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Oficinas da ESTG criam empresários do futuro IPL Campeão de Andebol págs. 4 e 5 pág. 3 Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1398, de 28 de Abril de 2011 e não pode ser vendido separadamente. Nuno Carvalho “Os jovens de 20 anos não reciclam” págs. 6 e 7 52 Fotografia José Luís Jorge

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Edicao n.º 52 do Suplemento Akademicos.

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Oficinas da ESTG criam empresáriosdo futuro

IPL Campeão de Andebol

págs. 4 e 5

pág. 3

Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1398, de 28 de Abril de 2011 e não pode ser vendido separadamente.

Nuno Carvalho“Os jovens de 20 anos não reciclam”

págs. 6 e 7

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músICA25 de Maio · Teatro José Lúcio da Silva

mArIA João e LAgInhA Abrem músICA em LeIrIADia 25 de Maio, Maria João e Mário Laginha são as estrelas convidadas para a abertura da 29ª edição do festival Música em Leiria, um evento organiza-do pelo Orfeão de Leiria que termina no dia 2 de Julho. O concerto de abertura terá lugar no Teatro José Lúcio da Silva.Os dois artistas, de grande projecção nacional na área do jazz, têm uma carreira artística se estende por duas décadas marcadas por experimentalismo e fusões musicais, abraçando vários estilos.

E crianças não são esquecidas no festival…O festival Música em Leiria inclui este ano es-pectáculos destinados aos mais novos. Logo na primeira semana, é possível assistir ao concerto

“A menina e o mar”, levado ao palco por Bernardo Sassetti e a actriz Beatriz Batarda. “Estes dois pri-meiros espectáculos ficam apenas como aperitivo para uma das melhores edições de sempre, que le-vará a música a Leiria, Batalha, Pombal e Marinha Grande, em palcos diversos”, assegura Henrique Pinto, director do Orfeão de Leiria.

AnImAçãoDe 30 de Abril a 22 de Maio

FeIrA de mAIoComo já é tradição em Leiria, a Feira de Maio está de volta, cheia de divertimentos e pontos de ani-mação, desde o comércio tradicional à venda de artigos de marroquinaria e artesanato, passando pelos tradicionais carrosséis para crianças e adul-tos, espectáculos e exposições. A tradição repete--se desde 1295, e este ano a feira tem início logo no sábado, dia 30 de Abril, terminando no Dia da Cidade, a 22 de Maio, na margem direita rio lis, junto à Nova Leiria. Os horários são os habituais, entre as 11:00 e a 01:00 durante os dias de sema-na, com excepção das sextas, sábados e feriados, dias em que é dada tolerância de mais uma hora.

FormAçãoDe 30 de Abril a 01 de Maio Centro de Interpretação Ambiental

Curso PArA IdentIFICAr CogumeLosUm curso de iniciação ao estudo dos macrofun-gos, destinado a identificar cogumelos venenosos e não venenosos, decorre este fim-de-semana no Centro de Interpretação Ambiental de Leiria, numa iniciativa da Câmara Municipal. A acção de for-mação, leccionada por Mauro Matos, visa alertar para os potenciais perigos de uma escolha errada

de um cogumelo. Na aula, serão abordados vá-rios tipos de fungos, em particular os cogumelos, destinando-se ao público em geral.

exPosIçãoDe 30 de Abril a 29 de MaioTeatro José Lúcio da Silva

rInoCeronte IndIAno em exPosIçãoO teatro José Lúcio da Silva acolhe a partir de sá-bado e até ao final de Maio uma exposição subor-dinada ao tema “Rinoceronte – Pintura e objectos”, com várias peças em pintura e papel maché. As obras foram produzidas por Gaspar Correia no século XVI e abordam as primeiras imagens reco-lhidas por um ocidental deste animal no subconti-nente indiano.

AnImAção30 de Abril

ComemorAções do dIA mundIAL dA dAnçAO próximo sábado acolhe as comemorações lei-rienses do Dia Mundial da Dança, no teatro José Lúcio da Silva. Promovida pela Escola de Dança do Conservatório Nacional, o espectáculo tem início às 21:30 e inclui várias peças clássicas que vão ser apresentadas em palco.

Antes disso, entre as 10:00 e as 15:00, no centro da cidade, decorrem espectáculos de rua com a participação de várias escolas de dança de Leiria. Depois, durante a tarde, é a vez de uma aula de dança aberta ao público em geral que se realiza no Jardim Luís de Camões.

Como afirma o Manual de Em-preendedorismo para Crianças dos 3 aos 12 anos, publicado pelo Centro Educativo Alice Na-beiro, em Campo Maior, “ser empreendedor é ter ideias para mudar mundo” e eu acrescento que é a capacidade de uma pes-soa para partilhar as suas ideias, constituir uma equipa e agir no sentido de as concretizar. Ou seja, ser empreendedor, é sob o meu ponto de vista, a capacida-de e a perseverança de lutar por uma ideia, de criar uma rede de colaboradores que acredite na ideia e concretizá-la.

Como demonstra este manual é possível pro-mover o estímulo e a partilha das ideias, bem como a capacidade de concretização das ideias desde os três anos, ainda sem pensar em qualquer mais-valia económica, apenas em potenciar o gosto da criança por algo, incutir o espírito da proactividade e de colaboração. Este manual é um exercício absolutamente maravilhoso.

Como educadora, formadora, docente e mem-bro de equipas, acredito que tenho a obrigação de potenciar as pessoas e geralmente recorro a uma metodologia simples que integra cinco passos que considero essenciais:

1º Passo: Observar o que nos rodeia através de uma escuta activa. O novo conhecimento começa sempre na pessoa, na capacidade de estarmos “out of the box” e de captarmos os insights que dão origem a ideias e a desafios.

2º Passo: Criação de ideias/desafios a par-tir da escuta activa. Podemos sistematizar as ideias, organizar uma apresentação da ideia que seleccionámos, com a sua missão, visão, factores críticos de sucesso, objectivos estra-tégicos, mercado-alvo, tendências de merca-do onde se enquadra, modelo de negócio, en-tre outros aspectos.

3º Passo: Partilha das ideias com potenciais parceiros de equipa, colaboradores, stakehol-ders ou financiadores. Tornar o conhecimento pessoal disponível para os outros é a actividade central de alguém que pretende criar conheci-mento ou de uma cultura organizacional, pois uma ideia partilhada sai sempre valorizada. Como output deste passo deve resultar uma ideia partilhada que irá ser implementada.

4º Passo: Criação de uma equipa para o de-senvolvimento da ideia e definição de papéis e responsabilidades, bem como de uma rede de colaboradores que poderá facilitar o acesso a mercados, clientes e recursos.

5º Passo: Elaboração de um plano de negócio, simples, muito direccionado para o mercado

e que integre, além dos estudos económico--financeiros, um mapa estratégico, um plano de comunicação organizacional e um plano de ma-rketing e de web marketing.

Em todo este processo, pode ser muito relevan-te a envolvência de pessoas com larga experi-ência na criação e desenvolvimento de empre-sas (mentores) e estruturas de apoio à criação de empresas, como por exemplo, a Incubadora de Empresas D. Dinis, em Leiria.

Acredito que é possível fomentar o empreende-dorismo desde criança, como demonstra o ma-nual que referi e que as instituições de educa-ção e empresas, devem ter um papel activo no processo de criação de conhecimento, criando turmas ou equipas multidisciplinares, fomen-tando a observação, a partilha de ideias, a cola-boração e a acção.

Desafiar para criar, colaborar, sentir e agir é o pa-pel de um empreendedor.

Cristina barros

Coordenadora da Formação de Executivos do IPL, Presidente da Administração da Incubadora de Empresas D. Dinis (IDD), Gerente da empresa Sinmetro Lda.

AABRIR

NãopeRkAsDaniel NevesTânia Grácio

directorJosé Ribeiro [email protected]

director AdjuntoJoão Nazá[email protected]

Coordenador PedagógicoPaulo [email protected]

Apoio à ediçãoAlexandre [email protected]

departamento gráficoJorlis - Edições e Publicações, LdaIsilda [email protected]

maquetização e Projecto gráficoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–[email protected]

secretariado de redacçãoDaniel Sousa e Filipa Araújo

redacção e colaboradoresAna Camponês, Ana Neves,, Bárbara Jorge, Cristiana Teixeira, Daniel Neves, Daniel Sousa, Daniela Santos, Filipa Araújo, Filipa Ribeiro, Gonçalo Dourado, Inês de Almeida, Iva Costa, Jessica Santos, José Luís Jorge, Juliana Batis-ta, Luciano Larrossa, Mafalda Sobreiro, Maria Gaspar, Marta Cova, Rebeca Silva, Ricardo Rampazzo, Rita Sampaio, Tânia Grácio, Tiago Pedro

Presidente do Instituto Politécnico de LeiriaNuno [email protected]

director da eseCsLuís Filipe [email protected]

directora do Curso de Comunicação social e educação multimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

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28 abril 20113

Alunas do Politécnico são campeãs em andebolCampeonatos Nacionais Universitários - 2011

Daniel Sousa e Ricardo Rampazzo

Ricardo Rampazzo

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As andebolistas do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) são as novas campeãs universitárias portugue-sas. A vitória teve lugar em Coimbra, na fase final dos campeonatos nacionais universitários, e o percurso começou com uma derrota perante a Académica, mas acabou com uma vitória sobre a tetra-campeã nacional Universidade do Porto.

“A derrota inicial pôs em risco a vitória na prova, não pela derrota em si, mas pela diferença de quatro golos, tornando a nossa tarefa bastante difícil”, explica Marco Afra, treinador da equipa. Opinião semelhante tem Beatriz Cordeiro, uma das jogadoras da equipa: “Senti que a derrota no primeiro jogo nos poderia con-dicionar, mas não poderíamos baixar os braços”.

A conquista do troféu foi assegurada no último jogo, frente à Universidade do Porto, tetra-campeã e a principal favorita à vitória final. Com uma exibi-ção de elevado nível, o IPL venceu por uma diferen-ça de 6 golos, conquistando a vitória final e repe-tindo o feito de 2006. Visivelmente emocionadas, as atletas leirienses fizeram a merecida festa. “Senti-me feliz, orgulhosa pelo IPL, foi uma grande vitória”, diz a andebolista Ana Araújo.

Agora, no horizonte do IPL surge a participa-ção nos Campeonatos Europeus da modalidade, a realizar na Croácia. “É preciso lutar para a viagem se proporcionar. Vamos encontrar equipas muito fortes, mas temos potencial para realizar uma boa prestação”, considera Beatriz Cordeiro. Mais cau-teloso está o treinador Marco Afra que aponta as dificuldades: “Vamos representar Portugal no sexto Campeonato da Europa” e “ a condição física é es-sencial para uma boa prestação”.

Bons resultados noutras modalidades O IPL fez-se representar nas modalidades de an-debol, futsal, futebol de 11 e no ténis. Depois de um arranque frouxo, as atletas do futsal feminino

iniciaram uma série de bons resultados, caindo na meia-final frente à equipa anfitriã, a Associação Académica de Coimbra (AAC). No final da competição, alcançaram o 3º lugar, igualando a melhor classificação de sem-pre da modalidade, obtida em 2006.

Em andebol masculino, duas derrotas selaram o destino da equipa. “Tínha-mos valor para disputar a fase final. Fomos mais organizados e praticámos um andebol de qualidade. Ficámos desilu-didos por não alcançar o nosso objectivo”, lamenta André Santos, capitão de equipa.

A equipa de futebol, apontada como uma das favoritas à vitória final, acabou por ter uma participação muito aquém das expectativas, depois das vitórias em 2003, 2007 e 2009. Em se-gundo lugar do grupo, a equipa de Leiria acabaria por defrontar a Académica de Coimbra nos quar-tos-de-final, sendo derrotada nas grandes penali-dades. Para o capitão, Fábio Ribeiro, “a equipa teve algumas baixas importantes”, mas as “prestações anteriores davam esperanças” de um melhor resultado até porque tiveram “um ano inteiro sem derrotas”. Em futsal, outra equipa em quem se depositava muitas esperanças, o IPL não conseguiu mais do que um terceiro lugar, der-rotada nas meias-finais pela Académica. Outro terceiro lugar foi obtido pela tenista Inês Cristó-vão na competição.

Com 75 atletas participantes, o IPL regressou a casa com três medalhas de bronze e um ouro. “Ob-viamente, o balanço é positivo. Estivemos represen-tados em cinco modalidades e quatro delas subiram ao pódio. Tinha a convicção de que com sorte e engenho, uma das quatro equipas colectivas poderia alcançar a vitória final”, resume Marco Oliveira, res-ponsável pelo sector do desporto do IPL. k

Desde a sua criação no ano de 2002, a equipa do IPL esteve sempre no pódio da competição.

Campeão Nacional 2002/2003, 2004/2005, 2005/2006, 2010/2011.2º Lugar2003/04, 2006/07, 2007/08.3ª Lugar2008/09, 2009/2010

Marco Afra, treinador desde o ano de 2005 é parte integrante deste sucesso desportivo. Sob a sua orientação, o IPL consegui 2 títulos nacionais, dois segundos lugares e dois terceiros lugares.

Interromper uma conferência com um rap ou uma jovem a tocar concertina no meio da aula. Estas foram algumas das surpresas para os alunos de uma conferência realizada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão sobre Marketing de Guerrilha, promovida pelo curso de Marketing.

Na palestra participaram Flávio Oliveira, responsável criativo da em-presa Bazooka, o investigador Francisco Tomás, que se deslocou do Chile, e Elizete Kreutz, da Univates e do Obser-vatório de Marcas do Brasil, o espe-cialista em neuromarketing Fernando Rodrigues, além do moderador, Luís Távora.

O marketing de guerrilha utiliza maneiras não convencionais, apostando na surpresa e na originalidade, para tentar cativar os clientes. Situações

como acções concertadas com actores nos transportes públicos, interromper palestras ou surpreender clientes com publicidade original, como multas de estacionamento que afinal são anúncios constituem algumas das soluções que podem ser utilizadas. Estas medidas não implicam muitos custos orçamentais e são cada vez mais utilizadas por jovens profissionais da área para tentar entrar em circuitos alternativos de promoção.

Para Luís Távora, constitui “uma riqueza extraordinária poder contar com os estudantes, pessoas com espírito capaz” para desenvolver projectos deste género.

Na conferência, enquanto Francisco Tomás discursava, o aluno Rui Silva saltou para o palco, acompanhado por uma guitarra, cantando um rap para o seu curso. Esta foi a primeira inter-

venção do dia por parte dos alunos. Depois, Fernando Rodrigues deu exemplos práticos de marketing de guerrilha, apresentando vários vídeos com acções promocionais, utilizando massagistas disfarçados ou desfile de modelos dentro de um auditório, para captar a atenção do público.

Após um sinal do professor, al-guns alunos, vestindo camisolas cor de rosa especificas, levantaram-se e começaram a dançar ao som da música “The time”, dos Black Eyed Peas. O número de alunos começou a aumentar cada vez mais, chegando à volta dos 40, vendo-se toda a plateia envolvida num flash mob protagonizado pelos estudantes de Marketing. O momento contagiou a sala e alguns dos convida-dos pediram mesmo aos alunos para repetirem a dança. k

Vender através da surpresa

Conferência em marketing de guerrilha

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O empreendedorismo tornou-se numa opção para muitos estudantes. A forte aposta das oficinas da ESTG tem contribuído para que os alunos apostem cada vez mais criação da própria empresa. E nem a crise tem impedido estes alunos de arriscar.

Dois anos e meio depois de terminar o curso em Organização e Gestão de Empresas na ESTG (Escola Superior de Tecnologia e Gestão), Mónica Silva abriu a sua própria empresa, a Natureza Brincalhona, que promove a consciencialização ambiental dos mais novos e que aposta em formações para educadores e professores. O negócio conta já com três colaboradores. Para a ex-aluna do IPL (Instituto Politécnico de Leiria), “o curso foi essencial” para conseguir abrir a empresa, em grande parte devido à vertente prática da formação.

Deixar de parte algumas horas de teoria e apostar mais na experiência “no terreno” tem sido um dos objectivos das Oficinas da ESTG nos últimos anos, levando a que um número crescente de estudantes arrisque e construa o seu próprio negócio. O intuito é apenas um: “Obrigar os alunos a sair da caixa”. As palavras são de Leopoldina Alves, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPL e directora do Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento (CTC). Para a professora, é importante que as instituiçõe de ensino superior tomem este género de medidas, fugindo um pouco à excessiva teoria, mas avisa que se “não há uma iniciativa e uma vontade própria da parte dos alunos, dificilmente eles conseguem ter uma atitude mais empreendedora. Ser empreendedor é uma maneira de estar”.

Outro exemplo dos bons resultados desta aposta é Filipe Perdigoto, ex-aluno da ESTG, do curso de Engenharia Electrotécnica. O jovem empreendedor utilizou o seu projecto final da licenciatura para elaborar um plano de negócios. Assim, nasceu a Digiwest, que se dedica ao desenvolvimento de soluções electrónicas por medida utilizando sistemas electrónicos embebidos e tecnologias sem fios, tais como softwares, telemetria ou comunicações ponto a ponto. Para o empresário, tal como em outros tantos casos, o curso foi determinante. “Facultou-me ferramentas de aprendizagem que me possibilitaram, de forma autónoma, expandir o meu conhecimento e adquirir novas competências técnicas”, refere o ex-estudante. A exportação é o principal mercado desta empresa, que dedica 50% da sua produção para o estrangeiro e conta já com quatro trabalhadores.

Filipe Perdigoto confessa que, durante os anos de estudante, não pensava em ter a sua própria empresa.

A vontade surgiu com o projecto de final de curso, que acabou posteriormente por ser financiado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação).

De modo a ajudar os alunos, o IPL tem aumentado nos últimos tempos o número de bolsas para projectos de investigação. “O nosso Instituto aposta cada vez mais nesta vertente nos últimos anos. Diria que desde 2009 ou 2008 investimos mais nesta área. Isso resulta de muitos factores. Em grande parte na aposta forte que o IPL fez na investigação”, afirma Leopoldina Alves, acrescentando que essa valorização tem-se traduzido “num aumento do volume de trabalhos considerável”.

Um caso pouco comum é o da empresa de Luís Matos. Este jovem ainda nem sequer terminou o curso e já pensa em montar o seu próprio negócio. Faltam apenas alguns pormenores para a Straking abrir portas. “Iniciámos todo o processo com vista a transformar a ideia num negócio concreto, nomeadamente através do registo da marca”. A ideia começou, imagine-se, através de um simples trabalho de grupo. “O desafio proposto pelo professor deu-nos uma motivação extra para desenvolver um trabalho diferente do habitual, acabando por superar todas as expectativas”, refere o ainda finalista de Marketing, que montou o negócio juntamente com outros dois colegas do mesmo ano.

As instalações para investigação e os recursos tecnológicos são, na opinião deste empreendedor, as soluções ao dispor do IPL que mais contribuem para os estudantes criarem o seu próprio negócio. Contudo, a vertente humana também não foi esquecida. “Ao nível dos recursos humanos existem pessoas qualificadas e profissionais, particularmente no que respeita ao corpo docente. Estes transmitem-nos confiança e incentivam-nos ao desenvolvimento de projectos de inovação e empreendedorismo”, sublinha Luís Matos, alertando que, por melhores que sejam as condições, nada se consegue sem “trabalho, motivação e empenho”.

No total, a ESTG conta com nove departamentos e integra laboratórios do departamento de Engenharia Informática, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e de Engenharia Automóvel, nos quais estão envolvidos milhares de alunos todos os anos. “Este investimento nos

Arriscarno próprio negócio

Oficinas da ESTG são laboratório de empreendedorismo

Texto e Inkérito Bárbara Jorge, Juliana Batista e Luciano LarrossaFotografia José Luís Jorge

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laboratórios é muito importante e fundamental. Nestes espaços temos possibilidade de dar a conhecer aos estudantes os processos de fabrico de qualquer produto. Isto ajuda a que os alunos estejam mais preparados para enfrentarem a realidade do mercado de trabalho”, aponta Mário Simões Correia, docente na ESTG e responsável pelo departamento de Engenharia Mecânica, lembrando que a adaptação às ferramentas que o mundo dos negócios exige é “constante”.

Mas será que a capacidade de criar o seu próprio negócio é aplicável a todas as áreas de ensino? Leopoldina Alves acredita que sim. “Todas têm potencial. Em todas elas se pode inovar, criar produtos e conceitos novos, pensar de maneira diferente sobre um variado leque de temas e daí resultar em projectos novos, inovadores e criativos”, salienta a professora, acrescentando também que “um estudante empreendedor pode ser um aluno de Gestão, de História ou de outro curso qualquer. No fundo, precisa é de acreditar e ter uma ideia inovadora”. No entanto, Leopoldina Alves deixa um aviso: Triunfar nesta área á muito difícil.

“Não se assustem quando terminarem as formações académicas e se depararem com um

cenário que não é tão ‘cor-de-rosa’ como aquele que pintam ou aquele que imaginaram. E aí, das duas uma: ou entram em pânico porque não têm logo ali o que esperam, ou então há que ir trabalhando estas questões do empreendedorismo e não ter medo de ir à procura de ideias novas, de fazer as coisas de maneira diferente”, sublinha a docente, numa clara demonstração das dificuldades de vingar com a sua própria empresa.

Apesar de todas as barreiras, os exemplos demonstram que ainda existem jovens que não têm medo de acreditar no seu futuro e nem a crise tem impedido estes empresários de arriscarem neste mundo. Para Filipe Perdigoto, ter resultados em períodos como este “é sempre difícil”, mas nem isso faz com que o gerente da Digiwest tenha receio nos próximos tempos. A mesma opinião é partilhada por Luís Matos: “É verdade que prevemos ter algumas barreiras ou entraves no início da actividade devido aos problemas que assolam o país. No entanto, devemos transformar estas dificuldades em oportunidades”. E esses desafios podem estar disfarçados de projectos de final de curso ou trabalhos em grupo. O importante é mesmo acreditar nas suas próprias capacidades e não temer o futuro. k

INkÉRIto

Já dizia Gandhi: Se queremos que algo mude, na sociedade que nos rodeia, porque não tomar ini-ciativa? Porquê esperar que “talvez amanhã aconte-ça?” Se nada fizermos, nada pode acontecer.

Com uma conjuntura pouco favorável, e numa época em que as palavras corrupção, dívidas, reces-são e ajuda externa fazem parte da ordem do dia, torna-se difícil manter o sentimento positivo. Mas, afinal, é apenas uma construção diária de estímulo, pensando que o amanhã será melhor do que hoje.

Mas há algo pertinente que observo constante-mente. Afinal, qual o porquê de tanta apatia? Vejo, por exemplo, pessoas que quando acabam a licen-ciatura têm uma grande dificuldade em conseguir emprego na sua área, acabando por ser rejeitadas com a frequente desculpa de que “não têm expe-riência profissional”. Ora, tiveram três anos a tirar a licenciatura, mas o que as impediu de obter essa experiência? O que as impossibilitou de adquirir competências? As universidades, e mesmo algu-mas empresas, têm mecanismos cada vez melhores e oferecem múltiplas possibilidades para quem realmente quer singrar no mundo profissional. O problema é mesmo a falta motivação, determina-ção e entrega à área pela qual estiveram a “lutar” durante anos. Deixem-se de desculpas.

Afinal, não é só queixarmo-nos que estamos piores do que nunca (uma verdade que todos nós estamos fartos de saber). Temos que pôr as mãos à obra. É isso que faz a diferença. O dia de hoje pode não ser certo, mas a indefinição do amanhã pode trazer vantagens. Quem sabe se o passo para conseguir aquele trabalho de sonho (falo em trabalho devido aos galopantes números de desemprego) não é dado enquanto lemos o jornal da manhã no café da esquina? Acima de tudo, é necesário acreditar e lutar.

Não compreendo a inércia envolta nesta socie-dade, principalmente nos jovens que tudo querem e nada fazem. Lembro-me da expressão de Pedro Abrunhosa que dizia para se “fazer o que ainda não foi feito”. Mas afinal ainda há muito para ser feito. O caminho deve fazer-se caminhando. E porque não começamos por mudar em nós o que menos nos agrada, seguindo-se depois a luta por um mundo melhor? Tudo depende de nós. Mudar o que quere-mos que mudem, já dizia Gandhi.

Façam alguma coisa! Isso mudará o mundo. k

káeNtReNósAna Neves

ALuNo: João MAIA ANo: 1º ANoENgENhARIA AuToMóvEL

o que gostavas de criar?Uma mota potente e económica.

Qual é para ti a melhor criaçãode sempre?O motor eléctrico.

há alguém que, para ti, seja uma referência na área?Jeremy Clarkson

o que achas que a sociedade precisa e que ainda não foi comercializado?O motor a hidrogénio.

ALuNo: DANIEL PEREIRA ANo: 3º ANoENgENhARIA ELECTRóTECNICA

o que gostavas de criar?Um banco de potência para bicicletas a motor.

Qual é para ti a melhor criação de sempre?Motores a dois tempos.

há alguém que, para ti, seja uma refe-rência na área?Graham Bell

o que achas que a sociedade precisa e que ainda não foi comercializado?Telhas fotovoltaicas.

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Laboratórios

Estudantes a frequentar as instalações

Projectos de fim de curso e dissertações de Mestrado

os n

úmer

os

sê a mudança que queres ver no mundo

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Texto e Fotos Cristiana Teixeira e Daniela Santos

“Desde Agosto de 2010 que consumimos acima da capacidade do planeta”

o facto de o rio Lis nascer numa zona calcária, associada ainda às deficiências em termos de sistemas de tratamento das águas residuais, continua a influenciar a qualidade da água?

O facto de ser uma zona calcária pode sempre poluir. De qualquer maneira, as análises que temos feito, não mostram poluição significativa na nascente. As medidas tomadas no tratamento e saneamento na serra foram consideradas uma forte solução para este problema e não têm sido detectados focos de contaminação.

Qual o ponto de situação da construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES), prevista para a zona de Amor, que irá tratar as águas residuais produzidas nas suiniculturas?

O processo esta em curso, sendo que a nossa preocupação incide principalmente nos atrasos sucessivos devido às negociações entre as diferentes entidades envolvidas, no sentido de encontrar processos e mecanismos de financiamento. A construção da ETES é essencial para a despoluição da bacia do Lis, calculando-se que esta já deveria estar em funcionamento há mais de dois anos.

Que alterações prevê relativamente ao numero de pedreiras existentes no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, após a aprovação do plano de ordenamento?

O plano de ordenamento tem algumas especificações relativamente à quantidade de pedreiras, confinando-as a determinadas zonas que já estão em exploração. A área delimitada para a extracção de pedra é pouco restritiva, ao contrário do que muitos agentes económicos afirmaram. Não posso precisar este suposto aumento, mas era desejável que este crescimento não fosse muito significativo, e que certas pedreiras, que vão sendo encerradas, fossem recuperadas.

Prevêem-se facilidades quanto aos processos de licenciamento das pedreiras?

Os processos de licenciamento são basicamente os mesmos. As restrições que já existiam continuam a existir e estão relacionadas com estudos prévios de avaliação de impacte ambiental. Portanto, não será mais fácil nem mais difícil, pois a questão está no facto de se tratar de uma área protegida e na vinculação dos pareceres por parte do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Que impacto ambiental tem a ampliação do aterro da valorlis, entre a Marinha grande e Leiria?

Os impactes ambientais foram estudados na altura. Pronunciámo-nos favoravelmente perante a ampliação, em relação à alternativa de construir de um novo aterro como fora proposto. O aterro foi construído com as devidas normas de segurança, possuindo várias infra-estruturas essenciais como estações de tratamento e anexos, o que proporcionou a inexistência de qualquer impacte negativo.

Para a oIKoS, os impactos sócio-económicos desta obra acabam por ser vantajosos?

As infra-estruturas de tratamento de resíduos são bastante importantes, sendo que recentemente foi construída uma Central de Valorização Orgânica, que é já considerada uma das melhores da Europa e que permite uma diminuição significativa do material depositado em aterro. O material orgânico depositado é depois reutilizado como fertilizante na agricultura. A criação desta nova infra-estrutura previne o rápido esgotamento do aterro, garantindo-lhe mais tempo de vida e maior rentabilidade dos resíduos.

A construção de um novo parque eólico na freguesia de São Bento, em Porto de Mós, foi reprovada na avaliação de impacto ambiental. Porquê o chumbo?

O projecto para esse parque eólico previa um equipamento de grandes dimensões. Este projecto apresentava uma imensidão de impactos negativos, sendo que aqueles que estiveram na origem da sua reprovação foram a sua dimensão, os locais onde as torres seriam implantadas devido à sua sensibilidade ecológica quanto à fauna e à flora. Por outro lado, o próprio projecto violava os documentos e os instrumentos de ordenamento existentes, quer o plano de ordenamento, quer o próprio plano director municipal. De qualquer modo, no nosso entender o PNSAC já possui geradores eólicos suficientes, ou até mesmo demasiados, não havendo necessidade para a criação de mais. A energia eólica é um bem essencial mas, no seu posicionamento geográfico, há que ter em conta a conservação da natureza.

o futuro da energia eólica passa pelo mar?Pessoalmente, defendo a energia eólica offshore, ou

seja no mar. Porém, tanto quanto sei, a nossa costa apresenta condições muito difíceis para a instalação de torres. É um facto que os países nórdicos,

Presidente da OIKOS

NUNO CArvALhO

kuRtAs

um lIvRoGuerra e Paz de Tolstoi

umA IdAde30

um fIlmeEra uma vez na América

umA comIdAFeijoada

um polÍtIcoNelson Mandela

O presidente da associação ambientalista OIKOS é um símbolo da luta contra os atentados ambientais na região de Leiria. As descargas suinícolas no rio Lis, a erosão costeira, a reciclagem ou a consciência ambiental são tudo bandeiras de quem luta todos os dias por um melhor ambiente

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Uma das grandes estreias da sétima arte para este ano foi “ London Boulevard”, uma história ba-seada no romance escrito por Ken Breun. Dirigido e escrito por William Monahan, o filme conta com a participação de Colin Farrell, Keira Knightley, Da-vid Thewlis, Anna Friel e Ray Winstone. Um bom elenco que mantém os espectadores entusiasma-dos até ao último minuto, e claro um bom argu-mento que torna mais atractivo o filme.

O filme estreou o ano passado no Reino Uni-do, mas chegou a Portugal em Abril. Em Londres, Mitchel (Colin Farrell), um ex-presidiário, outro-ra gangster, tenta dar um novo rumo à sua vida, pondo fim aos tempos de marginal e criminoso. “Não vou voltar para a prisão Billy. Nunca mais. Por ninguém”, diz ele, como que a resumir os seus objectivos. A busca por um novo emprego leva-o a conhecer uma famosa actriz que vive constan-temente sufocada pelos paparazzi e que necessita de um novo empregado responsável por os man-ter longe do seu alcance.

Porém, a vida de Mitchel não será fácil. O seu nome mantém-se famoso entre os principais gan-gsters londrinos, que continuam a procurá-lo para futuros serviços, e vai ser forçado a envolver-se em algumas situações de risco. No entanto, o seu es-forço por uma nova vida leva-o a lutar por ideais como respeito e amizade, quando vinga a morte de um mendigo que era na verdade o seu único amigo. Acaba depois por se apaixonar por Charlotte (Keira Knighley) num desenlace já esperado. Todo o enre-do é baseado nas dificuldades que Mitchel encontra para conseguir manter-se afastado de marginais, tentando proteger todos os que o rodeiam.

A película termina de uma forma inesperada, dando mais credibilidade ao realizador, que, mais do que uma típica história de Hollywood, possibi-lita um bom serão de entretenimento. Um filme de acção e drama, complementado com uma boa tri-lha sonora “Heart Full of Soul”, escrita por Graham Gouldman e interpretada por The Yadbirds.

Colin Farrell consegue provar, mais uma vez, o seu talento, sendo o principal motivo de sucesso do filme. Ray Winstone acaba por ser bem suce-dido no papel de “mau da fita” enquanto que Kei-ra Knighley acaba por ficar reduzida a um papel menor. Já David Thewlis, que interpreta o papel de assistente de Charlotte, vai ganhando mais for-ça ao longo de todo o enredo. William Monahan estreou-se como realizador, numa grande aposta cinematográfica, com uma boa escolha de elenco. A cotação do filme no IMDB ( Internet Movie Data-base) é de 6.4 em 10. k

London Boulevard Crime e Redenção

nomeadamente a Dinamarca têm muita energia offshore, mas eles têm profundidades muito baixas, e como é preciso ancorar as torres eólicas ao fundo do mar, com profundidades enormes a tarefa torna-se mais complicada. É por isso que essa iniciativa tem ainda pouco peso em Portugal. Penso que a nossa costa tem potencial para isso, mas é necessário escolher locais em que os impactos sejam reduzidos relativamente à fauna marítima e que não conflituam com as questões da navegação marítima.

A erosão da orla costeira das praias da Nazaré, São Pedro de Moel e Pedrógão tem sido visível, à medida de cada ano que passa. Existe algum plano de sensibilização para que sejam tomadas medidas de forma a precaver a total degradação destas zonas?

O que contribui para a erosão são as políticas de ordenamento costeiro, a cargo das autarquias, das entidades governamentais e dos empreendedores imobiliários. De facto, a erosão costeira está com um avanço brutal, devido sobretudo à ocupação do território com construções sobre as arribas, dunas, com a construção de marginais, de esporões, e como é óbvio a erosão natural. A nossa região atravessa uma situação gravíssima, e a população terá culpa no que toca ao atravessamento de dunas. Todavia as políticas aplicadas é que têm sido erradas. Ainda que haja um processo de erosão natural activo, é necessário prevenir que esta se torne mais agressiva, evitando assim a excessiva construção imóvel, derivada essencialmente da actividade turística.

o que é necessário fazer com que este potencial seja devidamente valorizado?

Temos um grande potencial marítimo especialmente para as pesca e para a navegação. Ainda assim, é possível potenciar o nosso mar ainda mais, através de práticas de preservação relativamente às pescas, apostando em recursos ao nível da investigação científica, e prosseguir o que tem vindo a ser feito pelas universidades dos Açores e Algarve no que toca a estudos dos recursos marítimos e à exploração marítima.

hoje em dia, a questão ambiental é já uma preocupação que toca a todos. Acha que Portugal está devidamente sensibilizado?

Cada vez tenho mais dúvidas sobre a sensibilização das populações jovens. Os meus alunos na faixa etária dos 20 anos, segundo os inquéritos que lhes faço, não reciclam, não usam transportes públicos e não separam. Nos dias que correm, os problemas ambientais são globais e as preocupações já não passam só por não deitar o lixo no chão. Enfrentamos uma era em que o aquecimento global e a escassez de água, por exemplo, são a principal causa da degradação do meio ambiente. Hoje em dia, proteger o ambiente é poupar água, é utilizar as lâmpadas correctas, é poupar electricidade, é ter cuidado com os alimentos que se compram tendo em atenção a sua produção.

Teme que a crise possa prejudicar o esforço

de promoção ambiental?Prejudica sempre. As crises económicas são

sempre um factor para relegar a questão ambiental para segundo plano. É compreensível, pois as preocupações principais direccionam-se para a subsistência das populações, com o bem-estar das famílias, etc. No entanto, as crises económicas podem constituir também uma oportunidade para alterar os hábitos do quotidiano: uso de transportes públicos, devido aos preços dos combustíveis, criação de hortas em casa ou poupar no consumo em geral.

Acha que os nossos políticos têm a questão ambiental como uma preocupação primária?

Os nossos políticos têm a preocupação ambiental no discurso, mas também têm a preocupação ambiental em termos de legislação devido à nossa integração na comunidade europeia. Porém, a prática política é inexistente e não será com certeza uma preocupação primária.

os jovens são os verdadeiros educadores ambientais das famílias?

Depende da idade. Até há 15 anos, os jovens consciencializavam as famílias até aos 20 anos. Depois, passou a ser até aos 15 anos, devido à grande influência dos grandes centros comerciais que apelam ao consumo. E penso que actualmente as crianças levam uma mensagem ambiental para casa até aos 10 anos. A partir dos 10 anos são completamente triturados pela sociedade de consumo e pela questão do enquadramento social. Os jovens tendem a identificar-se cada vez mais com os ditos modelos da sociedade e a esquecer as questões ambientais. No meu ponto de vista, a geração dos pais, entre os 30 e 50 anos, é a geração mais sensibilizada para as questões do ambiente.

Considera que a educação ambiental nas escolas é suficiente, assim como as campanhas de reciclagem a nível nacional?

Eu não conheço muito bem a educação ambiental que se está a fazer nas escolas agora. As escolas pedem-nos para fazer acções, há um grande esforço por parte dos professores e faz-se um bom trabalho. No entanto, não sei se é o suficiente, pois os alunos chegam ao ensino superior com pouca sensibilidade ambiental.

Considera que é possível identificar uma mudança de comportamento na população?

É difícil de medir. Eu penso que sim, mas também há mais condições para a mudança. Há dez anos já havia, mas cada vez há mais estruturas para a separação dos resíduos, há mais informação e mais consciência. Mas a prática é ainda muito insuficiente.

Teme que a actual situação ambiental,

tanto a nível nacional como regional, possa vir a piorar cada vez mais, se não houver uma participação cada vez mais activa por parte de cada um?

Sim, se não houver um contributo o futuro é insustentável. A questão das políticas está feita, mas cabe a cada um de nós forçar os agentes políticos a exercer essas determinadas políticas. Como dizia o filosofo britânico Edmund Burke: “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco.” Cada contributo é essencial. Consumimos excessivamente, desperdiçamos muito. Desde Agosto de 2010 que vivemos a crédito natural, consumimos acima da capacidade do planeta.

A quem cabe a responsabilidade de promover o bom funcionamento ambiental do nosso país?

Cabe aos políticos, locais e nacionais, instituições de ensino, cabe a todos os cidadãos. A promoção e a criação cabem ao poder político, a execução e a prática cabe a todos nós. Se todos nós tivermos boas práticas, o poder político também se sente na obriga-ção de as promover. k

kultosMarta Cova

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Os problemas ambientais são globais e as preocupações já não passam só por não deitar o lixo no chão

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Menos dias e a festa a acabar mais cedo. Foi este o acordo a que chegou a Câmara de Leiria e os estudantes para a Semana Académica de Leiria (SAL), que decorre de 1 a 7 de Maio. Daniel Melro, membro da associação de estu-dantes da Escola Superior de Tecno-logia e Gestão, participou em “várias reuniões com o vereador Gonçalo Lopes” mas como não foi possível um “consenso de horários dignos de Sema-na Académica” a decisão final acabou por pertencer ao presidente da Câma-ra. O acordo, a custo, foi assegurado. E em vez dos dez dias das edições ante-riores, este ano a festa fica apenas por sete, com um horário mais reduzido. Apesar da contenção dos horários, será

possível assistir a concertos do Cabaret Fortuna, Quim Barreiros, Noidz, Tara Perdida e Klepht.

De 1 a 4 de Maio, os espectácu-los terminam às duas da madrugada, mas o recinto permanece aberto até às quatro com música ambiente. Nos restantes dias, a festa dos estudantes prolonga-se até as 4 horas e o recinto encerra às 6 da manhã. O recinto abre portas às 22 horas (com excepção do dia 3, que tem início às 18h) e os con-certos começam às 23h30. Quanto ao local, será no recinto habitual, em fren-te à rotunda D. Dinis.

No dia 1, a entrada é livre com a serenata dos estudantes, seguindo-se Dj Pete Alexander. No segundo dia, será uma Noite de Tunas, terminando com o Dj residente (Dj Pê). No dia 3, haverá Convívio Académico das 18h às 22h com a banda Big Jovem, seguido de Cabaret Fortuna. Depois, é a vez do Desfile Académico, subordinado ao tema “Os Estudantes e a Cidade de Leiria», seguindo-se a noite marcada por Quim Barreiros. No dia 5, as estre-las são os Phantom Vision, os Noidz e os No Dj’s (Luís Oliveira, Nuno Cala-do e Filipe Nabais). No penúltimo dia, é a vez dos The Peorth, Tara Perdida e Tim Royko & Cosmo Klein (Live Act). A fechar a SAL será possível assistir a concertos dos A Caruma, Klepht e Dj Falcon.

O preço dos bilhetes para os estu-dantes é de 31 euros. O restante públi-co poderá comprar os bilhetes diários com preço a designar no próprio dia. k

“Vou ver quais são os candidatos que têm propostas mais realizáveis e que têm em vista o progresso do país”. A garantia é de Rui Chora, estudante de CET de Gestão de Qualidade do IPL, um dos muitos jovens portugueses que no dia 05 de junho prometem assinar de cruz o seu voto. Mas a decisão final quanto ao partido ainda está por resolver. Para ele e para muitos.

As eleições legislativas estão à porta. Durante as próximas semanas, os tempos de antena e a publicidade partidária vão invadir as casas dos portugueses, depois da demissão do primeiro-ministro José Sócrates (PS), no passado dia 23 de Março. Meses depois das presidenciais, mui-tos jovens vão tomar uma decisão, es-sencial para o futuro do país, com o peso da dívida pública no horizonte.

Também Catarina Carreira, estudante de Economia na Universi-

dade Nova de Lisboa, promete “estar atenta aos programas eleitorais dos partidos e também à situação actual do país” mas o voto será principal-mente para “o líder do partido, pois, apesar dos partidos terem por base uma ideologia, esta já não é assim tão visível e as políticas e programas dependem muito do dirigente’’. Tiago Carlos, recém-licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais, da Universidade Nova, assegura que vai avaliar qual o programa partidário que “melhor se adapta” às suas convicções pessoais e os que têm “as melhores propostas para a resolução dos problemas”. Mas vai mais longe e faz pender o seu voto para o partido que seja “capaz de negociar as propos-tas do seu programa com a oposição ou que tenha melhores condições para governar em coligação’’.

Por seu turno, o politólogo José Adelino Maltez, docente de Ciência

Política e investi-gador na área, cita Karl Deutsch para considerar que os “jovens, quando votam convicta-mente, estão a ‘pilotar o futuro’”. No entanto, na sua opinião, “não há voto jovem, há apenas jovens que votam”, muitas vezes “obe-decendo à solene virtude da insolência”. E também não há regras. Por isso, os jovens vão “votar na mudança em que acreditem” mas “temo que prefiram o disco rachado do mais do mesmo, plenamente virado”. Até porque “ser jovem não depende muito da idade, há velhos mais jovens que muitos jovens envelhecidos”. Mas José Adelino Maltez deixa um desejo pessoal: “Ser jovem se-ria usar as eleições para fazer ‘um golpe de Estado sem efusão de sangue’, como ensinava Karl Popper’’. k

ÚltImAsFilipa Araújo

A fechARInês de AlmeidaJessica Santos

Jovens à procura do seu voto

menos festa a horas certas

Programa m23 com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o programa M23 que permite acesso ao ensino superior a quem não tem o 12º ano concluído. Os interessados deverão apresentar a sua candida-tura até 11 de Abril, preparando-se para a prova de cultura geral no sábado seguinte, dia 16 de Abril, pe-las 10 horas no Edificio A da Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Os candidatos deverão comparecer no local 45 minutos antes da hora prevista para o início da prova. Mais informações em: www.ipleiria.pt

Conferência nacional md trading

A primeira conferência nacional sobre MD Trading decorre hoje, às 18 horas, na Escola Superior de Edu-cação e Ciência Sociais de Leiria. No encontro serão abordadas novas for-mas de realizar apostas desportivas, procurando proteger o investimento inicial naquela que é a maior bolsa do género. Com o objecto de apren-der como funciona a maior bolsa de apostas do mundo, os convidados Eclipse (equipa MD Trading), Jujil0 e restante equipa MD Trading partilha-rão as suas experiências, permitindo aos participantes aprender como se pode utilizar a Betfair para ganhar dinheiros com as apostas online.

novas oportunidadesem debate

O Centro de Investigação em Políticas e Sistemas Educativos (CIPSE), do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), organiza no próximo dia 27 de Maio uma conferência subordinada ao tema “Centro Novas Oportunidade: Passaporte para o Futuro”.

As inscrições para a iniciativa, que conta com a colaboração do Centro de Novas Oportunidades, devem ser efectuadas até ao dia 20 de Maio.

Mais informações disponíveis em www.confcno2011.ipleiria.pt.

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http://macmagazine.com.br

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Eleições a 05 de Junho marcadas pela crise económica

Semana Académica de Leiria 2011

Texto Filipa Ribeiro e Mafalda Sobreiro