AJUSTES CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICOS AO … · Aos amigos do Laboratório de Fisiologia...
Transcript of AJUSTES CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICOS AO … · Aos amigos do Laboratório de Fisiologia...
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Alexandre Correia Rocha
AJUSTES CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICOS AO EXERCÍCIO
RESISTIDO EM FILHOS DE HIPERTENSOS TREINADOS: INFLUÊNCIA DO
NÚMERO DE SÉRIES E DA MASSA MUSCULAR
São Paulo, 2012
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Alexandre Correia Rocha
AJUSTES CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICOS AO EXERCÍCIO
RESISTIDO EM FILHOS DE HIPERTENSOS TREINADOS: INFLUÊNCIA DO
NÚMERO DE SÉRIES E DA MASSA MUSCULAR
Dissertação apresentada ao programa de
Mestrado em Educação Física da Universidade
São Judas Tadeu como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Educação Física.
Área de concentração: Bases Biodinâmicas da
Atividade Física.
Orientador: Prof. Dr. Bruno Rodrigues
Co-Orientatora: Profa. Dra. Kátia De Angelis
São Paulo, 2012
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464
Rocha, Alexandre Correia
R672a Ajustes cardiovasculares e autonômicos ao exercício resistido em
filhos de hipertensos treinados: influência do número de séries e da massa
muscular / Alexandre Correia Rocha. - São Paulo, 2012.
107 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Bruno Rodrigues.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2012.
1. Exercícios físicos – Sistema cardiovascular 2. Hipertensão. 3.
Pressão arterial. I. Rodrigues, Bruno. II. Universidade São Judas Tadeu,
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título
CDD 22 – 613.71
Dedicatória
À Deus
À minha esposa Thais Fernandes da Silva, por toda
compreensão e companheirismo
Aos meus pais Rodney Rocha e Laurinda Correia
Rocha por todo apoio, preocupação e incentivo
À minha amiga, professora e orientadora Kátia
D’Angelis por toda a dedicação, empenho
incansável e ensinamentos constates
Agradecimentos
Aos amigos do Laboratório de Fisiologia Translacional da Universidade UNINOVE, em
especial a Michelli Sartori, por todo o auxílio prestado.
A todos os voluntários que doaram seu tempo ao estudo, sem vocês nada disso seria possível.
Aos colegas e amigos do curso de mestrado da Universidade São Judas Tadeu/SP, que
durante esse período foram protagonistas de momentos difíceis, mas também de momentos
alegres, brincadeiras e diversões. Nunca esquecerei de nossos almoços...
Aos familiares e amigos que sempre ficaram na torcida por um desfecho de sucesso.
Aos amigos, professores e instrutores do Centro de Treinamento Personalizado New Life
(Santos/SP), Beatriz Lopes de Almeida, Wesley Oliveira e Amanda Raquel C.G da Silva que
me deram suporte para essa longa caminha
Muito Obrigado!
Só existem dois dias no ano que nada pode
ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama
amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar,
acreditar, fazer e principalmente viver.
Dalai Lama
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE ANEXOS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1
1.1. Epidemiologia............................................................................................................... 1
1.2. Treinamento de força e hipertensão arterial sistêmica.................................................. 2
1.3. Treinamento de força e ajustes cardiovasculares.......................................................... 5
1.4. Exercício físico e indivíduos geneticamente predispostos a hipertensão arterial
sistêmica....................................................................................................................... 9
2. OBJETIVOS..................................................................................................................... 11
2.1 Objetivo Geral.............................................................................................................. 11
2.2 Objetivo específico....................................................................................................... 12
3 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 12
3.1 Sujeitos e grupos experimentais.................................................................................. 12
3.2 Sequência experimental ............................................................................................... 13
3.3 Protocolos experimentais e intensidade de treino........................................................ 14
3.4 Descrição das rotinas de treino .................................................................................... 15
3.5 Testes e Avaliações ..................................................................................................... 19
4 ESTATÍSTICA ................................................................................................................ 23
5 RESULTADOS................................................................................................................. 24
5.1 Caracterização da amostra .......................................................................................... 24
5.2 Avaliações cardiovasculares em repouso .................................................................... 25
5.3 Avaliações da variabilidade da frequência cardíaca em repouso ................................ 26
5.4 Ajustes cardiovasculares durante o exercício resistido ............................................... 28
5.5 Respostas cardiovasculares durante a recuperação ..................................................... 38
5.6 Repostas autonômicas durante a recuperação ............................................................. 59
6 DISCUSSÃO..................................................................................................................... 68
6.1 Avaliações em repouso ................................................................................................. 69
6.2 Ajustes cardiovasculares durante a sessão de exercício resistido ................................ 72
6.3 Ajustes cardiovasculares na recuperação da sessão de exercício resistido................... 75
7. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 83
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 84
9. ANEXOS........................................................................................................................... 93
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização da amostra dos grupos de filhos de normotenso (FN) e filhos de
hipertensos (FH) ...................................................................................................................... 26
Tabela 2. Parâmetros cardiovasculares dos grupos de filhos de normotenso (FN) e filhos de
hipertensos (FH) no repouso ................................................................................................... 27
Tabela 3. Variabilidade da frequência cardíaca analisada no domínio do tempo em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertensos (FH) em repouso .................................................. 29
Tabela 4. Variabilidade da frequência cardíaca analisadas no domínio da frequência em filhos
de normotensos (FN) e filhos de hipertensos (FH) em repouso ............................................. 29
Tabela 5. Alterações da pressão arterial sistólica (PAS) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH) ....................................................................... 41
Tabela 6. Alterações da pressão arterial diastólica (PAD) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)........................................................................ 49
Tabela 7. Alterações da frequência cardíaca (FC) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)..,.................................................................... 53
Tabela 8. Alterações do duplo produto (DP) pós exercício resistido em filhos de normotenso
(FN) e filhos de hipertensos (FH)........................................................................................... 57
Tabela 9. Alterações da variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo pós
exercício resistido em filhos de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH). ................... 63
Tabela 10. Alterações da variabilidade da frequência cardíaca no domínio da frequência pós
exercício resistido em filhos de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH) .................... 66
Tabela 11 Alterações do balanço simpato - vagal (BF/AF) pós exercício resistido em filhos
de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).................................................................... 68
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Exercícios realizados durante a rotina 1 e sua respectiva ordem de execução ....... 17
Figura 2. Exercícios realizados durante a rotina 2 e sua respectiva ordem de execução ....... 20
Figura 3. Dinâmica das avaliações cardiovasculares.......................................................... 22
Figura 4. Registro da frequência cardíaca obtido através do Polar modelo S810 em um sujeito
avaliado durante os 15 minutos de repouso ............................................................................ 24
Figura 5. Pressão arterial sistólica (PAS) em filhos de normotensos (FN) e filhos de
hipertensos (FH) em repouso ................................................................................................. 27
Figura 6. Pressão arterial diastólica (PAD) em filhos de normotensos (FN) e filhos de
hipertensos (FH) em repouso ................................................................................................. 28
Figura 7. Balanço simpato vagal (BF/HF) em repouso nos grupos de filhos de normotensos
(FN) e filhos de hipertensos (FH)........................................................................................... 30
Figura 8. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 1 ............................................................................................................ 31
Figura 9. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 2............................................................................................................ 31
Figura 10. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 3 ............................................................................................................ 32
Figura 11. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 4............................................................................................................ 32
Figura 12. Média da PAS durante as rotinas 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH)....................................................................33
Figura 13. Média da PAD durante a rotina 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH) ....................................................................... 34
Figura 14. Pico de PAS durante a rotina 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH)....................................................................... 35
Figura 15. Alteração da frequência cardíca durante as rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4 (D) em
filhos de normotenos (FN) e filhos de hipertensos (FH)......................................................... 36
Figura 16. Média da FC durante as rotinas 1, 2, 3, 4 e 5 (controle) em filhos de normotenos
(FH) e filhos de hipertensos (FH).......................................................................................... 37
Figura 17. Alteração do duplo produto (DP) durante as rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4 (D) em
filhos de normotenos (FN) e filhos de hipertensos (FH)......................................................... 38
Figura 18. Duplo produto (DP) médio durante a sessão controle (C) e durante as rotinas 1
(R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH)... 39
Figura 19. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) durante os 90 minutos de recuperação
em filhos de normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH).............................................. 42
Figura 20. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 1 (R1) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)................................................................ 44
Figura 21. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 2 (R2) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)...................................................................... 45
Figura 22. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 3 (R3) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH) .................................................................. 46
Figura 23. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 4 (R4) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)................................................................. 47
Figura 24. Comparação dos delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 1 (R1), 2
(R2), 3 (R3) e 4 (R4) no grupo FH (A) e no grupo FN (B).................................................... 49
Figura 25. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 1 (R1) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)....................................................................... 50
Figura 26. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 2 (R2) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)....................................................................... 51
Figura 27. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 3 (R3) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)....................................................................... 51
Figura 28. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD), pós rotina 4 (R4) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH)........................................................................ 52
Figura 29. Delta da frequência cardíaca (FC) durante os 90 minutos de recuperação em filhos
de normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH).............................................................. 55
Figura 30. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 1 (R1) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH).............................................................................................. 58
Figura 31. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 2 (R2) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH)............................................................................................... 59
Figura 32. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 3 (R3) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH)................................................................................................ 60
Figura 33. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 4 (R4) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH)............................................................................................... 61
Figura 34. Balanço simpatovagal cardíaco no repouso e após 90 minutos das rotinas 1, 2, 3 e
4 no grupo de filhos de hipertensos (FH).......................................................................... 69
LISTA DE ABREVIATURAS
OPS: Organização Pan-Americana de Saúde
HAS: Hipertensão arterial sistêmica
PA: Pressão arterial
PAS: Pressão arterial sistólica
PAD: Pressão arterial diastólica
DP: Duplo produto
SBH: Sociedade Brasileira de Hipertensão
DCV: Doença cardiovascular
DBH: Diretrizes Brasileira de Hipertensão
ACSM: American College of Sports Medicine
ER: Exercício resistido
TR: Treinamento resistido
PAM: Pressão arterial média
CMD: Carga máxima dinâmica
FH: filhos de hipertensos
FN: Filhos de normotensos
SNA: Sistema nervoso autônomo
FC: Frequência cardíaca
RM: Repetições máximas
IMC: índice de massa corporal
HPE: Hipotensão pós exercício
VFC: Variabilidade da frequência cárdica
BF: Banda de baixa frequência
AF: Banda de alta frequência
BF/AF: Balanço simpato-vagal
IP: Intervalo de pulso
DPM: Desvio padrão da média
VAR: Variância do intervalo de pulso
%BF: Banda de baixa frequência normalizada
%AF: Banda de alta frequência normalizada
R1: Rotina 1
R2: Rotina 2
R3: Rotina 3
R4: Rotina 4
R5: Rotina 5
ΔPAS: Delta da pressão arterial sistólica
ΔPAD: Delta da pressão arterial diastólica
ΔFC: Delta da frequência cardíaca
ΔDP: Delta do duplo produto
CFN: Sessão controle filhos de normotenso
CFH: Sessão controle filhos de hipertenso
RESUMO
Uma alternativa para o controle e a prevenção da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a
prática regular do exercício físico. Estudos recomendam o exercício resistido (ER),
principalmente em associação ao aeróbio, na prevenção desta doença, o que poderia ser uma
alternativa inclusive para aqueles que têm pressão arterial (PA) dentro da faixa de
normalidade, no entanto, apresentam predisposição genética para o desenvolvimento da HAS.
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência do número de séries e da massa
muscular em sessões de ER nas alterações cardiovasculares durante e após o ER em
indivíduos normotensos fisicamente ativos com histórico familiar positivo (FH) ou negativo
(FN) de HAS. A amostra foi composta por 12 FH e 10 FN 10, com idade média de 26,77 ±
6,26 anos e com no mínimo seis meses de prática de musculação. Os voluntários foram
submetidos a 4 rotinas de ER a 10 RM: Rotina 1: 2 séries com predominância de exercícios
uniarticulares; Rotina 2: 2 séries com predominância de exercícios multiarticulares; Rotina 3:
idem a 1 com 3 séries e Rotina 4: idem a 2 com 3 séries. As alterações hemodinâmicas e
autonômicas antes, durante e após o ER foram realizadas através de um frequencímetro de
marca polar (S810) e da medida da PA pelo método auscultatório. A variabilidade da
frequência cardíaca (FC) foi analisada no domínio do tempo e da frequência pela
transformada rápida de Fourrier no repouso e no período pós ER. Não houve diferença na PA
e na frequência cardíaca (FC) entre os grupos em repouso, mas o grupo FH apresentou maior
balanço simpato vagal cardíaco (BF/AF) (2,89 ± 0,15) quando comparados com o grupo FN
(2,38 ± 0,07). Não houve diferenças entre os grupos nas respostas de PAS, PAD e FC medida
entre as séries de ER. No entanto, os FH apresentaram uma média de duplo produto (PAS x
FC) maior na R4 (11.075 mmHg X bpm) em relação a R1 (15.203 mmHg X bpm), o que não
foi observado no grupo FN. O ER induziu hipotensão pós-exercício (HPE) em ambos os
grupos, evidenciada por redução da PAS aos 90 minutos da recuperação nos FH (delta da
PAS - R1: -7,20 ± 2,62; R2: -10,8 ± 1,50; R3: -7,20 ± 1,96 e R4: - 13,40 ± 2,07 mmHg) e nos
FN (delta da PAS - R1: -7,75 ± 1,79; R2: -10,7 ± 1,19; R3: - 8,25 ± 3,01 e R4: -9,50 ± 2,50
mmHg). A redução do delta da PAS foi maior somente nos FH nas sessões de maior volume
e/ou massa muscular (R2 e R4 vs. R1 e R3). Não houve redução da PAD após as rotinas
utilizadas tanto em FH quanto em FN. Na recuperação, a FC foi maior em relação ao repouso
até os 15 minutos na R1 e R3 e até os 30 minutos na R2 e R4 no grupo FN, mas permaneceu
elevada até os 30 minutos em todas as rotinas no grupo FH. O ER induziu redução da
modulação autonômica cardíaca no domínio do tempo, evidenciada por redução do desvio
padrão do intervalo de pulso (IP) até os 15 minutos (R1, R2 e R3 para FN e R1 e R3 para FH)
ou até 30 minutos pós ER (R4 para FN e R2 e R4 para FH), bem como aumento do BF/AF até
os 15 minutos de recuperação para ambos os grupos. Aos 90 minutos do período de
recuperação da R1 (2,12 ± 0,22) e da R3 (2,13 ± 0,28) observou-se redução do BF/AF
somente no grupo FH em relação aos valores de repouso (R1: 2,79 ± 0,34 e R3: 3,03 ± 0,34) e
obtidos na R2 (2,64 ± 0,32) e R4 (2,87 ± 0,28) no mesmo tempo. Concluindo, os resultados
evidenciam que FH fisicamente ativos, mesmo em presença de normotensão, apresentaram
aumento da modulação simpática cardíaca em repouso, bem como maior duplo produto
durante o ER e resposta cronotrópica nos primeiros minutos de recuperação do ER em relação
aos FN. Entretanto, O ER foi capaz de induzir HPE (ΔPAS) a partir de 60 minutos nos FH
praticantes de musculação, sendo essa resposta acompanhada de normalização do balanço
simpatovagal cardíaco (90 min da recuperação) nas rotinas envolvendo exercícios
uniarticulares. Adicionalmente, FH foram mais responsivos ao ER, já que somente esse grupo
apresentou redução da PAS após 60 minutos da rotina de ER de menor carga total (2 séries de
exercícios uniarticulares) e potencialização da resposta hipotensora nas rotinas de ER
envolvendo exercícios multiarticulares (2 ou 3 séries). Em conjunto, esses resultados sugerem
que indivíduos geneticamente predispostos a HAS podem obter benefícios da prática regular
de musculação, principalmente relacionada à HPE e normalização do exacerbada modulação
simpática cardíaca em sessões de ER envolvendo exercícios com predominância de grupos
musculares menores.
Palavras chaves: Exercício resistido, Filhos de hipertensos, Hipotensão pós exercício e
Variabilidade da frequencia cardíaca
ABSTRACT
Regular physical exercise has been indicating as an alternative for hypertension (HBP) control
and prevention. Studies recommend resistance exercise (RE), especially in combination with
aerobic exercise, in the prevention of this disease, which could be an alternative even for
those who have blood pressure (BP) in the normal range, however, have a genetic
predisposition to HBP development. Therefore, the aim of this study was to evaluate the
influence of the number of sets and the muscle mass in RE session on cardiovascular changes
during and after the RE in positive family history (FH) or negative (FN) of HBP
normotensive physically active subjects. The sample was 12 FH and 10 FN, with a mean age
of 26.77 ± 6.26 years and at least six months of RE practice. The volunteers performed 4
routines of 10 RM.: Routine 1: 2 sets with predominance of single joint exercises; Routine 2:
2 sets with predominance of multi-joint exercises; Routine 3: same as the 1 with 3 sets; and
routine 4: the same as the 2 with 3 sets. The hemodynamic and autonomic changes before,
during and after the RE were evaluated measuring pulse interval (IP) by Polar S810 and BP
by auscultatory method. The heart rate variability (HRV) was analyzed in the time and
frequency domain by fast Fourier transform at rest and in the post RE. There was no
difference in BP and heart rate (HR) between groups at rest, but the FH group showed higher
cardiac sympatovagal balance (LF/HF) (2.89 ± 0.15) compared with the FN group (2 , 38 ±
0.07). There were no differences between groups in the responses of SBP, DBP and HR
measured between the RE sets. However, FH group had increased the rate pressure product
(SBP x HR) in R4 (11.075 mmHg X bpm) in relation to R1 (15.203 mmHg X bpm), which
was not observed in the FN. The RE induced post-exercise hypotension (PEH) in both groups,
as evidenced by reductions in SBP at 90 minutes of the recovery in FH (delta SBP - R1: -7.20
± 2.62, R2: -10.8 ± 1.50, R3, R4 and -7.20 ± 1.96: - 13.40 ± 2.07 mmHg) and FN (delta SBP -
R1: -7.75 ± 1.79, R2: -10, 7 ± 1.19; R3: - 8.25 ± 3.01 and R4: -9.50 ± 2.50 mmHg). The delta
SBP reduction was increased only in FH after sessions involving larger volume and/or muscle
mass (R2 and R4 vs. R1 and R3). There was no reduction of DBP after the RE routines in
both FH and FN. During recovery, HR was higher in relation to the resting values until the 15
minutes in R1 and R3 and up to 30 minutes in R2 and R4 in the FN group, but remained high
until 30 minutes in all routines in the FH group. The RE induced reduction of cardiac
autonomic modulation in the time domain, as evidenced by reduction of the mean standard
deviation of the pulse interval (IP) up to 15 minutes (R1, R2 and R3 to FN and R1 and R3 for
FH) or 30 minutes after RE (R4 for FN, R2 and R4 for FH), and increase in LF/HF up to 15
minutes of recovery for both groups. Only in FH group, a reduction in LF/HF was observed at
90 minutes of the recovery period of R1 (2.12 ± 0.22) and R3 (2.13 ± 0.28) compared to
resting values (R1: 2.79 ± 0.34 and R3: 3.03 ± 0.34) and to the values obtained in R2 (2.64 ±
0.32) and R4 (2.87 ± 0.28) at the same time. In conclusion, the results suggest that physically
active hypertensive offspring, even in presence of normotension, showed increased cardiac
sympathetic modulation at rest, as well as higher rate pressure product during RE and
chronotropic response and in the short term RE recovery compared to FN. However, RE was
able to induce PEH (ΔSAP) from 90 minutes in active FH. This response was accompanied
by cardiac sympathovagal balance normalization after RE routines involving single joint
exercises. Additionally, FH group was more responsive to RE, since only this group showed
SAP reduction after 60 minutes of RE routine with lower total load (2 sets of single joint
exercises) and potentiate the hypotensive response in the ER routines involving multi joint
exercises (2 or 3 sets). Together, these results suggest that genetically predisposed to
hypertension subjects may benefit from regular resistance exercises, especially related to PEH
and normalization of exacerbated cardiac sympathetic modulation after RE sessions involving
exercises with small muscle groups predominance.
Keywords: Resistance exercise, hypertensive offspring, post-exercise hypotension and heart
rate variability
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 EPIDEMIOLOGIA
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) (2003) as doenças crônicas
representam a principal causa de mortalidade e incapacidade no mundo. Dentre elas, podemos
citar as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, o câncer e as doenças respiratórias.
Dentre os principais riscos à saúde, responsáveis por mais da metade das doenças no mundo,
destacam-se hipertensão arterial sistêmica (HAS), alto nível de colesterol, obesidade,
inatividade física, consumo de álcool e tabaco (OPS, 2003). A HAS é um importante
problema de saúde pública no mundo e esta patologia é uma síndrome multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Esta condição
normalmente está associada a distúrbios metabólicos, hormonais e hipertrofias cardíaca e
vascular (DRAGER e KRIEGER, 2004; NEGRÃO e BARRETO, 2005; NEDER e BORGES,
2006; SBH, 2010).
A HAS apresenta alta prevalência e baixas taxas de controle, sendo considera um dos
principais fatores de risco modificáveis (SBH, 2010). Essa patologia representa um alto custo
social, uma vez que é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e
absenteísmo no trabalho (MONTEIRO e SOBRAL FILHO, 2004). Estima-se que existam
pelo menos 600 milhões de hipertensos no mundo. Calcula-se que em 2001 a HAS causou a
morte de 7,6 milhões de pessoas no mundo. Segundo o Colégio Americano de Medicina do
Esporte (ACSM) 2004 e FISHER (2001) a HAS está associada ao aumento do incidente de
mortes causado por doenças cardiovasculares. No Brasil, a HAS representa uma das mais
importantes causas de morbidade cardiovascular e acomete cerca de 15 a 44% da população
adulta, tendo também, considerável prevalência em crianças e adolescentes (MONTEIRO e
2
SOBRAL FILHO, 2004; DRAGER e KRIEGER, 2004). Em 2007, 70,6% das mortes no
Brasil foram devidas as doenças cardiovasculares (DCV), sendo que 12,8% ocorreram devido
a HAS (DBH, 2010).
Dentre os fatores de risco associados à HAS temos a idade, o gênero, a etnia, o
excesso de peso e a obesidade, a ingestão de sal e álcool, o sedentarismo, os fatores
socioeconômicos e genéticos (DBH, 2010). Além disso, a HAS também pode ser associada a
outras patologias, tais como: hipercolesterolemia, obesidade e diabetes tipo II (OPS, 2003;
ACSM, 2006). No entanto, os maiores riscos de complicações cardiovasculares estão
associados à HAS (SIMÕES e SCHMIDT, 1996; ACSM, 2006). A OPS (2005). Estudos
recentes relatam que os valores de pressão arterial sistólica (PAS) entre 120 e 139 mmHg e de
pressão arterial diastólica (PAD) entre 80 e 89 mmHg já são um alerta para mudar os hábitos.
Sujeitos nessas condições já estão sendo classificados como “pré-hipertensos” pelo Instituto
Nacional de Sangue, Pulmão e Coração dos Estados Unidos (2005 e DBH, 2010). Portanto,
estratégias que favoreçam a prevenção da HAS e controle da PA são de grande valia. Nesse
ponto mudanças no estilo de vida vem ocupando lugar de destaque, principalmente nos
sujeitos com PA limítrofe (DBH, 2010). As principais recomendações não medicamentosas
para a prevenção primária da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio,
ingestão de potássio e combate ao tabagismo e a inatividade física.
1.2 TREINAMENTO DE FORÇA E HIPERTENSÃO ARTERIAL
Uma alternativa para o controle e a prevenção dessa doença é a prática regular do
exercício físico. Por motivo de segurança, facilidade no controle da intensidade e
desconhecimento das alterações da PA frente a uma sessão de exercício (ER) e/ou programa
de treinamento resistido (TR), os exercícios aeróbios foram os mais estudados e
3
recomendados nos últimos anos. Até o início dos anos 1990 o TR, também chamado de
treinamento de força, com pesos, contra-resistência ou musculação, não eram contemplados
em diretrizes internacionais de prescrição de exercício (UMPIERRE e STEIN, 2007). Porém,
o grande número de pesquisas recentemente publicadas mostrou que o ER é recomendado em
complemento aos exercícios aeróbios para todas as populações como mais uma estratégia para
profilaxia e tratamento de doenças crônico degenerativas, inclusive para aqueles que sofrem
de HAS (ACSM, 2004; AHA, 2000).
Estudos evidenciam alterações subagudas e crônicas decorrentes do ER em sujeitos
normotensos como também em hipertensos, e estas podem ser benéficas para o controle da
PA (ANUNCIAÇÃO e POLITO, 2011). BERMUDES e cols. (2003) verificaram o efeito
hipotensivo após uma sessão ER em forma de circuito em sujeitos com faixa etária entre 40 e
50 anos, normotensos e sedentários. Corroborando com estes achados POLITO e cols. (2003)
observaram hipotensão em sujeitos normotensos após uma sessão ER. Com relação às
respostas subagudas do ER em hipertensos, alguns estudos também destacam a hipotensão
pós exercício. MELO e cols (2006) verificaram diminuição da PAS (-12 ± 3 mmHg) e da
PAD (-6 ± 2 mmHg) por até 10 horas em mulheres hipertensas em uso de medicamento
(captopril) pós-sessão de ER para membros superiores e inferiores. COSTA e cols. (2010)
também observaram hipotensão pós uma sessão de ER em idosas hipertensas treinadas e não
treinadas, e segundo os autores os resultados foram mais consistentes nas voluntárias não
treinadas. Corroborando com estes achados ANUNCIAÇÃO e POLITO (2011) em uma
revisão apresentam pesquisas que evidenciaram redução da PA após ER. Ainda vale destacar
que os resultados indicam que sujeitos com maiores valores basais de PA apresentam maior
magnitude de hipotensão pós exercício (FORJAZ e cols, 2000).
4
Embora alguns estudos não apresentem diferenças significantes na PA pós ER, tal fato
pode estar associados ao volume e intensidade do ER como também ao período de
monitoração da PA (POLITO e FARINATTI , 2006).
Com relação ao efeito crônico do ER também existem estudos evidenciando redução
da PA, o que contribui diretamente para o controle e/ou manutenção da PA. Na metanálise de
KELLY (1997) foram observadas reduções médias de 5 mmHg para a PAS e 4 mmHg para a
PAD.Corroborando com estes achados KELLY e KELLY (2000) também evidenciaram
reduções de aproximadamente 3 mmHg para a PAS e 3 mmHg para a PAD em jovens
normotensos. Além disso, parece que sujeitos de idade avançada também se beneficiam do
efeito crônico do ER (TERRA e cols, 2009). Com, base nos estudos já publicados, embora
escasso e controverso, o ER também favorece sujeitos de idade avançada, principalmente
quando o treinamento é de baixa intensidade (QUEIROZ, KANEGUSUKU e FORJAZ,
2010). No entanto, com relação aos portadores de HAS poucos são os estudos que
aboradaram tal temática. TERRA e cols (2009) evidenciaram reduções médias de 10 mmHg
(PAS), 1 mmHg (PAD) e 6 mmHg para a pressão arterial média (PAM) após TR de 12
semanas em idosas hipertensas controladas. Vale destacar que pequenas reduções nos valores
da PA já são suficientes reduzir de forma marcante os riscos associados à HAS. Segundo
PESCATELLO e cols (2004) reduções de 2 mmHg na PAS e/ou PAD podem reduzir na
população geral o risco de acidente encefálico em 14% e 17%, respectivamente e o risco de
DAC em 9% e 6% respectivamente.
Além disso, apesar de ainda não serem claras as adaptações da PA em resposta ao ER,
outros fatores como alterações metabólicas (melhora da sensibilidade à insulina, aumento e/ou
manutenção HDL colesterol e redução e/ou manutenção do LDL colesterol), osteomusculares
(aumento da força, massa muscular e densidade mineral óssea e redução da gordura corporal)
e funcionais (vaso dilatação e consequentemente redução da carga vascular e melhora da
5
capacidade de desempenhar as atividades da vida diária), fatores estes que contribuem para o
surgimento e/ou agravo da hipertensão arterial e comorbidades associadas, são influenciados
de forma positiva pelo ER (WALLACE 2003; SANTOS e SIMÃO, 2005; POLITO e
FARINATTI, 2003; UMPIERRE e STEIN, 2007; WILLIAMS e cols., 2007; BRAITH e
STEWART, 2006). Sendo assim, pesquisas que avaliem a influência da intensidade, duração,
intervalo, número de séries e repetições por série durante a sessão de treino de força são de
grande importância para a determinação de rotinas com uma boa relação de custo/benefício.
1.3 TREINAMENTO DE FORÇA E AJUSTES CARDIOVASCULARES
Ainda não é consenso na literatura qual seria a rotina de treinamento mais indicada
para hipertensos. Duas linhas de pesquisa se destacam neste aspecto. A primeira sugere o uso
de cargas leves/moderadas (40 à 60% carga máxima dinâmica – CMD) e números elevados de
repetições (10 à 25) (AHA, 2000; ACSM, 2000; POLLOCK e cols., 2000; NEGRÃO e
BARRETO, 2005). Essa sugestão parte do princípio que a PA seria mais dependente da
intensidade do peso (quilos movimentados). Portanto, especulava-se que o peso leve, não
influenciaria na intensidade do treino, prevenindo assim, picos de pressão durante a sessão.
Numa segunda linha, outros autores perceberam que a carga relativa (intensidade do treino)
parecia ser mais significativa para o aumento da PA do que a carga absoluta (intensidade do
peso) (McCARTNEY, 1999; POLLOCK e cols., 2000; FARINATTI e ASSIS, 2000;
McCARTNEY, 1998). Logo, começou-se a dar mais valor à carga relativa e com isso estudos
recentes passaram a sugerir cargas mais elevadas e um número menor de repetições durante as
sessões de treino. O volume de treino é muitas vezes denominado com imprecisão levando-se
em consideração somente a duração da sessão (De La Rosa, 2006). Entretanto, o volume do
treinamento de força compreende o número total de séries e repetições por sessão ou por
6
semana, como também o número de exercícios realizados (ACSM, 2002; KRAEMER e
RATAMESS, 2004). Segundo De La Rosa (2006) a intensidade do treinamento de força pode
ser definida por quilogrametro (1Kg levantado a 1 metro contra a resistência da gravidade),
juntamente com o volume e a densidade, resultando em um dos componentes mais
importantes do treinamento. Sendo assim, inicialmente uma das formas de se aumentar a
sobrecarga (intensidade) de uma sessão de treinamento de força é com o aumento do volume
de treino (KRAEMER e RATAMESS, 2004). Vale ressaltar que a intensidade ainda pode ser
classificada em absoluta (porcentagem de 1RM ou intensidade do peso) e relativa, que é o
produto da intensidade absoluta pelo volume total da sessão ou microciclo (De La Rosa,
2006). Além disso, também não se pode descartar a influência do tipo de exercício
(uniarticular vs. multiarticular) na intensidade do treino, haja visto, que exercícios
multiarticulares são considerado mais efetivos para o aumento da sobrecarga muscular devido
ao fato de ser mais adequado para a realização de movimentos com maior carga (peso – kg)
(BIRD e cols. 2005; ACSM, 2002 e 2009)
De fato, segundo BIRD e cols (2005) e HASS e cols (2001) existem muitas variáveis
que interferem diretamente na intensidade da sessão de treino dentre elas: número de séries e
repetições, intervalo entre as séries, tamanho dos grupos musculares utilizados e tipo de
exercícios, e por conseqüência podem exercer papel marcante na hemodinâmica da PA.
Assim, estudos foram publicados com intuito analisar a magnitude destas interferências. No
estudo realizado por FARINATTI e ASSIS (2000) foi observada maior cardiovascular em
exercícios com números maiores de repetições (carga baixa), quando comparados com menos
repetições (carga alta), corroborando assim, com as relações entre intensidade do peso e
intensidade do treino.
Vale destacar ainda o estudo realizado por GORDON e cols. (1995) que não
observaram nenhuma intercorrência cardiovascular após aplicação do teste de carga máxima
7
dinâmica (1RM) nos exercícios supino, leg press e extensão de joelhos em 6653 indivíduos
entre 20 e 69 anos, normotensos e hipertensos nível grau I. No entanto, vale ressaltar que o
ER com cargas elevadas aumenta a participação do componente isométrico durante o trabalho
muscular, o que contribui para a realização da manobra de Valsava. A manobra de Valsava é
caracterizada pela expiração forçada contra uma glote fechada e seta condição habitualmente
é percebida durante o ER com cargas elevada, como também no exercício isométrico
(MAcARDLE e cols., 1998; NEGRÃO e BARRETO, 2010). Nesta condição, o retorno
venoso é reduzido e a PA sobe bruscamente, podendo proporcionar vertigens e até mesmo
desmaios (MAcARDLE, 1998). É por esta razão que hipertensos deveriam abster-se de
realizar a contração muscular voluntária máxima além de exercícios com alta participação do
componente isométrico.
Além disso, a PA aumenta também devido à duração do exercício (número de
repetições), atingindo seu pico durante as últimas repetições e próximo a falha concêntrica. É
nessas condições que geralmente se observa o aumento do componente isométrico e a
realização da manobra de Valsalva (McDOUGALL e cols., 1985; LAMOTTE NISET e
BORNE, 2005; NERY e cols., 2010). Estas situações são contra-indicadas nos programas
destinados a hipertensos (FLECK e DEAN, 1987), pois nestas condições, podendo levar ao
rompimento de aneurismas (McCARTENEY, 1999).
O intervalo entre as séries também pode alterar a dinâmica da PA durante a realização
do ER. Este tempo varia muito entre os estudos, mesmo a PA baixando rapidamente após o
exercício e atingindo seus valores de repouso em aproximadamente em dez segundos
(McDOUGALL e cols., 1985), essa pode sofrer um efeito acumulativo caso o intervalo entre
as séries não seja suficiente para proporcionar uma recuperação efetiva (LAMOTTE, NISET e
BORNE, 2005). No estudo realizado por LAMOTTE e cols. (2005), com voluntários em
processo de reabilitação cardíaca e hipertensos, no qual foi respeitado um intervalo de um
8
minuto entre as séries e no estudo de POLITO e cols. (2004), que investigaram normotensos
frente ao ER com um intervalo de dois minutos entre as séries, o aumento gradual da PA foi
obsevado com o passar das séries. Dessa forma, intervalos mais longos entre as séries seriam
recomendados para os hipertensos (POLITO e FARINATTI, 2003; ACSM, 2000). Intervalos
mais longos favorecem uma recuperação física mais efetiva, evitando assim, o acúmulo de
fadiga e, consequentemente, aumento da carga relativa com o passar das séries. No entanto,
esse assunto é bastante controverso. Segundo KELLY e KELLY (2000) intervalos que variam
desde quinze a vinte segundos foram verificados em estudos científicos publicados.
Outro fator que influencia a resposta da PA é a massa muscular envolvida durante o
exercício. As alterações da PA para os ER são proporcionais a massa muscular envolvida e ao
esforço (WALLACE, 2003). Portanto, os exercícios que deveriam ser escolhidos para
pacientes com comprometimentos cardiovasculares devem abranger pequenos grupos
musculares, proporcionando assim, menores cargas pressóricas. De acordo com
McCARTNEY e cols. (1999) os maiores picos de pressão sistólica (PAS) e diastólica (PAD)
(PAS:320 mmHg e PAD:250 mmHg) ocorrem quando exercícios envolvendo grandes massas
musculares (leg press) são realizados. De fato, nesse estudo as respostas da PAS e PAD foram
significantemente maiores no leg press unilateral quando comparadas com a flexão do
cotovelo unilateral, independente da carga (80, 90, 95, e 100% da carga máxima dinâmica). Já
POLITO e cols. (2004) não observaram alterações significantes na resposta da PA durante a
realização da cadeira extensora unilateral e bilateral. Corroborando com estes achados,
D’ASSUNÇÃO e cols. (2007) também não observaram diferença significante na reposta
pressórica quando compararam o exercício rosca bíceps e cadeira extensora. Já MONTEIRO e
cols. (2008) verificaram respostas cardiovasculares sistematicamente maiores para as
execuções unilateral e alternada quando comparada a execução bilateral de extensão de
joelhos, principalmente em séries múltiplas. Apesar de ainda controverso na literatura, a
9
relação da resposta da PA com a massa muscular envolvida parece ser mais pronunciada
quando grupos musculares diferentes são recrutados (POLITO, ROSA e SCHARDON, 2004;
McARDLE, KATCH e KATCH, 1998).
Ainda vale ressaltar que o método utilizado (direto ou indireto) para a mensuração da
PA, como também a população (hipertenso e normotenso ou sedentário e treinado)
investigada nos estudos podem ter influenciado os resultados.
1.4 EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVÍDUOS COM HISTORICO FAMILIAR
POSITIVO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
São inúmeros os fatores que contribuem para a HAS dentre eles fatores ambientais e
genéticos (BOUTCHER, PARK e BOUTCHER, 2009). Segundo LILLIE e O’CONNOR
(2006) sujeitos com PA normal, no entanto, com histórico familiar positiva de hipertensão
(FH) podem apresentar patogenicidade e importantes alterações fisiológicas que incidem na
PA. Ao longo do tempo o histórico familiar é um grande fator independente para o
desenvolvimento da HAS (WANG e cols, 2008). Sujeitos sejam eles crianças ou adultos, com
um ou mais parentes de primeiro ou segundo grau, ambos os pais ou com um dos pais que
desenvolveu HAS antes do 55 anos, apresentam maiores riscos de desenvolver HAS
especialmente em sua fase adulta (WANG e cols, 2008; VALDEZ e cols, 2008; LIEB e cols,
2008; COSTA e cols. 2006). Sendo assim, a hereditariedade da HAS pode ser estimada em
aproximadamente 15 à 65% dos casos (WANG e cols, 2008; NORTON e cols. 2010).
Neste sentido, LOPES e cols. (2001) observaram que jovens FH seriam modelos muito
atrativos para detecção de modificações precoces e possíveis marcadores biológicos de HAS.
LIEB e cols. (2008) observaram maiores níveis circulantes de proteína C-reativa em FH
quando comparados com os FN, essa proteína é um marcador inflamatório e exerce parece
10
influenciar no desenvolvimento da HAS. Além disso, de acordo com LOPES e cols. (2001),
BOUTCHER e cols. (2009) e LILLIE e O’CONNOR (2006), LÉNÁRD e cols (2005), jovens
FH apresentam aumento da PA dentro da faixa de normalidade, dos níveis séricos de
catecolaminas, redução da resposta baroreflexa da FC, aumento da resistência vascular
periférica, enrijecimento da artéria carótida e sensibilidade anormal dos barorreceptores,
quando comparados a jovens filhos de normotensos (FN). Esses dados apontam para o
envolvimento precoce do sistema nervos autônomo (SNA) na gênese da HAS. Segundo
PERINI e cols. (1990), fatores psicossomáticos mediado pelo sistema nervoso simpático
podem ser diferentes em sujeitos normotensos filhos de hipertensos.
Além disso, alterações no controle cardiovascular foram observadas em associação
com anormalidades metabólicas e endócrinas (elevação do colesterol total, VLDL colesterol,
LDL colesterol e triglicérides, diminuição do HDL colesterol, e aumento da norepinefrina,
renina e insulina) (LOPES e cols., 1997; LOPES e cols., 2001; LOPES e cols., 2000).
Observações clínicas sugerem que indivíduos hipertensos ou com predisposição
genética para a HAS, respondem de forma mais acentuada ao estresse fisiológico (LILLIE e
O’CONNOR, 2006). Dados de nosso laboratório corroboram com estes achados. FRANCICA
(2008) avaliou as respostas cardiovasculares agudas frente ao teste de força máxima dinâmica
e isométrica bem como em sessões ER dinâmico e isométrico em jovens FH, os quais
apresentaram maior aumento da PAS tanto nos testes de força máxima quanto nas sessões de
ER quando comparados aos filhos de não hipertensos. Além disso, LOPES e cols. (2008)
observaram maiores valores de PA e atividade simpática em FH no repouso e maior resposta
simpática após o exercício isométrico com dinamômetro manual quando comparado a os FN
Mesmo havendo na literatura sugestões de programas e prescrições que levam em
consideração as particularidades e cuidados em hipertensos (KELLY e KELLY, 2000;
ACSM, 2000; AHA 2000), nenhum artigo reproduziu na íntegra uma sessão de treino em
11
filhos de hipertensos. A maioria dos pesquisadores se preocupou em analisar isoladamente as
variáveis que promovem alteração na PA, ou seja, número de séries, diferentes intensidades e
intervalos e grandes ou pequenos grupos musculares, em sujeitos normotensos, sem levar em
consideração a herança genética de hipertensão arterial desses sujeitos. Essas respostas
avaliadas são de suma importância para escolha do exercício, porém não refletem a realidade
de uma rotina de treinamento, que engloba todas essas variáveis ao mesmo tempo. Sendo
assim, ainda existe uma grande lacuna com relação ao programa de treinamento para
população geneticamente predisposta. Segundo WANG e cols. (2008) é de suma importância
o conhecimento do histórico familiar de hipertensão, com intui de se monitorar essa
população e individualizar os níveis de intervenção. Neste sentido a hipótese de nosso estudo
seria que o ER promoveria alterações autonômicas e cardiovasculares agudas e subagudas
diferentes em sujeitos fisicamente ativos FH quando comparados com sujeitos FN. Além
disso, a intensidade da sessão do ER também poderia influenciar na magnitude dessas
alterações.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do número de séries e da massa
muscular em uma sessão de musculação nas alterações cardiovasculares entre as séries e
durante uma hora e trinta minutos de recuperação em indivíduos normotensos fisicamente
ativos com histórico familiar positivo ou negativo de hipertensão arterial sistêmica.
12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos são:
comparar parâmetros cardiovasculares e autonômicos de indivíduos normotensos
fisicamente ativos com histórico familiar positivo ou negativo de hipertensão arterial
sistêmica em repouso;
avaliar a influência do número de séries e da massa muscular em uma sessão de
musculação nas repostas cardiovasculares entre as séries em indivíduos normotensos
fisicamente ativos com histórico familiar positivo ou negativo de hipertensão arterial
sistêmica;
avaliar a influência do número de séries e da massa muscular nas repostas
cardiovasculares e autonômicas no período de recuperação de uma sessão de
musculação em indivíduos normotensos fisicamente ativos com histórico familiar
positivo ou negativo de hipertensão arterial sistêmica.
3.MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 SUJEITOS E GRUPOS EXPERIMENTAIS
A amostra foi composta por 12 sujeitos filhos de hipertensos do sexo masculino e 10
sujeitos filhos de normotensos do sexo masculino, com idade média de 26,77 ± 6,26 anos e
com no mínimo seis meses de prática de musculação. Os voluntários foram selecionados
através de um questionário específico (Anexo A) e antes do preenchimento todos os
voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B e C). Para
serem considerados aptos a participarem da pesquisa, os sujeitos tiveram que atender aos
13
seguintes critérios de inclusão: idade variando entre 18 e 40 anos; pressão arterial (PA) abaixo
de 140/90 mmHg obtidas em duas ocasiões diferentes; não ser fumantes; IMC < 30 Kg/m2,
ser a mais de seis meses praticantes regular de musculação treinando com frequência mínima
de três vezes por semana. Os sujeitos filhos de hipertensos tinham adicionalmente um dos
pais com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica fazendo uso de tratamento
farmacológico.
Foram excluídos os sujeitos que apresentaram lesão, dor ou cirurgia ortopédica recente
em membros superiores ou inferiores, possuírem quaisquer outras patologias, como as de
ordem cardiológica, metabólica, neurológica ou reumatológica; ou forem participantes em
nível competitivo de qualquer modalidade esportiva (nível estadual ou nacional). O risco foi
considerado mínimo nos procedimentos adotados para a coleta dos dados neste estudo, tais
como, lesões osteomusculares decorrentes da realização do exercício, desconforto ao
responder o questionário e/ou nas medidas de pressão arterial e frequência cardíaca.
3.2 SEQUÊNCIA EXPERIMENTAL
Os voluntários após assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
participaram de um sorteio para organizar a ordem das sessões de treino e em seguida
participaram dos testes para a determinação das cargas de treino. Nos dias seguintes os
voluntários realizaram os protocolos na ordem sorteada, com intervalo mínimo de 48 horas
entre uma rotina e outra.
14
3.3 PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS E INTENSIDADE DE TREINO
No presente estudo a intensidade das rotinas de treino foram determinadas pela
combinação de algumas variáveis que fazem parte do componente da carga de treino de força
e quando combinadas exercem influencia direta na intensidade da sessão de treino (ACSM,
2002; HASS e cols, 2001; BIRD e cols, 2005; TAN, 1999) Sendo assim, a montagem dos
protocolos (rotinas) levou em consideração a combinação de alguns dos componentes de
carga do treinamento de força, com intuito de se criar quatro rotinas distintas no que diz
respeito a volume/intensidade.
Protocolos de treino
Rotina 1 = 2 séries com predominância de exercícios uniarticulares (grupos musculares
menores);
Rotina 2 = 2 séries com predominância de exercícios multiarticulares (grupos musculares
maiores);
Rotina 3 = 3 séries com predominância de exercícios uniarticulares (grupos musculares
menores);
Rotina 4 = 3 séries com predominância de exercícios multiarticulares (grupos musculares
maiores);
Adicionalmente os sujeitos foram submetidos a uma protocolo controle (rotina 5) na
qual ficaram em repouso durante o período de execução das séries, fazendo apenas a troca
entre os equipamentos durante o período da sessão.
Durante as sessões foi adotado um intervalo de um minuto entre as séries, dois minutos
entre cada exercício e de no mínimo 48 horas entre cada sessão.
15
Determinação da intensidade do peso (carga): Para isso os voluntários realizaram 10
repetições máximas (RM) para todos os exercícios da sessão com intervalo de um minuto
entre as séries e dois minutos entre cada exercício. A intensidade (RM) da carga de treino foi
estipulada acrescentando-se cargas progressivas até se alcançar uma carga que não permitisse
o voluntário realizar mais de 10 repetições. Além disso, os sujeitos deveriam perceber a
intensidade do exercício entre os níveis 9 e 10 (extremamente forte) de acordo com a escala
subjetiva de esforço para o treinamento de força (OMNI – RES, 2003) (Anexo D). Estas
estratégias substituíram o teste de carga máxima dinâmica (1RM) e a prescrição, utilizando
seus respectivos percentuais. Tal escolha ocorreu devido às limitações da utilização de um
determinado percentual para a prescrição do exercício, haja visto, que o mesmo percentual da
carga máxima dinâmica representa intensidades diferentes entre os grupos musculares
(SHIMANO e cols., 2006; MORATO e cols., 2008).
3.4 DESCRIÇÃO DAS ROTINAS DE TREINO
Rotina 1: Neste protocolo foram realizadas duas séries com predominância de exercícios
uniarticulares (exercícios que envolvem grupos musculares menores), tais como: abdominal,
peck deck, cadeira extensora, pull down, elevação lateral, crucifixo, rosca alternada, flexora
vertical, e tríceps pulley e os grupos musculares trabalhados foram abdômen, peito,
quadríceps, costas, deltoide, bíceps, isquiotibiais e tríceps braquial (Figura 1).
16
Figura 1. Exercícios realizados durante a rotina 1 e sua respectiva ordem de execução
3 – Peck deck
3 - Peck deck
2 - Abdominal
5 – Pull down
1 -Aquecimento:
cinco minutos de
caminhada na esteira
8 – Rosca alternada 9 - Flexora vertical
10 – Tríceps pulley
6 – Elevação lateral
7 – Crucifixo
3 – Peck Deck
4 – Cadeira extensora
17
Rotina 2: Neste protocolo foram realizadas duas séries com predominância de exercícios
multiarticulares (exercícios que envolvem grupos musculares maiores), tais como: abdominal,
supino reto, leg press, puxador frente, desenvolvimento, supino inclinado, rosca direta,
agachamento e tríceps pulley e os grupos musculares trabalhados foram abdômen, peito,
quadríceps, costas, deltoide, bíceps, isquiotibiais e tríceps braquial (Figura 2).
18
Figura 2. Exercícios realizados durante a rotina 2 e sua respectiva ordem de execução.
2 - Abdominal 1 -Aquecimento:
cinco minutos de
caminhada na esteira
4 – Leg press 5 – Puxador Frente 6 – Desenvolvimento
7– Supino inclinado 8 – Rosca direta 9– Agachamento
10 – Tríceps pulley
3 – Supino reto
19
Rotina 3: Neste protocolo foram realizadas três séries com predominância de exercícios
uniarticulares (exercícios que envolvem grupos musculares menores), tais como: abdominal,
peck deck, cadeira extensora, pull down, elevação lateral, crucifixo, rosca alternada, flexora
vertical, e tríceps pulley e os grupos musculares trabalhados foram abdômen, peito,
quadríceps, costas, deltoide, bíceps, isquiotibiais e tríceps braquial (Figura 1).
Rotina 4: Neste protocolo foram realizadas três séries com predominância de exercícios
multiarticulares (exercícios que envolvem grupos musculares maiores), tais como: abdominal,
supino reto, leg press, puxador frente, desenvolvimento, supino inclinado, rosca direta,
agachamento e tríceps pulley e os grupos musculares trabalhados foram abdômen, peito,
quadríceps, costas, deltoide, bíceps, isquiotibiais e tríceps braquial (Figura 2).
3.5 TESTES E AVALIAÇÕES
Massa corporal (kg): Os sujeitos ficaram em pé, descalços, com os braços ao logo do corpo
e com o mínimo de roupas possível. A massa corporal foi medida utilizando-se balança (G
Tech Glass), com precisão de 0,1 Kg.
Estatura (m): Os sujeitos ficaram de costas para a escala de mediada, em pé, descalços, com
os braços ao logo do corpo. Além disso, foram orientados a seguirem as orientações do plano
de Frankfurt no momento da medida realizada através de estadiômetro da marca WISO, com
precisão de 0,01 cm.
Índice de massa corporal – IMC (Kg/m²): Este foi calculado através da seguinte equação:
IMC (Kg/m²) = massa corporal (kg) / estatura(m)2.
Frequência cardíaca (FC, bpm): A frequência cardíaca foi mensurada através do
frequencímetro de marca Polar modelo S810.
20
Pressão arterial (PA, mmHg): As avaliações de PA foram realizadas com os sujeitos
sentados após 30 minutos de repouso e durante a recuperação. As medidas da PA durante as
rotinas foram realizadas imediatamente ao término de cada exercício (Figura 3). A PA foi
mensurada pelo método auscultatório, para este procedimento utilizou-se um
esfigmomanômetro aneróide da marca Becton, Dickinson (BD) e um estetoscópio da maca
Littman. Este é o método mais comum para verificar as medidas da PA. É um método de
caráter intermitente, ou seja, a verificação de uma nova medida requer que todo o
procedimento seja refeito (POLITO e FARINATTI, 2002). Sabe-se que aproximadamente dez
segundos após o esforço, são suficientes para que a PA volte a seus valores de repouso
(McDOUGALL e cols., 1985). Isso acaba comprometendo a utilização desse método para
avaliação das respostas da PA frente aos exercícios de força, haja visto, que o tempo médio
para a mensuração da PA por esse procedimento é de aproximadamente quarenta e cinco
segundos. Porém, a medida eventual da PA após um exercício é um método mais seguro e
eficiente de acompanhar a magnitude das alterações pressóricas (POLITO e FARINATTI,
2002). Além disso, diversos estudos tanto nacionais quanto internacionais que investigaram as
alterações da PA frente ao ER fizeram o uso deste equipamento (FISHER, 2001; FORJAZ e
TINUCCI, 2000; POLITO e cols., 2004; MELO e cols., 2010; COSTA e cols., 2010).
REP AQ E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 RE
MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA MPA
Figura 3. Dinâmica das avaliações cardiovasculares. REP: repouso (após 30 minutos); AQ:
aquecimento; E: exercício; REC: Recuperação (de 15 em 15 minutos até 90 minutos); MPA:
medida da PA
Ao final do aquecimento e imediatamente após cada exercício
21
Duplo Produto (DP, mmHg x bpm): O duplo produto é o método mais indicado para avaliar
a intensidade do exercício de força (ACSM, 2000). O DP expressa o nível de trabalho do
músculo cardíaco (Terra e cols, 2008). O mesmo foi determinado através da seguinte equação:
DP (mmHg X bpm) = (FC * PAS)
FC (bpm )= Frequência cardíaca
PAS (mmHg) = Pressão arterial sistólica
Hipotensão pós exercício (HPE): para avaliar a HPE foram realizadas mensurações de
quinze em quinze minutos da PA após sessão durante 90 minutos.
Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC): O conhecimento de que existem flutuações
da frequência cardíaca, ou seja, oscilações entre um ponto R e o outro no eletrocardiograma, e
estas refletem na interação do sistema nervoso simpático e parassimpático, fornece uma opção
para o estudo do sistema nervoso autônomo, a partir da VFC (RIBEIRO e MORAES, 2005;
LOPOES e cols., 2009). De forma geral, a VFC representa as oscilações entre os batimentos
cardíacos consecutivos (intervalos R-R) e alterações nesses padrões fornecem um indicador
sensível e antecipado de comprometimento na saúde, ou seja, reduções na VFC cardíaca estão
associados a diversas patologias dentre elas a HAS e a morte prematura (VANDERLEI E
cols., 2009; LOPES e cols., 2009). Existem vários métodos disponíveis para avaliar a VFC, os
realizados no domínio da frequência (análise espectral) ou no domínio do tempo e ambos
possibilitam a identificação de diversos índices que são calculados utilizando apenas os
intervalos R-R normais (RIBEIRO e MORAES, 2005).
O registro do intervalo R-R (ms) foi realizado através da utilização de um
frequencímetro da marca Polar modelo S810. Nesse monitor de FC, o cinto transmissor
detecta o sinal eletrocardiográfico batimento-a-batimento e o transmite através de uma onda
eletromagnética para o receptor de pulso Polar, onde essa informação é digitalizada, exibida e
arquivada. Esse sistema detecta a despolarização ventricular, correspondente a onda R do
22
eletrocardiograma, com uma frequência de amostragem de 500 Hz e uma resolução temporal
de 1 ms (RUHA e cols., 1997) e foi validado previamente contra eletrocardiografia padrão por
Holter (LOIMAALA e cols., 1999). Em seguida os arquivos de registro foram transferidos
para o Polar Precision Performance Software através da Interface Infrared, ou IrDA, que
permite a troca bidirecional de dados de exercício com um microcomputador para posterior
análise da variabilidade do intervalo de pulso cardíaco nas diferentes situações registradas
(Figura 4).
Figura 4. Registro da frequência cardíaca obtido através do Polar modelo S810 em um sujeito
avaliado durante os 15 minutos de repouso.
As variâncias das séries de R-R foram avaliadas no domínio do tempo e no domínio da
frequência (Malliani et al., 1991). Após aquisição e armazenamento dos dados no
computador, os intervalos R-R provenientes do frequencímetro foram convertidos e
armazenados em arquivos Excel e o mesmo foi verificado visualmente para identificar e/ou
corrigir alguma marcação incorreta. Em seguida foi gerado a série temporal do sinal a ser
estudado, no caso, o intervalo de RR cardíaco (tacograma). Os dados foram analisados e
tabelados através do programa MATLAB no formato da transformada rápida de Fourier
23
(FFT). Após esse remodelamento matemático, foram obtidas as potências absolutas nas
respectivas bandas de frequências pré-determinadas: muito baixa frequência (MBF, < 0,04
Hz), baixa frequência (BF, 0,04-0,15 Hz) e alta frequência (AF, 0,15-0,4 Hz). Os dados foram
expressos em valores absolutos e em unidades normalizadas. O componente BF é usado como
um índice de modulação simpática. O componente AF é usado como um índice de modulação
parassimpática. A relação BF/AF indica o balanço simpato-vagal. A detecção dos intervalos
R-R obtida do frequencímetro seguiu os mesmos critérios descritos anteriormente para a
montagem das séries temporais da variabilidade no domínio da frequência. Para esse estudo a
variância total será utilizada como índice no domínio do tempo (ISHISE et al.,1998; SOARES
et al., 2004).
Foram analisados 2 a 3 trechos de 510 pontos de cada sujeito em cada tempo avaliado
do repouso ou da recuperação.
4. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados são apresentados na forma de média ± erro padrão da média. Para
análise estatística foi utilizado o teste t de Student e a ANOVA multivariada para medidas
repetidas seguido do post hoc de Student Newman Keuls. O nível de significância adotado
será de 5%.
24
5. RESULTADOS
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Na Tabela 1 pode-se observar similaridade entre os grupos de FN e FH para a idade,
massa corporal, estatura e índice de massa corporal (IMC).
Além disto, observou-se similaridade entre os grupos no tempo de prática de
musculação e no número de vezes por semana que os sujeitos realizavam treinamento
(Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização da amostra dos grupos de filhos de normotenso (FN) e filhos de
hipertensos (FH)
FN FH
Voluntários (n) 10 12
Idade (anos) 26,1 ± 1,46 27,3 ± 2,17
Estatura (m) 1,75 ± 0,02 1,74 ± 0,02
Massa corporal (Kg) 81,4 ± 3,89 76,0 ± 2,7
IMC (kg/m²) 26,39 ± 0,91 25,1 ± 0,58
Pratica de musculação (meses) 38,4 ± 10,8 41,3 ± 11,7
Frequência de treino semanal 4,0 ± 0,32 3,5 ± 0,21
Valores representam média ± erro padrão. Índice de massa corporal (IMC).
25
5.2 AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES EM REPOUSO
Os grupos de FN e FH não apresentam diferença significante para os parâmetros
cardiovasculares (FC, PAS, PAD e DP) no repouso (Tabela 2, Figura 5 e 6).
Tabela 2. Parâmetros cardiovasculares dos grupos de filhos de normotenso (FN) e filhos de
hipertensos (FH) no repouso.
FN FH
Pressão arterial sistólica (mmHg) 118,6 ± 0,55 118,1 ± 0,85
Pressão arterial diastólica (mmHg) 72,5 ± 1,04 68,6 ± 0,83
Frequência cardíaca (bpm) 74,9 ± 1,21 74,1 ± 1,13
Duplo produto (mmHg X bpm) 8883 ± 152 8751 ± 149
Valores representam média ± erro padrão.
Figura 5. Pressão arterial sistólica (PAS) em filhos de normotensos (FN) e filhos de
hipertensos (FH) em repouso.
26
Figura 6. Pressão arterial diastólica (PAD) em filhos de normotensos (FN) e filhos de
hipertensos (FH) em repouso.
5.3 AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM
REPOUSO
As Tabelas 3 e 4 e a Figura 7 demonstram similaridade para os valores de
variabilidade da frenquência cardíaca no repouso para os domínios do tempo. No entanto,
quando comparado os valores obtidos no domínio da frequência (Tabela 4 e Figura 7), apesar
de não haver diferença nas bandas de BF e AF normalizadas entre os grupos, observou-se que
grupo de filhos de hipertensos (FH) apresentou maior balanço simpato-vagal (BF/HF) que o
grupo de filhos de normotensos (FN).
27
Tabela 3. Variabilidade da frequência cardíaca analisada no domínio do tempo em filhos
de normotensos (FN) e filhos de hipertensos (FH) em repouso.
FN FH
IP (ms) 831 ± 10,1 840 ± 8,57
DP (ms) 78,5 ± 1,92 76,3 ± 1,19
VAR (ms²) 6133 ± 316 6373 ± 226
Valores representam média ± erro padrão. Intervalo de pulso (IP), desvio padrão da média
(DP), variância (VAR) do intervalo de pulso.
Tabela 4. Variabilidade da frequência cardíaca analisadas no domínio da frequência em
filhos de normotensos (FN) e filhos de hipertensos (FH) em repouso.
FN FH
%BF (n.u) 67,8 ± 0,50 70,2 ± 0,31
%AF (n.u) 32,1 ± 0,50 29,7 ± 0,31
BF/AF 2,38 ± 0,07 2,89 ± 0,15*
Valores representam média ± erro padrão. Banda de baixa frequência normalizada (%BF),
banda de alta frequência normalizada (%AF) e o balanço simpato-vagal (BF/AF).*
p<0.05 vs FN.
28
Figura 7. Balanço simpato vagal (BF/HF) em repouso nos grupos de filhos de normotensos
(FN) e filhos de hipertensos (FH).* p<0.05 vs FN.
5.4. AJUSTES CARDIOVASCULARES DURANTE O EXERCÍCIO RESISTIDO
Os resultados das Figuras 8, 9, 10 e 11 não demonstram diferença significante para os
valores de pressão arterial sistólica (PAS) ou pressão arterial diastólica (PAD) mensurada
imediatamente após a última série de cada exercício durante as rotinas 1 (Figura 8), 2 (Figura
9), 3 (Figura 10) e 4 (Figura 11) entre os filhos de normotensos (FN) e hipertensos (FH).
29
Figura 8. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 1.
Figura 9. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 2.
30
Figura 10. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 3.
Figura 11. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) imediatamente
após a última série de cada exercício em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos
(FH) durante a rotina 4.
31
De acordo com a Figura 12, a média da PAS durante as rotinas 1, 2, 3, e 4 foi maior
quando comparado com a sessão controle (rotina 5). No entanto, esses valores não
apresentaram diferença significante entre as rotinas e entre os grupos de FN e FH.
Figura 12. Média da PAS durante as rotinas 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH). ‡ p<0,05 vs R5 - FH; † p<0,05 vs R5 – FN.
De acordo com a Figura 13 os valores da média da PAD não apresentou diferença
significante entre os grupos FN e FH e nem entre as rotinas avaliadas.
32
Figura 13. Média da PAD durante a rotina 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH).
De acordo com a Figura 14, o pico de PAS foi maior durante as rotinas 1, 2, 3, e 4
quando comparado a sessão controle (rotina 5). No entanto, esses valores não apresentaram
diferença significante entre as rotinas e os grupos de FN e FH.
33
Figura 14. Pico de PAS durante a rotina 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de
normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH). ‡ p<0.01 vs R5 - FH; † p<0.01 vs R5 – FN.
A Figura 15 representa as alterações da FC durante as rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4
(D). De acordo com os resultados não foi observado diferença significante entre as rotinas e
entre os grupos de FN e FH.
34
Figura 15. Alteração da frequência cardíca durante as rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4 (D) em
filhos de normotenos (FN) e filhos de hipertensos (FH).
35
A Figura 16 apresenta as aterações da frequência cardíca (bpm) média durante as
rotinas 1,2,3,4 e 5 (controle) em filhos de hipertenos (FH) e filhos de normotenos (FN). De
acordo com os resultados a FC se elevou de forma significante em todos as rotinas quando
comparadas com a sessão controle (R5), no entanto, não foi observado diferença entre as
rotinas e entre os grupos FN e FH.
Figura 16. Média da FC durante as rotinas 1, 2, 3, 4 e 5 (controle) em filhos de normotenos
(FH) e filhos de hipertensos (FH). † p<0.01 vs R5 (controle) FN; ‡ p<0.01 vs R5 (controle)
FH.
A Figura 17 apresenta as alterações de duplo produto (DP) durante as rotinas 1 (A), 2
(B), 3 (C) e 4 (D). De acordo com os resultados não foi observada diferença significante entre
as roninas e entre os grupos de FN e FH.
36
Figura 17. Alteração do duplo produto (DP) durante as rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4 (D) em
filhos de normotenos (FN) e filhos de hipertensos (FH).
37
Os resultados da Figura 18 demonstram aumento significante do duplo produto (DP)
médio em todas as rotinas quando comparadas a rotina controle (R5), tanto em filhos de
normotensos (FN) quanto em filhos de hipertensos (FH). Além disso, os FH apresentaram um
maior DP médio na R4 quando comparado a R1.
Figura 18. Duplo produto (DP) médio durante a sessão controle (C) e durante as rotinas 1
(R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) em filhos de normotenos (FH) e filhos de hipertensos (FH). †
p<0,05 vs R5 FN;; ‡ p<0,05 vs R5 FH; * p<0,05 vs. R1.
38
5.5. RESPOSTAS CARDIOVASCULARES DURANTE A RECUPERAÇÃO
A Tabela 5 e a Figura 19 demonstram redução da PAS a partir de 60 minutos de
recuperação para ambos os grupos (FH e FN) e em todas as rotinas, com exceção da R1 que
promoveu queda significante da PAS somente para o grupo de FH neste mesmo momento
(Figura 19A). No entanto, após 90 minutos de recuperação a hipotensão permaneceu para
todas as rotinas e o mesmo também foi evidenciado no grupo FN na R1 (Figura 19A, B, C e
D).
39
Tabela 5. Alterações da pressão arterial sistólica (PAS) pós exercício resistido em filhos
de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
15' 30' 60' 90'
Controle FN 118,6 ± 1,57 113,8 ± 1,8 115,6 ± 2,52 114,4±1,78 116,6± 1,33
FH 116,8 ± 1,58 113,2 ± 1,83 111,5 ± 2,03 112,8±2,16 113,7± 2,02
Rotina 1 FN 120,0 ± 1,2 120,6 ± 1,7 117,4 ± 1,7 114,8 ± 1,3 112,8 ±1,7†
FH 117,8 ± 1,8 117,2 ± 2,9 112,0 ± 1,8 109,8 ±1,8‡ 109,7± 2,6‡
Rotina 2 FN 116,6 ± 1,3 116,22 ± 1,3 114,7 ± 1,2 108,4±1,5† 106,6± 1,5†
FH 118,7 ± 1,8 123,0 ± 1,9
112,8 ± 2,1 107,7±1,6‡ 106,2± 1,7‡
Rotina 3 FN 119,4 ± 0,9 120,9 ± 2,2 115,3 ± 1,2 111,8±1,8† 110,2± 2,1†
FH 116,2 ± 1,8 117,3 ± 1,9 112,7 ± 2,0 110,7±2,6‡ 109,7 ± 3,3‡
Rotina 4 FN 118,4 ± 1,1 119,0 ± 1,4 115,6 ± 1,3 110,0±2,7† 109,2 ± 2,7†
FH 121,2 ± 2,4 119,2 ± 1,4 114,9 ± 1,1 110,3± 1,4‡ 106,7 ± 2,4‡
Valores representam média ± erro padrão. † p<0,05 vs repouso; ‡ p<0,05 vs repouso.
40
Figura 19. Alteração da pressão arterial sistólica (PAS) durante os 90 minutos de recuperação
em filhos de normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05
vs repouso FH.
41
A análise do delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) demonstrou que somente os FH
apresentaram maiores valores aos 15 min de recuperação em relação ao seu respectivo
repouso na rotina 2 (Figura 21). Durante a recuperação das rotinas 1 e 2 houve hipotensão aos
60 minutos do período de recuperação somente no grupo FH (Figuras 20 e 21). Nas rotinas 3
e 4 foram observadas reduções do ΔPAS aos 60 minutos de recuperação em ambos os grupos
em relação ao repouso. No entanto, após 90 minutos de recuperação esse efeito hipotensor foi
observado em todas as rotinas e em ambos os grupos (Figuras 20, 21, 22 e 23 e Anexo E –
Tabela 12).
Além disso, quando comparado os valores do ΔPAS durante os tempos de recuperação
das rotinas e os respectivos momentos da sessão controle (R5), somente após 90 minutos das
rotinas 2 e 4 (2 e 3 séries de exercícios multiarticulares, respectivamente) foram observadas
diferenças significantes em relação ao mesmo tempo da sessão controle (Figuras 21 e 23)
para ambos os grupos.
42
Figura 20. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 1 (R1) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e CFH).
43
Figura 21. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 2 (R2) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH; * p<0,05 vs R5 (rotina controle) em 90’. Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
44
Figura 22. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 3 (R3) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e CFH).
45
Figura 23. Delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós rotina 4 (R4) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH; * p<0,05 vs R5 (rotina controle) em 90’. Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
A Figura 24 demonstra maiores reduções de ΔPAS entre as rotinas 2 e 4 (2 e 3 séries de
exercício multiarticulares, respectivamente) no grupo FH (Figura 24A) quando comparado as
rotinas 1 e 3 (2 e 3 séries de exercícios uniarticulares, respectivamente). Esses resultados não
foram observados no grupo FN (Figura 24B).
46
Figura 24. Comparação do delta da pressão arterial sistólica (ΔPAS) pós treino entre as
rotinas 1 (R1), 2 (R2), 3 (R3) e 4 (R4) no grupo FH (A) e no grupo FN (B). * p<0,05 vs. R1 e
R3 em 90’ de recuperação.
47
A Tabela 6 demonstra que a pressão arterial diastólica (PAD) não sofreu alterações
significantes quando comparada aos valores de repouso e a sessão controle durante os 90
minutos de recuperação em nenhuma das rotinas e para nenhum dos grupos avaliados.
Tabela 6. Alterações da pressão arterial diastólica (PAD) pós exercício resistido em
filhos de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
15' 30' 60' 90'
Controle FN 71,9 ± 2,41 73,3 ± 2,48 73,1 ± 2,26 76,8±1,41 75,5 ± 1,63
FH 68,1 ± 1,69 69,2 ± 1,88 70,1 ± 2,04 69,6±1,78 71,16± 1,71
Rotina 1 FN 75,3 ± 2,0 71,8 ± 2,2 71,8 ± 2,2 72,0 ± 1,8 73,6 ± 1,6
FH 67,8 ± 1,8 68,0 ± 1,7 66,8 ± 1,9 69,8 ± 1,9 69,8 ± 1,8
Rotina 2 FN 71,0 ± 1,8 69,2 ± 3,3 72,0 ± 2,3 68,0 ± 2,7 70,8 ± 1,8
FH 69,3 ± 2,1 69,8 ± 2,2 66,7 ± 2,3 70,0 ± 2,0 69,3 ± 2,0
Rotina 3 FN 73,8 ± 2,2 74,0 ± 2,1 71,4 ± 2,9 71,8 ± 2,8 74,8 ± 2,2
FH 68,8 ± 2,7 66,3 ± 2,7 68,3 ± 2,8 66,7 ± 1,8 69,3 ± 2,9
Rotina 4 FN 72,0 ± 2,9 72,0 ± 3,2 71,4 ± 3,7 68,8 ± 3,0 74,0 ± 2,6
FH 69,3 ± 1,9 67,8 ± 1,7 67,3 ± 1,7 65,2 ± 2,6 70,0 ± 2,4
Valores representam média ± erro padrão.
48
As Figuras 25, 26, 27 e 28 e Anexo F – Tabela 13 não evidenciam diferenças entre os
grupos, entre as rotinas ou nos diferentes tempos de recuperação com relação ao delta da
PAD.
Figura 25. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 1 (R1) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
49
Figura 26. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 2 (R2) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
Figura 27. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD) pós rotina 3 (R3) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
50
Figura 28. Delta da pressão arterial diastólica (ΔPAD), pós rotina 4 (R4) em filhos de
normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH). Linhas tracejadas representam as sessões
controle (CFN e CFH).
A Tabela 7 apresentam os valores absolutos e a Figura 29 os deltas da frequência cardíaca
(bpm) durante os 90 minutos de recuperação após as sessões de exercício resistido (R1, R2,
R3, R4 e R5). Pode-se observar taquicardia durante os 30 minutos iniciais para os filhos de
hipertenso ou de normotensos (Tabela 7). Além disso, a FC se mostrou mais elevada na rotina
4 no grupo FN quando comparada com a rotina 1 para o mesmo grupo e nas mesmas
condições.
51
Tabela 7. Alterações da frequencia cardíaca (FC) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
15' 30' 60' 90'
Controle FN 76,5 ± 3,08 71,1 ± 2,45 70,9 ± 2,67 67,6±3,30 68,1 ± 3,38
FH 72,3 ± 2,03 68,3 ± 3,06 67,0 ± 2,85 65,1±2,61 66,6 ± 2,85
Rotina 1 FN 73,3 ± 2,4 88,9 ± 4,1† 84,9 ± 3,7† 78,3 ± 3,2 74,2 ± 2,3
FH 73,0 ± 2,6 90,2 ± 2,9‡ 84,0 ± 2,1‡ 77,4 ± 2,6 75,7 ± 3,1
Rotina 2 FN 74,7 ± 3,3 97,3 ± 5,2† 92,6 ± 3,9† 83,4 ± 3,7 76,6 ± 3,7
FH 74,0 ± 2,8 91,3 ± 2,3‡ 86,8 ± 2,3‡ 82,8 ± 3,4 75,9 ± 3,7
Rotina 3 FN 74,6 ± 2,3 93,4 ± 3,2† 87,2 ± 3,8† 82,0 ± 3,2 75,1 ± 3,0
FH 74,8 ± 3,5 91,7 ± 2,9‡ 85,3 ± 3,2‡ 79,4 ± 3,0 76,7 ± 3,2
Rotina 4 FN 75,3 ± 2,9 98,4± 3,8†* 91,2 ± 4,3† 80,4 ± 3,2 79,6 ± 3,3
FH 77,1 ± 2,5 93,9 ± 3,4‡ 90,3 ± 3,1‡ 83,3 ± 2,7 76,7 ± 3,5
Valores representam média ± erro padrão. †p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs
repouso FH; *p<0,05 vs. R5 no mesmo tempo de recuperação.
52
Quando analisados os valores de delta do FC (Figura 29 e Anexo G – Tabela 14) )
foram observados valores mais elevados de FC em relação ao repouso até os 15 min na rotina
1 e 3, até os 30 min nas rotinas 2 e 4 nos FN. No entanto para o grupo FH os valores foram
mais elevados até os 30 min em todas as rotinas em relação ao repouso. Quando comparadas
as respostas do delta de FC em relação a rotina controle, o grupo FN demonstrou valores mais
elevados até os 15 minutos de recuperação da R1 (Figura 29 A), até os 60 minutos de
recuperação da R2 e R3 (Figura 29 B e C) e até os 90 minutos de recuperação da R4 (Figura
29 D). Já no grupo FH observou-se valores mais elevados de FC quando comparado aos
valores da sessão controle (R5) até os 60 minutos para todas as rotinas (Figura 25 A, B, C, e
D).
53
Figura 29. Delta da frequência cardíaca (ΔFC) durante os 90 minutos de recuperação pós
rotinas 1 (A), 2 (B), 3 (C) e 4 (D) em filhos de normotensos (FN) e filhos de hipertenso (FH).
Δ
Δ
Δ
Δ
54
† p<0,05 vs basal FN; ‡ p<0,05 vs basal FH; * p<0,05 vs R5 no mesmo tempo de
recuperação. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e CFH).
A Tabela 8 demonstra as alterações do duplo (DP) durante o período de recuperação.
Os resultados indicam uma elevação significante do DP após 15 minutos de recuperação
quando comparado ao repouso em todas as rotinas e em ambos os grupos (FN e FH). No
entanto, esses resultados só se repetiram após 30 minutos de recuperação para o grupo FN
durante as R2 e R4.
55
Tabela 8. Alterações do duplo produto (DP) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
15' 30' 60' 90'
Controle FN 9071 ± 379 8092 ± 306 8217 ± 415 7716 ± 354 7930 ± 384
FH 8398 ± 220 7713 ± 348 7479 ± 338 7347 ± 316 7551 ± 381
Rotina 1 FN 8803 ± 328 10683 ±423† 9962 ± 440 8964 ± 311 8364 ±2678
FH 8538 ± 308 10598± 500‡ 9417 ± 306 8492 ± 297 8313 ± 424
Rotina 2 FN 8724 ± 426 11428± 561† 10693±432† 9114 ± 309 8139 ± 360
FH 8785 ± 376 11238± 342‡ 9807 ± 365 89222±411 8035 ± 378
Rotina 3 FN 8908 ± 284 11281± 416† 10107 ± 433 9148 ± 329 8310,4±217
FH 8697 ± 453 10887± 434‡ 97287 ± 421 8802 ± 447 8405 ± 443
Rotina 4 FN 8910 ± 337 11693± 424† 10516±432† 8685 ± 231 8637 ± 261
FH 9341 ± 353 11189± 427‡ 10487± 406 9206 ± 353 8204 ± 449
Valores representam média ± erro padrão. Duplo produto (DP).† p<0,05 vs. repouso
N; ‡ p<0,05 vs repouso FH.
56
As Figuras 30, 31, 32 e 33 e Anexo H – Tabela 15 demonstram as alterações do delta
do DP (ΔDP). De acordo com os resultados os valores do ΔDP se elevaram de forma
significante após todas às rotinas em ambos os grupos (FN e FH) até os 15 minutos de
recuperação. Após a rotina 2 no grupo FN esse valor permaneceu elevado até os 30 minutos
de recuperação. Além disso, quando comparado com a sessão controle os valores do ΔDP
permanecem elevados de forma significante em todas as rotinas em ambos os grupos (FN e
FH) até os 30 minutos.
Figura 30. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 1 (R1) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; * p<0,05 vs R5
no mesmo tempo de recuperação. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e
CFH).
Δ
57
Figura 31. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 2 (R2) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; * p<0,05 vs R5
no mesmo tempo de recuperação. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e
CFH).
Δ
58
Figura 32. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 3 (R3) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; * p<0,05 vs R5
no mesmo tempo de recuperação. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e
CFH).
Δ
59
Figura 33. Delta do duplo produto (ΔDP), pós rotina 4 (R4) em filhos de normotensos (FN) e
filhos de hipertenso (FH). † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; * p<0,05 vs R5
no mesmo tempo de recuperação. Linhas tracejadas representam as sessões controle (CFN e
CFH).
5.6. RESPOSTAS AUTONÔMICAS DURANTE A RECUPERAÇÃO
Os resultados da Tabela 9 demonstram reduções significantes do desvio padrão da
média (DPM) após 3 à 15 minutos de recuperação na rotinas 1, 2, 3 e 4 para o grupo FN,
perdurando até 15 à 30 minutos de recuperação somente pós rotina 4. Além disso, os valores
de DP foram reduzidos após todo o tempo da recuperação em todas as rotinas quando
comparado com a sessão controle (R5) no grupo FN. Os filhos de hipertensos (FH)
apresentaram reduções significantes para o desvio padrão da média (DPM) após 3 à 15
minutos de recuperação para as rotinas 1 e 3, já as rotinas 2 e 4 geraram reduções do DPM até
15 à 30 minutos de recuperação. Além disso, os valores de DPM permaneceram reduzidos até
Δ
60
60 minutos de recuperação pós rotina 1,2 e 3 e até os 90 minutos de recuperação pós rotina 4,
quando comparado com a sessão controle (R5) no grupo FH.
Os valores de variância do intervalo de pulso (VAR) não se alteraram de forma significante
em nenhum momento e em nenhum dos grupos (FN e FH) quando comparado com os valores
de repouso. No entanto, os valores de variância (VAR) para o grupo FN reduziram
significantemente após todas as rotinas e durante todo o período de recuperação quando
comparado a sessão controle (R5). Quando analisados os valores de VAR para o grupo FH
nota-se reduções significantes até 45 á 60 minutos de recuperação pós rotinas 1 e 3 e essas
alterações perduram até 75 a 90 minutos de recuperação pós rotinas 2 e 4 quando comparadas
com a sessão controle (R5).
61
Tabela 9. Alterações da variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo pós
exercício resistido em filhos de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
3 à 15min 15 à 30min 45 à 60min 75 à 90min
Controle FN DP (ms) 72,3 ± 4,88 103 ± 10,5 119 ± 15,3 129 ± 12,8 128 ± 12,2
VAR(ms²) 5622 ± 683 11885± 2358 16033 ± 3977 19018± 4119 18450± 3274
FH DP (ms) 78,3 ± 5,30 90,9 ± 7,54 113 ± 8,11 111 ± 8,47 115,7 ± 10,5
VAR(ms²) 6605 ± 770 9210 ± 1359 14510 ± 1576 14358± 1518 14643 ± 2239
Rotina 1 FN DP (ms) 76,6 ± 6,18 40,0 ± 6,30†* 52,0 ± 8,48* 79,3 ± 10,4* 78,4 ± 9,97*
VAR(ms²) 6289 ± 949 2005 ± 577* 3383 ± 922* 7272± 18,85* 6959 ± 1833*
FH DP (ms) 75,3 ± 5,23 45,2 ± 3,42‡* 54,8 ± 4,45* 77,8 ± 7,62* 92,4 ± 7,97
VAR(ms²) 5708 ±739 1775 ± 183* 2954 ± 398* 6416 ± 1110* 9844 ± 1826
Rotina 2 FN DP (ms) 74,0 ± 6,99 38,9 ± 7,91†* 49,4 ± 7,06* 71,5 ± 9,66* 84,6 ± 12,5*
VAR(ms²) 5944±1039 2095 ± 746* 2887 ± 797* 5910 ± 1425* 8502 ± 2433*
FH DP (ms) 73,8 ± 5,25 41,1 ± 5,21‡* 48,6 ± 4,57‡* 71,3 ± 8,44* 82,0 ± 7,42
VAR(ms²) 6137 ± 990 1884 ± 407* 2595 ± 306* 6189 ± 1304* 9364 ± 2424*
Rotina 3 FN DP (ms) 84,3 ± 5,18 39,7 ± 8,32†* 50,0 ± 7,62* 68,7 ± 8,32* 79,6 ± 9,45*
VAR(ms²) 6485 ± 479 2153 ± 733* 2999 ± 720* 5375 ± 1038* 7110 ± 1495*
FH DP (ms) 75,9 ± 3,64 39,4 ± 3,24‡* 55,8 ± 3,30* 76,6 ± 5,31* 92,0 ± 6,65
VAR(ms²) 6748 ± 739 1707 ± 257* 3033 ± 297* 6990 ± 526* 8102 ± 918
Rotina 4 FN DP (ms) 85,3 ± 8,22 29,0 ± 3,46†* 44,5 ± 5,78†* 58,8 ± 8,02* 71,0 ± 8,33*
VAR(ms²) 6325 ± 709 1028 ± 193* 2235 ± 485* 4089 ± 893* 5704 ± 1272*
FH DP (ms) 78,4 ± 3,64 33,2 ± 3,24‡* 113,1± 8,11‡* 66,3 ± 5,31* 80,8 ± 6,65*
VAR(ms²) 6668 ± 739 1241 ± 257* 14510 ± 1576* 4250 ± 526* 6371 ± 918*
Valores representam média ± erro padrão. Desvio padrão da média (DP) e variância (VAR).
62
Os resultados da Tabela 10 demonstram aumento dos valores da banda de baixa
frequência normalizada (%BF) para o grupo FN até 15 à 30 minutos de recuperação em todas
as rotinas quando comparado com os valores de repouso. Resultados semelhantes são
observados quando se compara a recuperação da rotina 1 com os respectivos tempos da sessão
controle (rotina 5). No entanto, as sessões 2, 3 e 4 geraram aumento do %BF até 30 à 45
minutos de recuperação em relação a sessão controle. Para o grupo FH os valores de %BF
aumentaram até 3 à 15 minutos de recuperação pós rotina 1 e até 15 à 30 minutos de
recuperação pós rotinas 2 e 4 quando comparado com os valores de repouso. Para este mesmo
grupo a rotina 3 não gerou alterações significantes em nenhum momento da recuperação. No
entanto, quando se comparou os valores de recuperação das rotinas e seus respectivos tempos
na sessão controle, observou-se que a rotina 1 gerou aumento do %BF até 3 á 15 minutos de
recuperação, as rotinas 2 e 3 até 15 à 30 minutos de recuperação e a rotina 4 até 30 à 45
minutos de recuperação.
Para os valores da banda de alta frequência normalizada (%AF) os resultados indicam
redução dos valores %AF para o grupo FN até 15 à 30 minutos de recuperação em todo as
rotinas quando comparado com os valores de repouso. No entanto, quando os valores de
recuperação do grupo FN foram comparados com os respectivos valores da sessão controle,
notou-se que os valores de %AF permanecem reduzidos até os tempos de 15 à 30 minutos pós
rotina 1 e até 45 à 60 minutos pós rotinas 2 ,3 e 4. Para o grupo FH os valores de %AF
apresentaram reduções entre 3 à 15 minutos de recuperação pós rotina 1 e 2 e até 15 à 30
minutos de recuperação pós rotinas 4 quando comparado com os valores de repouso. Para este
†p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; *p<0,05 vs. R5 no mesmo tempo de
recuperação.
63
mesmo grupo a rotina 3 não gerou alterações significantes em nenhum momento da
recuperação. Quando os valores de recuperação do grupo FH foram comparados com os
respectivos valores da sessão controle, notou-se que os valores de %AF permanecem
reduzidos até os tempos de 15 à 30 minutos pós rotina 1 e 2, de 3 à 15 minutos pós rotina 3 e
45 à 60 minutos pós rotina 4.
64
Tabela 10. Alterações da variabilidade da frequência cardíaca no domínio da frequência pós
exercício resistido em filhos de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
3 à 15min 15 à 30min 45 à 60min 75 à 90min
Controle FN %BF (n.u) 68,4 ± 2,84 64,9 ± 2,79 62,9 ± 2,60 60,9 ± 3,60 65,2 ± 3,30
%AF (n.u) 31,5 ± 2,84 35,0 ± 2,79 37,0 ± 2,60 39,0 ± 3,60 34,7 ± 3,30
FH %BF (n.u) 70,2 ± 2,97 67,3 ± 2,34 62,0± 3,25 66,2 ± 2,41 65,3 ± 3,22
%AF (n.u) 29,7 ± 2,97 32,6 ± 2,34 37,9 ± 3,25 33,7 ± 2,41 34,6 ± 3,22
Rotina 1 FN %BF (n.u) 66,5 ± 2,90 82,3 ± 2,64†* 79,0 ± 3,15†* 73,5 ± 2,90 71,0 ± 3,02
%AF (n.u) 33,4 ± 2,90 17,6 ± 2,64†* 20,9 ± 3,15†* 26,4 ± 2,90 28,9 ± 3,02
FH %BF (n.u) 70,4 ± 2,96 79,6 ± 2,51‡* 77,5 ± 2,62* 71,7 ± 2,56 66,9 ± 2,54
%AF (n.u) 29,5 ± 2,96 20,3 ± 2,51‡* 22,4 ± 2,62* 28,2 ± 2,56 33,0 ± 2,54
Rotina 2 FN %BF (n.u) 68,9 ± 2,53 83,8 ± 2,11†* 83,6 ± 1,94†* 76,5 ± 2,57* 70,0 ± 5,04
%AF (n.u) 31,0 ± 2,53 16,1 ± 2,11†* 16,30 ± 1,94†* 23,4 ± 2,57* 29,9 ± 5,04
FH %BF (n.u) 69,4 ± 3,30 81,2 ± 2,95‡* 81,0 ± 3,11‡ 68,13± 2,46 69,8 ± 2,75
%AF (n.u) 30,5 ± 3,30 18,7 ± 2,95‡* 18,9 ± 3,11* 31,8 ± 2,46 30,1 ± 2,75
Rotina 3 FN %BF (n.u) 67,5 ± 2,05 80,8 ± 2,70†* 81,3 ± 2,85†* 75,8 ± 2,78* 75,7 ± 1,77
%AF (n.u) 32,4 ± 2,05 19,1 ± 2,70†* 18,6 ± 2,85†* 24,1 ± 2,78* 24,2 ± 1,77
FH %BF (n.u) 71,2 ± 3,01 83,7 ± 1,35* 82,2 ± 2,44 71,93 ± 2,05 69,3 ± 2,25
%AF (n.u) 28,7 ± 3,01 16,2 ± 1,35* 17,0 ± 2,44 28,0 ± 2,05 33,6 ± 2,25
Rotina 4 FN %BF (n.u) 67,4 ± 2,34 79,9 ± 2,81†* 82,4 ± 1,20†* 79,4 ± 2,10* 74,8 ± 2,22
%AF (n.u) 32,5 ± 2,34 20,0 ± 2,81†* 17,5 ± 1,20†* 20,5 ± 2,10* 25,1 ± 2,22
FH %BF (n.u) 69,9 ± 3,01 85,3 ± 1,35‡* 82,4 ± 1,34‡* 77,0 ± 2,59* 72,1 ± 2,25
%AF (n.u) 30,0 ± 3,01 14,6 ± 1,35‡* 17,6 ± 1,34‡* 22,9 ± 2,05* 27,8 ± 2,25
Valores representam média ± erro padrão. Banda de baixa frequência normalizada (%BF) e
Banda de alta frequência normalizada (%AF). †p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH;
65
Os resultados da Tabela 11 demonstram aumento do balanço simpato – vagal (BF/AF)
no grupo FN durante 3 à 15 minutos de recuperação pós rotina 1, 2 e 4 quando comparado aos
valores de repouso, e até 15 à 30 minutos pós a rotina 3 na mesma condição. Para o grupo FH
os valores de BF/AF aumentam durante os 3 à 15 minutos de recuperação pós rotina 1 e 4, até
15 à 30 minutos pós rotina 2 na mesma condição. A rotina 3 não gerou alterações
significantes para o BF/AF durante a nenhum momento da recuperação. Entretanto, quando
comparado os valores observados na recuperação das rotinas com os obtidos na sessão
controle, observou-se aumento do BF/AF nos tempos de 3 à 15 minutos pós rotinas 1 e 3 e de
15 à 30 minutos pós rotinas 2 e 4 no grupo FN. Para o grupo FH o valor de BF/AF
permaneceu alterado entre os tempos de 3 a 15 minutos pós rotinas 1,2 e 3 e até 15 à 30
minutos da pós rotina 4.
*p<0,05 vs. R5 no mesmo tempo de recuperação.
66
Considerando que foi observada redução da PAS aos 90 minutos de recuperação em
todas as rotinas no grupo FH, foi realizada uma comparação da relação BF/AF neste período
em relação ao repouso. Esta comparação evidenciou redução do BF/AF após a R1 (2,12 ±
0,22) e da R3 (2,13 ± 0,28) em relação aos valores de repouso (R1: 2,79 ± 0,34 e R3: 3,03 ±
0,34) e obtidos na R2 (2,64 ± 0,32) e R4 (2,87 ± 0,28) no mesmo tempo no grupo FH (Figura
34).
Tabela 11 Alterações do balanço simpato - vagal (BF/AF) pós exercício resistido em filhos
de normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH).
Repouso Recuperação Recuperação Recuperação Recuperação
3 à 15min 15 à 30min 45 à 60min 75 à 90min
Controle FN 2,51 ± 0,27 2,06 ± 0,25 1,82 ± 0,19 1,89 ± 0,43 2,18 ± 0,33
FH 2,88 ± 0,40 2,33 ± 0,25 1,84 ± 0,20 2,12 ± 0,19 2,22 ± 0,28
Rotina 1 FN 2,30 ± 0,35 5,89 ± 0,90†* 4,69 ± 0,74 3,22 ± 0,45 2,81 ± 0,30
FH 2,79 ± 0,34 5,54 ± 0,58‡* 4,44 ± 0,65 2,84 ± 0,28 2,21 ± 0,22
Rotina 2 FN 2,47 ± 0,24 7,02 ± 1,22†* 5,98 ± 0,72* 3,72 ± 0,44 3,21 ± 0,51
FH 2,96 ± 0,55 6,04 ± 1,06‡* 6,00 ± 0,96‡ 2,39 ± 0,29 2,64 ± 0,32
Rotina 3 FN 2,32 ± 0,21 5,41 ± 0,76†* 6,32 ± 1,45† 3,58 ± 0,38 3,51 ± 0,32
FH 3,03 ± 0,34 5,71 ± 0,85* 5,75 ± 0,50 2,87 ± 0,37 2,13 ± 0,28
Rotina 4 FN 2,32 ± 0,27 5,84 ± 1,10†* 5,57 ± 0,56* 4,40 ± 0,45 3,30 ± 0,35
FH 2,78 ± 0,34 7,10 ± 0,85‡* 5,44 ± 0,42* 3,83 ± 0,37 2,87 ± 0,28
Valores representam média ± erro padrão. Balanço simpato - vagal (BF/AF). †p<0,05 vs
repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso FH; *p<0,05 vs. R5 no mesmo tempo de recuperação .
67
Figura 34. Balanço simpatovagal cardíaco no repouso e após 90 minutos das rotinas 1, 2, 3 e
4 no grupo de filhos de hipertensos (FH). ‡ p<0,05 vs repouso; * p<0,05 vs R2 e R4.
68
6. DISCUSSÃO
Jovens normotensos com histórico familiar positivo de HAS são modelos muito
atrativos para detecção de modificações precoces e possíveis marcadores biológicos de HAS.
Entretanto, poucos são os estudos sobre anormalidades nas respostas cardiovasculares e
autonômicas frente ao ER nesta população. Resultados de pesquisas demonstram que jovens
FH apresentam modulação autonômica distinta no repouso quando comparados com jovens
FN (LOPES et al., 2001 E 2008; PERINI et al., 1990; FRANCICA et al., 2012). Além disso,
dados já publicados demonstram que FH apresentam respostas cardiovasculares
exacerbadas/prejudicas durante o testes de estresse (NOLL et al., 1996; HAMER et al., 2006;
FRANCICA et al., 2012) e após uma sessão de ER dinâmico (DAVRATH et al., 2003) ou
isométrico de preensão manual (MANGIERI et al., 1998; CAVALCANTE et al., 1997)
quando comparados aos FN. No entanto, nenhum destes trabalhos que avaliou as respostas de
FH ao ER investigou a influência do formato da sessão de ER (número de séries, tamanho da
massa muscular e tipo de exercício e intensidade da sessão) que poderiam induzir respostas
diferenciadas (LIMA et at. 2011; MAIOR et al. 2009). Por fim, vale destacar que os estudos
acima citados não consideram o nível de atividade física dos FH ou FN e o fato de FH serem
treinados ou sedentários também pode influenciar nas respostas autonômicas (LÉNÁRD et al.,
2005). Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do número de
séries e da massa muscular em uma sessão de ER nas alterações cardiovasculares durante e
após o ER em indivíduos normotensos fisicamente ativos com histórico familiar positivo ou
negativo de HAS.
69
6.1 AVALIAÇÕES EM REPOUSO
Os resultados do presente estudo demonstram homogeneidade para a idade, estatura,
massa corporal, índice de massa corporal, tempo de prática de musculação e a frequência de
treinamento semanal entre o grupo FN e FH. Segundo critérios de classificação dos IMC,
ambos os grupos estavam com sobrepeso. Neste aspecto, provavelmente o aumento da massa
muscular, e não da massa gorda, nos sujeitos participantes dessa pesquisa está relacionado ao
IMC acima da faixa de normalidade (POSTON e FORETY, 2002).
As variáveis hemodinâmicas (PAS, PAD, FC e DP) também foram semelhantes entre
os filhos de hipertensos e normotensos. FALKNER et al. (1979) demonstraram valores
semelhantes para PAS e PAD, mas aumento na FC, em filhos de hipertensos quando
comparados a filhos de normotensos. LOPES et al. (2001 e 2008) observaram que filhos de
hipertensos malignos apresentavam aumento da PAS e PAD (dentro da faixa de normalidade)
e nos valores plasmáticos de noradrenalina quando comparados aos filhos de normotensos em
repouso. Essas diferenças na PA em relação ao nosso estudo e ao estudo de FALKNER e
colaboradores podem ser explicadas, pelo menos em parte, devido ao fato de que na amostra
do estudo de LOPES e colaboradores os sujeitos da pesquisa eram filhos de hipertensos
malignos, enquanto que em nosso estudo este fato não foi considerado na seleção da amostra.
Dessa forma, parece que a malignidade da hipertensão dos pais pode ser um fator importante
para o aparecimento mais precoce de disfunções cardiovasculares em seus descendentes. No
entanto, CAVALCANTI et al. (1997) e o estudo de nosso grupo recentemente publicado por
FRANCICA et al. (2012) também observaram elevação da pressão arterial sistólica e
diastólica basal em jovens FH quando comparados a jovens FH. Os estudos citados
anteriormente envolvem sujeitos não praticantes de exercício físico regular, diferente da
amostra do presente estudo; logo, a prática regular de ER pode de alguma forma ter
70
favorecido o controle da PA de repouso, já que nossa amostra foi composta de sujeitos
normotensos (SBH, 2010).
Considerando a importância da regulação autonômica no controle da PA e que
alterações precoces nos mecanismos de regulação da PA podem anteceder o aparecimento da
HAS (Irigoyen et al., 2003), o estudo das disfunções associadas a esse importante controle
cardiovascular podem possibilitar investigações sobre intervenções que promovam a melhoria
deste sistema e, logo, do prognóstico desta doença (CORY e AYERS, 1976; LATERZA et al.,
2008; VANDERLEI et al., 2009). Sendo assim, avaliamos a modulação autonômica cardíaca
nos filhos de hipertensos através da VFC. Atualmente é consenso que há variabilidade natural
de parâmetros cardiovasculares como PA e FC e estas refletem a interação de diversos fatores
que, em sua maioria, envolvem uma influência do sistema nervoso autônomo (SNA) sobre o
sistema cardiovascular (JOAQUIM et al, 2005). Várias condições patológicas afetam o SNA,
com impacto importante sobre índices de VFC, e com reconhecida relevância clínica
(RIBEIRO e MORAES FILHO, 2005). Hoje se sabe que irregularidades da FC e da PA
significam algum tipo de anormalidade, e que a diminuição da VFC é um mau prognóstico
(RIBEIRO e MORAES, 2005). De fato, estudos experimentais e clínicos vêm demonstrando
que a disautonomia (disfunções no sistema nervoso autônomo) está presente em uma série de
patologias, tais como a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, o diabetes e outras
alterações metabólicas (DE ANGELIS et al., 2004).
Os resultados do presente estudo demonstram que os valores de VFC analisados no
domínio do tempo (DP e VAR) apresentaram similaridade entre os grupos de FN e FH no
repouso. No entanto, no domínio da frequência da VFC notou-se aumento significante do
balanço simpato-vagal cardíaco (BF/AF) nos filhos de hipertensos quando comparados com
os filhos de normotensos, mesmo com os sujeitos desta pesquisa apresentado valores de PA
dentro da faixa de normalidade. Esses achados sugerem um aumento da modulação simpática
71
cardíaca e corroboram com os dados obtidos por LUCINI et al. (2005) e LOPES et al. (2008)
ao analisar a VFC em FH, nos quais também foi observado valores mais elevados para a
modulação simpática cardíaca. Embora não estejam definitivamente comprovadas, existem
várias evidências de que alterações no controle reflexo da PA e no SNC estejam envolvidas
no desenvolvimento e manutenção da hipertensão arterial (WYSS et al., 1993; SMITH et al.,
2004). Usando diferentes métodos de avaliação da atividade simpática, pode se detectar nas
fases iniciais da hipertensão arterial primária aumento do tônus simpático, como: efeito mais
intenso de agentes simpatolíticos ou bloqueadores adrenérgicos na diminuição dos níveis de
pressão arterial; níveis elevados de noradrenalina plasmática e da sua liberação regional
(“spillover”); aumento da atividade simpática com registro direto (microneuronografia) e
maior sensibilidade à noradrenalina (aumentos maiores de pressão arterial durante
infusão) (MANCIA et al., 1993).
No entanto, vale destacar que recentemente FRANCICA et al. (2012) demonstrou que
não só o balanço simpatovagal cardíaco estava aumentado em FH sedentários quando
comparados com FN sedentários, mas também houve redução da VAR, do AF e aumento do
BF do IP nos FH sedentários. Tais alterações nos demais índices da VFC não foram
observadas no presente estudo. Além disto, uma análise comparação mais detalhada dos
dados publicados por FRANCICA et al. (2012) com os dados do presente estudo, usando o
mesmo método de análise da VFC, evidenciam que a relação BF/AF, apesar de aumentada
nos FH ativos no presente estudo (2,89 ± 0,15) estão bem abaixo dos valores publicados por
esses autores nos FH sedentários (4,60,8). Em conjunto esses achados sugerem que FH
fisicamente ativos (praticantes de musculação a pelo menos 6 meses) tenham atenuação da
disfunção precoce na modulação autonômica cardiovascular, o que poderia ter um impacto
importante no desenvolvimento da HAS e no prognóstico destes sujeitos.
72
6.2 AJUSTES CARDIOVASCULARES DURANTE A SESSÃO DE EXERCÍCIO
RESISTIDO
Observações clínicas sugerem que indivíduos hipertensos ou com predisposição
genética para a HAS, respondem de forma mais acentuada ao estresse fisiológico (LILLIE e
O’CONNOR, 2006; LOPES et al, 2008 e 2009; MILLER et al., 1995). No entanto, os dados
do presente estudo de uma forma geral não evidenciaram respostas cardiovasculares
diferenciadas em FH e FN quanto aos valores de PAS, PAD e FC mensurados imediatamente
ao término de cada exercício, independente do volume/intensidade e do tipo de rotina
realizada (predominantemente com exercícios uni ou multiarticulares). No entanto, a média
do DP se mostrou mais elevado no grupo FH na rotina com 3 séries (maior
volume/intensidade) e envolvendo predominantemente exercícios multiarticulares (maior
massa muscular).
No presente estudo foram observadas diferenças significantes nos valores da PAS, FC
e no pico da PAS medidas imediatamente após o ER quando comparados ao momento pré
exercício. Todavia, essas respostas não diferiram entre os grupos FN e FH. Em parte esses
resultados vão de encontro aos de NERY et al. (2010) que investigaram as repostas da PA
durante o ER (cadeira extensora) em diferentes intensidades (40 e 80% CMD) em sujeitos
hipertensos e normotensos e evidenciaram elevação significante da PA quando comparado
com a situação pré exercício em ambos os grupos. Nesse mesmo estudo também foram
observadas maiores repostas de PAS e PAD no grupo de hipertensos. Vale ressaltar que para
as mediadas da PA no trabalho de NERY et al. (2010) foi utilizado o método direto (intra-
arterial) o que pode explicar em parte as diferenças entre os achados. Resultados semelhantes
também foram obtidos por FRANCICA (2008) que avaliou as respostas cardiovasculares
agudas frente ao teste de força máxima dinâmica e isométrica bem como em sessões ER
dinâmico e isométrico em dinamômetro isocinético em jovens FH sedentários. No estudo de
73
FRANCICA (2008) os FH sedentários apresentaram maior aumento da PAS tanto nos testes
de força máxima (FRANCICA et al., 2012) quanto nas sessões de ER quando comparados aos
FN sedentários. Neste caso o método utilizado para o teste de carga máxima e das sessões de
ER (dinamômetro isocinético) diferiu do utilizado no presente estudo o que pode ter
influenciado nas respostas. Além disto, deve-se destacar que no presente estudo avaliamos
FH praticantes de musculação, o que sugere que o treinamento físico possa atenuar as
disfunções observadas nos FH sedentários, já que observamos respostas praticamente
normalizadas em relação à FH.
Outro fator que influencia a resposta da PA é a massa muscular envolvida durante o
exercício. As alterações da PA para os ER são proporcionais a massa muscular envolvida e ao
esforço (WALLACE, 2003). No estudo realizado por McCARTNEY et al.(1999) os maiores
picos de PAS e PAD (PAS: 320 mmHg e PAD: 250 mmHg) ocorrem quando exercícios
envolvendo grandes massas musculares (leg press) foram realizados. De fato, nesse estudo as
respostas da PAS e PAD foram significantemente maiores no leg press unilateral quando
comparadas com a flexão do cotovelo unilateral, independente da carga (80, 90, 95, e 100%
da carga máxima dinâmica). MONTEIRO et al. (2008) verificaram respostas cardiovasculares
sistematicamente maiores para as execuções unilaterais e alternada quando comparada a
execução bilateral de extensão de joelhos, principalmente em séries múltiplas. Já POLITO et
al. (2004) não observaram alterações significantes na resposta da PA durante a realização da
cadeira extensora unilateral e bilateral. Corroborando com estes achados, D’ASSUNÇÃO et
al. (2007) também não observaram diferença significante na reposta pressórica quando
compararam o exercício rosca bíceps e cadeira extensora. Apesar de ainda controverso na
literatura, a relação da resposta da PA com a massa muscular envolvida parece ser mais
pronunciada quando grupos musculares diferentes são recrutados e/ou quando diferentes tipos
74
de modalidade de força (resistência de força e força dinâmica) são praticados (DOMEN e
OLIVEIRA, 2005; POLITO et al., 2004; McARDLE et al.,1998).
Essa controvérsia de resultados podem ser decorrentes do método utilizado (indireto)
e/ou o momento escolhido para as mensurações da PA. Sabe-se que aproximadamente dez
segundos após o esforço, são suficientes para que a PA volte a seus valores de repouso
(McDOUGALL et al., 1985). Isso acaba comprometendo a utilização do método auscultatório
para avaliação das respostas da PA frente aos exercícios de força, haja visto, que o tempo
médio para a mensuração da PA por esse procedimento é de aproximadamente quarenta e
cinco segundos. Porém, a medida eventual da PA após um exercício é um método mais
seguro e eficiente de acompanhar a magnitude das alterações pressóricas (POLITO e
FARINATTI, 2002). Além disso, diversos estudos tanto nacionais quanto internacionais que
investigaram as alterações da PA frente ao ER fizeram o uso deste equipamento (FISHER,
2001; FORJAZ e TINUCCI, 2000; POLITO et al., 2004; MELO et al., 2010; COSTA et al.,
2010).
Estudos demonstram que FH apresentam repostas exacerbadas de PAS e FC frente ao
estresse mental (NOLL et al., 1996; HAMER et al., 2006; LOPES et al., 2009; MILLER et
al., 1995) e ao exercício isométrico (HAMER et al., 2006; LOPES et al., 2008; FRANCICA
et al., 2012). Todavia, todos os estudos acima foram realizados em FH sedentários ou não
consideraram o nível de atividade física da amostra. No presente estudo avaliamos FH
fisicamente ativos e não evidenciamos diferenças em relação à FN fisicamente ativos. No
entanto, quando se realizou a rotina com maior volume/intensidade (R4: 3 séries de exercícios
multiarticulares) houve aumento nos FH treinados em relação aos FN treinados, sugerindo
que mesmo em FH fisicamente ativos a exposição a uma sobrecarga fisiológica exacerbada
pode ainda induzir respostas cardiovasculares diferentes de sujeitos com histórico familiar
negativo de HAS. Corroborando com estes achados MONTEIRO et al. (2007) observaram
75
valores de DP maiores durante exercícios realizados com maior volume. Segundo FARINATI
e ASSIS (2000) o aumento do DP esta mais associado com o volume de treino, portanto, o
que pode explicar os resultados exacerbados de DP somente na rotina 4 (maior
volume/intensidade).
6.3 AJUSTES CARDIOVASCULARES NA RECUPERAÇÃO DA SESSÃO DE
EXERCÍCIO RESISTIDO
A influência do ER em parâmetros cardiovasculares e no controle autonômico ainda
não esta totalmente elucidada, talvez pelo fato da intensidade total da sessão do ER ser
dependente de diversas variáveis que quando combinadas interferem diretamente na
intensidade da sessão de treino (ACSM, 2002; HASS et al., 2001; BIRD et al, 2005; TAN,
1999), dificultando assim, a padronização dos protocolos de pesquisa e a comparação entre os
estudos.
Os resultados do presente estudo evidenciam redução da PAS a partir de 60 minutos de
recuperação para ambos os grupos (FH e FN) e em todas as rotinas, com exceção da R1 que
promoveu queda significante da PAS somente para o grupo de FH neste mesmo momento.
Após 90 minutos de recuperação a hipotensão permaneceu para todas as rotinas e o mesmo
também foi evidenciado no grupo FN na R1. Corroborando com esses achados, diversos são
os estudos que demonstram hipotensão pós ER em hipertensos (MEDIANO e SIMÃO, 2005;
POLITO e FARINATTI, 2006; ANUNCIAÇÃO e POLITO, 2010), em sujeitos classificados
como pré-hipertensos (FISHER, 2001), em FN (POLITO, et al., 2003; SIMÃO et al., 2005;
POLITO e FARINATTI, 2006; MAIOR et al., 2009), em idosos treinados (MUTTI et al.,
2010). No entanto, pelo nosso conhecimento, este é o primeiro estudo que verificou HPE
especificamente em FH praticantes de musculação.
76
Os resultados deste estudo demonstram que os sujeitos normotensos necessitam de
sessões com maior volume/intensidade para terem repostas hipotensoras. SANTOS e SIMÃO
(2005) relatam que sessões mais intensas poderiam influenciar a magnitude e a duração da
HPE. Contradizendo esses resultados, SIMÃO et al. (2005) ao investigarem diferentes sessões
de ER notaram que o volume e o formato influenciam a duração e não a magnitude da HPE.
No entanto, vale ressaltar que nestes estudos ao selecionar a amostra não foi levado em
consideração o fato de serem ou não filhos de hipertenso e este fato pode ter influenciado nos
resultados. No presente estudo, não observamos diferenças na magnitude da HPE em FN nas
diferentes rotinas, mas evidenciamos que nas sessões de maior intensidade total (R2, R3 e R4)
a redução da PAS começou a ser observadas aos 60 minutos, enquanto que na sessão de
menor intensidade total (R1, duas séries de exercícios uniarticulares) a HPE foi obtida
somente aos 90 minutos da recuperação.
Adicionalmente quando realizada a análise dos deltas da PAS evidenciou-se, uma
maior responsividade pós ER por parte do FH, demonstrada por um aumento dos valores PAS
após 15 minutos de recuperação quando comparados aos valores basais na rotina 2.
Resultados semelhantes são apresentados na literatura. De acordo com NOLL et al. (1996),
CARROLL et al. (2001), LUCINI et al. (2002) e FRANCICA et al. (2012) FH apresentam
respostas pressóricas exageradas ao estresse mental e ao exercício (preensão manual). Tais
respostas estão associadas à maior reatividade vascular e simpática (DAVRATH et al., 2003;
LOPES et al., 2010), alterações no eixo Hipotálamo – Hipófise - Cortex Adrenal (LOPES et
al., 2002) e estas alterações estão intimamente ligadas a valores mais elevados de
catecolaminas e aumento de repostas cardiovasculares (FALKNER et al., 1979).
Vale destacar que no presente estudo o grupo FH apresentou HPE, analisada pelo delta da
PAS, mais precocemente (60 minutos de recuperação) em relação ao seu repouso pós rotinas
77
1 e 2 (menor volume/intensidade), o que só foi observado no grupo FN aos 90 minutos da
recuperação.
Quando comparado os valores do ΔPAS durante os tempos de recuperação das rotinas
e os respectivos momentos da sessão controle (R5), somente após 90 minutos das rotinas 2 e 4
(2 e 3 séries de exercícios multiarticulares, respectivamente) foram observadas diferenças
significantes em relação ao mesmo tempo da sessão controle para ambos os grupos.
Corroborando com nossos resultados REZK et al. (2006) quando investigaram o efeito da
intensidade (80% 1RM e 40% de 1RM) do ER na HPE em jovens normotensos obtiveram
redução significante da PAS independente da intensidade do ER. Segundo os mesmos autores,
esses resultados foram associados à redução do DC mediada por redução do volume sistólico,
apesar do aumento da FC determinado pelo aumento da ativação simpática e redução da
atividade vagal cardíacas no período de recuperação. Conforme REZK et at. (2006)
observamos no presente estudo redução do IP, ou seja aumento da FC (até os 15 minutos na
R1 e R3 e até os 30 minutos na R2 e R4 no grupo FN, até os 30 minutos em todas as rotinas
no grupo FH), associado a aumento de uma forma geral da modulação simpática e redução da
modulação vagal cardíaca, no período de recuperação do ER. De fato, não observamos
melhora significante do BF/AF ou da VAR do IP no período de recuperação do ER que
pudessem explicar a HPE, tanto em FH quanto em FN, a exceção da redução do BF/AF aos
90 minutos da recuperação pós rotinas 1 e 3 que pode ter colaborado para a diminuição da
PAS nos FH. MELO et al. (2006) também evidenciaram redução da PAS pós ER e os
mecanismo especulado neste trabalho para a HPE foi uma possível vasodilatação muscular
provocada pelo acúmulo de metabólitos o que é característico do ER (BUSH, 1999;
HALLIWILL, 2000; FRANKLIN, 1993). Tal dilatação poderia estar associada a diminuição
da RVP e/ou uma possível redução do volume plasmático, em função do extravasamento
78
desse para o líquido intersticial em função da execução do ER, induzindo assim a redução do
volume sistólico e do DC (BUSH, 1999).
A PA pode ser controlada essencialmente por dois mecanismos: regulação neural, que
é feita primariamente pelo sistema nervoso autônomo (associado aos barorreceptores e
quimiorreceptores) e a regulação humoral, que é feita por uma variedade de substâncias
liberadas por diferentes tipos de celulas gladulares, endoteliais e justaglomerulares (ZAGO e
ZANESCO, 2006; IRIGOYEN et al., 2003). Em especial as células endoteliais são capazes
de sintetizar várias substâncias vasoativas, dentre eles o óxido nítrico (NO), que é um importe
vasodilatador e que exerce um papel importante no controle da PA (DUSSE et al., 2003;
ZAGO E ZANESCO, 2006). A síntese de NO é influenciada pelo exercício físico, em função
da força exercida do sangue contra as paredes das artérias (shear stress) que estimula sua
formação (ZAGO E ZANESCO, 2006). Segundo WRAY et al. (2011) sua síntese e ação
vasodilatadora é intensidade dependente. Neste aspecto, um aspecto que deve ser destacado
foi a maior reposta hipotensoras no grupo FH nas rotinas 2 e 4 (2 e 3 séries de exercício
multiarticulares, respectivamente) quando comparadas as rotinas 1 e 3 (2 e 3 séries de
exercícios uniarticulares, respectivamente). Esses resultados não foram observados no grupo
FN. No estudo conduzido por POLITO et al. (2003) no qual foram investigadas as alterações
da PA pós ER em jovens fisicamente ativos, notou-se maior tempo de hipotensão pós
exercício (HPE) na rotina de ER com maior intensidade, no entanto, a magnitude dessa
alteração não diferiu entre os programas, o que contradiz os resultados de nosso estudo. No
entanto, vale ressaltar que no estudo de POLITO et al. (2003) não foi levando em
consideração a história familiar de HAS. Corroborando com nossos resultados SANTOS e
SIMÃO (2005) relataram que sessões mais intensas poderiam influenciar a magnitude da HPE
como também na sua duração. No estudo de MEDIANO et al. (2005) no qual foram
investigadas as alterações da PA pós ER em 20 sujeitos com idade média de 61 ± 12 anos,
79
todos com hipertensão arterial controlada através de fármacos, foi observado reduções mais
expressivas na PAS e principalmente na PAD (o que não foi observado no nosso estudo) pós
rotina com maior volume/intensidade.
Além disso, a HPE é mais evidente em sujeitos hipertensos quando comparado com sujeitos
normotensos. Tal fato pode ser um mecanismo compensatório como, por exemplo, alterações
no baroreflexo, que poderiam ser mais ativados em sujeitos normotensos para impedir que a
magnitude da HPE afete a tolerância ortostática (MAcDONALD, 2002). Além disso, pelo
menos em animais, a magnitude da HPE parece associada à predisposição genética a
hipertensão (KENNEY e cols, 1991). Portanto, da mesma forma que hipertensos apresentam
maiores respostas hipotensores o mesmo já poderia ser evidenciado em FH, mesmo
apresentando PA dentro das faixas de normalidade. Esses dados sugerem que de alguma
forma a predisposição genética a hipertensão pode gerar ajustes específicos que culminam
com maior magnitude ou duração da HPE resistido, sendo esta mais evidentes em sessões
com maiores volumes e com predominância de exercícios multiarticulares (maior massa
muscular).
Dessa forma, nossos resultados reforçam a idéia de que o maior volume de
treinamento (número de séries) poderia gerar um aumento da intensidade total da sessão de
treino e consequentemente promoveria maiores efeitos hipotensores (SANTOS e SIMÃO,
2005; SIMÃO et al., 2005). O volume de treino é muitas vezes denominado com imprecisão
levando-se em consideração somente a duração da sessão (DE LA ROSA, 2006). Entretanto,
o volume da sessão do treinamento de força compreende o número total de séries e as
repetições por sessão ou por semana, como também o número de exercícios realizados
(ACSM, 2002; KRAEMER e RATAMESS, 2004). Portanto, a intensidade da sessão do
treinamento de força também pode ser influenciada por alterações volume, o qual é um dos
componentes mais importantes do treinamento (DE LA ROSA, 2006). De acordo com os
80
nossos resultados o tipo de exercício (uniarticular vs. multiarticular) induziu diferentes
respostas hipotensoras no grupo FH. As mesmas estão relacionadas à intensidade da sessão
que pode ter sido modificada pela escolha dos exercícios, haja visto, que exercícios
multiarticulares são considerado mais efetivos para o aumento da sobrecarga muscular devido
ao fato de ser mais adequado para a realização de movimentos com maior carga (peso – kg)
(BIRD et al., 2005; ACSM, 2002 e 2009).
Os resultados do presente estudo não evidenciaram reduções significantes da PAD,
corroborando com os dados encontrados na literatura (VELOSO et al., 2010; SIMÃO et al.,
2005). Aparentemente a PAD é menos influenciada pelo ER, no entanto, alguns estudos
demonstram redução da PAD pós ER (POLITO et al., 2003; MAIOR et al., 2009; MEDIANO
et al., 2005), no entanto, os mecanismos envolvidos nessas alterações não foram
mencionados.
As repostas da FC pós exercício foram semelhantes entre os FN e FH, com exceção das
rotinas 1 e 2 que promoveram um maior tempo de taquicardia (30 minutos) no grupo FH
quando comparados com os FN (15 minutos). Estes resultados podem estar associados a uma
maior responsividade por parte deste grupo devido ao fado dos FH apresentarem maiores
respostas adrenérgicas e simpáticas durante o exercício (MANGIERI et al., 1998;
FAULKNER et al., 1979). No entanto, quando observada as repostas do DP nota-se que os
FN após R2 mantiveram o DP elevado por um maior período de tempo (30 minutos) quando
comparado aos FH (15 minutos). Esse resultado pode ser atribuído a uma menor elevação da
FC e uma maior redução da PAS durante os 30 minutos de recuperação da R2 nos FH, o que
acarretou nessa diferença de reposta neste período de recuperação.
Além disto, as alterações da FC pós ER podem ser associadas a alterações da
modulação autonômica cardíaca. Neste aspecto, os parâmetros de VFC apresentaram
respostas semelhantes no período de recuperação quando comparados FN e FH nas diferentes
81
rotinas de ER no presente estudo. Tal achado difere de grande parte dos estudos encontrados
na literatura, nos quais se observa maiores modulações simpáticas cardíacas pós ER em FH
(PERINI et al.,1990; LOPES et al., 2001 e 2008). Sendo assim, o fato dos sujeitos do presente
estudo não serem sedentários pode ter contribuído para tais achados e reforçam a importância
de uma vida ativa na prevenção de disfunções precoces associadas ao desenvolvimento da
HAS.
O ER induziu aumento nos índices que apresentam relação com a modulação
simpática cardíaca (%BF e BF/AF) e redução nos índices que apresentam relação com
modulação parassimpática cardíaca (DPM, VAR, % AF) durante os 30 minutos de
recuperação para ambos os grupos (FN e FH) quando comparado aos valores basais.
Resultados similares foram observados por RESK et al. (2006) quando avaliaram as repostas
do ER (40% 1RM vs. 80%1RM). No entanto, as alterações da modulação simpática e
parassimpática cardíaca perduram por até 75 minutos pós sessão. As alterações autonômica
cardíaca (aumento da modulação simpática) obtidas no presente estudo ficaram ainda mais
evidentes quando analisamos os valores observados durante a recuperação com os respectivos
tempos da sessão controle (R5), principalmente durante as rotinas 2 e 4 (maiores
volume/intensidade). É ainda interessante observar que os FH (121%) parecem não ter a
mesma tendência de aumento da VAR do IP na sessão controle (repouso vs. 90 min) como os
FN (228%). Tal fato deve ter colaborado para a VAR do IP ter permanecido reduzida até os
90 min em todas as rotinas nos FN, enquanto nos FH ter permanecido reduzida até os 90
minutos somente nas rotinas de exercícios multiarticulares, não ocorrendo o mesmo nas
rotinas de exercícios uniarticulares. LIMA et al. (2011) ao investigarem o comportamento
autonômico pós ER, observaram maiores alterações no balaço simpato-vagal cardíaco pós
sessão de maior intensidade (70% 1 RM) quando comparado a sessão com menor intensidade
(50% 1RM). No entanto, neste estudo o fator genético não foi levado em consideração.
82
Corroborando com estes achados MAIOR et al. (2009) também observaram reduções de
modulação parassimpática cardíaca e aumento da modulação simpática cardíaca em sujeitos
pós ER (6RM vs. 12RM) e de acordo com os autores estas repostas também foram
volume/intensidade dependente. De fato, no presente estudo, a rotina 4 (3 séries de exercícios
multiarticulares) foi a que manteve o %BF aumentado e o %AF reduzido por mais tempo no
período de recuperação em ambos os grupos (60 minutos). Adicionalmente, o balanço
simpatovagal cardíaco permaneceu mais elevado (vs. rotina controle) nas rotinas 2 e 4
(exercícios multiarticulares) em comparação as rotinas 1 e 3 (exercícios uniarticulares) em
ambos os grupos, a exceção da rotina 3 para o grupo FN. Um achado importante e
clinicamente relevante foi à normalização do balanço simpatovagal cardíaco nos FH após 90
min das rotinas de menor intensidade total. Ou seja, apesar de ocorrer aumento da modulação
simpática pós ER até aproximadamente 30-60 min em ambos os grupos, aos 90 minutos,
momento no qual se observa mais claramente a HPE nos FN e FH, a modulação simpática
cardíaca não foi significantemente aumentada em relação ao período de repouso ou mesmo a
rotina controle. Uma análise detalhada evidencia que o balanço simpatovagal parece mais
elevado nos FN do que nos FH. De fato, uma comparação estatística mostrou que o BF/AF
estava reduzido no grupo FH após as rotinas 1 e 3 em relação as rotinas 2 e 4 e em relação ao
repouso. Esse achado sugere normalização da exacerbada modulação simpática cardíaca pós
ER realizado com menores grupamentos musculares (uniarticulares), ou seja, com menor
intensidade total de sessão.
Em conjunto os resultados cardiovasculares e autonômicos obtidos no presente estudo
sugerem que a melhor combinação para o treinamento de musculação em FH sejam sessões
compostas de 2 ou 3 séries de exercícios uniarticulares, já que nesta condição não foram
observadas respostas exacerbadas ao ER, foi obtida HPE associada normalização da
modulação simpática cardíaca nestes sujeitos.
83
7. CONCLUSÕES
Os resultados do presente estudo evidenciam que FH fisicamente ativos, mesmo em
presença de normotensão, apresentam aumento da modulação simpática cardíaca em repouso,
bem como maior duplo produto durante o ER e resposta pressórica e cronotrópica nos
primeiros minutos de recuperação do ER em relação aos FN nas rotinas envolvendo
exercícios multiarticulares.
Entretanto, O ER foi capaz de induzir HPE a partir de 60 minutos (ΔPAS) nos FH
praticantes de musculação, sendo essa resposta acompanhada de normalização do balanço
simpatovagal cardíaco aos 90 minutos da recuperação nas rotinas envolvendo exercícios
uniarticulares (grupos musculares menores). Adicionalmente, FH foram mais responsivos ao
ER, já que somente esse grupo apresentou redução da PAS após 60 minutos da rotina de ER
de menor carga total (2 séries de exercícios uniarticulares) e potencialização da resposta
hipotensora nas rotinas de ER envolvendo exercícios multiarticulares (2 ou 3 séries).
Em conjunto, esses resultados sugerem que indivíduos geneticamente predispostos a
HAS podem obter benefícios da prática regular de musculação, principalmente relacionada à
HPE e normalização do exacerbada modulação simpática cardíaca em sessões de ER
envolvendo exercícios com predominância de grupos musculares menores.
84
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ACSM - AMERICAM COLLEGE OF SPORTS AND MEDICINE. Progression models in
resistnace training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 34(2):364 – 380, 2002.
ACSM - AMERICAM COLLEGE OF SPORTS AND MEDICINE. Progression models in
resistnace training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 41(3):687 - 708, 2009.
ACSM - AMERICAM COLLEGE OF SPORTS AND MEDICINE. Resource for the
personal trainer. Lippincott Williams & Wilkins, 2005
ACSM - AMERICAM COLLEGE OF SPORTS AND MEDICINE. STAND POSITION.
Exercise and Type 2 Diabetes. Med Sci Sports Exerc. p. 1345 – 1360, 2000.
.
AHA - AMERICAN HEART ASSOCIATION. Resistance Exercise in Individuals With and
Without Cardiovascular Disease: An Advisory From the Committee on Exercise,
Rehabilitation, and Prevention, Council on Clinical Cardiology. Circulation, 101(7):828,
2000.
ANUNCIAÇÃO, P.G; POLITO M.D. Hipotensão pós-exercício em indivíduos hipertensos:
uma revisão. Arq Bras Cardiol, 96(5):100 – e109, 2011
BERMUDES, M.L.M; VASSALO, D.V; VASQUEZ, E.C; LIMA, E.G. Monitoração
ambulatorial da PA em indivíduos normotensos submetidos a duas sessões únicas de
exercícios: Resistido e Aeróbio. Arq Bras Cardiol, 82(1):57 – 64, 2003.
BIRD, S; TARPENNING, K.M; MRINO, F.E. Designing resistance training programmes to
enhance muscular fitness. Sports Med, 35(10)841-851, 2005.
BLOMQVIST, C.G; LEWIS, S.F; TAYLOR, W.F; GRAHAM, R.M. Similar of
hemodynamic responses to static and dynamic exercise of small muscle groups. Circ Res
1:87, 1982.
BORG, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo, Manole, 2000.
BOUTCHER, Y.N; PARK, Y.J; BOUTCHER, S.H. Vascular and barorreceptor abnormalities
in young males with a family history of hypertension. Eur J Appl Physiol, 107:653-558,
2009.
BRAITH R, M; STEWART, K.J. Resistance exercise training: Its role in the prevention of
cardiovascular disease. Circulation, 113:2642-2650, 2006.
CAVALCANTI, J.W.S; CAVALCANTE, L.P; PACHECO, W.S; MENEZES, M.G.F;
GAMA F, C.G. Comportamento da pressão arterial em filhos de normotensos e filhos de
hipertensos submetidos a estímulo pressórico. Arq Bras Cardiol, 69(5):323-326,1997.
85
CORY,R.M.; AYERS, C.R. Labile hypertension: Precursor of sustained essential
hypertension. Am J Med, 61: 811, 1976.
COSTA, J.B.Y; GERAGE, A.M; GONÇALVES, C.G.S; PINA, F.L.C; POLITO, M.D.
Influência do Estado de Treinamento Sobre o Comportamento da Pressão Arterial Após uma
Sessão de Exercícios com Pesos em Idosas Hipertensas. Rev Bras Med Esporte, 16(2): 103 –
106, 2010.
COSTA, J.S.D; BARCELLOS, F.C; SCLOWITZ, M.L; SCLOWITZ, I.K.T;
CASTANHEIRA, M; OLINTO, M.T.A; MANEZES,A.M.P; GIGANTE, D.P; MACEDO, S;
FUCHS,S.C. Prevalência de hipertensão arterial em adultos e fatores associados:um estudo
de base populacional urbana em Pelotas, rio Grande do Sul, Brasil. Arq Bras Cardiol, 88(1):
59-65, 2007.
D’ASSUNÇÃO, W; DALTRO, M; SIMÃO, R; POLITO, M; MONTEIRO, W. Respostas
cardiovasculares agudas no treinamento de força conduzido em exercícios para grandes e
pequenos grupamentos musculares. Rev Bras Med Esporte,13:118 – 122, 2007.
DAVRATH, L.R; GOREN, Y; PINHAS, I; TOLEDO, E; AKSELROD, S. Early autonomic
malfunction in normotensive individuals with a genetic predisposition to essential
hypertension. Am J Physiol Heart Circ Physiol, 285:1697 – 1704, 2003.
DE ANGELIS, K; SANTOS, M.S.B; IRIGOYEN, M.C. Sistema nervoso autônomo e doença
cardiovascular. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, 3, 2004.
DE LA ROSA, A.F. Direções de treinamento: Novas concepções metodológicas. São
Paulo, Phorte, 2006.
DRAGER, L.F; KRIEGER, J.E. A genética das síndromes hipertensivas endócrinas. Arq.
Bras Endocrinol Metab, 48(5):659-665, 2004.
DUSSE, L.M.S; VIEIRA, L.M; CARVALHO, M.G. Revisão sobre óxido nítrico. Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 39(4): 343-350, 2003.
FALKNER, B; ONESTI, G; ANGELAKOS, E. T; FERNANDES, M; LANGMAN,C.
Cardiovascular Response to Mental Stress in Normal Adolescents with Hypertensive Parents
Hemodynamics and Mental Stress in Adolescents. ,Hypertension, 1: 23-30, 1979.
FARINATTI, P.T.V; ASSIS, B.B. Estudo da frequencia cardíaca, pressão arterial e duplo
produto em exercício contra-resistência e aeróbio contínuo. Rev Bras Ativ Fís e Saúde.
5(2):5-16, 2000.
FISHER, M.M. The effect of resistance exercise on recovery blood pressure in normotensive
and borderline hypertensive women. J Strenght Cond Res, 15(2):210-216, 2001.
FLECK, S.J; DEAN, L.S. Resistance-training experience and the pressor response during
resistance exercise. J Appl Physsiol, 63(1):116-20, 1987.
FORJAZ, C.L.M; TINUCCI, T. A medida da PA no exercício. Rev Bras Hipertens, 7(1):79-
86, 2000.
86
FRANCICA, J.V. Ajustes cardiovasculares induzidos pelo exercício resistidos em jovens com
histórico familiar positiva de hipertensão. Tese de Mestrado. Universidade São Judas
Tadeu, 2008.
GORDON, N.F; KOHL, H.W; POLLOCK, M.L; VAANDRAGER, H; GIBBONS, L.W;
BLAIR, S.N. Cardiovascular safety of maximal strength testing in healthy adults. Am J
Cardiol, 76:851-853,1995.
GUYTON, C.A. Fisiologia Humana. Guanabara Koogan, 1984.
HAMER, M; JONE, J; BOUTCHER, S. Acute exercise reduces vascular reactivity to mental
challenge in offspring of hypertensive families. Journal of hypertension, 24:315-320, 2006.
HASS, C.J; FEIGENBAUM, M.S; FRANKLIN, B.A. Prescription of resistance training for
healthy populations. Sports Med, 31(14): 953- 964, 2001.
IRIGOYEN, M.; LACCHINI, S.; DE ANGELIS, K; MICCHELINI, L. Fisiopatologia da
Hipertensão: o que avançamos? Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São
Paulo, 1:20 - 45, 2003.
JOAQUIM LF; FARAH VM; BERNATOVA I; FAZAN R; GRUBBS R; MORRIS M.
Enhanced heart rate variability and Baroreflex index after stress and holinesterase inhibition
in mice. Am J Physiol Heart Circ Physiol, 287: H251 - H257, 2005.
KELLEY G. Dynamic resistance exercise and resting blood pressure in adults: a meta-
analysis. J. Appl. Physiol.82(5): 1559–1565, 1997.
KELLY, G.A; KELLY, K.S. Progressive resistance training and blood pressure: A meta-
analysis of randomized controlled trials. Hypertension, 35(3):838 – 843, 2000.
KENNEY, M.J; MORGAN, D.A; MARK, A.L. Sympathetic nerve responses to sustained
stimulus of somatic afferents in Dahl rats. J Hypertens, 9:963-968, 1991.
KRAEMER W.J; RATAMESS, N. Fundamentals of resistance training: Progression and
exercise prescription. Med Sci Sports Exerc. 36(4): 674-688, 2004.
LAMOTTE, M; NISET, G; BORNE, P.V. The effect of different intensity modalities of
resistance training on beat-to-beat blood pressure in cardiac patients. Eur J Cardiovasc Prev
Rehabil, 12(1): 12-17, 2005.
LATERZA, M.C; AMARO, G; NEGRÃO, C.D; RONDON, M.U.P.B. Exercício físico
regular e controle autonômico na hipertensão arterial. Rev SOCERJ, (5):320-328, 2008.
LÉNÁRD, Z; STUDINGER, P; MERSICH, B; PAVLIK, G; KOLLAI, M. Cardiovagal
autonomic function in sedentary and trained offspring of hypertensive parents. J Physiol,
565(3):1031-1038, 2005.
LIEB, W; PENCINA, M.J; WANG, T.J; LARSON, M.G; LANIER, K.J; BENJAMIN, E.J;
LEVY, D; TOFLER, G.H; MEIGS, J.B; CHEH, C.N; VASAN, R.S. Association of parental
87
hypertension with concentrations of select biomarkers in nonhypertensive offspring.
Hypertension, 52:381-386, 2008.
LILLE, E.O; O’CONNOR, D.T. Early phenotypic changes in hypertension: A role for the
autonomic nervous system and heredity. Hypertension, 47:331-333, 2006.
LIMA, A.H.R.A; FORJAZ, C.L.M; SILVA, G.Q.M; MANÊSES, A.L; SILVA, A.J.M;
DIAS, R.M.R. Efeito agudo da intensidade do exercício de força na modulação autonômica
cardíaca pós-exercício. Arq. Bras Cardiologia, 2011 (online) ahead print, PP.0-0).
LOIMAALA, A; SIEVANEN, H; LAUKKANEN, R; PARKKA, J; VUORI, I; HUIKURI, H.
Accuracy of a novel real-time microprocessor QRS detector for heart rate variability
assessment. Clin Physiol 1999, 19:84-88.
LOPES, A; DIAS, V; CUNHA, G.S; OLIVEIRA, A.R; STOCCHERO, C. Variabilidade da
frequência cardíaca: método não – invasivo de avaliação do limiar ventilatório. Rev Bras
Fisiol Exerc, 8(2) 99 – 105, 2009.
LOPES, H. F; BORTOLOTTO, L. A; SZLEJF, C; KAMITSUJI, C. S; KRIEGER, E. M.
Hemodynamic and metabolic profile in offspring of malignant hypertensive parents.
Hypertension, 38: 616- 620; 2001.
LOPES, H. F; BORTOLOTTO, L. A; SZLEJF, C; KAMITSUJI, C. S; KRIEGER, E.M.
Hemodynamic and metabolic profile in offspring of malignant hypertensive parents. activity
in hypertension. J Hypertens, 11(Suppl): S13-S19, 1993
LOPES, H. F; SILVA, H. B; CONSOLIM-COLOMBO, F. M; BARRETO FILHO, J. A. S;
RICCIO, G.M.G; GIORGI, D.M.A; KRIEGER, E. M. Autonomic abnormalities demonstrable
in young normotensive subjects who are children of hypertensive parents. Braz J Med Biol
Res, 33: 51-54, 2000.
LOPES, H. F; SILVA, H. B; SOARES, J. A; BARRETO FILHO; CONSOLIM-COLOMBO,
M; GIORGI, D; M. A; KRIEGER, E. M. Lipid metabolism alterations in normotensive
subjects with positive family history of hypertension. Hypertension, 30: 629, 1997.
LOPES, H.F; CONSOLIM – COLOMBO, F.M; BARRETO – FILHO, J.A.S; RICCIO,
G.M.G; NEGRÃO, C.E; KRIEGER, E.M. Increased synthetic activity in normotensive
offspring of malignant hypertensive parents compared to offspring of normotensive parents.
Braz J Med Biol Res, 41(10)849-853, 2008.
LUCINI, D; DI FEDE, G; PARATI, G; PAGANI, M. Impact of chronic psychosocial stresson
autonomic cardiovascular regulation in otherwise healthy subjects. Hypertension, 46, 1201-
1206, 2005.
MAcDONALD, J.R. Potential causes, mechanisms, and implications of post exercise
hypotension. J Human hypertension, 16:225-236, 2002.
MAIOR, A.S; NETTO, C.F; EICHWALD, A; DRUCK, G; VILLAÇA, G; FOSCHIERA
R.S; OLIVEIRA, W.B; MANEZES, P; NETO, R.M; CAVINATO, C. Influência da
88
intensidade e do volume do treinamento resistido no comportamento autonômico. Rev
SOCERJ, 22(4):201 – 209, 2009.
MAIOR, A.S; SANTOS, G; FREITAS, G.P; PESSIN, A.C; FIGUEIREDO, T.D.I; SALLES,
B.F; MENEZES, P; SIMÃO, R. Efeito hipotensivo do treinamento de força em séries
contínuas e fracionadas. Rev SOCERJ, 22(3):1 – 7, 2009.
MALLIANI, A; PAGANI, M; LOMBARDI, F; CERUTTI, S. Cardiovascular neural
regulation explored in the frequency domain. Circulation, 84:482-492, 1991.
MANCIA, G; GRASSI, G; PARATI, G; DAFFONCHIO, A. Evaluating sympathetic
activity in human hypertension. J Hypertens.11(5):S13-9, 1993.
MCARDLE, W.D; KATCH, F.I; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e
desempenho humano. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998.
MANGIERI, E; TANZILLI, G; BARILLA, F; CIAVOLELLA, M; PUDDU, P.E; DE
ANGELIS, C. CAMPA, P.P. Handgrip increases Endothelin – 1 secretion in normotensive
young male offspring of hypertensive parents. JACC, 31(6):1362-6, 1998.
McCARTNEY, N. Acute responses to resistance training and safety. Med Sci Sports Exerc,
v. 31, n. 1, p. 31-37, 1999.
McCARTNEY, N. Role of resistance training in heart disease. Med. Sci. Sports Exerc, v. 30,
n. 10, p. 396-402, 1998.
McDOUGALL, J.D; TUSEN, D; SALZ, D.G; MOROZ, J.R; Arterial blood pressure response
to heavy resistance exercise. J Appl Physiol, 58:785-90, 1985.
MELO, C.M; ALENCAR-FILHO, A.C; TINUCCI, T; MION, J.R; FORJAZ, C.L.
Postexercise hypotension induced by low-intensity resistance exercise in hypertensive woman
receiving captopril. Blood Pressure Monitoring, 11:183-189, 2006.
MILLER, S.B; FRIESE, M; SITA, A. Parental history of hypertension, sodion loading, and
cardiovascular resposnse to stress. Psychosomatic Medicine, 57:381- 389, 1995.
MONTEIRO, M.F; SOBRAL FILHO, D.C. Exercício físico e controle da pressão artéria. Rev
Bras Med Esporte.10(6): 513-516, 2004.
MONTEIRO, W.D; SOUZA, D.A; RODRIGUES, M.N; FARINATTI, P.T.V. Respostas
cardiovasculares agudas ao exercício de força realizado em três diferentes formas de
execução. Rev Bras Med Esporte, 14(2): 94 -98, 2008.
MORATO, H; ROCHA, A.C; GUEDES, D.P. Compatibilidade do percentual da carga
máxima dinâmica com o número de repetições para o treinamento de hipertrofia muscular.
Anais CELAFISCS, 16: 255-255, 2008.
MOURA, J.A.R; PERIPOLLI, J; ZINN, J.L. Comportamento da Percepção Subjetiva de
Esforço em Função da Força Dinâmica Submáxima em Exercícios Resistidos com Pesos. Rev
Brasil Fisiol Exerc, 2:110 – 122, 2003.
89
MUTTI, L.C; SIMÃO, R; DIAS, I; FIGUEIREDO, T; SALES, B.F. Efeito hipotensivo em
homens idosos. Rer Bras Cardiol, 23(2):111 – 115, 2010.
NEDER, M.M; BORGES, A.A.N. Hipertensão arterial sistêmica no Brasil: o que avançamos
no conhecimento de sua epidemiologia? Rev Bras Hipertens vol.13(2): 126-133, 2006.
NEGRÃO, C.E; BARRETO, A.C.P. Cardiologia do exercício: Do atleta ao cardiopata. São
Paulo, Manole, 2010.
NERY, S.S; GOMIDES, R.S; SILVIA, G.V; FORJAZ, C.L.M; JR MION, D; TINUCCI, T.
Intra arterial blood pressure response in hypertensive subjects during low and hight intensity
resistance exercise. Clinics, 65(3):271 – 7, 2010.
NOLL G; WENZEL R.R; SCHNEIDER M; OESCH V; BINGGELI C; SHAW S;
WEIDMANN P; LÜSCHER TF.Increased Activation of Sympathetic Nervous System and
Endothelin by Mental Stress in Normotensive Offspring of Hypertensive Parents.
Circulation.1;93(5):866-9, 1996.
NORTON, G.R; BROONK SBANK, R; WOODIWISS, A.J. Genes variants of the rennin-
angiotensin system and hypertension: from a trough of disillusionment to welcome phase of
enlightenment. Clinical Science, 118:487-506, 2010.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE./ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE. Relatório, 2003
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE./ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação
saudável, atividade física e saúde. www.who.int/hpr/gs.facts.shtml, acessado em 4, outubro
de 2006.
PENDERGAST, D,R; Cardiovascular, respiratory, and metabolic responses to upper body
exercise. Med Sci Sports Exerc, 21:s121, 1989.
PERINI, C; MULLER, F.B; RAUCHFLEISCH, U; BATTEGAY, R; HOBI, V; BUHLER
F.R. Psychosomatic factors in borderline hypertensive subjects and offspring of hypertensive
parents. Hypertension, 16:627-634, 1990.
PESCATELLO, L.S; FRANKLIN, B.A; FAGARD, R; FARQUHAR, W.B; KELLEY, G.A;
RAY, C.A. American College of Sports Medicine. Exercise and hypertension. Med Sci
Sports Exerc. STAND POSITION, 2004.
POLITO, M.D; FARINATTI, P.T.V. Comportamento da pressão arterial após exercícios
contra-resistência: uma revisão sistemática sobre variáveis determinantes e possíveis
mecanismos. Rev Bras Med Esporte, 12(6): 386 - 392, 2006.
POLITO, M.D; FARINATTI, P.T.V. Resposta de Frequência cardíaca, PA e duplo – produto
ao exercício contra resistência: uma revisão da literatura. Rev Port Ciênc Desporto, 43(1):79
– 91, 2003.
90
POLITO, M.D; ROSA, C.C; SCHARDONG, P. Respostas cardiovasculares agudas na
extensão do joelho realizada em diferentes formas. Rev. Bras. Med. Esporte, 10(3):173 –
177, 2004.
POLITO, M.D; SIMÃO, R; SENNA, G.W; FARINATTI, P.T.V. Efeito hipotensivo do
exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. Rev
Bras Med Esporte, 9(2):69 – 73, 2003.
POLITO, N.F.; FARINATTI,P.T.V. Considerações sobre a medida da PA em exercícios
contra-resistência. Rev. Bras. Med. Esporte, 3(1):25-33, 2002.
POLLOCK, M. L.; FRANKLIN, B.A.; BALADY, G. J.; CHAITMAN, B.L.; FLEG, J. L.;
FLETCHEBR, B.; LIMACHER, M.; PIÑA, I. L.; STEIN, R. A.; WILLIAMS, M.;
BAZZARRE, T. Resistance exercise in individuals with and without cardiovascular disease
benefits, rationale, safety, and prescription: an advisory from the committee on exercise,
rehabilitation, and prevention, council on clinical cardiology. American Heart Association,
101: 828-833, 2000.
QUEIROZ, A.C.C, KANEGUSUKU, H; FORJAZ, C.L.M. Efeitos do treinamento resistido
sobre a Pressão Arterial de idosos. Arq Bras Cardiol, 95(1):135-140, 2010.
RASO, V; MATSUDO, S; MATSUDO, V. Determinação da sobrecarga de trabalho em
exercícios de musculação através da percepção subjetiva de esforço de mulheres idosas –
estudo piloto. Rev Bras Ciên Mov Brasília, 8(1):27 – 33, 2000.
RIBEIRO, J.P; MORAES, R.S. Variabilidade da frequencia cardíaca como instrumento de
investigação do sistema autônomo. Rev Bras Hipertens, 12(1): 14 – 24, 2005.
ROBERTSON, R.J; GOSS, F.L; RUTKOWSKI, J; LENZ, B; DIXON, C; TIMMER, J;
FRAZEE, K; DUBE, J and ANDREACCI, J. Concurrent Validation of the OMNI Perceived
Exertion Scale for Resistance Exercise. Med Sci Sports Exerc, 3(2):333-341, 2003.
RUHA, A; SALLINEN, S; NISSILA, S. A real-time microprocessor QRS detector system
with 1-ms timing accuracy for the measurement of ambulatory HRV. IEEE Trans Biomed
Eng, 44:159-167, 1997.
SHIMANO, T; KRAEMER, W; SPIERING, B.A; VOLEK, J.S; HATFIELD, D.L.
Relationship between the number of repetitions and selected percentages for one repetition
maximum in free weight exercises in trained and untrained men. J Strength Cond Res,
20(4): 819 – 823, 2006.
SILVIO YUKIO DOMEN, S.Y; OLIVEIRA, A.A.B. Comparação da resposta aguda da
frequência cardíaca e pressão arterial em duas modalidades de treinamento de força na
musculação. Arq Ciênc Saúde Unipar, 9(2): 85-89, 2005
SIMÃO, P; FLECK, S.J; POLITO, M; MONTEIRO, W; FARINATTI P. Effects of resistance
training intensity, volume and session format on the postexercise hypotensive response. J
Strength Cond Res, 19(4):853 – 858, 2005.
91
SIMÕES, M.V.; A. SCHMIDT. Hipertensão arterial como fator de risco para doenças
cardiovasculares. Medicina Ribeirão Preto, 29: 214 – 219, 1996.
SMITH P.A; GRAHN, L.N; MACKINTOSH, A.F. et al. Relationship between central
sympathetic activity and stages of human hypertension. Am J Hypertens. 17:217-22, 2004.
TAN, B. Manipulation resistance training program variables to optimize maximum strength in
men: A review. J Strength Cond Res, 13(3): 289-304, 1999.
TERRA, D.F; MOTA, M.R; RABELO, H.T; BEZERRA, L.M.A; LIMA, R.M; RIBEIRO,
A.G; VINHAL, P.H; DIAS, R.M.R; SILVA, F.M. Redução da Pressão Arterial e do Duplo
Produto de Repouso após Treinamento Resistido em Idosas Hipertensas. Arq Bras Cardiol,
91(5): 299-305, 2009.
TONER, M.M; GLICKMAN, E.L; McARDLE, W.D. Cardiovascular adjustment to exercise
distributed between the upper and lower body. Med Sci Sports Exerc, 22:773, 1990.
UMPIERRE, D; STEIN, R. Efeitos hemodinâmicos e vasculares do treinamento resistido:
Implicações na doença cardiovascular. Arq Bras Cardiol, 89(4):256 – 262, 2007.
VALDEZ, R; GREENLUNDE, K.J; KHOURY, M.J; YOON, P.W. Is family history a useful
tool for detecting children a risk for diabetes and cardiovascular diseases? A public health
perspective. Pediatrics, vol 2, supp 2, s78 – s86, 2009.
VANDERLEI, L.C.M; PASTRE, C.M; HOSHI, R.A; CARVALHO, T.D; GODOY, M.F.
Noções básicas de variabilidade da frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica. Rev Bras
Cir Cardiovascular, 24 (2): 205 – 217, 2009.
VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão – DBH VI. Rev. Bras Hipertens, 17(1):7-10, 2010.
WALLACE, J.P. Exercise in Hipertension, Sports Med, 33(8): 585 – 598, 2003.
WANG, N.Y; YOUNG, H; MEONI, L.A; FORD, D.E; ERLING, T.P; KLAG, M.J. Blood
pressure change and risk hypertension associated with parental hypertension. Intern Med,
168(6): 643-648, 2008.
WATTS, K.; BEYE, P.;SIAFARIKAS, A.; DAVIS, E.A.; JONES, T.W.; O’DRISCOLL,G.;
GREEN, D.J. Exercise training normalizes vascular dysfunction and improves central
adiposity in obsess adolescents. J Am Coll Cardiol, 43(10):1823-7, 2004.
WILLIAMS, M.A; HASKELL, W.L; ADES, P.A; AMSTERDAM, E.A; BITTNER, V;
FRANKLIN, B.A; GULANNICK, M; LAING, ST; STEWART, KI. . Resistance exercise in
individuals with and without cardiovascular disease: 2007 update. Circulation, 116: 572 –
584, 2007.
WYSS, J.M. The role of the sympathetic nervous system in hypertension. Curr Opin Nephrol.
Hypertens, 2: 265-73, 1993.
WRAY, D.W; WITMAN,M.A.H; IVES, S.J;MCDANIEL, J; FJE, JOEL D. TRINITY,J.D;
CONKLIN, J.D; SUPIANO,M.A; RICHARDSON, R.S. Progressive handgrip exercise:
92
evident and blood flow regulation in humans. Am J Physiol Heart Circ Physiol 300:
H1101–H1107, 2011.
ZAGO, A.S; ZANESCO, A. Óxido Nítrico, Doenças Cardiovasculares e Exercício Físico.
Arq Bras Cardiol, 87(6) : e264-e270, 2006.
93
9. ANEXOS
ANEXO A
Questionário
Nome:_________________________________________________Idade:______anos____
e-mail:________________________________________Telefone:____________________
Sexo: ( )F ( )M Turma:_______________ Período:__________________________
1. Um dos seus pais possui:
( ) Pressão alta ( ) Diabetes (glicose aumentada no sangue)
( )Outras doenças cardiovasculares. Especifique_________________________
2. Um de seus pais faz uso de medicamentos para controle da pressão arterial?
Pai: Sim( ) Não( ) Mãe: Sim( ) Não( )
3. Um de seus pais faz uso de medicamentos para controle do diabetes (glicose aumentada no
sangue)?
Pai: Sim( ) Não( ) Mãe: Sim( ) Não( )
4. Você se lembra do valor habitual da sua pressão arterial?
Nunca medi ( ) não lembro ( ) ate 120/80 ( ) > 120) ( )
5. Em menos de 1 (um) ano você realizou alguma cirurgia, ou teve alguma dor ou lesão em
alguma articulação de seu corpo: Sim ( ) Não ( )
6. No caso de uma resposta afirmativa, descreva o problema.
_____________________________________________________________________
7. Faz atividade física regular? Sim( ) Não( )
Qual a frequência de seu treinamento?
94
________________________________________________________________________
Qual a duração de seu treinamento?
_______________________________________________________________________
Realiza exercícios aeróbios (dinâmicos)? Por quantos minutos?
__________________________________________________________________________
Realiza exercícios resistidos (força)? No caso de resposta afirmativa, especifique a frequência
(vezes na semana) e a quanto tempo pratica (meses)
__________________________________________________________________
9. Gostaria de participar de uma pesquisa na New Life, cujo objetivo é avaliar os efeitos do
treinamento de força sobre o sistema cardiovascular ? ( )Sim ( )Não
10. Qual melhor horário para suas avaliações?
XXXXX SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO
MENHÃ
TARDE
NOITE XXXXX
95
ANEXO B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: “Alterações cardiovasculares frente a quatro programas distintos
de musculação em jovens fisicamente ativos com história familiar positiva de hipertensão
arterial sistêmica”
Eu, __________________________________________________________________ (nome,
idade, RG, endereço, telefone, e-mail), abaixo assinado (ou meu Responsável Legal- quando
aplicável),_______________________________________________________________ dou
meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa
supracitado, sob responsabilidade do(s) pesquisador(es), Alexandre Correia Rocha, membros
da Coordenadoria de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade São
Judas Tadeu,
assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:
1) Esses questionário tem como objetivos principais verificar minhas condições gerais de
saúde, detectar filhos de pessoas com histórico familiar positivo de hipertensão arterial
sistêmico e indagar sobre o meu interesse de participação de uma pesquisa sobre avaliação
dos efeitos cardiovasculares do exercício de força.
2) Durante o preenchimento do questionário serão realizadas perguntas para que eu possa ser
incluído no estudo.
3) O risco é considerado mínimo nos procedimentos adotados para coleta dos dados tais
como: desconforto ao responder sobre minha história familiar e/ou atividade física diária.
4) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha
participação na referida pesquisa;
5) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa.
96
6) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,
incluída sua publicação na literatura científica especializada, e terei acesso aos dados sempre
que julgar necessário.
7) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (Fone:
(11): 2799 1999, ramal 1865) ou com o (a) Professor (a) Alexandre Correia Rocha pelo
telefone (13) 7805 2824 ou (13) 3326 0640 para apresentar recursos ou reclamações em
relação à pesquisa.
8) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em meu poder e
outra com o pesquisador responsável.
Santos,_______de______________ de_________
___________________________ ___________________________________
Nome e assinatura do Voluntário Nome e assinatura do Pesquisador Responsável
pelo estudo
97
ANEXO C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: “Alterações cardiovasculares frente a quatro programas distintos
de musculação em jovens fisicamente ativos com história familiar positiva de hipertensão
arterial sistêmica”
Eu, _______________________________________________________________ (nome,
idade, RG, endereço, telefone, e-mail), abaixo assinado (ou meu Responsável Legal- quando
aplicável),___________________________________________________________________
_ dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de
pesquisa supracitado, sob responsabilidade do(s) pesquisador(es), Alexandre Correia Rocha,
membros da Coordenadoria de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física da
Universidade São Judas Tadeu,
assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:
1) O objetivo do presente projeto será avaliar os ajustes cardiovasculares frente a quatro
programas distintos de musculação em indivíduos com histórico familiar positivo de
hipertensão arterial. Além disto, será realizada a comparação do programa de musculação
com maiores respostas cardiovasculares obtidas em filhos de hipertensos com as respostas de
sujeitos com histórico familiar negativo de hipertensão, readequando tal programa em termos
de intensidade caso sejam observadas diferenças em relação à população controle.
2) Durante o estudo serão feitos: aplicação de um questionário para avaliação detalhada de
sua condição de saúde e seus hábitos de vida, avaliação de força muscular através do teste de
repetições máximas, avaliação da pressão arterial com o esfigmomanômetro e aferições da
frequência cardíaca com o uso do frequencímetro. As coletas e medidas decorrentes da prática
de exercícios serão realizadas por profissionais habilitados.
3) O risco é considerado mínimo nos procedimentos adotados para a coleta dos dados tais
como, pequenas lesões osteomusculares decorrentes da realização do exercício, desconforto
ao responder o questionário, nas medidas de pressão arterial e frequência cardíaca.
98
4) Minha participação neste estudo poderá ajudar a elucidar a questão da hereditariedade e
ajustes cardiovasculares frente ao treinamento de força em sujeitos predispostos
geneticamente a hipertensão arterial sistêmica.
5) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha
participação na referida pesquisa ou.
6) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa.
7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,
incluída sua publicação na literatura científica especializada, e terei acesso aos dados sempre
que julgar necessário podendo com isso ter informações sobre minhas condições de saúde.
8) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (Fone:
(11): 2799 1999, ramal 1865) ou com o (a) Professor (a) Alexandre Correia Rocha pelo
telefone (13) 7805 2864 ou (13) 3326 0640 para apresentar recursos ou reclamações em
relação à pesquisa.
9) É condição indispensável para minha participação na pesquisa que eu esteja em boa saúde
e, portanto, não esteja no momento sob tratamento médico e nem fazendo uso de quaisquer
drogas ou medicações.
10) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em meu poder e
outra com o pesquisador responsável.
Santos ,_______de______________ de_________
___________________________ ___________________________________
Nome e assinatura do Voluntário Nome e assinatura do Pesquisador Responsável
pelo Estudo
100
ANEXO E
Tabela 12. Delta da pressão arterial sistólica (PAS) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)
15' 30' 60' 90'
Controle FN - 4,75 ± 1,92 - 3,75 ± 2,60 - 3,25 ± 1,64 - 1,75 ± 1,10
FH - 4,80 ± 2,07 - 6,40 ± 2,04 - 4,40 ± 2,65 - 4,60 ± 1,33
Rotina 1 FN - 0,25 ± 1,28 - 2,50 ± 2,29 - 5,00 ± 1,13 - 7,75 ± 1,79 †
FH - 0,60 ± 1,69 - 4,40 ± 1,02 - 6,80 ± 1,96‡ - 7,20 ± 2,62‡
Rotina 2 FN 0,25 ± 0,88 - 1,00 ± 1,46 - 7,50 ± 1,55 - 10,7 ± 1,19‡*
FH 4,80 ± 1,64‡ - 5,60 ± 1,07 - 10,0 ± 0,89‡ - 10,8 ± 1,50‡*
Rotina 3 FN 0,00 ± 0,76 - 4,25 ± 0,88 - 7,00 ± 2,14† - 8,25 ± 3,01†
FH 1,40 ± 1,58 - 3,40 ± 0,90 - 5,60 ± 1,39‡ - 7,20 ± 1,96‡
Rotina 4 FN 0,75 ± 1,77 - 2,50 ± 1,40 - 9,75 ± 2,19‡ - 9,50 ± 2,50‡*
FH - 0,60 ± 1,37 - 4,40 ± 0,98 - 9,60 ± 1,65‡ - 13,40 ± 2,07‡*
Valores representam média ± erro padrão. † p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH;* p<0,05 vs R5 (rotina controle) em 90’.
.
101
ANEXO F
Tabela 13. Delta da pressão arterial diastólica (PAD) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)
15' 30' 60' 90'
Controle FN - 1,13 ± 2,68 - 2,88 ± 1,60 2,63 ± 2,01 1,63 ± 1,75
FH 1,80 ± 2,10 1,80 ± 2,57 1,40 ± 2,19 2,80 ± 3,01
Rotina 1 FN - 1,75 ± 2,76 - 1,50 ± 1,59 - 2,75 ± 1,69 - 0,75 ± 2,90
FH 0,40 ± 2,08 0,00 ± 2,21 2,20 ± 1,78 3,40 ± 2,21
Rotina 2 FN - 2,50 ± 3,16 - 0,25 ± 1,94 - 4,00 ± 2,30 - 0,25 ± 1,03
FH 0,60 ± 1,37 - 0,80 ± 2,22 0,80 ± 1,67 - 0,80 ± 1,87
Rotina 3 FN 0,25 ± 2,52 - 2,50 ± 2,06 - 2,25 ± 1,33 1,75 ± 1,75
FH - 3,00 ± 1,37 - 1,40 ± 1,79 - 2,40 ± 1,73 - 0,40 ± 1,81
Rotina 4 FN - 0,75 ± 2,03 - 1,25 ± 2,07 - 3,00 ± 1,96 1,75 ± 1,49
FH - 2,40 ± 0,88 - 2,80 ± 1,61 - 4,80 ± 2,09 - 0,60 ± 2,17
Valores representam média ± erro padrão.
102
ANEXO G
Tabela 14. Delta da frequencia cardíaca (ΔFC) pós exercício resistido em filhos de
normotenso (FN) e filhos de hipertensos (FH)
15' 30' 60' 90'
Controle FN - 4,63 ± 3,77 - 4,88 ± 3,19 - 7,13 ± 3,11 - 8,00 ± 2,72
FH - 3,20 ± 1,81 - 3,80 ± 2,32 - 5,80 ± 2,22 - 5,30 ± 1,99
Rotina 1 FN 11,4 ± 30,4†* 8,1 ± 2,41 1,3 ± 3,02 - 1,50 ± 2,43
FH 17,6 ± 2,78‡* 11,3 ± 2,21‡* 6,20 ± 2,18* 2,80 ± 1,16
Rotina 2 FN 18,0 ± 2,93†* 14,2 ± 2,17†* 3,50 ± 2,51* - 1,88 ± 2,42
FH 17,9 ± 2,61‡* 10,50 ± 2,31‡* 5,20 ± 2,47* - 0,90 ± 2,56
Rotina 3 FN 15,4 ± 2,43 †* 9,13 ± 2,77* 4,13 ± 2,79* - 1,38 ± 2,46
FH 16,8 ± 2,33‡* 10,7 ± 2,07‡* 4,30 ± 2,45* 1,50 ± 1,76
Rotina 4 FN 21,2 ± 3,85†* 10,5 ± 2,51†* 1,25 ± 1,93* 2,50 ± 1,86*
FH 15,9 ± 2,45‡* 10,9 ± 1,46‡* 5,20 ± 1,47 * - 2,60 ± 2,29
Valores representam média ± erro padrão. †p<0,05 vs repouso FN; ‡ p<0,05 vs repouso
FH;* p<0,05 vs R5 no mesmo tempo de recuperação.
103
ANEXO H
Tabela 15. Delta duplo produto (DP) pós exercício resistido em filhos de normotenso (FN)
e filhos de hipertensos (FH)
15' 30' 60' 90'
Controle FN - 850 ± 516 - 629 ± 479 - 1049 ± 434 - 1039 ± 326
FH - 641 ± 197 - 767 ± 275 - 871 ± 294 - 848 ± 235
Rotina 1 FN 1779 ± 394 1125 ± 274 260 ± 413 - 453 ± 304
FH 2100 ± 480 809 ± 314 75,6 ± 257 - 255 ± 267
Rotina 2 FN 2463 ± 213 1732 ± 213 289 ± 399 - 588 ± 325
FH 2175 ± 411 767 ± 331 - 308 ± 366 - 1053 ± 344
Rotina 3 FN 2246 ± 265 1088 ± 328 180 ± 356 - 620 ± 183
FH 2295 ± 316 1117 ± 239 58 ± 302 - 331 ± 244
Rotina 4 FN 2374 ± 360 1365 ± 300 - 307 ± 291 - 344 ± 283
FH 1755 ± 427 897 ± 219 - 239 ± 256 - 1364 ± 362
Valores representam média ± erro padrão. † p<0,05 vs repouso; ‡ p<0,05 vs repouso.