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1 AAE I sem2/2019 Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração da Assistência de Enfermagem I Profª Bernadete Marinho Bara De Martin Gama Assunto: Organização em Enfermagem Objetivos: discorrer sobre os princípios, os tipos e a estrutura das organizações; distinguir os diversos níveis de autoridade e responsabilidade da estrutura formal das organizações, visando compreender o significado da organização para o trabalho em enfermagem. I. Introdução As atividades de gestão são parte integrante da prática de enfermagem, em especial do enfermeiro. Desde o século XIX, a organização do ambiente terapêutico é parte importante do trabalho da enfermagem e em especial do enfermeiro. Nos últimos anos, consolidou-se a compreensão de que o papel profissional do enfermeiro está identificado pelas dimensões da assistência na atenção à saúde, educação, pesquisa e gestão, dimensões estas que se integram, se complementam e que influenciam diretamente na qualidade da assistência (PIRES et al.,2004; LORENZETTI et al., 2014). As instituições de saúde, enquanto organizações complexas, dispõem de uma constituição que vive, cresce e se desenvolve e que para funcionar, precisam se organizar e se estruturar para o alcance de seus objetivos.Geralmente tudo é organizado de uma maneira lógica e racional. Os recursos, as filosofias, os talentos administrativos, são alocados, arranjados e agrupados, havendo a necessária divisão do trabalho, para que as atividades sejam desenvolvidas da melhor maneira possível e os objetivos da instituição assim possam ser alcançados. As atividades de gestão são constitutivas da prática da enfermagem, em especial do enfermeiro, desde a institucionalização da profissão, em meados do século XIX. Durante estes mais de 150 anos, a organização do ambiente terapêutico é parte importante do trabalho da enfermagem, sendo que esteve alicerçado, desde a sua concepção, na divisão técnica e social do trabalho (PIRES; GELBCKE; MATOS, 2004). No serviço de enfermagem SE, é grande o número de pessoas, a complexidade e diversidade de atividades, a divisão do trabalho, o estabelecimento de relações entre cada um, na busca de se coordenar esforços para o alcance do objetivo comum proposto, ou seja, a prestação do cuidado de enfermagem. Para que estas atividades sejam conduzidas, orientadas e coordenadas, torna-se necessário que se defina a estrutura organizacional do SE, e assim começamos a compreender a importância da organização em enfermagem. II. Conceito e Finalidade da Organização - A responsabilidade do enfermeiro pela assistência de enfermagem aos usuários em todos os espaços de atenção à saúde exige a aplicação de competências da administração. A organização é uma das funções básicas da gestão/administração em todas as instituições, empresas ou organizações da sociedade, juntamente com o planejamento, coordenação, liderança e avaliação (LORENZETTI; ORO; MATOS; GELBCKE, 2014). _____________________________________________________________________ GAMA, Bernadete Marinho Bara De Martin. Texto elaborado como Material Instrucional para a Disciplina Administração da Assistência de Enfermagem I. Curso de Graduação em Enfermagem. Faculdade de Enfermagem. Universidade Federal de Juiz de Fora. 02/2019. ([email protected])

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AAE I sem2/2019

Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração da Assistência de Enfermagem I

Profª Bernadete Marinho Bara De Martin Gama

Assunto: Organização em Enfermagem Objetivos: discorrer sobre os princípios, os tipos e a estrutura das organizações; distinguir os diversos níveis de autoridade e responsabilidade da estrutura formal das organizações, visando compreender o significado da organização para o trabalho em enfermagem.

I. Introdução As atividades de gestão são parte integrante da prática de enfermagem, em especial do enfermeiro. Desde o século XIX, a organização do ambiente terapêutico é parte importante do trabalho da enfermagem e em especial do enfermeiro. Nos últimos anos, consolidou-se a compreensão de que o papel profissional do enfermeiro está identificado pelas dimensões da assistência na atenção à saúde, educação, pesquisa e gestão, dimensões estas que se integram, se complementam e que influenciam diretamente na qualidade da assistência (PIRES et al.,2004; LORENZETTI et al., 2014). As instituições de saúde, enquanto organizações complexas, dispõem de uma constituição que vive, cresce e se desenvolve e que para funcionar, precisam se organizar e se estruturar para o alcance de seus objetivos.Geralmente tudo é organizado de uma maneira lógica e racional. Os recursos, as filosofias, os talentos administrativos, são alocados, arranjados e agrupados, havendo a necessária divisão do trabalho, para que as atividades sejam desenvolvidas da melhor maneira possível e os objetivos da instituição assim possam ser alcançados. As atividades de gestão são constitutivas da prática da enfermagem, em especial do enfermeiro, desde a institucionalização da profissão, em meados do século XIX. Durante estes mais de 150 anos, a organização do ambiente terapêutico é parte importante do trabalho da enfermagem, sendo que esteve alicerçado, desde a sua concepção, na divisão técnica e social do trabalho (PIRES; GELBCKE; MATOS, 2004). No serviço de enfermagem – SE, é grande o número de pessoas, a complexidade e diversidade de atividades, a divisão do trabalho, o estabelecimento de relações entre cada um, na busca de se coordenar esforços para o alcance do objetivo comum proposto, ou seja, a prestação do cuidado de enfermagem. Para que estas atividades sejam conduzidas, orientadas e coordenadas, torna-se necessário que se defina a estrutura organizacional do SE, e assim começamos a compreender a importância da organização em enfermagem. II. Conceito e Finalidade da Organização - A responsabilidade do enfermeiro pela assistência de enfermagem aos usuários em todos os espaços de atenção à saúde exige a aplicação de competências da administração. A organização é uma das funções básicas da gestão/administração em todas as instituições, empresas ou organizações da sociedade, juntamente com o planejamento, coordenação, liderança e avaliação (LORENZETTI; ORO; MATOS; GELBCKE, 2014). _____________________________________________________________________ GAMA, Bernadete Marinho Bara De Martin. Texto elaborado como Material Instrucional para a Disciplina Administração da Assistência de Enfermagem I. Curso de Graduação em Enfermagem. Faculdade de Enfermagem. Universidade Federal de Juiz de Fora. 02/2019. ([email protected])

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A gestão da assistência de enfermagem aplica o processo de organização para a realização da sua missão de assegurar cuidado seguro e de qualidade nas situações de saúde e doença. No A enfermagem adota escolhas de concepção gerencial, de dimensionamento de pessoal, uso de materiais e tecnologias, tipo/métodos de divisão do trabalho, estrutura hierárquica e relações de poder (ANDRADE; AMBONI, 2010). Desta maneira, a dimensão de gestão na enfermagem engloba a organização e gerência de processos assistenciais e administrativos que se constituem no trabalho nuclear do enfermeiro (PEDUZZI; ANSELMI, 2002). - A atribuição de organizar consiste na atividade complexa de formatação da estrutura organizacional, envolvendo a definição das pessoas, tecnologias, materiais e demais recursos necessários para o alcance dos objetivos de uma determinada instituição, empresa ou organização. Implica na divisão do trabalho, responsabilidades, níveis de autoridade e tipo de concepção de gestão a ser adotada. A formatação das estruturas organizacionais tem sua representação gráfica nos organogramas (LORENZETTI; ORO; MATOS; GELBCKE, 2014). Organização como entidade social, por ser constituída de pessoas, estruturada e dirigida para objetivos específicos é “qualquer empreendimento humano destinado a atingir determinados objetivos”. Organização como parte integrante e segunda função do processo administrativo é “o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos, estabelecendo as relações entre eles e as atribuições de cada um”. A organização se incumbe do agrupamento das atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa, o que envolve a reunião de pessoas e recursos, sob a autoridade e coordenação de outra pessoa. Assim, a organização vai lidar com pessoas, órgãos e relações de autoridade e responsabilidade, para que objetivos sejam atingidos, os planos executados e as pessoas possam trabalhar eficientemente.

A organização serve para agrupar todos os recursos da instituição, e, portanto também o SE, para que estes trabalhem em conjunto, pela própria impossibilidade de todo trabalho ser realizado por uma única pessoa. III. Princípios da Organização Para que as organizações funcionem adequadamente, é necessário que sejam eficientes e eficazes. Para proporcionar eficiência e eficácia as organizações precisam ser organizadas conforme alguns princípios fundamentais de organização, que se constituem como critérios, normas de utilização, que devem ser consideradas no trabalho, de forma flexível e que atendam às diferentes situações com as quais irão se defrontar CHIAVENATO (2006) apresenta os seguintes princípios.

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Princípio da Especialização: baseia-se na especialização, na divisão de trabalho para incrementar a quantidade e a qualidade de trabalho; cada pessoa ocupa um cargo e cada órgão é individualizado dentro da organização. Princípio da Definição Funcional: o trabalho de cada pessoa e de cada órgão deve ser claramente definido por escrito, para que não haja dúvida, através do organograma, da descrição de cargos e do Manual de Organização do Serviço (o que posteriormente vai favorecer a supervisão e o controle). Princípio da Autoridade e Responsabilidade: a autoridade e a responsabilidade atribuídas a cada pessoa ou órgão devem ser correspondentes e equivalentes entre si. Autoridade significa o poder de dar ordens e o direito de fazer cumprir, de exigir obediência. Responsabilidade significa o dever de prestar contas pelo que é feito, referindo-se às obrigações das pessoas. Estabelece que cada responsabilidade deve corresponder uma autoridade que permita realizá-la, e a cada autoridade deve corresponder uma responsabilidade que lhe dê conteúdo. Princípio Escalar: cada pessoa deve saber exatamente quem são “seus” subordinados (sobre os quais exerce autoridade) e a quem deve se subordinar (a quem presta responsabilidade). Refere-se às relações de autoridade entre chefias e subordinados dentro da organização, sendo que a autoridade máxima deve ser sempre fixada em algum lugar, havendo uma linha bem definida ligando-a a qualquer outra posição da organização. É a representação direta de autoridade de um superior a seus subordinados dentro da organização. Princípios das Funções de Linha e de Staff: as funções de linha são diretamente relacionadas com os objetivos do serviço/instituição (quem decide e cuida da execução, comanda a ação pela operação/resultado). As funções de staff estão indiretamente relacionadas com os objetivos da instituição/serviço (quem assessora e dá sugestões, recomenda alternativas de trabalho pelo planejamento). (Por exemplo: em uma empresa destinada a vender determinado serviço ou produto, os órgãos de finanças e de pessoal serão órgãos de staff, pois não estão voltadas para a fabricação e comercialização do produto).

Fonte: MACEDO, 2016

Órgãos de Linha: são aqueles que estão ligados à execução de tarefas e trazem características da organização linear; Órgãos de Staff: são responsáveis por prestar assessoria e serviços especializados.

IV. Tipos de Organização Vale lembrar que organização é um processo de “arrumar” (“dar rumo a”) e alocar o trabalho visando alcançar os objetivos definidos. Organização é a combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos, a sua estrutura é composta por física, tecnológicas e pessoas. As empresas, associações, os órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada é uma organização.Não há um modelo único de organização que atenda todas as instituições/empresas. Vejamos a seguir, os tipos de organização mais encontrados e discutidos (CHIAVENATO, 2006).

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Organização formal: é a organização que se baseia em uma divisão racional de trabalho, é planejada e está definida no organograma, formalizada pelos órgãos oficiais e comunicada a todos através dos manuais de organização do serviço (organização formalizada oficialmente). Organização informal: é a organização que surge de forma espontânea e natural entre as pessoas que ocupam posições na organização formal e estabelecem entre si relações de “amizade” ou de “antagonismo”, formando grupos sociais que não aparecem no organograma. A estrutura informal deve também ser considerada quando se analisa a estrutura de uma organização, pois ela está diretamente ligada à estrutura formal, interferindo na dinâmica do SE e da instituição como um todo, no desempenho das pessoas e também, de forma indireta, no alcance dos objetivos propostos. Organização linear: é o tipo mais antigo e simples de organizaçã. Seu formato é piramidal, já que as linhas de responsabilidades entre gestores e equipes tem sentido único e direto. Neste tipo de organização, colaboradores recebem ordens e orientações somente de um único gestor que, por sua vez, recebe ordens de outro superior. A comunicação neste tipo de organização começa do alto escalão para a base da pirâmide e as decisões são centralizadas, pois existe apenas uma autoridade na organização.

Organização funcional: a base é a especialização e distinção das funções. Isso significa que um colaborador não terá somente um gestor para se reportar, mas vários - cada um de uma especialidade. Na organização funcional, uma especialidade não interfere na outra e as tomadas de decisão não são pautadas pela hierarquia.

Organização linha-staff (linha-assessoria): é uma junção da organização linear e funcional, eliminando possíveis desvantagens e potencializando as características positivas dessas organizações. Na organização linha-staff, a hierarquia está presente ao mesmo tempo em que existem órgãos e setores especializados. Este tipo de organização permite que haja uma integração entre os colaboradores das mais diversas áreas.

Estrutura Organizacional (EO) A palavra estrutura significa a disposição ou ordem das partes que compõem uma organização/empresa. As empresas são constituídas de pessoas e recursos agrupados em órgãos, e a composição dos diversos órgãos é denominada estrutura organizacional. Estrutura Organizacional é a maneira como a empresa agrupa e reúne pessoas e órgãos dentro de escalões hierárquicos (níveis de autoridade) e de áreas de atividade (departamentos, setores,...). A EO pode ser vista sob dois aspectos: o vertical e o horizontal.

Aspecto vertical: estão os diferentes níveis de autoridade ou escalões hierárquicos, sendo que cada um desses escalões possui autoridade sobre o escalão inferior (diretoria, gerência, chefia, supervisão, funcionários,...).

Aspecto horizontal: estão as diferentes áreas de atividades da empresa, a saber: técnica (visa a produção, administrando os recursos materiais); financeira (administrando os recursos humanos); mercadológica (administrando os recursos comerciais ou mercadológicos, de marketing,...) de pessoal (administrando os recursos humanos/pessoas).

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O grau de desdobramento desses aspectos verticais e horizontais depende do tamanho da empresa, pois quanto maior o número de níveis hierárquicos, maior será o número de departamentos. Na definição da estrutura organizacional do serviço de enfermagem, devem ser consideradas: a filosofia e os objetivos do SE; o volume e a complexidade das atividades a serem realizadas; os recursos disponíveis e as características desejáveis na estrutura. Um conjunto de aspectos considerados na estrutura pode ser: divisão do trabalho e especialização; hierarquia; autoridade e responsabilidade; amplitude da supervisão; centralização e descentralização; formalização. Autoridade e Responsabilidade A autoridade é decorrente da posição hierárquica que cada um ocupa no organograma da instituição. Pode ser entendida como a capacidade do superior de tomar decisões que afetam a conduta dos subordinados, ou seja, autoridade é o poder de garantir a execução das ordens frente aos subordinados. Sua importância decorre da necessidade de se garantir que as coisas sejam realizadas conforme o que foi planejado e organizado. A distribuição da autoridade e da responsabilidade entre os elementos dos diversos níveis da estrutura organizacional é representada pela hierarquia da organização formal. A autoridade e responsabilidade fluem verticalmente em linha reta, do mais alto nível da organização ao nível mais baixo. A responsabilidade pode ser definida como a obrigação de um subordinado, ao qual um superior designou uma tarefa, de realizar o serviço que está sendo exigido. Responsabilidade entendida como “obrigação” só pode ser aplicada às pessoas. A responsabilidade NÃO é delegada, mesmo que a execução de uma atividade seja atribuída a um subordinado, quem delegou será sempre responsável por ela. A autoridade e a responsabilidade devem ser equivalentes, ou seja, quando se atribui a um subordinado a responsabilidade pela execução de uma atividade, deve-se atribuir-lhe também a autoridade necessária para a realização dessa atividade. A autoridade pode ser representada por uma pirâmide invertida, sendo que a medida que se sobe na cadeia de comando até o topo da estrutura organizacional, a área de autoridade se expande gradativamente em cada nível hierárquico. Na atualidade observa-se uma grande tendência de achatamento dessa pirâmide em praticamente todas as atividades de uma empresa. Nível Decisorial Diretoria da Divisão de Enfermagem Gerentes Nível intermediário Chefes de Setor

Nível Operacional Enfermeiros de unidade e demais Categorias da equipe de Enfermagem

Pirâmide Hierárquica Área de Autoridade

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Fonte: CHIAVENATO, 2000

No serviço de enfermagem (SE) as habilidades estão diretamente ligadas ao conhecimento, perspectiva e atitude do enfermeiro, ou seja, ele tem que conhecer, saber fazer e fazer acontecer, para o sucesso do desempenho da equipe de enfermagem e para o alcance dos objetivos do serviço de enfermagem/instituição de saúde (adaptado de CHIAVENATO, 2000). V. Organograma A organização empresarial do final do século XIX se baseava em uma rígida disciplina oriunda dos militares, dos professores e dos padres. O organograma é uma ferramenta inspirada no exército da Prússia, focado no controle, na especialização, nos feudos, nos estratos hierárquicos (Viana, 2014). É a representação gráfica da estrutura de uma empresa, de seus órgãos e as relações de autoridade existentes entre eles, onde por meio de retângulos, quadrados ou ate círculos são indicados os órgãos, e as relações de autoridade através de linhas. Essas linhas que ligam os órgãos entre si indicam as interações formais prescritas, que, entretanto mostram limitações na representação da estrutura, uma vez que o organograma representa apenas uma dimensão dos muitos tipos de ralação que existem entre os elementos ou órgãos de uma organização. É importante a elaboração de um organograma, pois é difícil visualizar a organização como um todo, surgindo assim um gráfico que mostre os órgãos componentes da organização, o fluxo da autoridade. As autoridades implantadas são as de linha (ou de mando – poder de decisão), e as de assessoria (de aconselhamento – sem poder decisório). Quando as linhas são horizontais representam relações laterais de comunicação e quando são verticais, representam relações de autoridade (do superior para o subordinado) ou relações de responsabilidade (do subordinado em relação ao superior). Assim, o que não está ligado por nenhuma linha não tem relação direta entre si. Os retângulos são as unidades administrativas. A linha contínuo-cheia representa autoridade (______) e a pontilhado-interrompida representa assessoria (.........). As comissões são órgãos de assessoria. O cargo mais alto não possui terminal de cima, pois não se subordina a ninguém, enquanto o cargo mais baixo não tem terminal de autoridade, pois não tem nenhum subordinado abaixo de si.

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Na inserção do serviço de enfermagem na estrutura geral da organização, encontramos diferentes posições hierárquicas que vão desde a subordinação imediata a pessoas ou grupos deliberativos da instituição de saúde, ate a subordinação a pessoas ou serviço tecnicamente diferenciados. O SE deve estar situado de forma estratégica na estrutura da instituição de saúde, no sentido de não ser submisso a órgãos ou pessoas que contribuirão para sua inoperância. Essa localização deve favorecer acesso direto à diretoria, considerando-se a existência de situações muitas vezes emergenciais e imprevisíveis, e a premência de soluções. É importante observar que a posição hierárquica normalmente determina o grau de autoridade e influência, o “status” e a remuneração do ocupante do cargo. Muitos dos problemas existentes no SE estão relacionados com suas estruturas organizacionais e com a posição ocupada na estrutura geral da organização, uma vez que interfere na atuação do enfermeiro, na dinâmica do SE e conseqüentemente na assistência de enfermagem prestada à clientela. Existem alguns tipos de organograma:

- Organograma vertical (também chamado de clássico) é mais usado para representar claramente a hierarquia na empresa;

- Organograma circular (ou radial) é exatamente o contrário, usado quando se quer ressaltar o trabalho em grupo, não há a preocupação em representar a hierarquia. É o mais usado em instituições modernas onde o se quer ressaltar a importância do trabalho em grupo;

- Organograma horizontal também é criado com base na hierarquia da empresa, mas tem essa característica amenizada pelo fato dessa relação ser representada horizontalmente, ou seja, o cargo mais baixo na hierarquia não está numa posição abaixo dos outros (o que pode ser interpretado como discriminação, ou que ele tem menos importância), mas ao lado;

- Organograma funcional é parecido com o organograma vertical, mas ele representa não as relações hierárquicas, e sim as relações funcionais da organização;

- Organograma matricial é usado para representar a estrutura das organizações que não apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas grupos de trabalhos por projetos que podem ser temporários (estrutura informal). VI. Manual de Enfermagem - “As pessoas, acredito, serão sempre necessárias. Posso ter a ressonância magnética de última geração e sempre vai ter alguém ali atrás para apertar o botão. Então, as pessoas nunca serão dispensadas, mas a instituição tem que garantir padrão de qualidade. Se hoje o colaborador está desenvolvendo esse processo e o domina tecnicamente, isso tem que ser perpetuado. Se o processo não estiver escrito, se não existir um manual de boas práticas, o dia em que este funcionário for embora e entrar outra pessoa, com certeza, não haverá o mesmo padrão que tinha antes, porque não existe um procedimento operacional padronizado. Por isso, é tão importante depender menos das pessoas, no sentido de que, independentemente de quem seja, o processo tem que ser descrito, padronizado, com foco em manutenção da qualidade” (Fabrizio Rosso, 2012).

O conteúdo do ME será determinado pela necessidade de informação existente na unidade/serviço/instituição onde será implantado, e poderá conter:

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regulamento do estabelecimento de saúde; regimento do SE; filosofia do SE; estrutura administrativa do SE e da instituição; planta física da unidade; descrição das funções de cada elemento da equipe; descrição dos cuidados de enfermagem; normas, rotinas e procedimentos; roteiros; descrição e funcionamento dos equipamentos; quadro de pessoal da unidade; direitos e deveres dos elementos da equipe e outros. Na elaboração de instrumentos administrativos, e, portanto do ME, faz-se necessário conhecer a finalidade dos diversos recursos e para isso sua definição:

Estatuto: é um instrumento que constitui um conjunto de normas e princípios para presidir a organização e o funcionamento de uma empresa, devendo ser elaborado preferencialmente pela entidade mantenedora (em equipe).

Regulamento: é o ato normativo de caráter estável, baixado pela administração superior, para regular e ampliar o estatuto, as leis e direitos para caracterizar a organização.

Regimento: é o ato normativo de caráter flexível, aprovado pela direção executiva, dispõe sobre os objetivos, a organização, a política de funcionamento, as estruturas e as atribuições gerais, o pessoal, os impressos, rotinas, roteiros e relatórios, para conduzir e orientar o serviço; é mais minucioso e especifico e rege o serviço.

Norma: são atos normativos que orientam uma conduta / os executantes no cumprimento de uma atividade. Devem ser simples e direcionados para uma determinada situação; Devem ser práticos; Devem orientar (manuais);Não devem, obrigatoriamente, padronizar conduta rígidas;Devem facilitar o estabelecimento de critérios; Não devem engessar o atendimento.

Atividade: é um conjunto de meios e processos que materializam uma função.

Procedimento: é a descrição detalhada, simplificada e objetiva de como desenvolver uma ação.

Rotina: é um componente da organização de um serviço e descreve sistematicamente todos os passos a serem dados para a realização das tarefas que compõe uma atividade.

Roteiro: é a descrição sistemática das atribuições de cada um na seqüência lógica de sua realização (geralmente já vem inserida na rotina)

POP – procedimento operacional padrão: é a descrição sistematizada, clara e objetiva de um determinado procedimento para o serviço.

Relatório: deve exprimir a qualidade e os aspectos quantitativos de um serviço em determinado período; deve conter: introdução (identificação do SE e objetivos propostos), desenvolvimento (descrição objetiva das atividades realizadas), conclusão (objetivos alcançados, facilidades e dificuldades), sugestões e recomendações.

Protocolo

O avanço científico e tecnológico se contrapõe com trabalhos isolados, fragmentados, onde ganha ênfase o trabalho em equipe multiprofissional.

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O protocolo deve refletir o desejo de um trabalho compartilhado, consolidado e que aponta para resultados que irão trazer um grande diferencial ao processo de trabalho.

Um protocolo institucional deve representar o consenso legal, ético, científico e técnico da equipe de saúde da instituição, e não somente o pensamento individual. A finalidade de adoção de um protocolo visa acabar com as decisões baseadas apenas no conhecimento adquirido na prática cotidiana.

A atividade do cuidar, além de complexa, exige confiabilidade à assistência prestada

por meio de procedimentos seguros. A construção de protocolos é imprescindível para a execução das ações nas quais a enfermagem está envolvida.

Por ‘protocolo’ define-se o conjunto de dados que permitem direcionar o trabalho e

registrar oficialmente os cuidados executados na resolução ou prevenção de um problema. Em outras palavras, protocolo é uma proposta de padronização de procedimentos feitos pela equipe de enfermagem ou equipe multiprofissional.Devem servir para proporcionar um melhor e mais rápido andamento do trabalho, e deve ser elaborado para cada serviço especificamente, de forma a favorecer o desenvolvimento de algumas ações a serem implantadas.

O grande objetivo do protocolo é resguardar o serviço, respaldando-o legalmente

quanto aos passos a serem dados para a realização daquela atividade. Deve ser construído pelos profissionais que irão operacionalizá-lo e submetido à apreciação e validação pela autoridade superior do serviço (protocolo sem aprovação é destituído de valor legal).

Agilizam e uniformizam o atendimento; Facilitam condutas descentralizadas; Diminuem

a margem de erro; Importantes nos processos de Gestão do atendimento à clientela; Muito valorizados atualmente por possibilitar qualidade e eficácia nos serviços; Facilitam o gerenciamento de pendências judiciais (Min. da Saúde e medicamentos de alto custo etc.); Melhora a qualidade de serviços prestados aos clientes; Padroniza as condutas; Melhora o planejamento e controle da Instituição, dos seus procedimentos e dos resultados; Garante maior segurança; Otimiza a utilização dos recursos operacionais; Reduz custos; Rastreia todas as atividades operacionais e clínicas; Realiza um controle mais apurado sobre os estoques;Pode gerar um prontuário eletrônico; Otimiza a produtividade dos trabalhadores; Garante uma assistência livre de riscos e danos aos paciente (CANAVEZI, 2008).

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e os Conselhos Regionais vem

desenvolvendo um processo de elaboração e implantação de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde, com o objetivo de orientar as práticas de cuidado, reduzindo sua variabilidade e garantindo a qualidade das mesmas e a segurança dos usuários e profissionais (BRASIL, COFEN, 2018).

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O Cofen lançou em 2018 as “Diretrizes para elaboração de Protocolos de

Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pelos Conselhos Regionais” , onde estão especificados os principais elementos que deve conter o protocolo, a legislação relativa à sua elaboração, uma discussão sobre a importância das evidências científicas nas quais deve estar baseado, as atribuições da equipe de enfermagem na APS, a necessidade de realização do diagnóstico situacional prévio à elaboração do protocolo e o processo de validação do protocolo. Foram sugeridos alguns materiais de apoio e disponibilizou-se o formulário para formalização de adesão ao protocolo (BRASIL, COFEN, 2018).

Em 25 e 26 de abril de 2019 foi realizada em Brasília uma oficina de Capacitação de Facilitadores. A próxima etapa é a discussão da proposta com os estados, a definição das equipes de trabalho e as fases operacionais (COREN-SP, 2019).

Importância do ME

Constitui uma reunião de informações classificadas e catalogadas de forma sistematizada sobre as práticas/ações do serviço/estabelecimento; facilita o acesso às informações de forma organizada e criteriosa; esclarece duvidas e favorece o trabalho de equipe; padroniza e uniformiza o desempenho das pessoas e facilita a supervisão; agiliza o andamento do trabalho, racionalizando-o; proporciona maior segurança no desenvolvimento das atividades.

As normas podem ser: Administrativas: são as resoluções, ordens de serviço, orientações e tudo que determina uma autoridade imediata ou mediata da unidade administrativa; devem ser relacionadas por escrito e de maneira que possam ser localizadas no ME, com clareza e objetividade. (Ex:... nenhuma medicação deve ser solicitada sem prescrição médica escrita / todos os servidores devem trabalhar com uniforme completo / as refeições dos servidores devem ser realizadas somente no refeitório). Técnicas: são aquelas que explicam a forma como deve ser realizada uma ação, tarefa ou atividade; sua fixação e utilização com rigor evita erros, principalmente em situações de alteração no quadro de pessoal. (Ex:... fórmula para lavagem de roupa de lã / fórmula para diluição de solução desinfetante para máscaras de nebulização). As rotinas devem servir para proporcionar um melhor e mais rápido andamento do trabalho, e deve ser elaborada para cada serviço especificamente, de forma a explicitar sua realidade. Se estiverem dificultando a realização do trabalho e servindo como uma “camisa de força” para a equipe, não está mais atendendo à sua finalidade, e necessitam de avaliação (o que deve ser feito antes que isso venha a acontecer). Finalidades das rotinas: determina de modo preciso como o trabalho deve ser feito; padroniza os procedimentos; racionaliza o trabalho; proporciona segurança ao pessoal; evita gasto desnecessário de tempo; reduz erros e assegura o atendimento à clientela. Os tipos de rotinas mais utilizados são: rotinas para o uso de impressos; rotinas gerais; rotinas específicas e relacionada com o atendimento; rotinas administrativas (relacionadas com paciente/unidade/pessoal/material/equipamentos). As formas de apresentação das rotinas mais utilizadas são: em colunas, textual e em fluxograma.

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- Rotina em COLUNA: oferece rápida visualização da informação necessária, facilitando sua consulta. É composta de três colunas básicas: o agente (quem), ação (o quê) e observação (onde). Os agentes são os únicos elementos (podendo nesse caso ser colocado numa norma) e a coluna dos mesmos cita os tipos de profissionais envolvidos na rotina (equipe de enfermagem ou multidisciplinar).

- Rotina TEXTUAL: Como o próprio nome diz – é a forma de texto, podendo seguir tópicos (normas, agentes, ações, observação) da rotina de colunas.

- Rotina FLUXOGRAMA: Representa graficamente as ações a serem realizadas, utilizando símbolos identificados em uma legenda. Pode ser vertical ou horizontal dependendo da disposição em que ocorre a seqüência das ações. Também é composta por colunas: convenções, agentes, descrição das ações.

Referências ANDRADE, ROB; AMBONI, N. Estratégias de gestão: processos e funções do administrador. Rio de Janeiro (RJ): Elsevier; 2010. CANAVEZI, Cleide Mazuela. Protocolos de Enfermagem – Los aspectos éticos e legais. Conselho Regional de Enfermagem. COREN-SP. São Paulo, 2008. CHIAVENATO, I. Iniciação à Organização e Controle. McGraw-Hill, São Paulo, 1989. CHIAVENATO, I. Princípios de Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (Cofen). Cofen promove oficina para elaboração de Protocolos na Atenção Primária. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/cofen-promove-oficina-para-elaboracao-de-protocolos-na-atencao-primaria_70476.html CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO (Coren-SP). Coren-SP discute a elaboração de protocolos de enfermagem na Atenção Primária à Saúde Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/noticias/coren-sp-se-reunem-para-discutir-a-elaboracao-de-protocolos-de-enfermagem-na-atencao-primaria-a-saude/

GAMA, B.M.B.D.M. Organização em Enfermagem. Material Instrucional. Disciplina Administração da Assistência de Enfermagem I. Faculdade de Enfermagem, UFJF, Juiz de Fora, 2018. HENDRIKX, H.M. Manual de Organização e Avaliação do Serviço de Enfermagem, CEDAS, São Paulo, s.d. KURCGANT, P. Administração em Enfermagem, EPU, São Paulo, 1991. LORENZETTI, Jorge; ORO, Julieta; MATOS, Eliane; GELBCKE, Francine Lima. Organização do trabalho da enfermagem hospitalar: abordagens na literatura. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2014 Out-Dez; 23(4): 1104-12. MARQUIS, B.L.;HUSTON,C.J.Administração e Liderança em Enfermagem, Art Med, PA, 2010.

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PEDUZZI M, ANSELMI ML. O processo de trabalho de enfermagem: a cisão entre planejamento e execução do cuidado. Rev Bras Enferm. 2002 JulAgo; 55(4):392-8. PIRES, DEP; GELBCKE, FL; MATOS, E. Organização do trabalho em enfermagem: implicações no fazer e viver dos trabalhadores de nível médio. Trabalho, Educ Saúde. 2004 Set; 2(2):311-25 LORENZETTI, Jorge, ORO, Julieta, MATOS, Eliane, GELBCKE, Francine Lima. Organização Do Trabalho Da Enfermagem Hospitalar: Abordagens Na Literatura. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Out-Dez. 2014. PIRES DEP, Gelbcke FL, Matos E. Organização do trabalho em enfermagem: implicações no fazer e viver dos trabalhadores de nível médio. Trabalho, Educ Saúde.Set. 2004.

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AAE I sem2/2019

Faculdade de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Básica Disciplina: Administração da Assistência de Enfermagem I

Profª Bernadete Marinho Bara De Martin Gama

Assunto: Organização em Enfermagem 1) Elaboração de Rotinas

Rotina em Colunas com diversos agentes: Admissão do Paciente – Unidade de Internação

Número Agente Ação Observação

1

2

3

4

5

6

Enfermeiro Técnico de Enfermagem Enfermeiro Médico Secretário de Enfermagem Enfermeiro

Recebe o paciente Orienta o paciente e acompanhante quanto às rotinas do serviço. Faz o levantamento de dados do paciente e família – histórico, exame físico, diagnóstico. Registra os dados no prontuário, faz prescrição. Verifica os sinais vitais do paciente e anota na folha de controle. Solicita a presença do médico. Examina o paciente e prescreve. Requisita os exames. Encaminha os exames Orienta o paciente para os exames e fornece o material necessário.

Modelo 002

Modelo 001

Plantonista

Modelo 002 Modelo003

Livro de exames.

Rotina Textual

Possui os mesmos tópicos que a coluna, sem a divisão, escrita de forma direta. Admissão do Paciente – Unidade de Internação a) Introdução O paciente, após registrado e de acordo com o critério do SPA é encaminhado para uma Unidade de Internação, para tratamento, em regime de internação. b) Competência É de competência médica, o pedido de internação, cabendo ao Registro e à Enfermagem, as providências conforme rotina de admissão da Unidade de Internação. c) Normas a seguir

Enfermeiro: recebe o paciente, orientando-o quanto às rotinas do serviço.

Enfermeiro: faz o levantamento de dados do paciente e família.

Auxiliar de Enfermagem: Verifica os sinais vitais do paciente e anota na folha de controle.

Enfermeiro: solicita a presença e avaliação do médico plantonista.

Médico: examina o paciente, prescreve e solicita exames.

Secretário de Enfermagem: encaminha os exames.

Enfermeiro: orienta pacientes para os exames e fornece material Rotina em fluxograma

As ações são definidas por desenhos gráficos, necessária a utilização de legenda.Os símbolos deverão ser universalmente convencionados, difícil visualização para quem não é familiarizado com os gráficos.Possui

colunas com: Símbolos, Agentes, Descrição da ação.

Composta por colunas básicas: agente, ação, observação; podem ser adicionadas colunas extras.

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Fonte: Serviço de transplante hepático, Hospital referência em transplantes em Fortaleza/CE Fortaleza, CE, Brasil, 2015.

2) Elaboração de protocolos - Portal da Enfermagem(http://www.portaldaenfermagem.com.br) Diante desta fundamental ferramenta na rotina de auxiliares, técnicos e enfermeiros, o Portal da Enfermagem buscou junto à enfermeira Rosângela Jerônimo dicas para a elaboração de protocolos. O modelo abaixo pode ser aplicado a qualquer área de atuação da enfermagem na saúde. Ao elaborar um protocolo o profissional responsável deverá estar atento para algumas questões, a saber: - Iniciar com um cabeçalho padronizado para todos os documentos da instituição.Veja...

Logo da Instituição Nome do Protocolo

Protocolo Nº 15

Versão 05

Elaborado em: Janeiro 2017

Última Revisão: Março 2018

Página: ½

- A numeração do protocolo deverá ser mantida sempre, independente das atualizações.

- As atualizações devem ser realizadas sempre que houver alterações. Uma revisão deve ser realizada periodicamente, independente de alterações. Minha sugestão é uma revisão no mínimo a cada 2 anos. A data inicial da elaboração do documento não deverá ser alterada, independente das novas versões. Ao realizar uma nova versão o editor responsável deverá substituir todas as cópias existentes desse documento, pela versão atualizada.

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- Todo documento deverá constar os dados do editor (pessoa que elaborou o documento), do revisor (pessoa ou pessoas que analisarão o conteúdo) e do aprovador (normalmente chefe ou responsável técnico). Esses dados poderão constar no início ou final do documento. Lembre-se que o editor não deverá ser o revisor, que também não é o aprovador. Veja...

Elaborado por: Revisado por: Aprovado por:

- Veja abaixo um modelo de protocolo...

Logo da Instituição Ressuscitação cardiopulmonar

Protocolo Nº 15

Versão 02

Elaborado em: Janeiro 2015

Última Revisão Julho 2017

Página: ½

Objetivo: Prestar atendimento a um paciente em parada cardiorrespiratória.

Definições: Parada cardiorrespiratória consiste na ausência de resposta aos estímulos, estado de inconsciência, ausência de pulso na circulação central (grandes artérias) e ausência de respiração.

Atividades:

1. DETERMINAR INCONSCIÊNCIA: através de estímulo verbal e tátil. Verificar o horário de início do atendimento.

2. ACIONAR AJUDA: pode ser por acionamento de campanhia, telefone ou verbal. Um membro da equipe de enfermagem deverá encaminhar o carrinho de emergência para o local do atendimento e acionar o médico.

3. POSICIONAMENTO DO PACIENTE: colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal e em superfície rígida para que não haja dispersão de energia utilizada durante as manobras de compressão torácica.

4. POSICIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS:

4.1 o médico deverá posicionar-se na cabeceira do leito permitindo acesso as vias aéreas; 4.2 outro médico ou o enfermeiro deverá posicionar-se na lateral do leito permitindo acesso a região torácica (massagem); 4.3 o técnico ou auxiliar de enfermagem deverá posicionar-se junto ao carrinho de emergência, próximo ao leito, permitindo manuseio ao acesso venoso; 4.4 outro profissional de enfermagem deverá ser apoio dos demais profissionais, atendendo suas solicitações.

5. LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS: utilizar as manobras de elevação do queixo.

6. VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO: ver, ouvir e sentir, abaixando o rosto próximo ao rosto do paciente e tentando ver os movimentos respiratórios, ouvir ruídos ou sentir entrada ou saída de ar.

7. VENTILAÇÕES: realizar duas ventilações para verificar se há obstrução de vias aéreas.

8. VERIFICAÇÃO DE PULSO: pulso em grandes artérias (femoral ou carótida).

9. INICIAR AS MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR: 30 compressões para cada 2 ventilações. A cada 5 ciclos, verificar pulso e trocar o profissional que realiza as compressões torácicas.

10. VIA AÉREA DEFINITIVA: o médico deverá realizar o procedimento de intubação orotraqueal.

11. MONITORIZAÇÃO: instalar o aparelho de desfibrilação / cardioversão para acompanhar o traçada eletrocardiográfico do paciente.

12. ACESSO VENOSO: o acesso poderá ser central ou periférico. Nos casos de acesso periférico instalar o dispositivo em veia de grande calibre.

13. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: seguir prescrição / solicitação médica.

14. DESFIBRILAÇÃO: seguir solicitação médica.

Notas importantes: deve-se começar as manobras de RCP sempre que for constatado PCR, com exceção de casos como: decapitação, esmagamento total de segmentos corpóreos vitais, rigidez cadavérica, manchas hipostática e corpo em decomposição;

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- a constatação do óbito é de competência única e exclusiva do profissional médico, exceto nos casos acima citados;

- devem ser minimizadas as interrupções das compressões torácicas o máximo possível. A interrupção deverá ocorrer somente para punção venosa, intubação, verificação de pulso;

- o número excessivo de profissionais pode prejudicar o atendimento ao paciente;

- as ventilações utilizando bolsa-valva-máscara devem sempre estar enriquecidas com suporte de oxigênio;

- o sistema de aspiração deve estar montado e pronto para ser utilizado. Durante o procedimento de aspiração as compressões torácicas não devem ser interrompidas.

Referências Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, Manual para provedores, American Heart Association, 2004. Suporte Avançado de Vida em Pediatria, Manual para provedores, American Heart Association, 2004

3) Guia para construção de protocolos assistenciais de enfermagem. - Adélia Maria Silva; Monike Tathe Pedrosa Vieira. Câmara Técnica de Atenção Básica do Coren-MG.Belo Horizonte/2012. - Cibele A. de M. Pimenta et al.; COREN-SP – São Paulo: COREN-SP, 2015. Edição revista por: Camila Takao Lopes; Adriana Francisco Amorim; Fernanda Ayache Nishi; Gilcéria Tochika Shimoda; Rodrigo Jensen; Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta. Maio/2017. - Brasil, Conselho Federal de Enfermagem. Diretrizes para elaboração de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pelos Conselhos Regionais/ Conselho Federal de Enfermagem Brasilia: COFEN, 2018. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2019/03/Diretrizes-para- elabora%C3%A7%C3%A3o-de-protocolos-de-Enfermagem-.pdf 4) Protocolo de enfermagem na atenção primária a saúde no estado de Goiás. - Org.Claci Fátima Weirich Rosso et al. 3ª Ed. – Goiânia. COREN GO. 2017. 5) Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde (http://portalms.saude.gov.br/protocolos-e-diretrizes) 6) Organogramas

Fonte: https://www.google.com

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Fonte: https://www.google.com

Fonte: http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufjf/organograma-institucional

Setores da COLIVRE representados nas pétalas do organograma - são órgãos operacionais com atribuições específicas, que estão ligados às atividades fim (pétalas

vermelhas), quando forem responsáveis diretamente pela execução de serviços presentes no portfólio da

cooperativa; ou estão ligados à atividades meio (pétalas amarelas), quando forem responsáveis por atividades

ligadas a estrutura administrativa, humana e tecnológica da cooperativa.

Fonte: COLIVRE, Cooperativa de Tecnologias Livres, 2013

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PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM

POP FACENF nº. 02

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Elaborado em: 05/03/2016

Revisão 1 em: 21/08/2017 Revisão 2 em: 22/10/2018

Objetivos:

Promover a remoção da maior parte da microbiota transitória bem como de sujidades, células descamativas, oleosidade, suor, pelos, e alguns microorganismos das mãos, utilizando água e sabão ou álcool gel;

Prevenir transmissão de infecção cruzada; Prevenir Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS)

Atenção

A higienização das mãos deve ocorrer basicamente nos cinco momentos propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a saber: 1. Antes do contato com o paciente; 2. Antes da realização de procedimento asséptico; 3. Após a exposição a fluidos corporais; 4. Após o contato com o paciente; 5. Após o contato com ambiente próximo ao paciente.

Este procedimento deve ocorrer em todos os níveis de assistência (seja a nível ambulatorial, internação ou de pronto atendimento).

Além disso, é importante realizar a higienização das mãos nas seguintes situações: 1. Ao início e ao término do plantão ou da carga horário de trabalho; 2. Entre um paciente e outro; 3. Entre um procedimento e outro no mesmo paciente; 4. Após contato com superfície contaminada; 5. Após a retirada de luvas; 6. Antes de entrar em contato com alimento; 7. Após sair do banheiro. 8.

Descrição da Atividade

1. Higienização Simples das Mãos

Material

Água

Sabão

Papel toalha Técnica

1. Retirar todos os adornos (pulseira, relógio, anéis e alianças); 2. Arregaçar as mangas até a altura dos cotovelos; 3. Abrir a torneira e molhar as mãos evitando encostar na pia; 4. Aplicar na polpa da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos

(seguir a quantidade recomendada pelo fabricante); 5. Ensaboar as palmas das mãos friccionando-as entre si; 6. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda (e vice-versa) entrelaçando os dedos; 7. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 8. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta (e vice-versa) segurando os dedos, com

movimento de vai-e-vem; 9. Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda (e vice-versa), utilizando movimentos circulares; 10. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha (e vice-

versa), fazendo movimento circular; 11. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita (e vice-versa), utilizando movimento circular 12. Enxague as mãos retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; 13. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos.