Neurociência e Comportamento I: Aula 1 - História da neurociência
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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO
INFANTIL
APROVADA
NOTA: 9,0
A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA: INFLUÊNCIA PARA MELHOR
APRENDIZAGEM DE SEUS FILHOS
ILVANI APARECIDA SIQUEIRA
ORIENTADOR: Prof. Dr. ILSO FERANDES DO CARMO
ALTA FLORESTA/2015
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO
INFANTIL
A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA: INFLUÊNCIA PARA MELHOR
APRENDIZAGEM DE SEUS FILHOS
ILVANI APARECIDA SIQUEIRA
ORIENTADOR: Prof. Dr. ILSO FERANDES DO CARMO
"Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do Título de Especialização em Neurociência e Aprendizagem, Psicologia em Educação Infantil."
ALTA FLORESTA/2015
RESUMO
Um dos fatores relevantes para o desenvolvimento da aprendizagem da
criança é a participação da família no processo educativo desenvolvido pela escola.
E neste estudo temos como objetivo verificar como a participação dos pais na vida
escolar influencia para uma melhor aprendizagem de seus filhos. Para constatar
esta realidade realizou-se a principio observações durante o período de estágio, em
seguida foi realizada uma coleta de dados através de questionários respondidos
pelos pais de crianças que freqüentam a 1º fase do 1º ciclo “A” da escola estadual
Cecília Meireles no Município de Alta Floresta. Nesta pesquisa constatou-se que as
crianças que tem acompanhamento dos pais através de visitas à escola, frequência
em reuniões, chamados da professora, apresentam maior rendimento no
aprendizado, em relação àquelas que os pais não as acompanham.
Palavras-chave: Família. Escola. Desempenho escolar.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 04
CAPÍTULO I: A FAMÍLIA .................................................................................. 06
CAPÍTULO II: FAMÍLIA ESCOLA: uma parceria positiva ................................ 15
CAPÍTULO III: A FAMÍLIA E O DESEMPENHO ESCOLAR............................ 21
CAPÍTULO IV: FAMÍLIA E APRENDIZAGEM ................................................. 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 32
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 33
INTRODUÇÃO
A relação família e escola é muito importante para o alcance do sucesso do
aluno para o ensino-aprendizagem. A família precisa ter consciência de que a escola
não pode responsabilizar-se sozinha pela educação integral das crianças. A escola
por sua vez deve contribuir para a convivência em grupo, além de propiciar o acesso
a bens culturais. Para que, tanto a escola quanto a família obtenha êxito em seu
trabalho de educar a criança, é necessário que haja sintonia e uma relação
harmoniosa entre estas duas instituições importantes na formação da pessoa. É
necessário que família e escola falem a mesma língua e respondam as expectativas
uma da outra na medida em que são necessárias.
Diante da situação encontrada de baixo desempenho escolar de alguns
alunos, observadas durantes os estágios realizados, ao levantar as possíveis
causas, percebeu-se uma diferença no interesse das famílias pela vida escolar dos
filhos. Os alunos que tinham acompanhamento e preocupação dos pais por seus
estudos apresentavam bom desempenho, já os que não recebiam essa atenção dos
pais não estavam se desenvolvendo bem, e chamavam atenção pelo
comportamento agressivo e conflituoso.
A investigação se deu por meio de questionários distribuídos a 30 pais de
alunos do primeiro ano da Escola Estadual Cecília Meireles a respeito de como está
à relação família e escola desta turma. Os familiares foram inquiridos em questões
relevantes sobre a participação destes no processo escolar de seus filhos.
Diante dessa reflexão acredita-se que a relação entre a escola e família é
fundamental para o processo de aprendizagem . Segundo essa concepção de
educação, é importante se fazer uma análise do contexto familiar, voltando-se para o
que pensam pais sobre seu papel no processo de escolarização dos seus filhos,
pois não há como articular família-escola sem entender o que eles pensam e sem
tentar sensibilizá-los da sua importância no aprendizado dos seus filhos.
A escolha do tema a participação dos pais no processo de aprendizagem
como facilitador a prática pedagógica dos professores deu-se, por acreditar que as
duas instituições são responsáveis pela inserção do sujeito no contexto social,
devendo torná-lo capaz de alcançar o conhecimento com autonomia e acompanhar
as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas, pois a família, especialmente os
pais, ocupam um importante papel na mudança do comportamento e aprendizagem
de seus filhos,
Do ponto de vista da escola, envolvimento ou participação dos pais na
educação dos filhos e filhas significa comparecimento às reuniões de pais e mestres,
atenção à comunicação escola–casa e, sobretudo, acompanhamento dos deveres
de casa e das notas. Esse envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por
políticas da escola ou do sistema de ensino. (MOREIRA; CARVALHO, 2008).
A política de participação dos pais na escola gera concordância imediata e
até mesmo entusiasmada: parece correta porque se baseia na obrigação natural dos
pais, aliás, mães; parece boa porque sua meta é beneficiar as crianças; e parece
desejável porque pretende aumentar tanto a participação democrática quanto o
aproveitamento escolar.
Em suma, se há concordância acerca do conteúdo, método e da qualidade
do ensino oferecido pela escola, isto é, apoio tácito dos pais/mães, e aprendizagem
satisfatória dos filhos/as, isto é, convergência positiva do aproveitamento individual e
da eficácia escolar, tudo vai bem nas relações família–escola. A relação família–
escola também será variavelmente afetada pela satisfação ou insatisfação de
professoras e de mães/pais, e pelo sucesso ou fracasso do/a estudante
A presente pesquisa está dividida em quatro capítulos. No primeiro capitulo
se fala da família. No segundo se fala da família e escola: uma parceria positiva, no
terceiro será relatado sobre a família e o desempenho escolar. No quarto capitulo
será relatado sobre família e aprendizagem.
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CAPÍTULO I: A FAMÍLIA
A família é o âmbito em que a criança vive suas maiores sensações de
alegria, felicidade, prazer e amor, o campo de ação no qual experimenta tristezas,
desencontros, brigas, ciúmes, medos e ódios. Uma família sadia sempre tem,
segundo HENGEMÜHLE (2004), momentos de grata e prazerosa emoção
alternados com momentos de tristeza, discussões e desentendimentos, que serão
reparados através do entendimento, do perdão, tão necessários, e da aprendizagem
de como devemos nos preparar adequadamente para sermos cidadãos sociáveis.
A grande chave do relacionamento familiar é poder amar de verdade e
converter isso em ação. Para tanto há que se reservar um tempo específico. E, na
atualidade, segundo TIBA (2002), tudo indica que tal ação não esteja ocorrendo a
contento. Nossa sociedade de tantas contradições está promovendo muito mais a
aproximação e intercâmbio entre projetos e culturas diferentes do que entre os
membros de uma mesma família e, também, do que entre as famílias e as equipes
das escolas que seus filhos frequentam.
Segundo MOREIRA; CARVALHO (2008, p. 75), “A educação não começa na
escola.” Ela começa muito antes e é influenciada por muitos fatores. Ao longo do
seu desenvolvimento físico e intelectual a criança passa por várias fases nas quais a
escola da vida, isto é, o ambiente familiar, as condições socioeconômicas da família,
o lugar onde se mora o acesso a meios de informação, têm uma importância muito
grande. Os primeiros anos são decisivos: estudos demonstram que a criança tem
sua estrutura básica de personalidade definida até os dois anos de idade, muito
antes, portanto, do período da escola obrigatória.
Durante esse período é importante que a criança seja seguida de perto e estimulada a desenvolver suas potencialidades. È também nesse período que uma alimentação equilibrada e sadia é necessárias para construir uma base sólida sobre a qual a criança vai se desenvolver futuramente. Está provado que uma carência de vitaminas pode resultar em handicap ao nível da inteligência. (MOREIRA; CARVALHO, 2008, p.87).
De acordo com MOREIRA; CARVALHO (2008), criança por menor que seja,
precisa de carinho e de atenção, mas por incrível que pareça, existem pais que
encontram tempo para tudo, exceto para manter uma relação de afeto com os seus
filhos. É essa relação que faz os filhos crescerem humanizados, tornando os, com o
passar dos anos, pessoas realizadas e felizes.
Nestas condições, as crianças passam a buscar fora de casa o carinho, o
afeto que elas não receberam dos pais ou responsáveis. Normalmente são crianças
insatisfeitas que buscam, a todo custo, chamar a atenção dos professores e colegas
sobre a sua pessoa, das mais variadas formas. Percebe-se que o oposto também
existe, no qual determinados pais sufocam os filhos de tal maneira que as crianças
não têm a oportunidade de viver a sua infância e as fases seguintes, adolescência e
juventude sem a super proteção de seus pais. Essa atitude acarreta grandes males,
como a insegurança, ausência de um posicionamento crítico diante dos fatos e
acontecimentos, pois o aluno sempre teve alguém que pensasse por ele, que
realizasse a todos os momentos seus desejos, sem o mínimo de sacrifício pessoal.
No entanto, para se integrar na família, escola e comunidade a pessoa com deficiência, necessita como qualquer outra pessoa, de interagir, através de pessoas e objetos, desempenhando atividades básicas de rotina, locais e externasfundamentais e indispensáveis para a inserção em seu meio social, com autonomia moral e intelectual. (HENGEMÜHLE, 2004, p. 52).
Para que a sociedade possa contar com adultos em condições de garantir
essa liberdade na sua família, no ambiente de trabalho e na relação com as
pessoas, é necessário, segundo HENGEMÜHLE (2004), que, desde criança, eles
possam encontrar nos adultos pessoas que os conduzam à aprendizagem educando
para o amor, carinho, limites e responsabilidade. Pois ao contrário ao que se pensa,
tudo isso não acontece como num passe de mágica, faz-se necessária toda uma
caminhada de anos. Concretamente, desde o nascimento, a criança antes de andar
e falar precisa vivenciar um ambiente harmonioso. Não adianta falar para uma
criança que ela precisa ser educada e responsável, sem que ela tenha pessoas que
realizem diariamente essas ações.
Desse modo, observa-se que é vantajoso para o aluno se os pais
buscassem colaboração e cumplicidade na formação dos filhos. Com certeza os
resultados na aprendizagem seriam melhores, o cotidiano escolar dos alunos
também, assim como se resgatariam valores fundamentais no ser humano, como o
respeito, a auto-estima e a persistência nos projetos pessoais. Sendo assim, tanto
escola como família estaria vislumbrando um ser humano cheio de possibilidades.
Entretanto, a realidade mais freqüente é outra. Os pais matriculam seus filhos como
se assinassem um documento de desobrigação na educação destes, transferindo-a
unicamente à escola e voltando no final do ano para culpá-la pelo resultado. Com
isso, a escola consegue obter uma maior participação dos pais no processo de
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ensino aprendizagem. Assim, a capacidade de enriquecimento das crianças em
nível intelectual e humano, tenderá a crescer de modo significativo.
A relação escola e família, segundo TIBA (2002), se resumem no respeito
mútuo, e paralelo aos pais e professores, para que os pais garantam as
possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de
serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. O objetivo é conscientizar a
escola do papel que possui na construção dessa parceria: a intervenção pedagógica
a estas questões deve ser no sentido de considerar a necessidade da família
vivenciar reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da autoestima, afim de que
se sintam primeiramente compreendidos e não acusados, recepcionados e não
rejeitados, pela instituição escola, além de que esta última possa fazê-los sentir-se
reconhecido e fortalecido enquanto parceiros nesta relação. .
CHAVES (2002). Daí a razão pela qual o meio familiar interfere na
constituição da aprendizagem como fator preponderante para promoção da pessoa
humana. Juntamente com sua função de primeira formadora ou educadora, a família
deveria estar ciente da direção dada à educação de seus filhos pela escola e dos
mecanismos que esta utiliza para avaliar a aprendizagem e para qualificar o
desenvolvimento do aluno, sabe-se que para a família atual torna-se inviável estar
presente constantemente na escola do filho ou ciente de sua caminhada escolar, no
entanto, não se pode justificar a ausência pela indisponibilidade de tempo porque
mais importante que estar presente. Por fim, não se deve buscar culpados e nem se
transferir responsabilidades, mas lembrar todos os momentos da vida que está em
jogo e a educação do aluno.
No processo de desenvolvimento de nossa sociedade, a família deixou de
ensinar. Pais cada vez mais ausentes devido ao processo de emancipação feminina,
da queda do valor real dos salários e do crescente grau de competição profissional.
Logo, restou pouco tempo para a educação dos filhos. Este mesmo processo levou
a uma crescente independência do jovem sem ser esta acompanhada da autonomia
necessária. A escola por sua vez, diante de um conteúdo cada vez maior de
informações a transmitir, teve de deixar de educar para ensinar mais.
É necessário marcar essas reuniões num horário que satisfaça a maioria dos casais, pois a importância da presença do pai e mãe nesses encontros, uma vez que a educação dos filhos é uma tarefa a ser compartilhada pelo casa. (CHAVES, 2002, p.143).
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Umas mas maiores queixas das escolas é que o pouco freqüenta as reuniões e palestras a eles dirigidas. O comentário bastante comum entre os organizadores é que os mais precisavam vir, por que seus filhos são verdadeiros delinqüentes, não vêm. Há Pais entretanto, que se mobilizam até para participar da discussão dos rumos da escola, dispostos a questionar alternativas, procurar soluções melhores, pensar e construir juntos são os que mais respeitam os professores ( CURY, 2003. p. 153)
A escola, segundo HENGEMÜHLE (2004), precisa alertar os pais sobre a
importância de sua participação; o interesse em acompanhar os estudos dos filhos é
um dos principais estímulos para que os alunos estudem. É tão importante a
participação dos pais nas reuniões escolares que todos os meios para convocá-los
são válidos: recados na agenda, correspondência, telefonemas, e-mails ou mesmo o
sistema “boca a boca”. Cada escola pode utilizar o meio que julgar mais eficiente.
Quando os pais participam das atividades escolares, o desempenho escolar de seus
filhos melhora!
As escolas, segundo TIBA (2002), podem estimular a convivência
oferecendo seus espaços. Quadras esportivas, por exemplo. Os pais tendem a se
conhecer melhor ao praticar esportes, acabando com a idéia de “más companhias
para o filho” ou até confirmando-a Curioso é que o desconhecido se torna mais
perigoso que o malandro já conhecido. Ao participar, os pais sentem-se ligados à
escola, passam a ter um envolvimento afetivo com ela. Sofrem quando algo não vai
bem, comemoram suas vitórias. Tomam parte não só na educação dos próprios
filhos, mas também na dos filhos dos amigos.
Uma das grandes lições que os pais passam aos filhos com suas
participações é seu interesse em ligar-se a uma comunidade e ajudá-la. Os pais
mostram que também podem exercer seus direitos perante a escola. É um bom
exercício para a cidadania
Uma família que só exige da escola, sem contribuir com ela, está educacionalmente aleija, pois não desenvolve a cidadania escolar. Falo de relacionamento, de saúde psicológica. Não é apenas a fria moeda que paga um serviço prestado e desenvolve a cidadania. (TIBA, 2002, p.95).
De acordo com TIBA, (2002), as crianças precisam sentir que pertencem a
uma família. Sabemos que a família é a base para qualquer ser, não referimos aqui
somente família de sangue, mas também famílias construídas através de laços de
afeto. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto de pessoas que se unem pelos
mesmos objetivos.
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A parceria entre família e escola é necessária para detectar as possíveis
falhas e tentar solucionar os problemas da disciplina. Sendo assim, com uma
posição firme dos pais de encarar a disciplina como prioridade da criança neste
momento, há possibilidade de uma posição proativa por parte do aluno, não só no
que diz respeito à escola, mas também na família. Segundo TIBA (2002, p.140),
como as demais instituições sociais, a família e a escola, passam por mudanças que
redefinem sua estrutura, seu significado e o seu papel na sociedade. É o que tem
acontecido nos dias de hoje, em função de diversos fatores, sobretudo, a
emancipação feminina. Com isso, os papéis da escola foram ampliados para dar
conta das novas demandas da família e da sociedade. Esse é um fato que deve,
necessariamente, ser levado em consideração quando se trabalha com a escola.
Negá-lo é agir fora da realidade e não obter resultados satisfatórios, pois todo
trabalho para ter sucesso necessita do envolvimento de muitas pessoas na sua
operacionalização. Assim funciona com a escola, com a empresa, com a família, etc
todo trabalho isolado, no qual apenas uma parte acredita nele, se enfraquece ou
nem mesmo ganha forma pela falta do apoio e engajamento de outros. Para o
desenvolvimento do aluno vale o mesmo raciocínio. Quando escola e família, e
mesmo o aluno, não se apóiam, em vão será qualquer trabalho como afirma TIBA
(1996, p.140), “A educação ativa formal é dada pela escola, porém, a educação
global é feita a oito mãos: pela escola, pais e o próprio adolescente.”
Nessa perspectiva se avalia o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo da
criança e do adolescente, além de contar com o interesse dele próprio, carece,
sobretudo, da junção família-escola. A partir desse ideal de parceria tríade
vislumbra-se o real e o possível na educação do ser humano, no qual o aluno está
aberto ao conhecimento, a escola possibilita a sua ascensão, a família participa
consciente de cada etapa.
Há pais terceirizando a educação dos seus filhos para a escola, declarada ou subterraneamente, principalmente nas questões nas quais eles perderam o controle a disciplina e responsabilidade, valores familiares, são os que os pais mais cobram na escola. ( TIBA, 1996, p. 10).
A partir do nascimento, segundo CHAVES (2002), a criança é inserida num
contexto familiar que se torna responsável pelos cuidados físicos, pelo
desenvolvimento psicológico, emocional, moral e cultural desta criança na
sociedade. Com isso, através do contato humano a criança supre suas
necessidades e inicia a construção dos seus esquemas perceptuais, motores,
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cognitivos, linguísticos e afetivos. Desde cedo, os pais precisam transmitir à criança
os seus valores, como, ética, cidadania, solidariedade, respeito ao próximo,
autoestima, respeito ao meio ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a
ser um adulto flexível, que saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo,
às mudanças,
A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, é, e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. (GOKHALE , 2000, p.45).
Também, segundo HENGEMÜHLE (2004), é a partir da família que a criança
estabelece ligações emocionais próximas, intensas e duradouras sendo cruciais
para o estabelecimento de protótipos de liames subsequentes para uma socialização
adequada. Isto contribui para a formação de uma “base de personalidade”, além de
funcionar como fator determinante no desenvolvimento da consciência, sujeita a
influências subsequentes.
A inserção no contexto escolar, segundo TIBA (2002), representa uma fase
muito importante na vida da criança, pois implica um processo de mudança em que
ela inicia a saída do aconchego do mundo familiar até então conhecido para
estabelecer maiores relações na sociedade. Neste estágio de adaptação é
importante que os educadores estejam preparados para lidar com todas as emoções
emergentes e, na medida do possível, tenham a sensibilidade de compartilhar com a
criança e com seus genitores a repercussão dessas vivências.
Também é imprescindível, segundo CHAVES (2002), que a escola saiba
explorar este momento, estimulando os pais a refletirem sobre os aspectos
emocionais envolvidos na relação com os filhos, incentivando a percepção de
quanto estes aspectos influem no desenvolvimento, crescimento e socialização das
crianças.
A sintonia entre escola e família torna-se um elemento facilitador para que a
vida escolar seja vivenciada com maior tranqüilidade, deste modo, segundo
HENGEMÜHLE (2004), os pais podem transmitir segurança a seus filhos e,
conseqüentemente, facilitar o processo de adaptação.
Na modernidade capitalista, nas sociedades urbano-industriais, a educação econômica precipitou drásticas mudanças na vida familiar, com a transferência da produção e controle econômico do domicílio para s fábricas
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e os mercados, e no modo de educação, com a organização do sistema educacional tal como o conhecimento. (CURY, 2003, p. 54).
As imagens de família segura, de família protetora, entre outras, segundo
CHAVES (2002), estão sendo formadas desde as relações iniciais que as crianças
desfrutam dentro do contexto familiar, e são estes sentimentos que vão confortar os
alunos nos períodos em que a família não estiver presente. Mas cabe também à
escola esforçar-se para proporcionar um ambiente estável e seguro, em que as
crianças se sintam bem.
Tanto a família quanto a escola têm o objetivo de educar crianças e
adolescentes, por isso, segundo CHAVES (2002), parece evidente que ambas
devam manter uma relação de proximidade e cooperação, porém, o que parece tão
óbvio não ocorre de fato.
Família e escola precisam juntas, segundo CURY (2003), criar uma força de
trabalho para superarem as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e
coletiva; para isto, é fundamental que se encarem como parceiras de caminhada,
pois ambas são responsáveis pelo que produzem - podendo reforçar ou contrariar a
influência uma da outra.
Portanto, é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes
facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através da educação
que vão se constituir em agentes institucionais capazes de exercer seu papel para a
mudança da estrutura social.
Precisamos qualificar nossos filhos e alunos. Eles devem sentir-se importantes na escola, precisam ser trinados a ser líderes. Devem participar das decisões familiares, como a compra do carro, o roteiro das viagens, a ida a restaurantes, até no orçamento familiar (CURY, 2003, p.152).
A família tem sido, é e será, segundo GOKHALE (2000), a influência mais
poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
A família e a escola vivem, hoje, uma crise em que os valores materiais
pautam as relações. Este comportamento, segundo TIBA (2002), pode ser justificado
por uma expectativa dos pais de que a escola resolva todos os seus problemas.
Atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e
educar seus filhos e espera que os professores transmitam valores morais,
princípios éticos e padrões de comportamento, desde boas maneiras até hábitos de
higiene pessoal. Justificam alegando que trabalham cada vez mais, não dispondo de
tempo para cuidar dos filhos. Além disso, acreditam que educar em sentido amplo é
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função da escola. A escola, por sua vez, afirma que o êxito do processo educacional
depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a
todos os aspectos do desenvolvimento do Educando..
A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, e é em seu espaço que são absorvidos o valor ético e humanitário, em que se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais. (KALOUSTIAN, 2008, p. 54).
A relação contexto escolar e contexto familiar, segundo GOKHALE (2000), é
fundamental para o processo de aprendizagem. Nesse sentido, é interessante
realizar um estudo sobre as influencias da família no processo de aprendizagem e
sobre como se dá ou não o processo de articulação escola e família, já que a família
e a escola constituem-se como referenciais fundamentais para a formação do
educando e é nessa articulação que a educação.
Não é difícil verificar como a escola pode contribuir para o sucesso ou o
insucesso do aluno e, que através desses mecanismos forma-se o tipo de ser
humano desejável para uma determinada sociedade. A questão da inclusão do
aluno com necessidades educativas especiais na escola o especialista deve
concentrar-se em uma investigação sobre o funcionamento da instituição, currículo,
a pedagogia em que orienta a ação educativa e o tipo de avaliação. Essas
modificações, segundo TIBA (2002), irão reduzir as diferenças e os possíveis
insucessos escolares, não só dessas crianças, mas de todos os alunos.
De acordo com o modelo tradicional de delegação, segundo CHAVES
(2002), a divisão de trabalho educacional entre escola e família era clara: a tarefa da
escola era a educação acadêmica, enquanto a da família era a educação doméstica
– assim, as professoras não deveriam esperar da família mais do que cuidados
físicos e emocionais para que a criança chegasse à escola preparada para aprender
o currículo escolar. Nesse contexto, é inconcebível atribuir à família um papel na
educação. A parceria supõe igualdade, e as relações escola–família são relações de
poder em que as/os profissionais da educação.
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A escola desempenha segundo HENGEMÜHLE (2004), funções
relativamente estáveis na reprodução cultural e social, ao inflacionar ou deflacionar o
capital cultural inicial dos estudantes, adquirido na socialização familiar, étnica e de
classe, e ao convertê-lo O caminho individual para as trocas rentáveis e o sucesso
escolar depende de familiaridade com o conhecimento, linguagem e padrões de
avaliação específicos da escola, e reflete a
O envolvimento dos pais na educação escolar é necessário, segundo TIBA
(2002), somente se concebermos a escola (e o trabalho docente) como dependente
da contribuição da família e do trabalho extraescolar de outros adultos em prol da
aprendizagem do currículo escolar. O envolvimento dos pais na educação escolar é
desejável apenas na medida em que estes puderem se envolver com assuntos
curriculares. O pai está ausente da educação no espaço do lar. Ao incentivar a
participação dos pais na educação escolar, a escola não incentiva precisamente os
pais, costumeiramente ausentes da educação, tanto em casa, como na escola.
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CAPÍTULO II: FAMÍLIA ESCOLA: UMA PARCERIA POSITIVA
Denomina-se família, segundo PARO (2000), o primeiro grupo social do qual
fazemos parte, onde cada um começa a construir sua história de vida, e sua
identidade cultural. Através da família o indivíduo recebe influências de valores e
convivência no grupo, o que é essencial para o desenvolvimento individual da
criança. É nesse momento que a criança começa a construir sua personalidade.
Para ela família é o seu ponto de sustentação.
A convivência e o relacionamento familiar, segundo TIBA (2002), são fatores
relevantes para o bom desempenho da criança. Assim, cabe a família fazer a
mediação da criança e jovens entre ela, o mundo e a escola. Ajudá-la na adaptação,
são fatores fundamentais para seu desenvolvimento educacional e social. A família
na vida escolar das crianças é a raiz, ou seja, e na família que se definem
fundamentos de vida afetiva, moral e ética. A escola surgiu como uma necessidade
social, com o objetivo de dar auxílio para que o indivíduo se situe como pessoa
criadora e conhecedora de seus propósitos.
É importante, segundo TIBA (2002), que os pais ou responsáveis pelas
crianças demonstrem interesse em tudo no que diz respeito à escola do filho, para
que ele perceba que estudar é algo prazeroso e indispensável para a vida. A
participação dos pais na educação formal dos filhos deve se proceder da maneira
constante e consciente, integrando-se ao processo educacional, participando
ativamente das atividades da escola. Essa interação só tem a enriquecer e facilitar o
desempenho escolar da criança.
Diante desta realidade, segundo PARO (2000), os pais devem deixar bem
claro para os filhos a importância de estar freqüentando a escola, mostrando as
vantagens oferecidas pela mesma. Sendo uma instituição que prepara para a
consciência política, para cidadania e convivência social.
Nota-se, que muitos pais vêem na escola uma oportunidade dos filhos terem
um futuro melhor, realizarem-se profissionalmente e até mesmo porque enquanto os
filhos estão na escola estão livres dos perigos da rua. Com valorização que os pais
dão à escola, incentiva os filhos a perceber importância do saber.
PARO (2000, p.48), afirma que.
Na verdade, a disponibilidade de boas condições para o estudo nas casas das camadas mais pobres da população parece ser heterogênea, havendo desde situações de extrema precariedade até situações em que os pais põem à disposição de seus filhos boas condições de trabalho. Dada à situação de vida dessas populações, é mais provável, entretanto, que predominem os casos em que faltam condições adequadas de estudo. Assim, a precariedade dos recursos e dos espaços para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma realidade que dificulta os trabalhos estudantis das crianças e jovens.
Nesta citação,, percebe-se que o autor fala dos fatores que são prejudiciais
ao rendimento escolar dos alunos, principalmente nas classes menos favorecidas.
Como são os alunos atendidos na unidade de ensino investigada. Ele ainda enfatiza
a extrema precariedade que a família está inserida para dar subsídio a uma boa
condição de trabalho, sendo que, nas famílias menos favorecidas é notável o pouco
recurso para os estudos, e isto dificulta a aprendizagem das crianças. Em outras
palavras pode-se afirmar que o fator social exerce fundamental influência no
insucesso nos estudos e na aprendizagem por parte dos alunos.
Diante do exposto, é necessário que os pais levem em consideração que em
casa também é importante reservar um local adequado para o estudo e realização
de tarefas escolares. Mostrar aos filhos que é fundamental o estudo para alcançar
seus objetivos, demonstrar empolgação com dada etapa vencida pela criança,
levando-os a entender a importância de aprender e ser um cidadão consciente e
livre.
A escola como instituição de ensino tem a função, segundo CHAVES (2002),
de oferecer condições necessárias para que o educando receba constantemente
qualificação diária em seu exercício de atuação, viabilizando assim, melhoria na
qualidade de vida das gerações futuras. Para que isso aconteça, é necessário fazer
uma reflexão sobre o processo ensino aprendizagem, buscando alternativas para os
problemas das práticas pedagógicas.
PARO (2000, p. 68), afirma:
Na possibilidade positiva, as escolas podem criar um ambiente que venha a construir-se um “espelho” e num “mundo” para as crianças, ajudando-as a caminhar para fora de um ambiente familiar adverso e criando uma rede de relações, fora das famílias de origem, que lhes possibilite uma vida digna, com relações humanas estáveis e amorosas.
De acordo com o exposto, a escola tem função de transmitir saber ao aluno,
mas também levá-lo á construir caminhos para que possa, por sua vez, descobrir-se
como ser pensante, crítico, social e capaz de atuar positivamente na sociedade em
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que vive mostrando a ele que, com a educação ele poderá desenvolver-se por
completo, aprendendo a valorizar-se. Uma das principais atribuições da escola é a
de manter e educar seus dependentes para a vida, segundo princípios éticos,
cultural, religiosa, legal.
A escola deve trabalhar de forma mais ampla, sendo necessária uma
convivência afetiva com as famílias, sabendo ouvir respeitando as diversidades, por
muitas vezes, a mesma compreende que uma família, por não corresponder aos
padrões tradicionais, não é capaz de cuidar da formação de seus dependentes.
Na sociedade atual, a escola também perdeu a credibilidade social que tinha
outrora. Sobre essa questão PARO (2000, p.63), argumenta que.
Nem o decréscimo da importância da escola com móvel de ascensão social nem as concepções a respeito da queda da qualidade do ensino parecem ter conseguido abalar significativamente a confiança que a população tem na escola instituição.
De acordo o autor, a confiança que os pais, ainda, depositam na escola é
um motivo importante para que ela repasse uma educação de qualidade, visando
melhorar as condições de vida da comunidade.
Para TIBA (2002, p. 183), “Se a parceria entre família e escola for formada
desde os primeiros passos da criança, todos terão muitos a lucrar.” A criança que
estiver bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá a ajuda tanto escola
quanto dos pais para superá-los.
Assim, é primordial que escola e família sintam-se parceiras nessa tarefa de
transformação da criança, onde família deve participar das reuniões, questionarem
sobre a vida escolar de seu filho, conhecendo as reais práticas educativas, e que a
escola se sinta parceiras nesta jornada.
Quando se fala na desejável parceria escola/família e se convoca a
participação dos pais na educação, como promoções do sucesso escolares dos
filhos, segundo HENGEMÜHLE (2004), não se consideram as mudanças históricas
e a diversidade cultural nos modos da educação e reprodução social; as relações de
poder entre estas instituições e seus agentes; a diversidade de arranjos familiares e
as desvantagens materiais e culturais da grande parte das famílias; as relações de
gênero que estruturam a divisão de trabalho e na escola.
17
Sobre essa mudança na estrutura familiar e social, destaca PARO (2000, p.
68) que “é muito importante o papel da família no desempenho escolar dos filhos,
(...) há uma relação interdependente entre as condições sociais da origem das
famílias e a maneira que se relacionam com as escolas.”
Sabe-se que a estrutura familiar e social, está em constante transformação,
pois há influência de fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos, fazendo com
que os papéis se modifiquem cotidianamente. Com a introdução do capitalismo,
segundo HENGEMÜHLE (2004), a família mudou sua estrutura, a mulher teve que
ingressar no mercado de trabalho, transferindo assim, a função de educar os filhos
para a escola, mas a escola não pode e nem tem estrutura de assumir esta
responsabilidade.
Assim, a relação entre a família e a escola tem sido discutida há décadas,
apesar de vários trabalhos, onde os gestores buscam a aproximação da
família/escola, ainda persistem muitos conflitos, pois observa-se que pais e escola,
não sabem direito qual papel desempenhar, e vivem em um jogo de empurrar a
responsabilidade uma para a outro: a escola acusa os pais de não dar limites e os
pais acusam a escola de não impor a disciplina. Nesse meio acriança fica sem
referência. Desta forma a relação da família e da escola só terá uma proposta
plausível a partir do momento em que todos entenderem os eu papel na educação
das crianças.
De acordo com o exposto, a escola deve oferecer as informações que
contribuam de maneira a fazê-los repensar como funciona essa complexa relação:
família e escola, para que as famílias possam reafirmar com dados semelhantes,
pois se sabe que o fato da família não ir bem, influencia negativamente o
desenvolvimento escolar dos filhos.
Assim, a escola precisa trabalhar de forma cooperativa ao assumir outros
papéis, além do ensino. Sobre isso MOREIRA; CARVALHO (2008, p.12-13),
afirmam que,
A escola se faz com a contribuição de toda a comunidade educativa, um conceito que perpassa toda sua obra, destacando a pessoa do professor, agente principal de todo processo educativo, que internalizam as novas competências e habilidades necessárias à sua função, com a equipe diretiva, que coordena e dinamiza o projeto político-pedagógico e com os alunos, foco central da ação educativa, dos conceitos pedagógicos e das estruturas administrativas.
18
Em razão disso, fica o aluno como sujeito, sendo o centro de todo o
processo, uma vez motivado e acompanhado dificilmente chegará à tona do
fracasso, tanto escolar como social.
Indiscutivelmente, a família tem um papel predominante no aprendizado de
seu filho, pois sendo a família o primeiro grupo de convivência da criança.
No entanto, a família é um elemento primordial na formação desse indivíduo,
cabendo a mesma, motivar e ajudar nas atividades extra classe para o bom
desempenho escolar.
De acordo MOREIRA; CARVALHO (2008), em seu contexto de investigação,
procura-se examinar a participação dos pais em casa, “junto a seus filhos”, visando
uma melhoria na qualidade do ensino, mediando à postura da escola na tomada de
decisões para facilitar essa participação.
Na concepção de PARO (2000), fica evidente que, quando os pais estão
presentes na vida escolar de seu filho, participam de suas atividades, olha as lições
de casa, sem o rendimento é nítido. “É uma questão afetiva, os filhos se sentem
amados quando os pais valorizam suas ações e seus trabalhos.” (p.15).
A escola, segundo TIBA (2002), deve promover encontros atrativos para que
os pais se sintam bem e respeitados, uma vez que, a maioria dos pais deixa de
participar com medo das represálias, sendo que, na maioria das vezes a pauta das
reuniões se unifica simplesmente no problema de seus filhos.
No entanto, faz-se necessário que através das reuniões as famílias
participam efetivamente da elaboração de projetos pedagógicos, nas tomadas de
decisões, junto à coordenação pedagógica, e corpo docente da escola. Informar
através de relatórios periódicos o desempenho escolar da turma e o desempenho
individual. Envolver as famílias na organização e na realização dos eventos
escolares.
Fazer visitas às famílias para melhor entrosamento, nunca somente, para
averiguar, julgar ou fazer interferências.
No entanto, segundo HENGEMÜHLE (2004), a escola necessita dessa
relação de cooperação como a família, pois os professores precisam conhecer as
dinâmicas internas e o universo sociocultural vivenciado pelos seus alunos, para que
19
possam respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem ou
providenciar um desenvolvimento melhor nas expressões de sucesso e não de
fracasso diagnosticado. Precisam ainda, trabalhar dessa relação de parceria para
poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho:
aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, racionamento com os
professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras.
A partir dessa interação e com base nos significados que dá ao seu trabalho,
a participação democrática e participativa, segundo JESUS (2006), é o principal
meio de assegurar e inserir estas famílias como parcerias ativas no processo de
ensino aprendizagem são afetivas de seus filhos.
Como nos diz TIBA, (2002 p.140) é importante que se assuma que os
professores não podem substituir os pais na educação dos filhos.
Os pais são os primeiros modelos para os filhos, tendo sobre eles uma influência que o professores não podem ter. 1 – Não vou defender que há fronteiras rígidas, intransponíveis – que marcam os compromissos para com a educação da criança ou jovem - entre pais e professores/educadores, mas haverá que reconhecer que nenhum deles substitui o outro em determinados papéis que lhes são específicos. Os pais “têm influência sobre a educação e o desenvolvimento dos filhos que é única e insubstituível. 2 – Por sua vez, os professores e educadores, pela responsabilidade que têm na criação de condições para o desenvolvimento de capacidades, e para a aquisição e domínio de conhecimentos por parte dos alunos, estarão igualmente a contribuir decisivamente para a formação integral destes.
Uma escola comprometida com a transformação da sociedade, segundo
KALOUSTIAN (2008), torna-se como seu espaço específico de luta, a
responsabilidade pela socialização do saber elaborado. Ao professor compete
realizar a importante tarefa de integrar-se ao processo educativo, mediando,
sugerindo, organizando, visando à cooperação, a iniciativa, a autonomia, propondo
situações e servindo de alavanca ao processo de construção e à descoberta.
À família compete à participação ativa no desenvolvimento das tarefas
diárias, como também a família deve ser participativa nas ações da escola, conhecer
o professor, a sua dinâmica e dar ao filho incentivo para os estudos.
Não se podem delegar responsabilidades ao educador, como se fossem
possíveis soluções independentes de tal contexto. No entanto, a abordagem crítica e
a intervenção transformadora sobre o que está se dando atualmente na educação e
nas políticas públicas, é de grande valia para o encaminhamento da transformação
da sociedade, e a escola tem responsabilidade nesta transformação.
20
CAPÍTULO III: A FAMÍLIA E O DESEMPENHO ESCOLAR
A instituição escolar, segundo KALOUSTIAN (2008), tem que se preparar
para enfrentar os desafios que o mundo exterior está proporcionando ao meio
familiar e essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não
só entre pais e filhos, mas também entre os próprios pais.
Em vista disso é que destacamos a necessidade de uma parceira entre
família e escola, visto que, apesar de cada um apresentar valores e objetivos
próprios no que se refere à educação de uma criança, necessita uma da outra e
quanto maior for à diferença maior será a necessidade de relaciona-se.
A família, em consonância com a escola e vice-versa, segundo MOREIRA
(2008), são peças fundamentais para o pleno desenvolvimento da criança e
conseqüentemente são pilares imprescindíveis no desempenho escolar. Entretanto,
para conhecer a família é necessário que a escola abra a suas portas e que garanta
sua permanência.
Nesse sentido, PARO (2000, p.29), afirma que as reflexões avançam hoje,
para identificação de características que influenciam as diferentes práticas de
cidadania pelo mundo a fora. A estratégia para a construção de uma sociedade
democrática não é única.
Em outras palavras está se vivendo em um pequeno intervalo de tempo, um período de grandes transformações muitas delas difíceis de serem aceitas ou compreendidas. E dentro dessa conjuntura está a família e a escola, a família deve se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos, presença que implica envolvimento comprometimento e colaboração, deve atentar para as dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais. (TIBA, 2002 p.140)
Deve estar pronta para intervir da melhor maneira possível, visando sempre
o bem de seus filhos, mesmo que signifique sucessivos “não” as suas exigências.
Em outros termos a família deve ser o espaço indispensável para garantir a
sobrevivência e a proteção integral dos filhos e demais membros,
independentemente dos arranjos familiar ou da forma como se vêm estruturando
Para TIBA ( 2002, p.140),
É dentro de casa na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para um futuro próximo, ter saúde social [...] A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade da criança desenvolvendo sua criatividade ética e cidadania refletindo diretamente no processo escolar.
Os pais não podem confundir a atribuição de responsabilidade com o
abandono da supervisão escolar necessária a todo ser humano. A responsabilidade
é segundo MOREIRA (2008), extremamente importante para o desenvolvimento da
criança, mas como toda etapa da vida do indivíduo necessita de um ser mais
experiente, no caso a família, para nortear as atitudes a serem tomadas pelo
mesmo.
Entretanto, mesmo conhecendo os problemas e peculiaridades das famílias
e por consequência dos educandos, se não houver um interesse mútuo em
solucioná-los, o esforço de detectar tais problemas tornam-se nulos, impedindo que
a escola e o professor possam intervir para o sucesso do educando
O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é uma instituição que completa a família, e que ambos precisam ser um lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios muitos próximos para o benefício do filho/aluno (TIBA, 2002, p.140).
A parceria entre familiares e as instituições de ensino seja a educação
formal ou a técnica, é concretizada quando ambos estão unidos em um único
objetivo, formar cidadãos conscientes da sociedade em que habitam, com valores
éticos e morais e com uma perspectiva de um futuro promissor. A família pode
participar de várias maneiras na vida educacional do estudante, segundo GOKHALE
(2000, p.54), elas podem: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, verificar se o
filho fez as atividades solicitadas pelo professor, estabelecer horário de estudo,
informar- se sobre matérias e provas, entre outras.
Há vários modelos de famílias, não existe somente um tipo de família na
sociedade brasileira, mas existem singularidades entre elas. É possível, segundo
OLIVEIRA (2001), afirmar que cada família possui sua identidade e estão em
constante evolução, constituídas com o intuito básico de prover a subsistência de
seus integrantes.
Por meio do desenvolvimento tecnológico, não somente máquinas foram
modificadas, a sociedade também passa por transformações no estilo de vida e as
relações que estabelecemos com nossos semelhantes. O mundo virtual que é a
nova maneira de interação e relacionamento entre as pessoas, em que em questão
de segundos há o processo de comunicação com outros indivíduos que estão a
milhares de quilômetros de distância, ocupando o tempo que antes poderia ser
22
utilizado com uma conversa ou atividades que poderiam interagir e unir os membros
da família.
Segundo GOKHALE (2000, p.54),
o momento histórico em que nos encontramos, tem alterado a configuração da vida familiar e tem abalado os padrões estabelecidos de Indivíduo, Família e Sociedade. [...] Seres humanos e relações humanas foram lançados em um estado de turbulência, enquanto a máquina cresce muito, à frente da sabedoria do homem sobre si mesmo. A redução do espaço e a intimidade forçada entre as pessoas vivendo em culturas em conflito exigem um novo entendimento, uma nova visão das relações do homem com o homem e do homem com a sociedade.
A saída da mãe para o mercado de trabalho, que é a figura central na
educação de seus filhos, segundo PARO (2000), é um dos fatores que tem abalado
a relação entre mãe e filho, as relações de amor, confiança, segurança,
relacionamento social são construídas no decorrer do cotidiano, em um determinado
tempo histórico e um delimitado espaço físico.
A nova mãe da sociedade, que trabalha e possui grandes responsabilidades,
muitas vezes não dispõe do tempo necessário para estabelecer uma relação com
seu filho e educá-lo. Em relação às perspectivas da família com relação à escola
com seus filhos encontram-se várias idéias de que a instituição escolar “eduque” o
filho naquilo que a família não se julga capaz e que ele seja preparado para obter
êxito profissional e financeiro. A família não é o único canal pelo qual se pode tratar
a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que
este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora.
A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (GOKHALE 2000,p.54).
A formação dos professores quanto aos valores éticos e o desenvolvimento
da moralidade como também padrões de comportamento muitas vezes é apontada
pela família como responsabilidade apenas da escola, segundo GOKHALE (2000),
em seu artigo Família e Escola: uma relação de ajuda relata que atualmente, a
família tem passado para a escola a responsabilidade de instruir e educar seus filhos
inserindo-os na sociedade.
Logo, deve haver um estreitamento das relações entre família e escola em
busca de uma qualificação com mais qualidade, evitando uma confusa transferência
23
de responsabilidades entre ambas as partes para alcançar um bom desenvolvimento
saudável dos educandos.
O primeiro passo para a interação positiva entre a escola e a comunidade é,
sem dúvida, segundo PARO (2000), o conhecimento da própria comunidade por
parte da escola. Para um considerável afunilamento desta relação, seria necessária
toda a comunidade escolar, não somente educadores ou gestores, analisar
instrumentos que facilitassem o intercâmbio entre as partes, favorecendo uma
relação de confiança e respeito para com os envolvidos.
Uma das funções da escola é buscar uma aproximação com as famílias de seus alunos, pois enquanto instituição pode promover atividades como: interação e apoio com diversos profissionais como psicólogos, fazer visitas aos familiares, reuniões de pais e mestre com maior frequência, bem como a realização de trabalhos técnicos com a participação dos familiares para que estes possam conhecer os conteúdos que seus filhos estão desenvolvendo nas diversas atividades curriculares, proporcionando ligação entre escola-família- professores. (JESUS, 2006,p. 98).
O papel a ser exercido pela escola e pelos pais, em se tratando de uma
sociedade que passa por mudanças constantes, segundo CHAVES. (2002), é a
busca de novas formas e caminhos para alcançar êxito na formação de valores, pois
muitos dos valores considerados essenciais pela humanidade estão sendo
abalados, por isso a importância de um lugar em que os filhos e estudantes possam
se sentir seguros e confiantes no seu próprio potencial e a escola pode ser este
ambiente quando estiver bem estruturado e apoiado pela família.
24
CAPÍTULO IV: FAMÍLIA E APRENDIZAGEM
A aprendizagem humana envolve uma relação sujeito-objeto que nasce com
um ser biológico. A evolução normal das funções como, atenção, memória,
pensamento, juízo, percepção, linguagem, motricidade, afetividade segundo TIBA
(2002), dependem das condições externas, através da relação mãe bebê, uma vez
que uma comunicação especial se estabelece nessa relação desde os primeiros
momentos da vida do bebê.
GOKHALE (2000, p.98), considera que: ”...as primeiras experiências
educacionais da criança, geralmente são proporcionadas pela família.”
Através das influências familiares, vai-se aos poucos moldando seu
comportamento, e isso ocorre de modo inconsciente, ou seja, a criança não o
percebe.
GOKHALE (2000, p.98), lembra que: “... mesmo as influências familiares
sendo relevantes no desenvolvimento da criança, não se devem menosprezar a
influência de outros grupos e entidades sociais.”
O contato com esses grupos como, colegas, escola, igreja e meios de
comunicação em massa (jornais, cinema, TV, etc.), que definirá o desenvolvimento
da personalidade da criança.
As primeiras experiências educacionais da criança, no sentido de dirigi-la e orientá-la, são proporcionadas pela família, resumindo-se num treino que, algumas vezes, é realizado num nível consciente, e na maior parte delas, acontece sem que os pais tenham consciência de que estão influenciando o comportamento dos filhos. Esse tipo de aprendizagem e ensino em diferentes níveis de consciência dá-se durante todo tempo, dentro ou fora da escola. Os pais e os professores estão sempre ensinando simultaneamente em diferentes níveis de consciência, e as crianças estão sempre aprendendo em diferentes níveis. As coisas ensinadas ou aprendidas conscientemente podem ou não ser importantes ou podem ou não se fixar. O que é ensinado e aprendido inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer. (CHAVES, 2002,p. 98).
A escola é hoje, uma das mais importantes instituições sociais, por exercer a
tarefa de mediar a relação indivíduo e a sociedade. Ao transmitir a cultura e, com
ela, modelos sociais do comportamento e valores morais, a escola, segundo TIBA
(2002), permite que a criança humanize-se, cultive-se, socialize-se e eduque-se. A
criança vai deixando de imitar os comportamentos adultos para, aos poucos,
apropriar-se dos modelos e valores transmitidos pela escola, aumentando, assim,
sua autonomia e seu pertencimento ao grupo social.
CHAVES (2002), diz que:a partir da Idade Média a educação tornou-se
produto da escola. Pessoas especializaram-se na tarefa de transmitir o saber, e
espaços específicos passaram a ser reservados para essa atividade. Poucos iam à
escola, que era destinada às elites. Serviu aos pobres e, depois, à burguesia.
Com as Revoluções do Séc. XIX, segundo CHAVES. (2002), a escola
passou por transformações, sendo a principal delas a universalização, devendo
atender todas as crianças da sociedade.
Dentre tantos fatores, a Revolução Industrial, segundo HENGEMÜHLE
(2004), também contribuiu para que a escola adquirisse as características que
possui hoje em nossa comunidade. A escola cumpre, portanto, o papel de preparar
as crianças para viverem no mundo adulto. Estabelece, assim, uma mediação entre
a criança e a sociedade que é técnica (a leitura, a escrita, o cálculo, etc.) e social
(comportamento).
Aprender esses elementos sempre foi necessário. A escola é a forma
moderna de operar essa transformação.
CHAVES (2002), diz que hoje em dia há a necessidade de a escola estar em
perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família
e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência do filhos e alunos. A
escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola.
Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor
futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade.
Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas
escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Infelizmente,
são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter uma aproximação maior com
os pais, ou de realizarem algumas ações neste sentido.
Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a escola,
podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos padrões de
estudos esperados e no sentido da cidadania.
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CHAVES (2002), diz que atualmente, os pais devem estar cada vez mais
atentos aos filhos, ao que eles falam, o que eles fazem, as suas atitudes e
comportamentos. E, apesar de ser difícil, a escola também precisa estar atenta. Eles
se comunicam conosco de várias formas: através de sua ausência, de sua rebeldia,
seu afastamento, recolhimento, choro, silêncio. Outras vezes, grito, zanga por pouca
coisa, fugas, notas baixas na escola, mudanças na maneira de se vestir, nos gestos
e atitudes. Os pais devem perceber os filhos.
Aí entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com
os pais, em reuniões simples, organizadas, onde é permitido aos pais falarem e
opinarem sobre todos os assuntos será de grande importância na tentativa de
entender melhor os filhos/alunos.
As crianças precisam sentir que pertencem a uma família. Sabe-se que a
família é a base para qualquer ser. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto
de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se
complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais
humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de modo mais adequado.
CHAVES (2002, p.57), diz que:
Percebe-se que muito tem sido transferido da família para a escola, funções que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, entre outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco, e a família perdem a função.
Cuidados devem ser tomados para que isso não venha influenciar o
crescimento intelectual da criança. Atualmente, a figura da mãe está sendo
prejudicada pela necessidade de ir para o campo de trabalho tão logo a criança saia
das fraldas, deixando à escola a incumbência de tratar assuntos tão delicados e que
podem ser cruciais na formação da personalidade.
A escola assume diferentes missões, dentre elas, segundo TIBA (2002), a
de reorganizar novas premissas que dispensem as verdades e certezas que não
resistiram os tempos da ciência e da tecnologia. Portanto, em parceria com a família,
a escola necessita que novos pressupostos nasçam para dar rumo a nova sações,
mais integradas ao momento histórico social e mais comprometidas com as
características da sociedade vigente.
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A família, segundo TIBA (2002), tem o indispensável e intransferível papel
de acolher a criança e promover individuação e pertencimento. É no convívio diário e
na convivência que uma criança incorpora seu sobrenome e elege seus modelos.
O contexto familiar é do âmbito do particular. A escola, por mais que seja
particular, segundo CHAVES (2002), é sempre do público, pois trabalha os
indivíduos num espaço coletivo, em regras para todos, e em uma proposta educativa
que contempla as individualidades, objetivando prepará-las para o adequado e
instrumentalizado convívio social e os necessários compartilhamentos.
Atualmente a escola é uma das mais importantes instituições sociais. Isso
porque, segundo TIBA (2002), assim como a família, a escola é responsável por
fazer a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Ao transmitir a cultura e, com ela,
modelos sociais de comportamento e valores morais, a escola permite que a criança
“humanize-se”, cultive-se; socialize-se ou, numa palavra, eduque-se. A criança vai
deixando de imitar os comportamentos dos adultos e passando a apropriar-se dos
modelos e valores transmitidos pela escola, aumentando, dessa forma, sua
autonomia e seu pertencimento ao grupo social.
Educar já significou, e talvez signifique ainda, em algumas regiões do terceiro mundo, apenas viver a vida cotidiana do grupo social ao qual se pertence. Assim, as crianças acompanhavam os adultos em suas atividades e, com o passar do tempo, aprendiam a “fazer igual”. Plantar, caçar, localizar água, entender os sinais do tempo, escutar histórias e participar de rituais eram atividades do grupo adulto, as quais iam sendo acompanhadas pelas crianças que, aos poucos, adquiriam instrumentos de trabalho e interiorizavam os valores morais e comportamentos socialmente desejados. Não havia uma instituição especializada nessas tarefas. O meio social, em seu conjunto, era o contexto educativo. Todos os adultos ensinavam a partir da experiência pessoal, ou seja, aprendia-se fazendo. (MANTOAN, 1988, p.50).
No século XIX, a escola passou por transformações tais que possibilitaram
sua universalização, adotando o princípio, pelo menos em tese, de que deveria
atender a todas as crianças da sociedade. (CHAVES, 2002),
Levando em consideração esse contexto histórico, social e econômico, fica
fácil compreender porque a escola ganhou maior importância e ampliou suas
funções, efetivamente buscando democratizar-se. (CHAVES, 2002).
Estes fatores contribuíram para que a escola adquirisse as características
que possui hoje em nossa sociedade: uma instituição que trabalha a serviço desta
28
sociedade, sendo por ela sustentada a fim de responder algumas necessidades
sociais e, para isso, a escola precisa exercer funções especializadas.
Desde então a escola estabelece uma mediação entre a criança ou jovem e a sociedade. Isso porque viver em sociedade exige o aprendizado não só de algumas técnicas de base (leitura, escrita, cálculo, técnicas musicais e corporais) como também de habilidades comportamentais necessárias para o convívio coletivo (aprendizado de valores, de ideais e modelos de comportamento, noções de cidadania, respeito ao próximo, ética, etc.). Podemos dizer que a escola é a forma moderna de operar essa transmissão de técnicas e habilidades ((MANTOAN, 1988, p.54).
Compreendidos os momentos históricos atravessados pela escola até
constituir-se como a conhecemos hoje, nos deparamos com a caracterização e
problemas contemporâneos.
A escola tem sido crescentemente pesquisada, não só no Brasil, mas em
outros países.
Infelizmente, a bibliografia produzida pelos autores de tais estudos denuncia, de maneira contundente, a baixa qualidade educacional em vários países, expressa por problemas como indisciplina na sala de aula, precárias condições para o trabalho educativo, despreparo dos professores para realizar adequadamente seu trabalho, baixo status profissional e baixa remuneração, agravados no Brasil pelos alarmantes índices de evasão e repetência. (MANTOAN, 1988, p.54).
São detectadas necessidades de reforma e melhorias físicas nos portões,
nas calçadas, nos muros, nas instalações elétricas e hidráulicas dos prédios
escolares, de construção de salas especiais, laboratórios, bibliotecas e quadras
esportivas, fatos que caracterizam precárias condições para o trabalho educativo.
Tais demandas são acrescidas de considerações sobre as reivindicações relativas a
outros aspectos materiais: telefones, iluminação, higiene e limpeza dos prédios,
material e equipamento escolar. (OLIVEIRA, 2001).
Embora essa base material seja mais visível para a comunidade que vive no entorno das escolas, as famílias são capazes de detectar problemas internos das práticas educativas na produção do fracasso escolar de seus filhos: verificam os efeitos de uma educação empobrecida, pois percebem que seus filhos não conseguem ler, não realizam operações de cálculo, que os professores não resolvem problemas de disciplina, não conseguem fomentar um ambiente com um mínimo de sociabilidade, discriminando, humilhando, permitindo e realizando agressões físicas (OLIVEIRA, 2001, p.98).
Se assim é, a relação Família-Escola não diz respeito apenas aos filhos-
alunos, mas a todos: familiares, professores e comunidade em geral. Segundo
CHAVES (2002, p.58), o dever da família com o processo de escolaridade e a
importância da sua presença no contexto escolar é publicamente reconhecido na
29
legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação aprovadas no
decorrer dos anos 90
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), em seus artigos 4º e
55 determinam:
Art. 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. Art. 55: Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
De acordo com BRASIL (2005) a política nacional de educação especial
adota, como uma de suas diretrizes gerais, o incentivo a mecanismos que
oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do aluno e
entre seus objetivos específicos buscar o envolvimento familiar e da comunidade no
processo de desenvolvimento da personalidade do educando. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (Lei 9394/96), em seus artigos 2º e 6º determina:
Art. 2º: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 6º: É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação dada pela Lei nº. 11.114, de 2005).
Segundo BRASIL (2005), o plano nacional de educação (aprovado pela Lei
nº 10.172/2001), define, como uma de suas diretrizes, a implantação de conselhos
escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (composta
também pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de
educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos
pedagógicos.
É preciso reconhecer que a família, independente do modelo como se
apresente, pode ser, segundo TIBA, (2002), um espaço de afetividade e de
segurança; mas também de medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até de
violência. Pais e professores devem ser parceiros no diálogo sobre a educação das
crianças e jovens. Dialogar, perguntar, ousar respostas, tentar compreender as
dificuldades apresentadas pelo ser em desenvolvimento. É preciso dialogar, com
mediação do professor, que deve ser visto como parceiro no processo educacional.
Assim, é fundamental que conheçamos os alunos e as famílias com as quais lidamos. Quais são suas dificuldades, seus planos, seus medos e anseios? Que características e particularidades marcam a trajetória de cada
30
família e consequentemente, do educando a quem atendemos? As respostas a essas perguntas constituiriam informações preciosas para que os professores possam avaliar o êxito de suas ações enquanto educadores, identificar demandas e construir propostas educacionais compatíveis com a realidade de seus alunos. (CHAVES, 2002, p.58).
Se algumas vezes as famílias não têm correspondido ao que os educadores
esperam, é preciso conhecer as razões que motivam esse distanciamento. Para tal,
a escola e os educadores precisam se despir da postura de juízes que condenam
sem conhecer as razões e incorporar o espírito investigador que busca as causas
para o desconhecido. (MOREIRA; CARVALHO 2008, p. 47).
Diante do exposto fica claro que não é possível uma compreensão ampla do
aluno desconsiderando uma dimensão tão significativa de sua vida enquanto ser
social, que é sua estrutura familiar. Dimensão esta que exerce influência em seu
comportamento e participação na escola.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos tem
apresentado um papel importante no desempenho escolar. O diálogo entre a família
e a escola, tende a colaborar para um equilíbrio no desempenho escolar, o que é
possível considerar que a criança e os pais trazem consigo uma ligação íntima com
o desempenho. O tema sobre participação dos pais na vida escolar dos filhos tem
sido tratado sob um enfoque multidisciplinar
O entrosamento dos pais com a escola deve favorecer a reflexão de
diferentes aspectos pedagógicos. A importância da família para a escola também
tem sido investigada em relação a outros fatores como: o comportamento dos alunos
em sala de aula e os problemas de adaptação.
A educação familiar é à base de todo cidadão, a escola sozinha não faz
milagres, até porque ele permanece na escola apenas por quatro horas e as outras
vinte horas do dia, são com a família
Muitas vezes a escola é responsabilizada, mas, não depende apenas dela a
tarefa de educar. Para haver realmente parceria entre a família e a escola, é preciso
que cada um saiba exatamente quais as suas atribuições, ou seja, o que é
responsabilidade da escola e o que é responsabilidade da família.
A escola não quer que a família ensine conteúdos, pois isso é pertinente à
escola fazê-lo, o que ela precisa é que os pais acompanhem seus filhos no sentido
de organizá-los quanto aos horários de estudo, descanso e lazer, sendo o hábito de
estudo diário, fundamental para que ele possa realizar suas tarefas com
responsabilidade e autonomia. Cabe a família, apenas cobrá-lo as responsabilidades
e orientá-lo, no caso de dúvidas tirá-las com o professor na escola e também
orientá-lo quanto à importância da escola e dos estudos para sua vida no futuro.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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