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ANA CLAUDIA LAWLESS DOURADO INCLUSAO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIENCIA FisICA NO MUNICIPIO DE CAt;:ADOR Monografia apresentada aD Curso de P6s- Gradu3'i!aO em Transtomos do Desenvolvimento Humano - das Psicoses as Deficiencias, como requisito parcial para a obtenyao do grau de P6s- Graduada. Universidade Tuiuti do Parana -UTP. Orientadora Prof Dra. Nilse Chiapetti /J " f l eT CURlTIBA, 2005

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ANA CLAUDIA LAWLESS DOURADO

INCLUSAO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIENCIA FisICA NO

MUNICIPIO DE CAt;:ADOR

Monografia apresentada aD Curso de P6s-Gradu3'i!aO em Transtomos doDesenvolvimento Humano - das Psicosesas Deficiencias, como requisito parcialpara a obtenyao do grau de P6s-Graduada. Universidade Tuiuti do Parana-UTP.Orientadora Prof Dra. Nilse Chiapetti

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leT

CURlTIBA, 2005

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INCLUsiio SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIENCIA FislCA NO

MUNICIPIO DE CACADOR

Esta rnonografia foi julgada adequada para obtenc;ao do titulo de

Pos·Graduado no Curso de Transtomos do Desenvolvimento Humano - das

Psicoses as Deficiencias pela Universidade Tuiuti do Parana - UTP.

Nilse Chiapetti

Orientadora

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DEDICA TORlA

Ao meu grande C lmico arnor, Alvaro, que sc manteve presente em mais

esta caminhada academica. incentivando-me nos momentos de angustia e desfulimo

em virtude da distancia e do tempo, confinnando-me nos momentos de vit6rias e

conquislas e fazendo-me compreender que e preciso recornet;:ar sempre e nunea

dcsislir de um ideal.

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AGRADECIMENTOS

Aos sujeitos desta pesquisa, pcc;as fundamentais para sua realizacao,

minha eterna gratidao, obrigada pel a confianc;a e partilha de suas conquistas.

A minha familia pelo arnor incondicional, pela compreensao e por

acreditar no melt potencial, estimulando-me oeste processo de aprendizagem.

A minha orientadora, professora Nilse que tao sabiamente me

compreendeu no momento em que mais precisei .. obrigada pela partilha de sell

conhecimento e por fazer parte de minha hist6ria.

Ao coordenador do curso, professor Cristiano, pelo apoio e incentivo

dC111onstrados principalmente nesta reta final.

Aos mestres do curso pelo esfon;o em transmitir 0 que de mais

importantc e necessaria toma-se pertinente em nossa 3<;30 pro fissional.

As minhas colegas, pela amizade e carinho conquistados nesta

caminhada, parabens a voces que sao vencedoras.

A lodos que de fonna direta ou indireta contribuiram para a efetivayao

de um projeto a muito sonhado ..

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SUMARIO

I - INTRODU<;:Ao 7

,,- FUNDAMENTA<;:AO TEORICA ...................•........•...........•........................... 9

2.1 Octicicncia e deficiencia fisica .., 9

2.1.1 Conceito de pessoa com deticiencia 9

2. J.2 Conceito de pessoa com deficicncia fisica e suas ciassificaQoes 10

2.2 Face da exclusao c inclusao social 17

2.2.1 Conceito de exciusiio c inclusao social... . 17

2.2.2 Inclusao social como construc;ao hist6rica 19

2.2.3 Indusao social no mercado de trabalho ................................... 21

2.3 Fundamenta~ao Legal 23

2.3.1 Decreto nO 3.298 de 20 de dezembro de 1999 24

2.3.2 Constituil'iio Federal de 1988 .26

2.3.3 Lei nO 7.853 de 24 de outubro de 1989 27

2.3.4 Constitui~ao do Estado de Santa Catarina de 1989 .29

2.3.5 Legislar;:ao Estadual do Estado de Santa Catarina 30

III - METODOLOGIA 32

3.1 Sujeitos ...

3.2 Local ..

3.3Instrumento ...

3.4 Procedimento ...

..................................................................... 32

.. ... 32

. 32

. .33

IV - RESULTADOS E D1SCUSSAO 34

REFERENCIAS 38

ANEXOS 41

ANEXO A - Entrevista ... .. .41

ANEXO B - Resposta dos participantes 42

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I - INTRODU<;:AO

Diantc do atual contexto s6cio·historico em que se insere nossa

socicdade, passamos pOT urn momento de profundas transformm;oes em varias areas.

Denlre estas mudanrras pode-se ressaltar uma crcscente (ainda que tardia)

preocupa~i1o com 0 fenomeno da exc1usao e inclusao social de pessoas portadoras

de necessidades espcciais, como aquelas com deficiencia fisica. no mercado de

trabalho e em outros setofes da sociedade, como 0 sistema educacional.

Cada um de n6s e urn 'mcsmo difercme', 0 que significa que, cmboratenhamos muilas semclhan~as (como a de pertcncemlOs ao generohumano), aprescntamos imimcras diferencas. Em alguns indivlduos, elas5<10muito acentuadas e significl'Itivas. (NOVAES. 1992, p.O I).

Sabe-se que lais pessoas possuem necessidades atipicas e par esta raziio

cnfrentam barrciras para tomar parte ativa na sociedadc e gozar de oportunidadcs

iguais as da maioria da populayao.

Para Mazzota (1996, p.12), 10% da populayao mundial (0 que 101aliza

mais dc 600 milhoes de pessoas), apresentam algum tipo de iimitayao, incluindo-sc

as restriyoes leves, moderadas e severas, Sao indices alarmantes e 0 que torna

preocupante e saber que milhares de pessoas sejam vistas como individuos passiv~s

e nao como sujeitos de sua hist6ria.

Herrio! (1977, p.14) ressalta que '''0 'deficiente' abrange uma gama de

pessoas que vai desde a que e levemente surda, tern alguma fraqueza num membra

ou que tern dificuldade para enfrentar as cornplicayoes da vida cotidiana, ate apessoa mental e fisicarnente Hio incapacitada que necessita de assistencia em todos

os aspectos de sua vida. Assim, observa-se que a deficiencia deve ser vista mediante

suas multiplas caracteristicas e nao como unica configura~ao posslvci de sua

individualidadc. Se encarado dcsta forma, torna-se menos piedoso e desgastantc 0

proccsso de inclusao social da pcssoa com deficiencia fisica no mercado de

trabalho.

E necessario rcssaltar que ainda que as Ietras da Lei tcnham se dedicado,

nas ultimas decadas, a reconhecer a necessidade de medidas que viabilizem a

iI'

.,',

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inser~ao s6cio·educacional e profissional desses individuos, na pnltica observamos

iniciativas isoladas c certamcnlc a maioria dos portadores de necessidades especiais,

como os deficientes fisicos, encontram dificuldades quase intransponiveis na

lelltativa de ascender na pinlmide social atraves do ingresso no mercado de trabalho

e em niveis mais elevados da educayiloregular.

Frellte a esse quadro, evidencia·se a necessidadc de estudos que lratem

da forma como esta ocorrendo a insen;ao desses individuos em lodos os setores da

sociedade, sobrenldo no mercado de trabalho, bem como da importancia e

pertinencia de estratt~giasde inclusao aplicaveis para tomar esse processo maisjuslo

c coerente.

Dianle disso, esse estudo teve como objetivo analisar 0 proccsso de

inclusao no mercado de trabalho de urn grupo especifico dentro da diversidade que

caracleriza a popula~iiode individuos com necessidades especiais: 0 dos portadores

de deficiencia fisic3. Com a finalidade de ilustrar os mecanismo que marcam esse

processo procurou·se analisar aspectos que marcam a inclusao de urn grupo de

illdividuos com deficiencia flsica no mcrcado de trabalho, no municipio de Ca~ador,

Estada de Santa Catarina, bern como, identificar 0 nlvel de satisfa~ao destes sujeilos

frente ao mercado de trabalho.

Nesse sentido, nas pr6ximas unidades sao abordados alguns conceitos

importantes para uma melhor compreensiio do processo de inclusao desses

individuos, os criterios metodologicos utilizados para a escolha da amostra dos

sujeitos objcto de estudo - individuos com deficiencia t'isica inseridos no mercado de

trabalho no municipio de Ca~ador,SC, 0 instrumento especifico de coleta de dados e

o procedimento para a coleta de dados, as respostas dos resultados obtidos e a

discussao daquelcs a luz dos achados teoricos.

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II- FUNDAMENTAc;:Ao TEORICA

Essa unidade se caracteriza por urn cstudo da literatura aplicavel,

voltado aDs conceitos que fundamentam a prcsentc pesquisa, incluindo os de

deficiencia e deficiencia fisica, inclusil.o e exclusao social, as tipes de deficiencia, a

incJusao como constrUy80 hist6rica. a inc1usao no mercado de trabalho, os

elementos legais que definem a inscn;:ao dos individuos portadores de necessidades

especiais em diferentcs setOfes da sociedade. 0 material disponivel e examinado de

fomla integrada e sistematizada por sub-unidades, com 0 fim de fundamentar 0

trabalho que ora se apresenta.

2.1. Deficiencia e deficiencia fisica

Esta se~ao dedica-se a apresentar as conceitos de pessoa com

deficicncia, deficiencia fisica e suas ciassifica90es, facilitando assim em uma

mclhor compreensao a cerca desta realidade.

2. t. t. Conceito de pesson com dcficicncia

Atualmente pretende-se uma nova visao referente it edUC3fY:aO,

entendimento e tratamento das pessoas com deficiencia, marcada pcla nao fixa~ao

absoluta em diagnosticos, em classifica~(5es medicas, em conceitos, nomenclaturas,

r6lulos, definiyoes, como 0 era hft decadas passadas, aonde 0 indivfduo era visto

apenas como sujeito passivo e nao como sujeito da sua historia. Neste sentido, faz-

se necessario urn cntendimento basico do conceito de deficiencia.

Para Telfort (1978, p.12) '''a pessoa portadora de dcficiencia, e urn ser

pcnsante, desejante e social, que constr6i seu conhecimento em intera({ao com 0

meio, fazendo com que ele seja capaz de criar. inventar, e descobrir. Islo se lorna

possivel com urn relacionamento mutuo e socio-afetivo para que 0 mesmo alcance 0

excrcicio pleno da cidadania"

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De acordo com 0 Ministerio da Educ8<;ao e Desporto - Secrelaria de

Educa<;uo Especial (1994, p.IS), "pessoas deficicntes sao aquelas que aprcsentam

significativas diferem;as fisicas, sensoriais, ou intelcctuais decorrentes de fatores

inatos ou adquiridos de caniter tcmporario ou permanente".

Para a Organi7.a,ao Mundia! da Saude (apud MAZZOTTA, !996, p.16),

"deficiencia e qualqucr restri<;ao ou falta (rcsultado de urn impedimento da

habilidade para desempenhar uma atividade de uma maneira au com variancia

considerada normal para urn ser humano Y'.o termo portador de deficiencia, para Pastore (2000, p.27), tende a ser

usado para se rererir a urn grande nlll11ero de pessoas que nao tern nada em comum

entre si, a nao ser 0 fato de que nao funcionam da mesma maneira dos n50-

portadorcs.

Dentro do contexto historico, as pessoas com deficiencia foram alijadas

de todos os seus direitos, a forma como foram e estao sendo vistas vern evoluindo

ao longo dos scculos, 0 que expressa uma historia de conquislas, pautada ora na dor,

ora na determinafyao de serem percebidos como parte real de uma sociedade. 0 que

para Arruda (1998. p.216), "a deficiencia possui amplo significado social, ou seja,

extrapola 0 ambito da organicidade e mais aiem, rompe os muros dos hospitais; sai

da cxclusividade medica; passa a ser incorporada como tematiea que merece

atencao cstudo, rcflexao; conquista urn fugar especial na educ8<;ao. com escolas

espcciais; e, acima de tudo, comeca a ser incluido no ensino regular".

2.1.2. Conceito de pessoa com deficicncia fisica c suas classific~H;iics

Para as deficiencias fisicas, encontramos uma variedade de quadros, as

quais exigem uma serie de servicos especiais, equipamentos, rnateriais especificos e

adaptacoes em mobili<irios.

Por deficiencia fisica pode-sc entender:

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, ... ) uma variedade de condi~i)es n110 sensoriais que afetam 0 individuoem {cnnos de mobilidade, de coordcnac;tlo motom geral ou da fala, comodccorrcncias de lesi)es, sejam neurol6gicas, neuromusculares,ortopedicas ou ainda mal-fomuu;:ocs congcnitas au adquiridas.(POLITICA NACIONAL DE EDUCACAO ESPECIAL - MECfSEE,1994, P 32)

As condi<;:oes fisicas subdividem-se em quatro subgrupos, sendo eles: a)

deficiencias fisicas sensoriais; b) problemas ortopedicos; c) problemas da fala, e; d)

problemas especiais de saude.

Em conforrnidade com Rappaport (1986. p.20) "as condi<;:oes fisicas sao

responsaveis por diversiticados grupos de individuos excepcionais. E uma categoria

bastantc hcterogenea, pois cada urn dos subgrupos apresenta caracteristicas proprius

e especificas, razao pela qual alguns especialistas contestam uma c1assificac;:ao que

identifique 0 grupo pelas condi<;:oes fisicas".

Deficicncias fisicas sensoria is

Correspondern as deficiencias visuais e auditivas.

Dcficicncia Auditiva

Segundo Rappaport (1986, p.22), "surdez e urn tem10 generico que

indica um disturbio de audic;:ao variando de urna severidade media a profunda.

Incluindo subgrupos de surdez e hipoacusia. Assirn. a pessoa surda e considerada

aquela ClUO disturbio de audic;:ao impede 0 sucesso do processamenlo de

infonna<;:oes lingilislicas atraves da audic;:ao, ou scm aparelhos de amplifica<;:ao

sonora".

De acordo com a Funda.;ao Catarinense de Educa.;ao Especial (1998,

p. 53), <Oa pessoa hipoacusica, padc ser vista como aquela que. geralrnente, com 0

usa de apareJhos de audic;:ao. tern um residuo auditivo suficiente para possibilitar 0

sucesso do processamento de informac;:oes JingUisticas atravcs da audic;:ao".

Ainda utilizando as palavras da Fundac;:ao Catarincnse de Educa<;:ao

Especial (1998, p.55-57), a audic;:ao e usualrnente rnedida em decibeis (dB), unidade

sonora que mede a intensidade ou 0 volume dos sons em Hertz (Hz), unidade que

dctemlina 0 comprimento da onda sonora e envolve a freqiiencia do som, ou seja, a

II

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capacidade de perceber sons graves e agudos. Desta forma, a audit;ao normal e

aquela que se situa entre 10 e 26 dB e entre 15 a 20.000 Hz.

A deficiencia auditiva ainda pode ser congenita ou adquirida. As

principais causas das congenitas sao as viroses matemas (rubeola, sarampo),

docnt;as toxicas da gestante (sifilis Oll toxoplasmose), ingestao de medicamenlos

Olotoxicos (que lesam 0 nervo auditivo) durante a gravidez. E adquirida, quando

ocorre meningite, ingestao de remedios ototoxicos, exposi~ao a sons impactantes

(explosao) e viroses.

A dcficiencia auditiva pode ser classificada como deficiencia de

transmissao, quando ° problema se localiza no ouvido externo ou medio (nesse

caso, 0 prognostico costuma ser excclentc); mista, quando se localiza no ouvido

interno; e sensorioneural, quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo.

Deficicncia visual

Dc acordo com 0 Ministerio da Educac;:ao e Desporto - Secretaria de

Educm;:ao Especial (1993, p.25-27), <':a deficiencia visual se caracteriza pela

incapacidadc total ou parcial do uso da visao. Quando a incapacidade e total, diz-se

que 0 individuo e cego; se for parcial, diz-se que tern visuo reduzida. As pessoas

cegas sao aquelas que possuem no "melhor de seus olhos", apos a corre~ao, visao

inferior ou igual a 1/10 da visao considerada nonnal. Uma pessoa pode, dentro

destas caracteristicas, possuir urn grau minimo de acuidade da visao - 8 cham ada

"vi sao residual". A visuo reduzida e caractcrizada pela acuidade visual dentro dos

Iimites de 1/10 e 3110 de visao considerada nonnal. apos corre'fao.

Ainda de acordo com 0 Ministerio da Educayao e Desporto (1993,

p.28), a cegueira pode ser congenita, precoce e adquirida. Congcnita (quando 0

individuo nasce cego), prccoce (quando se dA ate os 5 ou 6 anos) e adquirida

(quando ocorrc a partir dos 7 anos de idade). Doeny8s inrecciosas, como

toxoplasmose c rubeola materna podem levar a cegueira congcnita. Glaucoma,

traumas medinicos ou doeny3s degenerativas da retina podem, emrc oulros causar a

cegueira.

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Problemas ortopedieos

Segundo Rappaport (1986, p.26), "os individuos c1assificados nesse

grupo sao os que apresentam qualquer tipo ou grau de dificuldade corporal, em

prcjuizo da movimenta~ao fisica". Apresentam tres caractcristicas: uma deficieneia

neuromuscular resultante de lesao no sistema nervoso central; prejuizos no sistema

nervoso perifcrieo (nervos e museulos fora do sistema nervoso central) e lesocs

resuhantcs de urn trauma ou doenya que destrai nervos, musculos ou ossos.

Os problemas ortopedieos classificam-se em qualro: Lcsoes no sistema

nervoso central, Dcficiencia do sistema muscular e do esqueleto, Mas-formayoes

congcnitas e Outras condiyocs mutiladoras.

Lesoes no sistema ncrvoso central

Para a Fundayao Catarinense de Eduea~ao Especial (1998, p.62), a

manifestayao geral deste tipo de lesao e motara, em bora atinja outras areas, pois 0

sistema nervoso central e 0 mecanismo que aliva 0 organismo humano, e todos os

outros sistemas dependem de seu funcionamenlo. A capacidade do sistema nervoso

central para reagir as iniluencias do meio, para reeeber e conduzir impulsos

nervosos, interpretar, reter, intcgrar e proeessar inforrnayoes, e para ativar respostas

e esseneial no proeesso de aprendizagem. Por estas razoes, sao, sem duvida, as

condiyoes mais ineapacitantes. Neste grupo estao incluidas a paralisia cerebral, a

epilepsia e as escleroses multiplas.

Dcficiencia do sistema muscular c do esquelcto

De aeordo com 0 Ministerio da Educayao e Desporto - Secrctaria de

Educa~ao Especial (1993, p.33). as mas fonnm;:Oes no sistema muscular e no

esqueJeto afetam principalmente os membros inferiores, espinha e articulac;ocs.

Estes problemas incapacitam a crianya a andar, sentar-se ou usar as maos. Podem

ser congenitos ou adquiridos como resultado de doenyas infecciosas ou acidentais.

Ternos os pes tortos, a escoliose, a osteomie1ite, a artrite reumalica e a atrofia

muscular progressiva.

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M:is-forma~ocs congcnitas

Referenciando-se ao Ministcrio da Educa~ilo e Desporto - Secretaria de

Educayao Especial (1993, p.38), as mas-forma~oes congenitas sao aquelas ja

prcsenles no momento do nascimento. Podem ser heredittirias ou adquiridas, durante

a gestayao, por doenyas ou outras condiyoes da mae. Ha 0 deslocamento dos

quadris, a falta de membros e a espinha bifida.

Outras cODdic;ocs mutiladoras

Ainda utilizando-se dos conceitos do Ministerio da Educayao e Desporto

- Secretaria de Educayao Especial (1993, pA3), nesta categoria encontra-se uma

ampla variedade de deficiencias fisicas que causam imperfeiyoes de func;oes. Sao

consideradas condi~oes mutiladoras aquelas que afetam ossos, articulayoes c

musculos, e limitam a capacidade de locomoryao (andar, senlar, ficar em pc) ou

manipulayao de objetos. "Mutilayao" aplica-se aqui ii condi~ao do esqueleto e

sistema muscular, causada por acidentes, doem;:as infecciosas e problemas de

nascimento.

Problemas da fala

Segundo a Fundaryao Catarinense de Educay30 Especial (1998, p.68), a

categorizayao deste grupo parece ser, scm duvida, uma das mais dificeis dentre os

diversos tipos de excepcionalidade. Alguns aulores consideram tais problemas como

pertcncentes ao grupo dos problemas motores, nile s6 pela grande inter-relayao entre

os problemas de fala e problemas motores de diferentes graus, como tambem porque

muilos problemas de fala se ligam a problemas articulatorios e. porlanto, de

musculatura. Entretanto ha ainda uma grande variedade de fatores causadores de

problemas de faJa: defeitos anatomicos ou funcionamento anormal dos maxi lares e

lingua, perturbm;6es afetivas e emocionais, ou ainda dificuldades causadas por

problemas neurologicos.

Os dcfeilos da fala se dividcm em quatm grupos principais: Defeitos

de Articulayao, Defeitos de fona~ao, Defeitos de ritmo e Defeitos na linguagem.

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Defcitos de Articula.;iio

Ainda para a Funda~ao Catarinense de Educayao Especial (J 998, p.?3),

a aniculayao diz rcspeito a exatidilo e c1areza com que sao emiJidos as sons da fala.

Pode ser causada por problemas funcionais (dislalia) ou por problemas organicos

(disanria). Suas causas mais comuns sao pobreza ou inconsistencia de rnodelos

adequados para a fala. As disartrias sao devidas a lesoes cercbrais ou nervosas. Os

defeitos de articulayao podcrn ser causados tarn hem por anormalidades orofaciais,

dificuldade de coordenayao da musculatura da fala e hipoacusia.

Defcitos de fonal;:to

Utilizando-se dos conceitos de fonar;ao a Fundac;ao Catarinense de

Educac;ao Especial (1998, p.77), este conceito envolve desvio na qualidade,

3cuidade, intensidade e flexibilidade da voz. A incidcncia dos problemas de voz ebern mellor do que os outros tipos de disturbios da fala, e muitas vezes eles

decorrem do mall uso desta durante urn certo pcriodo. Assim, a rouquidao ou perda

da voz que ocorrcm com pessoas cuja atividade pro fissional exige que falem par

longos periodos de tempo, podem estar relacionadas a urna rna COiOC3yaOda voz.

Defcitos de ritmo

Para 0 Ministerio da Educac;ao e Desporto - Secretaria de Educac;iio

Especial (1993, pA8), os problemas de ritmo caracterizam-se po uma falta de

fluencia, isto e, gagueira. 0 ritmo e flucncia da fala sao perturbados por oscilac;ao,

fixayao, repetic;ao ou prolongarnento de sons, silabas, palavras ou frases.

Ainda para 0 Ministerio da Educac;ao e Desporto - Secretaria de

Educac;ao Especial (J 993, pA8), inurneras teonas procuram cxplicar a gagueira. ha

as explicac;oes organicas e a do ponto de vista [uncional, oulras ainda, enfatizam as

frustraC;6es, press6es c problemas neuroticos, ale daqueJas que a veem como urn

comportamento aprendido.

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Defcitos na linguagcm

Segundo 0 Ministerio da Educw;ao e Desporto - Secretaria de Educa9ao

Especial (1993, p.55), a linguagem pode ser considerada urn sistema organizado de

simbolos lingUisticos (palavras) usados pelo ser humane para comunicar-se em urn

nivel abstrato, e os disturbios de linguagem sao aplicados a todas as dificuldades de

formula9ao e expressiio sirnb6lica.

o Ministerio da Educa.;ao e Desporto - Secrelaria de Educa.;ao Especial

(1993. p.59), diz que 0 atraso na linguagem caracteriza-se peln nao aquisi9ilo de fala

ou expressao oral pela crian9a na cpoca considerada "normal". Pode ser causado

tanto por problemas organicos (surdez congenita, lesoes cerebrais) como por

problemas funcionais (rnodelos inadequados para 0 desenvolvimento da fala), ou

problemas emocionais ou atitudes negativas para com 0 modelo de comunicalYao.

Por sua vez, a afasia. caracteriza-se pela incapacidade total ou parcial para

desenvolver 0 uso da cOl11unica.-;ao oral. E urn disturbio de conhecimento da

linguagcm em que 0 individuo e incapaz de lidar com simbolos lingUfstieos.

Relaciona-se it deteriora.;ao das fUI1<;oes cerebrais originadas de Icsao ou

traumatismo cerebral.

Sao quatro os tipos de afasia: afasia sensorial ou receptiva, afasia

motora ou expressiva, afasin conceitual, afasia global ou mista.

Ainda utilizando-se do Ministerio da Educac;ao e Desporto - Secretaria

de Educa<;ao Especial (1993, p.62), l1a afasia sensorial ou receptiva a pessoa nao ecapaz de compreender a linguagern falada (ou algumas vezes a escrita). Na afasia

motora ou exprcssiva a pcssoa mostra-se incapaz de falar ou escrever. Na afasia

conceitual, a pessoa tern dificuldade para fonnular generaliza<;oes ou classificac;oes.

Na afasia global ou mista, todas as fonnas de linguagem sao afetadas.

Problemas especiais de saiide

Segundo a Fundac;ao Catarinense de Educac;ao Especial (1998. p.86), os

individuos que apresentam problemas especiais de saude silo aqueles que sofrem

enfemlidades cronicas. 0 atendimento a esse grupo tem-se dado por intenm!dio de

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serviIYos medicos e psicol6gicos, e nao sao integrados no sistema de atendimentos a

cxcepcionais.

De acordo com a FundaIYao Catarinense de EducaIYao Especial (1998,

p.89), eSle quadro caracteriza-se pela reduIYao da vitalidade e resultam em fraquezas

fisicas que impedem urn rendimento academico satisfat6rio nas classes regulares;

para adultos, trazem desvantagens em sua competi~iio social para a realizac;ao

pessoaJ e profissional. Por estas razoes exigem recursos especiais. Os problemas

mais comuns encontrados neste grupo sao, tuberculose. cardiopatias, asma, diabetes,

cancer, febre reumatica. hepatites infecciosas.

2.2. Face da exclusao e incluslio social

Nesta scc;ao abordar-se-a 0 processo de exclusao e inclusao social, e seu

rcncxo no contexte diario das pessoas com deficiencia fisica, que p~r esta razao,

esHio enfrentando barreiras para tomar parte ativa na socicdade com oportunidadcs

iguais de trabalho as da maioria da populac;ao.

2.2.1. Conceito de exclusiio e inclusao social

o conceito e a pralica da inclusao, suo muito recentes, assim, faz-se

necessario distinguir 0 conceito de exclusao e inclusao social. Em conformidade

com Sposati (2000, p.23 ), "( ... ) a rela~ao exclusao/inclusao social e indissoluvel ao

contrario das metodologias que rcalizam a medi~ao da riqucza ou da pobreza como

unidades aut6nomas com variaveis autoexplicativas. A exclusao e inclusao social

sao necessariamente interdependentes alguem e excluido de uma dada situac;ao de

inclusao".

Para incluir todas as pessoas, toma-se necessario que a sociedade se

modifique a partir do entendimcnto de que ela e que precisa ser capaz de atender as

neccssidades de seus rnembros. num processo de aceitac;ao do que vinha sendo

encarado como diferente. 0 grande desafio da sociedade esta enta~ em enxergar as

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pessoas como urn todo e nao apenas como portadora de uma detemlinada limita~ao

que, na maioria das vezes, desaparece mediante uma aC;aodo lado social.

Para Sassaki (1997, pAl), "lncJusao social C urn processo pela qual a

sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais, pessoas com

necessidade especiais e, simuhaneamente, estas se preparam para assumir seus

papeis na sociedade. A Inclusao Social conslitui, entao, urn processo bilateral no

qual as pcssoas, ainda excluidas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar

problemas, decidir sobre solu~oes e efetivar sobre a equipara~ao de oportunidades

para todos (modelo social da deficiencia)".

Entendcmos que a exclusao e a inclusao social estao interligadas, uma

vez que, uma depcndc da outra, ou scja, a condiC;aode incluir uma pessoa ou objeto

s6 se realiza na medida em que se exc1uaoutro objeto ou pessoa, e vice-versa.

Para Campos (2003, pA9), lUIduas dcfiniyoes para exciusao, a nova e a

velha, (...) velha exclusao social como a forma de marginalizac;:aodos frotos do

crescimento econ6mico e da cidadania, expresso peios baixos niveis de rcnda e

cscolaridadc, incidindo mais freqUentcmente sobre migrantes, analfabetos,

mulheres, familias numerosas e a popula~ao negra. (..) nova exclusao urn fenomeno

de ampliac;aode parcelas significativas da popula~ao em situac;J.ode vulnerabilidade

social, e tambern as diferentes formas de manifestayao da exclusao, abarcando as

esferas cultural, economica e politica. Esta nova exclusao atingc segmentos sociais

antes relativamente preservados do processo de exclusao social, tais como jovens

com elevada escolaridade. pessoas com mais de 40 auos, homens nao negros e

familias monoparentais.

Observa-se. que a sociedade csta passando por uma profunda

transformac;ao.0 processo de inclusao social vern sendo aplicado em cada sistema

social, embora de fonna muito lenta, incluindo a educac;ao,0 lazer, 0 transporte.

Para Sassaki (1997, pA2), "quanto mais sistemas comuns da

sociedade adotarem a inclusao, mnis cedo se complctanl a construyao de uma

verdadeira sociedade para todos - a sociedadc inclusiva".

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2.2.2. Inclusao social como constrUf;ao historica

A vida das pessoas com deficiencia, assim como de todos os seres

humanos e cercada de alegrias, fracassos. certezas, tristezas, sucessos e partilhas.

Porem observa-se que dentro do meio social, pessoas com algum tipo de deficiencia

sao vistas de maneira diferenciada, basta atentar para 0 fato de que, em muitos

casos, a pessoa deixa de ser deficiente no momento em que a sociedade proporciona

condic;oesadequadas.

A sociedade e co·responsavcl peln perce~ao que as pessoas tern emrelacrl!o aos portadores de deficiencia. Quando as barreiras sao grandcs eas oportunidades silo pcquenas, eles sao injuslamenle afastados da vidacomum, marginalizados em casa ou em instituicrOcs que poucocontribuem para 0 seu crescimcnto individual - maneiras deficientes delralar pessoas eficientes. (PASTORE, 2000, p.15)

De urn modo geral, observa-se que a sociedade tende a tratar as pessoas

com deficiencia como pessoas diferentes, podendo ate ser diferente em muitos

aspectos, porem os criterios que se utiliza para distinguir 0 igual do diferente nao se

tamam claro, pois como 0 trabalho, a beleza e a fonna fisica tanlbem sao atributos

supervalorizados nos dias atuais, sendo usados como indicadores de sucesso em

muitos grupos sociais. Neste sentido, percebe-se que muitos problemas que afligem

a vida das pcssoas com deficiencia tern origem na sociedade. As sociedades

avan9aram tanto em tantos aspectos, mas muito pouco na supera<;aodo preconceito,

estes foram apcnas variando na sua manifesla<;aO.

Quando a sociedade pratica gencralizacrOcs infundadas, gcra-se UIl1

conjunto dc situa~Oes sociais que afeta a vida dos portadorcs dedeficiencill. Dc certa maneirll, a limila~aO se agrava. Muitos dcles si'lovistos aos olhos dos obsetvadores como tendo "meia vida" quando, dosell lado, eles cultivam com ardor a fimlc no~i'lo de que sl'ioabsolutamenle capazcs de trazer felicidade para outras pcssoas. Mesmonos momentos de desiinimo, esse sentimento pennanecc aceso.(PASTORE, 2000, p.20)

Os poueos esforc;osque existem em reiac;aoa superac;aodo preconceito

sao disjuntivos e conflitivos, a que faz muitas instituic;oese pessoas tirarem proveito

da situac;ao,e explorar, com outros propositos, as legitimas causas das pessoas com

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deficiencia. Com isso, para muilos empregadores e comodo justificar a nao

contratalyaopela nao existencia de politicas publicas estimuladoras.

Sassaki (1997, pA7), admite "que no modelo social da deficiencia, os

problemas das pessoas com necessidades espcciais nao estao nela tanto quanta esHio

na socicdade". Assim. a sociedade e chamada a vcr que cia cria problemas para as

pessoas com deficiencia. causando-Ihes incapacidades (ou desvantagens) no

desempcnho de papeis sociais.

Dc acordo com lamamoto (1999, p.36), "uma sociedade marcada par

uma tradiy80 autoritaria e exc1udente [...], uma sociedade hierarquizada em relayoes

sociais ora sao regidas pela cumplicidade quando as pessoas se identiticam como

iguais, pelo mando e obediencia, quando as pessoas se reconhecem como desiguais,

mas nao pela reconhecimento da igualdade juridica dos cidadaos".

Partindo-se do principia de que deficiencia e urn conceito construido par

intermedio do historico e do social, assim, evidencia-se que as vanos tipas de

deficiencia dcfincm 0 modo pelo qual sao tratados os seus portadores. pais as

apinioes e impress5es criadas pela sociedade com relay30 ao deficicnte estao a urn

passo da accitayao por parte das pessoas portadoras dessas deficiencias.

Segundo Pastore (2000, p.15) "estas percepyoes distorcidas acabaram

cSligmalizanda muitos individuos para a vida e para 0 tTabalho. A deficiencia,

assim, tern suas raizes ligadas muito mais ao meio social e ao tratarncnlO que as

pessoas dispensam aos portadores de deficiencia do que as suas lirnitayoes".

Para se tcr uma sociedade inclusiva nao basta apenas garantir cspayos

adequadas para lOdos, e sim uma readaptayllo social empcnhada na valorizayao das

diferenyas individuais e flacoopera9ao de todas as pessoas.

A infomlayilo das pessoas. a consciCnfizayao da sociedade e 0 eSrOrfOdas instituiyoes sociais silo decisivos para se reduzir os preconceitos eassegurar uma melhor integra"ao dos portadores de deficicncia oa vidasocial e de trabalho. Mas isso oiio e tudo. Resla para elcs a enorme larefade aceitar e superar 0 tralameOlo social que e dado as suas limilayocs.Em oulras palavras. cabe aos portadores de deficiencia importamesar,:Oes para ajudar a reduzir os prcconceitos sociais. Tarefa dificil praquem vive em mundo onde tudo 0 que e jovcm, belo c vigoroso c born euti!. (PASTORE. 2000. p. 29)

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Ainda hoje. devido a persistencia de desinfonnac;ao e inadequac;ao das

condic;oes de arquitetura, transporte e comunica<;ao, percebe-se que muitas pessoas

produtivas, porem com algum tipo de deficiencia, continuam sem condic;oes de

competir no mercado de trabalho.

2.2.3. (ndusao no mcrcado de trabalho

Perccbe-se que muito tern se pesquisado e estudo em relac;ao it inclusao

do deficiente no mercado de trabalho, porcm nao se pode ignorar que sempre houve

ao longo da historia cmprcsas cmpenhadas a absorver esta c1icntela. Hoje rnais do

que nunea se sabe que algumas empresas jii. proporcionam as condic;oes necessarias

e suficientes para 0 desempenho profissional de seus trabalhadores que tem

necessidades especiais diversificadas. mas muito precisa ser desenvolvido para se

obter 0 conceito de sociedade para lodos.

Segundo Sassaki (1997, p. 16),

A sociedade, ern todas as culturas, alravessou diversas rases no que scrCrCTeas praticas sociais. EJa COIllC,<OUpraticando a cxclusiio social depessoas que - por causa das condi~Oes atlpicas - nao Ihe pareciampcrtcncer a maioria da popula,<llo. Em seguida, desenvolveu 0atendimenlo segrcgado denlro de inslilui~3es. passou para a pralica daintcgraf;'ao social e rccentemcnte "dOlou a filosofia de illclusao socilllpara modificar os sistemas sociais gerais.

De acordo com Wemeck (1997, p.21), "a sociedadc para todos,

conscicnte da diversidade da rac;a humana, eslaria estruturada para atender as

necessidades de cada cidadao, da rnaioria as minorias, das privilegiadas aos

marginalizados".

Desta fomla, pessoas com deticiencia sao colocadas em orgaos publicos

ou ernpresas particulares que concordem em readaplar pequenos pastas de trabalho,

sejam par motivos pniticos e nao necessariamente peJa causa da integra<rao social.

21.l .'(...

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[... 1 exisle "rna quantidade considerAvel de pesquisa rcaliL1da na area darccrea((Ao tcrapcutica para pessoas portadoras de deficiencia. Ha tambcmsignificativas atividades nos progrnrnas de espol1e para pessoasdeficicntcs. Em destaque, existcm programas esportivos scgregados quecnvolvem competi~~s nas Paraolimpiadas clo" nas OlimpiadasEspeciais e mesmo assim continuam a existir barreiras aos 10gradourospublicos e aos programas de lazer e rccrea~ao. Islo sc deve, em grandeexlcnsilo, as atitudes, aos milos, aos cquivocos a respeito dos intercsscs,capacidades e necessidadcs das pcssoas que sao deficientes. Planejadoresnl'io dao a devida considera~ao a este segmcnto da populalOao quando dodesenvolvimento de politicas e/ou programas. (WERNECK, 1995, p.12)

Evidencia-se. que aprirnorar a organiza~ao para aJcanyar 0 ideal de uma

sociedade democnitica, na qual todos os cidadaos sejam amplamente respcitados, eurn dos grandes desafios deste seculo.

De acordo com Ams (1995, p.49), "uma sociedade organizada e aquela

que constroi a cidadania ao portador de deficiencia, nao perdendo de vista lambem

as direitos de todos os brasileiros. A sociedade organizada que tenha c1areza de seus

objctivos promovc revolu<;oes, transforma a realidade, nao e enganada. 0 govemo

sabio busca 0 apoio de entidades cstruturadas, para juntos, construir uma

sociedade".

Uma empresa inclusiva entao deve ser aquela que acredita no valor da

diversidade humana, percebe a diferenc;a, efetua as rnudanyas necessarias e treina

lodos os recursos hurnanos na quesHlo da inc1usao.

A inclusllo social. portanto, c urn processo que contribui para aconstru<r1l.o de urn novo lipo de socicdade alraves de lransforma~(\es,pcquenas e grandcs, nos ambientcs flsicos (espa~os internos e externos,equipamentos, aparclhos e utensilios, lIlobiliario e meios de transporte) ena mcntaJjdade de todas as pessoas, portanto tambcm do pr6prioportador de necessidades especiais. (SASSAKI, 1997, p. 42)

o Brasil tern uma grande caminhada para passar das leis bern-

intencionadas a prograrnas eficazes, pois 0 lado publico, concentra-se, de urn lado,

na concessao de beneficios demasiadamente precarios para manter as pessoas corn

deficiencia em condic;oes de respeito e, de outro, na imposiyao de cotas de

contralayao a serem curnpridas pel as empresas.

Sabc-se que no Brasil, a lei estabelece uma reserva de COlas progressivas

para a inclusao da pessoa com deficiencia no rnercado de trabalho, para ernpresas

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que tern 100 empregados ou rnais. Exigindo que a vaga decorrente da dispensa de

urn trabalhador com deficiencia deva ser obrigatoriamente preenchida por outro

trabalhador com deficiencia.

Segundo Pastore (2000, p. 172),

I - ernpresas de 100 a 200 ernpregados devem contratar 2% das pessoas com

deficiencia;

II - de 201 a 500 empregados devem contratar 3% das pessoas com deficiencia;

UI- de 501 a 1000 empregados devem contratar 4% das pessoas com deficiencia;

IV - ernpresas com mais de 1000 empregados devem contralar 5% das pessoas com

dcficiencia.

Os poucos esforyos que existern sao disjuntivos e conflitivos, 0 que faz

muitas instituieroes e pessoas tirarem proveito da situacao, e explorar, com outros

proposilOS, as legitimas causas das pessoas com deficiencia. Com isso, para muitos

empregadores e comodo justificar a nao contratm;ao pela nao existencia de politicas

publicas estimuladoras.

Para Pastore (2000, p.223), "0 Brasil precisa desenvolver ac;3es para

cncurtar 0 enorme fosse que exisle entre as necessidades dos portadores de

deficiencia e aquilo que as empresas podem fazer".

2.3. Fundamenta~iio legal

Nos ultimos anos, os direilos das pessoas com deficiencias a iguais

oportunidades de saude, lazer, educac;ao e trabalho vern sendo reconhecidas. No

entanto, sabe-se que a pessoa com deficiencia ainda tern ficado amerce da caridade

ou tern executado func;oes repetitivas em ambientes protegidos e terapeuticos.

Muitos esfon;os foram exigidos para garantir a incJusao da pessoa com deficiencia

na socicdade.

Para um melhor entendimento sobre 0 que exisle em tennos de leis,

decretos e outras non113S juridicas de ambito federal e estadual referentes as pessoas

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com deficicncias. aborda-se neste item 0 Decreto n(l 3.298. de 20 de dezembro de

1999, a Constitui~ao Federal de 1988, a Lei nO 7.853, de 24 de outubro de 1989, a

Constitlli~ao do Estado de Santa Catarina 1989 e a Lcgisla9ao Estadual do Estado

de Santa Catarina.

2.3.1. Decrcto nO3.298, de 20 de dezembro de 1999

Regulamenta a Lei n(l 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispoe sobre a

Polilica nacional para a Integra9Ho da Pessoa Portadora de Deficiencia, consolida as

normas de prote9ao e da outras providencias.

o PRESlDENTE DA REPUBLICA, no uso das atribui,oes que 1he

confere 0 art. 84, incisos IV e VI, da Constitui9ao, e tendo em vista 0 disposto na

Lei n" 7.853, de 24 de outubro de 1989,

DECRETA:

Capitulo I - D:15 Di5posi~oes Gerais

Art. 1" - A Politica Nacional para a lntegrac;ao da Pessoa Portadora de Deficiencia

compreende 0 conjunto de orientac;ao nonnativas que objelivam assegurar 0 pleno

exercicio dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiencia.

Art. 3" - Para os efcitos deste Decreto, considera-se:

I - deficiencia - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou funyao

psicologica, fisiologica Oll anatomica que gere incapacidade para 0 desempenho de

atividade, dentro do padrao considerado normal para 0 ser humane;

U - deficiencia permanente - aqucla que ocorreu ou se estabilizou durante urn

periodo de tempo suficiente para nao permitir recuperayao ou ter probabilidade de

que se altere, apesar de novos tratamentos; e

III - incapacidade - uma reduyao efetiva e acenluada da capacidade de integrac;ao

social, com necessidades de equipamentos, adaptayoes, meios ou recursos especiais

para que a pessoa portadora de deficiencia possa receber Oll transmitir informayoes

necessarias ao seu bem-estar pessoaJ e ao desempenho de funcrao ou atividade a ser

exercida.

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Art. 4° - E considerada pessoa portadora de deficiencia a que se enquadra nas

seguintes categorias:

I - deficiencia fisica - alterar;ao compieta au parcial de urn ou mais segrnentos do

corpo humano, acarretando 0 cornprometimento da funr;ao fisica, apresentando-se

sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,

tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputar;ao ou ausencia

de membra, paralisia cerebral, membros com deformidade congenita ou adquirida,

exceto as defOimidades esteticas e as que nao produzarn dificuldades para 0

desempenho de funr;oes;

U - deficiencia auditiva - perda parcial ou total das possibilidades auditivas

sonoras, variando de graus e niveis na fonna seguinte:

a) de 25 a 40 decibeis (db) - surdez leve;

b) de 41 a 55 db - surdez moderada;

c) de 56 a 70 db - surdez acentuada;

d) de 71 a 90 db - surdez severa;

e) acima de 91 db - surdez profunda; e

f) anacusia;

III - deficiencia visual - acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho,

apos correr;ao, ou campo visual inferior a 20° (tabela de Snellen), ou ocorrencia

simultanea de ambas as situar;oes;

rv - deficiencia mental - funcionamenta intelectual significativamente inferior it

media, com manifestar;ao antes dos dezoito anos e limitar;oes associadas a duas ou

mais areas de habilidades adaptativas, tais como:

a) comunicar;ao;

b) cui dado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilizar;ao da comunidade;

e) saude e seguranr;a;

f) habilidades academicas;

g) lazer; e

h) trabalho;

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v ~deficiencia mliltipla - associa'tao de duas ou mais deficiencias.

Percebe-se urn esfor'to coletivo dos legislativos com vistas a melhor

intcgrar os portadores de deficiencia no mercado de trabalho. Estimulando cada vez

mais as pessoas com deficiencia a se organizarem melhor e buscar formas variadas

de representa'tao para atuar em busca dos novos direitos.

2.3.2. Constitui~iio Federal de 1988

(Art. 7°, XXXI) Proibi'tao de qualquer discrimina~ao no tocante a salario e criterios

de admissao do trabalhador portador de deficiencia;

(Art. 37, VII) A lei reservara percentual de cargos e empregos publicos para as

pessoas portadoras de deficiencias e definini os criterios para sua admissao;

(Art. 23, II) Cui dar da saude e assistencia publica, da prote'tao e garantia das

pessoas portadoras de deficiencia;

(Art. 24 XIV) Protel(110 e integral(80 social das pessoas portadoras de deficiencia;

(Art. 24, XIV) A habilita~ao e a reabilita~ao das pessoas portadoras de deficiencia e

a promo~ao de sua integrayao it vida comunitaria, e a garantia de urn salario minimo

de beneficio mensal it pessoa portadora de deficiencia e ao idoso que com pro vern

nao possuir meios de prover a propria manutenl(80 ou te-Ia provida por sua familia,

con forme dispuser a lei;

(Art. 227, caput) E dever da familia, da sociedade e do Estado assegurar a crianya e

ao adolescente, com absoluta prioridade, 0 direito a vida, it saude, it alimenta~ao, it

educayao, ao lazer, it profissionalizayao, it cultura, it dignidade, ao respeito, it

liberdade e a convivencia familiar e comunitaria, alem de coloca-los a salvo de toda

forma de negligcncia, discriminayao, explorayao, violcncia, cruel dade e oprcssao;

(Art. 227, § 1°, II) 0 Estado promovera programas de assistencia integral it saude

da crianya e do adolescente, admitida a participayao de entidades nao

governamentais e obedecendo aos seguintes preceitos: criayao de programas de

prevenyao e atendimento especializado para os portadores de deficicncia fisica,

sensorial au mental, bern como de integra~ao social do adolescente partador de

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deficiencia mediante 0 treinamento para 0 trabalho e a convivencia, e a facilitac;ao

do acesso aos bens e servic;os coletivos, com a eliminac;ao de preconceitos e

obstaculos arquitetonicos;

(Art.227, § 20) A lei disponi sobre nonnas de construyao de logradouros e dos

edificios de uso publico e de fabricac;uode veiculos de transporte coletivo, a fim de

garantir acesso adequado as pessoas portadoras de deficiencia;

2.3.3. Lei nO 7.853, de 24 de outubro de 1989

"Dispoe Sobre 0 Apoio as Pessoas Portadoras de Deficiencia, sua Integrac;aoSocial,

sobre a Coordenadoria Nacional para a lntegrac;ao da Pessoa Portadora de

Deficiencia (CORDE), rnstitui a Tutela Jurisdicional de Interesse Coletivos ou

Difusos Destas Pessoas, DiscipJinaAtuac;aodo Ministerio Publico, Define Crimes, e

da Qutras Providencias".

Normas Gerais

Art. 10 _ Ficam estabelecidos nomlas gerais que asseguram 0 pleno exercfcio dos

direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiencia, e sua efetiva

integraC;8osocial, nos tennos desta lei.

§ 20 - As normas desta lei visam garantir as pessoas portadoras de deficiencia as

ac;oes govemamentais necessarias ao seu cumprimento e da demais disposic;oes

constitucionais e legais que Ihes concemem, afastadas as discriminac;oes e os

preconceitos de qualquer especie, e entendida a materia como obrigac;aonacional a

cargo do Poder Ptlbico e da sociedade.

Responsabilidade do Poder Publico

Art. 20 - Ao Podcr Publico e sellSargaos cabem assegurar as pessoas portadoras de

dcficiencia 0 pleno exercicio de seus direitos basicos, inclusive os diretos a

educac;ao,a saude, ao trabalho, ao lazer, a previdencia social, ao amparo a inrnncia e

a matemidade, e dos outros que, decorrentes da Constituic;aoe das Leis, propiciem

seu bem-estar pessoaJ, social e economico.

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Na Area da Saude

A promo~ao de a~ocs preventivas referentes ao planejamento familiar, e

ao aconselhamento gem!tico, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do

puerperio, a nutric;ao da mulher e da crian~a, a identifica~ao e ao controle da

gestante e do feto de alto risco, it imuniza~ao, as doen~as do metabolismo e seu

diagnostico e ao acompanhamento prccoce de outras doen~as causadoras de

deficiencia;

o desenvolvimento de programas especiais de prevenc;ao de acidentes

do trabalho e do transito, e de tratamento adequado para as suas vftimas;

A cria';30 de uma rede de servi~os especializados em reabilitac;ao;

Na Area da Fonnay3o Profissional e do Trabalho

a) 0 apoio Govemamental a fonna.;ao profissianal, a orientac;aa educacional, ea garantia de acesso aos servicos concementes, inclusive aos cursos voltados afom18yaoprolissional;

b) 0 empenho do Parler Publico quanta ao surgimento e a manuten<;:8ode

empregos, inclusive de tempo parcial, destinados as pessoas portadoras de

deficicncia que nao tcnham empregos comuns;

c) A promoc;aode a.;oes eficazes que propiciem a inserc;ao,nos setores publicos

e privados, das pcssoas portadoras de deficiencia;

A adoc;aode legisla.;ao especifica que discipline a reserva de mercado de trabalho,

em favor de pessoas portadoras de deficiencia nas entidades da Administrayao

Publica e do selor privado, e que regulamente a organiza~8o de aficinas e

congeneres integradas ao mercado de trabalho, e a situayao, nelas, das pessoas

porladoras de deficiencia.

Criminaliza.;ao de Preconccito

Art. 8° ~Constitui crime punivel com rec1usaode I (um) a 4 (quatro) anos, e multa:

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I - Recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou razer cessar, sem justa causa, a

inscriyao de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grall, Pllblico

ou privado, por motivos derivados de deficiencia que porta;

11 - Obstar, sem justa causa, 0 acesso de alguem a qualquer cargo pllblico, por

motivos dcrivados de sua deficiencia, emprego ou trabalho;

III - Negar, scm justa causa, a alguem, por motivos derivados de sua deficiencia,

emprego ou trabalho;

IV - Recusar, retardar ou dificultar interna9ao ou deixar de prestar assistencia

medico hospitalar e ambulatorial, quando possivel, a pessoa portadora de

deficicilcia;

V - Deixar de cllmprir, retardar Oll frustrar, sem justo motivo, a execuerao de ordem

judicial expedida na aerao civil a que alude esta Lei;

VI - Recusar, relardar ou omitir dados tecnicos indispensaveis it propositura da aerao

civil objelo desta Lei, quando requisitados pelo Ministerio Publico.

Percebe-se tambem um esforero das COl1stituieroes Estaduais na protc98o

para a pessoa com deficiellcia, prevelldo a concessiio de incentivos as empresas para

a adcquayao de seus equipamentos, instalayoes e rotinas de trabalho.

2.3.4. Constituil;ao do Estlldo de SlInta Catarina 1989

(Art. 9°, II) 0 Estado excrce, com a UnHlo e os Municipios, a competencia de

"cuidar de saude e assistencia publica e da proteyao e garantia das pessoas

portadoras de dcficiencia";

(Art. 2 t, V) A lei reservara percentual dos cargos e empregos publicos para as

pessoas portadoras de deficiencia e defininl os criterios de sua admissao;

(Art. 10, XlV) Compete ao Estado legislar, concorrentemente com a Uniao, sobre

protc9iio c interayao social das pessoas portadoras de deficiencia;

(Art. 141, IV) No estabelecimento de nonnas e diretrizes relativas ao

desenvolvimento urbano, 0 Estado e 0 Municipio assegurarao a eiimina9a.o de

obstaculos arquitetonicos as pessoas ponadorns de deficiencia fisica;

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(Art. 163, V) 0 Estado prestara, em cooperayHO com a Uniao e com os municipios,

assistencia social a quem dela necessitar, objetivando a proteyao ao deficiente, a

habilitacr3.o e a reabilitacrHo das pessoas portadoras de deficiencia e a promocrao da

sua inlegracrao it vida comunitaria e a garantia de urn salario minimo it pcssoa

portadora de deficiencia, que comprove nao possuir meios de prover a propria

mamuencrao Oll de te-Ia provida por sua familia, ohservada a lei federal sobre os

criU!rios de concessao e custcio;

Art. 190 - 0 Estado assegurara a pessoas portadoras de deficiencia os direitos

previstos na Constituiy3.o Federal.

Paragrafo Unico - 0 Estado isoladamente ou em cooperacr3o, mantera progr3m3s

destinados a assistencia a pessoa portaJora de deficiencia, como 0 objetivo de

assegurar:

J - Respeito aos direitos humanos;

II - Tendo discernimento, ser ouvida sempre que esteja em causa 0 seu direito;

III - Nao ser submetida a intromissoes arbitnlrias e ilegais na vida privada, na

familia, no domicilio ou na correspondencia;

Art. 191 - Cabe ao Estado a formulacrao e a execucr3.0 da politica de atendimento it

sallde das pessoas portadoras de deficiencia, de modo a garantir a prevenrrao de

doenrras ou condicroes que favorecram seu surgimento, assegurando aquele segmento

o direilo a habilitacao e a rcabilitacao com lodos os recursos necessarios.

2.3.5. Legislac;ao Estadual do Estado de Sanht Catarina

LEI N' 4.156, DE 6 DE MAIO DE 1968. Institui a Funda,ilo Catarinense de

EduC3rrao e da oulras providencias. Dhirio Oticial do Estado de 14.05.68.

LEI N' 9.831, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1995. DispOe sobre a gratuidade do

transporte intermunicipal as pessoas deficientes. D.O.E de 01.12.93.

LEI N' 9.970, DE 22 DE NOVEMBRO DE 1995. Institui 0 Programa Catarinense

de Prepara~ao da Pessoa Portadora de Deficiencia para 0 Mercado de Trabalho. 0.0

.E. de 24.11.95.

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Observa-se que a lei brasileira preve inumeras a90es voltadas para 0

atendimento dos portadores de deficiencia. pon::m it distancia entre 0 prescrilo pela

lei e 0 praticado na realidade e enorme. Observa-se ainda que dentre os que fazem

parle da for9a de trabalho. apenas uma parcela trabalha de maneira regular e

continua, os demais nunca trabalharam ou entram em episodios de desocupa9ao.

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Ill- METODOLOGIA

3.1. Sujcitos

Os sujeitos da prescote pesquisa sao pessoas corn algum tipo de

deficiencia fisica. ja inclusos no mercado de trabalho, no municipio de Car;ador.

Com idade de 19 a 34 aoos, classe social baixa, residindo oa sua maioria em casas

alugadas, inclusos no mercado de trabalho de his a quarenta e cito meses. Trata-se

uma amostra pequena com apenas cinco sujeitos, uma vez que 0 processo de

inclusao social oeste municipio e recentc.

3.2. Local

A pesquisa desenvolveu-se no municipio de Cm;:ador, situado no meio-

oeste, regiao do Vale do Rio do Peixe, estado de Santa Catarina. Ca9ador teve a sua

emancipar;ao politico-administrativa no din 25 de marr;o de 1934, hoje com 71 anos,

totali7~ndo aproximadamente 80 mil habitantes ern urna area de 1.009,8 Km2, corn

aproximadamente 40,000 eieitores, 0 municipio possui 2.663 estabeiecimentos,

sendo 1.573 prestadores de servicros, 852 industriais e 238 comerciais, corn

arrecadacrao mensal de R$ 2.000.000,00 (dois bilhoes de reais). As cmpresas estao

iniciando 0 processo de lei das cotas progressivas para as pessoas com deficiencia.

3.3. Instrumento

A coleta de dados foi efetuada por intenm':dio de urn instrumento,

denominado entrevista semi~dirigida, objetivando encontrar urn padrao de resposta

para poder analisar 0 nivel de satisfayao das pessoas com deficiencia fisica inclusas

no mcrcado de trabalho de Cal;ador.

E conformidade com Ruiz (1980, p. 51), "a entrevista consiste no

dialogo com 0 objetivo de colher, de detenninada fonte, de determinada pessoa Oll

infonnanle, dados relevantes para a pesquisa em andamento. 0 entrevistador deve

J2

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ser discreto, deve evitar ser importuno; precisa deixar muite it ventade 0 informante.

Embora seja sua func;aodirigir a entrevista e mante-Ia dentro dos propositos dos

itens pn::-estabelecidos,° entrevistador precisa ser habilidoso e elegante ao evitar

que 0 dialogo se desvie dos propositos de sua pesquisa. E importante lembrar que 0

investigador deve apenas coletar dados e nao discuti-Ios com 0 entrevistado; disso

se conclui que 0 entrevistador deve falar pouco e ouvir muito".

3.4. Procedimcnto

A partir da escolha do problema, buscou-se um instrumento para a

avaliaryao do processo de inclusao social no mercado de trabalho de Caryador,

oplando-se por uma entrevista semi-dirigida.

A entrevista (Anexo A - Entrevista) foi aplicada para cinco participantes

com deficiencia fisica variada, nos seus locais de trabalhe, em honirio eomercial.

Uma amostra pequena em funr;:aodo processo de inicializayao da inclusao social no

mereado de trabalha dessa municipalidade. A entrevista durou cerea de 30 minutos

e nao houve dificuldade ou resistencia dos sujeitos dignas de nota (Anexo B -

Resposta dos participantes). Os dados coletados Coram analisados mediante

discussoes, contradiyoes e sistematizayoes, fomecendo validade ao objetivo

inicialmente proposto.

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IV - RESULTADOS EDlscussAo

Na perspectiva de cumprir com 0 objetivo proposlo, registra-se neste

capitulo 0 que lange it aprendizagem tcarica-prettiea do graduando. em compreender,

analisar e intervir junto aos sujeitos, a tim de sistematizar, registrar e analisar 0

processo de incius30 social da pessoa com deficiencia fisica no mercado de

trahalho.

Objetivou-se compreender, com as resultados obtidos, 0 processo de

incJusao social das pessoas com deticiencia fisica. uma vez que se trata de sujeilos

com capacidades fisicas e mentais, apenas tcndo algum membra do seu corpo

compromclido.

Pode-se perceber que no municipio de Ca~ador a inclusaa social de

pessoas com deficiencia vern sendo praticada em pequena cscala por algumas

cmprcsas, muitas vezes sem saberem que estao adotando uma abordagem

inclusivista. Nos estabelecimentos comerciais, os quais fizeram parte desta pesquisa,

que ja tern, em seu quadro de recursos humanos pessoas com deficiencia, observou-

se que se tornaram inclusivistas por iniciativa e empenho dos proprios funciomirios,

muilO mais do que pel os seus administradores, uma vez que aqueles buscam

informa~oes referentes ao objetivo da inclusao social, seja pela via do radio,

televisao ou pela assessoria de profissionais inclusivistas no mercado de trabalho.

E oportuno registrar que se observou uma forte tendencia dos

entrevistados em utilizar-se das constru~oes sociais de deficiencia, estigmas e

rotulos, tendendo a ideia de que nao tern condi~oes plen3s para contribuir com 0 seu

bem-eslar pessoal e para a propria comunidade. Tal tendencia fica evidenciada, por

exemplo, nas seguintes coloca\=oes diante da questao referente ao tempo que levol!

para ingressar no mercado de trabalho: "( ... ) aproveilava usu/ruir daquilo que me

diziam... Voce nao serve pra nada, en/cia abusava mesmo, nao linha muito

interesse, procllrei mais pra provar pros meus pais e para a sociedade que ell

preslava mesmo tendo esla p... deSla deficiencia", ou ainda, "set'muito hem porque

pra mim demoroll. me ju/gavam pe/a dejiciencia, nao aellO que seja IOta/menle

errac/o,mas tamhem sei que deixo a desejar pOl'se deficienle ".

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Nessa mesma dire~ao. outro entrevistado manifestou, diante da mesma

pergunta sobre 0 tempo que levou para ingressar no mercado de trabalho: "pOI'que

as pessoas diziam que por eu fer so um braryo ficava dificil. Quase morria de

trisleza, me vejo 'cio dijerenle dos OlltroS, sei que nilo preciso mas nilo consigo ",

expoe-se tambern, "acho que 0 mais complicado e voce pensar que os Glllros vilo

Ie dar emprego pOl' pena, por voce sel" delideflle jisico"

Isso parece coincidir com 0 que Pastore (2000, p.20), aponta acerca dainclusao.

Quando a sociedade pratica generaliza~i.'\es inrundadas, gera-se umconjunto de situa~ocs sociais que afeta a vida dos portadores dedeficiencia. Dc ccrta maneira, a 1imjta~ilose agrava. Muitos dcles saovistos aos olhos dos ohscrvadores como tendo "Oleia vida" quando, doseu lado, eles cultivam com ardor a tirme no~ao de que saoabsolutamente capazes de trazer felicidade para outras pessoas. Mesmonos momentos de desanimo, esse semimcnto pcnnanecc accso.

E interessante ressaltar que todos estes entrevistados fazem parte do

mercado de trabalho. A ideia de inutilidade e exagerada e erroneamente utilizada

nestes casos, uma vez que se trata muito mais de urn conceito social do que

individual; percebem-se diferentes em fun~ilo de uma constru~ao hist6rica, nao

como impossibilitados de fazer parte de uma sociedade ativa, ou seja. desconsidera-

se a eficiencia e se enaltece a deficiencia.

Por Dutro lado. evidenciando uma auto-percep~ao mais favonivel,

percebeu-se 0 desejo de alguns entrevistados em produzir cada vez mais diante do

mercado de trabalho, encarando a sua altera~ao apenas como urn comprometimento

fisico e nao como alterac;aoestrutural de capacidade intelectual, tendo consciencia

do dos seus direitos e deveres enquanto cidadao.

Esta tendencia se manifesta nas seguintes ralas. dianle da questao

relativa aos beneficios sentidos em estar incluso no mercado de trabalho e diante da

perspectiva de crescimento dentro do mesmo emprego: "acree/ito que 0 me/hor epoder estar vivo e feliz. cOlltar com a dinheiro no jinal do mes e poder comprar as

coisas necess{irias e 0 que vale. SinlO-me realizado e muito feliz", "hoje vejo 0

fJluudo com ollll'OS oillos, voce fica/' limitado denlro de wlla casa all fazendo coisa

errada pOl' of "c;o Ie do fUluro. Acredito mais em mim desde que traballio. Sinto-me

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capaz e jeliz. Tenho 0 mell dinheiro e ajl/do meus pais com aquilo que jor

necessario ". Oa mesma fonna, outro parlicipante referiu, diante da mesma questao:

"troha/har e ludo de bom, claro que 0 saMrio ajuda muito, mas voce se relacionar

com pessoas de todos as classes sociais e saber que nao deixa a desejar pro

nenhuma de/as e 0 me/hal''' 0 relato de outro entrevistado Bustra uma posirrao

igualmente positiva quanta it sua situacao frente ao mercado de trabalho: "estar no

mercado de trahalho e muito hom. sinlO-me rea/izada. Trahalho e esludo, no ano

que vem presto vestibular para enjermagem e quero continual' sendo aplicada

"aquila queja(;o ".

A accitarrao das difcrenrras individuais c da valorizacao da diversidadc

human a destes entrevistados inclusos no mercado de trahalho no municfpio de

Cacador enfatizou a importancia do perlencer, da cooperacao e da contribuicao que

todas as pessoas podem dar para construirem uma sociedade mais humanititria

voltada para 0 interesse de todos os municipes.

Pode-se associar ao conceito de inclusao social utilizado por sassaki

(1997, p.42).

A inclusao social. ponanto, e urn processo que conlribui para aconstru~ao de urn novo lipo de sociedade atravcs de transfonnayOes,pcquenas e grandes, nos ambientcs fisicos (espayos intemos e extemos,equipamenros, aparclhos e utensilios, mobiliario e meios de transpone) ena mentalidade de lodas as pessoas, ponanto tambem do pr6prioportador de necessidadcs cspcciais

Oeve-se ressaltar, entretanto, que a legislacao que da suporte e ampara

as pessoas com deficiencia no Brasil 56 vai funcionar a partir do momento em que

existirem politicas publicas que criem condirroes adequadas para as empresas, pois

impor mediante a lei ou multa a aceita~ao da pessoa com deficiencia e 0 mesmo que

continuar numa sociedade estigmatizada e preconceituosa.

o desafio de superar 0 problema da inclusiio social e enonne, uma vez

que a educacao inclusivista precisa se disseminar nos mais variados amhitos da

sociedade, compreendendo que a realizacao humana nao se faz apenas baseado na

estetica fisica, mas, sobretudo, no embasamento do potencial intelectual de cada

sujeito. As pessoas com deficiencia, cabe a intenyaO de aceitar as suas

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peculiaridades e acima de tudo de dernonstrar ao social que elas podem ajudar aos

outros e a si rnesmo.

Pode-se concluir, a partir desta breve experiencia, que seria apropriada

urna postura mais aproFundada em relayao it inclusao da pessoa com deficiencia no

mercado de trabalho de Car;ador, mas tem-se claro 0 interesse em promover estudos

adicionais ao tema, uma vez que se trata de wn tema inesgot:ivel, assirn 0 interesse

esta em pontuar e registrar 0 que de positivo vern sendo Feito em nosso municipio

para contribuir na melhoria de urn sistema social mais justa.

Recomenda-se que 0 assunto venha a ser amplamente debatido entre os

administradores responsaveis pela colocar;ao desla clientela no rnercado de Irabalho,

que se exponha a conceprrao pessoaJ, sejam elas de aceilayao ou de preconceito.

para que posterionnente se possa chegar aos verdadeiros conceitos de inclusao

social e nao de urn ato de benevolencia ou de obrigatoriedade social au legal.

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ANEXOS

ANEXOA

Entrevista

r -A partir do momento em que voce decidiu procurar emprego,

quanta tempo demorou a ingressar no mercado de trabalho de Ca~ador?

211_ 0 sell emprego atual e 0 seu primeiro emprego, ou voce jaesteve incluso no mercado de trabalho de Cayador anterionnente?

311- Durante esta trajetoria de procura pela inc1usao no mercado de

trabalho de Cayador, descreva os momentos mais complicados para voce.

4H _ Que beneficios trouxe para a sua vida estar incluso no

mercado de trabalho?

sa _ Para voce, existcm perspectivas de crescimento dentro do

mercado de trabalho?

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ANEXOB

Respostas dos participantes

R.F.M, 23 anos, scxo masculino, solteiro, cmpregado ha dezenove mcscs em urn

supcrmcrcado no cargo de empacotador .

•- - A partir do momento em que voce decidiu procurar emprego,

quanta tcmpo demorou a ingrcssar no mercado de trabalho de Ca<;ador?

Resposta - Quando resa/vi procurar emprego ell tinha 2 J al10S e niio tinha muifa

responsabi/idade. aproveilava Ilsl!fi'uir daqui/o que me diziam ... "Voce nao serve

pra noda ", entiia abllsava mesmo. Niio tinha muilo interesse, procurei mais pro

pro val' pros mells pais e para a sociedade que eu preSiOlIQ mesmo tendo esla p ...

desla dejicifmcia, levoll W1S Ires meses mais Oll menDS ale a secre/aria do

slipermercado me chamar pro entrevisla. Depois da conlralar;(70 jicoll (ranqiii/o,

vollei a eSludar, agora eslOll no oilava serie.

r - 0 seu emprego atual C 0 seu primeiro cmprcgo. ou voce jacsteve incluso no mcrcado de trabalho de CafYador anterionnente?

Resposta - Sim, este emprego e 0 mell primeiro emprego.

3~ - Durante esta trajet6ria de procura pela inclusao no mercado

de trabalho de CafYador. descreva os momentos mais complicados para voce.

Resposta - Acho que 0 mais complicado e voce pensar que os oulros velo Ie dar

emprego por pena. por voce ser deficiel1le jisico. Mas "lio achei muito dificil

pONllle ell era ifilli/O rebelde e nt70 eslava interessado em eslar all mio empregado.

entGa luda a qlle viesse era luera, queria trahalhar Inais para mostrar pros l1le/lS

pais, mio par mim.

48 - Que beneficios trouxe para a sua vida eSlar incluso no

mercado de trabalho?

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Resposta - Hoje vejo a mundo com Gltlros olhos, voce ficar limitado denlro de lima

casa ou fazendo eoisa errada pOl' ai nao Ie dit futuro. Acredilo mais em mim desde

que frabaillo. Sinfo-me capaz e feliz. Tenho 0 meu dinhdro e ajudo meus pais com

aquilo que for necessario.

5· - Para voce, existem perspectivas de crescimento dentro do

mcrcado de trabalho?

Resposta - Acho que sim, colegas ja me disseram que posso passar para

encarregado de sess(io jilfllramenle, mas de concreto nao lenho nada. nenhum chefe

me disse nada. Ejpero que possa subir de cargo porque tenho me moslrado

inleressado.

J.M.S, 19 anos, sexo masculino, soitciro, cmprcgado ha tres rncses e rneio em

urn supcrmcrcado no cargo de cmpacotador.

1- - A partir do momento em que voce decidiu procurar emprego,

quanta tempo demorou a ingressar no rnercado de trabalho de Cal(ador?

Resposta - Demorei qUGse lim ana pOl'que as empresas alegavam que ell era muito

novo, mas os meus amigos com a minha idade, na epoca 18 anos quase todos

eslavam lraba/hando. Sei muito bem porque pra mim demorou, me julgavam pe/a

deflciencia, nao aeha que seja tola/mente en'ado, mas tambem sei que deixa a

desejar por sel' deliciente.

29- 0 seu emprego atual e 0 seu primeiro emprego, ou voce ja

est eve incluso no mercado de trabalho de Cal(ador anteriormente?

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3a _ Durante esta trajet6ria de prOClira pela inclusao no mercado

de trabalho de Ca<;ador, descreva os momentos mais complicados para voce.

Resnosta - 0 mais complicado foi passar pe/o exame psicolOgico, voce sabe 0 que

e isso, algllem te analisando, e voce tendo que mandar ver. Senti preconceito

tambem 110 inicio quando levGvG a mercadoria ate os carms. as lilli/heres

principalmel1fe me o/l1Ovam e diziam voce 11(10vai conseguir, Oil entao, estci mllito

pesado pro voce?

4M_ Que beneficios trouxe para a sua vida estar incluso no

mcrcado de trabalho?

Resnosta - Traba/har e lIfdo de bom, claro qlle 0 salario ajuda milito, mas voce se

relacionar com pessoas de todos as classes sociais e saber que mio deixa a desejar

pra lIen/llIma de/as e 0 me/hor.

5- - Para voce, existem perspectivas de crescimento dentro do

mercado de trabalho?

Resnosta - Acredito qlle se for um bom fimcioncirio posso subi,. de cargo all passar

para outro emprego, lenho capacidade para isso e espero qlle se realize.

E.D.L, 28 :1005, scxo feminino, casada, cmprcgada ha vinte e cinco mcscs em

urn cstaciomtmcnto rcgulamcntado.

lU - A partir do momento em que voce decidiu proclirar emprego,

quanlo tempo demorou a ingressar no mercado de trabalho de Ca<;ador?

Resnosta - Oilla levoll muito tempo, niio sci se dais ()U Ires {InOS,porque as pessoas

diziam qlle por eu IeI' so 1I111bl'ar;o ficava diflcil. Quase mOl'l'ia de Iristez{l, me vejo

uio diferenle dos OIIII"OS,sei que nao preciso mas nao consigo.

r - 0 seu emprego atual e 0 seu primciro emprego, ou voce ja

cst eve inciliso no mercado de trabalho de Ca~ador antcrionnente?

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Rcsposta - Nao, esfe e 0 meu primeiro emprego, antes so cuidava da casa, do

marido e dos mells JUhos. Sempre me virei, mas 1mba/har fora pro alguem e aprimeira ve.z.

33 - Durante esta trajetoria de procura pela inclusao no mercado

de trabalho de Ca~ador. descreva os momentos mais complicados para voce.

Rcsposta - Foi provar que ell conseguia escrever, seguraI' as coisas. mostrar pros

OIl/ros que era capaz, mesmo com IIIn hrar;o s6.

43 - Que beneficios trouxe para a sua vida estar incluso no

mercado de trabalho?

Resposta - Poder ajudar em casa e a melhor coisa, ajlldar no Sllstento, na

edllca~(io e no criar;lio dos mells jilhos e !udo de bom. Converso,. com as pessoas

me deixa muifo feliz.

sa _ Para voce, existem perspectivas de crescimento denlro do

mercado de trabalho?

Resposta - Nao. ES/Oll feliz no meu servir;o, nem Iulo para isso, se nlio gostasse do

qllefar;o IlIdo hem, mas eslOll realizada com meu servir,.'o.

8.S.A, 34 anos, sexo masculino, casado, empregado ha quarenta C oito mcscs

em urn estacionamento regulamentado.

r -A partir do momento em que voce decidiu procurar emprego,

quanta tempo demorou a ingressar no mercado de trabalho de Ca9ador?

Resposta - Nlio demOl'Oli muito, porque sai de 11111emprego pOl'que sabia que

eslavam chamando aqlli onde trahalho, enlao fiJi questilo de J5 a 20 dias.

2" - 0 seu emprego atual e 0 seu primeiro emprego, Oll voce jaesleve incluso no mercado de trabalho de Ca9ador anleriormenle?

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Resposta - Faz muitos alIOS que trabalho, este e 0 terceiro emprego. Trabalhei de

chapeador por uns sete (mos com llm amigo mell e antes trabalhava com uma

empresa na colheila do tamale de ano em ana.

3~ - Durante esta trajetoria de procura pela inclusao no mercado

de trabalho de Cac;ador, descreva os momentos mais complicados para voce.

Resposta - Nlll1ca aehei muito dificil, pOl'que so lenho defeilO no perna, par lima

ser menor do que a outra, e quando procurava emprego ja fa/avo anles de me

perguntarem, dizia que era lili/.

4a _ Que beneficios trouxe para a sua vida estar incluso no

mercado de trabalho?

Resposta - Acredito que 0 melhor e poda eslar vivo e fe/iz, contar com 0 dinheiro

no final do mes e poder comprar as eoisas necessarias e 0 que vale. Sin/a-me

realizado e mllito./eliz.

sa _ Para voce, existem perspectivas de crescimento dentro do

mercado de trabalho?

Rcsposta - Acho que sil11, ell mesmo sempre cresci denIm do mercado de trabalho,

a importante e IeI' forqa de vonlade, superar a sua dificuldade e acreditar que

sempre se pode ser me/hal' naquilo que sejaz.

J.L.L, 20 anos, scxo feminino, soitcira, empregada ha quinze meses em urna

papciaria.

13 - A partir do momento em que voce decidiu procurar emprego,

quanta tempo demorou a ingressar no mercado de trabalho de Cac;ador?

Rcsposta - Ta/vez nao tenha demorado lanto porque minl10 fia Irabalha de

empregada domesliea pra minha palroa e foi par causa dela que conseglli. Mas

procurava emprego desde os 16 anos e nllnca conseglli. Mas aqui levOlI lIns dois

meses.

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r - 0 seu emprego atual e 0 seu primeiro emprego, ou voce jaesteve incJuso no mercado de trabalho de Cayador anterionnentc?

Resposta - Sim, e a primeira vez que trabalho. Antes ajudava a minha fluie na

minim casa a laval' toa/has de mesa de wna res/aurante.

33 - Durante esta trajetoria de procura pela incJusao no mercado

de trabalho de Cayador, descreva os momentos mais compJicados para voce.

Resposta - Sempre qlle procurei trabalho, como recepcionista, le/efonis/a,

secretaria ou empacoladora. nunca conseglli. Diziam que eu era jovem demais. 011

entiio que ell nao agii.entaria 0 furno, ou en/ao que niio estavam precisando e mais

tarde ellficava sahendo qlle tinham contratado a/gl/em.

4- - Que beneficios trouxe para a sua vida estar incJuso no

mercado de trabalho?

Resposta - ESlar no mercado de trahalho e muito hom, sinlo-me realizada.

Trabalho e eSllido, no ano que vem presto vestibular para enfermagem e qllero

c011linuar selldo aplicada naquilo que fm:;o.

sa _ Para voce, existem perspectivas de crescimento dentro do

mercado de trabalho?

Resposta - Espero que depois de me formar me/hore mals ainda, pois quero sel'

independente e IeI' minha propria familia. Acredito que possa crescer sim, porque

ale /a tlldo serd di/eren/e, 0 mercado de traba/ho vai eslar mais ahel'to para

pessoas como eu, que {em 11mtipo de deficiimcia.

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