ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO …Alho e probiótico como promotores do crescimento de...

61
ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO CRESCIMENTO DE SUÍNOS BIANCA GOMYDE VENTURA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ ABRIL/2003

Transcript of ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO …Alho e probiótico como promotores do crescimento de...

ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO CRESCIMENTO DE

SUÍNOS

BIANCA GOMYDE VENTURA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

ABRIL/2003

ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO CRESCIMENTO DE

SUÍNOS

BIANCA GOMYDE VENTURA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

“Orientadora: Profª. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares”

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

ABRIL/2003

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca do CCTA / UENF 029/2003

Ventura, Bianca Gomyde

Alho e probiótico como promotores do crescimento de suínos / Bianca Gomyde Ventura. – 2003. 42 f. : il.

Orientador: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares Dissertação (Mestrado em Produção Animal) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. Campos dos Goytacazes, RJ, 2003. Bibliografia: f. 33 – 40.

1. Estimulante do crescimento animal 2. Aditivo 3. Alho 4. Suíno 5. Nutrição animal I. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias. II. Título.

ALHO E PROBIÓTICO COMO PROMOTORES DO CRESCIMENTO

DE SUÍNOS

BIANCA GOMYDE VENTURA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Aprovada em 02 de abril de 2003

Comissão Examinadora:

Prof. Antônio Assis Vieira (D. Sc., Zootecnia) - UFRRJ

Prof. José Brandão Fonseca (Ph. D., Nutrição Animal) - UENF

Prof. Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho (D. Sc., Anatomia Patológica Animal) - UENF

Profª. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares (D. Sc., Zootecnia) - UENF

Orientadora

ii

Dedicatória especial,

Aos meus pais, Cosmo e Mara, minhas irmãs, Évelyn e Bruna, pelo amor, e por sempre me incentivarem a continuar seguindo em frente mesmo com tantas dificuldades.

Dedico,

A Deus, por iluminar meus caminhos.

Ofereço,

A minha avó Beatriz, pelo afeto, carinho, compreensão e amor.

iii

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e ao Centro de

Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) pelo apoio e pela oportunidade de

realização do curso.

À FENORTE, pela concessão da bolsa de estudo que permitiu a realização

deste trabalho.

À minha Orientadora e Professora Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares,

pela amizade, orientação e pelos ensinamentos, o meu agradecimento especial.

Ao Professor José Brandão Fonseca, pela coorientação, conselhos e

sugestões.

Ao Professor Eulógio, pelo valioso apoio na realização das análises

histológicas.

Aos técnicos dos Laboratórios de Zootecnia e Nutrição Animal e de Sanidade

Animal Beatriz, Gina e Luciana pela indispensável ajuda nas análises laboratoriais e

de campo.

Ao laboratório FATEC S/A, na figura do Dr. Aleixo, pelo fornecimento do

premix mineral/vitamínico, antibiótico e probiótico, o que decisivamente permitiu a

realização desta pesquisa.

Aos demais professores do curso de Pós-Graduação em Produção Animal,

pelos conhecimentos transmitidos.

Ao Mirton, pelo auxílio nas análises estatísticas.

Aos funcionários da Fazenda Experimental, Jonas e “Seu” Zé, pela

iv

colaboração prestada na execução do experimento e amizade.

Ao Frigorífico FRIGOELENA, na pessoa de Cláudia, por conceder o espaço

para abate dos animais e coleta do material.

Ao Prof. Antônio Assis Vieira, por aceitar participar da banca, o que

enriqueceu o trabalho.

Em especial, ao companheiro de trabalho Julien, pela constante paciência e

ajuda na realização da pesquisa.

Às amigas Cris, Bibi, Fran, Gláucia, Stê, Andressa, Tati e Giulinha, Lu, Paula

e Ana Cláudia, pela amizade e risadas, das quais sentirei muitas saudades e eterna

gratidão.

Aos amigos Afonso, Fabinho, Antero, Denílson, pelos vários momentos

divertidos que passamos juntos.

Às companheiras Jade (in memoriam) e Amora, por compartilharem da minha

vida constantemente.

Ao Dé, por me incentivar a continuar seguindo em frente, mesmo com a

dificuldade da distância que nos separava.

Aos meus tios e primos, pelo amor e incentivo.

A todos os amigos, pelo carinho e apoio.

A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente na execução deste

trabalho.

v

BIOGRAFIA

BIANCA GOMYDE VENTURA, filha de Cosmo Ventura Júnior e Mara Mayra

Gomyde, nasceu em 24 de fevereiro de 1977, na cidade de Santos – SP.

Em janeiro de 2001, graduou-se em Zootecnia, pela Universidade Federal de

Lavras (UFLA), Lavras – MG.

Em março de 2001, foi admitida no curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, Mestrado, Nutrição de Monogástricos, pela Universidade Estadual do Norte

Fluminense (UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de

dissertação para conclusão do curso em abril de 2003.

vi

CONTEÚDO

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................viii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................x

RESUMO......................................................................................................................... xi

ABSTRACT ....................................................................................................................xiii

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................4

2.1. Microrganismos do trato gastrintestinal de suínos .................................................4

2.2. Antibióticos como promotores de crescimento de suínos.......................................5

2.3. Alho e suas propriedades.......................................................................................9

2.4. Probióticos............................................................................................................11

vii

3. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................15

3.1. Localização e época de realização ......................................................................15

3.2. Animais, instalações e equipamentos ..................................................................15

3.3. Tratamentos e dietas experimentais ....................................................................17

3.4. Preparo do alho....................................................................................................18

3.5. Características avaliadas .....................................................................................19

3.6. Modelo estatístico ................................................................................................21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................23

4.1. Fase de crescimento ............................................................................................23

4.2. Fase de terminação..............................................................................................27

5. CONCLUSÕES ..........................................................................................................32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................33

7. APÊNDICE.................................................................................................................41

viii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. TEMPERATURAS MÉDIAS SEMANAIS, MÁXIMA (TMX) E MÍNIMA (TMN) REGISTRADAS DENTRO DO GALPÃO EXPERIMENTAL, DURANTE O PERÍODO 16

TABELA 2. RAÇÃO BASAL NA FASE DE CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO 18

TABELA 3. CONSUMO DIÁRIO DE RAÇÃO (CDR), GANHO DIÁRIO DE PESO (GDP) E CONVERSÃO ALIMENTAR (CA) DE SUÍNOS EM FASE DE CRESCIMENTO, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ALHO, PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS) E ANTIBIÓTICO (NITROVIN) ADICIONADOS, ASSOCIADOS OU ISOLADAMENTE, COMO PROMOTORES DE CRESCIMENTO 24

TABELA 4. ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS DAS FEZES DE SUÍNOS NA FASE DE CRESCIMENTO, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ALHO, PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS) E ANTIBIÓTICO (NITROVIN) ADICIONADOS, ASSOCIADOS OU ISOLADAMENTE, COMO PROMOTORES DE CRESCIMENTO 26

TABELA 5. CONSUMO DIÁRIO DE RAÇÃO (CDR), GANHO DIÁRIO DE PESO (GDP) E CONVERSÃO ALIMENTAR (CA) DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ALHO, PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS) E ANTIBIÓTICO (NITROVIN) ADICIONADOS, ASSOCIADOS OU ISOLADAMENTE, COMO PROMOTORES DE CRESCIMENTO 27

TABELA 6. CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ALHO, PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS) E ANTIBIÓTICO (NITROVIN), ADICIONADOS, ASSOCIADOS OU ISOLADAMENTE, COMO

ix

PROMOTORES DE CRESCIMENTO 29

TABELA 7. ALTURA DAS VILOSIDADES (AV) DO DUODENO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ALHO, PROBIÓTICO (BACILLUS SUBTILIS) E ANTIBIÓTICO (NITROVIN), ADICIONADOS, ASSOCIADOS OU ISOLADAMENTE, COMO PROMOTORES DE CRESCIMENTO 30

QUADRO1A.QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DE VARIÃNCIA E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DA FASE DE CRESCIMENTO 42

QUADRO2A.QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DE VARIÂNCIA E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DA FASE DE TERMINAÇÃO 42

QUADRO3A.QUADRADOS MÉDIOS DAS ANÁLISES DE VARIÂNCIA E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA NA FASE DE TERMINAÇÃO 43

QUADRO4A.QUADRADOS MÉDIOS DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DA ALTURA DAS VILOSIDADES DO DUODENO NA FASE DE TERMINAÇÃO 43

x

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 EFEITOS FISIOLÓGICOS, NUTRICIONAIS E METABÓLICOS, RELATADOS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS COMO PROMOTOR DE CRESCIMENTO. 7

xi

RESUMO

VENTURA, Bianca Gomyde; M.Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense; março/2003; Alho e probiótico como promotores do crescimento de suínos; Professora orientadora: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares. Professores conselheiros: José Brandão Fonseca e Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho.

O trabalho foi conduzido no setor de Suinocultura do Laboratório de Zootecnia

e Nutrição Animal do CCTA/UENF, localizado no Colégio Agrícola “Antônio Sarlo",

em Campos dos Goytacazes - RJ. Objetivou-se avaliar o efeito do alho e probiótico

(Bacillus subtilis) utilizados em associação ou isoladamente como estimulantes do

crescimento de suínos mestiços (Landrace x Large White) na fase de crescimento e

terminação, visando à substituição da utilização de antibiótico na ração como

promotor de crescimento, para obtenção de um produto cárneo livre de resíduos

medicamentosos. Utilizaram-se 48 suínos mestiços (Landrace x Large White), sendo

24 fêmeas e 24 machos castrados, com oito tratamentos e três repetições. A

unidade experimental constituiu-se de um macho e uma fêmea. Os tratamentos

utilizados foram: ração sem promotor de crescimento (ração basal); ração basal +

0,02% de antibiótico; ração basal + 0,20% de alho; ração basal + 0,30% de alho;

ração basal + 0,20% alho + 0,01% antibiótico; ração basal + 15 ppm probiótico;

ração basal + 30 ppm de probiótico; ração basal + 0,20% de alho + 30 ppm de

probiótico. O antibiótico utilizado foi Furamizol N250 (nitrovin), o probiótico foi

Calsporin 10 (Bacillus subtilis), e o alho utilizado foi o comercial de consumo

humano. Avaliou-se o desempenho dos animais (consumo de ração, o ganho de

xii

peso e conversão alimentar); análise microbiológica das fezes; características de

carcaça (comprimento de carcaça, espessura de toucinho) e morfometria do

duodeno. Determinou-se a composição microbiológica das fezes no início e no final

da fase de crescimento. Mediram-se as vilosidades do duodeno, no final da fase de

terminação, a fim de determinar sua morfologia. O desempenho dos animais não foi

influenciado pelos tratamentos. Não foram encontradas diferenças significativas para

nenhuma das variáveis estudadas, indicando a ausência de desafio sanitário no

manejo dos animais.

Palavras-chave: aditivo, alho, Bacillus subtilis, morfologia intestinal, promotor de

crescimento, microrganismos intestinais.

xiii

ABSTRACT

VENTURA, Bianca Gomyde; M.Sc.; State University of the North Fluminense; april/2003; Garlic and probiotic as swine growth promoter; Advisor: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares. Committee members: Jose Brandão Fonseca and Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho.

This work was carried in the swine sector of the Laboratory of Animal Science

and Nutrition of the CCTA/UENF, located in the Colégio Agrícola “Antônio Sarlo ", in

Campos dos Goytacazes - Rio de Janeiro. The objective was to separately evaluate

the effect of garlic and probiotic (Bacillus subtilis) used in association or isolated as

crossbred swine growth stimulants (Landrace x Large White) in the phase of growth

and termination, aiming at the replacement of the antibiotic used as growth promoter

in the ration, for attainment of a medicine residues free meat product. It was used 48

crossbred swine (Landrace x Large White), being 24 castrated males and 24

females, with eight treatments and three repetitions. The experimental unit consisted

of a male and a female. The used treatments have been: diet without growth

promoter (basal diet); basal diet + 0,02% antibiotic; basal diet + 0,20% garlic; basal

diet + 0,30% garlic; basal diet + 0,20% garlic + 0,01% antibiotic; basal diet + 15 ppm

probiotic; basal diet + 30 ppm probiotic; basal diet + 0,20% garlic + 30 ppm probiotic.

The antibiotic used was Furamizol N250 (nitrovin), the probiotic was Calsporin 10

(Bacillus subtilis), and the garlic used was the regular garlic for human consumption

available in supermarkets. It was evaluated: the performance of the animals (food

intake, body weight gain and feed conversion); the microbiological analysis of

excrements; the characteristics of carcass (length of carcass, thickness of

xiv

lard) and the duodenum morphology. It was determined the microbiological

composition of excrements in the beginning and in the end of the growth phase. It

was measured the duodenum villosity, in the end of the termination phase, in order to

determine its morphology. The performance of the animals was not influenced by the

treatments. Significant differences were not found in of the studied variables,

indicating the absence of sanitary challenge in the handling of the animals.

Key words: additive, garlic, Bacillus subtilis, intestinal morphology, growth promotion,

intestinal microorganisms.

1

1

1. INTRODUÇÃO

As tecnologias implantadas na suinocultura, como o melhoramento genético, os novos tipos de instalações, manejo, nutrição e métodos de criação proporcionaram um grande desenvolvimento da produção, o que levou ao surgimento de doenças. Um dos maiores desafios, no que diz respeito à nutrição, é o melhor aproveitamento dos nutrientes ingeridos na dieta, diminuindo as perdas econômicas e protegendo o meio ambiente, evitando contaminação com o excesso de dejetos.

Para que ocorra um melhor desempenho, os suínos devem estar sadios,

principalmente no que diz respeito ao trato gastrintestinal, para que, dessa maneira,

o animal aproveite todo o nutriente possível ingerido na dieta.

Vários autores têm encontrado evidências de que animais

recebendo promotores de crescimento em suas rações têm

paredes intestinais mais finas e mais leves, permitindo melhor

aproveitamento dos nutrientes, segundo BIRD (1969). Os

antibióticos usados como promotores de crescimento agem

melhorando a conversão alimentar e têm alguma ação preventiva

de doenças (NUNES, 1998).

Paralelamente ao crescente emprego de aditivos em rações, vários cientistas

desenvolveram trabalhos procurando examinar se seu uso na alimentação dos

animais acarretaria algum perigo à saúde humana (SMITH, 1975).

Devido aos riscos implícitos no uso de antibióticos como aditivos de rações,

relatados por vários autores, há interesse em se identificarem novos ingredientes

2

2

que possam substituir os aditivos sem os riscos apontados e sem a perda da

eficiência na produção de animais (FREITAS, 1992).

Objetivando reduzir estes problemas, têm sido realizadas pesquisas para

identificar microrganismos que se instalam no trato gastrintestinal prejudicando a

digestão e absorção de nutrientes, podendo causar doenças subclínicas ou até

mesmo sintomáticas, criando alternativas para diminuir sua população e seus efeitos

nocivos no trato gastrintestinal dos suínos. Entre elas estão os usos de diferentes

produtos, como os ácidos orgânicos, oligossacarídeos e antibióticos. Além destes,

novos produtos, denominados probióticos, estão surgindo no mercado.

O alho (Allium sativum, L.) é um produto condimentar pertencente à família

das Liliáceas, que, ao ser ingerido, provoca aumento da secreção gástrica,

resultando em ação profilática contra infecções microbianas do trato gastrintestinal

(DEMLING e KOCH, 1974).

Além de sua importância como condimento, algumas propriedades medicinais

são atribuídas ao alho. Em pesquisas conduzidas in vivo e in vitro, foram

identificados, no alho, dois princípios antibacterianos distintos: alicina (CAVALLITO e

BAILEY, 1944) e garlicina (MACHADO et al., 1948), sendo ambos de ação

predominantemente bacteriostática, atuando tanto contra bactérias gram-positivas

quanto gram-negativas.

Os probióticos são introduzidos na ração como aditivos, com a finalidade de

inocular e manter populações microbianas no trato gastrintestinal dos animais.

Populações microbianas estas que vão competir, em espaço e nutrientes, com

microrganismos indesejáveis, especialmente os patógenos (SILVA, 1999).

A União Européia proibiu a utilização de alguns antibióticos na produção

animal e, visando à exportação, a suinocultura brasileira deve se ajustar ao mercado

internacional. Os antibióticos já proibidos são: bacitracina de zinco, espiramicina,

virginiamicina e fosfato de tilosina (ALMEIDA, 2000). Os dois que ainda não foram

proibidos pela União Européia são a avilamicina e a bambermicina, mas poderão vir

a ser. Como conseqüência, é importante buscar produtos alternativos que garantam

aos produtores os mesmos resultados obtidos com antibióticos como promotores de

crescimento. Dessa maneira, é possível agregar valor à carne suína como carne

segura (orgânica). No Brasil, produtos que foram utilizados no passado e hoje estão

proibidos como aditivos de rações incluem as tetraciclinas, penicilinas, cloranfenicol,

sulfonamidas sistêmicas, furazolidona, nitrofurazona e avoparcina. O Ministério da

3

3

Agricultura acompanhou a União Européia na suspensão da avoparcina e,

possivelmente, outros antibióticos no futuro.

A despeito do valor dos antibióticos promotores de crescimento e/ou eficiência

alimentar na melhoria da eficiência da produção animal, a perspectiva de seu

completo banimento é real e o prejuízo decorrente disso tem sido avaliado. Butolo

(1999), citado por MENTEN (2001), fez referência a dados coletados em sete países

da União Européia, revelando que o impacto econômico causado pela proibição de

antimicrobianos como promotores de crescimento seria de US $ 2,124 bilhões/ano,

distribuídos em carne bovina ($637 milhões), carne vitela ($178 milhões), carne

suína ($1,103 bilhão), carne de frango ($ 176 milhões) e ovos ($30 milhões). Nos

Estados Unidos, o USDA estimou recentemente que o custo do banimento dos

promotores de crescimento seria de US $ 1,2 a 2,5 bilhões/ano, caso haja ou não

substituto para esses produtos, distribuídos entre gado de corte ($ 0,523 a 1,045

bilhão), suíno ($ 382 a 572 milhões) e perus ($ 70 a 146 milhões).

Do ponto de vista nutricional e sanitário, é possível, através do uso do alho

e/ou probiótico, colocar, à disposição da população, carne suína de melhor

qualidade e evitar a exposição da população a alimentos que possam conter

compostos terapêuticos semelhantes aos utilizados na medicina humana

(QUADROS et al., 2001 a).

Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo estudar o potencial do

alho e, ou, probiótico como promotor de crescimento em rações para suínos,

verificando o efeito do seu uso sobre o desempenho dos animais, bem como sua

eficácia no controle de microrganismos enteropatogênicos e seu efeito sobre as

vilosidades do trato gastrintestinal.

4

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Microrganismos do trato gastrintestinal de suínos

No trato gastrintestinal existe uma microflora natural composta de,

aproximadamente, 400 espécies em equilíbrio entre si e o hospedeiro. Esta

população microbiana começa a se estabelecer, no suíno, logo após o nascimento e

pela amamentação. Um modo de classificação destas bactérias leva em conta a sua

associação ao epitélio gastrintestinal, permanente; ou a sua presença livre no lúmen

intestinal, transeunte. O trato intestinal tem um sistema de defesa contra

microrganismos indesejáveis, que envolve o sistema imunológico e bactérias

antagonistas (BIOTECNAL, 1996).

A presença de microrganismos patogênicos provoca lesão e espessamento

das paredes do trato gastrintestinal, em virtude da ação de toxinas liberadas pelos

mesmos neste local; prejudicando, assim, a absorção de nutrientes, acarretando

uma diminuição do desempenho dos animais. Além disto, as substâncias tóxicas

liberadas por estes microrganismos, no trato gastrintestinal, necessitam ser

continuamente eliminadas do organismo, o que requer um gasto extra de energia e

leva à utilização de parte dos nutrientes da digesta, contida no intestino, só para este

fim, reduzindo a quantidade de nutrientes que poderiam ser absorvidos e utilizados

para o crescimento do animal, acarretando numa piora na conversão alimentar

(WALTON, 1990).

A mucosa da parede intestinal apresenta-se com maior teor de água e maior

5

5

espessamento da “camada imóvel” no intestino delgado de animais contaminados

com microrganismos, em resposta ao grande número de bactérias que aí se

encontram e, a primeira alteração produzida no intestino de animais que consomem

promotores de crescimento é a diminuição da inflamação da parede intestinal

(WALTON, 1990).

O estresse causado por ocasião da desmama de leitões pode favorecer o

desenvolvimento de microrganismos patogênicos no trato gastrintestinal e isto pode

resultar em diarréia (LYONS, 1987).

Segundo Jukes (1949) e Heuser (1957), citados por CERCOS (1975), os

animais livres de patógenos (SPF) desenvolvem-se melhor do que aqueles criados

em ambientes contaminados. Estes últimos terão rendimento semelhante aos

daqueles criados em ambientes livres de patógenos, caso seja usado, em suas

rações, algum promotor de crescimento. Os animais SPF não se beneficiam do

efeito promotor do crescimento de antibióticos, além de terem uma produtividade

superior à dos animais criados em ambiente convencional, quando criados em

ambiente também livre desses patógenos.

Como animais livres de germes apresentam uma taxa de crescimento maior

que animais convencionais alimentados com dietas contendo antibiótico, os quais

apresentam uma maior taxa de crescimento que animais convencionais alimentados

com dietas sem antibióticos, é razoável assumir que os fatores responsáveis pela

semelhança morfológica do trato gastrintestinal entre os animais livres de germes e

os convencionais alimentados com dietas contendo antibiótico sejam também, os

mesmos que favoreçam o aumento da taxa de crescimento destes (VISEK, 1978).

2.2. Antibióticos como promotores de crescimento de suínos

Promotores de crescimento são compostos sintéticos orgânicos, compostos

químicos ou elementos inorgânicos simples administrados em pequenas

quantidades com a finalidade de melhorar a taxa de crescimento e, ou, a eficiência

alimentar (LIMA, 1999). Fazem parte desta definição os antibióticos, que atuam

inibindo o crescimento de microorganismos patogênicos.

A quimioterapia moderna feita com o uso de antibióticos é fruto de mais de

cem anos de experiência. Entre 1940 e 1955, segundo KISER (1976), deu-se inicio

6

6

ao uso de compostos orgânicos sintéticos, adicionados à ração. Esses compostos

incluíam vitaminas, aminoácidos, antioxidantes, promotores de crescimento e

coccidiostáticos. As vitaminas sintéticas e os aminoácidos são semelhantes aos

compostos naturais já presentes no alimento. Os antibióticos e os coccidiostáticos,

por outro lado, são novos e diferentes, pois os alimentos naturais não têm

compostos semelhantes a esses em níveis efetivos. Os promotores de crescimento

e os coccidiostáticos produziram efeitos favoráveis no crescimento, eficiência e

mortalidade dos animais, inibindo o desenvolvimento dos microrganismos do trato

gastrintestinal. Porém, a possibilidade dos microrganismos virem a adquirir

resistência a esses compostos é patente, segundo SMITH (1975). Aos aditivos

usados na alimentação, nessa época, foi creditado 10% no peso a mais no abate e

10% no aumento da eficiência alimentar, segundo HAYS (1969). Em outras

situações, para suínos de até 50 kg, o aumento médio foi de 10 a 15% tanto no

ganho de peso, como na conversão alimentar (NUNES, 1998).

Embora o efeito dos antibióticos como promotor do crescimento tenha sido

consistentemente demonstrado em várias pesquisas (JUKES, 1977; VISEK, 1978;

JONES e TARRANT, 1982; Hays, 1991, citado por ANDERSON et al., 1999), o

mecanismo de ação destas substâncias ainda não é bem entendido. De acordo com

Lawrence (1998) citado por ANDERSON et al. (1999) os mecanismos de ação para

a melhoria no crescimento e eficiência alimentar são, aparentemente, independentes

de seu modo de ação como antimicrobiano. Segundo LAVAL (2000), o uso de

antibióticos para melhorar a eficiência alimentar é baseado na administração de

baixas doses por um longo período, atuando como reguladores da microflora

intestinal, uma vez que não promovem crescimento em animais “germ free”.

ANDERSON et al. (1999), sumarizam que a melhoria da taxa de crescimento devido

à utilização de antibióticos está associada com o metabolismo de proteínas, inclusive

uma melhor digestibilidade da mesma e, conseqüentemente, maior retenção de

nitrogênio. Bird et al. (1969), citados por CERCOS (1975), relataram que, com

relação à proteína, a exigência pelo animal é menor quando em presença de

antibióticos.

VISEK (1978) atribuiu o aumento na taxa de crescimento dos animais

alimentados com rações contendo antibióticos a uma inibição das infecções

subclínicas, redução do uso de nutrientes pelos microorganismos e à melhoria na

absorção de nutrientes.

7

7

Jukes (1949), citado por KISER (1976), relatou que os possíveis mecanismos

de ação dos promotores de crescimento são: os antibióticos possuem efeito direto

de vitamina; os antibióticos atuam indiretamente sobre os microrganismos do

intestino, eliminando toxinas produzidas por bactérias, eliminando a concorrência

entre os microrganismos, favorecendo a produção de vitaminas por parte dos

microrganismos e ainda proporcionando trocas benéficas no metabolismo dos

microrganismos.

A Figura 1 resume os efeitos fisiológicos, nutricionais e metabólicos, os quais

são relatados com o uso de antibióticos na dieta como promotores de crescimento

(Commission on Antimicrobial Feed Additives, 1997; citado por ANDERSON et al.,

1999).

Aumenta Reduz FISIOLÓGICO Absorção dos nutrientes

Consumo de ração Tempo de trânsito do alimento Espessamento da parede intestinal Comprimento da parede intestinal Peso da parede intestinal Umidade fecal Renovação das células da mucosa

NUTRICIONAL Retenção energética Retenção de nitrogênio Absorção de vitaminas Absorção de elementos traços Absorção de ácidos graxos Absorção de glicose Absorção de cálcio Nutrientes no plasma

Perda de energia intestinal Síntese de vitaminas

METABÓLICO Síntese de proteínas no fígado Fosfatase alcalina intestinal

Produção de amônia Produção de aminas tóxicas Fenóis aromáticos Produtos de degradação biliar Oxidação de ácidos graxos Excreção de gordura fecal Uréase microbiana intestinal

Figura 1. Efeitos fisiológicos, nutricionais e metabólicos, relatados com o uso de antibióticos como promotor de crescimento (Commission on Antimicrobial Feed Additives, 1997; citado por ANDERSON et al., 1999).

Além do aumento na taxa de crescimento e da melhoria na conversão

alimentar, o uso de antibióticos em dietas para suínos tem permitido a redução na

mortalidade e morbidade, particularmente em leitões mais jovens (CRONWELL,

8

8

1991). De acordo com este autor, a mortalidade caiu pela metade, após o uso de

antibióticos por 22 anos (4,3 para 2,0%), e esta redução foi ainda maior sob

condições de alta incidência de doenças e estresse ambiental. Entretanto, ROSEN

(1996) revisou resultados publicados referentes a 12.153 experimentos em que

antibióticos foram utilizados e constatou que em apenas 72% deles ocorreram

respostas favoráveis no desempenho dos animais. isto deixa claro que a análise de

poucos trabalhos pode mascarar o verdadeiro valor do produto sendo estudado.

Poucas pesquisas têm sido realizadas no sentido de estudar o uso de

estimulantes do crescimento para suínos, nas fases de crescimento e terminação.

Em algumas delas, os antibióticos são usados nas dietas para suínos, da desmama

até o abate, ou ainda, eles são substituídos por outros, ou retirados da dieta, na fase

de terminação (WAHLSTRON e LIBAL, 1975; LANGLOIS et al., 1978; HAYS e

MUIR, 1979; CRONWELL et al., 1984).

A literatura cita que os antibióticos incluídos na dieta de

suínos podem causar diferenças na composição da carne, Bowland

et al. (1951), citados por VIEIRA (1993). Por outro lado, desde que a

dieta fosse adequadamente balanceada, CUNHA (1977) citou que a

composição da carcaça não teria variação em função da presença

de antibióticos na dieta.

Poucos trabalhos têm sido desenvolvidos visando ao estudo

dos efeitos causados pelos antibióticos utilizados como

estimulantes de crescimento sobre o peso do trato gastrintestinal e

das vísceras de suínos, embora a literatura cite as mudanças

morfológicas ocorridas nestes casos (VIEIRA, 1993).

Segundo BOHME e OSLAGE (1987), não foram encontradas

diferenças na qualidade de carcaças, peso de rins, coração e fígado

de suínos alimentados com dietas que continham diversos

antibióticos. VIEIRA (1993), ao analisar os resultados de

características de carcaça, em função da inclusão de níveis

crescentes de alho ou antibiótico, obteve diferença significativa

entre os tratamentos e baço, mas não houve efeitos significativos

9

9

sobre os demais pesos do trato gastrintestinal, das vísceras, do

coração e rins.

O baço auxilia o corpo na resistência a infecções por

microrganismos patogênicos, em função da produção de linfócitos,

anticorpos e partículas retículo-endoteliais. A hipertrofia do baço

pode ser um indicativo do grau de infecção por substâncias

estranhas e nocivas ao organismo (SWENSON, 1988).

A União Européia proibiu a utilização de alguns antibióticos na produção

animal e, visando à exportação, a suinocultura brasileira deve se ajustar ao mercado

internacional. Os antibióticos já proibidos são: bacitracina de zinco, espiramicina,

virginiamicina e fosfato de tilosina. Dois antibióticos ainda não foram proibidos pela

União Européia, a avilamicina e a bambermicina. Como conseqüência, é importante

buscar produtos alternativos que garantam aos produtores os mesmos resultados

dos antibióticos como promotores de crescimento, podendo, dessa maneira, agregar

valor à carne suína como carne segura e, futuramente, orgânica.

No Brasil, o uso de promotores de crescimento em rações de aves e suínos é

generalizado. Em 2000, o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO

ABASTECIMENTO publicou tabelas com indicações para o uso de vários

promotores de crescimento.

2.3. Alho e suas propriedades

Em virtude dos riscos oferecidos pelo uso de antibióticos como aditivos de

rações, citados por vários autores, surgiu um grande interesse em identificar novas

substâncias que pudessem substituir os antibióticos, sem os riscos já apontados e

sem a perda das vantagens proporcionadas por estes aditivos (VIEIRA, 1993).

O alho (Allium sativum, L.) é um produto condimentar pertencente à família

das Liliáceas, possuindo características próprias, como o sabor e odor aliáceos,

responsáveis pela difundida utilização do alho como condimento. O alho provoca

aumento da secreção gástrica, resultando em ação profilática contra infecções

microbianas do trato gastrintestinal (DEMLING e KOCH, 1974).

Erva bulbosa, da família das Liláceas, originária da Ásia e dos países

mediterrâneos, conhecida pelos cientistas como "Allium sativum L", o alho tem o

10

10

prestígio em alta desde os tempos dos faraós, há mais de 4 mil anos.

Pesquisadores como o microbiologista e químico francês Louis Pasteur

(1822-1895) descobriram no alho sua ação bactericida (FARBMAN et al., 1993).

Além de sua importância como condimento, algumas propriedades medicinais

são atribuídas ao alho. Em pesquisas conduzidas in vivo e in vitro, foram

identificados, no alho, dois princípios antibacterianos distintos: alicina (CAVALLITO &

BAILEY, 1944) e garlicina (MACHADO et al., 1948), sendo ambos de ação

predominantemente bacteriostática, atuando tanto contra bactérias gram-positivas

quanto gram-negativas.

Experiências comprovam que a alicina é um antimicrobiano poderoso,

atuando, por exemplo, na morte de bactérias gram-negativas, causadoras de

infecções e furunculoses. Funciona também como agente antiviral, combatendo,

entre outros, o vírus da gripe, segundo MAYEUX et al. (1988).

Outros estudos, porém, apontam nos derivados do enxofre um efeito

diferente, mas igualmente benéfico: o fortalecimento do sistema imunológico, com o

aumento do número de linfócitos T, uma das mais combativas células de defesa do

sangue. Dessa forma, a proliferação dos microorganismos também ficaria

prejudicada, segundo NAGANAWA et al. (1996).

O dialil dissulfeto (DAS), presente em altas concentrações no óleo do alho, é

uma das mais importantes substâncias da planta e foi descoberta em 1892 pelo

cientista alemão P.W. Semmler. Este tem a capacidade de reduzir a "captação" dos

lipídios pelas células do tecido que reveste a parte interna dos vasos. Dessa forma,

diminuem a formação de ateromas, placas endurecidas formadas principalmente por

gorduras, que obstruem os vasos sanguíneos. Previnem-se, assim, problemas

cardíacos e circulatórios provocados pelo excesso de colesterol, segundo DESTRO

et al. (2001).

Outra propriedade também atribuída ao dialil dissulfeto é a de ser um agente

antitumoral. Pesquisas realizadas por Hayes et al. (1987) e Wargovich (1987),

citados por HU et al. (1996), a substância mostrou capacidade de reduzir e, em

alguns casos, chegou a impedir a formação de câncer de cólon (intestino grosso) em

ratos de laboratório que receberam doses extras de produtos considerados

cancerígenos.

O polissulfeto de alila (di e trissulfeto) é outra substância encontrada no alho

com a propriedade de aumentar a elasticidade dos vasos sanguíneos e relaxar as

11

11

fibras musculares, provocando vasodilatação. Por isso, o alho é indicado para

prevenir a hipertensão, além de ajudar a combater a aterosclerose.

O trissulfeto dimetil alila inibe uma enzima que atua na agregação das plaquetas do

sangue, uma das principais causas da trombose, a obstrução dos vasos sanguíneos.

Em conjunto, trabalha também o ajoeno, substância presente no óleo essencial do

alho, que funciona como anticoagulante, (APITZ-CASTRO et al., 1983).

Com o objetivo de verificar o valor do alho como estimulante de crescimento

de suínos, DONZELE et al. (1978) realizaram dois experimentos com leitões em

crescimento. No primeiro experimento, os níveis de 0,19% e 0,27% de alho na dieta

resultaram em melhorias no ganho de peso e na eficiência alimentar,

respectivamente. No segundo experimento, o uso do alho causou melhora

significativa na eficiência alimentar. Os animais alimentados com rações que

continham alho e bacitracina de zinco apresentaram eficiência alimentar

intermediária entre os animais alimentados com ração testemunha e os alimentados

com ração que continham alho ou antibiótico.

PICCOLO et al. (1979a), trabalhando com suínos nas fases de crescimento e

terminação, concluíram que, por seus efeitos positivos no ganho de peso e na

eficiência alimentar, o alho pode ser usado em substituição ao promotor de

crescimento bacitracina de zinco, na suplementação das rações. Os mesmos

autores observaram, também, que a utilização do alho não causou alteração nas

características organolépticas da carne produzida (PICCOLO et al., 1979b).

O alho traz uma vantagem sobre os antibióticos, quando utilizado como

promotor de crescimento de suínos, não sendo necessária a sua retirada de dieta

em animais em terminação, uma vez que ele é utilizado, normalmente, na

alimentação humana (VIEIRA, 1993).

Em um experimento realizado com cavalos, a inclusão de alho como

palatabilizante, no concentrado, resultou em efeitos positivos para o consumo de

ração (HORTON et al., 1991).

2.4. Probióticos

Os probióticos foram definidos por vários autores como organismos ou

substâncias que contribuem para um equilíbrio da flora microbiana, sendo

atualmente utilizados como promotores de crescimento, em substituição aos

12

12

antibióticos, segundo Parker, citado por SUIDA (1994). Já FULLER (1989) definiu os

probióticos como suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que

afetam beneficamente o animal hospedeiro, melhorando o balanço microbiano

intestinal.

Os probióticos atuam inibindo a proliferação de bactérias patógenas pela

produção de ácidos orgânicos e substâncias antibióticas ou pela redução de pH.

Os suplementos alimentares utilizados mais freqüentemente contêm bactérias

dos gêneros Lactobacillus, Bacillus, Enterococcus e Bifidobacterium, além de

Saccharomyces. Os probióticos podem melhorar o desempenho e aumentar a

resistência dos animais a doenças, havendo evidências de que o mecanismo de

ação se deve à exclusão competitiva, em que os microrganismos adicionados

competem com outras bactérias por sítios de ligação no epitélio intestinal;

antagonismo direto, em que bactérias produzem substâncias bactericidas contra

patógenos; estímulo ao sistema imune; efeito nutricional, através do aumento da

digestão ou absorção de nutrientes; supressão na produção de amônia, a qual pode

ser tóxica a células epiteliais; neutralização de enterotoxinas produzidas por

bactérias patógenas, (MENTEN, 2001).

Os probióticos devem ser estáveis nos alimentos e resistentes à ação de

agentes antimicrobianos presentes nas rações e no trato digestivo, sendo, também,

estáveis à ação dos ácidos gástricos durante sua passagem no estômago.

Dentre as características desejáveis do probiótico, destaca-se que este não seja destruído pelo suco gástrico, sendo eficaz nos diferentes segmentos do trato gastrintestinal e composto por grupos de bactérias, as quais, efetivamente, propiciam efeitos benéficos na absorção dos nutrientes (VASSALO et al., 1997).

Os Bacillus sp são bactérias aeróbias normalmente encontradas na forma

esporulada em gramas secas ou fenos, apresentando resistência à ação de ácidos,

álcalis e calor, KOZASA (1989).

Os Bacillus subitilis são bactérias gram-positivas, não patogênicas,

apresentando-se na forma de esporos, normalmente encontrados no solo. Após sua

ingestão pelo animal, seus esporos conseguem passar pela barreira gástrica e

germina no trato intestinal. O Bacillus subitilis também é agente imunoestimulador

contra várias doenças, in vivo e in vitro estimula a secreção de imunoglobulinas

(GREEN et al, 1999).

Os efeitos que os probióticos podem ter em humanos incluem: aumento da resistência a doenças intestinais, menor duração de diarréias, redução da pressão arterial, redução do colesterol plasmático, redução da sensibilidade a alergias,

13

13

regressão de tumores, redução da produção de carcinogênios. Na produção animal tem sido atribuído aos probióticos aumento do ganho de peso e eficiência da produção, além de aumentar a resistência a doenças, (MENTEN, 2001).

O uso de diferentes níveis de probióticos (Bacillus subtilis) na ração de

frangos de corte não produziu efeitos significativos, embora tendência para melhorar

o desempenho, crescimento alométrico do pâncreas e intestino delgado e atividades

enzimáticas tenham sido observados (FRIZZAS, 1996). Em estudos com frangos de

corte VARGAS et al (2001), concluíram que os probióticos (B. subitillis) podem

substituir o antibiótico nas rações, independente da fase de vida dos animais.

A presença de Bacillus subtilis junto com antibiótico, bambermicina ou

bacitracina de zinco, melhorou o ganho de peso em perus na 12a. semana de idade,

de acordo com JIRAPHOCAKUL e SULLIVAN (1990). Resultados semelhantes

foram obtidos com o uso de probióticos à base de Bacillus subtilis para frangos de

corte. A conversão alimentar melhorou e, ainda, houve inibição de bactérias

patogênicas como Escherichia coli e Clostridium perfringens, com relação à

quantidade de amônia das fezes, segundo MARUTA (1993).

Dois experimentos com frangos de corte e com poedeiras foram realizados

por SUIDA (1994) para avaliar a utilização do alho, do probiótico Calsporin (Bacillus

subtilis) e do antibiótico nitrovin. Os pesos dos frangos e dos ovos das poedeiras e o

consumo de ração foram maiores para as aves que receberam Calsporin e nitrovin,

em relação aos tratamentos testemunha e com alho.

FRITTS et al. (2000) utilizaram 30 g/t de Bacillus subtilis C-3102 (Calsporin) para frangos de corte, para avaliar o desempenho e o estado microbiológico da carcaça dos frangos. A inclusão de Calsporin foi significativa para aumento de ganho de peso e melhor conversão alimentar. Na análise do estado microbiológico da carcaça, houve redução significativa na contagem das placas aeróbicas, coliformes e campilobacter. No grupo controle, 100% das aves continham Salmonella na carcaça, e somente 50% das alimentadas com Calsporin apresentaram Salmonella na carcaça.

Estudos realizados pelo PARC INSTITUTE (EASTON-MARYLAND-EUA), citados por PAGANINI (2000), mostram que o Bacillus subtilis inibe o crescimento bacteriano de E. coli, Clostridium e Salmonella.

PAGANINI (2000), avaliando a contagem de bactérias gram-negativas presente na cama, e contagem de bactérias presentes no exterior de frangos de corte, em camas tratadas com Bacillus subtilis vs camas não tratadas, concluiu que houve redução significativa na contagem bacteriana para ambos os parâmetros avaliados.

SOHAIL et al. (2002), utilizando três níveis protéicos e três níveis do probiótico Calsporin para poedeiras, observaram que, quanto maior o nível de Calsporin, maior a gravidade específica e espessura da casca do ovo. No estudo, foi observado que o uso de Calsporin não influenciou a produção de ovos, consumo de ração, peso do

14

14

ovo e das poedeiras.

O uso de probióticos na dieta de suínos proporcionou a redução da perda de

peso no transporte, melhorou o rendimento de carcaça quente e também aumentou

a profundidade do músculo Longissimus dorsi, (QUADROS, 2001b).

Os probióticos encontram-se em fase de desenvolvimento e maiores estudos

científicos são necessários para determinar as causas das variações nos resultados

obtidos (SILVA, 1999a).

15

15

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Localização e época de realização

O presente experimento foi conduzido no período de 16 de abril a 17 de julho

de 2002, nas instalações do Setor de Suinocultura do Laboratório de Zootecnia e

Nutrição Animal do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da

Universidade Estadual do Norte Fluminense, situado no Colégio Agrícola Antônio

Sarlo, no município de Campos dos Goytacazes.

3.2. Animais, instalações e equipamentos

Foram utilizados, na pesquisa, 48 suínos mestiços (Landrace

x Large White), 24 fêmeas e 24 machos castrados, com peso inicial

médio de 26 kg e idade média de 50 dias, durante 93 dias. Os

animais foram separados em blocos de acordo com o peso médio,

consistindo em bloco 1, peso inicial médio de 23,55 kg, bloco 2,

peso inicial médio de 26,58 kg e bloco 3, peso inicial médio de

28,24 kg.

O experimento foi dividido em duas fases, fase de

crescimento de 16 de abril a 27 de maio, e fase de terminação de 27

16

16

de maio a 17 de julho.

Os animais foram alojados em 24 baias em um galpão de

alvenaria, com piso de concreto compacto, providos de

comedouros de cimento e bebedouros tipo chupeta. As instalações

eram sem contaminação expressiva por serem novas. Os animais

foram submetidos a 14 dias de adaptação, recebendo neste período

a ração basal.

Foram tomadas as médias de temperatura (Tm ºC) no interior

do galpão durante todo o período experimental (Tabela 1).

Tabela 1. Temperaturas médias semanais, máxima (Tmx) e mínima (Tmn) registradas dentro do galpão experimental,

durante o período

Semanas Tmn (°°°°C) Tmx (°°°°C)

01 23,00 33,00

02 21,67 33,00

03 21,72 31,72

04 21,42 31,71

05 16,85 25,85

06 20,40 30,40

07 20,50 30,50

08 20,67 33,00

09 16,80 33,00

10 18,50 33,00

11 18,00 32,60

12 17,20 31,72

13 18,50 31,50

17

17

X 19,63 31,62

3.3. Tratamentos e dietas experimentais

Para avaliar os efeitos do alho e probiótico sobre o desempenho dos suínos

foram constituídos os seguintes tratamentos:

1. Ração sem promotor de crescimento (ração basal)

2. Ração basal + 0,02% de antibiótico

3. Ração basal + 0,20% de alho

4. Ração basal + 0,30% de alho

5. Ração basal + 0,20% alho + 0,01% antibiótico

6. Ração basal + 15 ppm probiótico

7. Ração basal + 30 ppm de probiótico

8. Ração basal + 0,20% de alho + 30 ppm de probiótico

Os promotores de crescimento antibiótico e probiótico, utilizados segundo as recomendações do fabricante (FATEC S/A), foram:

- Nitrovin (FURAMIZOL N – 250) – foram utilizados na ração de crescimento

e terminação na quantidade de 200 gramas por tonelada no tratamento 2 e 100

gramas por tonelada no tratamento 5.

- Calsporin – 10 (probiótico composto por Bacillus subtilis na concentração

de 1010 células viáveis por grama) - foram utilizados na ração de crescimento e

18

18

terminação na quantidade de 150 e 300 gramas por tonelada.

O suplemento mineral vitamínico utilizado foi Polimix suínos, formulado pela

FATEC S/A, também utilizado em níveis recomendados pela empresa.

As dietas experimentais foram formuladas à base de milho, farelo de soja,

suplementos mineral e vitamínico, e atenderam às exigências nutricionais

preconizadas por ROSTAGNO et al. (2000), sendo isoprotéicas e isocalóricas.

Os ingredientes básicos das rações (milho e farelo de soja) foram analisados

no laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal do CCTA-UENF, sendo o teor protéico

determinado pelo método de Kjeldahl, conforme a metodologia da AOAC. Os teores

dos demais nutrientes foram retirados de ROSTAGNO et al. (2000).

Os ingredientes utilizados nas dietas e sua composição

encontram-se na Tabela 2.

Tabela 2. Ração basal na fase de crescimento e terminação

Ingredientes (%) Crescimento Kg/100 kg

Terminação kg/100 kg

Milho 71,90 75,30

Farelo de Soja 25,00 22,00

Fosfato Bicálcico 1,30 0,70

Calcário 0,80 1,00

Premix Mineral/Vitamínico 0,20 0,15

Sal 0,30 0,40

Lisina 0,10 0,05

Inerte 0,40 0,40

Total 100,00 100,00

Composição calculada

Energia digestível (kcal/kg) 3.400 3.390

Proteína Bruta (%) 17,50 16,50

Lisina (%) 0,95 0,84

19

19

Metionina + Cistina (%)

0,58 0,56

Cálcio (%) 0,73 0,65

Fósforo Disponível (%) 0,33 0,23

3.4. Preparo do alho

O alho foi preparado seguindo a metodologia descrita por VIEIRA (1993), com

algumas adaptações. Inicialmente, o alho integral (cabeça ou bulbo) foi triturado em

multiprocessador (ARNO®), logo depois de misturado com fubá de milho. A pré-

mistura de alho com fubá foi imediatamente incorporado às dietas.

As rações foram elaboradas semanalmente, e armazenadas em baldes

tampados, para minimizar a perda do princípio antibiótico encontrado no alho.

3.5. Características avaliadas

A presente pesquisa avaliou os parâmetros de desempenho (consumo de

ração, ganho de peso, conversão alimentar), análise microbiológica das fezes na

fase de crescimento e, além dessas características, também foram avaliadas as

características de carcaça (espessura de toucinho, comprimento de carcaça, peso

do baço), e análise histológica das vilosidades do duodeno na fase de terminação.

A determinação do ganho de peso e consumo alimentar, assim como o

cálculo da conversão alimentar, foram obtidos mediante pesagem dos animais no

início e final de cada período experimental e das pesagens a cada três dias das

rações fornecidas e respectivas sobras.

No início e no final da fase de crescimento, foram coletadas amostras fecais

com swab estéril de todos os machos para isolamento, identificação e contagem de

coliformes totais e fecais, Salmonellas sp, e enterobactérias do trato gastrintestinal.

As análises foram feitas no Laboratório de Sanidade Animal da Universidade

Estadual do Norte fluminense.

Depois de feita a coleta do material, os meios e diluições usados para as

20

20

contagens bacterianas foram os seguintes:

- Identificação de enterobactérias: as amostras de fezes foram inoculadas nos

meios de cultura ágar MacConkey, Agar sangue e Agar SS. Após a inoculação, as

amostras foram colocadas em estufa a 37ºC por 24 a 48 h, para observação do

crescimento bacteriano.

O diagnóstico bacteriológico foi feito através da microscopia das bactérias

replicadas das colônias através do método de Gram e provas bioquímicas

necessárias para identificação do gênero das bactérias.

- Contagem de coliformes totais e fecais: meio de cultura ágar MacConkey;

diluição em tubos seriados (NMP), resultado número mais provável de bactérias por

grama de amostra-NMP/g.

Para o recolhimento de matéria fecal (30g) foi introduzido no reto swab estéril,

de todos os machos, no inicio do experimento e fim da fase de crescimento. Para avaliação de carcaça, ao final do período experimental os animais foram pesados e deixados em jejum de 24

horas, para abate no dia seguinte. Os animais foram abatidos com peso médio de 110 kg no Frigorífico “Frigoelena”, em

Itaperuna-RJ. Foi realizado o abate de 16 animais, os quais foram depilados, eviscerados e cortados ao meio

longitudinalmente, deixando a cauda na meia carcaça esquerda. A seguir, as carcaças foram pesadas e as meias carcaças

esquerdas avaliadas segundo o Método Brasileiro de Classificação de Carcaça (MBCC), adotado pela ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUÍNOS (1973).

Nas carcaças estudadas, foram feitas medidas lineares do comprimento de carcaça pelos MBCC e de espessura de

toucinho nas posições ET1C (espessura de toucinho na primeira costela); espessura ETUC (espessura de toucinho na região

da última costela entre a sétima e vértebra lombar); ETUL (menor espessura de toucinho na região acima da última vértebra

lombar).

O baço foi retirado e pesado, para comparação entre os tratamentos.

No final da fase de terminação após abate dos animas, foram coletados

segmentos do intestino delgado (duodeno) dos machos, acondicionados em potes

com formol, sendo enviados ao Setor de Morfologia e Anatomia Patológica do

Laboratório de Sanidade Animal da Universidade Estadual do Norte fluminense,

onde as lâminas foram preparadas.

As vilosidades do duodeno foram avaliadas microscopicamente. Para esta

avaliação, foi coletado segmento do duodeno de dois animais por tratamento na fase

final da terminação. Depois de coletados os segmentos com 3 cm de comprimento, o

material foi fixado em formol a 5% durante dois dias.

As amostras foram preparadas segundo a técnica descrita por JUNQUEIRA e

JUNQUEIRA (1987) e GARTNER e HIATT (1997).

Desidratação: A primeira etapa da inclusão (a desidratação) consiste na

retirada da água dos tecidos e a sua substituição por álcool, começando com álcool

21

21

50% e progredindo até o álcool absoluto, pelo período de seis horas cada.

Diafanização: Na segunda etapa, o álcool presente nos tecidos foi substituído

por xilol, sendo as amostras mantidas em álcool e xilol (1:1) por uma hora e,

posteriormente, colocadas em duas baterias de xilol com 30 minutos cada.

Inclusão em parafina: Na impregnação, o xilol foi substituído por parafina, por

meio de banho por duas horas em parafina fundida em estufa entre 56 a 58 ºC. Uma

vez impregnados, os tecidos foram colocados em formas de papel, à temperatura

ambiente, contendo parafina fundida e deixando-a endurecer. Assim, as amostras

envoltas em parafina sólida serão denominadas de blocos. A finalidade da inclusão é

impregnar os tecidos com uma substância de consistência firme que permita cortá-

los em fatias finas para depois corá-los, possibilitando sua visualização ao

microscópio.

Microtomia: Os cortes nos blocos foram feitos em micrótomo, com a

espessura de 5 µm, sendo as fitas obtidas durante a microtomia transferidas para o

banho-maria mantido a 40 C. Os cortes foram distendidos na superfície da água e

depois colocados na superfície de uma lâmina mergulhada em banho-maria.

Coloração: Para a coloração, os cortes foram desparafinizados, colocados na

estufa a 60 °C por 30 minutos, a seguir colocados em duas baterias de xilol (cinco

minutos cada), depois colocados em soluções decrescentes de álcool a 100, 90, 80,

70%, denominada de hidratação, por períodos de três minutos cada e,

posteriormente, em água comum por três minutos. Após esta etapa, os cortes foram

corados pela solução aquosa de hematoxilina (corante básico) por cerca de um e

meio minuto e deixados em água comum por cinco minutos e, depois, foram corados

pela solução de eosina (corante ácido) por três minutos, permanecendo em água

comum por cinco minutos.

Depois de corado, teve início a desidratação, na seguinte seqüência de

soluções com concentrações crescentes de álcool: 70, 80, 90% por dois minutos

cada e duas baterias de álcool etílico absoluto (100%) por períodos de três minutos

cada, iniciando-se a diafanização, com duas baterias de xilol por cinco minutos cada.

As lâminas foram montadas com uma gota de Bálsamo do Canadá sobre o corte e, a

seguir, foi colocada a lamínula. Foram confeccionadas duas lâminas por tratamento e, em cada uma, foi realizada medição (comprimento em linha

reta, de acordo com unidade adotada - µm) de 5 vilosidades bem orientadas do duodeno, utilizando-se o microscópio óptico

Zeiss, na ocular de 10x, perfazendo um total de 10 medições de vilosidades por tratamento.

22

22

3.6. Modelo estatístico

Os animais foram distribuídos em um delineamento de blocos ao acaso, de oito tratamentos e três repetições, sendo

dois animais, um macho castrado e uma fêmea, por unidade experimental. O critério adotado para a formação dos blocos foi o

peso inicial. Os tratamentos consistiram na inclusão nas dietas de crescimento e terminação, de antibiótico, alho e probióticos

em várias combinações.

O modelo estatístico utilizado para as análises dos dados foi:

Yij = µ + Ti + Bj + eij

Onde,

Yij – observação relativa ao tratamento i, no bloco j;

µ - média geral;

Ti – efeito do tratamento i,

i = 1,...,8.

1. Ração sem promotor de crescimento (ração basal)

2. Ração basal + 0,02% de Furamizol N-250

3. Ração basal + 0,20% de alho

4. Ração basal + 0,30% de alho

5. Ração basal + 0,20% alho + 0,01% Furamizol N-250

6. Ração basal + 15 ppm Calsporin 10

7. Ração basal + 30 ppm de Calsporin 10

8. Ração basal + 0,20% de alho + 30 ppm de Calsporin 10

Bj – efeito do bloco j,

j = 1 2,3.

Eij – erro aleatório, associado a cada observação.

Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo programa estatístico

SAEG – Sistema para Análise de Estatística e Genética, desenvolvido pela

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV (1997), seguindo o modelo

matemático descrito acima, e foi feito o teste de Tukey para comparação de médias,

ao nível de 5% de probabilidade.

23

23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para discutir o consumo de ração, o ganho de peso e a conversão alimentar

dos suínos, dividiu-se o período de criação em duas fases; a primeira

compreendendo a avaliação da fase de crescimento e a outra considerando a fase

de terminação.

4.1. Fase de crescimento

Na Tabela 3, são apresentados as médias referentes ao consumo médio

diário de ração (CDR), ganho médio diário de peso (GDP) e conversão alimentar

(CA) de suínos na fase de crescimento, alimentados com dietas contendo alho,

probiótico (Bacillus subtilis) ou antibiótico (nitrovin), adicionados, isoladamente ou

associados, como promotores de crescimento. Não houve efeito significativo dos

tratamentos (P>0,05) em nenhuma das variáveis estudadas.

Vários pesquisadores (Miyada et al., 1987; Isar et al., 1987; Tejnora et al.,

1987; Barata et al., 1989; Menten et al., 1990; Miyada et al., 1990), citados por

VIEIRA (1993), observaram maior consumo de ração para os suínos alimentados

com dietas que continham diversos antibióticos, quando comparados com aqueles

que receberam a dieta-controle. Apesar de não ser significativo, o maior consumo de

ração observado foi dos animais que receberam dieta com alho (0,2%) e probiótico

(0,015%).

24

24

Tabela 3. Consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e conversão alimentar (CA) de suínos em fase de crescimento, alimentados com dietas contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin), adicionados, associados ou isoladamente, como promotores de crescimento

Variáveis Tratamentos

CDR (kg) GDP (kg) CA

Controle 1,915 0,940 2,08

Antibiótico (0,02%) 1,872 0,939 2,00

Alho (0,20%) 1,818 0,780 2,33

Alho (0,30%) 1,569 0,762 2,06

Alho (0,20%) + Antibiótico (0,01%) 1,746 0,796 2,20

Probiótico (0,015 %) 1,993 0,910 2,19

Probiótico (0,03 %) 1,894 0,931 2,04

Alho (0,02%) + Probiótico (0,015 %) 2,109 0,890 2,37

CV (%) 11,05 12,04 8,48

DONZELE et al. (1978), testando o alho como promotor de crescimento de suínos, dos 21 aos 42 kg de peso vivo, observou que o alho mostrou-se eficiente, por aumentar o ganho de peso e melhorar a conversão alimentar, quando incluído nos níveis 0,187 e 0,268 %, na dieta, respectivamente. Os mesmos autores, em outro experimento, verificaram que leitões de 20 a 49 kg, alimentados com dietas que continham alho ou bacitracina de zinco, tiveram a melhor conversão alimentar, enquanto outros submetidos a dietas com alho mais bacitracina de zinco tiveram uma conversão alimentar intermediária entre estes e aqueles que receberam dieta controle.

VIEIRA (1993), utilizando níveis crescentes de alho (0 a 0,30 %) ou

olanquidox como promotores de crescimento para suínos observou, no desempenho

dos animais, diferenças significativas entre os tratamentos com relação ao ganho de

peso, sendo que os animais alimentados com dieta contendo olanquidox foi igual ao

dos que receberam a dieta com 0,10% e 0,20% de alho e maior dos demais

tratamentos.

25

25

VIEIRA (1993), considerando apenas os tratamentos com dietas que

continham alho, observou um efeito quadrático do nível do alho na dieta sobre o

ganho de peso, que permitiu estimar que o nível de 0,15% de alho na dieta

promoveria maior ganho de peso nos suínos.

JIRAPHOCAKUL & SULLIVAN (1990), SUIDA (1994), FRITTS (2000),

utilizando o probiótico Bacillus subtilis, obtiveram respostas positivas em relação ao

ganho de peso, conversão alimentar de suínos nos respectivos estudos, assim como

MARUTA (1993), trabalhando com frangos de corte.

Em relação a consumo de ração e ganho de peso, os dados observados

estão de acordo com as observações de SOHAIL et al. (2000), onde não foi

encontrada diferença significativa para a avaliação de desempenho.

Os resultados encontrados estão de acordo com FREITAS et al. (2001) que,

estudando o alho como promotor de crescimento para frangos de corte, não obteve

resultados significativos para o desempenho dos animais.

No presente trabalho, o maior ganho de peso observado foi dos animais

alimentados com a dieta basal, ou seja, sem promotor de crescimento, o que indica

que pode não ter havido desafio sanitário no experimento e o número de suínos

alojados pode ter sido insuficiente, quando comparado às populações de suínos nas

granjas comerciais, onde os desafios sanitários são maiores e seria possível

observar respostas em relação ao uso de promotores de crescimento.

Cromwel (1991), segundo VIEIRA (1993), cita que nas estações de pesquisa

e universidades seria mais difícil obter resposta significativa dado maior controle

comparado com granjas comerciais, onde as respostas poderiam ser até duas vezes

maiores que nas instituições de pesquisas, nas quais as condições de ambiente são

melhores e a ocorrência de doenças e níveis de estresse são menores.

Em relação à conversão alimentar, mesmo não sendo os resultados

significativos para os tratamentos (P>0,05), observou-se uma melhor conversão

alimentar para os animais alimentados com os menores níveis de alho e probiótico

associados, do que quando utilizados isoladamente.

Na Tabela 4, são apresentados os microrganismos encontrados nas amostras

fecais no início e no final da fase de crescimento de suínos alimentados com rações

contendo diferentes promotores de crescimento. Observa-se que o tipo de

contaminação do trato gastrintestinal por microrganismos não foi suficiente para

reduzir o ganho de peso dos suínos que não receberam alho, ou probiótico (Bacillus

26

26

subtilis) ou antibiótico (nitrovin).

Tabela 4. Isolamento e identificação dos microrganismos das fezes de suínos na fase de crescimento, alimentados com dietas contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin) adicionados, associados ou isoladamente, como promotores de crescimento

Dietas experimentais

Controle Antibiótico (0,02%)

Alho (0,20%)

Alho (0,30%)

Alho (0,02%) + Antibiótico (0,01%)

Probiótico (0,015 %)

Probiótico (0,03 %)

Alho (0,02%) + Probiótico (0,015 %)

Microrganismo

Blo

co

IE FC IE FC IE FC IE FC IE FC IE FC IE FC IE FC Escherichia coli 1 + + + + + + + + + + + + + + + + 2 + + + + + + + + + + + + + + + + 3 + + + + + + + + + + + + + + + +

Proteus 1 - - - - + - - - - - - - - - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - Enterobacter sp 1 - - - - - - - - - - - - - - - - 2 - - - - - - - - - - - - + - - - 3 - - - - - - - - + - - - - - - - Salmonella

sp 1 - - - - - - - - - - - - - - - -

2 - - - - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - + – presente; - – ausente; IE – início do experimento; FC – final da fase de crescimento

PAGANINI (2000), estudando sobre inibição competitiva em camas de aves,

concluiu que houve redução significativa na contagem bacteriana em camas de

frango de corte tratadas com Bacillus subtilis, em relação ao grupo controle,

proprocionando uma redução na mortalidade, melhora na conversão alimentar,

redução das condenações no abatedouro, e melhora no ganho de peso.

27

27

4.2. Fase de terminação

Como na fase de crescimento, através da análise de variância

não houve efeito significativo dos tratamentos (P>0,05) em

nenhuma das variáveis estudadas na fase de terminação.

Na Tabela 5, são apresentadas as médias referentes ao CDR,

GDP e CA de suínos na fase de terminação, alimentados com dietas

contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin)

como promotores de crescimento, adicionados, associados ou

isoladamente.

Tabela 5. Consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e conversão alimentar (CA) de suínos em fase de terminação, alimentados com dietas contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin), adicionados, associados ou isoladamente, como promotores de crescimento

Variáveis Tratamentos

CDR (kg) GDP (kg) CA

Controle 2,700 0,938 2,90

Antibiótico (0,02%) 2,560 0,800 3,23

Alho (0,20%) 2,897 1,037 2,79

Alho (0,30%) 2,798 0,904 3,10

Alho (0,20%) + Antibiótico (0,01%) 2,723 1,003 2,71

Probiótico (0,015 %) 2,918 0,954 3,06

Probiótico (0,03 %) 2,638 0,930 2,84

Alho (0,02%) + Probiótico (0,015 %) 2,930 0,968 3,04

28

28

CV (%) 10,36 11,93 8,30

Ao analisar os resultados de desempenho dos animais, em

função da inclusão de níveis de alho, ou probiótico (Bacillus

subtilis) e de nitrovin, verificou-se que não ocorreram diferenças

significativas (P>0,05) entre os tratamentos.

Segundo LYONS (1987) e CRONWELL (1991), é no período da pós-

desmama precoce que ocorre a maior resposta dos suínos, com a adição de

estimulante de crescimento, enquanto os suínos mais velhos respondem menos, ou

não respondem aos estimulantes de crescimento incorporados às dietas.

Esses resultados estão de acordo com aqueles obtidos por VIEIRA (1993),

que, trabalhando com suínos em terminação utilizando níveis crescentes de alho ou

olanquidox como promotor de crescimento, não observou diferenças significativas no

desempenho dos animais. Este autor observou resultados mais expressivos com

leitões alimentados com dietas contendo alho em níveis crescentes, quando

desmamados aos 21 dias de idade, que com leitões de idade superior.

VIEIRA (1993), citando vários pesquisadores (Miyada et al., 1987; Isar et al.,

1987; Tejnora et al., 1987; Barata et al., 1989; Menten et al., 1990; Miyada et al.,

1990), relata que o maior consumo de ração foi dos suínos alimentados com dietas

que continham diversos antibióticos, quando comparados com aqueles que

receberam a dieta-controle. Apesar de não ser significativo, o maior consumo de

ração observado foi dos animais que receberam dieta com alho (0,2%) e probiótico

(0,015%),

HARPER et al. (2002), utilizando 0,1% de Bio-Plus – 2BTM (Bacillus

licheniformis e subtilis) sozinho e em combinação com MecadoxTM, observaram que

o antibiótico aumentou a eficiência alimentar de porcas. A utilização do probiótico

não resultou em aumento do consumo de ração, ganho de peso ou eficiência

alimentar.

Ao observar os dados de GDP, mesmo não sendo significativos, houve uma

tendência de melhor resultado com os animais alimentados com 0,20% de alho, em

relação aos demais tratamentos.

Apesar de não diferir estatisticamente, a melhor CA encontrada

29

29

foi dos suínos alimentados com 0,20% de alho e 0,20% de alho + 0,01% de nitrovin,

o que, na prática, poderia ter uma certa importância econômica.

Na Tabela 6, são apresentados os valores médios das características de

carcaça, de suínos em terminação alimentados com dietas contendo alho, probiótico

(Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin) adicionados, associados ou isoladamente,

como promotores de crescimento.

Tabela 6. Características de carcaça, de suínos na fase de terminação, alimentados com dietas contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin), adicionados, associados ou isoladamente, como promotores de crescimento

Características de carcaça Tratamentos

PC1 CCB2 ET1C3 ETUC4 ETUL5 BAÇO6

Controle 53,15 99,50 38,85 26,83 23,08 0,180

Antibiótico (0,02%) 51,90 95,90 39,61 30,19 23,29 0,180

Alho (0,20%) 49,4 93,25 36,36 32,54 19,29 0,160

Alho (0,30%) 47,55 94,95 28,30 20,51 13,11 0,140

Alho (0,20%) + Antibiótico (0,01%) 49,60 95,85 35,15 32,35 22,11 0,170

Probiótico (0,015 %) 52,55 98,40 39,95 31,20 22,97 0,140

Probiótico (0,03 %) 48,10 95,70 26,17 21,98 15,04 0,170

Alho (0,02%) + Probiótico (0,015 %) 50,10 101,25 39,50 26,72 21,86 0,205

CV (%) 8,50 4,51 14,30 15,92 18,26 21,50 1Peso de carcaça (kg); 2Comprimento de carcaça pelo método MBCC (cm); 3Espessura de toucinho na posição da primeira costela; 4Espessura de toucinho na posição da última costela; 5Espessura de toucinho na posição da última vértebra lombar; 6Peso do baço (kg)

Ao analisar os resultados de características de carcaça e peso

do baço, em função da inclusão de níveis de alho, ou probiótico

(Bacillus subtilis) e de nitrovin, verificou-se que não ocorreram

diferenças significativas (P>0,05) entre os tratamentos.

30

30

Esses resultados estão de acordo com VIEIRA (1993), que não encontrou

diferenças na qualidade de carcaça de suínos alimentados com dietas que

continham antibiótico e níveis crescentes de alho, ou não, e afirmou que não se

justifica o uso de antibióticos como promotores de crescimento de suínos em

terminação objetivando a melhora na qualidade da carcaça.

Os resultados encontrados para as características de carcaça observados

estão de acordo com QUADROS et al. (2001), que verificou que o uso de probiótico

em suínos não afetou as variáveis peso de carcaça quente, peso de carcaça fria,

rendimento de carcaça quente, comprimento de carcaça e espessura de toucinho.

A inclusão de 0,30 % de alho e 0,0115 de probiótico na dieta reduziu o peso do

baço, podendo indicar um menor grau de infecção por substâncias estranhas e

nocivas ao organismo.

Na Tabela 7, são apresentadas as medidas das alturas das vilosidades do

duodeno dos suínos abatidos na fase de terminação, nas quais não foram

observadas diferenças significativas (P> 0,05) associadas aos tratamentos.

Embora não tenha sido observada diferença significativa, os animais alimentados

com dietas contendo 0,30% de alho e 0,03% de probiótico apresentaram maior

altura das vilosidades que os demais tratamentos, podendo ser vantajosa

economicamente, sua utilização na alimentação dos animais.

Tabela 7. Altura das vilosidades (AV) do duodeno de suínos na fase de terminação, alimentados com dietas contendo alho, probiótico (Bacillus subtilis) e antibiótico (nitrovin), adicionados, associados ou isoladamente, como promotores de crescimento

Tratamentos AV (µm)

Controle 81,58

Antibiótico (0,02%) 81,88

31

31

Alho (0,20%) 85,92

Alho (0,30%) 81,28

Alho (0,20%) + Antibiótico (0,01%) 73,40

Probiótico (0,015 %) 82,92

Probiótico (0,03 %) 84,60

Alho (0,02%) + Probiótico (0,015 %) 79,77

CV (%) 6,63

SOARES et al. (2000) verificou efeito da fonte de proteína na altura das vilosidades do íleo de leitões aos 21 dias de idade, sendo que os animais que consumiram dieta com leite em pó apresentaram maior altura de vilosidade que os leitões que consumiram dieta com soja integral extrusada e farelo de soja, o que é vantajoso para o animal.

BERTOL et al. (2000), avaliando o efeito da inclusão de leite desnatado em

pó em dietas de desmame contendo diferentes níveis de proteína concentrada de

soja para leitões desmamados aos 21 dias de idade, verificaram que a altura da

mucosa e a altura das vilosidades aos 14 dias após o desmame não foram afetadas

pela fonte protéica da dieta. No estudo com probiótico para frangos de corte, PRESTES et al. (1999) não encontraram diferenças significativas entre os tratamentos com relação à altura da vilosidade dos animais.

SILVA (1999), utilizando probiótico em rações para aves, verificou uma altura de vilosidade maior para aves alimentadas com antibiótico do que com probiótico.

32

32

5. CONCLUSÕES

Devido às boas condições de criação, manejo e sanidade da vara, o alho, o antibiótico ou o probiótico não promoveram efeito benéfico no desempenho dos suínos.

Recomenda-se um desafio sanitário maior para outros estudos dessa natureza.

33

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R.F. (2000) O fim de uma era. Suinocultura Industrial, São Paulo, Fev-Mar.

ANDERSON, D.B.; Mc CRACKEN, V.J.; AMINOV, R.I.; SIMPSON, J.M.; MACHIE, R.I.; VERSTEGEN, M.W.A.; GASKINS, H.R. (1999) Gut microbiology and growth-promoting antibiotics swine. Pig News Information, 20 (4): 115-122.

APITZ-CASTRO, R., S. CABRERA, M.R. CRUZ, E. LEDEZMA, & JAIN, M.R. (1983) Effects of garlic extract and of three purê components isolated from it on human platelet aggregation, arachinodate metabolism, release reaction and platelet ultrastructure. Thromb. Res. 32: 155-169.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS (1973) Método Brasileiro de Classificação de Carcaças. Publicação técnica no 2. Estrela,RS.

BERTOL, T.M.; LUDKE, J.V.; MORES, N. (2000) Efeito de diferentes fontes protéicas sobre desempenho, composição corporal e morfologia intestinal em leitões. Rev. Bras. Zootec, 29(6): 1735-1742.

BIOTECNAL: O FANTÁSTICO MUNDO DOS PROBIÓTICOS (1996). Três Corações-MG, 97 p.

BIRD, H.R. (1969) Biological basis for the use of antibiotics in poultry feeds. In: SYMPOSIUM ON THE USE OF DRUGS IN ANIMAL FEEDS, Proceedings… s.l., National Academy of Sciences, p. 31-41.

34

BOHME, H. & OSLAGE, H.J. (1987) Studies on the efficiency of salinomycin sodio as growth promoter for fattening pigs. Landw. Forsch., 39 (1/2): 48-60, 1986. In: Pig News Inform., 8 (1): 84, 1987. Abstr. nº 336.

CAVALLITO, C.J. & BAILEY, J.H. (1944) Allicin, the antibacterial principle of Allium

sativum. I. Isolation, physical propertie and antibacterial action. J. Amer. Chem.

Soc. 66: 1950-1951.

CERCOS, A.P. (1975) Los antibióticos y sus aplicaciones agropecuarias. S. L., Salvet, 475 p.

COMMISSION ON ANTIMICROBIAL FEED ADDITIVES (1997) Antimicrobial feed additives. Government Oficial Reports, SOU, Ministry of Agriculture, Stockholm: 132.

CROMWELL, G.L. (1991) Antibiotics. In: MILLER, E.R.; ULLEY, D.E.; LEWIS, A.J. (eds) Swine nutrition. Stoneham, England, Butterworth-Heinemann, 673p.

CRONWELL, G.L.; DEAN, L.E.; HINES, R.H. (1984) Efficacy of furazolidone in grower diets on subsequent performance of swine – a cooperative study. J. Anim. Sci., 59(4): 863-868.

CUNHA, T.J. (1977) Swine feeding and production. London, National Academic Press, 352p.

DEMLING, L. & KOCH, H. (1974) Condiments, the stimbiting effect of pepper, curry,

paprika, horseradish, garlic and mustand on gastric acid secretion was examined

in the human stomach. Acta Hepata-Gastroenterol.,21(5): 377-379.

DESTRO, M.T., BACCHI, E.M., TAKANO, Y., RAIMUNDO, M.G.M. (2001) Os

poderes do alho são incontestáveis. Comunicação por internet, Departamento de

Química, USP, São Paulo – SP, Julho/2001.

DONZELE, J.L.; COSTA, P.M.A.; SILVA, M.A.; MELLO, H.V. (1978) Utilização do

alho (Allium sativum L.) como estimulante do crescimento de suínos. Rev. Bras.

Zootec., v.7, n.2, p. 196-207.

35

FARBMAN, K.S.; BARNETT, E.D.; BOLDUC, G.R.; KLEIN, J.O. (1993) Antibacterial

activity of garlic and onions: a historical perspective. The Pediatric Infectious

Disease Journal. V. 12, n. 7, July.

FREITAS, R. (1992) O alho (Allium sativum L.) como estimulante do crescimento de

frangos de corte em comparação com promotores de crescimento usados na

indústria de rações. Tese (Mestrado em Zootecnia) – Viçosa:MG, Universidade

Federal de Viçosa UFV, 62 p.

FREITAS, R.; FONSECA, J.B.; SOARES, R. da T.R.N.; ROSTAGNO, H.S.;

SOARES, P.R. (2001) Utilização do alho (Allium sativum L.) como promotor de

crescimento de frangos de corte. Rev. Bras. Zootec., 30(3): 761-765.

FRITTS, C.A.; KERSEY, J.H.; MOTI, M.A.; KROGER, E.C.; YAN, F.; SI,J.; JIANG,Q.;

CAMPOS, M.M.; WALDROUP, A.L.; WALDROUP,P.W. Bacillus subtilis C-31-2

(Calsporin) improves live performance and microbiological status of broiler

chickens. Journal of Applied Poultry Research. v.9, n.2, p. 149-155, Sum, 2000.

FRIZZAS, A.C. (1996) Efeito do uso de probiótico sobre o desempenho e atividade

de enzimas digestivas de frangos de corte. Jaboticabal: UNESP, 70 p.

FULLER, R. (1989) Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., 66:356-378.

GARTNER, L.P. & HIATT, J.L. (1997) Tratado de Histologia. Guanabara:Koogan, 426p.

GREEN, D.H.; WAKELEY, P.R.; PAGE, A.; BARNES, A.; BACCIGALUPI,L.; RICCA, E. CUTTING, S.M. (1999) Characterization of two Bacillus probiotics. Applied and Enviromental Microbiology, American Society for Microbiology, Sept: 4288-91.

HARPER, A. (2002) Alternatives to antimicrobial growth promoters not as effective as tradicional antimicrobial additives for nursery pigs. Virginia Cooperative Extension: Livestock Update, May.

HAYS, V.W. (1969) Biological basis for the use of antibiotics in livestock production. In: SYMPOSIUM ON THE USE OF DRUGS IN ANIMAL FEEDS, 1969. Proceedings… s.l., National Academy of Sciences, p. 11-30.

36

HAYS, V.W.; & MUIR, W.M. (1979) Efficacy and safety of feed additive use of antibacterial drugs and animal production. Can. J. Anim. Sci., 49(2): 447-452.

HORTON, G.M.J.; BLETHEN, D.B. AND PRASAD, B.M. (1991) The effect of garlic (Allium sativum) on feed palatability of horses and feed consumption, selected performance and blood parameters in sheep and swine. Can. J. Anim. Sci. 71: 607-610.

HU, J.J.; YOO, J.S.H.; LIN, M.; WANG, E.J.; YANG, C.S. (1996) Protective effects of

diallyl sulfyde on acetaminophen-induced toxicities. Food and chemical

toxicology, v.34, p. 963-969.

JIRAPHOCAKUL, S. & SULLIVAN, T.W. (1990) Influence of a dried Bacillus subtilis

culture and antibiotics on performance and intestinal microflora in turkeys. Poultry

Science, Lincoln: Nebraska, v. 69, n.11, p.1966-1973.

JONES, P.W. & TARRANT, M.E. (1982) The effect of various factors on the efficacy

of tylosin as a growth promoter in clinically health pigs. Animal Production. 34:

115-121.

JUKES, T.H. (1977) The history of the “antibiotic growth effect”. Federation Proceedings, 37: 2514-2518.

JUNQUEIRA, L.C.U. & JUNQUEIRA, L.M.M.S. (1983) Técnicas básicas de citologia e histologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 123 p.

KISER, J.S. (1976) A perspective on the use of antibiotics in animal feeds. J. Animal

Sci., 42(4): 1058-72.

KOZASA, M. (1989) Probiotics for animal use in Japan. Revisal Scientific Technology

L’ofisse International Epizootechnic, Japan, 8(2): 517-31.

LANGLOIS, B.E.; CRONWELL, G.L.; HAYS, V.W. (1978) Influence of type of

antibiotic and antibiotic feeding period on performance and persistence of

antibiotic resistant enteric bacteria in growing-finishing swine. J. Anim. Sci., 46

(5): 1383-1396.

37

LAVAL, A. (2000) Veterinary usage of antibiotics and resistance in human: what kind

of links? PATHOLOGIE BIOLOGIE. 48: (10) 940-944

LIMA, G.J.M.M. (1999) Uso de aditivos na alimentação animal. In: SIMPÓSIO SOBRE AS IMPLICAÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS DO USO DE ADITIVOS NA PRODUÇÃO ANIMAL. Campinas, p. 51-68.

LYONS, T.P. (1987) Probiotics: an alternative to antibiotics. Pig News Inform., 8(2): 157-164.

MACHADO, P.A.; DURAN, M.G.; CROSS, J.D.; SANTOS, D.C. dos (1948) Garlicina

um novo antibiótico. São Paulo: An. Paulistas Méd. Cir., 55(2): 9-31.

MARUTA, K. Probióticos e seus benefícios. In: CONFERÊNCIA DE CIÊNCIA E

TECNOLOGIA AVÍCOLA, Santos. Anais...Santos: APINCO, 1993. p.203-19.

MAYEUX, P.R., AGRAWAL, K.C., TOU, J.S.H., KING, B.T., LIPPTON, H.L., HYMAN,

A.L., KADOWITZ, P.J., McNAMARA, D.B. (1988) The pharmacological effects of

allicin, a constutuint of garlic oil. Agents and Actions: 25 (1/2): 182-190.

MENTEN, J.F.M. (2001) Aditivos alternativos na nutrição de aves: probióticos e

prebióticos. In: Congresso “A PRODUÇÃO ANIMAL NA VISÃO DOS

BRASILEIROS”. Soc. Bras. de Zootec. Piracicaba: FEALQ. p.141-157.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO (2000) Normas e padrões de nutrição e alimentação animal; revisão 2000. Brasília: MA/SARC/DFPA.

NAGANAWA, R., IWATA, N., ISHIKAWA, K., FUKUDA, H., FUJINO, T., SUZUKI, A. (1996) Inhibition of microbial growth by ajoene, a sulfur-containing compound derived from garlic. Applied and environmental Microbiology, Nov: 4238-4242.

NUNES, I.J. (1998) Nutrição animal básica. 2. ed. Belo Horizonte: FEP-MVZ, 388 p.

PAGANINI, F.J. Inibição competitiva no ambiente de produção de frangos. In: SIMPÓSIO DE SANIDADE AGRÍCOLA, 2, Santa Maria, 2000. p. 22-29.

38

PICCOLO, M. DAS G.; PEREIRA, A.S.; COSTA, P.M. DE A.; CONDE, A.R. (1979 a) Composição básica de carne de suínos alimentados com rações que continham alho (Allium sativum L.) em substituição a antibióticos . R. Ceres, 26(149): 260-267.

PICCOLO, M. DAS G.; PEREIRA, A.S.; TEIXEIRA, M.A.; COELHO, D.T. (1979 b) Avaliação sensorial de carne de suínos alimentados com rações que continham alho (Allium sativum L.) em substituição a antibióticos . R. Ceres, 26(145): 268-74.

PRESTES, F.M.S.; UMEKITA, H.; MORENO-BERNAL, F.E.; BOLELI, I.C. (1999)

Efeito do probiótico sobre peso, consumo e características morfométricas do

sistema digestivo de frangos de corte, na ausência de antibiótico.

QUADROS, A.R.B.; KIEFER, C.; HENN, J.D.; SCARIOT, G.; BENDER, P. (2001a)

Efeito do uso de probióticos sobre características quantitativas da carcaça de

suínos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ZOOTECNIA,38, Anais...Piracicaba: Soc. Bras. de Zootec. p. 791-2.

QUADROS, A.R.B.; KIEFER, C.; RIBEIRO, N.L.C.; ZINK, L.A. (2001b) Características qualitativas da carne de suínos alimentados com rações contendo ou não probióticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,38, Anais...Piracicaba: Soc. Bras. de Zootec. p. 794-5.

ROSEN, G.O. (1996) Feed additive nomenclature. World’s Poultry Sci. J. 52.

ROSTAGNO, H.S.; FERREIRA, A.S.; GOMES, P.C.; OLIVEIRA, R.F.; Lopes, D.C.(2000) Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. Viçosa: UFV, 141 p.

SILVA, E.N. (1999a) Probióticos em rações para frangos de corte. Tese (Mestrado em Zootecnia) Lavras – MG, Universidade Federal de Lavras - UFLA, 66 p.

SILVA, M.M.P. da (1999b) Composição bromatológica e fotossíntese de genótipos de capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum.). Dissertação (Mestrado em Produção Animal) - Campos dos Goytacazes - R.J., Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF, 92p.

SMITH, H.W. (1975) Antibiotic-resistant bacteria in animals: The dangers to human

health. World’s Poultry Science J., 31(2): 104-115.

39

SOARES, J.L.; DONZELE, J.L.; OLIVEIRA, R.F.M.de; FERREIRA, A.S.; FERREIRA,.C.L.L.F.; HANNAS, M.I.; APOLÔNIO, L.R. (2000) Soja Integral Processada (Fermentada e Extrusada) e Farelo de Soja em Substituição ao Leite em Pó em Dieta de Leitões Desmamados aos 14 Dias de Idade. Rev. Bras. Zootec., 29(4):1153-1161.

SOHAIL, S.S.; BRYANT, M.M.; VOITLE, R.A.; ROLAND, D.A. (2002) Influence of

Calsporin on commercial leghorns. Journal of Applied Poultry Research,

v.11,n.4,2002. p. 379-387, Win.

SUIDA, D. (1994) Estimulantes do desempenho de galinhas e de frango de corte.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) Viçosa – MG, Universidade Federal de

Viçosa - UFV, 59 p.

SWENSON, M.J. DUKES (1988) Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro,

Guanabara, 799 p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV (1997) SAEG (SISTEMA PARA

ANÁLISE ESTATÍSTICAS E GENÉTICAS), versão 7.0. Viçosa: Fundação Arthur

Bernardes, 1997.

VARGAS JR, J.G. DE; TOLEDO, R.S.; ALBINO, L.F.T.; ROSTAGNO, H.S.;

CARVALHO, D.C.O.; OLIVEIRA, J.E.(2001) Uso de probióticos, prebióticos e

antibióticos em rações de frango de corte. In: CONGRESSO “A PRODUÇÃO

ANIMAL NA VISÃO DOS BRASILEIROS”. R. Bras. de Zootec. Piracicaba:

FEALQ. P.819-820, 2001.

40

VASSALO, M; FIALHO, E.T.; OLIVEIRA, A. I. G.; TEIXEIRA, A. S.; BERTECHINI, A. G.(1997) Probióticos para leitões dos 10 aos 30 kg de peso vivo. Rev. Bras. Zootec.,v.26, n.1, p.131-138.

VIEIRA, A.A. (1993) Alho como estimulante do crescimento e da eficiência reprodutiva de suínos. Tese (Doutorado em Zootecnia) Viçosa – MG, Universidade Federal de Viçosa - UFV, 137 p.

VISEK, W.J. (1978) The mode of growth promotion by antibiotics. J. Anim. Sci., 46(5): 1447-1469.

WAHLSTRON, R.C. & LIBAL, G.W. (1975) Effects of dietary antimicrobials during early growth and on subsequent swine performance. J. Anim. Sci., 40(2): 655-662.

WALTON, J.R. (1990) Modo de acion de los promotores de crescimento. Ind. Porc., 10 (2): 6-11.

41

APÊNDICE

42

Quadro 1 A – Quadrados médios das análises de variância e coeficientes de variação da fase de crescimento

Quadrados médios (QM) Fontes de variação Graus de liberdade CDR GPD CA

Bloco (B) 2 0,3768718E-01

0,1679474E-01

0.1081464E-01

Tratamento (T) 7 0,7855266E-01

0,1572908E-01

0.5238981E-01

Resíduo (res) 13 0,4243158E-01

0,1085676E-01

0.3371579E-01

Coeficiente de variação (CV) (%) 11.050 12.041 8.483 Quadro 2 A - Quadrados médios das análises de variância e coeficientes de

variação da fase de terminação

Quadrados médios (QM) Fontes de variação Graus de liberdade CDR GPD CA

Bloco (B) 2 0.5719366E-01

0.1519681E-01

0.9139672E-01

Tratamento (T) 7 0.1318797 0.2618116E-01

0.2692130E-01

Resíduo (res) 13 0.8792219E-01

0.9411050E-02

0.4962127E-01

Coeficiente de variação (CV) (%) 10.703 10.298 7.530

43

Quadro 3 A – Quadrados médios das análises de variância e coeficientes de variação das características de carcaça na fase de terminação

Quadrados médios (QM) Fontes de variação

Graus de liberdade CQ CC ET1C ETUC ETUL BAÇO

Bloco (B) 2 3.150625 3.062500 102.8196 184.4843 101.6064 0.3062500E-03

Tratamento (T) 7 8.424911 13.88000 58.19768 42.72318 31.30641 0.1025000E-02

Resíduo (res) 13 18.29491 19.08536 25.76357 19.57193 13.46484 0.1277679E-02

Coeficiente de variação (CV)

(%) 8,5 4.51 14.305 15.920 18.265 21.501

Quadro 4 A – Quadrados médios das análises de variância e coeficientes de

variação da altura das vilosidades do duodeno

Quadrados médios (QM) Fontes de variação Graus de liberdade CDR GPD CA

Bloco (B) 2 63.35214 28.23195 0.1081464E-01

Tratamento (T) 7 132.0470 26.44058 0.5238981E-01

Resíduo (res) 13 71.32749 18.25021 0.3371579E-01

Coeficiente de variação (CV) (%) 11.050 12.041 8.483