Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse...

32
Abril de 2017 Edição: 367 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Páginas 16 e 17 Página 5 Página 32 CASCAIS CASCAIS Dia do Bombeiro Português em 28 de maio Dia do Bombeiro Português em 28 de maio Acordo histórico com Ministério da Saúde Quartéis formam cidadãos Quartéis formam cidadãos • Rede PEM completa este ano • Comandantes podem continuar no INEM • Reforço na formação TAS – ENB/INEM Foto: Marques Valentim Agualva-Cacém Pág. 10 e 11 Oleiros Pág. 14 e 15 Vila Franca de Xira Pág. 22 e 23 Vendas Novas Pág. 26 e 27

Transcript of Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse...

Page 1: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

A b r i l   d e   2 0 1 7   Edição:  367  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Páginas 16 e 17

Página 5

Página 32

CASCAISCASCAIS

Dia do Bombeiro Português em 28 de maioDia do Bombeiro Português em 28 de maio

Acordo histórico com Ministério da Saúde

Quartéis formam cidadãosQuartéis formam cidadãos

•  Rede PEM completa este ano•  Comandantes podem continuar no INEM•  Reforço na formação TAS – ENB/INEM

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Agualva-Cacém  Pág. 10 e 11

OleirosPág. 14 e 15

Vila Franca de XiraPág. 22 e 23

Vendas NovasPág. 26 e 27

Page 2: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

2 ABRIL 2017

Queremos aquilo que outros não queremA pergunta é pertinente

mas, a meu ver, também tem resposta fácil. Pode é

a solução não ser tão fácil, mas a Liga dos Bombeiros Portugue-ses tem vindo a reforçar a ne-cessidade das comissões distri-tais de reequipamento. Trata-se de questionar sobre a razão “porque queremos aquilo que outros não querem”, conforme o bombeiro Luis Rock avançou em artigo de opinião inserido recen-temente no “BPS”. A meu ver, artigo bem pensado, bem estru-turado e tema infelizmente oportuno.

O artigo é suscitado pelo co-nhecimento, nos últimos tem-pos, da aquisição, em França, de veículos florestais de comba-te a incêndios usados, alguns de 1993 ou até mais antigos. O próprio autor do artigo reconhe-ce que até a sua própria Asso-ciação dispõe de 5 viaturas nes-sas condições, razão pela qual, não emitindo propriamente crí-tica, não deixa de se questionar sobre a lógica desta situação, mesmo que, mesmo assim, fi-cando evidenciadas as vanta-gens técnicas e económicas de tal iniciativa.

Trata-se de uma questão an-tiga, diria secular, dado que, em abono da verdade, se coloca desde o início das próprias asso-ciações de bombeiros em Portu-gal.

Nenhuma delas nasceu desa-fogada e, em momento algum, dispôs exactamente daquilo que pretendia em circunstâncias, eu diria, normais. Quer dizer que a

obtenção de equipamentos e, no caso concreto, de viaturas, face à escassez dos meios ideais, esteve sempre envolvido em grandes doses de generosi-dade, apego, dedicação, impro-viso e também desenrascanço. Aponto todos esses epítetos sem qualquer carácter pejorati-vo, como alguns às vezes pre-tendem fazer crer mas, ao con-trário, como sinal evidente de dedicação e determinação em obter o possível para prestar melhor socorro. Foi sempre as-

sim e tem continuado a ser as-sim.

Diz-se que, quem não tem cão caça com gato, e os bombeiros são verdadeiros campeões nessa capacidade. Ao longo dos tem-pos, não dispondo dos meios, não deixaram de adaptar e ade-quar viaturas a novas funções e à instalação nelas de novas fer-ramentas e equipamentos.

Houve diferentes épocas. Houve o tempo das carretas, das macas rodadas, das bombas braçais, muitas vezes adapta-

das. Houve tempo da transfor-mação de veículos civis para o transporte de bombeiros e equi-pamentos de socorro. Houve tempo de aceitar antigas viatu-ras militares de diferentes for-matos e fins para autotanques, veículos de apoio, de combate ou de comando. Neste caso, até houve que lutar por matrículas e pela respectiva legalização das próprias viaturas. Houve tempo de aproveitar antigos autotan-ques de gasolineiras. Houve tempo de ir lá fora, em diferen-

tes épocas, a Espanha, Alema-nha, Holanda, Bélgica, e até aos Estados Unidos da América em busca de viaturas.

Perante a adversidade da es-cassez de recursos os bombeiros nunca baixaram os braços, nun-ca se deixaram vencer, nunca se resignaram. E, de uma maneira ou outra, buscaram sempre as soluções na certeza de que, não podendo alcançar o óptimo, ao menos conseguissem obter o possível.

A propósito, não posso deixar de saudar os extraordinários ar-tífices, e elogiar o seu denodo e esforço, que nas nossas associa-ções fizeram verdadeiros mila-gres ao longo de muitos anos. Na ânsia de poupar recursos e garantir a disponibilidade de meios, esses extraordinários bombeiros operaram verdadei-ros milagres na adaptação, ade-quação, recuperação e até res-tauro de muitas viaturas. Situa-ção que ainda hoje acontece e que tem merecido o elogio das próprias associações e comuni-dades locais.

E voltamos à questão posta pelo João Rock, ou seja, porque razão continua a ser necessário ir a outras paragens à procura das soluções que nem o Estado, nem já as verbas comunitárias satisfazem?

Ao longo do tempo houve sempre quem defendesse que caberia ao Estado prover as as-sociações de todas as viaturas de socorro necessárias com base na tipificação. Nunca assim aconteceu em termos globais.

O Estado tem satisfeito ape-nas algumas das necessidades mas muito aquém daquilo que pode ser considerada a dotação mínima.

As associações socorrem-se de meios próprios, de peditó-rios, das autarquias e dos ben-feitores para garantir tudo o resto, que é muito, em muitos casos a quase totalidade.

A tipificação, eu diria, nos termos em que é encarada e utilitariamente enunciada tem dias, ou seja, vai servindo para algumas teses, mas na realida-de nem defende nem satisfaz o que se pretende. Existe, na ver-dade, para condicionar muita coisa, mas obsta ou até dificulta a busca e o alcance de solu-ções.

Quantos viram viaturas chumbadas em candidaturas por “aparentemente” disporem de meios considerados suficien-tes pela tipificação. Todos sabe-mos que isso é um embuste, que a Liga dos Bombeiros Portu-gueses tem denunciado amiúde, mas que muitos têm evitado de-bater em profundidade e em conteúdo, como se costuma di-zer, assobiando para o ar.

Se, em muitos casos, os bombeiros não tentassem obter as viaturas usadas, em França e noutras paragens, o panorama seria bem pior. Isso é certo. Se é a melhor solução, obviamente que todos discordarão. De fac-to, não é a melhor solução mas é a possível à falta de melhor.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Não será a primeira vez que, nesta coluna, damos enfo-

que à importância ou ao con-tributo das associações huma-nitárias de bombeiros para a formação dos mais jovens, quer no âmbito das escolas de infantes e cadetes ou das ban-das e fanfarras, quer nas ações promovidas em contex-tos comunitário ou escolar.

São muitas as instituições a apostar nas mais diversifica-das iniciativas, a trabalhar em várias frentes, a testar novas estratégias, com o objetivo primordial de atrair crianças e jovens para os quartéis.

Sendo certo que importa acautelar o futuro e começar já, hoje, a fomentar o volunta-riado que possa dar continui-dade ao projeto, a verdade é que estas instituições são, aci-ma de tudo escolas de cidada-

nia, onde os mais jovens apreendem valores fundamen-tais. Solidariedade, compa-nheirismo são matérias impor-tantes a que se juntam traba-lho de equipa e o respeito pelo outro.

Os “Estágios de verão”, pro-movidos pelos Voluntários de Queluz, ou a atividade “Bom-beiros por 5 dias” que decorre durante as férias da Páscoa em quartéis de Norte a Sul do País, constituem um sucesso, não apenas pelo número cres-cente de participantes, mas pela forma como esta passa-gem pela causa marca e mui-tas vezes “agarra” os mais jo-vens.

Há alguns dias estivemos no quartel da Lourinhã, no distrito de Lisboa, onde 60 esforçados formandos de palmo e meio não só exibiam orgulho na far-

da que envergavam, como se mostram ávidos de conheci-mento, mas nem a responsa-bilidade com que assumiam este desafio lhes roubava a alegria e o sorriso. Interroga-dos sobre o futuro, ainda ma-nifestam as naturais dúvidas de que caminho seguir, quan-do todos são possíveis, contu-do, todas estas crianças e jo-vens reconhecem que esta é uma experiência que os muda, que os faz crescer e aprender “muitas coisas”. Curiosamente, até mesmo os mais rebeldes, referenciados pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en-trega, surpreendendo muitas vezes os professores e até própria família.

Ainda que o socorro seja a

mais importante das missões, a verdade é que são atribuídas aos bombeiros de Portugal muitas outras de cariz social, lúdico, cultural, desportivo e até ambiental. Mas estas ca-sas são ainda escolas de cida-dania para os homens e mu-lheres que as representam e

as dignificam, mas também para a comunidade, sobretu-do, para os mais novos que mais que conceitos e técnicas levam dos quartéis lições de vida que perdurarão na forma como se vão relacionar com o voluntariado, inserir em socie-dade e olhar o seu semelhan-

te. Desta forma, ainda que muitos destes “bombeiritos ocasionais”, não sejam os fu-turos soldados da paz, serão cidadãos melhores, mais conscientes e esclarecidos e, certamente, comprometidos com a causa.

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

Bombeiros (também) formam cidadãosFo

to: M

arqu

es V

alen

tim

Page 3: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

3ABRIL 2017

Cada ano, em balanço de cada Dispositivo Especial de Comba-te a Incêndios Florestais (DE-

CIF) anual e perspetiva para o se-guinte, a Liga dos Bombeiros Portu-gueses tem reiteradamente chamado a atenção para a necessidade de ade-quar esse modelo à realidade dos Bombeiros e das Associações, intro-duzindo-lhe importantes mudanças, incluindo a área financeira.

Em nosso entender, é fundamental acreditar e lutar por mudanças nesse Dispositivo, não por mera cosmética, mas para forma decidida serem enca-radas as questões estruturais que o enfermam e porque acreditamos que o próprio modelo sazonal que cobre, e nos termos em que se apresenta, está esgotado.

Em moção aprovada por unanimi-dade e aclamação no Conselho Na-cional da LBP realizado na Meda em 25 de março último, mais uma vez, ficaram claramente expressas as nossas preocupações. Por um lado, preocupações relativamente à garan-tia da resposta que os Bombeiros Portugueses sempre deram e que-rem continuar a dar, ao contrário do que pretenderam fazer crer vozes maliciosas, ao deturpar o que na rea-lidade a LBP e eu próprio temos dito nessa matéria.

Por outro lado, as nossas preocu-pações orientam-se também para a sustentabilidade da própria resposta a dar pelos bombeiros com meios que outrem tem a obrigação de lhes ga-rantir e que ultrapassam os mais de 4 meses de abrangência do DECIF.

Como refere a moção, também publicada na íntegra neste jornal, a LBP recolheu contributos das Federa-ções, das Associações e Corpos de Bombeiros que permitiram congre-gar no documento também aprovado no Conselho Nacional, designado por “DECIF 2016 propostas para 2017”, uma visão abrangente de todas as dinâmicas envolventes ao dispositivo especial de combate a incêndios flo-restais.

O documento em referência, para além de identificar os constrangi-

mentos, teve a atenção de evidenciar os aspetos positivos e, acima de tudo, propor um conjunto de medi-das que permitirão uma participação cada vez mais efetiva de todos os agentes, com especial relevância para os Bombeiros Portugueses.

A moção é clara e em diferentes momentos temos reforçado que, cientes das suas responsabilidades, nunca os Bombeiros Portugueses dei-xarão de exercer a sua missão com todo o profissionalismo e dedicação.

Como temos repetidamente defen-dido, e não deixaremos de o fazer, pretendemos apenas que os Bombei-ros Portugueses sejam tratados e re-conhecidos pela tutela à dimensão do serviço que prestam à sociedade.

O Conselho Nacional da Meda, como disse, analisou rigorosamente o documento “DECIF 2016 propostas para 2017”, como base orientadora

das propostas a apresentar à tutela com vista à melhoria contínua do inestimável serviço prestado pelos Bombeiros aos cidadãos e ao País.

Mas, caso as linhas orientadoras e as propostas apresentadas no docu-mento não venham a ser acolhidas os Bombeiros Portugueses decidiram ali também, mesmo assim, afirmar ao País e ao Governo que mantém toda a disponibilidade para instala-ção de um dispositivo especial de combate a incêndios florestais, en-quanto instrumento considerado im-prescindível para o socorro às popu-lações.

Por outro lado, como também ficou definido na moção aprovada na Meda, os Bombeiros decidiram man-ter as suas responsabilidades no cumprimento integral da sua missão dentro da sua área de atuação pró-pria, no âmbito de um Dispositivo

Nacional de Proteção e Socorro (DNPS).

Sublinhe-se que há muito temos defendido e apontado a inevitabilida-de do DNPS, a vigorar entre 1 de ja-neiro e 31 de dezembro de cada ano, com a correspondente componente financeira.

Tratando-se de disponibilizar para fora da área de atuação própria de cada um dos corpos de bombeiros, os meios devem ser protocolados no âmbito do mesmo DNPS.

E, do mesmo modo, sendo solicita-dos meios em reforço para executar missões fora da área de atuação pró-pria de cada corpo de bombeiros, os mesmos deverão ser contratualiza-dos enquanto “Prestação comple-mentar de serviço de socorro ao DE-CIF/DNPS”, segundo valores a ser acordados pela Liga dos Bombeiros Portugueses junto da tutela.

E, conforme ficou também clara-mente expresso na mesma Moção, se as propostas apresentadas pela LBP não merecerem o devido enquadra-mento no DECIF 2017 por parte da ANPC os Bombeiros Portugueses as-sumirão as opções consentâneas com os seus direitos.

Há muito que pugnamos por regras claras, consistentes e sustentáveis que regulem a relação entre a tutela e os Bombeiros Portugueses. A Moção em causa, não só define mais uma vez isso, como também reforça a po-sição da própria LBP nesse sentido.

Assiste-nos o direito e a responsa-bilidade de o fazer, por respeito para com os Bombeiros Portugueses e res-peito para com a sociedade em geral, as suas comunidades locais, de quem cuidam sempre, na prestação do so-corro e na salvaguarda do seu bem--estar.

Assiste-nos o direito e a responsabilidade

Foto

: LUS

A

Page 4: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

4 ABRIL 2017

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta

Soares, visitou as instalações da Rádio Renascença no dia em que esta comemorou o seu 80º ani-versário e recebeu um cheque no valor de 150 mil e 150 euros das mãos do presidente do Gru-po Renascença Multimédia, Pa-dre Américo Aguiar respeitante à campanha levada a cabo por aquela entidade junto dos seus ouvintes.

“No dia em que a campanha terminou, tivemos de encerrar a conta bancária, e decidimos ar-redondar para 150 mil euros, pois parecia-nos um número mais redondo, mas nesse pró-

prio dia caíram mais 150 euros”, explicou o padre Américo Aguiar no momento em que entregava o cheque em direto.

A verba é o resultado da cam-panha de Natal, comum às qua-tro rádios do grupo (Renascen-

ça, RFM, Mega Hits e Rádio Sim).

“Os bombeiros portugueses são exemplares”, sublinhou o Padre Américo ao entregar o cheque ao presidente da LBP.

O comandante Jaime Marta

Soares aproveitou a oportunida-de para agradecer a todos os ou-vintes do Grupo Renascença a so-lidariedade com que distinguiram os bombeiros e, dirigindo-se, em particular, ao padre Américo Aguiar enalteceu o seu trabalho

em prol dos bombeiros, primeiro como capelão do Hospital da Pre-lada, onde estiveram internados vários bombeiros vítimas graves dos incêndios florestais, depois como responsável pela Torre dos Clérigos, disponibilizando para os

bombeiros a receita integral de dois fins de semana de visitas, e agora como responsável pelo Grupo Renascença.

A entrega do cheque aconte-ceu durante o programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.

Ao intervir no programa em direto, e quando questionado sobre o destino que será dado ao dinheiro, o comandante Jai-me Marta Soares revelou que a verba “vai integrar o Fundo de Proteção Social do Bombeiro, um fundo que permite cobrir vá-rias despesas, por exemplo, si-tuações não cobertas pelos se-guros, garantir sustento a quem aufere rendimento mínimo ou pagar propinas”.

RR

Presidente da LBP agradece solidariedade

O salão “Segurex” 2017 vai decorrer na Feira Interna-

cional de Lisboa (FIL), no Par-que das Nações, entre 3 e 6 de maio próximos, e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai ali estar mais uma vez pre-sente.

O certame decorre alternada-mente em Madrid e Lisboa, ca-bendo este ano à capital portu-guesa a sua organização.

A edição de 2015 contou com 160 expositores e a visita de mais de 40 mil pessoas, incluin-do milhares de bombeiros.

Este ano repte-se a atribui-ção do Prémio Inovação, que será entregue na gala Segurex que decorre no dia 4 de maio a par de outra distinção destina-da à Personalidade, reconhe-cendo neste caso o mérito indi-vidual no setor, e da entrega de certificações, a atribuir aos pro-fissionais presentes que te-nham participado nas iniciativas do certame.

Recorde-se que o Prémio Inovação 2015 foi ganho pela empresa “Jacinto Oliveira” com o veículo de combate a incên-dios em aeroportos designado

por “Lusitano” e que pode igual-mente rodar nas rodovias nor-mais, ao contrário dos seus congéneres.

Na próxima edição está pre-visto no dia da abertura, 3 de maio, de manhã, um seminário sobre “Videovigilância em Espa-ço Público”, com intervenientes das mais diversas áreas, in-cluindo responsáveis pela segu-rança de clubes desportivos.

A Fundação AIP leva a cabo a 17.ª edição do SEGUREX – Salão Internacional de Prote-ção, Segurança e Defesa, o úni-co evento realizado em Portugal que abrange os conceitos de Security, Safety e Defense. Pela terceira vez, o salão decorre em simultâneo com a Tektónica, a maior feira de Construção e Obras Públicas. Estima-se que abranja um universo alargado de visitantes na ordem dos 50 mil profissionais.

Posicionado no mercado de forma a responder às diversas necessidades do setor, o “Se-gurex”, mantém como fator di-ferenciador a aposta na valori-zação de soluções inovadoras e eficientes, na internacionaliza-

ção e na resposta a segmentos de mercados exigentes, dirigin-do-se a visitantes com elevada influência na aquisição e pres-crição de produtos de seguran-ça.

Em 2017, o salão “Segurex” apresenta já sinais de cresci-mento, enriquecendo a sua oferta global e organizando-se em oito grandes áreas, nomea-damente, segurança contra in-trusão, roubo e agressão, segu-rança laboral, segurança contra incêndios, socorro e salvamen-to, segurança nos transportes e circulação, segurança nas co-municações, segurança nacio-nal e defesa nacional

SEGUREX 2017

Salão decorre entre 3 e 6 de maioFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Page 5: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

5ABRIL 2017

Está assegurada a cobertura nacional dos Postos de Emergência Médica (PEM)

que, finalmente, chegam a to-dos os concelhos do Pais, ao mesmo tempo que avança a re-novação da frota DO Instituto de Emergência Médica (INEM) que prevê a substituição de 41 ambulâncias ainda este ano e A renovação de toda a frota até 2021.

Cumprem-se, assim, algu-mas das exigência da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), após de longo processo nego-cial que ainda não estará encer-rado, mas que, também, permi-tiu já dar luz verde à acumula-ção de funções aos elementos de quadro de comando, que até agora não podiam exercer fun-ções no INEM.

O ministro da saúde presidiu, no passado dia 12 de abril, à cerimónia de assinatura de dois “memorandos de entendimen-to” que envolvem a LBP; o INEM e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), bem como de um outro com a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) visando a formação e recertifi-cação de Tripulantes de Ambu-lância de Socorro (TAS).

Jaime Marta Soares, presi-dente da LBP fala de um “acor-do histórico”, mas reconhece, contudo, haver ainda “caminho a percorrer”.

“O protocolo permite transfe-rir competências do INEM,

como a aquisição de viaturas, para os bombeiros, o que aligei-ra o processo e afirma uma confiança no parceiro bombei-ro. Valeu a pena andar durante muitos anos a pugnar por de-terminadas situações, que, fi-nalmente se concretizam”, con-sidera Jaime Marta Soares.

Segundo o presidente do INEM, Luís Meira., estes acor-

dos vão permitir “criar melho-res condições para que os ope-racionais no terreno possam prestar o socorro que as popu-lações precisam”, Este respon-sável explica, ainda, que os bombeiros vão poder adquirir as viaturas o que permite “ul-trapassar os constrangimentos a que e legislação obriga e que impõe uma morosidade que não é compatível com as necessida-des do socorro”, salienta Luís Meira, revelando que “o último processo de aquisição de ambu-lâncias demorou quase dois anos”.

O secretário de Estado da Ad-

INEM

Acordo histórico não encerra processo negocialFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Mais TASO contrato-programa

entre o INEM e a Escola Nacional de Bombeiros (ENB), agora fechado, visa a concretização do plano de formação de Tri-pulantes de Ambulância de Socorro (TAS) e Re-certificações (RTAS), a ministrar pela ENB du-rante o ano civil de 2017 e a realização pelo INEM de Laboratórios de For-mação de Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa (SBV-DAE), destinados a candidatos a formadores de cursos de TAT indica-dos pela ENB.

Para o ano de 2017, as duas entidades acorda-ram na realização de sete cursos TAS e 14 RTAS, e cinco laboratórios, em Lisboa, Porto e Coimbra.

Comandantes podem acumular funções

Os novos Postos de Emergência Médica (PEM) serão instalados, ainda este ano, nos quartéis dos bombeiros voluntários do Concelho de Espinho, Penedono, Arouca, Vila Nova de Paiva,

Pedrógão Grande, São Pedro do Sul, Viana do Alentejo, Golegã, Cuba, Constância, Sardoal, Crato, Marvão, Castelo de Vide, Castanheira de Pera, Arronches, Alcoutim, Mourão, Alvito e Barrancos. Desta forma, está garantida a cobertura nacional com “todos os concelhos Portugal continental dotados com estas estruturas de emergência médica pré-hospitalar”, exceto Castro Marim que não tem corpo de bombeiros.

O memorando de entendimento subscrito pelo INEM, LBP e ANPC, acorda ainda reforço dos PEM “com mais ambulâncias do INEM, ou por este subsidiadas”, da mesma forma que assina-la a “necessidade imperiosa de garantir, com a maior celeridade, um processo de aquisição de ambulâncias” e, assim sendo, a aquisição de viaturas passará para a alçada das associações de bombeiros “subsidiando o INEM a sua aquisição” da mesma forma que garantindo, ainda, “a comparticipação nas despesas de manutenção e de contratualização de seguros”..

PEM em todos os concelhose novas ambulâncias

ministração Interna, Jorge Go-mes, defende que foi “dado um passo importantíssimo” na coo-peração entre os bombeiros e o INEM, que deita por terra “con-flitos inúteis”

A encerrar a sessão, o minis-tro da Saúde assinalou um “novo clima de cooperação, num País que tem poucos meios, que não é rico”, e em que “todas as vontades impor-tam para servir melhor as po-pulações”.

A sessão presidida por Adal-berto Campos Fernandes con-

tou com as presenças do presi-dentes da ENB, José Ferreira, da LBP, Jaime Marta Soares, da ANPC, Joaquim Leitão, do INEM,

Luís Meira, e do Secretário de Estado da Administração Inter-na, Jorge Gomes.

Sofia Ribeiro

Segundo o memorando firmado pelo INEM, Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) e a Autoridade Nacional de Pro-

teção Civil (ANPC) passa a ser “permitida a acumulação de funções de trabalhadores do INEM para o exercício de fun-ções nos quadros de comando de corpos de bombeiros”.

Page 6: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

6 ABRIL 2017

3 de Abril de 1963 – Há 54 anos, um violento incên-dio destruiu, na sua quase

totalidade, a última nau portu-guesa da chamada “Carreira da Índia”: a fragata D. Fernando II e Glória, mantida ao serviço da Marinha Portuguesa entre 1845 e 1878.

A data, sem dúvida marcan-te, figura no historial dos Bom-beiros Voluntários de Almada e de Cacilhas, pois tiveram de acorrer ao combate às chamas, o que constituiu uma complexa missão.

Fundeada no Mar da Palha,

em pleno estuário do Rio Tejo, aquela embarcação servia en-tão de sede à Obra Social Fra-gata D. Fernando, instituição destinada ao acolhimento de rapazes oriundos de famílias de parcos recursos económicos e que ali recebiam instrução es-colar e treino de marinha.

Faíscas resultantes de traba-lhos de soldadura de um tan-que de gasóleo estiveram na origem do incêndio, alastrando rapidamente por toda a estru-tura, a ponto de transformar o convés num enorme braseiro.

A bordo estavam 137 jovens e pessoal afecto à Obra Social, alguns dos quais, apesar do atempado salvamento levado a

cabo pela Marinha e pelos bom-beiros, não deixaram de sofrer pequenas queimaduras e feri-mentos ligeiros.

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

O incêndio da última nau da Índia

Imprensa da época, nomea-damente o “Diário de Lisboa”, dá testemunho de que a extin-ção das chamas se tratou de “um trabalho abnegado, mas inglório, pois não era possível chegar aos focos de incêndio, localizados nos porões onde todo o madeiramento ardia. A concepção da fragata, as ma-deiras, os alcatrões e sucessi-vas camadas de tinta não dei-xavam que a água vencesse o fogo”.

No livro comemorativo dos 120 anos da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-rios de Cacilhas, da autoria de Victor Neto, o saudoso chefe Severiano Durão conta que as viaturas e demais material de incêndio seguiram de ferry boat até à fragata sinistrada. As operações processaram-se com enorme dificuldade, devi-do a intenso fumo, vendo-se li-mitadas ao lançamento de jac-tos de água pelas aberturas disponíveis.

“Estive mais de cinco horas agarrado a uma agulheta de 70

mm”, recorda o mesmo opera-cional, falecido em Outubro de 2013, revelando que “já mal sentia os braços”.

Por sua vez, no decurso das operações, ficou célebre, um nobre e apreciável gesto pa-triótico praticado pelos bom-beiros, aliás, descrito na “Re-vista de Marinha”, que aqui re-cordamos: “(…) vendo que a Bandeira Nacional estava pres-tes a ser consumida pelas cha-mas, se prontificaram para a ‘salvar’. Assim num ambiente de incêndio, enquanto os dois Mestres movimentavam a adri-ça para arriar a Bandeira, os Bombeiros perfilados e em Continência, indiferentes às chamas e ao denso fumo que já os envolvia, prestavam a últi-ma guarda de honra à Bandeira que ali drapejava há muitos e muitos anos”.

O chefe Durão fez parte dos intervenientes. “Corremos um enorme risco para salvar a Bandeira Nacional que se en-contrava hasteada, tendo fica-do algo chamuscada”, relata.

Todavia, mais tarde, viria a dar-se um caso insólito e pena-lizante: apesar do cuidado co-locado pelos bombeiros de Ca-cilhas, que dobraram e guarda-ram a bandeira em cima da bomba com que trabalhavam, aquela, estranhamente, desa-pareceu.

Após o incêndio, a fragata – “uma carcaça vencida pelo fogo”, conforme referenciado pelo “Diário de Lisboa”, na edi-ção do dia subsequente ao in-cêndio – foi adernada e perma-neceu encalhada durante 29 anos.

Somente intervencionada a partir de 1992, a fim de ser submetida a um aturado pro-cesso de reconstrução, a D. Fernando II e Glória é hoje um pólo de atracção turística, en-contrando-se visitável em Caci-lhas, no Largo Alfredo Diniz, junto ao terminal fluvial.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

A propósito da efeméride aqui evocada, re-cordamos o emblemático e saudoso co-

mandante José Brás, reproduzindo para o efeito uma fotografia captada durante o 25.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugue-ses, reunido na Figueira da Foz, de 6 a 10 de Outubro de 1982, onde foi o comandante-em--chefe do respectivo desfile de encerramento.

Entre outros factos marcantes da sua car-reira de bombeiro, no âmbito da qual se reve-lou sempre incondicional apoiante da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ficou particu-larmente célebre a atitude assumida quando da aprovação unânime da criação do Serviço Nacional de Bombeiros, pela Assembleia da República, em 8 de Fevereiro de 1979.

“(...) o veterano das muitas centenas de bombeiros presentes nas galerias, Coman-dante José Brás (dos B.V. de Almada), gritou: ‘Bombeiros de Portugal, sentido!’ E todos, à uma, contrariando o Regimento da Assem-bleia, se ergueram em continência prolongada

sob a compreensiva complacência da Mesa da Câmara” – regista o vulgaramente designado “Livro Branco” da LBP.

Comandante José Brás, dos BV de Almada

A Câmara Municipal de Vizela homenageou a Real Associação Hu-manitária de Bombeiros Voluntários de Vizela numa cerimónia

realizada no Museu dos Bombeiros designada por “Vizela Reconhe-ce”.

A homenagem destinou-se àquela instituição e às restantes 57 associações e instituições do concelho das áreas social cultural e desportivas existentes à data da elevação de Vizela a concelho, em 1998.

Foram também homenageados os ex-presidentes das juntas de freguesia que então também exerciam funções.

Na foto, o presidente dos Bombeiros Voluntários de Vizela, João Costa, recebe a distinção conferida pela câmara municipal.

VIZELA

Autarquia homenageiaassociação

A direção da associação e o comando do Corpo de Bombeiros Voluntários de Al-

bergaria-a-Velha dirigiram-nos uma sauda-ção endereçada a todos os bombeiros, a propósito da passagem de mais um aniver-sário da instituição, que aqui não queremos deixar de reproduzir.

“A direção e o comando, não poderiam deixar passar esta oportunidade sem mani-festar o agradecimento a todos vós, pelo apoio incansável e pela postura nas come-morações do seu 92.º Aniversário.

Nestas ocasiões, como devem com-preender, todos somos importantes e, sem a vossa

presença e contributo, estas comemora-ções não teriam o mesmo significado”.

A propósito, e no âmbito das mesmas co-memorações, O comandante lembrou que não pode deixar “de fazer uma comparação entre o grupo de melhorias, responsável por estarmos aqui hoje a inaugurar o par-que de lazer, e um comboio.

Este comboio iniciou a sua viagem exclu-

sivamente com o staff necessário para o fa-zer, no entanto, ao longo do seu trajeto, que teve alguns percalços, foi recebendo passageiros, que, por sua vez, foram arras-tando ainda mais passageiros e, embora al-guns tenham ficado pela estação anterior, o certo é que os que estavam e os que foram entrando tomaram o comboio como seu e, até mesmo aqueles que nunca andaram de comboio e os que não gostam de andar, contribuíram para que os que acreditaram que este era o transporte ideal para chegar ao destino, o fizessem ainda com mais con-vicção. Hoje, está aqui à vista, o excelente resultado dessa viagem”.

Pedindo desculpa por “não andar sempre nas redes sociais a enaltecer o vosso trabalho e a vossa dedicação nem a agradecer a bene-volência de todos aqueles que contribuíram, financeira e materialmente, para este parque e para os bens que hoje nos foram oferecidos já que não é o meu feitio”, o mesmo respon-sável adiantou que “hoje penso ser o dia cer-to e a hora certa para, de forma aberta e inequívoca, dizer o quanto me sinto orgulho-so de todos aqueles que chegaram a esta es-tação e grato por tudo aquilo que consegui-ram e espero que esta viagem não termine aqui e que o comboio cada vez transporte mais gente no seu interior”.

ALBERGARIA-A-VELHA

Saudação no 92 .º aniversário

Foto

: Rád

io V

izela

Page 7: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

7ABRIL 2017

O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, presidiu,

no dia 12 de abril, na Lousã à sessão de apresentação do Dis-positivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2017). Na cerimónia, realizada em Pegada, freguesia de Foz de Arouce a novidade surgiu com a confirmação de que este ano o Exército estará no terreno, em ações de rescaldo e de vigilân-cia, libertando, assim, os bom-beiros para o combate às cha-mas. No total, foram recrutados para esta missão 1380 milita-res, que estão já a receber for-mação em Castelo Branco.

O Comandante Nacional Operacional, Rui Esteves, deu conta dos objetivos estabeleci-dos, nomeadamente o aciona-mento dos meios nos primeiros dois minutos, um ataque inicial musculado em 20 minutos, a redução máxima do número de reacendimentos, que, registe--se, em 2016 estiveram na ori-gem de mais 20 mil hectares ardidos. A versão 2017 do DE-CIF prevê ainda equipas de bombeiros preposicionadas nos distritos com maior incidência de incêndios, e também dificul-

dades de voluntariado, nomea-damente em Braga, Viana do Castelo e Vila Real.

“Temos já a lição de 2016 e não há nada como este ano preposicionar equipas de bom-beiros para colmatar uma defi-ciência que sentimos”, defende Jorge Gomes.

Na fase Charlie, a mais críti-ca, que decorre de 1 de julho a 30 de setembro, o dispositivo contempla 2065 viaturas, 48 meios aéreos, 9740 operacio-nais, 1215 equipas de combate, 678 equipas de vigilância e 276 postos de vigia, números que, aliás, pouco diferem dos apre-sentados nos anos anteriores

Em 2017, segundo foi anun-ciado, será afinada e melhora-da toda a logística, para que nada falte aos operacionais no terreno, estando, desde já acauteladas a alimentação, o abastecimento das viaturas, áreas adequadas para descan-so e um total de 293 autocar-ros para a rendição das equi-pas.

Perante um vasta plateia, o presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) salien-tou que os bombeiros de Portu-gal colocam “um exército ao

serviço de País e dos Portugue-ses para salvaguarda de vidas e haveres e, neste caso concre-to, da Floresta Portuguesa”. Jaime Marta Soares foi mais longe garantindo a disponibili-dade e preparação de “30 mil homens e mulheres no ativo, 1143 quadros de comando com elevada formação e longa ex-periencia, secundados por 760 chefias tecnicamente aptas para estas missões” a que jun-tou os “15 mil na reserva e muitos outros do Quadro de Honra”. E porque os números dizem muito da grandiosidade desta força o presidente clarifi-cou, ainda, que “em todas as fases do DECIF estão regista-dos 11400 bombeiros”, assegu-rando contudo “a disponibilida-de de 20 mil operacionais, para além de 2600 viaturas das as-sociações humanitárias e das câmaras municipais”.

Falou de “sentido de respon-sabilidade” para relembrar que a confederação apresentou à tutela um documento estraté-gico, um “diagnóstico minucio-so”, que analisa e avança com as soluções que permitam “a melhoria contínua do inestimá-vel serviço prestado pelos

DECIF 2017

Militares integram dispositivo

bombeiros aos cidadãos e ao País”, propostas que Jaime Marta Soares quer ver consa-gradas e aplicadas nos próxi-mos três anos.

A apresentação terminou com uma demonstração prática que envolveu meios e operacio-nais dos bombeiros voluntá-rios, Força Especial de Bombei-

ros (FEB), Grupo de Interven-ção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, sapadores flo-restais e Forças Armadas.

Sofia Ribeiro

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 8: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

8 ABRIL 2017

Foram realizadas no final de Março as provas físicas das Equipas de

Intervenção Permanente (EIP). Es-tas provas são organizadas pela Di-visão de Segurança e Saúde, da Di-reção Nacional de Bombeiros e têm como objetivo verificar a manuten-ção da condição física dos bombeiros que fazem parte destas Equipas que assumem um papel relevante na ca-pacidade de resposta dos Corpos de Bombeiros.

Todos sabemos a importância da condição física para os bombeiros, o desgaste físico a que esta atividade obriga, as passagens rápidas de re-pouso a exercício, períodos reduzi-dos de descanso, peso do material de socorro, a pressão do socorro rá-pido. Num fogo urbano, subir até um 4º ou 5º andar com todo o equipa-mento e EPI, num fogo florestal, su-bir ou descer a serra, as longas e exaustivas horas de combate. No desencarceramento, o peso dos ma-teriais, no pré-hospitalar, o tipo de vítimas e manobras a efetuar. Todos temos exemplos da necessidade do treino físico e já o dissemos em al-guma altura “Tenho de começar a treinar”,

Antes de começar, temos de ter

algumas precauções, após um gran-de período sem a prática de ativida-des físicas, são necessários alguns exames médicos para que um profis-sional da área de saúde possa ava-liar suas condições e capacidades, de modo a permitir o desenvolvi-mento de uma atividade compatível ao seu estado.

Devemos observar algumas re-gras para que a atividade física real-mente traga efeitos benéficos:

- Disciplina e continuidade no trei-no;

- Não exagere! Para qualquer sin-toma “diferente”, pare o exercício e procure um profissional, respeite os limites e os avisos que seu organis-mo sinaliza;

- Reserve tempo para realizar a atividade física, se você tem muitas atividades, reveja os seus compro-missos e ajuste os horários.

- Combinar vários tipos de exercí-cios é importante. Os aeróbicos vão fortalecer o sistema cardiovascular, os de força e resistência fortalecerão os músculos e tendões e os de alon-gamento e flexibilidade contribuirão para evitar lesões.

A prática da atividade física de-sencadeia uma série de reações no

organismo, trazendo vários benefí-cios:

- Aumento da capacidade pulmo-nar e absorção de oxigênio;

- Metabolização da gordura e sua utilização como fonte de energia, re-duzindo seu acúmulo, proporcionan-do a redução de peso;

- Aumento da sensação de bem--estar em razão da liberação de substâncias tais como a endorfina na circulação sanguínea;

- Melhoria da condição cardiovas-cular, permitindo que o coração com baixo esforço tenha melhor rendi-mento, ou seja, precisará bater me-nos para bombear a mesma quanti-dade de sangue a todo organismo.

- Redução do risco de morte pre-matura e redução do risco de morte derivado de problemas cardíacos;

- Redução da prevalência de dia-betes;

- Redução ou melhoria de situa-ções de Hipertensão arterial;

- Redução do risco de alguns tipos de cancro;

- Redução da depressão e ansie-dade e aumento do bem-estar psico-lógico;

- Melhoria dos hábitos de sono;É sempre tempo de começar a

prática de atividade física, o seu or-ganismo irá responder de forma po-sitiva, promovendo uma melhoria do seu corpo e da sua mente, mudan-ças estas que influenciarão decisiva-mente na sua qualidade de vida e na qualidade da prestação do socorro.

Já existem Corpos de Bombeiros com programas implantados de pro-moção do exercício físico para pro-fissionais e voluntários, que apesar de alguma resistência inicial, é neste momento possível verificar os resul-

tados positivos e a melhoria conti-nua atingida com estes programas.

A DSSES está disponível para apoiar na implementação destes Programas de Condicionamento Físi-co nos vossos Corpos de Bombeiros. Para mais informações ou esclareci-mentos, contacte a Divisão de Segu-rança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Vamos aos treinos!

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) promove no próximo dia 6 de maio, em Leiria, um seminário com o tema “Incêndios na

Interface Urbano/Rural”, uma problemática que preocupa sobretu-do os países mediterrânicos. A iniciativa decorrerá no Teatro José Lúcio Silva e irá contar com a participação de especialistas nacio-nais e europeus, nomeadamente de Espanha, França e Itália.

No painel da manhã, David Caballero, do departamento de in-cêndios florestais da empresa espanhola “MeteoGrid”, fará o en-quadramento do tema, Luís Mário Ribeiro, da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) falará da abordagem científica, e Luis Belo Costa, adjunto de operações na-cional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), abordará a questão operacional. Segue-se um debate moderado pelo coman-dante José Requeijo, vogal do conselho executivo da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP).

No período da tarde, os oradores serão, Moisès Galán, da “Pau Costa Foundation” (Fundación de Ecología del Fuego y Gestión de Incendios Pau Costa Alcubierre), para abordar o caso de Espanha, Frédérique Giroud, do departamento de pesquisa da “ENTENTE pour la forêt Méditerranéenne” (EPLFM, Valabre), com a apresen-tação do cenário em França, e Luca Tonarelli, da empresa “Dream Itália”, para a bordagem do exemplo italiano. O debate será mode-rado pelo comandante José Fernandes, vogal do conselho executi-vo da LBP.

O seminário tem o apoio da ANPC, da LBP, da Câmara Municipal de Leiria, e das empresas “Extincêndios”, “inCentea” e “SecuriFé-nix/SABSEG”.

As inscrições estão abertas até dia 2 de Maio, ou até ser atingida a lotação da sala. Para bombeiros, os bilhetes custam 10 euros (sem almoço) ou 20 euros (com almoço incluído) e para não bom-beiros os valores são 15 e 25 euros, respetivamente.

ENB

Incêndios em seminário

O seminário “Comunicação, avisos e alertas”de riscos

naturais integrou a Semana da Proteção Civil de Cascais. O en-contro proporcionou a partilha de conhecimento e saberes de várias disciplinas em torno da capacidade de resposta de vá-rias entidades a riscos naturais.

Recorde-se que o concelho de Cascais dispõe de um dispo-sitivo inédito em Portugal para alerta contra tsunamis montado na cobertura do Teatro Gil Vi-cente, sede social dos Bombei-ros Voluntários de Cascais.

Na abertura do seminário, o presidente da Câmara de Cas-cais, Carlos Carreiras, salientou que “quanto mais fiáveis e abrangentes forem os mecanis-mos de aviso e alerta, mais tempo compramos, mais vidas estaremos em condições de proteger e mais bens materiais poderemos salvar. Isso explica

porque instalamos em Cascais o primeiro protótipo de sistema de aviso e alerta de tsunamis do país. E também porque cria-mos o sistema próprio de rede de comunicações de emergên-cia.”

Este encontro, que decorreu nos cinemas do Cascais Shop-ping, reuniu, bombeiros, técni-cos de proteção civil nacional e municipal e outros técnicos afe-tos às áreas da meteorologia e das comunicações.

“Cascais está bem preparado para responder a catástrofes naturais e vai continuar a estar. A Câmara Municipal tem feito um trabalho exemplar e prova disso foi a escolha que a Autori-dade Nacional da Proteção Civil (ANPC) em colocar em Cascais um projeto-piloto de alerta de tsunami”, referiu André Fernan-des, comandante operacional distrital de Lisboa da ANPC. “Se

a população não souber reagir em situação de catástrofe, as coisas podem correr mal e nes-se sentido Cascais tem investi-do para instalar no concelho uma cultura de segurança”, adiantou André Fernandes.

“Desde que assumi a presi-dência da Câmara que tenho dedicado atenção e recursos ao nosso sistema municipal de Proteção Civil, quero ter no concelho forças bem treinadas e equipadas, e temo, quero ter no concelho cidadãos informa-dos e formados, e cada vez te-mos mais”, afirmou o presiden-te da Câmara de Cascais.

A sensibilização junto de es-colas e da população é uma das áreas em que o Município de Cascais continua a apostar para garantir uma política de pre-venção atualizada. “Temos tra-balhado no sentido de esclare-cer as pessoas, o que é que de-

vem fazer numa situação de acidente grave ou de catástro-fe”, garantiu Pedro Lopes de Mendonça, coordenador opera-cional municipal da Proteção Ci-vil.

Neste seminário participaram ainda Teresa Cardoso, diretora do Departamento de Defesa e de Segurança da Thales Edisoft, com uma intervenção sobre “Sistemas de Gestão de Infor-mação, Alerta e Comunicação de Emergências” e Nuno Morei-ra, do IPMA, sobre a temática “Avisos Meteorológicos - da Ela-boração à Comunicação”.

A Semana da Proteção Civil de Cascais decorreu mais uma vez no “Cascaishopping” e con-gregou os diferentes parceiros, com destaque para as cinco as-sociações de bombeiros volun-tários do concelho, para a PSP, GNR, Polícia Municipal e Serviço Municipal de Proteção Civil.

CASCAIS

Debate sobre alertasde riscos naturais

Page 9: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

Chassis MAN para quando as coisas aquecem.Melhor protecção. Socorro mais rápido.Sempre prontos a entrar em acção e tão rápidos como os bombeiros: os fiáveis veículos MAN de combate a incêndio e intervenção em catástrofes estão sempre prontos para ajudar quando é preciso. Como veículos normais ou veículos especiais, dominam a sua tarefa com estilo, salvando vidas, extinguindo incêndios e resgatando quem precisa.

www.truck.man.eu/pt

260x380_ad_fire_trucks_pt.indd 1 12.04.17 10:18

Page 10: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

10 ABRIL 2017

Os Voluntários de Agualva Cacém lutam há anos com a exiguidade de um

quartel que por, isso mesmo, deixou de responder às necessi-dades do corpo de bombeiros. Sobram trabalho e desafios num território a todos os títulos massificado, mas também te-nacidade a um grupo de esfor-çados operacionais, ainda as-sim o presidente da direção desta associação humanitária, António Vilela, reconhece que urge dar condições condignas aos bombeiros que servem duas freguesias do concelho de Sintra que, registe-se, alber-gam mais de 150 mil habitan-tes.

“Quando tomamos posse ti-vemos dificuldade em estabele-cer prioridades. Na verdade existia muito a fazer, contudo deve reconhecer que a constru-ção de um novo quartel é uma questão premente”, defende o dirigente sublinhando que o complexo inaugurado em 1972, já recebeu as ampliações, alte-rações e melhoramentos possí-veis.

“Estamos acantonados no meio da cidade, numa zona ha-bitacional, sem qualquer possi-bilidade de crescimento, temos uma parada mínima, não dispo-mos de estacionamento para as viaturas, um problema que se agudizou quando deixamos de poder usar uma quinta das ime-diações, onde deixávamos al-guns dos carros” diz António Vi-lela lamentando, ainda, que as “áreas disponibilizadas aos bombeiros não disponham de melhores condições”. Ainda que sem perspetivas nem recursos próprios que permitam avançar para a construção de novo quartel o dirigente diz ser “con-traproducente” continuar a in-vestir em remendos nas velhas instalações. O comandante há muito que começou a fazer um estudo de mercado e garante existirem terrenos com condi-ções para albergar o novo quar-tel, nomeadamente no Alto de Colaride ou na Anta, áreas com boas acessibilidades.

“Esta direção tem cerca de um ano e ainda não teve tempo para intervir em todas as fren-

tes e, na verdade, este é um projeto que não pode ser feito nem concretizado em meia dú-zia de dias. Esta equipa tem um plano a médio-longo prazo, e, obviamente as novas instala-ções estão no nosso horizonte, mas temos consciência que este não é um problema que se resolva num mandato mas es-tamos a trabalhar nisso”, escla-rece o presidente.

Esta é uma organização grande com ampla atividade não só na área de socorro mas também na vertente social e desportiva. A associação gere um centro clínico com várias

AGUALVA

Direção e comando recusam esmolas e exigemDemonstrada a capacidade dos bombeiros,

é chegada a hora de exigir”A construção de um novo complexo

operacional constitui um “sonho” que por agora a recém-empossada direção da

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém reconhece

não ter condições para concretizar. Ainda assim, dirigentes e bombeiros não

desistem, acreditando que com trabalho e a devida intervenção das entidades com

responsabilidade no setor é possível garantir as condições mínimas aos homens e mulheres que garantem o socorro a mais

de 150 mil pessoas, numa das maiores cidades do nosso País.

Textos: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Estamos acantonados no meio da cidade, numa zona habitacional, sem qualquer possibilidade de crescimento

António Vilela, presidente da direção

palavra de PRESIDENTEFundada a 13 de novembro de 1931, a Asso-

ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Agualva-Cacém assistiu, acompanhou e teve que se adaptar ao desmesurado cresci-mento de território que alberga, hoje, cerca de 150 mil habitantes. A cidade de Agualva--Cacém - a quinta maior cidade da Área Me-tropolitana de Lisboa, e a décima maior de Portugal -, é composta pelas freguesias de Agualva e Mira-Sintra e Cacém e São Marcos.

Para garantir o socorro e segurança de uma desafiante área de intervenção própria, que inclui ainda parte da freguesia de Rio de Mou-ro, os Bombeiros de Agualva-Cacém contam com 98 operacionais, apoiados por um total de 80 profissionais que nas áreas operacional,

administrativa e associativa colaboram para o bom funcionamento e para o desenvolvimento da organização.

Embora a missão primordial seja o socorro, a instituição coloca ao serviço da comunidade um posto clínico e ainda um complexo de pis-cinas.

Cartão de visita

valências para o qual existe já um projeto de ampliação e ain-da um complexo de piscinas com mais de 1300 utentes de todas as idades. Nesta verten-te, os Bombeiros de Cacém mantém protocolos com as uniões de freguesia de Agualva e Mira-Sintra e Cacém e São Marcos que visam promover o envelhecimento ativo propor-cionando aulas de hidroginásti-ca à população sénior.

Depois de uma “limpeza de ficheiros”, a instituição conta, atualmente, com 15 mil asso-ciados, um número grande, que representa cerca de 10 porcen-to da população desta grande cidade, mas que direção e co-mando pretendem ver aumen-tado, não descurando, assim ações de proximidade que per-mitam dar a conhecer a realida-de desta instituição determina-

da em fazer cada vez mais e melhor.

Este é território difícil, densa-mente povoado, por onde pas-sam e onde permanecem todos os dias muitos milhares de pes-soas, tomada por um emara-nhado de rodovias, atravessado pela ferrovia, com vários par-ques empresariais e industriais e até alguma floresta. Do retra-to traçado pelo comandante Pi-mentel sobressaem, contudo, as 60 ocorrências diárias, uma média que não dá descanso aos bombeiros. O responsável ope-racional reconhece que muitas vezes “não é possível responder a todas as solicitações”. O quar-tel conta, atualmente, com dois Grupos de Intervenção Perma-nente (GIP) custeados pela Câ-mara Municipal de Sintra, 10 elementos de um total de 37 profissionais que permitem as-

segurar elevados níveis de prontidão, que o comandante Pimentel faz questão de man-ter.

Integram o corpo ativo 98 homens e mulheres, contudo “34 encontram-se, por razões diversas, fora de escala”, efeti-vos que fazem falta e causam “mossa”, porque obrigam a es-forço redobrado dos restantes voluntários que “ainda assegu-ram o serviço todas as noites, sábados à tarde, domingos e feriados”.

“É cada vez mais difícil recru-tar voluntários. Estou aqui há oito anos e, de ano para ano, há menos gente a querer vir para os bombeiros. As exigências impostas ao ingresso na carrei-ra, desanima e afasta a rapa-ziada. Na última escola, come-çaram nove ficaram apenas três elementos”, regista o coman-

Page 11: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

11ABRIL 2017

O presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), comandante Jaime Marta

Soares, integra o júri do prémio “Heróis CM 2017” promovido pelo “Correio da Manhã” e pelo “CMTV”.

Do júri fazem também parte, a psicóloga Joana Amaral Dias, Ana Filipa, em representa-ção do Instituto de Apoio à Criança, o professor universitário e ex-governante Rui Pereira, o presidente da Caritas Portuguesa, professor Eugénio da Fonseca, e o diretor-adjunto do “CM” e “CMTV”, Carlos Rodrigues.

Até 5 de junho os leitores do jornal deverão

votar num painel de candidatos escolhido pelo júri. Painel que se divide, mais uma vez, em dois grupos, “heróis com farda” e “heróis civis”.

No total, foram escolhidos dez candidatos, 5 por cada categoria, que ficam agora sujeitos ao voto dos leitores do “Correio da Manhã”.

No grupo dos “heróis com farda” inclui-se um bombeiro de Espinho, elementos da GNR de Ourém e Vale de Cambra, a Força Aérea Portu-guesa e tripulantes do salva-vidas do ISN da Ericeira.

O grupo de civis integra cidadãos de Vila do Conde, Aveiro, Porto, Lisboa e Estarreja.

HERÓIS CM 2017

Presidente da LBPintegra júridante que critica ainda a moro-

sidade na formação, sobretudo quando faltam formadores in-ternos, uma questão a Escola Nacional de Bombeiros, “tam-bém não consegue dar respos-ta”.

Crítico, o comandante elenca algumas das questões que ti-ram o sono a um bombeiro ex-periente que já muito deu à causa e que recusa resignar-se, para depois concluir que em re-lação aos problemas do setor “as entidades competentes continuam a assobiar para o lado e a chutar para canto”, com claro prejuízo para os bombeiros.

O presidente regista o bom relacionamento institucional com a Câmara Municipal de Sin-tra e as juntas de freguesia, mas considera que estas enti-dades têm que assumir as suas competências, pois – defende – “os bombeiros são um elemen-to fundamental da proteção ci-vil, mas não podem ser os seus financiadores”.

“Nós não queremos uma es-mola, não queremos um rebu-çado, apenas que cada um as-suma o seu papel e as suas res-ponsabilidades, e porque nós já demonstramos que somos ca-pazes que temos capacidade de gestão, de realização e de atua-ção, é chegada a hora de exi-gir”, revela o presidente, dei-xando claro que os Bombeiros do Cacém não servem apenas

os seus associados e nesse sen-tido “15 mil não podem pagar o socorro a mais de 150 mil”.

Inconformado, o dirigente fala da incapacidade de gerar receita que condiciona a ativi-dade das associações e bate-se por uma verdadeira lei de fi-nanciamento das associações e corpos de bombeiros.

Em matéria dos meios colo-cados ao serviço da comunida-de, do concelho de Sintra e, não raras vezes do País, os Bombeiros de Agualva-Cacém dispõem “do mínimo admissí-vel, mas bom” que “dá garan-tias”, regista o comandante ainda que considere imprescin-dível a aquisição de um veículo escada ou de uma plataforma, tendo em conta alguns autênti-cos “barris de pólvora” existen-tes nesta área do concelho de Sintra, terreno fértil para a construção civil e onde predo-mina a floresta de betão.

Depois de um investimento na renovação das viaturas de

transporte de doentes, a priori-dade são as ambulâncias de socorro, sendo que ainda, re-centemente, a associação ad-quiriu um Veiculo Florestal de Combate a Incêndios a “expen-sas próprias com uma compar-ticipação do corpo de bombei-ros de 20 mil euros que abdi-cou da remuneração do DECIF de 2012 em prol da associa-ção”.

Durante a conversa com os jornalistas direção e comando fazem questão de, não raras vezes, se distanciarem da sua realidade de tirarem os olhos do umbigo para com uma visão alargada defenderem soluções integradas que dignifiquem e valorizem, não só, a missão dos bombeiros de Portugal, mas também o papel dos diri-gentes de todo o país que em-bora não tenham no currículo “atos heroicos, nem apaguem fogos, são eles que de tudo fa-zem para que nada falte” no socorro às populações.

-CACÉM

responsabilidade

As entidades competentes continuam a assobiar para o lado e a chutar para canto.

Luís Pimentel Costa, comandante

voz de COMANDO Na sequência da aprovação, em assembleia--geral, do Relatório e Contas da Associação

Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste relativo ao exercício de 2016 a direção da instituição e o comando do corpo de bombeiros divulgaram alguns dados estatísticos relevantes decorrentes da atividade operacional e formativa nesse período.

No ano transacto os Bombeiros Voluntários de Sul e Sueste percorrem mais de um milhão de quilómetros, intervieram durante quase 53 mil horas e transportaram 47.232 doentes.

Por áreas, os Bombeiros de Sul e Sueste acor-reram em 2016 a 208 incêndios, registaram 81 acidentes com transportes (rodoviários, ferroviá-rios e aquáticos), 23 acidentes em infraestruturas e vias de comunicação, responderam a 353 ocor-

rências de emergência pré-hospitalar (SIEM), 161 ocorrências de emergência pré-hospitalar (extra-SIEM), 99 intervenções em conflitos le-gais, 12 acidentes tecnológicos e industriais e promoveram 13 simulacros.

No domínio da formação, os Bombeiros de Sul e Sueste promoveram em 2016 mais de 5 mil horas de formação certificada, 5759 horas de Instrução, mais de 67 mil de piquetes, 143 de simulacros e mais de 78 mil de serviço operacio-nal.

No ano transacto os Voluntários de Sul e Sues-te promoveram também a qualificação de 30 bombeiros como tripulantes de ambulância de socorro (TAS) e 23 com formação específica em salvamento e desencarceramento ferroviário (SDF).

BARREIRO

Sul e Sueste presta contas

Page 12: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

12 ABRIL 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Gouveia, no distrito da Guarda, inaugurou em julho do ano pas-sado um núcleo expositivo cujo espólio é revelador do notável passado desta instituição cente-nária.

Esta “Coleção Visitável” distingue-se pela so-briedade e pela simplicidade com que apresenta as peças que mais não são que pedaços de uma his-tória que começou a ser escrita há quase 113 anos. Nesta sala com montra para exterior, ga-nham expressão datas marcantes, episódios fun-damentais e figuras relevantes, mas, também, a evolução dos meios colocados ao serviço das po-pulações.

Estandartes, capacetes, fardas, macas, moto-bombas e muitos outros equipamentos, bem como algumas viaturas conduzem o visitante numa inte-

ressante viagem ao passado que, como diz, José Maria Vicente Pereira, presidente da direção, per-mite “dar a conhecer a história e a glória dos Bom-beiros de Gouveia que são afinal as dos bombeiros de Portugal e do mundo”.

O espaço que “pretende, também, dignificar o voluntariado”, tem levado muitos curiosos ao quar-tel dos Voluntários de Gouveia o que, de alguma forma, tem contribuído para estreitar os laços de proximidade com a comunidade, sobretudo, com os mais novos, que mostram enorme entusiasmo pelas coisas e pela causa dos bombeiros.

Sofia Ribeiro

GOUVEIA

“Coleção visitável” conta a história dos bombeiros

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estremoz, reunida em assembleia ge-ral, aprovou o “Relatório de Atividades, Contas de Gerência do ano de 2016 e o Parecer do

Conselho Fiscal” e ainda o “Plano de Atividades e do Orçamento para o ano de 2017”, instru-mentos fundamentais para o bom funcionamento e a construção das bases para o futuro da instituição.

Perante uma plateia reduzida, porque os associados faltaram à convocatória, foram ainda aprovados votos de pesar pelo, recente, falecimento do comandante do Quadro de Honra, Ma-nuel Joaquim Ferreira Catarino e do suplente do Conselho Fiscal, José dos Santos Gonçalves.

ESTREMOZ

Associação reunida

Sob a égide “Evoluir na Conti-nuidade”, Joaquim Paulo Silva

tomou posse, no passado dia 5 de abril, como presidente da di-reção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Leça do Balio.

Para o triénio 2017/19 a equi-pa eleita assume o compromisso de “continuar a fazer bem e evo-luir enfrentando os desafios” um programa que assenta no “au-mento das fontes de financia-mento”, no “melhoramento das condições para funcionários e co-laboradores”, na “renovação do parque de viaturas”, na “ativação de um diálogo profícuo e indis-pensável com a Câmara Munici-pal de Matosinhos”, bem como, no incentivo ao voluntariado.

“Temos a noção do valor dos Homens e Mulheres ao serviço da instituição que com devoção e aplicação se empenham para melhorar o socorro prestado às populações, bem como o envol-vimento com os parceiros locais e as Instituições Públicas, para assim poder vencer esses desa-fios”, sublinha Joaquim Paulo Sil-va .

Com 86 anos de história a As-sociação Humanitária de Bom-beiros de Leça do Balio “conti-nuará empenhada no cumpri-mento dos ideais originais e na melhoria contínua e sustentada da qualidade da assistência e so-corro prestados à população”, sustentam os dirigentes eleitos.

LEÇA DO BALIO

“Evoluir na Continuidade”

Page 13: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

13ABRIL 2017

Pela primeira vez o distrito de Évora dedica o mês de maio ao

bombeiro, com a promoção de di-versificado programa que envolve as 14 associações humanitárias do concelho.

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora e a Autoridade Nacional de Peoteção Civil assu-mem esta organização que conta com o apoio da Liga dos Bombei-ros Portugueses, a Escola Nacio-nal de Bombeiros e a Comunida-de Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC).

Sessões técnicas, workshops e exposições inte-gram o calendário de atividades que privilegia ações de proximidade com as populações que serão convi-dadas a conhecer a realidade dos corpos de bombei-ros, a visitar os quartéis, a participar em várias for-mações a assistir a simulacros. Estão, ainda, previs-tas ações em escolas e lares de idosos.

No dia 6 de maio, o Redondo acolhe uma sessão técnica subordinada à temática “Protocolo Laces – segurança no combate a incêndios florestais”. O au-ditório da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora,

recebe no dia 12, o workshop “Liderança, Comando e Gestão Administrativa de uma Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntários”, que terá como destinatários dirigentes e elementos de quadro de comando.

A manhã de 13 de maio será dedicada às exposi-ções sendo que Estremoz recebe as viaturas clássi-cas que contam histórias destes quartéis alenteja-nos e a Praça do Giraldo, em Évora mostra os veí-culos e equipamentos colocados, no presente, ao serviço do distrito.

ÉVORA

Federação dedica maio aos bombeiros

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, co-

mandante Jaime Marta Soares, procedeu, no passado dia 27 de abril, em Lisboa, à assinatura da escritura notarial para o re-gisto dos novos Estatutos da confederação, aprovados em Congresso Extraordinário reali-zado em 28 de Janeiro último na Figueira da Foz.

Os novos Estatutos deverão ser agora publicados no Portal da Justiça e, por imperativo le-gal, também vai ser realizada uma inserção de publicidade em dois jornais.

ESTATUTOS LBP

Realizada escritura notarial

A Assembleia da República apro-vou nos últimos

dias, por unanimidade, um projeto de lei que cria um regime exce-cional de dispensa de serviço público dos tra-balhadores da admi-nistração pública que sejam bombeiros vo-luntários.

O diploma final re-sulta dos projetos de lei propostos pelo PSD, CDS e Bloco de Es-querda e foi aprovado por todas as bancadas.

A nova lei estabele-ce que “durante o pe-ríodo crítico determinado no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios é estabe-lecido um regime excecional de dispensa de ser-viço público dos trabalhadores da administração direta e indireta do Estado, bem como da admi-nistração autónoma, que cumulativamente dete-nham a qualidade de bombeiro voluntário” caso

sejam chamados a combater um incêndio flores-tal.

A lei determina ainda os casos em que se apli-ca “o regime excecional de dispensa de serviço público”, como, por exemplo, “em caso de decla-ração de alerta especial, de nível vermelho, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil”.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Aprovado regime de dispensa

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) de-fende que as associações de bombeiros que

integrem nos seus quadros bombeiros habilita-dos, certificados ou licenciados pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) para o exercício de nadador-salvador sejam legalmente reconheci-das e certificadas para o exercício da atividade de prestação de serviços de assistência e socor-ro a banhistas, através dos seus nadadores-sal-vadores.

A LBP defende ainda que, no âmbito da legis-lação em vigor, “a contratação de nadadores salvadores pode ser efetuada através de Asso-ciações Humanitárias de Bombeiros Voluntários.

A LBP foi ouvida em 18 de abril último, a pro-pósito, pelos deputados da Comissão Parlamen-tar de Defesa da Assembleia da República, que se manifestaram sensibilizados relativamente às propostas apresentadas.

A delegação da LBP foi constituída, pelo vice--presidente do conselho executivo, Rodeia Ma-chado, pelo provedor dos associados da LBP, Fernando Vilaça, pelo presidente da escola Na-cional de Bombeiros, José Ferreira, e pelo se-gundo comandante dos Bombeiros de Viseu, José Luís Teixeira.

A audição ficou a dever-se à necessidade de alterar o regulamento da atividade de nadador--salvador.

Nos termos da legislação em vigor, é vedado às associações o exercício da atividade de pres-tação de serviços de assistência e socorro a ba-nhistas, ainda que possuam elementos habilita-dos nos seus corpos de bombeiros e tendo em conta, inclusive, o facto de durante dezenas de anos terem assegurado esse serviço, em resul-tado da cooperação existente com o ISN para o socorro e salvamento marítimos.

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Foto

: LUS

A

NADADORES SALVADORES

LBP lança alerta

Page 14: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

14 ABRIL 2017

Com o objetivo de “sustentar e melhorar a quali-dade do socorro prestado à nossa população,

bem como consolidar relações com as forças de se-gurança”, os bombeiros de Águas de Moura realiza-ram nas suas instalações várias ações de formação de “suporte básico de vida com desfibrilhação auto-mática externa” tendo como público-alvo os milita-res do Destacamento Territorial de Palmela.

A iniciativa, que envolveu militares dos postos territoriais de Palmela, Poceirão, Pinhal Novo e Ca-nha, visou preparar e sensibilizar para procedimen-tos rápidos e adequados que podem salvar vidas.

Esta formação foi certificada pela Escola Nacional de Bombeiros e acreditada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica.

ÁGUAS DE MOURA

Bombeiros formam militares

A Câmara Municipal de Alter do Chão, ofereceu mais uma am-

bulância de socorro aos bombei-ros locais, a segunda em apenas três anos.

Este apoio à Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntários de Alter do Chão surge “no âmbito das competências no domínio da Segurança, Ordem

Pública e Proteção Civil da au-tarquia”, constituindo um investi-mento na ordem dos 50 mil euros.

A nova ambulância permitirá colmatar uma lacuna e permitirá qualificar e garantir a prontidão do socorro prestado às popula-ções.

ALTER DO CHÃO

Autarquia oferece ambulância

Os Bombeiros de Vagos vi-ram aprovada uma candi-

datura a fundos do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), para aquisição de um Veiculo Florestal de Comba-te a Incêndios.

“São meses de trabalho ár-duo que agora vemos recom-pensados. Todo este processo, que se iniciou em 2016, foi bas-tante complexo e trabalhoso mas, finalmente, recebemos a luz verde”, refere fonte instituição, dando conta de investimento de 149 mil euros sendo que 70 por cento será asse-gurada pelo fundo de coesão e restante pelos Bombeiros de Vagos.

“Considerando o contexto de escassez de fun-dos neste domínio é sem dúvida uma excelente noticia para a associação, mas principalmente

para o concelho de Vagos e municípios vizinhos”, salienta Jorge Pereira vice-presidente da direção desta instituição, que liderou todo este processo.

“Agora cabe-nos continuar a trabalhar no sen-tido de tornar a associação ainda mais sólida na-quele que é o seu objetivo máximo: a proteção de pessoas e bens”, defende o presidente da dire-ção César Grave,

VAGOS

POSEUR garante VFCI

Aprovada a candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Efi-

ciência no Uso de Recursos (PO SEUR), os Voluntários de Oleiros aguardam com natural expecta-tiva o início das obras de am-pliação e requalificação do quar-tel. A empreitada orçada em cerca 521 mil euros conta tam-bém com um financiamento municipal. O projeto que permi-tirá definir e centralizar as áreas operacionais, prevê a criação de novos espaços para o comando, salas de formação, bem como de camaratas e vestiários, bal-neários e sanitários e áreas de lazer, de apoio logístico e de ar-rumos e ainda a ampliação do parque de viaturas e o arranjo das áreas exteriores, como ex-plica ao jornal Bombeiros de Portugal Filipe Bártolo, o autor do projeto e vogal da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Olei-ros, registando ainda a preocu-pação em dar condições de tra-

balho e algumas comodidades aos operacionais, o que aliás obrigou mesmo a eliminar algu-mas áreas sociais da instituição, nomeadamente o salão nobre da instituição, que dará lugar a duas salas de formação e um gabinete de gestão de emergên-cia crise. Ao antigo quartel er-guido em 1968 junta-se uma nova área com cerca 1200 m2 que permite “desafogar” espa-ços e garantir algum conforto aos bombeiros.

Este é um projeto feito à es-cala das necessidades deste

corpo de bombeiros que resulta de processo muito participado e de vários contributos, nomea-damente do comandante, con-forme salienta Filipe Bártolo não escondendo algumas dificulda-des em aliar os critérios defini-dos pela direção e a funcionali-dade exigida pelos bombeiros às regras e restrições do programa de candidatura, aos trabalhos não elegíveis, as datas e à algu-ma inexperiência da associação nestes processos, sempre com-plexos. Contudo, e em contrar-relógio, o projeto foi feito e en-

VOLUNTÁRIOS

Mais de uma centena

Há muito que o quartel dos Voluntários de Oleiros deixou de garantir condições mínimas aos mais de 120 operacionais que

integram o corpo ativo. Determinada em suprir esta grave lacuna, a direção aproveitou uma janela de oportunidade e conseguiu nos

cofres comunitários as verbas necessárias para as ambicionadas obras de ampliação e requalificação.

As obras do “novo” complexo operacional deverão estar concluídas no primeiro semestre de 2018.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Se não fosse a câmara a instituição não teria condições financeiras para suportar os encargos com um corpo de bombeiros desta dimensão.

Albino Caldeira, presidente da direção

palavra de PRESIDENTE

Page 15: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

15ABRIL 2017

tregue, a candidatura aprovada e, se tudo correr como previsto, a empreitada estará concluída ainda no primeiro semestre de 2018.

No decorrer de uma visita às instalações o presidente Albino Caldeira e o comandante Luís Antunes, acompanhados por Fi-lipe Bártolo, Filipe Domingues e Tiago Antunes, vão dando conta das lacunas existentes e lamen-tam que “nem um banho quen-te, em condições, poder garantir aos bombeiros”.

Ainda assim, a propalada “cri-se de voluntariado” parece não ter batido à porta dos Voluntá-rios de Oleiros que contam, atualmente, com um efetivo de 126 homens e mulheres dispo-níveis para servir o município e sempre que necessário o País. O comandante Luís Antunes fala

com orgulho de um grupo jovem sempre disponível e em pronti-dão para assegurar uma respos-ta qualificada nos mais variados teatros de operações.

“Não temos nada para lhes dar. Por isso, só mesmo o gosto à camisola permite segurar es-tes bombeiros”, desabafa o res-ponsável operacional.

Albino Caldeira faz questão de salientar “as grandes dificul-dades” em gerir e manter o

equilíbrio financeiro desta orga-nização, só ultrapassadas com uma “forte parceria” com a Câ-mara Municipal de Oleiros, que, aliás, “já vem do passado”.

“Se não fosse a câmara a ins-tituição não teria condições fi-nanceiras para suportar os en-cargos com um corpo de bom-beiros desta dimensão”, reco-nhece o presidente da direção, até porque escasseiam apoios num território do interior, pouco

DE OLEIROS

sonham com “casa” nova

Continuam a exigir muito dos bombeiros, mas não dão condições para formar os operacionais.

Luís Antunes, comandante

voz de COMANDOFundada a 7 de outubro de 1948, a As-sociação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Oleiros assume-se no pre-sente como uma referência, sobretudo pelo número de voluntários que mobiliza. Mais de 126 operacionais garantem o so-corro aos cerca de 5100 habitantes das 10 freguesias deste município do distrito de Castelo Branco.

A instituição conta com 23 funcionários fundamentais no apoio à missão desem-penhada pelos Voluntários.

O corpo de bombeiros conta com uma seção destacada na freguesia de Orvalho e prepara--se para em breve para criar uma outra em Esteiro Vilar Barroco, investindo assim na pro-ximidade com as populações e na prontidão do socorro.

A associação centra a sua atividade no cor-po de bombeiros e embora as portas do quar-tel estejam sempre abertas para as nstitui-ções do concelho para a realização de ativida-des e eventos vários, a valência associativa é mantida, apenas, pela fanfarra que mobiliza cerca de 30 músicos.

Cartão de visita

povoado e com “curto” tecido empresarial.

O dirigente regista a “boa re-lação com a população”, sempre atenta à realidade dos bombei-ros, mas reconhece que essa proximidade não se traduz no aumento do número de associa-dos, que presentemente serão “pouco mais de 700”.

O transporte de doentes, con-tinua a ser a principal fonte de receita da associação, contudo – assinala Albino Caldeira – nos últimos anos o número de servi-ços tem vindo a diminuir, o que, aliás, levou o presidente dos Vo-luntários de Oleiros a reunir com a administração da Unida-de Local de Saúde de Castelo Branco com o intuito de “afinar estratégias”, esse encontro sor-tiu o resultado pretendido que se traduz num “aumento de tra-balho”.

“Falta-nos muita coisa, mas a questão do quartel é prioritá-ria, por isso só depois de con-cluída a obra podemos redefinir prioridades”, diz o comandante, adiantando que as maiores ca-rências registam-se ao nível dos equipamentos de proteção individual para combate a in-cêndios urbanos e industriais.

”No último ano, recebemos duas ambulâncias estamos à espera de uma outra, de trans-porte de doentes e, assim não me posso queixar”, remata Luís Antunes.

Os Bombeiros de Oleiros, há cerca de 15 anos, mantêm em funcionamento uma secção destacada na freguesia de Or-valho com 15 bombeiros. por-que esta descentralização tem contribuído para acrescentar prontidão ao socorro, a asso-ciação analisa agora com a jun-

ta de freguesia a possibilidade de criar um outro posto avan-çado no Estreito, para o qual até já existem instalações, con-tudo, como sublinha Albino Caldeira este projeto carece ainda de avaliação.

A interioridade revela-se não pela distância, mas pelos con-venientes esquecimentos. Lon-ge dos grandes centros de de-cisão é mais difícil reivindicar, exigir, isso mesmo acentua o comandante para denunciar a falta de respostas da Escola Nacional de Bombeiros, em matéria de formação que tem vindo a ser compensada “com as boas vontades dos formado-res do distrito”.

“Continuam a exigir muito dos bombeiros, mas não dão condições para formar os ope-racionais”, denuncia Luís Antu-nes.

Page 16: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

16 ABRIL 2017

Os Bombeiros Voluntários da Trafaria abriram, novamente, as portas do quartel ao projeto

“Bombeiros por 5 Dias” que este ano mobilizou 27 crianças e jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos.

Esta iniciativa que conta com o apoio da União de Freguesias de Caparica e Trafaria, decorreu de 5 a 9 de abril, e permitiu não só garantir ocupa-

ção, durante as férias da Páscoa mas, sobretudo, formar para a cidadania dos alunos de dois agru-pamentos de escolas do concelho de Almada.

Durante cinco dias os mais novos foram convi-dados a conhecer o quotidiano de um corpo de bombeiros, as rotinas e os equipamentos e meios usados pelos operacionais, da mesma forma que receberem conhecimentos em matérias tão di-

versificadas como comunicações, emergência pré-hospitalar, combate a incêndios urbanos, sal-vamento e desencarceramento e salvamento em grande ângulo e manobras de escadas.

A ação terminou no dia 9 de abril com um exer-cício, no Largo da República, que permitiu aos formandos mostrarem o muito que aprenderam no decorrer da semana. No final da tarde, ainda

antes das emocionadas despedidas e das pro-messas de regresso, foram entregues os diplo-mas de participação, numa cerimónia que contou com as presenças dos familiares e amigos, mas também dos bombeiros, comando e dirigentes dos Voluntários da Trafaria e ainda do vereador Rui Jorge e da presidente da União de Freguesias de Caparica e Trafaria, Teresa Paula Coelho.

TRAFARIA

Cerca de 30 “Bombeiros por 5 Dias”

Um dia antes do encerra-mento da terceira edição do projeto “Bombeiros por

cinco dias”, já os participantes reconheciam que “o que é bom acaba depressa” e até mesmo os operacionais não escondiam a nostalgia de ver o grupo partir depois de dias de intensa ativi-dade e de muita partilha.

Os 60 participantes nesta ini-ciativa, com idades compreendi-das entre os 10 e 16 anos – 50 dos quais alunos do Agrupa-mento de Escolas de D. Louren-ço Vicente e os restantes filhos de bombeiros - viveram mo-mentos inesquecíveis, apren-dem muito, conviverem mais, apreenderam regras ainda e cresceram. A experiência deixou marca em todos, até mesmo nos “repetentes” que garantem que todos os desafios e momen-tos são únicos.

Notoriamente satisfeito, o co-mandante Carlos Pereira fala

desta “aventura” com entusias-mo, minimizando o trabalho, as preocupações com a logística inerentes a uma organização desta natureza, em que nada pode falhar, sobretudo a con-fiança na instituição.

A missão “Bombeiros por Cin-co Dias” mobiliza todo o corpo ativo e os dirigentes que contam ainda com o apoio da escola e colaboração no terreno da asso-ciação de pais e encarregados de educação que disponibiliza voluntários para a acompanhar os participantes, nomeadamen-te, nas refeições, embora sem-pre disponíveis para arregaçar as magas em qualquer outra ta-refa.

O chefe Rogério Henriques responsável pelo projeto não esconde satisfação pelo sucesso desta iniciativa que “deveria ter começado com 20 miúdos, mas estreou-se logo com 50 e agora já conta com 60” porque, para

já, não existem condições para responder a todas as solicita-ções.

O orientador desta atividade de tempos livres nas Férias da Páscoa faz questão e dar a co-nhecer o plano de formação das duas turmas (Echo e Foxtrot) que contemplou matérias tão diversas como Ordem Unida, Salvamento e Desencarcera-mento, Técnicas de Socorrismo, Suporte Básico de Vida, Incên-

LOURINHÃ

Quartéis (também) são escolas de cidadaniaSeis dezenas crianças e jovens foram,

durante as férias da Páscoa “Bombeiros por cinco dias”, no quartel dos Voluntários da

Lourinhã que pelo terceiro ano consecutivo assume a promoção desta iniciativa com assinalável êxito e com a certeza de que

estão a contribuir para a formação destas crianças e jovens.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

O meu irmão tem vindo sempre e gosta muito de estar nos bombeiros, por isso este ano também quis vir.Gostava que os colegas viessem também.

Já venho há três anos, gosto muito, gosto de trabalhar em equipa e todas as atividades. Quando for grande quero ser médico, mas bombeiro é a minha segunda opção.

Bianca, 10 anos

Daniel, 13 anos

dios Urbanos e Industriais e In-cêndios Florestais. O programa integrou ainda a componente prática, vários exercícios, uma

pernoita no quartel com treino noturno e ainda um laboratório de fogo, uma “invenção” do chefe Rogério Henriques que

causa grande impacto nos mais novos, que não raras vezes pe-dem a repetição “das experiên-cias” e esclarecimentos adicio-nais sobre as explosões os “pós coloridos” que as provocam.

“É extraordinária a capacida-de de aprendizagem, decoram tudo na hora”, enfatiza Rogério Henriques.

À paixão com que o coorde-nador apresenta o projeto, jun-ta-se a satisfação da presidente

Page 17: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

17ABRIL 2017

Cerca de quatro dezenas crianças e jovens, dos seis aos dezasseis anos de idade, integram a

recém-criada Escola de Infantes e Cadetes dos Voluntários de Lamego que desta forma concreti-zam um “sonho antigo”.

“Numa fase em que o voluntariado está a atra-vessar uma enorme crise é com muito orgulho que esta escola arranca com 30 infantes e seis cadetes, um número muito significativo de futu-ros bombeiros”, assinala fonte da associação, sa-lientado que os formandos “irão contactar com a

realidade do corpo de bombeiros, iniciando a sua formação nas diversas áreas, começando por ad-quirir conhecimentos e saber em diferentes do-mínios”.

Os “bombeiritos” foram recebidos, no passado dia 15 de março, por dirigentes e comando numa cerimónia de acolhimento que contou com a pre-sença dos pais, responsáveis pelo projeto e tuto-res e, ainda, pelas mascotes Chefe Herói e a Che-fe Coragem que não podiam deixar de dar as boas vindas aos infantes e cadetes.

Este dia ficou ainda marcado por uma visita guiada às instalações dos Bombeiros Voluntários de Lamego e um jogo coletivo entre pais e filhos

que permitiu fomentar o espírito de equipa “algo de extrema importância para o serviço de bom-beiro”.

LAMEGO

Escola abre portas

da associação de pais do Agru-pamento de Escolas e D. Lou-renço, Mafalda Lourenço e da vice-presidente Patrícia Pereira, duas das impulsionadoras desta atividade extracurricular, peren-tórias em considerar que “esta experiência muda quem a vive”. Mafalda Lourenço relata mesmo alguns casos de jovens com problemas comportamentais que com dos bombeiros apreen-dem as regras que depois apli-cam também em casa e na es-cola.

Orgulhoso da sua casa e dos mais de 80 bombeiros, homens e mulheres, que tanto a dignifi-cam, Carlos Horta, o presidente da direção da Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntá-rios da Lourinhã faz um balanço “muito positivo” deste projeto,

que considera permite dar visi-bilidade à instituição e contribuir para a formação destes cida-dãos de palmo e meio, que po-dem não abraçar a causa – “está claro” – mas serão sempre seus apoiantes. Ainda assim o co-mandante Carlos Pereira assina-la que o projeto já permitiu co-locar cinco elementos, na escola de estagiários.

Registe-se o apoio rotativo das juntas de freguesia, sendo que este ano coube às autar-quias de Lourinhã e Atalaia e de Santa Bárbara, que garantem o fornecimento de refeições, bem como da Câmara Municipal.

Para o ano os Voluntários da Lourinhã voltam a desafiar crianças e jovens para mais uma grande aventura de cinco dias.

LOURINHÃ

Quartéis (também) são escolas de cidadania

Não sabia nada sobre os bombeiros, mas como gosto de ajudar os outros decidi vir. Estou a adorar. Esta noite, dormimos cá e fomos chamados para apagar um incêndio num carro e para socorrer duas vítimas. Gostava tanto de ser bombeira.

Vim no primeiro ano e agora voltei, porque gostei muito da experiência. Aqui aprendemos muito, ganhamos disciplina e muitos amigos. Aqui somos todos amigos. Quero seguir a carreira militar, mas gostava muito de ser bombeiro.

Alexandra, 11 anos

Miguel, 15 anos

Page 18: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

18 ABRIL 2017

Sérgio Barros é o novo comandante dos Bom-beiros Voluntários de Ermesinde. A tomada de

posse decorreu numa cerimónia onde o novo co-mandante estabeleceu já as linhas prioritárias para um projeto de cinco anos que agora inicia.

Ter um corpo de bombeiros bem formado e equipado são dois dos ingredientes que Sérgio Barros pretende ter para atingir os seus objeti-vos.

Com 25 anos de serviço e bombeiro desde os 16 anos, entre os quais os últimos quatro na Au-toridade Nacional de Proteção Civil, Sérgio Barros assume o comando dos Bombeiros de Ermesinde cinco meses depois do cargo ter sido assumido

pelo segundo comandante, Emanuel Santos, após o término de comissão de serviço de Carlos Teixeira.

Numa cerimónia que contou com a presença de várias entidades, responsáveis da Proteção Civil e autarcas, Sérgio Barros afirmou que não irá pou-par esforços na prossecução do projeto que idea-lizou para os próximos cinco anos. E uma das suas prioridades é o crescimento do corpo de bombeiros. “Precisamos de crescer”, disse, acres-centando que num universo de 80 mil habitantes, das cidades de Ermesinde e Alfena, 45 por cento está dentro de uma faixa etária capaz de ser mo-bilizada. Outro dos objetivos do novo comandan-

te passa pela criação de um corpo de infantes e cadetes e numa aposta clara de formação dos bombeiros voluntários. Por último, preconiza no seu projeto o reforço de escalas e melhoria dos índices de resposta aos pedidos de socorro.

Jorge Videira, presidente da direção da Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, revelou disponibilidade para encon-trar as respostas necessárias para a melhoria do serviço, especialmente ao nível da operacionali-dade. Frisando que tem havido o esforço para melhorar o material circulante e equipamento, Jorge Videira recordou que a corporação tem um carro de incêndio novo, duas ambulâncias que

estarão em breve ao dispor e que foram investi-dos 25 mil euros desde o início do ano em equi-pamentos de proteção individual.

Finalmente, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro enalteceu a ati-vidade das corporações de bombeiros no conce-lho, onde devido às serras e rios “ao longo de todo o ano têm muito trabalho”. O autarca apro-veitou para anunciar que vai propor na Câmara Municipal a atualização do apoio mensal atribuído aos bombeiros, passando de 4500 euros para seis mil euros.

“Verdadeiro Olhar” (Texto e Fotos)

ERMESINDE

“Precisamos de crescer”

Hugo Lança Neves já é, ofi-cialmente, o comandante

dos Bombeiros Voluntários de Queluz, funções que aliás já as-sumia, interinamente, há cerca de um de um ano.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), “amigo e conterrâneo” do novo comandante fez questão de marcar presença na sessão. Na sua alocução Jaime Marta Soa-res começou por reconhecer as qualidades humanas e operacio-nais do recém-empossado, para depois relembrar a importância

do serviço público prestado pe-las associações humanitárias e da insubstituível missão, marca-da pelo profissionalismo, pela responsabilidade e pela solida-riedade que tão bem caracteri-zam os homens e mulheres que trajam de soldados da paz.

“O povo português, é o povo mais solidário e humanista que existe no espaço universal, por essa razão os seus bombeiros não poderiam ser diferente da-quilo que são”, enfatizou.

A tomada de posse, que teve lugar, na noite de 21 de abril, no

salão nobre da associação, foi testemunhada, ainda, por diri-gentes, nomadamente pelos presidentes da assembleia geral da instituição Pedro de Lemos e da direção, Ramiro Ramos, da Assembleia Municipal de Sintra, Domingos Quintas, e da União de Freguesias Queluz-Belas, Paula Alves, do Comandante Operacional Distrital de Lisboa, André Fernandes e o pároco da cidade, pe. Thomaz Fernández, familiares amigos e muitos re-presentantes de corpos de bom-beiro o concelho de Sintra e dos

município vizinhos e até dos Açores.

Hugo Lança Neves dedicou a sua intervenção ao corpo de bombeiros que enalteceu, assu-mindo uma missão “centrada na responsabilidade, confiança” pedindo aos operacionais “uma ação proativa em soluções” exortando-os “a serem sonha-dores ativos positivos e criati-vos de modo a transformarem os problemas em oportunidade em soluções exequíveis e rea-listas.”

Sofia Ribeiro

QUELUZ

Comandante interino passa a titular

Os Bombeiros Voluntários de Lisboa realiza-ram uma cerimónia no dia 25 de abril no

Jardim de São Pedro de Alcântara, durante a qual eram posse a dois novos elementos de co-mando, Márcio Rafael Morais Teixeira, como se-

gundo comandante, e Hugo Rafael Correia Si-mões, de adjunto de comando.

A cerimónia contou com as presenças, do ve-reador da Câmara Municipal de Lisboa, respon-sável pela Proteção Civil, Carlos Castro, e do co-

mandante distrital de socorro da Autoridade Na-cional de Proteção Civil, André Fernandes.

No local foram ainda apresentadas duas no-vas ambulâncias de socorro, que vão integrar o Dispositivo Integrado Permanente de Emergên-

cia Pré-Hospitalar da Cidade de Lisboa (DIPE-PH), estabelecido recentemente entre a Autar-quia e as associações de bombeiros voluntários da capital para reforço do socorro pré-hospita-lar.

LISBOA

Quadro fica completo

Page 19: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

19ABRIL 2017

Ao fim de 30 anos os Bom-beiros Voluntários de Cin-fães viram o sonho torna-

do realidade, com a inaugura-ção do novo quartel, no passado dia 22 de abril. O equipamento, orçado em mais de 1 milhão de euros, foi inaugurado pela mi-nistra da Administração Interna e pelo presidente da Câmara de Cinfães, tendo estado pressen-te o comandante José Requeijo em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Na cerimónia realizada nos paços do concelho, Constança Urbano de Sousa, falou de um “magnífico quartel” que repre-senta uma “dinâmica que nos deve orgulhar” e que simboliza uma “robusta capacidade de intervenção”, referindo-se à forma como Governo, Municí-pio e Corporação se dedicaram e apoiaram a obra. A governan-te, que se fez acompanhar do secretário de Estado da Admi-nistração Interna, Jorge Go-mes, aproveitou a sua inter-venção para destacar o papel que cada cidadão tem na pre-venção dos incêndios florestais. “Somos os primeiros agentes

de proteção civil. Temos de in-teriorizar que a proteção civil começa em cada um de nós”, salientou.

Já Adriano Cardoso, presi-dente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Cinfães, salientou que esta obra é o concretizar de uma ambição antiga de três déca-das. Este responsável agrade-

ceu o papel do presidente da Câmara de Cinfães que “com a sua preocupação, determina-ção e empenho ajudou a trans-formar este sonho em realida-de”, referindo que, “logo a se-guir à tomada dos desígnios do Município vestiu a farda de um verdadeiro bombeiro e, por isso, esta obra também é sua senhor presidente”, sublinhou.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Cinfães destacou a importância dos bombeiros, enaltecendo o trabalho que de-senvolvem em prol da seguran-ça e do bem-estar “dos cinfa-nenses e de todos quantos nos visitam”. Armando Mourisco lembrou o apoio que o Municí-pio dá às duas corporações do Concelho, quer na construção de novos equipamentos, quer na aquisição de viaturas e ofer-ta de equipamento de proteção individual de combate a incên-

CINFÃES

Inaugurado novo quartel

Foi subscrito no dia 25 de abril, em Arronches, o pro-tocolo acordado entre a Câ-

mara Municipal local e a REVI-VER MAIS, Associação dos Ope-racionais e Dirigentes dos Bom-beiros Portugueses, IPSS, com vista a regular a cedência de espaço para instalação da sede da Delegação Distrital de Porta-legre daquela instituição.

A cerimónia de formalização do referido documento realizou-

-se nos Paços do Concelho, inte-grada na sessão solene das co-memorações do 43.º aniversá-rio da revolução, tendo como outorgantes a presidente da au-tarquia, Fermelinda Carvalho, e o presidente do Conselho de Ad-ministração Executivo (CAE), Luís Miguel Baptista.

O protocolo compreende a ocupação parcial do edifício da antiga escola primária de Arron-ches. Além de um espaço espe-

cífico destinado à REVIVER MAIS, numa das alas do piso térreo, poderão ainda ser utili-zadas salas existentes no andar superior, preparadas para a rea-lização de assembleias gerais e de outras reuniões, bem como de ações de formação. O CAE releva a cedência em apreço e tem fundadas esperanças de que a mesma possa vir a servir de exemplo e incentivo a outros municípios do país, de modo a

ver concretizado o estabeleci-mento de uma rede de espaços sociais destinados aos sócios da Associação. A Delegação de Por-talegre é a segunda a dispor de instalações próprias, sucedendo à do distrito de Aveiro, cuja sede, recentemente submetida a obras de ampliação e remode-lação, se encontra localizada no quartel-sede da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de S. João da Madeira.

ARROCHES

Câmara cede espaçoà REVIVER MAIS

dios florestais, na criação de duas Equipas de Intervenção Permanente, ou ainda, na atri-buição anual de um subsídio no valor de 30 mil euros.

O autarca de Cinfães apro-veitou também a ocasião para anunciar que, brevemente, en-trará em vigor um regulamento de concessão de regalias so-ciais aos bombeiros voluntários do Concelho.

O socorro existe e funciona bem com o esforço de todos e a Câmara estará sempre ao lado das nossas corporações para as ajudar” sublinhou o mesmo responsável.

Inserida no programa de inauguração, a direção da As-sociação Humanitária dos Bom-beiros de Cinfães quis também assinalar o dia com uma sim-ples mas sentida homenagem a um grupo de pessoas que fa-

zem parte da história da Insti-tuição. Como forma de reco-nhecimento pelo trabalho, em-penho e dedicação e como for-ma de gratidão foram entregues medalhas aos Fundadores dos Bombeiros, aos Bombeiros da 1ª Escola, aos órgãos sociais até à data e aos ex-comandan-tes da corporação.

O novo quartel, construído no lugar de Cruz de Bouças re-presenta um investimento su-perior a 1 milhão de euros. A obra teve um financiamento comunitário de 85 por cento, no âmbito da candidatura apre-sentada no domínio de Inter-venção Prevenção e Gestão de Riscos do Eixo II, do Programa Operacional Temático Valoriza-ção do Território (POVT), ca-bendo à Câmara de Cinfães pa-gar os restantes 15 por cento (€164.907,36).

Page 20: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

20 ABRIL 2017

Oito equipas da Região Autónoma dos Açores e seis da Região Autó-

noma da Madeira disputaram o IV Campeonato Regional de Trauma – Ilhas, que foi vencido pela equipa dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vi-tória, Terceira, onde a prova, aliás, decorreu.

A prova foi organizada pela Asso-

ciação Nacional de Salvamento e De-sencarceramento, em parceria com os Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, com a Câmara Municipal e o Serviço Municipal de Proteção Civil, e ainda o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.

Durante os dois dias de provas as equipas presentes disputaram a clas-

sificação em dois cenários (manobras standard e complexa) e, no final, fi-caram definidos as seis apuradas para a final do campeonato nacional que decorre em 20 e 21 de maio na Figueira da Foz.

Na prova standard a classificação foi liderada pela equipa A dos BV Praia da Vitória, seguida das equipas

dos BV Santa Cruz das Flores e do Nordeste.

A prova complexa foi também ven-cida pela equipa A dos BV de Praia da Vitória, seguida da B do mesmo cor-po de bombeiros e da equipa A dos Sapadores do Funchal.

A classificação final, que apurou as seis equipas para o Nacional, ficou

definida, em primeiro e segundo lu-gares, respetivamente, pelas equi-pas A e B dos BV de Praia da Vitória, em terceiro, a equipa A da Madeira Emergência, no quarto lugar, os BV Nordeste, no quinto, a equipa B da Madeira Emergência, e em sexto lu-gar, a equipa dos BV Santa Cruz das Flores.

AÇORES

Praia da Vitória vence Trauma

Foto

s: T

iago

Sou

sa

Uma forte intempérie, e um conjunto de ocor-rências registadas em sequência disso, foi o

cenário escolhido para um mega exercício, deno-minado “Stormex”, que serviu de teste ao Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Vila Nova de Famalicão.

O exercício contou com a participação das três associações de bombeiros do concelho, Riba de Ave, Famalicenses e Famalicão, da PSP e GNR num total de 170 pessoas e 44 viaturas.

A precipitação forte, rajadas de vento entre 130 a 140 quilómetros/hora e trovoada suscita- ram a emissão de um alerta vermelho e a pronta intervenção em diversas ocorrências. Estas regis-

taram-se, na Avenida José manuel Marques (An-tas), na estrada nacional em Ponte de Louro, na ciclovia Sano Adrião, na VIM, sentido Joane/Vize-la, junto à Rua da Paz, Oliveira de Santa Maria, na Rua de Santo António (Delães) e no parque de estacionamento D. Maria II, Antas.

No final do exercício, o vice-presidente e res-ponsável pelo pelouro da Proteção Civil Munici-pal, Ricardo Mendes, traçou um balanço positivo do exercício e enalteceu a prontidão, organização e profissionalismo dos diversos intervenientes na condução das operações no terreno.

FAMALICÃO

Cenário de intempérie testa meios

Os Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde rece-

beram e coordenaram no passa-do dia 8 de abril, o 2.º treino con-junto de técnicas de salvamento em grande ângulo no distrito de Vila Real, correspondendo ao de-safio lançado pelo comando dis-trital da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O treino contou com a partici-pação de 40 elementos dos Bom-beiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde, Cruz Branca, Mondim de Basto, Ribeira de Pena, e com as equipas convidadas dos Bom-beiros de Peso da Régua e da Equipa de Busca e Resgate em Montanha da 5ª Companhia do Grupo de Intervenção de Prote-ção e Socorro (GIPS) da GNR. O objetivo principal do encontro foi a partilha de conhecimentos, téc-nicas e métodos de atuação dos diferentes agentes de proteção civil face aos diversos cenários apresentados.

O treino foi realizado nas es-carpas do Rio Corgo, na fregue-sia de Vila Real, local de difícil acesso, apresentando caracterís-ticas privilegiadas para a realiza-ção de atividades ligadas ao des-porto e lazer, tais como a prática de escalada, caminhadas, entre outros.

O exercício contou com a pre-sença do segundo comandante distrital de Vila Real da ANPC, Manuel Machado.

VILA REAL

Treino conjunto de grande ângulo

Page 21: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

21ABRIL 2017

Os simulacros são uma das mais importantes ferramen-

tas de treino nas mais variadas áreas de intervenção porquanto permitem testar, em ambiente simulado, procedimentos de ní-vel tático, operacional e estraté-gico, essenciais ao cabal cum-primento da missão de todos os intervenientes com competência na matéria, identificando falhas e constrangimentos que, a veri-ficarem-se em situação real, te-riam quase sempre efeitos bas-tante negativos. No passado dia 26 de março, a ponte de Riba-longa em Carrazeda de Ansiães, foi cenário para simulacro “Dou-ro’17”, o primeiro em plena via num “ponto perigoso”, de difícil acessibilidade e com constrangi-mentos ao nível das comunica-ções.

A grau de dificuldade coloca-do aos operacionais envolvidos visou fomentar a partilhar e consolidação de conhecimentos e técnicas e, assim, melhorar o planeamento, bem como os ní-veis de eficiência e eficácia da resposta, em situações de aci-dente ferroviário.

O exercício envolveu a CP, a IP, o CDOS de Bragança, o Ser-viço Municipal de Proteção Civil e a Guarda Nacional Republica-na de Carrazeda de Ansiães, uma equipa de montanha do GIPS e os corpos de bombeiros de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela e Torre de Mon-corvo.

A Infraestruturas de Portugal (IP) realizou no dia 26 de Mar-ço, domingo, um simulacro de âmbito distrital denominado

CARRAZEDA DE ANSIÃES

Simulacro de acidente ferroviário Douro’17

sucesso da ação e sublinhar a especial atenção necessária para a correta articulação entre

as diversas entidades envolvi-das em incidentes desta tipolo-gia.

“DOURO’17”. A acção decorreu sob coordenação do Comando Distrital de Operações de So-corro de Bragança, informa o gestor de infraestrutura ferro-viária.

Inserido no Plano de Simula-cros para 2017, a acção pro-movida na linha do Douro, teve como principais objectivos tes-tar os procedimentos instituí-dos no Plano de Emergência Geral (IET n.º 96), aferindo a articulação entre as estruturas gestoras da emergência – CCO

do Porto e CDOS de Bragança, os operacionais no terreno – Gestor Local de Emergência IP, CP, e os diversos Agentes de Protecção Civil.

O cenário testado constou de um acidente envolvendo um comboio de serviço comercial de passageiros na ponte ferro-viária de Riba Longa com inter-venção da equipa de salvamen-to em grande ângulo do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR.

Importa destacar o grande

Foto

s: B

VCar

raze

da d

e An

siães

Tanque em Inox Capacidade: 4500 Litros

C o m o u s e m

e q u i p a m e n t o

Os Bombeiros Voluntários das Tai-pas, Guimarães, somam à sua his-

tória mais um parto realizado num das suas ambulâncias, desta feita apoiado pelos seus bombeiros Nelson Soares e Manuel Abreu, saudados pelo coman-dante Rafael Amâncio, juntos na foto, pelo seu excelente desempenho.

O parto acabaria por ser também as-sistido pela médica Joana Bravo, e pela enfermeira Eulália Pereira, da viatura médica (VMER) do Hospital de Braga.

A chamada de socorro chegou ao quartel das Taipas às 7h26 e cinco minutos depois os bombeiros Nelson Soares e Manuel Abreu es-tavam já no domicílio da parturiente a socor-rê-la. Com o parto eminente, os bombeiros, com o apoio seguinte da equipa da VMER, ini-ciaram o transporte da parturiente num troço

de apenas 7 quilómetros que distam do Hospi-tal de Guimarães. Apesar disso, o bebé aca-bou por nascer a bordo da ambulância sendo depois transportado nos braços da mãe para o referido estabelecimento hospitalar com os cuidados especiais dos bombeiros e da equipa da VMER.

TAIPAS

Mais um parto na ambulância

Hoje, 20 de abril, de manhã, reali-zou-se o Simulacro LIVEX foi a

designação dada ao simulacro de aci-dente químico realizado recentemen-te no Barreiro, na Escola Básica e Se-cundária Alfredo da Silva, originando três vitimas (dois alunos e um pro-fessor).

Estiveram envolvidas cerca de 700 pessoas (alunos, docentes e não do-centes), as Associações de Bombei-ros Voluntários do “Sul e Sueste” e do “Barreiro - Corpo de Salvação Pú-blica”, bem como a Polícia de Segu-rança Pública e o Serviço Municipal de Proteção Civil.

BARREIRO

700 em exercício

Page 22: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

22 ABRIL 2017

Os portões do quartel dos Voluntários de Vila Fran-ca de Xira estão sempre

abertos por isso é com naturali-dade e muita simpatia que a equipa do jornal Bombeiros de Portugal é recebida pelo presi-dente da direção, Vítor Henri-ques, o vice-presidente Arnaldo Marques e o comandante do corpo de bombeiros, Elviro Pas-sarinho, para dar a conhecer esta centenária instituição.

O quartel inaugurado em 2003 e ampliado há cerca de seis anos reúne todas as condi-ções operacionais, de resto “esta é uma instituição onde apenas falta dinheiro” como iro-niza o presidente, pois muito trabalho e uma gestão rigorosa tem permitido suprir todas as lacunas operacionais. O coman-dante regista, com natural

agrado, que em breve, ao abri-go do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) o parque de viaturas receberá um novo veículo florestal para substituir um outro “com mais de 20 anos que tem andando a bater fogos por todo o País e que a há cerca de dois anos so-freu um acidente grande, e em-bora tivesse sido recuperado, acusa alguma moléstia”. A aqui-sição de mais uma ambulância constitui um prioridade assim como a substituição da viatura do INEM que tem mais de 15 anos e com muito serviço efe-tuado numa área complicada, onde os acidentes quer nas au-toestradas, quer na Reta do Cabo, dão muito trabalho aos bombeiros. De resto na área de intervenção dos Voluntários de

Vila Franca de Xira “são muitos os riscos” como assinala Elviro Passarinho dando conta da fer-rovia, do rio e até de “alguma floresta”, áreas urbanas e rurais a serra e a lezíria, uma realida-de que obriga a associação a apostar na formação, em várias valências, lamentando ainda assim que Escola Nacional de Bombeiros não consiga dar res-posta a todas as solicitações.

Cerca de meia centena de operacionais servem uma po-

pulação de 22 mil habitantes, um número que O comandante queria ver crescer, mas que – lamenta – tem tendência a di-minuir.

“O quadro ativo tem cinquen-ta e poucos elementos e temos

mais uns 20 na reserva, um quadro bom que arranjaram, tendo em conta que quem para lá vai já não volta, sentem-se lá bem”, satiriza o comandante de-nunciando, ainda assim, sérias preocupações com o decréscimo

do número de voluntários, alvi-trando que “qualquer dia há mais quartéis do que bombei-ros”. Contudo, não obstante as dificuldades em atrair efetivos para os contingentes da paz, o quartel tem seis novos opera-

VILA FRANCA

Associação pede incentivosA assinalar 135 anos de existência a

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira enfrenta

um ciclo marcado pela estabilidade que permite projetar o futuro.

Uma gestão rigorosa abriu caminho ao investimento na formação dos operacionais,

bem como na renovação e modernização dos meios, requisitos fundamentais para responder às exigências de um setor em

constante mudança. Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Esta é uma instituição onde apenas falta dinheiro

Vitor Henriques, presidente da direção

palavra de PRESIDENTE

Fundada a 1 de maio de 1882, a Associação Humanitária dos Bom-

beiros Voluntários de Vila Franca de Xira continua a dignificar e rentabili-zar o legado dos pioneiros, prestan-do um serviço de excelência aos 22 mil habitantes de duas das seis fre-guesias deste concelho do distrito de Lisboa.

A associação emprega 21 pessoas, um quadro indispensável para apoiar a missão dos 52 bombeiros voluntá-rios.

Com o intuito de estreitar laços de proximi-dade com a população, a instituição desenvol-ve várias atividades, nomeadamente, junto da comunidade escolar. Numa outra vertente, a associação abre as suas instalações a iniciati-

vas diversas, nomeadamente, aos bailes se-manais que ainda garantem verbas significati-vas que são aplicadas na compra de meios e equipamentos para o corpo de bombeiros.

Os Voluntários de Vila Franca de Xira dina-mizam ainda uma fanfarra com cerca de 30 elementos.

Cartão de visita

Page 23: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

23ABRIL 2017

Decorreram no primeiro fim de semana de março, na Unidade Local de Formação das Taipas provas de acesso à categoria de bombeiro de 3.ª, nas quais foram avaliados seis estagiários dos Voluntá-

rios Famalicenses, que desta forma, em breve, vão poder reforçar este corpo de bombeiros do distrito de Braga realizado.

FAMALICENSES

Recrutas em provas

Os Voluntários de Paço de Sousa receberam, no final

do passado mês de fevereiro, oito novos elementos, que “após longas horas de formação e treino, já estão prontidão para socorrer a população”, se-gundo informa, em comunica-do, esta instituição do concelho de Penafiel.

Os novos operacionais afir-maram o seu compromisso com a causa e receberem as respeti-vas divisas, mas também o ca-pacete e o machado numa ceri-mónia que reuniu bombeiros, familiares e padrinhos dos no-vos elementos bem como o ve-reador da Proteção Civil da Câ-mara Municipal de Penafiel, Ro-drigo Lopes.

Em dia festa o quartel de Paço de Sousa abriu portas à comunidade que pode assistir a um conjunto de demonstrações que permitem dar a conhecer da preparação e valências deste corpo de bombeiros.

PAÇO DE SOUSA

Quartel recebe novos elementos

Os Bombeiros de Águas de Moura contam com dois novos operacio-

nais no quadro ativo. Depois de con-cluírem com aproveitamento o curso de instrução inicial de bombeiro, rea-lizarem as provas de avaliação e de ingresso e o estágio, Cristina Perinas e Hugo Lopes já integram este con-tingente da paz.

Nos meses de fevereiro e março operacionais dos Corpo de Bombei-ros de Águas de Moura, participam em várias ações de formação nas mais diversas valências. Enquanto sete operacionais marcaram presen-ça numa ação de formação promovi-da pelos Bombeiros de Pinhal Novo relativamente à “abordagem pré--hospitalar no doente traqueostomi-zado”, outros 17 elementos concluíram o Curso de Segurança Industrial promovido pela Naviga-tor Company para os seus parceiros enquanto outros elementos adquiriram conhecimentos so-bre “Mecânica e Cadeia Cinemática dos Veículos 4x4”.

Nos dias 18 e 19 de março, dois formadores na área de emergência pré-hospitalar dos Bombei-ros de Águas de Moura revalidaram competên-

cias, numa ação de recertificação promovida pela Escola Nacional de Bombeiros, em Sintra.

Este quartel do concelho de Palmela, conta, desde o passado dia 19, com mais um formador de Tripulantes de Ambulância de Socorro (TAS).

Já no mês de abril vários operacionais recebe-ram conhecimentos técnicos e práticos para a condução de veículos 4x4, em mais formação de condução fora de estrada mais eficaz e segura.

ÁGUAS DE MOURA

Contingente reforçado e aposta na formaçãoDE XIRA

ao voluntariado

cionais, saídos de uma recruta conjunta que envolve os seis corpos de bombeiros do conce-lho e conta com o patrocínio da câmara municipal. A dificuldade em trazer novos voluntários para a causa, na ótica de Vítor Henriques, terá que ser solucio-nada “com concessão de alguns benefícios”, que permitam de al-guma forma ressarcir estes vo-luntários pela importante mis-são que assumem em prol do seu semelhante.

Atenta a estes e a muitos ou-tros problemas com que se de-batem as associações humani-tárias do concelho, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

assume as suas responsabilida-des em matéria de proteção ci-vil, dando condições para que possam prestar um bom serviço ao município. A autarquia in-veste não apenas na formação, nos meios, e ainda financia Grupos de Intervenção Perma-nente, em todos os corpos de bombeiros, sendo que ainda as-sumiu o compromisso de cana-lizar verbas remanescentes do Orçamento Participativo para estas associações.

De resto os apoios são pou-cos, como sublinha o presiden-te, ciente que só o equilíbrio das receitas garantem a sus-tentabilidade que permite cum-

prir todas as obrigações, no-meadamente, com os mais de 20 funcionários da instituição. O dirigente faz questão de falar “dos avultados encargos men-sais, nomeadamente com a energia”, defendendo a criação de uma tarifa social que permi-tisse “aliviar” estas instituições que, na verdade, em muitos ca-sos, pagam para servir.

O esforço é grande, mas par-tilhado como fazem questão as-sinalar direção e comando enal-tecendo o importante trabalho dos voluntários que tudo dão à associação e que, ao longo de 135 anos, têm sido o garante deste projeto.

Quem para lá vai [Quadro de Reserva] já não volta, sentem-se lá bem

Elviro Passarinho, comandante

voz de COMANDO

Page 24: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

24 ABRIL 2017

O Corpo de Bombeiros Voluntários de Alenquer dispõe de mais oito no-

vos veículos para servir a po-pulação e de 90 capacetes para proteção dos seus opera-cionais. Estas foram algumas das surpresas em dia de ani-versário, comparticipadas ou totalmente suportadas por ci-dadãos anónimos, empresas e organizações locais, câmara municipal, juntas de fregue-sia, direção da associação, operacionais da casa e, até, por um corpo de bombeiros amigo.

Tratou-se de uma cerimónia que contou também com vá-rias condecorações e promo-ções, e que marca de forma muito positiva os 80 anos de existência desta associação humanitária. Destaque para a inauguração do Gabinete de Comando João Luís Murteira, atual adjunto de comando do corpo de bombeiros.

Foi no passado dia 23 de Abril, segundo dia da comemo-ração do 80.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alenquer, que decorreu a ses-são solene, após o tradicional

desfile apeado e motorizado pelas ruas da vila Presépio.

A sessão contou com as presenças, do presidente da Assembleia Municipal de Alen-quer, do presidente da Câmara Municipal Municipal, do co-mandante distrital de opera-ções de socorro da ANPC, do Diretor Nacional de Bombeiros da ANPC, do comandante Fer-nando Barão, representante da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, do vice presidente da Fe-deração de Bombeiros do Dis-trito de Lisboa, da vogal da di-reção da Escola Nacional de Bombeiros. Um dos momentos mais gratificantes foi a bênção e o batismo dos oito novos veí-culos: um veículo tanque tático

urbano (VTTU) oferecido pela empresa Transportes Florêncio Silva, uma ambulância de so-corro (ABSC) e uma ambulân-cia de transporte múltiplo (ABTM) e os 90 capacetes ofe-recidos pela Comissão de Re-formados Pensionistas e Ido-sos de Alenquer; dois veículos para operações específicas (VOPE) oferecidos pelos Bom-beiros Municipais do Cartaxo – duas motorizadas para apoio em prevenções e socorro, uma ambulância de socorro (ABSC) que ficará sedeada na segunda secção do CB de Alenquer, em Olhalvo, e que foi adquirida com o apoio das juntas de fre-guesia de Olhalvo, Santo Estê-

vão e Triana, Carregado e Ca-dafais, Abrigada e Cabanas de Torres, Meca, Cartona e Ota, bem como empresas e popula-ção de Alenquer, um veículo de combate a incêndios florestais (VFCI) obtido com apoio de empresas e pessoas que solici-taram anonimato.

Para que alguns destes veí-culos estejam hoje operacio-nais, foi ainda necessário o empenho de bombeiros do quadro ativo com muitas horas de trabalho e dedicação, bem como o apoio e investimento do comando e direção da Asso-ciação.

Seguiu-se um momento de grande significado para todo o

comando e corpo ativo, que foi descerramento da placa que atribui ao gabinete de coman-do o nome de João Luís Murtei-ra, atual adjunto de comando, e que foi admitido no corpo de bombeiros em 1972, manten-do-se até à data no ativo ao serviço da associação e do seu corpo de bombeiros.

Durante a sessão solene foi ainda recordado o gesto recen-te da Câmara Municipal de Alenquer de reforçar a verba financeira atribuída aos corpos de bombeiros do município, que, no caso de Alenquer, foi aplicado na criação de um nú-cleo de primeira intervenção de socorro, com cinco opera-cionais.

A sessão solene constituiu ainda uma oportunidade de homenagem a figuras relevan-tes da associação e corpo de bombeiros, nomeadamente, a Francisco Cipriano, presidente da assembleia geral distingui-do com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugue-ses pelos seus mais de 40 anos de dedicação à instituição, a Emílio Cardoso, presidente da direção, que recebeu a meda-lha de assiduidade da LBP,

grau cobre, 5 anos. A fanfarra também foi agraciada, com al-guns elementos a serem tam-bém medalhados, e o maestro Santana a receber uma de agradecimento pelo empenho e dedicação.

Foram também agraciados alguns bombeiros com meda-lhas de assiduidade. Foram distinguidos, com a medalha de dedicação, grau ouro - 25 anos, o subchefe Paulo Cruz e o bombeiro de 1.ª Pedro Louro, com a de grau ouro - 20 anos, o bombeiro de 1.ª Ricardo Santos e o bombeiro de 2.ª Paulo Luís, com a de grau ouro - 15 anos, foram distinguidos, o bombeiro de 1.ª Fernando Arroja, e os bombeiros de 2.ª Hugo Rodrigues e António Fer-reira, com a de grau prata - 10 anos, os bombeiros de 2.ª, Hugo Guerreiro, Marta Pires, Diogo Dias, Ana Crispim, Luís Jorge e Telma Santos.

A cerimónia ficou também marcada pela promoção a bombeiro de 3.ª de oito esta-giários, Rita Costa, Fernando Vicente, Carlos Fonseca, João Matias, Nuno Duarte, André Vi-torino, Pedro Louro e Pedro Branco.

O primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Admi-

nistração Interna, Constança Ur-bano de Sousa, o secretário de Estado da Administração Inter-na, Jorge Gomes, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, comandante Jaime Marta Soares, o embaixador do Chile em Portugal e o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Ál-varo Amaro, participaram no lan-çamento da primeira pedra do quartel da Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra.

O novo quartel vai ocupar uma área superior a 2600 metros quadrados, 754 dos quais para a

construção e os restantes, para arranjos exteriores, circulação, parada e estacionamento.

O custo da obra ronda os 775 mil euros, financiados por verbas comunitárias (POSEUR) em 85 por cento e o restante pela au-tarquia local. Segundo o presi-dente da direção da associação, António Fontes, esta é uma obra obrigatória que marca um novo ciclo que fica na história da fre-guesia mas para a qual faltam 44 mil euros para equipamentos.

O novo quartel será o primeiro construído de raiz, já que as ins-talações cedidas, que ainda ocu-pam, além de exíguas não reú-nem as condições mínimas ope-

racionais para o funcionamento dos bombeiros.

Na oportunidade, António Cos-ta lembrou a última vez que ali esteve presente, na qualidade de

ministro da Administração Inter-na, “numa noite trágica em que a aldeia e em particular a família do bombeiro Sérgio Rocha chora-vam a sua morte e a de cinco sa-

padores chilenos”, e sublinhou que “hoje vejo que o novo co-mandante é o seu irmão e que toda a família continua a ser bombeiro fardado ou não farda-

do e a continuar este combate que o Sérgio perseguiu toda a vida, é de facto um testemunho de vida que acho que nos deve encher de orgulho a todos”.

FAMALICÃO DA SERRA

Primeiro-ministro na primeira pedra do quartel

ALENQUER

Oito veículos e noventa capacetes chegam ao quartel

A atribuição de dois crachás de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e a inaugura-

ção de cinco novas viaturas marcaram especial-mente as comemorações do 40.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Arouca e do Dia Municipal do Bombeiro.

Os distinguidos com o crachá foram, o presi-

dente da Câmara Municipal de Arouca, Artur Ne-ves, e o sócio número 1 e presidente da assem-bleia-geral da Associação, José Artur Gomes.

O grupo de viaturas inauguradas incluiu, duas ambulâncias de socorro, um viatura de combate a incêndios florestais (VFCI), 1 VOPE e 1 VDTD.

Foram também distinguidos com medalhas de

assiduidade da LBP, grau ouro, os bombeiros de 2ª, Fernando Gonçalves e Pedro Soares, e com a me-dalha de bronze, o bombeiro de 3ª Luis Teixeira.

As cerimónias foram presididas pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Go-mes, na presença, do presidente da LBP, coman-dante Jaime Marta Soares, do presidente da Câ-

mara e restante vereação, do presidente da Fe-deração de Bombeiros do Distrito de Aveiro, Pau-lo Marco Braga, do comandante distrital de operações de socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, António Ribeiro, muitos dirigentes e elementos de comando de associações congé-neres e familiares dos bombeiros.

AROUCA

Dois crachás no 40.º aniversário

Foto

: LUS

A

Page 25: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo
Page 26: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

26 ABRIL 2017

O quartel dos Voluntários de Vendas Novas, inau-gurado 1962, deixou de

responder às exigências de um corpo de bombeiros, tornando--se assim imperioso “criar con-dições de trabalho para os ope-racionais que prestam socorro às populações”, como assinala Paula Valentim a presidente da direção que acompanhada pelo 2.º comandante, Paulo Macha-do, conduziu a equipa do jornal Bombeiros de Portugal, numa visita guiada a esta instituição do distrito de Évora que assina-lou, no passado mês de março, 91 anos de existência.

Contudo as preocupações de direção, comando e corpo de bombeiros podem ser mitigadas em breve, pois já após a passa-

gem dos jornalistas por Vendas Novas, a associação viu aprova-da a candidatura a fundos do Programa Operacional Susten-tabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) destinados à construção de um novo com-plexo operacional, na Avenida 25 abril, fora do núcleo urbano, com bons acessos às principais vias e com todas as condições operacionais para receber os meios e os mais de 60 operacio-nais que integram este efetivo. A empreitada orçada em cerca de 660 mil euros prevê a cons-trução de um complexo opera-cional, que não descura o con-forto dos bombeiros que, regis-te-se, falha nas atuais instala-ções, onde falta quase tudo, nomeadamente “áreas condig-

Os Voluntários de Vendas Novas contam os dias para ansiada mudança para um novo

quartel, a erigir numa área mais desafogada da cidade e com condições para

albergar homens e meios. Aprovada e com financiamento garantido por fundos

comunitários, a empreitada deverá ter início ainda este ano.

E porque as boas notícias também podem chegar em dose dupla, há poucas semanas os Bombeiros de Vendas Novas obtiveram luz verde para a criação de uma Equipa de

Intervenção Permanente (EIP), um reforço fundamental para garantir prontidão ao

socorro a um território onde todos voluntários parecem poucos para dar

respostas às solicitações de uma população envelhecida e, por isso, a necessitar de

cuidados especiais.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

VENDAS

Associação luta com uma

só foi possível porque “a câma-ra municipal e junta de Vendas Novas garantiram os 15 por cento referentes à componente nacional”. Assinale-se que Paula Valentim ocupa também a ca-deira da presidência na Junta de Freguesia de Vendas Novas, uma “acumulação” de funções que garante serem perfeita-mente compatíveis, até porque é antiga e profícua a ligação en-tre as duas instituições, por isso enquanto autarca só teve que manter a parceria que a diri-gente associativa reconhece e louva.

Paula Valentim não esconde as dificuldades em gerir uma organização desta natureza, os problemas que, o ano passado, ameaçaram a instituição não estão ultrapassados:

“A situação não está sanada, vivemos sempre no fio da nava-lha. São as receitas que garan-tem a sustentabilidade da insti-tuição, por isso um mês com menos transportes ou o decrés-cimo de pagamentos de quotas tem reflexos na contabilidade. Mantemos um equilíbrio… dese-quilibrado”, desabafa a dirigen-te.

Os Voluntários de Vendas No-vas muito têm apostado na pro-ximidade com a comunidade

mostrando-se, abrindo as por-tas do quartel, associando-se aos eventos concelhios, estrei-tando laços com as outras insti-tuições do concelho, contudo a presidente lamenta que as po-pulações continuem arredadas e desobrigadas da causa, ape-sar de reconhecer que, num passado recente, em momentos menos fáceis, a população “deu uma resposta extraordinária”.

“Nessa ocasião, a comunida-de percebeu que tinha que nos dar mão para nos ajudar a atra-vessar a situação difícil”, assi-nala Paula Valentim, dando conta de uma série de promo-ções que tem permitido estrei-tar laços, nomeadamente “os rastreios no mercado, o baile mensal”, bem como a já concei-tuada prova de motocross pro-

movida com o apoio da Funda-ção Salesiana de Vendas Novas.

Paulo Machado, o 2.º coman-dante, dá conta dos desafios de um território muito grande “onde tudo é longe” bem como de vários pontos críticos como “autoestradas 6, 12 e 13, a Es-trada Nacional 4, ferrovia de passageiros e ferrovia de maté-rias perigosas e ainda um par-que industrial de grande dimen-são e oito lares para idosos” que impõem, não apenas pron-tidão e meios, mas, também, a formação e preparação dos operacionais em várias valên-cias, que a par com a sua segu-rança estão no topo da lista de prioridades desta equipa.

O comandante garante que em matéria de meios os “exis-tentes respondem às necessida-des do concelho”, contudo reco-

A situação não está sanada. Vivemos sempre no fio da navalha.

Paula Valentim, presidente da direção

palavra de PRESIDENTE

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vendas Novas foi fundada a

23 de Março de 1926, sob a presidência de José António Brissos.

Sem instalações próprias durante mais de três décadas os bombeiros ocuparam as insta-lações da uma antiga cadeia, sendo que só 1962 se mudou para casa própria, curiosa-mente no ano em que Venda Novas é “desa-nexada” de Montemor-o-Novo e sobe a conce-lho.

Mais de 90 anos de história marcados pelo desígnio de servir mais e cada vez melhor su-perando os constantes desafios colocados ao setor e respondendo, com prontidão e profis-sionalismo, a uma população fixa que hoje não ultrapassa os 11800 habitantes em duas freguesias (Vendas Novas e Landeira) disper-

sos por um território grande com mais de 222 quilómetros quadrados

A associação conta com 18 colaboradores essenciais no apoio aos 62 operacionais que integram o corpo de bombeiros.

A fanfarra, que conta com 40 músicos, as-sume-se não só como cartão visita da institui-ção, é, também, a porta de entrada de novos bombeiros no quartel,

Cartão de visita

nas para o corpo feminino, que se farda numa casa de banho”, como sublinha a presidente.

Com a mudança para a nova casa, a associação manterá as valências sociais no coração da vila, prevendo-se que as insta-lações venham a ser partilha-das com a autarquia, que como refere Paula Valentim tem acompanhado de perto todo este processo e partilhado do sonho de crescimento desta instituição.

A dirigente recorda que, num passado recente, os Bombeiros de Vendas Novas enfrentaram momentos difíceis e que autar-quia “deu toda a ajuda possí-vel”, na realidade “apoia como pode”, tendo em conta os par-cos recursos que detém. Da mesma forma, Paula Valentim enaltece o apoio das duas jun-tas de freguesia do concelho, relembrando que a recente aquisição do Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI),

Page 27: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

27ABRIL 2017

NOVAS

“tremenda falta de pessoal”

nhece ser necessário começar a renovar o parque de ambulân-cias desgastado por centenas de milhares de quilómetros percor-ridos, até porque “Vendas Novas fica a cerca de 60 quilómetros do hospital de referência (Évo-ra) e a freguesia de Landeira a mais de 90”, como sustenta Paulo Machado, quando a unida-de de saúde de Setúbal poderia servir para encurtar tempos que, em matéria de socorro, po-dem fazer a diferença entre a vida a vida e morte. A distância faz com que “cada serviço de-more no mínimo três horas” o que obriga a dispor de muito mais meios e operacionais para responder com eficácia às inú-meras solicitações.

“A distância deixa-nos, muito facilmente, sem recursos”, la-menta o comandante.

Não obstante o esforço do corpo de bombeiros para que nada falhe, há muito que dire-ção e comando se batem pela criação de uma Equipa de Inter-

venção Permanente (EIP). O en-tendimento entre a autarquia e a Autoridade Nacional de Prote-ção Civil permite reforçar, du-rante o dia, o número de ele-mentos afetos ao socorro. Este reforço é importante tendo a conta a crescente falta de dispo-nibilidade dos voluntários, con-sequência de percursos profis-sionais cada vez mais exigen-tes. Contudo, como faz questão de acentuar o comandante “em horário pós-laboral”, pode sem-pre contar com esta força “in-substituível”. Refira-se que, consciente deste problema, a autarquia destacou dois dos seus funcionários bombeiros para o quartel, uma ajuda mas que não resolve “a tremenda falta de pessoal”.

“Importa enaltecer e agrade-cer o esforço dos elementos do corpo ativo. Nós abusamos des-tes homens e mulheres, eles es-tão cá dia após dia, noite, na-tais, ano novo. São eles que fa-zem esta instituição. Dão sem-

pre o seu melhor, mesmo em situações limite”, faz questão de destacar Paulo Machado.

Embora em menor número os voluntários continuam a chegar ao quartel, como esclarece Pau-lo Machado, dando conta que a ultima recruta permitiu reforçar o efetivo com sete novos ele-mentos, ainda assim, com os olhos postos no futuro, a asso-ciação prepara-se para intensifi-car trabalho nas escolas, ten-tando desta forma assegurar a renovação do corpo de bombei-ros.

No final deste ano, a equipa liderada por Paula Valentim ter-mina o mandato com o sentir de dever cumprido pois o projeto sufragado pelos associados foi

Importa enaltecer e agradecer o esforço dos elementos do corpo ativo (…) dão sempre o seu melhor, mesmo em situações limite.

Paulo Machado, 2.º comandante

voz de COMANDOcumprido, ainda que a presiden-te da direção considere que o

reconhecimento do trabalho de três anos só seja recompensado

com a colocação da primeira pe-dra do novo quartel.

Nos últimos meses, dando continuidade a um trabalho

encetado há já cinco anos, o jornal Bombeiros de Portugal tem percorrido o Pais com o propósito único de dar a conhe-cer a realidade de cada uma das mais de quatro centenas de associações humanitárias, mas também os corpos de bombei-ros municipais e sapadores.

As 32 páginas deste mensá-rio revelam-se contudo poucas para dar boa nota dos eventos sociais, culturais e desportivas

destas instituições bem como dos exercícios, treinos e forma-ções dos respetivos corpos de bombeiros. A gestão é difícil de fazer quando, felizmente, cada vez mais as associações e em maior número procuram neste jornal fazer eco das suas ativi-dades, cumprindo-nos fomen-tar e dar primazia a essa cola-boração ativa.

Por outro lado está em curso um processo de mudanças e al-terações no setor que importa destacar, assim como, as ações

e as intervenções da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Assim sendo, fomos forçados a protelar a publicação de algu-

mas das reportagens efetuadas de norte a sul o país. Portanto, os Voluntários de Esmoriz Ílha-vo, Sabugal Tabuaço e Castro

Verde, não estão esquecidos tanto que contamos, já na edi-ção de maio, dar a conhecer os seus projetos e aspirações,

mas, também, preocupações e até reivindicações,

Estaremos assim de volta à estrada!

PELO PAÍS

Não estão esquecidos

Page 28: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

28 ABRIL 2017

A inauguração de três viaturas, a posse do novo comandante do

corpo de bombeiros, a atribuição de 5 crachás de ouro e de medalhas de as-siduidade e dedicação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) marca-ram particularmente as comemora-ções do 80.º aniversário da Associa-ção Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Camarate.

Estas, contaram com as presenças, do secretário de Estado da Adminis-tração Interna, Jorge Gomes, do pre-sidente da Câmara Municipal de Lou-

res, Bernardino Soares, do presiden-te da Autoridade Nacional de Prote-ção Civil (ANPC), Joaquim Leitão, do representante da LBP, Rama da Silva, do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, co-mandante Manuel Varela, do coman-dante distrital da ANPC, André Fer-nandes, do presidente da União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, Arlindo Cardoso, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, Manuel José Esteves Vaz, pelo presi-dente da direção, Renato Alves, e

pelo comandante Luís Martins e res-tantes órgãos sociais.

Os crachás de ouro foram atribuí-dos aos chefes, Carlos Martins, Joa-quim Moço e (QH) Carlos Alberto Sil-va, ao subchefe do QH João Costa e ao bombeiro de 3ª supranumerário QH e antigo dirigente Domingos Gri-lo.

Deu-se posse ao novo comandan-te, Luís Martins, antigo segundo co-mandante e que, por motivos de for-ça maior do anterior comandante, há muito vinha exercendo a função com

dedicação, conforme foi salientado pelos vários oradores.

Foram atribuídas medalhas de assi-duidade e bons serviços da LBP, de 25 anos, ao adjunto de comando Paulo Conceição Silva, ao bombeiro de 2.ª Jorge Gomes, de 20 anos, ao coman-dante do QH Jorge Ferreira, de 15 anos, ao subchefe Luis Tavares e à bombeira de 2.ª, Maria Fernanda Silva, de 10 anos, ao comandante Luis Mar-tins, e aos bombeiros de 2.ª, Fernando Costa e José Manuel Correia, e de 5 anos, aos bombeiros de 2.ª, Pedro

Guerreiro, Rui Moura, Marilda Silves-tre, Cátia Duarte, Victor Hugo Costa, Silvana Abrantes, e aos bombeiros de 3.ª, José Carlos Lopes, Célia Santos, Pedro Silva, João Silva e Raquel Ferrei-ra.

Foi ainda prestada homenagem a quatro funcionárias administrativas com mais de 20, 38 e 39 anos ao ser-viço da instituição.

Destaque para o facto de durante toda a sessão solene ter estado pre-sente uma intérprete de língua ges-tual.

CAMARATE

Comandante toma posse em dia de festa

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da

Aguda assinalou, no dia 1 de abril, o 92.º aniversário, com um programa festivo que teve como momentos maiores a ho-menagem e o reconhecimento público aos homens e mulheres que servem a instituição.

As comemorações iniciaram--se manhã cedo, com o Hastear das Bandeiras no quartel e já ao início da tarde foram inaugura-das e benzidas duas ambulân-cias ao que se seguiu uma emo-tiva sessão solene presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes e na qual marcaram presença, entre outras perso-nalidades, o presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jai-me Marta Soares; o presidente da Direção Nacional de Bombei-ros, Pedro Lopes, bem como o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.

Perante uma vasta plateia a

associação prestou sentido tri-buto ao chefe Joaquim Pinho e ao subchefe António José Cou-to, que, depois de décadas de intensa atividade e enorme en-trega à causa, ingressam, no Quadro de Honra. Na ocasião, também o chefe do QH Manuel Leite da Silva foi agraciado com o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses. O exemplo destas e de outras fi-guras é inspirador para os que hoje conduzem os destinos da instituição, conforme, aliás, as-sinalou o comandante Olímpio Pereira.

A homenagem a estas figuras de referência serviu de mote á intervenção de Jaime Marta Soares que deixou tocar por um momento “demonstrativo dos valores que norteiam os bom-beiros não só da Aguda, mas de Portugal”: defendeu depois que importa criar condições para manter este “exército de solida-riedade e de humanismo forte e à dimensão das suas responsa-

bilidades e das exigências da sociedade”.

Aos alertas lançados pelo presidente da direção, Manuel Guedes, sobre o futuro do vo-luntariado, Jaime Marta Soares respondeu com palavras de oti-mismo dizendo “não sentir que o voluntariado esteja em crise”, mas ainda assim considerando serem necessários incentivos não apenas aos operacionais mas também “para os familia-res que são a retaguarda avan-çada dos bombeiros”. Na pre-sença do representante da tu-tela o presidente da LBP lem-brou uma vez mais a premência na criação do cartão social do bombeiro que “permita um con-junto de apoios”, um projeto que carece de um entendimen-to entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses, o Governo e Liga dos Bombeiros Portugueses.

Crítico Manuel Guedes falou dos problemas, não escondeu preocupações com o futuro do

setor e denunciou as dívidas acumuladas do Ministérios da Saúde que estão a criar sérios problemas de gestão nas asso-ciações de bombeiros, e não obstante as garantias que o processo será resolvido em pouco tempo, não escondeu re-ceios de que as promessas de milhões para pagamentos em atraso, não passem disso mes-mo.

As comemorações do 92.º aniversário dos Voluntários da Aguda ficaram ainda marcadas pela tomada de posse do sub-chefe Henrique Silva como ad-junto de comando.

Na ocasião, foram agraciados com medalhas da LBP o vice--presidente, António Carlos Go-mes Soares Dias, o secretário, José Miguel da Silva Fernandes e o secretário-adjunto, Manuel Fernandes Gomes (grau Ouro - 20 anos) e também o bombeiro de 2.º Carlos Manuel Ribeiro de Sousa (grau Ouro - 15 anos), bem como a bombeira de 2.ª

Adriana Almeida, os bombeiros de 3.ª Carlos Filipe Maia Morei-ra e Alexandra Filipa Gonçalves Nogueira (grau Prata – 10 anos) e ainda os bombeiros de 3.ª: Ana Sofia Rocha Alves, Fernan-do Emanuel da Silva Azevedo Resende, André Filipe Barbosa Santos Moreira Ramos, Paula Isabel Silva Azevedo (grau co-bre - 5 anos).

O comando decidiu ainda dis-tinguir os voluntários que maior

número de serviços de emer-gência no decorrer de 2016. E numa casa onde a entrega e a disponibilidade são chancela, desta feita destacaram-se a bombeira de 3.ª Joana Sofia Silva Carvalho, o bombeiro de 2.ª Carlos Manuel Ribeiro de Sousa, e ainda os bombeiros de 3.ª Inês Oliveira Leite Carlos Al-berto Soares Silva e Bruno Gui-lherme Jesus Freitas.

Sofia Ribeiro

AGUDA

Presidente da LBP recusa crise do voluntariadomas defende incentivos para os bombeiros

Foto

s: M

arqu

es V

alen

timFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Page 29: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

29ABRIL 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Óbidos comemorou o seu 90.º aniversário e deu continuidade à iniciativa de o comemorar de modo descentralizado, em cada uma das freguesias do concelho. Desta vez as comemorações de-correram na freguesia de Amo-reira. Antes ocorreram em Óbi-dos e em Gaeiras. Restam mais quatro freguesias para comple-tar o plano de festas descentrali-zado.

No largo principal da Fregue-sia da Amoreira, repleto de bom-beiros, convidados e fregueses locais, teve lugar a cerimónia principal, após a romagem ao cemitério dos Arcos, da missa na igreja da Amoreira e do desfile pela artéria principal.

Na cerimónia o subchefe Ade-lino José Silva Lopes passou ao Quadro de Honra e foi distingui-do com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que lhe foi entregue pelo comandante Carlos Silva, a con-vite do representante da confe-deração.

Foi também atribuído o pré-mio Bombeiro do Ano 2016, en-tregue ao bombeiro de 1.ª Pedro Oliveira, e entregues medalhas de assiduidade da LBP, por 25 anos, dedicação, ao subchefe

Jorge Pereira, de 20 anos, aos bombeiros de 1.ª, Edgar Baptis-ta e Marco Bonifácio, de 15 anos, ao bombeiro de 1.ª Pedro Oliveira, de 10 anos, ao chefe José Carlos Reis, ao bombeiro de 2.ª Carlos Sousa e aos bombei-ros de 3.ª, Sheila Penteado, An-tónio Filipe, Vando Ribas e Car-

los Pinto, e foram promovidos a 2.ª os bombeiros André Duarte e Daniel Simões.

Um grupo de cidadãs estran-geiras residente no concelho procederam à entrega de um desfibrilhador automático exter-no (DAE) ao corpo de bombeiros e prometeram continuar a aju-

dar e foi também anunciado a oferta de uma ambulância de so-corro pela associada Maria Joa-quina Gomes, cuja entrega está para breve.

A cerimónia acolheu também a passagem de testemunho en-tre órgãos sociais, tendo tomado posse os recém eleitos, como

presidente da assembleia-geral, José Rodrigues Machado, como presidente da direção, Mário Rui Mires, e como presidente do conselho fiscal, Bruno Duarte, e os restantes elementos de cada um desses órgãos.

A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara de Óbi-

dos, Humberto Marques, que, na sua intervenção, lembrou que a Autarquia atribuiu aos Bombei-ros Voluntários de Óbidos nos úl-timos quatro anos mais de 1,4 milhões de euros e prometeu dar continuidade a esses apoios.

Além do presidente da junta de freguesia anfitriã, José Ma-nuel Ferreira Simões, estiveram também presentes, Rama da Silva, em representação da LBP, o diretor de Planeamento de Emergência da ANPC, José Oli-veira, o presidente da Federa-ção de Bombeiros de Leiria e presidente da direção cessante, Rui Vargas, o segundo coman-dante distrital da ANPC, Mário Cerol, acolhidos pelo presidente da assembleia-geral cessante, Luís Sales, e pelos novos diri-gentes.

ÓBIDOS

Mais um aniversário descentralizado

A Associação Humanitária de Bom-beiros Mistos de Amora, Seixal,

comemorou o seu 13.º aniversário e apresentou uma nova viatura auto-tanque (VTTF), que vem reforçar o seu dispositivo operacional, e que foi adquirida com o apoio significativo da Câmara Municipal do Seixal e da Jun-ta de Freguesia de Amora.

Na sessão solene comemorativa procedeu-se à entrega de uma meda-lha de assiduidade, grau ouro, da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) de 20 anos, ao chefe Luís Gomes, e de uma medalha de assiduidade, prata, 10 anos, da LBP, à bombeira de 2.ª Ana Sofia Alves Pereira.

Na oportunidade, o chefe Luís Go-mes recebeu também o crachá de ouro da LBP por 35 anos de serviço. Para proceder à sua entrega, o repre-sentante da LBP presente convidou o presidente da Câmara Municipal do

Seixal, Joaquim Santos, e o vice-pre-sidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, comandante Paulo Vieira, a acompanhá-lo nessa tarefa.

O chefe Luís Gomes ingressou nos bombeiros, como cadete, em 1978 e, já como bombeiro de 3.ª, em 1980. Seguiu a sua carreira nos diferentes postos nos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei e, em 2016, transferiu-se para os Mistos de Amora.

O projeto do novo quartel esteve naturalmente no centro das principais intervenções na sessão solene e, na dúvida sobre o apoio de verbas comu-nitárias, o presidente da edilidade não deixou de lembrar que a Câmara já pagou os projetos, inclusive de espe-cialidades, cedeu o terreno e caso o valor da comparticipação europeia baixe não deixará de assegurar o que faltar.

Os bombeiros não desistem do quartel, foi a mensagem também dei-xada na sessão solene, quer pela pre-sidente Lúcia Soares, quer pelo co-mandante Carlos Falcão, e reiterado pela própria presidente da assem-bleia-geral Odete Gonçalves.

A sessão contou também com a presença, do segundo comandante operacional distrital de Setúbal da ANPC, Marcelo Lima, e dos presiden-tes das juntas de freguesia de Amora e Corroios, respetivamente, Manuel Araújo e Eduardo Rosa.

AMORA

Mistos dispõem de nova viaturaFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Page 30: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

30 ABRIL 2017

A receita apurada na 5.ª Ca-minhada dos Bombeiros de

Oliveira de Azeméis, permitiu a aquisição de sete aparelhos respiratórios “ARICAS”, um in-vestimento considerado “de ex-trema importância para a pro-teção dos operacionais em at-mosfera contaminada, nomea-damente nos incêndios urbanos e industriais e acidentes com matérias perigosas”.

Registe-se que esta iniciativa realizou-se a 2 de outubro do ano passado tendo reunido de 1200 solidários participantes.

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Caminhada garante equipamentos

Os alunos do 6.° ano da Escola Básica José Sa-ramago, contaram com os Bombeiros de

Águas de Moura numa formação em suporte bá-sico de vida, no âmbito do plano curricular da disciplina de ciências naturais. A ação deu espe-cial enfoque ao correto pedido de apoio diferen-ciado pelo do número europeu de emergência 112, bem como às manobras de reanimação car-diorrespiratória.

A diversão e participação também marcaram

presença nesta atividade, porque, como assina-lam os Bombeiros de Águas de Moura “a brincar também aprendemos a salvar vidas”.

ÁGUAS DE MOURA

Alunos em formação

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários Famalicenses, norteada pelas tradições

da quadra e em estreita ligação com a comunida-de promoveu, uma vez mais, a cerimónia da Co-munhão Pascal, que este ano teve particular sig-nificado, porque integrou o programa comemora-tivo do 90.º aniversário da instituição.

Em dia de festa para a cidade e em particular para a “Família Guita” a fanfarra da associação abriu um desfile que percorreu as principais arté-rias da cidade terminando no Parque da Rotunda, junto ao monumento que homenageia o bombei-ro voluntario. Logo depois foi celebrada missa na Igreja Matriz, o momento mais solene das cele-

brações que culminaram na parada do quartel dos Famalicenses com a condecoração dos ho-mens e mulheres “que se esforçam todo o ano em prol da segurança e bem-estar de todos”, tes-temunhada por entidades oficiais e muitos popu-lares.

FAMALICENSES

Associação em comunhão pascal

A atividade desportiva voltou a ser mais um motivo de convívio promovido pelos Bombei-

ros Voluntários do Vimioso/Juvebombeiro com a realização, em 1 e 2 de abril últimos, da II Mara-tona de 24 Horas de Futsal Inter-Bombeiros.

Participaram 14 equipas de bombeiros, 12 masculinas e 2 femininas. Neste caso, de Torre de Moncorvo e de Vimioso. As equipas masculinas eram de Alfândega da Fé, que ganhou o torneio, de Amarante (segundo lugar), Macedo de Cava-leiros (terceiro lugar), Vimioso (quarto lugar), Mi-randa do Douro, Parede, Sendim, Vila Pouca de Aguiar, Bragança, Cinfães, Entre-os-Rios e Izeda.

O melhor marcador foi André Monteiro, BV Amarante, o melhor guarda-redes/melhor defesa

foi de Vila Pouca de Aguiar e o prémio “fair-play” foi para a equipa de Entre-os-Rios.

Segundo o comandante António Sutil, dos Bombeiros Voluntários de Vimioso, “é importante realçar o espírito de desportivismo demonstrado por todos os participantes, são momentos como estes que fortalecem a união entre os bombeiros e atividades como esta engrandecem a família Juvebombeiro”.

Ao agradecer, “a todos os patrocinadores, enti-dades e particulares que contribuíram para o ele-vado sucesso deste evento” a Juvebombeiro do Vimioso já aponta baterias para a próxima mara-tona de futsal a promover no primeiro trimestre de 2018.

VIMIOSO

Futsal volta a juntar bombeiros

Page 31: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

31ABRIL 2017

sões com a fábrica dessas bom-bas e propus-lhes que cons-truíssem bombas mais peque-nas e com maior pressão para a aspersão da água. Assim o fize-ram e experimentei. Mas, outro grande problema que se levan-tou. No país não havia, nem um, geradores de eletricidade pequenos e maneáveis. Eram enormes e pesadíssimos que só podiam trabalhar num local fixo.

Novo contacto, mas desta vez, com o estrangeiro e era necessária a importação dos mesmos. Até isso se conseguiu,

mas foi necessário começar com a importação de dois gera-dores, pois como não havia ne-nhum em Portugal, teria de fi-car um na alfândega, para aná-lise da nova alesagem dos mo-tores. Fez-se isso e pediu-se no Ministério competente autoriza-ção para o seu uso antes da ho-mologação que, segundo me afirmaram, seria demorada.

Até isso aconteceu também, e logo que recebi as bombas fui apresenta-las ao senhor Inspe-tor de Incêndios com o pedido de os experimentar na Inspeção.

Concordou e experimentou-

-se com a bomba a 25 metros do fundo do poço e a agulheta da água no alto na casa-escola – o gerador foi um desses ma-chimbombos conseguido por empréstimo. Foi uma surpresa para o Inspetor e até para mim, pois não sabíamos ainda o que se iria dar e foi um êxito! Claro está que com isto consegui na Inspeção financiamento para as aquisições feitas.

Até ao uso de tal equipamen-to ainda se deram casos curio-sos, mas que só posso contar no próximo artigo, pois este já está a ser muito extenso

ANIVERSÁRIOS1 de maioBombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira. . . . . . . . . . . . . . . .135Bombeiros Voluntários de Alcobaça . . . . . .129Bombeiros Municipais da Lousã . . . . . . . . .113Bombeiros Voluntários de Grândola . . . . . . .68Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo . . . . .664 de maioBombeiros Sapadores de Gaia . . . . . . . . . .1785 de MaioBombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez . . . . . . . . . . . . . . . .128Bombeiros Voluntários de Elvas . . . . . . . . . .886 de maioBombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão. . . . . . . . . . . . .127Bombeiros Voluntários de Constância . . . . . .92Bombeiros Voluntários de Nisa. . . . . . . . . . .268 de maioBombeiros Voluntários de Vizela . . . . . . . .1409 de maioBombeiros Voluntários de Sanfins do Douro . . . . . . . . . . . . . . . . .12310 de maioBombeiros Voluntários de Castelo Branco . . .85Bombeiros Voluntários de Caxarias. . . . . . . .3411 de maioBombeiros Voluntários de Lordelo . . . . . . . .4712 de maioBombeiros Voluntários de Beja . . . . . . . . .128Bombeiros Voluntários de Porto de Mós . . . .6713 de maioBombeiros Voluntários de Moncorvo . . . . . . .84Bombeiros Voluntários de Santa Cruz da Trapa. . . . . . . . . . . . . . . .3714 de maioBombeiros Voluntários de Pombal . . . . . . .105Bombeiros Voluntários de Marvão . . . . . . . .1515 de maioBombeiros Voluntários de Viana do Castelo . . . . . . . . . . . . . . . . .136

Bombeiros Voluntários de Silves . . . . . . . . .91Bombeiros Voluntários de Povoação . . . . . . .3716 de maioBombeiros Voluntários Faialenses. . . . . . . .10518 de maioBombeiros Voluntários de Figueiró dos Vinhos . . . . . . . . . . . . . . . .8219 de maioBombeiros Voluntários de Castanheira de Pêra. . . . . . . . . . . . . . . .6920 de maioBombeiros Voluntários Coimbrões . . . . . . .11121 de maioBombeiros Voluntários do Cadaval . . . . . . . .96Bombeiros Voluntários da Feira . . . . . . . . . .96Bombeiros Voluntários da Calheta . . . . . . . .2523 de maioBombeiros Voluntários de Ovar . . . . . . . . .121Bombeiros Voluntários do Fundão . . . . . . . .90Bombeiros Voluntários de Trancoso . . . . . . .85Bombeiros Voluntários Avisenses . . . . . . . . .3826 de maioBombeiros Voluntários de Ervedosa do Douro 65Bombeiros Voluntários de Leiria . . . . . . . . . .33Bombeiros Voluntários Vila Nova de Milfontes 1427 de maioBombeiros Voluntários de Carrazedo de Montenegro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo. . . . .3528 de maioBombeiros Voluntários de Cuba . . . . . . . . . .67Bombeiros Voluntários de Boticas. . . . . . . . .4630 de maioBombeiros Voluntários de Bragança . . . . . .12731 de maioBombeiros Voluntários de Vila do Conde . . .105Bombeiros Voluntários de Fanhões . . . . . . . .89Bombeiros Voluntários de Seia. . . . . . . . . . .83

Fonte: Base de Dados LBP

em abril de 1997

(Do artigo anterior: Como havia que facilitar a procura da água e captá-la com mais facili-dade eu próprio imaginei um novo método com bombas sub-mersíveis, mas que deu um tal trabalho em conseguir pô-lo a funcionar.)

Conforme prometi no último artigo que escrevi sobre a

matéria em causa, vou conti-nuar a fazer história, mas desta

vez até me custa, porque é uma matéria que passou à história.

O então novo sistema com bombas submersíveis a traba-lharem em qualquer profundi-dade, foi uma grande inovação, mas que pouco durou, pois com o aparecimento dos carros com água, cada vez mais sofistica-dos, fez com que a procura de mananciais de água enquanto o incêndio já lavrava, fosse um problema que já não se punha. Hoje qualquer corporação tem vários carros com água.

No entanto, o assunto fica na história porque aconteceu e fe-lizmente apareceram meios ainda mais práticos, o que é bom.

Ora, quando verifiquei que havia bombas submersíveis para uso nos caboucos e sanea-mentos pensei que as poderia usar nos bombeiros mas, eram muito grandes e pesadas, pou-co cómodas. Para além disso ti-

nham um bom débito de água mas pouca pressão para o fim em vista.

Contactei com uma firma que me deu acesso a trocar impres-

O que mudou no sistema de extinção de incêndiosParte IV

Comandante Alegria,Honorário de Oliveira

de Azeméis

Page 32: Acordo histórico com Ministério da Saúde · pelo mau comportamento ou por um desinteresse generali-zado, encontram nestas ativi-dades espaço e motivos de en - trega, surpreendendo

32 ABRIL 2017

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Li outro dia que os mais de mil mili-tares que vão andar na prevenção

e nos rescaldos afinal vão andar equi-pados à conta dos bombeiros, ou seja, é a Autoridade Nacional da Pro-tecção Civil a pagar os equipamentos de proteção que vão utilizar e que vão custar mais de um milhão de eu-ros. Levam calças e dólmen, botas florestais, camisola interior, cogula, luvas, capacete, óculos, lanterna, ex-tintor dorsal, ancinho, ancinho de

corte, pá, enxadão, abafador e foi-cão.

Pensava que o problema dos incên-dios florestais era um problema de todos, como para aí dizem, mas afinal é só dos que pagam, a Autoridade, e dos que labutam há muito, os bom-beiros.

Será que a Força Aérea que tam-bém vai andar no combate também vai receber do mesmo saco para isso? Lembrem-se que no passado, há

anos, quando se pensou que iria ser também a Força Aérea a vir para o combate também pediram muito para isso.

Se o saco é o mesmo dá para per-ceber que quando os bombeiros pre-cisarem não sei se chegará para algu-ma coisa.

Já agora outra história que me con-taram. Eu não estive lá mas conta-ram-me como certo. Foi na Lousã, outro dia, na apresentação do DECIF.

A formatura foi comandada pelo se-gundo CODIS de Coimbra e tinha mi-litares, FEB e bombeiros. Quando se tratou de acatar a ordem de quem comandava, de firme sentido, houve militares que não cumpriram. Parece--me que não é a primeira vez que isto acontece. Se não é verdade que o di-gam.

Eu sei que lá no meio dos carrascos somos todos iguais mas as coisas mudam de figura quando se trata de

pelos vistos mostrar essa coopera-ção.

A gente sabe que há muito por trás disso tudo mas estará na altura de resolver tudo isso.

[email protected]

Somos uns mãos largas

A todos os bombeiros que deram prova ca-bal da sua competência e disponibilidade para fazer frente à verdadeira onda de incêndios florestais verificada nas últimas semanas atri-buída ao calor e a eventuais causas de negli-gência por queimadas indevidas.

A forma como muitos cidadãos ainda enten-dem gerir os seus terrenos com queimadas feitas de forma incorreta, quer do ponto de vista legal, quer sem acautelar o pedido possí-vel de apoio às associações de bombeiros lo-cais mesmo quando é possível fazê-las.

LOUVOR/REPREENSÃO

A baía de Cascais vai receber, em 28 de maio próximo, as comemorações deste ano do Dia do Bombeiro Portu-

guês, durante as quais será entregue o Prémio Bombeiro de Mérito 2016.

As comemorações desenvolvem-se na zona histórica da Vila, de manhã com o hastear das bandeiras, acendimento da pira e sessão de boas-vindas na zona exterior dos paços do concelho, seguindo-se a missa na igreja paroquial.

A cerimónia principal com formatura decorre em anfitea-tro na esplanada da Praia dos Pescadores, frente ao mar.

Nesta cerimónia, além da entrega do Prémio, será tam-

bém entregue um conjunto de menções honrosas que visam agraciar, a câmara municipal, o dirigente associativo, o ele-mento do quadro de comando, a empresa e personalidade da sociedade portuguesa que se tenham distinguido no ano transato pelo incentivo e apoio expressivo ao voluntariado e ao associativismo nos bombeiros.

O Dia do Bombeiro Português de 2016, em Cascais, é or-ganizado pela Liga dos Bombeiros Portugueses em parceria com a Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa e do Secretariado das Associações de Bombeiros do Concelho de Cascais com o apoio da Câmara Municipal de Cascais.

CASCAIS

Dia do Bombeiro Português em 28 de maio

Muito antes do arranque formal do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 2017 a realidade dos factos impõe-se a esse calendário. São muitos os incêndios florestais e rurais já ocorridos num ambiente primaveril particularmente quente. E

às ocorrências começam a juntar-se também as perdas, algumas escoriações em bombeiros, felizmente de pouca gravidade, e a perda total do primeiro veículo, em Mondim de Basto.

O acidente ocorreu em 20 de abril último, na freguesia de Atei, concelho de Mondim de Basto quando os bombeiros combatiam um incêndio ali registado.

MONDIM DE BASTO

Perdida primeira viatura