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MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA
UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DAS FERRAMENTAS QUE
ENVOLVEM O CAPITAL DE GIRO E O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
FINANCIAL MANAGEMENT: A TOOL OF STUDY INVOLVING THE WORKING
CAPITAL AND FINANCIAL PLANNING
Joice Kelly Ortega Conrado – Discente em Administração– Unisalesiano.
E-mail: [email protected]
Talita de Fátima Silva Cavalcante – Discente em Administração – Unisalesiano.
E-mail: [email protected]
Orientador: Profº. Me. Irso Tófoli – Unisalesiano – [email protected]
RESUMO Os recursos de curto prazo são aplicados nas atividades operacionais da empresa com a finalidade de produzir bens e serviços almejando um retorno satisfatório em relação ao capital investido. A administração indevida desses recursos denominados de capital de giro pode causar uma necessidade financeira, que se não for percebida e corrigida, comprometerá a continuidade da organização. Neste contexto, é de extrema importância que os profissionais envolvidos na área financeira conheçam com profundidade os aspectos relativos a esta administração, pois desta forma poderão gerenciar com maior eficiência, garantindo maior rentabilidade à atividade empresarial. Ao estipular os objetivos da empresa, o gestor traça metas que deverão ser seguidas para que não faltem recursos na realização das operações, e o Planejamento Financeiro, aliado às suas ferramentas, como o fluxo de caixa e os índices financeiros. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as ferramentas da Administração de Capital de Giro utilizadas para controlar, organizar e prever as variações que atingem este capital, ressaltando a importância do planejamento financeiro, utilizando-se de pesquisa bibliográfica. Palavras-chave: administração. Capital de giro. Planejamento financeiro.
INTRODUÇÃO
Lemes Junior, Rigo, Cherobin (2005) reforçam que os recursos financeiros de
curto prazo são utilizados para financiar as atividades operacionais do
empreendimento e por isso é necessária agilidade nas decisões nessa gestão. Os
autores enaltecem que a ação de negociar preços e prazos de pagamento com os
fornecedores, refletirá na política de preços e prazos de vendas.
De acordo com Tófoli (2012), a análise do capital de giro visa gerenciar os
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ativos e passivos circulantes do empreendimento. Através de índices busca-se
interpretar a situação econômico-financeira de um período.
O capital de giro, através da atividade operacional, sofre transformação em seu
estado patrimonial, refletindo em acréscimos a cada transformação. “As atividades de
operações (ou atividades operacionais) existem em função do negócio da empresa e
são executadas com a finalidade de proporcionar um retorno adequado para os
investimentos feitos pelos proprietários”. (HOJI, 2006, p. 22).
Desta forma, justifica-se a necessidade de aprofundar um estudo relativo às
ferramentas do capital de giro e a melhor forma de administrá-lo, como ao
planejamento financeiro, que são ferramentas essenciais para a solvência de um
empreendimento.
OBJETIVOS
O respectivo trabalho tem como objetivo demonstrar as ferramentas da
administração do capital de giro, utilizadas na gestão empresarial e a importância de
sua aplicabilidade aliadas ao Planejamento Financeiro para o alcance dos objetivos
empresariais.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho foi a de pesquisa
bibliográfica, com a busca dos conceitos inerentes a Administração do Capital de giro
e suas ferramentas, e o Planejamento Financeiro.
1 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Segundo Assaf Neto (2000) o capital de giro tem participação relevante no
desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de
seus ativos totais investidos. Uma administração inadequada deste item resulta em
sérios problemas financeiros, contribuindo efetivamente para a formação de uma
situação de insolvência.
Assim, Gitman (2004) afirma que os Ativos Circulantes, comumente chamados
de capital de giro, representam a proporção do investimento total da empresa que
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circula de uma forma para outra, na condução normal dos negócios.
Conforme Tófoli (2012) a administração do capital de giro é responsável pelo
gerenciamento dos ativos e passivos circulantes da empresa. Se o ativo circulante for
maior que o passivo circulante, a empresa possui um capital de giro líquido positivo,
se ocorrer o contrário, possui um saldo negativo. É válido ressaltar que essa gestão
compreende num processo de tomada de decisão envolvendo a liquidez e a
rentabilidade da empresa.
A liquidez, conforme afirma Gitman (1997), representa a capacidade de a
empresa em poder saldar suas obrigações de pagamentos assumidas em prazos
hábeis.
Segundo Matarazzo (1998), não se pode dizer que a empresa obteve liquidez,
por exemplo, com o excesso de estoques e de duplicatas a receber. Estes excessos
significam que houve uma má administração de recursos.
Como mencionado anteriormente, o segundo fator contribuinte a gestão do
capital de giro é a Rentabilidade. Segundo Hoji (2004) a rentabilidade é a medida do
resultado econômico gerado pelo capital investido.
1.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS NA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO
1.1.1 PRAZOS MÉDIOS
Conforme foi conceituado por Tófoli (2012), as organizações são formadas por
diversos componentes agindo em conjunto para atingir um objetivo em um prazo
determinado. Na administração do Capital de Giro através de prazos médios, é
possível analisar e definir os prazos de pagamento, recebimento e renovação de
estoques. Após levantar estes dados, é possível avaliar o ciclo operacional e
financeiro da organização, determinando e controlando prazos médios para entrada e
saída do dinheiro.
Os prazos médios são elementos administráveis pelos dirigentes. A análise dos prazos médios e seu impacto financeiro é também uma análise da administração do capital de giro. (MATARAZZO 2010, p. 283).
Os Prazos Médios subdividem-se em:
a) Prazo médio de renovação de estoque – PMRE: De acordo com Assaf Neto
(2010), este índice estabelece o tempo em que as mercadorias permanecem
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paradas em estoques até a sua venda. Em contrapartida Morante (2009) define
o seu objetivo como o de indicar o número de dias que decorreram entre a
compra da mercadoria e sua venda, no caso do comércio; no caso da indústria,
a matéria-prima.
PMRE=ESTOQUES/ CMV X 360
b) Prazo médio de recebimento de vendas – PMRV: Segundo Iudícibus (2010),
este quociente indica o ciclo das duplicatas a receber, ou seja, o tempo que os
recebíveis levam para serem transformados em dinheiro.
Conforme conceitua Morante (2009), o PMRV tem como objetivo indicar o
número de dias que decorrem, em média, entre a efetivação da venda e o
recebimento do valor correspondente.
PMRV = DUPLICATAS A RECEBER/ VENDAS LÍQUIDAS x 360
c) Prazo médio de pagamento de compras – PMPC: Para Morante (2009) este
índice tem como objetivo indicar o número de dias que decorrem, em média,
entre a compra e seu efetivo pagamento aos fornecedores. É importante que a
empresa tenha uma boa relação com seus fornecedores, pois nos casos de
impossibilidade de a empresa cumprir com suas obrigações obedecendo ao
prazo médio de pagamento, poderá obter prazos flexíveis e ainda manter o
crédito com os fornecedores.
PMPC = FORNECEDORES/ CMV x 360
1.1.2 CICLOS
De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (1997) afirmam que a principal
preocupação, nas finanças a curto prazo, está ligada as atividades operacionais e
financeiras da empresa, a curto prazo.
Desta forma, a fim de obter informações detalhadas do tempo necessário para
a realização das atividades já citadas bem como seu valor agregado, aplica-se a
divisão entre os ciclos da seguinte forma:
Ciclo Operacional: Assaf Neto (2000) descreve como o tempo entre a compra
de produto ou matéria-prima até o recebimento das vendas. Sua fórmula:
PMRE+PMRV.
Ciclo Financeiro ou Ciclo de Caixa: Hoji (2004) relata que o Ciclo Financeiro ou
de Caixa consiste no período existente entre o pagamento aos fornecedores e o
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recebimento das vendas. Portanto, em termos financeiros, um aumento de um dia no
Prazo Médio de Pagamento, não corresponde à redução de um dia no Prazo Médio
de Recebimento. A partir do pagamento aos fornecedores, inicia-se o ciclo de caixa.
Sua fórmula: PMRE+PMRV-PMPC. É o período (em média) que os recursos estão
investidos nas operações sem que tenham ocorridos os correspondentes ingressos
de caixa. Parte desse capital é financiado pelos fornecedores que concederam prazo
de pagamento.
A empresa pode melhorar os resultados econômicos e financeiros administrando adequadamente o ciclo financeiro. O esforço de redução do ciclo financeiro deve ser feito por todas as áreas da empresa, por meio de políticas eficientes de crédito, descontos financeiros, compras, etc. (HOJI, p.128, 2004.)
1.1.3 GIROS
Dentre as ferramentas do Capital de Giro, que auxiliam para uma administração
financeira mais eficiente, encontram-se os índices de atividades, que possibilitam o
cálculo do giro de determinadas atividades da empresa, dentre elas: o giro dos
estoques, o giro de contas a receber, o giro de fornecedores, o giro do ativo e o giro
do imobilizado. A seguir apresentam-se os conceitos e as fórmulas desses giros:
Giro de Estoques: Segundo Gitman (2004), o giro de estoques mede a atividade
ou liquidez do estoque de uma empresa.
Hoji (2004) entende que as empresas procuram aumentar o giro dos estoques,
pois quanto mais rápido vender o produto, mais o lucro aumentará. Esse raciocínio é
válido desde que a margem de contribuição seja positiva e o aumento do giro não
implique “custos extras” em volume superior ao ganho obtido pelo aumento do giro.
Sua fórmula é: GE = CMV/ ESTOQUE
Giro de Contas a Receber: Conforme cita Tófoli (2012), o giro de contas a
receber mede o número de vezes que os valores a receber (Duplicatas a receber ou
Clientes) são recebidos, em média, na empresa. Sua fórmula:
GCR= VENDAS LÍQUIDAS/ DUPLICATAS A RECEBER
Giro de Fornecedores: Revela qual é o prazo médio obtido junto aos
fornecedores pelo fornecimento de insumos e / ou de mercadorias. Conforme Tófoli
(2012) indica o número de vezes, em média, que as contas a pagar giram no período.
Sua fórmula: GF = CMV/ FORNECEDORES
Giro do Ativo: Gitman (2004) descreve o giro do ativo como indicador de
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eficiência de que a empresa usa seus ativos para gerar vendas. E quanto maior o giro
do ativo total de uma empresa, mais eficientemente seus ativos estão sendo usados.
Calcula-se da seguinte forma: GA = VENDAS LÍQUIDAS/ ATIVO TOTAL
Giro do Imobilizado: Segundo Tófoli (2012), mede a eficiência com que a
empresa tem utilizado seus bens operacionais (imobilizados) para gerar receitas de
vendas. Sua fórmula: GI = VENDAS LÍQUIDAS/ IMOBILIZADO
Adempe (1997) afirma: como a rotação do motor de um carro, quanto mais giros
tiver o motor, mais potência tem. Quanto menos giros tiver o motor, menos potência
tem. Ou seja: quanto mais capital (dinheiro) girar a empresa, mais potência tem.
Quanto menos capital (dinheiro) girar a empresa, menos potência tem.
1.1.4 ÍNDICES
Menciona Tófoli (2012) que a análise do Capital de Giro por meio dos Índices é
uma técnica que consiste em confrontar as contas e os grupos de contas visando
interpretar a situação econômico-financeira da empresa, num determinado momento,
bem como as suas tendências. Ele afirma que o índice é a relação entre contas ou
grupos de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado
aspecto da situação econômica ou financeira da empresa.
De acordo com Matarazzo (1998), a quantidade de índices necessários para
uma análise será definida de acordo com a situação indicada. Esta análise deverá
satisfazer o total conhecimento da empresa num determinado período de tempo e no
grau de profundidade desejada da análise.
Assaf Neto e Silva (1997) conceituam que a liquidez é descoberta por meio dos
indicadores financeiros. Os indicadores de liquidez têm a função de mostrar resultados
relacionados com o capital de giro investido, indicando a empresa nos seus vários
elementos do ciclo operacional, para que esta possa tomar decisões em função deste
resultado.
A seguir, apresentam-se as fórmulas dos principais índices:
SIGLA FÓRMULA DESCRIÇÃO DO ÍNDICE
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
ILG ILG = (AC+RLP) / (PC+PNC)
x 100
Índice de Liquidez Geral demonstra a saúde financeira de longo prazo d empresa através da relação entre os grupos patrimoniais do Ativo Circulante e Realizável em longo prazo e o Passivo Circulante e Exigível a longo
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prazo.
ILC ILC= AC / PC x 100 Índice de Liquidez Corrente mostra a relação direta entre os bens e direitos de curto prazo e as obrigações também de curo prazo.
ILS ILS = (AC – ESTOQUES –
DESPESAS ANTECIPADAS) / PC x 100
Índice de Liquidez Seca mede a capacidade de pagamento da empresa, em valores de curto prazo, sem considerar as vendas de estoques e os valores já destinados para as despesas antecipadas.
ILI ILI = DISPONÍVEL / PC x
100
Índice de Liquidez Imediata identifica quanto das dívidas de curto prazo podem ser liquidadas imediatamente.
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
MB MB = LB / VL x 100 Margem Bruta representa quanto foi o percentual de lucro bruto em relação às vendas líquidas.
MOP MOP = LAJIR / VL x 100 Margem Operacional representa o percentual de lucro das despesas financeiras e dos impostos sobre as vendas liquidas.
ML ML = LL / VL x 100 Margem Liquida representa o percentual do lucro liquido sobre as vendas liquidas, no período.
ROA ROA= LL / ATIVO TOTAL Retorno sobre o Ativo Total revela o retorno produzido pelas atividades realizadas pela empresa, em seus ativos
ROI ROI = LADJDIR Retorno sobre o Investimento Demonstra os investimentos que equivale aos recursos levantados pela empresa e aplicados em seus negócios.
RPL RPL = LL / PL x 100 Retorno sobre o Patrimônio Líquido Representa o retorno dos recursos aplicados na empresa.
LPA LPA = LL / NÚMERO DE
AÇÕES
Lucro por ação O índice ilustra o lucro auferido por cada ação emitida pela empresa, ou seja, do total do lucro líquido em determinando período, quanto compete a cada ação.
MARK UP
DEVE COBRIR OS IMPOSTOS, E TAXAS
SOBRE AS VENDAS, AS DESPESAS FIXAS, O CUSTO INDIRETO DO
PRODUTO E O LUCRO.
Mark Up É aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formar o preço de venda.
EBITDA
EBITDA = LUCRO ANTES DAS DESPESAS
FINANCEIRAS LIQUIDAS + DEPRECIAÇÃO
Margem Ebitda É um indicador financeiro que evidencia a capacidade financeira da empresa em remunerar os proprietários de capital.
ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
IPCT IPCT = CAPITAL DE
TERCEIROS/PL x 100
Índice De Participação de Capital de Terceiros Significa quanto a empresa utilizou de capital de terceiro para cada unidade monetária do capital próprio.
IEG IEG = (PC+PNC) / ATIVO
TOTAL x 100
Índice de Endividamento Geral Expressa a dependência de recursos de terceiros nos financiamentos do Ativo.
IECP IECP = PC / ATIVO TOTAL
x100
Índice de Endividamento de Curto Prazo Mostra a dependência dos recursos de terceiros a curto prazo nos financiamentos do Ativo.
IIPL IIPL = ANC / PL x 100 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido Indica o quanto do Patrimônio Líquido foi aplicado em Ativo Não Circulante.
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IIRñC IIRñC= ANC / (PNC + PL) x
100
O Índice de Imobilização de Recursos não Correntes indica que percentual de recursos não correntes foi aplicado em Ativo Não Circulante. Considera-se um menor índice melhor, pois um alto grau de imobilização compromete a liquidez da empresa.
Fonte: Tófoli, 2012. Adaptado pelas autoras deste trabalho.
2 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Chiavenato (1999) elucida que as empresas não trabalham na base da
improvisação. Quase tudo nelas é planejado antecipadamente. O planejamento figura
como a primeira função administrativa, por ser exatamente aquela que serve de base
para as demais funções. O planejamento é a função administrativa que determina
antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve
fazer para atingi-los da melhor maneira possível.
Por sua vez, Teló (2001) conceitua que o planejamento financeiro estabelece
como os objetivos financeiros podem ser alcançados; portanto, é um plano para o
futuro. O planejamento auxilia ainda na implantação de projetos que exijam análises
com antecedência de todas as variáveis a serem analisadas e a situação de incerteza.
De acordo com Gitman (1997) os planos financeiros e orçamentos fornecem
roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, essas ferramentas oferecem
uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como
mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é
possível avaliar os eventos reais. O planejamento financeiro fornece roteiros para
dirigir, coordenar e controlar as ações da empresa na consecução de seus objetivos.
2.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO
O planejamento a curto prazo, conforme Brealey (1992), preocupa-se com a
gestão do ativo a curto prazo e do passivo de curto prazo da empresa. De acordo com
o autor os elementos mais importantes do ativo circulante são as disponibilidades, os
títulos negociáveis, as exigências e as contas a receber. E os elementos mais
importantes do passivo de curto prazo são os empréstimos bancários e as contas a
pagar. O planejamento financeiro de curto prazo é geralmente, de um ano ou um
semestre, e coincide com o exercício social da empresa.
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Ross, Westerfield, Jordan (1998) afirmam que as finanças a curto prazo
consistem em uma análise das decisões que afetam os ativos e passivos circulantes,
com efeitos sobre a empresa dentro do prazo de um ano. As decisões financeiras a
curto prazo são mais fáceis, mas não menos importantes do que as decisões a longo
prazo, visto que pode comprometer a liquidez da empresa.
Conforme Gitman (2004), o planejamento financeiro de curto prazo se inicia
com a previsão de vendas, a partir daí são formulados os planos de produção que
levarão em conta o tempo necessário para preparação de equipamentos e incluem
também as estimativas das matérias-primas exigidas. De acordo com os planos de
produção a empresa pode projetar a necessidade de mão-de-obra, os gastos gerais
com a produção e as despesas operacionais. E com base nessas estimativas pode-
se então projetar a Demonstração de Resultados e o Orçamento de Caixa da
empresa. Através dessas projeções pode-se finalmente elaborar o balanço patrimonial
projetado.
As principais metas do planejamento a curto prazo é a previsão de vendas, juntamente com os dados operacionais e financeiros. Como resultado da análise do planejamento a curto prazo têm-se como mais importantes os orçamentos operacionais, orçamento de caixa e demonstrações financeiras projetadas”, (GITMAN, 1997, p.588).
O processo do planejamento financeiro de curto prazo, segundo Gitman (2004),
é o seguinte:
Figura 3.2 Planejamento Financeiro de Curto Prazo.
Fonte: Gitman, 2004, p. 93. Adaptado pelas autoras deste trabalho.
2.1.1 PREVISÃO DE VENDAS
De acordo com Welsch (1996) uma previsão de vendas é transformada num
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plano de vendas ao ser acrescentado estratégias, aplicações de recursos e dedicação
no sentido de tomar medidas agressivas para alcançar os objetivos das vendas.
Conforme Kotler (2000), a previsão de vendas da empresa é o nível esperado
de vendas com base em um planejamento de marketing. A previsão de vendas está
diretamente ligada a uma análise detalhada dos dados do mercado. As empresas
geralmente usam uma combinação de dados internos e externos para elaborar a sua
previsão de vendas. Isso acontece, pois de acordo com Gitman (2004), os dados
internos ajudam a conhecer as expectativas de vendas e os dados externos irão
moldar tais expectativas em função de fatores e econômicos gerais. A previsão de
vendas, aliada as estimativas das entradas e saídas de caixa, além de dados de
períodos anteriores, possibilitará a preparação do orçamento de caixa.
Um fator importante na preparação do orçamento são os pagamentos
efetuados pela empresa no período do planejamento financeiro. Ross, Westerfield,
Jordan (1998) conceituam que as saídas de caixa se dividem em quatro categorias
básicas. Primeiramente é o pagamento de contas a pagar, correspondentes à compra
de bens ou serviços, tais como matérias primas, e as compras dependem da previsão
de vendas. A segunda categoria é pagamento de salários, impostos e outras
despesas, onde inclui-se todos os demais custos normais desembolsados de
operação. A terceira categoria de gastos de capital corresponde a pagamentos por
ativos de longa duração. E a última categoria é o financiamento a longo prazo que
engloba pagamentos de juros e amortização de dívidas, além de pagamentos de
dividendos aos acionistas.
A correta previsão e estruturação dos planos de vendas dará a empresa
condições de uma maior abrangência do mercado com um menor desvio de vendas
previsto e uma maior lucratividade.
2.1.2 ORÇAMENTO DE CAIXA
De acordo com Padoveze e Taranto (2009), o orçamento de caixa é essencial
para obter as receitas financeiras, no entanto, é apenas mais um dos saldos do
balanço patrimonial e decorrem das demais contas de resultado, além do próprio
balanço.
Segundo Zdanowicz (2001) o principal objetivo do orçamento de caixa é a
projeção da disponibilidade necessária de recursos financeiros para a execução do
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plano geral de operações, dispor dos recursos financeiros necessários para que a
empresa possa continuar funcionando normalmente, além de viabilizar o que foi
planejado no plano geral de operações ou investimentos, bem como estabelecer o
nível geral de caixa.
Por se tratar de uma projeção, diante da incerteza na elaboração do orçamento
de caixa, Gitman (2004) propõe a alternativa de elaborar vários orçamentos de caixa
para reduzir o risco de uma previsão errônea do orçamento, além de uma correta
estimativa das vendas. Com isso, o administrador financeiro terá instrumentos para
uma ação diante da detecção de risco, de modo que possa tomar uma decisão a curto
prazo mais precisa e com maior segurança.
2.1.3 DEMONSTRAÇÕES PROJETADAS
Segundo Padoveze (2010), a projeção dos demonstrativos contábeis, permite
a gerência fazer as análises financeiras e de retorno de investimento que justificarão
ou não todo o plano orçamentário.
Lucion (2005) elucida que através das demonstrações financeiras projetadas,
tanto o administrador quanto o credor terão ferramentas necessárias para analisar as
origens e as aplicações dos recursos da empresa. Com embasamento nas projeções
das demonstrações, podem ser desenvolvidas análises financeiras, com o fim de
avaliar o desempenho esperado da empresa.
As demonstrações financeiras projetadas, segundo Gitman (1997),
possibilitarão a tomada de medidas para adequar as operações planejadas do período
seguinte, a fim de atingir metas financeiras. Os dados necessários para a preparação
de demonstrações projetadas utilizando-se a técnica simplificada são: as
demonstrações financeiras do ano passado e uma previsão de vendas para o ano
seguinte.
O planejamento de lucros é normalmente realizado por meio de demonstrativos financeiros projetados, os quais são úteis para fins de planejamento financeiro interno, como também comumente exigidos pelos credores atuais e futuros. (GITMAN, 1997, p.588)
2.1.3.1 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO PROJETADA
Na elaboração da demonstração do resultado, Gitman (2004) indica a utilizar o
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método em que os custos dos produtos vendidos, as despesas operacionais e as
despesas de juros são expressos em termos de porcentagens, em relação às vendas
previstas, já que as percentagens apresentadas possivelmente serão as mesmas do
ano passado.
Lucion (2005) elucida que a metodologia utilizada para a estimativa do
resultado projetado sugere que as relações entre vários custos e vendas no próximo
ano repetirão sobre aquelas havidas no ano anterior.
2.1.3.2 BALANÇO PROJETADO
De acordo com Gitman (1997), o balanço patrimonial projetado utiliza-se de
uma técnica criteriosa, para estimar certas contas e calcular o valor de outras. Quando
essa técnica é utilizada, o financiamento externo necessário é utilizado como variável
de fechamento. É necessário um valor de “fechamento”, ou seja, o financiamento
externo, para que o balanço feche. Se o valor for positivo para o financiamento externo
necessário significa que a empresa terá que levantar fundos externos, para financiar
o nível de operação previsto para o período, utilizando capital de terceiros ou capital
próprio. Porém, se o valor for negativo, significa que o financiamento previsto é
superior às suas necessidades. Tem-se então, a indicação de excessos de recursos,
e tais recursos poderiam ser destinados para saldar dívidas e ou em compras de
ações. Frequentemente essa técnica é utilizada para medir as necessidades de
financiamento da empresa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Planejar as ações que impactam o capital de giro é a estratégia ideal para
manter a liquidez da organização, tendo em vista as principais atividades da empresa
- compra, venda, pagamento e recebimento - não possuem prazos sincronizados.
Deve-se ter em mente que quanto maior o controle dos prazos, melhor será a tomada
de decisões, pois a perspectiva das limitações financeiras a curto prazo se torna mais
ampla.
O capital da empresa está sujeito a mutações constantes porque é influenciado
por fatores internos e externos e por tanto, se o administrador não tiver uma projeção
das contas, estará sujeito a deixar que o capital seja afetado por tais influências.
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O grande aliado da gestão financeira é o planejamento e por isso aplicar índices
financeiros, conhecer os prazos médios de entradas e saídas de dinheiro e manter um
orçamento dos gastos a fim de evitar a falta de liquidez resultará numa empresa bem
estruturada, apta para crescer dentro de um cenário competitivo, com lucratividade.
REFERÊNCIAS
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