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mundopm.com.br Ano 11 nº 65 R$ 35,00 Out & Nov / 2015 mundo APLICAÇÃO DE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS PARA ESTIMAR O AVANÇO FÍSICO DE PROJETOS RAFAEL MONTEIRO; VINICIUS DAHER DR. ALEX LAUFER; JEFF RUSSELL E ROBERT TOOMEY INTUIÇÃO, AÇÃO E REFLEXÃO AGIR PRIMEIRO, PENSAR DEPOIS EXTENSÃO AGILE DA METODOLOGIA PRINCE2 ® FARHAD ABDOLLAHYAN CRÍTICAS AO SOFTWARE EXTENSION DO GUIA PMBOK ® A. SIMÕES; A. LYRIO; A. BARCAUI COMPORTAMENTO, COMUNICAÇÃO E O GRI ANA MOREIRA (GROWTH RESOURCES INDICATORS ® ) AXIOMATIC DESIGN LUCIANO SALES; S. BARBALHO; S. MOURA APLICADO PARA CONCEPÇÃO DE REQUISITOS Revista Mundo Project Management Ano 11 Nº 65 Out & Nov / 2015

Transcript of ana MoReiRa Agir Primeiro, PensAr dePois -...

mundopm.com.brAno 11 nº 65 R$ 35,00 Out & Nov / 2015

mundo

AplIcAção de processos estocástIcos pArA estImAr o AvAnço FÍsIco de projetos Rafael MonteiRo; vinicius DaheR

DR. alex laufeR; Jeff Russell e RobeRt tooMeyintuição, ação e refleXão

Agir Primeiro, PensAr dePois

eXtensão agile da metodologia prince2®

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De fato, o tema que Catarina menciona é bastante re-corrente no mundo de gerenciamento de projetos, ou seja, como combinar agilidade com robustez das

metodologias de GP (Figura 1).

A leitora catarina gomez nos escreve: na empresa em que trabalho implementa-mos tanto projetos de desenvolvimento de software sob medida para os nossos clientes quanto projetos internos de desenvolvimento de módulos de um sistema crm e WEB-Marketing que comercializamos. Agora estamos discutindo adoção de uma metodologia robusta de gerenciamento de projeto que integre tanto a gestão de entrega de desenvolvimento de software quanto sua gestão de proje-to. usamos uma metodologia caseira com base no guia pmboK®, mas na parte de software já adotamos o método ágil scrum e gostaríamos de saber como re-solver as interfaces para não perder nem a agilidade, nem tampouco a aderência às melhores práticas de gp. quais são as novidades nessa área?

Graduado e Mestre em Admi-nistração pela International Management School e HEC, Master in Project Managementpela Universidade de George Washington e doutoran-do em Administração pela Universidad Nacional de Rosário, Argentina.

É consultor certifi cado em FI/CO e ASAP® (SAP), PMP®, RMP® e OPM3CP (PMI) e MSP™, PRINCE2™, P3O™ e MoP™ (Cabinet Offi ce – UK).

Farhad possui mais de 30 anos de experiência profi s-sional em empresas de porte em diversas funções geren-ciais. É Project Management Practice Advisor de UNOPS e pesquisador, professor e con-sultor em gestão de projetos.

Participou do desenvolvi-mento e da atualização do OPM3® e PMI Standard for Portfolio Management 3rd edition.

É autor e tradutor de livros e artigos sobre ge-renciamento de projetos e colunista da revista es-pecializada Mundo PM ([email protected]).

bIblIogrAFIA

i CRUZ, Fábio R. (2013). Scrum e PMBOK unidos no Geren-ciamento de Projeto. Editora Brasport: Rio de Janeiro.

ii RICHARDS, Keith (2013). Agile project management: Integrating DSDM into an exis-ting PRINCE2® environment. TSO: London, UK.

A bibliografi a para este ar-tigo está disponível no site: www.mundopm.com.br/ed65/ReferenciasBibliografi -casArtigo02.html

Farhad Abdollahyan

poR faRhaD abDollahyan

esPeciAlistA resPonde

prática – especialista responde

mento Ágil 2012 (www.versionone.com), com destaque para os benefícios das abor-dagens ágeis.

Vários autores publicaram livros e artigos tentando integrar dezenas de referências, guias, metodologias e padrões existentes em torno do tema de gerenciamento de iniciati-vas temporárias (Figura 3).

Entre esses autores temos Fábio Rodrigues Cruz, que além de ser colaborador do Blog MundoPM escreveu um artigo também na edição impressa de outubro de 2011, intitula-do: Como usar o Guia PMBOK® na engenharia de software, e mais adiante nos brindou com livro integrando métodos ágeis com GUIA PMBOK®: Scrum e PMBOK®i unidos no gerenciamento de projetos em 2013. Essa publicação agrega muito valor à área de ge-renciamento de projetos ao trazer uma nova visão de integração entre o GUIA PMBOK® e o Scrum. O grande mérito é permitir uma visão prática de duas abordagens referenciais até recentemente consideradas antagônicas, mas que no decorrer da leitura se percebe que são complementares e podem trazer ótimos resultados com o uso combinado.

Devemos esclarecer, antes de prosse-guir com nossa resposta a Catarina, que como métodos ágeis são metodologias o

Figura 1 – Mundo ágil de desenvolvimento e entrega de projetosFo

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A Figura 2 resume as principais descobertas da pesquisa apresentada na 7ª pesquisa anual de Estado de Desenvolvi-

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GUIA PMBOK® é apenas um guia de melhores práticas e o próprio guia es-clarece esse ponto logo na introdução (página 2):

“...este padrão é um guia, e não uma metodologia específi ca. É possível usar meto-dologias e ferramentas distintas (p. ex., Ágil, Cascata, PRINCE2) para implementar uma estrutura de gerenciamento de projetos” (PMI, 2013). “O SCRUM® é um ar-cabouço (framework) para conduzir projetos de maneira mais ágil, muito mais popular no ambiente de projetos de Tecnologia de Informação, porém factível de ser utilizado em outros ramos” (Marques, 2013).O governo britânico produziu um White Paperii – Agile project management:

Integrating DSDM into an existing PRINCE2® environment – integrando o método ágil DSDN Atern com a PRINCE2®, em 2013. Nesse artigo foi colocado que ambos os métodos podem conviver e se integrar naturalmente, uma vez que as forças de um endereçam a fraqueza do outro, isto é, que as camadas da governança e da gestão de projeto de PRINCE2 combinam sinergicamente com métodos ágeis na camada de gestão da entrega dos produtos do projeto. Há pouca ou praticamente nenhuma incompatibilidade na estrutura organizacional, em papéis e responsabilida-des dos diferentes atores.

A Figura 4 ilustra como diferentes papéis descritos em ambas as metodologias podem ser combinados para criar uma estrutura integrada aproveitando o modelo de gover-nança PRINCE2® e ao mesmo tempo guardar a agilidade e comunicação superior do método ágil – DSDN Atern.

Este White Paper tornou-se o embrião do livro que Axelos1 acaba de lançar: a extensão AGILE da me-todologia PRINCE2®, junto com uma certifi cação complementar à PRINCE2®. Diga-se de passagem, de-monstramos a possibilidade da combinação de PRINCE2 com SCRUM nesta mesma coluna da MundoPM na edi-ção de junho de 2010. A ideia que norteia essa extensão parte da seguinte premissa: 1. PRINCE2 é um método robusto cuja ênfase está na

Figura 2 – 7th Annual State of Agile Development Survey 2012 Font

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Figura 3 – Principais referências de gerenciamento de portfólio, programas, projetos, riscos, benefícios, valor e TI

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direção estratégica e governança do projeto (mediante papéis e responsabilida-des defi nidos no comitê executivo) e gestão tática do projeto (papel atribuído ao gerente do projeto, com suporte e papel de garantia de qualidade indepen-dente). Os métodos ágeis não focam essa camada.

2. O PRINCE2® tem princípios (justifi cação continuada de negócios, gerencia-mento por estágio e por exceção), temas tais como Business case, qualidade, plano, risco, progresso e processos que permitam um controle efetivo exercido pelo gerente de projeto, além de comunicação e interação com a camada de direção executiva do projeto. Os métodos ágeis como um todo focam equipes autogerenciadas e interação com usuários e cliente.

3. Métodos ágeis são orientados à entrega de produto capazes de atender à de-manda ou solucionar o problema para o qual foi criado, com forte ênfase de comunicação entre usuário/cliente responsável por defi nir e gerir a demanda e o desenvolvedor/fornecedor, que deve produzir solução que agregue o valor esperado pelos Stakeholders.

4. A combinação deve usar uma mescla de métodos ágeis que melhor atendam a cada caso. O manual elaborado optou por mencionar basicamente técnicas de SCRUM e KANBAN na camada de entrega, bem como na estrutura organizacionalAssim, em vez de processos paralelos, o PRINCE2 AGILE adapta e funde princí-

pios, temas, técnicas e ferramentas gerenciais de ambos (Axelos, 2015) mediante uma combinação ideal desses métodos, técnicas e ferramentas (Figura 5).

Devemos alertar que ambos os métodos são orientados a princípios e para que o casamento seja bem-sucedido devemos também mudar a maneira de pensar adotando também a fi losofi a e pensamento ágil que vai muito além de técnicas e

Figura 4 – Estrutura organizacional combinando papéis PRINCE2 e DSDN

Figura 5 – Mesclando PRINCE2® e AGILE

Figura 6 – Mesclar cultura AGILE e PRINCE2

1. Empresa de joint venture, criada pelo Gabinete do Governo em nome do Governo de Sua Majestade (HMG) no Reino Unido e Capita PLC para executar o portfólio Melhor Prática Global, Axelos possui um currículo invejável e já uma carteira de produtos entre os quais ITIL, PRINCE2, MSP, MoR etc.

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ferramentas ágeis (Figura 6).A seguir veremos como as duas abordagens podem

ser fundidas para aproveitar os pontos fortes que mu-tualmente anulam as fraquezas. Cabe resumir cada um desses métodos destacando semelhanças e diferenças.

O processo e ciclo de vida do método SCRUM é resu-mido na Figura 7iii.

O ciclo de vida de um projeto típico de PRINCE2® consiste numa fase pré-projeto, ou seja, partida do projeto (usando o processo Starting up a Project); um estágio de iniciação, cujo propósito é confi rmar e deta-lhar o Business Case, planejar a linha de referência de desempenho de todo o projeto, bem como defi nir em detalhe o plano do estágio seguinte usando o processo

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especialista responde

de Initiating a Project; um ou mais estágios de entrega usando pro-cesso de Controlling a Stage, Managing Product Delivery e Managing Stage Boundaries ou Closing a Project).

A Figura 8 ilustra como esses dois ciclos de vida podem ser integra-dos (Marquesiv, 2013). Durante o estágio, por meio do CS (Controlling a Stage), os “pacotes de trabalho” serão defi nidos e acordados. Os paco-tes de trabalho são, para os ambientes, conduzidos com o SCRUM®, o chamado SPRINT Backlog. O SCRUM® funcionará como se fosse o

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processo Managing a Product Delivery. O PRINCE2® permite também usar método KANBAN, isto é, processo com base em fl ux PUSH em vez de janelas fi xas de tempo – “Time Boxing” – usado no SCRUM.

Cada SPRINT conterá um conjunto de requisitos a serem de-senvolvidos e entregues quando prontos. Então voltam para o CS (Controlling a Stage). Durante o desenvolvimento de cada SPRINT podem ser criados os Relatórios de Ponto de Controle, permitindo o controle de cada estágio e a devida comunicação com a hierarquia organizacional.

Mediante essa perfeita combinação, a organização poderá se benefi ciar dos ganhos apontados na pesquisa de Estado de Desen-volvimento Ágil. A organização poderá manter a previsibilidade na condução do projeto usando processos e estratégias do PRINCE2®. Isso permite também que a equipe de desenvolvimento amplie a pro-dutividade num ambiente Ágil. O princípio do “Foco no produto” do PRINCE2 garantirá que os resultados da entrega sejam satisfatórios e utilizar o que há de mais moderno, com pragmatismo.

Os profi ssionais também podem se benefi ciar com a estratégia de PRINCE2 AGILE® da seguinte forma: ambiente de trabalho dinâmico, mas em controle; melhoria na moral da equipe; alinhamento constante com negócios mediante o Business Case e modelo de governança con-forme as melhores metodologias de condução de projetos; fi nalmente, simplifi cação dos processos de gestão sem perda de qualidade.

Figura 7 – Ciclo de vida e processo de SCRUM junto com processos de G

Figura 8 – Ciclo de Vida combinada PRINCE2® + Scrum

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