Acesse os abstracts do Congresso no suplemento 1

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Official Organ of Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea Associazione Italo-Brasiliana di Ematologia Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica Temas Livres / Abstracts XVI Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea 2 a 5 de Agosto de 2012 Ribeirão Preto – São Paulo ISSN 1516-8484 Vol. 34 | Suplemento 1 | Agosto 2012

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Official Organ ofAssociação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular

Sociedade Brasileira de Transplante de Medula ÓsseaAssociazione Italo-Brasiliana di Ematologia

Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica

Temas Livres / AbstractsXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea

2 a 5 de Agosto de 2012Ribeirão Preto – São Paulo

ISSN 1516-8484

Vol. 34 | Suplemento 1 | Agosto 2012

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Parâmetros Clínicos Avançados:informações adicionais para um diagnóstico preciso.

Contagem de Granulócitos Imaturos (IG)

• Maior precisão nas leucopenias

• Auxílio ao diagnóstico e monitoramento de doenças inflamatórias

• Avaliação prática e rápida da leucopoese

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Parâmetros Clínicos Avançados:informações adicionais para um diagnóstico preciso.

Contagem de Granulócitos Imaturos (IG)

• Maior precisão nas leucopenias

• Auxílio ao diagnóstico e monitoramento de doenças inflamatórias

• Avaliação prática e rápida da leucopoese

C

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Para cada paciente,existe sempre uma solução

INDICAÇÃO EM CRIANÇAS

APRESENTAÇÃO

BUSILVEX (bussulfano) concentrado para solução para perfusão6 mg/mL é fornecido em caixas com 8 frascos-ampolas com 10 mLde solução, contendo cada frasco-ampola 60 mg de bussulfano.

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BUSILVEX® (bussulfano) Concentrado para solução para perfusão 6mg/mL – Caixa com 8 FA, com 10mL de solução cada frasco-ampola. MS: 1.0162.0250.001-4. INDICAÇÕES:BUSILVEX ®, seguido de ciclofosfamida (BuCy2), é destinado como tratamento condicionante antes do transplante convencional de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH), emdoentes adultos, sempre que a combinação seja considerada a melhor opção disponível. BUSILVEX®, seguido de ciclofosfamida (BuCy4) ou melfalano (BuMel), é destinado comotratamento condicionante antes do transplante convencional de células progenitoras hematopoiéticas em doentes pediátricos. CONTRA-INDICAÇÕES: hipersensibilidade à substânciaativa ou a qualquer um dos excipientes. Gravidez e lactação: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. REAÇÕES ADVERSAS: citopeniaprofunda como leucopenia, trombocitopenia e anemia. Doenças do sistema imunitário: indicência da doença do hospedeiro contra o enxerto (GVHD). Infecções e infestações: neutropeniafebril documentada e não documentada. Afecções hepatobiliares: elevação de grau 3 das transaminases, toxicidade hepática, DHVO. Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: umcaso fatal de dificuldade respiratória grave com parada respiratória e fibrose pulmonar intersticial. Recém-nascidos, crianças e adolescentes: toxicidade grave envolvendo os sistemashepático e respiratório foram consideradas como consequências esperadas. PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO: as contagens de células sanguíneas totais de rotina, incluindoas contagens diferenciadas dos glóbulos brancos e plaquetas devem ser monitorizadas durante o tratamento e até a recuperação. Especial cuidado deve ser considerado ao administrar adose recomendada de BUSILVEX® a pacientes contendo histórico de convulsões. Os pacientes devem receber profilaxia anticonvulsivante. O uso profilático ou empírico deantinfecciosos (bacterianos, fúngicos ou virais) deve ser levado em conta na prevenção e tratamento de infecções durante o período neutropênico. BUSILVEX® deve ser utilizado comprecaução em crianças com anemia de Fanconi. Deverá ter-se precaução quando BUSILVEX® for usado em doentes com história de insuficiência hepática. Ao tratar este tipo de doente,recomenda-se a monitorização regular das transaminases, fosfatase alcalina e bilirrubina séricas, nos 28 dias após o transplante. Deve ter-se precaução ao usar paracetamol antes (menos de72 horas) ou simultaneamente com a administração de BUSILVEX® devido a um possível decréscimo no metabolismo do bussulfano. A função cardíaca deverá ser monitorizadaregularmente em doentes a receber BUSILVEX®. Deve levar-se em consideração o parâmetro pulmonar em doentes com história anterior de radiação pulmonar ou mediastínica. Duranteo tratamento com BUSILVEX® a função renal deverá ser periodicamente monitorizada. Homens tratados são aconselhados a não conceberem filhos durante o tratamento e até 6 mesesapós o mesmo; e a aconselharem-se sobre a crioconservação de esperma antes do tratamento, dada a possibilidade de infertilidade irreversível. BUSILVEX® está contra-indicado durante agravidez. O aleitamento materno deve ser descontinuado no início do tratamento. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: os doentes deverão ser monitorizados sempre que comBUSILVEX® seja usado o itraconazol. Recomenda-se especial cuidado ao associar cetobemida (analgésico) e BUSILVEX®. Em adultos, relativamente ao regime BuCy2(bussulfano/ciclofosfamida) está referido que o intervalo de tempo entre a última administração oral de bussulfano e a primeira administração de ciclofosfamida pode influenciar odesenvolvimento de toxicidades. Em doentes pediátricos, para o regime BuMel (bussulfano/melfalano) foi referido que a administração de melfalano antes de 24 horas após a últimaadministração oral de bussulfano pode influenciar o desenvolvimento de toxicidades. O paracetamol pode reduzir a depuração do bussulfano, quando usado em combinação.POSOLOGIA: BUSILVEX® (bussulfano) deve ser administrado exclusivamente por via intravenosa, após a diluição apropriada. Em adultos: A dose recomendada de Busilvex® é 0,8mg /kg de peso corporal, em combinação com a ciclofosfamida. Em recém-nascidos, crianças e adolescentes (0 aos 17 anos): A dose recomendada de Busilvex® na combinação comciclofosfamida ou melfalano é baseado no peso corporal variando entre 0,8 e 1,2 mg/kg. VENDASOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Mais informações: Vide bula. Serviço deAtendimentoao Cliente: 0800 021 8150. Rodovia BR-040, Km 37 -Areal - RJ - CEP:25845-000.

Referência Bibliográfica:1 – Busilvex (bussulfano) - Bula do Profissional de Saúde - M.S.:1.0162.0250.001-4®

B U S S U L F A N O

INDICAÇÃO EM ADULTOS, seguido de ciclofosfamida (BuCy2), é indicado como

condicionamento anterior ao transplante de células progenitorashematopoiéticas (TCPH) convencional em pacientes adultosquando a combinação é considerada a melhor opção disponível.

, seguido de ciclofosfamida (BuCy4) ou melfalano(BuMel) é indicado como condicionamento anterior ao transplantede células progenitoras hematopoiéticas (TCPH) convencional empacientes pediátricos.

(bussulfano) é indicado para otratamento condicionante antes do transplanteconvenc iona l de cé lu las progen i to rashematopoiéticas (TCPH) em adultos e crianças.

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Resultados Comprovados. Sobrevida Estendida.

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Tel.: 11 5090 7233 - Fax.: 11 5090 7239 - SAC: 0800 770 5180www.unitedmedical.com.br - [email protected]

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United Medical Ltda. Bula Resunida VIDAZA® - azacitidina, pó liofi lizado para uso injetável por via subcutânea, para uso adulto. FORMA FARMACÊUTICA E DE APRESENTAÇÃO: Frasco ampola contendo 100 mg de azacitidina e 100 mg de manitol como excipiente. INDICAÇÕES: Vidaza® é indicado para o tratamento de pacientes com Síndrome Mielodisplásica dos subtipos: anemia refratária com excesso de blastos (AREB); anemia refratária com excesso de blastos em transformação (AREBt) e leucemia mielomonocítica crônica (LMMC). CONTRAINDICAÇÕES: Vidaza® é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida à azacitidina ou ao manitol. VIDAZA® é também contraindicado em pacientes com tumor hepático maligno avançado. ADVERTÊNCIAS: VIDAZA® está classifi cado na categoria D para gravidez; este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe ao seu médico imediatamente em caso de suspeita de gravidez. VIDAZA® pode causar danos fetais quando administrado a mulheres grávidas. Estudos de embriotoxicidade em ca-mundongos revelaram uma frequência de 44% de morte embrionária intrauterina. Anormalidades no desenvolvimento do cérebro foram detectadas em camundongos recebendo azacitidina. As anormalidades fetais incluíram anomalias do SNC (exencefalia/encefalocele), anormalidades nos membros (micromelia, pé torto, sindactilia, oligodactilia) e outros (micrognatia, gastrosquise, edema e anormalidades nas costelas). O uso de VIDAZA® está associado com neutropenia e trombocitopenia. Contagem sanguínea completa deve ser realizada, a fi m de monitorar a resposta e a toxicidade. A segurança em pacientes com SMD e o comprometimento hepático ou renal não foram estudados. Pacientes com comprometimento renal devem ser muito bem monitorados quanto à toxicidade, já que a azacitidina e seus metabóli-tos são primariamente excretados pelos rins. REAÇÕES ADVERSAS: As reações adversas que ocorrem mais comumente são: náusea, anemia, trombocitopenia, vômitos, pirexia, leucopenia, diarreia, fadiga, eritema no local da injeção, constipação, neutropenia equimose. Reações adversas por via intravenosa incluem também petéquia, rigidez, fraqueza e hipocalemia. Outras reações que podem ocorrer: elevação da creatinina sérica, insufi ciência renal, acidose tubular renal, coma hepático.INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: não foram conduzidos estudos de interações medicamentosas com a azacitidina. Um estudo in vitro de incubação deazacitidina com frações de fígado humano indicou que a azacitidina pode ser metabolizada pelo fígado. Não se conhece o potencial da azacitidina em inibir enzimas do citocromo P450 (CYP). Estudos in vitro indicam que a azacitidina em concentrações de 1,0 mM a 100 mM não induz CYP1A2, 2C19 ou 3A4/5. POSOLOGIA: Primeiro ciclo de tratamento: A dose recomendada para o primeiro ciclo de tratamento para todos os pacientes, independentemente dos valores laboratoriais hematológicos basais, é de 75 mg/m2 por via subcutânea, diariamente, por sete dias. Os pacientes devem ser pré-medicados para náuseas e vômitos. Ciclos subsequentes de tratamento: Os ciclos podem ser repetidos a cada 4 semanas. A dose pode ser aumentada para 100 mg/m2 se nenhum efeito benéfi co for observado após dois ciclos de tratamento e se nenhuma toxicidade que não seja náusea e vômito ocorrer. É recomendado que os pacientes sejam tratados por um mínimo de 4 ciclos; porém, resposta completa ou parcial pode requerer mais que 4 ciclos de tratamento. O tratamento pode continuar desde que o paciente continue a se benefi ciar. MANIPULAÇÃO E DESCARTE: VIDAZA® é uma droga citotóxica e, assim como todos os compostos potencialmente tóxicos, cautela deve ser tomada durante a sua manipulação e preparação da suspensão. Se VIDAZA® reconstituído entrar em contato com a pele, lave muito bem com água e sabão imediatamente. Se entrar em contato com membranas mucosas, enxágue muito bem com água. O frasco-ampola de VIDAZA® é para uso único e não contém con-servantes. Porções não utilizadas de cada frasco devem ser adequadamente descartadas. Não armazenar frasco-ampola parcialmente utilizado para futuras aplicações. CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO: Os frascos-ampolas fechados não reconstituídos devem ser armazenados a temperaturas entre 15 °C e 30 °C. Após a reconstituição, VIDAZA® pode ser armazenado por até 1 hora a 25 °C ou por até 8 horas entre 2 °C e 8 °C. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Informações completas para prescrição disponíveis mediante solicitação ao departamento técnico da United Medical Ltda. SAC: 0800-7705180. Registro na ANVISA 1.2576.0020.001-0. UNITED MEDICAL Ltda. Referências: 1. Fenaux P, et al.The Lancet Oncology, 2009; 10(3):223-232 2. Kornblith AB, et al. J. Clin. Oncol., 2002 May 15; 20(10):2441-52 3. Silverman LR, et al. Cancer, 2011 Jun 15; 117 (12): 2697-702.

• Sobrevida comprovada1

• Melhora da qualidade de vida2

• Resposta inicial maximizada com a continuidade do tratamento3

Precaução: Gravidez – Efeitos Teratogênicos: Gravidez Categoria D.

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Revista Brasileira de Hematologia e HemoterapiaJournal of Hematology and Hemotherapy

ISSN 1516-8484 print version 1806-0870 eletronic version

EDITOR IN CHIEFMilton Artur Ruiz - São Paulo, Brazil

CO-EDITORSRoberto Passetto Falcão - Ribeirão Preto, BrazilJosé Orlando Bordin - São Paulo, Brazil

ASSOCIATE EDITORSCarlos Sérgio Chiattone - São Paulo, BrazilCármino Antonio de Souza - Campinas, BrazilDalton A. F. Chamone - São Paulo, BrazilDante Mário Langhi Júnior - São Paulo, BrazilDimas Tadeu Covas - Ribeirão Preto, BrazilIrene Lorand-Metze - Campinas, BrazilLuis Fernando S. Bouzas - Rio de Janeiro, BrazilMaria Helena Pitombeira - Fortaleza, BrazilMárcio Nucci - Rio de Janeiro, BrazilNelson Hamerschlak - São Paulo, Brazil

EDITORIAL BOARD

PAST EDITORS

INTERNAL EDITORIAL COMMITTEE

Antonio P. Capanema – 1973-1981; Milton A. Ruiz – 1981-1990; Carlos S. Chiattone – 1991-1994; Milton A. Ruiz – 1995-1998;The Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Journal of Hematology and Hemotherapy) succeeded the Boletim da

Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Bulletin of the Brazilian Society of Hematology and Hemotherapy) ISSN 0102 7662,which was published from 1973 to 1998 with 179 issues in 20 volumes.

Assistant Editor: David A. Hewitt – Technical Editors: Edna Rother, Maria Elisa Rangel BragaGraphic Design: Josefina Helena de Toledo Carneiro – Web: Daniel Marcoto – Executive Secretary: Luciana de Souza

Publishing office: RS Press EditoraRua Cayowaá, 228 – Perdizes – 05018-000 – São Paulo, SP, Brazil

Phone: 55 11 3875 6296 – [email protected] – www.rspress.com.brJournalist: Roberto Souza – 11408 MTB – Commercial: Caroline Frigene – [email protected]

The Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ISSN 1516-8484) (Journal of Hematology and Hemotherapy) is the official publication of the Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), the Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), the Associazione Italo-Brasiliana di Ematologia (AIBE) and the Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), edited by RS Press Comunicação. The journal is indexed to the Literatura Latino-Americana e do Caribe de Ciências da Saúde (Lilacs), Coleção SciELO Brazil, Pubmed, Extramed and Scopus scientific databases. It is distributed for free to regional libraries and Medical, Pharmacy and Biochemistry Schools in Brazil and sister societies in South, Central and North America and Europe. Annual subscription: US$ 150.00 (R$ 300.00); Single issues US$ 15.00 (R$ 30.00). Copyright © 2010 RBHH – This is an Open Access Journal distributed under the terms of the Creative Commons Attribution Non-comercial License (http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/) which permits unrestricted non-comercial use, distribution, and reprodution in any medium, provided the original work is properly cited. Nº of printed copies : 2900.

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Alfredo Mendrone Júnior – São Paulo, BrazilAlois Gratwöhl – Basel, SwitzerlandÁlvaro Urbano-Ispizua – Barcelona, SpainAndrea Bacigalupo – Genoa, ItalyÂngelo Maiolino – Rio de Janeiro, BrazilAntonio Fabron Júnior – Marilia, BrazilChristian Gisselbrecht – Paris, FranceCorrado Tarella – Turin, ItalyDaniel Tabak – Rio de Janeiro, BrazilDavid Gòmez Almaguer – Mexico City, MexicoElbio A. D’Amico – São Paulo, BrazilEnric Carreras – Barcelona, SpainFernando Ferreira Costa – Campinas, BrazilFrederico Luiz Dulley – São Paulo, BrazilGino Santini – Genoa, ItalyGuillermo Dighiero – Montevideo, UruguayGuillermo Ruiz-Arguelles – Puebla, MexicoIvan Lucena Ângulo – Ribeirão Preto, BrazilJacob Rosenblit – São Paulo, BrazilJesus Fernando San Miguel – Salamanca, SpainJoão Carlos Pina Saraiva – Belém, BrazilJúlio César Voltarelli – Ribeirão Preto, BrazilLaércio de Melo – Belo Horizonte, Brazil

Lílian Maria Castilho – Campinas, BrazilLinamara Rizzo Batistella – São Paulo, BrazilLucia Mariano da Rocha Silla – Porto Alegre, BrazilMárcia Cristina Zago Novaretti – São Paulo, BrazilMarcos Antonio Zago – Ribeirão Preto, BrazilMarcos Lima – Houston, USAMaria de Lourdes L. F. Chauffaile – São Paulo, BrazilMaria do Socorro P. de Oliveira – Rio de Janeiro, BrazilMario Cazolla – Pavia, ItalyMary Evelyn Flowres – Seattle, USANelson Abrahin Fraiji – Manaus, BrazilNelson J. Chao – Durham, USAPaul M. Ness – Baltimore, USAPaulo César Naoum – São José do Rio Preto, BrazilPedro Enrique Dhorlliac-Llacer – São Paulo, BrazilRaul C. Ribeiro – Memphis, USARaul Gabus – Montevideo, UruguayRicardo Pasquini – Curitiba, BrazilSergio Giralt – New York, USAVanderson Rocha – Paris, FranceVânia Tietsche Hungria – São Paulo, BrazilVicente Odone Filho – São Paulo, Brazil

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA,HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR

PresidentVice-President

Administrative DirectorVice Administrative Director

TreasurerVice-Treasurer

Scientific DirectorVice-Scientific Director

Director of CommunicationsVice-Director of Communications

Director to Defend Physician’s RightsVice-Director to Defend Physician’s Rights

Director of International RelationsVice-Director of International Relations

Carmino Antonio de SouzaDimas Tadeu CovasDante Mário Langhi JuniorAngelo MaiolinoHélio Moraes de SouzaEduardo Magalhães RegoRoberto Passetto FalcãoJosé Orlando BordinMarília Álvares RuganiSílvia Maria Meira MagalhãesJosé Francisco Comenalli Marques JuniorAntonio Fabron JuniorCarlos Sérgio ChiattoneLuiz de Melo Amorim Filho

BOARD OF DIRECTORS - 2012-2013

DELIBERATIVE COMMITTEE

FINANCE COMMITTEE - 2010/2013

PAST PRESIDENTS OF SOCIEDADE BRASILEIRADE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA

PRESIDENTS OF ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DEHEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR

PAST PRESIDENT OFCOLÉGIO BRASILEIRO DE HEMATOLOGIA

PERMANENT ELECTED

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Carlos Sérgio ChiattoneCarmino Antonio de SouzaDante Mario Langhi JuniorDimas Tadeu CovasEurípides FerreiraFernando Ferreira CostaHélio Moraes de SouzaHelio RamosJacob RosenblitJoão Carlos Pina SaraivaJosé Orlando BordinJoão Pedro Marques PereiraJosé KerbauyLuiz Gastão Mange Rosenfeld

Marco Antonio ZagoMaria Nazareth PetrucelliMilton Artur RuizNelson Ibrahim FraijiNelson HamerschlakNelson SpectorOrion de BastosRicardo PasquiniRoberto Passetto FalcãoRomeu Ibrahim de CarvalhoSara Teresinha Olalla SaadTherezinha Verrastro de AlmeidaUbiratan Ouvinha Peres

Aderson Da Silva AraújoAlexandre NoninoAlfredo Mendrone JuniorAna Virginia Soares Van Den BergAngelo MaiolinoAntonio Fabron JuniorBernardo GaricocheaClarisse Lopes De Castro LoboDenys Eiti FujimotoEduardo Magalhães RegoElbio Antonio D’amicoEugênia Maria Amorim UbialiEvandro Maranhão FagundesJoão Carlos de Campos GuerraJorge Vaz Pinto Neto

José Francisco Comenalli Marques JrJúnia Guimarães Mourão CioffiLeny Nascimento da Motta PassosLuis Fernando da Silva BouzasLuiz de Melo Amorim FilhoMárcia Cristina NovarettiMarco Antonio Silva RotoloMarília Álvares RuganiRodolfo Delfini CançadoRodrigo do Tocantins Calado S. RodriguesSandra Regina LoggettoSergio Barroca MesianoSílvia Maria Meira MagalhãesThales Gouveia LimeiraWaldir Veiga Pereira

Members: João Paulo Oliveira Guimarães, José Roberto Luzzi, Sergio Paulo BydlowskySubstitutes: José Eduardo Nicolau, Lygia Goretti Bruggemann Peters

1950 Walter Oswaldo Cruz1951 Michel Abujamra1954 Darcy Lima1955 José Candido C. Villela1957 Joaquim M. Barreto1959 Oswaldo Kessler Ludwing1961 Walter Hupsel1963 Rui Faria1965 Orion Bastos1967 Ubiratan Ouvinha Peres1970 Oswaldo Mellone1973 Pedro Clóvis Junqueira1975 Pedro Clóvis Junqueira1977 Maria Nazareth Petrucelli1979 Celso Carlos de C. Guerra

1981 Jacob Rosenblit1983 Luiz Gastão M. Rosenfeld1985 Augusto Luiz Gonzaga1987 Helio Ramos1988 Milton Artur Ruiz1990 Nelson Hamerschlak1992 Eurípedes Ferreira1994 João Carlos Pina Saraiva1996 João Pedro E. M. Pereira1998 Celso Carlos de C. Guerra2000 Dante Mário Langhi Junior2002 Dante Mário Langhi Junior2004 Carlos Sérgio Chiattone2006 Carlos Sérgio Chiattone2008 Carlos Sérgio Chiattone

2009 Carlos Sérgio Chiattone José Orlando Bordin

2010 Carmino Antonio de Souza2012 Carmino Antonio de Souza

1965 Hildebrando M. Marinho1967 Michel Abujamra1969 Romeu Ibrahim de Carvalho1971 Paulo Barbosa da Costa1973 Romildo Lins1975 Renato Rego Failance1977 Dilson José Fernandes

1981 José Kerbauy1985 Eurico Coelho1989 Romeu Ibrahim de Carvalho1993 José Kerbauy1997 Roberto Passetto Falcão2005 José Orlando Bordin

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA , HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULARRua da Assembleia 10 – Gr. 1704 – 20011-901 – Centro – Rio de Janeiro, RJ, Brazil

Phone/Fax: 55 21 3511-1101 – www.abhh.com.br – [email protected]

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Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea

Associazione Italo-Brasiliana di Ematologia

Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica

BOARD OF DIRECTORS - 2009-2012

BOARD OF DIRECTORS - 2009-2012

BOARD OF DIRECTORS - 2010-2012

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Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea

Members of Advisory Board

Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica

EDITORIAL OFFICE Rua Catarina Nucci Parise, 760 – Jardim Vivendas – 15090-470 – São José do Rio Preto, SP, Brazil

[email protected]

Rua Haddock Lobo, 72, sl 407 – 20260-132 – Tijuca – Rio de Janeiro – BrazilPhone: 55 21 2273-8390 – Fax: 55 21 2273-2908 – www.sbtmo.org.br – [email protected]

Vicente Odone Filho, Sima Esther Ferman, Antônio S.Petrilli, Vera Lucia Lins de Morais, Algemir Lunardi Brunetto

Av. Moema, 94/53 – 04077-020 – São Paulo-SP – Phone: 55 21 5052-7537

Diretorate - BrazilCarlos Sérgio Chiattone, Milton Artur Ruiz, Ricardo Pasquini,

Julio César Voltarelli, Irene Biasolli

Diretorate - ItalyMassimo Federico, Angelo Carella, Corrado Tarella,

Ignazio Majolino, Robin Foa, Atilio Olivieri

Associazione Italo-Brasiliana di Ematologia Viale Benedetto XV 16100 - Genoa – GE – Italy

PresidentVice-President

1st Secretary2st Secretary1st Treasurer2st Treasurer

President1st Vice-President

2nd Vice-President1st Secretary

2nd Secretary1st Treasurer

2nd Treasurer

PresidentHonorary President

Scientific Director - BrazilScientific Director - Italy

Treasurer - BrazilTreasurer - Italy

Frederico Luiz DulleyJúlio César Voltarelli (in memorian)José Carlos BarrosAdriana SeberLuis Fernando da S. BouzasCristiana Solza

Cláudio Galvão de Castro JuniorCarla Renata Donato MacedoElione Soares AlbuquerqueRenato MelaragnoTeresa Cristina Cardoso FonsecaLilian Maria CristofaniJuliana França da Mata

Angelo Maiolino – BrazilGino Santini – ItalyCarmino Antonio de SouzaTeodoro ChisesiMarcio NucciAdolfo Porcellini

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1Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):1-4

XVI Congresso da soCIedade BrasIleIra de

TransplanTe de Medula Óssea

2 a 5 de agosTo de 2012

HoTel JprIBeIrão preTo – são paulo

XV enConTro de HIsToCoMpaTIBIlIdade e IMunogenéTICa

WorksHop de deCH CrônICa

WorksHop de TerapIa Celular

realIzação

sBTMosoCIedade BrasIleIra de TransplanTe de Medula Óssea

organIzação

aBHHassoCIação BrasIleIra de HeMaTologIa, HeMoTerapIa e TerapIa Celular

presIdenTe do XVI Congresso da sBTMo

JúlIo Cesar VolTarellI (in memorian)

presIdenTe da CoMIssão CIenTífICa do XVI Congresso da sBTMo

BelInda pInTo sIMões

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2 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):1-4

CoMIssão CIenTífICa da prograMação MédICa

CoMIssão CIenTífICa da prograMação MulTIprofIssIonal

adrIana seBer

afonso Celso VIgorITo

ana BeaTrIz sTraCIerI

Ângelo MaIolIno

BelInda pInTo sIMões

CarMeM BonfIM

ClarIsse MarTIns MaCHado

CláudIo galVão de CasTro Jr.eduardo MagalHães rego

eduardo paTon

faBIano pIeronI

george naVarro

gIl CunHa de sanTIs

JulIo Cesar VolTarellI (in memorian)karen de lIMa praTa

lenIra Mauad

lúCIa MarIano da roCHa sIlla

luIs fernando da sIlVa Bouzas

MaIr de souza

MarCos augusTo Mauad

MarIa CarolIna de olIVeIra rodrIgues

MargareTH Torres noeMI faraH pereIra

rodrIgo Calado

VanIa TIeTsCHe de Moraes HungrIa

VergIlIo ColTuraTo

EnfErmagEm

renaTa CrIsTIna de CaMpos pereIra sIlVeIra

fisiotErapia

CarIna paTríCIa faIoTo aurelIano

ClarIssa VasConCellos de souza karla rIBeIro CosTa pereIra

nutrição

MarIlIa alessI guena de CaMargo

odontologia

eMIlze Mafra de lIMa

leandro dorIgan de MaCedo

VIVIan Youssef kHourI

psicologia

érIka aranTes de olIVeIra-Cardoso

sErviço social

Clara lúCIa dos sanTos BerTagnollI

tErapia ocupacional

ana paula MasTropIeTro

ORGANIzADORES DE ÁREA

rEsponsávEl gEral

leandro dorIgan de MaCedo

dirEtoria da sBtmo

Presidente

Vice-presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

Frederico Luiz Dulley

Júlio Cézar Voltarelli (in memorian)

José Carlos Barros

Adriana Seber

Luis Fernando da S. Bouzas

Cristiana Solza

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3Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):1-4

2012 – Volume 34 – nº 3

CONTENTS_______________

edITorIal .........................................................................................................4

HeMaTologIa ...................................................................................................5

HeMoTerapIa ...................................................................................................9

HIsToCoMpaTIBIlIdade .................................................................................. 11

laBoraTÓrIos eM TransplanTes ................................................................23

MulTIdIsCIplInar ..........................................................................................31

TerapIa Celular ..........................................................................................57

TransplanTe .................................................................................................61

TransplanTe pedIáTrICo .............................................................................99

índICe reMIssIVo ........................................................................................107

Revista Brasileira de Hematologia e HemoterapiaJournal of Hematology and Hemotherapy

ISSN 1516-8484 print version 1806-0870 eletronic version

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4 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):1-4

edITorIal

Prezados Congressistas,

É com imenso prazer que recebemos todos na cidade de Ribeirão Preto para o XVI Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, XIV Encontro de Enfermagem e equipe multi-disciplinar em TMO, XVI Encontro de Histocompatibilidade e Imunogenética, IX Encontro de TMO da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica e 1º Encontro Científico de Especialidades.

Temos a certeza que teremos quatro dias repletos de intensa atividade científica mas, também, com um tempo para uma cervejinha do Pinguim na parte dos pôsteres. Organizamos o congresso pensando em uma interação e troca de experiências intensa entre os participantes. Neste sentido tentamos inovar em alguns aspectos este ano criando, por exemplo, um dia dedicado exclusivamente aos grupos de estudo na certeza de que é a união a força da nossa sociedade. O programa foi estruturado com várias mini-conferências no intuito de podermos todos aproveitar ao máximo a participação dos convidados que vieram de longe.

Foram convidados vários palestrantes estrangeiros que nunca estiveram entre nós, não apenas pela competência em suas respectivas áreas, mas para divulgarmos ainda mais o TMO do Brasil.

Ao lado da enorme felicidade de termos todos vocês aqui em Ribeirão Preto, fica a responsabilida-de e a tristeza de organizar um congresso sem a ajuda daquele que sempre foi para nós impulsionador e mentor! Fica a saudade de alguém que sempre lutou pela SBTMO e pelo TMO no Brasil sem nunca se intimidar com os obstáculos que eram necessários vencer! Foi seu espírito inovador e corajoso que mos-trou ao mundo que podemos fazer pesquisa clínica de ponta no nosso País.

Este congresso é dedicado ao nosso querido presidente Julio Cesar Voltarelli que quis com todos vocês comemorar os 20 anos de existência da unidade de TMO do Hospital das Clínicas da FMRP. Mesmo não estando mais fisicamente entre nós, certamente estará nos acompanhando nestes dias. A ele nossos mais sinceros agradecimentos pelo privilégio do convívio e do aprendizado! Fica a imensa saudade de alguém que foi brilhante e humilde como poucos.

Aproveitem este grandioso evento.

Comissão Organizadora

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Temas livres/Abstracts - Hematologia

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HeMaTologIa

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Temas livres/Abstracts - Hematologia

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HEMATOLOGIA

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AnALysIs Of THE rEspOnsE rATE bEfOrE And Af-TEr AuTOLOGOus sTEM cELLs TrAnspLAnTATIOn (AscT) In pATIEnTs wITH MuLTIpLE MyELOMA cOM-pArInG THrEE dIffErEnT InducTIOn rEGIMEns

Crusoe EQ1, Camargo MPN1, Higashi F1, Quero AA1, Miranda E2, Marret ACF1, Barros JC1, Sampaio M1, Peres AL1, Cury P1, Chiattone CS1, Hungria VT1

1Disciplina de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Ciencias Médicas da Santa casa de Misericordia de Sao Paulo2UNICAMP

Introduction: The chemotherapy regimen most commonly used un-til recently for MM induction eligible to ASCT was VAD. The overall response (OR) rates obtained after induction reached 50% in some studies that used VAD. The use of new drugs, such as thalidomide, has indicated a significant improvement in the induction response rate, reaching above 80% OR. These responses may reflect in bet-ter event-free survival and better overall survival. Besides all these factors, the oral mode of use, ease and low cost in our midst, makes thalidomide a desirable drug to induction regimen. Aims: Compare the response rates between three different induction regimens be-fore and after ASCT: TD vs. CTD vs. VAD in patients undergoing ASCT. Methods: Retrospective cohort of MM patients undergoing ASCT at a specialized hematology treatment center among August 2004 to December 2011. We included patients who underwent VAD-induction regimens (vincristine 0. 4mg/d/4 days+ doxorubicin 9mg/m2/d/4 days+ dexamethasone 40mg/d-1-4, 9-12, 17-20), CTD (cy-clophosphamide 50mg/d / continuum + thalidomide 100-200mg/d-continuum+ dexamethasone 40mg/ weekly) and TD (thalidomide 100-200mg/d-continuum + dexamethasone 40mg/ weekly), and excluded patients who underwent more than eight cycles during induction and which used anothers regimens and also who previ-ously were submitted to ASCT. Statistical analysis was performed with SPSS 15. 0. Results: One hundred and six patients submitted to ASCT were elected. Seventeen were excluded, remaning 89 ana-lyzable patients. All the analyzed variables had a similar distribution between the three groups allowing comparability. The median age at diagnosis was 55. 5 years old (30-70). 50. 6% of the patients were male. The immunoglobulin subtypes at diagnosis were: IgG - 49. 4%, IgA - 24. 7%, light chain- 19. 1%, IgM - 1. 4% and non-secretor- 3. 4%. Durie-Salmon stage: IIIA / B-88% and IIA/B-12%. Number by induction + mobilization scheme: VAD+ (Cy+GCSF)- 29 cases, VAD+GCSF- 10, CTD+GCSF- 19, TD+GCSF- 31. The median num-ber of induction cycles was 3 (1-5) for VAD and 4 (1-8) for TD and 4 (2-8) for CTD. Response rates> VGPR before induction was higher in the CTD (61%) + TD (59%) group versus VAD (16%) (p<0. 0001). After the ASCT the response > VGPR remained higher in CTD (63%) and TD (84%) versus VAD (48. 5%) (p=0. 01). The advantage ob-served in the TD group can be explained by the study design (ret-rospective), and the small number of patients included in the CTD group, beyond the short follow-up time. It was observed response gain between the pre and post ASCT in all groups, but with a signifi-cant response only in the CTD scheme (p=0. 01). The progression-free survival at 5 years was superior for the CTD induction group (p=0. 05). Through multivariate Cox analyses it was evidenced that better response rate both in pre and post ASCT impacts positively on PFS (HR=0. 33) (IC-0. 11-0. 93) Conclusion: Patients who received CTD and TD as induction regimens achieved better response rates> VGPR in both pre and post ASCT when compared with the VAD regi-men. Furthermore, best responses impacts positively on PFS (p=0. 033). The results found here can be justified by the retrospective design. However, even with controversial data in the literature, our choice for patient’s induction is CTD.

002__________________________________________

cArAcTErIZAÇÃO dE crIAnÇAs subMETIdAs AO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Marques DAOB1, Lourenão VC1, Delattre ERP1, Junior OR1

1Hospital de Base de São José do Rio Preto

Introdução: Atualmente nota-se uma crescente demanda de pa-cientes oncológicos em todo o mundo. A complexidade do câncer cerceia pessoas de todas as idades quais sejam, mulheres, ho-mens, idosos, adolescentes e crianças. Quando a criança adoece seu mundo passa por uma súbita e aguda transformação, assim como o de todos que estão a sua volta. Nos casos em que os tratamentos de base (quimioterapia e radioterapia) não apresen-tam bons resultados há a possibilidade de realizar o Transplante de células-tronco hematopoética (TCTH) que é uma terapêutica alternativa que vem se apresentando eficaz quando os tratamen-tos convencionais não respondem como o esperado. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo descrever e caracterizar as crianças submetidas ao transplante de células-tronco hematopo-éticas do Hospital de Base de São José do Rio Preto – SP. Méto-dos: Analisar o protocolo de avaliação psicológica do estudo 16 crianças candidatas ao TCTH período entre janeiro/2008 a junho de 2012 utilizando a Entrevista Semi-dirigida. A dispensa do termo de consentimento será solicitada ao Comitê de Ética em Pesqui-sa, uma vez que os dados serão colhidos a partir dos relatórios de avaliação psicológica arquivados na Unidade de Transplante de Células Tronco Hematopoéticas do Hospital de Base. Para a análise quantitativa e processamento estatístico dos dados será utilizado o software Microsoft Office Excel 2007. Resultados par-ciais: Os dados parciais do estudo indicam que 50% dos protoco-los avaliados eram de crianças do sexo feminino e 50% do sexo masculino, com uma média de idade de 6,6 anos. Os diagnósticos registrados nos protocolos pesquisados dividiam-se em: 31,35% Linfoma de Hodgkin; 31,35% Neuroblastoma; 12,5% Aplasia de medula; 6,25% Leucemia linfóide aguda; 6,25% Tumor de célu-las germinativas retroperitôneal; 6,25% Neuroectodémico primitivo e Linfoma 6,25%. Os transplantes realizados foram 25% alogê-nicos e 75% autólogos. No total da amostra, 25% dos pacientes evoluíram a óbito. Durante o período de tratamento, 81,25% das crianças tiveram como cuidador principal a figura materna. Consi-derações finais: É necessária a produção de conhecimento cien-tífico a respeito da população infantil acometida por essa doença, de forma a subsidiar o acompanhamento psicológico e da equipe multidisciplinar aos processos de intervenção e tratamento.

003__________________________________________

InTErVEnÇÃO psIcO-sOcIAL EM ATEndIMEnTO dE ÓbITO nA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Marques DAOB1, Lourenão VC1, Vian R1, Delattre ERP1, Junior OR1

1Hospital de Base de São José do Rio Preto

Introdução: A Unidade de Transplante de Células Tronco-Hematopo-éticas (TCTH) realiza tratamentos em pacientes com algumas doen-ças hematológicas que afetam as células do sangue. Por tratar-se de procedimentos complexos é necessária à intervenção de uma equipe multiprofissional. Deste modo, o serviço social e a psicologia realizam diversas atividades sendo uma delas o atendimento em situações de óbitos. Objetivo: Descrever a intervenção psico-social com os fami-liares em situação de óbito. Metodologia: Levantamento da litara-tura associado à observação participante das autoras. Resultados: Mediante experiência prática das duas áreas, foi possível perceber a necessidade de intervenção conjunta no momento da notificação

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Temas livres/Abstracts - Hematologia

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do óbito feita pelo médico responsável. A partir daí, é dispensado um acolhimento humanizado que utiliza empatia, escuta ativa e identifi-cação de crenças para auxiliar o enfrentamento da dor. Posteriormen-te a orientação dos procedimentos funerários e monitoramento da compreensão das informações são realizadas. Conclusão: A prática dessa intervenção proporcionou às profissionais o desenvolvimento de habilidades para intervir e fornecer subsídios e suporte aos fa-miliares que vivenciam um óbito na família. Os profissionais atuam como uma fonte de apoio direta a essas pessoas que vivenciam um momento doloroso, que as obriga a racionalizar suas emoções a fim de resolver questões burocráticas relacionadas ao funeral.

004__________________________________________

rEsuLTAdOs EspErAdOs cOM OrIEnTAÇÕEs nA AdMIssÃO dOs pAcIEnTEs IMunOdEprIMIdOs nA unIdAdE dE AMbIEnTE prOTEGIdO

Marek F1, Tecchio C1, Silva PO1, Caon C1, Neto D1, Santos VD1, Orlandinini GM1, Machado FD1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O Procedimento Operacional Padrão (POP) objetiva pa-dronizar ações e procedimentos de enfermagem. Na UAP, as orienta-ções na admissão dos pacientes visam qualidade da assistência, uni-formidade nas orientações prestadas ao paciente e seus cuidadores na tentativa de compreensão da complexidade do tratamento. O POP institucional “Cuidados com Pacientes Imunodeprimidos”enfatiza os cuidados na higienização das mãos adequadamente no contato com o paciente, na realização de procedimentos e após o contato. E reco-menda: uso de máscara N95 pelo paciente na saído do quarto e nas dependências do hospital; manter equipamentos e materiais de uso individual para o paciente (termômetros, esfigmomanômetros, brin-quedos); orientar pacientes e cuidadores sobre a lavagem de mãos; restringir visitas aos pacientes. Objetivo: Relacionar os resultados da aplicação do POP com a Nursing Outcomes Classification (NOC) so-bre orientações de pacientes imunodeprimidos na admissão na UAP. Método: Relato de experiência. Resultados: Neste período de im-plantação do POP, observou-se maior uniformidade das orientações prestadas ao paciente e seus cuidadores, o que resultou em maior entendimento. Os cuidados individualizados são descritos na Pres-crição de Enfermagem e as rotinas são padronizadas na unidade. As recomendações estão baseadas na prevenção de infecções em pacientes com sistema imunológico debilitado, regulamentadas pelo Serviço de Controle de Infecção institucional e baseadas na literatura e na experiência da instituição. Conclusão: Identificou-se a necessi-dade dos profissionais terem conhecimento teórico-prático dos POPs e que valorizem sua aplicabilidade. A implementação do POP garante uniformidade de entendimento dos pacientes e seus cuidadores acer-ca da prevenção de infecção. Estabeleceu-se assim um vínculo que permite desenvolver medidas na busca de qualidade no atendimento e melhoria dos indicadores assistenciais tal como infecções hospita-lares. Descritores: Procedimento Operacional Padrão, diagnóstico de enfermagem , paciente imunossuprimido.

005__________________________________________

rEsuMO dO GrupO dE TrAnspLAnTEs dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Fermino FA1, Silva PE1, Muehlbauer E1, Dutra FG1, Pereira FB1, Al-diguieri I1, Souza JPD1

1Universidade Federal de Santa Catarina

O transplante de células-tronco hematopoéticas é uma opção tera-pêutica utilizada com sucesso para o tratamento de diversas enfermi-dades onco-hematológicas, hematológicas e autoimunes. De acordo

com os dados disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Trans-plante de Medula Óssea, dentre os onze estados em que existem centros cadastrados de transplante, em oito deles o serviço é realiza-do em Hospitais Universitários Federais. A maioria destes encontra--se concentrada na região sudeste. No estado de Santa Catarina, existe apenas um centro transplantador para atender a demanda de toda a população do estado, sendo realizado apenas transplante autólogo. Todos os pacientes que recebem indicação de transplante alogênico, aparentado ou não, são encaminhados para realizar o pro-cedimento em outro estado. Tendo em vista o exposto, é indiscutível a necessidade de implantação de serviços que ofereçam esse tipo de tratamento no estado de Santa Catarina. Recentemente, o Hospital Universitário (HU) Polydoro Ernani de São Tiago da Universidade Fe-deral de Santa Catarina (UFSC) iniciou o processo de implantação do Serviço de Transplante de Medula Óssea a fim de suprir as deman-das do estado. Com base nesse cenário, um grupo de estudantes de medicina, orientados por uma professora de hematologia, criaram o Grupo de Estudos em Transplantes de Células-tronco Hematopoiéti-cas da UFSC, que tem como objetivo incluir os acadêmicos do cur-so no processo de implantação do Serviço de Transplante do HU. O grupo propõe ainda atividades que consistem em reuniões periódicas para discussões de casos clínicos e atendimento ambulatorial a pa-cientes onco-hematológicos. Outro objetivo é trabalhar estratégias de divulgação, conscientização e estímulo sobre doação de sangue e medula óssea na comunidade universitária e fora dela.

006__________________________________________

IMpOrTÂncIA dA cITOMETrIA dE fLuXO nO dIAG-nÓsTIcO dE sÍndrOME LInfOprOLIfErATIVA Au-TOIMunE – ALps

Azambuja AP1,2, Beltrame MP1, Weiss S2, Suzuki J2, Pimentel JL1, Malvezzi M1,2

1Universidade Federal do Paraná2Mantis Diagnósticos Avançados

Introdução: O diagnóstico diferencial de linfadenopatia em crian-ças e adultos jovens sem causas infecciosas ou malignas subja-centes inclui a síndrome linfoproliferativa autoimune - ALPS (inglês). A ALPS é uma entidade causada por mutações no gene FAS que podem ser herdadas de maneira autossômica dominante. Estas mutações levam a falha da apoptose dos linfócitos T, e resultam em acúmulo destes, linfadenopatia crônica, esplenomegalia, cito-penias resultantes de sequestro e destruição autoimune, além de um risco aumentado de linfomas B. Os achados laboratoriais in-cluem hipergamaglobulinemia policlonal e expansão de linfócitos T TCRαβ duplo negativos, ou seja, que não expressam CD4 nem CD8 [TCRαβ+CD4 (-) CD8 (-)]. Em 1999 o NIH sugeriu critérios para o diagnóstico, os quais foram revistos em 2009 (OLIVEIRA, J. et al). Segundo o consenso, para o diagnóstico da síndrome são necessários 2 critérios:

1) Linfadenopatia crônica (>6m) não infecciosa não maligna, e/ou esplenomegalia;2) Aumento dos linfócitos T duplo negativos TCRαβ+CD4 (-) CD8 (-), sendo o valor de referência dentro da janela de linfócitos totais 1,5%, ou maior que 2,5% dos linfócitos T CD3+. Para confirmação diagnóstica são necessários um critério acessório primário (1-2) ou dois secundários (3-6):1) Defeito na apoptose em dois ensaios separados;2) Mutação somática no FAS, FASLIG ou CASP10. 3) Aumento dos níveis de sFASL (200pg/ml) ou IL10 (20pg/ml) ou vitamina B12 (1500ng/dl) ou IL18 (500pg/dl);4) Histopatologia típica revisada por patologista experiente;5) Citopenias autoimunes (anemia hemolítica, trombocitopenia ou neutropenia) e hipergamaglobulinemia policlonal;

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6) História familiar de ALPS. Caso Clínico: masculino, 20 anos, com história de linfadenopatias e esplenomegalia sem diagnóstico há mais de 3 anos, com diversas biópsias de linfonodo negativas para malignidade. O paciente evo-luiu com púrpura trombocitopênica imune (PTI) e aumento das lin-fonodomegalias. Nova biópsia negativa e exame de medula óssea normal; não havia história familiar de ALPS. A análise imunofenotípi-ca de sangue periférico apresentou linfocitose T com aumento célu-las TCRαβ+CD4 (-)CD8 (-), quando comparados com os valores de referência (7,66% dos linfócitos totais; VR <1,5%).

Investigamos paralelamente um paciente masculino, de 3 anos, com linfonodomegalia reativa, o qual apresentava aumento células T CD4/CD8 negativas, porém com TCRγδ (normais). As células T TCRαβ+CD4 (-)CD8 (-) estavam dentro da faixa normal quando comparados com os valores de referência (0,59% dos linfócitos totais; VR <1,5%). Discussão: A inclusão da síndrome ALPS no diagnóstico diferencial de linfadenopatias não malignas exige uma avaliação criteriosa da biópsia de linfonodo e do exame de imuno-fenotipagem por citometria de fluxo de sangue periférico a procura das células T TCRαβ+CD4 (-)CD8 (-), uma vez que o ensaio para avaliação do defeito da apoptose e a pesquisa das mutações somá-ticas do gene FAS não são universalmente realizados. A presença de linfócitos T duplo negativos específicos para a síndrome deve ser diferenciada das células TCRγδ normais, que podem estar aumen-tadas em diversos processos inflamatórios virais ou reativos. OLIVEIRA, J. et al. Revised diagnostic criteria and classification for the autoimmune lymphoproliferative syndrome (ALPS): report from the 2009 NIH International Workshop. Blood, 116:14,2010.

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AVALIAÇÃO dAs cArAcTErÍsTIcAs cLÍnIcAs E LA-bOrATOrIAIs dE pAcIEnTEs cOM cLOnE dE cÉLuLAs Hpn (HEMOGLObInÚrIA pArOXÍsTIcA nOTurnA) dETEcTAdOs pOr cITOMETrIA dE fLuXO.

Azambuja AP1, Malvezzi M1, Medeiros L1, Oliveira MM1, Bittencourt MA1, Orfao A2, Pasquini R1

1Universidade Federal do Paraná2Universidade de Salamanca

Introdução: A Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) é uma doença clonal e adquirida da hematopoese, caracterizada clinica-mente por hemólise intravascular crônica, falência medular e hiper-coagulabilidade levando a tromboses. A facilidade na detecção de clone HPN através do uso de técnicas sensíveis aumentou o diag-nóstico, mas a heterogeneidade da doença torna imprescindível a correlação clínica. Objetivos: analisar as características clinico-bio-lógicas de uma população de pacientes com clone HPN. Métodos: análise retrospectiva de pacientes selecionados através de busca nos exames de imunofenotipagem por citometria de fluxo (CF) re-alizados entre dez/1999 e dez/2011. Definição de Clone HPN+: CF com defeito de expressão >0,1% em pelo menos dois marcadores (CD55, CD59, CD16, CD24, CD66b, CD14) em duas linhagens he-matopoéticas distintas. Resultados: 103 pacientes clone HPN+; 52M / 51F, idade mediana 24,1 anos. Sintomas iniciais: 95,1% as-tenia; 46,6% infecção; 66% sangramentos, sendo 47,1% petéquias e equimoses e 47,1% hemoglobinúria; 38,8% dor abdominal; 13,6% icterícia; 97,1% anemia; 84,5% leucopenia; 92,2% trombocitopenia. Os pacientes foram divididos em 3 grupos, conforme as caracterís-ticas do hemograma inicial: 5 (4,85%) HPN clássica (anemia ape-nas (Hb<12g/dl), sem outra citopenia associada (neutrófilos>1500/mm3 e plaquetas>120. 000/mm3); 60 (58,25%) HPN+AAS (anemia (Hb <10g/dl) e neutropenia e/ou plaquetopenia (neutrófilos <1000/mm3 e plaquetas <80. 000/mm3); 38 (36,9%) grupo intermediário (anemia (Hb<10g/dl), neutropenia e/ou plaquetopenia mais leves (neutrófilos 1000 - 1500/mm3; plaquetas 80. 000 - 120. 000/mm3).

A celularidade mediana MO foi 5% em HPN+AAS, 12,5% nos inter-mediários e 70% nas clássicas (p=0,094), sendo 89,3% hipoplasia medular ao diagnóstico (celularidade <30%) e 41,7% hiperplasia eritróide. 54 (52,4%) pacientes apresentaram hemólise durante o acompa-nhamento, sendo 22 (36,7%) HPN+AAS, 22 (57,9%) intermediário e 5 (100%) HPN clássica (p=0,06). Entre os 47 pacientes dos grupos HPN+AAS e intermediário que evoluíram com hemólise, 19 (40%) ocorreram no primeiro ano do diagnóstico e 28 (60%) após um ano do diagnóstico (p=0,011). O tamanho do clone em granulócitos e eritrócitos foi significativa-mente menor no grupo que nunca hemolisou (14,8% e 4,0%, n=51), que nos grupos com hemólise no primeiro ano (72,3% e 43,9%, n=23) e depois do primeiro ano (56,4% e 26,1%, n=29), p<0,001%. 17 pacientes evoluíram com trombose, sendo 9 (15%) HPN+AAS, 6 (15,8%) intermediário e 2 (40%) HPN clássica (p=1,00). Tratamento: 90 (87,4%) corticóide, 77 (74,8%) CSA, 27 (28,4%) submetidos a TCTH, 11 (11,6%) Thymoglobulina, 10 (9,7%) Hemo-genin, 5 (4,9%) Eculizumab. Resposta à imunossupressão em um ano (74 avaliados): 24,1% resposta completa e 50,6% resposta par-cial (p=0,026). 14 óbitos, sendo 11 HPN+AAS e 3 grupo intermediário. Causas: sepsis 6 (42,9%); TEP em 4; trombose mesentérica 2, DECH grave pós TCTH 1 e morte súbita 1. Sobrevida global 81,7% em 10 anos no grupo total, e 87,89% x 76,52% nos grupos HPN clássica + intermediário versus HPN+AAS (p=0,09). Conclusão: Os resultados da citometria de fluxo em pa-cientes com clone HPN devem ser correlacionados com as informa-ções clínicas e laboratoriais para o correto diagnóstico, classificação e tratamento.

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Temas livres/Abstracts - Hemoterapia

9Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):9-10

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HeMoTerapIa

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Temas livres/Abstracts - Hemoterapia

10 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):9-10

HEMOTErApIA

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cOLETAs dE cÉLuLAs prOGEnITOrAs dE sAnGuE pErIfÉrIcO rEALIZAdAs nO sErVIÇO dE HEMOTE-rApIA dA sAnTA cAsA dE MIsErIcÓrdIA dE pOrTO ALEGrE

Silva KPF1, Oliveira CT1, Souza SR1, Capra MS1, Fraga CGS1, Brum DE1, Barison M1

1Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: A coleta de células progenitoras do sangue periféricas (CPSP) é um procedimento terapêutico que consiste na retirada de sangue periférico de um paciente ou doador, utilizando o sepa-rador celular de fluxo contínuo Cobe Spectra®. A duração do pro-cedimento é de 3 à 5 horas dependendo do número de volemias sanguíneas processadas e do fluxo sanguíneo adotado2. A coleta de CPSP apresenta vantagens se comparada à coleta da medu-la óssea por punção, pois é menos invasiva, sendo realizado no leito do paciente além de se ter a reconstituição da hematopoiese e da resposta imune mais rapidamente1. Objetivo: Descrever as características da coleta de células progenitoras do sangue perifé-rico (CPSP) realizadas na instituição. Material e Método: Foram incluídos no estudo 37 pacientes adultos, atendidos no período de janeiro à dezembro de 2011 pelo serviço de hemoterapia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que realizaram CPSP autóloga, utilizando a máquina de aférese Cobe Spectra®, e que foram realizadas sob supervisão constante de um médico ou en-fermeira habilitados. As informações contidas nos protocolos dos procedimentos foram tabuladas em Excel versão 2007 e posterior-mente analisadas. Resultados: Foram realizadas 49 coletas de 3 volemias em pacientes com idade entre 19 e 67 anos (mediana 48 anos), destes 54% do sexo masculino. Em relação as patologias 19 (51,35%) Mieloma Múltiplo, 12 (32,43%) Linfoma não Hodgkin, 5 (13,51%) Linfoma de Hodgkin e 1 (2,70%) Sarcoma de Ewing. Para realizar as CPSP os pacientes foram mobilizados previamen-te com GCSF (Granulocyte colony stimulating factor), média de 5 dias. A média do volume total processado foi de 15128 ml obtendo--se um buffy entre 193 a 314 ml, média de 238 ml. O valor médio do CD34 foi 2,78 x 106/Kg. Conclusão: Os pacientes que reali-zaram CPSP autóloga com 3 volemias obtiveram média do CD34 2,78 x 106/Kg. Dados atuais reforçam o benefício na utilização de um número maior de células CD34, podendo ser processadas até 4 volemias, para que haja uma boa recuperação medular pós infusão1. O conhecimento dos dados permitirá adequar as tera-pêuticas do cuidado aos pacientes que serão submetidos à CPSP e o aprimoramento das técnicas empregadas. Revisão Bibliográfica1. BORDIN, JO; LANGHI,DM; COVAS DT; Hemoterapia: Funda-mentos e Prática; Atheneu; Pág. 324 à 325; São Paulo; 2007. 2. NARDI, MB; Cuidados de enfermagem dos pacientes adultos submetidos a transplante de medula óssea:Uma revisão integrativa; TCC UFRGS; Porto Alegre; 2011.

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TrAnsfusÃO dE GrAnuLÓcITOs EM crIAnÇAs cOM dOEnÇAs OncO-HEMATOLÓGIcAs E nEuTrOpEnIA fEbrIL: EXpErIÊncIA dE uM cEnTrO brAsILEIrO

Polis LB1, Jr BPAP1, Santis GC1, Neto OAM1, Neves FIR2, Bonilha TA2, Grecco CES2, Valera ET2, Scrideli CA2, Covas DT1

1Centro Regional de Hemoterapia da Faculdade de Medicina de Ri-beirão Preto-SP2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP

Introdução: Diversos estudos não controlados mostraram que a transfusão de granulócitos pode ser efetiva para o tratamento de infecção grave em pacientes neutropênicos após tratamento qui-mioterápico ou transplante de medula óssea. Nesse estudo, descre-vemos a experiência de uma instituição brasileira com a transfusão de concentrado de granulócitos em crianças com neutropenia febril e quadro infeccioso grave. Materiais e Métodos: foi realizado estu-do retrospectivo com 32 pacientes onco-hematológicos com idade mediana de 14,5 anos (0 a 21) de idade, que nos últimos 6 anos receberam transfusão de granulócitos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (USP). Resultados: dos 32 pacientes, 20 tinham leucemia aguda, 1 linfoma de Burkitt, 5 anemia aplástica grave e, 6 tumor sólido. Todos os pacientes receberam a transfusão em vi-gência de quadro séptico grave (em 14 pacientes foram isolados agentes bacterianos, em 11 fungos, 2 apresentaram antigenemia positiva para CMV e em 5 não foram isolados agentes infecciosos). A mediana do número de granulócitos infundidos por transfusão de foi 3,6 x 1010, e o número de transfusões foi 3 (1 a 14). Do total de pacientes, 14 (43,8%) tiveram o quadro infeccioso resolvido, dos quais 8 (25%) estão vivos e com a doença de base em remissão e 18 (56,2%) foram a óbito devido a evolução do quadro séptico. Dos 32 pacientes, 9 receberam as transfusões após transplante de me-dula óssea, sendo 6 pacientes após transplante autólogo (1 linfoma de Burkitt, 1 PNET de SNC, 1 sarcoma de Ewing, 2 neuroblastoma). Desses 6 pacientes, 5 estão vivos e com a doença de base em re-missão, 1 paciente morreu devido falha de enxertia e sepse. Dos 5 pacientes com anemia aplástica grave, 4 foram a óbito por ocasião da sepse e enquanto recebiam as transfusões de granulócitos e 1 foi a óbito um mês depois com sepse. Conclusão: é difícil avaliar o real benefício da transfusão de granulócitos devido ao pequeno número de pacientes e a situação de gravidade que esses pacien-tes se encontravam nesse momento. Entretanto, 43,7% (14 em 32 casos) das crianças acometidas de quadros sépticos refratários a antibioticoterapia conseguiram recuperar-se do quadro infeccioso após as transfusões de granulócitos. Estes dados iniciais indicam a necessidade de realizar estudos prospectivos multicêntricos con-trolados para determinar o papel desta modalidade terapêutica em crianças sépticas e gravemente neutropênicas.

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

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HIsToCoMpaTIBIlIdade

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HIsTOcOMpATIbILIdAdE

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A IMpOrTÂncIA dA pEsQuIsA dE ALOAnTIcOrpOs HLA nO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO-HEMA-TOpOÉTIcA

Torres M1, Hamerschlak N1, Masaki V1, Kondo A1, Moraes ME2, Mar-tininez M2, Coulturato V2, Hue MI3, Timoner B3, Bub C1

1Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - SP2Fundação Amaral Carvalho - Jaú - SP3Laboratório JRM Investigações Imunológicas - Rio de Janeiro - RJ

Introdução: O significado clínico dos anticorpos anti-HLA foi pela primeira vez documentada por Terasaki e colaboradores (1965) que correlacionaram à presença de anticorpos pré-for-mados no soro do receptor com a perda do enxerto renal por re-jeição. Os pacientes podem ser sensibilizados contra antígenos HLA devido transfusões sanguíneas, gestações ou transplan-tes prévios. A introdução de leucodepleção universal reduziu uma das fontes de aloimunização, mas tal procedimento não é amplamente utilizado no Brasil. Estudos em animais e huma-nos têm mostrado associação dos anticorpos doador específi-co (DSA) e falha na pega do enxerto (rejeição) no transplante de células-tronco hematopoética (TCTH). Recentes estudos do NMDP/CIBMTR descrevem a presença de anticorpos HLA em um terço dos pacientes candidatos a TCTH. Nos receptores com falência do enxerto, DSA foi detectado em 24% dos casos. A presença de DSA também apresentou associação estatistica-mente significante com uma piora da sobrevida global. Objeti-vos: Determinar a frequência dos aloanticorpos HLA e DSA nos receptores candidatos a TCTH no Hospital Albert Einstein e Fun-dação Amaral Carvalho. Metodologia: No período 2010 a 2012, a pesquisa de anticorpos HLA foi realizada em 161 pacientes (62% do sexo masculino e 38% do sexo feminino) candidatos a TCTH no Hospital Albert Einstein (SP) e na Fundação Ama-ral Carvalho (Jaú) com doadores não aparentados ou sangue de cordão umbilical. A metologia utilizada foi o ensaio de fase sólida, plataforma luminex. As amostras foram avaliadas pelo teste de triagem utilizando os reagentes Labscreen (LSM12, One Lambda) e a identificação das especificidades dos anti-corpos foi realizada utilizando os reagentes LABScreen®Single Antigen HLA Class I e II , One Lambda. A tipificação HLA-DPB1 foi realizada nos pacientes e doadores quando anticorpos anti HLA-DP eram identificados. Resultados: A pesquisa de anticor-pos HLA foi negativa em 111 /161 (69%) dos pacientes, sendo 37 (33%) do sexo feminino e 74 (67%) do sexo masculino. Os anticorpos HLA foram detectados em 31% das amostras, sen-do a sensibilização de 40% no sexo feminino e 26% no sexo masculino. Nos pacientes positivos, 22 (14%), apresentavam anticorpos HLA classe I, 8 (5%) classe II e 20 (12%) classe I e II. Os anticorpos doador especifico foram detectados em 6/161 (3,7%) dos pacientes, sendo 66% dos casos anti HLA-DP. Em quatro pacientes com DSA foi possível selecionar outros doado-res. Num dos pacientes do sexo feminino, que não havia outro doador disponível, foi realizada plasmaferese previamente ao TCTH com redução significativa dos níveis de anticorpos. Em outra paciente, foi observada a redução de anticorpos após ser submetida a tratamento por quimioterapia. Conclusão: A pes-quisa e identificação das especificidades dos anticorpos é uma estratégia que deveria ser considerada na seleção de doador no TCTH com doadores não aparentados e com incompatibilidades antigênicas ou alélicas. A frequência de 31% de anticorpos HLA encontrada nos pacientes está de acordo com a descrita na li-teratura e demostra o risco de encontrarmos DSA nos pacientes candidatos a transplantes com incompatibilidades HLA, incluin-do o locus HLA-DPB1.

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AVALIAÇÃO dA frEQuÊncIA dOs ALELOs dOs GEnEs HLA-A, HLA-b E HLA-dr nA pOpuLAÇÃO dO EsTAdO dE sÃO pAuLO E rOndÔnIA.

Cita RF1,2, Junior CTM3, Franca MA2, Gigliotti CB2, Medeiros L2, Do-nadi EA1

1Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ri-beirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil2Laboratório de Imunogenética, Hospital de Câncer de Barretos, Barretos-SP, Brasil. 3Departamento de Química, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil

O conhecimento das frequências alélicas envolvendo genes HLA assume um papel relevante no contexto do transplante de órgãos sólidos e tecidos, quando se trata de se buscar um doador não rela-cionado para pacientes que não encontraram doador compatível em seu núcleo familiar. Uma classificação dos alelos mais frequentes por etnia pode encurtar a procura do doador ideal, pois a busca inicial pode ser efetuada dentro do próprio grupo étnico do paciente onde há, teoricamente, maiores chances dele encontrar um doador compatível. Além disso, o conhecimento dessas frequências permi-te estimar as reais chances de um paciente, em uma lista de espe-ra, encontrar um doador que apresente uma maior compatibilidade HLA. O conhecimento da frequência e prevalência dos genes HLA, permitirá a compreensão da biologia da distribuição desses alelos em nossa população, além de possibilitar a comparação com outros grupos populacionais. A variabilidade genética do sistema HLA é útil na pesquisa imunológica para transplantes, a fim de minimizar a rejeição; no fornecimento de informações sobre susceptibilidade ou resistência genética a doenças; nos estudos antropológicos e de genética de populações. Este trabalho tem por objetivo avaliar as frequências de grupos de alelos dos genes que codificam os an-tígenos HLA-A, HLA-B e HLA-DR em amostras populacionais do estado de São Paulo e Rondônia. A coleta dos dados foi realizada no arquivo do Laboratório de Imunogenética do Hospital de Câncer de Barretos, no ano de 2011. Para a execução deste trabalho fo-ram selecionados 48. 981 indivíduos não relacionados e saudáveis; dos quais, 20. 823 pertencem ao estado de São Paulo, e 28. 158 ao estado de Rondônia. A composição étnica da população estu-dada apresentou maior heterogeneidade nos indivíduos de Rondô-nia (brancos: 48,94%, pardos: 42,55%, negros: 8,25%, amarelos: 0,23% e indígenas: 0,03%), já em São Paulo os indivíduos bran-cos tiveram maior representatividade (brancos: 73,48%, pardos: 18,16%, negros: 7,49%, amarelos: 0,85% e indígenas: 0,02%). Os antígenos HLA mais frequentes no estado de Rondônia foram A02 (24,8%), A24 (9,5%), A03 (8,9%), A01 (8,7%), A68 (7%), B35 (11,4%), B44 (10,8%), B15 (9,9%), B51 (7,7%), B07 (7%), DR13 (13,4%), DR04 (12,7%), DR07 (12,5%), DR11 (10,8%) e DR03 (10,3%); e os antígenos HLA mais frequentes no estado de São Paulo foram A02 (25,2%), A01 (9,7%), A24 (9,7%), A03 (9,2%), A68 (6,1%), B35 (12,1%), B44 (10,5%), B15 (8,9%), B51 (8,5%), B07 (6,6%), DR11 (13,8%), DR13 (13,2%), DR07 (12,5%), DR04 (11,9%) e DR03 (10,3%). Avaliando a variabilidade genética entre os dois estados, a população de Rondônia apresentou 42 antígenos que não foram encontrados na população de São Paulo, enquanto esta, apenas 5; desta forma, estes dados são informativos para estabe-lecer estratégias mais eficazes na busca de um doador ideal, pois caracterizam a diferença na distribuição dos alelos dos genes HLA entre as duas regiões.

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cLInIcAL rELEVAncE Of prE-fOrMEd LuMInEX-dE-TEcTEd dOnOr spEcIfIc AnTIbOdIEs AGAInsT HLA cLAss I AnTIGEns On KIdnEy TrAnspLAnTs pEr-fOrMEd wITH nEGATIVE cOMpLEMEnT dEpEndEnT cyTOTOXIcITy T And b crOssMATcHEs

Holanda-Cavalcanti A1,2,3, Campos EF1,2,3, Grenzi PC2, Marco R2, Rampim GF2, Tedesco-Silva H3, Medina-Pestana JO1,3, Gerbase--Delima M1,2

1Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista Medicina, São Paulo, SP, Brazil2Immunogenetics Institute, AFIP São Paulo, SP, Brazil3Fundação Oswaldo Ramos, Hospital do Rim e Hipertensão, São Paulo, SP, Brazil

The purpose of this study was to determine the clinical relevance of pre-formed HLA donor specific antibodies (DSA) revealed by Lu-minex single antigen beads assay (SAB) in kidney transplantation (Tx) performed with negative T (CDC-AHG) and B (CDC) cross-matches. Methods: The study included 298 recipients (R) trans-planted in a single center, between 2001 and 2006, with negative T and B CDC crossmatches and without any information regarding Luminex-detected antibodies (Ab). Stored pre-Tx sera of 165 R with ELISA PRA class I 0% and of 133 R with ELISA PRA class I ≥ 50% were screened with Labscreen Mixed (One Lambda) and the posi-tive ones were further analyzed with the class I or classII SAB assays (One Lambda). In the SAB assay, reactions with MFI > 300 were recorded as positive and DSAs were defined as Abs against HLA-A, B or DR mismatches. Graft survival (GS) curves were constructed with Kaplan-Meier method and compared with the log-rank test; Cox regression analysis was used to calculate risk of graft loss. Results: No difference in GS was detected among R with PRA ELISA and Luminex NEG (N=165), PRA ELISA ≥ 50% without DSA (N=44), and PRA ELISA ≥ 50% with DSA 300-1,500 MFI (N=19), whereas R with DSA > 1,500 MFI against HLA class I only (N=29) or class I and class II (N=33) presented a lower GS (p<0. 001): 92. 1% vs 75. 8% at 12 months; 76. 3% vs 51. 6% at 96 months. We could not analyze the impact of isolated HLA class II DSA because only 8 R felt into this category. Class I DSA >1500 MFI conferred a relative risk of 4. 4 for graft loss at one year and of 3. 0 for late graft loss in recipients with functional kidneys at one year. In addition, R with functional grafts that were transplanted with DSA >1500 MFI presented significantly (p<0. 01) lower estimated glomerular filtration rates (Cockroft-Gault formula), at one month, one year, and five years post-transplant. Conclusions: Pre-transplant HLA class I DSAs with MFIs up to 1,500 do not affect Tx outcome, whereas DSAs with MFIs >1,500, although not associated with immediate graft loss, confer risk of long-term graft dysfunction and loss.

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EsTudO dE AssOcIAÇÃO bAsEAdO EM fAMÍLIAs En-TrE Os ALELOs HLA E MIcA E HAnsEnÍAsE dA rEGIÃO dE sAnTO AnTÔnIO dO prATA, bELÉM dO pArÁ.

Jarduli LR1, Alves HV1, Souza FC2, Marcos EVC2, Pereira AC2, Bap-tista IMFD2, Ramos GB3, Fava VM3, Mira MT3, Moraes MO4, Virmond MCL2, Visentainer JEL1

1Laboratório de Imunogenética - Departamento de Ciências Bási-cas e da Saúde - Universidade Estadual de Maringá - Maringá, PR, Brasil. 2Instituto Lauro Souza Lima - Secretaria do Estado de Saúde - Bau-ru, SP, Brasil. 3Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Curitiba, PR, Brasil. 4Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo intracelular Mycobacterium leprae. Inicialmente, a doença afeta a pele e o sistema nervoso periférico manifestando-se em diferentes formas clínicas, as quais têm como principal característica o tipo de resposta imunitária que o hospedeiro apresenta frente à mico-bactéria. Atualmente, no cenário mundial, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking entre os países em números absolutos de casos de hanseníase. As regiões Norte e Centro-Oeste são consideradas hiperendêmicas e a região Nordeste apresenta alto parâmetro de endemicidade. O polimorfismo dos genes HLA e MICA pode gerar produtos diferentes que interagem entre si ou com receptores de al-guns tipos celulares, alterando a resposta imune a agentes infeccio-sos. O objetivo deste trabalho foi investigar a associação genética dos alelos HLA e MICA na ocorrência de hanseníase, através de um estudo de famílias. O estudo consistiu de 51 famílias afetadas da região do Prata –PA, tipificados para os locos HLA-A , C , DRB1 e DQB1 e MICA . A genotipagem foi realizada pelo método PCR-SSO utilizando-se o kit LabType® SSO (One Lambda, CA, USA). A análi-se de associação foi baseada em famílias através do teste de dese-quilíbrio de transmissão (TDT) implementado no software FBAT 2. 0. 4. Os alelos HLA-A *03/11 (P=0,041), HLA-C*04 (P=0,025), HLA--DRB1*16 (P=0,048), DQB1*05 (P=0,004) e MICA*002 (P=0,003) foram associados com a susceptibilidade à hanseníase, enquan-to HLA-C*12 (P=0,095), DRB1*15/16 (P=0,055), e MICA*008 (P=0,075) mostraram uma tendência à associação neste estudo de famílias da região Norte do Brasil. Os resultados do presente estu-do confirmam a participação significativa dos alelos HLA-A*03/*11 , HLA-C *04, HLA-DRB1*16 , DQB1*05 e MICA*002 na susceptibili-dade à hanseníase e sugere algumas associações que devem ser melhor investigadas: HLA-C*1, DRB1*15/*16 e MICA*008 . Apoio Financeiro: CNPq e LIG-UEM.

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IMpAcT Of HLA MATcHInG And prE-TrAnspLAnT pAnEL rEAcTIVE AnTIbOdIEs (prA) On THE OuT-cOME Of KIdnEy TrAnspLAnTs wITH dEcEAsEd dOnOrs

Gerbase-Delima M1,2, Temin J2, Marco R2, Rampim GF2, Bellintani EC2, Dantas LV2, Medina-Pestana JO1,3, Campos EF1,2

1Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista Medicina, São Paulo, SP2Immunogenetics Institute, AFIP, São Paulo, SP, Brazil3Fundação Oswaldo Ramos, Hospital do Rim e Hipertensão, São Paulo, SP, Brazil

The aim of this study was to assess the impact of HLA compatibility and of pre-transplant panel reactive antibodies (PRA) on the out-come of deceased donor kidney (DD) transplants (Tx). The analysis included 3,237 DD-Tx performed from January 1st, 2002, to Decem-ber 31, 2011. More than 97% of the Tx were performed in a single institution and all histocompatibility tests, except for HLA typing of about 50% of the donors, were performed in a single laboratory. HLA typing was performed by PCR-SSP or PCR-SSO. PRA was deter-mined by ELISA until 2007 and, from 2008 on, by Luminex-based methodology (One Lambda). All Tx were performed with negative T (CDC-AHG) and B (CDC) crossmatches (XM). Since 2008, the presence of donor specific antibodies (DSA) detected with Luminex-single antigen beads (SAB) was considered a contra-indication to the Tx, even in cases with negative T and B XM and, since August 2009, the cut-off for considering a contra-indication to the Tx was set at 1,500 MFI. Patient and graft (patient death or return to dialy-sis) survival curves were constructed with Kaplan-Meier method and compared with the log-rank test. All the calculations were performed using the database and software package of the official São Paulo State Regional Registry of Transplants. Patient and graft survivals

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

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were superior (p<0. 001) in transplants performed with 0 (n=231) than with 1-6 (n=2,966) HLA-A, B, DR mismatches (MM) (8-y patient survival: 83. 6% vs 77. 3%; 8-y graft survival: 78. 1% vs 71. 0%). Concerning HLA-DR MM, graft survival (GS) was superior (p<0. 001) in cases of 0 (n=2293) than of 1-2 MM (n=944), but the effect disap-peared during the 4th to the 5th year post-Tx. The impact of pre-TX PRA levels (0-5%; 6 to 79%, and 80-100%) on GS was assessed in Tx performed between Jan. 2002 to Dec 2007, when the PRA was performed with ELISA (ELISA period), and between Jan 2008 and Dec 2011, when the PRA was calculated based on the specificity of the Abs detected by Luminex-SAB and the results of DSA were taken into account in the decision to contra-indicate the Tx (Luminex period). In the ELISA-PRA period, patients with PRA 6-79% (n=92) presented lower (p<0. 001) graft survival than patients with PRA 0 to 5% (n=713), being the 1-y GS 83. 7% and 91. 9%, respectively. Only 10 patients with PRA ≥ 80% were transplanted during this pe-riod and were not considered for analysis. In the Luminex-PRA pe-riod, no difference in graft survival was observed between patients with PRA 6-79% (n=333) and 0-5% (n=1527), being the 1-y GS 93. 5% and 91. 1%, respectively. A significantly (p<0. 001) lower graft survival, however, was observed in recipients with PRA 80-100% (n=62), when compared to those with PRA 6-79%, being the 1-y GS 88. 7% and 93. 5%, respectively. The results of this analysis support the value of HLA matching in DD kidney Tx and shows that avoiding Tx in R with Luminex detected DSA abolishes the risk of graft loss associated with PRA 6-79%, but apparently not the risk associated with PRA 80-100%.

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EfIcIÊncIA dA buscA dE dOAdOrEs EM fAMÍLIAs EsTEndIdAs

Rapanello EG1, Ramos FS1, Peres VP1, Kiyamu AR1, Silva EF1, Sai-to MH1, Vergueiro CSV1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: A pesquisa estendida na família é uma forma de aumentar as chances de encontro de doador compatível ao pa-ciente que necessita de um transplante de medula óssea (TMO). Estudos europeus indicam que há chance de sucesso em 7% na busca estendida. Os resultados encontrados no Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade do Paraná foram de 8,6% (3/35), segundo trabalho apresentado em 2010 onde foram es-tudadas 35 famílias estendidas por baixa resolução. Objetivo: Avaliar a chance de encontrar doadores aparentados em pesqui-sas nas famílias de pacientes com indicação de TMO sem doador compatível entre irmãos.

CAsuístICA e MétODOsCritérios de Inclusão: Pacientes com indicação de TMO sem ir-mão compatível; Pacientes com encaminhamento médico e soli-citação de busca estendida; Pacientes registrados no REREME para busca de doador não aparentado; Disponibilidade do pacien-te ou familiar de comparecer ao Hemocentro para uma entrevis-ta e fornecer dados e suporte para busca familiar. Critérios de exclusão: Falta de solicitação médica por escrito; Não ter famí-lia disponível para a busca. A pesquisa consiste na realização de tipificação HLA dos pais, irmãos, filhos e tios (1ªEtapa); sobrinhos (filhos dos tios haploidênticos) e primos 1ºgrau (2ªEtapa); primos 2ºgrau (3ªEtapa) e até dos avôs. Foram consideradas tipificações HLA realizadas em nosso laboratório e laboratórios externos. O processo de pesquisa é feito da seguinte maneira: Agendamento de entrevista com profissional treinado para explicação do proce-dimento e coleta de dados; Conferência do laudo das tipificações HLA e análise de haplótipos por segregação do paciente e fami-liares; listagem de familiares por parentesco; Definição de estra-tégia de tipificação de acordo com a freqüência dos haplótipos e

segregação mendeliana na família. Pesquisa de freqüência destes haplotipos: site NMDP – National Marrow Donor Program ; Tipifica-ção HLA dos familiares definidos pela estratégia (A, B e DRB1 por média resolução; Estudo de núcleo familiar, extensão da busca no ramo familiar de interesse (haploidêntico) Criação de heredogra-ma; Se doador compatível, tipificação HLA locus C + Classe II por alta resolução; Emissão de relatório. Resultados: Entre setem-bro/2007 a maio/2012 foram realizadas 61 buscas familiares. Para 61 pacientes, estudamos 1025 familiares (média de 16,9 indivídu-os por família). Foram encontrados 11 possíveis doadores (18%): 1 pai 9x10, 1 mãe 9x10, 1 tio 10x10, 3 primos 1ºgrau (um 9x10, um 8x10 e um 7x10), 2 primos 2ºgrau (um 9x10 e um 8x10) e 3 avôs (um 10x10, um 7x8 e um 5x6). Discussão: Há maior probabilidade de encontro de doador compatível em famílias com casamentos consangüíneos e nos pacientes que possuem haplótipo freqüente na população. Os trabalhos de literatura indicam que nestes ca-sos deve-se fazer busca estendida na família. Apenas um paciente poderia ser incluído na busca estendida se utilizássemos este cri-tério (um tio compatível e casamento de avós consangüíneos). As famílias estudadas tinham em média 1,5 irmãos, que é a realidade das famílias da nossa região (em média menos de dois filhos por casal, segundo Censo 2010). Encontramos candidatos à doação de medula óssea para 18% dos pacientes, com núcleos familiares pequenos, sem haplótipos freqüentes e sem casamentos consan-güíneos (exceto um caso). O tempo médio de busca foi de 90 dias e o fator que mais influenciou no tempo foi o empenho familiar.

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EsTudO dOs GEnEs KIr E dOs ALELOs HLA dE cLAs-sE I nO LInfOMA nÃO HOdGKIn dIfusO dE GrAn-dEs cÉLuLAs b

Marangon AV1, Cardozo DM1, Aranha JFP1, Visentainer JEL2, Lieber SR1, Silva RF1, Guimarães F1, Souza CA1

1Universidade Estadual de Campinas2Universidade Estadual de Maringá

Os receptores Killer Immunoglobulin-like receptors (KIR) estão rela-cionados com a ativação e inibição das células Natural Killer (NK) que são especialmente importantes na resposta imune contra infec-ções virais e contra tumores. Os receptores KIR têm como ligantes as moléculas HLA de classe I e são codificados por genes altamente polimórficos localizados no cromossomo 19q13. 4. Muitos estudos realizados nos últimos anos demonstram o envolvimento dos genes KIR na patogênese e progressão de diversas doenças. Entretanto, os efeitos desses genes em doenças hematológicas, tais como os linfomas, ainda são pouco conhecidos. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar o papel dos genes KIR e dos alelos HLA de classe I (HLA-A, -B e –C) no linfoma não Hodgkin difuso de gran-des células B (LNHDG-B). Foram incluídos no estudo 87 pacientes diagnosticados com LNHDG-B e 99 indivíduos saudáveis doadores voluntários de sangue e medula óssea. A tipagem dos genes KIR e dos loci HLA-A, -B e -C foram realizadas pela técnica de PCR--SSO, plataforma Luminex. A amplificação do DNA foi realizada com três grupos de iniciadores específicos para os éxons 3, 5 e 7-9 e o produto foi aplicado em gel de agarose a 2% com SYBR safe DNA gel Stain, para confirmar a amplificação. O produto amplificado foi hibridizado com microesferas ligadas a sondas específicas para os genes KIR e alelos HLA. As leituras das reações foram realizadas em citômetro de fluxo que utiliza a tecnologia Luminex e organiza-das pelo programa de computador Labscan®. As amostras foram analisadas (programa HLA FusionTM Research, One Lambda) quanto à presença e ausência dos genes KIR e HLA. As compara-ções das freqüências gênicas foram analisadas pelo Teste Exato de Fisher. Valores de Odds Ratio com 95% de intervalo de confiança também foram calculados. As análises estatísticas foram realizadas pelo software Graphpad (http://www. graphpad. com/quickcalcs/). O

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15Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):11-22

genótipo KIR2DL2 /KIR2DL3 foi significantemente menos frequente nos pacientes que nos controles (25,3% versus 41,4%, respectiva-mente, P =0,0305; OR=0,48; IC95%=0,26-0,90). Quanto aos ale-los HLA, o grupo de alelos B*44 também foi menos frequente nos pacientes quando comparado aos controles (10,6% versus 27,3%, respectivamente, P =0,006; OR= 0,31; IC95%= 0,14-0,70). Sendo assim, os alelos HLA e os genes KIR talvez possam ter um papel no LNHDG-B e, esses dados precisam ser ampliados e confirmados em estudos futuros.

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LEucEMIAs AGudAs E frEQuÊncIA dE AnTIGEnOs HLA cLAssE II nO EsTAdO dA bAHIA

Menezes EP1, Santos LCS1, Hora AS1

1Hosp. Univ. Prof. Edgard Santos - UFBA

As leucemias são patologias caracterizadas por alterações no siste-ma hematopoético e podem ser classificadas em: Leucemia Linfóide Aguda (LLA), Leucemia Linfoide Crônica (LLC), Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC), cujos diagnósti-cos estão baseados em achados clínicos, morfológicos e imunofe-notípicos. O complexo principal de histocompatibilidade é a região do genoma humano com maior polimorfismo e têm sido amplamen-te estudado em diferentes grupos étnicos. A investigação do poli-morfismo do sistema HLA pode contribuir para o entendimento da patogênese da doença e ajudar a definir marcadores de susceptibi-lidade. As frequências dos alelos HLA em indivíduos com LLA e LMA na população da Bahia e Sergipe ainda não foram determinadas. Nesse estudo foi avaliada a frequência alélica do gene HLA de clas-se II (DRB1* e DQB1*) em 310 indivíduos com diagnóstico de LLA (178) e LMA (132) residentes no Estado da Bahia e Sergipe, usando reação em cadeia de polimerase com prime sequência específica (PCR-SSP) e reação em cadeia de polimerase com oligonucleotíde-os sequência específica (PCR-SSO). Nós observamos que os ale-los DRB1*11 (13,5%), DRB1*13 (13,2%) e DRB1*07 (12,1%) foram mais comuns para LLA. Os alelos DRB1* mais comuns para LMA foram DRB1*13 (17,0%), DRB1*07 (14,8%) e DRB1*04 (10,6%). Adicionalmente, identificamos que os alelos DQB1* mais comuns para LLA foram DQB1*05 (23,3%), DQB1*06 (21,9%) e DQB1*02 (21,3%) e os alelos DQB1* mais comuns para LMA foram DQB1*06 (24,2%), DQB1*02 (22,3%) e DQB1*05 (18,9%).

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frEQuÊncIA ALÉLIcA dE AnTIGEnOs HLA cLAssE I E II nO EsTAdO dA bAHIA.

Hora AS1, Santos LCS1, Menezes EP1

1Hosp. Univ. Prof. Edgard Santos - UFBA

A população brasileira é uma das mais geneticamente heterogêne-as dos grupos populacionais estudados, resultado da contribuição imigratória de três grandes grupos raciais: europeu, africano e ame-ríndio. De modo geral, essa população se diferencia em algumas regiões geográficas do país. Enquanto na região Sul, há um maior predominância de caucasianos europeus, sobretudo de alemães e italianos (Dornelles, Callegari-Jacques et al. , 1999), na Região Norte há uma predominância de descendentes indígenas (Santos e Guerreiro, 1995). Na região Nordeste, onde miscigenação foi muito mais efetivo do que nas demais regiões do país (Salzano, 1997), o que torna praticamente impossível distinguir um indivíduo como pertencente a um dos três grupos étnicos, o que confere a esses indivíduos uma característica única quando comparados com outros grupos populacionais. Esse estudo teve como objetivo determinar as frequências alélicas de antígenos HLA classe I (HLA-A e -B) e

classe II (HLA-DR) em um grupo de indivíduos sadios (N=3681). Os antígenos HLA de classe I mais frequentes foram os antígenos HLA--A2 (24,3%), HLA-A30 (9,6%) e HLA-A68 (7,6%), HLA-B15 (11,2%), HLA-B35 (10,9%), HLA-B44 (10%) e HLA-B7 (7,5%). Em relação aos antígenos de classe II os mais frequentes foram HLA-DR13 (15,1%); HLA-DR7 (12,3%) e HLA-DR15 (12%).

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HLA, KIr, MIcA, pArK2, And cyTOKInE GEnE frE-QuEncIEs In A pOpuLATIOn frOM pArAnÁ, sOuTH-Ern brAZIL

Mazini PS1, Franceschi DS1, Rudnick CC1, Reis PG1, Sell AM1, Fava VM2, Mira MT2, Visentainer JEL1

1Universidade Estadual de Maringá2Pontifícia Universidade Católica do Paraná

In the current study, the aim was to study the polymorphism fre-quencies of genes encoding HLA, KIR, MICA, PARK and cytokine in healthy volunteers from Paraná, Southern Brazil. It were collected 289 DNA samples of volunteers with no history of HLA-associated diseases and other demographic parameters. HLA alleles, KIR and MICA genes were genotyped by PCR-SSO Luminex protocols. PARK2 -2599 polymorphism in intron was investigated by real time PCR, using the TaqMan 7500 platform. Genotyping using PCR-SSP was performed for: TNF -308/-238; IL2 -330/+166; IL6 -174; IFNG +874; TGFB1 +869/+915; and IL10 -592/-819/-1082. The al-lele and genotype frequency distribution in this population was in HW equilibrium. We observed for HLA class I: 21 allelic groups for locus A (N=284), 36 for locus B (N=285), 14 for locus C (N=284) and, that the most frequently alleles were: HLA-A*02 (145; 25. 5%), HLA A*24 (57; 10. 0%), HLA-A*03 (56; 9. 9%), HLA-A*01 (50; 8. 8%), and HLA-A*29 (38; 6. 7%); HLA-B*44 (74; 13. 0%), HLA-B*35 (60; 10. 5%), HLA-B*51 (48; 8. 4%), HLA-B*15 (47; 8. 2%), HLA-B*18 (47; 8. 2%), HLA-B*07 (40; 7. 0%), and HLA-B*08 (35; 6. 1%); HLA-C*07 (139; 24. 5%), HLA-C*04 (85; 15. 0%), HLA-C*03 (4; 11. 3%), HLA-C*05 (44; 7. 7%), HLA-C*06 (44; 7. 7%) and HLA-C*16 (40; 7. 0%). For locus HLA class II, we found 13 allelic groups for HLA-DRB1 (N=217), 6 for HLA-DQA1 (N=178) and 5 for HLA-DQB1 (N=184). The most frequently alleles were: HLA-DRB1*13 (69; 15. 9%), DRB1*11 (59; 13. 6%), DRB1*03 (52; 12. 0%), DRB1*07 (50; 11. 5), DRB1*15 (48; 11. 1%), DRB1*04 (42; 9. 7), and DRB1*01 (38; 8. 8%); DQA1*01 (171; 45. 7%) and DQA1*05 (78; 20. 9%); DQB1*03 (126; 33. 7%) and DQB1*06 (104; 27. 8%). We observed 16 KIR genes in this population. KIR2DL1 , KIR3DL1 , KIR2DS4 and KIR2DP1 genes presented frequencies of 93. 8%, 94. 1%, 96. 9% and 97. 2%, respectively. KIR2DL3 showed a frequency of 89. 3%, and others were near to 50% or minor. We genotyped 201 individu-als for MICA genes: MICA *008 (113; 28. 1%), MICA *002 (73; 18. 2%), MICA *004 (48; 11. 9%) and MICA *009 (42; 10. 4%). The main genotypes for PARK2 gene were: CT (99; 57. 9%), TT (60; 35. 1%) and CC (12; 7. 01%) in 171 individuals. In 240 samples the citokyne genotypes more frequently were: TNF -308 GG (177; 74. 1%); TNF -238 GG (192; 87. 7%); IFNG +874 TA (131; 54. 6%); IL6+174 GG or GC (219; 88. 0%); IL2 - 330 TG or GG (111; 50. 7%); IL2+166 GG (113; 51. 6%); IL10 -1082 -819 -592 GCC ATA or GCC ACC (108; 45. 0%) and TGFB1 +869 +915 TGTG or TGCG (168; 70. 6%). In con-clusion, the knowledge about allelic gene frequencies in our region is important for the comprehension of the distribution of these systems, and for comparison to other populations.

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AVALIAÇÃO dA EXTrAÇÃO dE dnA GEnÔMIcO nA GEnOTIpAGEM HLA dE dOAdOrEs VOLunTÁrIOs dE MEduLA ÓssEA

Rosa SEA1, Pereira EA1, Noguti EN1, Xavier DTS1, Moliterno RA2

1laboratório Histogene2Universidade Estadual de Maringá

A tipificação HLA no transplante de órgãos sólidos e de células-tron-co hematopoiéticas pela metodolodia PCR-SSO (Polymerase Chain Reaction- Sequence Specific Oligonucleotide) tem sido amplamente utilizada nos laboratórios de histocompatibilidade devido à facilida-de no processamento e acurácia dos resultados. Esta técnica segue inúmeras etapas: identificação das amostras, conservação do ma-terial, extração do DNA genômico, ajuste na concentração do DNA, amplificação do loco-específico, corrida eletroforética, desnatura-ção do produto amplificado, hibridização com sondas específicas, revelação do produto hibridizado, leitura no equipamento LABScan, análise de dados no programa Fusion e liberação dos resultados. A extração do DNA genômico é parte fundamental deste processo, uma vez que, a qualidade do material obtido tem impacto no resulta-do final. Sendo assim, o presente trabalho se propôs a avaliar a efi-ciência de dois métodos de extração de DNA (kit A e kit B) medidos pela média de intensidade de fluorescência (MFI) dos controles po-sitivos (exons 2 e 3) do loco A. Foram utilizadas amostras de sangue periférico de 338 doadores voluntários de medula óssea de diversos hemocentros. O DNA genômico de 136 destas amostras foi obtido pelo kit A, enquanto que o restante (202 amostras) foi obtido pelo kit B de extração. Considerando que o valor mínimo aceitável de MFI para os exons 2 e 3 do loco A é de 1000, observamos que das 136 amostras processadas pelo kit A 32 (23,5%) apresentaram valor inferior a 1000. Enquanto que das 202 amostras processadas pelo kit B apenas 13 (6,4%) tiveram valor inferior a 1000. Os resultados demonstraram que o kit B apresentou uma maior eficiência quando comparado com o kit A e sugere que este seja o kit de escolha, uma vez que, possibilita a diminuição do número de repetições, do custo e do tempo de processamento.

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AVALIAÇÃO dO GrAu dE sEnsIbILIZAÇÃO cOnTrA AnTÍGEnOs HLA EM pAcIEnTEs rEnAIs crÔnIcOs dA rEGIÃO nOrTE E nOrOEsTE dO pArAnÁ

Xavier DTS1, Noguti EN1, Pereira EA1, Rosa SEA1, Moliterno RA2

1Laboratório Histogene2Universidade Estadual de Maringá

Os anticorpos anti-HLA exercem um papel fundamental na rejeição hiperaguda e aguda do enxerto em transplantes de órgãos e de células. Na rejeição crônica, sua presença está relacionada com o tempo de sobrevida do enxerto. Sendo assim, a sensibilização dos pacientes representa um desafio tanto para o paciente quanto para toda a equipe médica envolvida, tornando-se um grande obstácu-lo para a busca de um melhor par doador-receptor compatível. O presente estudo realizou um levantamento dos resultados de Pai-nel de Reatividade de Anticorpos (PRA) dos pacientes na fila para transplante renal atendidos pelo Laboratório Histogene de Maringá e verificou o grau de sensibilização contra os antígenos HLA. Nesta avaliação, foram obtidos os resultados de PRA de 420 pacientes na fila de espera para o transplante de rim pelo método de detecção de anticorpos usando beads revestidas por antígenos HLA (One Lam-bda®, Canoga Park, CA), LUMINEX (LabScan TM 100). A classifi-cação quanto o grau de sensibilização contra antígenos, teve como base percentuais que correspondem as faixas de PRA 0%, 1% -

25%, 26% - 50%, 51% - 75% e 76% - 100%, tanto para anticorpos contra antígenos HLA Classe I quanto para os de Classe II. Nessa amostra 62% dos pacientes são do sexo masculino e 38% do sexo feminino. Sendo que, 59% e 70% dos pacientes não são sensibili-zados para classe I e classe II, respectivamente. No grupo dos pa-cientes sensibilizados pelas moléculas de Classe I verificamos um maior grau de sensibilização na faixa de PRA 1% - 25% (19% dos pacientes), enquanto que para as moléculas de Classe II houve uma distribuição equitativa nos percentuais das amostras. A avaliação periódica do PRA dos pacientes tanto na fase pré-transplante como na pós-transplante é informativo no sentido de contribuir na melhor seleção do par doador-receptor, pois permite avaliar a quantidade e eventualmente as especificidades dos anticorpos anti-HLA e desse modo, acompanhar a evolução de uma crise de rejeição e adequar um tratamento preventivo ao paciente.

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dETEcÇÃO dE uM nOVO ALELO HLA-b*15 EM uMA pO-puLAÇÃO dE dOAdOrEs VOLunTÁrIOs dE MEduLA ÓssEA nO EsTAdO dO pArAnÁ-brAsIL.

Pereira EA1, Xavier DTS1, Noguti EN1, Rosa SEA1, Pereira NF2, Mo-literno RA3

1Laboratório Histogene2Universidade Federal do Paraná3Universidade Estadual de Maringá

O MHC (Major Histocompatibility Complex) é uma extensa região gênica que possui elevado grau de polimorfismo. Na espécie hu-mana, esses genes recebem a denominação de sistema HLA (Hu-man Leukocyte Antigen), e são agrupados em três regiões subdi-vididas em região de classe I, classe II e classe III, de acordo com a sua localização no braço curto do cromossomo 6. As moléculas HLA desempenham um papel importante na resposta imune, apre-sentando peptídeos à células do sistema imune que distinguem o próprio do não próprio. Na região de Classe I o grupo alélico HLA-B*15 é amplo, nele se encontram descritos atualmente 296 alelos que codificam dez especificidades proteicas distintas. Den-tre estes, onze alelos são nulos, um alelo questionável. Não foram descritos alelos de baixa expressão. Este resumo descreve um novo alelo HLA-B*15, o qual identificado durante a primeira fase de triagem de Doadores Voluntários de Medula Óssea do estado do Paraná – Brasil. Este novo alelo HLA-B*15 foi identificado em uma população de 31. 826 Doadores Voluntários de Medula Óssea du-rante rotina de triagem do Laboratório Histogene de Maringá. Para a realização da genotipagem HLA foram coletadas amostras de 5 mL de sangue total em tubos de EDTA. Em seguida foi realizada a extração do DNA genômico pelo método de separação por coluna, utilizando o Kit Purilink®, seguindo o protocolo do fabricante. O DNA obtido foi amplificado pela técnica da reação em cadeia da polime-rase (PCR), utilizando seqüência primer loco-específicos, seguido de hibridização, utilizando a técnica RSSO-LABType®OneLambda® baixa média resolução seguindo o protocolo do fabricante. Após hibridização, a leitura dos resultados foi realizada através da Pla-taforma LABScanTM100 seguido de análise no software HLA Fu-sion versão 2. 0. Após análise, somente o loco HLA-A e HLA-DR apresentaram resultados conclusivos. Foi realizado um novo teste para o loco HLA-B utilizando o método PCR-SSP utilizando o kit Micro SSP TM Classe I e Classe II genérico, seguindo o protocolo do fabricante. Posterior a corrida eletroforética e análise dos resul-tados através do software HLA Fusion versão 2. 0, o resultado foi inconclusivo. Em seguida a amostra foi encaminhada para análi-se ao Laboratório XMol de Curitiba, onde foram realizados vários testes pela técnica RSSO-LABType®com diferentes diluições da amostra de DNA, os quais mantiveram resultado inconclusivo, com a indicação da possibilidade de novo alelo. A amostra foi então encaminhada para a realização de SBT (sequence-based typing)

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ao Laboratório de Imunogenética do Hospital das Clínicas da Uni-versidade Federal do Paraná. Após o seqüenciamento de bases foi detectada a presença de uma mutação no códon 154 (subs-tituição de G por A) no alelo HLA-B*15:08, indicando a presença de um novo alelo. A mutação ocorrida foi do tipo silenciosa onde a substituição das bases G por A não implicou na alteração da co-dificação do aminoácido (GAG- Glu. . . GAA- Glu), não alterando assim a estrutura da molécula HLA expressa na superfície celu-lar. A amostra será encaminhada para clonagem em cDNA, para confirmação do novo alelo. Ressalta-se assim a importância da investigação mais aprofundada de amostras de difícil tipificação na rotina de laboratórios de triagem de Doadores Voluntários de Medula Óssea, onde podem ser descobertos novos alelos HLA.

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dIVErsIdAdE dOs LOcOs HLA cLAssE I (A E b) E cLAssE II (drb1) EM uMA pOpuLAÇÃO MIsTA dO pArAnÁ

Reis PG1, Bettoni AC1, Ayo CM1, Mazini PS1, Sell AM1, Moliterno RA1, Visentainer JEL1

1Universidade Estadual de Maringá

Introdução: A população brasileira apresenta grande mistura racial e devido a diferenças no grau e padrão de miscigenação, a compo-sição da nossa população pode variar consideravelmente de uma região para outra. Os Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) ca-racterizam-se por seu elevado grau de polimorfismo e distribuição variável entre os diferentes grupos populacionais. Assim, a definição do perfil imunogenético de cada região é essencial para estudos de frequência e a identificação das especificidades HLA entre os indi-víduos se faz necessária. Objetivo: Realizar um levantamento das frequências alélicas e haplotípicas HLA-A, -B, e -DRB1 e calcular o desequilíbrio de ligação em uma população mista do estado do Paraná. Métodos: Foram analisadas amostras de doadores bran-cos e mulatos, não aparentados, cadastrados no Registro Nacio-nal de Doadores de Medula Óssea (REDOME) provenientes das regiões norte e noroeste do estado do Paraná. A genotipagem dos grupos alélicos HLA-A e -B foi realizada por PCR-SSO com me-todologia Luminex (One Lambda®, CA, USA) em 675 indivíduos e dos alelos HLA-DRB1 foi realizada por PCR-SSOP HD (High Defi-nition) com metodologia Luminex (One Lambda®, CA, USA) em 633 indivíduos. As frequências alélicas e haplotípicas, o equilíbrio de Hardy-Weinberg e o desequilíbrio de ligação foram determinados pelo software ARLEQUIN versão 3. 11. Resultados: A distribuição dos alelos HLA para os três locos estava em equilíbrio de Hardy--Weinberg. Foram observados 22 grupos alélicos para o loco HLA--A, sendo os mais frequentes HLA-A*02 (27,59%), *03 (9,79%),*01 (9,56%), *24 (9,42%),*68 (6,15%) e *11 (5,78%). Para o loco HLA-B, foram observados 35 grupos alélicos, e os de maior frequência fo-ram: HLA-B*35 (11,64%), *44 (10,45%), *51 (8,90%), *15 (7,64%),*7 (6,82%) e *18 (6,37%). Os alelos HLA-DRB1 somaram 54 e os mais frequentes foram HLA-DRB1*03:01 (8,92%), *11:01 (8,37%), *15:01 (6,16%),*01:01 (6,00%) e *13:01 (6,00%). Foram encontrados 399 haplótipos HLA-A/B possíveis, sendo que, HLA-A*02/B*51 (4,42%), A*01/B*08 (3,06%) e A*02/B*15 (2,83%) foram os de maior frequên-cia. Foram observados 2893 haplótipos HLA-A/B/DRB1 possíveis e os mais frequentes foram HLA-A*02/B*51/DRB1*07:01 (1,13%) e A*02/B*35/DRB1*13:01 (1,02%). Os resultados obtidos para o desequilíbrio de ligação mostraram significância apenas para o haplótipo HLA-A*01/B*08 (p = 0,0002; D’= 0,2893). Conclusão: O conhecimento da diversidade dos alelos HLA em nossa região é importante para a compreensão da biologia de distribuição desse sistema e informativo para estudos populacionais. Estes dados ain-da poderão contribuir na seleção dos doadores de transplante de órgãos e de medula óssea, na medicina forense e nos estudos de associação das variantes HLA com doenças.

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dIsTrIbuIÇÃO dE ALELOs E HApLÓTIpOs dE AnTÍ-GEnOs LEucOcITÁrIOs HuMAnOs LOcI A, b E drb1 EM uMA AMOsTrA dE dOAdOrEs VOLunTÁrIOs dE MEduLA ÓssEA (dVMO) dO pIAuÍ.

Carvalho MG1, Filho HLAS1, Macêdo MB1, Barroso JRPM1, Sou-sa LCDM1, Araújo AS1, Silva AS1, Tsuneto LT2, Neto JMM1, Monte SJHD1

1Universidade Federal do Piauí2Universidade Estadual de Maringá

O sistema HLA é altamente informativo em estudos de genética de populações, devido ao seu elevado polimorfismo e ao forte desequi-líbrio de ligação entre alelos de locos próximos. Essas propriedades permitem que a tipificação HLA seja utilizada como um instrumento de investigação para caracterizar a composição genética de dife-rentes povos, uma vez que a freqüência dos alelos HLA e o padrão de haplótipos são característicos de cada etnia e população. Isso é de grande relevância para os programas de transplante de órgãos e tecidos já que a seleção do doador é por “match”HLA. Assim, o objetivo foi descrever as frequências alélicas e haplotípi-cas dos DVMO do Piauí considerando que essa população esteja em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Metodologia: Foram estudados 21. 943 DVMO tipados por PCR SSOPH, cadastrados no banco de dados do LIB-UFPI (Teresina-Brasil) entre 2004 e 2011. A análise de genética de população foi feita utilizando o software Arlequim versão 3. 11 pelo método de Guo e Thompson e algoritmo EM respectivamente para testar as premissas do equilíbrio de Hardy- Weinberg, e calcular as frequências haplotípicas. A análise multiva-riada desses dados estratificados por municípios foi feita por meio do método de Análise de Componente Principal. Os municípios que entraram no estudo continham no mínimo 10 doadores voluntários. Resultados e Discussão: Foram identificados 21 diferentes grupos alélicos no locus A, 32 em locus B e 13 em locus DRB1. Os cinco grupos alélicos mais frequentes de cada loco foram: HLA-A, A*02 (25%), A*24 (9%), A*03 (8%), A*01 (7%) e A*30 (7%); HLA-B, B*15 (11%), B*35 (11%), B*44 (10%), B*51 (7%) e B*07 (6%); HLA-DRB1, DRB1*13 (14%), DRB1*04 (13%), DRB1*07 (12%), DRB1*15 (10%) e DRB1*03 (9%). Para os haplótipos, os três mais frequentes foram: A*29 B*44 DRB1*07, A*01 B*08 DRB1*03 e A*03 B*07 DRB1*15. As oito primeiras componentes principais representam 51,3% da variabilidade total das 66 variáveis originais estudadas. Dez dos 52 municípios apresentaram um grande distanciamento gênico e esses estão localizados geograficamente nos extremos Norte e Sudeste do Estado. Esses resultados auxiliarão os programas de transplante de órgãos para definir a probabilidade de achar doador, definição de PRA calculado e referencial para busca de regiões piauienses pouco representadas no banco de DVMO.

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InTErfErÊncIA dE cÉLuLAs MATErnAs nA TIpAGEM HLA dE pAcIEnTE cOM IMunOdEfIcIÊncIA cOMbI-nAdA sEVErA

Getz J1, Piovezan BZ1, Ramos MM1, Dornelles LN1, Lima ACM1, Qui-roga MR1, Melo MF1, Pereira NF1

1Laboratório de Imunogenética do Hospital de Clínicas da UFPR

Introdução: Paciente com Imunodeficiência Combinada Severa (SCID) foi referido ao laboratório para busca de doador de célu-las-tronco hematopoéticas. Resultados: tipagem HLA do irmão e dos pais mostrou resultados normais para os genes HLA-A, B, C, DRB1 e DQB1; mas os resultados do paciente foram inconclusivos para os locos B e C na tipagem de média resolução por SSO e na

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alta resolução por sequenciamento direto do DNA (SBT) isolado de sangue periférico. A pesquisa de células maternas nesta amostra de sangue periférico do paciente, utilizando-se locos STR, mostrou presença de 62% de células oriundas da mãe. Após esta observa-ção foi solicitada nova amostra do paciente, desta vez células de mucosa bucal. O genótipo HLA da mãe é A*02:01 C*08:02 B*14:02 DRB1*01:02 DQB1*05:01/A*02:01 C*07:02P B*07:02P DRB1*01:02 DQB1*05:01, e o do paciente, com amostra de swab bucal, é A*01:01 C*07:01P B*08:01 DRB1*03:01 DQB1*02:01/A*02:01 C*08:02 B*14:02 DRB1*01:02 DQB1*05:01. A interferência das células maternas na tipagem HLA do paciente, feita com DNA de sangue periférico, não impediu a obtenção de resultado para HLA--A, DRB1, DQB1 devido à homozigose da mãe nestes três locos. Entretanto, foi observado que nas posições heterozigotas do pa-ciente, os picos do eletroferograma com maior intensidade de sinal eram referentes aos alelos de origem materna. Nos locos HLA-B e C os resultados foram inconclusivos devido à presença de três alelos diferentes. Isto foi observado no padrão de reatividade das sondas usadas na tipagem por SSO, onde aquelas conjugadas às microes-feras 1, 23, 39, 41, 51, 69 e 75 (loco B) e 37 (loco C), específicas de sequências presentes nos alelo maternos não herdados B*07:02P e C*07:02P, mostraram reação positiva no DNA de sangue periféri-co e reação negativa no de swab bucal. A interferência das células maternas foi também observada na tipagem HLA-B e C por SBT. A comparação dos eletroferogramas das duas amostras mostrou que posições heterozigotas em sangue periférico são homozigotas em swab bucal, e posições heterozigotas em swab bucal quando anali-sadas em sangue periférico apresentam três picos correspondentes à presença de três bases diferentes. No loco B, a análise de swab bucal versus (vs) sangue periférico mostrou, respectivamente, os seguintes resultados: 103G vs G/T, 165G vs G/C, 272T/G vs T/G/A, 277A vs A/G, 280A vs A/C, 282C vs C/A, 283A vs A/G, 412A vs A/G, 477G vs G/C, 486C vs C/G, 539T/A vs T/A/G, 559A vs A/G, 560C vs C/A, 605C vs C/A, 618G vs G/T, 693C vs C/T. No loco HLA-C, o pico homozigoto na posição 368 (A) em swab bucal tornou-se heterozi-goto em sangue periférico (A/C). As bases de DNA extras, identifi-cadas no SBT de sangue periférico, são compatíveis com a presen-ça dos alelos maternos não herdados. Conclusão: O relato deste caso demonstra a importância de utilizar amostra biológica adequa-da para obter um resultado de tipagem HLA correto nos pacientes com SCID. Esta é uma doença grave, caracterizada pela disfunção combinada de linfócitos T e B, para a qual o tratamento indicado é o transplante de células-tronco hematopoéticas. Considerando-se que muitos destes pacientes apresentam quimerismo em sangue periférico, pela presença de linfócitos T maternos, deve-se solicitar amostra biológica alternativa para o isolamento de DNA e realiza-ção da tipagem HLA, sendo as células de mucosa bucal adequadas para este tipo de procedimento.

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EpHLA cOnVErTEr - uM wEbsITE pArA AuTOMAÇÃO dA InfErÊncIA dO HLA dE ALTA rEsOLuÇÃO.

Barroso JRPM1, Monte SJH1, Silva AS1, Carvalho MG1, Araújo AS1, Filho HLAS1, Macêdo MB1, Sousa LCDM1

1Universidade Federal do Piauí

Definir HLA em alta resolução é importante para transplante de me-dula óssea entre indivíduos não aparentados e para análise de com-patibilidade em pacientes sensibilizados aguardando transplante de órgãos sólidos facilitando identificação dos “mismatches”aceitáveis, utilizando o algoritmo HLAMatchmaker, recentemente automatizado no software EpHLA (Sousa, Sales Filho et al. , 2011). Contudo, cus-tos elevados e falta de acesso ao método impedem que a tipificação HLA de alta resolução seja rotineiramente aplicada a todos os pa-cientes sensibilizados contra antígenos HLA. Usualmente, técnicas de média resolução geram tipagens que definem apenas grupo alé-

lico (2 primeiros dígitos) e a lista de possibilidades de alelos dentro desse grupo (código NMDP), onde o alelo do paciente está contido. Utilizando dados de frequências alélicas descritos em populações de referência é possível inferir alelos HLA (alta resolução) a partir da tipagem em média. No presente trabalho, descreveremos o progra-ma web EpHLA Converter que permite inferir HLA em alta resolução a partir da tipagem em média e baixa resolução e que foi recente-mente integrado ao programa EpHLA. Metodologia: O programa EpHLA Converter, desenvolvido em linguagem Phyton, utiliza dados de tipagem HLA em média ou baixa resolução em buscas a bancos de dados públicos e retorna as tipagens HLA de alta resolução mais prováveis em uma determinada população. Os bancos de dados públicos consultados são o “ImMunoGeneTics program” (IMGT) e o “National Marrow Donor Program” (NMDP). No primeiro, o EpHLA-Converter checa a validade de todos os alelos de alta resolução retornados (Marsh, Albert et al. , 2010). No NMDP o EpHLACon-verter decodifica o codigo NMDP em alelos e as respectivas frequ-ências por etnias da população americana (Maiers, Gragert et al. , 2007), permitindo ao usuário escolher o melhor alelo para o caso. No processo de inferência da tipagem de alta resolução, o EpHLA-Converter utiliza como entrada os seguintes dados fornecidos pelo usuário: (i) população de referência; (ii) locus HLA; (iii) grupo alélico e; (iv) código NMDP. Como resultado, o programa EpHLAConverter lista os alelos em alto nível ordenados por frequência. Resultados e Discussão: Utilizamos o EpHLA Converter para inferir os alelos mais prováveis de um paciente para o locus A. A média resolução foi A*02:BXYG, A*02:WHG. Considerando apenas o grupo alélico, ele seria considerado homozigoto. Utilizando o segmento hispânico da população americana como referência, a tipagem HLA em alta resolução de maior frequência encontrada pelo EpHLA Converter foi A*02:01 e A*02:02. Considerando que o código WHG contempla apenas os alelos A*02:02 / A*02:47, isso elimina a possibilidade de homozigozidade para A*02:01. De fato, a tipagem por alta resolução confirmou heterozigozidade: A*02:01 e A*02:02. Essa automação viabilizará inferir alelos HLA mais prováveis a partir de tipagens em baixa e média resolução. MAIERS, M. et al. High-resolution HLA al-leles and haplotypes in the United States population. Hum Immunol [S. I. ], v. 68, n. 9, p. 779-88, Sep 2007. MARSH, S. G. et al. Nomen-clature for factors of the HLA system, 2010. Tissue Antigens [S. I. ], v. 75, n. 4, p. 291-455, Apr 2010. SOUSA, L. C. D. M. et al. EpHLA: An innovative and user-friendly software automating the HLAMatch-maker algorithm for antibody analysis. Transpl Immunol [S. I. ], v. 25, n. 4, p. 210-6, Dec 2011.

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dEscrIÇÃO dE TrÊs nOVOs ALELOs HLA nA pOpuLA-ÇÃO brAsILEIrA

Moraes ME1, Campiotto S2, Motta CH2, Souza TS1, Martinez MR3, Hue MI1, Martinez M3, Pontes GN2, Romero M1, Torres M2

1JRM-Investigações Imunológicas - Rio De Janeiro, RJ2LIG-Laboratório De Imunogenética - São Paulo - SP3Fundação Amaral Carvalho - Jau - São Paulo - SP

Introdução: Concomitante ao incremento do número de tipificações HLA para o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula (REDOME) em diversos grupos raciais, houve um aumento da iden-tificação de novos alelos na nossa população. Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever a identificação de 3 novos alelos HLA dos loci A, B e DRB1, identificados durante a tipificação de doadores e pacientes do REDOME. Material e Método: Inicialmente, o mé-todo utilizado para a tipificação HLA foi o PCR-SSO (One Lambda, Inc), utilizando-se a plataforma Luminex. Na presença de padrões de hibridização anômalos com reações falso positivas (FP) ou falso negativas (FN); os testes foram confirmados por PCR-SSO (Inno-LiPA - Innogenetics) e por sequenciamento (SBT), utilizando-se os reagentes comerciais da Life Technologies e Abbott. Os alelos dos

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

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locos A e DRB1 foram sequenciados separadamente utilizando-se os reagentes da Protans e o loco B pela Life Technologies. Resulta-dos: O novo alelo do loco A, HLA-A*23, quando inicialmente testado por Luminex, apresentou uma reação FN com a “bead”12, que reco-nhece a sequência de aminoácidos 63E-GK66. Por InnoLiPA, as re-ações FN com a sonda 7 e FP com a sonda 8 detectaram alterações do padrão de hibridização nessa mesma região entre os codons 62 a 65 (sonda 7) e 66 a 70 (sonda 8). Esse novo alelo, denominado inicialmente HLA-A*23:01:01v, apresentava duas substituições de nucleotídeos quando comparado ao A*23:01:01. Uma, na posição 265, onde o G foi substituído por C (códon 65. 1, G GG -> C GG), resultando numa troca de aminoácidos, onde a Glicina foi substitu-ída pela Arginina (G -> R) e a outra, no nucleotídeo 270, onde o A foi substituído por um T (códon 66. 3, AAA ->AAT),resultando em troca de aminoácidos: Lysina sendo substituída por Asparginina (K -> N). O outro, do loco B, quando testado por Luminex, apresentou um resultado sem solução e. quando solicitada a reanálise com 3 reações falsas, os padrões analisados identificavam HLA-B*49 e B*35. Repetido por InnoLiPA, foi detectada uma reação FP na son-da 28 (códon 72-77) e reações FP e FN nas sondas 47 e 52 que identificavam as sequências de nucleotídeos entre os códons 113 a 116 e 115 a 116, respectivamente. Por SBT, esse alelo denominado HLA-B*35:49v diferia do HLA-B*35:49 por duas substituições de nu-cleotídeos, uma no exon 2, posição 220 onde T -> G (códon 74. 1, T AC -> G AC), resultando em troca de aminoácido de Tirosina para Ácido Aspártico (Y->D), outra, no exon 3, nucleotídeo 347, onde C -> T (códon 116. 2, TC C -> TT C), resultando em troca de aminoácido de Serina para Fenilalanina (S -> F). O terceiro novo alelo, do loco DRB1, foi detectado diretamente por SBT quando solicitada uma Tipificação confirmatória (CT) para um paciente do REDOME. A di-ferença entre essa variante de DRB1*15:01:01 foi uma substituição no nucleotídeo 155, códon 23. 2, onde o G foi substituído por C (CG G -> CC G), resultando na troca de aminoácido de Arginina para Prolina (R -> P). Conclusão: Os padrões não usuais de hidridização devem sempre ser levados em consideração, porque, mesmo em se tratando de apenas uma sonda FN ou FP, ela pode traduzir o padrão de um novo alelo, e, nesse caso, é imprescindível a confirmação por outras metodologias, incluindo o SBT. A denominação oficial desig-nada pelo Comitê Oficial de Nomenclatura da Organização Mundial de Saúde (WHO) desses novos alelos é: HLA-A*23:51, B*35:198 e DRB1*15:76.

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dEscrIÇÃO dAs frEQuÊncIAs GrupO ALÉLIcAs E HApLOTÍpIcAs dOs LOcI HLA-A, -b E -drb1 EM pO-puLAÇÃO pArAnAEnsE cOM AnEsTrALIdAdE OrIEn-TAL

Zeck SC1, Costantino PR1, Bicalho MG1

1Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade - UFPR

O Sistema HLA (Human leukocyte antigens), devido ao seu elevado polimorfismo e ao desequilíbrio de ligação entre alelos de diferen-tes loci , é altamente informativo em estudos de genética de popu-lações. O conhecimento da frequência grupo alélica e haplotípica pode contribuir para o planejamento da busca de doadores não apa-rentados de medula óssea. Este estudo tem por objetivo ampliar o conhecimento sobre a diversidade HLA na população paranaense descendente de orientais. A amostra é constituída de 1681 doadores voluntários de medula óssea oriundos, quase que em sua totalidade, do Estado do Para-ná, genotipados no Laboratório de Imunogenética e Histocompati-bilidade da UFPR. A escolha dos doadores foi realizada com base na autodeclaração como pertencente ao grupo-étnico orientail. O DNA genômico foi extraído a partir de sangue periférico utilizando a técnica salting-out e/ou kits comerciais (EZ-DNA, iPREP® Purelink® gDNA Blood Kit, ou Biopur® Spin). A caracterização dos grupos de

alelos dos loci HLA-A, -B e -DRB1 foi feita pelo método de PCR--SSOP, empregando-se o Kit LABType® RSSOP (One Lambda, CA, USA) para baixa resolução. Os dados foram formatados utilizando--se o programa CONVERT v. 1. 31 (GLAUBITZ, 2004) e adicionados ao O programa ARLEQUIN v. 3. 11 (EXCOFFIER et al . , 2005) para o cálculo das freqüências alélicas e para estimar as freqüências ha-plotípicas pelo método da máxima verossimilhança. Os grupos alé-licos observados com maior frequência foram: HLA-A*02 (24,1%), e -A*24 (22,2%); HLA-B*35 (10,4%) e -B*15 (10,1%); HLA-DRB1*04 (17,3%) e -DRB1*15 (13,3%). Os haplótipos mais frequentes foram A*24-B*52-DRB1*15 (4,1%,) e A*33-B*44-DRB1*13 (2,1%). Espera-se que os dados obtidos no presente trabalho sejam infor-mativos para estudos populacionais, bem como para a busca de doadores não aparentados de medula óssea. Estudos dessa natu-reza são esclarecedores sobre a população brasieleira, possibilitan-do uma melhor avaliação do componente genético de populações descendentes de oriental.

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AssOcIAÇÃO EnTrE HLA-drb1 * E InfEcÇÃO pOr HEpATITE b EM dOAdOrEs dE sAnGuE

Corrêa BM1, Lopes EPA2, Albuquerque MFPM2

1HLA Diagnóstico2UFPE

Objetivo: O objetivo do presente estudo foi determinar a associa-ção genotípica dos alelos de classe II dos antígenos leucocitários humanos (HLA) presentes no locus DRB1* entre doadores de san-gue da Fundação Hemope (Brasil), infectados e imunizados pelo vírus da hepatite B (HBV). Métodos: estudo caso-controle foi reali-zado com um grupo de indivíduos infectados pelo HBV e um grupo controle composto de indivíduos imunizados na proporção de 1:4. Amostras de sangue foram coletadas para a tipagem HLA do locus DRB1*. Análises univariada e multivariada foram realizadas para a avaliação de associações entre as variáveis categóricas pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher. Resultados: Um total de 320 doadores de sangue foram analisados [241 homens (75%) e 79 do sexo feminino (25%) com idade média de 39 anos]. O grupo de casos consistiu de 64 doadores infectados pelo HBV e o grupo con-trole foi composto de 256 doadores imunes ao HBV. A análise mul-tivariada estratificada por sexo revelou que o alelo DRB1*09 foi as-sociado com os doadores infectados do sexo masculino (p = 0,016) e do alelo DRB1*08 foi associado com os doadores infectados com idade entre 39 anos ou mais jovens (p = 0,031). Conclusões: Os resultados do presente estudo revelam que doadores de sangue mais jovens e doadores de sangue do sexo masculino que exibem, respectivamente, os alelos DRB1*08 e DRB1*09 são mais suscetí-veis à cronificação da infecção pelo HBV.

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dIsTrIbuIÇÃO dE ALELOs E HApLÓTIpOs dE AnTÍ-GEnOs LEucOcITÁrIOs HuMAnOs LOcI A, b E drb1 EM uMA AMOsTrA dE dOAdOrEs VOLunTÁrIOs dE MEduLA ÓssEA (dVMO) dO rIO GrAndE dO nOrTE.

Macêdo MB1, Hemonorte2, Carvalho MG1, Neto JMM1, Tsuneto LT3, Silva AS1, Sousa LCDM1, Barroso JRPM1, Araújo AS1, Monte SJH1

1Universidade Federal do Piauí2Governo do Estado do Rio Grande do Norte3Universidade Estadual de Maringá

O sistema HLA é altamente informativo em estudos de genética de populações, devido ao seu elevado polimorfismo e ao forte desequi-líbrio de ligação entre alelos de locos próximos. Essas propriedades

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

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permitem que a tipificação HLA seja utilizada como um instrumento de investigação para caracterizar a composição genética de dife-rentes povos, uma vez que a freqüência dos alelos HLA e o padrão de haplótipos são característicos de cada etnia e população. Isso é de grande relevância para os programas de transplante de órgãos e tecidos já que a seleção do doador é por “match”HLA. Assim, o objetivo foi descrever as frequências alélicas e haplotípicas dos DVMO do Rio Grande do Norte considerando que essa população esteja em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Metodologia: Foram es-tudados 12. 793 DVMO tipados por PCR SSOPH, cadastrados no banco de dados do LIB-UFPI (Teresina-Brasil) entre 2004 e 2011. A análise de genética de população foi feita utilizando o software Arle-quim versão 3. 11 pelo método de Guo e Thompson e algoritmo EM respectivamente para testar as premissas do equilíbrio de Hardy- Weinberg, e calcular as frequências haplotípicas. A análise multiva-riada desses dados estratificados por municípios foi feita por meio do método de Análise de Componente Principal. Os municípios que entraram no estudo continham no mínimo 10 doadores voluntários. Resultados e Discussão: Foram identificados 21 diferentes grupos alélicos no locus A, 35 em locus B e 13 em locus DRB1. Os cinco grupos alélicos mais frequentes de cada loco foram: HLA-A, A*02 (25%), A*24 (10%), A*01 (9%), A*03 (8%) e A*68 (7%); HLA-B, B*44 (11%), B*35 (11%), B*15 (10%), B*51 (8%) e B*07 (6%); HLA-DRB1, DRB1*13 (16%), DRB1*04 (14%), DRB1*07 (12%), DRB1*01 (10%) e DRB1*11 (9%). Para os haplótipos, os três mais frequentes foram: A*01 B*08 DRB1*03, A*29 B*44 DRB1*07 e A*02 B*44 DRB1*04. As seis primeiras componentes principais representam 53% da va-riabilidade total das 66 variáveis originais estudadas. Oito dos 33 municípios apresentaram um grande distanciamento gênico. Esses resultados auxiliarão os programas de transplante de órgãos para definir a probabilidade de achar doador, definição de PRA calculado e referencial para busca de regiões do Rio Grande do Norte pouco representadas no banco de DVMO.

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A IMpOrTÂncIA dA TIpIfIcAÇÃO HLA-dQ nO dIAG-nÓsTIcO dA dOEnÇA cELÍAcA

Bub C1, Roz S1, Gregorio S1, Lima L1, Val FC1, Vinick A1, Rosseto E2, Mangueira C2, Torres M1

1Setor de Histocompatibilidade - Laboratório de Patologia Clínica - Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - SP2Setor de Imunologia - Laboratório de Patologia Clínica - Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - SP

Introdução: O diagnóstico da doença celíaca pode ser realiza-do segundo um complexo algoritmo de testes que engloba des-de exames sorológicos, biópsia endoscópica do trato gastro--intestinal e tipificação do heterodímero HLA-DQ2 e/ou -DQ8 (o heterodímero HLA-DQ2 é codificado pela combinação dos alelos HLA-DQA1*05:01 ou HLA-DQA1*05:05 com DQB1*02. Já o hete-rodímero HLA-DQ8 pela combinação dos alelos HLA-DQA1*03:01 ou HLA-DQA1*03:02 com DQB1*03:02). Contudo, o HLA-DQ2 e –DQ8 não é específico para a doença celíaca, pois ele é de-tectado em 30% da população em geral, dados que não foram analisados exclusivamente na população brasileira. Por vezes, este diagnóstico se torna difícil, uma vez que na biópsia a atrofia das vilosidades intestinal pode ser irregular, e pode estar presente numa variedade de outras doenças. Neste contexto, quando há bi-ópsia duvidosa ou dificuldade na realização de biópsias seriadas, a associação dos testes sorológicos positivos e pequisa do hete-rodímero DQ2 e/ou DQ8 se faz importante. Objetivo: O objetivo deste estudo é investigar se a pesquisa HLA-DQ2 ou -DQ8, quan-do positiva e associada a testes sorológicos (anti-endomísio, anti--transglutaminase IgA e anti-gliadina IgA e IgG) também positivos, colabora para o diagnóstico da doença celíaca quando a biópsia intestinal é duvidosa ou ausente. Material e Métodos: Foram ana-

lisadas 388 amostras que deram entrada nos setores de Imunolo-gia e Histocompatibilidade do Laboratório de Patologia Clínica do HIAE durante o período de setembro de 2009 a maio de 2011 para pesquisa do heterodímeros, HLA-DQ2 e –DQ8, assim como para detecção de anti-transglutaminase, anti-gliadina e anti-endomísio. A tipificação HLA-DQA1 e -DQB1 foi realizada por PCR-SSO (One Lambda, Inc. ). Os exames sorológicos anti-gliadina e anti--transglutaminase tecidual Ig-A e Ig-G realizados por método imu-noenzimático, já os anticorpos anti-endomísio Ig-A por imunoflu-orescência indireta. Calculamos a frequência desta tipagem HLA nesta população e sua correlação entre os exames sorológicos, quando algum destes fossem positivos. Resultados: A frequência do heterodímero HLA-DQ2 ou DQ8 foi de 63% (244/388). Do to-tal de amostras selecionadas, 31 (8%) apresentaram pelo menos um dos exames sorológicos positivos e o DQ2 e/ou DQ8 estava presente em 62% (19/31). Quando anti-endomísio presente (6/31), 100% dos casos apresentavam um dos heterodímeros positivos. A anti-transglutaminase foi positiva em 16/31 e anti-gliadina 21/31. Nestes dois subgrupos, o HLA-DQ2 ou DQ8 foi positivo em 88% (14/16) e 53% (11/21) das amostras, respectivamente. Discussão: A positividade do heterodímero HLA-DQ2 e –DQ8 foi estatistica-mente significante quando os exames sorológicos anti-endomísio e anti-transglutaminase também eram positivos. O presente estu-do não considerou dados clínicos e acompanhamento seriado de biópsia intestinal o que poderia complementar nas análises dos dados obtidos. Nossos dados demonstraram que a tipificação do HLA classe II é muito útil, quando associado aos exames soro-lógicos, no diagnóstico da doença celíaca quando a biópsia de intestinal se apresenta duvidosa.

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cOnsIdErAÇÕEs sObrE EfEITO GVL E O pErfIL KIr-2dL1, KIr2dL2 E KIr3dL1 dO dOAdOr E ALOTIpOs LIGAnTEs HLA-c1, -c2 E HLA-bw4 dO pAcIEnTE EM duAs fAMÍLIAs dO HEG, curITIbA, pr.

Poerner F1, Resende GYT1, Munhoz EC2, Bicalho MG1

1Universidade Federal Do Paraná2Hospital Erasto Gaertner

A variabilidade dos genes KIR (quanto a repertório, alelos e ex-pressão celular) e seus ligantes HLA tem sido foco de estudo e interesse por parte de clínicos transplantadores que buscam al-ternativas para o tratamento de algumas formas de leucemia,tais como a LMA e LLA. O critério da seleção da dupla doador/paciente para o transplante de CTH, na análise do perfil KIR-ligante da du-pla doador paciente, busca encontrar um cenário de interações entre células NK do doador e células leucêmicas do paciente para que este possa se beneficiar do efeito do enxerto versus leuce-mia (GvL). No presente estudo analisamos a presença dos genes inibidores KIRDL1, KIR2DL2 e KIR3DL1 do doador da dupla sele-cionada - segundo o critério clássico da compatibilidade HLA- e a presença de seus alotipos ligantes HLA-C2,HLA-C1 e HLA-Bw4 no paciente, respectivamente. Essa análise foi realizada em duas famílias de pacientes portadores de LMA, do Hospital Erasto Ga-ertner (HEG), em Curitiba-PR, que fizeram o transplante de CTH com resultados de diferentes. Essa mesma análise estendeu-se para outros membros da família que foram também HLA e KIR genotipados, como parte dos exames pré-transplante realizados no LIGH-UFPR. Com o foco na busca por um cenário favorável à atividade citotóxica das células NK dirigidas ás células leucêmicas do paciente, analisamos as interações no sentido genótipo-KIR do doador ligante-HLA paciente. Família DRM-06/08: o paciente potencialmente poderia se beneficiar do efeito GvL com o doador selecionado pelas seguintes razões: a) as interações de inibição entre KIR inibidores e seus ligantes não ocorreriam pois tanto KIR-2DL1 e KIR3DL1 estão ausentes no doador selecionado, enquanto

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

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seus alótipos ligantes HLA-C2 e Bw4 estão presentes em células do paciente. Somando-se à presença do receptor de ativação KR-2DS1 no doador, que apesar da ligação de baixa afinidade com alótipos HLA-C2, esse conjunto de interações sinalizaria para um cenário mais propício ao efeito GvL. Na mesma família, o outro irmão do paciente, apesar da identidade HLA, no que se refere às interações KIR-ligante apresentaria um cenário de interações onde prevaleceria um sinal de inibição da atividade citotóxica das células NK. Na família DRM07/08 as interações de inibição entre KIR2DL1 presente em células NK do doador e alótipos do grupo HLA-C2 presentes em células do paciente sinalizaria para um cenário de inibição da atividade citotóxica e o paciente pode-ria não se beneficiar do efeito GvL. Apesar da complexidade da análise das interações e considerando-se que as moléculas HLA de Classe I estabelecem um diálogo entre Linfócitos T e células NK, o LIGH estabeleceu em sua rotina do pré-transplante, avaliar também o perfil KIR-ligante da dupla doador-paciente buscando encontrar o equilíbrio delicado que pudesse resultar em ativação adequada das células imune,afim de que o paciente possa se be-neficiar do efeito GvL e também não correr o risco de apresentar a GvHD (doença do enxerto versus hospedeiro) que comprometesse a pega e o sucesso do CTH.

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AnÁLIsE dA cOMpATIbILIdAdE HLA E dA fOnTE dE dOAdOrEs dE MEduLA ÓssEA E sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL dO sErVIÇO dE TrAnspLAnTE dE MEdu-LA ÓssEA dO HIAE

Torres M1, Alonso E1, Pereira S1, Kondo A1, Gregório S1, Pinheiro F1, Ribeiro A1, Hamerschlak N1, Kutner JM1, Bub C1

1Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - SP

Introdução: A compatibilidade HLA entre receptor e doador é um dos principais fatores para o sucesso do Transplante de Células--Tronco Hematopoética (TCTH). O transplante com doador alogêni-co não aparentado, sangue de cordão umbilical placentário (SCUP) e haplo-idêntico são alternativas para os receptores que não encon-tram o doador ideal, genótipo idêntico. A seleção do doador com compatibilidade alélica HLA-A, -B, -C, -DRB1, -DQB1 é a preferen-cial. Os critérios para seleção SCUP são a dose celular e compa-tibilidade HLA antigênica nos locos A e B e compatibilidade alélica no locus DRB1. O ideal é a compatibilidade 6x6, mas é aceitável compatibilidade 4x6. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi avaliar a origem do sangue de cordão umbilical e dos doadores de medula óssea não aparentado e verificar o nível de compatibilidade entre o receptor e doador. Material e Método: As informações da fonte de células, origem do doador e os resultados das tipificações HLA de uma amostragem de 83 TCTH com doadores não aparentados ou alternativos, realizados no Hospital Albert Einstein, no período de2009 a 2012, foram obtidas do banco de dados do setor de bus-ca e seleção de doadores do Serviço de Transplante de Medula Óssea do HIAE. Resultados: A fonte de célula dos transplantes analisados foi SCUP (59%), medula óssea (37%) e doador haploi-dêntico (4%). No total de 49 SCUP, as unidades foram provenientes do banco de sangue de cordão umbilical do HIAE (20%), INCA (2%), NMDP (28%), NYBC (26%) , CRIR (8%) , Espanha (6%) e de ou-tros bancos internacionais (10%) . A compatibilidade entre receptor e doador SCUP foi 6x6 em 8%, 5x6 em 39% e 4x6 em 53%. Nas unidades nacionais, não foi encontrada nenhuma compatibilidade 6x6 e a maioria (60%) com compatibilidade 4x6. Nas unidades inter-nacionais, foram selecionadas 10% com compatibilidade 6x6, 50% com compatibilidade 5x6 e 40% com compatibilidade 4x6. Nos 31 receptores que receberam medula óssea com compatibilidade HLA classe I antigênica ou alélica e classe II alélica, 61% dos doadores foram do registro Nacional (REDOME). Na análise de 23 receptores considerando compatibilidade alélica classe I e II, 48% dos doado-

res foram REDOME, 35% do registro alemão (DEDKM), 13% do NMDP e 4% de outros registros internacionais. A compatibilidade 10x10 alélica foi encontrada em 87%. Nos 3 (13%) casos com com-patibilidade 9x10, as incompatibilidades foram nos locos C e DQB1. Conclusão: A inclusão da busca da compatibilidade alélica clas-se I reduziu em 13% o número de doadores de origem nacional. A maioria dos pacientes que foram transplantados com doador SCUP apresentavam haplótipos menos frequentes ou presença de alelos raros, que dificultaram o encontro de doador 10x10. Os haplótipos dos pacientes que encontraram doadores no banco alemão são constituidos de haplótipos descritos como caucasóides ou hispâni-co, sendo necessário análises complementares junto ao registro na-cional, visando identificar a causa da ausência do doador nacional. O aumento de unidades do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário Brasileiro permitirá a seleção de unidades mais com-patíveis e reduzir o número de unidades internacionais.

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IMpLAnTAÇÃO dO cOnTrOLE dE QuALIdAdE InTEr-nO pArA METOdOLOGIA ssO

Kiyamu AR1, Ramos FS1, Rapanello EG1, Peres VP1, Silva EF1, Sai-to MH1, Vergueiro CSV1

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: A metodologia SSO, introduzida nos laboratórios de imunogética trouxe benefícios por possibilitar o aumento do núme-ro de exames e por ampliar a resolução da tipificação, introduzindo a resolução média e por vezes alta resolução nas tipificações do lócus DRB1*. O aumento do número de exames implica em ajustes da rotina laboratorial para monitorar os processos, a conseqüên-cia da introdução de nova metodologia é que não só aumentam as amostras manuseadas, como aumenta a probabilidade de erro. Assim, com a introdução do SSO introduzimos uma metodologia de controle de qualidade interno (CQI) ajustado para nova deman-da. O CQI é obrigatório para todas as metodologias laboratoriais (normas RDC nº61 de 1ºde Dezembro de 2009 e Portaria nº1312 de 30 de Novembro de 2000), porém cada laboratório pode estabe-lecer sua metodologia. Objetivo: Descrever os resultados obtidos no CQI, utilizado na monitorização da metodologia de tipificação HLA por SSO. Material e Métodos: São introduzidas 3 amostras previamente tipificadas, chamadas “amostra referência”para cada 96 amostras extraídasem placa. Asamostras referência serão in-cluídas na tipificação HLA-ABDR por média resolução sempre na mesma posição da placa, poços 1A e7C (amostra de referência 1); poços 5A e11C (amostra de referência 2), poços 9A e3C (amostra de referência 3). Disposição utilizada de modo a possibilitar a iden-tificação precoce de troca de amostras no decorrer de todo proces-so analítico e conseqüente troca de resultados no pós analítico. Os resultados são comparados entre cada dupla de amostra, estando em conformidade, a placa é liberada pelo CQI. Se não houver con-formidade, os resultados não são liberados até que todo processo tenha sido revisto. Resultados: Foram analisados os resultados de 149 placas SSO, correspondentes à 447 tipificações para HLA--A, HLA-B e HLA-DRB1. A avaliação foi realizada através da com-paração das tipificações de cada amostra controle, onde foi obtido uma conformidade de 95% (07/149). As sete placas cujo resultado obtido não foi o esperado tiveram problema em uma das amostras do controle e para um único lócus cada. Foram 5 HLA -DRB1 e 2 HLA- B, as amostras apresentavam valores menores aos estabe-lecidos para a validação, ou seja, baixa contagem de beads ou controle interno de amplificação do (s) exons abaixo de 1. 000. Esses resultados apresentavam um grupo de alelos diferentes aos da amostra referência, alguns raros. Os testes foram repetidos, os resultados comparados e aprovados. Conclusão: A introdução do controle de qualidade interno na metodologia SSO permitiu moni-torar o processo, identificar problemas e corrigi-los antes da libe-

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Temas livres/Abstracts - Histocompatibilidade

22 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):11-22

ração de resultados, sem comprometimento da rotina. Garantia da qualidade tem custo e requer envolvimento e alinhamento de todos os participantes do processo. Quanto maior a rotina do laboratório, maior a necessidade de investir em controle de qualidade. Acre-ditamos e sugerimos que a metodologia SSO, que é empregada para exames em larga escala, em especial de doadores voluntá-rios de medula óssea, tenha uma estratégia específica de CQI.

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dEscrIÇÃO dE ALELOs HLA rArOs EM brAsILEIrOs dOAdOrEs VOLunTÁrIOs dE MEduLA ÓssEA IdEn-TIfIcAdOs pOr AnÁLIsE MOLEcuLAr

Mattar SB1, Silva JS1, Bicalho MG1

1Universidade Federal do Paraná

O Brasil ainda não possui um estudo de frequência alélica HLA bem definido para sua população, isso ocorre devido a vários fatores, principalmente devido a grande diversidade étnica da população. Alguns alelos considerados raros pelo NMDP (National Marrow Do-nor Program) tem apresentado uma frequência maior na população brasileira. Um alelo é definido como raro quando sua frequência alé-lica em determinada população em estudo é inferior a 0,002%. Esta informação é relevante para os testes de histocompatibilidade, pois devido a grande diversidade alélica deste gene muitos resultados ambíguos são obtidos pelas metodologias de tipificação HLA tradi-cionais e geralmente envolvem alelos raros contra alelos frequentes. O Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade (LIGH) da UFPR realiza a genotipagem de doadores voluntários de medula ós-sea para cadastro no banco nacional (REDOME) e tem se dedicado ao estudo da frequência destes alelos em seu banco de doadores. A rotina laboratorial é realizada primeiramente pela metodologia de hibridização de sondas sequencia-especificas (LABType®SSOP Kits - One Lambda, USA) e quando um alelo raro é encontrado o resul-tado da tipificação é confirmado pelo sequenciamento do DNA (SBT - AlleleSEQR Core Kit, Atria Genetics, USA). A confirmação do alelo raro detectado é reportado ao site www. Allelefrequencies. net. Até Março de 2012 o LIGH possuía em seu banco 106 537 indivíduos, não aparentados, cadastrados, sendo suas genotipagens avaliadas para o cálculo da frequência alélica. Comparando os dados de fre-quência alélica aos do NMDP, observou-se que o alelo HLA-A*02:52 apresentou frequência de 0,03473% (setenta e quatro indivíduos) enquanto que os alelos HLA-B*37:07 , -B*39:37 , -B*44:20 apre-sentaram a mesma freqüência de 0,002816% (seis indivíduos cada) enquanto os alelos HLA-DRB1*13:56 , -DRB1*13:60 , -DRB1*14:13 , -DRB1*15:11 apresentaram freqüências de 0,009386% (vinte in-divíduos), 0,002347% (cinco indivíduos), 0,010794% (vinte e três indivíduos) e 0,008448% (dezoito indivíduos) respectivamente. Os dados obtidos mostram que alguns alelos, como por exemplo, os acima citados e considerados raros em outras populações mundiais são frequentes em nossa população, resultado da história da com-posição genética da população brasileira. Por esta razão cuidados devem ser tomados na liberação de resultados baseando-se no “critério do alelo raro”, muitas vezes utilizado para resolver ambi-güidades genotípicas. Há que se considerar que nem sempre esse alelo será um alelo raro em nossa população, ressaltando-se a im-portância dos estudos sobre frequências alélicas HLA na população brasileira e seu impacto na liberação dos laudos de tipagem HLA.

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

23Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):23-30

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laBoraTÓrIos eM TransplanTes

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

24 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):23-30

LAbOrATÓrIOs EM TrAnspLAnTEs

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QuALITy cOnTrOL Of cryOprEsErVEd HEMATOpOI-ETIc sTEM cELLs usEd fOr HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnTATIOn (HscT)

V MC1, Reis-Alves SC1, Vigorito AC1, Rocha FF1, Cunha FP1, Souza CA1, Lorand-Metze I1

1Hemocentro de Campinas/Unicamp

Introduction: high-dose therapy followed by autologous hematopoi-etic stem cell transplantation (HSCT) has been widely used in he-matological neoplasms. But, an optimal number of peripheral blood hematopoietic stem cells (PBHSC) is necessary to ensure a good engraftment. Concentration and viability of CD34+ cells has always been quantified in the aferesis product soon after collection, but the necessity to repeat these measures post-thaw is controversial. We examined prospectively the loss of CD34+ cells during collection (PRE), preparation for freezing (INT) and post-thaw (POS) in apher-esis products collected for autologous HSCT. Methods: the concen-tration and viability of total nucleated cells as well as CD34+ cells of 45 PBHSC collection procedures for autologous HSCT were ana-lyzed PRE, INT and POS of the units. We also examined the number of procedures / patient according to diagnosis, and the relation of all the variables obtained with neutrophil and platelet engraftment. Quantification of CD34+ cells was performed by the ISHAGE proto-col (viability test - 7-AAD exclusion). Results: The median number of CD34+ cells collected per unit (PRE) was 1. 61 x 106/kg (0. 55 – 8. 1) corresponding to a median of 526 CD34+ events measured, with a viability from 97% to 100%. This number had decreased to a median of 1. 38 x 106/kg (0. 47– 8. 0) (INT). However, after thaw-ing, the median of CD34+ cells was 1. 17 x 106/kg. Viability PRE was 97%-100% and POS it was 86%-98%. The median cell recovery after the whole procedure was 81% (38%-99%). The viability was not dependent on the length of the storage period, but on the ratio between viable CD34+ and total nucleated cells from the PRE and POS leukapheresis product. Patients with a higher viability of CD34+ cells POS had a faster neutrophil engraftment. Loss of viable cells was higher in Hodgkin’s lymphoma. Conclusion: quantification of viable CD34+ cells after thawing is necessary in poor mobilizers, and in patients that had several lines of chemotherapy and radiotherapy previous to HSCT in order to ensure a good engraftment .

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IMpLEMEnTAÇÃO dE uM bAncO dE AMOsTrAs nO AcOMpAnHAMEnTO dE pAcIEnTEs subMETIdOs AO TcTH nO cEMO: IMpAcTO nAs pEsQuIsAs bÁsIcO--TrAnsLAcIOnAL E cLÍnIcA.

Ferreira GL1, Rezende MA1, Pinto DO1, Gomes BE1, Bouzas LF1, Abdelhay E1

1Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) - Instituto Nacio-nal de Câncer (INCA)

Introdução: O Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) alogênico é uma modalidade terapêutica utilizada em vá-rias doenças do sistema linfohematopoiético. Apesar de mais de 50 anos de experiências nesta terapia celular e do enorme avanço obtido no uso de diferentes fontes de células, modalidades de re-gimes de condicionamento e nas profilaxias das complicações no pós-transplante, muitos aspectos biológicos ainda são desconhe-cidas. No sentido de propiciar as condições ideais de pesquisa, sejam básicas ou clínicas, a Divisão de Laboratórios do CEMO (DLC) iniciou em 2005 um banco de amostras de pacientes sub-

metidos ao TCTH denominado BTCTH. O BTCTH além de forne-cer as amostras biológicas, ainda dispõe de todas as informações clínicas e laboratoriais necessárias à compreensão do histórico do paciente armazenadas em um banco de dados. Metodologia: São coletadas amostras de sangue periférico nos seguintes dias: D-8, D0, D+14, D+28, D+45, D+100, D+180, D+360. Essas amos-tras são encaminhadas para a DLC, as quais são codificadas e processadas de acordo com os Procedimentos Operacionais Pa-drão (POPs), sendo destinadas para Imunofenotipagem do perfil das populações celulares, extração de RNA/DNA, congelamento de plasma, soro e células, sendo todas as amostras criopreser-vadas em freezer -70 oC para posterior utilização em protocolos de pesquisa. O banco de dados é constituído de dados revistos dos prontuários e armazenados em planilhas. Resultados: o BTC-TH dispõe atualmente de um total de 1900 amostras biológicas, sendo feitas em média 230 amostras por ano (inclui-se alíquotas de plasma, soro, RNA/DNA, proteínas, arquivos de imunofenotipa-gem e células criopreservadas de acordo com os dias específicos citados, correspondentes a 246 pacientes submetidos ao TCTH alogênico desde 2005, cujo aceitaram doar suas amostras para a pesquisa. O número de pacientes cadastrados teve um aumento progressivo nos dois primeiros anos atingindo uma média de 42 pacientes/ano após 2008. Em relação a DECHa, dentre os 246 pacientes encontrados nessa coorte, cerca de 53% foram acome-tidos pela doença, sendo 49% desses pacientes submetidos os TCTH alo aparentado e os outros 4% se subdividem em TCTH não aparentado e singeneico. Ainda, 95% dos pacientes com DECH que foram submetidos ao TCTH alo aparentado e 100% dos pa-cientes que foram submetidos aos TCTH singeneico e alo aparen-tado (sangue periférico e sangue de cordão umbilical e placentário) receberam regime de condicionamento mieloablativo, bem como, tiveram maior prevalência de DECH estadiamento II, sendo a pele o principal órgão de acometimento. Além disso, as amostras do BTCTH já foram utilizadas em pesquisas que resultaram na obten-ção de 2 doutorados e 1 mestrado e que versaram principalmente na presença ou ausência de determinadas populações celulares, relacionando-as com a DECH. No momento, duas pesquisas prin-cipais fazem uso deste banco, a que procura por biomarcadores plasmáticos de DECH (através de técnicas proteômicas) e a que tenta relacionar recaída ao uso de ATG de coelho no condiciona-mento da AAS. Conclusão: A existência de um banco de amostras biológicas dos pacientes em acompanhamento no pós TCTH per-mite estudos retrospectivos e prospectivos dos mecanismos celu-lares e moleculares que embasam as complicações no pós TCTH. Apoio Financeiro: INCA/MS/FAF

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IMpOrTÂncIA dA pcr EM TEMpO rEAL nO dIAGnOs-TIcO dA rEATIVAÇÃO dO HcMV EM pAcIEnTEs sub-METIdOs AO TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs

Peres RMB1, Andrade PD1, Bonon SHA1, Franco JC1, Alves WR1, Costa SRC1, Vigorito AC1, Aranha FJP1, Souza CA1, Costa SCB1

1Universidade Estadual De Campinas - UNICAMP

Introdução: As infecções são uma das principais complicações do TCTH, e a principal causa de óbito. Estas infecções ocorrem como resultado da profunda depressão na imunidade, causada por múltiplos fatores, principalmente pelo regime de condicionamen-to e tratamentos de prevenção da DECH. Dentre as infecções de etiologia viral, os agentes que assumem maior relevância como causadores de doença em receptores de TCTH são os da família Herpesviridae , entre eles o HCMV. No Brasil, mais de 90% da população apresenta anticorpos específicos para o HCMV, evi-denciando infecção pregressa. Em situações de imunodepressão, como ocorre após o TCTH, é freqüente a reativação da infecção

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

25Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):23-30

latente causada pelo HCMV. A reativação do HCMV ocorre com maior freqüência entre os dias +30 e +120 pós-TCTH. Devido ao grande impacto que o HCMV pode causar em pacientes submeti-dos ao TCTH o diagnóstico precoce desta reativação é imprescin-dível. A antigenemia é considerada o padrão ouro para este diag-nóstico. Entretanto este método não é possível de ser realizado em amostras com grave neutropenia, frequentemente vista nos primeiros dias pós-TCTH. Este problema é facilmente solucionado com a introdução da PCR em tempo real. Esta técnica permite a detecção precoce da infecção ativa pelo HCMV em amostras neutropênicas, além da monitorização rigorosa da resposta aos medicamentos antivirais, previsão do risco de viremia e recaída ao tratamento, o surgimento de cepas resistentes e eventual do-ença por HCMV. Objetivos: Padronizar e validar o protocolo da PCR em tempo real para o diagnóstico da reativação do HCMV e determinar o cutoff para guia o tratamento precoce com ganciclo-vir, na intenção de reduzir o número de pacientes que desenvol-vem infecção ativa e doença por HCMV, complicações associadas às mesmas, duração do tratamento antiviral além do número de pacientes submetidos a tratamentos desnecessários ou tardios. Metodologia: O presente estudo encontra-se em andamento. A construção da curva padrão absoluta foi realizada a partir do pro-duto amplificado da cepa AD169 pela PCR e posterior clonagem em células competentes. A validação da técnica foi feita baseada em testes de especificidade, repetibilidade e reprodutibilidade. O cutoff será calculado a partir da curva ROC (antigenemia x PCR em tempo real). Paralelamente, DNAs estão sendo extraídos de leucócitos totais de pacientes submetidos ao TCTH entre os dias +0 e +150 pós-TCTH. Resultados: A especificidade dos primers e sonda utilizados foram testados com culturas virais e controles positivos de todos os Herpervirus Humanos (HHV1 – HHV8). So-mente a cepa AD169 (HCMV) apresentou curva de amplificação e banda positiva na eletroforese, comprovando esta especificidade. A curva padrão absoluta foi construída a partir de 6 pontos de di-luição 1:10 (107 – 102) em triplicata obtendo-se eficiência de 0,93 e R2 igual a 0,9998. Várias amostras foram testadas em triplicatas em diferentes corridas, observando-se diferença mínima entre os CTs, comprovando a reprodutibilidade dos resultados. As amplifi-cações pela PCR em tempo Real já começaram a ser feitas nos DNAs estocados que foram extraídos do sangue dos pacientes. Conclusão: Até o presente momento 93 amostras foram submeti-das à amplificação pela PCR em tempo real, observando concor-dância com os resultados da antigenemia.

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EsTudO cOMpArATIVO dA VIAbILIdAdE cELuLAr dOs LEucÓcITOs E dAs cÉLuLAs cd34+ EM dIfE-rEnTEs AMOsTrAs.

Justus JP1, Bach S1, Malvezzi M1, Azambuja AP1, Rocha MT1, Schlu-ga Y1, Novello E1, Silva N1, Martins E1, Beltrame MP1

1Hospital de Clinicas - UFPR

A célula-tronco hematopoética (CTH) tem enorme potencial para reconstituir o sistema hematopoético, o que permitiu o desenvolvi-mento de estratégias de terapias celulares para doenças neoplási-cas ou não. O número de células CD34+ se tornou um dos principais parâmetros de controle de qualidade do enxerto, para transplantes alogênicos e autólogos. Este estudo descreve a análise da viabili-dade celular dos leucócitos e das células CD34+, seguindo a pla-taforma de ISHAGE (International Society of Hematotherapy and Graft Engineering), além da correlação das células CD34+ com a literatura. Estou estudo foi realizado no Lab. de Citometria de Fluxo do HC/UFPR-Curitiba. Foram analisadas 100 amostras de medula óssea (MO) e conc. de células-tronco periféricas (CTHP) e 50 amos-tras de sangue de cordão umbilical (SCU). Os resultados obtidos no estudo foram expressos por médias, medianas, valores mínimos,

valores máximos. Para a comparação dos materiais em relação à quantificação de CD34+, viabilidade total e viabilidade das células CD34+ considerou-se o teste de Kruskal-Wallis. Para a avaliação da associação entre estas variáveis foi estimado o coeficiente de correlação de Spearman. Valores de p<0,05 indicaram significância estatística. As médias da viabilidade total foram; MO 98,2%, CTHP 98,0% e SCU 86,5%; as médias da viabilidade na janela CD34+ foram; MO 95,0%, CTHP 98,1% e SCU 97,0% e as medianas da variável CD34 foram; MO 4,72x106/Kg, CTHP 7,10x106/Kg e SCU 3,69x105/Kg. Nossos resultados são semelhantes aos achados da literatura, valores de referência (média) para “pega”= 1,2 105/kg (Laughlin et al. ,2001) e a variável viabilidade na janela CD34+ foi relevante para as amostras de SCU. Este estudo concluiu que as amostras de medula óssea demonstraram melhor viabilidade celu-lar e as amostras de sangue de cordão umbilical mostraram maior índice de apoptose, resultado esperado por se tratar de amostras com diferentes processos de manipulação. O estudo da viabilidade total e viabilidade das células CD34+ das amostras de CTHP e SCU revelou a importância da análise ou quantificação da viabilidade das células CD34+, nessas duas amostras e não apenas da viabilidade total. Concluímos que nas amostras de SCU que mostraram viabili-dade total com valores percentuais baixos, não sofreu influência na viabilidade das células da janela CD34+, sendo estas aproximada-mente 10% mais viavéis. Assim, é fundamental a adequada mani-pulação das amostras, principalmente aquelas que são submetidas à criopreservação. É importante salientar, que há necessidade de mais estudos para avaliar se os pacientes que receberam amostras com baixa viabilidade celular e/ou baixo número de células CD34+, obtiveram menor sobrevida ou falha da enxertia.

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InfLAMOssOMA: InVEsTIGAÇÃO dE sEu pApEL nO dEsEnVOLVIMEnTO dA dOEnÇA EnXErTO cOnTrA O HOspEdEIrO AGudA

Ferreira GL1, Pizzatti L1, Barbosa R1, Bouzas LF1, Abdelhay E1

1Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) - Instituto Nacio-nal de Câncer (INCA)

Introdução: A Doença enxerto contra o hospedeiro aguda (DECHa) é uma grave complicação do transplante de células-tronco hema-topoéticas (TCTH) alogeneico e a principal causa de morbidade e mortalidade nos pacientes submetidos a esta terapia. Os modelos da DECHa tem mostrado que essa doença se caracteriza por seu estado inflamatório e todos os estudos dos mecanismos da DECHa tem se baseado em populações celulares capazes de ativar ou regular o sistema imune. Mais recentemente estratégias proteômi-cas tem sido aplicadas com o intuito de identificar moléculas que possam explicar os processos biológicos que levam à DECHa. O plasma é a fonte principal escolhida para a identificação de biomar-cadores circulantes. Portanto a identificação e quantificação absolu-ta de proteínas e peptídeos diferencialmente expressos no plasma de pacientes que desenvolveram DECHa é de extrema importância por representar uma nova estratégia de diagnóstico precoce e me-nos invasiva do que as biópsias dos órgãos acometidos. Objetivo: Comparar e quantificar o perfil de expressão protéica do plasma de pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA) submetidos ao TCTH alogeneico no Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO – INCA) que desenvolveram DECHa com pacientes que não desenvolveram DECHa. Materiais e Métodos: Neste estudo, foram analisadas amostras de plasma do dia D+45, categorizadas em Pools, de 31 pacientes submetidos ao TCTH alogeneico e que ti-nham como doença de base LMA: 20 pacientes desenvolveram DE-CHa e 11 pacientes não desenvolveram DECHa. As amostras foram concentradas 16x com colunas de 3k amicon (Millipore), digeridas em solução e analisadas por cromatografia multidimensional (Mu-dPIT) no sistema de espectrometria de massas 2D-NanoESI-MSE

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

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(MudPIT) utilizando o espectrômetro de massas Synapt HDMS (Waters). As proteínas foram identificadas e quantificadas utilizando o software Proteinlynks global Server (Waters) com a ferramenta Expression E. Resultados e Conclusões: Através das análises proteômicas foram identificadas 161 proteínas, 90 dessas proteínas apresentaram--se diferencialmente expressas (65 com a expressão aumentada e 25 com a expressão diminuída). Dentre as proteínas identificadas como superexpressas, destacamos NALP12 e NFkB, integrantes do complexo inflamossoma. O inflamossoma é um complexo mul-tiproteico que medeia a ativação de caspase 1, o qual promove a secreção das citocinas proinflamatórias IL-1β e IL-18. A expressão diferencial da proteína NALP12 no plasma e em células mononu-cleares de cada paciente foi validada por western blot e RTq - PCR tempo real. Além disso, a citocina pró inflamatória IL-1β, também foi avaliada por western blot nos mesmos pacientes. Baseado em estudos que avaliaram a relação entre a variabilidade interindividual de genes que codificam proteínas do inflamossoma e o desfecho do TCTH alogeneico, investigamos o screening de mutação de NALP2, NALP3 e NALP12 em nossos pacientes. Nossos resultados apon-tam o complexo inflamossoma como um relevante mecanismo no desenvolvimento e manutenção da DECHa. Apoio Financeiro: INCA / Ministério da Saúde/ CNPQ / FINEP

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A uTILIZAÇÃO dA cITOMETrIA dE fLuXO nO dIAG-nÓsTIcO dA sIndrOME MIELOdIspLÁsIcA

Diniz C1, Gomes B1, Campos MM1, Lima LG1, Cascabulho CM1, Ab-delhay E1

1Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) - Instituto Nacio-nal de Câncer (INCA)

Introdução: As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) são um grupo de doenças clonais das células progenitoras hematopoiéticas, ca-racterizadas por alterações na diferenciação celular, presença de citopenias periféricas, apoptose excessiva intra-medular e aumento do risco de desenvolver Leucemia Mielóide Aguda. Embora a Cito-morfologia, a Histopatologia e a Citogenética constituam parte im-portante na caracterização desta doença, fornecendo informações para o diagnóstico e definição de prognóstico, o uso da Citometria de Fluxo (CF) na identificação das alterações celulares tem sido muito útil na discriminação entre a medula óssea (MO) reacional e a SMD. Recentes estudos vêm mostrando a ocorrência de multiplas e variáveis anormalidades fenotípicas nas SMD que, quando iden-tificadas contribuem para a estratificação prognóstica da doença. Essas alterações incluem: aumento ou diminuição do número de mieloblastos, diminuição da granularidade das células mielóides, expressão assincrônica de maturação associada à presença de marcadores anômalos, a falta ou a diminuição da expressão de antí-genos mielóides, dentre outras. Objetivo: Determinar a importância da CF no diagnóstico e na estratificação de risco no prognóstico da SMD. Materiais e Métodos: Neste estudos, foram avaliados atra-vés da CF (FACSCAN –BD), os padrões de maturação e diferen-ciação das células da MO de 138 pacientes com SMD, oriundos do Estado do Rio de Janeiro, no periodo de Janeiro/2006 à Maio/2012, segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). O painel abaixo descrito foi capaz de identificar alterações fenotípi-cas dos compartimentos da MO estudados: CD4/CD8/CD45 – CD2/CD56/CD45 – CD19/CD10/CD45 – CD19/CD34/CD45 – CD20/CD10/CD19 – CD34/CD33/CD7 – CD16/CD13/CD45 – CD11b/CD13/CD45 – CD16/CD11b/CD45 – CD15/HLA-DR/CD45 – CD14/CD64/CD45 – CD36/CD64/CD45 – CD45/HLA-DR/CD123 – CD71/CD235a/CD45 – CD61/CD42b/CD45. Para a análise dos dados foi utilizado o software Paint-a-gate. RESULTADO: As principais al-terações encontradas foram: ausência ou diminuição das células precursoras linfóides B, diminuição do número de células CD34+,

aumento das células CD117+ no compartimento eritróide associada a presença de displasia, presença de fenótipos aberrantes na po-pulação de monócitos e granulócitos, assincronismo de maturação na população de granulócitos com diminuição da população celular mais indiferenciada (mieloblasto e promielócito) e aumento da po-pulação mais diferenciada (mielócito e metamielócitos), diminuição do número de células monocíticas e alteração no seu padrão ma-turativo. Conclusão: A desregulação clonal da hematopoiese é tra-duzida nas alterações maturativas e consequentes citopenias que ocorrem nos pacientes com SMD. As inúmeras alterações fenotípi-cas encontradas simultaneamente nos pacientes com SMD através da CF constituem achados importantes na discriminação entre uma MO reacional e a SMD, além de fornecer critérios diagnósticos para estratificação dos pacientes com risco de transformação leucêmica. Financiamentos: FINEP, FAPERJ, CNPQ, Ministério da Saúde.

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pErfIL HEMATOLÓGIcO dO sAnGuE dE cOrdÃO uM-bILIcAL E pLAcEnTÁrIO dO HOspITAL dE cLÍnIcAs dE pOrTO ALEGrE

Angeli MH1, Araújo AB1, Schmalfuss T1, Furlan JM1, Salton GD1, Röhsig LM1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, Serviço de Hemoterapia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

O processamento do sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) em bancos públicos para uso alogênico não-aparentado compreende várias etapas de triagem para qualificação do mate-rial. A contagem de células sanguíneas é uma das primeiras eta-pas realizadas nos laboratórios de processamento dos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), sendo que a avaliação do número de células nucleadas totais (CNT) ou celula-ridade inicial é decisiva para o aproveitamento do material para ar-mazenamento. Conforme a legislação vigente para BSCUP (RDC 56/10), o número de CNT da unidade de SCUP para processamen-to deve ser igual ou superior a 5 x 108. O BSCUP do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) integra a rede pública brasileira de SCUP (BrasilCord), a qual considera 7,5 x 108como o valor mínimo de celularidade inicial para o processamento da unidade. O objetivo deste trabalho é apresentar o perfil hematológico de SCUP coletados no HCPA no período de julho de 2011 a junho de 2012. Foi realizado um estudo retrospectivo de 400 amostras ba-seado no levantamento de dados do software da Rede BrasilCord, considerando os seguintes parâmetros: volume inicial da unidade (SCUP e anticoagulante), celularidade inicial da unidade, conta-gem inicial de células nucleadas totais/μL, linfócitos/μL, monóci-tos/μL, granulócitos/μL, plaquetas/μL e hematócrito. As contagens celulares foram realizadas no equipamento Mindray BC2800. A quantificação de células CD 34+/μL na amostra final a ser con-gelada (buffy-coat) foi analisada em 295 unidades, pois amostras com celularidade inferior ao ponto de corte não foram avaliadas para este parâmetro. Para verificar a normalidade dos dados foi realizado o teste Shapiro-Wilk com nível de significância de 5%. Dados com distribuição normal foram representados por média e desvio padrão e dados sem distribuição normal foram descritos por mediana e intervalo interquartílico. Também foram apresen-tados os valores mínimo e máximo de cada parâmetro. O volume das unidades (mL) recebidas no laboratório de processamento do BSCUP/HCPA variou de 24,10 a 219,50 - média 106,96 (±30,92); celularidade inicial variou de 0,70 a 48,10 x 108 - mediana 11,27 x 108 (7,82-15,90); número de CNT/μL variou de 1900 a 60800 - mediana 10850 (8700-13480); número de linfócitos/μL de 480 a 39900 - mediana 4350 (3500-5400); número de monócitos/μL variou de 100 a 7100 - mediana 700 (600-1000); número de granu-lócitos/μL variou de 800 a 36700 - mediana 5600 (4325-7200); nú-mero de plaquetas/μL variou de 1000 a 334000 - mediana 187500

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

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(156000-219000) e hematócrito (%) variou de 11,80 a 69,00 - me-diana 36,80 (32,50-41,40). A quantificação de células CD 34+/μL no produto final variou de 12,40 a 703,60 - mediana 108,20 (69,70-178,00). Verificou-se ampla variação entre os valores mínimos e máximos em todos os parâmetros avaliados. Considerando os valores de referência para SCUP utilizados pelo HCPA, ocorreram amostras com valores inferiores em todos os parâmetros avalia-dos, enquanto valores superiores foram observados apenas em alguns parâmetros. Os valores inferiores aos de referência podem ser decorrentes do baixo volume de algumas unidades, o que oca-siona a diluição do sangue com o anticoagulante. Amostras com valores superiores ao de referência foram analisadas, individual-mente, como possível indicativo de alteração patológica.

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rELAÇÃO EnTrE VOLuME E cELuLArIdAdE EM unI-dAdEs dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL dE pLA-cEnTÁrIO dO HOspITAL dE cLÍnIcAs dE pOrTO ALE-GrE (HcpA)

Araújo AB1, Furlan JM1, Schmalfuss T1, Angeli MH1, Salton GD1, Röhsig LM1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, Serviço de Hemoterapia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

A quantificação de células nucleadas totais (CNT) ou celularidade inicial da unidade é uma das etapas qualificatórias para o processa-mento e armazenamento do sangue de cordão umbilical e placentá-rio (SCUP). A RDC 56/2010, legislação para Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), determina que unidades de SCUP para processamento possuam celularidade mínima de 5x108. O BSCUP/HCPA, como integrante da Rede BrasilCord, uti-liza 7,5x108de celularidade inicial como ponto de corte para o pro-cessamento de SCUP, sendo que unidades com celularidade infe-rior são desprezadas. Este estudo objetiva verificar a relação entre volume e celularidade iniciais das unidades de SCUP coletadas no HCPA de julho/2011 a junho/2012. Foi realizado estudo retrospecti-vo no software BrasilCord com coleta de dados de volume (sangue e anticoagulante) e celularidade inicial de 400 unidades de SCUP. Considerando 7,5x108como ponto de corte para celularidade inicial, identificou-se um limite inferior de volume, onde abaixo deste todos os valores de celularidade são inferiores ao ponto de corte, e um limite superior de volume, a partir do qual todos os valores de ce-lularidade são iguais ou superiores ao ponto de corte. As amostras foram categorizadas em cinco grupos de volume: 0-70mL (1), 70,1-90mL (2), 90,1-110mL (3), 110,1-130mL (4) e >130,1mL (5) e, em cada grupo, foram analisados a quantidade de amostras, o número de amostras com celularidade inferior e superior ao ponto de corte e a associação entre volume e celularidade. Foram utilizados os testes Shapiro-Wilk, Correlação de Spearman e Qui-quadrado para verificar a normalidade da distribuição, correlação e associação dos dados, respectivamente. Observou-se forte correlação positiva (rs=0,820; p<0,01) entre as variáveis celularidade e volume iniciais da unidade. Das 400 amostras, 309 (77,25%) apresentaram celula-ridade inicial ≥ 7,5x108 e 91 (22,75%) foram desprezadas por bai-xa celularidade inicial. Os limites inferior e superior de volume para o ponto de corte 7,5x108 foram 61,3 e 114,8mL, respectivamente, sendo que ocorreram 26 amostras com volume abaixo do limite in-ferior e 155 amostras com volume acima do limite superior. Das 219 amostras com volume entre 61,3-114,8mL, 65 (29,7%) apresenta-ram baixa celularidade e 154 (70,3%) apresentaram celularidade igual ou superior a 7,5x108. Analisando os grupos categorizados por volume, o grupo 1 foi composto por 50 amostras (44 com celu-laridade < 7,5x108 e 6 com celularidade ≥ 7,5x108), grupo 2 por 69 amostras (30 com celularidade < 7,5x108 e 39 com celularidade ≥ 7,5x108), grupo 3 por 105 amostras (16 com celularidade < 7,5x108 e 89 com celularidade ≥ 7,5x108), grupo 4 por 88 amostras (1 com

celularidade < 7,5x108 e 87 com celularidade ≥ 7,5x108) e grupo 5 por 88 amostras (todas com celularidade ≥ 7,5x108). Nos grupos 1 e 2 observou-se associação positiva entre o volume e a celulari-dade inferior ao ponto de corte; nos grupos 3, 4 e 5 foi encontrada associação positiva entre volume e celularidade igual ou superior ao ponto de corte. O conhecimento da forte associação entre volu-me e celularidade permite presumir a celularidade de uma unidade a partir de seu volume inicial, auxiliando na escolha da ordem da manipulação das amostras e do tipo de processamento (manual e automatizado), a fim de otimizar a rotina do BSCUP.

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AVALIAÇÃO dA rEcOnsTITuIÇÃO IMunOLÓGIcA EM TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs-TrOncO-HE-MATOpOÉTIcAs dE MEduLA ÓssEA, EM pAcIEnTEs cOM AnEMIA dE fAncOnI, subMETIdOs A rEGIME cOndIcIOnAMEnTO MIELOAbLATIVO

Beltrame MP1, Covas DT2, Perlingeiro R3, Malvezzi M1, Azambuja AP1, Schluga Y1, Novello E1, Silva N1, Justus JP1, Pasquini R1

1Hospital de Clinicas - UFPR2USP- Ribeirao Preto - SP3University of Minnesota - EUA

Introdução: A Anemia Aplástica Severa é caracterizada pela fa-lência do processo de hematopoese, potencialmente fatal, carac-terizada por uma depleção nas reservas medulares acompanha-da de anemia grave, neutropenia e trombocitopenia. O paciente com aplasia de medula não produz suficientemente as células do sangue e por isto, frequentemente recebe transfusões, seja de concentrado de hemácias (para correção de anemia grave) ou de plaquetas (em caso de sangramentos). A diminuição dos glóbulos brancos leva à diminuição das defesas do organismo causando infecções frequentes. O transplante alogênico de células hemato-poiéticas (TCH) continua a ser o único tratamento que pode corri-gir as manifestações hematológicas em pacientes com anemia de Fanconi. A fim de evidenciar a importância dos marcadores linfo-citários para monitorizar a recuperação imunológica após alloHCT na área clínica, estudamos a recuperação imune em 24 pacientes durante um ano pós TMO. Material e Métodos: A idade média dos pacientes foi de 9,6 anos e do grupo controle 7,6. Foi rea-lizada imunofenotipagem por citometria de fluxo para avaliar os linfócitos T, B e NK no sangue periférico e medula óssea, além da pesquisa das citocinas (IL-2, IL-4, IL-10, TNF e INF) em amostras de soro. O seguimento foi nos dias D +30, D+60, D+100, D+180, D+270, D+360. Foram quantificacados os seguintes marcadores: CD3, CD4, CD8, CD10 CD16, CD19, CD20,CD24, CD25, CD27, CD28, CD31, CD38 CD45, CD45RA, CD45RO, CD56, CD57, CD69, CD95, CD127 CD152, CD154, CD178, FOXP3, TCRsb, TCRgs. Resultados: Dos 24 pacientes estudados, dois foram a óbito. Vinte e dois pacientes mostraram aumento dos linfócitos CD3+CD4+ em relação as amostras pré-transplante (P<0,05), po-rém no D+360 os valores não atingiram o grupo controle (p<0,001). Quanto aos linfócitos B houve aumento significativo, p=0,03 com realação as amostras pré, porém inferior aos achados do grupo controle (P=0,005). Quanto aos linfócitos NK, houve semelhança com o grupo controle (P=0,265), mesmo um ano pós transplan-te. Quanto aos linfócitos Treg (CD4+CD25++CD127+FOXP3+), mostraram valores menores comparados ao controle (p=0,042) e quando correlacionamos com as amostras pré-transplante, houve um aumento destas células (p=0,005). As análises das citocinas séricas mostraram aumento de TNF até o D+100 e Interferon g no D+30. Houve diminuição de IL-10 a partir do D+100. A IL-17 aumentou no D+360 (p=0,022). Quanto a IL-2 e IL-4, não hou-ve diferença significativa quando comparamos com as amostras pré-transplante. Conclusão: Sabe-se que a maioria das compli-cações ocorrem durante os primeiros quatro meses após o trans-

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plante, devido às alterações potenciais em múltiplos órgãos, quer por a toxicidade de condicionamento, por infecções, desordens do sistema imunológico do processo, por alterações no sistema hematopoiético e ao uso intensivo de múltiplas medicações. A uti-lização de biomarcadores como uma ferramenta para monitorar este grupo de pacientes pode prever a resposta ao tratamento e predizer o risco de doença do enxerto-versus-hospedeiro.

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bETAHErpEsVIrus InfEcTIOns AfTEr HEMATOpOI-ETIc sTEM cELL TrAnspLAnTATIOn (HscT): dETEc-TIOn And MOnITOrInG Of AcTIVE InfEcTIOns us-InG AnTIGEnEMIA AssAy And pLAsMA nEsTEd-pcr

Pancielli PN1, Gullin AC1, Oliveira RS1, Vigorito AC2, Souza CA2, Jr VCAF2, Peres RMB1, Rossi CL3, Costa SCB1, Bonon SHA1

1Department of Internal Medicine, Faculty of Medical Sciences, Uni-versity of Campinas - UNICAMP, Campinas, SP, Brazil2Bone Marrow Transplant Unit, Hemocenter, University of Campinas - UNICAMP, Campinas, SP, Brazil3Department of Clinical Pathology, University of Campinas - UNI-CAMP, Campinas, SP, Brazil

Introduction: Cytomegalovirus (CMV), herpesvirus 6 (HHV-6) and herpesvirus 7 (HHV-7) are human betaherperviruses, cause frequent complications after allogeneic hematopoietic stem cell transplantation (HSCT), and are the major cause of opportunistic infections, increased morbidity and mortality in patients undergo-ing hematopoietic stem cell transplantation (HSCT). Among these complications are problems such as interstitial pneumonia, gas-tritis, encephalitis and chronic graft versus host disease (GVHD). To minimize the possible clinical manifestations caused by these herpesviruses in the post-transplant period, it is necessary to use techniques for the rapid diagnosis and early treatment of these infections with the initiation of ganciclovir which is triggered by the detection of virus reactivation, currently the standard strat-egy for preventing CMV disease. Objectives: Given the above, the main objectives of this study are: to standardize the use of antigenemia (AGM) assay in detecting active infection caused by HHV-6 and HHV-7 in patients undergoing HSCT; to monitor prospective patients undergoing HSCT, in relation to active infec-tions caused by betaherpesvirus, using antigenemia assays and nested-PCR (N-PCR) to evaluate the clinical impact caused by these viruses and coinfection among them. Methods: Thirty-five patients undergoing HSCT were monitored weekly, from day 0 un-til day 100 in the post-transplantation period, using antigenemia assays and N-PCR for the detection of active infection caused by the betaherpesvirus studied. HHV-6 and HHV-7 antigenemia assays were developed in peripheral blood mononuclear cells with the use of monoclonal antibodies which are specific for these viruses and peroxidase staining. Active CMV infection detection was performed using a commercial kit (Iq Products) by immu-nofluorescence staining and quantification of CMV-pp65 positive cells. Results: Using N-PCR, twenty-six out of the 35 patients monitored had active infections caused by HCMV, HHV-6 and HHV-7, respectively in 26/35 (74. 3%), there was a median of 35 days after transplantation (range 7-87 days) , 13/35 (37. 14%) with a median of 35 days after transplantation (range 11-75 days) and 19/35 (54. 3%) with a median of 20 days after transplantation (range 0-87 days) . Active infection detection using antigenemia assay for HCMV, HHV-6, HHV-7 occurred, respectively, in 16/35 (45. 7%) with a median of 40. 5 days (range 0-90 days), 19/35 (54. 3%) with median of 47 days (range 21-89 days) and 22/35 (62. 8%) with a median of 25 days (range 0-74 days). Conclu-sion: As a preliminary conclusion, the standardization and devel-opment of the HHV-6 and HHV-7 antigenemia assay and N-PCR using plasma in neutropenic patients appear to be effective in the

diagnosis of active infections caused by these herpesviruses and showed that the onset of the reactivation of these infections is very common in HSCT patients, including coinfections and these infections are closely related to CMV infection. However, the clini-cal significance of these findings requires further investigation.

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EfEITO dA cOncEnTrAÇÃO cELuLAr sObrE A rEcu-pErAÇÃO HEMATOpOÉTIcA EM pAcIEnTEs subMETI-dOs À TrAnspLAnTE AuTÓLOGO

Bardi MS1, Gelinski JR1, Silva DLD1, Ciappina R1, Colluco NM1, Prado FMLN1, Lavado EL1, Faune CC1, Trigo FC1, Martins LNG1, Ciocari J1

1Universidade Estadual de Londrina-Hospital Universitário

Introdução: O número estimado de células CD34+/kg do paciente tem sido o indicador mais importante para a adequada recuperação da hematopoese nos transplantes autólogos, mas há controvérsias quanto à concentração ideal de células a serem infundidas. Estu-dos recentes observaram que concentrações de CD34+menores que 5x106/kg produzem enxertia neutrofílica, mas, expõem alguns pacientes a reconstituição plaquetária tardia. As células progenitoras estão em número reduzido na circulação periférica, sendo necessário mobilizá-las através de fatores de crescimento hematopoéticos re-combinantes (G-CSF, GM-CSF e outros). Quimioterapia e fatores de crescimento utilizados sequencialmente, possibilitam coletar quan-tidade suficiente dessas células por leucaférese. Objetivo :Avaliar a influência do número de células criopreservadas na recuperação hematopoética (neutrofílica e plaquetária) em pacientes submetidos à transplante autólogo. Método :Vinte e oito pacientes foram subme-tidos ao procedimento de leucaférese após processo de mobilização. A proporção de células CD34+foi identificada por análise em citô-metro de fluxo (Facs Calibur) utilizando-se anticorpos monoclonais conjugados com substâncias fluorescentes. O processamento das bolsas de CTH-SP foi realizado de acordo com o protocolo estabe-lecido pelo laboratório. Foi distribuído em cada bolsa 50 mL de con-centrado de CTH-SP e 50 mL de solução crioprotetora, obtendo-se proporção final de 10% de DMSO. A avaliação da viabilidade foi feita pelo teste de azul de trypan no pré-congelamento (após adição da solução crioprotetora) e no pós-congelamento (antes da infusão). As bolsas foram imediatamente acondicionadas em canister e armaze-nadas em freezer -86ºC. Para avaliar a recuperação hematopoética, as concentrações de células nucleadas/mL foram categorizadas em dois grupos:A (2,0-2,8x108células/mL) e B (2,8-3,6x108células/mL) e as doses de CD34+/kg em três grupos: A (0,75-2,5x106/kg), B (2,5-5,0x106/kg) e C (≥5,1 x106/kg). Os resultados foram analisados pelo software SPSS v. 15. 0, sendo os dados resumidos pela mediana e quartis. Os grupos foram comparados pelo teste de Mann-Withney ou Kruskal-Wallis e a correlação feita pelo teste de Spearman ao nível de significância de 5%. Resultados: Não foi encontrada dife-rença significativa entre a concentração de células nucleadas e a recuperação de neutrófilos e plaquetas nos dois protocolos utiliza-dos. O tempo mediano para recuperação dos neutrófilos e plaquetas nos protocolos A e B (concentração de células nucleadas) foi de 11 e 11 dias (p=0,605) e 12 e 14 dias (p=0,254), respectivamente. Não foi encontrada diferença significativa entre a dose de CD34+/kg e a recuperação hematopoética nos três grupos avaliados. O tempo me-diano para recuperação dos neutrófilos nos grupos A, B e C (dose de CD34+/kg) foi de 11, 11 e 11 dias (p=0,370) e para plaquetas de 11, 12,5 e 12 dias (p=0,234), respectivamente, havendo correlação (coeficiente=0,373) entre a dose de CD34+ e a recuperação de pla-quetas (p=0,05). Conclusão: As diferentes concentrações de células nucleadas e de CD34+avaliadas não interferiram na recuperação he-matopoética. Com base nos dados obtidos, levanta-se a possibilidade de criopreservar maior concentração celular/bolsa, reduzindo o custo do procedimento, bem como do volume de DMSO a ser infundido no paciente resultando em menor toxicidade.

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

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IMpAcTO dO AuMEnTO nO nÚMErO MÍnIMO dE cÉ-LuLAs nucLEAdAs TOTAIs (Tnc) pArA cOnGELA-MEnTO dE unIdAdEs dE sAnGuE dE cOrdÃO uM-bILIcAL E pLAcEnTÁrIO nO AprOVEITAMEnTO dAs unIdAdEs cOLETAdAs

Arrais CA1, Pinheiro CCG1, Theodoro EC1, Silva RC1, Jr AM1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário - Hospital Sí-rio Libanês

Introdução: Embora a RDC 56 de 16 de dezembro de 2010 defi-na que uma unidade de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) para uso alogênico não aparentado pós processamento deva ter um número total de células nucleadas (TNC) igual ou su-perior a 5 x 108para ser congelada, desde maio de 2011,o Banco de SCUP do Hospital Sírio Libanês (HSL) passou a utilizar o nú-mero de TNC mínimo de 7,2 x 108 para considerar apta a unida-de para congelamento. Além disso, o BSCUP do HSL adota como indicadores de qualidade, entre outros, o percentual de unidades coletadas que não preencheram critérios para processamento e o percentual de unidades processadas que não preencheram critérios para congelamento, cujas metas são ≤ 50% e ≤ 15%, respectivamente. Objetivo: Avaliar o impacto que o aumento do parâmetro mínimo de TNC para congelamento das unidades de SCUP gerou no índice de aproveitamento das unidades coletadas e nos indicadores de qualidade estabelecidos. Material e Méto-dos: De janeiro a abril/2011, utilizando um número TNC igual ou superior a 5 x 108 células como parâmetro mínimo para congela-mento, 68% (68/100) das unidades coletadas foram congeladas. De maio/2011 a Abril/2012, após incremento do parâmetro mínimo para 7,2 x 108, obtivemos um aproveitamento de 57 % (378/663) das unidades coletadas. Conclusão: Apesar do incremento no pa-râmetro mínimo de celularidade para congelamento das unidades de SCUP adotado a partir de maio/2011 ter levado a uma queda de 11% no aproveitamento das unidades coletadas, ainda assim conseguimos manter a nossa meta neste indicador de qualidade, e passamos a oferecer produtos que possibilitam uma dose celu-lar mínima suficiente para realização de transplante em pacientes adultos. A partir desses dados, consideramos que será possível um incremento ainda maior no parâmetro mínimo de TNC para congelamento das unidades, sem comprometer a meta do indica-dor de qualidade correspondente.

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dEscArTE dE unIdAdEs dE sAnGuE dE cOrdÃO uM-bILIcAL E pLAcEnTÁrIO (scup) pArA usO ALOGÊnI-cO nÃO ApArEnTAdO dEVIdO A sOrOLOGIA pArA HTLV I/II.

Arrais CA1, Martins RM1, Theodoro EC1, Mendrone A1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário - Hospital Sí-rio Libanês

Introdução: Em São Paulo, a taxa global de descarte de unida-des de sangue total por sorologia e devido teste reagente por HTLV I/II é de aproximadamente 3% e 0,06%, respectivamente. A maioria das candidatas à doação de SCUP para uso alogênico não aparentado passa por uma triagem de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, incluindo citomegalovírus e toxoplas-mose, como parte dos exames pré-natais. As gestantes que apre-sentam alguma alteração de importância clínica nesses marca-dores não são qualificadas para doação de SCUP. Entretanto, no Brasil, a triagem sorológica para o HTLV I/II ainda não faz parte da rotina dos exames pré-natais. Por esta razão, gestantes por-

tadoras do vírus HTLV I/II podem ser selecionadas para doação de SCUP. O HTLV I/II pode ser transmitido para o RN durante a gestação, no parto e, principalmente, pela amamentação – esse risco se situa entre 13% a 22% e se renova a cada exposição da criança ao seio materno. O objetivo desta análise foi avaliar a taxa de descarte de SCUP devido teste reagente para HTLV I/II, o qual pode ser considerado como um índice de prevalência desta infecção em gestantes da cidade de SP. Casuística e Métodos: Um total de 401 amostras maternas foi coletadopelo Banco de SCUP do Hospital Sírio Libanês no período de janeiro/2011 a maio/2012. As amostras foram submetidas a triagem sorológica para Anti-HIV1/2, Anti-HCV, HbsAg, Anti-HBc, Anti-HTLVI/II, Cha-gas, Sífilis, Citomegalovírus (CMV) e Toxoplasmose. Também foram realizados HBV-DNA-NAT, HCV-RNA-NAT, HIV-RNA-NAT. Western Blot (WB) foi utilizado para confirmação da infecção pelo HTLV I/II. Resultados: Das 401 amostras avaliadas, 13 (3,2%) apresentaram testes sorológicos de importância clínica reagen-tes: 02 (0,5%) Anti-HBc; 02 (0,5%) Toxoplasmose IgM; 04 (1%) CMV (IgM); 01 Anti-HCV indeterminado e 04 (1%) para HTLV I/II. Todas as unidades de SCUP correspondentes foram descar-tadas. Não encontramos nenhuma sorologia reagente para HIV, Sífilis, Chagas, e HbsAg, assim como não tivemos nenhum teste molecular alterado. Das 04 gestantes com teste alterado para HTLV I/II, 02 (0,5%) tiveram a infecção confirmada por WB. Con-clusão: A análise destes dados mostra que o emprego de testes para identificar a infecção pelo HTLV-I/II no pré-natal em ges-tantes da cidade de SP é justificável. O pré-natal é uma exce-lente oportunidade para o diagnóstico e tratamento de infecções maternas e redução dos riscos de transmissão à criança. Maior atenção e medidas educativas para as gestantes poderiam ser adotadas com o objetivo de reduzir os riscos, poupando recursos e garantindo qualidade da atenção à saúde materno-infantil.

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QuAnTIfIcAÇÃO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpO-ÉTIcAs cd34+ uTILIZAndO cITÔMETrO dE fLuXO AccurI c6: rEsuLTAdO prELIMInAr dE VALIdAÇÃO

Morais CCPL1,2, Pinto JDA1,2, Cascabulho CM1,2, Thiago LS1,2, Lima LG1,2, Nery PS1,2, Bouzas LF1,2, Paraguassú-Braga FH1,2

1Instituto Nacional de Câncer2Centro de Transplante de Medula Óssea

Introdução: A literatura relata que o número de células CD34+ infundida é considerado um fator prognóstico importante rela-cionado à “pega”do enxerto no transplante de células-tronco he-matopoéticas (TCTH). Assim, o uso da citometria de fluxo tem se tornado indispensável na prática clínica e laboratorial para a identificação e quantificação dessas células. Objetivo: Realizar a validação do sistema Accuri C6® (BD Accuri cytometers) para a quantificação de CTH CD34+ por comparação interlaboratorial de resultados obtidos através do sistema FacsCan (BD, San Jose, Califórnia), com estratégia de aquisição e análise previamente validadas. Material e Métodos: Foram avaliadas 41 amostras de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP). Após análise e quantificação de células CTH CD34+ realizadas pelo sistema FacsCan no Laboratório de Imunologia, as amostras foram enca-minhadas ao Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentá-rio (BSCUP) para análise e quantificação das células através do sistema Accuri C6®. A quantificação das CTH CD34+ foi realizada através do protocolo ISHAGE, plataforma dupla, em ambos os la-boratórios. O número de células nucleadas totais foi obtido atra-vés do contador hematológico ABX Micros 60 (Horiba Ltda, São Paulo, SP, Brasil). Resultados: Para análise estatística foi utili-zado o software GraphPad Prism, versão 5. 03. As análises por regressão linear apresentaram uma boa correlação tanto no nú-mero de células CD34+/mm3 como no número de células CD34+

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Temas livres/Abstracts - Laboratórios em Transplantes

30 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):23-30

totais (r2=0,96, em ambas as análises) quando comparado Accuri C6®versus Facscan. As medianas apresentadas foram de 120,3/mm3 (variação de 37,8 – 484,0/mm3) e 2,4x106 células CD34+ totais (variação de 0,8 – 10,0x106) para o sistema Accuri C6®. Para o FacsCan, as medianas foram de120,8/mm3 (variação de 26,3 – 540,3/mm3) e 2,4x106 células CD34+ totais (variação de 0,5 –11,0x106). Entretanto, a análise por regressão linear não mostrou uma boa correlação no percentual da população CD34+ (r2=0,29), quando comparado os sistemas Accuri C6® versus FacsCan, apresentando medianas de 0,14% (variação de 0,02 – 0,41%) e 0,3% (variação de 0,05 – 0,85%), respectivamente, o que se deve a particularidades do software de análise utilizado para cada sistema. Conclusão: Esses resultados sugerem que o sistema Accuri C6 segue critérios importantes para a rotina clínica e laboratorial de quantificação de CTH CD34+, como: simplicidade, permitindo a aplicação da técnica; alta sensibili-dade, por ser capaz de detectar eventos raros como as CTH; precisão, promovendo resultados clinicamente relevantes; re-produtividade, promovendo resultados confiáveis e rapidez, promovendo análise em tempo real.

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dIMETILsuLfÓXIdO pOdE sEr rEMOVIdO cOM sE-GurAnÇA dA MEduLA ÓssEA AuTÓLOGA crIOprE-sErVAdA pArA rEduZIr A TOXIcIdAdE AssOcIAdA À InfusÃO – EXpErIÊncIA dO InsTITuTO dE OncO-LOGIA pEdIÁTrIcA-GrAAcc-unIfEsp

Félix OMWO1, Simões PC1, Silva AG1, Ginani VC1, Barros DP1, Iba-nez ASS1, Zecchin VG1, Ribeiro LA1, Gouveia RV1, Seber A1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

A infusão de células-tronco hematopoéticas provenientes da me-dula óssea é realizada após o degelo sem nenhuma manipulação para evitar possíveis perdas celulares. Entretanto, para alguns pacientes, a infusão do dimetilsulfóxido (DMSO) pode levar a efei-tos adversos graves. Por isso, em nossa instituição, realizamos há muitos anos a remoção do DMSO para crianças com peso < 25 kg, insuficiência renal ou cardíaca e para infusão autóloga com dose de DMSO >1g/kg. O objetivo deste trabalho foi compa-rar retrospectivamente a recuperação celular, viabilidade celular e pega de neutrófilos dos pacientes submetidos ao transplante de medula óssea com ou sem a remoção do DMSO. Materiais e Métodos: A medula óssea foi coletada no centro cirúrgico com solução Plasma-Lyte e heparina 100U/ml, kit manual, Baxter ou Bioacess. O buffy-coat foi criopreservado 1:1 com solução 10% DMSO, 8% albumina humana e 12% hidroxietilstarsh. O congela-mento foi em freezer -80oC, seguido de transferência para tanque de nitrogênio. Para o transplante, as células foram descongeladas em banho maria 37ºC. A remoção do DMSO foi realizada segundo protocolo de Rubinstein: após o degelo foi lentamente adicionada à bolsa, na proporção 1:1, solução dextrano-albumina 5% a 4ºC sobre superfície gelada, homogeinizando. Uma alíquota foi reti-rada para controle de qualidade e as células foram transferidas para bolsa de transferência e centrifugadas a 400g 4°C por 20 min. O sobrenadante foi transferido para uma nova bolsa e o buffy coat ressuspenso na mesma solução de dextrano – albumina e encaminhado para infusão com equipo simples. O sobrenadante final foi centrifugado até restarem <0,1x108CNT/kg. Resultados: Avaliamos 62 pacientes e 64 infusões realizadas entre maio/09 e junho/12. Dois pacientes receberam parte do produto sem e outra com remoção do DMSO por terem apresentado efeitos adversos graves. Para três pacientes foi realizada apenas a diluição com dextrano na proporção 1:1 para facilitar a infusão através do port--a-cath. A remoção foi indicada em 14 procedimentos: a mediana de idade destes pacientes foi de 9 anos (3-21), sendo 10 do sexo feminino. Os diagnósticos foram LH (3), LNH (3), LMA (3), tumores

sólidos (5). A recuperação das CNT após a lavagem foi de 72% (59%->100%) e viabilidade após o degelo de 87% (69%-96%). A pega de neutrófilos ocorreu após mediana de 20 dias (11-30). No grupo de pacientes que recebeu medula sem remoção (N=50) a mediana de idade foi de 14 anos (3-27), sendo 34 do sexo mas-culino; a recuperação celular foi de 83% (45%->100%), viabilidade celular 80% (54%-94%) e pega de neutrófilos após mediana de 18 dias (10-34). Não encontramos diferenças significantes entre os dois grupos. Os custos da remoção foram R$ 2. 078 [mediana; va-riação R$1. 157-R$3. 918 vs. R$123 sem remoção (R$49-R$296)]. Nenhuma complicação grave foi associada à infusão de MO autó-loga embora a infusão sem DMSO seja associada a menos efeitos adversos (hemoglobinúria, náuseas, vômitos e alterações pressó-ricas). O teste de esterilidade foi negativo após todas as infusões. Conclusão: A remoção do DMSO em medula óssea foi um proce-dimento seguro que não comprometeu a recuperação celular ou pega. O custo para a remoção do DMSO é alto e sua eficácia será avaliada prospectivamente em protocolo duplo cego.

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

31Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

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MulTIdIsCIplInar

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

32 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

MuLTIdIscIpLInAr

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ATEnÇÃO ALIMEnTAr E nuTrIcIOnAL pArA As En-fErMArIAs dAs unIdAdEs dE TrAnspLAnTE dE ME-duLA ÓssEA E HEMATOLOGIA

Galati PC1, Moreira ACA1, Brandão ECM2, Diez-Garcia RW1

1Universidade de São Paulo - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: O câncer e o tratamento quimioterápico podem comprometer o estado nutricional do paciente, ocasionando gra-ves implicações prognósticas. O doente que realiza quimiote-rapia ou transplante de medula óssea (TMO) necessita de um suporte nutricional especializado com objetivo de atenuar o impacto da quimioterapia. Objetivos: Apresentar as atividades envolvidas na atenção alimentar e nutricional (AAN) destinadas à pacientes internados nas enfermarias de TMO e de Hemato-logia, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP), as quais visam implementar estratégias e recursos técnicos destinados a melhorar o consumo alimentar desses pacientes. Métodos: Foi realizado um levantamento de problemas alimen-tares e nutricionais junto as enfermarias e por meio de revisão de literatura foram determinadas algumas diretrizes para o pro-grama de AAN. Com base nesse levantamento estão sendo im-plementados 4 projetos. O planejamento e a implantação dessas ações estão sendo realizados com a parceria entre o Curso de Nutrição e Metabolismo, por meio de atividades de estágio com alunos do 5o. Ano, e a Divisão de Nutrição do HCFMRP. Resul-tados: Foram implementados os seguintes projetos: i. Protocolo específico de AAN, fundamentado em revisão de literatura e em protocolo das Unidades e dentro deste está sendo desenvolvida uma rotina para monitorar as mudanças de composição corporal por Bioimpedância Vetorial, para pacientes submetidos ao TMO; ii. Inclusão de frutas in natura na dieta dos pacientes neutropêni-cos, com o objetivo de aumentar a ingestão alimentar, principal-mente de vitaminas e minerais. Para a efetivação desse projeto foram desenvolvidas duas atividades paralelas: o estudo micro-biológico das frutas in natura e um estudo da disponibilidade de tempo para implantação do serviço de higienização de frutas in natura nos procedimentos operacionais padronizados. Após esses estudos foi realizado um treinamento com os funcionários envolvidos com a higienização das frutas. Desse modo, as fru-tas in natura higienizadas adequadamente já estão sendo ofe-recidas aos pacientes internados em ambas as enfermarias; iii. Desenvolvimento de suplementos alimentares com característi-cas nutricionais e sensoriais específicas para os pacientes com sintomas e manifestações clínicas relacionadas à quimioterapia e neutropenia, para uso no HCFMRP e no domicilio. Como con-sequência deste projeto está sendo desenvolvido um caderno de instrução nutricional e suplementos alimentares para uso do-miciliar desses pacientes; iv. Criação de materiais de orientação que abordam a qualidade da água consumida, procedimentos para diminuir o consumo de agrotóxico, estratégias alimentares para melhorar a qualidade da alimentação, selecionando melhor os produtos industrializados e aumentando o uso de alimentos in natura e estratégias para minimizar as alterações sensoriais provocadas pela quimioterapia. Conclusão: A AAN para pacien-tes em tratamento quimioterápico deve ser instituída de forma eficaz à prevenir complicações relacionadas ao estado nutricio-nal. Para tanto, deve-se criar estratégias para implementação de atividades destinadas à melhoria do atendimento nutricional.

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cOMpLIcAÇÃO nO usO dO cATETEr VEnOsO cEn-TrAL dE InsErÇÃO pErIfÉrIcA nO AMbuLATÓrIO dE TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉ-TIcAs, rELATO dE cAsO

Estevam-Filho W1, Codogno L1, Bello BEC1, Cereco FVM1, Moncão AM1, Guilherme M1, Vigorito AC1, Aranha FJP1

1Hemocentro - Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Introdução: o enfermeiro é um dos profissionais que pode orientar de maneira eficiente o melhor acesso venoso para administração de quimioterápico endovenoso, sendo que atualmente o mais indi-cado é o uso de Catéter Venoso Central (CVC). Objetivo: relatar a fratura de catéter central de Inserção Periférica (CCIP) no am-bulatório. Resultado: paciente do sexo masculino, 25 anos, por-tador de leucemia mielóide aguda promielocítica (M3), submetido ao transplante mieloablativo de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico com irmão HLA idêntico. No dia 362 após TCTH foi diagnosticado recidiva em sistema nervoso central (SNC) com-provado por líquor. Para tratar decidiu-se o trióxido de arsênico durante 90 dias consecutivos em atendimento ambulatorial. O pa-ciente já tinha usado um CVC tipo Hickman, sendo de sua prefe-rência a infusão por veia periférica com punção diária. Entretanto, a punção diária não era obtida na primeira tentativa, devido ao déficit de acesso causado pela infusão de quimioterápicos anterio-res e flebite química causada pelo trióxido de arsênico, o que agra-vou a situação do dorso da mão e antebraço do membro superior direito, impossibilitando a punção temporariamente. No d+28 da administração do trióxido de arsênico, o paciente não tolerou mais punções, resultando na instalação de CCIP 4 french com válvula antirefluxo com conexão externa, enfatizando que deveria ter sido instalado no início do tratamento, porém houve recusa do pacien-te. O aparelho de ultra-sonografia auxiliou na escolha da veia a ser puncionada, sendo obtida na terceira punção a veia basílica do braço direito. O Rx de tórax confirmou o posicionamento do CCIP, sendo 35 cm de comprimento total e 28 cm do perímetro do braço antes da punção. O CCIP foi diariamente manipulado, sen-do realizada assepsia com álcool 70% nas conexões para coleta de exames laboratoriais através de sistema a vácuo e infusão de solução. Realizou-se após cada infusão a assepsia com solução salina 0,9% 10ml em flush e heparinização com 1 ml de solução salina 0,9% 9,8ml e heparina 0,2ml. Além disso, como cobertura e profilaxia de infecção no sítio da punção, realizou-se assepsia com clorexidina alcoólica 2% e oclusão com filme transparente. No d+36 após a instalação do CCIP encontrou-se uma fratura no mesmo, 3 cm antes do ponto de punção. Retirou-se o curativo e após assepsia foi necessário cortar 10 cm do CCIP e trocar o sis-tema de conexão externa. Se alterou a forma de cobertura com o uso da gaze estéril para proteger o trajeto externo do CCIP e filme transparente. No d+62 se retirou o CCIP após o término do tratamento; 29 cm no perímetro do braço, com aumento de um cm devido atividade física do paciente (musculação), não apre-sentava flebite no trajeto do vaso e o CCIP tinha 25 cm de exten-são. Não havia rompimento, fibrina ou obstrução pela verificação macroscópica e pela coleta de hemocultura e cultura da ponta do CCIP ambas foram negativas. Conclusão: o paciente relatou que o CCIP foi a melhor escolha por não restringir as atividades diárias e concomitantemente por não ser submetido a qualquer procedi-mento cirúrgico. Todavia, esta escolha foi possível porque a equipe de enfermagem estava capacitada para o procedimento e suas intercorrências inerentes.

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

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EsTudO dO pErfIL nuTrIcIOnAL prÉ E pÓs-TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs (TcTH) ALOGÊnIcO

Cavalcante TCRR1, Scomparim RC2, Miranda ECM1, Vigorito AC1

1Hemocentro - Universidade Estadual de Campinas / UNICAMP2Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas / UNICAMP

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas alogê-nico (TCTH alo) mieloablativo pode comprometer o estado nutricional dos pacientes. Essa possibilidade ocorre devido aos efeitos colaterais significativos do condicionamento, em especial os sintomas do trato gastrointestinal e pelo longo período de hospitalização, sendo consi-derados pacientes de alto risco nutricional. A desnutrição é considera-da um fator deletério e já esta elucidada em diversos estudos, porém a sociedade vivência um processo de transição nutricional no qual a diminuição gradual da prevalência de desnutrição e do aumento de excesso de peso. Objetivo: Avaliar o estado nutricional pré e pós TCTH e suas possíveis correlações com os dados clínicos e de evolu-ção do paciente. Métodos: pacientes submetidos ao TCTH alo mielo-ablativo no período de 2007 a 2011 que tiveram avaliação nutricional pré e pós TCTH. De um total de 75 TCTH alo mieloablativo, 49 (65%) foram elegíveis. Resultados: 25 (51%) sexo feminino, mediana de 35 anos (14-56); 35 (71,5%) casos com diagnóstico de leucemia agu-da; 11 (22,5%) leucemia mielóide crônica e 3 (6%) mielodisplasia; 19 (39%) casos o status da doença foi avançada; 29 (59%) tiveram como fonte de células o sangue periférico; 12 (24,5%) casos foram a óbito sem alta hospitalar, portanto, sem avaliação. Na avaliação pré TCTH: 4 (8%) estavam desnutridos; 27 (55%) eutróficos e 18 (37%) pré-obesos/obesos. O uso da nutrição parental ocorreu em 37 (75%) dos casos com um mediana de 10 dias (2-56). Nas medi-das pré TCTH, houve alta correlação entre o IMC e prega cutânea tricipital (PCT), circunferência do braço (CB) e circunferência mus-cular do braço (CMB) 63%, 83% e 50% com p< 0,0001 para todas, respectivamente. A diferença entre o peso pré e pós TCTH teve uma mediana de -2 kg (-14 a +25). Doze (25%) morreram antes de obter alta hospitalar, na avaliação pré e pós TCTH houve 37 (75%) pacien-tes avaliados. A orientação nutricional surtiu efeito significativo quan-do cotejada com a classificação do IMC pré e pós TCTH resultando em p= 0,004. Embora sem significância estatística, percebe-se uma tendência a uma melhor sobrevida global quando paciente classifi-cado pelo IMC no pré TCTH como eutrófico versus pré-obeso/obeso (34% vs 59% p= 0,21); da mesma maneira que há uma tendência a pega de granulócitos também ser mais precoce neste grupo. Ao final 23 (47%) estavam mortos, sendo que a maioria das causas foi infecção (10= 44%) e progressão de doença (9= 39%). Conclusão: Fica evidente a importância da avaliação nutricional pré TCTH e sua intervenção diante do estado nutricional e como isso pode influenciar nos resultados do mesmo. Assim, podemos observar entre os pacien-tes classificados como eutróficos e pré obesos/obesos que houve uma correlação inversa entre o IMC, pega de granulócitos e so-brevida global pós TCTH. Todavia, são necessários mais estudos para esclarecer a associação da elevação do IMC com desfecho clínico em TCTH alogênico.

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AcOMpAnHAMEnTO TErApÊuTIcO OcupAcIOnAL dE crIAnÇAs E AdOLEscEnTEs cOM AnEMIA dE fAncO-nI subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOn-cO HEMATOpOÉTIcAs

Santos DRD1,2, Mercês NNAD2, Bonfim CMS1

1Hospital de Clínicas - UFPR - Curitiba, PR2Programa de Pós Graduação em Enfermagem - UFPR - Curitiba, PR

A Anemia de Fanconi (AF) é uma doença genética de herança au-tossômica recessiva, caracterizada por falência progressiva da me-dula óssea e malformações congênitas (80% dos casos). O único tratamento com perspectiva de restaurar a hematopoese na AF é o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), com maior índice de sucesso para o paciente pouco transfundido e que tenha um irmão HLA - idêntico. O STMO-HC/UFPR já transplantou 254 pa-cientes desde 1983, configurando-se como uma das maiores expe-riências mundiais em TCTH para AF. O objetivo deste estudo é des-crever o acompanhamento terapêutico ocupacional de crianças e adolescentes com AF hospitalizados para realização de TCTH. Tra-ta-se de pesquisa documental, retrospectiva realizada em prontuá-rios de pacientes pediátricos assistidos no STMO-HC/UFPR, entre junho de 2010 a dezembro de 2011, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/HC), parecer nº6366. Neste período foram transplantados 25 pacientes com AF e todos receberam acompa-nhamento terapêutico ocupacional durante a fase de hospitalização. A coleta de dados foi realizada por meio de instrumentos específicos elaborados para esse estudo, sendo um referente ao perfil da crian-ça e o segundo ao acompanhamento dos atendimentos. Os dados de interesse foram: o estado geral do paciente antes do atendimen-to, as atividades propostas pela terapeuta ocupacional, queixas clí-nicas que pudessem interferir no nível de motivação e participação nas mesmas e como o paciente apresentou-se durante o atendi-mento. Nos prontuários analisados, a idade dos pacientes variou entre cinco e 15 anos, sendo 13 do sexo masculino e 10 do sexo fe-minino. Com relação ao período de internação em dias, o mínimo foi de 15 e o máximo 90. As atividades propostas foram lúdicas, produ-tivas e expressivas, respeitando a idade e fase de desenvolvimento da criança, suas características pessoais e seu interesse e dispo-sição para participar das mesmas. De maneira geral, os pacientes mostraram-se receptivos ao contato com a terapeuta e motivados para o atendimento, durante o qual se apresentavam participativos, demonstrando alto nível de satisfação e humor alegre. Observou-se maior aderência dos meninos em jogos e desafios, enquanto as me-ninas demonstraram maior interesse na brincadeira simbólica e nas atividades produtivas. As principais queixas apresentadas foram dor abdominal e odinofagia, especialmente entre os dez primeiros dias após a infusão de células-tronco. Na maioria dos casos, esses fato-res não interferiram na motivação das crianças para o envolvimento nas atividades propostas, que se mostraram um importante recurso para a redução da dor e do mal estar, além de melhorarem o humor dos pacientes. A sonolência, principalmente relacionada ao preparo para infusão de hemoderivados, foi o fator predominante para a não realização dos atendimentos de Terapia Ocupacional. Com base no exposto, verificou-se a importância da promoção de atividades pelo terapeuta ocupacional no cotidiano hospitalar, de maneira a partici-par como integrante da equipe de saúde no cuidado integral e hu-manizado às crianças. Além disso, ressalta-se o valor da realização criteriosa de registros das intervenções que possibilitam a análise da prática profissional, bem como sua transformação e atualização.

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fOTOfErEsE nO TrATAMEnTO dA dOEnÇA dO En-XErTO cOnTrA HOspEdEIrO crÔnIcA: uM rELATO dE cAsO

Cruz LAP1, Pinto EC1, Barbosa J1, Silva NR1, Luize PB1

1Hospital de Câncer de Barretos - Fundação Pio XII

Introdução: Uma das complicações do transplante de células pre-cursoras hematopoiéticas (TCPH) é a doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), que ocorre em cerca de 30 a 60% dos pacien-tes que realizaram transplante alogênico. A DECH ocorre devido a uma reatividade dos linfócitos do doador contra as células do receptor, reconhecendo-as como estranhas. Tal atividade induz a

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

34 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

liberação de processos químicos que resultam em manifestações clínicas envolvendo, principalmente, pele, mucosas e fígado e com menor freqüência o trato gastrointestinal. Ela pode ser dividida em aguda e crônica, sendo que a aguda ocorre nos cem primeiros dias pós transplante e a crônica após esse período. Uma das modalida-des de tratamento para a DECH crônica é a fotoferese extracorpó-rea (FEC), sendo que esta é baseada na retirada dos leucócitos do paciente por aférese, no tratamento destes com 8-MOP e radiação UVA e, em seguida, são reinfundidos no paciente. Tal estratégia de tratamento é indicada em casos de linfoma de células T, doenças auto-imunes, rejeição a transplante de órgãos sólidos e doença do enxerto contra hospedeiro crônica. Em especial, a DECH crônica, é comumente tratada com corticosteróides, imunossupressores e fotoquimioterapia (PUVA) em altas doses e por tempo prolonga-do, porém, algumas vezes, sem resposta terapêutica e associa-da a uma alta incidência de complicações infecciosas. Assim, a fotoferese extracorpórea se mostra como uma alternativa para o tratamento da DECH, pois minimiza os efeitos destes tratamentos e busca resultados satisfatórios. Objetivo: O objetivo do trabalho é descrever a experiência do primeiro procedimento de fotoferese extracorpórea no tratamento da DECH crônica e a resposta ao tra-tamento. Metodologia: Foi realizada análise do prontuário e relato verbal do primeiro paciente portador de DECH crônica submetido ao tratamento por FEC no Hemonúcleo do Hospital de Câncer de Barretos – Fundação Pio XII. Relato de caso: Paciente V. R. L, sexo masculino, 41 anos, branco, casado, procedente do esta-do de Rondônia, com diagnóstico de Leucemia Mielóide Crônica Acelerada. Em 09/09/2010, recebeu TCTH alogênico aparentado, utilizando como fonte de células-tronco hematopoiéticas de san-gue periférico (6,41 x 106/kg). Em D+213 foi diagnosticado DECH crônica leve apresentando discreta mancha em lábios e xerosto-mia; no D+353 foi identificado DECH crônica de fígado e tendão; no D+365 ocorreram alterações dérmicas em dorso, face, coxa, perna, dificuldade para abertura da boca, sendo diagnosticado DECH crônica extensa; no D+384 evoluiu com DECH crônica de pele e fígado apresentando dores em punho e ombro, dificulda-de para realizar movimentos e sentar-se; no D+479 identificou-se DECH crônica extensa grave de pele, fígado, pulmão e mucosa. Em 14/03/2012 paciente foi avaliado pela equipe da hematologia para indicação de tratamento de FEC. Em 28/03/2012, foi iniciado tratamento com FEC, no equipamento Therakos, número 30325 e até o momento foram realizadas 21 sessões de um total de 32. Após essas sessões foi observado melhora da mobilidade da pele dos braços, antebraços, dorsos dos membros, face e coxas. Con-clusões: A FEC contribuiu para a melhora clínica e da qualidade de vida do paciente. Neste panorama cabe ao enfermeiro desen-volver ações educativas sobre a doença e o tratamento proposto, monitorar o processo terapêutico e prestar suporte emocional ao paciente e família.

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rEVIsÃO E ATuALIZAÇÃO dO prOTOcOLO dE AssIs-TÊncIA E cOnTrOLE nuTrIcIOnAL nO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Zambianco MP1, Scomparim RC2, Talamoni MS2, Souza CA3

1Programa de Aprimoramento Profissional da Faculdade de Ciên-cias Médicas da Universidade Estadual de Campinas2Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas3Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma técnica médica cada vez mais utilizada no tratamento de diver-sas doenças. Este procedimento implica riscos elevados para o doente e um longo processo de recuperação. Muitas complica-ções pós transplante têm implicações nutricionais e o suporte nutricional destes pacientes não se resume apenas ao período

de internação. A diminuição da ingestão de alimentos decorre principalmente da terapia de citorredução e os pacientes podem apresentar anorexia, náuseas, vômitos persistentes, hipogeu-sia, disgeusia, mucosite, diarreia, comprometimento do trato gastrointestinal e consequente ingestão oral insuficiente de nu-trientes, com piora do estado geral e nutricional, e a intervenção nutricional pode diminuir a toxicidade e melhorar a sobrevida nestes doentes. As unidades de TCTH desenvolvem protoco-los assistenciais com o objetivo de tentar evitar complicações graves ou irreversíveis ao paciente durante a internação. A ne-cessidade de reestruturar e atualizar o protocolo de assistência e controle nutricional da enfermaria de TCTH do Hospital de Clínicas da UNICAMP é de extrema relevância, pois qualifica e sistematiza a assistência, garante a segurança e minimiza os efeitos colaterais comuns a esses pacientes ao longo do tra-tamento. Os objetivos do trabalho foram revisar e atualizar o protocolo de assistência e controle nutricional da enfermaria de transplante de células-tronco hematopoéticas do Hospital de Clínicas da UNICAMP e fornecer aos nutricionistas e demais profissionais de saúde informações atuais sobre à assistência nutricional necessária ao paciente submetido ao TCTH. Foi realizada busca de material em revistas, periódicos, manuais, teses e livros, da literatura nacional e internacional, utilizando os bancos de dados MEDLINE, LILACS-BIREME, COCHRANE e SCIELO e acervo bibliográfico disponível na biblioteca da Universidade Estadual de Campinas. Como resultado, tem-se um protocolo reformulado onde os seguintes itens foram atua-lizados e/ou incluídos: introdução, contendo indicações, tipos de transplante e etapas do processo do TCTH; avaliação nu-tricional pré-TCTH incluindo história, exame físico, medidas corporais e parâmetros bioquímicos; necessidades nutricionais; terapia nutricional enteral e parenteral; importância do uso da glutamina; doença veno-oclusiva hepática; doença do enxerto contra o hospedeiro e acompanhamento nutricional após a alta hospitalar. A atualização e reestruturação de um protocolo se fazem necessárias pela importância em qualificar e sistematizar a assistência, garantindo a segurança e minimizando os efeitos colaterais comuns aos pacientes durante o tratamento. A inter-venção precoce, como medida para evitar desfechos desfavo-ráveis, é de extrema importância, o que mostra a necessidade de estabelecer protocolos de assistência adequados a cada tipo de procedimento levando em consideração as particularidades de cada indivíduo e o propósito de cada intervenção: contribuir para a melhora ou cura do paciente.

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OfIcInAs dE ATIVIdAdEs: rEcOnsTruIndO O cOTI-dIAnO dE pAcIEnTEs subMETIdOs AO TrAnspLAn-TE dE cÉLuLAs-TrOncO-HEMATOpOÉTIcAs

Prado FAC1, Oliveira EA1, Mastropietro AP2, Santos MAD1

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Uni-versidade de São Paulo2Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução: O Transplante de Medula Óssea (TMO) é um pro-cedimento de alta complexidade, cujo desenvolvimento permitiu o tratamento de doenças que anteriormente eram fatais. De acordo com as características da clientela atendida no HC-FMRP-USP e o tipo de serviço oferecido, mostrou-se necessário uma estrutura-ção de grupos de atividades com a finalidade primordial de esti-mular a capacidade produtiva, socialização, expressão e troca de experiências, além de funcionar como um espaço de aprendizado para profissionais em formação. Objetivo e Método: O objetivo do presente projeto é descrever o funcionamento de tais grupos na casa de apoio ao transplantado de medula óssea (GATMO). Vale

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ressaltar que estes grupos não estão sendo propostos com caráter profissionalizante, pois não visam o treinamento de habilidades es-pecíficas para o exercício de uma função profissional. As oficinas terapêuticas do GATMO são realizadas semanalmente, são coor-denados por estagiários, e bolsistas, da psicologia e da terapia ocupacional e são freqüentadas por pacientes e acompanhantes (mínimo de quatro, máximo de 12 pessoas). Resultados e Dis-cussão: Os resultados obtidos até o momento evidenciam que as produções dos usuários extrapolam o espaço dos grupos, uma vez que as atividades são realizadas também em outros contextos e – o que parece ser o dado mais importante – resgatando a capacidade produtiva ao permitir ao paciente desempenhar outras atividades e ampliar seu repertório ocupacional. Considerações finais: As ofici-nas têm como objetivo possibilitar um espaço/lugar de referência aos pacientes onde possam produzir, criar, expressar, ter um con-vívio em grupo, estar junto com pessoas com o projeto de fazer alguma atividade, ver e viver suas limitações e potencialidades. Ex-perimentar um fazer junto e dar possibilidade do paciente se relacio-nar com pessoas diferentes. Isso repercute, em última instância, em uma melhor adesão ao tratamento, além de favorecer a reconstru-ção do cotidiano do transplantado. Palavras-chave: grupo, terapia ocupacional, transplante de medula óssea, capacidade produtiva.

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EspIrITuALIdAdE cOMO fOnTE dE ApOIO AO fAMI-LIAr nO TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA

Freitas IS1, Oliveira-Cardoso EA2, Santos MAD1

1FFCLRP-USP2HCFMRP-USP

A religiosidade e a espiritualidade constituem relevantes fontes de su-porte emocional. Atualmente, tem-se observado uma abertura à inte-gração entre ciência e religião, um diálogo necessário ao bem estar da sociedade e, estudos recentes apontam para a importância de se associar a religiosidade e a espiritualidade à experiência do cuidar mé-dico e psicológico. A prática de uma religião apresenta-se ao paciente como uma estratégia que ameniza e legitima a incerteza diante da do-ença crônica. Mais especialmente, em relação ao câncer, observa-se maior recorrência à religiosidade, bem como surgem reflexões acerca da terminalidade. O presente estudo possui por objetivo investigar a importância exercida pela religiosidade e pela espiritualidade na vida do familiar de um indivíduo submetido ao transplante de medula óssea. Foram realizadas entrevistas com seis mães de pacientes hospedados na casa do Grupo de Apoio ao Transplantado de Medula Óssea (GAT-MO), na cidade de Ribeirão Preto, SP. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e literalmente e analisadas qualitativamente, através da análise de conteúdo temática. Como resultados, obteve-se que, apesar das diferentes crenças, a religiosidade se apresenta como uma base de apoio ao enfrentamento da doença e do tratamento, e relaciona-se à expectativa de cura e aos modos de organização da vida, na sobrevivência do paciente, além de possibilitar que algo de positivo seja extraído da situação de sofrimento.

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O brIncAr nO sTMO: InTErfAcE EnTrE psIcOLOGIA E TErApIA OcupAcIOnAL

Santos DRD1, Paveukiewicz P1

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

O processo de TCTH representa para a criança ruptura em seu cotidiano, englobando aspectos físicos, psicossociais e ocupacio-nais. Isto se deve a características do tratamento, como restrições

alimentares, de convívio (isolamento protetor), de uso de objetos pessoais que a identificam e de pessoas significativas para ela. O psicólogo e o terapeuta ocupacional integram a equipe multidisci-plinar do Serviço de Transplante de Medula Óssea de um hospital público do Paraná. Em suas práticas, esses profissionais têm o brincar como principal instrumento de trabalho. Entende-se o brin-car como uma atividade subjetiva, espontânea e prazerosa que possibilita a descoberta, a criatividade e a autoexpressão. Está relacionado ao ser da criança e ao seu desenvolvimento saudável. Tendo em vista o uso terapêutico do brincar por ambas as profis-sões, esse trabalho tem como objetivo verificar o que é comum e o que é específico na intervenção do psicólogo e do terapeuta ocupacional. Para tanto, os resultados do estudo baseiam-se na experiência prática das autoras e em revisão de literatura sobre o tema. Nos achados da pesquisa, observou-se tanto na literatura, quanto na prática que ambas as profissões percebem o brincar como um recurso multidisciplinar para o enfrentamento e elabora-ção de situações ameaçadoras e dolorosas presentes no cotidiano hospitalar e no processo de TCTH. A literatura apontou que, para a Psicologia, o brincar desempenha um papel de linguagem para a criança, em que esta formula e assimila aquilo que vivencia. O brincar representa um canal de resolução de medos, superação de desafios e crescimento. A atividade lúdica facilita o diálogo e o en-contro afetivo com a criança. Sendo assim, na escuta da criança, o brincar serve para o psicólogo como uma forma de ouvir, observar e conhecer a criança e as representações simbólicas que ela dá às situações de vida pelas quais passa, inclusive situações rela-cionadas à saúde ou à doença. Na prática profissional da autora utiliza-se o brincar para que seja possível desvelar a subjetivida-de da criança, com seus medos, angústias, fantasias a respeito da hospitalização e de seu momento de vida. Nesse ponto, cabe ao psicólogo fazer uma leitura do contexto da criança, através de entrevistas com seus pais, resgatando os modos de enfrentamen-to utilizados pela criança e pela família anteriormente. Na Terapia Ocupacional, o brincar é percebido como a modalidade privilegia-da de intervenção, sendo compreendido como o papel ocupacio-nal da criança, que abrange as principais atividades diárias de um indivíduo. O terapeuta ocupacional estimula a criança a brincar de forma livre e espontânea, concebendo-o como uma atividade que tem um fim nela mesma e auxilia a criança a perceber que pode transformar objetos e situações por meio da brincadeira. O cuidador é encorajado a brincar com a criança, para que a ativi-dade lúdica seja mantida, melhorando o ambiente físico e inter-pessoal do hospital e contribuindo para atenção integral à saúde da criança. A autora tem como um dos principais objetivos de sua intervenção contribuir para a manutenção do papel ocupacional da criança durante o processo de hospitalização. Isso ocorre através do provimento de brinquedos e materiais passíveis de assepsia e adequados à faixa etária e características individuais da criança, além do estímulo à brincadeira durante os atendimentos, em que a terapeuta assume uma atitude lúdica.

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prOcEssO dE EnfErMAGEM AO pAcIEnTE pOrTAdOr dE cATETEr dE HIcKMAn

Modesto AP1, Colaco R1, Assis G1, Oliveira E1, Lima DH1, Simao S1

1HC-UFPR

Introdução: A indicação do uso de Cateter de Hickman em pa-cientes submetidos ao Transplante de Medula Óssea (TMO) ocorre principalmente por dispensar a punção percutânea, facilitar a admi-nistração de fármacos irritantes como os quimioterápicos, a admi-nistração de soluções com elevada osmolaridade, a administração de fármacos de forma prolongada e simultânea, durante vários dias ou semanas, a realização periódica de coletas de sangue, admi-nistração de transfusões e aféreses e garantir a infusão da medula

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óssea sem comprometer o enxerto. O cuidado de pacientes com al-terações hematológicas portadores do cateter de Hickman pode ser bastante desafiador para os enfermeiros. Este desafio justifica-se tanto pela presença deste corpo estranho como pelas alterações re-lacionadas aos distúrbios sanguíneos variados, como por exigirem um cuidado meticuloso no tratamento para evitar a deterioração e as complicações a ele inerentes. A exemplo de outros pacientes, o portador de alterações hematológicas requer uma assistência de enfermagem especializada na qual a equipe o veja nas dimensões bio-psico-social. Desse modo, ele se transforma no centro de suas intervenções, com vistas à sua adaptação e ao autocuidado. Para atingir estes objetivos, torna-se evidente a necessidade de que os enfermeiros conheçam profundamente as características, os sinais e sintomas, tipos de tratamentos, efeitos colaterais e os cuidados de enfermagem que podem ser prestados, pois os enfermeiros, como membros da equipe de saúde, assumem função vital na recupe-ração do paciente. Para melhor elaborar o plano de cuidado a es-tes pacientes com necessidades tão específicas, se faz necessário identificar os possíveis diagnósticos de enfermagem para realizar o cuidado adequado do Cateter de Hickman. Objetivo: Reconhecer na taxionomia NANDA ® (2009/2011) os principais diagnósticos de enfermagem relacionados ao cuidado do paciente com o Cateter de Hickman. Metodologia: Este estudo caracteriza-se como Revisão Bibliográfica temática e de atualização onde, a definição do tema, as questões de pesquisa, os objetivos e sua implementação são ati-vidades a serem desenvolvidas e estão concomitantemente ligadas ao trabalho cotidiano. Resultados: Com base na Taxonomia II da Nanda foram elencados 10 diagnósticos de enfermagem conforme segue: Risco de sangramento, Distúrbios da identidade pessoal, Risco de baixa autoestima situacional, Ansiedade, Risco de Infec-ção, Integridade da pele prejudicada, Risco de trauma vascular, Conforto prejudicado, Dor aguda, Isolamento social. De acordo com cada diagnóstico identificado foram construídas as Intervenções de Enfermagem com base na taxonomia NIC e evidenciadas as ava-liações conforme a Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Considerações Finais: A aplicação do diagnóstico de en-fermagem possibilita a elaboração de um plano de cuidados especí-ficos e qualificados, o que se reflete numa assistência de enferma-gem que garante a manutenção e a promoção da saúde do paciente em tratamento de transplante de medula óssea.

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prEVEnÇÃO E TrATAMEnTO dE MucOsITE OrAL, OrOfArÍnGEA E GAsTrOInTEsTInAL EM pAcIEnTEs subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA – rEVIsÃO dE 22 cAsOs.

Fernandes KS1,2, Queiroz PM1,2, Gordan LN1,2, Trigo FC1,2, Rumiato AC1,2, Ito FA1,2

1Universidade Estadual de Londrina2Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná

As mucosites oral, orofaríngea e gastrointestinal, são complica-ções decorrentes da quimioterapia mielossupressora em pacien-tes submetidos a Transplante de Medula Óssea. O objetivo deste trabalho é avaliar a ocorrência e a gravidade dessas mucosites em 22 pacientes submetidos a transplante autólogo de medula ós-sea, durante o período de Setembro de 2010 a Janeiro de 2012. Como protocolo do atendimento odontológico, os pacientes foram orientados quanto à importância da manutenção da saúde oral e receberam tratamento odontológico prévio com a finalidade de adequação do meio, eliminando focos infecciosos. Como medidas de profilaxia à mucosite oral e orofaríngea, foram realizadas crio-terapia durante a quimioterapia, laserterapia de baixa potência e reforço da higiene oral. A equipe de nutrição realizou orientação quanto à dieta necessária aos pacientes e utilizou protocolos para a prevenção e minimização da mucosite gastrointestinal, com su-

plementação do aminoácido Glutamina e imunomoduladores. Do total de 22 pacientes, 12 (54,5%) eram do gênero masculino e 10 (45,4%) do gênero feminino, a média de idade foi de 50 anos. Em relação à presença de mucosite, 7 (31,8%) apresentaram mucosite oral, 7 (31,8%) manifestaram mucosite orofaríngea e todos os pa-cientes (100%), apresentaram mucosite gastrointestinal. A maioria dos casos de mucosite oral (85%) apresentou-se como eritema as-sintomático, grau 1 (OMS) portanto foram realizadas apenas medi-das preventivas e manutenção da higiene oral, enquanto somente 15% desenvolveram mucosite oral ulcerada grau 2 (OMS), no qual a terapêutica utilizada foi a laserterapia e bochechos com Vitamina E . Para alívio na sintomatologia dolorosa da mucosite orofaríngea os pacientes realizaram bochechos com lidocaína spray diluída em água antes das refeições. A fim de minimizar a mucosite gas-trointestinal, os pacientes foram medicados com protetores gástri-cos e a equipe da nutrição forneceu uma dieta sem lactose, com menor quantidade de gordura e manteve a suplementação com Glutamina. A manifestação da mucosite é uma complicação aguda importante, pois pode ocasionar o aumento na suscetibilidade a infecções sistêmicas, dor, desnutrição e outras complicações que podem levar à modificação ou interrupção do tratamento oncoló-gico. Portanto, a equipe multiprofissional deve atuar na prevenção e minimização de complicações das mucosites, possibilitando a melhora da qualidade de vida do paciente.

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InTErVEnÇÕEs pArA MucOsITE bucAL: rEVIsÃO In-TEGrATIVA dE LITErATurA

Machado LE1, Silveira RCCP1, Garbin LM1, Braga FTMM1

1Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP

Uma complicação comum do tratamento quimioterápico e/ou radio-terápico é a mucosite bucal, sendo apontada pelos pacientes como um dos efeitos adversos mais desconfortáveis. Ademais pode ser uma porta de entrada para microrganismos da cavidade bucal para a corrente sanguínea, podendo comprometer o estado de saúde geral do indivíduo em tratamento clínico. Medidas para reduzir a incidência e gravidade desta complicação têm sido investigadas e apresentadas na literatura científica. Esta revisão integrativa da li-teratura teve como objetivo identificar as intervenções para o trata-mento da mucosite bucal em pacientes oncológicos. Para a seleção dos artigos foram utilizadas as bases de dados LILACS e BDENF e as palavras chaves quimioterapia, mucosite e tratamento. Foram incluídos artigos que abordassem o uso de alguma intervenção para o manejo da mucosite, escritos em inglês, espanhol ou português e publicados nos últimos cinco anos. Foram identificadas 32 citações bibliográficas, das quais 25 não atenderam aos critérios de inclu-são. Desta forma, a amostra foi constituída por sete artigos. Quanto ao nível de evidência, quatro artigos foram classificados no nível 2 (ensaio clínico randomizado controlado), dois no nível 3 (ensaios clínicos bem delineados, sem randomização) e um estudo no nível 5 (descritivo). Em relação ao tratamento em quatro artigos os sujeitos foram submetidos a quimioterapia e radioterapia e em três somente a quimioterapia. As intervenções investigadas nos estudos foram: aplicação do laser (n=5), protocolo de cuidados bucais, sendo este constituído pela avaliação periódica da cavidade e orientação sobre a higiene bucal (n=1) e suplementação via oral com selênio (n=1). Os resultados obtidos apontam para eficácia do protocolo de cuida-dos bucais na redução da incidência e gravidade da mucosite. Em relação à utilização de selênio os resultados obtidos não eviden-ciaram mudança estatisticamente significante tanto na incidência quanto na intensidade da mucosite quando comparado com o grupo controle que utilizou vitamina E. Dos cinco artigos que utilizaram laser, três apresentaram resultados significativos incluindo o retardo do aparecimento da mucosite, redução da sua frequência e inten-sidade e promoção do alívio da dor. Em contrapartida, dois artigos

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não apresentaram evidências significativas na utilização de laser. A força das evidências obtidas nos estudos avaliados é elevada, sendo que o laser e o protocolo de cuidado bucal mostraram ser efetivos na redução da incidência e intensidade da mucosite bucal. Contudo, ressalta-se que novos estudos necessitam ser realizados com intervenção semelhantes (cumprimento de onda e potência) para suportar o uso do laser na prática clínica.

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IMpLAnTAÇÃO dE rEQuIsITOs dA QuALIdAdE E bIOssEGurAnÇA EM uM LAbOrATÓrIO dE HIsTO-cOMpATIbILIdAdE dE sÃO pAuLO

Ramos FS1, Rapanello EG1, Peres VP1, Kiyamu AR1, Silva EF1, Sai-to MH1, Vergueiro CSV1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: Inúmeros questionamentos têm sido feitos com relação à qualidade dos serviços de saúde. Os mesmos têm sua origem na comparação entre conhecimento na área médica e a evolução da qualidade dos serviços prestados aos pacientes, visando melhoria e crescimento. Em resposta, inúmeras iniciativas foram implantadas com a intenção de melhorar os processos. Entre essas iniciativas estão a utilização de ferramentas já empregadas em outros setores, como Gestão da Qualidade e Redesenho de Processos. Outra iniciativa utilizada pela área médica são as acreditações ou certificações específicas para os serviços de medicina diagnóstica, onde a acreditação representa o reconhecimento formal da compe-tência desse laboratório em realizar ensaios em estudos específi-cos. É o resultado da confiança na qualidade dos procedimentos da empresa. A preocupação com a Qualidade está deixando de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito básico. Objetivo: Des-crever a experiência, identificar fatores dificultadores e facilitadores na implantação do Sistema da Qualidade, visando acreditação para Laboratórios de Histocompatibilidade. Material e Métodos: Foram discutidas e analisadas todas as Portarias nas quais nos adequaría-mos e criado um Plano de Ação acompanhando os seguintes itens: visita a um laboratório que já foi implantado um programa de qua-lidade; identificamos a infra-estrutura e o RH (setores externos ao laboratório) que precisaríamos para implantar as mudanças; solici-tamos apoio da Informática, do Gestor, da Engenharia Clínica e da manutenção; criadas condições adequadas, tempo para desenvol-vimento do trabalho pelo grupo do laboratório, estímulo (benefício) para envolver todos os integrantes do laboratório feita divisão de tarefas e responsabilidades reuniões mensais de acompanhamento do desenvolvimento do plano. Com isso, estabelecemos objetivos, identificamos perigos, avaliamos riscos, implementamos padrões de desempenho e desenvolvemos uma cultura positiva em relação ao programa. Resultados: Cada área do Laboratório, dividido em: ad-ministrativa, Pré-PCR, Pós-PCR e Sorologia, foi adequada quanto as documentações da Qualidade, Biossegurança, conforme NBR ISO 9001:2000, RDC nº61 (ANVISA), Portaria GM2600. Com os conhecimentos adquiridos, alcançamos: envolvimento e integração dos funcionários; readequação e reorganização do espaço físico; implantação da qualidade total; elaboração de procedimentos ga-rantindo a competência e importância do trabalho de cada um; cons-cientização na utilização dos EPIs e EPCs; acondicionamento e ar-mazenamento dos reagentes químicos. Conclusão: A implantação do Sistema da Qualidade só é possível com o envolvimento de toda equipe. Foi necessário apoio da instituição, pois há custo envolvido na reorganização da infra-estrutura. É necessário um grande esfor-ço com revisão das documentações, implementação de novas plani-lhas e avaliação de resultados. Vantagens percebidas são controle do processo, maior confiabilidade nos resultados e busca de me-lhoria contínua. O sucesso na gestão da qualidade e segurança no trabalho depende de uma política de qualidade e segurança efetiva que se conquista com pessoal envolvido e comprometido.

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QuALIdAdE dE VIdA dE pAcIEnTEs cOM dIAbETEs MELLITus TIpO 1 dOIs AnOs ApÓs O TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Marques LAS1, Oliveira-Cardoso EA2, Voltarelli JC2, Santos MAD1

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto- Uni-versidade de São Paulo2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

O transplante de células-tronco hematopoéticas tem surgido como alternativa ao tratamento de doenças autoimunes como artrite reu-matóide, esclerose múltipla e diabetes mellitus tipo 1. No diabetes mellitus tipo 1, uma síndrome de etiologia múltipla, o transplante de células-tronco hematopoéticas, na sua modalidade autóloga, tem sido utilizado como alternativa ao tratamento convencional (insulino-terapia), já que este retarda, mas não elimina as consequências da doença como disfunção e falência de vários órgãos, especialmen-te rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. Apesar disso, o transplante é um procedimento altamente invasivo que acarreta re-percussões intensas na qualidade de vida desses pacientes exigindo dos mesmos uma readaptação à essas repercussões. O presente estudo teve por objetivo avaliar a qualidade de vida de participantes com diabetes mellitus tipo 1. Participaram do estudo 22 pacientes que foram submetidos consecutivamente ao transplante de células--tronco hematopoéticas na Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no período de 2006 a 2008. Para a coleta de dados foi utilizado o Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida – Medical Outcomes Study 36 Item Short-Form Health Survey (SF-36). As avaliações ocorreram em três momentos distintos: na admissão do paciente, um ano após a realização do pro-cedimento e dois anos após o transplante no retorno ambulatorial. A análise do instrumento aconteceu de acordo com as recomenda-ções específicas preconizadas pela literatura. Os resultados obtidos mostraram, que para a maioria dos participantes deste estudo, após um ano do procedimento, os índices de qualidade de vida melhora-ram significativamente principalmente os domínios Aspectos Físicos (p=0,0003), Estado Geral de Saúde (p=0,0142), Aspectos Sociais (p=0,0018) e Aspectos Emocionais (p=0,0316). Decorrido dois anos, o transplante teve um impacto também positivo sobre a qualidade de vida principalmente nos domínios Aspectos Físicos (p<0,0001), As-pectos Sociais (p=0,0235) e Aspectos Emocionais (p=0,0270). Tais resultados podem representar uma possibilidade de retomada da vida e dos planos futuros que foram interrompidos por uma doença crônica que impunha inevitáveis dificuldades e limitações para esses partici-pantes. Os resultados deste estudo oferecem subsídios para a equipe multidisciplinar de saúde refletir sobre as implicações dessa terapêu-tica inovadora em aspectos essenciais da vida do participante que vão além da dimensão biomédica, considerando as repercussões sobre sua qualidade de vida e ajustamento psicossocial.

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GEnETIc pOLyMOrpHIsM Of IL8 And suscEpTIbIL-ITy TO pErIOdOnTITIs

Sippert EA1, Ayo CM1, Rodrigues C1, Silva COE1, Visentainer JEL1, Sell AM1

1Universidade Estadual de Maringá

Interleukin-8 (IL-8) is a potent chemoattractant and activator of neutrophils in inflammatory regions and is relating to the initiation and amplification of acute and chronic inflammatory processes. Polymorphisms in the IL8 gene have been associated with in-

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flammatory diseases. In the periodontal tissue, neutrophils are the first line of defense against periodontopathic bacteria, and play an important role in pathogenesis of periodontitis. The aim of this study was to investigate the effect of single nucleotide poly-morphisms (SNPs) of the IL8 gene at -353 A/T and -845 T/C, as well as their haplotypes, on the risk of periodontitis in Brazilians. Blood were collected from 173 unrelated individuals (control, 89; periodontitis, 84) living in North/Northwest of Parana State, South of Brazil. Genomic DNA was extract from peripheral blood leukocytes by a salting out procedure or EZ-DNA. SNPs were investigated using the methods of polymerase chain reaction-restriction fragment length polymorphism (PCR-RFLP) and the products were electrophoresed on 2% agarose gel. The frequen-cies were determined by direct counting and the comparisons of allele frequencies were analyzed in 2x2 contingency tables using the chi-square test with Yates’correction or Fisher’s Test. To es-timate the disease risk, odds ratio and 95% confidence interval were calculated. Statistical analyses were performed using the SISA statistics software program. The Hardy-Weinberg equilib-rium was achieved by calculating the expected genotype frequen-cies and comparing them to the observed values. There were no differences between cases and controls concerning age and gender. Significant susceptibility with periodontitis were observed in Brazilian black individuals (OR: 3. 7; CI: 1. 22 - 13. 60) and in individuals with smoking behavior (OR: 3. 3; CI: 1. 78 - 6. 35). No SNPs showed different distribution between control and peri-odontitis groups, and no haplotypes had association to protection or susceptibility. The allele A of the SNP-353 has been associated to higher IL8 production. In patients with agressive periodontitis, the genotype and allele of SNP -353A were more frequent, and genetic predisposition to periodontitis could be related to AT/AC and AC/AC genotypes present only in patients. The SNPs -353 A/T and -845 T/C, in the promoter region of the IL8 gene, were not associated with susceptibility to periodontitis in Brazilian individu-als. More investigation will be done in order to understand the role of IL8 in periodontitis pathogenisis.

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LEsÕEs brAncAs dA MucOsA bucAL pÓs-TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs ALOGÊnIcAs: EsTudO HIsTOpATOLÓGIcO E IMunO--HIsTOQuÍMIcO

Soares TCB1, Dubugras TT1, Shcaira VRL1, Correa MEP1, Cintra ML1

1Universidade Estadual de Campinas

Introdução: A leucoplasia oral (LO), considerada uma lesão com potencial para malignização, é definida como uma placa ou man-cha branca que não corresponda, clinica- ou histo-patologicamen-te, a qualquer doença conhecida. O desenvolvimento de tumores malignos secundários tem sido reconhecido como complicação grave pós- transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). As LOs, de aparecimento tardio nos pacientes tratados pelo TCTH têm sido relatadas, porém pouco estudadas. Objetivos: Descre-ver as características morfológicas e a expressão de COX-2 e Ki67 das leucoplasias orais em pacientes pós TCTH. Pacientes e Métodos: 16 pacientes tratados por TCTH mieloablativo, de doa-dores aparentados com HLA idêntico, que desenvolveram lesões leucoplásicas tardiamente após o transplante foram estudados. Biópsias de 26 pacientes cujo diagnóstico clínico e histopatoló-gico foi negativo para GVHD e leucoplasia compuseram o grupo controle. Cortes histológicos corados por H&E foram analisados por três observadoras. As células dos cortes marcados por imuno--histoquímica com anticorpos COX-2 e Ki67 foram quantificadas com o uso do software Imagelab®. Os resultados foram analisados de forma descritiva e pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: As lesões analisadas se caracterizaram pela presença de acantose

e hiperceratose (100% e 94% respectivamente). Também foram observadas papilomatose (44%) e coilocitose (44%). Células epi-teliais atípicas e fibrose do tecido conjuntivo foram observadas em 12,5% dos casos e infiltrado inflamatório em 56%, na maioria lique-nóide (38%). Em nenhum dos casos, os achados microscópicos foram suficientes para estabelecer diagnóstico de GVHD segundo critérios estabelecidos pelo National Institutes of Health . Por meio da técnica de imuno-histoquímica foi observado aumento numéri-co de células Ki67+ nas leucoplasias analisadas (média: 640,38 cel+/mm2) em relação ao grupo controle (média: 348,73 cel+/mm2), p<0,0001. Em contrapartida não houve diferença signifi-cante entre os dois grupos, quando as amostras marcadas pela COX-2 foram analisadas. Discussão e Conclusão: Dados da literatura mostram superexpressão da COX-2 e do Ki67 nas leu-coplasias orais clássicas (de pacientes que nunca receberam o TCTH). Contudo, nós só encontramos aumento da expressão do Ki-67, possivelmente como reflexo da regeneração epitelial pós GVHD. Embora não fossem observados achados morfológicos suficientes para o diagnóstico de GVHD, nossos resultados per-mitem aventar a hipótese de que estas lesões leucoplásicas pós TCTH representem uma forma tardia da GVHD e, eventualmente, não sejam precursoras dos carcinomas que se desenvolvem no período tardio do transplante.

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dOEnÇA dO EnXErTO cOnTrA O HOspEdEIrO crÔ-nIcA ApÓs TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOIÉTIcAs: As ALTErAÇÕEs HIsTOLÓGIcAs E IMunO-HIsTOQuÍMIcAs dAs GLÂnduLAs sALIVArEs MEnOrEs pOdEM sEr prEdITIVAs dAs dO fÍGAdO

Soares TCB1, Cintra ML1, Miranda ECM1, Escanhoela CAF1, Correa MEP1

1Universidade Estadual de Campinas

Introdução: A doença do enxerto contra o hospedeiro (GVHD, do inglês graft versus host disease) crônica pós transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é uma desordem auto e aloimune multisistêmica caracterizada por desregulação imunoló-gica, imunodeficiência e perda de função dos órgãos. Objetivos: Comparar as subpopulações de células inflamatórias em amos-tras glândulas salivares menores (GSM) e fígado de pacientes com GVHD crônica pós TCTH e identificar alterações histológicas em GSM que podem ser preditivas da gravidade do acometimen-to da GVHD no fígado. Materiais e Métodos: Biópsias de GSM e fígado de 36 pacientes foram estudadas. Os pacientes foram tratados com TCTH mielo-ablativo, de doadores aparentados com HLA idênticos. Cortes histológicos foram corados por H&E e pela técnica de imuno-histoquímica para os anticorpos CD45, CD4, CD8, CD138, e CD68. Imagens digitais foram analisadas pelo uso do software Imagelab®. Resultados: Alterações clínicas decorren-tes da GVHD na cavidade bucal foram prévias ou, pelo menos simultâneas às alterações hepáticas (clínicas e laboratoriais). O diagnóstico 3 ou 4 de GVHD hepático de acordo com o NIH foi correlacionado com o aumento 2 vezes maior que o limite normal dos níveis séricos de ALT, AST e FA. Uma correlação positiva foi encontrada entre a proporção relativa de células imuno-marcadas para CD4, CD8 e CD45 em amostras de biópsias de GSM e fíga-do. O aumento do número de células CD45+ e CD138+/mm2 no espaço porta foi correlacionado com os diagnósticos 3 ou 4 de GVHD hepático. O aumento do número relativo de células CD45+ e a diminuição de células CD8+ em GSM foi preditivo da gravidade das alterações histológicas da GVHD no fígado. Conclusão: O in-filtrado mononuclear em GSM reflete aquele observado no fígado. Considerando o conjunto de alterações clínicas e laboratoriais, as biopsias em GSM, as quais são facilmente obtidas, podem ajudar a estimar alterações hepáticas em pacientes com GVHD.

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AnÁLIsE dE AssOcIAÇÃO EnTrE dOEnÇA dE cHAGAs E pOLIMOrfIsMOs dOs GEnEs HLA

Ayo CM1, Reis PG1, Oliveira CF1, Sippert EA1, Zaghi FC1, Dalálio MMO1, Visentainer JEL1, Sell AM1

1Universidade Estadual de Maringá

A tripanossomíase americana ou doença de Chagas é uma antropo-zoonose de larga distribuição no continente americano, acometendo aproximadamente dez milhões de pessoas. A doença é caracterizada por fases aguda e crônica, porém seu curso de evolução pode ser influenciado tanto pela variabilidade genética e biológica do parasita quanto do hospedeiro, gerando manifestações clínicas distintas na qual o indivíduo pode desenvolver as formas indeterminada, cardíaca e/ou digestiva. A suscetibilidade a doenças infecciosas pode aconte-cer devido às diferenças individuais em alguns estágios do sistema imune, assim, os marcadores genéticos tem tido um importante papel nesta área, tendo em vista que a expressão clínica dessas infecções é extremamente variável. A proposta deste estudo foi determinar as frequências alélicas e haplotípicas dos locos HLA-A, B, C, DRB1, DQA1 e DQB1, em pacientes e controles de uma população do Nor-te/Noroeste do Paraná, Sul do Brasil. Participaram desta pesquisa 54 indivíduos não aparentados (22 homens e 32mulheres, com idade média de 59,37 anos) com diagnóstico confirmado para Chagas e um grupo controle de 54 indivíduos não aparentados (35 homens e 19 mulheres, com idade média de 49,17 anos), cujo exame sorológi-co para detecção de anticorpos contra Chagas resultou em negati-vo. Pacientes e controles foram classificados como uma população de grupo étnico misto, levando em consideração a composição da população do Paraná que é predominantemente de origem européia (80,6%), com uma contribuição genética pequena, mas significativa de Africanos (12,5%) e Ameríndios (7,0%). O DNA foi extraído pela técnica de Salting out e a genotipagem HLA foi realizada pela téc-nica PCR-SSOP (polymerase chain reaction - sequence specific of oligonucleotides probes) . O equilíbrio de Hardy-Weinberg e as fre-quências alélicas e haplotípicas foram determinadas pelo programa Arlequin versão 3. 1 e a comparação dessas frequências entre os dois grupos foram analisadas em tabela de contingência 2x2 usando o teste qui-quadrado com correção de Yates ou teste de Fisher. Odds Ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC - 95%) foram calculados para verificar as estimativas de associação utilizando o programa SISA. A distribuição dos alelos HLA para os locos analisados esta-vam em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>0,05). A prevalência do ale-lo HLA-B*08 foi estatisticamente significante no grupo de pacientes, mostrando estar associado com a suscetibilidade à doença de Cha-gas (p=0,0291; OR:4,38; CI: 1,20-15. 97). Uma frequência significa-tivamente aumentada do haplótipo HLA-A*02-B*08-C*07-DRB1*03--DQA1*05-DQB1*02 foi observada no grupo de pacientes, sugerindo possível suscetibilidade à infecção chagásica (p=0,05; OR: 9,3; CI: 0,47-175,1). Os resultados sugerem que genes HLA classe I e classe II podem estar associados com suscetibilidade à doença de Chagas em indivíduos do Norte/Noroeste do Paraná.

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IncIdÊncIA dAs TOXIcIdAdEs E O cuIdAdO dE En-fErMAGEM nO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO--HEMATOpOIÉTIcAs AuTOGÊnIcO (TcTHA) cOM ALTA HOspITALAr prEcOcE - EsTudO LOnGITudInAL dE 100 pAcIEnTEs

Barban A1,2, Coracin FL1,3, Barban A4, Musqueira PT1, Dulley FL1,2,4

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

3Universidade Nove de Julho - Uninove4Hospital Inglês “Charles Miller”

A alta hospitalar precoce consiste na internação do paciente para receber o condicionamento e a infusão das células-tronco hemato-poiéticas (CTH), seguido de alta da internação para seguimento am-bulatorial. Esta modalidade foi viabilizada a partir da diminuição das complicações no período de aplasia, do regime de condicionamento e da mortalidade, isto se deve ao uso da fonte periférica para obtenção das células-tronco hematopoiéticas, uso de fatores de estímulo de co-lônia de granulócitos, enxertia de granulócitos mais precoce, melhora dos esquemas e antimicrobianos profiláticos e da modernização dos dispositivos intravenosos. No período pós-TCTH, o paciente recebe o cuidado e manejo multiprofissional no ambulatório desde o período de aplasia medular, durante o período de ocorrência das toxicidades ao regime de condicionamento, até a enxertia medular. Os regimes de condicionamento são constituídos por altas doses de quimiotera-pia e correspondem a cerca de 20% da mortalidade relacionada ao pós-TCTH. Os cuidados de enfermagem ambulatorial são de suma importância em todas as etapas do TCTH relacionado com a orien-tação, vigilância e cuidados específicos ao paciente transplantado, fundamentais até a alta do Serviço no que tange a saúde, imunidade e até aspectos culturais e de higiene. O objetivo deste trabalho foi identificar a incidência das toxicidades e os cuidados de enfermagem no manejo e/ou prevenção de seu agravamento em regime ambu-latorial. Foi realizado um estudo retrospectivo longitudinal, cuja co-leta de dados compreendeu o período entre janeiro a novembro de 2009; a partir de 100 prontuários consecutivos de pacientes portado-res de mieloma múltiplo (n=45), linfoma não Hodgkin (n=25), linfoma de Hodgkin (n=21) e leucemia mieloide aguda (n=9) que receberam alta hospitalar precoce até o décimo dia após a infusão das CTH. As toxicidades foram graduadas conforme a escala de graduação da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS). Dos 100 pacientes analisados, 31% não apresentaram mucosite, 58% apresentaram mucosite grau I-II; 16% não apresentaram náusea/vômito enquanto 62% apresenta-ram grau I. Em relação à diarreia, 16% não apresentaram enquanto 62% apresentaram grau I. Dos 100 pacientes, 9% necessitaram de internação por toxicidade ao condicionamento e os demais permane-ceram sob cuidados no ambulatório. Os cuidados e manejo dos pa-cientes seguiram a rotina do ambulatório consistindo de orientações de higiene, alimentação, vigilância e identificação de sinais e sinto-mas para condutas necessárias de acordo com cada caso. Conclui-se que toxicidade ao regime de condicionamento foi bem tolerada pelos pacientes submetidos ao TCTHa sob regime ambulatorial, expressa pela baixa frequência de internações (9%). A maioria dos pacientes apresentou algum tipo de toxicidade ao regime de condicionamento. A padronização da graduação através da escala da OMS possibilitou condutas uniformes de toda a equipe e cuidados homogêneos por parte da equipe de enfermagem. Os cuidados de enfermagem contri-buem para melhor intervenção precoce dos sinais e sintomas, sendo a orientação aos pacientes e acompanhantes, uma das medidas mais eficazes, podendo diminuir a negligência na identificação dos eventos decorrentes do regime de condicionamento e, por conseguinte, das internações.

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QuALIdAdE dE VIdA EM pAcIEnTEs pÓs-TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs ALOGÊnIcO: AVALIAÇÃO dE MEdIdAs rELAcIOnA-dAs À fATOrEs fÍsIcOs, sOcIAIs E EMOcIOnAIs.

Musqueira PT1, Barban A1,2, Coracin FL1,3, Barban A4, Dulley FL1,2,4

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo3Universidade Nove de Julho-UNINOVE4Hospital Inglês “Charles Miller”

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O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico é um tratamento que oferece cura a uma variedade de doenças hematológicas, porém há riscos de complicações agudas e tardias podendo influenciar de forma negativa a qualidade de vida. São necessárias medidas para a avaliação da qualidade de vida, ou seja, instrumentos estatísticos para mensuração e comparação capazes de avaliar de forma individual ou específica e proporcio-nar assim, maior capacidade de detecção de melhora ou piora dos aspectos físicos, sociais e emocionais de cada paciente. Os ins-trumentos mais citados nas buscas no Pubmed e nos estudos pes-quisados foram o The Functional Assessment of Cancer Therapy- Bone Marrow Transplantation (FACT-BMT) versão 4, associado ao The Functional Assessment of Chronic Illness Therapy- Spiritual Well-being (FACIT-sp); a Escala EORTC (European Organization for Research and Treatment of Cancer Core). Os sintomas com maior frequência avaliados são fadiga, dor, náuseas e vômito, dispneia, distúrbios do sono, alteração do paladar, diarreia, cons-tipação, impacto financeiro, tristezas, risco de morte, suporte para amigos e familiares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qualidade de vida (QV) é a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expecta-tivas, padrões e preocupações. A QV dos pacientes é, frequente-mente, avaliada no período pós-TCTH, onde os há um nível maior de complicações relacionadas às toxicidades, doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Há a necessidade de intervenções nos aspectos psicossociais e físicos. O objetivo deste estudo é realizar uma Revisão Bibliográfica sobre a utilização das escalas de avaliação de Qualidade de Vida em pacientes pós-TCTH alogê-nico buscando identificar fatores que favoreçam o emprego destas escalas. Foi realizada uma Revisão Bibliográfica de artigos cien-tíficos relacionados ao tema, através de sites de publicações na internet. Os resultados deste estudo evidenciaram que no período de internação, os pacientes apresentam maior índice de QV preju-dicada devido aos fatores psicossociais e físicos. Na fase do con-dicionamento há uma alta prevalência de ansiedade e stress, náu-seas e vômito, dor, já nos pacientes pós-condicionamento, o risco de morte, a falta de enfrentamento, o distúrbio de auto-imagem relacionado ao DECH, as dificuldades financeiras, a preocupação de amigos e familiares, entre outros, são os sinais e sintomas mais prevalentes. Conclui-se que para uma melhor Qualidade de Vida em pacientes pós-TCTH alogênico, é necessário a realização de intervenções diárias da equipe multiprofissional, baseada nos re-sultados obtidos do emprego das escalas associado ao questioná-rio de qualidade de vida durante o período de internação, visto que os aspectos psicossociais e físicos, como náusea e vômitos, dor e fadiga interferem negativamente na evolução deste pacientes.

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ApLIcAÇÃO dE EnXAGuATÓrIO bucAL cOnTEndO cHAMOMILLA rEcuTITA (cAMOMILA) EM MucOsITE bucAL: EsTudO cLÍnIcO fAsE II

Braga FTMM1, Santos ACFD2, Carvalho EC1

1Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto2Hospital Amaral Carvalho

A mucosite bucal é uma complicação inflamatória frequente ma-nifestada pelos pacientes submetidos ao transplante de células--tronco hematopoéticas (TCTH), em decorrência do agressivo regime terapêutico empregado. Entretanto, sua prevenção e tra-tamento ainda são controversos na literatura. A Chamomilla recu-tita (camomila) tem sido utilizada com propósitos terapêuticos há séculos, e dentre as sua propriedades terapêuticas estão a redu-ção da inflamação e a promoção da cicatrização, ambas favore-cidas principalmente pelos flavonoides, em especial a apigenina

7-glicosídeo. Alguns centros de TCTH a empregam tanto para a prevenção como para tratamento da mucosite; contudo, não se identificaram estudos que investigassem sua ação nessa clientela. Assim, o presente estudo tem como objetivo comparar a incidên-cia de mucosite bucal em pacientes adultos submetidos ao TCTH segundo diferentes doses de Chamomilla recutita em enxaguató-rio bucal. Trata-se de um estudo clínico fase II, randomizado e controlado. A amostra foi constituída por 40 pacientes alocados em quatro grupos; destes, três receberam o enxaguatório bucal segundo uma das doses propostas no estudo (0,5; 1 ou 2%) e um quarto grupo (controle) recebeu o protocolo padrão de cuida-do bucal. O enxaguatório desenvolvido para este estudo passou por análise do perfil físico-químico e microbiológico que eviden-ciou aqualidade e a integridade dos princípios ativos presentes na droga vegetal, incorporação desses na formulação farmacêutica e segurança microbiológica. Quanto a incidência de mucosite esta foi menor nos pacientes do grupo que recebeu o enxaguatório con-tendo Chamomilla recutita na dose de 1% quando comparado aos resultados do grupo controle (p<0,01). Esta dose corresponde ao teor de 0,054 mg/mL de apigenina 7-glicosídeo. Nas demais doses os resultados não demonstraram diferença significante entre os grupos. Dessa forma, os resultados evidenciaram uma possível ação do enxaguatório contendo Chamomilla recutita, como anti--inflamatório, na redução da incidência da mucosite, na dose de 1%, em pacientes submetidos ao TCTH. Contudo, para confirmar estes achados faz-se necessário ampliar a amostra deste estudo em um estudo clínico fase III.

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AVALIAÇÃO dA fOrÇA MuscuLAr rEspIrATÓrIA EM pAcIEnTEs prÉ-TMO ALOGÊnIcO

Máximo MM1, Pereira KRC1

1Hospital das Clínicas Ribeirão Preto

Introdução: A fraqueza muscular respiratória e periférica pree-xistentes em pacientes submetidos a transplante de medula ós-sea (TMO) pode contribuir para uma maior morbidade no período pós-transplante. Os tratamentos realizados antes do transplante, como quimioterapia e corticoterapia, podem contribuir para uma fraqueza da musculatura respiratória, e essa situação se torna um fator de risco para o desenvolvimento de complicações pul-monares no período pós-transplante. Treinamento muscular res-piratório e exercícios específicos de fisioterapia respiratória já se mostraram eficientes em aumentar a força muscular respiratória e melhorar a ventilação pulmonar. Objetivos: determinar se a força muscular respiratória é reduzida em pacientes pré TMO alogênico para caracterizar a importância de uma intervenção de fisioterapia respiratória precoce, na tentativa de minimizar com-plicações respiratórias no período pós-transplante. Metodologia: foram avaliados oito pacientes com idade média 30,5±14,08 pré TMO alogênico no período de outubro de 2011 a fevereiro de 2012, no HCRP. Os pacientes foram submetidos à avaliação da força muscular inspiratória (pressão inspiratória máxima - PImax) e expiratória (pressão expiratória máxima - PEmax) através de um manovacuômetro analógico. Para avaliação da PImáx e da PEmáx foram realizadas 3 manobras, e considerado o melhor resultado obtido. Os resultados foram comparados com o valor predito para cada paciente. A avaliação foi realizada antes do iní-cio do condicionamento. Resultados: Dos pacientes avaliados, 4 apresentaram uma PImáx menor do que 60% do valor predito, 3 apresentaram PEmáx menor do que 80% do predito e 3 apresen-taram PEmáx menor do que 60% do valor predito. A média de PI-máx avaliada foi -75±42,43cmH2O (PImáx predita de -107,7±18,96 cmH2O) e de PEmáx foi 76,88±29,63cmH2O (PEmáx predita de 110,9±23,25 cmH2O). Conclusões: Conclui-se que os pacientes podem chegar para o transplante com fraqueza muscular respi-

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ratória, o que pode favorecer o aparecimento de complicações respiratórias durante o tratamento e no período pós-transplante. A intervenção da fisioterapia respiratória precoce para melhorar a ventilação e aumentar a força muscular respiratória nessa fase pode ser indicada como uma tentativa de minimizar complicações pulmonares no período pós-TMO.

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TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs prOGEnITO-rAs HEMATOpOIÉTIcAs: cOnTrIbuIÇÃO dO fArMA-cÊuTIcO nO pÓs-TrAnspLAnTE.

Correa PM1, Zuckermann J2, Fischer G2, Paz A2, Rigoni L2, Daudt L2, Silla LMR2, Castro MS1

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul2Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: A farmacoterapia de pacientes que realizam transplante de células-tronco hematopoiética (TCTH) é complexa em virtude do grande número de medicamentos utilizados após a alta hospitalar. O uso incorreto de alguns desses medicamentos, bem como, intera-ções medicamentosas inerentes a essa terapia, colocam em risco o resultado do transplante. Nesse contexto, o profissional farmacêutico pode auxiliar os pacientes e a equipe na otimização de resultados terapêuticos. Materiais e Métodos: O Serviço de Hematologia do Hospital Clínicas de Porto Alegre (HCPA) possui em sua rotina uma orientação sobre a farmacoterapia pós-transplante alogênico com o farmacêutico para todos os pacientes. A partir de maio de 2011, foi associado o seguimento farmacoterapêutico com o objetivo de atingir novos níveis de resultados clínicos e humanísticos. Na nova rotina, o paciente realiza encontros periódicos com o farmacêutico onde é avaliada a forma como ele está utilizando seus medicamentos, é buscada a identificação e a solução dos problemas relacionados com medicamentos (PRM), além de avaliar a adesão ao tratamen-to. A ferramenta utilizada pelo farmacêutico para o atendimento é o método Dáder adaptado para a realidade brasileira. O tempo de seguimento farmacoterapêutico é de 6 meses. O resultado do acompanhamento é obtido pela redução do nível da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Resultados: Estão sendo acompanhados 17 pacientes, o maior risco à adesão ao tratamen-to medicamentoso identificado foi à dificuldade de acesso aos me-dicamentos, principalmente em pacientes oriundos de cidades do interior dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O número médio de PRMs identificado é de 8,17 por indivíduo. Foram identificados 139 PRMs, sendo 70 manifestados, ou seja, o paciente apresenta efetivamente a reação adversa, e 69 riscos de PRM, casos em que o paciente está utilizando medicamentos que podem trazer um risco a sua saúde ou ao sucesso do tratamento. Os medicamentos mais envolvidos nos PRMs manifestados são a ciclosporina e o tacrolimus. Já os que apresentam risco de PRM pela dificuldade de acesso são o aciclovir e o fluconazol. 65% dos pacien-tes apresentaram DECH de graus II a IV, sendo que 23% apresentam os graus III e IV. Discussão: O elevado número de medicamentos que desencadeiam os PRMs justifica a participação do farmacêutico na equipe multidisciplinar para o auxilio na resolução e prevenção desses problemas. Em muitas situações, a resolução desses PRMs é uma tarefa muito complexa que envolve a avaliação risco/benefício para que se possam sugerir alterações à equipe médica. Além disso, foram identificados muitos problemas no acesso aos medicamentos. Para essa situação a intervenção do farmacêutico fica limitada a indi-cação ao paciente de locais onde ele possa encontrar medicamentos em preços mais acessíveis uma vez que muitas prefeituras não forne-cem os medicamentos necessários que deveriam estar à disposição da população. Conclusão: a complexidade da farmacoterapia des-ses pacientes justifica a atuação do farmacêutico junto a equipe para gerenciar as interações, identificar falha de adesão e outros fatores como a dificuldade de acesso aos medicamentos.

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rEAÇÕEs AdVErsAs EM pAcIEnTEs subMETIdOs À TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOÉTIcAs

Zuckermann J1, Corrêa PM2, Santos LD1, Fischer G1, Paz A1, Rigoni L1, Bittencourt RI1, Daudt L1, Silla LMR1, Castro MS2

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre2Universidade federal do Rio Grande do Sul

Introdução: Os pacientes que realizam o transplante alogênico de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) são submetidos à utilização de diversos medicamentos, tanto para o condicionamento, quanto para a prevenção e tratamento de problemas de saúde associados a terapia. Contudo, nem sempre esses medicamentos trazem apenas benefícios ao paciente, algumas vezes ocorrem reações adversas (RA) inerentes a terapia e que podem prejudicar ou mesmo colo-car em risco a vida do paciente. Descrever a ocorrência de reações adversas (RA) em pacientes internados para realização de TCTH alogênico, na unidade de ambiente protegido (UAP) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um hospital de alta complexidade que faz parte da rede sentinela, constituído por 795 leitos. Material e Métodos: As informações foram obtidas por busca ativa no banco de dados do programa de farmacovigilância do HCPA e nos prontuários eletrônicos do hospital. Foram incluídas as RA ocorridas no período de janeiro a maio de 2012. Para a confirmação da RA foi utilizado o algoritmo de Naranjo que as classifica em duvidosa, possível, prová-vel e definida para se estabelecer a relação de causalidade e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para se verificar a gravidade, classificada como leve, moderada, grave e letal. Resultados: Foram identificadas 22 RA ocorridas em 12 pacientes. Os medicamentos que originaram as RA foram alemtuzumabe, morfina, codeína, anfote-ricina b, metoclopramida, timoglobulina e bussulfano. Sendo os com maior incidência o Alentuzumabe; os dois pacientes que utilizaram a medicação apresentaram RA; a timoglobulina; dos cinco pacientes que a receberam, três apresentaram RA. Do total das RA apenas 18 (82%) foram notificadas ao programa de farmacovigilância do HCPA. Das reações notificadas, 4 foram leves, 11 moderadas e 3 graves. Com relação à causalidade foram observadas 4 possíveis, 12 prová-veis e 2 definidas. Discussão: As reações adversas notificadas estão descritas na literatura e por isso são passíveis de ocorrer. Na maioria das vezes, o trabalho da equipe médica fica restrito a substituição da terapia, apesar do manejo profilático para evitar tais reações. Nessa população, a ocorrência de polimedicação torna-os mais suscetíveis a essa situação pois são prescrições que apresentam em média 25 medicamentos. Além disso, fica clara a ocorrência de subnotificação das reações ocorridas o que acarreta a não exatidão dos dados sobre a incidência de RA dos medicamentos. Conclusão: Os resultados evidenciam a necessidade do desenvolvimento de protocolos para minimizar a ocorrência de RA e o monitoramento intensivo do pacien-te com a notificação das reações observadas.

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prEVEnÇÃO E cOnTrOLE dE InfEcÇÃO HOspITALAr EM sErVIÇO dE TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO--HEMATOpOIÉTIcAs (TcTH): uM IMpOrTAnTE ALIAdO nA QuALIdAdE dA AssIsTÊncIA sEGurA AO pAcIEnTE.

Neves PZ1, Tirapelli B1, Cappellano P1, Fonseca SM1, Oloveira JSR1, Medeiros EAS1

1Hospital São Paulo/UNIFESP

Introdução: Um dos principais obstáculos à realização bem sucedi-da do TCTH é a ocorrência de infecções. Há uma série de infecções bacterianas, fúngicas, virais e parasitárias que se manifestam em

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função do prolongado período de imunossupressão, tornando-os suscetíveis a tais agravos. Estudos demonstram que a mortalida-de nos primeiros 100 dias após transplantes é cerca de 10 a 40% nos transplantes alogênicos e entre 5 a 20% nos autólogos. Po-rém poucos profissionais estão sensibilizados e receptivos para a fundamental questão, pois as práticas de prevenção e controle de infecção deve ser uma ação contínua e permanente, para reflexo de uma qualidade assistencial e segura ao paciente. Objetivos: Operacionalizar e avaliar rotinas e estratégias educativas através de uma equipe multidisciplinar para sensibilização das práticas de prevenção e controle de infecções no TCTH. Metodologia :O estudo está sendo realizado no Hospital São Paulo,Hospital universitário li-gado a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Trata-se de um conjunto de ações após reabertura da unidade em reforma por dois anos. Medidas implantadas: 1)Disposição de álcool em pontos estratégicos com planilhas de controle de adesão 2)Informativos quanto controle de infecção nas portas de todos os quartos, ao lado das pias de higienização das mãos, e locais de concentração dos profissionais 3) Revisão das medidas de isolamento, principalmente nos casos de viroses respiratórias 4) Busca ativa de sintomáticos respiratórios aos colaboradores e visitantes 5)Benchmarking a ou-tros centros de excelência para adequação das nossas práticas 6)Discussão ampla quanto a limpeza e manutenção dos filtros da uni-dade 7)Projeto de avaliação e controle ambiental, com cultura da água e ar para fungos e Legionella, além de monitorar a potabilida-de e presença de cloro na água 8)Campanha para sensibilização e maior aderência a higienização das mãos, através de gincana com todos os profissionais 9)Manutenção do ambiente protegido 10)Protocolo para passagem de cateteres, com check list avaliando a adequação 11) Discussão sobre a técnica de banho 12) Reforço nas orientações no pré-transplante,sobre a prevenção de doenças respiratórias, principalmente em período sazonal 13) Visita técnica preventiva com orientações específicas quanto a manutenção e hi-gienização da unidade 14) Formação de um grupo multidisciplinar com participação da diretoria técnica e administrativa, com reuniões periódicas para manutenção e renovação das ações propostas. Me-tas: A partir deste projeto esperamos avaliar o impacto das medidas implantadas e analisar indicadores, como adesão a higienização das mãos, adequação na passagem do cateter e índices de infec-ções. Conclusão: As práticas assistenciais seguras, com enfoque na prevenção e controle de infecção constituem importante aliada na qualidade assistencial segura ao paciente. Portanto devemos manter as atividades, ampliar e diversificar as ações, para sensibi-lizar a equipe multidisciplinar que têm sua prática diária deparada com alguns desafios e dificuldades, entre elas o referencial teórico genuinamente nacional e até mesmo internacional para uma cliente-la tão específica, submetida a um tratamento agressivo e com várias possibilidades terapêuticas, manejados por um grande número de profissionais

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prEVALÊncIA dE MucOsITE OrAL EM pAcIEnTEs subMETIdOs AO TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA

Amorim JSD1, Vaz GFB2, Colomarte ML2, Freitas VGM2, Melo CL2

1Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais2Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Introdução: A mucosite oral é um dos principais processos infla-matórios induzida pela toxicidade dos fármacos quimioterápicos que acomete aos pacientes submetidos à terapêutica do Trans-plante de Medula Óssea (TMO). Objetivo: Conhecer a prevalên-cia de mucosite oral, segundo a Escala World Healt Organization (WHO), correlacionada à doença de base e ao regime de con-dicionamento. Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, descritivo, retrospectivo e documental com abordagem quanti-tativa realizado em uma unidade de transplante de um hospital

geral em Belo Horizonte/MG. Foram analisados 319 prontuários de paciente que submeteram ao TMO no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2009. Resultados: A prevalência de 76% da mucosite oral destacou-se em todas as graduações da Escala WHO de gravidade, como também nos pacientes com Doenças Hematológicas Malignas que fizeram uso de bussulfano e ciclo-fosfamida no regime de condicionamento pré-TMO. Discussão: Os resultados deste estudo corrobam com outros estudos que apontam a prevalência em torno de 75 a80% de mucosite oral pós TMO e demonstram a necessidade de intervenções desde o período de condicionamento do paciente para minimizar os sin-tomas e evitar as infecções secundárias. Conclusão: A mucosite oral requer um cuidado multiprofissional, com atenção especial para os cuidados de enfermagem, e o estímulo do autocuidado, minimizando as complicações do tratamento e favorecendo a re-cuperação deste paciente. Descritores: Transplante de Medula óssea. Quimioterapia. Mucosite oral

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cOnHEcIMEnTO, AdEsÃO E dIspOnIbILIdAdE dO dOAdOr VOLunTÁrIO dE MEduLA ÓssEA cAdAsTrA-dO EM sÃO pAuLO.

Vergueiro CSV1, Borges V1, Fortier S2, Díppolito S1

1Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo2Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Estudo de corte transversal, desenvolvido por entrevista telefônica à 999 doadores voluntários de medula óssea (DVMO). O objetivo deste trabalho foi verificar a consistência do cadastro através da aplicação de questionário (adaptado do National Marrow Donnor Program) que avalia o conhecimento do doador, a adesão ao pro-grama e a disponibilidade deste à doar. Resultados: Os doadores tinham idade média de 32,5 anos, 53% eram mulheres, 62,1% pro-venientes da cidade de São Paulo, 15,3% da grande São Paulo, 12,4% do interior de São Paulo e o restante de outras regiões. O tempo de cadastro variou de 6-23 meses (x=15,2 meses). Do total 69% dos doadores haviam se cadastrado no Hemocentro, o restan-te em campanhas fechadas de faculdades 7,1%, empresas 8,6% e em eventos realizados nas cidades 15,4%. Contatamos 999 doado-res por telefone, 982 concordaram em responder ao questionário. O conhecimento do doador foi avaliado por 11 perguntas, a res-posta correta em ≥ 70% foi categorizada como bom conhecimento , que obtivemos em 81% dos 982 entrevistados. A maioria dos do-adores concordavam em continuar no cadastro (de 999 pessoas, 98,3%), apenas 17 (1,7%) solicitaram desligamento do programa. A disponibilidade de doar foi avaliada por duas perguntas, uma direta: Como o senhor (a) classificaria sua vontade e disponibili-dade de ser um doador para alguém que o senhor não conhece? Em escala de 1 a 5, sendo que cinco significa muita vontade de doar. E a segunda indireta: Em quanto tempo o senhor (a) pode-ria vir fazer um exame de sangue? Com cinco alternativas: 1-2 dias, 5-7 dias, 15 dias, 30 dias, mais que 30 dias. A vontade e disponibilidade de ser doador teve a seguinte distribuição: “muita vontade”-cinco, para 68,8% (676 doadores),quatro para 20,1% (197), três para 9,4% (92) dois para 1. 3 % (13) e um para 0. 4%. Quanto ao tempo que poderiam comparecer para fazer o exame, 96,5% dos doares compareceriam em até 7 dias. Avaliamos os resultados em relação à idade, gênero,escolaridade, disponibi-lidade e verificamos se há correlação com o local de cadastro (qui-quadrado). Comparando os doadores captados no Hemo-centro 68,9% (677), aos captados externamente (campanhas em empresas, faculdades ou cidades) 31,1% (305), não houve dife-rença quanto à idade, gênero e naturalidade, entretanto houve diferença significante quanto à escolaridade (p<0. 05), pois no Hemocentro tivemos maior escolaridade. Dos DVMO que reali-zaram o cadastro no Hemocentro 73,3% tinham muita vontade e

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

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disponibilidade de doar, enquanto 59% dos doadores captados em outros locais tiveram a mesma resposta. Houve uma dife-rença significante entre os DVMO que realizaram o cadastro no Hemocentro e o restante dos doadores (p<0,05) em relação à disponibilidade e vontade de doar e à informação que receberam, os doadores do Hemocentro obtiveram informação por mais de uma fonte. Estudos internacionais que indicam que os doadores captados em ambiente hospitalar, especialmente em bancos de sangue, são mais propícios à doação. No Brasil, ainda não temos nenhuma publicação que aponte para uma forma ou outra de cap-tação. Nossos dados indicam que existe ao menos uma tendência a ter doadores com mais informação e disponibilidade para doar dentre os captados no hemocentro. Por outro lado, os doadores do Hemocentro se diferenciaram por maior escolaridade, o que pode ter influenciado nos resultados.

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A VIsITA dOMIcILIAr cOMO InsTruMEnTO pArA AVALIAÇÃO dE rIscO AMbIEnTAL E AcEssO AO dI-rEITO À sAÚdE EM pAcIEnTEs subMETIdOs AO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs

Pedebos GL1, Orlandini GM1, Soares LN1, Spotorno GA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

A visita domiciliar cumpre importante papel dentro da concep-ção ampliada de saúde. Apresenta-se como uma estratégia de aproximação com a realidade social dos sujeitos configurando-se como elemento do processo de intervenção da equipe de saúde. O paciente submetido ao Transplante de Células-tronco Hema-topoiéticas (TCTH) Alogênico é acometido por uma depressão imunológica severa e está suscetível à inúmeras infecções no retorno ao seu domicílio, algumas destas, podendo ser evitadas. No TCTH, a visita domiciliar adquire características específicas visando avaliar as condições de risco físico e/ou biológico ao processo de recuperação pós-procedimento, bem como, orien-tar alternativas e propor adaptações necessárias ao domicílio a fim de viabilizar o retorno do usuário a moradia em condições mínimas de segurança. O presente trabalho tem por objetivo explicitar o processo de avaliação domiciliar dos pacientes sub-metidos ao TCTH, desenvolvido de forma multidisciplinar, em um centro transplantador do Estado do Rio Grande do Sul. A metodologia do trabalho centra-se na concepção teórico-meto-dológica da clínica ampliada. O programa de visita domiciliar faz parte do protocolo de assistência ao paciente submetido ao TCTH Alogênico na instituição em referência e consiste em realizar ao menos uma visita antes do procedimento e uma se-gunda dependendo das condições avaliadas. A visita é realizada pelos profissionais de Serviço Social e Enfermagem em 100% dos pacientes submetidos ao TCTH alogênico. No TCTH autó-logo os pacientes são visitados conforme resultado da avaliação social, econômica e familiar realizada no ambulatório pré-TCTH ou durante a internação. Os pacientes procedentes do interior ou de outros Estados são visitados a partir da solicitação efetuada aos profissionais vinculados às respectivas Secretarias Munici-pais de Saúde, sendo solicitado relatório e parecer descritivo das condições habitacionais encontradas. Utiliza-se para o registro das informações um protocolo padronizado desenvolvido pelo centro transplantador contendo informações referentes à estru-tura física domiciliar, instalações elétricas e sanitárias e o acesso a recursos da rede socioassistencial. Resultados e Discussão: o assistente social e o enfermeiro avaliam estratégias para organi-zação do núcleo familiar diante das demandas do tratamento e articulam as redes sociais de apoio proporcionando adaptações, melhorias no domicílio e cuidados pós alta. Esta proposta possi-bilitou a padronização do formulário para coleta das informações

e a elaboração de material para orientação do profissional que re-aliza a visita em outros municípios. O registro em prontuário con-tendo os dados coletados e a sua análise possibilita a construção de plano de intervenção comum à equipe de saúde, bem como, subsidia futuros estudos e pesquisas. Conclui-se que a inclusão de um programa de visitas domiciliares no TCTH possibilita efe-tivar direitos de cidadania relacionados ao acesso a condições habitacionais adequadas às necessidades de saúde dos pacien-tes transplantados. O conhecimento dos condicionantes sociais, econômicos, culturais e ambientais que afetam o processo de saúde/doença do paciente e seu núcleo familiar no domicílio pos-sibilitam a integração destes aspectos nas discussões de equipe qualificando o atendimento.

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ATuAÇÃO MuLTIprOfIssIOnAL nO AcOMpAnHA-MEnTO dE pAcIEnTE subMETIdO A TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs (TcTH): rELA-TO dE EXpErIÊncIA

Silva AF1, Vasconcelos CDA1, Santos ELD1, Spotorno GA1, Pedebos GL1, Morkis IVC1, Gregianin LJ1, Fracalossi MG1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Os avanços tecnológicos na área da Oncologia Pediátrica trazem uma discussão acerca das repercussões do processo terapêuti-co nas dinâmicas de vida de pacientes e familiares, associados à preocupação em oferecer um tratamento mais humanizado, entendendo as implicações das dimensões biopsicossociais no processo de cuidados e na atenção prestada. O caso em estudo evidenciou a importância e pertinência de proporcionar discus-sões em equipe multiprofissional para reflexão e adequação da terapêutica. Durante o processo de TCTH, o paciente é subme-tido a uma internação longa, a necessidade de isolamento e a protocolos rígidos de rotinas. Diante do contexto, o presente tra-balho tem por objetivo relatar a importância do acompanhamento multiprofissional, dando assistência às demandas surgidas de forma integral. Como método para coleta dos dados, realizou-se uma revisão dos atendimentos registrados em prontuário, sub-metendo-os a posterior análise para identificação de questões norteadoras. O caso trata-se de paciente feminina, 11 anos, que apresentou diagnóstico de Neuroblastoma estadio III (Alto Risco) em 2010. Foi encaminhada após 8 meses de quimioterapia (pro-tocolo NEURO IX), seguida da ressecção parcial do tumor primá-rio e MIBG terapêutico, para a realização de TCTH Autólogo. Em janeiro de 2012, recebeu a infusão das células-tronco, e no trans-correr da internação, foi observada uma enxertia lenta e ineficaz, que persiste até o presente momento, fazendo com que a pacien-te dependa de transfusões sistemáticas de hemoderivados. Es-sas intercorrências acarretaram no prolongamento da internação, durante a qual foi possível perceber o impacto no comportamen-to da paciente e familiar, relacionados à adaptação ao ambiente hospitalar, somados à separação do convívio familiar e quebra de rotina. Este processo tem sido vivenciado por estas com grande nível de estresse, de forma que, em determinados momentos, as necessidades assistenciais excediam os aspectos clínicos da do-ença, tornando a ansiedade um dos fatores de maior dificuldade de manejo. A equipe multiprofissional em questão é composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricio-nistas e farmacêuticos clínicos e bioquímicos, voltados à atenção orientada em uma escuta sensível; no cuidado em manter o esta-do nutricional, adequando a alimentação à terapêutica; possíveis interações medicamentosas; no acompanhamento clínico labo-ratorial; na compreensão das estratégias de enfrentamento da paciente em relação ao tratamento; na orientação e encaminha-mentos para o acesso a direitos sociais e articulação com a rede sócio-assistencial e de saúde do município de origem. Diante da

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história clínica, a paciente tornou-se elegível a realizar TCTH Alo-gênico e, durante a busca por um doador compatível, a criança permanece internada para profilaxias, reafirmando a relevância do estudo e a necessidade de um acompanhamento multiprofis-sional visando à integralidade.

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AspEcTOs sOcIOdEMOGrÁfIcOs dE pAcIEnTEs subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs (TcTH) E AcEssO AO TrATAMEn-TO fOrA dE dOMIcÍLIO (Tfd)

Silva AF1, Vasconcelos CDA1, Santos ELD1, Spotorno GA1, Pedebos GL1, Morkis IVC1, Fracalossi MG1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: A incidência do câncer infanto-juvenil corresponde a 3% dos casos de tumores malignos. A terapêutica compreende quimioterapia, radioterapia e cirurgia. O TCTH é uma opção para pacientes poucos responsivos aos demais tratamentos, tendo como objetivo a cura ou o aumento da sobrevida. A complexidade deste procedimento exige sua realização em serviços especiali-zados, geralmente localizados nos grandes centros, o que leva ao encaminhamento e deslocamento de pacientes e acompanhan-tes. Diante dessas situações, poder-se-á recorrer ao benefício do TFD, recurso definido pela Portaria nº55/99 da Secretaria da As-sistência à Saúde do Ministério da Saúde, que estabelece como direito aos usuários do Sistema Único de Saúde auxílio financeiro durante o tratamento. Os critérios de inclusão para o TDF estabe-lecem que os recursos para o tratamento no município de origem tenham se esgotado, e este esteja localizado a 50km do serviço de referência, não englobando a região metropolitana. Esse be-nefício prevê o custeio com transporte, alimentação e estadia do paciente e acompanhante. Objetivo: Analisar os aspectos sócio-demográficos dos pacientes submetidos a TCTH em Unidade de Oncologia Pediátrica referência no Estado do Rio Grande do Sul (RS) quanto ao acesso ao TFD. Método: Trata-se de um estu-do retrospectivo com base nas informações sóciodemográficas coletadas nos registros de atendimento do Serviço Social de pa-cientes que realizaram TCTH no período de janeiro a dezembro de 2011. Neste período, 26 pacientes foram submetidos a TCTH, sendo 17 autólogos e 9 alogênicos. Resultados e Discussão: Quanto à procedência dos pacientes, 5 eram de outros Estados, 16 do interior do RS, 2 da capital e 3 da região metropolitana. Dos 26 pacientes analisados, 21 preenchiam os critérios esta-belecidos pela Portaria, mas apenas 5 acessaram-no de forma integral, todos procedentes de outros Estados. Os 16 pacientes do interior do RS acessaram parcialmente o recurso (transporte). Como consequência do TCTH, há imunossupressão, com recu-peração lenta por um período de 3 a 12 meses, podendo ocorrer infecções e complicações clínicas, o que exige a permanência do paciente em local próximo ao centro de tratamento. O processo de TCTH mobiliza questões biopsicossociais e envolve etapas desde a preparação da família, a realização do transplante, até o pós-alta tardio. O suporte fornecido à família é fundamental para a boa evolução do tratamento. O TFD inclui-se nesse suporte, uma vez que o período de internação e o processo de recupe-ração do TCTH geram impacto social e financeiro para a família. Conclusão: O TCTH mobiliza em torno da família expectativas quanto à reabilitação e cura do câncer, mas evidencia ainda a necessidade de suporte com olhar multidisciplinar na assistência prestada ao paciente e familiar, no sentido de reconhecer e dar visibilidade para suas particularidades e dificuldades. Medidas de suporte que considerem os determinantes sociais da saúde, como o acesso integral aos benefícios preconizados pelo TFD, tornam-se fundamentais para o sucesso do tratamento de TCTH.

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prOcEssO dE EnfErMAGEM AO pAcIEnTE pOrTAdOr dE dEcH dE pELE: EsTudO dE cAsO

Modesto AP1, Assis G1, Colaco R1, Lima DH1

1HC-UFPR

Introdução: Trata-se de um estudo de caso relacionado ao pro-cesso de enfermagem prestado à paciente F. , 42 anos que tendo sido submetida a um transplante de células-tronco periféricas não aparentadas, apresentou DECH cutânea aguda de grau IV. O trans-plante de medula óssea (TMO) ou transplante de células-tronco he-matopoiéticas (TCTH) consiste em enxertar a célula progenitora he-matopoética para a correção de um defeito da medula óssea doente. Uma das principais morbidades após o transplante citado é a doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), definida como a manifes-tação do ataque dos linfócitos transplantados, contra os antígenos relacionados ao antígeno leucocitário humano (HLA) do receptor. A ocorrência de DECH está normalmente relacionada a fatores como incompatibilidade imunogenética entre doador e receptor e infusão de linfócitos T do doador com incapacidade do receptor em rejeitá--las. A manifestação da DECH se dá por reação citotóxica, potencia-lizada por citocinas que interagem entre si, amplificando a resposta imunológica. Os principais órgãos alvo desta reação são pele, fígado e trato gastrintestinal. A DECH aguda pode ser graduada desde leve até com risco de vida, dependendo da gravidade das manifestações em cada órgão alvo. A paciente F. apresentou principalmente mani-festações cutâneas da DECH aguda, sendo os principais sintomas “rash”maculopapular difuso, eritrodermia generalizada com bolhas e descamação, entre outros sintomas. Diante da gravidade e especifi-cidade do paciente com manifestações de DECH cutânea, optou-se por demonstrar as ações de cuidado realizadas com a paciente F. e dessa forma contribuir com a experiência vivenciada a fim de nortear uma assistência sistematizada que minimize a exposição aos riscos relacionados a esta complicação. Objetivo: Demonstrar o modelo de processo de enfermagem realizado no cuidado de uma paciente por-tadora de DECH cutâneo de grau IV. Metodologia: Esta pesquisa é de natureza qualitativa, tipo estudo de caso. Resultados: O cuidado cotidiano com a paciente F. permitiu elencar 12 diagnósticos de en-fermagem conforme a Taxonomia II da Nanda (2009-2011): Déficit no autocuidado para banho/higiene, Déficit no autocuidado para vestir--se/arrumar-se, Mobilidade física prejudicada, Intolerância a ativida-de, Integridade de pele prejudicada, Integridade tissular prejudicada, Mucosa oral prejudicada, Risco de infecção, Dor aguda, Distúrbio na imagem corporal, Risco de baixa autoestima situacional, Ansiedade relacionada a morte. De acordo com cada diagnóstico identificado foram construídas as Intervenções de Enfermagem com base na ta-xonomia NIC e evidenciadas as avaliações conforme a Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Considerações Finais: O processo de enfermagem possibilita a elaboração de um plano de cuidados qualificados, o que se refletiu numa assistência de enfer-magem que garantiu a manutenção e a promoção da saúde da pa-ciente F. portadora de DECH cutânea de grau IV.

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AVALIAÇÃO dA IMpLEMEnTAÇÃO dA cOLETA dE sAn-GuE dE cOrdÃO uMbILIcAL E pLAcEnTÁrIO (scup) nO pErÍOdO nOTurnO cOMO EsTrATÉGIA pArA Au-MEnTAr O InVEnTÁrIO dE uM bAncO pÚbLIcO dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL E pLAcEnTÁrIO.

Arrais CA1, Reis AC1, Martins MAN1, Martins RM1, Santos RM1, Araújo VA1, Theodoro EC1, Mendrone A1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário - Hospital Sí-rio Libanês

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

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Introdução: A Maternidade Amparo Maternal, local onde são re-alizadas as coleta das unidades de SCUP do Banco Público de Cordão do Hospital Sírio Libanês, realiza em média 650 partos por mês, dos quais 53% ocorrem no período noturno. Em busca de um aumento na relação do número de unidades de SCUP coletadas por período de tempo, em janeiro de 2012 instituímos na Maternidade Amparo Maternal a coleta de SCUP nos perío-dos noturnos. Objetivo: Avaliar o impacto da implementação da coleta noturna no incremento do número mensal de unidades de SCUP coletadas. Casuística e Métodos: Avaliamos o número médio de coletas de SCUP por mês em três períodos distintos: de agosto a dezembro de 2011 (Período I), quando as coletas ocorreram apenas no período diurno; de janeiro a abril de 2012 (Período II), quando as coletas foram realizadas também no pe-ríodo noturno, porém em noites alternadas e, em maio de 2012 (Período III), quando as coletas passaram a ocorrer todas as noi-tes. Resultados: Nossos resultados mostraram que no Período I obtivemos um número médio de 53,6 coletas/mês, no Período II de 77,5 coletas/mês e no Período III de 122,5 coletas/mês. O incremento observado entre os períodos I e II foi de 45% e, entre os períodos I e III, foi de 129%. Conclusão: Concluímos que a implementação da coleta de SCUP no período noturno na Maternidade Amparo Maternal teve um impacto significativo no aumento do número mensal de coletas pelo BSCUP do Hospital Sírio Libanês. Esta medida pode ser adotada em outras unidades de BSCUP com o objetivo de acelerar a auto-suficiência da rede BrasilCord em unidades de SCUP congeladas.

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IMpAcTO dO QuEsTIOnÁrIO dE rEAVALIAÇÃO dOs rEcÉM-nAscIdOs ApLIcAdO ApÓs 04 MEsEs dA cO-LETA dA unIdAdE dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILI-cAL E pLAcEnTÁrIO

Arrais CA1, Petlik MEI2, Theodoro EC1, Martins RM1, Mendrone A1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário - Hospital Sí-rio Libanês2Ambulatório de Pediatria Social - Hospital Sírio Libanês

Introdução: A utilização de unidades de sangue de cordão umbi-lical e placentário (SCUP) para transplante pode levar a um risco de transmissão de doenças infecciosas e genéticas ainda não ma-nifestadas à época do nascimento do doador. Embora não exista a obrigatoriedade de reavaliação da mãe e do RN para liberação das unidades para uso clínico, o BSCUP do Hospital Sírio Liba-nês (HSL) oferece a todas as gestantes abordadas uma consulta com pediatra do Ambulatório de Pediatria Social do Hospital até o 6ºmês de vida no intuito de detectar algum problema pós-natal não detectado à época do nascimento. Apesar do esclarecimento às mães sobre a importância do retorno para esta avaliação, o índice de adesão é baixo. Objetivo: Avaliar o impacto da aplica-ção de um questionário de reavaliação do RN através de contato telefônico no número de descartes de unidades de SCUP criopre-servadas por problemas pós-natais não detectados à época do nascimento. Casuística e Métodos: A partir de dezembro/2011, para todas as unidades coletadas, congeladas e armazenadas, passamos a aplicar um questionário padronizado de avaliação de RNs entre o 4ºe 6ºmeses de vida. O questionário foi desenvolvido em conjunto com a pediatria social do HSL e foi aplicado por um colaborador do BSCUP, o qual entrou em contato telefônico com a família do RN, preferencialmente com a mãe. Foram feitas, no mí-nimo, três tentativas de contato telefônico com a família, em dias e horários diferentes, antes de classificar a família como impossí-vel de se estabelecer contato telefônico; Resultados: Durante os primeiros meses deste processo, obtivemos êxito em 56,8% dos contatos telefônicos, com uma aceitação de 100% das entrevis-tadas em responder o questionário. Dentre estas, apenas 22,6%

tinha comparecido à consulta no Ambulatório de Pediatria Social. Esta ferramenta não resultou em nenhum descarte adicional das unidades de SCUP armazenadas. Conclusão: Concluímos que embora essa abordagem não resultou em descarte de nenhuma unidade de SCUP armazenada, é possível, através de um ques-tionário aplicado via contato telefônico, obter informações relevan-tes que permitem garantir a qualidade e asegurança da unidade criopreservada e que, além disso, essa prática tem nos permitido expressar à família do doador a nossa gratidão pela sua doação.

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AVALIAÇÃO dO AprIMOrAMEnTO dA TÉcnIcA dE cO-LETA dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL E pLAcEn-TÁrIO nA prEVEnÇÃO dE fOrMAÇÃO dE cOÁGuLOs

Arrais CA1, Reis AC1, Martins MAN1, Santos RM1, Martins RM1, Araújo VA1, Theodoro EC1, Mendrone A1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário - Hospital Sírio Libanês

Introdução: A formação de coágulos no interior da bolsa no mo-mento da coleta de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) pode ocasionar uma redução significativa na quantida-de de células da unidade e inviabilizar seu processamento. Para evitar a formação de coágulos, orienta-se uma homogeneização constante do sangue com a solução anticoagulante presente na bolsa durante toda a coleta. Apesar disso, a formação de coá-gulos filamentosos (que correspondem à sua formação ainda no segmento de extensão da bolsa) pode ocorrer em até 30% das unidades. Objetivo: Avaliar o impacto do aprimoramento da téc-nica de coleta de SCUP na prevenção de formação de coágulos filamentosos nas bolsas de SCUP. Material e Métodos: Após assepsia, realizamos a punção da veia umbilical com a primeira agulha da bolsa. Caso haja necessidade de uma segunda punção, utilizamos a segunda agulha da bolsa. No entanto, no momento do clampeamento da extensão da primeira agulha, o sangue presen-te na extensão pode levar a formação de coágulos filamentosos que, ao final da coleta, são transferidos para a bolsa. Em maio de 2012, passamos a drenar todo o conteúdo sanguíneo presente na extensão da primeira agulha para a bolsa de coleta antes do seu clampeamento e da realização da segunda punção. Resul-tados: Nossos resultados demonstraram que entre janeiro e abril de 2012, a média mensal de bolsas com coágulos filamentosos foi de 16%, 14%, 26% e 20% respectivamente. Antes e após a imple-mentação deste procedimento, a média global mensal foi de 19% e 3,9%, respectivamente, com uma redução de 79%. Conclusão: Concluímos que a drenagem do sangue presente na extensão da agulha da bolsa de coleta de SCUP para o interior da bolsa antes da realização da segunda punção é capaz de produzir redução significativa da formação de coágulos, reduzindo assim o número de unidades descartadas.

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rELAÇÃO EnTrE A cELuLArIdAdE dO sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL E pLAcEnTÁrIO cOM A HIpEr-TEnsÃO ArTErIAL EM GEsTAnTEs

Marques DLOL1, Oliveira BGRB2, Izu M1, Bouzas LFS1, Braga FHP1

1Instituto Nacional de Câncer-CEMO-BSCUP2Universidade Federal Fluminense - EEAAC

As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro nos Bancos de San-gue de Cordão Umbilical Placentário demandam alta complexida-de assistencial e funcional, fato que imputam a responsabilidade de identificar situações que devam ser avaliadas, pesquisadas e

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

46 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

reformuladas, como por exemplo, os critérios de doação de san-gue de cordão umbilical e placentário (SCUP), critérios de inclu-são e exclusão de doadoras, padronização de técnicas e demais situações que envolvem a atuação do enfermeiro. A celularidade tem sido alvo de atenção por parte dos enfermeiros, devido a ne-cessidade de obtenção de um número adequado células-tronco hematopoiéticas. Este estudo objetivou discutir a relação entre a celularidade do sangue do cordão umbilical e placentário e a hi-pertensão arterial e; traçar perfil das gestantes com hipertensão arterial e sem hipertensão arterial. A metodologia correspondeu a um estudo observacional do tipo caso-controle. O local da pes-quisa foi uma Maternidade Pública e a Unidade de Processamen-to e Terapia Celular do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) do Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) do Instituto Nacional de Câncer, ambos localizados no município do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo foram se-tenta de três gestantes internadas, e que tiveram o sangue de cordão umbilical e placentário coletados após a dequitação. Os sujeitos do estudo receberam informações referentes ao propó-sito da pesquisa e assinaram do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em obediência à Resolução 196/96 do CNS, esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pes-quisa do Instituto Nacional de Câncer. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS® System, versão 6. 11 e o critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%. A análise estatística apresentou resultados satisfatórios: a celularidade inicial do sangue do cordão umbilical de gestantes hipertensas não apresentou diferença significativa comparado com a celularidade de gestantes não-hipertensas. Das bolsas de SCUP coletas de gestantes hipertensas, 80% apresentou celula-ridade ≥ 5 x 108 e 20% celularidade < 5 x 108 (de acordo com pa-drão estabelecido pela RDC 56). A partir deste estudo, podemos concluir que gestantes com hipertensão arterial apresentaram uma quantidade adequada no total de células nucleadas, aten-dendo aos critérios estabelecidos pela RDC 56. Com base nes-tes resultados e com a intensificação de pesquisas neste campo, sugerimos a reavaliação dos critérios de doação do sangue do cordão umbilical e placentário das gestantes com hipertensão arterial. Palavras-chave: Hipertensão induzida pela gravidez, sangue fetal, células-tronco hematopoéticas, placenta.

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crIAÇÃO dE uM MOdELO dE fArMAcIA cLÍnIcA EM TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs (TcTH)

Villa PR1,2, Macedo MCMA1,2,3,4, Santos AVPD2, Fernandes DAC2, Monetta L1, Geraldo BLSS1, Souza MN1, Alves G5, Ferraz PD2, Silva RL1,2,3,4

1Bio Sana’s Serviços Médicos2Ibcc - Instituto Brasileiro De Controle Do Câncer3Hospital São Camilo Pompéia4CUSC - Centro Universitário São Camilo5Pós Graduação Hospital A. C. Camargo

Introdução: Farmácia clínica é a prática profissional exercida pelo farmacêutico que visa assegurar, mediante a aplicação de conhe-cimentos farmacológicos e de cuidados ao paciente, que o uso de fármacos seja seguro e apropriado. Pacientes submetidos a trans-plante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) representam uma população de alto risco para desenvolvimento de problemas relacionados a medicamentos (PRM). Devido à complexidade da farmacoterapia, torna-se essencial a estruturação e implantação de um serviço de farmácia clínica nos centros de TCTH. A partir disso idealizamos a estruturação de um modelo específico para pacientes submetidos à TCTH. Objetivos: Estabelecer um modelo

de farmácia clínica que possa contribuir para melhoria da farmaco-terapia dos pacientes submetidos à TCTH. Métodos: Consiste em ações pontuais e avaliações diárias. As ações pontuais ocorrem nos seguintes momentos: 1. Pré-TCTH (obtenção dos históricos da farmacoterapia da doença de base, infeccioso, comorbidades e sua farmacoterapia, hábitos, alergias, avaliação física e exames laboratoriais); 2. palestra para o paciente e cuidador (discutidos aspectos farmacológicos do TCTH); 3. avaliação pré condiciona-mento (checagem das dosagens e fármacos que serão utilizados na quimioterapia, profilaxia antimicrobiana e doença do enxerto contra o hospedeiro); 4. pré alta hospitalar (orientação sobre uso dos fármacos em domicílio). Ações extras podem ser solicitadas sempre que houver mudança na farmacoterapia ou quando soli-citado pelo paciente e/ou equipe interdisciplinar. Além das ações pontuais, o farmacêutico clínico realiza diariamente, durante o pe-ríodo de internação: checagem e validação das prescrições médi-cas, reconciliação medicamentosa, supervisão da manipulação de fármacos endovenosos, conferência dos fármacos e produtos de saúde dispensados, acompanhamento farmacoterapêutico, checa-gem de exames laboratoriais, checagem dos níveis séricos dos fármacos imunossupressores, farmacovigilância e suporte à equi-pe interdisciplinar. Conclusão: A atuação do farmacêutico clínico já é prática bem estabelecida em pacientes portadores de diabe-tes, hipertensão, internados em unidades de terapia intensiva e, mais recentemente, em oncologia. Até o momento não existe um modelo específico de farmácia clínica para pacientes submetidos à TCTH e a aplicação de ferramentas já desenvolvidas, como o mé-todo DÁDER dificulta o acompanhamento destes pacientes, já que tais ferramentas foram desenvolvidas para patologias específicas. Concluímos que a estruturação de um modelo de farmácia clínica proporcionará melhora significativa na farmacoterapia, reduzindo erros de medicações, interações medicamentosas, reações ad-versas e toxicidades aos fármacos. Além das vantagens clínicas acreditamos que a implantação deste serviço contribuirá para oti-mização de custos referentes ao procedimento.

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rELATO dE cAsO: uTILIZAÇÃO dE GAsTrOsTOMIA cOMO VIA nuTrIcIOnAL ALTErnATIVA pArA MELHOrA dO EsTAdO nuTrIcIOnAL dE crIAnÇA pÓs-TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs ALOGÊnIcO ApArEnTAdO

Viani K1, Oliveira V1, Nabarrete J1, Bouchabki G1, Fernandes JF1, Filho VO1, Rocha V1

1Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança HC-FMUSP

Introdução: Pacientes oncológicos frequentemente evoluem com perdas nutricionais, intensificadas com a utilização de terapias do tratamento do câncer, como o Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH), que afetam a deglutição, paladar e pro-vocam diversos efeitos colaterais como náuseas, vômitos e anore-xia, levando a baixa aceitação alimentar. A dieta via Gastrostomia (GTM) é indicada quando há necessidade de Terapia Nutricional Enteral (TNE) por tempo prolongado, diminuindo complicações e manipulação do paciente. A detecção precoce de deficiências nutricionais é essencial para tratá-las com uma TNE adequada, a fim de restabelecer e/ou manter o estado nutricional (EN) do in-divíduo e consequentemente obter melhor resposta ao tratamento e suas complicações, especialmente quando se trata de Pedia-tria. Objetivos: Descrever caso clínico de intervenção nutricional em paciente pós-transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas alogênico aparentado. Métodos: Análise retrospectiva de Peso, Estatura, Índice de Massa Corporal (IMC) e Circunferência do braço (CB) no período de 40 dias durante intervenção nutricional. Resultados: BDCSS, 9 anos, sexo masculino, com diagnóstico de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) em 2009. Em outubro de 2010 re-

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alizou TCTH alogênico aparentado. Evoluiu sem Doença do Enxer-to Contra o Hospedeiro (DECH), com aceitação alimentar regular. Em setembro de 2011 internou por recaída da LMA e realização de novo ciclo de quimioterapia. Durante o primeiro ciclo, evoluiu com baixa aceitação alimentar via oral (VO) e mucosite grau II. A ava-liação nutricional apontava Peso = 21Kg, Estatura = 125cm, IMC = 13, e CB = 15cm, sendo o EN classificado como magreza (-3 < z score IMC/I < -2), pelos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e desnutrição (CB abaixo do percentil 5) segundo Frisancho (1990). Devido presença de massa em seio maxilar com programação de radioterapia local e impossibilidade de passagem de sonda nasogástrica pela lesão, optou-se pela gastrostomia, com oferta de dieta industrializada hipercalórica e hiperpróteica, iniciada com volume de 100mL em intervalos de 4 horas. A alimen-tação VO não foi suspensa e o paciente seguiu com o protocolo de tratamento, realizando o 2°ciclo de quimioterapia. Apesar de man-ter baixa aceitação alimentar via oral, apresentou boa aceitação da dieta via GTM e evoluiu com aumento de volume até alcançar 1500mL/dia (250mL, 6 vezes ao dia, com intervalos de 4 horas). Após 40 dias, o ganho de peso foi de 5,3Kg (IMC = 16,8) e o de CB de 3,4cm, classificando o estado nutricional do paciente como eu-trofia tanto pela OMS quanto por Frisancho (1990). Conclusões: O paciente apresentou boa evolução de peso e circunferência do braço, o que indica sucesso na utilização da gastrostomia para a recuperação do estado nutricional neste caso. Assim, acredita--se que o uso de Terapia Nutricional Enteral deve ser considerado como alternativa à via oral para esta população.

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EVOLuÇÃO dO EsTAdO nuTrIcIOnAL dE crIAnÇAs durAnTE TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs

Viani K1, Oliveira V1, Nabarrete J1, Bouchabki G1, Fernandes JF1, Filho VO1, Rocha V1

1Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança HC-FMUSP

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um recurso terapêutico de alta complexidade que re-percute em diversas alterações orgânicas, inclusive nutricionais, tanto precoce como tardiamente. A demanda nutricional do pa-ciente modifica-se durante e após o transplante, e a Nutrição é terapia de primeira escolha para esta abordagem. A terapia nu-tricional durante o condicionamento do TCTH e nos primeiros dias pós infusão de células é essencial para a manutenção do Estado Nutricional (EN) e da qualidade de vida do paciente nes-te crítico período do tratamento. Objetivos: Verificar se há dife-rença do Estado Nutricional de crianças e adolescentes no pré e no D+30 (D+n = dias decorridos do TCTH) pós TCTH alogênico, e se tais diferenças se mantém quando analisamos separada-mente pacientes com doenças malignas e benignas. Material e Métodos: Foram coletados peso e estatura de todas as crian-ças submetidas ao TCTH alogênico de maio de 2010 a março de 2012 em um hospital terciário de São Paulo nos momentos pré e D+30 do transplante. O indicador antropométrico escolhido foi o Índice de Massa Corporal (IMC). Foram excluídos do estudo pacientes que por quaisquer motivos não possuíam avaliação nutricional próxima dos dias pré-estabelecidos. O teste de Shapi-ro-Wilk foi utilizado para verificar a normalidade dos dados. Para comparar as amostras, foram realizados os testes de Wilcoxon ou teste t para amostras pareadas, dependendo da distribuição dos dados. Foi considerado um nível de confiança de 95%. Re-sultados e Discussão: 18 crianças foram incluídas no estudo, das quais 33,3% eram do sexo feminino e 66,7% do masculino, e 72,2% (n=13) tinham diagnósticos de doenças malignas, ver-sus 27,8% (n=5) com doenças benignas. Ao compararmos o IMC pré e no D+30, obteve-se diferença estatística entre as médias,

evidenciada por um p=0,004, de modo que o IMC diminuiu no D+30 com relação ao pré transplante. Quando os pacientes fo-ram separados, observou-se que a diferença se manteve naque-les com doenças malignas (p=0,004), sendo menor no D+30 do que no pré TCTH, porém não houve diferença para as crianças que tinham doenças benignas (p=0,815), o que sugere um com-portamento nutricional diferente neste grupo durante o TCTH. Tal achado pode ser explicado por diversos fatores vivenciados por pacientes com diagnóstico de doenças malignas, como pré exposição a esquemas quimioterápicos, radioterapia, longas in-ternações e outras situações que podem ter levado a alterações prévias de paladar e aceitação alimentar, bem como depleção do EN e/ou de massa magra. Além disso, alterações não detectáveis pelo parâmetro antropométrico utilizado (IMC) podem ter ocorri-do, como variações na composição corporal. Conclusão: Apesar do pequeno número de pacientes, especialmente de crianças com doenças benignas, pode-se concluir que o EN das crianças estudadas sofreu alteração detectável já no D+30, quando com-parado ao pré transplante, para o grupo de doenças malignas. As crianças com doenças benignas mantiveram o mesmo IMC. Tais informações encontradas sugerem uma demanda de monitora-mento do Estado Nutricional precoce da população em questão, em especial das crianças que possuem diagnóstico de doenças malignas, a fim de que intervenções possam ser feitas para man-ter o quanto possível o Estado Nutricional e a qualidade de vida desde o condicionamento do TCTH.

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VIsITA dOMIcILIAr nO AcOMpAnHAMEnTO dE crIAnÇAs E AdOLEscEnTEs EM prOGrAMAÇÃO dE TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs

Nabarrete J1, Viani K1, Oliveira V1, Bouchabki G1, Fernandes JF1, Filho VO1, Rocha V1

1Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança HC-FMUSP

Introdução: Os cuidados com o paciente no período pós Trans-plante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH), em especial alogênico, são de grande importância, devido a todos os riscos decorrentes de tal procedimento. A alimentação é um dos fato-res para os quais se deve atentar, sendo essencial a orientação quanto à aquisição, preparo e armazenamento dos alimentos. A alta hospitalar pós TCTH exige alterações na rotina da família, sendo necessário que a equipe multidisciplinar conheça as re-ais condições habitacionais e a dinâmica familiar para que possa atuar em todas as fases do transplante (pré, internação e pós). Deste modo, iniciou-se um projeto para realização de visitas domiciliares às residências dos pacientes em programação de TCTH alogênico, para decidir a ida do paciente para sua própria residência ou para casa de apoio após a alta, bem como para em-basar a equipe em suas orientações. Objetivos: Descrever visita domiciliar como parte do acompanhamento de crianças e adoles-centes em programação de TCTH alogênico em hospital público terciário em São Paulo. Material e Métodos: A visita domiciliar é realizada por um profissional da Nutrição e um do Serviço Social. Foi desenvolvido questionário específico pela área de Nutrição para ser aplicado por uma nutricionista durante as visitas domici-liares, elaborado com base nas orientações de dieta para pacien-tes transplantados utilizada no serviço, destacando os itens mais importantes no acompanhamento pós TCTH: água, armazena-mento dos alimentos, utensílios e eletrodomésticos disponíveis e a higienização destes e condições gerais de habitação, como luz elétrica e esgoto. Todos os pacientes em programação de TCTH alogênico de março/11 a junho/12 foram visitados, excetuando os que já residiam em casa de apoio antes do transplante. Após a visita, a nutricionista reportava-se à equipe para discussão na

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reunião multidisciplinar semanal. Resultados: Foram realizadas 6 visitas domiciliares, sendo que devido a todas as condições es-truturais de habitação observadas através da visita domiciliar, a equipe multidisciplinar decidiu que 4 pacientes se hospedasse em casa de apoio após a alta. Os pontos principais encontrados re-lacionados à Nutrição para pacientes transplantados foram: más condições dos eletrodomésticos e mobiliário (ferrugem, sujidade, mau funcionamento), falta de saneamento básico e água potável, utensílios de madeira, alimentos inadequadamente acondicio-nados. Os pontos levantados são enfatizados no momento da orientação da alimentação e preparo das refeições dos pacientes pré e pós transplante, para que sejam seguidas independente se o paciente for para casa ou casa de apoio. Conclusão: Com a experiência das visitas domiciliares foi possível avaliar a impor-tância do conhecimento da dinâmica familiar e das condições de habitação dos pacientes em programação de TCTH, visando uma orientação mais focada e um melhor acompanhamento da equipe multidisciplinar em todas as etapas do tratamento.

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QuALIdAdE dE VIdA rELAcIOnAdA À sAÚdE dE pA-cIEnTEs cOM dIAbETEs MELLITus TIpO 1 ApÓs dOIs AnOs dO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMA-TOpOÉTIcAs

Souza AC1, Oliveira-Cardoso EA2, Santos MAD1

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Uni-versidade de São Paulo2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da falta e/ou incapacidade da insulina exercer de forma adequada seus efeitos, podendo acarretar em disfunção e falência de vários órgãos, como rins, olhos, nervos e vasos sanguíneos. O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH), na sua modalidade autóloga (em que o paciente é seu próprio doador), é um procedimento que tem sido utilizado, de forma inovadora e em caráter experimental, no tratamento de do-enças autoimunes como o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) como uma alternativa ao tratamento convencional (insulinoterapia). Por se tratar de procedimento invasivo e de alto risco, é importante avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos pa-cientes para melhor compreender a relevância dessa terapêutica em relação ao tratamento consagrado. O objetivo do presente estudo foi avaliar a QVRS de pacientes com DM1 que foram sub-metidos ao TCTH, dois anos após a realização do procedimento. A amostra foi composta por 12 pacientes, sendo oito homens e quatro mulheres, com idades entre 15 e 26 anos (Md = 18,4). As avaliações ocorreram durante os retornos ambulatoriais agenda-dos pela equipe de saúde de um hospital universitário do interior paulista. O instrumento utilizado foi o Questionário Genérico de Avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde - SF-36, aplicado individualmente e analisado de acordo com as reco-mendações da literatura. Os resultados obtidos indicam que o conjunto de domínios mais preservados da QVRS dos participan-tes corresponde ao Componente Físico (Md = 86,7; DP = 11,83), apesar do Componente Mental também se mostrar preservado (Md = 76,7; DP = 5,40). O domínio menos favorecido, conside-rando as médias dos escores, foi Vitalidade, seguido por Dor e Saúde Mental. Os domínios mais preservados foram Capacidade Funcional, Aspectos Físicos e Aspectos Sociais. Esses resulta-dos sugerem que a QVRS dos pacientes submetidos ao TCTH apresenta-se preservada dois anos após a realização do proce-dimento. Todavia, as diferenças observadas entre os Componen-tes Mental e Físico merecem atenção especial em investigações posteriores, já que estas poderão orientar a direção de terapêu-

ticas futuras. Concluindo, os resultados obtidos fornecem apoio empírico para a indicação de acompanhamento psicológico aos pacientes transplantados, tendo em vista o maior impacto obser-vado sobre o Componente Mental da QVRS quando comparado com o Componente Físico. (PIBIC/CNPq)

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dA buscA dA VIdA AO EncOnTrO dA MOrTE: A IMpLIcAÇÃO dA EQuIpE MuLTIprOfIssIOnAL nO ATEndIMEnTO dA fAMÍLIA dO pAcIEnTE subMETI-dO AO TMO.

Marson AP1, Goncalves CG1, Gordan LN1, Faune CC1, Trigo FC1, Ciocari JMC1, Maximiano ML1, Rumiato AC1, Casagrande E1, Cor-reia IM1

1Hospital Universitário de Londrina - UEL / Unidade de Transplante de Medula Óssea

Introdução: Ao longo da história as percepções das vivências de morte e do morrer tem sofrido transformações, evoluindo desde uma experiência tranquila até uma possibilidade impregnada de angústia, temor e aflição. No imaginário social, uma das enfermi-dades mais associadas à questão da morte na contemporaneidade é o câncer. Todo o tratamento que envolve o regime de Trans-plante de Medula Óssea (TMO) é um procedimento agressivo que pode tanto recuperar a vida do paciente quanto conduzí-lo ao óbito. Esse paradoxo ocorre porque torna o paciente tempo-rariamente vulnerável a complicações que acarretam riscos a sua própria vida, remetendo o paciente e a família a consciência da possibilidade da morte. Objetivo: Detectar e intervir nas expec-tativas, ansiedades e medos dos familiares frente ao prognóstico de morte, assim como acolher a família nesse processo. Material e Métodos: Considerando o alto nível de complexidade que per-meia as etapas da realização do TMO, faz-se necessária a pre-sença de uma equipe multiprofissional especializada, que aborde de maneira abrangente, os aspectos biopsicossociais do paciente e família, durante o processo, abrangendo inclusive a família até o final, quando o paciente evolui para a morte. A equipe proporcio-na por meio de consultas ambulatoriais diferentes possibilidades de intervenção junto às famílias nesta situação. Resultados: O entrelaçamento entre a vida e a morte ao longo do processo de desenvolvimento humano, nos faz pensar em como os indivíduos afetivamente ligados ao paciente com câncer lida com as ques-tões que envolvem a morte e o morrer. Existe um grande inves-timento emocional durante a hospitalização, podendo evoluir ao nível de desestruturação familiar, somadas a angústia e ao medo, sentimentos naturais inerentes a todo processo de hospitalização. Mediante a intervenção da equipe multiprofissional observou-se a promoção de uma postura adequada da equipe, oferecendo supor-te adequado a família do paciente mediante a morte, contribuindo para a humanização do ambiente hospitalar. Conclusão: Frente ao TMO e perante o prognóstico da morte, é preciso que a equipe esteja bem estruturada, física e emocionalmente, para oferecer apoio a família, uma vez que essa faz parte do processo do ado-ecer como membro efetivo ao tratamento. Esse acolhimento pela equipe, fornece apoio e esclarecimento sobre a ocorrência do óbi-to, suporte para a reorganização dos papéis, rearranjo do sistema familiar e amenização dos processos de luto.

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HOspITAL-dIA E HOspITAL-nOITE: VIAbILIZAndO A ALTA prEcOcE dE crIAnÇAs E AdOLEscEnTEs ApÓs TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs (TcTH)

Barros DP1, Ibanez ASS1, Zecchin VG1, Gouveia RV1, Ginani VC1, Villela NC1, Ribeiro LA1, Pedro B1, Monteiro C1, Pontes DS1, Quinti-liano V1, Fundato CT1, Seber A1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

Introdução: O número crescente de pacientes com identificação de doador não-aparentado trouxe relevante acréscimo na deman-da por leitos na unidade de TCTH. Há muitos anos a equipe vem praticando alta precoce de crianças e adolescentes transplanta-dos com excelentes resultados. Objetivo: Descrever os cuidados de enfermagem aos pacientes com alta precoce após o TCTH e tratados em regime de hospital-dia e/ou noite. Método: A unidade de internação conta com 6 leitos em 4 quartos. Quando não existe disponibilidade de leitos, o regime de condicionamento é iniciado em hospital-dia – excetuando-se os altamente emetogênicos (p. ex. altas doses de melfalano), que necessitam de hiperhidratação (ciclofosfamida) ou infusões prolongadas (ATG; carboplatina e eto-poside em infusão contínua). Nesta fase, os pacientes já iniciam uso de máscara N-95 e dieta sem alimentos crus. A partir da infu-são das células-tronco, os pacientes permanecem internados em isolamento reverso com ar hepafiltrado, pressão positiva e banho seco para prevenção de infecções fúngicas. Os critérios de alta hospitalar definitiva são recuperação hematopoiética, término do tratamento de infecções, aceitação oral e medicação intraveno-sa (IV) no máximo uma vez ao dia. Entretanto, muitas crianças têm alta precoce para permanecer fora do hospital por um período de 8-12 horas por dia, recebendo medicação IV no hospital no restante do tempo (hospital-dia ou noite). Sempre que existe leito disponível, o paciente escolhe entre passar o dia em casa – onde pode alimentar-se com comida feita pela mãe e brincar com seus brinquedos e seus irmãos - e vir dormir no hospital, ou passar o dia no hospital e dormir tranquilamente em sua cama. Os critérios para alta precoce são estabilidade hemodinâmica, resolução de febre, náuseas, vômitos e diarréia associados ao regime de condiciona-mento, habilidade de ingestão oral, medicações IV no máximo três vezes ao dia. A moradia ou casa de apoio devem ser próximas, no máximo a 15 minutos do hospital. Crianças ainda neutropêni-cas levam hepafiltro portátil e mantém todos os cuidados em casa, como se estivessem internadas. O número de medicações orais é reduzido ao mínimo necessário e só é fornecido o que será utiliza-do naquele dia. As prescrições são enviadas à farmácia com ante-cedência para as medicações serem administradas imediatamente após a chegada do paciente. Todos são examinados diariamente; correção de distúrbios eletrolíticos e transfusões são realizadas no retorno ao hospital. Os pacientes devem ter transporte disponível durante todo o tempo; também existe acesso à enfermagem e aos médicos da unidade de transplante caso tenham absolutamente qualquer dúvida. Resultados: O programa de alta precoce, com redução do número de dias de internação, permitiu um aumento de 33 transplantes em 2009 e 38 em 2010 para 49 em 2011 (1/3 com doadores não aparentados); em 2 anos houve aumento de 48% em nossa capacidade. As poucas reinternações foram asso-ciadas a novos episódios febris. A experiência foi extremamente positiva para os pacientes e equipe. O estado geral e a aceitação oral melhoraram rapidamente e nenhum efeito adverso grave foi observado. Conclusão: A alta precoce para hospital-dia/noite é viável, muito bem aceita pelos pacientes e familiares e possibilita o aumento da capacidade de atendimento da unidade de TCTH.

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KLEbsIELLA pnEuMOnIAE prOduTOrA dE cArbApE-nEMAsE (Kpc) EM pAcIEnTEs pEdIÁTrIcOs subME-TIdOs A TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA: prEcAu-ÇÕEs E cuIdAdOs pArA EVITAr A TrAnsMIssÃO

Barros DP1, Ibanez ASS1, Silva MAA1, Carlesse F1, Zecchin VG1, Gouveia RV1, Ginani VC1, Villela NC1, Ribeiro LA1, Pedro B1, Quin-tiliano V1, Remuska L1, Fundato CT1, Monteiro C1, Avelino VSS1, Marques J1, Seber A1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é um procedimento eletivo para o qual são encaminhados pacientes de diversas instituições, vários já colonizados por bac-térias multirresistentes. Este é um grande desafio para a equipe de saúde, pois seria inaceitável a sua transmissão para os outros transplantados. Objetivos: Descrever os cuidados para evitar a transmissão da Klebsiella pneumoniae produtora de carbapene-mase (KPC) que foram realizados com sucesso por toda a equipe de saúde durante o TCHC nos períodos de internação, hospital-dia e ambulatório. Métodos: Foi elaborado um plano de ação para pa-cientes colonizados por KPC pela comissão de infecção hospitalar em conjunto com a equipe de enfermagem da instituição que com-preende os seguintes cuidados: internação do paciente colonizado por KPC em quarto privativo para isolamento de contato do pa-ciente e do acompanhante; cuidado de enfermagem realizado com roupa privativa por um único e exclusivo funcionário por plantão; higienização das mãos com clorexidine degermante antes e após entrar no quarto; uso de luvas de procedimento e avental, que per-manecem dentro do quarto; quantificação de eliminações fisioló-gicas e posterior descarte em lixo apropriado dentro do banheiro do paciente. Após a alta, os mesmos cuidados são mantidos em hospital-dia e ambulatório. Os pacientes e seus familiares não po-dem circular por áreas comuns. São feitas semanalmente culturas de vigilância (swab retal, nasal, pele e urina) de todos os interna-dos. Todos os setores do hospital que recebem o paciente são alertados para o isolamento restrito. Os procedimentos de imagem e endoscopia são realizados no início ou final do período, seguidos de limpeza terminal das salas de exame. O período mínimo de isolamento é de um ano. Por fim, o componente mais importante deste processo é a educação do paciente e de seus familiares, pois estes, compreendendo que não existe discriminação pessoal e que há risco de levar infecções às outras crianças, tornam-se fiéis aliados, zelando permanentemente para que seja mantido o seu isolamento. Resultados: Houve excelente aderência da equi-pe multidisciplinar, o que resultou na não disseminação da KPC na unidade de TCTH. Conclusões: A abordagem ao paciente subme-tido a transplante de medula óssea requer uma equipe de enfer-magem experiente e especializada tanto relacionada ao paciente como à sua família, procurando adequar-se a cada novo desafio.

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A InTErVEnÇÃO dO sErVIÇO sOcIAL nA VIsITA dO-MIcILIAr cOM pAcIEnTEs nO TrAnspLAnTE dE cÉ-LuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs- (TcTH)

Monteiro RMC1, Urbano AS1, Barros CP1

1Instituto da Criança - HC FMUSP

Introdução: A visita domiciliar é um instrumento facilitador que tem como objetivo de fazer um diagnóstico da realidade social, a fim de compreender o paciente, a dinâmica familiar e as rela-ções sociais, além de ser um subsídio à equipe multiprofissional no atendimento de Crianças/Adolescentes e suas famílias no pré

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e pós Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas-TCTH no Serviço de Oncologia e Hematologia do Instituto da Criança - HC FMUSP. Objetivo: Identificar na visita domiciliar as condições de moradia, infraestrutura urbana, rede de apoio social e familiar e acesso aos recursos de saúde, a fim de subsidiar a conduta da equipe multiprofissional no pré e pós Transplante de Célu-las-Tronco Hematopoéticas-TCTH. Metodologia: Estudo com abordagem quantitativa, retrospectivo, iniciado por meio do en-caminhamento médico do paciente com indicação de transplante para avaliação social. No processo inicial foi realizada a entre-vista com o responsável legal do paciente, sendo utilizados os instrumentos de coleta de dados da prática do Serviço Social na instituição. Informamos ao responsável legal do paciente, o motivo da necessidade do acompanhamento durante o proces-so de transplante e pós transplante. No ano de 2011 a março de 2012 foram realizados dez (10) transplantes, sendo oito (08) de medula óssea e dois (02) de cordão umbilical. Foram excluídos os pacientes domiciliados em outros Estados e municípios fora da grande São Paulo, sendo realizadas seis (06) visitas domi-ciliares. Resultados: Das seis (06) visitas realizadas, quatro (04) domicílios não apresentaram condições apropriadas para o restabelecimento do paciente pós-transplante. A faixa etária predominante foi de 08 a 11 anos. Constatou-se que o número de pessoas convivendo na mesma casa são quatro pessoas, in-cluindo o paciente, contendo sala, cozinha, um (01) dormitório e banheiro; o acesso do domicilio ao Serviço de Oncologia Hema-tologia leva em média 1h e 30 minutos, por meio de transporte público. Observou-se que as famílias visitadas moram na extre-ma periferia da cidade, com infraestrutura habitacional, urbana e saneamento básico precários, rede de apoio social e familiar restrita. A condição socioeconômica vulnerável atrelada ao ado-ecimento se torna um fator impactante para o retorno do pacien-te à sua casa. Diante da impossibilidade verificada por meio da visita, o paciente e responsável, após consentimento foram en-caminhados à casa de apoio que é um recurso essencial para o acolhimento no restabelecimento pós transplante. Conclusão: A visita domiciliar possibilitou compreender o dia- a- dia do pa-ciente e a família, além de conhecer às condições de habitação, dinâmica familiar, valores, cultura, inserção na comunidade e relações sociais, proporcionou ampliar o olhar sobre as reais necessidades do paciente/família, diferente da entrevista inicial realizada no ambiente hospitalar. Assim, é essencial o planeja-mento com a equipe multiprofissional nas etapas que ocorrem no processo do pré e pós transplante, tendo como objetivo de proporcionar um acolhimento amplo e integral ao paciente e famí-lia. Palavras-chave: Visita Domiciliar; Equipe Multiprofissional; Transplante de Células-Tronco Hematopoética (TCTH).

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A IMpOrTÂncIA dA InTErVEnÇÃO sOcIAL nA AdE-sÃO Á TErApÊuTIcA dE TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs–TrOncO HEMATOpOÉTIcAs.

Silva LN1, Vian R1, Pontes ER1, Júnior OR1

1Hospital de Base

Introdução: O TCTH é um procedimento que consiste na infusão de Células-tronco Hematopoéticas, após a realização de quimio-terapia e radioterapia. Na Unidade são realizados transplantes nas modalidades autólogo que é o procedimento de retirada de células-tronco-hematopoéticas do próprio paciente e alogênico aparentado quando as células hematopoéticas são coletadas de um doador familiar. A avaliação médica e psicossocial do pacien-te permitem identificar os modos de enfrentamento, as dificulda-des de aceitação e de viver com essa patologia. O diagnóstico de câncer ainda suscita nas pessoas muitas questões e desafios de natureza psicológica, social, cultural e econômica. O baixo

grau de adesão poderá afetar negativamente a evolução clíni-ca do paciente, sua decisão de tratamento e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problemas relevantes, que podem trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. Destarte, a intervenção do assistente social na Unidade é de extrema re-levância na adesão, pois é este profissional que irá intervir no acesso as políticas públicas, socializando sobre os direitos atra-vés de encaminhamentos, articulações, orientações, entre outros nas relações interpessoais, sobretudo com o familiar e cuidador. Objetivo Geral: avaliar o quão é importante a intervenção do As-sistente Social no processo de adesão ao TCTH. Metodologia: abordaremos o método quanti-qualitativo mediante estudo literá-rio a partir de pesquisas em sites, bibliotecas virtuais e observa-ção participativa da autora. Será aplicada uma entrevista semi--estruturada com perguntas abertas e fechadas aos pacientes do TCTH, no qual estamos aguardando liberação do CEP. Resulta-dos: Espera-se deste trabalho identificar quais são as atividades do assistente social que contribuem para adesão do paciente ao tratamento proposto pela equipe, assim como repensar tais ativi-dades tentando ampliar ou melhorar aquelas mais significativas, contribuindo tanto com o paciente quanto equipe.

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A IMpOrTÂncIA dO MEdIAdOr EnfErMEIrO nA VIA-bILIZAÇÃO dO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs nÃO ApArEnTAdO cOM dOAdOr InTErnAcIOnAL

Geraldo BLSS1, Souza MN1, Monetta L1, Villa PR1,2, Macedo MCMA1,2,3,4, Silva RL1,2,3,4

1Bio Sana’s Serviços Médicos2IBCC - Instituto Brasileiro De Controle Do Câncer3Hospital São Camilo Pompéia4CUSC - Centro Universitário São Camilo

Introdução: A realização do Transplante de Células-Tronco He-matopoiéticas (TCTH) não aparentado com doador internacional é um processo rodeado por barreiras burocráticas. O trâmite de informações entre o Centro Doador (CD), o Centro Transplanta-dor (CT) e o REREME, exige atenção e disponibilidade de tempo da equipe médica (para leitura e resposta aos e-mails enviados pelo CD, encaminhamento de prescrições, relatórios, exames e documentos exigidos, assim como a pronta atualização dos ca-sos), tempo este muitas vezes inviável. Ter um enfermeiro como mediador, que conhece o histórico do paciente, permanece no CT durante todo o dia e possui conhecimentos técnicos a res-peito do TCTH, possibilita a organização das informações soli-citadas e a agilidade no envio das respostas ao CD. Objetivo: Demonstrar a importância da centralização de informações em um mediador enfermeiro durante todo o tramite pré-TCTH com doador internacional, facilitando a realização do procedimento. Métodos: Consiste no relato de experiência da equipe médica e de enfermagem de um CT no Brasil durante as intermediações para a realização de um TCTH com um doador internacional. A intervenção se baseou em: 1-Acompanhamento do enfermeiro junto ao médico responsável, no recolhimento e armazenamen-to de dados do paciente; 2-Acompanhamento do paciente junto ao REREME através de atualizações de dados e em atitude pró ativa de promover a realização em tempo adequado, garantin-do a eficácia do procedimento; 3-Acompanhamento do processo junto ao CD, enviando as informações necessárias e orientando quanto ao protocolo do CT; 4-Atuação junto ao paciente e fa-miliar, promovendo a tranquilidade e oferecendo informações sobre o processo; 5-Apoio e orientação ao courier , garantindo que o processo de busca da medula ocorra com segurança e de acordo com as legislações sanitárias pertinentes. Discussão: A comunicação entre o CT, CD e REREME acontece por meio ele-

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trônico. Durante todo o processo pré-TCTH (desde a escolha do doador, encaminhamento de exames, prescrições, informações e documentos necessários para a realização do transplante, até a infusão das células) foram recebidos mais de 80 e-mails do CD e REREME. Percebeu-se que a partir do momento em que o enfermeiro passou a ser o mediador entre o CD, REREME e a equipe médica, o intervalo entre o repasse das informações solicitadas passou a ser mais dinâmico, pois estas eram previa-mente avaliadas e encaminhadas à equipe médica apenas para validação e preenchimento de informações clínicas específicas. A atuação do enfermeiro permitiu a manutenção de informações junto ao paciente e familiares, proporcionando um ato de humani-zação e a participação indireta dos familiares junto ao processo. Conclusão: A centralização das informações em um mediador enfermeiro com conhecimento técnico e dos processos, possibi-lita o desenrolar da ação burocrática pré-TCTH com doador in-ternacional num menor período de tempo. Isto permite à equipe médica uma divisão das atividades burocráticas com o enfermei-ro mediador, que assume uma gerência articulada e integrada à assistência, para que ambos possam manter o foco em suas atividades junto ao paciente. Esta ação proporciona uma maior confiança do paciente e familiar, que podem acompanhar o pro-cesso, minimizando a dor da espera pelo procedimento através de informações e atenção.

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rELATO EXpErIÊncIA dA ApLIcAÇÃO dO dIAGrAMA dE cAusA E EfEITO nO prOcEssO rEsOLuTIVO dA sIsTEMATIZAÇÃO dA AssIsTÊncIA dE EnfErMAGEM

Amorim JSD1, Ferreira DR1, Carneiro MA1, Almeida EA1

1Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia científica que utiliza o julgamento crí-tico do enfermeiro, a fim de organizar o processo de trabalho na enfermagem, além de melhorar a qualidade assistencial e garan-tir maior segurança no cuidado ao paciente. Objetivos: Conhe-cer os aspectos dificultadores para aplicação da SAE e propor um plano de ação para a viabilização da SAE. Metodologia: Utilizou--se o Diagrama de Causa e Efeito, ou Diagrama de Espinha de Peixe, como ferramenta de qualidade aplicada á saúde, para melhor explorar os problemas e chegar aos pontos críticos, ou seja, as causas de problemas que podemos evitar e os fato-res que determinam os resultados que pretende-se obter. Este diagram foi preenchido por meio de informaçoes obtidas em reunião realizada com a equipe de enfermeiros de uma Unida-de de Transplantes (UT) de uma instituição de saúde mineira. Resultados: Em outubro de 2011 realizou-se a reunião com os 07 enfefmeiros da referida UT, constatou-se que as cau-sas dificultadoras encontradas baseavam-se na inexistência de protocolos assistenciais, na dissociação de diagnósticos e intervençoes de enfermagem, na desatualização dos enfer-meiros referentes ás etapas da SAE e na indisponibilidade de tempo para a realização da SAE. Discussão: Diante das cau-sas detectadas pode-se propor um plano de ação com o ob-jetivo estratégico de melhoria da qualidade da assistência de enfermagem aos pacientes transplantados. A meta deste plano é que todos os enfermeiros estejam qualificados para realização da SAE, o indicador de qualidade será a execução da SAE em todos os turnos e em todos os pacientes e a avaliação será direcionada ao processo de auditoria interna satisfatório. Conclusão: Apesar do tempo de implantação da SAE na instituição, ainda existem muitas lacunas no desenvolvimento do processo por parte da en-fermagem que precisam ser sanadas conforme a necessidade profissional e recursos dispon’veis. A contínua capacitação teó-rica-prática é inerente à sistematização, para melhor execução

da SAE em suas diferentes etapas por todos os componentes da equipe. Sabendo que cada vez mais os pacientes estão bem informados e exigentes, procurando por melhor assistência, esta capacitação serve de estímulo para a equipe aprimorar gradati-vamente seus conhecimentos.

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ATEndIMEnTO dE ALTA cOMpLEXIdAdE nO TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs: As-sIsTÊncIA InTEGrAL prEsTAdA pELO prOfIssIO-nAL EnfErMEIrO.

Vogel C1, Laselva CR1, Grosso T1, Costa LSS1, Ciglio AC1, Sá GR1, Waisbeck TMB1, Nogueira RMG1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) tem sido aplicado na terapêutica de um número crescente de doenças hematológicas malignas, tumores sólidos e doenças não malignas. O dimensionamento de recursos humanos para a assistência de enfermagem alinhada à complexidade dos pacien-tes é atualmente amplamente discutido entre as instituições de saúde. Os gestores e gerentes destas instituições necessitam de parâmetros para planejar, implementar, controlar e avaliar a assis-tência de enfermagem prestada. No Brasil dispomos da resolução do COFEN 293 / 2004 que fixa e estabelece parâmetros para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas unidades assistenciais das instituições de saúde com foco na se-gurança da assistência prestada, dentre outros métodos publica-dos, que analisam variáveis como: carga de trabalho, índice de segurança técnica, tempo efetivo de trabalho e classificação de pacientes quanto à complexidade. No TCTH dispomos da PORTA-RIA Nº931 de 2 de maio de 2006 que aprova o regulamento téc-nico, exige um dimensionamento de pessoal mínimo com equipe estruturada com experiência na assistência a pacientes imunos-suprimidos ou aplasiados. Objetivos: O objetivo deste trabalho é demonstrar a prática de dimensionamento de pessoal aplicada na unidade TCTH autorizada a realizar todas as modalidades de transplante sendo elas: autólogo, alogênico relacionado e não re-lacionado, de um hospital de grande porte no estado de São Pau-lo. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência baseado na prática assistencial do grupo de enfermagem. Resultados: A unidade conta com 14 leitos disponíveis para realização de TCTH, possui um coordenador de enfermagem que tem como função a gestão administrativa, 1 enfermeiro especializado denominado sê-nior que tem a função de treinar, educar a equipe, família, pacien-tes, e enfermeiros especializados e treinados denominados plenos e juniores na assistência de enfermagem direta e integral no perí-odo considerado mais crítico (condicionamento até reconstituição medular), na proporção de 1 para cada 2 pacientes ou 1 para 1 a depender da demanda e complexidade. Nossos principais resul-tados em oferecer assistência integral pelo profissional enfermei-ro é baseado em indicadores como períodos superiores a 1 ano com taxa zero de infecções de corrente sanguínea relacionadas a cateter venoso central, ausência de reclamações no serviço de atendimento ao cliente, satisfação e fidelização da equipe médica, uso racional de recursos promovendo otimização evidenciado por baixos índices de perda de receita, manutenção do certificado de acreditação internacional, taxas de sobrevida global nos primeiros 30 dias do transplante nos anos 2009 e 2010 de aproximadamen-te 98% (n = 95), sendo documentado um total de 2 óbitos neste período, sendo comparado a resultados de instituições internacio-nais de referência. Conclusão: Concluem-se que a expertise do profissional enfermeiro na avaliação diária em todos os momentos da assistência direta e integral antecipa eventos graves, compli-cações relacionadas ao TCTH, sendo aplicado as intervenções necessárias no melhor momento.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs EM IMunOdEfIcIÊncIAs: EXpErIÊncIA dE uM cEnTrO brAsILEIrO, AbOrdAndO AspEcTOs dE uM AMbIEnTE prOTEGIdO.

Vogel C1, Costa LSS1, Sá GR1, Ciglio AC1, Grosso T1, Fernandes JF1,2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto da Criança - HC - FMUSP

Introdução: As imunodeficiências são caracterizadas por um conjunto de patologias não malignas, nas quais o sistema imune está incompleto ou não funcional, manifestam-se usualmente nos primeiros meses de vida com infecções recorrentes. En-tretanto, também existem formas autossômicas recessivas, nas quais as manifestações são geralmente mais tardias e menos graves. O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é a única terapêutica com possibilidade de cura para as crian-ças acometidas com alguns tipos de imunodeficiências. Objeti-vos: Realizar a curva de sobrevida dos pacientes submetidos ao TCTH com diagnóstico de Imunodeficiência de um hospital privado de grande porte e demonstrar as rotinas de enferma-gem implantadas para proteção do ambiente e prevenção de infecções por patógenos exógenos durante a internação para TCTH. Metodologia: A amostra foi constituída de pacientes pe-diátricos que realizaram TCTH por imunodeficiências, no perí-odo de 2008 à 2012. O levantamento foi realizado através de consulta em prontuários, para realização da curva de sobrevida de Kaplan-Meier foi utilizado o software GraphPad Prism 5. 0. Resultados: Foram realizados 16 transplantes em 15 pacien-tes pediátricos com diagnóstico de Imunodeficiência, encontra-mos predominante a síndrome da imunodeficiência congênita (SCID), sendo oito dos pacientes (50%), amostra constituída por 75% de crianças do sexo masculino„ com idade entre 0 a 9 anos. A sobrevida global em 100 dias foi de 74% e em 2,4 anos foi de 66%. Quanto ao tipo de transplante realizado pre-dominou-se o do tipo alogênico não aparentado, em 14 (87%) casos, sendo 4 deles de fonte de medula óssea e 12 deles de células-tronco de cordão umbilical. Dentre as causas de óbito, 2 pacientes apresentaram infecção por vírus da Parainfluenza. Visto à complexidade e o risco de contaminação por infecções exógenas, foi implantado no ano de 2011 a rotina de controle do estado de saúde dos acompanhantes dos pacientes subme-tidos ao TCTH. Passou-se a exigir vacinação contra influenza e aplicação de Termo de Consentimento para permanência de acompanhante. O termo em vigor abrange a ciência do acom-panhante quanto à não permanência no quarto em casos de: fe-bre, sintomas de resfriado, diarréia, alterações de pele, herpes, conjuntivite. Os acompanhantes e pacientes são orientados quanto à prevenção de infecções no momento da avaliação pré--TCTH e reorientados durante o período de internação. Quanto as medidas de precaução, é utilizada a padrão, em caso de doença infecciosa transmissível é aplicável também as precau-ções cabíveis, tais como contato, aérea ou gotículas. A unidade de TCTH atende as normas da legislação brasileira, contando com quartos equipados com ante-sala, pressão positiva e filtro HEPA inclusive nos corredores, além de tubulação de água se-parada e que conta com a realização periódica de procedimento de termo-desinfecção (flush de água à 80°C). Conclusão: Con-cluímos que trata-se de procedimento de alta complexidade, maior risco em comparação aos demais, considerando a maio-ria dos transplantados até o momento ser fonte de cordão umbi-lical conferindo maior período de neutropenia / linfopenia. Ações para controle do ambiente protegido beneficiam os pacientes transplantados, podendo minimizar complicações relacionadas ao procedimento.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs E dIAbETEs MELLITus TIpO 1: QuALIdAdE dE VIdA rELAcIOnAdA À sAÚdE dEcOrrIdOs dOIs AnOs dO prOcEdIMEnTO

Souza AC1, Oliveira-Cardoso EA1, Santos MA1

1Universidade de São Paulo

O diabetes mellitus (DM) é uma doença de etiologia múltipla, de-corrente da falta e/ou incapacidade da insulina exercer de forma adequada seus efeitos. Existem dois tipos principais de diabetes mellitus: o tipo 1 (DM1) e o tipo 2 (DM2). Este estudo focaliza o DM1, doença crônica e autoimune na qual as células beta pan-creáticas são destruídas pelos linfócitos-T, causando deficiência na produção de insulina. As restrições impostas pela doença, que exige um controle constante e cuidados rigorosos, como alimen-tação balanceada e prática de exercícios físicos regulares, im-põem dificuldades para o paciente alcançar as metas de controle glicêmico, o que pode aumentar as complicações decorrentes da doença. O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), na sua modalidade autóloga, em que o paciente é seu próprio doador, é um procedimento inovador e ainda em fase de pesqui-sa, que tem sido utilizado no tratamento de doenças autoimunes como o DM1. Este estudo, desenvolvido em caráter pioneiro no Brasil, oferece aos pacientes uma possibilidade de cura, ao mes-mo tempo em que desperta receios e anseios pelos riscos que implica, de modo que avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos pacientes que se submeteram ao protocolo é essencial para compreender a relevância desse tratamento alter-nativo em relação à terapêutica tradicional (insulinoterapia). O objetivo deste estudo foi avaliar a QVRS de pacientes com DM1 submetidos ao TCTH, dois anos após a realização do procedi-mento. A amostra foi composta por 12 participantes, sendo oito homens e quatro mulheres, com idades entre 15 e 26 anos, que concordaram em participar voluntariamente do estudo. A coleta de dados ocorreu durante os retornos ambulatoriais agendados pela equipe de saúde de um hospital universitário do interior paulista. O instrumento utilizado foi o Questionário Genérico de Avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (SF-36), aplicado individualmente e aferido de acordo com as recomen-dações da literatura. Os resultados obtidos indicaram que, após dois anos da realização do TCTH, o conjunto de domínios mais preservados da QVRS dos participantes corresponde ao Compo-nente Físico (Md=86,7; DP=11,83). No entanto, o Componente Mental também se mostrou preservado (Md=76,7; DP=5,40). Os domínios menos favorecidos, considerando as médias dos es-cores, foi Vitalidade, seguido por Dor e Saúde Mental, enquan-to os mais preservados foram: Capacidade Funcional, Aspectos Físicos e Aspectos Sociais. Esses resultados sugerem que a QVRS dos pacientes submetidos ao TCTH apresenta-se preser-vada dois anos após o procedimento. No entanto, as diferenças observadas entre os escores dos Componentes Físico e Men-tal fazem pensar na importância do cuidado abarcar os aspec-tos emocionais implicados no procedimento e na experiência de ser voluntário de uma terapêutica em relação a qual ainda não se tinha resultados comprovando sua eficácia no tratamento do DM1. Os resultados obtidos reforçam a relevância de monitorar a QVRS nos estágios do TCTH, de modo a acompanhar essa ca-suística em uma perspectiva longitudinal, examinando o impacto do tratamento sobre os aspectos psicossociais e a evolução das diferenças de escores em investigações posteriores, já que estas poderão orientar terapêuticas futuras. (PIBIC/CNPq)

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ATEnÇÃO fArMAcÊuTIcA AMbuLATOrIAL A pAcIEn-TEs nEuTrOpÊnIcOs nA fAsE dE MObILIZAÇÃO pArA TrAnpLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcA

Santos CF1, Alegre VR1, Coracin FL1, Dulley FL1

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo

O Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um tratamento para pacientes com doenças onco-hematológicas. Nesta terapia é realizada aplasia medular do receptor e poste-riormente infusão venosa de células do tecido hematopoiético, previamente tratadas, com a finalidade de restabelecimento da hematopoiese. Antes deste processo, o paciente é submetido ao protocolo de tratamento de mobilização com quimioterapia e posterior uso de fatores de crescimento seguido de um período de neutropenia e recuperação celular para posterior coleta de células. A Neutropenia Febril (NF) é uma complicação freqüente e potencialmente fatal no manejo de pacientes onco-hematológi-cos, formando assim um grupo com diversos riscos aumentando a suscetibilidade do indivíduo à infecção. A Atenção Farmacêu-tica (ATF) consiste na provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente, buscando resolver de maneira sistematizada os problemas relacionados aos medicamentos e suas respectivas doses. O farmacêutico é responsável por acom-panhar todo o processo de utilização dos fármacos citotóxicos e adjuvantes, através de visitas clínicas diárias e reuniões para discussão do quadro evolutivo dos pacientes junto à equipe mul-tidisciplinar. O farmacêutico deve trabalhar junto ao paciente de maneira que este venha a aderir ao tratamento prescrito pelo médico. O objetivo deste estudo é aumentar a adesão da farma-coterapia em pacientes neutropênicos em fase de mobilização, no Hospital Público de São Paulo. Métodos: O estudo foi desen-volvido no Ambulatório de Transplante de Medula Óssea de um Hospital Público de São Paulo, a partir de visita clínica diária e sistematizada e individualizada beira leito utilizando “Formulário de Acompanhamento Farmacoterapêutico” (AF), onde consta a identificação do paciente, diagnóstico, dias de mobilização, neu-trófilos e toda terapia medicamentosa. Nestas visitas, utiliza-se o parâmetro de Febre: temperatura axilar única >38,0°C ou tempe-ratura > 37,8°C e Neutropenia: Contagem de neutrófilos < 1000 cel/mm3. Resultado: Foi possível monitorar nas visitas clínicas a evolução farmacoterapêutica através do AF e a resposta ao trata-mento do protocolo médico aplicado. Discussão: Na visita clíni-ca são identificados os pacientes que permanecem em condições estáveis, com baixo risco para complicações clínicas, permitindo o uso de estratégias mais custo-efetiva, como tratamento ambu-latorial. Quando neutropênicos ou se febre, os antimicrobianos devem ser administradas com doses completas ou ajustadas de acordo com a função hepática/renal. A resposta clínica e as cul-turas são monitoradas e o tratamento é ajustado. É introduzido antifúngico de forma empírica, se neutropenia independente de febre. Conclusão: Conclui-se que neutropênia seguido de febre é considerada uma emergência. O ACF é um desafio para o far-macêutico clínico, a fim de se tornar uma ferramenta importante na ATF. Com o conhecimento técnico do Farmacêutico e sua par-ticipação na Equipe Multidisciplinar é possível disponibilizar alter-nativas terapêuticas, sinalizar os ajustes de dose e verificar dose cumulativa, contribuindo para a melhoria dos regimes terapêuti-cos, propiciando um acréscimo direto na qualidade e segurança do tratamento e de vida dos pacientes.

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A rEsIdÊncIA InTEGrAdA MuLTIdIspLInAr EM sAÚdE EM uMA unIdAdE dE AMbIEnTE prOTEGIdO

Machado FD1, Juchem F1, Maia JE1, Soades LN1, Moerschberger MS1, Stein MR1, Pedebos GL1

1Hospital de Clínicas de Porto Algre

Introdução: A Residência Integrada Multiprofissional em Saúde/RIMS é uma modalidade de formação em serviço lato sensu , sendo uma estratégia que visa a formação de recursos humanos para atuar no âmbito da implementação do SUS com elevada qualificação técnica e compromisso ético. Tem como objetivo fortalecer o desenvolvimento do trabalho em equipe de maneira interdisciplinar visando a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos usuários. Destina-se às categorias profissionais que in-tegram a área da saúde, como enfermagem, farmácia, nutrição, psicologia, serviço social. Objetivo: compartilhar a experiência da inserção dos residentes em uma Unidade de Ambiente Pro-tegido de um hospital universitário de Porto Alegre, que assiste pacientes neutropênicos, e em transplante de células-tronco-he-matopoiéticas (autólogos e alogênicos). Tendo como eixo norte-ador o desafio de romper com o paradigma do modelo biomédico de atenção à saúde. Materiais e Métodos: relato de vivência e ações desenvolvidas pelos residentes no ano de 2011 em uma Unidade de Ambiente Protegido, visando a atenção integral, a troca de saberes e práxis e o aprimoramento da formação pro-fissional. Resultados e Conclusão: o itinerário da residência promove uma compreensão maior do fluxo do paciente durante a terapêutica. A estreita aproximação com a equipe multiprofis-sional para elaboração do Projeto Terapêutico Singular, visitas domiciliares, estudos de casos, reflexões teórico-práticas e as-sistência diária ao paciente transplantado nas diferentes etapas do tratamento, incluindo paliação e morte, foram importantes no processo de formação e qualificação profissional. A inserção da RIMS nesta unidade enriquece o trabalho multiprofissional, qua-lifica a atenção à saúde do usuário, contribui no aprimoramento dos profissionais da instituição, encaminhando-se assim para a efetivação dos princípios do SUS.

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A IMpOrTÂncIA dO EnfErMEIrO nA OrIEnTAÇÃO dA AuTOApLIcAÇÃO dOMIcILIAr dE Gcsf pArA MO-bILIZAÇÃO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs (cTH) nA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA Ós-sEA

Marques KCVS1, Ribeiro KL1, Barros JCA1, Perobelli L1

1Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini

Introdução: A mobilização de Células Tronco Hematopoéticas (CTH), via ambulatorial ou internação, era comum na unidade de TMO da instituição, por isso começamos a observar a neces-sidade de facilitar a adesão do paciente e do doador de CTH. Iniciamos a orientação da autoplicação de GCSF domiciliar para a mobilização de CTH, para otimizar a participação, facilitar a adesão ao procedimento do paciente e do doador, evitando in-ternações, aplicações via ambulatorial e falhas de mobilizações. Objetivo: Demonstrar a importância do enfermeiro na orientação da autoaplicação de GCSF domiciliar para a mobilização da CTH, na unidade de Transplante de Medula Óssea do HTEJZ. Material e Método: Trata-se de um estudo de análise retrospectivo de na-tureza descritiva. Os dados foram obtidos através de instrumento utilizado para orientação da aplicação de GCSF, sendo este im-plantado na consulta ambulatorial. Os dados levantados são re-

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ferentes ao período de julho de2010 a maio de 2012. Resultado: Durante o período foram realizados 106 transplantes, sendo 59 autólogos e 47 alogênicos. Desses, 82 (77%) receberam orienta-ção do enfermeiro para autoplicação de GCSF domiciliar, e entre os outros 24 (23%) restantes, 10 (9%) realizaram mobilização de CTH e coleta em outros serviços, 6 (6%) mobilizaram durante a internação, 4 (4%) ambulatoriais e 4 (4%) realizaram a coleta de medula central. Conclusão: A orientação da autoaplicação do GCSF domiciliar favoreceu a integração e participação do pa-ciente e doador, facilitando a adesão ao procedimento, evitando os números de falhas de mobilizações de CTH, de aplicações ambulatoriais e de internações, principalmente de doador, garan-tindo o sucesso da coleta CTH.

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A IMpOrTÂncIA dO EnfErMEIrO nA OrIEnTAÇÃO dA AuTOApLIcAÇÃO dOMIcILIAr dE Gcsf pArA MObILIZAÇÃO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpO-ÉTIcAs (cTH) nA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA

Marques KCVDS1, Ribeiro KL1, Barros JCA1, Perobelli L1

1Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini

Introdução: A mobilização de Células Tronco Hematopoéticas (CTH), via ambulatorial ou internação, era comum na unidade de TMO da instituição, por isso começamos a observar a neces-sidade de facilitar a adesão do paciente e do doador de CTH. Iniciamos a orientação da autoplicação de GCSF domiciliar para a mobilização de CTH, para otimizar a participação, facilitar a adesão ao procedimento do paciente e do doador, evitando in-ternações, aplicações via ambulatorial e falhas de mobilizações. Objetivo: Demonstrar a importância do enfermeiro na orientação da autoaplicação de GCSF domiciliar para a mobilização da CTH, na unidade de Transplante de Medula Óssea do HTEJZ. Material e Método: Trata-se de um estudo de análise retrospectivo de na-tureza descritiva. Os dados foram obtidos através de instrumento utilizado para orientação da aplicação de GCSF, sendo este im-plantado na consulta ambulatorial. Os dados levantados são re-ferentes ao período de julho de2010 a maio de 2012. Resultado: Durante o período foram realizados 106 transplantes, sendo 59 autólogos e 47 alogênicos. Desses, 82 (77%) receberam orienta-ção do enfermeiro para autoplicação de GCSF domiciliar, e entre os outros 24 (23%) restantes, 10 (9%) realizaram mobilização de CTH e coleta em outros serviços, 6 (6%) mobilizaram durante a internação, 4 (4%) ambulatoriais e 4 (4%) realizaram a coleta de medula central. Conclusão: A orientação da autoaplicação do GCSF domiciliar favoreceu a integração e participação do pa-ciente e doador, facilitando a adesão ao procedimento, evitando os números de falhas de mobilizações de CTH, de aplicações ambulatoriais e de internações, principalmente de doador, garan-tindo o sucesso da coleta CTH.

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rEAÇÕEs AdVErsAs durAnTE cOndIcIOnAMEnTO pArA TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs.

Nilsen L1, Silveira RCCP1, Rodrigues MCO2, Zombrilli AF2

1Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - HCFMRP-USP

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune desmieli-nizante progressiva imunomediada por linfócitos T auto-reati-

vos, que provocam uma cascata imunológica, amplificando a inflamação local. No Diabetes mellitus tipo 1 (DM1), existem linfócitos T auto reativos destroem as células β do pâncreas, causando deficiência na produção de insulina. O desenvolvi-mento de terapêuticas específicas fica limitado pela etiologia indefinida destas doenças, apesar de avanços na terapêutica antiinflamatória e imunossupressora. Uma alternativa de tra-tamento atual para tais doenças é o transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas (TACTH). O presente estudo, observacional do tipo transversal, com a coleta de dados de caráter retrospectivo, tem como objetivo identificar as reações adversas manifestadas pelos pacientes diabéticos ou de es-clerose múltipla, submetidos ao TACTH no período de 2004 a dezembro de 2010. Para a coleta de dados elaborou-se dois instrumentos que foram submetidos à validação aparente e de conteúdo por três juízes. A amostra final do estudo foi consti-tuída pela obtenção dos dados de 72 prontuários, sendo 23 de pacientes diabéticos e 49 de pacientes com EM. Em relação aos pacientes diabéticos 16 pertenciam ao sexo masculino e a idade média foi 18,26 anos. Todos possuíam positividade para o anticorpo anti-carboxilase do ácido glutâmico (antiGAD65). Quanto aos pacientes com EM, trinta e três pertenciam ao sexo feminino e idade média foi de 37,2 anos. O subtipo da doença mais frequente foi o surto-remissivo em 21 (42,9%) pacien-tes. A escala expandida do estado de incapacidade (EDSS) variou entre 3,0 e 6,5. Em relação às reações adversas ma-nifestadas pelos pacientes diabéticos foram mais frequentes os calafrios, febre, cefaléia, náusea e vômito e nos pacientes com esclerose múltipla foram retenção hídrica e cefaléia. As principais intervenções de enfermagem identificadas para os pacientes diabéticos e com EM foram monitorização dos sinais vitais, coleta de hemocultura, otimização da administração de medicamentos antieméticos, controle da infusão da globulina antitimocitária, orientações sobre alimentação e para reduzir o risco de queda. Os pacientes com DM1 apresentam reações mais agudas e necessitam de monitorização contínua. Já os pacientes com EM são mais dependentes dos cuidados de en-fermagem, exigindo maior tempo de cuidados prestados pelo profissional. Embora o DM1 e a EM sejam doenças distintas, percebe-se que na prática clínica, exigem do enfermeiro uma excelência no cuidado, quer pelas particularidades do trata-mento realizado ou pelas singularidades de cada uma delas.

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VIVÊncIA dE uMA MÃE cuIdAdOrA dEnTrO dE uMA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA

Oliveira SB1, Oliveira-Cardoso EA2, Santos MAD1

1FFCLRP-USP2HCFMRP-USP

Receber o diagnóstico de uma doença grave é bastante impac-tante não só para o paciente, mas para toda a sua família que sofrerá as implicações da situação de doença e terá que convi-ver com esta e seus significados. O diagnóstico é, muitas vezes, recebido como uma agressão, sendo um momento estressante, coberto de incertezas e doloroso. Juntamente com ele ocorre a interrupção de planos, sonhos, surge preocupações acerca do futuro e o medo da morte que se torna uma constante deter-minando mudanças significativas na dinâmica e nas relações familiar. Somado a isso, o transplante de medula óssea pode exceder as estratégias de adaptação e enfrentamento do indi-víduo ou da família, pois é necessário reestruturar a rotina fa-miliar, frente às mudanças de papéis, disponibilidade de tempo, procura por centros de tratamento que geralmente ficam dis-tantes da cidade de origem, reorganização das tarefas, e ainda pode ocorrer declínio do status econômico. A partir do que foi

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

55Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

exposto o presente trabalho tem por objetivo conhecer a vivên-cias de uma mãe de uma criança submetida ao Transplante de Medula Óssea. Trata-se de um estudo qualitativo, utilizando o estado de caso. A participante tem 45 anos e é uma mãe de uma criança de 12 anos. O material foi composto de transcrições de atendimentos realizados antes, durante e depois do trans-plante, analisadas por meio da análise de conteúdo temática. Observa-se que, como preconizado pela literatura, da mesma forma que o transplante ocorre por etapas, o paciente e o seu cuidador também passarão por diferentes estágios psicológicos que estão relacionados com cada fase do procedimento. Apesar do envolvimento e da forte ligação afetiva pelo outro, o cuidador carrega o peso do cuidar e renuncia à sua vida pessoal e no caso específico de crianças e adolescentes doentes, muitas ve-zes, existe a determinação da exclusividade do cuidado mater-no por não permitirem que outras pessoas o façam. Como fonte de ajuda destacaram-se as amizades construídas no hospital e a espiritualidade. Conclui-se que a experiência do cuidador familiar em uma unidade de transplante de medula óssea é tão sofrida e estressante quanto aquela vivenciada pelo paciente. O ato de cuidar é, portanto, um processo que acarreta desgastes significativos à saúde do cuidador, os quais, se não considera-dos e amenizados, podem levá-lo à condição de cronicidade, passando de cuidador a pessoa a ser cuidada.

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EfEITO dO LAsEr dE bAIXA InTEnsIdAdE nA EX-prEssÃO GÊnIcA dE cÉLuLAs EpITELIAIs TrATAdAs cOM ÁcIdO ZOLEdrÔnIcO

Basso FG1, Turrioni APS2, Kurachi C3, Bagnato VS3, Hebling J2, Cos-ta CAS2

1Universidade Estadual de Campinas2Universidade Estadual Paulista3Universidade de São Paulo

A osteonecrose induzida por bisfosfonatos é caracterizada por uma área de exposição de tecido ósseo na cavidade oral que persiste de 6 a 8 semanas, sem que o paciente tenha sido sub-metido a radioterapia. A etiopatogenia desta alteração ainda não está elucidada. Porém, o tipo, dose e via de administração dos bisfosfonatos, tal como o Ácido Zoledrônico, assim como os traumas e infecções locais, têm sido diretamente relaciona-dos com o desenvolvimento da osteonecrose. O surgimento da osteonecrose na cavidade oral de pacientes submetidos a tera-pia com bisfosfonatos também pode acontecer devido ao efeito citotóxico destes medicamentos sobre as células da mucosa oral. O tratamento da osteonecrose é controverso, sendo que estudos recentes têm demonstrado que a laserterapia de baixa intensidade pode ser um excelente tratamento coadjuvante para estas lesões. Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da laserterapia de baixa intensidade sobre células epiteliais hu-manas (HaCaT) submetidas ao tratamento com Ácido Zoledrô-nico (AZ). Para isto, as células foram semeadas por 48 horas em placas de 24 compartimentos, usando-se meio de cultura completo (DMEM). Após este período, o DMEM foi substituído por novo meio de cultura, porém sem soro fetal bovino. Decorri-do 24 horas, 5μM de AZ foram adicionados ao meio de cultura, o qual foi mantido em contato com as células por um período adicional de 48 horas. A seguir, o meio de cultura com foi subs-tituído por novo DMEM completo e as células foram irradiadas utilizando o dispositivo LaserTable (InGaAsP – 780nm +-3nm, 25mW), nas doses de 0,5, 1,5, 3, 5 e 7J/cm2. Foram realizadas 3 irradiações a cada 24 horas. Decorrido 24 horas da última irradiação, as células foram submetidas a análise de expressão gênica de fatores de crescimento (VEGF e FGF2) e colágeno tipo I por PCR em Tempo Real. Os dados foram submetidos a

análise estatística quanto a sua normalidade. Uma vez que esse requisito não foi contemplado, testes de Kruskal-Wallis comple-mentados por Mann-Whitney, para a comparação dos grupos aos pares, foram aplicados ao nível de significância de 5%. Foi demonstrado que as doses de 5 e 7J/cm2 promoveram aumento significativo da expressão de VEGF nas células HaCaT, sendo que quando estas células foram tratadas com AZ, este aumento ocorreu para todas as doses de energia selecionadas. Por outro lado, as células tratadas somente com AZ apresentaram redu-ção significativa da expressão de VEGF. Aumento significante na expressão de FGF2 pelas células epiteliais ocorreu apenas na dose de 1,5J/cm2. Porém, a laserterapia não influenciou a expressão de FGF-2 pelas células tratadas previamente com AZ. Aumento significativo na expressão de colágeno tipo I foi observado para todas as doses de energia aplicadas sobre as células HaCaT tratadas com AZ. De acordo com a metodologia usada neste estudo, foi possível concluir que parâmetros espe-cíficos de laserterapia de baixa intensidade promovem efeitos bioestimulatórios sobre as células epiteliais em cultura, estimu-lando a expressão de genes diretamente ligados ao reparo teci-dual da mucosa oral.

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AVErsÃO ALIMEnTAr AdQuIrIdA EM pAcIEnTEs subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA Au-TÓLOGO

Eckert RG1, Silva JMP1, Bohn LN1, Alves GA1

1Hospital do Câncer de Cascavel - UOPECCAN

O paciente submetido ao transplante de medula autólogo desen-volve no período de condicionamento e pós-TMO aversão alimen-tar extrema e, portanto, necessita de constante avaliação e acom-panhamento nutricional, com intuito de minimizar os efeitos desta aversão. Diante do mencionado, este trabalho teve por objetivo ava-liar as principais aversões alimentares adquiridas no período pós--TMO em pacientes atendidos na Uopeccan. A avaliação de aversão alimentar foi verificada nas evoluções da nutricionista que acompanha estes pacientes e, separadas de acordo com o protocolo de quimioterapia a que foram subme-tidos estes indivíduos. No estudo, foram inclusos 53 pacientes atendidos na instituição, sendo 37 (69,8%) do gênero masculino e 16 (30,2%) do gênero feminino. De acordo com o protocolo de quimioterapia a que foram submetidos, os pacientes foram divididos em três grupos: Grupo A - Carmustina (D1), Etoposi-do (D2,D3,D4,D5), Citarabina (D2,D3,D4,D5) e Melfalano (D6); Grupo B - Melfalano; Grupo C - Bussulfano (D1,D2,D3,D4) e Ciclofosfamida (D5,D6,D7), Grupo D - Etoposido (D1,D3,D5), Ciclofosfamida (D1,D3,D5) e Carboplatina (D1,D3,D5) e, Grupo E - Carmustina (/d1,D2,D3), Etoposido (D1,D2,D3) e Ciclofosfa-mida (D4,D5,D6,D7). Após análise dos dados, observou-se que todos os pacientes, independentes do protocolo de quimiotera-pia, desenvolvem aversão alimentar a um grupo de alimentos em específico. Esta aversão e, consequentemente, redução da ingesta alimentar, é variável e tem relação com o protocolo qui-mioterápico utilizado na fase de condicionamento. O Grupo B é o que de um modo geral apresenta menos dificuldade para alimentar-se e, a aversão alimentar leve é observada em média a partir do D-5 pós-TMO. Nos demais grupos, a aversão alimen-tar adquirida é de classificação severa e, pode ser observada em média no D-7 pós-TMO. Desta forma pode-se concluir que os pacientes submetidos ao transplante de medula óssea autólogo devem ser considerados como indivíduos em risco nutricional e, por isso, necessitam de acompanhamento nutricional diário, com intuito de detectar precocemente as aversões alimentares adqui-ridas e, intervir de forma rápida e adequada para reversão do quadro de inapetência.

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Temas livres/Abstracts - Multidisciplinar

56 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):31-56

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cuIdAdOs dE EnfErMAGEM EM dOEnÇA dO EnXEr-TO cOnTrA HOspEdEIrO dE TrATO GAsTrInTEsTI-nAL, O QuE dEVEMOs sAbEr?

Tolentino GS1, Tirapelli B1, Fonseca SM1

1Hospital São Paulo / Unifesp

A doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) é a causa mais comum de morbidade e mortalidade relacionada ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico e requer da equipe de enfermagem um olhar atento para realizar um diag-nóstico precoce para a implantação de um tratamento adequado. O objetivo deste estudo foi identificar o conhecimento de enfer-meiros, que atuam com TCTH alogênico em um hospital univer-sitário, sobre a DECH de trato gastrintestinal (TGI). Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, cujo instrumento de coleta foi um questionário com perguntas abertas sobre a temática. Observou-se que os enfermeiros conseguem definir o que é o DECH de TGI, porém quando questionados sobre sinais e sin-tomas da DECH de TGI relatam alterações gastrintestinais, bem como sinais e sintomas não relacionados as possíveis complica-ções. E quando questionados quanto as principais complicações, exame físico e cuidados de enfermagem não conseguem deter-minar nem relacionar aos sinais e sintomas descritos. Cuidados essenciais como a restrição e progressão da dieta de acordo com o volume da diarréia, manejo da fadiga, avaliação do conteúdo intestinal e cuidados relacionados ao uso de imunossupressores não são mencionados. Concluiu-se que as maiores deficiências do cuidado prestado e direcionado pelos enfermeiros são as cor-relações sobre a conceituação da DECH e a prática clínica que envolve essa questão, tanto na forma de detecção precoce quan-to na fase de tratamento da patologia em questão. Desta forma, este estudo vem contribuir para o direcionamento da Educação Permanente no treinamento e desenvolvimento dos enfermeiros, focando no raciocínio clínico e desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem.

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Temas livres/Abstracts - Terapia Celular

57Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):57-60

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TerapIa Celular

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Temas livres/Abstracts - Terapia Celular

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TErApIA cELuLAr

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AcuTE AdVErsE rEAcTIOns sEcOndAry TO MEsEn-cHyMAL sTrOMAL cELL InfusIOns

Prata KL1, Rodrigues MCO1,2, De-Santis GC1,2, Orellana MD1,2, Mo-raes DA2, Couri CEB2, Junior RDRL3, Simões BP1,2, Voltarelli JC1,2, Covas DT1,2

1National Institute of Science and Technology in Stem Cell and Cell Therapy, Center for Cell Therapy and Regional Blood Center, Ribei-rão Preto, Brazil2Department of Internal Medicine, School of Medicine, University of São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil3Department of Pediatrics, School of Medicine, University of São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil.

Introduction: Multipotent mesenchymal stromal cells (MSC) infu-sions for type 1 diabetes mellitus (T1DM) are a novel therapeutic approach aiming immune modulation and preservation of residual pancreatic beta cells. MSC infusions are being used in our institu-tion to treat T1DM in an experimental protocol. Unlike most indica-tions for MSC applications, T1DM patients are immunocompetent and do not have co-morbidities, therefore allowing identification of subtle acute adverse effects to cell infusions. Our objective was to evaluate the occurrence of acute adverse reactions associated with allogeneic MSC infusions in T1DM patients. Patients and Methods: In our facility, we have a T1DM protocol with 8 already enrolled patients (4 adults and 4 children). Bone marrow (BM) MSC cultures were derived from BM-aspirates obtained from 9 related allogeneic donors selected according the current proto-col for BM transplantation. Clinical-grade MSCs were generated under good manufacturing practice conditions. BM mononuclear cells (MNC-BM) were obtained by Ficoll-HypaqueTM gradient centrifugation. MSCs were isolated by plastic adherence and expanded ex vivo by culturing in culture flasks (175 cm2) with α-MEM enriched with 15% of fetal bovine serum. At confluence, MSCs were harvested, washed and resuspended in saline solu-tion with 5% human albumin and 5% ACD and infused through a membrane filter (170μm). Microbial contamination was assessed in each passage and immediately before the infusion. The pa-tients have already received a total of 62 BM-MSCs infusions. Results: 7 out of 8 (87. 5%) patients presented some adverse re-action, all of them mild. The most commons adverse effects were [Number of patients experiencing adverse reactions (%); Total of adverse events (%)]: Headache [4 (50%); 11 (18%)]; Mild cough [3 (38%); 12 (19%)]; Fever [3 (38%); 5 (8%)]; Malaise [2 (25%); 10 (16%)]; Chills and tremors [2 (25%); 9 (15%)]; Thoracic pain (mild) [2 (13%); 5 (8%)]; Facial redness [2 (25%); 4 (7%)]; Respiratory discomfort (mild) [2 (25%); 3 (5%)] and Nausea [2 (25%); 2 (3%)]. One patient presented enlargement of both parotid glands, start-ing about 2hs after the third infusion, which persists to this day, 22 months after infusion. Ultra-sound evidenced bilateral parotid enlargement; and amylase serum levels persisted elevated up to four months. Parotid gland biopsy did not show abnormalities. Three patients had mild cough for 4-8 hs after infusions. One of them was submitted to spirometry, before and after the following infusion, which resulted normal despite recurrence of the same symptom (curiously, this patient also referred improvement of an associated atopic dermatitis after cell infusions). Two patients had a clinical picture suggestive of inflammatory reaction. All adverse effects resolved spontaneously or with analgesics. Discussion: Risks related to MSC infusions are not completely known. To date no significant adverse events were reported. However, there is a scarcity of reports of acute adverse reactions to MSC infusion. A confounding aspect is the background disease, which could influ-ence the appearance or perception of acute adverse effects. For

this reason, we believe that patients with T1DM are the most ad-equate group of patients to study this issue, as they are relatively healthy, and acute adverse events could be attributed exclusively to the infusion.

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cOnGELAMEnTO dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL E pLAcEnTÁrIO uTILIZAndO bOLsAs dE 25 ML, cÂ-MArA cOM dEcAIMEnTO prOGrAMAdO dE TEMpErA-TurA E ArMAZEnAMEnTO EM TAnQuE dE nITrOGÊ-nIO LÍQuIdO

Alvarez KCA1, Kondo AT1, Mazieiro DA1, Oliveira DC1, Araujo ICC1, Colesanti MV1, Campos TCXB1, Ribeiro AAF1, Sakashita AM1, Kut-ner JM1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) é uma fonte de células-tronco hematopoéticas, podendo ser uti-lizada em transplante de medula óssea para pacientes sem doa-dores compatíveis. O congelamento e armazenamento de SCUP são considerados pontos críticos ao processo. De acordo com a metodologia empregada pode haver variação na validade fi-nal do produto. Objetivo: Necessitando de técnicas alternativas para Backup, foi validado o processamento e congelamento em bolsas de 25 mL de SCUP, congeladas em câmaras com decai-mento programado de temperatura, armazenadas em tanques de nitrogênio líquido e posteriormente transferidas ao sistema Bio Arquivo. Material e Métodos: Na metodologia atual as bolsas são processadas e congeladas / armazenadas no sistema Bio Arquivo. Para a validação do método Backup foram analisadas 7 unidades de SCUP. O processamento foi similar ao utilizado na rotina, porém o congelamento foi realizado em câmaras com decaimento programado de temperatura, o armazenamento foi em tanques de nitrogênio liquido e, em até 48 horas, as uni-dades foram transferidas para o sistema Bio Arquivo. Resul-tados: A viabilidade média pré congelamento foi de 97%, as unidades permaneceram congeladas por um período médio de 48 dias (34-57). No descongelamento a viabilidade média, com corante tripan blue foi de 86% (79-96) e por citometria de fluxo foi de 74,5% (55-88). Realizado o ensaio clonogênico de todas as unidades com crescimento dentro do esperado, média de 6,98 x 105 (4,15-13,21). Conclusões: Embora 2 unidades te-nham apresentado viabilidade por citometria de fluxo de 55,2% e 58,2%, o crescimento de CFU foi dentro do esperado, 13,21 x 105e 4,2 x 105 respectivamente. O tempo entre o descongela-mento do material e a realização do teste pode ter influenciado no resultado final da viabilidade. A automatização do sistema Bio Arquivo para o congelamento e armazenamento das amostras é um grande diferencial à qualidade do produto dentro de um serviço de criopreservação. A técnica, congelamento programa-do, armazenamento em tanques de nitrogênio líquido e posterior transferência para o Bio Arquivo, estabelece um método backup válido de armazenamento temporário das unidades de SCUP. Para a utilização deste método um sistema de localização de bol-sas deve estar disponível.

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Temas livres/Abstracts - Terapia Celular

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VIAbILIdAdE cELuLAr dE cÉLuLAs prOGEnITOrAs HEMATOpOÉTIcAs: cOMpArATIVO EnTrE As TÉcnI-cAs dE TrIpAn bLuE E dE cITOMETrIA dE fLuXO

Alvarez KCA1, Kondo AT1, Mazieiro DA1, Oliveira DC1, Araujo ICC1, Colesanti MV1, Campos TCXB1, Cardoso PN1, Ribeiro AAF1, Sakashita AM1, Kutner JM1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O teste de Viabilidade Celular é uma avaliação qua-litativa das Células Progenitoras Hematopoéticas (CPH) realizada in vitro. O teste pode servir para validação de novas técnicas de processamento e criopreservação, controle de qualidade de coleta, congelamento e armazenamento de CPH ou avaliar o potencial do material a ser utilizado para transplante. O objetivo deste trabalho é comparar os resultados da viabilidade realizados pela técnica de coloração por tripan blue e por citometria de fluxo utilizando 7AAD. Material e Métodos: Foram analisadas: - 771 unidades pós pro-cessamento de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (SCUP), coletados no período de 04/2011 a 05/2012. - 63 unidades foram utilizadas para Controle de Qualidade, pós congelamento, sendo 8 unidades de Medula Óssea (MO), 20 unidades de Células Pro-genitoras de Sangue Periférico (CPSP) e 35 SCUP no período de 01/2011 a 05/2012. Para a técnica de tripan blue é acrescentado corante a amostra previamente diluída e realizada a contagem total de 200 células entre viáveis e inviáveis, em câmara de newbauer. Para a viabilidade por citometria de fluxo a amostra é marcada com 7AAD, incubada, as hemácias são hemolisadas e a leitura é em citômetro de fluxo. Resultados: As unidades de SCUP pós proces-samento tiveram média de viabilidade por tripan blue de 97,8% (87 - 100) e citometria de fluxo de 94,08% (77 - 99,5). Das unidades do controle de qualidade com testes pós descongelamento obtivemos os seguintes resultados: - MO com intervalo médio de congelamen-to de 66 meses (27-180) a média de viabilidade por tripan blue foi de 83,8% (70,5 - 90) e por citometria de fluxo 71,4 (48 - 88) - CPSP com intervalo médio de congelamento de 58 meses (16 - 100) a média de viabilidade por tripan blue foi de 81,9 % (70 - 93) e por citometria de fluxo 77,03 (53,1 - 91) - SCUP com intervalo médio de congelamento de 46 meses (13 - 77) a média de viabilidade por tripan blue foi de 86,5 % (73 - 98) e por citometria de fluxo 73,3 (45,2 -99). Conclusões: A técnica de citometria de fluxo demonstra maior especificidade em relação ao tripan blue. Amostras a fresco tem re-sultados com menor discrepância, demonstrando que o tempo entre o descongelamento da amostra e a realização do teste pode ter influência, principalmente no resultado da citometria de fluxo. Todas as amostras do Controle de Qualidade tiveram CFU com resultado dentro do esperado. O standard do FACT, AABB e a RDC 56 reco-mendam a análise da viabilidade celular pela técnica de citometria de fluxo. Como garantia de segurança o Hospital Israelita Albert Einstein padroniza as 2 técnicas em sua rotina.

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MÚLTIpLAs InfusÕEs dE cÉLuLAs MEsEnQuIMAIs ALOGÊnIcAs ApArEnTAdAs pArA dIAbETEs MELITO dO TIpO 1

Rodrigues MCO1, Moraes DA1, Couri CEB2, Liberatore-Junior RDR2, Prata KL1, Farias KCM1, Stracieri ABPL1, Barros GMN1, Zombrilli AF2, Simões BP1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

O diabetes melito do tipo 1 é uma doença autoimune, em que ocorre inflamação e destruição progressiva das células beta pancreáticas,

produtoras de insulina. As células mesenquimais (MSCs) têm sido aplicadas na medicina regenerativa por seus efeitos imunomodula-dores, por secreção de agentes tróficos e, possivelmente, por induzir reparo de tecidos lesados. O presente estudo avaliou a segurança e eficácia de injeções endovenosas de MSCs derivadas de medula óssea de doadores aparentados, em pacientes portadores de diabe-tes melito do tipo 1 recém diagnosticado. Oito pacientes, com idade variando de 12 a 31 anos, sendo seis do sexo feminino, todos tendo recebido o diagnóstico de DM1 há menos de 6 semanas, foram in-cluídos no estudo. Os doadores foram parentes de primeiro grau não portadores de diabetes ou qualquer outra doença autoimune. Aproxi-madamente 100ml de medula óssea foram aspirados do osso ilíaco em centro cirúrgico, sob sedação e ventilação não-invasiva. O mate-rial foi prontamente enviado a laboratório de cultura celular do Hemo-centro e Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto. Após aproxima-damente 5 semanas em cultura, e obtenção de número suficiente de células (mínimo de 1 x 106 MSCs/kg do receptor por dose), as células passaram a ser infundidas nos receptores diabéticos. Cada paciente recebeu 7 ou 8 infusões endovenosas, sendo as 3 ou 4 primeiras com intervalo semanal, e as demais com intervalo mensal. O número médio de células infundidas por paciente foi de 2,7 x 106MSCs por quilograma de peso, por dose, variando de 1,2 a 7,1 x 106. Duas des-sas pacientes, entretanto, receberam doses mais elevadas de MSCs, comparadas àquelas dos demais pacientes. Todos os pacientes fo-ram acompanhados durante todo o período do estudo por equipe de transplante de medula óssea, hemoterapia e endocrinologista. Não houve eventos adversos graves durante ou sucedendo as infusões de células mesenquimais, mas alguns pacientes apresentaram tosse seca, cefaléia, febre. mialgia, náuseas e rash cutâneo, entre outros eventos leves relatados, que foram associados às infusões e pron-tamente resolvidos com medicamentos sintomáticos. Duas pacien-tes, coincidentemente aquelas que receberam maiores doses de células, apresentaram diminuição importante das necessidades insulínicas após as infusões, mantendo uso de baixas doses de insulina exógena (<0,2 UI/kg/dia) por pelo menos 33 e 21 meses após a última dose de células. Uma dessas pacientes apresentou gestação após o término das infusões, que evoluiu a termo, sem intercorrências e sem descompensação do diabetes. Os demais seis pacientes apresentaram redução transitória e não distinguível de fase de “lua de mel”durante as infusões, retomando o uso de doses semelhantes às iniciais ao término das infusões. Três pa-cientes concluíram as infusões dentro dos últimos três meses, tem-po ainda curto para afirmar resultados terapêuticos. Soro e sangue de todos os pacientes encontram-se armazenados, para análises imuno-lógicas e para dosagem de peptídeo C endógeno. Tais análises serão realizadas quando todos os pacientes completarem pelo menos seis meses de seguimento pós-infusões. Conclui-se que as infusões de MSCs são seguras, porém sua eficácia mostra-se variável entre os pacientes, devendo ser avaliados fatores que possam ter influenciado tal variabilidade, como a dose de células infundidas.

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prOducTIOn Of HEMATOpOIETIc sTEM/prOGEnI-TOr cELLs frOM HuMAn EMbryOnIc sTEM cELLs

Costa EBO1,2, Orellana MD2, Magalhães DAR2, Wagatsuma VMD2, Silva RB2, Moreira LF2, Haddad SK2, Covas DT2, Fontes AM1,2

1Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Te-rapia Celular

Hematopoiesis has been well described in murine models in re-cent decades, however, studies demonstrating the mechanisms of hematopoiesis in humans are still scarce. The first human embryonic stem cells line (hESCs) derived in 1998, has gener-ated new perspectives about the study of hematopoiesis as in

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Temas livres/Abstracts - Terapia Celular

60 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):57-60

attempting to mimic what naturally occurs during embryonic de-velopment, as for clinical application of hematopoietic cells ob-tained from the differentiation of these cells. However, although numerous studies have shown the production of hematopoietic cells derived from hESCs, the protocols have generated varying quantities of cells with low efficiency and functional properties of primitive stem cells. Thus, this study sought to establish a novel model for hESC-H1 differentiation in hematopoietic progenitor cells so that they could be better characterized and obtained more efficiently. For this way, we developed an in vitro differentiation system based on co-culture of hESC-H1 line with murine stromal cells in differentiation medium supplemented with fetal calf se-rum (FCS) and cytokines and hematopoietic growth factors in low concentrations. As a result, the development of this study allowed the establishment of a method for generation of mixed population of cells enriched in hematopoietic progenitor cells positive for the marker CD45, which proved to be co-expressed with other hema-topoietic markers (CD31, CD43, CD71 and CD38), and mature hematopoietic cells positive for myeloid-specific markers (235a, CD14, CD15, CD16) and morphological characteristics typical. It was shown that these cells expressed genes related to primitive and definitive hematopoiesis (CD45, CD31, runx1, TAL1, LMO2, prom1, CD34 and NOTCH1), and had clonogenic potential in vitro of 1/574 plated cells. In addition, we corroborate the findings that hematopoietic cells have two distinct origins: they can arise as from the hemogenic endothelium as from cells with hemangio-blastic properties by hemogenic endothelium-independent way. The observations of the predominance of lineage-specific precur-sors during differentiation opens up alternatives to select specific cell populations to direct the differentiation to specific mature he-matopoietic lineages in vitro for future clinical applications and insights into ontogeny of hematopoietic lineages, both in ES cell-derived cultures and during normal development. Cytochemical, ultrastructural and functional studies in vivo are being conducted to better characterize these cells. Financial support: CNPq, INCTC, FAPESP, FINEP.

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ArMAZEnAMEnTO dE unIdAdEs ApArEnTAdAs EM uM bAncO pÚbLIcO dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbI-LIcAL

Santos SVF1, Marti LC1, Ribeiro AAF1, Alvarez KCA1, Cipolletta ANF1, Seber A2, Odone V1,3, Hamerschlak N1, Kondo AT1, Sakashita AM1, Kutner JM1

1Hospital Israelita Albert Einstein2GRAACC - Grupo de apoio ao adolescente e à criança com câncer3ITACI - Instituto de tratamento no câncer infantil do Departamento de Pediatria da FMUSP

Introdução: O Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical (BPSCU) do Hospital Israelita Albert Einstein iniciou suas ativida-des em 2004 e até abril de 2012 foram coletadas 8468 unidades de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP). O SCUP é uma fonte alternativa para o transplante de medula óssea, ten-do como vantagem a rápida disponibilidade e menor exigência de compatibilidade em comparação com outras fontes. Existem situ-ações onde um paciente que está em tratamento para doenças com indicação para transplante de medula óssea e há a oportu-nidade de coleta de SCUP aparentado. Estas unidades aparenta-das são direcionadas exclusivamente para o paciente e estudos demonstram probabilidade de uso quando a coleta é realizada en-tre parentes de primeiro grau, isto é, entre irmãos. Entre as 8468 unidades coletadas, 5 tiveram indicação médica para uso aparen-tado. De acordo com os critérios do BPSCU qualquer solicitação de coleta SCUP aparentada deve seguir um protocolo, que conste solicitação médica incluindo o diagnóstico do receptor. O BPSCU

somente atenderá esta solicitação mediante a aprovação do Co-mitê Médico. Método: 05 unidades aparentadas coletadas pelo BPSCU foram realizadas de acordo com o procedimento operacio-nal padrão. O diagnóstico dos receptores foram, 03LLA, 02 LMA. Destas 05 amostras coletadas, 04 atingiram os critérios mínimos para processamento e armazenamento. Destas 04 unidades co-letadas 01 foi transplantada. O transplante foi realizado em uma criança com LLA, e resultou em sucesso, sendo que o período de aplasia medular foi inferior a 15 dias. Conclusão: Embora a coleta aparentada de SCUP seja uma opção para o tratamento de alguns pacientes, muito pouco deste trabalho é divulgado. Este tipo de transplante tem sido relacionada com alta taxa de sucesso de acordo com dados internacionais .

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TransplanTe

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TrAnspLAnTE

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs pArA EscLErOsE sIsTÊMIcA

Rodrigues MCO1, Moraes DA1, Stracieri ABPL1, Darrigo-Junior LG1, Barros GMN1, Pieroni F1, Elias JB1, Zombrilli AF1, Feliciano JV1, Si-moes BP1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

A esclerose sistêmica é uma doença autoimune grave e debilitante, cujo tratamento tem eficácia limitada. Casos graves, com acometi-mento cutâneo difuso e/ou envolvimento visceral, apresentam taxas de mortalidade que variam de 30 a 50% em cinco anos. O transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas tem sido avaliado em todo mundo como uma opção terapêutica para casos graves ou refratários ao tratamento convencional. No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, 37 pacientes foram incluídos no período de 2004 a 2012, com média de idade de 32. 5 (5 a 58) anos, sendo 28 do sexo feminino. Células tronco hematopoéticas autólogas mobilizadas com ciclofosfa-mida e G-CSF foram colhidas por aférese a partir do sangue periféri-co. A seguir, os pacientes receberam um regime de condicionamento imunoablativo, contendo 200mg/kg de ciclofosfamida e globulina anti--timocitária de coelho, seguido por infusão endovenosa das células previamente colhidas e criopreservadas. Trinta e quatro pacientes foram acompanhados durante uma mediana de 29 (6-70) meses. O escore de Rodnan modificado, que quantifica o grau de acometi-mento cutâneo, diminuiu significativamente (p<0. 0001), a partir de 6 meses pós-transplante. A taxas de difusão pulmonar de CO (DLCO) e a capacidade vital forçada (CVF) permaneceram estáveis (p>0. 05) durante o acompanhamento pós-transplante. Um paciente apresen-tou reativação da doença seis meses pós-transplante e outro pacien-te não respondeu ao procedimento, mantendo atividade da doença. Uma paciente apresentou melhora cutânea e desistiu de participar do estudo após a coleta das células-tronco. Uma paciente apresentava doença muito avançada e evoluiu para óbito por pneumonia aspira-tiva, durante a fase de mobilização. Uma segunda paciente evoluiu para óbito durante a fase neutropênica pós-transplante, devido a sepse por Acinetobacter baumannii . O transplante de células-tronco autólogas é um tratamento viável para esclerose sistêmica, com re-versão parcial e sustentada do envolvimento cutâneo e estabilização do acometimento pulmonar intersticial.

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AspEcTOs psIcOLÓGIcOs E QuALIdAdE dE VIdA dE pAcIEnTEs cOM EscLErOsE sIsTÊMIcA subMETIdOs AO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO-HEMATOpOÉ-TIcAs: uM EsTudO LOnGITudInAL

Moraes RBN1, Oliveira-Cardoso EA1

1Universidade de São Paulo

A esclerose sistêmica (ES) é uma doença auto-imune (DAI) do teci-do conjuntivo, crônica, multissistêmica, de etiologia não definida. O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) atualmente é uma opção de tratamento para a ES. Contudo, como se trata de uma terapêutica relativamente recente, são necessários estudos sobre as implicações do TCTH na qualidade de vida (QV) dos pacientes com esse tipo de doença auto-imune. O objetivo deste estudo foi avaliar a implicação do TCTH nos aspectos emocionais e qualidade de vida de pacientes com ES que foram submetidos ao procedimento. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. Foram avaliados 14 pacientes, sendo 12 mulheres e dois homens, com ES submetidos ao TCTH. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram o Questionário

Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida (SF-36), o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) e a Escala Hospita-lar de Ansiedade e Depressão (HAD) e uma entrevista semi-estrutu-rada. A coleta de dados foi realizada em duas etapas: na internação do paciente (pré-TCTH), na enfermaria, e um ano após o transplante (pós-TCTH), nos retornos ambulatoriais. Os instrumentos foram apli-cados individualmente, em situação de face-a-face. Os dados foram analisados segundo as recomendações específicas de cada técnica e a entrevista foi analisada qualitativamente, mediante a análise de conteúdo temática. Os resultados indicam que antes do TCTH havia um comprometimento na QV, em especial na capacidade funcional, aspectos físicos e dor. O domínio mais preservado nesse momento era o emocional. Nessa etapa, oito pacientes apresentam quadro de ansiedade e dois de depressão. Doze pacientes apresentavam quadro de estresse, a maioria na fase de alerta. Após o transplante, o aspecto menos favorecido da QV foi o físico, e o mais preservado passou a ser a capacidade funcional. Seis pacientes tinham quadro de ansiedade e dois de depressão, 12 apresentavam estresse, com cinco pacientes já na fase de exaustão. As entrevistas mostram o diagnóstico como um divisor de água nas suas vidas, acompanhado de medo e desespero. O TCTH aparece como uma esperança de estabilização do quadro clínico. Pós-TCTH os pacientes lidam com as limitações inerentes ao TCTH, que dificultam o cotidiano. Apresentam esperança de retomada da vida tal como era antes do adoecimento. Conclui-se que, um ano pós-TCTH os pacientes apresentam melhora na qualidade de vida, di-minuição no nível de ansiedade e aumento no nível de estresse, fato esse relacionado com as implicações da terapêutica.

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prOspEcTIVE EVALuATIOn Of sALIVA In ALLOGE-nEIc-HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnTIOn (HscT) rEcIpIEnTs.

Boer CC1, Corrêa MEP1, Silva AA1, Feio PS1, Aranha FJP1, Shcaira VRL1, Souza CA1, Vigorito AC1

1Universidade de Campinas - Centro de Hematologia e Hemoterapia

Background: The salivary condition was evaluated in allogeneic HSCT patients. Patients and Methods: Oral health by the DMFT, Plaque and Gingival indexes was prospectively monitored. Hyposali-vation was clinically determinate and quantified. Results: Among 33 patients evaluated, the median of DMFT, GI and PI indexes, before and after HSCT were similar, indicating regular dental condition with gingival inflammation and plaque accumulation. Before transplant, salivary flow rate was normal in all 33 patients (0. 5mL/min), 6 re-ported xerostomia and 26 (78. 8%) had at least one clinical sign of hyposalivation. At 8-10 days post-HSCT salivary flow rate was normal in 30 patients and one presented hyposalivation, 15 (48. 4%) reported xerostomia and 26 (83. 9%) had clinical signs of hyposali-vation. At 80-100 days, 18 evaluated patients presented normal sali-vary flow, however 7 had persisted with xerostomia, and 16 (88. 8%) had clinical signs of hyposalivation. Conclusion: Clinical hyposali-vation and xerostomia were observed, despite normal flow rate. Oral health status has not changed significantly.

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EpIsTAsIs AMOnG IL-6, IL-10, MpO And Tnf-A GEnE pOLyMOrpHIsMs In AscT

Fmb T1, Mr L2, Hs D3, Mhs S4, Al S5, A M3, M N3, Bp S1

1FMRP-USP, Departament of Internal Medicine, Ribeirão Preto2FMRP-USP, Departament of Pharmacology, Ribeirão Preto3Clementino Fraga Filho Hospital, UFRJ, Rio de Janeiro4Clinical hospital, FMRP-USP, Ribeirão Preto5FMRP-USP, Departament of Genetics, Ribeirão Preto

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Background: Multiple myeloma (MM) is a plasma cell neoplasm characterized by production of a monoclonal protein, bone de-struction and susceptibility to infections. The introduction of ASCT increased the overall survival of these patients, but infection still re-mains an important complication of the procedure. SCT increases patient’s vulnerability to infections due to immunological changes related to the conditioning regimen, and bacterial, viral and fungal infections represent the major obstacles to the success of this pro-cedure. The increased levels of cytokines expression, that involved by pathogeneses of MM, like TNF-α, IL-6 and 10, have an important relationship with the response immune and disease progression. SNPs in the promoter region of cytokine genes are responsible for altering the levels of expression, thereby affecting the stage of the disease and the immune response. It has been considered that the immune response is modulated by the interaction of several factors or gene products on related on pathophysiology. Objectives: Based in hypothesize that SNPs in this cytokine genes may be associated with the infection susceptibility, either when considered alone or combined in haplotypes and the gene-gene interaction analysis of the SNPs in these biologically related genes. We performed associa-tion analysis of single polymorphisms, the combination of SNPs in haplotypes and epistasis or gene-gene interaction analysis. Meth-ods: Through the infection status of the patients for the following conditions: fever of unknown origin (FUO), Death during the neu-tropenia phase, fungous blood stream infection (F. BSI), superin-fection (SI), bacteremia, invasive fungous infection. Genomic DNA was extracted from mobilized peripheral-blood stem cells of 148 patients from the Bone Marrow Transplantation unit of UFRJ. Ge-notyping was carried out for the SNPs MPO (G463A), IL-6 (-174G/C), IL-10 (A-1082G, A-592C e T-819C) and TNF-α (G-308A) using the Real-time PCR assay and PCR-RFLP. Haplotype frequen-cies were estimated with Haplo. stats® and all the other statisti-cal analysis were performed with SPSS®. Gene-gene interaction analysis was performed by Multifactor Dimensionality Reduction (MDR®) method. Results: We have not observed deviations from the Hardy-Weinberg equilibrium for the genotypes. The TNF-α SNP was significantly associated with FUO origin (p=0. 03), IL-6 SNP was associated with fungemia (p=0. 04) and Death (p=0. 02), and IL-10 SNP was associated with SI (p=0. 02). Interestingly, the IL-10 “ATA”haplotype was also associated with superinfection (p=0. 016). In addition, the “ATA”haplotype was associated with F. BSI (p=0. 004) and the “ACC”haplotype was associated with Gram-negative bacteremia (p=0. 040) and SI (p=0. 048). Epis-tasis analysis revealed a significant interaction model between TNF-α G308A and IL-6 G174C polymorphisms when compared the groups with and without bacteremia (Balanced Accuracy=0. 6021, Cross Validation Consistency=10/10, p=0. 0380). Conclu-sions: The results showed that despite the primary predisposition to infection typical of MM, the presence of the variants studied sig-nificantly affected the susceptibility to serious infections and out-comes of ASCT. Moreover, our findings from epistasis analysis in-dicate that the interaction of polymorphisms may be more important than the effects of SNPs for the immune response associated with the infection susceptibility in ASCT.

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AnALysIs Of cd34+ cOLLEcTEd cELLs nuMbEr Af-TEr dIffErEnT InducTIOn rEGIMEns In pATIEnTs wITH MuLTIpLE MyELOMA undErGOInG AuTOLO-GOus sTEM cELLs TrAnspLAnTATIOn (AscT)

Crusoe EQ1, Higashi F1, Camargo MPN1, Quero AA1, Miranda E2, Marret ACF1, Barros JC1, Sampaio M1, Peres AL1, Cury P1, Chiattone CS1, Hungria VT1

1Disciplina de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de Sao Paulo2UNICAMP

Introduction: The high-dose chemotherapy followed by (ASCT) re-mains the treatment of choice for patients with multiple myeloma (MM) eligible to ASCT. Until recently the most used induction therapy was the combination of vincristine, doxorubicin, and dexamethasone (VAD). Factors such as age, disease status, prior radiotherapy, treat-ment protocols, the mobilization regimen used and type of agent used for induction, especially alkylating agents, can influence the number of collected cells. The VAD regimen rarely results in failure to collect stem cells. Currently, several new drugs combinations such as tha-lidomide, bortezomib and lenalidomide have been used for induction before ASCT. However, there are few studies describing the impact of these new agents in the number of CD34+ collected cells. Aims: Analyze the number of CD34+ collected cells after comparison three different induction regimens: VAD vs Cyclophosphamide + Thalido-mide + Dexamethasone (CTD) vs Thalidomide + Dexamethasone (TD). Patients and Methods: Retrospective historic cohort of MM eligible ASCT patients who underwent different induction regimens (VAD, TD and CTD). Data were collected from patients treated be-tween August 2004 and December 2011. The sufficient cell number collection for transplantation in our center was greater than or equal to 2 x106/Kg. Patients with MM who underwent induction with VAD, TD or CTD were included. Mobilization was performed with GCSF, and GCSF + cyclophosphamide. We excluded patients who under-went induction with bortezomib, dexamethasone alone or patients who underwent more than eight induction cycles. Statistical analysis was performed with SPSS 15. 0. Continuous variables were ana-lyzed by ANOVA test (tree groups) or, Student’s t test (two groups). Results: One hundred and six MM patients submitted to ASCT were selected. Seventeen patients were excluded, remaning 89 analyz-able patients. All the analyzed variables had a similar distribution between the three groups allowing comparability. The median age at diagnosis was 55. 5 years old (30-70). 50. 6% of the patients were male. The immunoglobulin subtypes at diagnosis were: IgG - 49. 4%, IgA - 24. 7%, lighy chain- 19. 1%, IgM - 1. 4% and non-secretor - 3. 4%. Durie-Salmon stage was IIIA/B-88% and IIA/B-12%. Number by induction + mobilization scheme: VAD+ (Cy+GCSF)- 28 cases, VAD+GCSF- 10, CTD+GCSF- 19, TD+GCSF- 31. The median CD34 + collected cells were: VAD + (Cy + GCSF)/ GCSF – 5. 4x106/Kg; CTD+GCSF-2. 9x106/Kg and TD+GCSF -2. 8x106/Kg. The median number of apheresis to VAD+ (Cy + GCSF), CTD and TD was one and the group that performed VAD+GCSF required a median of 1. 5 apheresis. The general analysis of the number of CD34+ collected cells showed differences between the groups with the advantage of greater numbers to the CY+GCSF group (p =0. 02). However, when analyzing the collection of CD34+ cells among the different groups that used only GCSF as mobilization, there were no differences (p=0,146). Conclusion: The cell number collected was higher in the VAD group. However, both CTD and TD combination as induction and GCSF alone as mobilization allow sufficient CD34 + cells col-lection to perform an ASCT. It becomes clear that cyclophosphamide associated with TD scheme does not interfere in the cell collection.

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nursInG cArE On bOnE MArrOw TrAnspLAnTA-TIOn: ALTErEd funcTIOnAL HEALTH pATTErns

Coletto ELO1, Felix JVC1, Boller S1, Merces NNAD1

1Universidade Federal do Paraná

The hematopoietic stem cell transplantation (HSCT), also named bone marrow transplantation (BMT), is used to reconstruct the he-matopoietic and immune system in several malignant and non ma-lignant diseases. It is based on the elimination of original sick bone marrow using an immunosuppressive therapy. Although it is a high potential curative therapy, its risks are also very high. The objec-tive was to identify the Functional Health Patterns during the initial period of hematopoietic recovery and its implication for nursing care

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in the post HSCT. It was performed a quantitative, descriptive and retrospective documentary research, in a teaching hospital in the state of Paraná during August to October in 2010. It was used 30 charts of patients who had been treated with HSCT in 2009 that were randomly selected. In the sample, patients aging 0-14 years were prevalent corresponding to 46,6%. Male gender was also prevalent being 60% of the studied group. The majority was single (73,4%), Caucasian (93,4%), had no occupation (60%), and was from the state of Paraná (46,6%). The most prevalent diseases in the sample were Acute Lymphoblastic Leukaemia (23,3%) and Fanconi Anemia (16,7%). The most frequent transplant was the bone marrow alloge-neic related transplantation, with 60%. From the data analysis, it was able to identify the major changes in health status and classify them in the NANDA Taxonomy II. Thus, the modified domains and classes were established. The domains mainly altered were: safety/ protec-tion, nutrition and elimination and replacement. The domain Safety/protection was the main dysfunctional. The Injury class showed the greater number of patients with alterations, corresponding more than 80% of the sample, during the days post HSCT D+3 to D+14. The classes Ingestion and Hydration were changed in the Nutrition do-main, chiefly during D+6 to D+16. Ingestion was altered in more than 80% of the sample during D+6 to D+10. In Elimination and Replace-ment domain, the gastrointestinal class showed the most significant change. It was dysfunctional chiefly during D+1 to D+18, with a peak in D+10, covering approximately 50% of the group studied. After the definition of the domains and classes, it was settled the main Gor-don’s Functional Health Patterns changed, that was the cognition/perception pattern. Thus, the chief demands of nursing care in HSCT were identified. The success of the transplant depends on the qual-ity of care provided to patients by the nurse, the professional who stays 24 hours close to the patient. The role of nursing is to promote comfort, well-being to the patient and reduce the risk of complication. After evaluating and classifying the main changes, it is possible to make more effective nursing interventions.

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dIffErEnT OuTcOMEs bETwEEn cycLOpHOspHAMIdE pLus HOrsE AnTITHyMOcyTE GLObuLIn And cycLO-pHOspHAMIdE pLus rAbbIT AnTITHyMOcyTE GLOb-uLIn fOr HLA-IdEnTIcAL sIbLInG bOnE MArrOw TrAnspLAnTATIOn In sEVErE ApLAsTIc AnEMIA

Atta EH1, Sousa AM1, Schirmer MR1, Bouzas LF1, Nucci M2, Abde-lhay E1

1Instituto Nacional de Câncer2Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, UFRJ

Introduction: The standard regimen for HLA-identical sibling bone marrow transplant (BMT) in severe aplastic anemia (SAA) is cyclo-phosphamide (CY) and horse antithymocyte globulin (ATG). Horse ATG was replaced by rabbit ATG in many countries due to the un-availability of the former product. This study was designed to assess if these ATG preparations are interchangeable in the preparative regimen for matched related BMT in SAA. Patients and Methods: Forty consecutive BMT were retrospectively analyzed, 20 received CY plus horse ATG and 20 received CY plus rabbit ATG as the pre-parative regimen. Conditioning with CY (50 mg/kg on days -5 to -2) plus horse ATG (Lymphoglobulin®30 mg/kg on days -5 to -3) was performed from June 1995 to October 2004. Due to the unavailability of the horse preparation in Brazil, rabbit ATG (Thymoglobulin®2 mg/kg on days -4 to -1) plus CY at the same dose became the current preparative regimen since November 2004. Results: The day +100 probability of acute GVHD grades II-IV was 35. 2% (95% confidence interval [CI] 13. 8%-57. 7%) and 0% (95% CI not applicable) in re-cipients of horse ATG and rabbit ATG, respectively (p=0. 009). The three-year cumulative incidence of moderate-severe chronic GVHD was 34% (95% CI 11. 5%-58. 2%) and 0% (95% CI not applicable)

in recipients of horse and rabbit ATG, respectively (p=0. 04). The day +100 probability of proven/probable invasive fungal disease was higher in patients conditioned with rabbit ATG, 31. 2% (95% CI 12. 1%-52. 7%) versus 5. 5% (95% CI 0. 3%-23. 0%), respectively (p=0. 04). The day +100 cumulative incidence of CMV reactivation was similar between patients conditioned with horse and rabbit ATG, 76. 4% (95% CI 46. 0%-91. 1%) and 76. 4% (95% CI 46. 0%-91. 1%), respectively (p=0. 36). However, the median time to CMV reactiva-tion was shorter in recipients of rabbit ATG (40 versus 50 days, p=0. 02). An inferior lymphocyte count on days +30 (0. 360 versus 0. 814 x 109/L, p=0. 01) and +90 (0. 744 versus 1. 330 x 109/L, p=0. 006) was noticed in recipients of rabbit ATG. Chimerism assessment was available in 26 out of the 30 patients surviving beyond day +100. The distribution of full donor, transient mixed, and stable mixed chi-merism was different between patients conditioned with horse ATG (81. 8%, 0%, and 18. 2%, respectively) and rabbit ATG (13. 3%, 6. 7%, and 80%, respectively) (p=0. 002). The median ALC was inferior in patients with mixed chimerism in comparison with those with full donor chimerism on days + 30 (0. 478 versus 0. 770 x 109/L, p=0. 07), +60 (0. 745 versus 1. 031 x 109/L, p=0. 03), and +90 (0. 809 versus 1. 270 x 109/L, p=0. 07). The day +100 mortality rate was similar between recipients of horse and rabbit ATG: 25% (95% CI 8. 7%-45. 4%) and 25% (95% CI 8. 7%-45. 4%), respectively (p=0. 87). Likewise, the one-year survival was similar between the two regimens, 65% in the CY plus horse ATG group and 63. 3% in the CY plus rabbit ATG group (p=0. 87). The main cause of death was GVHD-related complications in recipients of horse ATG (four out of ten) and infectious-related in recipients of rabbit ATG (four out of eight). Conclusion: Our results suggest that horse and rabbit ATG preparations should not be used interchangeably in the preparative regimen of matched sibling BMT in SAA.

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MInIMAL rEsIduAL dIsEAsE In AcuTE MyELOId LEuKEMIA (AML) And HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnTATIOn (HscT) - A rETrOspEcTIVE sTudy

Ikoma MRV1, Colturato VAR1, Marques C1, Penitenti M1, Simio-ne AJ1, Machado CM1, Mauad LMQ1, Souza MP1, Azevedo WM1, Mauad MA1

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital Amaral Carva-lho - Jaú-SP

Minimal Residual Disease (MRD) is an important criterion to define risk of relapse in Acute Leukemia (AL). The most powerful meth-ods for MRD characterization are PCR, and flow cytometry (FCM). Although PCR is more sensible that FCM, respectively 10−4 and 10−3 logs, FCM is more applicable than PCR, usually more than 80% versus less than 50% to PCR. In patients eligible for HSTC, the value of MRD is being studied and some results showed impli-cations both in overall survival (OS) as in event free survival (EFS). The RCI seems to be influenced by the presence or absence of MRD, as well. Nowadays the most important factor that influences survival is the relapse. Then, the earlier relapse detection has a potential to improve the therapeutic Results: We presented the results of MRD before and after HSTC and its prognostic signifi-cance. Other evaluated factors were: age, acute and chronic GVHD (aGVHD and cGVHD), cell source (bone marrow, peripheral blood, cord blood), ATG use, myeloablative conditioning or not, related (RD) and unrelated donor (UD), donor gender and disease status. Bone marrow of 112 AML patients were analyzed by FCM, since January/ 2008 until April / 2011. The evaluation was made in ir-regular period of time with variable number of samples by patients. They were from 1 to 61 years old. It was considered for analysis the patients that had MRD > 0,1% and < 5%. It was considered as negative result MRD < 0,1%. A dual laser FACSCaliburTM flow

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Temas livres/Abstracts - Transplante

65Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

cytometer was used to data acquisition and analysis. Four color panels of monoclonal antibodies were chosen according the initial disease phenotype. Cell Quest Software was used for acquisition data and PAINT-A-GATE PRO and Infinicyt TM for FMC analysis. It was done a live gate in reference markers and it was acquired a minimum of 500000 total events in each tube. Statistical analysis were performed by Kaplan Meier curves for OS e EFS and Cox regression. It was observed statistical significance in univariate analysis related to OS the following factors: RD (64%) x UR (42%) (p = 0,002), no ATG use (64%) x ATG use (44%) x (p = 0,003%), no aGVHD (63%) (p = 0,016) x aGVHD II to IV (50%), age > 40 years old (yo) (70%), 20 to 40 yo (59%) and < 20 yo (46%) (p = 0,048), MRD after HSCT <0,1% (77%) and > 0,1% (36%) (p=0,001). The other factors did not show statistical significance with a negative tendency to cord blood use (p = 0,079). To RCI, the significance was observed in: patient age < 21 yo (52%), 21 to 40 yo (30%) and > 40 yo (21%) (p=0,015); and MRD after TCTH > 0,1% (73%) x MRD < 0,1% (15%) (p = 0,000). Exerted statistical tendency: MRD < 0,1% before HSCT (p = 0,06), 1st remission (p = 0,07) and cGVHD (p = 0,08). The group of 44 patients that did not has MRD neither before or after HSCT showed OS of 85% in three years and 11% of RCI. The five morphologic relapses observed in this group suggest that a regular monitorization of MRD must be done. The only factor that kept statistical significance in multivariate analysis was MRD > 0,1% after TCTH in RCI (p = 0,001 HR = 9,93) and for OS (p = 0,001 HR = 3,77). In conclusion, the presence of MDR > 0,1% was the only independent prognostic factor for survival and relapse in AML patients after HSCT.

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VALIdATIOn Of THE EbMT rIsK scOrE fOr sOuTH brAZILIAn pATIEnTs subMITTEd TO ALLOGEnEIc HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnTATIOn

Araujo BSGSP1, Rigoni LDC1, Ottoni EL1, Paz A1, Fischer GB1, Bit-tencourt R1, Daudt LE1, Silla LMR1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Background: Allogeneic Hematopoietic Stem Cell Transplantation (HSCT) is a treatment modality able to cure many hematological disorders. Although utilized with increasing frequency and success, it is still associated with a high transplant related mortality rate. In 2009, the EBMT risk score was validated as a simple tool to predict outcome after allogeneic HSCT for acquired hematological disorders. Objectives: The aim of this study was to validate the applicability of the EBMT risk score for allogeneic HSCT on south Brazilian patients, from a single center. Methods: A retrospec-tive observational study was performed based on patients’records and data base of Hematology and Bone Marrow Transplantation Department at Hospital de Clínicas de Porto Alegre, including all allogeneic transplants for malignant and severe aplastic anemia from 1994 to 2010. Patients were categorized according to EBMT risk score and overall survival (OS), non-relapse mortality (NRM) and relapse rate (RR) were analyzed. Results: There were 278 evaluable patients, of whom 56% were male, and the median age was 32 years. OS, NRM, and RR at five years median follow up, were 48. 7%, 40. 7%, and 30. 7%, respectively. The OS was 81,8% for risk score 0 and 0% for score 6 (p<0. 001), and NRM 13. 6% and 80% for risk score 0 and 6, respectively (p=0. 001). Advanced disease stage was associated with an increased RR in all evalu-ated neoplastic disorders. Conclusion: The EBMT risk score can be utilized as a tool for clinical decision-making before allogeneic HSTC for malignant hematological diseases and severe aplastic anemia at a single center, in Brazil.

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pErfIL nuTrIcIOnAL dE pAcIEnTEs prÉ E pÓs--TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉ-TIcAs ATEndIdOs nO AMbuLATÓrIO dO HOspITAL dE cÂncEr dE bArrETOs

Mazula CR1

1Fundação PIO XII

Introdução: A avaliação do estado nutricional dos pacientes subme-tidos ao Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) é importante para estabelecer risco nutricional. A estratégia para esta avaliação baseia-se na avaliação de fatores prognósticos positivos ou negativos, através de quatro tipos de dados: critériosantropomé-tricos e biológicos (peso, IMC, albumina, pré albumina e variação ponderal), qualitativa (o nível de consumo de energia) e quantitativa (coleta prospectiva do consumo alimentar). A presença de desnu-trição antes do TCTH é um fator prognóstico negativo comprome-tendo as taxas de sobrevida destes pacientes após procedimento. O mesmo acontece com infecções, anorexia, estado da doença e máximo das quimioterapias anteriores. Objetivo: Identificar e com-parar o perfil nutricional pré e pós TCTH de pacientes atendidos ambulatorialmente. Matériais e Métodos: Os dados foram obtidos através de análise retrospectiva de um banco de dados contendo informações nutricionais e de variação ponderal, realizado por uma única nutricionista no Hospital de Câncer de Barretos durante um período de Março/2011 a Março/2012. Resultados: Foram reali-zados 231 atendimentos: 44 pacientes no pré TCTH e 187 aten-dimentos no pós TCTH, sendo que no pós TCTH existe paciente com mais de um atendimento. No perído pré TCTH observou-se: 75% dos pacientes não apresentam perda ponderal; 20,4% perda significativa (1-2% em 1 semana; 5% no mês; 7,5% em 3 meses e 10% em 6 meses); 4,5% perda grave (>2% em uma semana; >5% no mês; >7,5% em três meses e >10% em seis meses). Quanto ao diagnóstico nutricional: 36,3% eram eutróficos; 11,3% foram con-siderados desnutridos; 25% sobrepeso e 37% obesos. Em compa-ração a variação ponderal dos atendimentos pós TCTH, nota-se: 63,4% sem perda ponderal; 27% perda significativa e 9,6% perda grave. Quanto ao diagnóstico nutricional: 29% eutróficos; 26,3% desnutridos; 31,7% sobrepeso e 18,2% obesos. Conclusão: A in-tervenção nutriconal pré e pós TCTH é essencial em prever e diag-nosticar alterações nutricionais que comprometem uma melhora na qualidade de vida destes pacientes.

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pErfIL dOs pAcIEnTEs subMETIdOs AO TrAns-pLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs nO HOspITAL dE cÂncEr dE bArrETOs

Esteves MFV1, Silva RC1, Pereira VPO1, Moretto EA1, Souza GM1, Rossine SM1, Paton EJA1

1Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de Barretos

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma modalidade terapêutica capaz de reconstituir o sistema hematopoético e imunológico, acometidos por doenças hematológicas, oncológicas e onco-hematológicas. Os TCTHs podem ser divididos basicamente em 3 tipos: autólogo, singênico e alogênico que se divide em aparentado e não – aparentado. A fonte de células pode ser a medula óssea, o sangue periférico ou o cordão umbilical. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológi-co de pacientes submetidos ao TCTH no Hospital de Câncer de Barretos, no período de Setembro de 2003 a Maio de 2012. Mate-rial e Método: Trata-se de um estudo retrospectivo de natureza descritiva, com base no “Livro de Registro de Transplante”em uma

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Temas livres/Abstracts - Transplante

66 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

Unidade de Transplante de Medula Óssea no Hospital de Cân-cer de Barretos. Resultados: A casuística foi composta por 314 pacientes transplantados nesse período. Destes 194 autólogos, 115 alogênicos aparentados, 4 alogênicos não aparentados e 2 singênicos. Em relação ao sexo, predominou o masculino com 62%. Verificou-se que a média das idades foi de 39,8 anos. A do-ença mais freqüente foi o Mieloma Múltilplo (26,4%) seguido por Leucemia Mielóide Aguda (22,3%), Linfoma Não Hodgkin (13,4%), Linfoma de Hodgkin (12,4%), Leucemia Mielóide Crônica (8%) e outras (17,5%). Com relação ao local de residência foram atendi-dos pacientes provenientes de 19 estados diferentes, sendo pre-dominante o estado de SP (33,7%), seguido de MG (19,1%) e RO (8%). Quanto ao método de coleta das células-tronco utilizadas, 69 (22%) foram de Medula óssea e 245 (78%) de Sangue Periférico, não havendo coleta de cordão umbilical. A data da enxertia variou do D+ 6 até o D+23, com 24,4% de enxertia no D+ 10, havendo 1 paciente que não teve a enxertia da medula. Conclusão: Os pa-cientes submetidos ao TCTH em nossa instituição são de atendi-mentos exclusivamente SUS, provenientes de vários estados bra-sileiros, a maioria dos pacientes realizaram transplante autólogo com predomínio do sexo masculino.

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A ATuAÇÃO dA EQuIpE dE EnfErMAGEM AO pAcIEn-TE pÓs-TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATO-pOÉTIcAs EM rEGIME dE HOspITAL-dIA: rELATO dE EXpErIÊncIA dO HOspITAL dE cÂncEr dE bArrETOs

Silva RC1, Esteves MFV1, Pereira VPO1, Moretto EA1, Souza GM1, Paton EJA1

1Fundação PIO XXII - Hospital de câncer de Barretos

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é um procedimento complexo que pode levar a inúmeras complicações. Caracteriza-se pelo uso de agentes citotóxicos, fí-sicos e químicos, que deprimem o sistema imunológico, alteram a fisiologia de múltiplos órgãos, determinando situações clínicas complexas e por tempo prolongado, exigindo assistência multipro-fissional com características bastante específicas. Nesse cenário de complexidade, a equipe de enfermagem, liderado pelo enfer-meiro especializado, propicia um campo vasto de ações a serem realizadas para o melhor desempenho possível na assistência ao paciente. Objetivo: Descrever os principais cuidados da equipe de enfermagem no Serviço de transplante de células-tronco he-matopoéticas do Hospital de Câncer de Barretos, existente desde setembro de 2003. Material e Método: Trata-se de um relato de experiência da atuação de enfermagem nos pacientes em regime de Hospital Dia, no Hospital de Câncer de Barretos, autorizado a realizar transplante autólogo, e alogênicos aparentados e não aparentados. A coleta de dados foi obtida dos indicadores que são atualizados mensalmente pela enfermagem. Resultados: Entre setembro de 2003 e maio de 2012 foram realizados 314 trans-plantes. Destes 194 autólogos, 115 alogênicos aparentados, 4 alo-gênicos não aparentados e 2 singênicos. Atende-se em média 25 pacientes por mês que realizaram transplantes autólogos e 105 alogênicos. Em relação às atividades desenvolvidas temos em média 120 coletas de sangue por mês, 21 curativos em cateter venoso central, 34 procedimentos relacionados à correção de gli-cemia, 74 solicitações para a farmácia de medicamentos de uso via oral, 28 terapias medicamentosas intravenosas. No Hospital Dia também foi feito o acolhimento das seguintes intercorrências: dor (20,3%), tosse (10,8%), febre (6,7%), êmese (5,9%) e náu-seas (3,6%). O enfermeiro realiza consultas de enfermagem no ambulatório, avalia exames realizados pelos pacientes, promove educação e orientação de pacientes e familiares, proporciona treinamentos dos profissionais de enfermagem através de educa-ção continuada e participa de reuniões clínicas e científicas com

a equipe multiprofissional. Conclusão: A abordagem do paciente submetido ao transplante e de seus familiares é multiprofissional e a enfermagem está presente em todas as etapas do procedimento, prestando uma assistência humanizada, qualificada e individua-lizada. Os cuidados de Enfermagem no Regime de Hospital Dia requerem uma equipe de enfermagem experiente, especializada e apta a realizar o melhor cuidado possível, tanto relacionado ao paciente quanto à sua família.

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TErApIA LOcK nO cATETEr VEnOsO cEnTrAL

Moretto EA1, Martins FTM1, Garbin LM1, Silveira RCCP1

1Hospital de Câncer de Barretos - Fundação Pio XII

Introdução: Os acessos venosos são ferramentas chaves para a prática da saúde moderna. Em pacientes submetidos ao trans-plante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) o uso do Cate-ter Venoso Central (CVC) tornou-se indispensável para viabilizar a terapêutica dessa clientela, porém, sua utilização pode levar a complicações locais e sistêmicas. A infecção da corrente san-guínea se constitui em uma das principais complicações, sendo preocupante devido à sua gravidade e letalidade. A terapia lock é atual e utilizada como um recurso inovador para o tratamento da infecção relacionada ao cateter. Consiste no preenchimento com-pleto do lúmen do cateter com uma solução de antimicrobiano que deve permanecer por um período de tempo e em alta concentra-ção. Objetivo: Identificar a eficácia e segurança da terapia lock na prevenção, controle e tratamento da infecção relacionada ao CVC, em pacientes submetidos ao TCTH. Método: revisão narrativa de literatura. Resultados: observa-se uma variedade grande de antibióticos e concentrações utilizadas na terapia lock, tais como: vancomicina, gentamicina, ciprofloxacina, minociclina, amicacina, cefazolina, cefoxitina e ceftazidima. Tais antibióticos podem ser usados como agentes únicos ou combinados para o tratamento de infecção relacionada ao cateter intravascular. Demonstrou-se que em pacientes com infecção de corrente sanguínea relaciona-da ao cateter de longa permanência em uso de terapia lock anti-biótico (TLA) associado à administração de antibiótico sistêmico obtiveram sucesso no tratamento quando comparados ao grupo controle. O grupo TLA utilizou vancomicina na concentração 2mg/mL, durante 12 horas, associado a antibiótico sistêmico apropriado para o agente isolado. Neste grupo não foi confirmada coloniza-ção de cateter, sendo removido apenas um CVC durante a terapia devido bacteremia persistente; enquanto no grupo controle foram removidos sete cateteres durante a terapia por bacteremia persis-tente e dois por colonização, de forma que a terapia lock mostrou--se efetiva, principalmente em infecções causadas por Staphylo-coccus coagulase-negativo. O uso preventivo de lock com etanol 70% comparado ao placebo de 10 mL de solução salina isotônica, sendo que cada lúmen do cateter foi bloqueado diariamente du-rante 15 minutos em CVC de longa permanência em pacientes onco-hematológicos. Foram mensuradas as taxas de incidência de infecção de corrente sanguínea relacionada ao CVC, não sendo observada diferença significante entre os grupos. Contudo, con-forme discutido pelo Centers for Disease Control and Prevention (2011), o uso de lock com etanol 70% em pacientes hematológicos reduz a incidência de infecção relacionada ao cateter e aumenta a sobrevida do mesmo Conclusão: A técnica de terapia lock pode ser uma alternativa eficaz e segura para a prevenção, controle e tratamento da infecção relacionada ao cateter.

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Temas livres/Abstracts - Transplante

67Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

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TrAnspLAnTEs AuTÓLOGOs dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs rEALIZAdOs EM unIdAdE prIVA-dA - HOspITAL sÃO LucAs dE rIbEIrÃO prETO - sp

Coutinho MA1, Madeira MIA1, Dalmazzo LF1, Oliveira EG1, Teixeira SRV1, Romagnoli A1

1Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital São Lucas - Ribeirão Preto SP

Introdução: O transplante autólogo de células-tronco hematopo-éticas (ATMO) é uma modalidade terapêutica estabelecida para tratamento de doenças hematológicas malignas, sendo de escolha para paciente com linfomas refratários/recaídas e mieloma múlti-plo. O procedimento não é isento de complicações e exige atenção de equipe especializada multiprofissional e estrutura hospitalar de suporte adequada. Objetivo: Relatar a experiência da Unidade de ATMO do Hospital São Lucas no período entre dezembro/2010 e ju-nho/2012. Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 10 paciente submetidos a transplante de células-tronco autólogo, no período de dezembro/2010 a junho/2012. Resultados: Foram realizados 10 ATMO no período. A idade mediana dos pacientes foi 52 anos (26 a 66 anos), 60% foram homens. O ATMO foi realizado em 3 pacientes com Linfoma de Hodgkin e 7 com Mieloma Múltiplo. A mobilização de células-tronco foi feita com esquema de quimioterapia de altas doses para os linfomas (DHAP) e com G-CSF para os mielomas. Uma paciente com mieloma necessitou uso de ciclofosfamida após falha de coleta com G-CSF apenas. O esquema de condiciona-mento usado foi BEAM para linfoma e Melfalano 200 para mieloma múltiplo. Todos receberam células-tronco hematopoéticas periféri-cas. Uma paciente com Linfoma de Hodgkin morreu no dia + 23 por neutropenia e colite. Não houve óbitos nos 60 dias pós-ATMO nos pacientes com mieloma. A mediana de pega (neutrófilos > 500/mm3) foi de 10 dias para os Linfomas (9 a 11) e também 10 dias para os mielomas (8 a 13 dias). A mediana de internação foi de 24 dias (19 a 31) para linfomas e 18 dias para mielomas (16 a 28 dias). Até junho de 2012 todos os outros pacientes estavam vivos. Conclusão: A experiência na realização de ATMO em uma institui-ção privada demonstrou evolução concordante com a literatura. Os pacientes foram todos atendidos por uma equipe multiprofissional treinada oferecendo suporte adequado e de qualidade equiparado aos grandes centros transplantadores, oferecendo mais uma alter-nativa para o tratamento dos pacientes.

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dEnGuE HEMOrrÁGIcA EM pAcIEnTE pÓs-TrAns-pLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpO-ÉTIcAs pOr LInfOMA dE HOdGKIn rEfrATÁrIO

Coutinho MA1, Madeira MIA1, Dalmazzo LF1, Oliveira EG1, Teixeira SRV1, Romagnoli A1

11Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital São Lucas - Ribeirão Preto SP

Introdução: A Dengue é uma infecção aguda causada por sorotipos 1,2, 3 ou 4 do Dengue Virus. O principal vetor é o mosquito Aedes aegypti , de distribuição mundial principalmente nas áreas tropicais e subtropicais. A forma clássica se caracteriza por febre, cefaléia, mialgia intensa, náuseas e promove imunidade específica perma-nente. A forma hemorrágica é grave, inclui manifestações hemorrá-gicas, síndrome de extravasamento capilar (choque tóxico) e risco de morte. A evolução pode ser muito grave em imunossuprimidos. Relato do caso: Paciente masculino, 46 anos, com Linfoma de Hodgkin refratário, esplenectomizado, foi submetido a transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas periféricas em dezem-

bro de 2010 no Hospital São Lucas de Ribeirão Preto- SP, Brazil. Recebeu como condicionamento o esquema BEAM, teve como complicação neutropenia febril, pega no dia + 9 e alta hospitalar no dia +12. No dia + 35 pós-transplante houve aparecimento de febre alta súbita e persistente, mialgia e cefaleia intensa. Foi internado e, devido à época e área endêmica, foi solicitado sorologia para Dengue que mostrou-se positiva (antígeno NS1 positivo). Apresen-tava no segundo dia de internação rash cutâneo, mais proeminen-te em face e tronco e hemograma com 20. 000 plaquetas/mm3. Foi tratado com prednisona 1mg/Kg por apresentar petéquias em membros inferiores e abdome. Evoluiu com bradicardia (frequência cardíaca=40 bpm) e piora da plaquetopenia no terceiro dia (5. 000 plaquetas/mm3). Recebeu Imunoglobulina endovenosa e pulso de solumedrol. No quarto dia apresentava hepatomegalia importante e dolorosa, sinais clínicos/radiológicos de colecistite, piora dos pa-drões respiratórios sendo necessário suporte em unidade de terapia intensiva com suporte ventilatório não-invasivo para tratamento de hemorragia alveolar difusa. No sétimo dia houve melhora do estado geral, da febre, dos padrões respiratórios e contagens de plaquetas. Teve alta hospitalar após 10 dias de internação. Discussão: Raros são os relatos de casos de Dengue Hemorrágica com síndrome do choque da dengue pós transplante de células-tronco com tamanha gravidade e boa evolução. Deve-se suspeitar de Dengue a todo pa-ciente imunossuprimido que vive ou retornou de área endêmica e que apresente quadro febril agudo, pretendendo-se evitar compli-cações fatais da doença com adequado suporte médico-hospitalar.

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MOTIVOs dE rETIrAdA dE cATETErEs VEnOsOs cEn-TrAIs EM pAcIEnTEs subMETIdOs À TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs

Martinho GH1, Romanelli RMC1, Teixeira GM1, Chiaia JMC1, Nobre V1

1hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A implantação de cateteres venosos centrais (CVC) constitui componente essencial do manejo de pacientes subme-tidos à transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Entretanto, os CVC podem associar-se a diversas complicações, muitas vezes, justificando a sua retirada. Objetivos: Identificar a incidência de complicações associadas aos CVC em pacientes submetidos a TCTH, definindo o tempo de permanência dos ca-teteres, e os motivos da sua da retirada. Além disso, objetivamos descrever os micro-organimos envolvidos nos casos confirmados de infecção associada ao cateter (IAC). Métodos: Estudo pros-pectivo de observação, realizado em um centro de referência em TCTH. Período de inclusão de maio de 2010 a junho de 2011. Os critérios de inclusão compreenderam: idade > 14 anos, a inserção do CVC durante a internação, realização do TCTH em até 28 dias após o implante de CVC, e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Para o diagnóstico de infecções associadas ao cateter (IAC) foram considerados os critérios de diagnóstico de infecção do National Healthcare Safety Network do Centers for Disease Control and Prevention. Resultados: Durante o pe-ríodo previsto, 56 pacientes foram incluídos no estudo. Desses, 29 (52%) realizaram transplante autólogo. Dos CVC inseridos, 29 (52%) eram semi-implantados e 27 (48%) eram cateteres tempo-rários. Os principais motivos para retirada do CVC foram: término da indicação, em 22 (39%) casos, presença de sinais inflamatórios locais, em 12 (21,4%) casos, febre, em oito (14%) casos, óbito, em dois (4%) casos, obstrução do cateter, em um (2%) caso e sepse, em um (2%) caso. Considerando-se toda a população es-tudada, a mediana de permanência do CVC temporário foi de 14 dias (variação de 4 a 22 dias), e para o CVC semi-implantado foi de 24 dias (variação de 6 a 67 dias), com diferença significativa entre os grupos (p=0,008). Dez pacientes (18%) permaneceram com o cateter após o 28ºdia de seguimento, sendo todos esses

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Temas livres/Abstracts - Transplante

68 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

pacientes submetidos a transplante alogênico. Ao todo, 14 casos de infecção associadas a CVC foram diagnosticados, sendo 11 ca-sos de infecções da corrente sanguínea, e três casos de infecções no local de inserção do CVC. Os micro-organismos isolados nas hemoculturas foram: Staphylococcus spp coagulase negativa (três amostras), Enterobacter cloacae e P. aeruginosa (duas amostras cada agente), S. aureus, E. coli, S. pneumoniae, S. sanguinis e S. pluranimalium (1 amostra cada agente). Nas pontas de cate-ter foram isolados Staphylococcus spp coagulase negativa (três amostras). Apesar do menor tempo de permanência do CVC ter sido um fator de risco significativo na análise univariada para ICS associada a cateter, quando o motivo de retirada do CVC foi ana-lisado, observou-se que em 21 (37,5%) pacientes a suspeita de infecção (febre e/ou sinais inflamatórios locais) motivou a retirada do cateter antes do 28ºdia de seguimento. Destes 21 casos, oito pacientes tiveram ICS, o que poderia justificar a redução do tempo de permanência do CVC nos pacientes que apresentaram bactere-mia. Conclusão: O principal motivo de retirada de CVC foi o térmi-no de indicação, seguido de sinais inflamatórios locais. Tendo em vista a elevada incidência de complicações IAC, faz-se necessário a padronização de cuidados na inserção e no manuseio dos CVC em pacientes submetidos a TCTH.

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TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOIÉTIcAs pArA AnEMIA ApLÁsTIcA GrAVE EM AduLTOs AcIMA dE 40 AnOs dE IdAdE – AnÁLIsE dA sObrEVIdA GLObAL EM 10 AnOs.

Dulley FL1,2, Coracin FL1,3, Saboya R1,2, Nicolau JE1,4, Cortez AJP1, Barban A1,2, Vigorito AC5, Aranha FJP5, Miranda EC5, Ruiz MA1, Bar-ros JCA6, Souza CA5

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina - Universidade de São Paulo3Universidade Nove de Julho - UNINOVE4Universidade Metropolitana de Santos - UNIMES5Universidade Estadual de Campinas6Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

A idade é um dos fatores associados ao prognóstico favorável para os pacientes adultos portadores de anemia aplástica grave (AAG) submetidos ao transplante de células-tronco hematopoié-ticas alogênico (alo-TCTH). Os avanços ocorridos nos cuidados de suporte, técnicas de transplante e resultados levaram a uma melhor sobrevida após o transplante ser realizado precocemen-te. Os pacientes mais velhos que eram definidos como não ele-gíveis para o alo-TCTH agora são considerados para o trans-plante. O objetivo deste trabalho foi analisar retrospectivamente o impacto da idade na sobrevida global nos pacientes portadores de AAG, acima de 40 anos, elegíveis para o alo-TCTH. Foram analisados os pacientes diagnosticados com AAG e que foram submetidos ao alo-TCTH aparentado. O regime de condiciona-mento consistiu de busulfano 4mg/kg dividido em 4 doses de 1 mg/kg administrado por via oral a cada 6 horas no dia -6 e ciclofosfamida 50 mg/kg por via endovenosa diariamente do dia -5 até o dia -2. A profilaxia da DECH consistiu de ciclosporina e metotrexate (15 mg/m2 no dia +1 e 10 mg/m2 nos dias +3, +6 e +11). A ciclosporina foi administrada com dose total of 3 mg/kg/dia por via endovenosa dividida em 2 doses do dia -1 e modifi-cada para 12. 5 mg/kg/dia por via oral dividida em 2 doses as-sim que o paciente apresentou capacidade de deglutição. Todos os pacientes usaram dose completa de ciclosporina por, pelo menos, 2 anos após o transplante. Foi analisada a sobrevida global com acompanhamento por 10 anos em pacientes adultos portadores de AAG submetidos ao alo-TCTH com idade maior que 40 anos e comparada com um grupo de pacientes com idade

abaixo de 40 anos. A amostra foi composta por 178 pacientes submetidos ao alo-TCTH sendo, 149 com idade menor que 40 anos e 29 acima de 40 anos. A mediana de idade foi de 46 anos (variação: 40-62) e 22 anos (variação: 1-39) para o grupo de pa-ciente acima de 40 anos e abaixo de 40 anos, respectivamente. Os resultados mostraram que o grupo de pacientes acima de 40 anos no momento do transplante apresentaram sobrevida global de 59,1% em 10 anos, enquanto os pacientes abaixo de 40 anos de idade apresentaram sobrevida global de 70,8% em 10 anos. Quando analisados os pacientes acima de 40 anos que recebe-ram mais de 20 e menos de 20 transfusões antes do transplante, a sobrevida foi de 41,7% e 72,7% (p=NS), respectivamente. A rejeição do enxerto foi vista em um paciente no grupo acima de 40 anos (recebeu mais de 20 transfusões) e em 13 pacientes no grupo abaixo de 40 anos (6 em pacientes que receberam me-nos de 20 transfusões e 7 em pacientes que receberam mais de 20 transfusões). Conclui-se que os pacientes acima de 40 anos portadores de AAG podem seguramente ser submetidos ao alo--TCTH como tratamento, principalmente se receberem poucas transfusões antes do transplante.

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ErITHrOcyTE spLIT cHIMErIsM In prEGnAncy fOLLOwInG ALLOGEnEIc sTEM cELL TrAnspLAnTA-TIOn

Barjas-Castro ML1, Moretto FA1, Vigorito AC1, Costa-Silva C1, Ara-nha FJP1, Ramos CF1, Souza CA1, Castro V1

1Hemocentro UNICAMP - Uiversidade Estadual de Campinas

Increasing numbers of successful pregnancies are reported in recipients of allogeneic hematopoietic stem cell transplantation (HSCT). Herein, we report a case of a pregnant woman after an allogeneic HSCT for aplastic anemia (AA), with an unusual and transient split erythrocyte chimerism detected during routine ABO blood grouping in pre-natal tests. A 35 years-old woman with his-tory of severe AA after a miscarriage 11 years (y) before, received a myeloablative conditioning regimen (CTX 200mg/Kg; BU 4mg/Kg) followed by the infusion of unmanipulated bone marrow cells from an HLA-identical sibling. The patient was blood group B and donor group O (minor incompatibility) however, both had the phe-notype R1R2 kk MNss Fy (a-b-) . Post-HSCT cyclosporine was maintained for 2 years to prevent rejection. The patient had been seen by hematologist monthly for 3 years and thereafter each 6 months, routine exams had been required including ABO grouping (gel and tube tests). For chimerism controls, recipient and donor DNA samples were typed by variable number of tandem repeats (VNTR). Five loci were studied and informative locus (33. 6 in chro-mosome 1) was screened in post-transplant samples, to quantify percentage of donor cells. The patient has remained with no dis-ease recurrence since her transplant up to date and her graft was considered stable with 100% of her peripheral blood DNA of donor origin. ABO blood grouping after HSCT presented the donor group (O Rh D+) and no mixed field was observed in all tests done after day +89 post transplantation. Ten years after HSCT she became pregnant naturally and pre-natal exams were collected only at 20 weeks of gestation. ABO blood group tests presented a character-istic mixed field of O and B RBCs, observed clearly at 30 weeks of gestation until delivery. The chimerism analysis carried out during the same period of pregnancy showed 100% of donor origin. At 36 weeks of gestation she had a placental abruption and delivered a normal preterm neonate (cesarean section). There were no other complications during pregnancy and no evidence of AA recurrence. Six month after delivery the donor ABO group was recovered (O/no mixed field). This case suggests that the transitory erythrocyte split chimerism was an epiphenomenon associated with pregnancy. The T regulatory cells can limit immune responses and has been im-

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plicated in maternal tolerance of the fetus. They are also involved in transplantation tolerance. Furthermore, type1 regulatory cells were also associated with split erythroid /lymphoid chimerism af-ter HSCT for thalassemia. The biological mechanisms underlying these observations require further investigation and would contrib-ute towards the knowledge of the real risks of disease relapse and pregnancy complications after transplantations.

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bAIXAs dOsEs dE busuLfAnO E cIcLOfOsfAMIdA cOMO rEGIME dE cOndIcIOnAMEnTO pArA AnEMIA ApLÁsTIcA GrAVE pOdE rEduZIr A rEJEIÇÃO - AnÁ-LIsE dE 178 pAcIEnTEs

Dulley FL1,2, Coracin FL1,3, Saboya R1,2, Barban A1,2, Vigorito AC4, Aranha FJP4, Miranda EC4, Ruiz MA1, Nicolau JE1,5, Cortez AJP1, Barros JCA6, Souza CA4

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo3Universidade Nove de Julho - Uninove4Universidade Estadual de Campinas5Universidade Metropolitana de Santos - Unimes6Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é o trata-mento para pacientes portadores de anemia aplástica grave (AAG) com doador relacionado HLA compatível, cuja sobrevida entre 70%-90%. A enxertia ocorre na dependência do regime de condiciona-mento, da profilaxia da DECH, do número de células infundidas e aloimunização do paciente. O regime de condicionamento inicial utilizado foi ciclofosfamida apenas, com rejeição entre 30-60%. A adição de busulfano foi baseada na evidência de que ele pode melhorar as propriedades imunossupressoras da ciclofosfamida. Neste estudo, foram analisados retrospectivamente 178 pacientes portadores de AAG, com mediana de idade de 24 anos (variação: 1-62) que foram submetidos ao TCTH alogênico aparentado HLA--idêntico em três Centros de TCTH brasileiros entre fevereiro de 1991 a julho de 2010. O regime de condicionamento foi busulfano 4mg/kg dividido em 4 doses de 1 mg/kg via oral de 6/6 horas (D-6) e ciclofosfamida 50 mg/kg endovenoso (D-5 ao D-2. A profilaxia da DECH consistiu de ciclosporina e metotrexate (15 mg/m2 no dia +1 e 10 mg/m2 nos dias +3, +6 e +11). A ciclosporina foi administrada com dose total de 3 mg/kg/dia por via endovenosa dividida em 2 doses do dia -1 e modificada para 12. 5 mg/kg/dia por via oral divi-dida em 2 doses assim que o paciente apresentou capacidade de deglutição. Todos os pacientes utilizaram dose completa de ciclos-porina por, pelo menos, 2 anos após o transplante. A mediana de células nucleadas infundidas foi de 3,11x108/kg (1,03-20,29). Dos 178 pacientes, 146 (82%) apresentaram enxertia com contagem absoluta de neutrófilos ≥0,5x109/L com mediana de 19 dias (8-52) e entre 129/178 (73%) pacientes alcançaram a independência de transfusão de plaquetas na mediana de tempo de 24 dias (11-53). Houve rejeição precoce do enxerto, antes do D+90, em três (1,7%) pacientes e a rejeição tardia ocorreu em 13 (7%) pacientes. DECH aguda graus II-IV foi observada em 27,3% dos pacientes avaliáveis e DECH crônica foi vista em 52/128 (40,6%) pacientes avaliáveis, sendo que 18 (34,6%) apresentaram a forma limitada e 34 (65,4%) a forma extensa. A análise univariada mostrou que a falência do enxerto e a rejeição apresentaram tendência de associação com o tratamento prévio ao transplante. Dos 178 pacientes inseridos, 102 (58%) pacientes estavam vivos no último acompanhamento (me-diana: 99 meses; variação: 24-240 meses) após o transplante. A sobrevida global foi de 58% aos 10 anos. Na análise univariada, o maior número de transfusões prévias mostrou associação negativa com a sobrevida e a situação transfusional foi estatisticamente signi-ficante para a sobrevivência na análise multivariada. Os resultados

deste estudo sugerem que a adição de busulfano à ciclofosfamida no regime de condicionamento para AAG é viável sendo que o trata-mento prévio e o número de transfusões antes do transplante são os fatores importantes associados à sobrevida destes pacientes.

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EsTrATÉGIAs dE EnsInO nO TrAnspLAnTE dE cÉLu-LAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Castanho LC1, Mantoani CC1, Margatho AS1, Mendes KDS1, Garbin LM1, Braga FTMM1, Silveira RCCP1

1Universidade de São Paulo

Ao longo dos últimos anos, o transplante de células-tronco hema-topoéticas (TCTH) tem representado uma crescente alternativa te-rapêutica para o manejo de algumas doenças onco-hematológicas. A agressividade deste tratamento é uma característica peculiar que pode levar o paciente a morte devido às diversas complicações envolvidas, sendo a presença do cateter venoso central (CVC) um fator preocupante nesses agravos. Tendo em vista estas possíveis complicações, são necessários investimentos em estratégias de en-sino que minimizem tais alterações. Informar o paciente é um meio importante para reduzir ansiedade, melhorar adesão ao tratamento, prevenir complicações e potencializar capacidade de autocuidado e de tomada de decisões. No entanto, dependendo da estratégia ado-tada pode ocorrer dificuldade na retenção desse conhecimento como aprendizado, ao ponto de gerar mudanças de atitudes. O objetivo do presente estudo foi identificar quais são as estratégias de ensino utili-zadas pelos profissionais e quais são as que os pacientes submetidos ao TCTH gostariam que fossem utilizadas para informá-los sobre os cuidados com o CVC. Trata-se de um estudo observacional, transver-sal que para a coleta de dados foi aplicado questionário validado con-tendo questões a respeito de estratégias de ensino e dos principais cuidados com o cateter. A amostra foi constituída por 47 pacientes, 32% pertencia a faixa etária entre 20 e 30 anos e 74% se subme-teu ao transplante autólogo. A estratégia de ensino utilizada por 70% dos profissionais de saúde foi o recurso verbal sendo este apontado por 26% dos pacientes como sendo a melhor estratégia de ensino. Outros 26% dos pacientes relataram preferir a utilização de material educativo impresso seguido de informações verbais. O ensino por meio de informações verbais com demonstração prática do cateter foi apontado por 19% pacientes. Outras estratégias relatadas foram: ví-deo com demonstração do CVC (15%), leitura do material informativo impresso (6%), manequim para demonstração do CVC (2%) e outros (6%). Diante destes resultados, percebe-se a diversidade de prefe-rência por formas de aprendizagem existente entre os pacientes. As-sim, infere-se que as estratégias de ensino utilizadas precisam ser repensadas no sentido de serem trabalhadas individualmente com os pacientes, considerando as necessidades particulares de aprendi-zagem de cada um, no intuito de atingir uma forma eficaz de ensino capaz de transformar a informação fornecida em aprendizagem.

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AnÁLIsE dE fALHA dE pEGA EM 212 pAcIEnTEs cOM AnEMIA dE fAncOnI subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs EM uM cEn-TrO ÚnIcO brAsILEIrO

Sola CB1, Piloneto D1, Bitencourt MA1, Bonfim C1, Funke VAM1, Fa-rah N1, Pasquini R1, Malvezzi M1, Neto JZ1

1Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Parana

A Anemia de Fanconi (AF) é uma doença genética rara caracte-rizada por instabilidades cromossômicas que geram anormalida-des somáticas de graus variáveis, falência medular progressiva

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e susceptibilidade aumentada a neoplasias. O único tratamento curativo é o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), entretanto a toxicidade e falha de pega ainda são limitantes para sua realização. Entre Janeiro de 1985 e Outubro de 2011, 238 pacientes com AF realizaram TCTH nessa instituição. Duzentos e doze pacientes foram avaliáveis quanto à pega medular e dividi-dos em 3 grupos. O grupo 1 foi constituído por 25 pacientes que tiveram falha primária de pega (FPP). O grupo 2 por 9 pacientes com falha secundária de pega (FSP) ou evolução para leucemia e o grupo 3, por 178 casos com pega medular adequada. Os pa-cientes com FPP e FSP apresentaram maior duração de doença e maior número de transfusões sanguíneas prévias ao TCTH do que o grupo com pega medular (p=0,001 e p<0,001). Doador não apa-rentado (NAP) foi utilizado em 84% dos pacientes do G1 e apenas 33% do G3 (p<0,001); houve ainda menor número de transplantes totalmente compatíveis no G1 do que nos outros grupos (p<0,001). A fonte de células foi sangue de cordão umbilical (SCU) em 56% dos pacientes do G1 e 13% no G3. Na análise multivariada os fatores associadas a uma maior FPP foram maior número de trans-fusões (p=0,003), a utilização de doadores NAP (p=0,001) ou com incompatibilidades HLA (p=0,025) ou a ausência de fludarabina no regime de condicionamento (p=0,005). O fator predisponente para FSP ou evolução para leucemia foi maior número de transfusões (p=0,032). Vinte e quatro pacientes foram submetidos a um novo TCTH, sendo 20 do G1 e 4 do G2 e apenas seis pacientes estão vivos. A incidência cumulativa para a falha de pega foi de 18,9%, sendo maior nos transplantes com doadores NAP (p<0,001), pre-sença de incompatibilidades HLA (p<0,001), mais do que 10 uni-dades de transfusões previamente ao TCTH (p<0,001), ausência de fludarabina no regime de condicionamento (p=0,022) ou uso prévio de andrógenos (p<0,001). A falha de pega ou rejeição é uma complicação extremamente grave e mais frequente nos trans-plantes não aparentados, com incompatibilidades e em pacientes mais transfundidos. Novos regimes de condicionamento, imuno-modulação ou redução do tempo para o encontro de doadores NAP podem ser alternativas na tentativa de reduzir a incidência da rejeição nos pacientes com AF.

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AVALIAÇÃO dO pErfIL cELuLAr dE pAcIEnTEs sub-METIdOs AO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOÉTIcAs nO dEsEnVOLVIMEnTO dA dOEnÇA dO EnXErTO-cOnTrA-HOspEdEIrO AGudA.

Gomes BE1, Rezende MA1, Ferreira GL1, Bouzas LF1, Abdelhay E1

1Centro de Transplante de Medula Óssea-INCA

Introdução: A doença do enxerto contra hospedeiro aguda (DE-CHa) é uma das maiores complicações e causa de morbidade e mortalidade pós-transplante de células-tronco hematopoéticas alo-geneico (TCTHa). É uma doença mediada por fatores imunológicos, que é definida como uma enfermidade que rapidamente progride com injúria tissular em vários órgãos como pele, fígado e intestinos. Uma vez que os sintomas clínicos da DECHa são caracterizados por uma inflamação sistêmica do organismo, estudos sobre a DE-CHa têm como alvo populações celulares e moléculas presentes na atividade inflamatória. Porém ainda não são aplicados na clínica biomarcadores para a DECHa, pois os estudos realizados até en-tão mantém-se controversos. Sendo assim propusemos a análise de populações celulares possivelmente envolvidas na patogênese da DECH. Metodologia: Foram analisados 123 pacientes submeti-dos ao TCTHa onde, em uma primeira coorte 100 pacientes foram acompanhados durante a recuperação imunológica pós-transplan-te. Foram analisadas populações celulares como os linfócitos T, linfócitos B e células NK, comparando o grupo de pacientes que desenvolveram a DECHa com o grupo de pacientes sem a doen-ça. Sub-populações de células dendríticas, células T regulatórias

também foram analisados em uma nova coorte de 23 pacientes. Resultados: Foi observado que as células B se encontram em um percentual diminuído em pacientes com DECHa (0,01085% versus 0,3709%, p= 0,0198), enquanto que diferenças significativas não foram observadas para linfócitos T e células NK. Nossos dados também revelaram que as células dendríticas mielóides (MDCs) se encontram em número reduzido no grupo de pacientes acometidos pela DECHa quando comparado ao grupo sem a doença (1,134 cel/mm3versus 32,22 cel/mm3, p=0,0283 no D28) e (3,49 cel/mm3 ver-sus 19,04 cel/mm3, p=0,0167 no D45). A população dendrítica plas-mocitóide (PDCs) no dia D28 também se encontrou diminuída no grupo com DECH (0,095 cel/mm3 versus 0,772 cel/mm3, p=0,0479) e embora no dia D45 o resultado não tenha sido significativo, é clara uma tendência a diminuição no grupo acometido pela DECH. Com relação às células T regulatórias não foram observados resulta-dos estatisticamente diferentes entre os grupos com DECH e sem DECH. Conclusão: Nossos resultados são compatíveis com outros dados da literatura e sugerem que a população de células B e sub--populações de células dendríticas podem vir a ser úteis no acom-panhamento pós-transplante. Financiamentos: FINEP, FAPERJ, CNPQ, Ministério da Saúde.

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rEAVALIAÇÃO rETrOspEcTIVA dA dOEnÇA dO En-XErTO cOnTrA HOspEdEIrO (dEcH) sEGundO Os crITÉrIOs dO nATIOnAL InsTITuTE Of HEALTH (nIH) EM pAcIEnTEs dE uMA InsTITuIÇÃO brAsI-LEIrA: uM EsTudO pILOTO.

Santos GR1, Fiorini V1, Fagundes T1, Nunes EC1, Sola CB1, Ioshii S1, Setubal DC1, Malvezzi M1, Pasquini R1, Funke VAM1

1Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Parana

A Doença do Enxerto contra o Hospedeiro e importante causa de morbidade e mortalidade no transplante de células-tronco hema-topoiéticas (TCTH). O desafio no diagnostico e classificacao desta complicação vem sendo abordado em todo o mundo através de estudos que procuram validar a classificacao proposta pelo Con-senso do NIH em 2005. Este estudo piloto tem por objetivo descre-ver retrospectivamente os principais achados clínicos em pacien-tes com diagnóstico de DECH confirmado por histopatologia nos últimos três anos e reclassifica-los (clinica e histopatologicamente) conforme a nova proposta. Numa segunda fase avaliaremos o imapcto prognostico destas mudanças. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital de Clínicas da UFPR. Foram avaliados registros de 33 pacientes, que realizaram exame histopatológico no período de agosto de 2007 a2010 e com evidência clínica de DECH cutânea, hepática e/ou gastrintestinal, sendo 24 do sexo masculino e 9 do feminino, com média de idade, ao transplante, de 20 anos. Dezoito pacientes re-ceberam células de medula óssea (58%), 8 receberam de cordão umbilical (24%) e 6 receberam células obtidas do sangue periférico do doador (18%). Entre os diagnósticos, encontravam-se: 19 pa-cientes (58%) com hematopatias malignas e 14 pacientes (40%) por doencas benignas. A média de tempo de início dos sintomas de DECH após o transplante foi de 39 dias (S=54,2). Dos pacien-tes, 31 (94%) apresentaram manifestações cutâneas, sendo mais frequentes o rash maculopapular (72%), eritema (51%) e lesões liquenóides (55%), além de ceratose pilar (23%) e hiperpigmenta-ção (19%); dos pacientes com alterações hepáticas (64%), a ele-vação de AST (85%) e ALT (81%) além do dobro do limite superior foi o achado mais comum; dos pacientes com acometimento gas-trointestinal (58%), diarreia (84%), perda de peso (47%) e vômitos (42%) foram mais frequentes. Conforme o critério prévio ao NIH, 91% dos pacientes seriam considerados como tendo DECH agu-da, sendo grave (graus III e IV) em 53%, ao passo que, pelo novo critério, 14 pacientes (42%) teriam DECH aguda (sendo 64% com

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grau III ou IV), 2 (6%) teriam DECH crônica ‘clássica’e 17 (52%) teriam a forma ‘overlap’. Quanto a gravidade dos pacientes com DECH crônica, 5 (26,32%) foram classificados como portadores de forma moderada, e 14 (74%) apresentavam a forma severa pelo escore do NIH. A sobrevida em 1 ano foi de 71% para pacientes com DECH aguda e de 84% para DECH crônica, conforme a nova classificação; até o momento, 58% dos pacientes avaliados estão vivos. Este estudo demonstra significativas alterações na classifi-cação da DECH conforme as recomendações do NIH. Maior amos-tragem permitirá correlações estatísticas com os achados clínicos, bem como avaliacao prognostica destes subgrupos .

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EsTudO rAndOMIZAdO cOMpArAndO A MAnuTEn-ÇÃO cOM GAncIcLOVIr Vs. ObsErVAÇÃO ApÓs TrA-TAMEnTO prEEMpTIVO, nA prEVEnÇÃO dA rEATIVA-ÇÃO E dOEnÇA cAusAdA pELO cMV, EM pAcIEnTEs subMETIdOs A ALO-TcTH ApArEnTAdO

Nogueira MC1, Borges C1, Moragas S1, Azevedo AM1, Lerner D1, Ma-radei S1, Tavares R1, Castro R1, Zalcberg I1, Bouzas LF1, Nucci M2, Hassan R1

1CEMO- INCA2HUCFF

Introdução: A reativação do CMV é causa de elevada morbi-mor-talidade após TCTH. Infecção pelo CMV é definida como presença do vírus circulante e doença como presença do vírus associada à lesão tecidual e sintomatologia clínica. Há duas formas de prevenção da doença: profilaxia e tratamento preemptivo. O CDC recomenda o tratamento preemptivo baseado em uma antigenemia positiva, com ganciclovir por via intravenosa. Não existem estudos randomizados que subsidiem a decisão de fazer ou não manutenção com ganci-clovir após tratamento preemptivo. Objetivo: Determinar o valor da manutenção com ganciclovir na prevenção da reativação e da pro-gressão para doença pelo CMV após primeira reativação do CMV. Pacientes e Métodos: Ensaio clínico randomizado (erro Alfa: 5%, Beta 80%), comparando a manutenção com ganciclovir e a obser-vação em pacientes preemptivamente tratados com ganciclovir por infecção pelo CMV. Após consentimento livre e informado, 106 pa-cientes foram recrutados e acompanhados por antigenemias e PCRs semanais. O tratamento preemptivo, iniciado frente a um resultado positivo para antigenemia, consistiu em ganciclovir 5mg/Kg IV 12/12h por 14 dias. Após este tratamento, os pacientes foram randomiza-dos em dois grupos: manutenção vs. observação, e acompanhados com dosagens de creatinina, hemograma e contagem de plaquetas 3 vezes por semana. Resultados: 56/105 pacientes (53%) apresen-taram reativação do CMV e foram randomizados: 28 para para ma-nutenção e 28 para observação. A soropositividade para CMV foi alta em ambos os grupos (D+/R+ 82% manutenção e 93% observação). Segunda reativação do CMV em 17/56 pacientes (30%), 9 na manu-tenção e 8 na observação (p=0,77). O tempo entre randomização e segunda reativação não foi diferente entre os dois grupos (p=0,92, Log-rank test). Oito pacientes evoluíram para doença CMV, 3 ma-nutenção e 5 observação (p=0,45) (3 cistite hemorrágicas, 3 esofa-gites e 2 pneumonites), sem diferenças no tempo de evolução para a doença (p=0,39, log-rank). 30/56 (54%) pacientes desenvolveram DECHa, 25/30 graus II-IV (13 na manutenção e 12 na observação). Condicionamento com ATG e DECHa foram fatores de risco para doença CMV. Em relação à toxicidade medular, 17/28 pacientes em cada grupo (60,7%) tiveram neutropenia (p=1,00), com duração de 1 a 27 dias na observação (mediana 10) e 2 a 19 dias na manutenção (mediana 4) (p=0,11); trombocitopenia foi mais frequente na manu-tenção (85,7%), que na observação (67,9%) (p= 0,11). Houve com-plicações infecciosas em 18/28 pacientes (64,3%) na manutenção e 20/28 (71,4%) na observação (p=0,57). 11 pacientes desenvolveram infecção bacteriana (6 na observação e 5 na manutenção) e 12, in-

fecção fúngica (40%), 6 em cada grupo. Conclusão: A introdução da manutenção com ganciclovir após tratamento preemptivo não tem impacto nas taxas de reativação do CMV ou da incidência de do-ença pelo CMV. A toxicidade medular não demonstrou ser diferente nos dois grupos avaliados. Apesar da elevada taxa de infecção nos pacientes estudados, não houve diferença entre os dois grupos. Os resultados desta pesquisa poderão ser utilizados para estabelecer condutas clínicas no paciente transplantado.

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AVALIAÇÃO cLÍnIcA E HIsTOLÓGIcA dE GVHd crÔ-nIcO dE MucOsA bucAL

Orti-Raduan ESL1, Nunes AJF2, Lara VS1, Santos PSS1, Tinoco--Araujo JE1, Colturato VAR2, Souza MP2, Mauad MA2

1Universidade de São Paulo/ Faculdade de Odontologia de Bauru2Hospital Amaral Carvalho - Jaú/SP

A doença enxerto contra hospedeiro (DECH ou GVHD) é uma complicação comum nos pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Neste estudo avaliamos as condições bucais de pacientes com GVHD crônica (GVHDc) (G1) (n=30) e sem GVHD crônica (G2) (n=30), que realizaram TCTH no Hospital Amaral Carvalho Jau – SP, quanto às suas características clínicas e microscópicas. Os pacientes dos dois grupos analisados tinham idade entre 21 e 40 anos e eram predominantemente do sexo masculino. Os pacientes foram submetidos à biópsia de muco-sa bucal entre 101 a 300 dias pós-TCTH. No G1, 27 pacientes com doador aparentado, 2 não aparentados e 1 com fonte de células de cordão umbilical. No G2, 27 com doador aparentado, 1 não aparen-tado e 2 com fonte de células de cordão umbilical. Nos dois Grupos, os pacientes receptores, tiveram medula obtida de doadores do mesmo sexo. Os sinais e sintomas bucais encontrados no momento da biópsia foram dor, xerostomia, úlceras e lesões liquenóides. To-dos os pacientes do G1 apresentaram pelo menos uma das altera-ções bucais. Na análise microscópica seguindo o consenso de Shul-man et al. (2006), de biópsias de mucosa bucal de G1 e G2, foram observadas características epiteliais, do tecido fibroso subjacente e glândulas salivares menores. No epitélio observamos presença de hiperparaqueratose, acantose (G1 > G2), espongiose (G1 > G2). Não observamos em ambos os grupos outras células inflamatórias epiteliais nem espessamento da membrana basal. Identificamos al-teração hidrópica de forma localizada e corpos apoptóticos somente no G1. No tecido conjuntivo fibroso subjacente houve predominân-cia maior de linfócitos (G1 > G2). Nas glândulas salivares menores observamos alterações apenas do G1, sendo que os achados mais expressivos foram exocitose ductal e infiltrado crônico periductal misto. Os resultados mostraram que o diagnóstico clínico de GVHDc de mucosa bucal foi compatível com o diagnóstico histopatológico, e os pacientes sem diagnóstico clínico de GVHDc não apresentaram alterações histopatológicas em mucosa bucal.

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AnÁLIsE dE ÓbITOs pOr cAusAs EspEcÍfIcAs EM AnEMIA ApLÁsTIcA pÓs-TMO: MOdELOs dE rIscOs cOMpETITIVOs

Sousa AM1, Atta EH1, Moreira MC1, Pacheco AG2

1Instituto Nacional de Câncer2ENSP, Fiocruz

Introdução: A anemia aplástica (AA) é uma doença rara, potencial-mente curável com o transplante de medula óssea (TMO). A análise de fatores prognósticos pode melhorar os resultados dessa terapia. Metodologia: Coorte retrospectiva de pacientes com AA adquirida

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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submetidos ao TMO em um centro de 1983 a 2010. Análises esta-tísticas por regressão de Cox, com variáveis tempo-dependentes e riscos competitivos. Resultados: Foram incluídos 126 pacientes. A idade mediana foi de 20 anos. O intervalo mediano entre diagnósti-co-TMO foi de 153 dias para TMO aparentado e 1. 115 dias para o não-aparentado. A sobrevida global em cinco anos foi de 52% (IC 44-62%), sendo superior para aqueles com idade <20 anos (64% versus 37%, p<0,01). As incidências de falha primária e secundária de enxerto foram de 5,7% e 10%, respectivamente. As incidências da DECH aguda grau II-IV em 100 dias e da DECH crônica mode-rada-grave em 5 anos foram de 30% e 30%. As variáveis significan-tes para o óbito em análise univariada foram: idade >20 anos (Ha-zard ratio [HR] 2,1, p=0,01), período 1991-1995 (HR 3,6, p<0,01), DECH aguda (HR 2,2, p=0,02) e DECH crônica (HR 7,8, p<0,01). Na multivariada, permaneceram significantes: idade >20 anos (HR 2,4, p<0,01), período 91-95 (HR 3,5, p<0,01) e DECH crônica (HR 10,6, p<0,01). O único fator associado ao óbito por infecção foi o período 91-95 (HR 3,0, p=0,01) – decorrência da realização de al-guns transplantes fora da unidade isolada com ar filtrado. Na análi-se univariada, foram significantes para o óbito por DECH: intervalo diagnóstico-TMO >120 dias (HR 5,5, p=0,02) e DECH crônica (HR 3,9, p=0,015). Para óbito por DECH até o D+120 em multivariada foi significante apenas a idade (HR 5,0, p=0,04), e a partir do D+120 foi significante o uso de radioterapia no condicionamento (HR 8,8, p=0,03). Na análise univariada, o óbito por falha secundária asso-ciou-se às seguintes variáveis: uso prévio de ATG (HR 6,0, p<0,01), doador não aparentado (HR 6,1, p<0, 01), realização do TMO em 2006-2010 (HR 4,1, p<0,01), presença de DECH aguda (HR 0,2, p=0,05) e DECH crônica (HR 0,1, p=0,04). No modelo multivariado, foram significantes o ano do TMO 06-10 (HR 5,3, p<0,01) e a pro-filaxia contra a DECH diferente de CsA+MTX (HR 3,79, p=0,007). Conclusão: A análise de sobrevida através de técnicas estatísticas mais apuradas, além de reduzir o risco de enviesamento estatístico, leva a melhor identificação de variáveis que influenciam a mortalida-de por causas específicas e poucos estudos com este tipo de abor-dagem foram publicados até o momento em portadores de AA sub-metidos a TMO. Em nosso estudo, a idade >20 anos e a ocorrência da DECH crônica associaram-se de forma independente à mortali-dade global. O uso de radioterapia no condicionamento e a idade >20 anos associaram-se independentemente ao óbito por DECH. A realização do TMO após 2006 e o tipo de profilaxia contra DECH associaram-se independentemente ao óbito por falha secundária de enxerto. A partir deste resultado, levantamos algumas hipóteses que poderão ser testadas futuramente e recomendamos as seguintes estratégias: modificar o regime de condicionamento para pacientes com idade >20 anos, adotar medidas para reduzir a ocorrência da DECH crônica, não utilizar radioterapia no condicionamento, evitar o uso prévio do ATG nos candidatos ao TMO aparentado e utilizar CsA+MTX para profilaxia da DECH.

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sÍndrOME nEfrÓTIcA cOMO cOMpLIcAÇÃO ApÓs TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO dE cELuLAs TrOncO HE-MATOpOETIcAs: AssOcIAcAO cOM dEcH crOnIcO E InfEccOEs VIrAIs

Meija MM1, Soares AMR1, Setubal DC1, Sola CB1, Oliveira MM1, Bi-tencourt MA1, Nabhan SK1, Pasquini R1, Malvezzi M1, Funke VAM1

1Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Parana

Introdução: Uma infrequente complicação do transplante de célu-las-tronco hematopoeticas (TCTH) é a doença renal crônica (DRC). Entretanto, com o aumento da sobrevida dos pacientes nos últimos anos sua incidencia tambem vem aumentando. A síndrome nefrótica é uma das sindromes clínicas mais comuns associadas à DRC em pacientes após TCTH. Objetivo: Relatar o quadro clínico e evolu-ção de quatro pacientes submetidos a TCTH no Hospital de Clíni-

cas – UFPR, e que evoluíram com síndrome nefrótica. Materiais e Métodos: Estudo clínico retrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes submetidos ao TCTH no HC – UFPR. Resultados: Quatro pacientes apresentaram síndrome nefrótica como complica-ção apos transplante alogênico de medula óssea. Três deles eram homens, e uma mulher. A idade mínima ao transplante foi de 14 anos, e a máxima de 43. Todos os doadores foram irmãos, com compatibilidade HLA. Os pacientes apresentavam os seguintes diagnósticos: anemia aplástica (2), leucemia mielóide crônica (1) e leucemia mielóide aguda (1). Condicionamento: Bussulfan (BU) 16 mg/kg e Ciclosfosfamida (CFA) 120 mg/kg em dois pacientes; BU 12 mg/kg + CFA 120 mg/kg em um paciente e CFA 200 mg/kg em 1 paciente. Todos receberam imunoprofilaxia com metotrexate e ci-closporina. Três deles apresentaram doença do enxerto versus hos-pedeiro crônica extensa, e apenas um teve grau limitado, mas este apresentava concomitantemente infecção por vírus da hepatite C. Um paciente apresentou recidiva da doença de base, recebeu infu-são de linfócitos do doador com posterior DECH crônica e desenvol-vimento de síndrome nefrotica . Um paciente apresentava doença linfoproliferativa pos transplante causada por EBV e foi tratado com rituximab. Os demais receberam tratamento com corticosteroides. Três pacientes estão vivos e houve um óbito por choque séptico. O tempo de sobrevida médio foi de 4. 528 dias. Conclusòes: A sín-drome nefrótica e uma complicação infreqüente do TCTH, porém geralmente relacionada a ocorrência de doença do enxerto contra hospedeiro crônica, sendo hoje reconhecida como uma de suas ma-nifestações. Outras situações como infecções virais podem ainda causar esta complicação em receptores de TCTH.

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sÍndrOME nEfrÓTIcA AssOcIAdA AO TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA ALOGÊnIcO EM pAcIEnTEs ATEn-dIdOs nO HOspITAL dE cLÍnIcAs – ufpr

Mejia MM1, Soares AMR1, Funke VAM1

1Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave: Síndrome nefrótica; transplante de medula óssea. Introdução: O transplante de medula óssea (TMO) é reconheci-damente um tratamento para uma gama de neoplasias malignas, doenças auto-imunes e metabólicas. Uma complicação que vem se tornando freqüente é a doença renal crônica (DRC) nestes pacien-tes, em especial quando associada ao aumento da sobrevida destes nos últimos anos. A síndrome nefrótica é, apesar de infreqüente, um das três entidades clínicas associados à DRC em pacientes pós transplante de medula óssea. Objetivo: Relatar o quadro clínico e evolução de 4 pacientes submetidos a transplante de medula óssea no Hospital de Clínicas – UFPR, e que evoluíram com síndrome nefrótica. Materiais e Métodos: Estudo clínico retrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes submetidos ao transplante de medula óssea no Serviço de Hematologia do HC – UFPR. Resul-tados: Quatro pacientes apresentaram síndrome nefrótica como complicação ao transplante alogênico de medula óssea. Três deles eram homens, e uma mulher. A idade mínima ao transplante foi de 14 anos, e a máxima de 43. Três com grupo ABO tipo O positivo, e um AB positivo. A idade dos doadores variou entre 9 e 39 anos. Todos os doadores foram irmãos, com compatibilidade HLA. O diagnóstico dos pacientes que resultou no TMO como tratamento foi anemia aplásica em dois deles, leucemia mielóide crônica e leu-cemia mielóide aguda. Nenhum foi submetido à irradiação de corpo total e todos receberam imunoprofilaxia, com uso de pelo menos metotrexate. Três deles apresentaram doença do enxerto versus hospedeiro crônica limitada, e apenas um teve grau extenso desta condição. Apenas um teve recidiva da doença de base. E dos quatro pacientes, um ao final da evolução clínica foi a óbito. O tempo de sobrevida médio foi de 4. 528 dias. Discussão: A síndrome nefró-tica na condição de complicação em pacientes pós-transplante de

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medula óssea é uma afecção infreqüente, porém que desperta para a necessidade de contínua monitorização da função renal, pressão arterial e proteinúria, em especial em pacientes com doença renal prévia. Estudos mais acurados também são necessários, haja vista que a atual literatura ainda não é uniforme ao decidir quais parâme-tros são considerados para diagnóstico de doença renal crônica. O entendimento do dano renal, o tempo que decorre após o TMO até sua ocorrência e o melhor método de tratamento será importante no manejo dos pacientes com síndrome nefrótica associada ao TMO.

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EOsInOfILIA nA AprEsEnTAÇÃO dE LEucEMIA MIE-LÓIdE AGudA cOM T (6;9) (p23;Q24): rELATO dE cAsO

Souza CLEM1, Bub CB1, Campregher PV1, Velloso EDRP1, Silveira PAA1, Kondo AT1, Odone V1,2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2ITACI - Instituto de tratamento do cancer infantil do Departamento de Pediatria da FMUSP

Introdução: Segundo a classificação da WHO 2008, a leucemia mie-lóide aguda com t (6;9) (p23;q34) é uma entidade rara (0,7-1,8% das LMAs) caracterizada por displasia multilinhagem e marcada basofilia, com prognóstico desfavorável. Esta alteração citogenética geralmen-te se apresenta como única anormalidade, mas pode associar-se a cariótipo complexo. A mutação FLT3-ITD é observada em 70% dos casos. Relato de caso: Relatamos o caso de um paciente de 16 anos, masculino, com quadro de prurido cutâneo generalizado e febre associado a eosinofilia periférica (7830/mm3). Afastadas as causas secundárias de eosinofilia mais comuns, foi realizado mielograma que mostrou acentuada hiperplasia eritróide (58,8%) com diseritropoese, eosinofilia (16,4%), disgranulopoiese, e 9,6% de blastos, caracteri-zando LMA-M6 pela classificação FAB. Estudo citogenético mostrou t (6;9) (p23;q34) , FISH negativo para inv (16) e pesquisa negativa para mutação FLT3-ITD. Tratado com poliquimioterapia (Cladribina, Arabinosilcitosina (1 ciclo) e Arabinosilcitosina e Daunoblastina (1 ciclo)) obteve critérios de remissão hematológica mas com manu-tenção de eosinofilia periférica (número absoluto: 920/mm3). Devido ao prognóstico reservado, foi encaminhado para realização de TCTH alogênico aparentado fullmatch após primeira remissão. Quatro me-ses após o transplante apresentou quadro de sinusopatia com pio-ra da eosinofilia periférica (número absoluto: 10655/ mm3). Estudo medular mostrou ausência de blastos, 50,8% de eosinófilos, e perda parcial do quimerismo. Estudo genético mostrava persistência da t (6;9) (p23;q34) associada agora a novas anormalidades, configuran-do cariótipo complexo. Foi tratado com hipometilante, imatinibe e DLI, evoluindo com GVHD crônico de pele, ocular e hepático. Após trata-mento com imunossupressores, houve melhora do GVHD, resolução da eosinofilia, normalização do cariótipo e retorno ao quimerismo completo. No entanto, 11 meses após o paciente voltou a evoluir com eosinofilia, dessa vez sem surgimento de blastos ou perda do quime-rismo nos linfócitos totais. Foi realizada então o uso de beads para CD66b da Easysep para separação dos granulócitos, sendo isolada uma amostra com 80% eosinófilos. Foi realizado quimerismo nesta subpopulação, com achado de 100% de quimera do doador. O que descartou nossa hipótese inicial de que os eosinófilos pertenceriam ao clone leucêmico. O paciente encontra-se estável, com controle do GVHD e sem sinais de recidiva, um ano e meio após transplante. Comentários: Eosinofilia nas leucemias mielóides agudas está as-sociada a algumas anormalidades citogenéticas recorrentes, particu-larmente a inv (16) e t (8;21), não sendo descrita na LMA associada a t (6;9), na qual a basofilia é o achado morfológico mais freqüente. A t (6;9) leva a formação da oncoproteína DEK-NUP214, uma nucle-oporina que estimula a proliferação celular. No caso apresentado, os eosinófilos pareciam pertencer ao clone leucêmico, antecedendo o aparecimento de mieloblastos e apresentando estreita relação com

resposta citogenética e quimerismo. No entanto, o quimerismo de subpopulação foi capaz de descartar esta suspeita. O que demostra mais um uso de valor deste tipo de exame, além de outros que vem sendo apresentados nos últimos anos como pesquisa de DRM.

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InfEcÇÃO pOr cITOMEGALOVÍrus ApÓs TrAns-pLAnTE ALOGÊnIcO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATO-pOIÉTIcAs: uM EsTudO ObsErVAcIOnAL

Teixeira GM1, Santoro ALR1, Silva ROP1, Macedo AV1, Almeida EA1, Vieira AK1, Muzzi GC1, Lodi FM1, Cota GF1

1serviço de Transplante de medula óssea do Hospital da Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Além da considerável morbidade decorrente dos efei-tos citopáticos diretos, reconhece-se, hoje, uma variedade de efeitos indiretos associados à infecção pelo citomegalovírus (CMV) em re-ceptores de transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas (aloTCTH), como aumento da susceptibilidade à infecções oportunis-tas e do risco de doença do enxerto contra hospedeiro (DECH). A morbi-mortalidade relacionada a infecção pelo CMV justifica a neces-sidade de vigilância e aprimoramento das estrégias de prevenção e tratamento. Objetivo: Avaliar a incidência e a morbidade associada à infecção por CMV no contexto do aloTCTH em um centro brasileiro de transplante. Métodos: Revisão retrospectiva de todos os pacien-tes submetidos a aloTCTH no HC-UFMG entre jan/2007 a dez/2011. Realizou-se a monitorização semanal da viremia pelo CMV por meio da antigenemia pp65 (AgCMV), iniciando-se a partir da pega de neu-trófilos até o D150. O tratamento “preemptive ”com ganciclovir, inicia-do após evidência de viremia e antes da manifestação da doença, era deflagrado diante de AgCMV ≥1 célula , se ocorrência até o 100ºdia após o aloTCTH, ou diante de AgCMV ≥ 5 células , se ocorrência após o D+100 . Profilaxia secundária para CMV era indicada após a 2ªdocumentação de viremia nos primeiros 100 dias após o aloTCTH, com ou sem doença por CMV. Resultados: De 153 transplantados 86 (56%) eram do sexo masculino, 92,3% eram CMV-IgG soroposi-tivos e neoplasia hematológica era a condição de base em 73% dos casos. A mediana de idade foi de 28 anos (6-63 anos) e 128 pacientes (83,7%) tiveram doador aparentado. Havia disparidade HLA em 14 (9,2%). A profilaxia de DECH aguda usada foi ciclosporina (CSP) +/- metotrexato (TCTH mieloablativo, 58,8% dos casos) ou CSP + mico-fenolato de mofetila (TCTH não-mieloablativo). Em 71 (46,4%), utili-zou-se alemtuzumabe no regime de condicionamento. Células-tronco periféricas foram a fonte de enxerto predominante (53,6%). “Pega”de neutrófilos ocorreu em 84,3% dos receptores (129/153) e teve media-na de 19 dias (10-89 dias). Dos pacientes com recuperação de neu-trófilos e, portanto, passíveis de monitoração com AgCMV, viremia foi detectada em 57,6%, a mediana até a primeira AgCMV positiva foi de 36 dias (15-229 dias) e 40% dos pacientes experimentaram ≥2 episódios de viremia nos 6 primeiros meses após o aloTCTH. Viremia assintomática ocorreu em 60,8% dos casos. Dos casos sintomáticos, as manifestações mais comuns foram: úlcera esofágica (12,2%), co-lite (6,8%), acometimento simultâneo do trato digestivo alto e baixo (2,7%) e pneumonite (10,9%). Na análise univariada, encontramos associação com ocorrência de viremia por CMV com: maior idade (33 x 27 anos, p=0,015); regime de condicionamento não-mieloablativo (p=0,03); uso de alemtuzumabe (p=0,045); uso de corticosteróide sistêmico (p=0,006) e DECH aguda (p<0,001). Houve tendência de associação entre viremia por CMV e disparidade no HLA (p=0,07). Não houve associação estatisticamente significante entre viremia por CMV e óbito. Conclusão: Apesar dos avanços em diagnóstico e pre-venção, a infecção pelo CMV permanece como preocupação atual no contexto do aloTCTH. A elevada incidência de viremia aqui observa-da, em contraste com taxas relativamente baixas de acometimento orgânico pela infecção, reforça a importância da vigilância constante de sua ocorrência nessa população.

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usO dE nuTrIÇÃO pArEnTErAL TOTAL supLEMEn-TAdA cOM L-ALAnIL-GLuTAMInA EM pAcIEnTEs subMETIdOs A TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLu-LAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs nO HOspITAL unI-VErsITÁrIO wALTEr cAnTÍdIO-HEMOcE

Leitão JPV1, Duarte FB1, Ribeiro RA1, Kaufman J1, Freire NCB1, Eu-lalio ES2, Matos DM2, Araújo BSGSP1, Lopes GS1, Dantas FER1

1Universidade Federal do Ceará2HEMOCE

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoiéticas é uma opção terapêutica importante principalmente nas neoplasias hematológicas. A toxicidade gastrintestinal secundária ao condicio-namento é um fator que traz grande impacto na morbimortalidade relacionada ao procedimento, o transporte de nutrientes, que por sua vez, leva a um aumento do estresse oxidativo, consumo exces-sivo de proteínas corporais e alterações da função imunológica. Es-tudos experimentais e clínicos têm demonstrado benefícios do uso da glutamina em situações de estresse metabólico tais como sepse e uso de quimioterapia. No transplante de medula óssea, estudos mostram que o uso de glutamina parenteral pode levar a redução de infecção, mucosite, tempo de internação e custos. Objetivo: Descrever a evolução e desfecho clínico dos pacientes submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas que uti-lizaram nutrição parenteral total (NPT) com L-Alanil-Glutamina no Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará. Método: Foi realizada revisão de prontuários de 8 pacientes que foram submetidos a transplante autólogo de medula óssea e realizaram NPT com suplementação de 10g de L-Alanil-Glutamina, sendo analisados o tempo de internação, grau de mucosite, uso de antimicrobianos, hemoculturas e tempo de enxertia granulocítica. Resultados: Dos 40 pacientes transplantados até dezembro de 2011, 8 pacientes analisados (20%) receberam NPT com glutamina. O tempo de enxertia granulocítica variou entre D+9 e D+21, com mediana D+9; o grau de mucosite variou entre II e IV, sendo 37,5% dos pacientes grau II, 37,5% dos pacientes grau III e 25% dos pa-cientes grau IV; todas as hemoculturas foram negativas, porém to-dos os pacientes apresentaram febre e diarréia necessitando de uso de antibióticos; a mediana do dia da alta foi D+18. Dos pacientes estudados, 1 paciente foi a óbito por doença venocuclusiva hepáti-ca no D+13, sem enxertia granulocítica. Conclusão: A mediana de enxertia granulocítica e dia da alta dos pacientes que receberam NPT com Glutamina foi semelhante a dos pacientes do serviço que não receberam tal tratamento. Contudo mais estudos prospectivos e randomizados são necessários para determinar o potencial bene-fício da suplementação da glutamina em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas.

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AVALIAÇÃO dA MObILIZAÇÃO E cOLETA dE cÉLuLAs cd34+ nO sErVIÇO dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL unIVErsITÁrIO wALTEr cAn-TÍdIO – HEMOcE

Lopes GS1, Dantas FER1, Leitão JPV1, Kaufman J1, Duarte FB1, Santiago SP2, Fava FCS2

1Universidade Federal do Ceará2HEMOCE

Introdução: O transplante autólogo de células hematopoiéticas é hoje um dos pilares do tratamento de doenças como: mieloma múltiplo, linfomas Hodgkin e não Hodgkin recidivados e tumores de células germinativas. O sucesso da coleta de células CD34+,

após mobilização, seja com fatores estimuladores de colônias (G--CSF), antineoplásicos (ciclofosfamida e citarabina) ou antagonis-tas do receptor CXCR-4, é passo fundamental para realização do procedimento. Um ponto de corte de 10 células CD34+/mm3 no sangue periférico tem sido arbitrariamente definido como preditor de sucesso de mobilização. A infusão de no mínimo 2,0 x 106célu-las CD34+/kg é necessária para segurança da enxertia. O objetivo do presente trabalho é avaliar o processo de mobilização e coleta de células CD34+ no serviço de transplante de medula óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio. Materiais e Métodos: Foi realizada revisão de prontuário de todos os pacientes que foram submetidos à mobilização e coleta de células-tronco hematopoié-ticas no período de 20/09/2010 até 10/04/2012. Para mobilização das células CD34+, foi utilizado G-CSF na dose de 10-16mg/kg de peso, por via subcutânea, sendo a dose dividida em 3 a 4 aplica-ções por dia. No quarto dia de tratamento, era puncionado acesso duplo lumen para coleta das células. As coletas eram realizadas no quinto e sexto dia de aplicação do fator, com aparelho Colbe Spetro Cell Separator, sob controle manual para obter produto final com hematócrito 3%. O tempo de coleta é fixo, 180 minutos, devi-do ao limite de volume da bolsa. As aplicações do G-CSF eram in-terrompidas após a segunda coleta. Amostras de sangue periférico eram coletadas no quinto e sexto dias e enviadas ao laboratório de citometria de fluxo para quantificação das células CD34+. Amos-tras coletadas por aférese também eram enviadas ao laboratório, para quantificação de células CD34+. Resultados: Foram avalia-dos 17 pacientes, sendo 12 (70%) do sexo masculino e 5 (30%) do sexo feminino. A média de células CD34+ no sangue periférico foi de 28,92/mm3, variando de 10,86/mm3 a 72,86/mm3. Já a média de células CD34+ coletadas por aférese foi de 3,21 x 106/kg, va-riando de 0,48 x 106/kg a 4,32 x 106/kg. Não ocorreram falhas de mobilização e a falha de coleta foi de 38%. Do total 70% dos pa-cientes conseguiram coletar o mínimo de 2,0x106 células CD34+/kg. Um dos pacientes foi mobilizado 2 vezes e em ambas houve falha de mobilização, porém a contagem final de células CD34+ coletadas foi > 2,0 x 106/kg. Conclusões: A dosagem de células CD34+ após estimulação com G-CSF foi maior que 10/mm3em todos os pacientes, significando que não houve falhas de mobili-zação. Porém, contagem menor 20/mm3 foi preditor de insucesso na coleta. Melhoras do processo, como aumento do número de volemias processadas e do volume das bolsas para coleta podem melhorar as taxas de sucesso, permitindo acesso ao transplante para um maior número de pacientes.

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AbOrdAGEM dE ALTA cOMpLEXIdAdE pArA O dIAG-nÓsTIcO dA dOEnÇA LInfOprOLIfErATIVA pÓs--TrAnspLAnTE (pTLd)

Hassan R1, Gama B1, Emmel V1, Colares M1, Lerner D1, Tavares R1, Maradei S1, Romani SO1, Scheliga A1, Ramires J1, Bouzas LF1, Abdelhay E1, Zalcberg I1, Stefanoff G1

1Instituto Nacional de Câncer (INCA) - RJ

A PTLD é uma complicação grave do transplante de células-tron-co hematopoéticas (TCTH) e do transplante de órgãos, causa-da por uma proliferação dirigida pelo vírus Epstein-Barr (EBV), combinada a uma imunidade T defeituosa. O diagnóstico precoce da doença permite intervenção terapêutica em tempo levando a melhor sobrevida dos pacientes e apresenta desafios, devido a sua variabilidade biológica e à necessidade de diferenciá-la de outras complicações pós-TCTH. Para a abordagem diagnóstica da PTLD, estabeleceram-se algoritmos diagnósticos para duas situações: 1) avaliação de uma linfoproliferação suspeita em um pacientes não acompanhado por qPCR, em que a investigação inicia-se a partir da suspeita clínica; e 2) acompanhamento pros-pectivo de pacientes por qPCR, em que a investigação inicia-se

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baseada nos níveis do EBV no plasma (DNAemia com cutoff arbi-trário de 1000 cópias EBV/mL). Para complementar o diagnóstico histopatológico e por imagens, foram implementados métodos para (i) avaliação da clonalidade B, através de análise por hete-roduplex e GeneScan, para discriminação entre linfoproliferações mono-, oligo- e policlonais; (ii) associação com EBV e (iii) origem doador x receptor. A avaliação da associação com o EBV é inicial-mente investigada por PCR convencional (alvo EBNA3C, LOD 75 copias) no plasma e células mononucleares do sangue periférico, seguido de qPCR nos casos positivos. Caso haja indicação de biopsia, o diagnóstico é realizado no material de parafina através de hibridização in situ para os RNAs virais EBERS (EBER-ISH) e clonalidade. A origem doador x receptor é investigada através de PCR-STR fluorescente. Como teste piloto da aplicabilidade do algoritmo diagnóstico, foram investigados 7 casos suspeitos de PTLD (3 AAS, 2 LMAs, 1 LLA, 1 linfoma folicular), tendo sido con-firmado o diagnóstico em 5 casos (3 casos monoclonais, 1 caso sem clonalidade informativa (Hodgkin-like) e um caso inconclusivo por presença de extensas regiões de necrose na amostra), os 5 associados ao EBV. O diagnóstico de PTLD ocorreu nos primeiros 6 meses pós-TCTH, em 4 casos. O caso tardio ocorreu mais de 5 anos pós-TCTH aparentado. Os tipos histológicos de PTLD encon-trados nos casos precoces foram: linfoma difuso de grandes célu-las B (LDGCB), e um caso indeterminado. A PTLD tardia foi linfo-ma tipo-Hodgkin. Todos os casos apresentaram DNAemia EBV na amostra investigada para diagnóstico. Os casos não confir-mados para PTLD tratavam-se de crianças com leucemia aguda, uma cursando com quimerismo misto e associação com DECH e infecção por CMV (baixa carga). O diagnóstico da PTLD deve ser realizado por abordagem multidisciplinar, incluindo aspectos clí-nicos do transplante, patologia, imagens e métodos laboratoriais de alta complexidade. A avaliação prospectiva da DNAemia por qPCR pode auxiliar no diagnóstico precoce, mas devido ao seu baixo poder preditivo positivo, deve ser acompanhada de outras técnicas e marcadores que incluam todos os aspectos em que a variabilidade das PTLDs traz problemas diagnósticos. Financia-mento: FAPERJ-PPSUS e CNPq.

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rEsuLTAdOs InIcIAIs dO rEGIsTrO dE TrAns-pLAnTEs dE MEduLA ÓssEA nO nOrdEsTE (cOnE-XÃO nOrdEsTE dE TMO)

Duarte FB1, Pitombeira MS1, Ribeiro RA1, Kaufman J1, Araujo MAS2, Fonseca H3, Leitão JPV1, Lopes GS1, Dantasc FER1, Landim SV1, Eulalio ES4, Matos DM4, Araújo BSGSP1, Soares RDA3

1Universidade Federal do Ceará2Universidade Federal da Bahia3Natal Hospital Center4HEMOCE

No intuito de colocar o transplante de medula em discussão pela sociedade e, bem como, despertar a importância do tema pe-rante as autoridades, foi realizado o I Encontro de Transplante de Medula Óssea do IBRAPEC – Instituto Brasileiro de Pesqui-sa Científica, no dia 18 de junho de 2010, em Fortaleza. Nessa ocasião, com a presença de representantes de quatro estados do Nordeste, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Cea-rá, foram discutidos os principais problemas e perspectivas do desenvolvimento do Transplante de Medula Óssea nessa região. Com a finalidade de reunir o maior número de casos para discus-são e análise de resultados, foi proposta a criação da Conexão Nordeste de TMO. O IBRAPEC ficou responsável pela criação de um site para armazenamento das informações sobre todos os pacientes transplantados, com absoluta segurança e privacidade no manuseio dos dados. Os dados são digitalizados e armazena-dos no banco de dados do site, ficando disponível para o pesqui-

sador responsável visualizar, incluir, e atualizar as informações via internet. Estão registrados três centros de transplante (Natal, Salvador e Fortaleza) com 55 pacientes cadastrados, sendo 52 autólogos e 3 alogênicos. O formulário contem informações epi-demiológicas, clínicas, tratamento e resultados do pré e do pós--transplante. Esperamos com essa iniciativa estimular a pesqui-sa científica e estatística no Nordeste, refletindo na melhora da qualidade de vida e da sobrevida dos pacientes transplantados.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs EM MIELOfIbrOsE: cOMpArAÇÃO EnTrE rEGIME dE cOndIcIOnAMEnTO MIELOAbLATIVO E dE InTEn-sIdAdE rEduZIdA.

Funke VAM1, Furtado VF1, Santos GR1, Sinamura LA1, Fagundes T1, Nunes EC1, Sola CB1, Medeiros LA1, Pasquini R1, Malvezzi M1

1Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Parana

O TCTH alogênico é indicado para pacientes portadores de Mielo-fibrose de alto risco ou risco intermediário 2 e nos pacientes porta-dores de Policitemia Vera ou Trombocitemia Essencial que tenham evoluído para mielofibrose com características de alto risco; Os re-sultados dor TCTH alogênico com condicionamento mieloablativo parecem ser melhores para os pacientes com idade abaixo de 45 anos, havendo um menor risco de recidiva. No entanto, resultados recentes com condicionamento de intensidade reduzida para 45-65 anos tem se mostrado bastante promissores. Este estudo tem por objetivo descrever uma serie de pacientes com diagnostico de mielofibrose transplantados no HC-UFPR e no Hospital Nossa Se-nhora das Graças (HNSG). Pacientes e Métodos: no periodo de 1984 a 2011, foram transplantados 14 pacientes com diagnostico de MF , sendo 11 no HC-UFPR e 3 no HNSG. A mediana de idade foi de 42 anos (10-51). Sexo masculino: 10 pacientes, feminino: 4 pacientes. Mediana de 5 transfusoes (0-61). Sexo masculino com doador feminino: 5 pacientes. Mediana de duração de doença: 20 meses (2-150). Todos os pacientes apresentavam risco alto ou intermediario2, segundo a classificacao de Dupriez. Condiciona-mento: Fludarabina 125 mg/m2 + Melfalan 140 mg/m2 (6 pacien-tes); BU + Cy (4 pacientes); CY + TBI (1), Flu + Mel + ATG (2 pac. ), Flu 180 + BU 10 + ATG 5mg/kg (1pac. ). Fonte de células: mo (7 pac. ), sp (7 pac). Mieloablativo: 5 pacientes; Intensidade reduzida (RIC): 09 pacientes. Dois pacientes receberam TCTH de doador não aparentado. Resultados: No grupo do TMO mieloablativo (n=5): houve pega em 100% dos pacientes. Um paciente apresen-tou recaída. Três pacientes apresentaram DECH-A II-IV e 4 pa-cientes evoluíram com DECH crônico extenso grave. Quatro dos cinco pacientes foram a óbito. A única paciente viva tinha 10 anos de idade a época do transplante. A sobrevida mediana foi de 479 dias. No grupo do RIC (n=9): houve falha de pega em 1 paciente que recebeu medula de doador não aparentado e apresentada es-plenomegalia de 18 cm no momento do transplante. Três de nove pacientes recaíram. Sete dos nove pacientes permanecem vivos, com sobrevida mediana de 750 dias (34-1872). p= 0,000123, Con-clusão: A despeito da pequena amostragem os dados sugerem que a uilizacao de regimes de intensidade reduzida parece permitir melhor taxa de sobrevida, apesar da maior taxa de recaída.

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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EXpErIÊncIA dE 500 TrAnspLAnTEs dE MEduLA Ós-sEA rEALIZAdOs nO HOspITAL A. c. cAMArGO – sÃO pAuLO.

Watanabe RT1, Camandoni VO1, Paivajr TF1, Rodrigues NAF1, Sil-va CSS1, Vieira GMM1, Moura FL1, Lima VCC1, Fanelli MF1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Altas doses de quimioterapia seguida de resgate de células-tronco hematopoéticas (TCTH) vem se consolidando cada vez mais como uma modalidade terapêutica benéfica para inúmeras doenças hematológicas e não-hematológicas. Nossa instituição iniciou o serviço de transplante de medula óssea em março de 1995, com 4 leitos, realizando neste primeiro ano, 14 transplantes autólogos (média de 2 procedimentos por mês). Em outubro de 2010 expandimos a unidade para 5 leitos e completou--se no final de 2011, 500 transplantes, entre autólogos e alogêni-cos, com uma média de 8 internações/ mês. Objetivo: Descrever a experiência com TCTH em nosso serviço. Material e Método: Descrição dos casos do Serviço. Resultados: Foram realizados 500 transplantes, sendo destes, 400 transplantes autólogos, 94 alogênicos aparentados e 06 alogênicos não aparentados. Nos transplantes autólogos, a idade mínima foi de 01 ano e a máxima de 69 anos. Nos tranplantes alogênicos, a idade mínima foi de 04 anos e a máxima de 70 anos. Em relação ao sexo, foram atendidas 229 mulheres e 271 homens. Os diagnósticos apresentados foram os linfomas (197), mieloma múltiplo (124), leucemias (89), tumo-res embrionários/germinativos (23), tumor de mama (39), aplasia medular e síndrome mielodisplásica (07), neuroblastoma (8), rab-domiossarcoma (3), meduloblastoma (1), sarcoma de Ewing (4), PNET (3), tumor de WiIms (1) e amiloidose (1). Conclusão: Os 500 transplantes realizados proporcionaram grande experiência nesta modalidade terapêutica, desde a classificação dos candi-datos, esquemas de condicionamento individualizados e manejo das complicações, além da valorização da participação da famí-lia e do paciente no auto cuidado e continuidade do tratamento, dentre outros. O número de pacientes classificados em nosso ser-viço tem aumentado significantemente nos últimos anos. Nesse sentido está previsto o aumento da nossa unidade para 15 leitos destinados ao TCTH até o final de setembro deste ano, diminuindo o tempo de espera e contribuindo para a formação especializada das equipes multidisciplinares, já que a instituição é referencial de assistência e formação em oncologia.

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rEVIsÃO dOs AcHAdOs HIsTOpATOLÓGIcOs EM pA-cIEnTEs cOM suspEITA cLInIcA dE dOEnÇA dO En-XErTO cOnTrA O HOspEdEIrO sEGundO O cOnsEn-sO dO nIH: uM EsTudO pILOTO.

Santos GR1, Fagundes TS1, Furtado VF1, Nunes EC1, Sola CB1, Oli-va LV1, Pasquini R1, Malvezzi M1, Ioshii S1, Funke VAM1

1Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Parana

A Doença do Enxerto contra o Hospedeiro (DECH) apresenta diagnóstico difícil, sendo um desafio ao sucesso do transplan-te de células-tronco hematopoéticas (TCTH). A histopatologia e uma importante ferramenta na compreensão fisiopatológica e no diagnóstico da DECH. Entretanto, sabe-se que não é um método diagnóstico definitivo. Este é um estudo piloto retrospectivo de pacientes com DECH diagnosticada no Serviço de Transplante de Medula Óssea do HC da UFPR com os objetivos de reclas-sificar e descrever as alteracoes anatomopatologicas conforme

a proposição do Consenso do NIH, e analisar a concordância com o diagnóstico clínico de DECH. Foram rastreados pacientes no registro do Serviço de Anatomia Patológica que realizaram biópsia de pele, fígado ou trato gastrointestinal (TGI). A partir de revisão de laudos e lâminas, levantou-se os critérios diagnósti-cos propostos pelo NIH quanto a esses três sítios, enquanto a evidência clínica de DECH foi verificada em registros médicos. Foram selecionados exames com requisições com suspeita cli-nica de DECH. Quarenta e cinco exames histopatológicos de 28 pacientes foram avaliados, no período de 2007 a 2010. Eram 19 pacientes do sexo masculino e 9 feminino, com média de ida-de de 17 anos e 9 meses, e com tempo médio do transplante à biópsia de 255 dias. Fonte de células: medula óssea (19 pac), cordão umbilical (7) e sangue periférico (4). Dos exames avalia-dos, 25 (55,6%) eram compatíveis com DECH, 12 (26,7%) eram negativos e 8 eram indeterminados. Doze (52%) das biópsias cutâneas eram condizentes com DECH, apresentando queratinó-citos apoptóticos (100%) e vacuolização (75%) como principais achados, enquanto nos 4 (17,4%) não condizentes foram encon-tradas exocitose linfocitária e queratose laminar e nos 7 (30,4%) indeterminados, se observava infiltrado linfocitário perivascular, acantose (42%), queratinócitos apoptóticos (42%), vacuolização (42%), espongiose e edema de derme (28 e 14%). No figado, um exame condizente apresentava colestase e inflamação portal e lobular, enquanto o outro caso, mais sugestivo de hepatite me-dicamentosa, apresentava tumefação hepatocitária e siderose. . Dos 12 exames do TGI condizentes (60%), todos apresentavam células apoptóticas, destruição glandular (75%), ulceração (42%) e fibrose (17%), enquanto os exames não sugestivos cursavam com inflamação crônica (62%) e edema de córion (25%). Não havia exames indeterminados desse sistema nesta amostra. Havia 27 exames de pacientes com DECH crônico (classico ou overlap) sendo 17 (63%) com critérios mínimos para doenca ati-va e 8 (30%) também com criterios especificos. Destes, apenas 52% dos laudos liberados previamente eram compatíveis com DECH. Na pele (n=14), 57% das biopsias apresentavam critérios mínimos e 7% específicos. No fígado (n=2) os dois casos tinham apenas critérios mínimos. Em TGI (n=11) 64% das biopsias apre-sentavam critérios mínimos e também específicos. Embora mui-tos fatores possam interferir no resultado histopatológico, e da amostragem pequena, ha importante fração de casos em que o exame patológico não confirma os achados clínicos. Deste modo, este deve ser considerado dentro de suas limitações como um instrumento de apoio diagnóstico, apresentando um bom valor preditivo positivo e oferecendo a possibilidade de exclusão de outras situações diferenciais.

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AVALIAÇÃO dOs nÍVEIs dE IL10, IL12, IL17 E sTLr2 E suA rELAÇÃO cOM cOMpLIcAÇÕEs EM pAcIEnTEs subMETIdOs À QuIMIOTErApIA EM ALTA dOsE cOM rEsGATE dE cÉLuLAs HEMATOpOÉTIcAs prOGEnI-TOrAs AuTÓLOGAs.

Machado LN1, Camandoni VO1, Silva CSS1, Rodrigues NAF1, Melo LMMP1, Paivajr TF1, Vieira GMM1, Moura FL1, Fanelli MF1, Lima VCC1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Complicações decorrentes da quimioterapia de alta dose com resgate de células hematopoéticas progenitoras autó-logo (TCTH) são especialmente resultantes do dano direto dos agentes utilizados no condicionamento sobre os órgãos e siste-mas. A liberação de citocinas resultante desta injúria pode ser responsável pela patogênese de muitas destas complicações, mas ainda necessita ser melhor investigada. Objetivo: Avaliar os níveis séricos de IL10, IL12, IL17 e sTLR2, e sua relação com as

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complicações mais freqüentes durante o TCTH: febre, mucosite, diarréia, insuficiência respiratória e sepse. Metodologia: Estudo de coorte prospectiva, que incluiu 60 pacientes, com diagnósti-co de mieloma múltiplo (MM), linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não Hodgkin (LNH), submetidos à TCTH, no período de maio de 2010 a setembro de 2011. As concentrações de IL10, IL12, IL17 e sTLR2 nas amostras de soro foram medidas utilizando-se ELISA de captura e correlacionadas com as características clínicas e de tratamento e com os eventos supracitados. Resultados: A média de idade foi de 50,6 anos (16-72), com discreto predomínio do sexo feminino. 48% tinha diagnóstico de MM e 52% encontrava-se em resposta completa. Trinta e oito por cento apresentava ECOG 0 e o índice de comorbidade específico (HCT-CI) foi de 0 para 52 pacientes. Observamos 132 eventos de interesse do estudo. Destes, 98 tiveram amostras coletadas para análises das proteí-nas, sendo 54 eventos de febre, 31 de diarréia e 13 de mucosite. A indicação do transplante apresentou associação com mucosite (p=0,0115), mostrando maior incidência entre os que realizaram o transplante por doença refratária. A elevação de sTLR2 esteve associada com a ocorrência de diarréia, mucosite e febre, e apre-sentou correlação com o tempo de internação. As outras proteínas avaliadas não estiveram associadas com nenhum dos desfechos. Conclusão: Doença refratária pré-transplante está associada a maior incidência de mucosite. Elevação de sTLR2 está associada com desenvolvimento de febre, mucosite e diarréia.

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EXpErIÊncIA dO usO dO ÁcIdO ursOdEsOXIcÓLI-cO nA prEVEnÇÃO dE cOMpLIcAÇÕEs HEpÁTIcAs EM pAcIEnTEs subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE cÉLu-LAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs ALOGÊnIcO

Rodrigues NAF1, Berriel LGS1, Camandoni VO1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1, Fanelli MF1, Paivajr TF1

1Hospital AC Camargo

Introdução: O ácido ursodesoxicólico (AUDC) tem ações anti--inflamatória, estabilizadora de membrana e imunomoduladora. Esta medicação tem sido utilizada na profilaxia de toxicidade he-pática, dentre elas a síndrome de obstrução sinusoidal (SOS), além de apresentar um potencial na redução da doença do enxer-to contra hospedeiro (GVHD), em pacientes tratados com trans-plante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico. Este trabalho relata a experiência de seu uso neste cenário no Hospi-tal A. C. Camargo. Métodos: Análise retrospectiva dos pacientes submetidos à TCTH alogênico que utilizaram AUDC, observando toxicidade hepática através das dosagens séricas de bilirrubina total e ALT/TGP. O critério de toxicidade utilizado foi alteração la-boratorial acima de 2,5 vezes o valor limite da normalidade, até o D+30 pós transplante. Resultados: Foram avaliados 21 pacien-tes submetidos à TCTH alogênico no período de março de 2011 a abril de 2012, sendo 13 mulheres e 8 homens. Dez portadores de LMA, 5 de LLA, 3 LNH, 2 LMC e 1 aplasia de medula óssea. Com relação ao condicionamento, foram 10 mieloablativos, 9 de inten-sidade reduzida (RIC) e 2 não-mieloablativo. Quatorze pacientes realizaram condicionamento com bussulfan e 12 receberam ra-dioterapia de corpo inteiro (TBI). Nenhum paciente apresentou elevação acima do previsto de bilirrubina total, enquanto 2 (9,5%) apresentaram elevação significativa de ALT/TGP. Nestes 2 pa-cientes, um apresentava diagnóstico de LMC, recebendo condi-cionamento RIC com uso de TBI, sendo o doador haploidêntico. O outro, com diagnóstico de LMA, recebeu condicionamento não--mieloablativo com uso de fludarabina e TBI. Conclusão: A baixa taxa de toxicidade hepática encontrada na instituição é compatí-vel com os melhores dados encontrados na literatura. Acredita-mos que a utilização de AUDC em pacientes submetidos a TCTH alogênico contribuiu para estes resultados.

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InTErcOrrÊncIA GrAVE durAnTE O cOndIcIOnA-MEnTO dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dE uM pAcIEnTE cOM LLA

Rodrigues NAF1, Paivajr TF1, Moura FL1, Lima VCC1, Melo LMMP1, Vieira GMM1

1Hospital AC Camargo

Relataremos o caso de uma paciente de 50 anos, do sexo femi-nino diagnosticada em Julho de 2009, com LLA células B pre-cursoras, hospitalizada com exames de admissão com Hb:9,8 g/dl; leucócitos:136. 000/ul (90% de blastos), plaquetas:15. 000/ul. A imunofenotipagem de sangue periférico com blastos (CD34+, HLA-DR+) da linhagem linfóide B (CD19+, CD22 parcial) e ex-pressão anômala de CD33 (parcial) e com citogenética 46,XX, t (11,19) (q23;p13. 1)[20] metáfases. A paciente foi estratificada com LLA-B de alto risco e iniciado indução quimioterápica con-forme MRC UKALL XXII/ECOG E2993 obtendo resposta hema-tológica e citogenética completa, porém com doença residual mínima por analise de imunofenotipagem por citometria de fluxo. Proposto a realização de Transplante de Medula Óssea (TMO) alogênico com condicionamento mieloablativo (MAC) para o qual a paciente não tinha inicialmente doador aparentado e não apa-rentado compatível , com posterior identificação de doador não aparentado, cerca de 16 meses após o diagnóstico. O condicio-namento planejado foi com irradiação corporal total (TBI) na dose de 12Gy divididas em 6 frações de 2Gy a partir do D-6 aD-4 e ciclofosfamida 60mg/Kg/dia no D-3 e D-2. No D-4 após realização de 8 Gy da TBI, a paciente apresentou episódio de síncope ao deambular, dor retroesternal e hipotensão (PA:70 x 40 mmHg). Diante do quadro de choque, paciente transferida para UTI, re-alizado investigação para IAM,TEP (ambas negativas) e iniciado antibioticoterapia empírica com posterior resultado de urocultura positiva para K. pneumoniae multissensível. Neste momento, foi realizada ampla discussão da equipe médica com a paciente e esposo para decisão de conduta relativa ao transplante e tambem se ressalta que as condições clínicas da paciente não permitiam o seu deslocamento da UTI para a realização de radioterapia. Foi ponderado sobre a menor toxicidade aguda com menor potencial de controle de doença a longo prazo com a realização transplante com regime de intensidade reduzida e o risco de maior toxicidade com maior potencial de controle com a realização do transplante mieloablativo. Optado pela realização de regime de condiciona-mento de intensidade reduzida , com suspensação da dose res-tante de TBI e da ciclofosfamida e adicionado Fludarabina 50 mg/m2 (D-4 aD-2). A fonte de células progenitoras hematopoiéticas foi periférica com infusão de 5,03x10E (6) células CD34+/kg no D0 e a profilaxia de doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) foi feita com timoglobulina, ciclosporina e metotrexato. Apresen-tou resolução do choque após antibioticoterapia e suporte clínico intensivo com alta hospitalar no D+25. Após um ano e três meses do TMO, a paciente está bem, plenamente ativa, com doença em remissão e quimerismo completo e sem sinais de DECH crônica. Discussão: Este caso ilustra uma intercorrência grave durante o regime de condicionamento de paciente com LLA de alto risco. Diante disto, foi necessária a personalização de conduta, visto que não há em literatura uma conduta padronizada. A modifica-ção do regime de condicionamento MAC para RIC, visou à re-dução da toxicidade aguda relacionada ao transplante e permitir uma recuperação mais rápida do quadro. Diante da ausência de recidiva de doença até o presente momento podemos considerar que tal estratégia foi bem sucedida.

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TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA ALOGÊnIcO HA-pLO-IdÊnTIcO EM pAcIEnTE cOM LEucEMIA MIELÓI-dE crÔnIcA EM crIsE bLÁsTIcA

Vieira GMM1, Camandoni VO1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Paivajr TF1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Reportaremos o caso de um paciente de 24 anos , do sexo mas-culino, previamente hígido, diagnosticado com Leucemia Mieloi-de Crônica (LMC) em fase crônica , em Outubro de 2010, com escores de risco alto (Sokal) e intermediário (Hasford), que ini-ciou tratamento com imatinibe 400mg/dia em Janeiro de 2011, resposta hematológica completa e citogenética de medula óssea c/ 40% de metáfases Philadelphia positivas (Ph+) aos três me-ses de tratamento. Na reavaliação aos seis meses de tratamento , mantinha resposta hematológica, porém com citogenética de medula óssea com 70% de metáfases Ph+ com a ocorrência adi-cional em duas metáfases de um cromossomo duplo Ph e trans-locação entre os braços curtos dos cromossomos 3 e 19 em qua-tro metáfases, caracterizando progressão clonal. A pesquisa de mutações contra inibidores tirosinaquinase detectou a mutação G250E, a qual é resistente a imatinibe e sensível a dasatinibe e nilotinibe. Foi indicado o tratamento com dasatinibe,o qual o pa-ciente não conseguiu obter prontamente pelo SUS, vindo a evo-luir com crise blástica de fenótipo misto (mielóide e linfóide T) em Setembro, dois meses após a detecção de progressão clonal. O paciente foi hospitalizado e tratado com quimioterapia de indução com protocolo Ida-FLAG com dasatinibe 140mg/dia por sete dias, atingindo remisão hematológica. Após recuperação hematológi-ca foi mantido com dasatinibe e sem possuir doador de medula óssea (aparentado e não aparentado), foi optado por prosseguir com transplante de medula óssea (TMO) com doador alternativo haplo-idêntico, cujo doador foi o pai do paciente. O paciente rece-beu condicionamento de intensidade reduzida com ciclofosfami-da 14,5mg/Kg no D-6 e D-5, fludarabina 30mg/m2 no D-6 aD-2 e irradiação corporal total na dose de 2Gy no D-1. Recebeu infusão de 6,0x10E (6) células hematopoiéticas periféricas CD34+ no D0 e profilaxia para doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) com ciclofosfamida 50mg/Kg no D+3e +4, micofenolatomofetil e tacrolimus a partir do D+5. O paciente teve como complicações neutropenia febril controlada com antibióticoterapia e doença ve-noclusiva hepática controlada com restrição hídrica, apresentan-do pega medular no D+16. A citogenética de medula óssea do D+30 foi 46XY sem metáfases Ph+ e o PCR em tempo real quan-titativo para o rearranjo BCR/ABL foi indetectável. A pesquisa de quimerismo entre doador e receptor por VNTR mostrou quimeris-mo completo. Até este relato o paciente se encontrava no D+81 do TMO em uso de dasatinibe 140mg/dia e já em desmame de tacrolimus, sem sinais de DECH aguda. Discussão: O tratamen-to da LMC com inibidores tirosinoquinase propiciou aos pacientes um bom controle da doença, dispensando a necessidade de TMO como tratamento de primeira linha na grande maioria dos pacien-tes. Entretanto,30 a 35% dos pacientes falharão ao tratamento de primeira linha com imatinibe, necessitando de inibidores de segunda geração e para aqueles que evoluem em crise blástica o prognóstico é geralmente muito ruim com sobrevida curta, sen-do o TMO até o momento a única opção terapêutica de cura, e infelizmente muitos pacientes não têm um doador compatível. O caso exposto mostra que o TMO alogeneico com doador alterna-tivo de célula tronco hematopoiética haplo-idêntico pode ser uma alternativa eficaz em um cenário de prognóstico tão desfavorável como o de LMC em crise blástica.

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TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOIÉTIcAs EM LInfOMA dE HOdGKIn – EXpE-rIÊncIA dA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL A. c. cAMArGO – sÃO pAuLO - brAsIL.

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Terapias correntes falham em promover cura em 1/3 dos pacientes com Linfoma de Hodgkin (LH) avançado. O trans-plante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo é o tra-tamento de escolha nos pacientes com LH que progridem após o tratamento quimioterápico de primeira linha. O nosso estudo tem como objetivo avaliar a sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) nos pacientes submetidos a TCTH autólogo. Mé-todos: Estudo observacional de coorte retrospectiva. Foram anali-sados dados clínicos e laboratoriais de 47 pacientes transplantados consecutivamente entre fevereiro de 2005 a abril de 2011. Os crité-rios de inclusão foram pacientes com LH submetidos a TCTH num serviço terciário de oncologia. A SG e a SLP foram obtidas através do método de Kaplan-Meier. Resultados: A idade mediana dos pa-cientes foi 29 anos (12 a 60 anos), 53% eram homens. Em relação ao status da doença pré-transplante 57% encontravam-se em re-missão completa, 26% em remissão parcial, 15% eram refratários e em 2% não estava disponível. O TCTH foi realizado em 2º, 3ºe 4ºlinha de tratamento em 66%, 19% e 13% respectivamente. A fonte de células-tronco hematopoiéticas foi periférica em 85%, medula ós-sea em 9 % e periférica + medula óssea em 6%. O CBV foi o esque-ma de condicionamento em 55% dos casos e BEAM em 45%. Em 2 anos e 5 anos, a SLP foi de 58% e 54%, respectivamente. A SG aos 2 anos e 5 anos foi de 70% e 54%, respectivamente. Um plateau foi atingido na curva de Kaplan-Meier após 28 meses. Em relação à mortalidade, 5 pacientes faleceram nos primeiros 100 dias após TCTH, sendo 1 por neoplasia e 4 por infecção/falência de órgão, resultando numa taxa de mortalidade relacionada ao transplante de 2% até o D+30 e 8% até o d+100. Todos os 4 pacientes que apre-sentaram TRM até o D+100 receberam CBV no condicionamento. Conclusão: A sobrevida após TCTH em LH no nosso Serviço foi comparável aos resultados publicados em registros internacionais. Portanto, o TCTH é uma alternativa segura e eficaz para o tratamen-to de pacientes com LH no nosso meio.

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AVALIAÇÃO pLAsMÁTIcA dE uMA dOsE ÚnIcA dE bussuLfAnO prÉ TcTH E dOsAGEns pLAsMÁTIcAs nO prIMEIrO dIA dE cOndIcIOnAMEnTO EM pA-cIEnTEs QuE rEcEbErAM bussuLfAnO pOr VIA En-dOVEnOsA

Esteves I1, Sugawara EK1, Rodrigues JF1, Santos FP1, Nakashima SS1, Ribeiro A1, Kerbauy FR1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Transplante alogênico de células hematopoiéticas (TCTH), é uma opção de tratamento indicada para pacientes com patologias hematológicas e não hematológicas. Altas doses de bussulfano (Bu) associadas à outros agentes quimioterápicos, de-sempenham importante papel em esquemas mieloablativos para TCTH. Atualmente, o Bu por via endovenosa é utilizado com uma frequência maior nos centros transplantadores brasileiros. Alguns trabalhos citavam a correlação entre a via de administração dessa droga e uma possivel estabilidade plasmática em pacientes trans-

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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plantados. Esse quimioterápico, por possuir uma absorção errátil, necessita de dosagens plasmáticas para ajuste de dose. Objetivos: Avaliar a farmacocinética do Bu administrado por via endovenosa, bem como suas dosagens teste pré TCTH e durante o primeiro dia do condicionamento. Material e Métodos: Entre agosto de 2011 a Junho de 2012, foram avaliados 9 pacientes sob o uso de Bu por via endovenosa que se submeteram a uma dose teste pré TCTH de 32 mg/m2, 48 horas pré TCTH e durante o 1ºdia do regime de condicio-namento. Suas dosagens plasmáticas foram realizadas através da metodologia em HPLC com dosagens plasmáticas realizadas nos tempos 0h, 30 min, 45 min, 1h, 2h, 3h, 4h, 5h, 6h e 7h após infusão da droga. Assim, o AUC foi obtido nesses pacientes e a dose ideal de Bu foi calculada para o primeiro dia de condicionamento para cada um deles. Resultados e Conclusão: Foram avaliados 9 pa-cientes com idade entre 18 a 55 anos que receberam bussulfano por via endovenosa. Cinco (45%) do sexo feminino e 4 (55%) mas-culino. Todos (100%) tinham diagnostico de LMA e dois deles com doença em atividade no momento do TCTH. Uma dose teste única de 32 mg/m2 foi administrada 48 horas pre TCTH. Para 6 (66,6%) pacientes desse grupo, o AUC desejado era de 6000 μMol/L/min. Na dosagem teste pré TCTH, houve variação de 1001 a 1684 μMol/L/min de AUC. Após correção de dose, o AUC atingido variou entre 5538 a 8818 μMol/L/min no 1ºdia de condionamento. Para 2 pa-cientes (22,2%) que necessitavam de AUC alvo de 5000 μMol/L/min, a dosagem teste pré TCTH evidenciou 1308 μMol/L/min para um e 1507 μMol/L/min para o outro. Para 1 (11,1%) paciente foi es-tipulado o alvo de 4500 μMol/L/min. Sua dosagem teste pré TCTH foi de 2021 μMol/L/min e após correção da dose, no 1ºdia do con-dicionamento, o AUC foi de 4789 μMol/L/min. Dos 9 pacientes que receberam bussulfano por via endovenosa, apenas 1 (11%) que re-cebeu 6000 μMol/L/min de AUC teve mucosite grau IV. Um (11,1%) teve DECH de pele agudo grau IV. Dois (22,2%) recidivaram até o D+100 (tinham doença ativa e receberam AUC de 6000 μMol/L/min). A mortalidade até o D+100 foi 11,1% devido recidiva de doen-ça. Observamos que a dosagem teste pré TCTH é útil para orientar a dose ideal de bussulfano durante o regime de condicionamento. O bussulfano administrado por via endovenosa também apresentou alteração farmacocinética como o da formulação por via oral, já que em diferentes indivíduos, as dosagens se comportaram de formas diferentes. Concluímos que o uso de Bu por via endovenosa tam-bém merece a realização de uma dose teste pré TCTH com poste-riores dosagens no 1ºdia do condicionamento para melhor ajuste de dose e melhor controle de toxicidade e efetividade da mieloablação durante o condicionamento em TCTH.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs AuTÓLOGO EM MIELOMA MÚLTIpLO – EXpErIÊn-cIA dA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL A. c. cAMArGO – sÃO pAuLO – brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Chinen LTD1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Mieloma múltiplo (MM) é a principal indicação para transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo se-gundo o CIBMTR. O TCTH autólogo está associado a ganho de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) e, em princípio, é considerado tratamento padrão em pacientes elegíveis ao transplante, mesmo na era dos novos agentes. Métodos: Foram analisados, de forma retrospectiva, dados clínicos e laboratoriais de 56 pacientes submetidos consecutivamente ao primeiro TCTH autólogo entre maio de 2007 a fevereiro de 2011. A SG e a SLP foram obtidas através do método de Kaplan-Meier. Resultados: A idade mediana dos pacientes foi 54 anos (30 a 69 anos), 62,5% eram homens. O tipo do mieloma foi IgG em 30%, IgG + cadeia leve

em 28%, IgA em 12%, IgA + cadeia leve em 12%, cadeia leve em 7% e não secretor em 5%. O Durie-Salmon foi disponível em 96% dos casos, sendo III em 73%, II em 20% e I em 3%. O ISS esteve disponível em 82% dos casos, sendo 3 em 7%, 2 em 36% e 1 em 39%. Setenta por cento dos pacientes foram submetidos ao TCTH em 1ºlinha e 25% em 2ºlinha. Esquema contendo bortezomibe foi utilizado pré TCTH em 23% dos casos. Resposta completa (RC) + VGPR foi alcançada em 50% dos pacientes pré TCTH, enquanto 45% foram submetidos ao TCTH em resposta parcial (RP). A fonte das células-tronco foi periférica em 100% dos casos. O condiciona-mento utilizado foi melfalan em 100% dos pacientes. A mortalidade relacionada ao transplante (TRM) foi de 0% em 30 dias e 1,7% (1 paciente no D+97) em 100 dias. Em 50% dos pacientes a resposta foi melhorada com o TCTH, resultando no status pós TCTH de RC observada em 51%, VGPR em 39% e RP em 8%. Trinta e quatro pacientes receberam manutenção com talidomida com tempo me-diano de 6 meses e 1 paciente com lenalidomida por 4 meses. A SG foi de 90% e 80% aos 2 anos e 5 anos respectivamente. A SLP aos 2 anos foi de 62%. Analisando o subgrupo de pacientes tratados com tratamento de indução e submetidos ao TCTH em 1ºlinha a SG foi de 90% e 80% aos 2 anos e 5 anos respectivamente e a SLP aos 2 anos e aos 5 anos foi de 65% e 20%. Conclusão: O TCTH autólogo está associado à melhora na resposta clínica ao tratamen-to de indução. As taxas de TRM, SLP e SG em nosso centro são compatíveis com a literatura.

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TrAnspLAnTE nÃO ApArEnTAdO cOM sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL

Silva AG1, Felix O1, Simões P1, Ginani V1, Gouveia R1, Zecchin V1, Barros DP1, Ibanez A1, Temin J1, Seber A1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

Uma importante limitação aos Transplantes de Células-Tronco He-matopoiéticas (TCTH) alogênicos é a disponibilidade de doadores HLA-compatíveis. Dentre os doadores não-aparentados, o sangue de cordão umbilical (SCU) é uma opção mais rápida e permite ofere-cer TCTH para praticamente todos os pacientes, pois a necessidade de compatibilidade HLA é muito menor. Além disso, a combinação de unidades torna possível realizar transplantes mesmo em pacien-tes de maior peso. O objetivo deste trabalho é descrever a experi-ência com transplantes de SCU já realizados em nossa instituição. Método: O número mínimo de células recomendado para a pega do enxerto foi 3x107 CNT/kg para unidades com HLA compatível 6/6, 4x107/kg para as 4/6 ou 5/6 (Verneris. Blood 114:4293, 2009) ou 6x107 quando o paciente tinha síndrome mielodisplásica (Ma-dureira. Leukemia 25:449, 2011). A tipagem HLA foi disponível em baixa resolução para os antígenos A e B e alta resolução de DR. A tipagem do HLA-C, já demonstrado como importante fator prognós-tico para a mortalidade associada ao transplante de cordão (Eapen. Lancet Oncol 12:1214, 2011), não estava disponível na maior parte dos pacientes. Embora a maior parte das instituições americanas hoje selecione os cordões segundo a alta resolução de A, B, C e DR a tipagem de alta resolução também não estava disponível na maior parte das unidades. Os pacientes fizeram pesquisa de anticorpos anti-HLA (Luminex) e foram selecionadas unidades contra as quais não possuíam anticorpos. As unidades foram descongeladas com solução de dextrano-albumina 4oC segundo método de Rubinstein, centrifugadas, ressuspensas na mesma solução e imediatamen-te infundidas. O sobrenadante foi repetidamente centrifugado até restarem menos de 0,1x107 CNT/kg. Resultados: No período de 6/2000 a 2/2012, foram realizados 330 transplantes na instituição e destes, 29 pacientes utilizaram SCU não aparentado. Foram 16 me-ninas, com diagnóstico de LLA-11, LMA-8, LMC-1, LMMJ-1, SMD-3 (o paciente com LMMJ e um com SMD realizaram 2 transplantes por falha de pega), LH-1, SCID-2, DCG-1, Leucodistrofia-1. Foram

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utilizados, no total, 37 cordões. O enxerto foi duplo em ambos os 2oHSCTe em outros quatro transplantes, baseando-se em celulari-dade e peso do paciente. A compatibilidade HLA foi 4/6 em 15, 5/6 em 19 e 6/6 em 3 cordões. Os cordões eram provenientes de ban-cos brasileiros-11, europeus-4 ou americanos-22, sendo 16 destes do NYBC. Somente quatro transplantes usaram regimes de inten-sidade reduzida. A mediana de viabilidade foi de 87% (53-100) e recuperação de 77% (62-100). No total, 13 crianças (40% segundo o método de Kaplan-Meier) estão vivas em remissão (4 delas com duplo cordão) e 16 faleceram. Onze cordões tiveram falha de pega primária (26%), sendo esta a principal causa de falha do tratamento, seguido de infecções e recidiva da doença. Devido ao número restri-to de pacientes, não pudemos demonstrar fatores prognósticos sig-nificantes para pega ou para sobrevida. Conclusão: Em um quarto dos transplante houve de falha de pega do enxerto. Novos métodos de seleção de unidades talvez possam melhorar a chance de pega dos cordões. Sugerimos que todos os pacientes, ao iniciar o trans-plante, tenham já selecionadas duas outras unidades ou identificado doador haplo-idêntico para resgate em caso de falha do 1o enxerto.

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O cusTO dE TrAnspLAnTEs nÃO ApArEnTAdOs dE MEduLA ÓssEA

Barros DP1, Domingues F1, Antunes LA1, Araújo VD1, Félix OMWO1, Zecchin VG1, Gouveia RV1, Ginani VC1, Ibanez ASS1, Petrilli AS1, Vergueiro C2, Seber A1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp2Associação da Medula Óssea - AMEO

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico não aparentado é um tratamento complexo, necessi-tando de estrutura hospitalar adequada, equipe multiprofissional capacitada, medicações e procedimentos de alto-custo. Atual-mente, o SUS remunera R$ 22. 968 para transplantes autólogos, R$ 54. 939 alogênico aparentado de medula óssea ou sangue pe-riférico, R$ 58. 372 aparentado com sangue de cordão umbilical e R$ 71. 602 não-aparentado de qualquer fonte de células-tronco. No Brasil, até onde sabemos, não há estudos publicados quanto aos custos reais do TCTH alogênico não aparentado. Objetivo: Levantamento dos custos diretos e indiretos de TCTH alogênico não aparentado no Instituto de Oncologia Pediátrica-GRAACC--Unifesp, incluindo o período desde a 1ªconsulta do receptor em nosso Serviço até um ano após o TCTH. Metodologia: Estudo exploratório, descritivo, retrospectivo de levantamento de custos por análise de prontuários clínicos (eletrônico e manual) de dez pacientes submetidos a TCTH não-aparentado de qualquer fon-te de células, no período de junho de 2010 a maio de 2011. O projeto foi aprovado pelo CEP-UNIFESP sob número 1875/11. Os custos foram divididos em: pré-TMO (1ªconsulta até o dia da internação); condicionamento; Dzero até alta; alta a D+100; D+100 a D+180; D+180 a D+360 – incluindo de custo de interna-ções, hospital-dia e acompanhamento ambulatorial. Foram ava-liados custos diretos (medicamentos, materiais, procedimentos, hemoterapia, exames laboratoriais e de imagem) e indiretos. Os pacientes foram classificados conforme o Risco de Mortalidade associada ao TCTH (EBMT) em escores 1 a 3. Foram levanta-dos sobrevida dos pacientes, o tempo entre o diagnóstico e a internação, duração da internação, número de readmissões e permanência, complicações clínicas e causas de óbito. Resul-tados: Os pacientes tinham idades entre 2 e 14 anos (mediana 7,5). Os diagnósticos foram Leucemia Linfóide Aguda (n=4), Leu-cemia Mielóide Aguda (n=3), Linfoma de Hodgkin, Linfoma não Hodgkin e Aplasia de Medula; destes, um paciente estava em 1ªremissão, dois em 2ªe o restante tinha doença em fase avança-da. Cinco pacientes receberam MO e cinco SCU; oito pacientes eram CMV positivo. As medianas de tempo foram 3,7 anos (0,6

a 7) entre o diagnóstico e o transplante; 80 dias (21-473) entre o encaminhamento para o serviço e o transplante; 22 dias (11-62) na 1ªinternação; 2 (0-6) readmissões no 1ºano, com permanência de 17 dias (2-50). A mediana da pega de neutrófilos aconteceu no D+22 (12-56); seis pacientes necessitaram de internação em UTI. Sete pacientes tiveram alta hospitalar e três recidivaram; a sobrevida foi de 50%. A média de custo total foi de R$348. 000,00 (mediana R$250. 679), 33% maior do que os custos diretos (mé-dia R$ 270. 000,00; mediana Rid=mce_marker69. 138). A maior parte dos gastos (44%) ocorreu até o D+100: média de R$ 142. 822 na primeira internação e R$ 66. 042 da alta até o D+100. Os maiores valores foram com hemoderivados e medicamentos – destes, total de R$ 316. 000,00 somente com antifúngicos. Não houve relação entre custo e idade, sexo, diagnóstico, fonte de células ou grau de gravidade. Conclusão: O TCTH não aparen-tado é um procedimento dispendioso que o SUS reembolsa ape-nas parcialmente. Mesmo com o aumento na tabela do SUS para Rid=mce_marker14. 563 (60%) ainda haverá déficit em mais da metade dos procedimentos.

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InfLuÊncIA dA ALOrrEATIVIdAdE dE cÉLuLAs nATurAL KILLEr nO rEsuLTAdO dO TrAnspLAnTE ALOGÊnIcO bAsEAdO nA GEnOTIpAGEM KIr/HLA

Cardozo DM1, Marangon AV1, Aranha FJP1, Visentainer JEL2, Gui-marães F1, Souza CA1

1Universidade Estadual de Campinas2Universidade Estadual de Maringá

O transplante alogênico de células progenitoras hematopoiéticas é uma das mais indicadas terapias para doenças hematológicas. Estudos mostram que células NK presentes no doador podem apresentar alorreatividade e provocar o efeito enxerto versus leucemia (GvL), auxiliam a pega do enxerto e previne a doença enxerto versus hospedeiro. Mediadores de sinais inibitórios in-cluem os receptores KIR, que são conhecidos por ter diferença em ligantes específicos nas moléculas HLA de classe I. A falta de um único ligante HLA no receptor para o ligante KIR no doador aumenta a citotoxicidade de NK pela ausência de sinais inibitó-rios e provocar efeitos como enxerto versus tumor e aumento da sobrevida global. Hsu et al. , 2005 mostrou que pacientes homo-zigotos para HLA-C1C1 apresentam menores taxas de recidiva em transplante HLA mismatch. O objetivo do trabalho foi avaliar a alorreatividade de NK baseado na presença ou ausência de ligantes KIR/HLA entre doadores e receptores que passaram por transplante de medula alogênico. No período de março de 2009 a abril de 2012, 47 pacientes do Hemocentro da Unicamp enca-minhados ao transplante alogênico e seus respectivos doadores foram analisados quanto a alorreatividade de NK. O DNA genômi-co de doadores e receptores foram extraidos a partir do sangue venoso periférico, coletado em tubo com EDTA, utilizando o kit Quiagen. . As amostras foram tipadas pela técnica de PCR-SSO para HLA-A, B, C DR e DQ e para 14 genes KIR e 2 pseudo-genes, a amplificação do DNA foi realizada com três grupos de iniciadores específicos para os éxons 3, 5 e 7-9 e o produto foi aplicado em gel de agarose a 2% com SYBR safe DNA gel Stain, para confirmar a amplificação. O produto amplificado foi hibri-dizado com microesferas ligadas a sondas específicas para os genes e alelos KIR. As leituras das reações foram realizadas em citômetro de fluxo que utiliza a tecnologia Luminex e organiza-das pelo programa de computador Labscan®. As amostras foram analisadas (programa HLA FusionTM Research, One Lambda) quanto à presença e ausência dos genes KIR e HLA. Aplicou-se o teste de correlação de Sperman e uso de Kaplan-Maier, curva de sobrevida global considerando o teste de Log-Rank no mo-mento da estratificação, foi considerado o P – value < 0. 05 como

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Temas livres/Abstracts - Transplante

81Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

estatísticamente significante e para a análise o software SPSS versão 15. 0. Analisando a freqüência das doenças observou-se que Leucemia Mielóide Aguda foi a que mais ocorreu (31,9%), seguida de Leucemia Mielóide Crônica (17%) e depois Linfomas, Leucemias Linfóides e Mielomas. Dos 47 pacientes, 29 (61,7%) apresentaram falta do ligante HLA-C para o receptor KIR do doa-dor, enquanto 18 pacientes (38,3%) mostraram todos os ligantes presentes. Na análise de sobrevida global o grupo que apresen-tou falta do ligante HLA-C para o KIR demonstrou 60% de sobre-vida, sugerindo ocorrência de alorreatividade NK pós-transplante e possível aumento do efeito enxerto versus tumor, enquanto que o grupo com os ligantes presentes apresentou uma sobrevida de 30% e taxas de morte por recaída maiores do que no grupo com falta de ligante. Ensaios com técnica de citometria de fluxo baseado em marcadores de degranulação CD107a, estão sendo realizados para confirmar a possível alorreatividade do grupo que apresenta a falta do ligante HLA-C para o receptor KIR

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TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOÉTIcAs pArA TrATAMEnTO dE EscLErOsE MÚLTIpLA rEfrATÁrIA.

Moraes DA1, Rodrigues MCO1, Stracieri ABPL1, Barros GMN1, Pieroni F1, Dias JBE1, Feliciano JVP1, Cunha RLG1, Zombrilli A1, Simões BP1

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

A imunossupressão intensa seguida pelo transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas (TACTH) tem sido usada como tra-tamento de pacientes com esclerose múltipla (EM) severa. Ob-jetivos: Avaliar a eficácia e a toxicidade do TACTH em pacien-tes com EM refratários ao tratamento com interferon. Materiais e Métodos: Foram selecionados pacientes de 18 a 60 anos, com tempo de doença maior que 1 ano, refratários ao tratamento com interferon, e com EDSS entre 3,0 e 6,5. A mobilização das células--tronco foi realizada com ciclofosfamida (CY) 2g/m² e G-CSF 10 μg/Kg/dia. As células-tronco hematopoéticas foram coletadas em sangue periférico, e congeladas. O condicionamento foi feito com CY 200mg/Kg, e globulina anti-linfocitária (ATG) de coelho 4,5mg/Kg, seguido pela infusão das CTH previamente congeladas. Foi iniciado G-CSF 5 μg/Kg/dia, a partir do D+5 até enxertia. As ava-liações neurológicas foram realizadas no pré-transplante, e com 6, 12, 24, 36, 48 e 60 meses. Resultados: Foram transplantados 68 pacientes. Destes, 47 eram do sexo feminino, e a média da idade foi 38,23 anos (19-59). Dezessete pacientes apresentaram compli-cações durante a mobilização, sendo infecções as mais comuns (16%). A partir do condicionamento, as infecções foram complica-ções mais frequentes. Cinquenta e quatro pacientes cursaram com neutropenia febril, 12 com pneumonia, sendo 3 de etiologia fúngi-ca, 12 com infecções urinárias, 1 com tiflite, 1 com dengue e 3 com choque séptico. Quatro pacientes necessitaram de tratamento para citomegalovírus. Sete pacientes tiveram cistite hemorrágica, com melhora após terapêutica adequada. Quatro pacientes cursa-ram com arritmia, 8 com alergia a ATG de coelho e 3 com alergia a transfusão de plaquetas. O número médio de células CD34+ in-fundidas foi 8,95 x 106/Kg, a enxertia de neutrófilos ocorreu em média no D+9, e de plaquetas no D+13. Não ocorreram óbitos. Na avaliação de 6 meses pós TACTH, observou-se que 8 pacien-tes progrediram (11%), e 60 permaneceram com estabilização da doença (88,23%). Em avaliações após este período, foi registrada progressão em 23 pacientes (33%). O tempo médio de seguimento foi 47,29 meses (8-85). Conclusões: O TACTH parece ser uma terapêutica viável no tratamento de pacientes com formas severas de EM. A estabilização da doença sugere que o TACTH induz a supressão da inflamação por longo período. No entanto estudos randomizados precisam ser concluídos.

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AnÁLIsE dEscrITIVA rETrOspEcTIVA dE 165 cAsOs dE LEucEMIA MIELÓIdE AGudA (LMA) EM 1rEMIs-sÃO cITOLÓGIcA cOMpLETA (rcc) subMETIdOs A TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA ALOGÊnIcO (TcTH) nO HEMOnÚcLEO rEGIOnAL dE JAÚ – fundAÇÃO AMArAL cArVALHO

Grilo VB1, Colturato VAR1, Romanini S1, Souza FL1, Simione AJ1, Machado CM1, Azevedo WM1, Ikoma MRV1, Mauad MA1, Souza MP1

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital Amaral Carva-lho - Jaú-SP

Introdução: A Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é a patologia mais contemplada com o Transplante de Células Tronco Hematopoiéti-cas (TCTH), principalmente em 1ªRCC, com bons resultados de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de recaída (SLR) em 5 anos. Objetivo: Análise de SG, SLR e incidência de recaída (IR) dos pacientes submetidos a TCTH com relação ao tipo de doador, a presença de doença residual mínima (DRM) definida por cito-metria de fluxo pré TCTH e faixa etária. Materiais e Métodos: Foram analisados os dados de 165 pacientes submetidos a TCTH Aparentado (AP) (n=150) e Não Aparentado (ANA) (n=15) entre o período de agosto de 2006 a março de 2012, com mediana de idade de 32 anos (0,8 – 64). Os condicionamentos utilizados fo-ram: Bussulfano 16 mg/kg e Fludarabina 120 mg/m2 (BU-FLU) foi utilizado em 93 pacientes (56,4%), Bussulfano 16 mg/kg e Ci-closfosfamida 120 mg/kg (BU-CY) em 67 pacientes (40,6%), Ci-clofosfamida e Irradiaçao Corporal Total (CY-TBI) em 2 pacientes (1,2%). Bussulfano + Etoposídeo (BU-VP), Fludarabina e Melfalan (FLU-MEL) e Tandem foram utilizados em 1 paciente cada (0,6%). As fontes utilizadas foram: Medula Óssea (MO) em 93 pacientes (56,4%), células-tronco periféricas (CTP) em 68 (41,2%), MO + CTP ou cordão umbilical (SCUP) em 2 (1,2%) cada fonte. Do total de pacientes, 54 possuíam análise do DRM pré TCTH. Desses, 19 (35%) eram positivos e 35 (65%) negativos. Resultados: Nesta análise, dos 165 pacientes, 113 (68%) estão vivos, com mediana de seguimento de 45,4 meses (0,9 – 136,4), tendo como causa de óbito 50% por recaída e 50% por mortalidade relacionada ao TCTH. A SG nesta amostra se mostrou em 65%, sendo que a SG dos pacientes submetidos a TCTH ANA se mostrou superior ao TCTH AP (67% x 64%) (p =0,921). Já a SLR foi de 56%, com 63% para TCTH ANA e 55% para TCTH AA (p =0,809). Na análise do DRM pré TCTH, os pacientes que não apresentavam doença mostraram SG maior que os portadores de DRM positivo (73% x 66%, p =0,913) e também maior SLR (56% x 47%, p =0,414). A incidência de recaída nesses pacientes foi maior nos pacientes com DRM positivo (46% x 39%, p =0,570). Analisando os dados com relação a idade, os pacientes com idade igual ou inferior a 18 anos (n=28) apresentaram resultados superiores aos maiores de 18 anos (n= 137) tanto de SG (77% x 62%, p =0,155) como de SLR (62% x 54%, p =0,555). Conclusão: A análise dos dados mostra-ram que os pacientes portadores de Leucemia Mielóide Aguda em 1ªRemissão Citológica Completa que possuíam DRM pré TCTH negativa, idade menor ou igual a 18 anos e o TCTH Alogênico Não Aparentado influenciaram positivamente as taxas de sobrevida global em 5 anos e a sobrevida livre de recaída. Já os pacientes que apresentavam DRM pré TCTH positiva apresentaram maiores taxas de recaída pós TCTH, sendo necessárias novas terapias de indução e submetidos a um 2ºTCTH.

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Temas livres/Abstracts - Transplante

82 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

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AnÁLIsE dEscrITIVA rETrOspEcTIVA dE 177 cAsOs dE LEucEMIA MIELÓIdE AGudA (LMA) EM 1rEMIssÃO cITOLÓGIcA cOMpLETA (rc) subMETIdOs À TrAns-pLAnTE dE MEduLA ÓssEA (TcTH) nO HEMOnÚcLEO rEGIOnAL dE JAÚ – fundAÇÃO AMArAL cArVALHO

Grilo VB1, Souza MP1, Romanini S1, Leite FS1, Simione AJ1, Macha-do CM1, Azevedo WM1, Ikoma MRV1, Mauad MA1, Colturato VAR1

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital Amaral Carva-lho - Jaú-SP

Introdução: A Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é a patologia mais contemplada com o Transplante de Células Tronco Hematopoiéti-cas (TCTH), principalmente em 1ªRC, com bons resultados de so-brevida global (SG) em 5 anos. Objetivo: Analisar os dados dos pacientes com relação ao tipo de TCTH e sua fonte de células e correlacionar com a SG. Materiais e Métodos: Foram analisados 177 pacientes quanto ao tipo de TMO e fonte entre o período de Agosto de 1996 e Março de 2012. 94 (53%) dos pacientes são do sexo masculino e 83 (47%) do sexo feminino, com mediana de ida-de de 32 anos (0,8 – 64). Dos 177 pacientes, 150 (84,7%) foram submetidos a TCTH Alogênico Aparentado, 15 (8,5%) a Alogênico Não Aparentado, 1 (0,8%) Singênico e 11 (6,2%) a TCTH Autólogo. A fonte de células foram 93 (53%) Medula Óssea (MO), 80 (45%) células-tronco periféricas (CTP), 2 (1%) MO + CTP e 2 (1%) células de cordão umbilical (SCUP). Na análise dos casos, foi retirado o paciente submetido a TMO singênico por se tratar de amostra úni-ca. Resultados: A análise estatística da SG em 5 anos mostrou que os pacientes submetidos ao TCTH Alogênico Aparentado apre-sentaram taxas de SG de 64%, os submetidos ao TCTH Alogênico Não Aparentado de 67% e os TCTH Autólogos de 54%, com valor de p sem significância estatística (p =0,727). Conclusão: A análise mostra que os pacientes portadores de LMA em 1ªRC submetidos a TCTH Alogênico Aparentado e Não Aparentado mostraram maiores taxas de sobrevida global em 5 anos que os pacientes submetidos ao TCTH Autólogo (64% x 67% x 54%), mostrando que os pacientes se beneficiam do TCTH alogênico, com aumento da SG em 5 anos, apesar do p sem significância estatística.

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pErsIsTEnTLy ELEVATEd nuMbEr Of LArGE GrAnu-LAr LyMpHOcyTEs AfTEr sTEM cELL TrAnspLAnTA-TIOn: A cAsE rEpOrT

Feliciano JVP1, Dias JBE1, Barros GMN1, Stracieri ABPL1, Moraes DA1, Rodrigues MCO1, Darrigo-Junior LG1, Falcão RP2, Simões BP2, Pieroni F1

1Clinical Hospital of the School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo - Brazil2School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo - Brazil

Persistently elevated number of large granular lymphocytes (LGL) have been described after allo-SCT. The clinical features and mean-ing of this syndrome are still poorly understood. A 47-year-old woman transplanted for AML/2ºCR presenting with persistently elevated num-ber of LGL after allo-SCT. The donor was her HLA identical brother. There was no ABO/Rh incompatibility. The conditioning regimen was FLUBU16 plus ATG. She received bone marrow cells in a dose of 2,8x108 mononuclear cells/kg. The GVHD prophylaxis was CSA plus MTX. Neutrophils and platelets engrafting occurred on D+20 and on D+15 respectively. She is in full donor chimerism as assessed by VNTR analysis. CMV infection was detected by antigenemia at days +38, +42, +66 and +73. She was pre-emptively treated with ganciclo-

vir. During the CMV infection period, on D+59, the patient developed neutropenia, fever, mild diarrhea and a central venous line infection caused by multisensitive Pseudomonas mendocina . She was suc-cessfully treated with GCS-F, cefepime and withdrawal of the central venous line. Augment of lymphocytes in peripheral blood (>5000/ul) was noted on D+94 and persists since then. On D+144 she initiated with intermittent episodes of pain in the joints of the carpal, metacar-pal phalangeal, hip and knees without inflammatory symptoms. On D+244 she developed edema and erythema around the fingernails and multiples itching lenticular erythematous papules affecting the face, the neck and antero-posterior trunk region. The morphologic analyses of the peripheral blood lymphocytes showed that these cells were predominantly large lymphocytes, showing round to indented nu-clei with coarse chromatin and azurophilic cytoplasmic granules. The peripheral blood immunophenotypic analysis showed lymphocytes CD3+/CD4+ = 14%, CD3+/CD8+ = 53%, CD3−/CD16+ = 28%, CD3−/CD56+ = 15%, CD3+/CD57+ = 43%, CD8+/CD16+ = 4%, CD8+/CD56+ = 4%, CD8+/CD57+ = 40%. After the LGL expansion the pa-tient never developed cytopenias. Beta 2 microglobulin, protein C and erythrocyte sedimentation rate were elevated, whereas alpha 1-acid glycoprotein and C3/C4 dosage were within normal range. Antinuclear antibody and rheumatoid factor were negative. Two immunoglobulin dosages showed IgG within normal range, IgA slightly lower and IgM below normal range. The protein electrophoresis was normal. The pa-tient was treated with topical corticosteroids and systemic antihista-mines for six weeks with partially resolution of the clinical symptoms. Recently, M. Mohty et al Leukemia 2002, identified six cases of CD3+, CD8+, CD57+ T cell lineage LGL proliferation (four polyclonal and two oligoclonal) in a total of 201 consecutive patients transplanted over a period of 7 years. Autoimmune manifestations including polyarthritis and hypergammaglobulinemia were also observed. LGL proliferation was observed in the context of chronic antigenic stimulation associat-ed with recurrent viral infections especially CMV. Moreover, five out of these six high risk patients achieved a long-term complete remission concomitant or following LGL expansion. Our patient developed the LGL expansion after repeated CMV reactivation and is in remission almost one year and a half after the transplant for AML/2oCR what is in agreement with this series already described. Currently we are investigating the clonal nature of this expansion by PCR of the TCR.

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IncIdEncE Of VArIcELLA ZOsTEr VIrus InfEcTIOn AfTEr AuTOLOGOus sTEM cELL TrAnspLAnTATIOn fOr AuTOIMMunE dIsEAsEs.

Rabelo YS1, Elias JB1, Feliciano JVP1, Stracieri ABPL1, Moraes DA1, Darrigo-Junior LG1, Barros GMN1, Rodrigues MCO1, Simões BP2, Pieroni F1

1Clinical Hospital of the School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo -Brazil. 2School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo -Brazil.

Autoimmune diseases have been successfully treated with high-dose immunosupression followed by autologous stem cell transplantation (auto-SCT). Varicella zoster virus (VZV) infections are common in patients receiving either allo-SCT or auto-SCT for hematologic ma-lignancies. Here we describe the incidence, temporal course, and ou-tcome of VZV infection in 137 consecutive patients submitted to an auto-SCT for autoimmune disease from January 2001 to June 2011 at our Institution. Two patients, one transplanted for bullous pemphi-goid and one for Crohn’s disease were excluded from the analyses, since both of them died of bacterial sepses before the infusion of the CD 34+ cells. Herpes zoster was defined as the appearance of typi-cal vesicular skin lesions with dermatomal distribution. Disseminated herpes zoster consisted of six skin lesions beyond the boundaries of the primary dermatome and/or visceral involvement. Since we do

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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not know the pre-transplant VZV serological status of the patients we cannot distinguish between primary infection and reactivation, so we decided to define varicella as vesicular eruption with a generalized onset and no dermatomal distribution. Postherpetic neuralgia was defined as dermatomal pain that persisted for more than 28 days af-ter the onset of infection. All patients received prophylaxis with oral acyclovir from the conditioning regimen until D+60. Thirteen patients (9. 6%) developed VZV infection after auto-SCT. Only one patient presented disseminated herpes zoster (0. 7%) and none of them developed varicella as defined above or encephalitis. No patient had visceral dissemination. The median time to VZV infection was 321 days (range: 4 to 1333 days). Fifty eight percent and 75% of the ca-ses occurred during the first and second year of the auto-SCT. Nine infections (69%) occurred in multiple sclerosis (MS), two (15. 6%) in systemic sclerosis, one (7. 7%) in neuromyelitis optica, and one (7. 7%) in type I diabetes mellitus transplanted patients. All patients with dermatomal VZV were treated with oral acyclovir 800mg 5 times per day for 7 to 14 days. The patient with disseminated VZV was treated with i. v. acyclovir 15mg/kg 3 times a day for 14 days. Pos-therpetic neuralgia occurred in three patients (23%). No patient died of VZV infection. No patients with VZV infection had lymphopenia at the diagnosis. The incidence of VZV infection in patients undergoing allo-SCT is reported to be between 16% and 50% and for those un-dergoing auto-PBSCT for hematologic diseases and solid tumors is between 6% and 18%. Here we report an VZV infection incidence of 9. 4% for patients undergoing auto-SCT for autoimmune disease. In Conclusion: these patients submitted to auto-SCT for autoimmune disease had similar incidence of VZV infection of those undergoing auto-SCT for hematologic malignancies and solid tumors. So, patients submitted to auto-SCT for autoimmune disease are candidates for studies that could identify different risk groups for VZV infection, and also for studies that develop more effective preventive strategies for prevention of VZV infection in this high-risk subgroup of patients.

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AnÁLIsE dE sEGundO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOÉTIcAs ALOGÊnIcO ApArEnTA-dO IdÊnTIcO (TcTH-ALO-Id) EM 42 pAcIEnTEs QuE rEcIdIVArAM ApÓs prIMEIrO TcTH nO HEMOnÚ-cLEO rEGIOnAL dE JAÚ – fundAÇÃO AMArAL cAr-VALHO.

Leite FS1, Colturato VAR1, Romanini S1, Grilo VB1, Simione AJ1, Ma-chado CM1, Azevedo WM1, Ikoma MRV1, Souza MP1, Mauad MA1

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital Amaral Carva-lho - Jaú-SP

Introdução: A maioria dos pacientes portadores de doenças onco--hematológicas que serão submetidos ao TCTH vão atingir remissão completa. Entretanto, há uma taxa de recidiva significativa após o transplante. Avaliar o perfil de pacientes recidivados sujeitos a se-gundo TCTH e sua probabilidade de remissão pode contribuir para uma boa terapêutica. Objetivos: Avaliar variáveis associadas à sobrevida global (SG) em pacientes que recidivaram pós primeiro TCTH e foram submetidos à segundo TCTH. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo a análise de sobrevida global de 42 pacientes submetidos à segundo TCTH após recidiva. Variáveis analisadas: diagnóstico de base (Leucemias Agudas - LA, Leucemia Mielóide Crônica - LMC, Síndrome Mielodisplásica - SMD, Outros), status pré segundo TCTH (remissão completa ou doença em ativi-dade), tipo de condicionamento (mieloablativo ou não), escolha do doador do segundo TCTH (mesmo doador ou novo doador em rela-ção ao primeiro transplante) e, ainda, análise de tempo de recaída pós primeiro TCTH e entre a realização dos transplantes. Resulta-dos: os pacientes portadores de LMC, LA e SMD tiveram sobrevida global de, respectivamente, 67%, 32% e 0% após o segundo TCTH (p = 0,560). Os transplantes realizados com novo doador no segun-

do procedimento mostraram SG = 54%, enquanto a utilização do mesmo doador resultou em SG = 27% (p = 0,543). O tipo de condi-cionamento também não apresentou alteração em sobrevida global com significância estatística: mieloablativo ou não apresentaram SG = 33 e 35%, respectivamente (p = 0,734). O tempo entre os dois procedimentos, quando maior de seis meses resultou em 38% de sobrevida global, enquanto nenhum dos pacientes que foi submetido ao segundo transplante em menos de seis meses sobreviveu (P = 0,000). Status pré segundo TCTH: pacientes em remissão completa tiveram 57% de sobrevida global, contra 9% dos pacientes que se encontravam com doença em atividade (p = 0,004). Tempo de recaí-da após o primeiro TCTH: seis meses ou mais apresentou SG = 41% pós segundo TCTH, enquanto pacientes que recaíram antes dos seis primeiros meses, apenas SG = 10% (p = 0,009). Pacientes que recidivaram nove meses após o primeiro TCTH e que estavam em remissão completa no momento pré-transplante apresentaram 79% de SG, contra 19% em relação ao outro braço estudado - agrupados os pacientes com recaída em menos de nove meses pós transplante e/ou que não se encontravam em remissão (p = 0,022). Conclusão: tempo de recaída após o primeiro transplante de células-tronco he-matopoéticas e remissão clínica completa dos pacientes antes de um segundo transplante são fundamentais para resultados positivos.

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LATE-OnsET nEuTrOpEnIA AfTEr rITuXIMAb prO-pHyLAXIs fOr pTLd In THE unrELATEd ALLOGEnEIc sTEM cELL TrAnspLAnT sETTInG: cAsE rEpOrT.

Dias JBE1, Feliciano JVP1, Barros GMN1, Stracieri ABPL1, Moraes DA1, Rodrigues MCO1, Darrigo-Junior LG1, Curciolli AC1, Simões BP2, Pieroni F1

1Clinical Hospital of the School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo - Brazil. 2School of Medicine of Ribeirão Preto of the University of São Paulo - Brazil.

Prophylactic rituximab has been recently employed after an alter-native donor transplant to prevent EBV DNA-emia with consequent protection against PTLD. However, several cases of late-onset neu-tropenia (LON) have been described in relation to its utilization in the treatment of non-Hodgkin lymphoma, chronic lymphocytic leu-kemia and more recently in the treatment of autoimmune diseases. Here we describe three male patients that were transplanted for heavily transfused severe aplastic anemia (SAA) and prophylactic treated for PTLD with rituximab that developed LON. Patients were 15, 40 and 20 years old respectively. All patients were conditioned with FLUCY+ATG. One patient also received 2Gy of TBI. They were infused with >2x108NC/kg. All donors were unrelated 10x10 HLA match with the respective patient. Rituximab was prophylactic pre-scribed for each patient in a dose ranging from 200mg/m2 to 375mg/m2 on D+5 after the NC infusion. Two patients received MTX/CSA and one MMF/rapamycin as GVHD prophylaxis. All patients had neu-trophils and platelets engraftment before D+30. None of the patients developed GVHD by the current criteria. LON was defined as ANC < 0. 5 x 109/L. The beginning of LON was on D+82, D+80 and D+78 for the three patients respectively. The duration of LON was 70 and 87 days for two patients. One patient is currently on day 37 of LON and without resolution. We decided to treat the patients with GCSF five days a week during the LON. All patients presented good re-sponse to GCSF. One patient developed diarrhea during the period of the LON that was diagnosed as mild nonspecific lymphocytic coli-tis by colonoscopy biopsy that resolves spontaneously. No infection was documented during the LON for the patients described. Based on studies with non-Hodgkin lymphoma, the incidence of LON range from 3% to 27%, appears after a median of 38 to 175 days from rituximab dose, and has a duration that ranges from 5 to 77 days (Cattaneo C, et al Leukemia & Lymphoma, 2006; Rozman S, et al

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Leukemia & Lymphoma, 2012). The pathogenesis of LON has not been elucidated and several theories have been proposed. Recently Li SC, et al. Am J Hematol 2010 showed that polymorphism in im-munoglobulin G Fc receptor FCγRIIIa 158 V/F is associated with LON. Infectious complications during the LON period range from 0 to 64%, and except for some autoimmune diseases treated patients are generally not severe (Wolach O, et al, Curr Opin Hematol 2012). In relation to treatment, myeloid maturation arrest, a frequent finding in the bone marrow of patients with LON, seems to support the treat-ment of these patients with GCSF since early myeloid precursors carry GCSF receptors. Others authors found that hypogammaglobu-linemia was common in these patients, and that LON also resolved following IVIG infusions (Saikia TK, et al, Ann Oncol 2001). In Con-clusion: here we documented 3 cases of LON related to the ritux-imab prophylaxis for PTLD in the setting of unrelated bone marrow transplantation for SAA, emphasizing the apparent favorable course of this recently described complication of rituximab therapy.

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TcTH HApLO IdÊnTIcO EM pAcIEnTEs cOM dOEn-ÇA OncOHEMATOLOGIcA rEfrATÁrIA – rELATO dE dOIs cAsOs

Macedo MCMA1,2,3,4, Villa PR1,2, Rohr SS1,2,3, Santos MFDD1,2,3, Pe-reira TDM1,2,3, Ito GM1,2,3, Geraldo BLSS1, Ferraz PD2, Monetta L1, Silva RL1,2,3,4

1Bio Sana’s Serviços Médicos2IBCC - Instituto Brasileiro De Controle Do Câncer3Hospital São Camilo Pompéia4CUSC - Centro Universitário São Camilo

O transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) alogênico mieloablativo ou de intensidade reduzida é um tratamento de poten-cial curativo para uma série de doenças hematológicas malignas. Pacientes que não possuem doadores aparentados compatíveis podem buscar alternativas em: banco de doadores não aparenta-dos, de cordão umbilical, ou doadores aparentados parcialmen-te compatíveis ou haploidênticos (haplo). Para os que encontram doadores compatíveis no banco de medula resta a dificuldade em viabilizar o TCTH em tempo adequado e hábil, principalmente para casos graves, o que torna esta modalidade muitas vezes inaces-sível à alguns pacientes. O TCTH haplo aparentado passa a ser uma alternativa viável, dado que potencialmente todos os pacientes compartilham haplótipo com os pais e filhos, entretanto, tem sido associado alto índice de rejeição e de doença do enxerto contra hospedeiro (DECH). Objetivos: Relatar dois casos de pacientes portadores de linfoma Hodgkin refratário e leucemia mieloide aguda em terceira remissão parcial pós TCTH. I: 16 anos, masc, diagnósti-co de LH clássico E. N, estádio IIXB em 2007. Tratado com ABVDx6 e RDT em manto, evoluiu com progressão da doença em área irra-diada 3 meses após término do tratamento. Recebeu resgate com DHAPx3 e ICEx2, obteve resposta parcial e foi submetido a TCTHa com condicionamento BEAM. Recaído após o TCTH, nova biópsia revelou LNHGCB, foi tratado com RCHOP/RCOP, obtendo resposta transitória. Houve progressão tumoral em abdome, perihepático e mediastino cuja nova biópsia revisada confirmou LH. Tratado com GIV e não obteve resposta. II: 16 anos, masc, diagnóstico de LMA M2 em 2010. Tratado com D3A7 evoluiu para remissão após o seg. ciclo, sendo consolidado com 2 ciclos de citarabina em altas doses. Apresentou recidiva precoce, sendo resgatado com protocolo MEC evoluiu para segunda remissão, sendo indicado o TCTH autólogo com condicionamento BU/MEL, apresentou segunda recidiva pós TCTH sendo realizado novo resgate com IDA-FLAGx2 sem respos-ta satisfatória (79%blastos), fez sete dias de azacitidina 100mg/m2 até a viabilização do TCTH. Método: o regime de condicionamento e profilaxia da DECH foi realizado conforme descrito por Luznik ET al: ciclofosfamida 14,5mg/Kg/dia no -6 e -5, Fludarabina 30mg/m2/

dia do -6 ao -1 e TBI 200cGY no -1. A profilaxia de DECH foi reali-zada com ciclofosfamida 50mg/Kg/dia no +3, tacrolimos do D+4 até redução a partir do D+180 e micofenolato mofetil do D +4 a +35. A fonte de células foi periférica. TCTH do paciente I foi realizado em 17/03/2011 e do paciente 2 em 15/05/2012. O primeiro pacien-te evoluiu com pega medular e apresenta quimera completa (FISH 100%XX) sustentada desde o D +28, apresentou DECH aguda G II e evolui com DECH crônica leve sob dose baixa de tacrolimo. Do ponto de vista oncológico evolui com remissão completa, com de-saparecimento das lesões captantes ao PET-CT a partir do D +135, apresenta ainda alterações de imunidade humoral e celular, porém sem infecções graves. O paciente II evoluiu com pega medular no D+12. No mielograma do D+30 apresenta remissão completa e imu-nofenotipagem negativa para doença residual mínima. Conclusão: O TCTH não mieloablativo haploidêntico foi uma alternativa viável para estes pacientes e, até o momento, apresentam resposta onco-lógica satisfatória sem a ocorrência de DECH ou infecções graves.

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rELATO dA IncIdÊncIA dAs pATOLOGIAs E TIpOs dE TMO rEALIZAdOs dE JunHO dE 2010 A MAIO dE 2012 nA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA Ós-sEA dO HOspITAL dE TrAnspLAnTEs EurycLIdEs dE JEsus ZErbInI

Nunes RFM1

1Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini

Introdução: o Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini (HTEJZ), pertencente à rede pública da cidade de São Paulo,conta com uma unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) com oito leitos,e recebe pacientes de todo Brasil para realização de TMO autólogo e alogênico aparentado. Objetivo: relatar dados da inci-dência das patologias e tipos de TMO realizados de junho de 2010 a maio de 2012 na Unidade de TMO do HTEJZ. Materiais e Méto-dos: trata-se de um estudo baseado na análise de registro de dados dos prontuários de 101 pacientes submetidos a TMO autólogos e alogênicos aparentados no período de junho de 2010 a maio de 2012. Resultados: foram realizados 101 transplantes,sendo um to-tal de 19 transplantes em 2010 (10 alogênicos e 9 autólogos); 54 transplantes em 2011 (26 alogênicos e 28 autólogos) e 28 transplan-tes até maio de 2012 (11 alogênicos e 17 autólogos). Em relação as patologias transplantadas foram: 27 (26,7%) pacientes com mielo-ma múltiplo; 20 (19,8%) com linfoma não Hodgkin; 20 (19,8%) com leucemia mielóide aguda; 14 (13,9%) com leucemia linfóide aguda; 7 (6,9%) com linfoma Hodgkin; 4 (3,9%) com anemia aplástica gra-ve; 4 (3,9%) com síndrome mielodisplásica; 1 (0,9%) com hemo-globinúria paroxicística noturna; 1 (0,9%) com tumor de testículo; 1 (0,9%) com amiloidose; 1 (0,9%) com leucemia linfóide crônica e 1 (0,9%) com esclerose múltipla. Conclusão: concluímos que relatar a experiência do nosso serviço,com ênfase no aumento do número de atendimentos realizados no período estudado,é de fundamental importância no momento atual do país onde as necessidades deste procedimento são crescentes.

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TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOÉTIcAs pArA dIAbETEs MELITO dO TIpO 1: EscALOnAMEnTO dE rEGIME IMunOAbLATIVO

Rodrigues MCO1, Moraes DA1, Couri CEB2, Farias KCM1, Stracieri ABPL1, Barros GMN1, Pieroni F1, Zombrilli AF2, Elias JB2, Simões BP1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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O diabetes melito do tipo 1 é uma doença autoimune, em que ocor-re destruição progressiva das células beta pancreáticas, produ-toras de insulina. O quadro é subclínico durante sua fase inicial, mas quando aproximadamente 70% da massa de células beta são destruídos, ocorrem manifestações de hiperglicemia, seguidas pelo diagnóstico da doença. Protocolos de imunossupressão agressiva, visando interromper a agressão imunológica vigente, e resgatar a massa remanescente de células beta têm sido investigados, entre eles aqueles de imunossupressão em altas doses, seguidas por in-fusão de células-tronco. No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 25 pacientes com diabetes do tipo 1 recém-diagnosticado foram submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas. Os pacientes foram condicionados com 200mg/kg de ciclofosfamida e ATG de coelho, recebendo CTH não selecionadas. Após o transplante, vinte pacientes deixaram de usar insulina exógena completamente, mantendo adequado contro-le glicêmico. Entretanto, após o primeiro ano de seguimento, um número crescente de pacientes voltou a necessitar de insulina e, após seguimento médio de 49,8 meses, somente três pacientes encontravam-se livres de injeções de insulina. Uma análise retros-pectiva avaliou o perfil de reatividade de linfócitos T contra antíge-nos pancreáticos específicos, revelando que pacientes com maior reatividade linfocitária encontravam-se entre aqueles com menor tempo de independência insulínica. Surpreendentemente, o grupo de pacientes mais reativos já apresentava tal perfil desde a fase pré-transplante, não havendo modificação dessa hipereatividade imunológica após o transplante. O estudo, portanto, concluiu que o regime de condicionamento usado foi insuficiente para controlar a autoreatividade celular e motivou a intensificação do esquema quimioterápico para incluir fludarabina às drogas já estabelecidas. Em 2011, um novo protocolo de transplante de células-tronco he-matopoéticas para DM1, cooperativo com participação de centros da América do Norte e Europa, foi iniciado, visando avaliar os efeitos em longo prazo de um regime intensificado de imunossupressão sobre o controle glicêmico e níveis de peptídeo C de pacientes com DM1 recém-diagnosticado.

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fusArIOsE InVAsIVA E dIssEMInAdA EM pAcIEnTE pÓs TMO ALOGÊnIcO pArA LLA-T: rELATO dE cAsO

Candolo AA1, Dias JBE1, Feliciano JVP1, Pieroni F1, Barros GMN1, Rodrigues MCO1, Moraes DA1, Stracieri ABPL1, Chahud F2, Simões BP2

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

As espécies de Fusarium causam um espectro de infecções em humanos desde infecções cutâneas superficiais até infecção in-vasiva e disseminada, principalmente em imunodeprimidos. O principal fator de risco é o comprometimento do sistema imune com neutropenia e/ou imunodeficiência severa de linfócitos T, e portanto, pacientes que realizam tratamento com transplante de células-tronco hematopoiética estão em maior risco. Paciente de 26 anos, com diagnóstico de LLA T recaída, foi submetido a TMO alogênico aparentado usando protocolo sequencial. No D-2, apre-sentou surgimento de uma lesão em quarto pododáctilo à esquer-da, sendo introduzido cefepime. Após 3 dias, por continuar apre-sentando platô febril, piora das imagens radiológicas (pneumonia em tomografia de tórax), além de instabilidade hemodinâmica, foi optado por introduzir teicoplanina (paciente com insuficiência renal dialítica) e anfotericina B lipossomal, além da substituição do cefe-pime para meropenem com transfusão de granulócitos. Isolada em cultura uma E. coli sensível a meropenem e mantida terapia anti-microbiana. Como paciente apresentou quadro clínico suspeito de

síndrome de oclusão sinusoidal, houve necessidade de suspensão do metotrexato que seria usado para profilaxia de DECH agudo, e optado por esquema com ciclosporina e metilprednisolona em altas doses. A enxertia de neutrófilos ocorreu no D+15 e como pa-ciente alguns dias depois apresentou rash cutâneo, mantido tra-tamento com corticoide visando controle de DECH agudo de pele grau 2. Paciente evoluiu bem, porém no D+18 apresentou piora da lesão em quarto pododáctilo com surgimento de área de necrose e pústulas em membros superiores. Devido à alta suspeita clínica de infecção por Fusarium pelo aspecto das pústulas, optado por troca de anfotericina por voriconazol, colhido swab de lesão em pé esquerdo, hemoculturas e realizado biópsia de lesão cutânea. No D+24, optado por amputação do pododáctilo. Culturas colhidas do paciente detectaram presença de fungos, posteriormente con-firmado como Fusarium. Biópsias revelaram infiltração dos tecidos por Fusarium. Apesar de uso de voriconazol e múltiplas trocas de cateteres, paciente mantinha-se com hemoculturas persistente-mente positivas para o fungo. Ecocardiograma transtorácico es-tava normal, no momento não era possível fazer transesofágico devido a refratariedade a transfusão de plaquetas. Paciente evo-luiu com piora clínica e radiológica, sendo que houve surgimento de novas lesões e turvação visual. A avaliação oftalmológica que ocorreu no D+32 confirmou que havia lesão retiniana à esquerda. O quadro pulmonar se agravou e houve necessidade de IOT sendo o paciente encaminhado a UTI. Optado por terapia anti-fúngica combinada com anfotericina B lipossomal. Paciente mesmo com terapia combinada mantinha hemoculturas positivas para fungo. Realizado ecocardiograma transesofágico que evidenciou 2 vege-tações em septo atrial. No D+35, paciente apresentou sangramen-to cerebral intraparenquimatoso grave, com desvio de linha média, evoluindo a óbito no dia seguinte. O caso exposto ilustra a gravi-dade de infecção fúngica em pacientes com necessidade de trata-mento com TMO alogênico, e mesmo com terapêutica adequada, apresentam alta taxa de mortalidade, inclusive após enxertia da medula óssea, o que reflete também o papel da imunossupressão causada pela corticoterapia sistêmica.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cA AuTÓLOGO ApÓs prOTOcOLO dE rEsGATE EnVOL-VEndO QuATrO fÁrMAcOs EM pAcIEnTE pOrTAdOr dE MIELOMA MÚLTIpLO rEfrATÁrIO - rELATO dE uM cAsO.

Macedo MCMA1,2,3,4, Villa PR1,2, Pereira TDM1,2,3, Rohr SS1,2,3, Santos MFDD1,2,3, Ferraz PD2, Ito GM1,2,3, Monetta L1, Geraldo BLSS1, Silva RL1,2,3,4

1BIO Sana’s Serviços Médicos2IBCC - Instituto Brasileiro De Controle Do Câncer3Hospital São Camilo Pompéia4CUSC - Centro Universitário São Camilo

INTRODUÇÂO: Para pacientes diagnosticados com mieloma múltiplo (MM) a combinação de fármacos, como os esquemas dexametadona e talidomida, VAD, associações com bortezomi-be, e lenalidomida promove na maioria dos casos boa resposta, porém alguns pacientes são refratários aos esquemas clássicos que envolvem estes fármacos. Nestes pacientes, há dificuldade na consolidação com transplante de células-tronco hematopoéti-cas (TCTH) principal terapia aplicada com o objetivo de prolon-gar a vida e otimizar a sua qualidade de vida. Objetivo: Relatar caso de paciente jovem portador de MM refratário a vários esque-mas terapêuticos, que alcançou boa resposta após a utilização de esquema envolvendo talidomida, dexametasona, bortezomibe e doxorubicina lipossomal, permitindo a viabilização do TCTH e proporcionando fase de platô. Paciente e Métodos: 51 anos, mas-culino, diagnóstico MM IgG Kappa, como lesão lítica no corpo da

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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vértebra L3 em 12/2008. Em 01/2009 iniciou tratamento com dexa-metasona e talidomida, e radioterapia em região lombar. Avaliação de 04/2009 apresentou progressão da doença com mielograma mostrando 63% de plasmócitos. Foi iniciado VAD e após quatro ciclos a avaliação mostrava mielograma com 32% de plasmóci-tos. Devido a resposta insatisfatória, foram realizados quatro ciclos de bortezomibe 1,3mg/m2 nos dia 1,4,8 e 11 e talidomida 100mg/dia, porém, paciente não apresentou resposta satisfatória, além de diversas complicações infecciosas. Em avaliação de 06/2010, o mielograma apresentava 37% de plasmócitos. Por se tratar de um paciente refratário aos principais esquemas terapêuticos para MM e com a intenção de reduzir a carga tumoral antes do TCTH, foi iniciado esquema terapêutico que consistia em: bortezomibe 1,3mg/m²D1,D4,D8 e D11; doxorrubicina lipossomal 30mg/m²no D4; dexametasona 40mg/dia por 4 dias e talidomida 400mg/dia (Harousseau JL,2008 modificado). Realizados três ciclos, o pa-ciente apresentou resposta satisfatória com redução importante do número de plasmócitos, permitindo a realização do auto TCTH. Após cinco dias de estímulo com filgrastim 10mcg/kg/dia, o pacien-te realizou coleta de células-tronco hematopoiéticas que resultou em 2,2x106células CD34+/Kg. O condicionamento foi realizado com melfalano 200mg/m². O TCTH foi realizado em 10/2010 e a enxertia ocorreu no D+12. Em avaliação de 05/2012 o mielograma apresentava 7% de plasmócitos. Tendo em vista a estabilidade do quadro, o paciente foi mantido em uso de talidomida continuamen-te. Conclusão: Em situação onde o MM mostra-se refratário aos esquemas clássicos, há possibilidade de se utilizar a associação de doxorubicina lipossomal, bortezomibe, dexametasona e talido-mida como protocolo de resgate seguido de TCTH autólogo, no entanto, há necessidade de um maior número de casos para con-firmamos os resultados obtidos.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs AuTÓLOGO EM LInfOMA nÃO HOdGKIn dIfusO dE GrAndEs cÉLuLAs b – EXpErIÊncIA dA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL A. c. cAMArGO – sÃO pAuLO - brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: O prognóstico é reservado para pacientes com Linfo-ma não Hodgkin Difuso de Grandes Células B (LNHDGCB) que não atingem remissão completa após a 1ºlinha de tratamento ou recidi-vados. Apenas 20-30% obtêm sobrevida prolongada com QT con-vencional. O transplante de células-tronco-hematopoiéticas (TCTH) autólogo é a terapia de escolha para pacientes em primeira reci-diva e quimiossensíveis. Métodos: Entre julho de 2005 a maio de 2011, 51 pacientes com LNH foram submetidos consecutivamente ao 1ºTCTH, sendo: LNHDGCB= 27, Linfoma do Manto= 8, LNH T= 8, Linfoma Folicular= 3, Linfoma de Burkit= 2, Linfoma Anaplásico= 1, Linfoma inclassificável entre LNHDGCB e Linfoma de Hodgkin= 1 e Linfoma B SOE=1. O objetivo desse estudo foi analisar, retros-pectivamente, dados clínicos e laboratoriais dos 27 pacientes com LNHDGCB. Os critérios de inclusão foram pacientes com LNHDGCB submetidos ao 1ºTCTH autólogo num serviço terciário de oncologia. A sobrevida global (SG) e a sobrevida livre de progressão (SLP) foram obtidas através do método de Kaplan-Meier. Resultados: A idade mediana dos pacientes foi 49 anos (22 a 65 anos), 55% eram homens. O TCTH foi realizado em 2º, 3ºe 4ºlinha de tratamento em 70%, 19%, 11% respectivamente. Oitenta e cinco por cento dos pa-cientes fizeram uso de rituximabe previamente ao TCTH. A maio-ria dos pacientes (96%) foi considerada quimiossensível pré-TCTH (74% em resposta completa e 22% em resposta parcial). A fonte de células-tronco hematopoiéticas foi periférica em 81%, PBSC+MO

em 15% e medula óssea em 4%. O BEAM foi o esquema de condi-cionamento em 48% dos casos, CBV em 44% e ivBuCyVP em 8%. Dois pacientes faleceram nos primeiros 100 dias, sendo 1 por infec-ção e outro por neoplasia, resultando numa mortalidade relacionada ao tratamento de 0% em 30 dias e 3,7% em 100 dias. Em 2 anos e 5 anos a SLP foi 62,7% e 62,7%, respectivamente. A SG em 2 anos e 5 anos foi 65,7% e 65,7% respectivamente. Conclusão: A SLP e a SG foram compatíveis com publicações internacionais. Portan-to, o TCTH é uma alternativa segura e eficaz para o tratamento de pacientes com LNHDGCB em nosso meio. Devido a grande seme-lhança entre a SLP e SG, novas drogas ou modalidades de TCTH alogênico devem ser exploradas no intuito de melhorar o prognósti-co dos pacientes que recaem após TCTH autólogo.

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TMO nA AnEMIA dE bLAcKfAn dIAMOnd: uMA rEVIsÃO

Ferraz ST1

1Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

A anemia de Blackfan Diamond pode ser definida como uma aplasia de células vermelhas hereditária, rara, e heterogênea do ponto de vista clínico e genético. Os casos clássicos ocorrem na incidência de 7 para casa um milhão de nascidos vivos, mas casos não clássicos, com fenótipos variáveis, tem sido descritos em adultos e crianças. A fisiopatologia da anemia de Blackfan Diamond costuma ser descrita como um defeito celular no qual os progenitores eritróides são muito sensíveis a apoptose, resultando em falha na eritropoiese. Além da falência medular, podem ocorrer anomalias congênitas e pré dispo-sição a neoplasias. O principal tratamento é realizado com o uso de corticoterapia, porém alguns pacientes são refratários e mantém de-pendência transfusional. O transplante de medula óssea alogênico é a única terapia curativa possível, porém suas indicações ainda são muito controversas. A própria raridade da patologia dificulta grandes estudos sobre o tema, e os dados da literatura são insuficientes em aspectos como o condicionamento ideal e a melhor fonte de células--tronco. O objetivo desse trabalho foi revisar a literatura existente, na tentativa de aprofundar o conhecimento a respeito do tema, para que as decisões quanto a indicação e a condução do transplante tornem--se mais simples e adequadas. Os dados dos estudos revisados mos-tram que os resultados mais seguros são obtidos na idade de 2 a 5 anos, com doadores aparentados, e que o transplante de doadores não aparentados deve ficar restrito a situações em que há evidên-cias de evolução para síndrome mielodisplásica ou leucemia mielóide aguda. No entanto, fica claro que mais estudos sobre o tema ainda são necessários e que registros nacionais e internacionais de casos são essenciais para que o conhecimento dessa patologia e de seu tratamento possa ser aprimorado.

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pApEL dA LEVOfLOXAcInA nA prOfILAXIA dE nEu-TrOpEnIA fEbrIL durAnTE A MObILIZAÇÃO dE cÉ-LuLAs HEMATOpOÉTIcAs pArA TrAnspLAnTE AuTÓ-LOGO

Camandoni VO1, Paivajr TF1, Silva CSS1, Pereira AAR1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: A mobilização de células-tronco hematopoéticas é uma das etapas mais importantes no processo de transplante autólogo de medula óssea. Nesta fase, a neutropenia febril é comum, difi-cultando e aumentando os custos da coleta, além de muitas vezes prejudicar a qualidade do produto coletado. O uso de antibiótico pro-

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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filático já demonstrou reduzir a ocorrência de neutropenia febril em pacientes durante TMO, pacientes com leucemia aguda recebendo esquema de indução e tumores sólidos, entretanto sem reduzir a mortalidade na maioria dos estudos. O objetivo desse estudo foi avaliar o papel da profilaxia com levofloxacina no contexto de mo-bilização e coleta de stem cell para transplante autólogo. Método: Estudo observacional de coorte retrospectiva. Realizamos o levan-tamento da frequência de neutropenia febril entre pacientes sub-metidos à mobilização e coleta de stem cell que receberam levoflo-xacina profilático e comparamos com o mesmo perfil de pacientes, mas que não fizeram uso de levofloxacina profilático. Resultados: Dos 199 pacientes analisados, 82 eram portadores de Mieloma Múl-tiplo, 49 Linfoma de Hodgkin, 58 Linfoma não Hodgkin e 10 tinham outras doenças oncológicas. Cento e dez pacientes não receberam nenhum tipo de antibiótico durante a fase de mobilização e 89 rece-beram levofloxacilina (dose de 500mg VO, 1x dia) do D7 da quimio-terapia até a recuperação de neutrófilos (>1000 μL). G-CSF 10μg/Kg ao dia foi iniciado no D5 e mantido até a coleta de stem cell. A incidência de neutropenia febril foi de 34,5% entre os pacientes que não receberam a profilaxia e de 11,2% entre os pacientes que rece-beram a profilaxia (p= 0,001 Fisher’s test). Entre os pacientes sem profilaxia e que tiveram neutropenia febril, 26,3% já estavam fazen-do a mobilização internados, e tiveram seu período de internação prolongado, em média, por 7 dias, enquanto 73,7% que estavam fazendo a mobilização em regime ambulatorial foram hospitaliza-dos para terapia antimicrobiana endovenosa, com tempo médio de internação de 9 dias. Por outro lado, no grupo de pacientes que receberam profilaxia, 100% dos que tiveram neutropenia febril ne-cessitaram hospitalização para uso de antibiótico endovenoso, com mediana de permanência de 7 dias. Nenhuma toxicidade foi relata-da associada ao uso da levofloxacilina. Conclusão: A incidência de neutropenia febril foi reduzida em aproximadamente 68% devido à profilaxia com levofloxacina, com significância estatística. A decisão sobre o uso de profilaxia com levofloxacina deve levar em conta a redução da necessidade ou prolongamento da internação, menor uso de antibiótico de amplo espectro, redução de custos versus a preocupação em relação à resistência antimicrobiana.

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InfEcÇÃO pOr nOcArdIA EM pAcIEnTE pÓs TMO ALOGÊnIcO pOr LMc: rELATO dE cAsO

Feliciano JVP1, Dias JBE1, Darrigo-Junior LG1, Pieroni F1, Barros GMN1, Stracieri ABPL1, Rodrigues MCO1, Moraes DA1, Curcioli ACJV1, Simões BP2

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Nocardia é um actinomiceto aeróbio que habitualmente é encon-trado no solo, sendo que a infecção em humanos acontece mais frequentemente por meio das vias aéreas. Apresentam caracte-rísticas de resistência a terapia antimicrobiana, sendo necessário tratamento a longo prazo e são capazes de causar infecções gra-ves disseminadas, principalmente em pacientes imunodeprimidos. Relato de caso: Paciente masculino, 35 anos, portador de leu-cemia mielóde crônica desde agosto de 2008, classificado como em crise blástica mielóide. Realizadas duas induções de remissão com daunorrubicina e citarabina, associadas a dasatinibe 140mg/dia, visto que paciente apresentava mutação F359V. Após duas induções, paciente encaminhado ao TMO alogênico em manuten-ção com dasatinibe, em segunda fase crônica. Realizou protocolo CyTBI com ATG sendo sua infusão de células em 31/01/2011 dose de 4,9x106 CD34+/Kg. Como intercorrências, apresentou DECH agudo de pele grau 2 e reativação de CMV além de DECH crôni-co de pele, fígado e mucosa oral tratado com corticóide e tacroli-

mus. Em reavaliação ambulatorial do D+300, apresentou febre de 37,8oC cujo foco pulmonar (múltiplos nódulos) foi evidenciado em tomografia e suspeitado de infecção fúngica. Na ocasião, como imunossupressor usava tacrolimus e prednisona para tratamento de DECH crônico (80mg por dia de prednisona na ocasião – se-mana 15 de tratamento). Iniciado tratamento com voriconazol po-rém paciente mantinha picos febris com piora radiológica. Optado por troca de anti-fúngico por anfotericina B lipossomal e cobertura para bactérias com levofloxacino. Biópsia pulmonar diagnóstica foi realizada no D+318 que revelou parênquima comprometido por ex-sudato fibrinoso abundante com focos em organização, formando microabscessos. Cultura do material revelou bacilo gram positivo ramificado, identificado como Nocardia ssp, sensível para amoxi-cilina-clavulanato, sulfametoxazol-trimetoprim e amicacina. Inicia-do sufametoxazol-trimetoprim no D+324 e 4 dias após entrou em insuficiência respiratória com necessidade de IOT, encaminhado ao CTI da instituição e optado por terapia combinada com sulfa-metoxazol-trimetoprim e amicacina. Com boa evolução, teve alta do CTI no D+341. Optado por continuidade do tratamento com mo-noterapia com sulfametoxazol-trimetoprim porém, devido a panci-topenia relacionada a droga, completou 54 dias de tratamento e transicionado para amoxicilina-clavulanato ambulatorial. Tomogra-fias de tórax controle revelaram melhora progressiva das lesões pulmonares e mantido tratamento com antibioticoterapia por 120 dias, além dos 54 dias completos de sulfametoxazol-trimetoprim. Discussão: Nocardia é um germe que causa infecção oportunista em imunodeprimidos e pode se apresentar com clínica variável, desde infecção localizada, principalmente em sítio pulmonar, até infecção disseminada. As hemoculturas raramente são positivas e o germe é de difícil identificação, sendo necessário muitas vezes procedimentos invasivos para o diagnóstico. É necessário terapia de longo prazo, ainda sem muito consenso na literatura, porém com duração mínima de 6 meses. O caso acima ilustra a gravidade da infecção pulmonar de Nocardia em paciente com imunossu-pressão por corticóide pós TMO alogênico e sucesso terapêutico com combinação de drogas inicialmente e manutenção de trata-mento ambulatorial após estabilização clínica com monoterapia.

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EsTudO cOMpArATIVO dOs MArcAdOrEs dO Es-TrEssE OXIdATIVO AssOcIAdOs A MucOsITE OrAL EM pAcIEnTEs subMETIdOs AO TrAnspLAnTE dE cÉ-LuLA-TrOncO HEMATOpOÉTIcA (TcTH) ALOGÊnIcO

Khouri VY1, Stracieri ABPL1, Oliveira MC1, Moraes DA1, Pieroni F1, Barros GMN1, Jr AAJ2, Simões BP1, Voltarelli JC1

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP)2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP)

A mucosite oral (MuO) é um processo patológico caracterizado pelo dano a mucosa da cavidade bucal e é causada pela ação da quimio-terapia e radioterapia utilizadas no tratamento oncológico. Acomete pacientes submetidos a altas doses de quimioterapia, radioterapia e também, pacientes submetidos ao transplante de células-tronco he-matopoéticas (TCTH) com regime de condicionamento mieloablati-vo. Várias terapêuticas foram testadas para prevenir e tratar a MuO, sendo uma das mais recentes o laser de baixa intensidade que tem como efeitos: analgesia, antiinflamatória e reparação tecidual. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência dos marcadores do estresse oxidativo, na saliva, sobre a intensidade da MuO, nos pa-cientes submetidos ao TCTH alogênico e tratado com laserterapia, na Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clí-nicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Participaram do presente estudo pacientes que rece-beram a administração de regime de condicionamento mieloablativo

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Temas livres/Abstracts - Transplante

88 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

para a realização do TCTH alogênico para doenças hematológicas e onco-hematológicas. Os pacientes participantes apresentavam idade igual ou acima de 12 anos. Foram selecionados 10 pacien-tes, sendo divididos em 2 grupos: grupo I (laserterapia) (N= 5) e grupo II (luz placebo) (N= 5). O grupo I foi irradiado com o laser de AlGaInP (660 nm), com potência de 15 mW, na dose de 3,8 J/cm2, tempo 10 segundos, desde o início do regime de condicionamento até a enxertia das células-tronco infundidas. Sendo que o grupo II foi irradiado com a luz placebo, nas mesmas condições descritas acima. Foi utilizada a escala da World Health Organization (WHO) que avalia os sinais e sintomas da MuO, na cavidade bucal. Foram coletados amostras de saliva, antes do regime de condicionamento e no nadir da neutropenia. Utilizando técnicas espectrofotométricas, foram analisados alguns marcadores do estresse oxidativo, como a glutationa reduzida (GSH) que é um antioxidante e o malonal-deído (MDA) produto tóxico proveniente da peroxidação lipídica (dano oxidativo). Foi utilizado na análise estatística, o modelo de regressão linear com efeitos mistos, adotando-se o nível de signi-ficância p < 0,05. Os resultados clínicos mostraram diminuição da gravidade da MuO, no grupo I em relação ao grupo II. Conforme a escala de WHO, 80% dos paciente do grupo I evoluíram com grau 2 , enquanto no grupo II, 40% evoluíram com grau 2-3 (grau interme-diária), 40% (grau 3) e apenas 20% (grau 2). Analisando os níveis dos marcadores do estresse oxidativo, observamos um aumento do produto do estresse oxidativo (MDA) em ambos os grupos, enquan-to o produto antioxidante GSH reduziu-se significativamente apenas no grupo não submetido à laserterapia. Foi concluído que o laser de baixa intensidade foi eficaz, clinicamente, na diminuição da MuO e que seu mecanismo de ação parece estar ligado à preservação de substâncias antioxidantes.

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A ATIVIdAdE fÍsIcA nO TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs--TrOncO HEMATOpOÉTIcAs

Carlucci VDS1, Silveira RCCP1, Braga FTMM1, Garbin LM1

1Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Introdução: os pacientes onco-hematológicos submetidos a altas doses de quimioterapia, seja para tratamento de suas doenças de base ou para realização do transplante de células-tronco hemato-poiéticas (TCTH) sofrem com diversos efeitos adversos. Entre es-ses efeitos adversos estão a neutropenia febril, mucosite, distúrbios do sono, depressão, ansiedade, fadiga física e mental e diminuição da capacidade do estado funcional do paciente. Estudos apontam que a atividade física em pacientes internados pode ser uma estra-tégia efetiva para melhorar alguns desses aspectos como o aumen-to de células sanguíneas de defesa, capacidade funcional, redução da severidade de dor, diminuição dos níveis de ansiedade, fadiga e consequentemente diminuição do período de internação. Objetivo: sintetizar as evidências relacionadas atividade física realizada por pacientes onco-hematológicos adultos submetidos a altas doses de quimioterapia seguida ou não do TCTH. Método: revisão narrativa da literatura. Resultados: a amostra foi constituída por sete estudos primários que abordaram a relação da atividade física com a melho-ria dos sinais e sintomas comumente apresentados por pacientes submetidos ao TCTH, como a ansiedade, a depressão e o bem es-tar. Além disso, foi abordada a relação da fadiga e atividade física na melhora da sensação do bem estar e consequentemente na qua-lidade de vida. Os estudos primários incluídos eram ensaios clínicos controlados randomizados e realizados por enfermeiros. Em relação às atividades físicas realizadas propostas as mesmas foram con-sideradas de baixo impacto. Dentre essas cita-se o alongamento no leito utilizando bandas elásticas, o relaxamento respiratório, a atividade multimodal que foi o exercício de relaxamento progressivo associado a psicoeducação que consistiu em técnicas de terapia

comportamental e cognitiva realizadas cinco dias por semana para ajudar os pacientes adaptarem-se ao diagnóstico e tratamento; além disso, tais atividades foram prescritas de acordo com a capacidade dos sujeitos avaliados. O impacto dessas atividades foi analisado por meio de exames laboratoriais (contagem de células sanguíne-as de defesa), identificação do estado de ansiedade, depressão e fadiga, por meio de instrumentos validados. A mensuração dessas variáveis ocorreu em três períodos distintos, ou seja, antes do início do condicionamento, durante o transplante e até seis meses após sua realização. Conclusão: a atividade física em pacientes que são submetidos ao TCTH proporciona melhora nos índices de qualidade de vida bem como reduz os níveis de ansiedade, depressão e fadi-ga além de melhorar a capacidade funcional. Assim, tais resultados sugerem que o manejo e controle dos efeitos adversos da terapêu-tica e a fadiga são uma rotina importante que deve ser adotada no cuidado diário desse paciente.

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AusÊncIA dE dIfErEnÇA nA sObrEVIdA ApÓs TcTH AuTÓLOGO pArA pAcIEnTEs cOM LInfOMA Ou MIE-LOMA TrATAdOs pELO sus VErsus cOnVÊnIO/pAr-TIcuLAr: EXpErIÊncIA dO HOspITAL Ac cAMArGO – sp – brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Diferenças entre pacientes tratados pelo SUS ou con-vênio/particular existem na prática em diversas doenças e contex-tos no Brasil, como possível atraso para realizar o diagnóstico e detectar recidiva, maior dificuldade para acesso às medicações de última geração e métodos de imagem de última geração, como PET--CT. Se, e qual impacto, essas diferenças trazem no resultado glo-bal do tratamento é incerto para pacientes com Mieloma e Linfoma submetidos ao TCTH autólogo. Métodos: Avaliar de forma retros-pectiva e comparar a sobrevida livre de recidiva (SLR) e sobrevida global (SG) de pacientes com Mieloma Múltiplo (MM), Linfoma não Hodgkin (LNH) e Linfoma de Hodgkin (LH) submetidos ao TCTH autólogo pelo SUS versus convênio/particular (Conv). A SLR e SG foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: Entre fev/2005 a mai/2011 154 pacientes foram submetidos ao primeiro TCTH autólogo, sendo 44 (28%) pelo SUS e 110 (72%) pelo Conv. O diagnóstico mais freqüente foi MM com 56 pacientes [17 (30%) SUS e 39 (70%)], seguido por LNH com 51 pacientes [10 (20%) SUS e 41 (80%) Conv] e LH com 47 pacientes [17 (36%) SUS e 30 (64%) Conv]. Não houve diferença entre tratamento pelo SUS versus Conv na população geral com SLR em 2 anos de 68% e 58%, em 5 anos de 58% e 42% (p=0. 27) e SG em 2 anos de 72% e 72%, em 5 anos de 72% e 66%, respectivamente (p=0. 76). Não houve diferença sig-nificativa quando foram analisados os subgrupos de forma isolada: MM com p=0. 13 para SLR e p=0,49 para SG; LNH + LH com p= 0. 80 para SLR e p=0. 95 para SG. Conclusão: Pacientes tratados pelo SUS não apresentam pior sobrevida quando submetidos ao TCTH autólogo em nosso serviço.

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prOTOcOLO dE InTEnsIdAdE rEduZIdA (fLubu) nO TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA ALOGÊnIcO pArA dOEnÇA fALcIfOrME: rEsuLTAdOs prELIMInArEs.

Barros GMN1, Stracieri ABPL1, Pieroni F1, Rodrigues MCBO1, Mo-raes DA1, Dias JBE1, Feliciano JVP1, Junior LGD1, Curcioli ACVJ1, Simões BP1

1Hospital das Clínicas - FMRP - USP

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Temas livres/Abstracts - Transplante

89Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):61-98

Introdução: As doenças falciformes (DF) compõem um grupo de doenças de comportamento clínico variável cujo tratamento preven-tivo das crises vaso-oclusivas (CVO) restringe-se, até o momento, ao uso da hidroxiurea (HU) e das transfusões sanguíneas crônicas. Embora estas modalidades de tratamento tenham seu papel, ambas possuem efeitos adversos que limitam seu uso continuado. O trans-plante de medula óssea (TMO) alogênico é a única opção terapêuti-ca curativa para pacientes com fenótipos graves. Para isto diversos protocolos de condicionamento tem sido empregados com destaque para os protocolos mieloablativos que produziram os melhores re-sultados. Em 2011, o grupo francês apresentou uma grande série de casos no Congresso Europeu de TMO. Foram transplantados 144 pacientes, em sua maioria crianças (mediana de 9 anos) por di-versas indicações, principalmente vasculopatia cerebral (89) e CVO (41). O condicionamento utilizado foi o BuCy com adição de ATG e a fonte de células predominante foi a medula óssea. Praticamen-te todos os pacientes enxertaram (142/144), DECH aguda maior ou igual a grau III foi observada somente em 4,9% dos casos e DECH crônica em 9,7%; ocorreram 6 óbitos, sendo 4 relacionados a DECH, 1 por AVC hemorrágico e 1 caso por sepse grave no período da aplasia. Com uma mediana de seguimento de 3,1 anos, o grupo francês observou sobrevida livre de eventos de 95,8%. Objetivo pri-mário: Demonstrar que o protocolo de intensidade reduzida FLUBU é capaz de produzir resultados semelhantes ao BuCy especialmen-te em pacientes não pediátricos. Metodologia: Foram seleciona-dos pacientes com fenótipos graves de DF, sem limitação de idade, com doadores familiares HLA-idênticos. O condicionamento incluiu Fludarabina (120 mg/m2 em 4 dias) e Bussulfan (12 mg/Kg em 12 doses) e para a profilaxia de DECH ATG de coelho (4,5 mg/Kg dose total), Ciclosporina e Metotrexate nas doses habituais. Resultados: Foram transplantados até o momento 7 pacientes, sendo 4 homens e 3 mulheres, com idade mínima de 12 anos e idade máxima de 34 anos (mediana de 20 anos). As indicações de TMO foram AVC (3), CVO graves refratárias a HU (3), síndrome torácica aguda (3), pria-pismo (1) e aloimunização contra Ag de alta freqüência (1), ressal-tando que alguns pacientes apresentaram mais de uma indicação. O tempo de seguimento variou de 49 a 1311 dias; como fonte de células-tronco predominou medula óssea (6/7); todos os pacientes enxertaram e mantiveram quimerismo completo; nenhum paciente apresentou DECH aguda maior ou igual a grau III e DECH crônica; não houve nenhum óbito relacionado ao TMO, somente a paciente número 2 morreu por AVC hemorrágico no dia+416; os demais es-tão vivos e sem qualquer manifestação de DF, incluindo 2 pacientes com doador traço. Conclusão: Estes casos demonstram que o pro-tocolo de intensidade reduzida FLUBU é capaz de produzir enxertia sustentada, com baixíssima toxicidade relacionada ao procedimen-to e de DECH mesmo em pacientes de faixas etárias mais avan-çadas. Estes resultados serão consolidados nos próximos anos a medida que novos pacientes forem incluídos no modelo de estudo multicêntrico em processo de estruturação.

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LInfOMA nÃO HOdGKIn dIfusO dE GrAndEs cÉLu-LAs b (LnHdGcb), rEfrATÁrIO prIMÁrIO À QuI-MIOTErApIA, rEsGATAdO ApÓs A QuInTA LInHA dE TrATAMEnTO cOM r-GEMOX sEGuIdO dE QuIMIOTE-rApIA MIELOAbLATIVA EM ALTAs dOsEs E TrAns-pLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATO-pOIÉTIcAs pErIfÉrIcAs

Vieira GMM1, Camandoni VO1, Moura FL1, Paivajr TF1, Lima VCC1, Rodrigues NAF1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Paciente de 53 anos, do sexo feminino, previamente hígida, diag-nosticada com LNHDGCB, estadio IVSA (linfonodomegalias cervi-cais, supraclaviculares, mediastinais, axilares, retroperitoneais, ilía-

cas e inguinais, baço e medula óssea acometidos), IPI ajustado para a idade de alto risco, sem resposta a quatro linhas consecutivas de quimioterapia na ordem a seguir: R-CHOP21 x3 ciclos, R-ICE x3, R--DHAP x2, R-Mini-BEAM x1. A paciente foi submetida a mobilização de CTHP após 3ºR-ICE, com coleta de 3,64x106 células CD34/kg e como complicações do tratamento quimioterápico apresentou vários episódios de neutropenia febril com necessidade de hospitalização e após ciclo de R-Mini-BEAM desenvolveu provável aspergilose, por apresentar febre, imagem compatível à TC de tórax, galactomana sérica elevada e resposta clínica ao tratamento anti-fúngico. A partir deste momento, devido à intercorrência infecciosa grave e ao fato de a doença linfoproliferativa não apresentar resposta em avaliação por exame de imagem, foi optado por pausar o tratamento, priori-zando a recuperação da infecção pulmonar e após controle desta, foi reiniciado tratamento com regime de QT menos tóxico, R-GE-MOX a cada 21 dias com objetivo de prolongar a sobrevida. Man-tido o uso de voriconazol. Após o 3ºciclo de R-GEMOX a paciente apresentou remissão completa com involução das adenomegalias, espleneomegalia e PET-CT negativo e biópsia de medula óssea li-vre de infiltração. Prosseguiu-se o tratamento com o TCTH autólo-go, se optando por regime de condicionamento mieloabalativo com busulfan endovenoso 0,8mg/Kg/dose a cada 6 horas por 14 doses, seguido de etoposide 60mg/Kg em infusão de 36 horas e ciclofosfa-mida 60mg/Kg/dia em 2 dias. A paciente evoluiu sem complicações e apresentou pega medular no D+11. Se encontra há 15 meses sem evidência de recaída. Discussão: O prognóstico de pacientes com LNHDGCB refratários primários a tratamento com imunoquimiotera-pia R-CHOP é ruim e esses pacientes se beneficiam de tratamento com quimioterapia em altas doses e transplante autólogo de CTHP desde que sejam quimiossensíveis a regime de quimioterapia de resgate. No caso exposto a paciente não respondeu a 3 protocolos de resgate, obtendo resposta completa com esquema R-GEMOX, que por ser menos tóxico, geralmente é reservado a pacientes ido-sos e ou com comorbidades não candidatos ao transplante. Tam-bém é discutível o benefício do rituximabe no tratamento de resgate de tais pacientes tratados previamente com R-CHOP, pois dados de literatura mostram que são os pacientes que menos se beneficiam. Devemos enfatizar que a mobilização precoce de CTHP durante a 2ªlinha de tratamento pode ter beneficiado a paciente, pois permitiu a coleta de um número adequado de CTHP para o transplante, fato que poderia não ter ocorrido se fossemos esperara resposta à quimiotera-pia. Por último, o uso de um regime mieloabalativo (BuCyE) pode ser mais eficaz em pacientes com antecedente de doença refratária pri-mária do que regimes mieloabaltivos de intensidade reduzida mais comumente utilizados, como o BEAM.

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IMpAcTO dO GrAu dA MucOsITE nO rIscO dE rE-cAÍdA E sObrEVIdA A LOnGO prAZO EM pAcIEnTEs cOM LInfOMA nÃO HOdGKIn, LInfOMA dE HOdGKIn E MIELOMA MÚLTIpLO subMETIdOs A TcTH AuTÓLO-GO: EXpErIÊncIA dO HOspITAL Ac cAMArGO – sp – brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues GHC1, Guollo A1, Moura FL1, Vieira GMM1, Melo LMMP1, Lima VCC1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Mucosite é uma das mais importantes e limitantes complicações do TCTH autólogo e sua gravidade está relaciona-da com performance status do paciente, status nutricional e dose da quimioterapia/ Kg do paciente. A mucosite está associada com aumento do tempo de internação, uso de opióide, uso de nutrição parenteral total (NPT) e aumento na incidência de infecções opor-tunistas, entretanto, os dados na literatura em relação a sobrevida são inconclusivos. O objetivo desse estudo foi avaliar a ocorrência e o grau da mucosite e sua correlação com a sobrevida livre de reci-

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diva (SLR) e sobrevida global (SG) a longo prazo em pacientes com Linfoma não Hodgkin (LNH), Linfoma de Hodgkin (LH) e Mieloma Múltiplo (MM) submetidos a TCTH. Métodos: Estudo observacional retrospectivo de 154 pacientes com LNH, LH ou MM submetidos ao primeiro TCTH entre fev/2005 e mai/2011 com avaliação da muco-site, a qual foi graduada prospectivamente pela escala da OMS. De forma rotineira, conforme protocolo institucional, todos os pacientes receberam terapia profilática para mucosite com laser de baixa in-tensidade. A SLR e SG foram calculadas pelo método de Kaplan--Meier. Todos os pacientes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Na população total de 154 pacientes, 138 (90%) tiveram mucosite grau 0-2, enquanto 16 pacientes (10%) apresentaram grau 3-4. Não houve diferença na SLR (p=0. 70), nem em SG (p=0. 54) em relação ao grau da mucosite. Em 47 pacientes com LH, a incidência de mucosite grau 0-2 em 40 pacientes (85%) e grau 3-4 em 15 pacientes (15%), sendo a SLR em 3 anos foi de 58% e 40% (p=0. 56), respectivamente e a SG em 3 anos de 68% e 28% (p=0. 005). CBV foi utilizado em 55% e BEAM em 45% dos casos. Em 51 pacientes com LNH, mucosite grau 0-2 ocorreu em 47 (92%) e grau 3-4 em 4 (8%), não havendo diferença em SLR 3 anos (57% versus 75%, p=0. 73), nem SG 3 anos (60% versus 75%, p=0. 87). O condicionamento usado foi BEAM em 55%, CBV em 41% e BUevCyVP em 4% dos casos. Entre 56 paciente com MM, mucosite grau 0-2 ocorreu em 48 (86%), e grau 3-4 em 8 (14%), sem diferença em SLR 3 anos (46% vs 60%,p=0. 11) ou SG 3 anos (82% vs 100%,p=0. 19). O condicionamento foi com Melfalan em 100% dos casos. Conclusão: Pacientes com Linfoma de Hodgkin com mucosite grau3 a 4 tiveram pior sobrevida global. A causa desta aparente associação é incerta e deve ser confirmada em estudos clínicos prospectivos.

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TrATAMEnTO dE cIsTITE HEMOrrÁGIcA pOr pOLIO-MAVÍrus cOM InfusÃO dE cÉLuLAs MEsEnQuIMAIs pÓs TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs dE sAnGuE dE cOr-dÃO: rELATO dE cAsO.

Dias JBE1, Feliciano JVP1, Rodrigues MCO1, Stracieri ABPL1, Moraes DA1, Junior LGD1, Curciolli AC1, Pieroni F1, Barros GMN1, Simões BP2

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

O poliomavírus é um vírus DNA da família papoviridae, que causa doença primariamente em pacientes imunocomprometidos. Este vírus é dividido em duas classes: BK e JCvirus. Devido ao tropis-mo pelo epitélio do trato genitourinário, o BKvírus causa principal-mente doenças genitourinárias. As manifestações clínicas incluem desde hematúria assintomática, cistite hemorrágica, estenose ure-teral e nefrite instersticial. Já a infecção por JCvírus pode causar leucoencefalopatia multifocal progressiva mais comumente nos pacientes SIDA. Descrevemos o caso de uma paciente,31 anos, que foi submetida a um transplante alogênico não aparentado, HLA 4x6, com sangue de cordão umbilical por Leucemia Mielói-de Crônica fase acelerada refratária aos TKIs e que desenvolveu cistite hemorrágica pelo poliomavírus. A paciente foi condicionada com BUCY2+ATG e recebeu de 4,7x 107 CN/kg. A profilaxia de DECH foi realizada com MMF/CSA. A pega de neutrófilos ocorreu no D+20. No D+33,iniciou quadro de disúria e dor hipogástrica. A urina rotina evidenciou campo tomado por hemácias. O ultrassom demonstrava rins de aspecto ecográfico habitual e espessamen-to difuso das paredes vesicais podendo corresponder a processo inflamatório vesical. Para realizar o diagnóstico diferencial entre cistite hemorrágica por drogas ou vírus realizamos a pesquisa de vírus (poliomavírus, adenovírus e CMV) por PCR o qual se reve-lou positivo para polioma. Em função do diagnóstico, foi iniciado

tratamento com ciprofloxacino, cidofovir 5mg/kg (2 doses com in-tervalo de 1 semana), transfusão de plaquetas (para manter nível plaquetário acima de 100x103/uL), estrogênios conjugados vo e irrigação vesical com soro fisiológico. Em decorrência de não me-lhora clínica, no D+63, iniciou sessões de hiperbárica 5 vezes por semana e, no D+74, embolização das artérias vesicais e hipogás-trica direita. Houve evolução do quadro clínico para insuficiência renal aguda dialítica e serosites pleural, pericáridica e ascite. O ultrassom demonstrava presença de nefropatia parenquimatosa bilateral com ausência de dilatação pielocalicial. Em virtude da progressão desfavorável do quadro clínico, no D+89, foi iniciado infusão de células mesenquimais (MSC), com média de 2x106/kg, semanalmente. Após a quarta infusão das MSC, ocorreu melhora significativa do quadro de hematúria macroscópica. Já sem ne-cessidade de irrigação vesical, a paciente recebeu alta hospitalar em desmame progressivo do tratamento com estrogênios. Após 2 meses da resolução da hematúria, houve recuperação espontânea da função renal. Atualmente, a paciente encontra-se no D+349 em remissão (pesquisa de bcr-abl negativa e cariótipo 46, XX[20]) e realiza tratamento para DECH crônico de pele e pulmonar com corticoterapia conforme protocolo alternado. Ilustramos no caso que a cistite hemorrágica por poliomavírus pode resultar em mor-bidade significativa. Há várias terapêuticas recomendadas como o uso de estrogênios, ciprofloxacino, cidofovir, hiperhidratação, irrigação vesical com soro fisiológico e com drogas (prostaglan-dina E1, sulfato de alumínio). Le Blanc K et al. Best Practice & Research Clinical Haematology 2011, tem sugerido benefícios no uso de MSC para tratamento de toxicidade tecidual como cistite hemorrágica e que estudos randomizados são necessários para comprovar a eficácia desta terapêutica.

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QuIMIOTErApIA EM ALTAs dOsEs cOM supOrTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs EM TuMOrEs dE cÉLuLAs GErMInATIVAs: EXpErIÊncIA dO HOs-pITAL A. c. cAMArGO – sp

Alves MS1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Alencarjr AM1, Rinckjr JA1, Oliveira TB1, Lima VCC1, Melo LMMP1, Paivajr TF1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Pacientes portadores de tumor de células germinativas recidivados após 1ºlinha de quimioterapia convencional apresentam prognóstico desfavorável. Terapia de resgate com quimioterapia em altas doses associado a transplante de células-tronco hematopoéti-cas (TCTH) autólogo demonstra eficácia neste cenário. Dados como qual linha deve-se realizar o TCTH (2ºversus 3ºlinha), melhor condi-cionamento e TCTH único ou TANDEM ainda são conflitantes na lite-ratura. Métodos: Análise retrospectiva de 21 pacientes, recidivados após quimioterapia padrão de 1ºlinha, submetidos ao TCTH autólogo durante o período de1996 a 2012. A sobrevida global (SG) e a sobre-vida livre de progressão (SLP) foram obtidas através do método de Kaplan-Meier. Resultados: A idade média foi de 26,8 anos, variando de 17 a 38. Um total de 15 dos 21 pacientes (71%) apresentava alto risco (escore IGCCCG). TCTH em 2ªlinha foi utilizado em 57% dos casos e em 3ºlinha em 29%. O condicionamento utilizado foi Pacli-taxel + Ifosfamida + Platina em 11 pacientes (52%), Carbopaltina + Etoposide em 6 pacientes (29%) e Carboplatina + Etoposide + CTX em 4 pacientes (19%). A SLP em 2 anos e 5 anos foi 53% e 47%, res-pectivamente. A sobrevida global (SG) em 2 anos e 5 anos foi 50,4%, obtendo plateau após esta data, sugerindo papel curativo do TCTH. A SLP foi de 55%, 50% e 0% (p=0. 13) e SG foi 66%, 42% e 0% (p=0. 003) em pacientes transplantados em 2º, 3ºe 4ºlinha, respectivamen-te. Não houve diferença em SLP (p=0. 60), nem SG (p=0. 87) quando os condicionamentos foram comparados. Conclusão: TCTH autólo-go possui papel como terapia de resgate, proporcionando expressiva SLP e SG em pacientes com tumor germinativo recidivados.

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pAcIEnTEs cOM LInfOMA dO MAnTO subMETIdOs À TcTH AuTÓLOGO: rEsuLTAdOs A LOnGO prAZO

Paivajr TF1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Camandoni VO1, Vieira GMM1, Moura FL1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Tratamento de pacientes jovens com Linfoma do Man-to permanece um desafio. Acréscimo de citarabina na indução tem melhorado os resultados e recentemente estudo fase III europeu demonstrou ganho de SG com TCTH autólogo de consolidação, embora, desfecho favorável a longo prazo (atualização de 10 anos) tem sido publicado com R-Hypercvad de indução sem consolidação com TCTH. Métodos: O objetivo desse estudo é relatar a experiên-cia de pacientes com Linfoma do Manto submetidos a TCTH autó-logo no Hospital AC Camargo – SP. Resultados: Entre jan/2006 a nov/2008 8 pacientes com Linfoma do Manto foram submetidos ao TCTH autólogo. A idade mediana dos pacientes foi de 59,5 anos (47 a 67 anos), 100% dos pacientes do sexo masculino. O TCTH foi realizado em 1ºlinha em 3 pacientes (37,5%), em 2ºlinha em 3 (37,5%), em 3ºlinha em 1 paciente e em 4ºlinha em 1 paciente. Seis pacientes (75%) receberam rituximabe previamente ao TCTH. Entre os 3 pacientes que transplantaram em 1ºlinha, 2 receberam indução com Hypercvad e 1 com R-Hypercvad. CBV foi utilizado no condicio-namento em 5 pacientes e BEAM em 3 pacientes. A SLR em 2 anos e 5 anos foi de 34% e a SG em 2 anos e 5 anos também de 38%. Pacientes submetidos ao TCTH em 1ºlinha apresentaram SLR em 2 anos e 5 anos de 68%, enquanto pacientes submetidos em ≥ 2ºlinha os valor foi 0% (p=0. 30). A SG em 2 anos e 5 anos foi de 68% para 1ºlinha e 20% para ≥ 2ºlinha (p=0. 27). Conclusão: Um subgrupo de pacientes apresenta desfecho favorável a longo pra-zo quando submetidos a TCTH autólogo. Pacientes transplantados em 1ºlinha tiveram diferença numericamente expressiva quando comparados à ≥ 2ºlinha, porém não estatisticamente significativa, talvez pelo número reduzido de pacientes.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO pErIfÉrIcAs HEMATOpOÉTIcAs (TcpH) AuTÓLOGO pArA nEu-rOpATIA pErIfÉrIcA sEcundÁrIA A GAMOpATIA MOnOcLOnAL dE sIGnIfIcAdO IndETErMInAdO (GMsI): rELATO dE cAsO.

Dias JBE1, Feliciano JVP1, Stracieri ABPL1, Barros GMN1, Moraes DA1, Darrigo-Junior LG1, Pieroni F1, Rodrigues MCO1, Barreira AA2, Simões BP2

1Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A gamopatia monoclonal de significado inderterminado (GMSI) é caracterizada pela presença de imunoglobulina monoclonal sem a presença de doença linfoproliferativa. A prevalência é estimada em 3,2% na população caucasiana com faixa etária acima de 50 anos. A neuropatia periférica está presente em 5% dos pacientes com GMSI. A patogênese é pouco compreendida, porém anticorpos anti MAG tem sido implicados na injúria imunomediada. Relatamos o caso de uma paciente de 45 anos, previamente hígida, que iniciou quadro de parestesias em ambas as mãos e na língua. Ocorreu piora progressiva do quadro, com presença de fraqueza distal as-cendente em MMSS e MMII e queda da própria altura sem respos-ta com pulso de solumedrol por 5 dias. À avaliação neurológica, possuía ECG 15, MOE preservado, PIFR, nervos cranianos normal, força motora nula em pés e grau 2 em mãos. Durante investigação

foi constatado nos exames laboratoriais: eletroforese de proteína com pico monoclonal gama e imunoglobulina IgA diminuída:118mg/dL. Hemograma, função renal, cálcio, dosagem de Kappa (K) e Lambda (L), liquor apresentavam-se sem alterações. A biópsia de medula óssea era discretamente hipercelular com leve plasmoci-tose (<10% com expressão dos marcadores imunohistoquímicos CD138 e CD38 positivos) e a relação K/L 3:1. A biópsia de nervo sural evidenciou quadro histopatológico compatível com neurite crô-nica desmielinizante inespecífica. A RMN de encéfalo, RX de ossos longos, crânio, bacia e coluna total e TC de tórax e abdome não apresentavam alterações. Dessa forma, foi realizado o diagnóstico de neuropatia sensitivo- motora desmielinizante secundária a GMSI. A paciente realizou plasmaférese com resposta parcial e encami-nhada para realização de Transplante de Células Tronco Periféricas Hematopoéticas (TCPH) após mobilização com ciclofosfamida 2g/m2 e G-CSF. Durante período preparatório para o TCPH ocorreu piora rápida da força motora, disfagia e dispnéia com necessidade de suporte ventilatório. Foi optado por realizar plasmaférese com melhora do padrão respiratório e manutenção do quadro de neu-ropatia sensitivo-motor. Realizou TCTH autólogo, condicionamento MEL 140mg/m2, com infusão de 15,6 células CD34+/kg sem inter-corrências. A paciente referia, no D+13, melhora gradativa da força motora. No D+90,a paciente deambulava sem apoio e alimentava--se sem auxílio. À avaliação neurológica, houve recuperação da for-ça motora em MMSS e MMII para grau 4 a 5. A paciente manteve-se em remissão do quadro neurológico por 10 meses, quando voltou a apresentar hipoestesia em mãos e MMII até nível dos joelhos. A reavaliação hematológica excluiu progressão da doença para discrasias de células linfoplasmocitárias. Foi realizado pulso de solumedrol associado com azatioprina sem resposta. Optado, por sessões mensais de plasmaférese com melhora clínica. Assim, o tratamento de neuropatia periférica secundária a GMSI depende da severidade e envolve combinações de plasmaférese, imunoglobuli-na endovenosa, pulsoterapia com corticóide, imunossupressão com ciclofosfamida. YC Lee et al. 2002, relatou, através da experiência de um caso, que o transplante de medula óssea autólogo parece trazer benefícios para os casos de neuropatia associada a GMSI rapidamente progressiva e resistentes a tratamentos prévios.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs AuTÓLOGO EM LInfOMA nÃO HOdGKIn T: EXpE-rIÊncIA dA unIdAdE dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL A. c. cAMArGO – sÃO pAuLO - brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: O papel do TCTH autólogo em pacientes com Linfoma não Hodgkin T (LNH T) é controverso e o seu uso depende do subtipo do linfoma (ausência de benefício em ATLL, que possue benefício com TCTH alogênico), presença ou não de ALK no subtipo anaplási-co, linha de tratamento e IPI. Métodos: Avaliar retrospectivamente os desfechos de 8 pacientes com LNH T submetidos ao TCTH autólogo entre out/2006 e out/2010. A sobrevida livre de recidiva (SLR) e so-brevida global (SG) foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: A idade mediana dos 8 pacientes foi 57 anos (47 a 68 anos). 4 pacientes (50%) foram do sexo masculino. Quatro pacientes (50%) foram submetidos ao TCTH em 1ºlinha, 3 (37,5%) em 2ºlinha e 1 em 3ºlinha. O subtipo do LNH T foi anaplásico em 5 pacientes (62,5), sendo ALK negativo em 4 destes pacientes e não avaliado em 1 paciente. LNH T SOE correspondeu por outros 3 pacientes (37,5%). O status da resposta pré TCTH foi resposta completa (RC) em 7 pa-cientes (87,5%) e resposta parcial (RP) em 1 paciente. Seis pacien-tes (75%) receberam BEAM no condicionamento, enquanto 2 (25%)

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receberam CBV. A taxa de mortalidade relacionada ao transplante foi de 0%. Na avaliação após TCTH os 7 pacientes que entraram em RC mantiveram a RC e 1 paciente que entrou no TCTH em RP apre-sentou progressão de doença precocemente após o TCTH. A SLR mediana foi de 15,9 meses. A SLR em 2 anos e 5 anos foi de 50%. A SG mediana não foi alcançada. A SG em 2 anos e 5 anos foi de 60%. Conclusão: Nessa coorte de pacientes com LNH T de prognóstico adverso, a SLR em 5 anos foi de 50% e a SG em 5 anos de 60%, sendo o TCTH autólogo uma alternativa segura e eficaz no nosso meio. Excetuando-se pacientes com LNH T anaplásico ALK positivo e LNH T SOE com IPI baixo ou intermediário baixo, ensaios clínicos randomizados devem ser realizados para definir o papel do TCTH autólogo como consolidação na 1ºlinha de tratamento.

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cIsTITE HEMOrrÁGIcA GrAVE ApÓs TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs: rELATO dE cAsO

Macedo AV1, Teixeira GM1, Lodi FM1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A cistite hemorrágica (CH) constitui complicação potencialmente grave do transplante de células-tronco hemato-poiéticas (TCTH). Seu tratamento pode envolver desde medi-das de suporte até cistectomia. Objetivo: Relatar um caso de CH tardia grave em paciente submetido à TCTH em um hospital universitário. Relato do caso: Paciente do sexo masculino, 29 anos, TCTH alogênico aparentado para leucemia mielóide crôni-ca em 12/04/2011. Sorologia IgG+ para CMV. Condicionamento com bussulfan 16mg/kg e ciclofosfamida 120mg/kg, e profilaxia da doença do enxerto-contra-hospedeiro (DECH) com cisclospo-rina (CSP) e metotrexato. Fonte: CTP. Sem comorbidades. Em 25/06/2011, admitido com algúria, disúria, dor lombar, hematú-ria macroscópica e febre. Usava CSP, prednisona e SMZ-TMP profilático. Ao exame: dor suprapúbica, sem massas; punho--percussão lombar negativa. Ex: Hb9,2g/dl, GL 1690/mm3 (N 1350/mm3), PLT 44000/mm3; RNI 1,04 (AP92%) PTTa 33/32”; creatinina 2,46g/dl. Urina: piúria e hematúria (campos repletos). Urocultura (UC): S. aureus (15000UFC/ml), considerado provável colonizante. Hemocultura (HC) e antigenemia (Ag) para CMV ne-gativas. Pesquisa de adenovírus e BK não realizada (indisponível). Ultrassom (US): leve dilatação pielocalicinal e espessamento da parede vesical. Optou-se pelo início de cefepime, com rápida de-fervescência. Suspensa CSP, pela piora renal, e iniciada hidratação venosa. Em 26/06, hematúria com coágulos, o que motivou o início de hiperhidratação venosa (HV), seguida de irrigação vesical contí-nua (IVC) com soro fisiológico (SF) gelado. Detectada reativação de CMV (Ag+), tratada com ganciclovir. Seguiram-se instilações vesicais com “solução padrão” (nitrofurantoína 0,2%, benzocaí-na 1%, prednisolona 0,2%, ABD), com melhora gradativa, até a alta hospitalar (05/08). Em 10/08, reinternou-se com eliminação vesical maciça de coágulos e anemia grave (Hb6,4g/dl), além de quadro pulmonar e sepse, sendo necessária terapia ATB de lar-go espectro, hemotransfusões (HTx) e reinício da HV e IVC. US mostrou bexiga com material ecogênico, móvel, em seu interior. A despeito de novas instilações vesicais, evoluiu com episódios de obstrução urinária por coágulos, com escape peri-sonda ve-sical, com necessidade de trocas frequentes, associado a queda recorrente da Hb. Cistoscopia (30/08) com avaliação prejudicada por inúmeros coágulos. UC e HC seriadas negativas. Houve nova AgCMV+, motivando o reinício do ganciclovir. Em 02/09, lavagem vesical exaustiva com SF gelado, seguido de instilação vesical de solução de alumínio (Al) a 1%. Houve recorrência do quadro após melhora inicial, motivando novas instilações em 06/09 e 09/09, esta última interrompida por sinais de toxicidade neurológica. Em 15/09, irrigação vesical com formalina a 1%, sem sucesso. Se-

guiu-se embolização seletiva da a. cística D com“gel foam”, com interrupção do fluxo à angiografia. Melhora apenas transitória. Em 26/09, seguiu-se embolização da a. cística contralateral. Melhora gradativa do quadro, permitindo a suspensão da IVC (12/10) e da HV (17/10). Alta hospitalar em 18/10, com hematúria residual e função renal normalizada. Último contato em 01/06/2012, em remissão do quadro. Conclusão: O caso ilustra a elevada morbi-dade decorrente da CH em paciente pós-TCTH, e aponta a técni-ca de embolização arterial seletiva como alternativa terapêutica eficaz e promissora na abordagem dessa complicação.

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EMbOLIZAÇÃO ArTErIAL sELETIVA nO TrATAMEnTO dE cIsTITE HEMOrrÁGIcA GrAVE ApÓs TrAnspLAn-TE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs: rELATO dE cAsO

Macedo AV1, Teixeira GM1, Lodi FM1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A cistite hemorrágica (CH) constitui causa importante de morbimortalidade no transplante de células-tronco hematopoié-ticas (TCTH). Pode manifestar-se com hematúria microscópica até hemorragia vesical grave e óbito. O tratamento baseia-se na hiperhi-dratação venosa (HV), irrigação vesical contínua (IVC), analgesia, hemotransfusão, terapia antiviral e instilação vesical com diversas soluções. Recentemente, uma nova técnica com embolização per-cutânea seletiva das aa. vesicais tem tido bons resultados, mas há poucos relatos no contexto do TCTH. Objetivos: Relatar um caso de CH tardia grave tratada com sucesso com embolização arterial seletiva em paciente submetida à TCTH em um hospital universi-tário. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 17 anos, TCTH alogênico aparentado para leucemia mielóide aguda (FAB M2) em 1ªremissão em 09/11/2011. Condicionamento com bussulfan 16mg/kg e ciclofosfamida 120mg/Kg. Profilaxia da doença do enxerto--contra-hospedeiro (DECH) com ciclosporina (CSP) e metotrexato. Fonte: medula óssea. Sorologia IgG+ para CMV. DECH aguda de pele controlada. Sem comorbidades. Readmitida em 11/03/2012, em uso de CSP, prednisona e dapsona profilática, com queixa, havia 15 dias, de disúria e ardor vaginal, sem melhora após sete dias de fluconazol, associado a hematúria macroscópica, algúria, cólica em abdome inferior e pico febril isolado. Ao exame, dor em região suprapúbica, sem massas; pequenos coágulos na urina. Ex: Hb10,6g/dl, GL 6290/mm3 (N 5472/mm3), PLT 147000/mm3, RNI 1,10 (AP77%), PTTA 33/42”; creatinina 0,74g/dl; antigenemia para CMV negativa; urina: hematúria (campos repletos). Uro- (UC) e hemoculturas (HC) negativas; pesquisa de “decoy cells”positiva. Pesquisa de adenovírus e BK não realizada (indisponível). Iniciou--se HV e, diante da piora progressiva do quadro, seguiu-se instila-ção vesical com “solução padrão” (nitrofurantoína 0,2%, benzocaí-na 1%, prednisolona 0,2%, ABD), sem sucesso após a 5ªinstilação. Cistoscopia revelou inúmeros coágulos e sangramento difuso na parede vesical. Ultrassom mostrou leve dilatação pielocalicinal e bexiga de paredes espessadas, com debris e material ecogênico, móvel, em seu interior, sugerindo coágulo. Houve recorrência da febre, atribuída a sinusite aguda bacteriana, tratada. Manteve he-matúria com coágulos e queda progressiva da Hb (até 6,7g/dl). Em 24/03, optou-se por embolização das aa. vesicais bilateralmente, por meio de sua cateterização seletiva após punção retrógrada da aa. femorais comuns, com injeção de microesferas de 300-500μm e 500-700μm. Controle angiográfico mostrou redução do fluxo san-guíneo no território abordado. Apresentou desconforto lombar e nos locais de punção, com necessidade de opióides. Mantida HV. Houve melhora da dor, mas manteve hematúria com coágulos. Em 28/03, decidiu-se por nova embolização, pela cateterização seletiva de ra-mos das aa. uterinas e retais médias, com injeção de microesferas de 700-900μm. Angiografia de controle revelou redução do fluxo

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desses ramos. Manteve hematúria intermitente, até resolução do quadro em 06/04 (suspensa a HV). Alta hospitalar em 10/04, sem queixas. Último contato em 25/05, assintomática. Conclusão: O caso, apesar de isolado, aponta a técnica de embolização arterial seletiva como alternativa terapêutica eficaz e promissora na abor-dagem da CH grave no contexto do TCTH.

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AnÁLIsE cOMpArATIVA dOs nÍVEIs sÉrIcOs dO sTnfr-1, Mcp-1 E pcr EnTrE pAcIEnTEs nEuTrO-pÊnIcOs subMETIdOs Ou nÃO À TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs

Macedo AV1, Bittencourt H1, Miranda AS1, Marriel M1, Rocha VCS1, Teixeira AL1, Nobre V1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Diversos biomarcadores têm sido propostos como ferramentas diagnósticas e prognósticas potencialmente úteis no contexto da neutropenia febril. Em estudo piloto deste mes-mo grupo de pesquisadores, no qual se avaliaram 32 episódios de neutropenia, observou-se elevação significativa nos níveis do receptor solúvel do tipo 1 do TNF (sTNFR-1) e da proteína quimiotáxica de monócitos (MCP-1α) nos pacientes que apre-sentaram febre durante o seguimento, particularmente nos não transplantados. O número relativamente pequeno de eventos, com apenas 10 transplantados, dificultou análises mais con-clusivas. Objetivos: Analisar e comparar o comportamento da MCP-1α, do sTNFR-1 e, por sua potencial utilidade prática, da proteína C reativa (PCR), desde o início da neutropenia até o dia seguinte ao início da febre, em número maior de pacientes submetidos a quimioterapia ou a transplante alogênico/autólogo de células-tronco hematopoiéticas (alo/autoTCTH) em um hos-pital universitário. Metodologia: Estudo prospectivo, de obser-vação, envolvendo pacientes oncohematológicos neutropênicos ≥18 anos internados no HC-UFMG no período de jul/2010 a jul/2011. Procedeu-se à dosagem dos níveis séricos de MCP-1α, sTNFR-1 e PCR no dia seguinte à inclusão no estudo (“D1”), no dia anterior ao início da febre (“Dpré-febre”), no dia da fe-bre (“Dfebre”), e no dia seguinte ao pico febril inicial (“Dpós--febre”). Seguimento:28 dias. Resultados: Ao todo, triaram--se 452 episódios de neutropenia, dos quais 81 (57 pacientes) foram incluídos. Das doenças de base, 65,4% compreendiam leucemia aguda ou linfoma não Hodgkin. Durante o seguimen-to, 61 (75,3%) episódios apresentaram febre. Dos 31 (38,3%) episódios transplantados, autoTCTH foi realizado em 13 casos (16,0%), aloTCTH aparentado em 17 (21,0%), e aloTCTH não aparentado, em um (1,2%). Trinta destes (97,0%) tiveram febre. Em análise pareada de diferentes combinações de dois mo-mentos de coleta, nos 61 episódios do grupo com febre (TCTH e não transplantados), observou-se elevação significativa nos marcadores entre o Dpré-febre e o Dpós-febre (p<0,001 para sTNFR-1, p=0,009 para MCP-1α, e p<0,001, para PCR). Neste mesmo grupo, os níveis da PCR também se elevaram entre o Dpré-febre e o Dfebre (p<0,001). A coleta de amostras dos três marcadores antecedeu o momento da febre em 9h (mediana;: -15h40min a +6h45min). Nenhum dos marcadores variou de for-ma significativa no grupo sem febre (n=20; dados não explici-tados). Como praticamente todos os pacientes transplantados tiveram febre durante o seguimento, procedeu-se à comparação entre estes (n=30) e os episódios febris do subgrupo não trans-plantado (n=31). Dentre as comparações nos quatros momen-tos, apenas os níveis de MCP-1α mostraram-se significativa-mente diferentes, sendo mais elevados no Dpré-febre (p=0,013) e no Dpós-febre (p=0,019) no grupo transplantado. Discussão/Conclusão: Apesar da potencial interferência da “tempestade citocínica”do aloTCTH nos marcadores avaliados, estes não se

mostraram, de modo geral, diferentes entre o grupo TCTH e o não transplantado. A avaliação dinâmica desses marcadores pode ser útil na identificação dos pacientes neutropênicos que desenvolverão febre, permitindo o início mais precoce da tera-pia antimicrobiana. Estudos prospectivos maiores são necessá-rios para melhor elucidar esta questão.

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O usO dE busuLfAn E cIcLOfOsfAMIdA EM crIAn-ÇAs E AdOLEscEnTEs pOrTAdOrEs dE AnEMIA ApLÁsTIcA sEVErA, subMETIdOs A uM TrAnspLAn-TE dE MEduLA ÓssEA (TMO) ApArEnTAdO cOMpATÍ-VEL EM duAs GrAndEs InsTITuIÇÕEs.

Bonfim C1, Mauad M2, Loth G1, Ribeiro L1, Medeiros L1, Bitencourt MA1, Souza MP2, Colturato V2, Pasquini R1

1STMO HC Universidade Federaldo Paraná2Hospital Amaral Carvalho, Jaú

Introdução: O TMO é o tratamento de escolha para pts portado-res de Anemia Aplástica Severa que tenham irmãos compatíveis. Infelizmente, muitos pts ainda chegam aos centros de transplante politransfundidos aumentando o risco de rejeição e diminuindo as chances de sobrevida. Em 1993, devido a indisponibilidade da Globulina anti timocitica, o Busulfan foi acrescentado a ciclo-fosfamida com a finalidade de diminuir a incidência de rejeição e melhorar a sobrevida destes pts. Objetivo: Analisar a sobrevida de crianças e adolescentes portadores de AAS e submetidos a um TMO aparentado compatível em duas instituições. Material e Métodos: Análise retrospectiva do banco de dados de 99 pts transplantados no Serviço de TMO do HC –UFPR (83pts) e Hos-pital Amaral Carvalho,Jaú (16pts). Período: 1993- 1997: 37pts; 1998-2002: 27pts e 2003 a 2010: 35pts. Foram analisados o gê-nero, a idade, pega do enxerto, presença ou nao de doença do enxerto contra o hospedeiro aguda e crônica, complicações e so-brevida global. Resultados: A idade variou de 2 a 18 anos (M:12 anos) e 63pts eram do sexo masculino. Todos foram submetidos a um TMO aparentado compatível utilizando o mesmo esquema de condicionamento com Busulfan 12mg/kg + Ciclofosfamida 120 mg/kg e imunoprofilaxia com ciclosporina e metotrexate. Todos os pts haviam recebido 15 ou mais transfusões de hemoderiva-dos e no STMO HC-UFPR a mediana de transfusões foi de 28 U (15 – 151). 95pts viveram mais de 28 dias e foram avaliáveis para a pega. Destes, 2 pts apresentaram uma falha primária de pega e ambos morreram enquanto 17pts tiveram uma rejeição tardia entre 218 a 4038 dias pós TCTH (M: 685 dias). A incidência cumulativa (IC) de rejeição foi de 20%. Pts < 11 anos apresenta-ram uma IC de rejeição de 33% enquanto que os pts mais velhos apresentaram 13% (p=0,05). Observou-se uma diminuição na re-jeição nos últimos 8 anos (7%) quando comparado ao período de 1998 a 2002: 31% (p=0,02). 12/76 pts avaliáveis apresentaram DECH- aguda grau II a IV e a SG neste grupo foi muito pior do que a SG nos pts sem DECH agudo (86 x 33% p< 0,001). Nove dos 73 pts avaliáveis desenvolveram DECH crônica limitada ou extensa e a SG também foi significativamente inferior. 29 pts mor-reram entre 15 e 1455 dias pós TMO e as infecções bacterians e fúngicas foram as maiores causas de óbito neste grupo. A mor-talidade relacionada ao procedimento em 100 dias foi de 14% e também não variou de acordo com o tempo. Setenta pts estão vivos e bem entre 486 a 7007 dias pós TMO (M:3900) com uma SG de 71% em 5 anos . Não houve diferença na SG de pts abai-xo ou acima de 11 anos de idade ou entre os períodos de tempo analisados. Conclusões: O uso de Busulfan e ciclofosfamida foi bem tolerado e proporcionou uma boa sobrevida para as crian-ças e adolescentes portadores de AAS politranfundida. Apesar da rejeição ter diminuído consideravelmente nos últimos anos, não houve ainda um aumento significativo na sobrevida global.

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AVALIAÇÃO pLAsMÁTIcA dE uMA dOsE ÚnIcA dE bussuLfAnO prÉ TcTH E dOsAGEns pLAsMÁTIcAs nO prIMEIrO dIA dE cOndIcIOnAMEnTO EM pA-cIEnTEs QuE rEcEbErAM bussuLfAnO pOr VIA OrAL

Nogueira IE1, Sugawara EK1, Rodrigues JF1, Nakashima SS1, Ribei-ro A1, Santos FP1, Kerbauy FR1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Transplante alogênico de células hematopoiéticas (TCTH), é uma modalidade de tratamento indicada para pacientes com patologias hematológicas e não hematológicas. Altas doses de bussulfano (Bu) associadas à outros agentes quimioterápicos, desempenham importante papel em esquemas mieloablativos para TCTH. Usualmente o Bu é administrado por via oral e por possuir uma absorção errátil, sua dosagem plasmática faz-se ne-cessário para ajuste de dose. Objetivos: Avaliar a farmacocinética do Bu administrado por via oral, bem como suas dosagens teste pré TCTH e durante o primeiro dia do condicionamento. Material e Métodos: Entre agosto de 2011 a Junho de 2012, foram avalia-dos 12 pacientes sob o uso de Bu via oral que se submeteram a uma dose teste pré TCTH de 1 mg/Kg administrada entre 15 dias a 48 horas pré TCTH. Dosagens plasmáticas de bussulfano nos tempos 0h, 30 minutos, 1h, 2h, 3h, 4h, 5h e 6h foram realizadas. A área sobre a curva (AUC) encontrada foi utilizada para o cálculo da dose ideal de bussulfano através de uma metodologia em HPLC. No primeiro dia do condicionamento, novas dosagens do quimio-terápico foram realizadas. Após isto, as dosagens de bussulfano dos próximos três dias de condicionamento foram baseadas nas dosagens do primeiro dia. Resultados e Conclusão: Foram ava-liados 12 pacientes com idade entre 4 e 55 anos. Dos 12 pacien-tes que receberam bussulfano por via oral, 6 (50%) eram do sexo masculino. Quatro (33,3%) eram portadores de Anemia aplásica, 1 (8,33%) de Mielodisplasia e 8 (66,6%) tinham LMA. Para todos esses pacientes a dose teste foi uma dose única de 1 mg/Kg de 15 dias a 48 horas previamente ao TCTH. Para 2 (16,6%) desses pacientes o AUC desejado era 6000 μMol/L/min, suas dosagem testes pré TCTH foram respectivamente 3196 e 9315 μMol/L/min e após correção de dose o AUC obtido no 1ªdia do condiciona-mento foi de 6624 e 7181 μMol/L/min respectivamente. Apenas 1 (8,33%) o AUC alvo era 5000 μMol/L/min. Sua dosagem teste foi 4443 μMol/L/min, chegando a 5203 μMol/L/min após ajuste de dose no 1ºdia de condicionamento. Os 9 (75%) restantes tinham o alvo de 4000 μMol/L/min durante o condicionamento. Suas do-sagens testes pré TCTH variaram entre 3605 até 6624 μMol/L/min de AUC e após correção, variaram entre 3605 a 6431 μMol/L/min de AUC. Até o seguimento atual, nenhum óbito ocorreu neste gru-po. Mucosite grau I/II foi evidenciado em 7 (58,3%). Observamos que a dosagem teste pré TCTH é útil para orientar a dose ideal de bussulfano durante o regime de condicionamento para dife-rentes pacientes com particularidades em seu metabolismo. Não houve correlação estatisticamente significante entre nível sérico e desfecho clínico (P<0,05). Concluímos que a administração de bussulfano no TCTH deve ser acompanhada da dosagem teste pré TCTH com posteriores dosagens no 1ºdia de condicionamento para melhor ajuste de dose.

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fALHA dE pEGA prIMÁrIA: rELATO dE cAsO cOM dEsfEcHO fAVOrÁVEL dE pAcIEnTE rEsGATAdO cOM TcTH HApLO-IdÊnTIcO rIc cOM cOndIcIOnA-MEnTO rEALIZAdO EM 1 dIA

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Moura FL1, Rodrigues NAF1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Falha de pega primária é uma situação relativamen-te rara, porém grave e com grande potencial de evolução des-favorável, independente da intensidade do TCTH (ablativo, RIC ou não-mieloablativo). Métodos: Relato de um caso de paciente submetido a TCTH alogênico que apresentou falha de pega e foi eficazmente resgatado com 2ºTCTH alogênico haplo-idêntico RIC, utilizando condicionamento de 1 dia. Resultados: Pacien-te com 53 anos recebeu diagnóstico de LMA, cariótipo normal, FLT3 negativo, em jul/2010. Recebeu indução com daunorrubici-na e citarabina atingindo remissão completa. Como consolidação recebeu 4 ciclos de Citarabina em alta dose até dez/2010. Em ago/2011 apresentou recidiva da doença (recidiva em 8 meses). Recebeu FLAG e entrou em 2ºremissão completa. O paciente não tinha doador aparentado e enquanto aguardava pesquisa por doador não aparentado no REREME recebeu 2ºe 3ºciclo de FLAG. Não foi encontrado doador adequado no REREME, sen-do indicado TCTH alogênico com doador irmão com HLA 70% compatível. O status da doença pré TCTH foi remissão completa com pesquisa de doença residual mínima negativa por imunofe-notipagem. Tipagem sanguínea paciente A+ e doador O+. Status CMV: paciente IgG+, doador IgG+. Painel anti-HLA do paciente negativo. O condicionamento utilizado no 1ºTCTH foi RIC com Fludarabina 30mg/m²D-6 ao D-2, Ciclofosfamida 14,5mg/Kg/dia D-6 e D-5, TBI 2Gy no D-1, sendo infundido medula óssea à fres-co com 4,53x108 células nucleadas/Kg. A profilaxia de GVHD foi realizada com Ciclofosfamida 50mg/Kg/dia D+3 e D+4, Tacroli-mus iniciando no D+5 (nível alvo entre 5 e 10ng/mL) e MMF 1g VO 8/8h do D+35 (plano de interromper no D+35). Filgrastina 300mcg/dia foi iniciada no D+5. O paciente não apresentou pega medular. Investigação ampla viral foi realizada, sem diagnósti-co da causa da falha. No D+28 foi diagnosticado falha de pega de medula. A dose da filgrastina foi aumentada e retirado todos os medicamentos com possível causa da falha, sem sucesso. No D+34 do 1ºTCTH o paciente recebeu condicionamento para 2ºTCTH que constou de Fludarabina 30mg/m²D-1, Ciclofosfami-da 2000mg/m²D-1, TBI 2Gy D-1 e profilaxia de GVHD com Alen-tuzumabe 20mg D-1, CSA 3mg/Kg/dia a partir do D-1 e MMF 3g/dia. No D0 o paciente recebeu 8,72x106 células CD34+/Kg (stem cell periférica). No D+9 o paciente apresentou pega de neutrófilos e no D+11 pega de plaquetas. Recebeu alta hospitalar no D+15. Atualmente, o paciente encontra-se no D+21 pós 2ºTCTH, em ex-celente estado geral, sem sinais de GVHD, recebendo ganciclovir EV ambulatorialmente para tratamento preemptivo de antigene-mia para CMV+. Conclusão: A terapia ideal para falha de pega não é estabelecida, sendo proposto desde fator de crescimento até retransplante. A realização de um 2ºTCTH haplo-idêntico RIC com condicionamento de 1 dia foi realizado com desfecho favo-rável em nosso caso. O tempo reduzido do condicionamento é útil para: possibilidade de aguardar até o dia do critério de falha de pega em casos dúvida se o paciente irá evoluir para falha, para necessidade de retransplante urgente e apresentar possível redução de infecção.

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TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA (TMO) nÃO ApA-rEnTAdO (nAp) EM pAcIEnTEs pOrTAdOrEs dE AnEMIA ApLÁsTIcA sEVErA (AAs): AnÁLIsE dE 44 pAcIEnTEs TrAnspLAnTAdOs EM curITIbA E JAÚ

Bonfim C1, Mauad M2, Loth G1, Medeiros L1, Souza MP2, Bitencourt M1, Oliveira M1, Ribeiro L1, Colturato V2, Pasquini R1

1STMO HC - Universidade Federal do Parana2Hospital Amaral Carvalho - Jaú

Introdução: Até recentemente, o TMO NAP em pacientes porta-dores de AAS tinha um péssimo prognóstico devido ao elevado índice de rejeição e mortalidade relacionada ao procedimento. Nos últimos anos, a introdução de regimes de intensidade redu-zida associado ao encaminhamento mais precoce do paciente e uso de doadores totalmente compatíveis, reduziu as compli-cações e aumentou a sobrevida. Objetivo: Analisar retrospec-tivamente os resultados do TMO NAP em 44 pts portadores de AAS transplantados em duas grandes instituições. Material e Métodos: Período: 1997-2012; idade: 2-36 anos (M:15); Sexo: 14F/30M. Todos os pacientes eram politransfundidos e recebe-ram tratamento imunosupressor prévio. Pts transplantados em Curitiba receberam entre 10 – 351 transfusões prévias (M:101) e a duração da doença variou de 7 -192 meses (M:20m). Fonte de células: Medula Óssea. Compatibilidade HLA: 10/10: 28pts; 9/10: 9pts ; 6/6: 7pts. Tipos de condicionamento: Intensidade reduzi-da: CFA+FLU+ATG+/-TBI 200 rads: 23pts; Mieloablativos: BU12 + CFA 120 +/-ATG: 9 pts e CFA 120 + TBI altas doses +/-ATG: 12pts. Numero de células infundidas: 0,9 – 11,6 x 10*8/kg (M: 3,0). Resultados: Todos os pts viveram mais do que 28 dias e foram avaliáveis para a pega. Sete pts apresentaram falha primá-ria de pega com uma incidência cumulativa (IC) de rejeição de 16% em 1 ano. 3/7 pts estão vivos (2 após um segundo TMO e 1 após recuperação autóloga). A IC de rejeição foi significativamen-te maior nos pts que receberam regimes de intensidade reduzida quando comparados com os regimes mieloablativos (32% x 0% p:0,006). Mucosite grau III-IV: 13/44pts. DECH aguda grau II-IV ocorreu em 11/37 pts avaliáveis e a DECH crônica limitada ou extensa ocorreu em 8/31pts avaliáveis. 13 pts morreram entre 32 e 410 dias (M: 85 dias). As infecções, decorrentes ou não da rejeição foram às maiores causas de morte. A mortalidade rela-cionada ao procedimento aos 100 dias (42pts avaliáveis) foi de 19%. Trinta e um pts estão vivos entre 60 – 3900 dias pós TMO (M: 626 dias) com uma sobrevida global (SG) de 70% em 2 anos. A SG variou de acordo com os condicionamentos,mas não atin-giu diferença estatística provavelmente pelo tamanho da amos-tra: CFA+TBI em altas doses: SG de 67% ; BU12+CFA+ATG: 89% e CFA+FLU+ATG+/-TBI: 64%. Pts que apresentarem falha de pega do enxerto tiveram uma tendência à SG inferior quando comparados aos pts com pega sustentada (43% x 74% p:0,08). Conclusões: Neste estudo, 70% dos pts com AAS (politransfun-didos e sem resposta ao tratamento imunosupressor) estão vivos e bem após um TMO NAP. Os regimes de condicionamento de intensidade reduzida apresentaram uma maior incidência de re-jeição. Apesar do pequeno numero de pts e do tempo de segui-mento curto, o uso de BU+CFA+ATG proporcionou uma excelen-te sobrevida com uma toxicidade aceitável e nenhuma rejeição. Comentários: Os resultados do TMO NAP para pts com AAS me-lhoraram consideravelmente nestes últimos anos principalmente devido aos avanços nos cuidados suportivos e uso de doadores totalmente compatíveis. Estes dados da literatura sugerem que muitos pts poderiam se beneficiar deste procedimento se fossem encaminhados mais precocemente, antes do desenvolvimento de infecções graves ou acúmulo de ferro pelas transfusões.

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InfEcÇÃO pOr cMV ApÓs TcTH: EXpErIÊncIA dO HOspITAL Ac cAMArGO – sp - brAsIL

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Migotto KC1, Moura FL1, Vieira GMM1, Rodrigues NAF1, Silva CSS1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: Citomegalovírus (CMV) é um herpesvírus humano que, peculiarmente, possui uma capacidade de latência, acome-tendo, de forma significativa, pacientes imunodeprimidos, entre eles os receptores de TCTH. Infecção por CMV é sempre uma pre-ocupação frequente, principalmente em TCTH alogênico, porém também ocorre em transplantes autólogos, embora com incidência bem inferior. Método: Estudo observacional de coorte retrospecti-va no período de Maio de2007 a Maio de 2012. Foram analisados 35 pacientes, num total de 286 pacientes transplantados no mesmo período, e que receberam tratamento para infecção de CMV com ganciclovir. Resultados: Dos 286 pacientes transplantados, 223 foram submetidos a transplante autólogo, e 63 foram submetidos a transplante alogênico. Trinta e cinco pacientes (12,23%) utiliza-ram Ganciclovir para tratamento de infecção por CMV. Nove casos (26%) ocorreram após TCTH autólogo (4% do total de autólogos realizados) e 26 (74%) após transplante alogênico (41% do total de alogênicos). Em relação à patologia, 11% eram portadores de mieloma múltiplo, 28% linfoma de Hodgkin ou Não-Hodgkin, 49% portadores de algum tipo de Leucemia e 11% aplasia ou mielodis-plasia. Dos 35 pacientes 29 (83%) tiveram a infecção comprovada por biópsia, antigenemia ou PCR. Seis (17%) foram tratados empi-ricamente, com resposta satisfatória ao tratamento com ganciclo-vir. A média de dias entre o TMO e o inicio da terapia com ganciclo-vir foi de 66 dias para os autólogos (com variação de 18-182 dias) e 55 dias (com variação de 13-321 dias) para os alogênicos. A média de dias de uso do Ganciclovir até a suspensão foi de 13 dias para autólogos e 17 dias para os alogênicos. Dez (28%) pacientes evoluíram a óbito. Todos os 35 pacientes possuíam IgG positivo e IgM negativos no início do condicionamento para o transplante. Conclusão: Embora a taxa de incidência seja baixa em transplan-tes autólogos de medula óssea (4%, compatível com dados da lite-ratura), a gravidade das infecções por CMV nestes pacientes pode aumentar tempo de internação, efeitos colaterais relacionados ao tratamento e potencial aumento da morbidade e mortalidade. Os dados sugerem que o monitoramento de infecções por CMV deve entrar no diagnóstico diferencial de febre persistente sem causa aparente, colite e pneumonia com evolução atípica, possibilitando o início precoce de antivirais e com isso melhorando os desfechos também para este grupo.

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fATOrEs AssOcIAdOs cOM dEsfEcHO fAVOrÁVEL ApÓs TcTH AuTÓLOGO pArA LInfOMA nÃO HOdGKIn dIfusO dE GrAndEs cÉLuLAs b

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Lima VCC1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: TCTH autólogo é o tratamento padrão para pa-cientes com Linfoma não Hodgkin Difuso de Grandes Células B (LNHDGCB) recidivados após 1ºlinha ou refratários. Entretanto, nem todos os pacientes se beneficiarão da mesma forma. O ob-jetivo desse estudo é avaliar os fatores associados com melho-res desfechos. Métodos: Estudo retrospectivo correlacionando idade, sexo, linha do tratamento, uso de rituximabe, status da doença pré e pós TCTH, resultado de PET-CT pré e pós TCTH,

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condicionamento (BEAM vs CBV), dose de ARAC no BEAM (800 vs 1600mg). Resultados: Entre jul/2005 e mai/2011 51 pacientes com LNH transplantados consecutivamente. No subgrupo de 27 pacientes com LNHDGCB, não houve diferença significativa na sobrevida livre de recaída (SLR), nem sobrevida global (SG) en-tre idade (≥60 anos vs < 60 anos) sexo (masculino vs feminino), uso de rituximabe (uso ou não pré TCTH), status da doença pré TCTH (resposta completa vs resposta parcial), condicionamen-to (CBV vs BEAM), dose do ARAC em pacientes condicionados com BEAM (800mg vs 1600mg). Houve uma tendência para me-lhor SLR em paciente com PET-CT negativo pré TCTH (p=0. 09). Houve significância estatística para melhor SLR e SG para status da doença pós TCTH (resposta completa vs demais respostas, SLR: p<0. 001 e SG p=0. 02) e PET-CT pós TCTH (negativo vs positivo, SLR: p=0. 02 e SG: p=0. 02). Conclusão: Resposta completa após TCTH e PET-CT negativo após TCTH estão asso-ciados com maior SLR e SG.

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fATOrEs AssOcIAdOs cOM dEsfEcHO fAVOrÁVEL ApÓs TcTH AuTÓLOGO pArA LInfOMA dE HOdGKIn

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: TCTH autólogo é o tratamento padrão para pacientes com Linfoma de Hodgkin (LH) recidivados após 1ºlinha ou refratários. Entre-tanto, nem todos os pacientes se beneficiarão da mesma forma. O obje-tivo desse estudo é avaliar os fatores associados com melhores desfe-chos. Métodos: Estudo retrospectivo correlacionando idade, sexo, linha do tratamento, status da doença pré e pós TCTH, resultado de PET-CT pré e pós TCTH, condicionamento (BEAM vs CBV) e dose de ARAC utilizado no BEAM (800mg vs 1600mg). Resultados: Entre fev/2005 e abr/2011 47 pacientes com LH transplantados consecutivamente. Não houve diferença significativa na sobrevida livre de recaída (SLR), nem sobrevida global (SG) entre status da doença pré TCTH (resposta com-pleta vs resposta parcial), PET-CT negativo pré TCTH (negativo ou posi-tivo), dose do ARAC em pacientes condicionados com BEAM (800mg vs 1600mg). Houve uma tendência para melhor SLR e SG em relação ao sexo (masculino SLR 5 anos= 70% vs feminino SLR 5 anos= 38%, p=0. 09 e SG 5 anos 78% vs 40%, p=0. 07). Houve significância estatística para melhor SLR, mas não SG para PET-CT pós TCTH (negativo SLR 5 anos 58% vs positivo SLR 5 anos 0%, SLR: p<0. 001; SG: 70% vs 50%, p=0. 17). Houve significância estatística para melhor SLR e SG para condicionamento (BEAM: SLR em 5 anos 78% vs CBV: SLR 5 anos 38%, p=0. 01, SG 5 anos 82% vs 42%, p=0. 003) e status da doença pós TCTH (resposta completa SLR 5 anos 68% vs demais respostas SLR 0%, p<0. 001 e SG p<0. 001). Conclusão: PET-CT negativo após TCTH apresentou melhor SLR com significância estatística, mas não SG. Condicionamento com BEAM (vs CBV) e resposta completa após TCTH estão associados com maior SLR e SG.

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fATOrEs prOGnÓsTIcOs AssOcIAdOs cOM TcTH AuTÓLOGO pArA MIELOMA MÚLTIpLO

Paivajr TF1, Camandoni VO1, Pereira AAR1, Chinen LTD1, Silva MJBE1, Rodrigues NAF1, Moura FL1, Vieira GMM1, Lima VCC1, Melo LMMP1

1Hospital AC Camargo

Introdução: TCTH autólogo, após tratamento de indução, aumen-ta sobrevida dos pacientes com Mieloma Múltiplo (MM) e deve ser considerado tratamento padrão em pacientes elegíveis, mesmo na era dos novos agentes. Entretanto, nem todos os pacientes se bene-

ficiarão da mesma forma. O objetivo desse estudo é buscar fatores associados com melhores desfechos. Métodos: Estudo retrospec-tivo correlacionando idade, sexo, estadiamento Durie-Salmon (DS), índice prognóstico ISS, uso de bortezomibe, status da doença pré e pós TCTH e manutenção com talidomida com desfechos a longo prazo. Resultados: Entre mai/2007 e fev/2011 56 pacientes com MM foram transplantados consecutivamente. Não houve diferença signi-ficativa na sobrevida livre de recaída (SLR), nem sobrevida global (SG) entre idade (≥60 anos vs < 60 anos) sexo (masculino vs femini-no), DS (I, II ou III), ISS (1, 2 ou 3), uso de bortezomibe (uso ou não pré TCTH), status da doença pré TCTH (resposta completa, VGPR, resposta parcial ou doença refratária), status da doença pós TCTH ou manutenção com talidomida. Conclusão: Nessa população não foi encontrado fator prognóstico associado a melhor SLR ou SG de forma estatisticamente significativa. Tal achado pode ter ocorrido pelo número reduzido de pacientes, ou ao fato do TCTH sobrepor o efeito prognóstico negativo de alguma determinada variável.

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dEsEnVOLVIMEnTO dE cIsTITE HEMOrrÁGIcA pOr bK VÍrus pÓs TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs ALOGÊnIcO EsTÁ AssOcIAdO cOM uMA ALTA MOrTALIdAdE: uMA AnÁLIsE rE-TrOspEcTIVA

Bautzer VRV1, Santos FNCD1, Oliveira EAF1, Macedo EM1, Sobri-nho JJN1, Kerbauy FR1, Filho VO1, Kutner JM1, Santos FPS1, Ha-merschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Um dos patógenos mais frequentes no pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico é o BK vírus, que pode causar episódios de cistite hemorrágica (CH). Existem poucos estudos sobre o impacto da CH por BK vírus na sobrevi-da pós TCTH alogênico. Objetivos: Avaliar retrospectivamente a incidência de CH por BK em pacientes pós TCTH alogênico, a gravidade da manifestação, complicações, o tratamento e o impac-to na sobrevida. Métodos: Revisão de prontuário de 107 paciente submetidos a TCTH alogênico no Hospital Israelita Albert Einstein de julho de 2007 até novembro 2011. Foram excluídos 3 pacientes por terem PCR para BK vírus indeterminado. Incidência cumulativa foi estimada levando em conta risco competidor de morte sem de-senvolvimento de CH. Sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. Análise de regressão de fatores associados com desenvolvimento de CH foi feito pelo modelo de Gray. Análise de re-gressão para fatores associados com sobrevida global foi feita pelo modelo de risco proporcional de Cox, considerando-se desenvolvi-mento de CH como uma variável tempo-dependente. Resultados: A mediana de idade dos pacientes foi 28 anos (faixa 6 meses-76 anos), sendo que 60,5% eram do sexo masculino. Aproximadamen-te 37% tinham doença de alto risco (ex. leucemia refratária). A fonte de células era doador aparentado (37%), não-aparentado (24%) e doador alternativo (cordão/haplo) em 39%. O condicionamento foi mieloablativo em 81%. A incidência cumulativa de CH em 1 ano foi de 30. 5% (IC95% 21. 8%-39. 7%). Quatorze por cento dos pa-cientes apresentaram cistite hemorrágica grau 4 (necessidade de sondagem vesical). Três pacientes tiveram grave obstrução ureteral com necessidade de intervenção cirúrgica e 50% receberam Cido-fovir endovenoso. Em uma análise multivariada levando-se em con-ta idade, sexo, risco de doença, fonte de células hematopoiéticas e intensidade de condicionamento, apenas transplante com fonte de células alternativas (cordão/haplo) esteve associado com maior risco de desenvolver CH (subhazard ratio=4. 26; IC95% 1. 43-12. 73;p=0. 009). Após uma mediana de seguimento de 450 dias, a so-brevida global em 1 ano foi de 55% (IC95% 44-62%). Pacientes com desenvolvimento de CH tiveram uma sobrevida global inferior em 1 ano (18% vs. 70%; hazard ratio [HR]=4. 45, p<0. 0001). Na análise

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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multivariada de Cox, considerando-se as variáveis CH, idade, sexo, risco de doença, fonte de células hematopoiéticas e intensidade de condicionamento, apenas desenvolvimento de CH (HR=4. 82; p<0. 0001) e condicionamento mieloablativo (HR=3. 01; p=0. 01) esti-veram associados com uma sobrevida global inferior. Conclusão: Nessa coorte, o desenvolvimento de CH esteve associado com uma sobrevida global inferior nos pacientes submetidos a TCTH alogêni-co. Apesar de termos controlado para diversas variáveis, isto pode ser fruto de uma associação da presença de CH com um maior grau de imunossupressão e risco de desenvolver outras infecções virais e DECH. Realizaremos análises mais aprofundadas para esclarecer esta relação. Independentemente, o aparecimento de CH por BK vírus no TMO alogênico é marcador de gravidade e futuros estudos devem buscar estratégias para prevenção desta complicação.

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AnÁLIsE dAs rEcIdIVAs EM 177 pAcIEnTEs pOrTA-dOrEs dE LEucEMIA MIELÓIdE crÔnIcA EM 1a fAsE crÔnIcA (LMc – 1fc) QuE rEALIZArAM TrAnspLAn-TE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs ALOGÊ-nIcO ApArEnTAdO IdÊnTIcO (TcTH-ALO-Id) nO HE-MOnÚcLEO rEGIOnAL dE JAÚ – fundAÇÃO AMArAL cArVALHO (fAc) nO pErÍOdO EnTrE AGOsTO dE 1996 A MAIO dE 2012.

Romanini ST1, Souza MP1, Grilo VB1, Leite FS1, Simione AJ1, Ma-chado CM1, Ikoma MRV1, Mauad MA1, Colturato VAR1, Voltarelli JC2

1Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital Amaral Car-valho - Jaú-SP2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Introdução: O TCTH quando em 1ªFC associa-se a boa SG. A recaída é um achado não desprezível. A monitorização do trans-crito BCR/ABL no pós TCTH pode contribuir para um bom re-sultado terapêutico. Objetivos: Avaliar as variáveis associadas à recidiva da LMC em 1ªfase crônica (FC) em pacientes sub-metidos a TCTH-Alo-Id na FAC. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo, em 177 pacientes acima. Os regimes de condicio-namento foram: Bussulfano 16 mg/kg e Ciclosfosfamida 120 mg/kg (BU-CY-2) em 121 pacientes, e BU 16 mg/kg com Fludarabi-na 120 mg/m2 (BU-FLU) em 53 pacientes. A mediana de idade (med-id) no grupo BU-CY-2 foi de 30 (2-54) anos, e no grupo BU-FLU foi de 43 (29-59) anos. Três pacientes utilizaram outro condicionamento e foram excluídos da análise. Todos os pacien-tes foram monitorados por BCR/ABL (4 a 6 meses). A realização da citogenética foi antecipada em caso de alteração no nível do transcrito BCR/ABL. As seguintes variáveis foram incluídas na análise da recidiva: Sexo do doador, idade, condicionamento e DECH aguda e crônica. A análise de sobrevida foi realizada pelo método de Kaplan Meier e incidência cumulativa foi utilizada para as outras variáveis. Resultados: Sexo masculino: 55%. A med--id foi de 35 anos (2-59), com sobrevida global (SG) de 79%, em 91 (3,8-184,5) meses de seguimento (med-seg). Taxa de re-cidiva (TR) de 31%. A incidência de doença do enxerto versus hospedeiro aguda (DECH-a) II-IV foi de 23% e de DECH crônica (DECH-c) de 41%, sendo 38% doadores femininos. Foram obser-vadas 43 recidivas: 6/43 (13,9%) em crise blástica (CB), evoluin-do para óbito; 37/43 (86,1%) em FC, com mediana de ocorrência de 21,2 (2,1-92,3) meses. Das 37 recidivas em FC, 5 (11,7%) foram recidivas hematológicas e 32 (74,4%) recidivas citogené-ticas (Rec-C). Todos utilizaram Imatinib. Todos estão vivos com med-seg de 53,6 (5,2-114,4) meses após recidiva. A remissão he-matológica está mantida em 100% dos pacientes, estando 93,7% em remissão citogenética completa (RCC). Todos com resposta molecular maior (RMM) e em 20 o BCR/ABL está negativo. A TR em pacientes sem/com DECH-a foi respectivamente de 34% e

de 18% (p=0,179). Nos pacientes sem e com DECH-c, a TR foi de 31% versus 27%, respectivamente (p=0,201). Da mesma for-ma, não se observou diferença estatística na TR com os condi-cionamentos (BU-FU 29% x BU-CY-2 27%, p = 0,150), sexo do doador (masculino 33% x feminino 25%, p=0,292) ou idade (>40 anos (n=62): 38%; 20-40 anos (n=98): 26% e <20 anos (n=17): 27%; p=0,504). Conclusão: Os pacientes sem DECH-a exibiram maior tendência à recidiva, porém sem significância estatística. A SG (79%) não foi influenciada negativamente pela presença de recidiva em FC, embora a sobrevida livre de recidiva (SLR) tenha sido de 57%. A monitorização do BCR/ABL favoreceu a detecção de Rec-C, verificada em 74,4% (32/43). A precocidade do tratamento imatinib ±DLI determinou 100% de sobrevida dos que recidivaram em FC, com 93,7% em RCC e RMM.

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InfEcTIOn wITH InfLuEnZA A VIrusEs In HscT rE-cIpIEnTs durInG THE pErIOd Of cIrcuLATIOn Of pAndEMIc VIrus (InfLuEnZA A H1n1).

Souza MO1, Perilio L1, Santos ACF1, Mamana AC2, Vilas Boas LS2, Costa C1, Testa L1, Souza MP1, Mauad MA1, Azevedo W1, Colturato VR1, Machado CM1,2.

Introduction: Influenza A (INF) can be fatal in recipients of HSCT. Rapid and sensitive techniques for the diagnosis of INF are nec-essary for prompt introduction of antiviral, reducing morbidity and mortality. Objectives: To describe the occurrence of influenza A in a period of circulation of pandemic virus, according to the humoral immunity and diagnostic method. Methods: From June/2008 to No-vember/2009, 86 recipients of allogeneic HSCT from Amaral Carval-ho Foundation, participating in a prospective study of pre-transplant influenza vaccination, were followed prospectively with monthly blood samples for measurement of hemagglutination inhibition an-tibodies (HIA). Titer of ≥ 1:40 are considered protective in immuno-competent hosts. Nasal washes (NW) were taken in the presence of symptoms to diagnosis of INF by direct immunofluorescence assay (DFA), and the results were released the same day to allow prompt introduction of oseltamivir, if positive. Aliquots of LW were stored for further processing by real-time PCR. Results: 10 cases of INF (11.6%) were diagnosed at a median of 53 days after HSCT (d-7 to d+187). INF was diagnosed by DFA in 4 cases (40%) and by real-time PCR in 8 (80%). In one case, PCR diagnosis anteceded DFA diagnosis in 16 days. Seasonal INF was diagnosed in six cases and INF A H1N1 pandemic in 4 cases. Only one patient had HI antibody levels considered protective (1:80), which did not assure protec-tion against seasonal INF. The most frequent symptoms were fever (60%), cough (60%), headache (50%), dyspnea (50%), coryza (40%) and myalgia (40%). Only coryza was significantly more frequent in seasonal INF A as compared to pandemic INF A H1N1 (80% vs. 0%, p = 0.016). Oseltamivir was introduced in three of the four patients who were diagnosed by DFA. Oxygen requirement was verified in two cases of seasonal INF. Four patients with INF (40%) died (3 seasonal, 1 pandemic) of acute respiratory distress syndrome (with or without other complications), regardless of oseltamivir treatment in two of them. Influenza was the cause or contributed to death in all cases. Conclusions: Recipients of HSCT are at increased risk for influenza within the first 6 months of transplantation. HI antibodies titers ≥ 1:40 were not protective against influenza. Real-time PCR was more sensitive than IF in the diagnosis of INF. To ensure sensi-tivity, diagnostic techniques for INF should be reviewed periodically due to the possibility of emergence of viruses antigenically different from other circulating INF, as occurred with the recent INF A H1N1 pandemic. Mortality from influenza was 40% highlighting the severity of infection in this setting. Our data support the recommendation of annual vaccination of health professionals, donors, and household contacts since recipients’ response to vaccination is poor before the sixth month of HSCT.

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Temas livres/Abstracts - Transplante

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InTErfErOn GAMMA rELEAsE AssAy VErsus Tu-bErcuLIn sKIn TEsT In THE dIAGnOsIs Of LATEnT TubErcuLOsIs InfEcTIOn In HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnT rEcIpIEnTs.

Souza MO1, Perilio L1, Santos ACF1, Mamana AC2, Vilas Boas LS2, Costa C1, Testa L1, Souza MP1, Mauad MA1, Azevedo W1, Colturato VR1, Machado CM1,2.

Introduction: Post-transplant immunosuppression favors the re-activation of latent tuberculosis infection (LTBI). Brazil has high prevalence rates of TB with an incidence of 38.2 per 100,000 in-habitants per year. Since the tuberculin skin test (TST) has limi-tations in immunocompromised patients (pts), we conducted a prospective study to determine the prevalence of LTBI by TST and by the interferon gamma release assay (IGRA), and to esti-mate the incidence of active TB infection in two cohorts of HSCT recipients. Methods: At study admission, TST was performed by the use of the Mantoux method and IGRA with the Quantiferon-TB Gold In-Tube test (Cellestis). Cohort 1 consisted of HSCT candi-dates enrolled in the pre-transplant period. Cohort 2 consisted of HSCT recipients with chronic GVHD (cGVHD). Both cohorts were prospectively followed-up for one year. HSCT related donors from cohort 1 served as a control group to compare the performance of TST in immunocompromised HSCT recipients. Isoniazid (INH) prophylaxis was introduced if TST and/or IGRA were positive before HSCT in cohort 1, but not in cohort 2. A case-definition approach was used to guide TB investigation. When indicated, clinical samples were taken and submitted to bacilloscopy plus culture and real-time PCR (EliGene® MTB isolation kit). Results: From Mar/2011 to Feb/2012, 128 recipients (34 MUD) were in-cluded in cohort 1 and 58 in cohort 2. Two patients in cohort 2 had a past history of TB before HSCT (3 and 7 years, respectively). TST and IGRA were performed at a median of 11 days before HSCT in cohort 1 and 499 days after HSCT in cohort 2. In donors, the prevalence of LTBI as detected by TST was 11.2%. In cohort 1, the prevalence of LTBI as detected by TST and/or IGRA was 8.8% (6.2% by TST; 7.2% by IGRA). Four pts who tested nega-tive by TST had undetermined results by IGRA. Kappa index be-tween tests was 68.5% (substantial agreement). Eleven patients in cohort 1 received INH which was well tolerated. No significant adverse effect was observed during prophylaxis. No patient in co-hort 1 developed TB after a median of 202 (20 to 397) days of follow-up. In cohort 2, the prevalence of LTBI as detected by TST and/or IGRA was 12.5% at enrollment (5.3% by TST; 10.4% by IGRA). Kappa index between tests was 45.8% in cohort 2 (mod-erate agreement). One of the 2 pts with past history of TB tested positive by TST and by IGRA. According to the study design, INH prophylaxis was not introduced in this group. Two 2 pts in cohort 2 (3.4%) developed pulmonary TB (bacilloscopy, culture and PCR positive). One patient presented INH neuritis during treatment. Conclusions: INH prophylaxis seemed to protect against TB re-activation in cohort 1. The prevalence of LTBI was higher in HSCT recipients with cGVHD than in HSCT candidates. Incidence of TB was 3.4% in cohort 2. IGRA should be performed in HSCT recipi-ents with cGVHD not tested before HSCT, with prompt introduc-tion of INH prophylaxis in case of positive result.

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MOLEcuLAr cHArAcTErIZATIOn Of HuMAn pArA-InfLuEnZA VIrus 3 cIrcuLATInG In A brAZILIAn HEMATOpOIETIc sTEM cELL TrAnspLAnT (HscT) unIT durInG THrEE cOnsEcuTIVE yEArs. Centrone CC1, Romano C1, Perilio L2, Oliveira Marina2, Santos ACF2, Colturato VR2, Machado CM1,2

Introduction: Human parainfluenza virus type 3 (HPIV 3) is an important agent of respiratory tract infections in children and im-munocompromised patients (pts), with mortality rates over 50%. In these pts HPIV 3 has been associated with lower respiratory tract infections and croup, and is strongly correlated with outbreaks of nosocomial infection. Objective: The main objective of this study was to characterize by molecular methods the type of HPIV 3 in-fection (if nosocomial or community-acquired), and to evaluate the presence of polymorphisms in the viral genome of patients with pro-longed excretion. Methods: Patients, accompanying persons and health care workers (HCWs) at Amaral Carvalho Foundation-HSCT Program were surveyed for respiratory symptoms twice a week. Pts were admitted to two different HSCT wards (W1 and W2) or were followed up at the outpatient (OP) setting. Respiratory viruses were diagnosed by direct immunofluorescence assay (DFA). Aliquots of nasal wash (NW) were stored at - 80oC for later RNA extraction, cDNA synthesis and subsequent PCR processing and sequencing. Phylogenetic tree was built aligning the study sequences with se-quences obtained from the Genebank in the same period. Results: A total of 1,987 NW samples were taken from symptomatic per-sons from January 2008 to March 2010. HPIV 3 was detected in 44 samples from 22 patients, 3 HCWs and one accompanying person. Thirty-one of the 44 samples could be amplified by PCR targeting the region of hemagglutinin-neuraminidase (HN) gene, generating a product of 1,100 bp. Phylogenetic analysis and epidemiological data showed that the parainfluenza viruses circulating during this period grouped into 5 distinct clusters. Cluster 1 showed genetically identical samples obtained from Dec 2009 to Feb 2010 from 8 pa-tients in W1 and OP; cluster 2 showed identical samples obtained in Jan 2010 from 5 pts in W1, W2 and OP; cluster 3 showed identical samples obtained from Dec 2009 to Jan 2010 from 3 patients admit-ted to W2; and cluster 4 showed identical samples obtained in Jul and Aug 2009 from 3 patients followed up at OP, strongly suggesting HPIV3 crossed-transmission in both inpatient and outpatient setting. Cluster 5 showed identical samples obtained from the same patient at OP in Jan 2010. These samples showed genetic similarity with another strain from the Genebank. No significant polymorphism in the viral genome was observed in serial samples from patients with prolonged excretion. Conclusions: We observed identical HPIV 3 strains circulating in HSCT wards 1, 2 and OP unit, which were dif-ferent from samples circulating in other countries in the same period. Transmission is facilitated in the OP setting since recommended pre-cautions are difficult to be implemented in the OP unit. Special atten-tion should be paid to confirmed cases of HPIV 3 infection in HSCT inpatient and outpatient units for prompt implementation of specific precautions avoiding outbreaks.

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

99Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

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TransplanTe pedIáTrICo

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

100 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

TrAnspLAnTE pEdIÁTrIcO

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TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs prOGEnITO-rAs HEMATOpOIÉTIcAs: ATuAÇÃO dA fIsIOTErApIA rEspIrATÓrIA

Parazzi PLF1, Abreu LVS2, Geraldi F2, Eid KAB1, Aguiar SDS1

1Ciped/Unicamp/Boldrini2Centro Infantil Boldrini

As complicações pulmonares constituem causa importante de mor-bidade e mortalidade após o transplante autólogo de medula óssea (TAMO). Estão associadas à toxicidade das drogas utilizadas no re-gime de condicionamento, ao longo período de aplasia medular e ao repouso prolongado no leito. A fisioterapia respiratória precoce, e ime-diatamente após o transplante é fundamental para prevenção destas complicações. Nas últimas quatro décadas, houve um importante re-conhecimento dos efeitos benéficos do exercício físico para pacien-tes com câncer e há um crescente interesse em que sejam instituídos programas de reabilitação física para estes pacientes. A meta da re-abilitação cardiorrespiratória preventiva é introduzir um programa de tratamento que evite prejuízos funcionais já esperados, por exemplo, um programa de condicionamento físico para pacientes submetidos à quimioterapia e/ou radioterapia. Relatar a avaliação e a evolução de um paciente com diagnóstico de Sarcoma de Ewing durante, imedia-tamente após transplante e em ambulatório em atendimento de fisio-terapia respiratória e adequar a conduta de acordo com a evolução clinica. Paciente com 17 anos de idade, oncológico pós-tratamento qui-mioterápico, radioterápico e transplante de células progenitoras hema-topoiéticas autólogo foi submetido à avaliação cardiorrespiratória (teste de caminhada de seis minutos (TC6), peak flow e manovacuometria) pré-transplante. Pós-transplante, paciente iniciou fisioterapia respira-tória em internação sendo os principais recursos utilizados: pressão positiva intermitente, cinesioterapia respiratória, incentivadores respira-tórios, exercícios ativos, isométricos, resistidos globais e alongamentos sendo que durante esse período de internação foram respeitados a tolerância do paciente, níveis de hemoglobina e plaquetopenia. Logo após alta hospitalar, paciente foi reavaliado através do TC6, peak flow e manovacuometria sendo observada a necessidade de continuidade da fisioterapia respiratória em ambulatório sendo realizada até normalida-de dos parâmetros avaliados pré transplante. Concluímos que a fisiote-rapia respiratória pôde auxiliar no tratamento do paciente submetido ao TAMO, melhorando sua função global e auxiliando no tratamento dos sintomas apresentados. O que torna o fisioterapeuta parte importante da equipe multidisciplinar necessária para atender as necessidades complexas do paciente submetido ao transplante de medula óssea.

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TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOÉTIcAs (TAcTH) pArA TrATAMEnTO dE Es-cLErOsE sIsTÊMIcA (Es) EM crIAnÇAs- rELATO dE uM cAsO.

Stracieri ABPL1, Moraes DA1, Rodrigues MCO1, Pieroni F1, Barros GMN1, Elias JB1, Feliciano JV1, Simões BP1, Darrigo-Jr LG1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Objetivo: Avaliar a toxicidade e eficácia (fases I/II) de altas doses de ciclofosfamida (Cy) e globulina anti-timocitária de coelho (ATG) de coelho seguidas por resgate com TACTH em pacientes pediá-tricos com ES com acometimento cutâneo, pulmonar e aparelho digestivo. Fundamentos: - A ES é uma doença autoimune em que a hiperreatividade vascular e alterações endoteliais associadas a fenômenos inflamatórios geram lesão tecidual. A ES é atualmente

a segunda doença autoimune mais transplantada segundo regis-tro europeu de transplantes (EBMT). No HCRP, desde 2004, esta terapêutica vem sendo utilizada em pacientes adultos e em 2012 iniciamos protocolo visando pacientes pediátricos. Material e Mé-todos: - As células-tronco utilizadas foram coletadas da medula óssea por aspiração, realizada em centro cirúrgico sob anestesia geral, criopreservadas e reinfundidas após condicionamento com Cy (50 mg/Kg 4 doses), ATG (4,5 mg/Kg em 5 doses). A fase de condicionamento ocorre cerca de 2 semanas após a coleta das CTH. Resultados preliminares: - O primeiro TACTH pediátrico para ES foi realizado em fevereiro de 2012. Como complicações foram observados: dor abdominal, pico hipertensivo e hemoglobinúria, revertidos dentro de 12 hs após a infusão. Este quadro foi correla-cionado com a presença de DMSO e lise das hemácias, presentes na bolsa de CTH. Em observação no D+120 pós-transplante, foi observada melhora cutânea e estabilização do envolvimento pul-monar. Conclusões: O TACTH constitui terapia promissora para os pacientes acometidos por formas graves da ES. A melhora do acometimento cutâneo e estabilização do envolvimento pulmonar justificam a aplicação do transplante em fases ainda precoces da doença, nas quais os riscos do procedimento são ainda menores. Neste caso, comprovamos a indicação desta modalidade terapêu-tica também para paciente pediátricos.

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ALTAs dOsEs dE QuIMIOTErApIA E TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTIcAs EM AdO-LEscEnTE pOrTAdOr dE rETInObLAsTOMA

Gregianin LJ1, Selistre S1, Meneses C1, Loss J1, Jr CGC1, Santini A1, Gatiboni T1, Bittencourt J1, Brunetto A1

1Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Retinoblastoma (RBL) é a neoplasia ocular mais fre-qüente na infância, diagnosticado em crianças com a média de idade de 18 meses, sendo que 90% dos casos ocorrem antes dos 5 anos. A apresentação clínica mais comum é a presença de leu-cocoria. Pode incidir de forma esporádica ou associada à predispo-sição genética. O prognóstico dos pacientes com RBL extraocular permanece desfavorável, apesar do tratamento incluir enucleação, radioterapia externa e/ou local, crioterapia, fotocoagulação e qui-mioterapia (QT) convencional, sendo necessária a identificação de alternativas terapêuticas. O benefício das altas doses de QT com transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) tem sido re-latado em pacientes portadores de RBL avançado com resultados animadores. Relato do caso: Paciente masculino, 17 anos apre-sentou diagnóstico clínico de RBL no olho E. Foi realizada a enu-cleação e o AP confirmou RBL com doença presenta nas margens cirúrgicas no nervo ótico (Estádio 4B). Foi iniciado QT que consistiu em 4 cursos de cisplatina, ciclofosfamida, etoposide e vincristina seguido de altas doses de QT (melfalan, carboplatina e etoposide). O resgate com TCTH consistiu na infusão de 7,4 x 10 (6) células CD 34 +/kg previamente coletadas via aférese. O paciente recebeu concentrado de hemácias (1x) e plaquetas (3x), mas não ocorre-ram toxicidades significativas. A enxertia dos neutrófilos (>500/mcl no d+10 e > 1. 000/mcl no d+11) e das plaquetas (>20. 000/mcl no d+17 e >50. 000 no d+56) ocorreram de maneira usual, não sendo necessário o uso de fatores de crescimento (filgrastima). Após a recuperação hematológica foi aplicado tratamento radioterápico externo. Atualmente o paciente encontra-se sem evidência de do-ença, 4 meses após o TCTH. Discussão: O prognóstico desfavo-rável dos pacientes com RBL localmente avançado ou metastático ainda representa um desafio para o oncologista pediátrico. Para estas situações novas modalidades terapêuticas incluindo altas doses de QT estão sendo consideradas (Dunkel, 2010). O caso relatado representa o 4ºpaciente com RBL que recebe esta moda-

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lidade de tratamentoem nosso Serviço, sendo que todos toleraram bem o tratamento. Entre os 3 casos anteriores, 2 encontram-se em remissão completa há 73 e 9 meses pós-TCTH e um paciente evoluiu à óbito 8 meses após o transplante por progressão da do-ença. No paciente relatado, considerando que havia dois aspectos reconhecidamente associados a um prognóstico desfavorável, ou seja, a presença de doença residual microscópica e a idade avan-çada do paciente, oferecemos o tratamento com altas doses de QT e TCTH. Conclusão: Embora o tempo de observação deste paciente seja reduzido este caso ilustra uma tentativa de resgate de uma condição com prognóstico reconhecidamente desfavorá-vel. Somente após o acompanhamento em longo prazo e de um número significativo de pacientes através da cooperação entre os centros transplantadores é que será possível afirmar a eficácia e a recomendação desta modalidade terapêutica.

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ALTAs dOsEs dE QuIMIOTErApIA E TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTIcAs EM pAcIEn-TE cOM pAncrEATObLAsTOMA

Meneses C1, Gregianin LJ1, Loss J1, Selistre S1, Castro CG1, Santini A1, Gatiboni T1, Bittencourt J1, Brunetto A1

1Seviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Pancreatoblastoma (PB) é um tumor raro, repre-sentando 0,5% de todas as neoplasias. A idade média dos pacientes é de 5 anos (0-68), com uma sobrevida global de 50%. Ocorrendo mais freqüentemente na cabeça do pâncreas. Relato: Paciente Feminina com 14 anos de idade apresentou quadro de náuseas, vômitos e dor abdominal em mar/08. TC de abdômen identificou uma lesão expansiva (515 cm3) no cor-po e cauda do pâncreas, além de esplenomegalia e ascite vo-lumosa. Realizada biópsia cujo exame anatomopatológico foi compatível com PB. Nível sérico de α-feto proteína era normal. Aplicado 4 cursos de quimioterapia (QT) neoadjuvante com cis-platina e doxorrubicina (PLADO) e após realizado TC controle que mostrou redução do volume da lesão (70 cm3). Submetida à ressecção cirúrgica completa, porém anatomopatológico mos-trou comprometimento microscópico nas margens. Em set/08, após o 6ºciclo de PLADO, foi submetida a altas doses de QT seguido de transplante autólogo de células-tronco hematopoé-ticas (TCTH). O condicionamento utilizado foi a associação de carboplatina (1200mg/m2), etoposide (1500 mg/m2) e melfalan (200 mg/m2). Foram infundidas 9,6 x 10−6 células CD34+/kg coletadas por aférese. A enxertia dos neutrófilos >500/mcl e >1. 000/mcl ocorreu nos dias +8 e +12, respectivamente. As plaquetas recuperaram em valores >20. 000/mcl e >50. 000/mcl nos dias +10 e +13, respectivamente. Não apresentou qual-quer toxicidade inesperada. Atualmente a paciente encontra-se sem evidência de neoplasia, há 3 anos e 8 meses após as altas doses de quimioterapia. Discussão: O PB apresenta algumas similaridades com hepatoblastoma, entre elas é a capacidade de produzir α-feto proteína. Na apresentação clínica observa-se uma massa abdominal podendo ser assintomática ou acompa-nhada de dor local e perda de peso. Sintomas menos freqüentes incluem fadiga, vômitos, anorexia, diarréia e esplenomegalia. A obstrução mecânica do duodeno e do estômago pode deter-minar vômitos, icterícia e hemorragia gastrointestinal. No caso descrito acima, a lesão só foi possível de ser ressecada após a QT, confirmando os relatos de que esta modalidade de trata-mento tem um papel importante nas situações em que a doença se mostra inoperável ao diagnóstico, podendo determinar uma redução no volume tumoral, facilitando a ressecção da lesão. A radioterapia ainda não tem um papel definido na terapêutica, estando reservada como terapia paliativa. A indicação do TCTH

baseou-se na quimiossensibilidade da lesão observada nesta paciente, nos resultados favoráveis desta terapia em pacien-tes portadores de hepatoblastoma e com a intenção de evitar os eventos adversos da radioterapia em médio prazo sobre o pâncreas residual. Existem poucos relatos na literatura salien-tando o benefício desta modalidade de tratamento em primeira linha nos pacientes com PB. Conclusão: A ressecção cirúrgica completa consiste no principal fator prognóstico dos pacientes com PB, mas a QT neoadjuvante pode ser eficaz nos tumores quimiosensíveis, reduzindo o volume da lesão o que facilita sua ressecção. O TCTH é um procedimento que deve ser realizado somente por uma equipe multiprofissional em centros especia-lizados. É provável que as altas doses de QT seguidas pelo TCTH tenha beneficiado esta paciente que ainda apresentava doença residual microscópica.

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IMpAcTO dAs ALTAs dOsEs dE QuIMIOTErApIA E TrAnspLAnTE AuTÓLOGO dE cÉLuLAs-TrOncO HE-MATOpOIÉTIcAs nA sObrEVIdA dE pAcIEnTEs pOr-TAdOrEs dE nEurObLAsTOMA dE ALTO rIscO

Gregianin LJ1, Meneses C1, Loss J1, Selistre S1, Santini A1, Gatiboni T1, Bittencourt J1, Castro CG1, Marchioro MK1, Brunetto A1

1Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Neuroblastoma (NBL) é a neoplasia sólida extra--SNC mais freqüente na infância. Se caracterizar pela diversi-dade clínica e biológica, mas na maioria dos casos os pacien-tes já apresentam doença em fase avançada ao diagnóstico. O prognóstico dos pacientes com a doença classificada como NBL de Alto Risco (NBL-AR) melhorou significativamente com a estratégia de aumentar a dose-intensidade da Quimioterapia (QT) neoadjuvante seguida pela ressecção cirúrgica e posterior consolidação com altas doses de QT e Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) (JCO 2006, vol 24 (18S):9013). O esquema de tratamento dos pacientes portadores de NBL-AR em nosso Serviço utilizava QT em doses convencio-nais seguido pela ressecção do tumor primário e radioterapia. A partir do ano de 2001 foi adotado gradualmente um esquema de QT mais intensivo incluindo TCTH. O presente relato avalia o impacto desta nova estratégia de tratamento na sobrevida (SV) das crianças com NBL-AR comparado com dados históricos na mesma Instituição. Materiais e métodos: Revisão dos prontuá-rios dos pacientes com NBL-AR do Serviço de Oncologia Pediá-trica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de 1988 e 2012. Entre 1988 e 2008, 39 pacientes (Masc/Fem, 24/15) com idade media de 3,9 anos (0,4 - 14,4) foram tratados conforme o esquema de QT que incluía ciclofosfamida, etoposide ou tene-poside, carboplatina, vincristina em doses convencionais. A SV destes pacientes foi de 38%, 30% e 20% em 3, 5 e 18 anos de acompanhamento, respectivamente. A partir de 1999 utilizamos um esquema que inclui 5 ciclos de QT com doses mais intensas seguido de altas doses de QT e TCTH. Inicialmente esta propos-ta foi utilizada apenas em casos esporádicos, sendo instituída posteriormente a todos os pacientes com NBL-AR. Cinqüenta e quatro pacientes (Masc/Fem, 39/15) com idade média de 3,7 anos (0,1 - 13,5), foram submetidos à TCTH. A SV dos pacien-tes deste grupo foi de 70%, 56% e 56% em 3, 5 e 16 anos de acompanhamento, respectivamente. Discussão: Historicamente a SV dos pacientes com NBL-AR era inferior a 10% sendo obser-vado um aumento gradual ao longo dos últimos anos. Sabe-se que embora a resposta tumoral inicial ao tratamento com doses convencionais de QT seja satisfatória, a grande maioria destes pacientes apresenta recaída. Atualmente os resultados observa-dos com tratamento mais agressivo incluindo QT alta doses e

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102 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

TCTH melhoraram SV de maneira significativa. Verificamos que os resultados locais reproduzem os dados da literatura interna-cional. Também devemos considerar que melhorias nos cuidados intensivos, experiência adquirida pela equipe assistencial, me-lhoria na qualidade das aféreses, disponibilidade de antibióticos e antifúngicos mais eficazes contribuíram para obtenção de me-lhores resultados. Conclusão – A melhora na SV dos casos observada em nosso Ser-viço reforça a recomendação de que os pacientes portadores de NBL-AR devem ser tratados conforme os protocolos atuais e enca-minhados no momento adequado a um centro com facilidades de TCTH para que possam ser beneficiados por esta modalidade de tratamento comprovadamente mais eficaz. No Brasil existem vários centros capacitados para realizar TCTH em crianças, contemplado pelo Sistema Único de Saúde, em que o médico assistente pode encaminhar seu paciente.

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TEsTE dE cAMInHAdA dE sEIs MInuTOs cOMO Ins-TruMEnTO dE AVALIAÇÃO nO TrAnspLAnTE AuTÓ-LOGO dE cÉLuLAs prOGEnITOrAs HEMATOpOIÉTI-cAs: rELATO dE cAsO

Abreu LVS , Franciscoparazzi PL , Geraldi F , Eid KAB , Aguiar SDS

Centro Infantil Boldrini Ciped/Unicamp/Boldrini

A síndrome do imobilismo é definida como um descondicionamen-to físico ou uma redução da capacidade funcional de todos os sistemas do organismo sendo causada por um período prolonga-do no leito. O conhecimento científico mais específico quanto os principais ajustes sistêmicos ante o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6) em pacientes que serão submetidos ao transplante autólogo de medula óssea (TAMO) poderiam minimizar o apareci-mento de respostas causadas por essa síndrome, muito freqüen-tes nessa população. O presente estudo tem por objetivo relatar a avaliação das variáveis cardiorrespiratórias obtidas através do TC6 pré e pós TAMO. Paciente de 14 anos foi submetido ao TC6, pré transplante e pós sua alta hospitalar. O teste foi realizado de acordo com as normas da American Thoracic Society em pista de 30 metros de comprimento, sem acompanhamento e recebendo apenas as orientações padronizadas a cada minuto. O paciente foi orientado a realizar o maior número de voltas possíveis em 6 min, caminhando rápido, mas evitando correr ou pular. A cada minuto, era avisado do tempo restante para o final do teste e recebia um estímulo verbal de encorajamento em tom de voz neutro (“Você está indo bem” e “Continue assim”). O pesquisador permaneceu parado com o cronômetro em uma das pontas da pista de cami-nhada. Após 6 min, o paciente era instruído a parar e a distância do cone até o ponto de parada era medida. Mensurava-se nova-mente FC, FR, SpO2 e escala de Borg com o indivíduo sentado. Após 3 min em repouso, verificaram-se novamente essas variá-veis. Após 30 min de repouso,o mesmo paciente era chamado e reaplicava-se o TC6. Explicou-se que o TC6 poderia ser interrom-pido a qualquer momento, caso houvesse desconforto, e que o tempo do teste continuaria a ser contado. Juntamente com o TC6 foram avaliadas as pressões: inspiratórias e expiratórias através do manovacuometro e a medida do pico de fluxo inspiratório atra-vés do peak flow. Os autores sugerem que a realização do TC6 pode auxiliar a avaliar os efeitos da síndrome do imobilismo nessa população que é submetida ao transplante autólogo minimizando dessa maneira suas complicações.

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MObILIZAÇÃO, cOLETA E EnXErTO AuTÓLOGO dE cpH-sp EM OncO-pEdIATrIA nuMA InsTITuIÇÃO brAsILEIrA

Jr BPAP1, Polis LB1, Neto OAM1, Santis GC1, Prata KL1, Brunetta DM1, Valera ET2, Fernandes ATS1, Moraes C1, Covas DT1

1Centro Regional de Hemoterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP

O transplante autólogo de células progenitoras hematopoéticas do sangue periférico (CPH-SP) em pediatria é opção de trata-mento para algumas neoplasias malignas em remissão e risco elevado de recidiva. Uma perspectiva do processo permitirá seu aperfeiçoamento. Materiais e Métodos: Estudamos retrospec-tivamente o processo de mobilização (37), coleta (29), infusão das CPH-SP (24) e sua enxertia em pacientes pediátricos em remissão [1a (14), 2a (10)], no período de 1997 a 2011. Mobiliza-ções realizadas com associação de protocolos de quimioterapia (QT) adequados às doença de base e doses diárias de G-CSF iniciadas no dia +1. Dados técnicos dos procedimentos de co-leta: equipamentos Excel Evolution, Dideco (3) e Cobe Spectra, Terumo BCT (26), protocolo MNC. Relação volume processado/volume de anticoagulante (ACD-A1) de 12:1, exceto em um pa-ciente com 6 CD34+/μL pré aférese, no qual utilizamos asso-ciação ACD-heparina (10 UI/mL) com relação 30:1. Reposição profilática de cálcio endovenoso nas coletas. Resultados: Gê-nero: F (6); M (18). Diagnósticos: neuroblastoma (6); sarcoma de Ewing (7); linfoma de Burkitt (2); LMA (2); tumor do SNC (4); tumor de Wilms (1), sarcoma renal de células claras (1) e tumor de células germinativas (1). Dados quantitativos expressos em mediana (mínimo-máximo). Idade em anos, 8 (1-19), peso em Kg, 21,4 (11,3-93), volemia em ml, 1731 (822-5458). Doses G--CSF em μg/Kg, 12 (6-29); dia do nadir dos glóbulos brancos, 8 (5-9); falhas de mobilização 8/37; dia da coleta, 10 (7-21); pico de CD34+/μL, 30,6 (6,5-449,7). Acesso venoso: cateter (19), veia periférica (5). Número de coletas/paciente: uma (16), duas (8). Duração em minutos, 240 (152-505). Fluxo médio em ml/min, 38 (13-65); fluxo médio relativo, ml/min/litro de volemia, 15 (10-24); volume processado em litros, 9,4 (2,15-41,8); volemias proces-sadas, 4 (2-9). Dados dos produtos coletados e infundidos (24): CD34+x 106/Kg/coleta de 2 (1-40); CD34+x 106/Kg/paciente de 4,7 (2,0-39,8). Intercorrências/coleta: parestesia (2/32); frio (1/32); náusea (2/32). CPH-SP não transplantadas 5/29. Dados dos enxertos: células CD34+x 106/Kg/transplante, 4 (1,14-39,8), desses, 4 pacientes com neoplasia de sistema nervoso central foram submetidos a transplante sequencial (Tandem) com 2 a 3 procedimentos, com dose mínima de 1x106/kg/transplante. Tem-po de enxertia em dias, 11 (5-13). Um paciente foi a óbito no D-1 e dois tiveram falha de enxertia (neuroblastoma e PNET SNC), com óbitos por sepse nos dias +15 e +76. Dois sem dados da sobrevida, 8 óbitos, sendo 4 relativos ao transplante e 4 por re-caída, 14 vivos, 13 em remissão e 1 com recaída 11 meses pós transplante. Conclusão: Falhas de mobilização em 21,6%, que podem refletir comprometimento medular relativo à gravidade da doença, radioterapia e quimioterapia prévias, esta também causa do uso prevalente de cateter venoso (79%). Cinco não receberam o transplante devido à doença; 100% das coletas com ≥ 2x106 CD34+/Kg , objetivo proposto, sendo que o processamento do número elevado de volemias nos mal mobilizados, incluindo o uso da associação de heparina/ACD, foram determinantes nes-ses resultados. Dos 24 transplantados, tivemos 16,7% de óbitos relativos ao transplante e 16,7% à recaída da doença. Estão vi-vos e em remissão 54,2% (13) com sobrevida mediana de 52 meses (5-148), justificando a aplicação clínica dos transplantes autólogos em onco-pediatria. 214__________________________________________

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

103Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

TrAnspLAnTE HApLO-IdÊnTIcO sEM dEpLEÇÃO dE LInfÓcITOs T cOM rEGIME dE cOndIcIOnAMEn-TO dE InTEnsIdAdE rEduZIdA E cIcLOfOsfAMIdA ApÓs O TrAnspLAnTE pArA prOfILAXIA dA dOEnÇA dO EnXErTO cOnTrA O HOspEdEIrO EM crIAnÇAs cOM dOEnÇAs HEMATOLÓGIcAs GrAVEs sEM dOA-dOr HLA-cOMpATÍVEL ApArEnTAdO Ou nÃO ApA-rEnTAdO

Simões PC , Zecchin VG , Gouveia RV , Ginani VC , Ibanez ASS , Ribeiro LA , Barros DP , Félix OMWO , Silva AG , Seber A

Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

Apesar do transplante de medula óssea (TMO) alogênico estar indicado no tratamento de muitas doenças hematológicas, a maior parte dos pacientes não tem doador HLA compatível. Ou-tros, mesmo com a possibilidade de encontrar um doador não aparentado, tem doenças tão agressivas que não há tempo hábil para aguardar pela identificação e confirmação de um doador não aparentado e por um leito para a realizar o TMO. Quase todos temos, por outro lado, um doador familiar parcialmente disponível disposto a doar prontamente medula ou sangue periférico. Há vários anos a equipe do Johns Hopkins Oncology Center de Balti-more publicou trabalho pioneiro com uso de ciclofosfamida como única imunossupressão após transplante alogênico e, recente-mente, comparou os resultados de transplante haplo-idêntico de intensidade reduzida com ciclofosfamida após TMO, seguida de ciclosporina e MMF versus transplante não aparentado de duplo cordão [Brunstein. Blood 118 (2):282]. Rejeição, infecções e re-cidiva continuam sendo as principais complicações de ambos. A recidiva parece ser mais frequente após o haplo-idêntico, tal-vez porque a ciclofosfamida, ao destruir os linfócitos T ativados que poderiam estar causando DECH, também destrua células que seriam responsáveis pelo efeito do enxerto contra o tumor. Objetivo: Relatar a experiência inicial com TMO haplo-idêntico. Métodos: O condicionamento utilizado foi o já publicado (Fluda-ra 150mg/m2, Ciclofosfamida 29mg/Kg e TBI 200cGy), seguido de Ciclofosfamida 50 mg/kg nos dias +3 e +4 e, logo após, de ciclosporina A e MMF. A dose de medula óssea foi de 5x108 CN mononucleares/kg, descontando-se a celularidade do sangue pe-riférico. Cada indicação foi extensamente discutida com médicos e familiares e o Comitê de Ética institucional aprovou cada pro-cedimento. Resultados: No total, 5 crianças entre 7 e 16 anos realizaram 6 transplantes haplo-idênticos entre dez/11 e jun/12. A mediana de células infundidas foi 11x108CNT/kg (10-38) e 10x106/ CD34+/kg (4,5-15). Uma criança realizou TMO haplo--idêntico por falha de pega de sangue de cordão mas faleceu antes que pudesse haver a pega da medula da mãe. Outra, com LMA avançada, apresentou infecção por adenovírus e rejeitou a medula da mãe, mas teve pega das células-tronco periféricas do pai após novo condicionamento com alemtuzumabe, ciclofos-famida, fludarabina; encontra-se ainda internada com provável encefalite viral. Três crianças tiveram transplantes sem nenhum evento adverso importante; um apresentou recidiva de LLA-T três meses após o TMO e dois estão em remissão de leucemias agu-das um e seis meses após o TMO. Nenhum paciente teve qual-quer grau de DECH aguda ou crônica. Conclusão: O transplante haplo-idêntico é factível e deve ser estudado prospectivamente em nosso meio para pacientes em remissão completa ou para o tratamento de doenças não malignas.

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ApLIcAÇÃO dE TrIAncInOLOnA E LAsEr dE bAIXA InTEnsIdAdE pArA TrATAMEnTO dE dOEnÇA dO En-XErTO cOnTrA O HOspEdEIrO OrAL EM pAcIEnTE rEfrATÁrIO AO cOrTIcÓIdE TÓpIcO

Rojz JCC , Gouveia RV , Ginani VC , Zecchin VG , Souto MAA , Iba-nez ASS , Guimarães RFC , Ikeuti PS , Petrilli AS , Seber A

Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - Unifesp

Introdução: Nas últimas décadas, os avanços no diagnóstico e na terapêutica das complicações relacionadas ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) têm proporcionado au-mento da sobrevida dos pacientes. Entretanto a doença do en-xerto contra o hospedeiro (DECH) continua sendo uma complica-ção freqüente nestes pacientes. O tratamento da DECH crônica é baseado no uso de corticóide e inibidores de calcineurina, que estão associados a muitos efeitos adversos. Com isto, as medi-cações tópicas são de suma importância. Cerca de 60 a 70% dos pacientes com DECH oral poderão apresentar problemas orais significativos em mucosa, glândulas salivares e esclerose de te-cidos circunvizinhos. As manifestações orais mais comuns são: eritema, alterações de hiperqueratose liquenóide, atrofia da mu-cosa, mucocele e úlceras pseudomembranosa. Existe ainda uma maior incidência de infecções secundárias por vírus ou fungos em pacientes com DECH oral. Os bochechos com dexametaso-na, prednisolona, budesonida, triancinolona e ciclosporina po-dem ser utilizados para o tratamento da DECH oral, mas podem ter baixa aderência ou, mesmo com uso regular, podem não tra-zer resultados satisfatórios. A aplicação de triancinolona intrale-sional já foi descrita como uma medida eficaz nos pacientes com pouca resposta aos bochechos com corticóide. Objetivo: Relatar o caso de um paciente transplantado que evoluiu com DECH oral e evolução desfavorável após o tratamento tópico com boche-chos com corticóide e ciclosporina e teve excelente resposta com a aplicação de triancinolona intralesional. Método: Aplicação de 5mg/cm²de triancinolona na base da úlcera 1X/semana por qua-tro semanas consecutivas e em seguida aplicação da triancinolo-na junto com o laser de baixa intensidade por mais quatro sema-nas. Resultados: EFS, masculino, 14 anos, submetido à TCTH (irmã 6/6) em 2010 para tratamento de aplasia de medula óssea secundária a anemia de Fanconi. Realizou condicionamento com ciclofosfamida 60mg/kg dose total e profilaxia da DECH com ci-closporina e MTX. Apresentou as seguintes intercorrências du-rante o TCTH: mucosite grau 3, insuficiência renal aguda com necessidade de hemodiálise, reação transfusional tardia (tinha anticorpo anti LAN positivo). Evoluiu com DECH oral em 2011, sendo iniciado tratamento tópico com bochechos de corticóide (decadron) e mantido o tratamento sistêmico com ciclosporina oral. Por não ter tido resposta satisfatória, foram trocados os bo-chechos para budesonida e associados bochechos com ciclos-porina em março/2011. Como o paciente tinha má aderência ao tratamento, foi iniciado tratamento com aplicação intralesional semanal da triancinolona em março/2012. Após quatro aplica-ções, a resposta observada foi de resolução quase completa da lesão da DECH oral. Realizou mais quatro aplicações da trianci-nolona com o laser de baixa intensidade com excelente resposta. Conclusão: O uso da triancinolona injetada na lesão reduziu a extensão das lesões na mucosa jugal bilateralmente após quatro semanas. Com a associação da triancinolona e o laser de baixa intensidade, houve remissão total das lesões em mucosa jugal. O tratamento associado do corticóide injetado intralesional e o laser de baixa intensidade podem ser medidas eficientes no controle das lesões orais decorrentes da DECH.

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

104 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

prOJETO EnfErMEIrA cLÍnIcA EspEcIALIsTA EM TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs: dEsAfIOs pArA A prÁTIcA

Ibanez ASS , Barros DP , Dias CG , Seber A , Gouveia RV , Ginani VC , Zecchin VG , Ribeiro LA , Marques JF , Avelino VSS , Duarte AM

Instituto de Oncologia Pediátrica – GRAACC - Unifesp

Introdução: O modelo de trabalho em instituições de ensino em saúde baseia-se em preceptores e residentes médicos; desta for-ma, a rotatividade dos alunos é bastante alta, o que acaba abrin-do uma grande lacuna no contato entre pacientes, familiares e profissionais de saúde. No exterior, existe um modelo de Clinical Nurse Specialist (CNS) que favorece o vínculo e permite conti-nuidade no cuidado do paciente e sua família. Em 1999 foi inau-gurado, no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP – GRAACC), a unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO), na qual, até final de maio de 2012 foram realizados 356 transplantes. Visando a melhoria dos processos de qualidade da assistência, iniciou--se em agosto de 2011 e em março de 2012, nesta instituição, as atividades da primeira e segunda Enfermeiras Clínicas Es-pecialistas (ECEs) em transplante de medula óssea, respectiva-mente. Objetivo: Relatar a experiência das enfermeiras clínicas especialista em transplante de medula óssea no IOP – GRAACC, como alternativa para o atendimento de crianças, adolescentes e familiares com excelência. Metodologia: A adaptação do modelo CNS foi fundamentada em quatro princípios básicos: assistência, ensino, pesquisa e gestão. O plano de assistência inclui: partici-pação ativa nos processos de captação de doadores não aparen-tados e de coleta de medula óssea em centro cirúrgico; orienta-ções para pacientes em hospital-dia, hospital-noite, ambulatorial e internação; assistência direta, quando necessário; acompanha-mento telefônico; visita com a criança e família na unidade de transplante; participação em reuniões radiológica e de casos no-vos; avaliação criteriosa para precaução de possíveis complica-ções; agendamento de exames e de avaliações específicas aos pacientes com doença do enxerto contra o hospedeiro ou outras complicações. O Ensino é direcionado à capacitação da equipe de enfermagem, utilizando aulas demonstrativas e discussões de casos bem como à educação do paciente e família, através de brinquedo terapêutico e folders explicativos relacionados ao TMO e a seus procedimentos. A atuação relacionada à Pesquisa visa o aperfeiçoamento do conhecimento científico relacionado às novas terapias, participação na elaboração de pesquisas clíni-cas com contribuição da prática baseada em evidência. Quanto à Gestão , o foco é otimizar a eficácia e a viabilidade do tratamento, incluindo monitoramento dos exames necessários durante e após o tratamento, interface com as equipes multidisciplinares, dentre outros e levantamento de custos em procedimentos específicos de TMO visando melhoria dos processos de gerenciamento. Re-sultados: Houve grande impacto na adesão dos pacientes ao término e posterior acompanhamento do tratamento; melhora na comunicação profissional de saúde/paciente/família; alta preco-ce; participação ativa em protocolos clínicos; desenvolvimento de instrumentos para avaliação de custos e melhora nos processos de gestão. Conclusão: Muitos desafios estão por vir, no entan-to, o que mantém este modelo em constante construção são os resultados já observados na qualidade do cuidado prestado aos pacientes e suas famílias.

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TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs (TcTH) EM crIAnÇAs MEnOrEs dE 3 AnOs: EX-pErIÊncIA dE 10 AnOs dO sErVIÇO dE TrAnspLAn-TE dE MEduLA ÓssEA dA unIVErsIdAdE fEdErAL dO pArAnÁ (sTMO Hc ufpr).

Koliski A , Gomes R , Marinho D , Loth G , Ribeiro L , Cat I , Pasquini R , Nichele S , Kuwahara C , Bonfim C

STMO da Universidade Federal do Parana

Introdução: A sobrevida pós TCTH tem melhorado considera-velmente nos últimos anos devido aos avanços nos cuidados su-portivos e melhor seleção de pts. Entretanto o TCTH para crian-ças muito pequenas têm complicações especificas geralmente relacionadas ao metabolismo das drogas, a doença de base e a necessidade do cuidado intensivo. Objetivo: Avaliar a sobre-vida de crianças menores que 3 anos de idade submetidas a um TCTH em uma única instituição nos últimos 10 anos. Pacientes e Métodos: Análise retrospectiva do banco de dados de 83 pts < 3 anos de idade transplantados entre 03/2002 a 04/2012 no STMO HC UFPR . Foram analisados o gênero, a idade, grupo de doenças, tipo de doador, fonte de células, compatibilidade, presença ou nao de doença do enxerto contra o hospedeiro aguda e crônica, complicações e sobrevida global. Todos os pts foram acompanhados pelo grupo de intensivistas pediátricos deste serviço. Resultados: Das 83 crianças submetidas a um TCTH no período analisado, 63 (75,9%) eram meninos e 20 eram meninas. A mediana da idade foi 17 meses (1-33 m). Período: 2002 a 2006: 39pts e 2007 a 2012 :44pts Diagnóstico: LLA:4pts LMA:5pts, MDS:1pt, LMMJ:4pts, AAS :4pts, Anemia de Blackfan--Diamond:1pt; Disceratose Congênita :1pt, Imunodeficiencias Congênitas:50pts (SCID:16 pts, Síndrome de Wiskot Aldrich: 22 pts, Linfohistiocitose familiar:4pts, outras imunodeficiências: 8pts), Mucopolissacaridoses: 5pts, Outras doenças metaboli-cas:2 pts, Osteopetroses: 6pts. Com relação ao tipo de doador houve o predomínio do grupo nao aparentado (56 pts)e a fonte de células foi medula óssea em 37 (44,57%) pts, sangue de cordão umbilical em 45 pts (54,21%) e 1 paciente recebeu medula óssea e sangue de cordão. Quarenta e seis pts receberam TCTH total-mente compatível, e 37 com algum grau de incompatibilidade. A DECH aguda grau II a IV ocorreu em 13/65pts avaliáveis e a DECH crônica limitada e extensa ocorreu em 4/64pts avaliáveis. As complicações mais freqüentes foram infecções bacterianas (34/83) e virais (54/83). A infecção fúngica foi encontrada em 5 pts. Vinte e nove pts morreram entre 6 e 808 dias pós TCTH com uma mediana de 81 dias. A principal causa de óbito foi in-fecção, seguida da falha de pega do enxerto. A incidência cumu-lativa de mortalidade relacionada ao transplante (MRT) aos 100 dias foi de 20% e não houve diferença estatística entre os pts transplantados entre 2002-2006 e 2007 e 2012 (23% x 17% res-pectivamente). 54pts estão vivos entre 60 e 3720 dias pós TCTH (M: 1928) com uma sobrevida global (SG) de 63% em 2 anos. Não houve diferença estatisticamente significativa na SG de pts transplantados com doenças malignas ou não malignas, tipo de doador, fonte de células ou época do TCTH. 70% das crianças transplantadas por imunodeficiências estão vivas e bem assim como 64% das crianças com doenças malignas. Conclusão: Nos últimos anos houve um aumento da complexidade e uma amplia-ção das indicações dos TCTH especialmente nesta faixa etária. Neste estudo observamos uma boa sobrevida global principal-mente nas crianças com imunodeficiências congênitas. Os TCTH realizados em crianças pequenas constituem um grande desafio para a equipe multidisciplinar e devem ser realizados em centros especializados e com uma equipe preparada para atendê-los.

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

105Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

AVALIAÇÃO dA dOEnÇA rEsIduAL MÍnIMA prÉ--TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpO-ÉTIcAs (TcTH) ALOGÊnIcO EM crIAnÇAs E AdO-LEscEnTEs pOrTAdOrEs dE LEucEMIAs AGudAs: EXpErIÊncIA dO sErVIÇO dE TrAnspLAnTE dE ME-duLA ÓssEA dO HOspITAL dE cLÍnIcAs dA unIVEr-sIdAdE fEdErAL dO pArAnÁ (sTMO Hc-ufpr)

Loth G , Azambuja AP , Kuwahara C , Nichele S , Ribeiro LL , Koliski A , Mousquer RATG , Pasquini R , Malvezzi M , Bonfim C

Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (STMO HC-UFPR)

Introdução: Nos últimos anos, houve uma mudança significativa na sobrevida de pacientes (pts) com leucemias agudas submeti-dos a TCTH, com redução importante na taxa de mortalidade rela-cionada ao transplante, porém a recidiva ainda permanece sendo a maior causa de morte nestes pacientes. A avaliação de doença residual mínima (DRM) de medula óssea por citometria de fluxo é utilizada para detecção da presença de blastos em índices maio-res que 0,01%. Objetivos: Analisar o valor prognóstico da DRM pré-TCTH nas crianças e adolescentes submetidos ao TCTH por Leucemia Aguda. Sujeitos e Métodos: Análise retrospectiva de 81 pcts submetidos a TCTH em um única instituição entre 2005 e 2011. Idade: 1 a 18 anos (M:10 anos). Sexo: F/M: 31/50; Diag-nóstico: LLA: 48 x LMA: 33. Destes, 44 tinham DRM avaliável imediatamente pré-TCTH, sendo 32 pcts com LLA e 12 com LMA. Trinta pcts (68%) eram do sexo masculino e 14 do sexo feminino, com uma mediana de idade de 11 anos (1-18 anos). Quatorze pcts receberam transplantes de doador irmão compatível, 5 de doador aparentado alternativo e 25 de doador não aparentado (NAP). Fase da doença: Precoce (CR1 ou CR2): 31 pcts; Avan-çada (> CR2 ou em recaída): 13 pcts. Fonte de células: medula óssea: 32 pcts; sangue de cordão umbilical: 10 pcts; sangue pe-riférico: 2 pcts. Regimes de condicionamento: 30 pcts com LLA receberam CFA+TBI e 7 pcts com LMA receberam BU+CFA. A globulina anti-timocítica foi acrescentada nos pcts que recebe-ram TCTH de doadores alternativos ou NAP. Resultados: Dos 44 pcts analisados pré-TCTH, 26 estão vivos e bem entre 0,8 ano e 6 anos pós TCTH (Mediana:2,8 anos) com uma sobrevida global (SG) de 65,4% em 2 anos. Deste grupo, todos sobreviveram > 28 dias e foram avaliáveis para a pega. Três apresentaram falha de pega do enxerto. Os pcts com DRM positiva apresentaram uma incidência de recaída pós TCTH de 53%, contra 24% dos pcts com DRM negativa, demonstrando uma tendência a significância com p= 0,06. A sobrevida global em 2 anos dos pcts com DRM positiva é de 41%, enquanto em pcts com DRM negativa chega a 75%, com p= 0,038. Pcts com doença avançada (>CR2) apresen-taram uma incidência de recaída de 73% em 1 ano contra 26% dos pcts com doença precoce, com p= 0,01. A sobrevida global em 2 anos foi de 75% em pcts com doença precoce e 18% em pcts com doença avançada (p= 0,002). Conclusões e Comentários Finais: Provavelmente pelo tamanho da amostra deste presente estudo, conseguimos detectar apenas uma tendência de associação entre a DRM positiva pré-TCTH com um maior risco de recaída e menor sobrevida nestes pcts. Pcts com doença avançada tiveram um risco muito maior de recaída e uma menor sobrevida quando comparados aos pcts submetidos ao TCTH por doença precoce, independente da DRM pré transplante. Na literatura, os trabalhos demonstram que a presença de uma DRM positiva não deve ser considerada uma contraindicação para a realização do TCTH até que mais estudos sejam realizados em um número maior de pcts. Basea-dos nestes dados preliminares iniciaremos um estudo prospecti-vo para a avaliação do impacto da DRM pré-TCTH em pcts com leucemias agudas com o objetivo de implementar estratégias que possam reduzir a recaída pós TCTH. 219__________________________________________

TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOIÉTI-cAs (TcTH) pArA IMunOdEfIcIÊncIA cOMbInAdA GrAVE (scId): AnÁLIsE dE 22 pAcIEnTEs TrAns-pLAnTAdO EM uMA ÚnIcA InsTITuIÇÃO - sErVIÇO dE TrAnspLAnTE dE MEduLA ÓssEA dO HOspITAL dE cLÍnIcAs dA unIVErsIdAdE fEdErAL dO pArA-nÁ (sTMO Hc-ufpr)

Nichele S , Kuwahara C , Loth G , Ribeiro L , Koliski A , Mousquer R , Pasquini R , Marinho D , Cat I , Bonfim C

Universidade Federal do Paraná

Introdução: As síndromes de imunodeficiência combinada grave (SCID) são doenças raras causadas por defeitos genéticos que determinam ausência da função de linfócitos T, com ou sem fun-ção de linfócitos B e NK. A menos que se realize o transplante de medula óssea para reconstituição imunológica, costuma le-var ao óbito dentro do 1ºe 2ºanos de vida em decorrência de infecções oportunistas. Objetivos: Analisar retrospectivamente os dados de 22 pacientes (ptes) transplantados para SCID no STMO HC-UFPR quanto aos seus aspectos epidemiológicos e ao resultado do transplante. Material e Métodos: Período: 05/1998 a 02/2012. 4/21:F, 17/21:M. Idade: 1,5 a 40,5 meses (mediana de 10,5 meses). Tipo TCTH: aparentado (AP):11/21, não-aparentado (NA):10/21. Condicionamento: nenhum 9/22, Bussulfano (Bu) 16 + Ciclofosfamida (Cy) +/- Globulina Antitimocítica (ATG): 2/22, Bu8 + Fludarabina (Flu) 3, somente Bu 4, outro regime 4. Com-patibilidade: 11/21 compatíveis e 10/21 com alguma incompati-bilidade. Fonte de células: Medula Óssea (MO) 14/21 e Sangue de Cordão Umbilical (SCU) 8/21. Média de Células Nucleadas Totais Infundidas: MO: 6,14 x 108/Kg e SCU: 8,23 x 107/Kg . Todos os pacientes receberam antibióticos profiláticos de acordo com a rotina do serviço Resultados: Dentre os pacientes ava-liáveis , a maior proporção de pega completa foi observada no grupo que recebeu bussulfano (6/8). Quimerismo: 5/18 completo e 13/18 misto. 6/12 desenvolveram Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH) aguda grau II-IV e 2/12 DECH crônica ex-tensa. No momento nenhum apresenta DECH aguda ou crônica. Apenas 1 paciente ainda recebe imunoprofilaxia. 3 pacientes fo-ram retransplantados. Infecções virais e bacterianas ocorreram em 16/21 ptes e juntas foram responsáveis por 50% dos óbitos. 14/21 apresentavam BCGíte pré-TCTH e houve reativação em 13/21 , sendo que 2 ptes apresentaram micobacteriose disse-minada e destes, 1 ainda se encontra em tratamento com mais de 100 dias pós-TMO. Apenas 2 pacientes ainda necessitam de Imunoglobulina G intravenosa. 14/21 ptes estão vivos e bem entre 14 e 4031 dias pós transplante. A sobrevida global foi de 66,7% em 11 anos. Não houve diferença estatisticamente sig-nificativa em relação à fonte de células, ao tipo do doador e à idade da criança em meses no momento do TCTH. Mortalidade Relacionada ao Transplante em 100 dias: 24,8%. Conclusão: Os resultados do TCTH neste pequeno grupo de pctes ainda são inferiores quando comparados aos da literatura. Além do encami-nhamento tardio existem poucos leitos disponíveis para o TCTH neste tipo de pcte o que retarda ainda mais o tratamento curativo. Em nosso meio a BCGíte/Micobacteriose disseminada compõem importante causa de morbidade.

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Temas livres/Abstracts - Transplante Pediátrico

106 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):99-106

TrAnspLAnTE dE cÉLuLAs-TrOncO HEMATOpOÉTI-cAs EM pAcIEnTEs cOM dOEnÇA GrAnuLOMATOsA crÔnIcA TrATAdOs cOM cOndIcIOnAMEnTO dE InTEnsIdAdE rEduZIdA – EXpErIÊncIA cOM 3 pA-cIEnTEs dE ALTO rIscO

Fernandes JF1,2, Kerbauy FR1, Ribeiro AAF1, Esteves I1, Cunha JM3, Vince CSC1,2, Zamperlini-Netto G1,2, Azambuja AMP1,2, Rocha V2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto da Criança - HCFMUSP3Universidade Federal do Rio de Janeiro

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é tratamento curativo em pacientes com doença granuloma-tosa crônica (DGC), porém a presença de infecções graves anterio-res ou no momento do transplante pode comprometer significativa-mente o prognóstico destes transplantes. O desenvolvimento pelo grupo Europeu de um regime de condicionamento de intensidade reduzida tem tido grande sucesso no tratamento destes pacientes de alto risco. Objetivo: Avaliar a eficácia e a toxicidade de um regi-me de intensidade reduzida em pacientes com DGC e alto risco de infecções no momento do transplante. Material e Métodos: Relato de 3 casos de pacientes com DGC tratados com o novo protocolo do grupo europeu de estudos em imunodeficiências primárias. De 2009 a 2011, 3 pacientes portadores de DGC ligada ao X (1, 5 e 14 anos) foram submetidos a TCTH na unidade de TMO do Hospi-tal Albert Einstein e do Instituto da Criança do HCFMUSP. Os três pacientes tinham história de doenças infecciosas graves anterior-mente ao transplante (abscessos hepáticos; pneumonias fúngicas por Aspergillus sp e Paecylomyces ; osteomielite por s. marcenses, pseudomonas sp e klebsiella sp) e um paciente tinha uma Asper-gilose pulmonar com granulomatose, ativa no momento do trans-plante. Dois pacientes foram transplantados com doadores irmãos HLA-idênticos e um paciente foi transplantado com um doador não--aparentado totalmente compatível (10/10). Os 3 pacientes rece-beram quimioterapia de condicionamento com fludarabina 180mg/m2, bussulfano intravenoso (BuIV) com dose alvo de 50 a 70 mg/L x h. Os pacientes com doadores aparentados receberam globuli-na anti-timocítica de coelho (7,5mg/Kg) e o paciente com doador não-aparentado recebeu alemtuzumabe (0,5mg/Kg). O enxerto foi medula óssea nos 3 casos. A profilaxia de DECH foi feita com ci-closporina e micofenolato mofetil. A profilaxia de SOS foi feita com ácido ursodesoxicólico. Resultados: Com relação à dosagem de bussulfano: o primeiro paciente recebeu 5 doses de BuIV de 2mg/Kg (10mg/Kg), com AUC obtida de 70 mg/Lxh; o segundo paciente recebeu 3 doses de 2mg/Kg e 3 doses de 2,7mg/Kg (14mg/Kg), com AUC obtida de 55 mg/Lxh e o terceiro paciente recebeu 3 doses de 1,6mg/Kg e 3 doses de 2mg/Kg, com AUC de 50 mg/Lxh. Os 3 pacientes tiveram pega neutrofílica em 14, 18, e 21 dias após o transplante e 2 pacientes tiveram pega plaquetária após 21 e 23 dias (um paciente teve número mínimo de plaquetas de 37. 000/mm3). Atualmente o quimeirismo é completo em 2 pacientes, e misto e estável (70-80% doador) em um paciente. Um paciente desenvolveu DECH de pele grau I e foi tratado somente com es-teróides tópicos. Nenhum paciente desenvolveu quadro infecioso grave no momento do transplante ou teve reativação de infecções anteriores. Os três pacientes tiveram mucosite de grau moderado, nenhum paciente teve toxicidade hepática (SOS). Os três pacientes estão vivos há 6, 8 e 23 meses após transplante, e os testes de dihi-drorodamina mostram atividade normal. Conclusão: Nos 3 casos relatados, não houve nenhuma reativação pós-transplante de infec-ções previamente apresentadas pelos pacientes. O condicionamen-to de intensidade reduzida com dosagem da AUC do bussulfano foi extremamente bem tolerado e é eficaz para pacientes com doença granulomatosa de alto risco. 221__________________________________________

duAs pArTIcuLArIdAdEs dO TrAnspLAnTE dE sAnGuE dE cOrdÃO uMbILIcAL pArA duAs GÊMEAs unIVITELÍnIcAs cOM LInfOHIsTIOcITOsE HEMOfA-GOcÍTIcA fAMILIAr: dIVIsÃO dE uMA unIdAdE En-TrE duAs pAcIEnTEs E IMpOrTÂncIA dA dOsAGEM dE bussuLfAnO pArA O sucEssO dO TrAnspLAnTE

Fernandes JF1,2, Kerbauy FR1, Ribeiro AAF1, Esteves I1, Kondo AT1, Dorna MB2, Jacob CMA2, Carneiro-Sampaio M2, Rocha V2, Hamers-chlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto da Criança - HCFMUSP

A linfohistiocitose hemofagocítica familiar (LHHF) é uma imu-nodeficiência primária caracterizada pela reação exacerbada e ineficiente à infecções e é fatal se não tratada com transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH). Entre outras mani-festações da doença, pode haver acometimento hepático, com hepatoesplenomegalia e alterações de enzimas hepáticas, o que pode comprometer os resultados do TCTH. Relato de casos: Aos 2 meses, 2 gêmeas univitelínicas receberam vacinação contra poliomielite, pneumococo e rotavirus. Dois dias após, a primeira gemelar evoluiu com febre, hepatoesplenomegalia, bicitopenia, aumento de transaminases, hiperferritinemia e hipertrigliceride-mia. Feita hipótese de síndrome hemofagocítica, foi encaminha-da ao nosso serviço onde foi feito diagnóstico de LHHF com identi-ficação da mutação do gene da perforina. A segunda gemelar teve apenas 1 pico febril e bicitopenia leve, e foi diagnosticada com a mesma mutação. Iniciaram tratamento com ciclosporina, etoposi-de e dexametasona, conforme protocolo HLH-2004. A primeira ge-melar evoluiu com resposta parcial, mas teve progressão dos sin-tomas com acometimento de SNC, sendo feito terapia de resgate com globulina anti-linfocítica. A segunda gemelar teve boa respos-ta ao tratamento com o protocolo HLH 2004. Foi encontrada uma unidade de sangue de cordão umbilical (SCU) com compatibilida-de 6/6 para as duas pacientes. A dose de células nucleadas totais (CNT) era de aproximadamente 25 CNTx107/Kg para uma das pacientes. Com isso, foi decidido infundir a mesma unidade de SCU dividida para as duas. Após o condicionamento com fludara-bina, alemtuzumabe, thiotepa e bussulfano (BuIV) com dosagem da AUC, a unidade de SCU foi dividida em duas partes. A primeira gemelar recebeu bolsa com 12 x107 CNT/Kg (11 x105 CD34+/Kg) e a segunda recebeu bolsa com 10x107 CNT/Kg (9,5x105 CD34+/Kg). A profilaxia da DECH foi feita com ciclosporina A e esteróides. Dosando o BuIV para condicionamento mieloablativo, o alvo é de 85 a 95mg/Lxh. A segunda gemelar recebeu 4 doses de 5mg/Kg, tendo AUC calculada de 86,72mg/Lxh; já a primeira gemelar recebeu as 2 primeiras doses de 5mg/Kg e a AUC calcu-lada em 2 doses foi de 57,86mg/Lxh, sendo necessária redução das 2 doses subseqüentes para 2,2mg/Kg (totalizando AUC de 85mg/Lxh). Ambas evoluíram com reativação do citomegalovi-rus. A primeira gemelar desenvolveu uma aspergilose pulmonar provável tratada com voriconazol. A recuperação neutrofílica foi alcançada 33 e 35 dias apos transplante e a plaquetária, em 48 e 54 dias. As pacientes estão hoje há 7 meses pós-transplante, em bom estado geral e com quimeirismo completo. Discussão e Conclusão: O TCTH em duas gêmeas univitelínicas nos pro-piciou a oportunidade de estudar 2 aspectos particulares deste transplante. A divisão de uma unidade de cordão umbilical para as duas pacientes foi suficiente para restaurar a hematopoiese e para o controle da doença de base. Apesar da mesma carga genética, a dosagem de BuIV mostrou grande variação entre as duas. A primeira gemelar teve a dose de BuIV reduzida pela me-tade para obter a mesma AUC final que sua irmã. Este dado cor-robora a necessidade da dosagem do bussulfano para assegurar a enxertia e reduzir a toxicidade do TCTH.

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

107Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

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índICe reMIssIVo

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

108 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

AA M, .......................................120Abdelhay E, ...........................37, 40, 41, 123, 138, 149Abreu LVS, ............................207, 212Aguiar SDS, ...........................207, 212Al S, .......................................120Albuquerque MFPM,..............29Aldiguieri I, .............................5Alegre VR, .............................101Alencarjr AM, .........................187Almeida EA, ...........................97, 146Alonso E, ...............................33Alvarez KCA, .........................112, 113, 116Alves G, .................................86Alves GA,...............................109Alves HV, ...............................13Alves MS, ..............................187Alves WR, ..............................38Amorim JSD, .........................76, 97Andrade PD, ..........................38Angeli MH, .............................42, 43Antunes LA, ...........................162Aranha FJP, ...........................38, 52, 119, 133, 134, 135, 163Aranha JFP, ...........................16Araujo BSGSP, ......................125Araujo ICC, ............................112, 113Araujo MAS, ..........................150Araújo AB,..............................42, 43Araújo AS,..............................24, 26, 30Araújo BSGSP, ......................147, 150Araújo VA, ..............................82, 84Araújo VD, .............................162Arrais CA, ..............................47, 48, 82, 83, 84Assis G, .................................60, 81Atta EH, .................................123, 142Avelino VSS, ..........................93, 213Ayo CM, .................................23, 65, 68Azambuja AMP, .....................217Azambuja AP, ........................6, 7, 39, 44, 218Azevedo AM, .........................140Azevedo WM, ........................124, 165, 166, 169

BBach S, ..................................39Bagnato VS, ..........................108Baptista IMFD, .......................13Barban A, ...............................69, 69, 70, 70, 133, 135Barbosa J, .............................55Barbosa R,.............................40Bardi MS, ...............................46Barison M, .............................8Barjas-Castro ML,..................134Barreira AA, ...........................189Barros CP, .............................94Barros DP, .............................50, 92, 93, 161, 162, 214, 216Barros GMN, ..........................114, 117, 164, 167, 168,...............................................170, 173, 174, 179, 180,...............................................183, 186, 189, 208Barros JC,..............................1, 121Barros JCA, ...........................103, 104, 105, 133, 135Barroso JRPM, ......................24, 26, 30

Basso FG,..............................108Bautzer VRV, .........................202Bellintani EC, .........................14Bello BEC, .............................52Beltrame MP, .........................6, 39, 44Berriel LGS, ...........................155Bettoni AC,.............................23Bicalho MG, ...........................28, 32, 35Bitencourt M, .........................197Bitencourt MA, .......................137, 143, 194Bittencourt H, .........................193Bittencourt J,..........................209, 210, 211Bittencourt MA, ......................7Bittencourt R, .........................125Bittencourt RI, ........................74Boer CC, ................................119Bohn LN,................................109Boller S, .................................122Bonfim C, ...............................137, 194, 197, 217, 218, 219Bonfim CMS, .........................54Bonilha TA, ............................9Bonon SHA, ...........................38, 45Borges C,...............................140Borges V, ...............................77Bouchabki G, .........................87, 88, 89Bouzas LF, .............................37, 40, 49, 123, 138, 140, 149Bouzas LFS, ..........................85Braga FHP, ............................85Braga FTMM, .........................62, 71, 136, 181Brandão ECM, .......................51Brum DE, ...............................8Brunetta DM, .........................213Brunetto A, .............................209, 210, 211Bub C,....................................10, 31, 33Bub CB, .................................145

CCamandoni VO, .....................152, 154, 155, 157, 158, 160, 176,...............................................178, 182, 184, 185, 187, 188, 190,...............................................196, 198, 199, 200, 201Camargo MPN, ......................1, 121Campiotto S, ..........................27Campos EF, ...........................12, 14Campos MM, .........................41Campos TCXB, ......................112, 113Campregher PV, ....................145Candolo AA,...........................174Caon C, .................................4Cappellano P, ........................75Capra MS, .............................8Cardoso PN, ..........................113Cardozo DM, .........................16, 163Carlesse F,.............................93Carlucci VDS, ........................181Carneiro MA, .........................97Carneiro-Sampaio M, ............221Carvalho EC, .........................71Carvalho MG, ........................24, 26, 30Casagrande E,.......................91Cascabulho CM, ....................41, 49

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

109Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

Castanho LC,.........................136Castro CG,.............................210, 211Castro MS,.............................73, 74Castro R, ...............................140Castro V, ................................134Cat I, ......................................217, 219Cavalcante TCRR, .................53Cereco FVM, .........................52Chahud F, ..............................174Chiaia JMC, ...........................132Chiattone CS, ........................1, 121Chinen LTD, ...........................160, 201Ciappina R, ............................46Ciglio AC, ...............................98, 99Cintra ML, ..............................66, 67Ciocari J,................................46Ciocari JMC, ..........................91Cipolletta ANF, .......................116Cita RF, ..................................11Codogno L, ............................52Colaco R, ...............................60, 81Colares M, .............................149Colesanti MV, ........................112, 113Coletto ELO, ..........................122Colluco NM, ...........................46Colomarte ML, .......................76Colturato V, ............................194, 197Colturato VAR, .......................124, 141, 165, 166, 169, 203Coracin FL, ............................69, 70, 101, 133, 135Correa MEP, ..........................66, 67Correa PM, ............................73Correia IM, .............................91Corrêa BM, ............................29Corrêa MEP, ..........................119Corrêa PM, ............................74Cortez AJP, ............................133, 135Costa CAS, ............................108Costa EBO,............................115Costa LSS, ............................98, 99Costa SCB, ............................38, 45Costa SRC,............................38Costa-Silva C,........................134Costantino PR, ......................28Cota GF, ................................146Coulturato V, ..........................10Couri CEB,.............................111, 114, 173Coutinho MA, .........................130, 131Covas DT, ..............................9, 44, 111, 115, 213Crusoe EQ, ............................1, 121Cruz LAP, ...............................55Cunha FP, ..............................36Cunha JM, .............................220Cunha RLG,...........................164Curcioli ACJV, ........................179Curcioli ACVJ,........................183Curciolli AC, ...........................170, 186Cury P, ...................................1, 121

D Dalmazzo LF, .........................130, 131Dalálio MMO, .........................68Dantas FER, ..........................147, 148Dantas LV, .............................14Dantasc FER, ........................150Darrigo-Junior LG, .................117, 167, 168, 170, 179, 189, 208Daudt L, .................................73, 74Daudt LE,...............................125De-Santis GC, .......................111Delattre ERP, .........................2, 3Dias CG, ................................216Dias JBE, ...............................164, 167, 170, 174, 179, 183,...............................................186, 189Diez-Garcia RW, ....................51Diniz C, ..................................41Domingues F,.........................162Donadi EA, ............................11Dorna MB, .............................221Dornelles LN, .........................25Duarte AM,.............................216Duarte FB, .............................147, 148, 150Dubugras TT, .........................66Dulley FL, ..............................69, 70, 101, 133, 135Dutra FG, ...............................5Díppolito S, ............................77

e Eckert RG, .............................109Eid KAB, ................................207, 212Elias JB,.................................117, 168, 173Emmel V, ...............................149Escanhoela CAF, ...................67Estevam-Filho W, ..................52Esteves I, ...............................159, 220, 221Esteves MFV, ........................127, 128Eulalio ES, .............................147, 150

FFagundes T, ...........................139, 151Fagundes TS, ........................153Falcão RP, .............................167Fanelli MF, .............................152, 154, 155Farah N,.................................137Farias KCM, ...........................114, 173Faune CC, .............................46, 91Fava FCS, .............................148Fava VM, ...............................13, 19Feio PS, .................................119Feliciano JV, ..........................117, 208Feliciano JVP, ........................164, 167, 168, 170, 174, 179,...............................................183, 186, 189Felix JVC, ..............................122Felix O, ..................................161Fermino FA, ...........................5Fernandes ATS, .....................213Fernandes DAC, ....................86Fernandes JF, ........................87, 88, 89, 99, 220, 221Fernandes KS,.......................61

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

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110 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

Ferraz PD, .............................86, 171, 175Ferraz ST, ..............................177Ferreira DR, ...........................97Ferreira GL, ...........................37, 40, 138Filho HLAS, ...........................24, 26Filho VO,................................87, 88, 89, 202Fiorini V, .................................139Fischer G, ..............................73, 74Fischer GB,............................125Fmb T, ....................................120Fonseca H, ............................150Fonseca SM, .........................75, 110Fontes AM, ............................115Fortier S, ................................77Fracalossi MG, ......................79, 80Fraga CGS, ...........................8Franca MA, ............................11Franceschi DS, ......................19Franciscoparazzi PL, .............212Franco JC, .............................38Freire NCB, ............................147Freitas IS, ..............................58Freitas VGM, .........................76Fundato CT, ...........................92, 93Funke VAM, ...........................137, 139, 143, 144, 151, 153Furlan JM,..............................42, 43Furtado VF, ............................151, 153Félix OMWO, .........................50, 162, 214

GGalati PC, ..............................51Gama B, ................................149Garbin LM, .............................62, 129, 136, 181Gatiboni T, .............................209, 210, 211Gelinski JR, ...........................46Geraldi F, ...............................207, 212Geraldo BLSS,.......................86, 96, 171, 175Gerbase-Delima M, ...............12, 14Getz J, ...................................25Gigliotti CB,............................11Ginani V, ................................161Ginani VC, .............................50, 92, 93, 162, 214, 215, 216Gomes B,...............................41Gomes BE, ............................37, 138Gomes R, ..............................217Goncalves CG, ......................91Gordan LN, ............................61, 91Gouveia R,.............................161Gouveia RV,...........................50, 92, 93, 162, 214, 215, 216Grecco CES,..........................9Gregianin LJ, .........................79, 209, 210, 211Gregorio S, ............................31Gregório S, ............................33Grenzi PC, .............................12Grilo VB, ................................165, 166, 169, 203Grosso T, ...............................98, 99Guilherme M, .........................52Guimarães F, .........................16, 163Guimarães RFC,....................215Gullin AC,...............................45Guollo A, ................................185

HHaddad SK, ...........................115Hamerschlak N, .....................10, 33, 99, 116, 145, 159, 195,...............................................202, 220, 221Hassan R, ..............................140, 149Hebling J,...............................108Higashi F, ...............................1, 121Holanda-Cavalcanti A, ...........12Hora AS, ................................17, 18Hs D, ......................................120Hue MI, ..................................10, 27Hungria VT, ............................1, 121

IIbanez A,................................161Ibanez ASS, ...........................50, 92, 93, 162, 214, 215, 216Ikeuti PS, ...............................215Ikoma MRV, ...........................124, 165, 166, 169, 206Ioshii S, ..................................139, 153Ito FA, ....................................61Ito GM, ...................................171, 175Izu M, .....................................85

JJacob CMA, ...........................221Jarduli LR, .............................13Jr AAJ, ...................................180Jr AM, ....................................47Jr BPAP, .................................9, 213Jr CGC, ..................................209Jr VCAF, ................................45Juchem F, ..............................102Junior CTM, ...........................11Junior LGD, ...........................183, 186Junior OR, .............................2, 3Junior RDRL, .........................111Justus JP, ..............................39, 44Júnior OR, .............................95

KKaufman J, ............................147, 148, 150Kerbauy FR, ..........................159, 195, 202, 220, 221Khouri VY, ..............................180Kiyamu AR, ............................15, 34, 63Koliski A, ................................217, 218, 219Kondo A, ................................10, 33Kondo AT, ..............................112, 113, 116, 145, 221Kurachi C, ..............................108Kutner JM, .............................33, 112, 113, 116, 202Kuwahara C, ..........................217, 218, 219

LLandim SV, ............................150Lara VS,.................................141Laselva CR, ...........................98Lavado EL, ............................46Leite FS, ................................166, 169, 203Leitão JPV, ............................147, 148, 150Lerner D,................................140, 149

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

111Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

Liberatore-Junior RDR,..........114Lieber SR,..............................16Lima ACM, .............................25Lima DH,................................60, 81Lima L, ...................................31Lima LG, ................................41, 49Lima VCC, .............................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,...............................................176, 178, 182, 184, 185, 187, 188,...............................................190, 196, 198, 199, 200, 201Lodi FM,.................................146, 191, 192Lopes EPA, ............................29Lopes GS,..............................147, 148, 150Lorand-Metze I, .....................36Loss J, ...................................209, 210, 211Loth G, ...................................194, 197, 217, 218, 219Lourenão VC, ........................2, 3Luize PB, ...............................55

MM N, .......................................120Macedo AV, ............................146, 191, 192, 193Macedo EM, ..........................202Macedo MCMA, .....................86, 96, 171, 175Machado CM, ........................124, 165, 166, 169, 203Machado FD, .........................4, 102Machado LE, .........................62Machado LN, .........................154Macêdo MB, ..........................24, 26, 30Madeira MIA, .........................130, 131Magalhães DAR, ...................115Maia JE,.................................102Malvezzi M, ............................6, 7, 39, 44, 137, 139, 143,...............................................151, 153, 218Mangueira C, .........................31Mantoani CC,.........................136Maradei S, .............................140, 149Marangon AV, ........................16, 163Marchioro MK, .......................211Marco R, ................................12, 14Marcos EVC, .........................13Marek F, .................................4Margatho AS, .........................136Marinho D, .............................217, 219Marques C, ............................124Marques DAOB, ....................2, 3Marques DLOL, .....................85Marques J, .............................93Marques JF, ...........................216Marques KCVDS, ..................104, 105Marques KCVS, .....................103Marques LAS, ........................64Marret ACF,............................1, 121Marriel M, ...............................193Marson AP, ............................91Marti LC, ................................116Martinez M, ............................27Martinez MR, .........................27Martinho GH, .........................132Martininez M, .........................10Martins E, ..............................39Martins FTM, .........................129

Martins LNG, .........................46Martins MAN, .........................82, 84Martins RM, ...........................48, 82, 83, 84Masaki V, ...............................10Mastropietro AP, ....................57Matos DM, .............................147, 150Mattar SB,..............................35Mauad LMQ, ..........................124Mauad M,...............................194, 197Mauad MA, ............................124, 141, 165, 166, 169, 203Maximiano ML, ......................91Mazieiro DA, ..........................112, 113Mazini PS, .............................19, 23Mazula CR, ............................126Medeiros EAS,.......................75Medeiros L, ............................7, 11, 194, 197Medeiros LA, .........................151Medina-Pestana JO, ..............12, 14Meija MM, ..............................143Mejia MM, ..............................144Melo CL, ................................76Melo LMMP, ...........................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,...............................................176, 178, 182, 184, 185, 187, 188,...............................................190, 196, 198, 199, 200, 201Melo MF, ................................25Mendes KDS, ........................136Mendrone A, ..........................48, 82, 83, 84Meneses C, ...........................209, 210, 211Menezes EP, ..........................17, 18Merces NNAD, .......................122Mercês NNAD, .......................54Mhs S, ...................................120Migotto KC, ............................198Mira MT, .................................13, 19Miranda AS, ...........................193Miranda E, .............................1, 121Miranda EC,...........................133, 135Miranda ECM,........................53, 67Modesto AP, ...........................60, 81Moerschberger MS, ...............102Moliterno RA, .........................20, 21, 22, 23Moncão AM,...........................52Monetta L,..............................86, 96, 171, 175Monte SJH, ............................26, 30Monte SJHD, .........................24Monteiro C, ............................92, 93Monteiro RMC, ......................94Moraes C, ..............................213Moraes DA,............................111, 114, 117, 164, 167,...............................................168, 170, 173, 174, 179...............................................180, 183, 186, 189, 208Moraes ME, ...........................10, 27Moraes MO, ...........................13Moraes RBN, .........................118Moragas S, ............................140Morais CCPL, ........................49Moreira ACA, .........................51Moreira LF,.............................115Moreira MC, ...........................142Moretto EA,............................127, 128, 129

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

112 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

Moretto FA, ............................134Morkis IVC, ............................79, 80Motta CH, ..............................27Moura FL, ..............................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,...............................................176, 178, 182, 184, 185, 188, 190,...............................................196, 198, 199, 200, 201Mousquer R, ..........................219Mousquer RATG, ...................218Mr L, ......................................120Muehlbauer E, .......................5Munhoz EC, ...........................32Musqueira PT,........................69, 70Muzzi GC, ..............................146Máximo MM, ..........................72

NNabarrete J, ...........................87, 88, 89Nabhan SK, ...........................143Nakashima SS, ......................159, 195Nery PS, ................................49Neto D, ..................................4Neto JMM, .............................24, 30Neto JZ, .................................137Neto OAM, .............................9, 213Neves FIR,.............................9Neves PZ, ..............................75Nichele S, ..............................217, 218, 219Nicolau JE, ............................133, 135Nilsen L,.................................106Nobre V, .................................132, 193Nogueira IE,...........................195Nogueira MC, ........................140Nogueira RMG,......................98Noguti EN, .............................20, 21, 22Novello E, ..............................39, 44Nucci M, .................................123, 140Nunes AJF, ............................141Nunes EC, .............................139, 151, 153Nunes RFM, ..........................172

OOdone V, ................................116, 145Oliva LV,.................................153Oliveira BGRB, ......................85Oliveira CF, ............................68Oliveira CT, ............................8Oliveira DC, ...........................112, 113Oliveira E, ..............................60Oliveira EA,............................57Oliveira EAF, ..........................202Oliveira EG, ...........................130, 131Oliveira M, .............................197Oliveira MC, ...........................180Oliveira MM, ..........................7, 143Oliveira RS, ...........................45Oliveira SB,............................107Oliveira TB, ............................187Oliveira V, ..............................87, 88, 89Oliveira-Cardoso EA, .............58, 64, 90, 100, 107, 118

Oloveira JSR, ........................75Orellana MD, .........................111, 115Orfao A, .................................7Orlandini GM, ........................78Orlandinini GM,......................4Orti-Raduan ESL, ..................141Ottoni EL,...............................125

PPacheco AG,..........................142Paivajr TF, ..............................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,...............................................176, 178, 182, 184, 185, 187, 188,............................................... 190, 196, 198, 199, 200, 201Pancielli PN, ..........................45Paraguassú-Braga FH, ..........49Parazzi PLF, ..........................207Pasquini R, ............................7, 44, 137, 139, 143, 151, 153,...............................................194, 197, 217, 218, 219Paton EJA,.............................127, 128Paveukiewicz P, .....................59Paz A, ....................................73, 74, 125Pedebos GL,..........................78, 79, 80, 102Pedro B,.................................92, 93Penitenti M,............................124Pereira AAR, ..........................158, 160, 176, 178, 182, 185,...............................................187, 188, 190, 199, 200, 201Pereira AC, ............................13Pereira EA, ............................20, 21, 22Pereira FB, ............................5Pereira KRC, .........................72Pereira NF,.............................22, 25Pereira S,...............................33Pereira TDM, .........................171, 175Pereira VPO, .........................127, 128Peres AL, ...............................1, 121Peres RMB, ...........................38, 45Peres VP, ...............................15, 34, 63Perlingeiro R, .........................44Perobelli L,.............................103, 104, 105Petlik MEI, .............................83Petrilli AS, ..............................162, 215Pieroni F,................................117, 164, 167, 168, 170, 173, 174,...............................................179, 180, 183, 186, 189Piloneto D, .............................137Pimentel JL, ...........................6Pinheiro CCG, .......................47Pinheiro F,..............................33Pinto DO, ...............................37Pinto EC, ...............................55Pinto JDA,..............................49Piovezan BZ, .........................25Pitombeira MS, ......................150Pizzatti L, ...............................40Poerner F, ..............................32Polis LB, ................................9, 213Pontes DS, ............................92Pontes ER, ............................95Pontes GN, ............................27Prado FAC, ............................57Prado FMLN, .........................46Prata KL,................................111, 114, 213

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

113Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

QQueiroz PM,...........................61Quero AA, ..............................1, 121Quintiliano V, .........................92, 93Quiroga MR, ..........................25

RRabelo YS, ............................168Ramires J, .............................149Ramos CF, .............................134Ramos FS,.............................15, 34, 63Ramos GB, ............................13Ramos MM, ...........................25Rampim GF, ...........................12, 14Rapanello EG, .......................15, 34, 63Reis AC,.................................82, 84Reis PG, ................................19, 23, 68Reis-Alves SC, ......................36Remuska L, ...........................93Resende GYT, .......................32Rezende MA, .........................37, 138Ribeiro A, ...............................33, 159, 195Ribeiro AAF, ...........................112, 113, 116, 220, 221Ribeiro KL, .............................103, 104, 105Ribeiro L, ...............................194, 197, 217, 219Ribeiro LA, .............................50, 92, 93, 214, 216Ribeiro LL, .............................218Ribeiro RA, ............................147, 150Rigoni L, ................................73, 74Rigoni LDC, ...........................125Rinckjr JA, .............................187Rocha FF, ..............................36Rocha MT, .............................39Rocha V, ................................87, 88, 89, 220, 221Rocha VCS, ...........................193Rodrigues C,..........................65Rodrigues GHC, ....................185Rodrigues JF,.........................159, 195Rodrigues MCBO, .................183Rodrigues MCO, ....................106, 111, 114, 117, 164, 167, 168,...............................................170, 173, 174, 179, 186, 189, 208Rodrigues NAF, .....................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,............................................... 176, 178, 182, 184, 190, 196,...............................................198, 199, 200, 201Rohr SS, ................................171, 175Rojz JCC, ..............................215Romagnoli A, .........................130, 131Romanelli RMC, ....................132Romani SO, ...........................149Romanini S, ...........................165, 166, 169Romanini ST, .........................203Romero M, .............................27Rosa SEA, .............................20, 21, 22Rosseto E, .............................31Rossi CL, ...............................45

Rossine SM, ..........................127Roz S, ....................................31Rudnick CC, ..........................19Ruiz MA, ................................133, 135Rumiato AC, ..........................61, 91Röhsig LM, ............................42, 43

sSaboya R, ..............................133, 135Saito MH, ...............................15, 34, 63Sakashita AM,........................112, 113, 116Salton GD, .............................42, 43Sampaio M, ...........................1, 121Santiago SP, ..........................148Santini A, ...............................209, 210, 211Santis GC, .............................9, 213Santoro ALR, .........................146Santos ACFD, ........................71Santos AVPD, ........................86Santos CF, .............................101Santos DRD,..........................54, 59Santos ELD, ..........................79, 80Santos FNCD, .......................202Santos FP, .............................159, 195Santos FPS, ..........................202Santos GR, ............................139, 151, 153Santos LCS, ..........................17, 18Santos LD, .............................74Santos MA, ............................100Santos MAD, .........................57, 58, 64, 90, 107Santos MFDD, .......................171, 175Santos PSS, ..........................141Santos RM, ............................82, 84Santos SVF, ...........................116Santos VD, ............................4Scheliga A,.............................149Schirmer MR, .........................123Schluga Y, ..............................39, 44Schmalfuss T, ........................42, 43Scomparim RC, .....................53, 56Scrideli CA, ............................9Seber A, .................................50, 92, 93, 116, 161, 162,...............................................213, 215, 216Selistre S, ..............................209, 210, 211Sell AM, .................................19, 23, 65, 68Setubal DC, ...........................139, 143Shcaira VRL, .........................66, 119Silla LMR, ..............................73, 74, 125Silva AA, ................................119Silva AF, .................................79, 80Silva AG, ................................50, 161, 211Silva AS, ................................24, 26, 30Silva COE, .............................65Silva CSS, .............................152, 154, 178, 198Silva DLD,..............................46Silva EF,.................................15, 34, 63Silva JMP, ..............................109Silva JS,.................................35Silva KPF, ..............................8Silva LN, ................................95Silva MAA, .............................93

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

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Temas livres/Abstracts - Índice Remissivo

114 Rev Bras Hematol Hemoter. agosto 2012; 34(Supl. 1):107-114

Autores/Authors Trabalhos/Works Autores/Authors Trabalhos/Works

Silva MJBE, ...........................176, 182, 185, 187, 188,...............................................190, 199, 200, 201Silva N, ..................................39, 44Silva NR,................................55Silva PE, ................................5Silva PO,................................4Silva RB, ................................115Silva RC,................................47, 127, 128Silva RF, ................................16Silva RL, ................................86, 96, 171, 175Silva ROP, .............................146Silveira PAA, ..........................145Silveira RCCP, .......................62, 106, 129, 136, 181Simao S, ................................60Simione AJ,............................124, 165, 166, 169, 203Simões BP, ............................111, 114, 117, 164, 167, 168, 170, 173,...............................................174, 179, 180, 183, 186, 189, 208Simões P, ...............................161Simões PC,............................50, 214Sinamura LA, .........................151Sippert EA, ............................65, 68Soades LN, ............................102Soares AMR, .........................143, 144Soares LN,.............................78Soares RDA,..........................150Soares TCB, ..........................66, 67Sobrinho JJN, ........................202Sola CB, ................................137, 139, 143, 151, 153Sousa AM, .............................123, 142Sousa LCDM, ........................24, 26, 30Souto MAA, ...........................215Souza AC,..............................90, 100Souza CA, .............................16, 36, 38, 45, 56, 119, 133,...............................................134, 135, 163Souza CLEM, ........................145Souza FC,..............................13Souza FL, ..............................165Souza GM,.............................127, 128Souza JPD,............................5Souza MN, .............................86, 96Souza MP, .............................124, 141, 165, 166, 169,...............................................194, 197, 203Souza SR, .............................8Souza TS, ..............................27Spotorno GA, .........................78, 79, 80Stefanoff G, ...........................149Stein MR, ...............................102Stracieri ABPL, ......................114, 117, 164, 167, 168, 170, 173,...............................................174, 179, 180, 183, 186, 189, 208Sugawara EK,........................159, 195Suzuki J, ................................6Sá GR, ...................................98, 99

tTalamoni MS, .........................56Tavares R, .............................140, 149Tecchio C, ..............................4Tedesco-Silva H,....................12Teixeira AL, ............................193Teixeira GM, ..........................132, 146, 191, 192

Teixeira SRV, .........................130, 131Temin J, .................................14, 161Theodoro EC, ........................47, 48, 82, 83, 84Thiago LS, .............................49Timoner B, .............................10Tinoco-Araujo JE, ..................141Tirapelli B, ..............................75, 110Tolentino GS, .........................110Torres M, ................................10, 27, 31, 33Trigo FC, ................................46, 61, 91Tsuneto LT, ............................24, 30Turrioni APS, .........................108

uUrbano AS, ............................94

VV MC, .....................................36Val FC, ...................................31Valera ET, ..............................9, 213Vasconcelos CDA, .................79, 80Vaz GFB, ...............................76Velloso EDRP, .......................145Vergueiro C,...........................162Vergueiro CSV, ......................15, 34, 63, 77Vian R, ...................................3, 95Viani K, ..................................87, 88, 89Vieira AK, ...............................146Vieira GMM, ...........................152, 154, 155, 156, 157, 158, 160,...............................................176, 178, 182, 184, 185, 188, 190,...............................................196, 198, 199, 200, 201Vigorito AC, ............................36, 38, 45, 52, 53, 119, 133, 134, 135Villa PR, .................................86, 96, 171, 175Villela NC, ..............................92, 93Vince CSC, ............................220Vinick A, .................................31Virmond MCL, ........................13Visentainer JEL, ....................13, 16, 19, 23, 65, 68, 163Vogel C, .................................98, 99Voltarelli JC,...........................64, 111, 180, 203

WWagatsuma VMD, .................115Waisbeck TMB,......................98Watanabe RT, ........................152Weiss S, ................................6

XXavier DTS, ...........................20, 21, 22

ZZaghi FC, ...............................68Zalcberg I,..............................140, 149Zambianco MP, ......................56Zamperlini-Netto G, ...............217Zecchin V, ..............................161Zecchin VG, ...........................50, 92, 93, 162, 214, 215, 216Zeck SC, ................................28Zombrilli A, .............................164Zombrilli AF, ...........................106, 114, 117, 173Zuckermann J, .......................73, 74

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