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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A SUPERVISÃO ESCOLAR NO ÂMBITO DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM POR: Lécia Ferreira da Hora Melo Matrícula: 35340 PROFESSOR ORIENTADOR: Antônio Fernandes Vieira Ney POSSE-GO JANEIRO / 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A SUPERVISÃO ESCOLAR NO ÂMBITO DO

PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

POR: Lécia Ferreira da Hora Melo Matrícula: 35340

PROFESSOR ORIENTADOR: Antônio Fernandes Vieira Ney

POSSE-GO

JANEIRO / 2009

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A SUPERVISÃO ESCOLAR NO ÂMBITO DO

PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Monógrafa apresentada a Titulo de

Especialização em Supervisão

Escolar pela Universidade Candido

Mendes do Rio de Janeiro com

Orientação do Professor Orientador

Antônio Fernandes Vieira Ney.

POSSE-GO

JANEIRO / 2009

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Ao meu companheiro José Pereira e

meus filhos Suyanne e Wilker, pela

compreensão com que tem visto a

minha ausência durante este trabalho.

A minha mãe e irmãos que sempre

me ajudaram com incentivo, carinho

e apoio, fazendo me encorajar.

E a todas as pessoas que de uma

forma ou de outra contribuíram para

ampliar os meus conhecimentos,

profissionais e pessoais.

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Agradeço a Deus por proporcionar

esta oportunidade de realizar mais

um trabalho de aprendizagem tanto

profissional quanto pessoal na minha

vida.

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RESUMO

Na sociedade do conhecimento em que vivemos as novas tecnologias da comunicação e da informação provocaram mudanças em todos os setores, surgiram novas formas de contato entre pessoas, mudanças no pensar, sentir e nos modos de conhecer. Na educação não é diferente, todos são chamados a participar dessas mudanças, o supervisor escolar é o grande responsável a orientar os professores a serem criativos, autônomos, reflexivos sobre a sua prática e ousados na busca de novas metodologias, em prol de um ensino mais interessante, criativo e eficiente para os alunos. Para que aconteça um bom ensino, o supervisor deve estar em busca constante, pois na educação a cada dia surge uma coisa nova e ele tem que acompanhar os professores orientando no planejamento, projetos, atividades e avaliação, pois nossa sociedade é formada por famílias onde todos encontram grandes dificuldades para sobreviverem e at ingirem as crianças na aprendizagem ligando a estrutura familiar, pois sabemos que a escola é um ambiente onde as famílias podem contar com apoio moral social , onde a criança aprende a fazer, a conhecer, a conviver e aprende a ser alguém na sociedade com grande conhecimento, o chamado conhecimento mundo. Sabemos que o mundo de hoje a qualidade e conhecimento é a suma importância na vida de qualquer cidadão no mundo lá fora e para a criança ter essa qualidade de mundo ela tem que ter uma educação de qualidade, é isso que nós educadores passamos para os nossos educando para ter uma sociedade de qualidade cheia de conhecimentos tornando um cidadão preparado para encontrar grandes desafios e novas situações.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi de suma importância sobre as condições em que

ocorre a aprendizagem dos alunos e o papel fundamental da Supervisão

Escolar dentro de uma instituição onde sabemos que o trabalho pedagógico da

equipe escolar, é fundamental na prática educativa e na sociedade. Sabemos

que a educação é um fenômeno social e universal para formar nosso educando

em cidadãos brasileiros de qualidade, tornando capazes de estabelecer uma

relação ativa e transformadora de grande valia no meio social.

O estudo da pesquisa tem como objetivo o cotidiano do aluno

considerando suas diferenças culturais, analisando os conhecimentos de

cada um dos seus costumes e faixa etária. O educador já sabe como

trabalhar com cada um, fazendo um processo educativo, onde resgata cada

um deles para um mundo social e globalizado.

A educação é um conceito amplo que se refere ao processo de

desenvolvimento na aprendizagem de cada criança de forma curta ou longa

depende da criança.

Através dessa pesquisa tive a oportunidade de conhecer que a tarefa

principal do professor é garantir o ensino e aprendizagem de qualidade através

do processo de ensino com confiança e acima de tudo ser qualificado porque é

através da formação de professores que a educação é de qualidade.

Sabemos que Ensino e Aprendizagem, é um mesmo processo, o

professor planeja, dirige e controla o processo de ensino tendo em vista

estimular e suscitar a at ividade própria dos alunos para aprendizagem

desejada. E isso mostra que a aprendizagem escolar é uma atividade

planejada intencional e dirigida, e não algo casual e espontâneo.

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Com esses pensadores da educação: Pedro Demo, Augusto Cury,

Içami Tiba, Jackes Delors, Paulo Freire e outros, t ive oportunidade de

melhorar cada vez mais os meus conhecimentos pedagógicos, tornando

capacitada como uma Supervisora Escolar de qualidade e inovadora no

mundo de ensino e aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

CAPÍTULO I

FATORES QUE INTERFERE NA APRENDIZAGEM ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1.1. Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1.2. Indisciplina .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.3. Motivação .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

1.4. Comportamento .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

CAPÍTULO II

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2.1. Aprender a Fazer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2.2. Aprender a Conhecer .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.3. Aprender a Ser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.4. Aprender a Conviver... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

CAPÍTULO III

ENSINO APRENDIZAGEM O FAZER EDUCACIONAL ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.1.Educação de Qualidade, Uma Preocupação Antiga .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.2. Formação Profissional do Professor .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.3. Os Métodos de Ensino .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.4. Avaliação Institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.5. Avaliação no Processo Ensino-Aprendizagem ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3.6. Escola e Comunidade .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

CONCLUSÃO ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

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INTRODUÇÃO

A supervisão escolar no âmbito do processo ensino aprendizagem é

uma função que exige uma ação continua, busca constante de mecanismos que

favoreçam o ensinar e aprender.

A questão central deste trabalho é: ”Como se dão as relações entre

ensino e aprendizagem e como o supervisor e a equipe escolar podem intervir para

encontrar meios que transformem as dificuldades em sucesso?” Porque a educação

é antes de tudo organizar as experiências dos indivíduos na vida fora e dentro da

escola, onde sabemos que quem educa se preocupa com o sucesso do educando no

mundo lá fora. A interação humana é a principal aliada ao desenvolvimento deste

processo. Os pais, professores e demais membros da comunidade devem agir

mutuamente com o intuito de superar as deficiências do ensino aprendizagem.

Sabemos que educar é antes de tudo organizar conhecimentos. E

onde tem conhecimentos há experiência de vida, vida que desenvolve a

personalidade, que garante a sobrevivência e futuro inovador. É por isso que

dizemos o homem faz a sociedade ou a sociedade faz o homem a crescer e

multiplicar os seus conhecimentos.

Para que a escola cumpra sua função de facilitar o acesso ao

conhecimento e promova o desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral do

aluno, é necessário que haja uma reflexão coletiva, envolvendo o gestor

educacional, a supervisão escolar, o orientador educacional, toda equipe

pedagógica e a comunidade sobre a realidade de vida do aluno, tendo em vista

valorizar suas experiências de vida, o seu contexto cultural, social e

econômico para despertar o desejo de aprender. Cabe a supervisão escolar

integrar todos os membros da escola, os pais e alunos para traçar metas que

viabilizem o sucesso no processo ensino aprendizagem.

São, portanto objetivos desta pesquisa, identificar os aspectos

pedagógicos que possam ajudar a atender as necessidades dos alunos,

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tornando mais eficientes às situações de ensino aprendizagem, relacionar as

condições que favoreçam a construção de conhecimentos, destacando a

motivação como fator central na escola e o reconhecimento da importância

das interações sociais na prática pedagógica.

Abordarei no primeiro capitulo deste trabalho, os fatores que interferem

na aprendizagem. É comum ouvirmos professores dizerem que é necessária a

participação da família na educação das crianças, que os pais precisam participar

mais da escola, achando difícil disciplina-los, pois a disciplina tem tudo a ver

com a família. A dificuldade de aprendizagem não pode ser entendida como um

problema individual e sim coletivo, que deve ser analisado e solucionado a partir

de uma compreensão, entendendo o seu contexto e desenvolvimento. Sabemos que

muitas famílias lutam com grandes dificuldades para sobreviver e isso também

nos preocupa porque a criança encontra problemas dificultando na aprendizagem

onde liga a estrutura familiar. Nem toda família é formada por pai e mãe, pois

sabemos que existem pais separados e isso dificulta ter uma vida digna, trazendo

grandes obstáculos na aprendizagem.

No segundo capitulo falarei sobre os quatro pilares da educação,

pois segundo Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver

quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada individuo os pilares

do conhecimento: Aprender a fazer, mostra a coragem de executar, de correr

riscos, de errar mesmo na busca de acertar; Aprender a conhecer, indica o

interesse à abertura para o conhecimento que verdadeiramente liberta da

ignorância; Aprender a conviver, traz o desafio da convivência que apresenta

o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do

entendimento; E aprender a ser, que talvez seja o mais importante por

explici tar o papel do cidadão e o objetivo de viver.

Toda escola tem que estimular o aluno o gosto pelo saber, a vontade

de buscar coisa nova e crescer na vida. Basta ela acreditar no potencial de

cada aluno que ali se encontra, pois é da escola que surge grande cidadão no

mundo do trabalho. É através da escola que cada cidadão aprende a fazer, a

ser, a conviver com dignidade.

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Ensino aprendizagem o fazer educacional é o que abordarei no

terceiro capitulo dessa monografia. Fomos apresentados ao universo dos

grandes pensadores, e dos muitos anônimos, que com suas experiências,

coletivas e isoladas, ajudaram a somar exemplos de como se educar e porque

se educar. É ai que entra a formação dos professores para poder exercer um

bom trabalho e colhendo frutos objetivos, onde podemos ver que viajemos a

raiz desta nova sociedade em busca da compreensão de seus modos de educar,

é o convite que nos faz a educação de grande valia para todos os cidadãos no

mundo que eles convivem. E sabemos que o curso Supervisão Escolar não

foge dessa realidade de lutar por uma educação de qualidade inovadora e

sucessiva.

A educação sai do âmbito do adquirir conhecimento e ganha

dimensões de transformação, de construção mesmo do novo homem, do novo

cidadão. Ela se reveste dentro dos novos paradigmas educacionais, de uma

importância ímpar, ao passo que permite abertura de discussões em torno da

competência profissional do responsável para que a educação aconteça, o

professor.

Esse trabalho, não mina sangue nem escorre suor, mas

figurativamente, essa é a essência, pois nele está uma vida, vida que nasce, ou

antes, renasce com a aceitação do sacrifício de subtrair de sua vida a própria

vida, e dedicar-se a um sonho, mais que isso, um ideal, uma realização

pessoal. Maior que uma realização profissional, mas que se completam para

quem dentre muitas escolhas, optou pela educação, pela melhoria de sua

prática pessoal, acreditando que sendo uma profissional melhor, teremos

cidadãos melhores, e conseqüentemente um mundo melhor.

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CAPÍTULO I

FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM

1.1. Família

Nossa sociedade é formada por famílias que lutam com muitas

dificuldades para sobreviver. Esses problemas atingem as crianças na

aprendizagem, pois os problemas podem estar ligados à estrutura familiar.

Nem todos os alunos pertencem à família com pai e mãe, com

recursos suficientes para uma vida digna. Essas situações trazem obstáculos à

aprendizagem, não oferecem à criança recursos materiais, carinho,

compreensão e amor.

Há também o caso de filho único e caçula, certamente na escola,

quando ele for apenas mais um entre outros trinta ou quarenta alunos, poderá

desenvolver bloqueios à aprendizagem, desvalorizando a escola. Nesses casos

exige-se todo um trabalho de adaptação á vivência em grupo.

Quando a criança é muito mimada em casa, o professor tem que

fazer um trabalho com os pais, procurando uma maneira de diminuir os efeitos

negativos do mimo, no sentido de que estes substituam o excesso de mimo por

uma educação equilibrada.

Sabemos que é a família que estabelece as relações afetivas, valores

e normas de conduta mais intensas. E quando encaminha seu filho para a

escola, espera estar dando a ele a oportunidade de preparar-se para o futuro.

Muitas são as dificuldades da vida atual e tem levado muitos pais a

encaminharem os fi lhos mais cedo para a escola, deixando a esta toda a

responsabilidade pela sua educação. A participação dos pais na educação

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escolar dos filhos é de grande importância para que possa ser realizado um

trabalho em conjunto para suprir a deficiência no aprendizado, combater a

indisciplina e outros fatores que ameaçam o desempenho acadêmico dos

alunos.

O simples fato de os alunos serem provenientes de

diferentes famílias, diferentes origens, assim como cada

professor ter, ele próprio, uma origem pessoal, e os outros

auxiliares do trabalho escola terem também, cada qual,

diferentes histórias, permite desenvolver uma experiência

de interação “entre diferentes”, na qual cada um aprende

e cada um ensina. (PCN,1997 vol. 08. p. 53 ).

É importante considerar as diferenças como valiosas ferramentas.

Sejam essas diferenças individuais, familiares, culturais ou financeiras. Elas

sendo analisadas e bem trabalhadas podem contribuir significativamente para

o aprendizado. A família é o foco principal , porque é nela que são

evidenciadas as divergências, as desarmonias e desigualdades. Ela é capaz de

acompanhar com precisão a vida escolar do filho.

1.2. Indisciplina

Quem leciona em escola onde o problema de indisciplina é grave,

pode pensar que atitudes repressivas seja a solução. Mas as medidas capazes

de fazer os alunos mudarem o modo de agir e de pensar é levá-los a uma

reflexão sobre suas ações.

Diferentemente do que muitos acreditam as causas da indisciplina

não estão apenas no estudante e na educação que ele traz de casa. Ao achar

que as soluções para o problema estão fora do seu alcance, a escola nega a

responsabilidade que lhe cabe. Disciplina tem tanto a ver com a família

quanto com a escola.

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O aluno indisciplinado não é mais aquele que conversa ou se

movimenta na sala. É o que não tem limites, não respeita os sentimentos

alheios, tem dificuldade em governar a si mesmo. São essas as característ icas

que devem ser trabalhadas. Em vez de um pré-requisito, a disciplina se torna

um dos objetivos a ser construído pela escola.

Com as crianças menores, essa construção deve ser permanente,

lembrando de apresentar aos alunos as regras e combinado todos os dias.

O desrespeito à figura do professor é um queixa comum. O aluno

não reconhece que o professor é obrigado a fazer malabarismo para atrair a

atenção da classe, não diz com licença, obrigado, simplesmente levanta-se e

interrompe a aula. Em muitos casos essa indisciplina é de origem familiar. Os

próprios pais não respeitam os professores, isto é, não estimulam a gratidão a

esse profissional .

Os pais nem sempre transmitem noções de ética, para seus filhos.

Não exigem respeito e não os ensinam a respeitarem empregados,

funcionários parentes próximos. Daí o aluno acha quase natural o desrespeito

pelo educador.

É dever de a escola educar os alunos que não conhece boas maneiras

e reeducar aqueles que sabem seus deveres e que muitas vezes deixam ser

levados por outros colegas.

A ind isc ip l ina não tem uma causa única . Em algumas s i tuações ,

t en tar ras t reá- la , buscando suas causas e tomar a t i tudes coerentes ,

cons tan tes e conseqüentes , i s to é , necess i tam do endosso de todos os

professores .

O “fundão” é a covardia do aluno que se esconde no anonimato. Mas

é muito fácil resolver esse problema. Coloque as carteiras em círculos, e

acabe com o mesmo, eliminando muitas vezes até as conversas paralelas.

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1.3. Motivação

Sabemos que nossos alunos, como seres humanos normais, têm

como todo mundo a mesma estrutura motivacional. O objetivo do processo

educacional é transmitir conhecimentos e desenvolver habil idades capazes de

permitir-lhes realizar suas potencialidades. Mas para que isso aconteça é

necessário, em primeiro lugar que o aluno queira aprender.

Mas querer aprender é algo que o professor não pode colocar na

cabeça de ninguém.

Quando se ouve um professor decepcionado com o desempenho dos

alunos dizendo que ensinou muito bem e não houve rendimento por parte do

aluno, compreende-se que os alunos não captam necessariamente o que o

professor presume ter ensinado bem. Mas se confunde ensinar com dizer,

explicar, enunciar, proclamar, etc. Vê se claramente que a aquisição do saber

não se faz por simples contato com o saber de outrem e sim construir em si .

Ora costumamos dar nossas aulas sem perguntar se aquilo que os alunos têm

de fazer é de fato suscetível de desenvolver neles as capacidades que

desejamos ver surgir.

Para conseguir levantar a auto-estima do aluno e manter o interesse,

é preciso levar em conta vários elementos na elaboração do próprio método de

ensino como despertar a curiosidade para motivar os alunos à aprendizagem e

estratégias de ensino suficientes para manter a atenção dos alunos. “Percebe-

se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva

a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os

conteúdos, mas também ensinar certo”. (Paulo Freire,1996 pág.29)

1.4. Comportamento

O senso comum costuma identificar comportamento como atos e

gestos que as pessoas executam em determinadas situações. Contudo, quando

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se estabelecem valores do tipo “bom comportamento em sala de aula”, já se

comete um equivoco. Na realidade, o aluno que não procede, constantemente,

de acordo com os padrões esperados, está manifestando uma atitude de

desrespeito às regras.

Atitude é uma tendência, uma predisposição para a ação. O

comportamento observável é apenas o reflexo dessa postura psicológica.

Algumas atitudes comuns da realidade escolar podem ser claramente

identificadas como a preguiça, o respeito e o interesse. A cada um

corresponde uma série de comportamentos observáveis.

Veremos agora como modificar os comportamentos que interferem

no processo educacional. Em primeiro lugar devem ser observados os

componentes das at itudes que levam a tais comportamentos. Segundo os

psicólogos que pesquisam o assunto, uma atitude é composta de três

elementos: o cognitivo afetivo e comportamental.

O componente cognitivo é o conjunto de crenças que o individuo

acredita ser verdadeiro.

O elemento afetivo, para muitos estudiosos, é o que mais caracteriza

uma atitude. Trata-se do conjunto de sentimentos relacionados ao objetivo da

atitude. Se esses sentimentos forem agradáveis, como o amor e a admiração, a

atitude é caracterizada como posit iva. Se forem desagradáveis, como o ódio, a

raiva ou o medo, a atitude será negativa. Os sentimentos são tão negativos

que leva a ficar imaginando formas de vingança.

O terceiro elemento é conseqüência visível dos outros dois: O

comportamental . Quanto maior a carga emocional e a crença que o individuo

tem em relação ao objeto, maiores chances de transformar a ati tude em

comportamento observável. O aluno deixa de fazer tudo o que pode estar

relacionado ao professor, mesmo em prejuízo próprio.

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Mas há dois grupos principais de teorias que abordam como

modificar atitudes que geram comportamentos inadequados: a da coerência

cognitiva e a comportamentalista.

Segundo a teoria da coerência cognitiva, as pessoas têm necessidade

de integrar suas percepções e conhecimentos de uma forma organizada e

coerente. Assim se o aluno não gosta de um professor por uma informação

que ele acha possivelmente ter sido dita por ele e em seguida descobre que foi

o outro professor, esse aluno é motivado a buscar solução para reduzir o

desconforto com o mal entendido.

A teoria comportamentalista, defende que a mudança de at itudes

pode ser obtida através do seu aspecto manifesto, o comportamento. Os

comportamentalistas defendem a idéia da utilização de reforços positivos e

negativos para a obtenção do comportamento desejado. Algumas regras

básicas precisam ser seguidas por quem aplica a técnica da recompensa ou da

punição:

• É preciso criar um relacionamento cordial e afetuoso com o aluno.

• É necessário escolher um meio de recompensa ou punição suave ou

moderado, adequado ao problema, ao contexto e as características

do aluno.

• Quem vai conceder a recompensa ou aplicar a punição deve ter

controle sobre si mesmo, não se deixando levar pelas emoções.

• Faz-se necessário aplicar a mesma recompensa ou punição para a

mesma resposta, sempre que ela ocorrer.

• É preciso apresentar a recompensa ou a punição assim que o fato

acontecer, e os alunos devem saber claramente porque estão sendo

premiados ou punidos. Recompensa ou punição só funcionam

adequadamente, quando bem aplicados.

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CAPITULO II

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

2.1. Aprender a Fazer

A escola é um ambiente onde se deve contar com o acaso para

que as co i sas dêem cer to . Pois segundo Delors , a p rá t ica pedagógica deve

preocupar-se em desenvolver quat ro aprendizagens fundamenta i s :

aprender a fazer , aprender a conhecer , aprender a ser e aprender a

conviver .

Todas as ações dent ro da unidade escolar , todo fazer de seus

prof i ss ionais , deve ser uma ação pensada , t rabalhada na prancheta

p lanejada .

O p lanejamento é es tar fadado ao f r acasso , aos a t ropelos , a

ações de improviso , e i s so não combina com a cons t rução da educação .

P l ane j a r j á fo i du r an t e mui to t empo s i nôn imo de cop i a r .

Mui tos i am às r eun iõe s d e p l ane j amen to onde o que acon t ec i a e r a a

d i s t r i bu i ção de con t eúdos p rog r amá t i co s po r d i s c i p l i n a ao s p ro f es so r es

e e s t e s o s cop i avam em s eus c ade rno s que depo i s s e r i am esquec i do s ,

po rque e s t es p ro f es so r es s egu i r i am s eu s l i v ros , e s e que r o lh a r i am pa r a

o p l ano .

Na forma como a educação se dá hoje , t a l concepção não tem

mais lugar , nem para o descaso com o p lanejamento , nem com a forma

i so lada de se p lanejar , ho je , com o cará ter mul t idisc ipl inar da educação , o

t rabalho co le t ivo ganha espaço e os professores das d isc ip l inas procuram

es tar p lanejando conjuntamente , o que vem desencadeando bons

resu l tados .

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Elaborar projetos vem atender a essas necessidades, pois

constitui um processo de concentração de intel igência,

art iculação de esforços e condições necessárias para

garantir o enfretamento de desafios e a superação desejada

de obstáculos específicos e claramente delineados, assim

como o aproveitamento de oportunidades de

desenvolvimento. ( LUCK, 2003;p.18)

O levantamento dos objetivos de ensino pelo professor é uma tarefa

que procedem outras. Nesse momento do planejamento, a escola já tem o seu

projeto político pedagógico determinado e o professor fez parte dele e o

conhece. Isso é muito importante, uma vez que todo planejamento, de

qualquer ação que seja dentro da unidade escolar deve estar em consonância

com o projeto pedagógico da escola. Entende se também que neste ponto, a

escola por meio do Projeto Político-Pedagógico, já delimitou sua corrente

filosófica, o modelo de educação que será implantado, e o perfil de aluno

cidadão que deseja desenvolver.

Os coordenadores pedagógicos já repassaram aos professores as

metas da escola para o ano, e as temáticas que devem ser trabalhadas.

De posse desses pré-requisitos, o professor deve conhecer a

realidade de seus alunos e as suas necessidades.

Uma vez que é função da escola preparar o aluno para a vida em

sociedade, e para a vida de um modo geral , entendemos que um leque grande

de possibilidades se abre nesse momento, tendo que traçar objetivos que

propiciem aos alunos desenvolverem habilidades cognitivas, com conteúdos

científicos e técnicos, levando a desenvolver atitudes.

Uma coisa é certa, é da exposição de objetivos claros e bem

definidos que o professor tem chances significativas de sucesso, pois uma vez

que sei onde quero chegar, será mais fácil estabelecer os meios e

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procedimentos para chegar até ele e mais, no momento de cobrar isso do

aluno, estes saberão como melhor responder.

“O professor deve produzir no aluno a fome pelo saber, não deve

transmiti-lo apenas, mas deve deixar no aluno a vontade de buscar cada vez

mais”. (ALVES, 2002, p. 18).

Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do

trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o cidadão

esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe,

desenvolvendo espíri to cooperativo e de humildade na elaboração conceitual e

nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição,

gostar de certa dose de risco, saber comunicar-se resolver conflitos e ser

flexível.

2.2. Aprender a Conhecer

É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobri r,

construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se

mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e

a atenção permanentemente. É preciso também pensar no novo, reconstruir o

velho e reinventar o pensar. O que também significa: aprender a aprender,

para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de

toda a vida.

Não importa tanto hoje a quantidade de sabores codificados, mas o

desenvolvimento dos desejos e das capacidades de aprender a aprender.

Compreender o mundo que rodeia o aluno tornar-se para toda a vida, amigo da

ciência, dispor de uma cultura geral vasta e ao mesmo tempo, da capacidade

de trabalhador em profundidade determinando número de assuntos,

exercitarem a atenção, a memória e o pensamento são algumas das

característ icas desse aprender que faz parte da agenda de prioridades de

qualquer atividade econômica. Este é um processo que não se acaba e se liga

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cada vez mais a experiência do trabalho, à proporção que este se torna menos

rotineiro.

Segundo Içami Tiba, “Comer alimenta o corpo de energia enquanto

aprender alimenta a alma de saber”.

Deve existir a preocupação de despertar no aluno, não só estes

processos em si , como o desejo de desenvolvê-los, a vontade de aprender, de

querer saber mais e melhor. O ideal será sempre que a educação seja

encarada, não apenas com um meio para um fim, mas também como um fim

para si . Esta motivação pode ser despertada por educadores competentes,

sensíveis às necessidades e dificuldades dos alunos, apresentando lhes

metodologias adequadas para uma melhor compreensão.

Despertar em cada aluno a sede de conhecimento, capacidade de

aprender cada vez melhor, desenvolvendo os dispositivos intelectuais e

cognitivos, que lhes permitam construir as suas próprias opiniões e o seu

próprio pensamento crí tico e aventurar-se sozinho pelos domínios do saber e

do conhecimento.

2.3. Aprender a Ser

Aprender a ser é um tipo de aprendizagem que depende diretamente

dos outros três. Considera-se que a educação deve ter como finalidade o

desenvolvimento total do individuo “espírito e corpo, sensibilidade, sentido

estético, responsabilidade pessoal e espiri tualidade”.

É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estil ístico,

responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crí tico, imaginação,

criatividade, iniciat iva e crescimento integral da pessoa em relação à

intel igência. A aprendizagem precisa ser integral , não negligenciando

nenhuma das potencialidades de cada individuo.

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Cabe a educação preparar não para a sociedade do presente, mas

criar um referencial de fatores e de meios para compreender e atuar em

sociedades que dificilmente imaginamos como serão. Este pilar significa que

a educação tem como papel essencial “conferir a todos os seres humanos a

liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que

necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto

possível , donos do seu próprio destino”. Prepara para agir com autonomia,

solidariedade e responsabilidade, reconhecendo suas forças e seus limites,

buscando superá-los a auto-estima, o auto-conceito, gerando autoconfiança e

autodeterminação para que possa construir um projeto de vida que leve em

conta o bem estar pessoal e da comunidade.

2.4. Aprender a Conviver

No mundo atual, aprender a conviver é um importantíssimo

aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros e ter a

capacidade de comunicar-se, interagir, não agredir, decidir em grupo, cuidar

de si , do outro, do lugar em que se vive e valorizar o saber social.

Desenvolver a compreensão e a percepção de interdependência, administrar

conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

Aprender a viver com os outros, a conviver, implica fazer da

partilha, do diálogo e da ajuda mútua, sinais quotidianos de uma cidadania

ativa. Antes de constituir-se como reflexão sobre valores, princípios ou regras

de conduta, a ética diz respeito a essa prática de convívio. Primordialmente,

ela refere-se á relação que aproxima subjetividades misteriosamente separadas

pelo segredo que mora dentro de cada pessoa, tornando-a especial e única. É

aí que a paz começa, na disponibilidade para sentir, para escutar e para

aprender com modos de ser e viver diferentes. É da interação entre pessoas e

respectivas histórias de vida que emerge a riqueza do humano em toda sua

complexidade e esplendor.

O convívio é gerador de sentimentos, de afetos, de idéias, de

desejos e de valores. Ele pode, também, ser gerador de conflitos, de

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frustrações e de riscos. Uma das tarefas da educação está aí, no ensinar a

aprender, a integrar, a frustração, a dor, e até o medo, numa identidade

progressivamente adulta. Porque não é possível falar em desenvolvimento e

emancipação, de indivíduos e comunidades, sem considerar a ruptura com as

rotinas securizantes que toda a abertura à al teridade implica. E a violência, a

agressão, ou a indiferença, não são respostas para a insegurança e para a

incerteza. A descoberta do outro, condição necessária para a descoberta de si

mesmo, deve ser marcada pela consciência da interdependência e pelo

sentimento de proximidade que suportam uma cultura de paz. Todavia, a

promoção desta consciência e deste sentimento não pode ficar confinada à

transmissão de conteúdos sobre a diversidade humana ou sobre os valores do

pluralismo humanista. Em grande parte ela depende das práticas de convívio,

de diálogo e de cooperação que conseguirmos instituir no quotidiano escolar

onde o professor funciona como figura de referencia.

Enquanto prática de convivência, a paz não se confunde com

atitudes de tolerância passiva, com indiferença, conformismo ou quietismo.

Pelo contrário, a paz começa no movimento que rompe com o egoísmo e a

auto-suficiência, traduzindo-se no prazer do encontro, na atenção, no cuidado

e na ação solidária em favor do outro. Sem esquecer que aprender a conviver

passa também pelo aprender a respeitar os espaços de solidão e de privacidade

necessários à afirmação da humanidade em cada homem.

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CAPITULO III

ENSINO APRENDIZAGEM: O FAZER

EDUCACIONAL

3.1. Educação de qualidade, uma preocupação antiga:

Educação de qualidade é aquele que promove para todos,

o domínio de conhecimentos e desenvolvimento de

capacidades cognit ivas, operativas e sociais dos alunos, á

inserção no mundo do trabalho à consti tuição da

cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade

mais justa e iguali tária. Em outras palavras, escola com

qualidade social , significa a inter-relação entre

qualidade formal e polí t ica, é aquela baseada no

conhecimento e na ampliação de capacidades cognit ivas ,

operativas e sociais, com al to grau de

inclusividade.(LIBANEO, 2001, p. 54).

Não é de hoje que a qualidade da educação escolar vem sendo

questionada. Discussões em torno do assunto vêm sendo feitas há muito

tempo. No entanto, apenas a partir dos anos 90 é que o tema toma corpo entre

a classe educacional e no meio da sociedade.

É importante observar que as mudanças no modo de ver e fazer a

educação se deve à nova sociedade que surge dos anos noventa, ao poder da

mídia que faz com que a comunicação chegue aos lares, à abertura política

que solta as amarras da voz popular e dos intelectuais e teóricos.

Essa nova sociedade se vê diante de um mundo que caminha a

passos rápidos, e a preocupação é em não ficar para trás, mas é também em

acompanhar, e se possível, se colocar a frente, se antecipar.

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A escola passa a ser vista então como o canal que possibilitará esse

acerto de passo entre sistema e sociedade. Essa concepção promove o clamor

em torno de uma educação de qualidade. É aí que a nova polít ica voltada para

a educação se faz imperativa, surgindo programas os mais variados, e

permitindo que a valorização do magistério seja novamente colocada em

pauta.

Não se pode esquecer a questão externa, os interesses internacionais

que chegam com a globalização, com a ausência de fronteiras. Não é mais

somente o mercado nacional que exige capacitação, mas a presença de

multinacionais, exigentes, torna-se um fator a mais na impulsão das

modificações necessárias á educação escolar.

As escolas foram mobilizadas e dos professores foi exigida a tarefa

de pensar na prática, e contribuir para a formação de um projeto nacional para

a educação. Trazendo a questão para o âmbito mais pessoal , a vivencia

própria, na realidade imediata, envolvidos no processo de discussão e

implementação das políticas públicas destinadas á educação. Estava aberto aí

o precedente que hoje norteia as escolas, o principio da gestão democrática.

Educadores que por anos a fio tiveram que acatar as imposições por vezes

alienadas de instancias superiores, sem poder de decidir ou influir de forma

alguma nos mecanismos educacionais, ora se vê com voz nas tomadas de

decisões. Foi assim com o plano Decenal de Educação, com o PCN e tem sido

assim com as articulações em torno da elaboração do Projeto Político

Pedagógico.

A soma destes e de outros recursos que assaltaram as escolas nestes

últimos anos, mostram as tentativas de tornar educação escolar uma educação

de qualidade. No entanto, Programas e recursos por vezes têm se esbarrado no

fator humano dentro da escola. A ausência de um profissional devidamente

capacitado para atuar em conformidade com os projetos e com competências

para manuseio dos recursos colocados a sua disposição revela a necessidade

primeira e mais importante nesse processo, à capacitação do profissional da

educação.

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3.2. Formação Profissional do Professor:

Uma das formas mais eficazes de aprender a enfrentar as

mudanças e ir construindo uma nova identidade

profissional é o desenvolvimento de uma atitude critico-

reflexiva, isto é, o desenvolvimento da capacidade

reflexiva com base na própria prática, de modo a associar

o próprio fazer e o processo do pensar. ( José Carlos

Libâneo, p.27, 2001).

Bom seria se todos os profissionais em exercício hoje no

magistério, pudessem ter passado pelo processo normal de formação. Chamo

de normal os caminhos percorridos antes do ingresso em sala de aula, nas

escolas formadoras, nas universidades.

Acontece que, devido à indisponibil idade de mão de obra

qualificada, profissionais recém saídos de escolas de ensino médio ingressam

nas salas de aula. Isso faz com que o conteúdo necessário à formação dos

professores tanto no embasamento quanto na prática, ficam defasados, e este

profissional , por mais competente que seja não pode explorar todas as

potencialidades dos alunos, pois ele mesmo tem dificuldades devido a sua

formação incompleta.

Diante da exigência da educação atual o MEC vem desenvolvendo

no sistema educacional, programas que estão provocando mudanças com

reflexos na atuação dos professores: direção à melhoria de qualidade; a TV

escola que possibilita o acesso de professores dos diferentes pontos do país a

informações e propostas atualizadas de práticas educativas; alguns programas,

como o estudo dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com discussão,

formulação e divulgação dos referenciais; a EJA, que ajuda os jovens e

adultos recuperarem os estudos: Educação infantil; o salto para o futuro; a

Inclusão que permite o acesso de pessoas com necessidades especiais às

escolas; o Pro formação que facilita a formação e titulação em serviços de

professores leigos; tem fortalecido a necessidade da formação inicial e

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continuada do professor com cursos de licenciaturas, onde os professores

estudam durante as férias e finais de semana melhorando sua autonomia,

cidadania e sua prática pedagógica. A formação de professores é repensada a

partir da necessidade de melhoria da educação escolar infantil, de jovens e

adultos e das discussões atuais sobre as maiores especificidades do trabalho

profissional do professor.

Para qualquer campo de, exige do profissional uma boa formação.

Pois os profissionais com formação alcançam melhores resul tados do que os

profissionais sem informação alguma ou com formação ruim, isso implica

que não basta ter uma formação, mas sim qualidade na formação de que

dispõe.

A afirmação dos profissionais da ética democrática, a superação das

discriminações e preconceitos de origem ética, cultural e sócio-econômica por parte

dos jovens e adultos, está entre grandes desafios da sociedade brasileira, para o

enfrentamento dessas barreiras, portanto a formação de professores é decisiva.

Essa formação precisa possibilitar o desenvolvimento do professor

como pessoa, como profissional e como cidadão.

Ao analisar os objetivos e conteúdos da formação, é preciso

levar em conta as novas demandas da atuação do professor,

tanto em relação à função social colocada à escola, quanto

em relação á necessidade de formar um profissional

reflexivo. (Secretaria de Educação Fundamental, Ministério

da Educação e do Desporto, 1999: p. 67).

Colocar o futuro professor em contato com a realidade que irá atuar,

desde o início do curso, discutir as questões relativas a função social da escola e a

importância do trabalho docente frente à diversidade e heterogeneidade dos alunos

e a complexidade da prática pedagógica são dimensões importantes a serem

garantidas na formação inicial dos que ingressam na profissão. É importante que a

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instituição de formação busque continuamente reflexões sobre os conteúdos e

sobre a metodologia como que estes serão trabalhados.

É preciso que nos cursos de licenciatura oferecidos, os alunos sejam

orientados no sentido de transpor o que aprendeu na esfera do “saber” para a

esfera do “saber fazer”, no que se refere à prática educativa. O aprender

contínuo é essencial no dia-a-dia de um docente. Um bom professor soma seus

conhecimentos ao exercício de sua profissão. Sua formação é tão importante

quanto sua prática. Concordo plenamente quando um autor diz estar de acordo

com uma professora que disse assim; “entre a teoria de um autor que queremos

assumir e a prática que queremos transformar com essa teoria existe a nossa

teoria”. (Chistov Apud Libâneo, 2000).A formação contínua deve fazer parte dos

calendários escolares para que possamos construir nossa teoria.

O importante é nos conscientizarmos de que a formação inicial e

continuada é condição essencial para o desempenho profissional, melhor gerar

melhores condições de trabalho. Pois a escola é um lugar educativo, é o lugar

do ensino sistematizado, local de aprendizagem em que todos aprendem a

participar das decisões.

Espera-se do professor hoje que ele seja capaz de não apenas

desenvolver a sua função, mas que ele saiba o porquê do fazer pedagógico, e

mais, que possa desempenhar o seu papel de forma significativa tanto para o

seu crescimento profissional , quanto para o beneficio da sociedade.

A educação continuada se faz necessária pela própria

natureza do saber e do fazer humano como práticas que se

transformam constantemente. A realidade muda e o saber

que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado

sempre. Dessa forma, um programa de educação

continuada se faz necessário para atualizarmos as

mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como para

atribuirmos direções esperadas a essas mudanças.

(Christov Apud Libaneo,1998)

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Buscar o aperfeiçoamento constante é adquirir uma postura nova,

pois não estamos acostumados com a inovação devido a nossa formação ter

sido tradicional. Daí a importância de estarmos part icipando de cursos de

formação continuada. Como é o nosso caso que não somos meramente alunos

e sim professores que necessitam de capacitação profissional. A formação

nesse caso está voltada para o desenvolvimento de conceitos daquilo que já

trabalhamos e mais, uma formação para o novo paradigma educacional.

A formação continuada é uma maneira diferente de trazer a

capacitação profissional de professores. O professor que não revê sua prática

de ensino, não experimenta novas formas de trabalho, não inventa novos

procedimentos, provavelmente não alcançará sua autonomia profissional.

3.3. Os métodos de Ensino

Crianças e jovens que freqüentam a escola hoje vivem num mundo

muito diferente do que viveram seus pais avós e possivelmente seus

professores. As mudanças tecnológicas nos últimos anos alteraram nossos

hábitos cotidianos, tanto sociais como familiares. Portanto estes absorvem

com mais facilidade porque nasceram nele. Cresceram vendo televisão, vídeo,

computadores e videogames. Vivem no mundo da imagem.

Diante disso o professor não pode ficar alheio a essa realidade, daí

a importância de estar sempre buscando cada vez mais o conhecimento,

desenvolvendo competência de estar sempre buscando cada vez mais o

conhecimento, desenvolvendo competências sociais, pois a escola não detém

sozinha o saber. Deve rever a quantidade do que se ensina e a qualidade que

se aprende.

O professor estando preparado e embasado teoricamente, não corre

o risco de se tornar apenas um espectador passivo sem autonomia. Mantendo-

se informado, intervir de forma participativa e democrática nas decisões da

gestão escolar.

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O mundo do trabalho, ao qual a escola hoje atende, exige um

profissional solidamente formado, criativo, critico flexível, autônomo, dotado

de capacidades, a fim de conseguir trabalhar bem em equipe, saber ouvir,

saber tomar decisões no momento adequado.

O objetivo é demonstrar que tanto as mídias como as tecnologias

estão provocando alterações no cotidiano da sala de aula, estes instrumentos

não prescindem das funções mais elementares que a escola desenvolve que

são a leitura e escrita. O professor não deve abandonar os recursos que possui

e sim acrescentar, pois o lápis, o papel , o quadro-negro, o giz, o livro, não

serão abandonados, e sim serão usados de acordo com a realidade e o

momento que se fizer necessário.

Os novos produtos advindos do desenvolvimento

tecnológico são muito mais do que apenas produtos. Eles

se consti tuem em novos conceitos. São freqüentemente

ferramentas de trabalho até indispensáveis e se tornarem

cada vez mais, portadores de uma nova maneira e pensar,

trabalhar, pesquisar e educar. (Célia P. de Carvalho e

Marisa R. Barbieri, 1997, p. 18-22)

Cabe a nós professores, portanto, utilizar a melhor maneira possível

os recursos que a escola possui como fonte de informações ou como um

recurso didático. Não podemos esquecer o papel do livro didático, de todos os

recursos ele acaba sendo o mais util izado, pois é de fácil acesso, basta que o

professor tenha a convicção que ele não deve ser o único recurso de

referência.

Todo ser humano é curioso e sua vontade e necessidade de

aprender são condição de sobrevivência. Como o ser vivo, não aprende

apenas por prazer , mas, sobretudo por necessidade. O prazer do

conhecimento é impulso admirável que a evolução parece ter selecionado

como forma de nos induzir à aprendizagem. Pois todo ser humano é

fascinado pelo conhecimento do novo.

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Trabalhar com projetos é uma oportunidade excepcional para nossas

escolas, porque possibilitam um arranjo diferente nas dinâmicas de

aprendizagem. Propõem o contato com mundo fora da sala de aula, fora dos

muros da escola. Onde os alunos são orientados em selecionar informações e

experiências. Essas reflexões ainda permitem a troca, seja entre o professor, o

colega, os pais.

Pensar na criação de trabalhar com projetos é pensar em criar um

“mundo inteiro” de possibilidades. Desenvolver ambientes sempre novos é

próprio da natureza humana. Está em nosso modo de ser.

3.4. Avaliação Institucional

Toda e qualquer sociedade avalia sistematicamente cada um de seus

membros. A dinâmica das inter-relações sociais exige do indivíduo

demonstração da sua competência. O caráter competitivo, seletivo e até

discriminatório parece inerente à avaliação.

Também a avaliação é feita com o objetivo de levar cada instituição

a identificar a sua marca, a especificidade de suas respostas às demandas e

necessidades da comunidade o que se propõe atender.

O método visa a obtenção de dados quantitativos e quali tativos

sobre os alunos, os professores, à estrutura organizacional, os recursos físicos

e materiais, as práticas de gestão, a produtividade do curso e dos professores.

A avaliação acadêmica institucional visa a produção dos programas de

ensino, as modalidades oferecidas, as formas de oferta, os procedimentos de

seleção e ingresso, a natureza mais ou menos flexível das estruturas curriculares,

as atividades de pesquisas, como se relaciona com seu ambiente externo.

O corpo docente é uma das principais dimensões a serem

consideradas na avaliação institucional . Não sob a ótica de sua última

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titulação, mas o conjunto de experiência profissional relevante para as

disciplinas que atua.

Assim sendo, é importante verificar qual é o perfil dos profissionais

que a instituição contrata, sua origem, experiência e sua qualificação.

É também importante verificar as condições de trabalho, em termos

de instalações físicas. Conforto e praticidades ambientais, espaços para

convivência, meios de acessos à informação e de comunicação, biblioteca, o

corpo discente, o corpo técnico administrativo, a administração acadêmica

dos recursos, o controle de produto, a organização e governo, planejamento e

avaliação e os recursos financeiros, são requisitos para o desenvolvimento do

trabalho de qualidade. Por fim, cada professor constitui um capital intelectual

que pode ser bem ou mal aproveitado pelas instituições em seu próprio

benefício.

3.5. A Avaliação no processo Ensino-Aprendizagem

Avaliar significa emitir um juízo de valor sobre a

realidade que se questiona, seja a propósito das exigências

de uma ação que se projetou realizar sobre ela, seja a

propósito das suas conseqüências. ( PCN,2001 vol. 1 p.

86)

Dentro da proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a

avaliação é compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e

o ensino, conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação pedagógica

para que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter

informações sobre o que foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua

para o professor sobre sua prática educativa, instrumento que possibili ta ao

aluno tomar consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades; ações

que ocorre durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não apenas em

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momentos específicos, caracterizados como fechamento de grandes etapas de

trabalho.

Através da escola se apuram a validade e a eficiência das teorias,

dos recursos e das práticas pedagógicas. A qualidade da avaliação revela a

qualidade da escola.

Segundo seus fundamentos epistemológicos e princípios pedagógicos,

todo aluno desenvolve trabalho, pesquisa, produção, visando obter resultados.

Não se trata de confundir a escola com a fábrica ou com o

escri tório, mas entender que sem a produtividade do aluno fica difíci l

justificar a própria existência da avaliação.

Na atualidade, a dúvida e o próprio erro estão sendo vistos sob uma

nova perspectiva. Eles são variáveis inerentes ao processo da construção do

conhecimento, tendo mais uma conotação de “hipótese’, “experimentação” do

que de “conclusão”. Só erra quem faz.E na aquisição do conhecimento, o erro

não é estigma de ignorância do aluno, mas pista cientifica para o professor.

Neste sentido, todas as produções do aluno têm valor. Se elas não

estiverem de acordo com o saber cientifico, deve-se aproveitar esta

oportunidade para avançar e incentivar novas descobertas. Em hipótese

alguma se trata de aplaudir o erro, mas intel igentemente se aproveitar dele

para superá-lo. Pedagogicamente, avaliar é dar valor, valorizar, objetivando o

aperfeiçoamento da capacidade criativa e construtora. Esta nova perspectiva

faz verdadeiros milagres na escola.

Se os resultados esperados não forem satisfatórios, há que se rever

o planejamento, o processo produtivo e o desempenho de todas as pessoas

envolvidas e não simplesmente condenar o aluno. E procurar fazer o

replanejamento de acordo que possa atender as dificuldades detectadas

durante a avaliação.

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Estamos sempre sendo avaliados, seja pelos alunos, pelos colegas de

trabalho, pelos pais, pelo gestor, em fim somos avaliados em todos os momentos.

Segundo Hannoh Arendt , a escola é , também, onde decidimos se

amamos nossas cr ianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e

abandoná-las aos seus próprios recursos . Por isso necess i tamos de unir

forças para alcançar os resul tados esperados. Para que possa fazer um

trabalho sério com vis tas à inclusão de nossas cr ianças na escola e

poster iormente na sociedade, é p reciso que todos da escola ( di retor ,

coordenador, supervisor , professores , alunos, pais e funcionários)

t rabalhem juntos , comunguem as mesmas crenças . Só ass im os objet ivos

propostos podem ser alcançados.

3.6. Escola e Comunidade

De fato, a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si

mesma. Separada da realidade circundante, mas integrada numa comunidade

que interage com a vida social mais ampla. (LIBÂNEO, 2001, p. 90).

É comum ouvirmos na escola os professores dizerem que é

necessária a part icipação da família na educação das crianças. Ou que os pais

precisam part icipar mais da escola e que é necessário haver maior integração

da família com a comunidade e com a escola.

Reclamações vêm de todos os lados: professores, família e

comunidade, sempre jogando a responsabilidade no outro. Professores muitas

vezes reclamam que os pais não ajudam seus filhos a fazer os deveres de casa,

não vão às reuniões e não procuram saber o que está acontecendo com os

filhos na escola, a comunidade não participa das festas e atividades

promovidas. Por outro lado à família também reclama que a escola dá muito

‘para casa’, a escola é ruim porque passa pouco dever para as crianças e eles

não aprende, a escola deveria participar mais dos eventos da cidade, a escola

é fechada e não abre as portas para a comunidade.

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Sabemos que uma gestão democrática da escola e um ensino de

qualidade devem ser compromissos de todos. A família e a escola devem

compartilhar a responsabilidade pela educação das crianças e dos jovens. Pois

nesse “empurra-empurra”, quem fica prejudicado é o aluno.

Cada família possui sua maneira de viver, uma identidade própria,

um jeito de ser. Existem pais que tem uma escolaridade avançada e pais que

nunca foram a escola. Em muitas famílias, aquela criança que está estudando

é a única pessoa na casa dela que já freqüentou a escola. Portanto ao convidar

um pai ou uma mãe para virem a escola, seja para conversar sobre seu filho,

seja para participar de uma festinha, temos de saber como motivá-los para

isso.

Esperar que um pai ou uma mãe que são analfabetos leiam um

bilhetinho pode, algumas vezes, até afastá-los da escola.Eles podem sentir-se

desvalorizados, ou envergonhados, diante dos outros pais e até dos próprios

filhos.

Transformar os pais em aliados no processo de aprendizagem de

seus filhos muitas vezes vai exigir que o professor tenha criat ividade,

interesse e empenho.

Para o professor a escola não é apenas lugar de

reprodução de relações de trabalho alienadas e alienantes.

É, também, lugar de possibilidade de construção de

relações de autonomia, de criação e recriação de seu

próprio trabalho, de reconhecimento de si, que possibilita

redefinir sua relação com a instituição, com o Estado, com

os alunos, suas famílias e comunidades. (PCN,1997 vol 8

p.53)

Reuniões com os pais não devem ser preenchidas somente com

palestras ou conselhos aos pais. As reuniões devem ser um momento de troca

de experiências com eles e entre eles. È importante deixar que eles façam

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seus relatos, dar opiniões e receber esclarecimentos. Assim, a reunião será um

momento de circulação livre da palavra dos pais, e eles se sentirão mais

participantes. Assim podemos estimular o estudo, o debate e a discussão,

esclarecer as dúvidas, os preconceitos e pré-conhecimentos que costumam

impedir o bom desempenho do aluno na escola. Além disso, nas reuniões deve

haver sempre um momento reservado para que os pais dêem suas idéias e

sugestões a respeito da escola e do processo escolar de seus filhos. Os pais se

sentirão mais valorizados e participantes na educação de seus filhos.

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CONCLUSÃO

O processo ensino-aprendizagem precisa ser repensado sobre os

diferentes processos de comportamentos individuais porque nem todos

possuem o mesmo nível de aprendizagem, precisamos respeitar a

individualidade no processo cognitivo e afetivo de cada aluno para que ele

seja sujeito da sua aprendizagem.

A educação precisa preparar melhor essas novas gerações não só

para saber resolver dificuldades do cotidiano ou prepará-los para o mercado

de trabalho, mas também despertar competências e habilidades para sua vida

ensinando aprender a aprender.

Felizmente hoje, existem pessoas, que são a maioria, que assim

como entendem que educar é uma tarefa abrangente e que aprender

pressupõem bem mais que adquirir os conhecimentos estipulados nos

programas curriculares.

Para estes, a tarefa de educar vai além, e cabe a escola bem mais

que isso. De acordo com as novas propostas educacionais, dentro da formação

geral do aluno, entende-se a aquisição de conceitos de bem viver, de

entrosamento, de respeito, moral e cidadania.

Apesar de todas as discussões que vem ocorrendo sobre a

necessidade de mudanças concretas no ensino em geral , torna-se primordial

que as instituições possam estar participando efetivamente desse processo de

mudança. Que visa melhorar o ensino e, principalmente, a construção do

saber, buscando sempre “aprender a aprender”, visto que o conhecimento na

Era da Informação vem crescendo exponencialmente.

Neste novo cenário educacional o professor precisa estar capacitado

para ser o mediador entre as informações que bombardeiam os educando,

separando assim, a “cultura inútil” da “cultura útil”, ou seja, separar s

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informação em busca do verdadeiro conhecimento, que seja úti l no cotidiano e

na preparação do educando para o mercado de trabalho.

Os educadores e educando devem es ta r p reparados para uma

nova educação no século XXI, no que t ange a neces s idade de

p l anej amento de ações , no sen t ido de busca r mudanças r ea lmen te

s ign i f i ca t i vas no ens ino , va lo r i z ando o “ap render a ap render” e t ambém

as novas t ecnologias .

Como qualquer movimento que impl ique em mudança , em

al teração, deve ser encarado na forma de um processo que se constrói

colet iva e cot idianamente, at ravés da ação cont ínua sobre o contex to a ser

conquis tado.

E como processo, não se faz de imediato, nem está livre de idas e

vindas, de questionamentos e mesmo de resistências e descrenças; entretanto,

todos estes fatores estão presentes na construção de um fazer diferente

daquele existente até o momento.

E a par t i r do momento que o educador ref le te sobre o seu fazer ,

i s so s ign i f ica dar a e le au tonomia sobre s i p rópr io como prof i ss ional ,

d i f icu l tando a impos ição de modismos pedagógicos , por exemplo , pois o

educador passa a não ser apenas a lguém que faz , mas a lguém que pensa

sobre o que faz .

Percebo que a educação pode melhorar, mas ela melhorará a partir

de atitudes individuais que se juntam uma a outra e, quando menos se espera,

existe um exercito de voluntários desejoso de fazer valer a educação, de ver

concluído o projeto social do meio de uma educação de qualidade.

Entendo que a minha formação não se encerra com a conclusão

deste curso. Aqui aprendi que ela vai além, que está apenas se iniciando, que

é um processo continuo.

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Olhar para trás agora é ver uma tarefa cumprida, mas olhar para

frente é perceber que existe toda uma estrada a minha frente, e não posso

sentar a beira do caminho.

Essa é a maior l ição que fica.

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