A_ident_do_remanescente
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RECONHECIMENTO MEC DOC. 356 DE 31/01/2006 PUBLICADO EM 01/02/2006 NO DESPACHO 196/2006 SESU
RONALDO BARRÊTO SALES
A IDENTIDADE DO REMANESCENTE EM APOCALÍPSE 1 A11:
ESTUDO
Cachoeira
2006
RONALDO BARRÊTO SALES
A IDENTIDADE DO REMANESCENTE EM APOCALÍPSE 1 A11:
ESTUDO
Trabalho revisado, editorado e formatado no segundo semestre de 2006. Arquivo nº 06061
Cachoeira 2006
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................3
2 O REMANESCENTE E AS SETE IGREJAS ............................................4
2.1 Passemos à Sétima Igreja ......................................................................4
3 O REMANESCENTE E OS SETE SELOS................................................6
4 O REMANESCENTE E AS SETE TROMBETAS .....................................8
5 CONCLUSÃO .........................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO
A primeira seção do Apocalipse é Histórica – Ap. 1-11. Estudaremos
a seguir a descrição do remanescente nesta seção, ou seja, sua identidade histórica
ao longo da história da Igreja cristã até o fim.
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2 O REMANESCENTE E AS SETE IGREJAS
Vejamos primeiro as características da Igreja Cristã do período
histórico das seis primeiras igrejas, que se encerra em 1844.
A visão começa com uma descrição de Cristo. Está entre os sete
candeeiros do templo e tem sete estrelas em sua mão direita. Os sete candeeiros
são as sete igrejas, toda a igreja cristã entre as duas vindas de Cristo; e as sete
estrelas são os ministros das sete igrejas. A presença de Cristo é uma realidade
permanente em sua igreja, ainda nos momentos de sua história quando a maioria
apostata. A razão é uma só. Há sempre um remanescente fiel que mantém a
seqüência histórica das Igrejas e assegura a presença de Cristo em seu seio. Há
sempre um remanescente fiel e seus ministros protegidos pela mão do Senhor.
2.1 PASSEMOS À SÉTIMA IGREJA
Na sétima igreja encontramos a descrição direta do remanescente
escatológico; porque as sete igrejas simbolizam a igreja em diferentes períodos da
era cristã, e a última cobre o período do remanescente escatológico. No conselho da
Testemunha Fiel e Verdadeira há dois elementos que o remanescente deve ter
intrinsicamente incorporados a sua personalidade e, portanto, a sua identidade: (1)
está relacionado com a missão; (2) o outro com o próprio Cristo: “Sê, pois, zeloso e
arrepende-te.”
A missão demanda este zelo. Um entusiasmo sem restrição e
uma dedicação sem medida. Como se a missão fora a única coisa digna de se
dedicar à vida. E o é. Semelhante à dedicação de Cristo à Missão de Redenção do
Universo. A relação com Cristo e com Deus, o Pai, começa com o arrependimento
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gerado pelo Espírito Santo. João usa o grego metanoia, que significa mudança na
mente: maneira de pensar e de sentir de outro. Este outro é Jesus Cristo. “...nós
temos a mente de Cristo”, escreve Paulo. João considera que o remanescente tem
que pensar e sentir como Cristo, esta é uma marca que abre a porta para uma
intimidade espiritual completa. Uma convivência com Cristo que abre a porta para o
sucesso da missão e assegura a salvação.
A característica mais preciosa e nunca ausente do
remanescente é a semelhança a Cristo em pensamentos e sentimentos, e a
dedicação completa à missão. Assim, seu cristianismo será autêntico e seus
ministros estarão sempre protegidos nas mãos do Senhor Jesus Cristo.
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3 O REMANESCENTE E OS SETE SELOS
Na segunda visão, o remanescente aparece entre o sexto e o sétimo
selo, onde se descreve o selamento. Ao abrir-se o sexto selo, se iniciam os grandes
sinais precursores à tomada final do poder por parte de Cristo: o grande terremoto, o
escurecimento do sol, a lua escarlate, a queda das estrelas (Ap. 6:12-13).
Cumpriram-se entre 1755 e 1833. Depois de 1833, começa o selamento. É a simples
seqüência do livro. O tempo do selamento então vai de 1833, ou 1844, até o fim do
juízo final, este seguido da volta de Cristo. É este o tempo do remanescente.
Isto significa que os selados são membros do remanescente e
as características dos selados são as características do remanescente.
O selo que se aplica neste selamento tem por nome “selo do
Deus vivo” (Ap. 7:12); e “o sinal de Sua autoridade” (GC, 698). A marca ou selo era
um símbolo de propriedade e indicava que a pessoa selada pertencia a seu dono.
Só há dois selos de Deus em toda a Bíblia: O sábado do quarto mandamento, e o
sangue nos umbrais da porta.
Sobre o sábado, Deus diz: “Guardareis os meus sábados;
porque são eles sinal entre Mim e vós por vossas gerações, para saibais que Eu Sou
Jeová que os santifica.” Êx. 31:13, 16-17.
Sobre o sangue, o texto apocalíptico declara: “Estes são os que
têm saído da grande tribulação, e lavaram suas vestes, e as branquearam no
sangue do cordeiro”. Ap. 7:14. No Êxodo do Egito o sangue colocado sobre a porta
indicava que os moradores dessa casa pertenciam a Deus. Eram Sua propriedade.
O sangue de Cristo sobre o remanescente é o cumprimento deste símbolo, a
realidade de uma aquisição. Cristo os adquiriu com Seu sangue e lhe pertencem.
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No remanescente se reúnem as duas marcas de propriedade
divina: o sábado e o sangue de Cristo. Não há incompatibilidade entre o sábado e o
sangue. Não há contradição nem antagonismo. Quando se aplica o sangue ao
remanescente, Deus lhe diz: Tu és minha propriedade e Eu Sou o que te justifica. E
quando se lhe aplica o sinal do sábado, declara: Tu és minha propriedade e Eu Sou
Jeová que te santifica.
Êxodo 31:13 “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás:
Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas
gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.”
Ezequiel 20:20 “santificai os meus sábados, pois servirão de sinal
entre mim e vós, para que saibais que eu sou o SENHOR, vosso Deus.”
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4 O REMANESCENTE E AS SETE TROMBETAS
O remanescente aparece entre a sexta e a sétima trombeta, nos
capítulos 10 e 11 de Apocalipse. Está simbolizado pelo mesmo escritor, João, ante a
presença de um anjo que tem um pé sobre a terra e o outro sobre o mar, e em sua
mão um livrinho aberto declarando que “não haverá mais tempo” (Ap. 10:1-6). Este
livro só pode ser o único livro do Velho Testamento que estava selado, cerrado,
fechado “até o tempo do fim” (Dn. 12:4), o livro do profeta Daniel.
A localização desta revelação no texto entre a sexta e a sétima
trombeta, e seu conteúdo, atesta que ela pertence ao tempo do fim. Ao tempo do
remanescente. Ademais de sua referência ao tempo, à revelação contém outros
elementos descrevem o remanescente. O remanescente conhece o livro de Daniel
(Ap. 10:9), sabe que está vivendo no tempo do fim (Ap. 10:6), e participa da
pregação do Evangelho com um claro discernimento de que esta missão está em
sua etapa final (Ap. 11:1).
O processo que lhe fez conhecer o livro de Daniel lhe fez passar
por um enorme desapontamento. Esta experiência tem um valor de identificação
muito grande. Não há nenhum grupo cristão que tenha passado uma experiência tão
dramática com o livro de Daniel, especialmente considerando um espaço entre datas
tão específicas como 1798-1844, que já identificamos como o começo do tempo do
fim.
A fins do século XVIII, Manuel Lacunza (1731-1801), notável
sacerdote jesuíta chileno, publicou um livro titulado La Venida del Mesías en Gloria e
Majestad. Este livro chegou às mãos de dois destacado líderes argentinos que
aceitaram sua mensagem e divulgaram sua doutrina: Belgrano e Ramos Mejías.
Manuel Joaquín del Corazón de Jesús Belgrano, criador da senha pátria da
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Argentina, em uma viagem à Inglaterra, servindo à nação como ministro
plenipotenciário, mandou imprimir uma edição do livro de Lacunza, o que pagou de
seu próprio bolso e o distribuiu entre os membros da alta sociedade de Las
Provincias Unidas del Río de la Plata.
Francisco Ramos Mejías (1773-1828), um herói nacional,
atravessou a fronteira ao sul do rio Salado e estabeleceu o que viria a ser a
província de Miraflores. Em esta e em outras estâncias suas ensinou ao índios a fé
adventista que havia aceito do livro de Lacunza. A isto acrescentou a observância do
sábado do quarto Mandamento (Êx. 20:4-8).
Por este mesmo tempo, a fé adventista era pregada na Europa
por Enrique Drummond e outros; na África e outros lugares por Joseph Wolf, um
judeu convertido ao cristianismo. Posteriormente, desde 1830, nos Estados Unidos,
por Guilherme Miller e outros.
Miller, um deísta que descobriu as profecias de Daniel e se
converteu em um convincente pregador de suas verdades, liderou o reavivamento
espiritual americano mais espetacular do século XIX. Conseguiu compreender as
revelações do livro de Daniel com a ajuda do Apocalipse e decidiu dedicar sua vida
a comunicar as verdades que descobrira. Entregou-se sem reservas à Missão,
cumprindo assim a profecia de Daniel a respeito do conhecimento de seu livro no
tempo do fim (Dn. 12 e Ap. 10). Sem havê-lo buscado, viveu a ação do poder de
Deus para liderar um movimento interdenominacional que reuniu gente de todas as
igrejas cristãs, protestantes e católica, em torno da esperança adventista; e a
segunda vinda de Cristo era o mais importante para ele e para os que com ele
creram nas profecias relativas à brevidade da volta de Jesus Cristo.
Este movimento adventista deu origem à Igreja Adventista do
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Sétimo Dia. Tem-se estendido por todo o mundo com a missão confiada ao
remanescente: o preparo do mundo para o retorno do Senhor.
O remanescente começou no eixo temporal de 1798-1844 e
continuará até a Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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5 CONCLUSÃO
“Alguns têm emitido a idéia de que a medida que nos acerquemos
ao fim do tempo cada filho de Deus operará independentemente de qualquer
organização religiosa. Porém o Senhor me tem indicado que nesta obra não há tal
independência individual.” Obreiros Evangélicos, 502 (edição em Espanhol).
Deus seguirá usando um remanescente unido e disciplinado pela
presença plena do Espírito Santo em seu seio e com cada um dos seus membros,
individualmente. Não existe tal coisa como Deus eliminar as estruturas da
organização da Igreja e atuar desconhecendo-a.