pari, larmais ~atisractorio que paream, mal corre -pondero nece sidaeles pre enle . (2) E'ainda o que lemos IJoutro documento official,o relatorio d M. M. Engelhard, de IJereliae Cel'l1esson, em nome da 3", lj,a e 5" com-misses municipaes, cerca da reconslmcoda Sorbona: A reformas eslo em plenaaClividade; mas apena um comeco; cump1'e11' muito l1ULis lon.qe. ) (3)

    lia dois mezes (em 2 dejulho deste anno), oento ministro da instruco publica Jules Fer-ry pro idindo a di tribui1o de premios aosalumno da A.sociao Philotechuica, dizia: Muitas escolas temos erigido neste paiz, haquatro annos. Vao por quatro anno quenos podei lOS utilizar des e iu.lmmeuto ad-mirav I denominado a Caixa elas I!.:scolas ; e,merc dos seus servios, o ministerio dainstl'Uciio publica transformou-se verdadei-ramente numa vasta fabrica de e colas. E lemini teria institn, termo mdio, tres es-colas Ot~ classes por (lia. Fazemo, poi , e co-las com a rapidez com que o paeleiro imprc-vi a o po. Nisso despendmos, em 11'esa1lnos com a coadj uvaUo das com munas, queconlra m emprestimos na Caixa das Escola,

    )IA SOMMA Ul'Ell101I A DUZENTO 1IIILHr,;.E' muito, o a alguns parecel'ia que andamostalv z um tanto apre sados de mai"; que sepod riam poupar um pouco mai a llnunasJran,,~zas. Sim, muito; mas, permitti-medizor-vos, AINDA NO PAS A DE UM COMEO.

    abeis o qne ser mi ter fazer, e a que de -peza carecemos de dispor-nos, para dara todos os municipio de Prana as escolasde qu precisam? Em principias do correnteanno procedemo' II essa inquel'ito; e o pre-feitos responderamnos, primeira vista,

    (i) JUI.IEN I:IA\"EM: QlteI1'le.l "{OI'IIlCS dalls les teolos pl'i-llIail'u (Paris, l 2), p. '.

    .(2) O. GREARO: L'ell.seign. SUpI". Pal'is CII 1881. M-",o,,'e l'l"lJselll ali Oonsell Acad. de Palis. Na Rcv. Ill/el'-1Ial., (maio) i 2,11. 5, p. 52L

    (3) R/v, blIJIllot. (iSS'I) VaI. !l, (l, 5S.

    que, alm desses duzentos milhes, necessitariamos despender mais 300 ou 350. Masdepois,rectiucou-se o trabalho, anto a lei doensino obrigatorio, a qual suppe haver naFranlia, den tro em certo prazo, tantas escolasquantas accommodem todos O' meninos deidade escolar. EO'ectuou>se com o mais acura-do esmero esse novo tr[,ball1o, cujo resultadovou acharme habilitado a transmittir ao parla-mento. Para que, ne te paiz, a lei do ensinoobrigr,torio seja, no s uma frma poderosae necessaria, mas uma verdade pratica euma realidade tangivel, minha convico que a republica franceza ter de despender,no annos que vm, SEI CENTOS OU SETECENTOSlII1LIlES. J (i)

    Oitenla mil contos despendidos, pois, e11l tresannos, ou vinte e seis mil eqtn!tentos por annos com a obra de multiplicao da escola popu-lar, e, ainda em cima, a perspectiva de maisDUZEl'iTOS E OITENTA MIL, unicamente nestaverba I E os estndi tas francezes encar:llU aimmensidade de te sacrificio como factu ordi-nario da administnlo, como a mais inevita-veJ das ex.igencias do paiz I l\1emoraveis pala-vra~ essas, que pairam como a mais bel lacora de luz sobre os doze annos de orelemrepublicana e o porvl' da nova instituies.

    Ei abi uma uao cujas esperanas cerla-mente? futuro no desmentir, e que jJ

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    (1) BLOCK: Alllluaire, i 81, pag. 699.(2) , ln tllO samo )"ear in which 30.000 .c ,,"as grallLed

    for cducaling Lhe p30Jlle, 70.000 was votod for buildiogstablo3 for the Qlleon.

    (3) RCjJort of the committee of C01lllcil 011 Educotioll (En-gland al~ 1Vales). i80-81. London, i881. P.XXXlII.

    (1) JUSTIN fc. C'IlTIIY M. r: _4. Histo!"yofoll!". oW/ltilllCS(Loipzig. 1880), .01. v p. 3 . .

    (2) Ibicl.(3) ConDE" S]1eechcs, p. 609, 61&.

    (~) BaIGILT: Ade/,"csscs, p. 66.(j) C.aLYL"' Coltee cd Wo!"", vol. X, p. +101.(6) As cif"as concornontos ao oxercicio de i~82-3,

    oxtrahimol-as da exposio do oramonLo do onsino. apro-sOIlLada li camara dos COlllflluns, om I> do abril dosLo linDo,]lor ~f. .liulldolla, om nOfllO do.gabinoLe. Times (lUeektyedilio/I).7 do abril do i882, p. 7.

    a educao, ahi mais minguados eram o meios triplo do que era em :1870, qninze veze" o dede snpprir as precises locaes. Durante annos i850 e vinte e ete vezes o de :18lJ,7. C nsi-e annos a doutrina de que a educao po- derando de outro modo,- de :18lJ,0 a 1 50 esselJUlar no deve ser objecto da aco do go oramento sextuplicou; de i850 a i871 cre,ceuverno nrredou a politica inglezu de toda e acim~ do .qu;intuplo; de :18i1 a :1 82 cbegouqualquer tentativa de remediar a ignorancia. quasl u tl'lpllcar. Cumpre notar que niio abran-Predominava a supposio de que o ensino gemas neste computo a Esco sia e a Irlanda' edirigido pelo Esl~:do seria uma creao de i u- afim de a"a liHrdc a diLl"erena que acarret;ri~dole anti-ingleza, capaz de ser util entre para mai- a incluso dessa dua regies doallemes, americanos, e outro povos seme- Reino Unido, ba ta apnlar-Yos O oramentolhantes, mas inadaptavel de todo o ponlo de :1881, fJ ue se resume assim:independencia viril das almas verdadeiramente Eusino iJrimario:britanicas . (i) O resulladu, rememora esse Inglaterra c Galles .autor, foi que mais de dois teros das Escossia .creanas, em todo o paiz, ficaram totalmente Irlanda .baldas de instruco . (2) CoMen dizia, e Rcpartii10 das cienciasrepetia, no anno de :1853, em Ma.nehester e c artes ' . . . 337. :181Barnsly: De todos os povos eXistentes na _

    f~ce da terra, o. povo inglez . o mais igno- Totul........ lk 2-19.

  • -46-po to que frequentemente os seus mel!lbrossejam de tituidos de toda a in truco, detodo e qualquer conhecimento, a no ser anoo de que o en ino um lJem para seusfilhos. M. Geary, in pector de escolas, examinou uma, om certa localidade, ondo nemum membro do conselho escolar sabia es-crevor. Ma es es patriarchas du immlgrao,a despeito de toda a sua igooranciu, desempenham-se integrame'nte dos seus deverespara com a puericia ; e tudo leva a crer que asescolas medrem alli a mais e mais, at quese venha a tornar to pronunciada a sua in-fluencia a bem da liberdade Da Victoria,quanto o foi sempre em Massachus etts. I (i)

    o se acredite, porm, que a democr:lciaau traliaoa deixasse o ensino publico eutre-gue indefinidamente ao azares da iniciativaparticulnr e da espontaneidade local. A neces-sidade de certa centralisao, exercida pelo E -tado, sente-se, e re peita- e alli, como por todaa parte.

    Assim: em Victoria ba um ministro dainstrnco pulJlica (ilJinistet' of Public Instru-ction) ; na Ausll'alia Meridional, um ministroda eli ucao (1IIinister controllin.Q Education ) ;na Tnsm

  • - 47-que volvamos os olhos alem-Rheno, por todaa parle o nos depara a mesma febre geral deconstruce, um movimento em verdade

    univer~al. Todos esse paizes acatntn a cienciacomo rainha; querem que. e ta soberana dostempos hodiernos habite p~lacio dignos dellae dos bens que derrama pelo mundo. Soreflexe suggeridas pelo aspecto do labora-toriGs. que observ:imos; e podemos et;lun-cial as a~sim sem exaggero nem empb~ e.(:1) Accaso, pa ra se atre,ror a Ines audacias,dispe o oramento au tro-hungaro da" en-sanchas, cuja f,dta, entre ns, serve deobjeco contra as reformas do ensino aosadeptos dessa falsa economia, cujo cullo sequer apostolisar em nos a terra, - idolo deolhos vendados e espad:.l em punho, paracortar o util como o imprestavel, o indi pensavel como o superfluo, o productivo como oeSleril, para no rl'agir contra os abu os,seno impedindo o prog-resso? Cone porveu-tUl'

  • - 48-

    ,..

    cimo d despezas traziUo pala suslentao dequarenla regim ntus de tI'opas armadas, deque at as familias subsi tiam custa da cidade,- Neto YOl'h. num anno apcnets, contribuiu,parn :JS de peza' escolares, com a enorme somma de tres mil dollars (seis mil CJntos de j-is).(1) ~ a Penn$ylvania, de 1863 a 1879, a saber,em 1.7 atino, 'Irrecadou, e de penl1eu com ain truco pl1IJlica mais cl~ elLbzentos mil contosele 'I'is. (2) Ou '1850 a '1870, na Unio, ao passoque a p putao L:rescia apeuas 70 p. iDO, assomll1as consignada instruclio publica su-birall1 500 p. iOO: scxtuplicamm.(3) Dei8H a 1 76, eis as som mas' gerae da l1espezacom as escolas pl~blicas wlicC!1nente, nas pro-vi ncias federadas:1.871........... 61.1.79.220 dollars1,872 70.031.9151873 ' 77.780.016187Ik .... , 74,.16D.'H71.875 80.950.333 (4)1.876 " 84,. 00:.i. 33il ( 5)

    Notese que essa apenas a consignao doensino popular; que n~o contm a despezildas com Illunns, dos cantes, dos Eslad s, coma in-trucfio eClll1daria, a instruco agl'icola,a instruco mercantil, a instl'llco industrial,a in tru 'o sLlperior de 111 ui heres, as escolaspreparatorias, O' collegios e universidades, asfaculJades de theologia, de direito, de medi-cina, de engenharia, de art s, a educao doscegos, do sUl'JoslIlud,s, d03 (eeble-minded,os orphiJnato, a escolas pal'a a preparaode ama'! (6), a3 rd{ol'matol'lj sclwols> as bibliolhecas; (lue Lles 'a addio no entl'am osbenficio da generosidade particular, toaclmi rl vei naq uelle pai 7., onde, eli1 1875,inclusive a renda da dot ,:io Peab')dy, cbga-

    (1):-1. H..:Y"";~J: L'cllScigrL. pl;,,1. ot 111'J(css. cn' Anyl.a 0Il Irl., p. 2iO-75. ,

    (2) III L"o matLol' Df Lho mlnogomonL of school fUllds,POllnsyll'o'lIio bas a p,'oud rOCOl'l1. Sinco 1863 mOI'O Lball

    ~ 100.UOO.000 "al'o bool\ l'oisoJ onu oxpolH.lod for Lho pullic oducation of YOIILh . RJport oft'lo conlmissio>! of Educ.fo)' Lllo ycar i879. (WashingLon, l8i9) Pago XXV.

    (3) BUISSON: Rll1POl't Sllr l'i/lStI'. 1//'m. l'cxpos. llItiv.,10PIl'iI~ lclpll., p. 6i.

    (4) BUISSON: lbiel., mappa allll010 pago 66. Repol'tof trio cOJllI>!iss. of Ed, p. XX:VHJ.

    (5) Rol" of Lie COIlUII. of Kd. fo,' t/IO yeal' 1 79, p. XXVlIf.(6) 2'l'ai"'ng scllools (01'11111'505. A ida dossa instiLuio,

    'Iuo, onL,'O n::;, fa.I' sorri" a muitos, 10m capt.ado a maiol'cousiJol'ao IlUblica nos ~SL:lJOS- Ullidos, onJo jil so con-tam!) ostabolocimonLos pal'a ossa ap.'ondizagom.dos qllaosum OIll'WashingLon, doi' om Boston Oko om NOII'-Yol'k.Em poucos anllOS ollos tom habilita lo mais do soiscolILasamas. No do \V1l3"illgLon oito moJiCtls do l'opuLaoloccionam anaLomia, I'''ysiologia, hygiono o Viu'ias app/i-caos da modicina o cil'lu'gia s nocossiuados dos'a pl'O-fissl. O mini tol'io fodol'al do inLOI'iOI' no '0 dodigllOIl dodizor, om 20 do ,lozol1ll,,'o do i8i8, IIl1m '\ocllmoIlLo olHcial:.1>. diroco o dosollvolvilllollLO dosLas illstiLuios tom tidoampla pal'lo na COrt'OSpOlldollcia dosLa l'0puI'Lio . (Dapa)'tmellt of tlle lntodo)', EIIl'ea" o( Eeluca/ioll.) Ainda norolaLol'io do t8i9 O$sa ropal'Lio fodol'al, animando a

    pl'opa~ao dossa irla. O$crov': - EIll vol'ias cidadosPI'oollllnonLos so agiLa O ponsamollLo do organizaI' oscolassomolhar\l.es, as quaos hn (to 10g1':lI', SOIll falta, os mosmosbon' frur.Lo$ inl'al'ial'olmonLo obLldos al. hojo VOI' Cil'-cula)'s or IlIforlllalioll o( tlle EIwonl1 of EducatiM, n. i-l8i9(Waslllllgton,! i9), p. 3-21, o Report of theCOllllllission.o( Educ. (o,' t/to !/ea,' 1879, p. LVHl- CLX.

    ~.

    ram quantia de H.9117:030S000 (i), eem 1.879 3ttingiram 3 1A.489:ti20ilOOO. (2)

    No emlanto crescem incessantemente asexigencias de dinbeiro, 3S reclamaes de re-formas, o sentimento da necessidade de colleso, de hlfmonia, de concentrao administra-tiva, de interferencia dos Estados e do Estado.Al1i, nesse paiz mesmo, onde a iniciativa in-dividuai e a energia local podem ludo, se ave-riga a j Ilsulficiencia dessas duas for35 p3raati 'fazer as aspi~'aes publicas em materia

    de ensino, e cresce dia a dia o numero devotos em attestao desta verdade, inevitavelno estado social dos DOSSOS lempos,proclamada,l1a annos, pela commisso de tenas publicasno co ngres"o americano; Facto sinllularmente[bssi,qnnlndo. na /tistoj'ia danossa especie, o deqtbe em paj'te nen/tumet a educa!J commU1n con-seguiu jamnis j'ealizllr prgl'essos consider'aveisentre opovo, sem o auxilio e a proteco eflicazelo .Qoverno.. (3)

    Nunca se obter, porm, essa efficacia, em-quanto o governo no comprebenda que, si,na pIH'a-e de Ulll espirito eminentemente poIitico, uo ha nada to granue quanto a ins-truco do povo. (4), razo qu.e na pro-poro e3tricta de sa grandeza esteja paracom ella a generosidade do Eslal!o. Esboandoo desenvolvimento do ensino nas ilhas deSandwicl1, onde essa tendencia civilisadorase deve influencia dos Eslados-Unidos, dizum conhecido bistol'iographo da instruco po-pular : Nilo /tn exemplo, nos annaes parla-men ~a res havainos, de que as camaras jamaisj'ecusassem, ou sequeI' reduzissem, o oramentopedirIa pelo governo para a instruco publica>(5) Eis um povo, cujos representantes ava-liam um pouco mai- sabiamente do que deo1'dinario succede n'out1'os paizes os interes-ses dos seus constituintes. Representantes.,dizia uma vez, Das camaras, um indigena, ricoproprietario da ilha, alguns d'entre vs pare-cem hesitar em votar o augmento propostopara a instruco publica. Emquanto a mim,no vacillo; votal-o-hia, ainda quando fosse oduplo; e digo-vos; votae-o unanimemente.Antes as alariar o mestre-escola do que o olfi-cial de policia; este protege a minha fazenda ~o outro en iDa a respeitala. Previnamos omal: melbor do que ter de reprimil-o. Cadadollar que desembolsamos pela instruco, um premio de seguro que pagamos para o tem-po vindouro. No lastimemos este desembolsomais do que o despendido em acautelar contrao incendio a3 nossas casas. Sommae o que,ha poucos aunos, nos custavam a policia e asdespezas dejustilia, e o quanto boje nos custam.Despenderemos me nos com este servio, sicom aqLlelle gastarmos mais. Quando um se

    (i) l3omo~ : Rapport otc., p. 67".(2) Rep. of t/te cOlllnliss. of Ed., p. CLXXX[

    '(3) - lt is a singular fact in I.ho his Lol'Y of OUI' spociosthaL I,oll'horo bas cOlllmon oducaLion lI1ado any consido-rabi o progro,s among Lhe poop}o wiLhouL Lho olliciollt oidand pr'oLocLion of tho gOVOI'D1I1011t.> Circulo o( lnfol"lll. oft/tc Bllr. of EII., p. i36.

    (4) DUI'ONT WllIrE: Dlljlrogres pOlitique ({868).\'''') L~\-ELEYE: L'i/lSt. elll peup., p. 47jJ.

  • - 49Annos Proporo p. !(lO

    Gro Ducado deBaden. . .. .. ... 1879 7,7'!.

    Provincia deBuenos Ayres.. i877 7,43

    AIsacia Lorena... 1879-80 :10,90 (t)Qualquer que seja, portanto, o modo de e_o

    tabelecer a confrontao, a no sa inferioridadere ilHa sempre, inevitaveJ, evidente, e can-duloa. No quo acabilmos de fazer, fica (;Brazil aballw at da autocracia mo covita e damonarchia japoneza. Sirva e ta verdade, nopara aggTavl.lro nosso marasmo, esmorecendo-nos, mas para inspirar repre 'entao na.cionid a energia de uma reanimao salvadora.e Jevill-a a inaugural' uma ra de sacriliciofinanceiros em ]Jenef]cio do cnsino sl.:ienUfice da educao popular, convencendo-se darealidade daljueJ1e axioma, formulado, liamuitos annos, por um b"azilelro de soudosamemoria: No !ta syste1lla de instl'uco e/lica::.sem disp!l1dio de muito dinheiro . (2)

    Os intcres es !lo pa sado tm contra as ida~rundamenlaes de um plano liberal de reorga-nisao deste servio ohjece conhecidas. Oque, porm, mio era de imginar, que evle seIU impugnar em nome do progres o intellectual melhoramentos com que, em toda aparte, i1~ naes mais e clarecidas lidam poranimal-o. Disse-se, a propu ito da novas ca-deil'il , com que se acabil de avigorai' e fecun.dar a iostrul.:o medica:-Abusoes da- prero-gativls do E tado' empregaes indevidamenteo dinheiro do . contribuintes, introduzindnos curso otIil.:iae Ocnsino de matel'ias. 'obrcujo proficuiuilde disputam ainda 0- compe-teutes. U Estaco no ensina seno a scienciafeita; Dilo tem o direito dtl iunovor, no pro-graruma das suas instituie' docentes, e tu-dos, especialidades, applicilt;US, a respeito dcuja utilidade no eja unanirne a opinio dosprufissionaes.

    Contra tao desorientado parildoxo no nosdemorariamos em malbaratar uma palavra,SI, numa ds duas casas do lJarJamento, em de-fesa do slatu. q~w, e para maior gloria da reac-o oh 'cul'ilnLista, no se tives e indigitadoessa inveuo da sophistica e do espil'ilo desystema como a voz da sciencia (!) erguidacuntra a reforma.

    A reaco abraada com a sciencia: especta-culo inaudilo, que esta\'a reservado 1.1 este paizoJrei'(~cer ao mundo I

    Ultanimidade en Ire os pl'ofissionaes I Maha, neste mundo, houve jmais governo al-gum que 'ubordinasse :JS reformas do ensinoa e 'sa condi '30 monstruo a e irrenlisavel? _auatomio pathologica (r.xemplificando) foi ad-millida pelo governo francez em Tancy, en~.Pari, em Montpellier; pela Allemanha epela Au Iria, em Tnbingen e Gie eD (1867),em nostoch o lIeidelberg (I 66), em Dor-

    Ilj CaknllllOS esLa' propo,.~es ,.ollro :1 ostalisLtll..L.'nancoir.l J'o~umid'l om nLOCK, .1mmalre de i i. pago:. UiL,659, 53!. 532,67,679,7, H, 592,696, lHO, 041, 46, ij:j&,663, 687, 6 , 741, 5U, 52 .

    (21 TJ.VAnes DA. TO, : A Prorj,,(UJ. (Hio, J870 P. 23 .

    962: 3li76oo0302:9.'()$i00381 :450,,0002:m:65U,)lJ003 :8OU80OO1,5:0005000

    1j0:67~. 500liO: 49:lbOOO

    5~:370t;9008:200.)0007:00U,SUOO2:000 OJO2:UOO,5000

    6 : oot;OOU

    'J,,33~,!:i95,235,386,iO6,J56,Ml

    :!.2 2:792j90013.627: 37:t_29'.10.216: 539572623. 1,3:918.)020

    IH ._80:623000

    1877-781!l771!l791876:18791879-801876-78

    Bu -ia .Japilo .Austria .Portugal , .Frana .Ingla terra .nepulJlica Argen-

    ti na .Guatemala .Belg'ica .Chile ' .Luxemburgo .Prussia .Haway .

    eleva, desce o out.r~. Creio qu:e esta con ide-raco nos deve decidir. De leito, a ~p~rova do credito efIectuou-se por unan.Il1.IJ.dad~.(1) Ora, ahi e-t um exemplo ~e .clvIllsa,aodado vantnjosissimamente pel~spldlg.ena~ d~quelle archipelago, onde a clvllIs~79-80 2,7718tH 3,031881 3,30

    7

    1) [bic!.(2) Dospoza no oxercicio do 1881-82 :

    SOlllll1a LoLal. ..Dospeza com II insLrllcoo pllblica:

    InsLl'Uco pl'imal'a e socllndada nomunicipio da crLo .

    E cola pol)'Lcchni a .Facnldado, do medicina .Facul.lado, do direito .Escola do ,"ioas .Lyceu cio arLes o onicio' .Asylo dos meninos desvalidos .[nstILuLo do, meninos COI[OS .

    dos surdosmudus .COJnnlOI'ciLd .. .. ... o ~ hisLol"ico .

    Ellucandos no Para .[mpol'ial academia cle mOllicina .......Bibliothoca publica .

    (3) Despem do ministerio la guerra.. :t JIlarinha.

  • - 50-part e Zurich (i86f), em MarburR' e Erlan-gen (i 62), em Bunn (1857), em Kiel (t851),em Basila e Munil:h (18:iOj, elll Wurt~lJur~(f8/~2), elll G(lttin~ue I~ Leipzig (184-\1), PlD BI'r-fim e Gr'l'if,walrl (1856), elO Prag-a o Vi~Olna(tHil9); peJa Hollanda, 'm Leide, elll Utrecht,em Gronill:.!UH; pela B,'Ig-ica, em Lieg-ee (jand;veltl llalia, nas l'i1clIldarles IIllldl'as dt' ROllla,fildollha. Padua. Pnrmll, Modpna, N'II"des.A o ,htulmi:ltritl roi recHIJida cllmo objecto d(~

    c;ldelr:o~ e c1inic;ls e~peci:oe~, entrt' outras, nasfaculdades di' Vienna (1819), Pr;;ga, Lpipzig(i820), Borlle ('18,14.), Wurtllzhlll'g (l!hO), GIII't-tin!!ue (184.7), Zurich (1862). G";IZ (I 6il), Hnll~(t8U1l), HCldHlherg e Bel' im (1865), Riel, RII"-to('h e Bonn (Ulli7). FriIJurgll e Greirsw"ld(i8G8), In~prud \i~69), M,lrbu"go e O"rpart(1.871) 'Ir,slJurgo e 11:0, ilpa (1H7:2), Erlangpn(t873); ntl~ escolas de medicina itillian;ls desd'a II'i de 18"9 confirlllarla. neste pOlltO, pHliI de1862, 18liti e I'e.!!, de i8 fi; na ullivrrsidarlesbelgas. (:omo capitulo ordinario do programma,nos curso~ officitles de IIledi 'ina. :o clinica dasmuleslia IlIentaes (p;y"hiatrica) ' de institllic:ocompal'i1tlvaulenlH proxima aos no~sos dws: I'mZUI' 'h dilta de 1~62; em B.'rli'lI. de 1.8li5;em Gllettin~ue, dc 1.867; em Vienna, de 1.~72;em Basila, UH 1.~7;l; em Leipzig, Jef87lb 8' egualmente no decurso desse lapso detempo qUI~ a m dil'ina mentill roi acolhida,COIIIO e plwialidade illdepend, nte, nas univer-

    sidadt'~ neerlandezas e no, prllgralllma~ fl'an-ceze", onde a ,ua intrllduc\:o , I'm Mllnlpt'l-lier, rle IHH, e dH 1877 cm Paris. Na m,',r parteda faculdade' allen.ils a exiRtl'ncia diRtinctado cur o de obstetricia p"stel'illr a 18::!O, eu-mpando o do Oorp

  • 51no se cursa em nenhuma dessas faculdades,nem nas de Dou:d, Lyo, Nancy e Toulouse.Em homenagem condlflo scimti/'ca da ttlta-nimilla'tli Imtt'e os p ofissi'Jl/al!s toda~ es~as es-pecialidades e51,) cOlidem n:lllas, Iodas urgeque se proscrev:lm do nosso ensi no uIle-rior. M:ios obra, para o bem e grandezada ~dellcjll I

    Applicado ao en~ino secundaria, no meno~ infeliz, menos t:himerico, menos absurdoo {'ri teria do assl'.ntillwnto 'unrmime d"s cllm-petentes. DRve a instruco, nes-a esphera,ser classica? Niio; que ;illi vos vm com em-bargos os amigos exclus\'istas da educaoscienliIJca. Convir, plIS, que seja ab~olutamente. ou especi;dml'nte, domillada pel ssciencas tle vel'i IIcao posili va? No, quevolo impugnam o~ eutllusiastas intrallsig-en-tes do saber litterario. Ser elllo ~imllltaneae harmonic:lmellte positiva e lilteraria ? Tam-bl-m no; porque dl~ um e outru I

  • - ~2 -

    'rritaLlo e violento. 'l'reze annos depois (2 de3etembl'0 de 18~6) reiterou a sua tentativa;leran te o mini terio de aI vandy. EmOm,mallo~rados todos esse esforos, um di cipuloseu, E. LiLLr, nl'sociou a sua penna, depois darevoluo de 184

  • - 53-mente, e necessariamente deVI:> entl'ar, nocirculo do ensino ollicial; mas unicamente averdadeira sciencia, a ciencia digna de talnome,-isto , a sciencia dos factos de01on~traveis, sua averignao, cla sificao e expl ica-o; a sciencia dos phenomenos observaveis donniverso, con iderados j nas frmas e rela-es abstractas sob que elles se nos ofTerecem,j nD sua natureza intrinseca e elementosconcretos ;- no a pretendida scienciD do in-corrnoscivel, do inverificavel, a metaphysicasob os seus diversos aspectos; em um ma,- a sciencia do real, sem mescla de ideologia,de sobrenatural, de abstraces Drbitrarias.Para esse ensino, pDra a fundao de um ver-dDdeiro systemD nacional de instruco publica,que de tal qualificao seja digno, estendendo-se, como va ta gradao de raios luminosos,desde a vida popular at universidade (I),cumpre no poupar abnegao, genero i-dade, heroismo .

    A Drte de ffizer a proposilo um sacrificiodeve-se contemplDr entre os meios de enriquecer. (2) E no hu sacrificios, a que tode molde D-sente eeta maxima, como os quetenderem educao do paiz.

    SDgradas so a es e respeito as obrigaesdo governo. E' dever do E tado ( ser-vindo-no das palavras de um eminente a-

    .bio) velar pelos interesses da maiori3, qUDn-to s reciprocas relaes individuaes, e es-peciDlmente pelos da nao em presena detodas as outras. Cumpre ,que elle se desem-penbe desse dever, no s no concernenteDOS interes es materiaes, seno tambem, eprincipalmente, no que diz respeito aos in-teresses intelIectuae e moraes,-no sob umV30 pretexto de gloria nacional, mas porqueuma dDs condies de exi tencia de cadaEstado no so deixar descer abaixo dosoutros Estado, sob qualquer des es aspectos.Possuindo mel boI' do que os particulares osmeios precisos para ser mais exactamenteesclarecido que este no tocante a eS.asquestes, os ,qOVP.T1IOS so ?-esponsnveis anteo paiz paI' toda e qualquer n.e,qti,qencia no des-empenho dos enca1-gos que lhes impem aqlbios progressos elas sciencias, das artes, da eco-nomia politica. (3)

    Que os poderes publico se possunm vi-gorosDmente da cODsciencia dessa responsa-bilidade, o mais ardente dos nossos voto,- bem que no nos escape a difIlculdade dasua sati5fao, num pniz onde, com mil vezesmais razo do que da !talia se queixava, noutl'ostempos, um celebre palriota, podemo dizer,sem injustiD, que, salvo honrosas excepe ,em tudo se pensa, meno no ensino popular .(~) Com tudo, os ultimo actos do parla-

    (il No syslelll of public e D'AzBOLIO: l m'ei "icol'di, v, II, p. i82.

    mento, despertado pela propo ta de oramentodo imperio e pelo nosso projecto de reol'ga-nisao do ensino secundal'io e superior,