Afecções Dos Ouvidos e Anexos
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7/17/2019 Afecções Dos Ouvidos e Anexos
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15
AfeC90es dos Ouvidos e Anexos

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15.1. Anatomia e
considera~oes
gerais.
As af ecc;:6esdos ouvidos do
equino, embora pouco frequen-
tes, quando ocor r em, revestem-
se de gr ande impor tancia devi-
do as dificuldades de tratamen-
to e os r iscos de produzirem se-
quelas quanto a estetica do pa-
vilhao auricular, reduzindo 0va-
lor comercial do animal.
Anatomicamente, 0ouvido e
dividido em tr es partes: ouvido
externo, ouvido medio e ouvido
inter no.
o ouvido externo e f ormado
pelo pavilhao aur icular ou orelha,
conduto auditivo externo e a face
externa da membrana timpanica,
cu ja func;:aoessencial e a de r e-
ceber as ondas sonoras.
A orelha ou pavilhao aur icu-
lar capta as ondas sonoras e
possui uma f orma caracterf sti-
ca par a cada especie ou r ac;:a.E .
constituf da por pele, musculos
e car tilagens; por possuir gran-
de mobilidade, funciona como
captadora de sons e rufdos, bas-
tando lembr ar que quando 0
cavalo "mur cha" as or elhas e
porque per cebeu a pr esenc;:ade
movimentos, pelo rufdo, em seu
poster ior , significando ger al-
mente que pode escoicear .
o conduto auditivo externotem a f unc;:ao de conduzir as
ondas sonor as desde a orelha
ate a membrana timpanica. Pos-
sui glandulas ceruminosas, se-
baceas e tubulosas, alem de
dois grupos de musculos iner va-
dos por r amos do ner vo f acial.
A membrana timpanica e
f ormada por um tabique mem-
branoso que separ a 0 ouvido
externo do medio e transmite as
ondas sonoras, chegadas pelo
conduto auditivo, aos ossf culos
do ouvido medio.
o ouvido medio e formado
pela ampola timpanica com seu
conteudo, os ossfculos e a tr om-
pa de Eustaquio, que ter mina na
f aringe em um divertlculo cha-
mado bolsa gutur al, cuja fisio-
logia ainda nao esta absoluta-
mente bem definida.
A trompa auditiva ou de Eus-
taquio comunica a cavidade tim-
panica com a f ar inge atraves da
bolsa gutural que se admite ter
como f unc;:aomanter a pr essao
do ar na ampola do tlmpano,
igual a pr essao atmosfer ica.
Os ossf culos do ouvido me-
dio san: martelo, bigorna e es-
tribo; transmitem as vibrac;:6es
da membr ana timpanica ate a
perilinf a do labir into.o ouvido interno ou labirinto
consta de uma par te acustica,
o orgao vestibular . 0 car acol
possui receptores do sentido da
audic;:ao,e 0 orgao vestibular a
da manutenc;:ao do equillbrio do
corpo do animal.
15.2. Lesoes traumaticas
do pavilhao.
Dos pr ocessos traumaticos
do pavilhao aur icular san relati-
vamente comuns os f erimentos
causados por arames ou devi-
dos a conten<;ao, que por habi-
to err 6neo se f az torcendo a
orelha do cavalo com a mao ou
cordas.
As feridas cutaneas simples
e regulares do pavilhao aur icu-
lar san tratadas por limpeza com
solu<;6es anti-septicas como If -
quido de Dakin, agua oxigena-
da 10 volumes ou alcool iodado,
ou sutur adas par a que possa
ocor r er uma cicatr iza<;ao por
pr imeira inten<;ao.
As feridas do pavilhao aur i-
cular san inc6modas devido a
intensa exsuda<;ao e fatem com
que 0 animal agite ou f r iccione
constantemente a cabe<;a, de-
vido ao ataque de moscas.
Como a r egiao e intensamente
vascular izada, pode dar a im-
pr essao de que 0 ferimento e
muito mais gr ave do que 0 e na
realidade, tor nando-se necessa-
r io, caso haja hemor ragia, a
compressao digital do vasa ou
o gar r oteamento da base da
or elha ate que se possa fazer
uma avaliac;:aoda extensao doprocesso, par a em seguida rea-
lizar-se 0 curativo.
As feridas infectadas san
tratadas como feridas de cica-
triza<;ao por segunda intenc;:ao.
Frequentemente, os f er imentos
apr esentam miiases e degene-
ra<;ao da car tilagem da or elha
que, em razao da extensao da
f erida, poder a atr of iar-se, dei-
xando 0 cavalo "tr oncho".o tr atamento deve ser reali-
zado retirando-se inicialmente
as lar vas de mosca e apticac;:ao
na lesao de substancias larvi-
cidas. Em seguida, r emova todo
o tecido necr osado, inclusive
r estos de car tilagem, raspando

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Figura 15.1
Atrof ia da cartilagem auricular .
a fer ida com uma lamina; lave-a
bem com soluc;ao anti-septica e
aplique pomada cicatrizante e
repelente que pode ter a se-
guinte f ormulac;ao:
a. 2 partes de 6xido de zinco.
b. 1 parte de sulfa em p6.
c. 1 pitada de triclorfon p6 ou
outro larvicida em p6.
d. Adicione 61eo de ffgado de
bacalhau ate adquirir consis-
tencia "cremosa".
Os curativos devem ser dia-
r ios, ate que ocorr a a epitelizac;ao
da lesao, e nao se esquec;a de
intr oduzir um chumac;o de algo-
dao no fundo do conduto auditi-
vo quando f or r ealizar 0 trata-
mento; este procedimento tem a
f inalidade de impedir 0 escoa-
mento do anti-septico par a 0
conduto do ouvido externo. Nao
se esquec;ade r etira-Io logo apos
o cur ativo.
15.3. Parasitos e corpos
estranhos.
Os equinos, com muita fre-
quencia sofr em 0 ataque de
carrapatos da especie Ano-
center nitens, que se instalam
em gr ande quantidade na face
inter na do pavilhao aur icular ,
causando gr aves les6es. Este
car r apato, durante 0 per fodo de
succ;ao,por se alimentar de san-
gue para 0 seu desenvolvimen-
to, secreta, atraves de seus or -
gaos bucais, uma substancia If -
quida, que ao secar se asseme-
Iha a sangue coagulado, causan-
do intensa irr itac;ao local. Fr e-
quentemente, ocorre invasao
baderiana no f er imento provo-
cado pelas picadas, e esta in-
fecc;ao, associada a irr itac;ao
produzida pelos carr apatos, de-
termina les6es def ormantes oumutilantes da cartilagem da ore-
Iha, podendo ocor rer ate ne-
cr ose. Ouando ocor re necr ose,
as orelhas podem ficar cafdas e
o cavalo ser denominado de
"troncho".
o tratamento e realizado
atr aves do uso de carrapaticidas
por asper sao, ou somente local,
quando 0 unico ponto de inva-
sac e as or elhas, polvilhando-se
car rapaticida po. As les6es de-
vem ser tr atadas com anti-sep-
ticos e pomadas cicatr izantes.
o controle profilatico atraves
de banhos carrapaticidas em
animais inf estados e a higie-
nizac;ao das orelhas com limpe-
za e corte dos pelos a cada 60
dias constitui boa norma de hi-
giene e deve ser realizada.
Ouanto aos corpos estr a-
nhos no pavilhao auricular e no
conduto auditivo externo, a mai-
or frequencia e a de palha de
arroz ou serragem de camas de
baia ou de f orrac;ao do assoalho
de "tr ailer " ou caminhao de trans-
por te. A pr esenc;a destes corpos
estr anhos deixa 0 animal inqui-
eto, ir rita a mucosa do conduto
auditivo e pode produzir otite
externa.
Animais transportados em
caminh6es com cama de palha
de arroz e que se apresentam em
decubito lateral devem ter seus
olhos e ouvidos examinados e
limpos ao ter mino da viagem.

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15.4. Papilomatose
auricular.
E uma afecc;:aoviral que po-
de acometer alem do pavilhao
auricular , as labios e narinas dos
equinos e, mais rar amente, as
palpebras e as membros.
Os papilomas sao formados
par hiperquer atose do tecido e
apr esentam tamanhos variados
de 0,5 a 20 cm., unicos au mul-
tiplas br otac;:6es de colorac;:ao
esbr anquic;:ada.
A forma com que a animal
adquir e a virose ainda nao se
en contra bem determinada, po-r em, sabe-se que ha um f ator
imunol6gico envolvido, alem do
cantata com outr os por tador es
e a posslvel tr ansmissao par in-
setos voadores.
Naturalmente havera com a
tempo a desenvolvimento de
imunidade e os~papilomas ten-
dem a desaparecer , sendo con-
sider ada como autolimitante. No
entanto, quando em gr ande
quantidade, pod em r eceber tr a-
tamento cirur gico atraves de
r essecc;:ao com bistur i eletrico
ou cauterizac;:ao qUlmica au par
criocirurgia. Em situac;:6es em
que varias regi6es do corpo do
animal apresentam gr ande
quantidade de papilomas, auseja, quando e gr ande a nume-
r o de animais atingidos, pode-
Figura 15.2
P api loma de pavi lhao aur icular.
se lanc;:ar mao da terapia com
vacina aut6gena, pr epar ada em
laborat6rio especializado e apli-
cada pela via subcutanea em
dose unica, repetida seman al-
mente durante quatro semanas.
Algumas vezes, a simples re-
moc;:aomanual de alguns papi-
lomas pr oparciona ao organisma
entr ar em cantata com a virus,
produzindo r esposta imune, com-
batendo a papiloma, que podera
desaparecer par completo.
E uma inflamac;:aoque envol-
ve a canal auditivo externo e al-
gumas vezes as tecidos do pa-
vilhao auditivo. Embora de bai-
xa incidencia nos equinos, cons-
titui sempr e afecc;:aa de extre-
ma gravidade, podendo ser uni
au bilateral e f r equentemente e
causada par inf ecc;:ao bacte-
riana mista.
As principais predisposic;:6espara a afecc;:ao constituem-se
na higienizac;:ao pr ecaria das
ouvidos, na f alta de corte dos
pelos das ar elhas, na presenc;:a
de ectoparasitos e de corpas
estranhos, nos banhas frequen-
tes, sem a devida pr otec;:ao do
conduto auditivo com algodao e
nos exer dcios par a treinamen-
to au f isioterapia em represas
au r aias de natac;:ao.Os sinais de que ha altera-
c;:aano auvido externo sao: in-
tenso prurido, dor continua au
intermitente, aumento de tem-
per atur a local, animal ir r itado e
inquieto, movimentos de latera-

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lidade da cabe<;:a e secre<;:ao,
ger almente fetida.
As bacter ias mais comumen-
te isoladas nos casas agudos
sao: Staph ylococcus aureus ,
St a ph ylococcus sp. e St rept o-coccus s p.
Os sintomas, nos casas
agudos, sao: hiperemia, dor , au-
menta de temperatura local e
secre<;:ao.
Se a otite nao f or tratada e
evoluir, ela se tornara cr onica,
com intensa secr e<;:aopurulen-
ta f etida, de color a<;:ao mar r om,
devido a atividade das glandu-
las cer uminosas.o diagn6stico e simples e
evidenciado pela secre<;:ao pu-
rulenta que escorr e atraves do
ouvido e que f ica gr udada nos
pelos da base da or elha, po-
der a ocor rer a hiper quer atose
do pavilhao auricular e lesao
necr6tica nos tecidos, compr o-
metendo a car tilagem de sus-
tenta<;:ao.
o tr atamento e trabalhoso
e demor ado. Deve ser realiza-da limpeza cuidadosa do canal
auditivo com um cotonete gran-
de, que pode ser f eito com uma
pin<;:atendo a ponta um chu-
ma<;:ode algodao. A limpeza e
realizada primeiro com algodao
seco, r epetindo-se a manobr a
varias vezes ate que ele saia
pr aticamente limpo. Em segui-
da, f a<;:a a mesmo esquema
com algodao embebido em al-cool au eter.
Ap6s a limpeza rigor osa,
aplique no conduto uma solu-
<;:aode antibi6tico associado a
um corticoster 6ide, se a inf la-
ma<;:ao f or severa. Pode-se
Figura 15.3
Otite externa purulenta.
tambem usar as pomadas anti-
mastr ticas. 0 tr atamento in-
c1uindo a limpeza deve ser fei-
to 2 vezes ao dia e, se ao cabo
de 3 a 5 dias 0 quadro nao ce-
der, pr ovavelmente podemoster uma associa<;:aoda infec<;:ao
bacteriana com fungos au, en-
tao, a antibi6tico nao ter espe-
cif icidade par a com bater as
germes causadores da inf ec-
<;:ao,sendo necessaria, nestes
casas, a realiza<;:ao de cultura
par a isolamento do agente e
antibiogr ama par a tr atamento
especf fico.
A antibioticoterapia sistemi-ca somente ser a realizada nos
casas persistentes e, evidente-
mente, sob supervisao e, prefe-
r encialmente ap6s a realiza<;:ao
de cultivo e antibiogr ama.
15.6. Otite media e
interna.
Sao processos extr emamen-te rar os nos equinos, apr esen-
tando sintomas graves, como
desequilibrio e quadr os de com-
prometimento do sistema ner-
vasa central.
Ger almente as otites media
e interna sao decor rentes de
processos ascendentes do ou-
vida externo, traumatismos, fra-
turas de crania e hemorragias,
inf ec<;:6es sistemicas, dr ogast6xicas, etc.
o quadr o c1inico e extr ema-
mente variado e esta na decor-
rencia da extensao do pr oces-
so e da participa<;:aode microor-
ganismos.

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Fig ur a 15.4
Otite exter na pur ulenta.
Ouando tr aumatica, atingindo
a r egiao parietal e tempor al, pr o-
duzem manif estac;:6es c1inicas
neur ologicas de compressao.
Porem, em situac;:6es de parti-
cipac;:aobader iana ascendentes
do ouvido externo e medio, a
manif estac;:aoc1inicae de ence-
falite e 0 animal ira apresentar -
se apatico, depr imido, anoretico,
dismetr ico e ate incoordenado.
Outr as vezes, anda em circulo e
apr esenta dificuldade visual.Com
a evoluc;:ao0 cavalo podera per -
manecer em decubito lateral com
movimentos de pedalagem e
opistotomo nas fases f inais.
o tratamento base consiste
de antibioticoterapia de amplo
espedr o sistemica, ate a r emis-
saG dos sinais neur ologicos.
Muito embora haja uma proba-
bilidade de r ecuperac;:ao,per ma-
necer ao sequelas neur ologicas
indese javeis e limitantes ao bom
desempenho do cavalo.
15.7. Timpanismo das
bolsas guturais.
E uma af ecc;:ao relativamen-
te rara e pode acometer potros
com menos de um ana de ida-
de. Parece ser devido a uma dis-
func;:ao do ostio-cartilaginoso
\SSO \LHO D.-\ ROLS.\
(;l nR \1. "iOR\I-\L - DIR EIT \
S • S"pto mrdial
\ - \'511111110
r -Tl'ndao do m. l 'apH is longus
E - ()"nr tilohi6idr o
que da acesso as bolsas gutu-
rais, no mecanismo de entr ada
e saida do ar dur ante os movi-
mentos de deglutic;:ao; por ma-
f ormac;:ao das tr ompas de Eus-
taquio, ou ainda por acumulo efer mentac;:aodo catar ro existen-
te na mucosa de revestimento.
Os sintomas se caracterizam
por tumefac;:aona altur a da regiao
par otldea Ctr iangulo de Vibor g),
sem flutuac;:aoe com sonoridade
timpanica devido a presenc;:ade
ar . Pela compressao digital a de-
formac;:ao pode se desf azer mo-
mentaneamente. Os animais
afetados podem apresentar si-
nais de dif iculdade respiratoria,
devida a compressao da faringe
e, ocasionalmente, sinais de
disfagia.
Os potros ao nascimento ou
nos pr imeiros dias de vida, po-
dem manif estar os sinais do
timpanismo que, em alguns ca-
sos, evolue para um processo
catarral com corr imento nasal.
\.,PEel (h (,f .I~\IS D\
BOLSA ( ;( Tl R \ L· D IR U I \
s·· S,- pto mr dial
E ~0l 's ti lnh i l l idt .'o
I. - Pand ,-Ial"ral
T - Tl'nd:in do In. l ':lpili, 11I1I~1I'
Figura 15.5
Vista endoscopica normal da balsa gutural.

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Figura 15.6
Timpanismo de bolsas guturais.
Figura 15.7
Corrimento nasal na pneumoguturocistite.
Figura 15.8
Secre<;:aomucoide no
ostio faringeano
na pneumoguturocistite.
Figura 15.9
Fenestra<;:aodo septo
da bolsa gutural.
Estes quadros saG denominados
de pneumoguturocistite e podem
evoluir para a forma<;:ao de em-
piema das bolsas guturais.
o tratamento clinico nao pro-
duz praticamente nenhum resul-
tado satisfatorio, devendo-se re-
correr a corre<;:aocirurgica do pro-
blema. Duas tecnicas saG preco-
nizadas para a corre<;:ao.Uma pro-
duz amplia<;:ao do oriflcio farin-
geano da bolsa gutural e a outra
requer a forma<;:ao de fenestra<;:ao
entre a bolsa direita e esquerda.
Ouando 0 processo e antigo e
envolve as duas bolsas guturais,
pode-se intervir cirurgicamente

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associando-se as duas t8cnicas
com resultados satisfat6rios.
15.8. Empiema das balsas
guturais.
Processo inicialmente infla-
mat6r io da mucosa de r evesti-
mento da bolsa gutural poden-
do evoluir de um pr ocesso ca-
tarral, por acumulo de secre<;ao
muc6ide, para um processo pu-
rulento, caracterizando 0 em-
piema (acumulo de pus).
Pode desenvolver-se devidoa processos circunvizinhos co-
mo faringites ou abscessos
retrofarrngeos, ou por sequela
de garrotilho, 0 que e mais co-
mum. Eventualmente, casos de
afec<;ao da bolsa gutural cau-
sada por f ungos tem sido diag-
nosticados.
o sintoma mais evidente e 0
corrimento nasal mucopurulen-
to, uni ou bilateral, que se inten-sif ica durante a mastiga<;ao e
degluti<;ao, ou quando 0 animal
abaixa a cabe<;a para pas tar.
Ocorre infartamento dos linfo-
nodos pre-paratrdeo e subman-
dibular . Ouando 0 pus nao flui
pelas narinas, ou a quantidade
eliminada e pequena em r ela-
<;ao ao que esta acumulado na
bolsa gutural, ocorre aumento
de volume junto a regiao paro-
trdea, denominada de triangulo
de Viborg, dificultando a deglu-
ti<;aoe r espir a<;ao,fazendo com
que 0animal procure manter a
cabe<;a em extensao. Nestas
condi<;6es, e frequente a neces-
sidade de realizar-se a traqueo-
tomia de emergencia, devido a
intensa dificuldade respir at6ria,
o que pode levar 0 animal a
cianose e morte por asf ixia.
Nos processos desencade-
ados por fungos (micose da
bolsa gutural), podera ocorrer
hemorr agia causada por ruptu-
ra da arteria car 6tida interna,
produzindo quadro c1r nico de
severa gr avidade.
o diagn6stico e baseado nos
sintomas evidentes de descar-
ga purulenta pelas narinas e 0
aumento de volume no triangulo
de Viborg. A conf ir ma<;ao e r ea-lizada em hospitals mais sofisti-
cados pela rinolaringoscopia e
pelo cateterismo da bolsa gu-
tural ou pela pun<;ao com agu-
Iha da bolsa gutur al. As les6es
decor r entes da micose da bol-
sa gutur al saG diagnosticadas
por endoscopia que revelar a
placa mic6tica situ ada por so-
bre a arteria car6tida interna e
estruturas circunvizinhas.o tr atamento consiste na
dr enagem e lavagem da bolsa
com solu<;6es anti-septicas ou
a remo<;ao cirurgica do conteu-
do purulento e da mucosa da
bolsa. Os lavados podem ser
realizados pela sondagem da
bolsa gutural pela via nasofa-
ringeana com auxnio de pipeta
plastica flexivel ou pela endos-
copia. 0 tratamento cirurgico
deve ser pr ecedido pela antibi-
oticoter apia utilizando-se peni-
cilina G benzatina na dose de
40.000 a 50.000 UI/kg, pela via
intramuscular, a cada 72 horas,
ou, quando realizada cultura e
antibiograma, 0 antibi6tico em
que 0 microorganismo for mais
sensr vel. Caso 0 animal apr e-
sente dificuldade r espirat6r ia
com mucosas e conjuntivas
cian6ticas, f a<;a imediatamente
a tr aqueotomia atraves de uma
incisao envolvendo 03°, 4° e 5°
aneis da traqueia. Os casos de
micose da bolsa gutur al devem
ser tratados cirur gicamente com
a laqueadur a da arter ia car6tida
interna e ter apia local e siste-
mica com drogas antifungicas.
Muito embora 0 cisto dentr-
gero seja um processo que en-
volva tecido dentario embriona-
rio, devido a sua localiza<;aomais
comum f oi induido junto as afec-
<;6esdos ouvidos e anexos.
o cisto dentlgero e uma
anormalidade de desenvolvi-
mento de tecido odont6geno
conhecido como heterotopiadentaria br anqui6gena, c1assifi-
cada como ma-f orma<;ao con-
genita.O processo desenvolve-
se de forma lenta junto a por-
<;ao petrosa do osso temporal,
na r egiao frontal ou no seio
Figura 15.10
Sondagem da balsa gutural.

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par anasal. A maior fr equencia
de ocorr encia e para a localiza-
<;:aotemporal, junto a base do
pavilhao auricular.
A af ec<;:aomanif esta-se ple-
namente aos dois anos de ida-de e, quando localizado na r e-
giao subauricular , aparece como
um aumento de volume. Em
geral, 0 profissional r ecebe 0
caso com f or ma<;:ao de f istula
que apresenta drenagem de 11-
quido viscoso devido a exterio-
riza<;:aodo conteudo do cisto, au
contaminado por pun<;:6esrea-
lizadas previamente, cujo ob je-
tivo pode ter side 0de evacuar -se um posslvel abscesso equi-
vocadamente diagnosticado.
o processo f r equentemen-
te e de consistencia petr ea e
que a radiogr af ia deixa car ac-
terizado a imagem de tecido
dentario.
o tr atamento definitivo con-
siste na extra<;:ao do tecido
dentar io, com 0 animal sob
anestesia geral em razao do
acesso cir urgico que necessi-
ta ser adotado, e 0 r ecalca-
mento, que em alguns casos
poder a ser necessario.
Figura 15.11
Cisto dentfgero do temporal - f istula auricular.
Figura 15.12
Cisto dentigero do temporal - Raios-X.
Figura 15.13
Dente extraido de base de cisto dentf ger o do temporal.