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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
ENGENHARIA QUÍMICA
ALESSANDRA ZARPELLON TEIXEIRA
TATIANE BARBOSA BRETAS
ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA DE GERAÇÃO
DE ENERGIA A PARTIR DE MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS
REFRIGERADOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PONTA GROSSA
2016
ALESSANDRA ZARPELLON TEIXEIRA
TATIANE BARBOSA BRETAS
ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA DE GERAÇÃO
DE ENERGIA A PARTIR DE MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS
REFRIGERADOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel, em Engenharia Química, do Departamento de Engenharia Química, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Márcio Mendes Casaro
PONTA GROSSA
2016
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa Coordenação de Engenharia Química
TERMO DE APROVAÇÃO
Análise da Viabilidade Técnica e Financeira de Geração de Energia a Partir de Módulos Solares Fotovoltaicos Refrigerados
por
Alessandra Zarpellon Teixeira e Tatiane Barbosa Bretas
Monografia apresentada no dia 11 de novembro de 2016 ao Curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa. Os candidatos foram arguidos pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
____________________________________
Prof. Antonio Vanderley Herrero Sola
(UTFPR)
____________________________________
Prof. Dr. Luciano Fernandes
(UTFPR)
____________________________________
Profa. Dr. Marcio Mendes Casaro
(UTFPR)
Orientador
_________________________________
Profa. Dra. Priscilla dos Santos Gashi Leite
Responsável pelo TCC do Curso de Engenharia Química
- A Folha de Aprovação assinada encontra-se arquivada na Secretaria Acadêmica -
À Deus por sua infinita misericórdia e à nossa família por tanta paciência nos
momentos em que precisamos, dispondo do seu tempo, estimulando e acreditando na concretização de mais esta conquista,
dedicamos
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, por nos ter dado saúde e força para
superarmos todos os obstáculos enfrentados até aqui. Nada seríamos sem a Tua
força Senhor.
Agradecemos à nossa família pela incansável fé e dedicação a nós. Pelo
grande incentivo e palavras de ânimo quando muitas vezes pensamos em desistir.
Esta conquista também é de vocês.
Aos amigos que nos acompanharam durante os anos de estudos e fizeram da
universidade um mundo de sorrisos. Àqueles que entenderam nossa ausência em
momentos difíceis e foram suporte para alcançarmos mais este sonho.
Aos professores que foram luz e mais do que conhecimento, puderam nos
ensinar valores de respeito e humildade que nos acompanharão por toda a vida. E em
especial agradecemos ao nosso orientador Prof. Doutor Marcio Mendes Casaro, pela
bondade e sabedoria com que nos guiou nesta trajetória.
Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram e foram-nos importantes
para a realização desta pesquisa.
“Pregúntate si lo que estás haciendo hoy te acerca al lugar en el quieres estar
mañana.”
Walt Disney
RESUMO
TEIXEIRA, Alessandra Zarpellon. BRETAS, Tatiane Barbosa. Análise da Viabilidade Técnica e Financeira da Geração de Energia a Partir de Módulos Solares Fotovoltaicos Refrigerados. 2016. 71 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Engenharia Química- Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2016.
No atual cenário energético brasileiro, a geração por meio de usinas hidrelétricas mostra-se predominante na composição da matriz energética nacional. A crescente busca por formas alternativas de geração de energia dá-se principalmente pela possibilidade de geração sem emissões e operando de maneira sustentável. A radiação solar é uma das chamadas energias renováveis, e sua conversão em eletricidade ocorre por meio de células fotovoltaicas. O custo de implementação ainda é alto, no entanto vem sendo reduzido nos últimos anos, tornando mais viável o investimento nessa tecnologia. As altas temperaturas na superfície dos módulos solares fotovoltaicos podem causar-lhes degradações. A eficiência real dos módulos varia consideravelmente quando os mesmos são expostos ao sol, e os resultados experimentais obtidos comprovam o decréscimo da potência gerada em virtude do aumento da sua temperatura superficial. Com o propósito de minimizar a queda no rendimento da conversão de energia solar em elétrica resfriou-se os módulos por meio de convecção forçada utilizando-se água como fluido refrigerante. Registrou-se valores de tensão superiores aos obtidos nos módulos aquecidos. Dessa maneira, possibilitou-se a obtenção de maior potência nos módulos e maiores valores de conversão da energia solar em elétrica.
Palavras-chave: Módulos Fotovoltaicos. Energia Solar. Rendimento. Aquecimento.
ABSTRACT
TEIXEIRA, Alessandra Zarpellon. BRETAS, Tatiane Barbosa. Análise da Viabilidade Técnica e Financeira da Geração de Energia a Partir de Módulos Solares Fotovoltaicos Refrigerados. 2016. 71 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Engenharia Química- Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2016.
The current brazilian energy scenario shows hydroelectric plants being predominant in the national energy matrix. The growing interest for alternative forms of power generation is due to the fact mainly by the possibility to generate power by using emission-free and sustainably ways. Solar radiation is one of the called renewable energy and its conversion into electricity occurs through photovoltaic cells. Its implementation cost is still high, but has been reduced in recent years, making the investment in this technology more viable. The high temperatures on the surface of photovoltaic solar modules can cause them degradations. The efficiency of modules varies considerably when they are exposed to the sun, and the experimental results show the decrease of the power generated due to the increase of its surface temperature. In order to minimize the decay in yield of the conversion of the solar energy into electric, modules are cooled by forced convection using water as coolant. The results recorded voltage values higher than those obtained in the heated modules. Thereby it was possible to achieve greater power in the modules and higher conversion values of solar energy into electricity.
Keywords: Photovoltaic Modules. Solar Energy. Yield. Heating.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Insolação global média anual. ................................................................... 20
Figura 2 - Mapa comparativo de irradiação solar no Brasil e na Europa ................... 24
Figura 3 - Ilustração da estrutura solar recebendo radiação solar ............................ 26
Figura 4 - Módulo solar fotovoltaico composto por 36 células. .................................. 27
Figura 5 - Circuito equivalente a uma célula solar. .................................................... 31
Figura 6 - Termômetro digital infravermelho. ............................................................. 40
Figura 7 - Esquema do recipiente de plástico utilizado na prática de refrigeração dos módulos solares fotovoltaicos imersos em água corrente. ........................................ 41
Figura 8 - Características do módulo china solar ltd modelo kaxidy ks-p20w. .......... 43
Figura 9 - Características do sistema utilizado na prática de refrigeração do módulo solar por meio de convecção forçada utilizando água. .............................................. 44
Figura 10 - Dados de projeto de geração de eletricidade por meio de módulos solares. ...................................................................................................................... 53
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Capacidade instalada de geração fotovoltaica até 2013, e adicionada em 2014. ......................................................................................................................... 22
Gráfico 2 - Capacidade total mundial de geração fotovoltaica. ................................. 23
Gráfico 3 - Efeito causado pela variação de irradiância solar sobre a curva característica Corrente versus Tensão, para um módulo fotovoltaico de 36 células de silício cristalino a 25°C. ............................................................................................. 30
Gráfico 4 - Efeito causado pela variação de temperatura das células sobre a curva característica Corrente versus Tensão para um módulo fotovoltaico. ....................... 31
Gráfico 5 - Gráfico do comportamento da potência parametrizada devido ao aumento de temperatura nos painéis solares .......................................................................... 46
Gráfico 6 - Linha de tendência e equação da reta da Potência parametrizada versus Temperatura. ............................................................................................................. 47
Gráfico 7 - Tensão no módulo fotovoltaico em relação a temperatura. ..................... 48
Gráfico 8 - Irradiação no plano horizontal e inclinado para a cidade de Ponta Grossa - PR ........................................................................................................................... 49
Gráfico 9 - Tensão versus temperatura para o experimento de refrigeração. ........... 51
Gráfico 10 - Potência calculada versus temperatura nos módulos refrigerados. ...... 52
LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Módulo solar fotovoltaico Solarex-MSX70 de 70 Watt pico (Wp), composto de células fotovoltaicas constituídas por silício policristalino..................................... 38
Foto 2 - Reostato 6,0Ω .............................................................................................. 39
Foto 3 - Osciloscópio Tektronix DPO 3014 ............................................................... 39
Foto 4 - Medidor de irradiação solar da ICEL modelo SP-2000.. .............................. 40
Foto 5 - Esquema montado para realização da prática de refrigeração dos módulos solares fotovoltaicos imersos em água corrente.. ..................................................... 42
Foto 6 - Sistema de refrigeração do módulo fotovoltaico.. ....................................... 44
Foto 7 - Sistema de sustentação do módulo a um ângulo aproximado de 45°.. ....... 45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13
1.1 TEMA DA PESQUISA .......................................................................................14
1.1.1 Delimitação do Tema ......................................................................................14
1.2 MOTIVAÇÃO ....................................................................................................15
1.3 HIPÓTESE ........................................................................................................15
1.4 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................15
1.4.1 Objetivos Específicos ......................................................................................16
1.5 MÉTODO DA PESQUISA .................................................................................16
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .........................................................................16
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................18
2.1 A ENERGIA E A HISTÓRIA ..............................................................................18
2.2 ENERGIA SOLAR .............................................................................................19
2.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ................................................................20
2.3.1 Utilização da Energia Solar Fotovoltaica no Mundo ........................................21
2.3.2 Utilização da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil..........................................23
2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA .....................................................................................................25
2.5 CÉLULA FOTOVOLTAICA ...............................................................................25
2.6 MÓDULO FOTOVOLTAICO .............................................................................27
2.7 RENDIMENTO DOS MÓDULOS PV ................................................................28
2.8 EFEITO DA TEMPERATURA NOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS ………………………………………………………………………………………….29
2.9 RESFRIAMENTO DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ..................................32
2.9.1 Fluídos Refrigerantes ......................................................................................33
2.9.2 Convecção ......................................................................................................33
2.9.2.1 Convecção natural ......................................................................................34
2.9.2.2 Convecção forçada .....................................................................................34
2.10 ANALISE FINANCEIRA ..................................................................................35
2.10.1 Método do Valor Presente Líquido ...............................................................35
2.10.2 Método da Taxa Interna de Retorno ............................................................36
2.10.3 Método Payback ..........................................................................................37
3 MÉTODOS ............................................................................................................38
3.1 REFRIGERAÇÃO DOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS IMERSOS EM ÁGUA CORRENTE ...........................................................................................41
3.2 REFRIGERAÇÃO DO MÓDULO SOLAR POR MEIO DE CONVECÇÃO FORÇADA UTILIZANDO ÁGUA .............................................................................42
4 RESULTADOS .....................................................................................................46
4.1 REFRIGERAÇÃO DOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS IMERSOS EM ÁGUA CORRENTE ...........................................................................................49
4.2 REFRIGERAÇÃO DO MÓDULO SOLAR FOTOVOLTAICO POR MEIO DE CONVECÇÃO FORÇADA UTILIZANDO ÁGUA COMO FLUIDO REFRIGERANTE ………………………………………………………………………………………….50
4.3 ANÁLISE FINANCEIRA ....................................................................................52
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................55
5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS………….....……….……………..55
REFERÊNCIAS .......................................................................................................57
APÊNDICE A - Código Matlab ..............................................................................62
APÊNDICE B - Tabelas Análise Financeira .........................................................64
ANEXO A - Datasheet módulo Canadian Solar ..................................................67
ANEXO B - Datasheet módulo China Solar LTD modelo KAXIDY KS-P20 .......70
ANEXO C - Gerador de energia solar fotovoltaica GRID TIE 3,12 kWp ............72
13
1 INTRODUÇÃO
A conversão direta de energia solar em energia elétrica ocorre nas células
solares por meio do efeito fotovoltaico, a partir da geração de uma diferença de
potencial elétrico por intermédio da radiação solar. O efeito fotovoltaico ocorre quando
a energia provinda do sol (fótons) incide sobre átomos de silício, no caso das placas
solares, promovendo a emissão de elétrons, gerando corrente elétrica (GUERRINI,
2001). Essa forma de energia é uma das tecnologias mais importantes para o
desenvolvimento sustentável e hoje é responsável por grande parte da energia
renovável disponível na Terra.
No Brasil ainda existe um atraso nesta área quando comparado a outros
países mesmo apresentando vasta área geográfica e localizações potencialmente
favoráveis para o desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos (LANDIN et al, 2010).
Pesquisas revelam que até 2012 os geradores eram relativamente caros, e a
utilização era de módulos de pequeno porte, em sistemas autônomos em locais
distantes da rede elétrica. A fabricação nacional era praticamente nula. Apesar de
incentivos governamentais e desenvolvimento tecnológico, no início de 2015 o Brasil
ainda apresentava um nível de fabricação e instalação de geradores fotovoltaicos
muito baixo, não condizente com o tamanho da população do país e com suas
potencialidades e necessidades, representando apenas 0,01% da capacidade de
geração global do país (SOLENERG, 2015). De acordo com o Ministério de Minas e
Energia, a irradiação média anual brasileira varia entre 1.200 e 2.400kWh/m²/ano.
O custo dos sistemas geradores é considerado alto principalmente em função
dos custos dos módulos fotovoltaicos. Assim, as propriedades que levam a geração
devem ser aproveitadas ao máximo. Os controladores MPPT (Maximum Power Point
Tracking) são utilizados como forma de otimização do funcionamento dos painéis por
meio de controle de nível de tensão e corrente adequados. Outra alternativa para
maximização é o rastreamento do sol com estruturas móveis, como por exemplo na
utilização de um circuito eletrônico microcontrolado para orientação do painel em
função da radiação solar incidente. No entanto, o ponto de operação da tensão e da
corrente do painel e a sua direção não são as únicas variáveis que afetam o
rendimento da conversão de energia. O aquecimento das células fotovoltaicas
também é apontado como causa da redução deste rendimento.
14
Durante o processo de conversão da energia solar em eletricidade, nas placas
solares, aproximadamente 80% a 90% da energia incidente é convertida em calor.
Quando não dissipado, esse calor resulta no aumento da temperatura de operação
das células. Isto provoca um decréscimo na conversão da energia solar em
eletricidade. São aproximadamente 0,45% de queda do rendimento para cada grau
Celsius (°C) acrescido a partir das condições padrões de teste (25°C, 1kW/m2 e 1,5
de massa de ar). Esse decréscimo pode variar dependendo da tecnologia usada na
fabricação dos módulos (RUTHER, 2004).
Os módulos solares fotovoltaicos, além de serem caracterizados como uma
geração distribuída, não produzem poluentes evitando impactos ambientais e sociais.
São, portanto, um investimento na geração de energia provinda de fontes renováveis
e que possibilita um desenvolvimento sustentável (CASARO, 2010). Destaca-se,
dessa forma, a importância de estudos voltados ao rendimento de módulos solares
fotovoltaicos, visto que a conversão de energia solar em elétrica é consideravelmente
reduzida quando os mesmos são aquecidos.
1.1 TEMA DA PESQUISA
Estudo sobre o ganho energético obtido na conversão da energia solar em
eletricidade quando aplicadas técnicas de refrigeração ao sistema de módulos
fotovoltaicos.
1.1.1 Delimitação do Tema
A pesquisa será desenvolvida através do estudo de dois sistemas de
refrigeração de módulos solares fotovoltaicos a fim de reduzir o decaimento do
rendimento decorrente do aquecimento dos mesmos.
15
1.2 MOTIVAÇÃO
Na década de 50, apenas 4,5% da energia solar incidente em uma célula
fotovoltaica era convertida em eletricidade. Atualmente a eficiência média triplicou
para 15% a um custo 1.370 vezes mais barato. Segundo a Spheralsolar, em 2015 se
iniciou a oferta de painéis solares com eficiência de conversão de 23,5% (BRASIL,
2015).
Observa-se que há décadas o desenvolvimento e o interesse em inovações
para a produção energética já são preocupações da grande parte de profissionais
demandados para um desenvolvimento ao mesmo tempo que tecnológico e
sustentável. A formação em âmbito acadêmico, particularmente, já vem de encontro
com as premissas de que é possível produzir e construir de maneira a não afetar
futuras gerações, principalmente no que diz respeito à impactos ambientais provindos
de engenharia e tecnologia. Posto isso, este trabalho motiva-se a analisar técnica e
financeiramente o resfriamento de módulos solares fotovoltaicos com o uso de fluidos
refrigerantes. Esses módulos foram fornecidos pelo Departamento Acadêmico de
Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa.
1.3 HIPÓTESE
Estuda-se a possibilidade de manter o melhor rendimento na conversão de
energia solar em energia elétrica por meio de módulos solares fotovoltaicos
submetidos à um sistema de refrigeração. Esse método para a redução na queda de
rendimento de módulos aquecidos será então considerado na análise de viabilidade
para sua aplicação.
1.4 OBJETIVO GERAL
Analisar a viabilidade técnica e financeira da geração de energia a partir de
módulos solares fotovoltaicos refrigerados.
16
1.4.1 Objetivos Específicos
• Estudar as vantagens da energia solar sobre as demais maneiras de gerar
energia alternativa;
• Avaliar o comportamento do rendimento de placas fotovoltaicas em relação
ao aquecimento das células fotovoltaicas;
• Avaliar a viabilidade técnica e financeira do método utilizado na refrigeração
dos módulos solares fotovoltaicos.
1.5 MÉTODO DA PESQUISA
O trabalho desenvolveu-se através de um levantamento bibliográfico,
destinado a conhecer o sistema de conversão de energia solar em energia elétrica por
meio de módulos solares fotovoltaicos, bem como o rendimento alcançado em tais
sistemas, englobando seus aspectos sócio-ambientais, econômicos e operacionais.
Posterior à revisão bibliográfica, prosseguiu-se com a fase experimental para
comprovar de maneira prática a influência que a temperatura exerce sob os sistemas
fotovoltaicos, direcionando o estudo para sistemas de resfriamento, seguido de uma
análise para comparação da variação de rendimento dos módulos solares à diferentes
temperaturas. A etapa final é composta pela análise e avaliação dos resultados
obtidos com a aplicação do método empregado
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho é estruturado em cinco capítulos. O capítulo 1 é um
introdutório, o qual explicita os assuntos que serão abordados e os objetivos do
trabalho. O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica para o estudo desenvolvido.
A metodologia aplicada é explanada no capítulo 3, seguida pelo capítulo 4 onde são
17
relatados os resultados obtidos no decorrer do trabalho. Por fim, no capítulo 5 constam
as conclusões referentes à avaliação técnica e financeira aplicada à pesquisa
desenvolvida.
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
Este item tratará da fundamentação teórica através da revisão bibliográfica de
alguns autores, estudiosos de temas referentes à geração de energia elétrica através
da energia solar, especificando os sistemas de conversão fotovoltaica.
2.1 A ENERGIA E A HISTÓRIA
A disponibilidade de energia elétrica e térmica é essencial para qualquer país.
Historicamente, os combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural têm
dominado o mercado de energia com aproximadamente 34% da produção de energia,
seguido da produção hidroelétrica com 16,5%, das plantas nucleares com 10,6% e
biocombustíveis com 2,0%. A energia geotérmica, solar, eólica e outras fontes suprem
os restantes 3,3% da demanda global de energia. No entanto, a parte da última
categoria está aumentando rapidamente nos últimos anos (IEA,2016).
Sabe-se, entretanto, que o uso dos combustíveis fósseis apresenta uma série
de complicações. Por um lado, a reprodução de combustíveis fósseis não ocorre a
uma taxa significativa e, por conseguinte, pode ser considerado como recursos finitos,
com o impacto que implica no preço e o possível risco de esgotamento das reservas.
Além disso, devido ao impacto ambiental da utilização de combustíveis fósseis, tanto
local como globalmente, torna-se impossível não o considerar como um fator
importante em um contexto de sustentabilidade (MIKATIA et al, 2012).
Fatores como estes é que estão contribuindo para o rápido crescimento das
energias renováveis nas últimas décadas (IEA, 2016). Elas aparecem como uma
solução importante para o futuro. A energia renovável oferece a possibilidade de
geração de eletricidade e calor praticamente sem emissões, a preços baixos e
operando de maneira sustentável. Junto com isso, cada país tem um interesse lógico
em usar recursos renováveis locais.
19
2.2 ENERGIA SOLAR
A energia solar é descrita como a energia obtida do sol que chega a superfície
em forma de ondas eletromagnéticas. A fusão atômica é responsável pela liberação
dessa energia convertendo aproximadamente 650 milhões de toneladas de hidrogênio
em gás hélio a cada segundo (BROWN, 1988).
A radiação solar é uma das chamadas energias renováveis, particularmente
do grupo não-poluente, conhecida como energia limpa ou energia verde e tem sido
aproveitada desde os tempos antigos, utilizando diferentes tecnologias que evoluíram
ao longo do tempo. Atualmente, a radiação solar pode ser explorada por meio de
sensores, tais como células fotovoltaicas, heliostatos ou coletores térmicos que
podem transformá-la em energia elétrica ou térmica (CABRAL, 2012). A intensidade
da radiação solar no nível da atmosfera, também conhecida como constante solar, é
de cerca de1.367 kW/m2. O estado da atmosfera é o responsável pela forma em que
tal radiação atingirá a Terra. Parte da radiação é refletida; outra é absorvida pela
atmosfera. Existe ainda uma terceira que primeiramente atinge a superfície terrestre
e então é parcialmente absorvida e parcialmente refletida novamente para a região
atmosférica. As características que determinam como a radiação alcançará a
superfície estão todas relacionadas com a distância que os raios solares percorrem
atravessando a atmosfera, a umidade do ar e a nebulosidade. A média mundial
irradiada é de cerca de 165 W/m2, considerando as 24 horas do dia. Este valor pode
ser contabilizado como 5 mil vezes maior que a necessidade energética da
humanidade (DESERTEC, 2016).
A figura 1 ilustra a energia que chega em um plano horizontal na superfície do
planeta, concentrando-se principalmente nas áreas equatoriais.
20
Figura 1: Insolação Global média anual.
Fonte: NASA, 2016.
Em 2014 a energia solar foi responsável por aproximadamente 30% da nova
capacidade energética de fontes renováveis mundial (IEA, 2015). De acordo com
Ren21, o seu custo de implantação ainda é alto, mas vem sendo reduzido nos últimos
anos, tornando mais viável o investimento nessa fonte. Mais de 60% de toda a
capacidade fotovoltaica do mundo foi instalada nos últimos três anos, atingindo 177
GW de capacidade total.
2.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
A conversão direta de energia solar em energia elétrica é realizada nas células
solares através do efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel em 1839, e
consiste na geração de uma diferença de potencial elétrico através da radiação. O
efeito fotovoltaico ocorre quando fótons (energia que a luz do sol carrega) incidem
sobre átomos de um material semicondutor, provocando a liberação de elétrons,
gerando dessa maneira a corrente elétrica. Este processo não depende da quantidade
de calor, pelo contrário, o rendimento da célula solar cai quando sua temperatura
aumenta (GUERRINI, 2001).
21
A célula fotovoltaica, fabricada de material semicondutor, é a unidade
fundamental do processo de conversão. Um módulo solar fotovoltaico é composto por
unidades de células dependendo das características de tensão elétrica desejada
(PINHO; GALDINO, 2014). São considerados um investimento na geração de energia
provinda de fontes renováveis e que possibilita um desenvolvimento sustentável. Um
sistema fotovoltaico não produz resíduos prejudiciais e não está envolvido em nenhum
impacto ambiental ou social como é o caso das hidrelétricas (CASARO, 2010).
2.3.1 Utilização da Energia Solar Fotovoltaica no Mundo
Os Estados Unidos foram os pioneiros na produção de células fotovoltaicas
no mundo. Inspirados pela corrida espacial, na década de 1950, encontrou-se nas
células fotovoltaicas o meio mais adequado para a instalação de sistemas de
telecomunicações em lugares remotos (PINHO; GALDINO, 2014). O aumento do
interesse em aplicações terrestres para a energia solar fotovoltaica deu-se em 1973
quando o mundo se deparava com a crise no setor petrolífero. A construção de células
a baixo custo foi necessária para tornar a conversão de energia economicamente
viável, e os constantes investimentos em pesquisas sobre novos métodos e matérias
possibilitaram a sua crescente utilização com consequente redução do valor atribuído
(PINHO; GALDINO, 2014; VALLÊRA; BRITO, 2006).
Durante a maior parte da década de 1990, os Estados Unidos lideravam a
produção mundial de células. Motivados, dentre outros fatores, pela redução de gás
carbônico (CO2), a tecnologia passou a ser desenvolvida também na Alemanha e no
Japão. No continente Asiático são muitas as indústrias fotovoltaicas instaladas, no
entanto, grande parte delas, são desenvolvidas no Estados Unidos e em países
Europeus. Os mesmos deslocaram suas fábricas para a Ásia buscando redução de
custos de produção e mão de obra barata e qualificada. Em terras asiáticas é a China
quem se destaca como produtora dos módulos fotovoltaicos (PINHO; GALDINO,
2014).
O Relatório Mundial da Situação das Energias Renováveis de 2015
(Renewables 2015 Global Status Report) desenvolvido pela REN 21 (Renewable
Energy Policy Network for the 21st Century) apresenta o importante papel que os
22
módulos solares fotovoltaicos têm desempenhado na geração de eletricidade em
determinados países. Os mesmos vêm tornando-se competitivos com o
desenvolvimento de tecnologias com custos reduzidos frente a outras formas de
geração de energia elétrica.
O gráfico 1 mostra os dez países com as maiores capacidades de geração de
eletricidade por painéis solares até 2013, e as capacidades adicionadas em 2014.
Gráfico 1 - Capacidade instalada de geração fotovoltaica até 2013, e adicionada em 2014.
Fonte: Pinto, 2015.
A China, o Japão e os Estados Unidos têm sido os países com maior aumento
em capacidade no ano de 2014, no entanto a América Latina e países Africanos
também apresentaram um crescimento de suas instalações. Como líder mundial em
capacidade de geração encontra-se ainda a Alemanha, sendo responsável por grande
parte do fornecimento de eletricidade a partir da energia solar fotovoltaica (REN21,
2015).
Como pode-se verificar no Gráfico 2, a capacidade mundial instalada
apresenta um considerável crescimento a cada ano. Em 2014, a capacidade total
mundial de energia fotovoltaica já instalada era de 177 GW, 40GW a mais que o ano
anterior.
23
Gráfico 2 - Capacidade total mundial de geração fotovoltaica.
Fonte: Pinto, 2015.
2.3.2 Utilização da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
Com uma imensa área territorial e privilegiada posição geográfica, o Brasil
possui grande potencial para o aproveitamento da energia solar. No entanto, apesar
do potencial, o país ainda apresenta pequena participação da energia solar na matriz
energética quando comparado a países cuja radiação é muitas vezes inferior
(CARVALHO, 2011). Estima-se que o mercado fotovoltaico brasileiro terá seu
crescimento de maneira lenta devido, principalmente, a falta de políticas públicas de
incentivo (PINHO; GALDINO, 2014).
No contexto histórico, o Brasil equiparava-se aos países de destaque no setor
da energia solar fotovoltaica. O país iniciou o desenvolvimento dos módulos na
década de 1950 e logo em 1970 já haviam estudos a respeito da utilização de filmes
finos para conversão de energia solar em eletricidade (PINHO; GALDINO, 2014).
Entre a década de 80 e 90 iniciaram-se estudos laboratoriais e pilotos em
universidades e centros de pesquisas públicos, bem como em empresas privadas. As
pesquisas eram agora voltadas à purificação de silício para uso em células
fotovoltaicas. Apesar dos novos investimentos, a tecnologia começou a ficar defasada
em relação à situação de países estruturados energeticamente e que tinham incentivo
voltados ao desenvolvimento tecnológico e industrial (PINHO; GALDINO, 2014).
24
O cenário brasileiro só passou a ter mudanças em 2004 quando foi criado em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Centro Brasileiro para Desenvolvimento da
Energia Solar Fotovoltaica (CB-Solar) em conjunto com entidades do Governo
Federal, Estadual e Municipal. As principais premissas do órgão eram relacionadas
ao desenvolvimento de pesquisas em escala piloto para o desenvolvimento de células
e módulos fotovoltaicos de silício, bem como a análise da viabilidade técnica e
econômica em escalas industriais (PINHO; GALDINO, 2014).
Até 2013 a capacidade de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil é
da ordem de 40 MW (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, 2014). Apesar
da alta incidência de radiação, o Brasil ainda se encontra atrás de países com menor
potencial solar. Na Figura 2 é possível verificar uma comparação dos valores de
irradiação solar no Brasil e na Europa, que possuí aproximadamente 88GW de
sistemas fotovoltaicos já instalados (PORTAL SOLAR, 2016).
Figura 2 - Mapa comparativo de irradiação solar no Brasil e na Europa.
Fonte: Labsol, 2016.
25
2.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
As vantagens da utilização da energia solar fotovoltaica vão muito além da
diversificação da matriz energética de um país. Segundo América do Sol (2015) e
Salamoni (2009), a energia solar fotovoltaica é uma ótima alternativa para levar
eletricidade a localidades de difícil acesso, não supridas pela rede convencional.
Destaca-se também a utilização dos módulos solares em edifícios de maneira
integrada, não necessitando espaço físico dedicado, além de serem considerados de
material arquitetônico, reduzindo custos e dando à edificação uma aparência
inovadora. Juntamente com todas as vantagens associadas, a sustentabilidade
destaca-se na utilização de energia solar fotovoltaica. Um sistema fotovoltaico não
emite poluentes, e é considerado um sistema de geração de energia limpa.
Quanto às desvantagens destacam-se principalmente o custo elevado da
tecnologia e o baixo rendimento dos painéis fotovoltaicos. Junto a isso, a radiação
solar e consequente quantidade de energia elétrica produzida dependentes do
período do dia e das estações do ano.
2.5 CÉLULA FOTOVOLTAICA
A célula fotovoltaica é composta por duas camadas de material semicondutor.
As camadas, uma do tipo N com excesso de elétrons e outra do tipo P com déficit de
elétrons, são dopadas e unidas formando uma junção PN e uma consequente barreira
de potencial entre elas com a migração dos elétrons da camada N para a camada P.
Quando há a incidência de fótons provenientes da luz solar, os elétrons adquirem
energia, e dá-se então, com a presença de um condutor externo, a migração dos
elétrons gerando uma corrente elétrica. Se a célula não sofrer incidência solar, os
elétrons e as lacunas permanecem presos atrás dessa barreira (VILLALVA; GAZOLI,
2012).
26
Figura 3 - Ilustração da estrutura solar recebendo radiação solar
Fonte: CRESESB, 2016.
Atualmente as células fotovoltaicas predominantes no mercado mundial são as
fabricadas de silício cristalino (c-Si), podendo serem utilizadas em sua forma
monocristalina (m-Si), policristalina (p-Si) ou silício amorfo hidrogenado (a-Si:H).
Também fabricadas, porém menos utilizadas, estão as tecnologias baseadas em
telureto de cádmio (CdTe), arseneto de gálio (GaAs), disseleneto de cobre e índio
(CIS), disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) (ALMEIDA, 2012; PINHO; GALDINO,
2014).
Embora sendo as mais utilizadas, as células de silício cristalino ainda possuem
seu custo elevado (SILVA, 2003). No silício policristalino, o material é solidificado em
forma de um bloco composto de pequenos cristais. As lâminas obtidas a partir do corte
de um bloco de silício policristalino ou lingotes de silício monocristalinos são utilizados
para então fabricar as células fotovoltaicas. Quanto aos custos, tem-se nas células de
silício monocristalino um valor mais elevado. As células de silício policristalino, embora
com custo inferior, têm sua eficiência reduzida devido a presença de interfaces entre
os vários cristais constituites. Comparando-se a eficiência média das células
comerciais tem-se 16,5% para as compostas de silício monocristalino e 14,5% para
as células das estruturas policristalinas (PINHO; GALDINO, 2014).
27
2.6 MÓDULO FOTOVOLTAICO
Unidade básica do subsistema de geração de eletricidade, o módulo
fotovoltaico consiste de um quadro de alumínio composto por células fotovoltaicas
conectadas eletricamente em paralelo e em série, encapsuladas na área exposta ao
sol, com estruturas transparentes de vidro, plástico ou resina de silicone, e por fim
uma camada de EVA com a finalidade de protegê-las contra condições climáticas e
eventuais impactos (SOLERNERG, 2016).
A tensão e a corrente desejada que definem o número de células fotovoltaicas
em módulo, bem como a forma como elas estão conectadas (em série e/ou paralelo)
(PINHO; GALDINO, 2014). Os módulos fotovoltaicos típicos utilizados para carregar
uma bateria 12 V são compostos por 36 células em série, enquanto os módulos
utilizados para conexão em rede elétrica são constituídos por 48 ou 60 células
fotovoltaicas (SOLENERG, 2016).
A escolha das células para obtenção de um módulo são de extrema
importância, já que a compatibilidade das características elétricas é que define a
qualidade do módulo (PINHO; GALDINO, 2014).
Figura 4 - Módulo solar fotovoltaico composto por 36 células.
Fonte: Canadian Solar, 2016.
28
2.7 RENDIMENTO DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Quando se trata de módulos fotovoltaicos destaca-se a importância do estudo
do seu rendimento. Da energia solar incidente, cerca de 80 a 90% destina-se ao
aquecimento das placas fotovoltaicas, enquanto que apenas 10 a 20% podem ser
convertidos em eletricidade. A máxima quantidade de eletricidade que pode ser então
extraída de um módulo fotovoltaico dita a eficiência de conversão do mesmo
(RAUSCHENBACH, 1980).
Pode-se expressar o equilíbrio entre a energia incidente na célula fotovoltaica
(radiação solar) e a energia liberada pela célula (saída de eletricidade e fluxo de calor)
através do balanço de energia deste processo. A temperatura específica atingida é
conhecida como temperatura de operação ou temperatura de equilíbrio
(RAUSCHENBACH, 1980).
Segundo Rodrigues et al (2015), um procedimento utilizado para calcular a
temperatura da célula via balanço energético é a determinação da Temperatura
Nominal de Operação da célula, ou NOCT, definida como a temperatura da célula sob
irradiância solar de 800W/m², temperatura ambiente de 20°C, velocidade do vento de
1 m/s, painel sem carga elétrica (circuito aberto) e montado em estrutura aberta, com
posição normal em relação ao Sol do meio dia. De acordo com a Canadian Solar
(2016), um dos principais fabricantes de módulos fotovoltaicos no mundo, a
Temperatura Nominal de Operação da Célula (TNOC/NOCT) é de aproximadamente
45±2°C.
Considerando o balanço energético, nota-se um aumento na temperatura dos
módulos fotovoltaicos quando a radiação incidente não é convertida em energia
elétrica, acarretando menor eficiência dos módulos fotovoltaicos (LAU, 2012). Dá-se
então a importância de avaliação do comportamento dos painéis fotovoltaicos em altas
temperaturas, sendo considerado um aspecto relevante na escolha das tecnologias e
avaliação do seu desempenho (RODRIGUES et al, 2015).
Fabricantes disponibilizam em datasheet o rendimento dos módulos
fotovoltaicos de acordo a temperatura incidente. Segundo Makriedes (2009, 2010),
essa característica pode ser avaliada através do coeficiente de temperatura de
potência máxima dos painéis, expresso em %/ºC. Tal coeficiente representa a perda
da eficiência de conversão (em %) para cada ºCelsius acima das condições padrões
29
de teste, e varia de acordo com cada tecnologia. Dessa forma, a eficiência real dos
painéis pode variar consideravelmente quando consideradas as temperaturas dos
painéis expostos ao Sol. Segundo dados da Canadian Solar, apresentados na Tabela
1, para um módulo PV de potência nominal máxima de 260W tem-se um decréscimo
de 0,43% na potência máxima do modulo PV a cada 1ºC elevado.
Tabela 1 - Características da temperatura em um módulo fotovoltaico.
Specification Data
Temperature Coefficient (Pmax) -0.43% / °C
Temperature Coefficient (Voc) -0.34% / °C
Temperature Coefficient (Isc) 0.065% / °C
Nominal Operating Cell Temperature 45 ± 2°C
Fonte: Canadian Solar, 2015.
O módulo apresenta rendimento de 16,16%, como pode ser verificado no anexo
A.
2.8 EFEITO DA TEMPERATURA NOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS
A temperatura de operação das células fotovoltaicas, que constituem os
módulos solares fotovoltaicos, é afetada pela incidência de radiação e variação de
temperatura ambiente, ocasionando uma redução em sua eficiência (PINHO,
GALDINO, 2014).
O aumento da radiância solar gera um aumento na corrente elétrica gerada
pelo módulo solar fotovoltaico. Estabelece-se uma relação proporcionalmente linear
entre a corrente de curto-circuito e a radiação solar dentro de uma ampla faixa de
valores. A intensidade de radiação é proporcional a tensão de circuito aberto.
Conforme a radiação aumenta a tensão apresenta um crescimento logarítmico,
inexpressível se comparado ao aumento da corrente em relação a radiação, como
pode-se observar no gráfico 3 (CASARO, MARTINS, 2008).
30
Gráfico 3 - Efeito causado pela variação de irradiância solar sobre a curva característica Corrente versus Tensão, para um módulo fotovoltaico de 36 células de silício cristalino a 25°C.
Fonte: PINHO,GALDINO,2014
A tensão da célula fotovoltaica sofre uma redução significativa com o aumento
da temperatura ao mesmo tempo que sua corrente sofre uma pequena elevação,
quase desprezível, que não compensa a perda ocasionada pela diminuição da tensão.
Isto ocorre devido a diminuição da banda proibida ocasionada pelo aumento de
temperatura. No gráfico 4, é possível observar, nas curvas de corrente versus tensão,
que existe uma significativa queda de tensão com o aumento da temperatura da célula
fotovoltaica (CASARO, MARTINS, 2008; PINHO, GALDINO, 2014).
Observa-se uma redução significativa na tensão verificada nos terminais de
uma célula fotovoltaica. Esses resultados são obtidos em testes realizados em campo
onde a irradiação solar (Psun) permanece constante, e a massa de ar (posição do sol)
não apresenta variações durante as medições de tensão e corrente.
31
Gráfico 4 - Efeito causado pela variação de temperatura das células sobre a curva característica Corrente versus Tensão para um módulo fotovoltaico
Fonte: PINHO,GALDINO,2014
Pode-se tentar explicar a variação da tensão em relação à temperatura por
meio do comportamento eletrônico de uma célula fotovoltaica utilizando um modelo
eletricamente equivalente, sendo o mais simples deles um circuito de uma fonte de
corrente em paralelo com um diodo, como mostrado na Figura 5 (CASARO,
MARTINS, 2008).
Figura 5 - Circuito equivalente a uma célula solar.
Fonte: CASARO, MARTINS, 2008.
32
Segundo Casaro e Martins (2008) o circuito da figura 5 é representado pela
Equação 1:
𝐼 = 𝐼𝑝ℎ − 𝐼𝑟 . [𝑒𝑞.
𝑉+𝐼.𝑅𝑠Ƞ.𝑘.𝑇
−1] −
𝑉+𝐼.𝑅𝑆
𝑅𝑝 (1)
Onde:
V – Tensão nos terminais de saída de uma célula solar.
I – Corrente nos terminais de saída de uma célula solar.
Iph – Fotocorrente;
Ir – Corrente de saturação reversa da célula.
Rs - Resistência em série da célula.
Rp – Resistência em paralelo da célula.
q – Carga do elétron, 1,6x10-19 C.
η – Fator de qualidade da junção p-n.
k – Constante de Boltzmann, 1,38x10-23 J/K.
T – Temperatura da superfície da placa [K].
2.9 RESFRIAMENTO DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Como alternativa para evitar a perda de rendimento dos módulos
fotovoltaicos, tem-se a redução da temperatura do equipamento em funcionamento
por meio de sistemas de refrigeração.
De acordo com Rodrigues et al (2015), ao considerarem-se estratégias
passivas, pode-se pensar em maneiras de aumentar a transferência de calor nos
painéis. Uma solução interessante é a troca de calor dos módulos com fluidos de boas
características térmicas, o que reduziria a temperatura de operação e,
consequentemente, aumentaria a eficiência dos painéis. O resfriamento através da
troca de calor entre o módulo e os fluídos refrigerantes pode ainda permitir a geração
de calor e de eletricidade em um mesmo equipamento.
.
33
2.9.1 Fluídos Refrigerantes
No ciclo de refrigeração, o transporte de energia é realizado por substâncias
químicas chamadas refrigerantes, onde o calor é absorvido em um ponto e rejeitado
em outro. Existem algumas características físicas, termodinâmicas e propriedades
químicas desejáveis aos refrigerantes tais como pressão de vaporização não muito
baixa, pressão de condensação não muito alta, elevado calor latente de vaporização,
responsáveis por tornar o seu uso seguro e econômico (FERREIRA, 2012).
Porém, não existe refrigerante ideal. Devido as diferenças entre as condições
de operação e características necessárias para a aplicação do refrigerante, ele
aproxima-se da idealidade somente quando suas características atendem as
condições e exigências que a aplicação necessita (SILVA, 2013).
A classificação dos refrigerantes é feita em primários ou secundários. Os
refrigerantes primários são normalmente utilizados em sistemas de compressão a
vapor. Enquanto que os refrigerantes secundários são líquidos utilizados para
transportar energia térmica à baixa temperatura de um ponto para outro (FERREIRA,
2012).
A água, fluido R-718, possui diversas características almejadas de um
refrigerante. Possui baixo custo, não possui toxicidade e não é inflamável, possui alto
calor latente de vaporização, sendo totalmente segura. Porém possui limitação de
temperatura, abaixo de 0°C ela solidifica-se. Para torna-la fria o suficiente para o uso
em alguns processos, é necessário pressões extremamente baixas ou vácuo (SILVA,
2013).
2.9.2 Convecção
Quando ocorrer gradiente de temperatura dentro de um sistema, existirá
transferência de energia, o processo de transporte de energia é conhecido como
transferência de calor (SALLUM et al., 2006).
34
A transferência de calor pode ocorrer de três maneiras distintas: condução,
convecção e radiação. Neste trabalho daremos foco na convecção, pois foi o método
utilizado para o resfriamento dos módulos solares fotovoltaicos (SALLUM et al., 2006).
A convecção é um processo de transporte de energia, ou seja, a transferência
de calor, entre uma superfície e um fluido em movimento quando eles se encontram
em temperaturas diferentes. Isto ocorre devido à combinação de três fatores:
condução de calor, armazenamento de energia e movimento da mistura. A convecção
é classificada em natural ou forçada conforme a natureza do escoamento (OLIVEIRA,
2014).
2.9.2.1 Convecção natural
A transferência de calor por convecção natural ocorre quando um corpo é
colocado em contato com um fluido a uma temperatura diferente e o escoamento é
induzido por forças de empuxo. Devido a diferença de temperatura, o calor flui entre
o corpo e o fluido acarretando em variação de densidade nas camadas fluidas
localizadas nas vizinhanças da superfície, essa diferença de densidade induz um
escoamento descendente do fluido mais pesado e ascendente do fluido mais leve
(SALLUM et al., 2006).
2.9.2.2 Convecção forçada
A convecção forçada ocorre quando o escoamento do fluido é causado por
meio externos. O fluxo de calor, q”, entre a superfície e o fluido, em diferentes
temperaturas é determinado por meio da lei do resfriamento de Newton, expressa na
Equação 2 (OLIVEIRA, 2014).
𝑞" = ℎ. (𝑇𝑠 − 𝑇∞) (2)
35
Onde:
q” – Fluxo de calor por convecção [w/m2];
h – Coeficiente de transferência de calor por convecção [W/m2.K];
Ts – Temperatura da superfície [K];
T∞ - Temperatura do fluido [K]
Ambos os processos de convecção, natural e forçada, podem ocorrer de
maneira isoladas, combinadas e/ou simultâneas em um mesmo sistema (SALLUM et
al., 2006).
2.10 ANALISE FINANCEIRA
A análise da viabilidade financeira compõe as atividades desenvolvidas pela
engenharia econômica, tendo como objetivo identificar os benefícios resultantes de
um determinado investimento. A análise pode ser realizada por meio de comparação
entre investimentos e custos associados ao projeto, a fim de constatar a sua
viabilidade de implementação (ZAGO; WEISE; HORNBURG, 2009).
O estudo da análise de investimentos abrange o investimento a ser realizado,
a indicação das alternativas viáveis, a análise de cada alternativa e por fim a escolha
da melhor alternativa. Dentre os diversos métodos utilizados para análise de
viabilidade de projetos temos o Método do Valor Presente Líquido (VPL), o Método da
Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Método Payback (FRANCISCO, 1988).
2.10.1 Método do Valor Presente Líquido
O método do valor presente líquido (VPL) tem por objetivo determinar um valor
em determinado tempo considerado, iniciando-se de um fluxo de caixa. Para
determinação do VPL é realizado o somatório algébrico de todos os valores envolvidos
durante o tempo considerado, reduzidos ao instante considerado final, considerando
a taxa de juros comparativos (WAJDOWICZ; ARRUDA, 2011).
36
O VPL é considerado um método que encaixa no conceito de equivalência,
possuindo a característica de trazer para o tempo presente, ou seja, leva em
consideração o valor temporal dos recursos financeiros. O projeto analisado pelo VPL
apresenta viabilidade econômica pela diferença positiva entre receitas e custos,
atualizados a determinada taxa de juros (ZAGO; WEISE; HORNBURG, 2009).
Deste modo, o VPL é o somatório dos diversos valores compreendidos em
um fluxo de caixa. Apresenta como vantagens a aplicação em fluxos de caixa que
contenham mais de uma variação de sinal, de entrada quanto de saída, leva em
consideração o valor do dinheiro no tempo e possui dependência apenas dos fluxos
de caixa previsionais do projeto e do custo de oportunidade do capital. O VPL não é
afetado pelas preferências da empresa, pelos métodos de contabilização usados e
rentabilidade de outros projetos autônomos. Porém o VPL também apresenta
desvantagens, tais como a determinação da taxa mínima de atratividade, ou seja, a
flexibilidade de escolha da taxa de juros e a impossibilidade da reaplicação dos
benefícios oriundos de projetos bem sucedidos (BRUNI & FAMÁ, 2003).
2.10.2 Método da Taxa Interna de Retorno
Segundo Veras (2001), a Taxa Interna de Retorno (TIR) consiste em calcular
a taxa que anula o valor presente líquido do fluxo de caixa do investimento analisado.
Como consequência, pode ser caracterizada como a taxa de desconto que iguala o
valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto.
A TIR resultante de um projeto, obtida por meio da análise projetiva de um
fluxo de caixa, é a taxa de juros que torna nulo a diferença entre as receitas e as
despesas. Assim, a tomada de decisão de investimentos com base na TIR é analisada
na aceitação de um projeto de investimento se o mesmo apresentar a taxa superior
ao custo de oportunidade do capital obtido no projeto (ZAGO; WEISE; HORNBURG,
2009).
As vantagens demonstradas pela TIR englobam a facilidade de visualização
percentual após obtenção dos resultados, levando em consideração o valor temporal
do dinheiro (ZAGO; WEISE; HORNBURG, 2009).
37
2.10.3 Método Payback
Payback trata-se do período de tempo necessário para recuperar o capital
investido. Neste ângulo considera-se o como prazo de retono o período de tempo
necessário para que os benefícios resultantes de um investimento possam compensar
os custos a uma taxa mínima de atratividade (TMA) adequada. Dois tipo de payback
são mais utilizados nas análises de investimentos, o simples e o descontado (Gitman,
2003).
O payback simples baseia-se na identificação no tempo de retorno do
investimento, descontando o capital inicial por meio de um somatório dos resultados
obtidos nos períodos de fluxo de caixa até a liquidação de seu valor. O Payback
simples é considerado um método simples e direto, pois não utiliza taxa de desconto
para analisar o tempo necessário para a recuperação do investimento (GIACOMIN,
2008).
O payback descontado tem por objetivo calcular o período de tempo
necessário para a recuperação do investimento inicial, com a aplicação de uma TMA
almejada como desconto para atualizar o fluxo de caixa resultante do projeto. A
aprovação do projeto pelos investidores está, se o tempo resultante do payback
descontado é considerado aceitável (GIACOMIN, 2008).
38
3 MÉTODOS
Por meio da literatura realizou-se um estudo a respeito de módulos solares
fotovoltaicos e o consequente aumento da temperatura quando expostos à radiação
solar. Posteriormente, para efeito de comparação, coletou-se dados práticos do
decaimento da potência em relação a temperatura. Realizou-se o experimento na
UTFPR–Ponta Grossa em um dia com grande incidência de luz solar por um período
de uma hora (11h30 ás 12h30). Utilizou-se módulos solares fotovoltaicos Solarex-
MSX70 de 70 Watt pico (Wp), composto de células fotovoltaicas constituídas por silício
policristalino, registrado na Foto 1, reostato 6,0Ω (Foto 2) para realizar a variação do
valor da resistência no circuito a fim de obter a maior potência em determinada
temperatura, e osciloscópio Tektronix DPO 3014 (Foto 3) para visualização e análise
dos valores de tensão, corrente e potência. Todos os equipamentos foram fornecidos
pelo Departamento Acadêmico de Eletrônica da universidade.
Foto 1 - Módulo solar fotovoltaico Solarex-MSX70 de 70 Watt pico (Wp), composto de células fotovoltaicas constituídas por silício policristalino.
Fonte: Autoria própria
39
Foto 2 - Reostato 6,0Ω
Fonte: Autoria própria
Foto 3 - Osciloscópio Tektronix DPO 3014
Fonte: Autoria própria
Coletou-se onze dados de tensão e corrente em diferentes temperaturas,
variando de 32°C a 75°C, possibilitando, então, o cálculo da potência gerada. A
medição da temperatura deu-se por meio de termômetro digital infravermelho FLUKE
modelo 566 (Figura 6):
40
Figura 6 – Termômetro digital infravermelho.
Fonte: Dutra máquinas, 2016.
À luz das informações expostas na revisão bibliográfica e no experimento do
decaimento da potência, escolheu-se então duas estratégias de resfriamento para
serem submetidas à análise prática: refrigeração dos módulos solares fotovoltaicos
por meio de submersão em água corrente e refrigeração através de convecção
forçada de água em sua superfície posterior. Os experimentos com sistemas de
refrigeração deram-se em um dia com incidência de irradiação solar aproximada de
759 W/m2 conforme medidor de irradiação solar da ICEL modelo SP-2000 (Foto 4) e
temperatura ambiente de 25°C.
Foto 4 – Medidor de irradiação solar da ICEL modelo SP-2000.
Fonte: Autoria própria.
41
3.1 REFRIGERAÇÃO DOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS IMERSOS EM ÁGUA CORRENTE
A técnica de imersão das placas solares fotovoltaicas em água de
arrefecimento tem por objetivo manter a temperatura da superfície da placa
proporcionando melhor eficiência a altas temperaturas (EARTHLINKED
TECHNOLOGIES, 2013). O experimento para a refrigeração dos módulos solares
fotovoltaicos imersos em água corrente deu-se por meio do monitoramento da
temperatura da superfície da placa submersa sob condições climáticas normais. Nesta
etapa do experimento utilizou-se módulo solar CHINA SOLAR LTD modelo KAXIDY
KS-P10W de células policristalinas, submerso em um recipiente plástico de 0,0095
m3 perfurado em quatro diferentes pontos com 4 mm de diâmetro permitindo ao
sistema a circulação de água (Figura 7). O fluxo de água deu-se através de uma
mangueira adaptada à parte superior do recipiente.
Realizou-se a submersão do módulo solar fotovoltaico a 5 mm, 45 mm e 80
mm da superfície da água e procedeu-se com as medições da temperatura. Mediu-se
a temperatura na superfície do módulo por meio de um termômetro digital
infravermelho.
Figura 7 – Esquema do recipiente de plástico utilizado na prática de refrigeração dos módulos solares fotovoltaicos imersos em água corrente.
Fonte: Autoria própria.
42
Realizou-se a medição de tensão e corrente, utilizando-se um multímetro
conectado ao módulo solar fotovoltaico conforme Foto 5.
Foto 5 – Esquema montado para realização da prática de refrigeração dos módulos solares fotovoltaicos imersos em água corrente.
Fonte: Autoria própria.
3.2 REFRIGERAÇÃO DO MÓDULO SOLAR POR MEIO DE CONVECÇÃO FORÇADA UTILIZANDO ÁGUA
Realizou-se o experimento com módulo China Solar LTD modelo KAXIDY KS-
P20W acoplada a um sistema de circulação de água constituído por arranjo de
tubulação de PVC. A placa possui 530mm de altura, 350mm de largura e 25mm de
espessura, conforme mostra a Figura 8.
43
Figura 8 – Características do módulo China Solar LTD modelo KAXIDY KS-P20W
Fonte: Datasheet China Solar LTD
A tubulação de 20mm de diâmetro foi conectada na superfície posterior do
módulo, acima da caixa de junção, conforme a Figura 9, possibilitando a passagem
de água em forma de cascata através de perfurações feitas no tubo de PVC, escoando
por toda superfície posterior do módulo, a qual foi vedada com um painel de polietileno
com um orifício na base para a liberação da água do sistema, mostrado na Foto 6.
44
Figura 9 – Características do sistema utilizado na prática de refrigeração do módulo solar por meio de convecção forçada utilizando água.
Fonte: Adaptada de Datasheet China Solar LTD.
Foto 6 - Sistema de refrigeração do módulo fotovoltaico.
Fonte: Autoria própria.
45
O sistema de PVC de circulação de água permitiu a sustentação da placa em
um ângulo aproximado de 45°, como mostrada na Foto 7.
Foto 7 – Sistema de sustentação do módulo a um ângulo aproximado de 45°.
Fonte: Autoria própria.
Realizou-se medições de tensão e corrente, utilizando-se um multímetro
conectado ao módulo, a cada dois minutos durante 18 minutos com acompanhamento
da temperatura por meio de um termômetro digital infravermelho.
46
4 RESULTADOS
Para início do estudo, com os dados obtidos a respeito das temperaturas e
potências correlatas, plotou-se o Gráfico 5 apresentando potência parametrizada
(Potência/Potência pico) versus temperatura.
Gráfico 5 – Gráfico do comportamento da potência parametrizada devido ao aumento de temperatura nos painéis solares
Fonte: Autoria própria.
Por meio do Gráfico 5 pode-se comprovar o decréscimo da potência
ocasionado pelo aumento da temperatura no módulo fotovoltaico. A perda registrada
deu-se em um valor de 18,54% do rendimento da conversão da energia solar em
energia elétrica. A partir desse gráfico foi possível traçar uma linha de tendência,
apresentada no Gráfico 6, e uma equação da reta, as quais nos fornecem a potência
em um dado ponto em relação à temperatura fornecida.
47
Gráfico 6 - Linha de tendência e equação da reta da Potência parametrizada versus Temperatura.
Fonte: Autoria própria.
A fim de demostrar melhor a relação do decréscimo da potência com o
aumento da temperatura utiliza-se da Equação (1). Por meio de modelo matemático
iguala-se a corrente à zero obtendo valores de tensão iguais a tensão de circuito
aberto por célula, resultando na Equação 3.
𝐼𝑝ℎ − 𝐼𝑟 . [𝑒𝑞.𝑉
𝜂.𝑘.𝑇 − 1] −𝑉
𝑅𝑝= 0 (3)
Utilizando-se da Equação (3), elaborou-se um código no programa Matlab
(Apêndice A), o qual representa o comportamento da tensão de circuito aberto em
relação ao aumento da temperatura, em um módulo China Solar LTD modelo KAXIDY
KS-P20W. Os valores utilizados na simulação estão disponíveis no datasheet do
48
fabricante (Anexo B). A partir da modelagem matemática pôde-se plotar o Gráfico 7
de tensão no módulo fotovoltaico versus temperatura.
Gráfico 7 - Tensão no módulo fotovoltaico em relação a temperatura.
Fonte: Autoria própria.
A queda de tensão nos terminais da célula explica a queda de potência que a
célula, e consequentemente o módulo fotovoltaico, sofre, pois sabe-se que a potência
é obtida por meio da equação 4:
𝑃 = 𝑉. 𝐼 (4)
Onde:
P – Potência;
V – Tensão;
I – Corrente.
Enquanto a corrente fica praticamente constante e a potência cai
significativamente com o aumento da temperatura, como pode ser observado no
gráfico 4, apresentado na seção 2.8, essa queda da potência resulta no decréscimo
49
do rendimento da placa, o que justifica o resfriamento dos módulos solares
fotovoltaicos para a obtenção de energia.
4.1 REFRIGERAÇÃO DOS MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS IMERSOS EM ÁGUA CORRENTE
Optou-se por utilizar o módulo solar fotovoltaico no plano horizontal porque
não há grande perda de incidência da irradiação solar se comparado aos planos
inclinados, como mostra o Gráfico 8. Pelo gráfico é possível fazer uma análise
comparativa da irradiação do plano horizontal com o ângulo igual a latitude, o ângulo
que fornece o maior valor médio diário anual de irradiação solar e o maior valor mínimo
diário anual de irradiação solar (CRESESB).
Gráfico 8 - Irradiação no plano horizontal e inclinado para a cidade de Ponta Grossa - PR
Fonte: CRESESB, 2016.
Registrou-se primeiramente a temperatura do módulo solar exposto à
radiação solar fora do sistema de refrigeração. Para a temperatura de 103,4 ºC,
valores de 19,6V e 0,56A foram coletados para tensão e corrente, respectivamente.
Procedeu-se então com as medições para o módulo submerso. Durante a
prática a corrente de água na entrada do sistema encontrava-se a 15°C. A integração
da água com o módulo solar fotovoltaico submerso no recipiente plástico permitiu
rápida troca de calor entre o sistema que logo apresentou-se em equilíbrio térmico. A
50
água, fluído com boas características térmicas, foi capaz de reduzir a temperatura de
operação das células solares de maneira rápida e eficiente. Consequente à redução
da temperatura dos módulos solares, propiciou-se ao sistema melhores condições de
operação, reduzindo a perda de rendimento decorrente do seu aquecimento.
Registrou-se primeiramente os dados de tensão e corrente correspondentes ao
módulo submerso à fina camada de água sob sua superfície (5 mm submerso). Os
valores medidos foram de 22V e 0,51A, respectivamente. Após imersão do módulo à
profundidade de 45 mm e 80 mm pôde-se observar que os valores medidos não
sofreram variação, e registrou-se da mesma forma os valores de 22V para tensão e
0,51A para corrente em ambas etapas do experimento.
Vale ressaltar que, como valores idênticos foram obtidos para medições de
tensão e corrente e que não houve variação de irradiação de luz solar e temperatura
no módulo, uma lâmina de até 80mm de água acima da superfície frontal do mesmo
não causa influência significativa em seu rendimento.
4.2 REFRIGERAÇÃO DO MÓDULO SOLAR FOTOVOLTAICO POR MEIO DE CONVECÇÃO FORÇADA UTILIZANDO ÁGUA COMO FLUIDO REFRIGERANTE
O gráfico 9 apresenta os resultados obtidos das medições de tensão e
temperatura para o experimento de refrigeração do módulo solar por meio de
convecção forçada utilizando a água como fluido refrigerante.
51
Gráfico 9 – Tensão versus temperatura para o experimento de refrigeração
Fonte: Autoria própria.
Observa-se que conforme ocorre o resfriamento do módulo a tensão sofreu
um aumento de forma linear, acarretando uma menor perda do rendimento em relação
a redução da temperatura. O valor da tensão nos terminais do módulo subiu 9,7%
após sua refrigeração.
As medidas de corrente obtidas apresentaram-se inconstantes, o que deve-
se à oscilação da irradiação resultante das nuvens presentes. A irradiação
apresentou-se abaixo do nível necessário para a obtenção de bons resultados, já que
possui grande influência nos valores de corrente.
Com os valores de tensão e corrente obtidos dos módulos solares
fotovoltaicos refrigerados, calculou-se a potência e plotou-se o gráfico 10 em função
da temperatura.
52
Gráfico 10 – Potência calculada versus temperatura nos módulos refrigerados.
Fonte: Autoria própria.
A partir dos dados coletados obteve-se um aumento de 0,3% de rendimento
para cada °C resfriado no módulo solar fotovoltaico, comprovando a eficiência do
sistema de refrigeração do módulo solar fotovoltaico.
Durante as medições verificou-se um gradiente de temperatura na superfície
do módulo variando de 65 a 15°C. A grande variação deu-se em função do sistema
de escoamento de água acoplado à parte superior do módulo. Constatou-se na área
superior que a temperatura permaneceu em torno de 65°C devido ao fato de não haver
contato direto da água com o módulo. Na área central do módulo, a temperatura
apresentou-se em torno de 20°C pois havia escoamento de água em contato com o
módulo. A base do módulo registrou temperaturas aproximadas a 15°C, o que se deve
ao acúmulo de água na borda de sustentação do mesmo.
4.3 ANÁLISE FINANCEIRA
Para estabelecimento de dados de projeto de geração de eletricidade por
meio de módulos solares utilizou-se o simulador online SOLAR como apoio. Os dados
obtidos são mostrados na Figura 10.
53
Figura 10 – Dados de projeto de geração de eletricidade por meio de módulos solares.
Fonte: SOLAR, 2016.
Utilizou-se para base de cálculos o gerador de energia solar fotovoltaica GRID
TIE 3,12 kWp (ANEXO C). O sistema é composto por 12 módulos solares capazes de
produzir até 440 kWh ao mês. Considerando um consumo aproximado de 365 kWh
ao mês à um custo unitário de R$0,639748, como é o caso da energia fornecida no
estado do Paraná pela concessionária COPEL, calculou-se o tempo de retorno para
a geração de energia por meio de módulos solares fotovoltaicos refrigerados. As
tabelas com os cálculos são mostradas no apêndice B. O valor calculado registrou
uma economia anual de R$3.377,86 na geração de energia elétrica. O cálculo de
payback descontado considera uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 10% ao
ano, assim, são necessários 11 anos para recuperar o investimento inicial proposto
de R$35.509,00. Nota-se ainda, que o valor presente líquido (VPL) ao final do
trigésimo ano será de R$23.184,73, e a taxa interna de retorno de 14%. O valor de
VPL positivo indica que a aplicação do investimento no projeto é viável de forma a
gerar lucro maior se comparado ao dinheiro aplicado em poupança à mesma taxa de
TMA.
54
O valor calculado para TIR vem corroborar com o resultado obtido para o
cálculo de VPL.
Observando os valores para a economia acumulada em um período de 10
anos é possível identificar um valor total de R$36.916,07, ou seja, já é R$1.407,07
superior ao custo total da instalação do sistema de geração solar refrigerado. Portanto,
a partir de, aproximadamente, 9 anos e 8 meses o sistema já estará totalmente pago
e gerando uma economia anual de R$3.377,86.
Considerando que o sistema de geração de energia solar fotovoltaica possui
um tempo de vida útil de aproximadamente 30 anos, ao final deste tempo, o
investimento renderá o valor de R$269.797,60.
Assim, é possível concluir que, para uma TMA de 10% ao ano, o projeto de
obtenção de energia solar fotovoltaica por módulos refrigerados para redução de
custos e de diversificação energética é viável para o período analisado, considerando
os dados projetados.
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos desenvolvidos comprovam que ocorre uma perda do rendimento
de 18,54% dos módulos solares fotovoltaicos com o aumento da temperatura. Essa
queda do rendimento pode ser minimizada com a adição de um sistema de
refrigeração acoplado ao gerador de energia solar.
Ambos experimentos realizados cumpriram seus objetivos de obter uma
refrigeração eficiente dos módulos solares fotovoltaicos aumentando assim seu
rendimento. Alguns resultados obtidos não foram satisfatórios, o que se deve as más
condições climáticas que não estavam de acordo com as de padrões de teste no dia
da realização do experimento.
O custo do sistema de refrigeração é em torno de 10% do custo do gerador
de energia solar fotovoltaica. Esse valor adicionado ao custo do gerador e da mão de
obra para instalação do mesmo, apresentam um tempo de recuperação de
investimento estimado em 10 anos e 5 meses.
Considerando que o sistema de geração de energia solar fotovoltaica possui
um tempo de vida útil de 30 anos, o investimento no sistema refrigerado de geração
de energia solar é viável técnica e financeiramente, considerando retorno e lucro do
investimento, além de gerar benefícios ao meio ambiente.
5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS
Com os resultados obtidos na realização deste trabalho, assim como o
conhecimento adquirido no desenvolvimento do estudo, pode-se sugerir os seguintes
trabalhos a serem desenvolvidos:
- Realizar estudo utilizando-se de fluídos refrigerantes não avaliados neste estudo
através de simulações e modelamento matemático para posterior análise
experimental a fim de corroborar resultados alcançados;
56
- Realizar estudo de um sistema de resfriamento de módulos solares fotovoltaicos
com possível reaproveitamento do fluído aquecido visando otimização dos recursos
utilizados no sistema;
- Estudar a possibilidade de refrigeração de sistemas fotovoltaicos por meio de
ventilação forçada e a aplicação de aletas para melhorar a troca de calor.
57
REFERÊNCIAS
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.
62
APÊNDICE A - Código Matlab
63
% Equacionamento de um circuito equivalente a uma células fotovoltaica % Caracteristica I-V de uma célula fotovoltaica; % I=Iph-Ir*(e^((q*(V+1*Rs)/n*k*T))-1)-((V+1*Rs)/Rp) % Onde: % I= Corrente nos terminais de saida; % Iph= Fotocorrente; % Ir= Corrente de saturação reversa da célula; % q= carga do elétron; % V= Tensão nos terminais de saida; % Rs= Resistencia em série da célula; % n= Fator de qualidade da junção p-n; % k= Constante de Boltzmann; % T= Temperatura na superficie da célula; % Rp= Resistencia em paralelo da célula; % Isc=Corrente de curto circuito por célula; % Coeficiente de temperatura de ISc; % Tr= Temperatura de referencia; % Psun= Intensidade de radiação solar; % Irr= Corrente de saturação reversa de referência; % EG= Energia da banda proibida; % VL = Tensão baixa; % VH = Tensão alta;
Rs = 0.7; Rp = 320; Ms = 1; Mp = 1; Ns = 36; Voc = 21.6/Ns; Isc = 1.29; a = 0.0006; n = 1.2; k = 1.38e-23; q = 1.60e-19; EG = 1.1; Tr = 273 + 25; Psun = 759; for T1 = 20:78; T = 273 + T1; Vt = n*k*T/q; Iph = (Isc+a*(T-Tr))*Psun/1000; Irr = (Isc-Voc/Rp)/(exp(q*Voc/n/k/Tr)-1); Ir = Irr*(T/Tr)^3*exp(q*EG/n/k*(1/Tr-1/T)); VL = 0; VH = 50; V = 10; f = Iph-Ir*(exp(V/Vt)-1)-V/Rp; while abs(f) > 0.01; V = (VH + VL)/2; f = Iph-Ir*(exp(V/Vt)-1)-V/Rp; if f < 0; VH = V; else VL = V; end Vtot=V*Ns; end plot (T1, Vtot,'*');xlabel('\bf Temperatura [°C]');ylabel('\bf Tensão
no módulo fotovoltaico') hold on end
64
APÊNDICE B - Tabelas Análise Financeira
65
RETORNO FINANCEIRO NO INVESTIMENTO DE GERAÇÃO DE ENERGIA COM MÓDULOS SOLARES FOTOVOLTAICOS
ANO TARIFA KWh CONSUMO TARIFA MENSAL
CUSTO DISPONIBILIDADE (50
kWh/mês)
COMPENSAÇÃO ENERGÉTICA MENSAL (tarifa mensal - custo de disponibilidade)
COMPENSAÇÃO ENERGÉTICA ANUAL
Tempo de retorno
2017 0,639748 365 233,50802 31,9874 201,52062 2418,24744 Primeiro ano
2018 0,697965068 365 254,7572498 34,8982534 219,8589964 2638,307957 Segundo ano
2019 0,761479889 365 277,9401596 38,07399446 239,8661651 2878,393981 Terceiro ano
2020 0,830774559 365 303,2327141 41,53872796 261,6939861 3140,327833 Quarto ano
2021 0,906375044 365 330,8268911 45,3187522 285,5081389 3426,097666 Quinto ano
2022 0,988855173 365 360,9321381 49,44275865 311,4893795 3737,872554 Sexto ano
2023 1,078840994 365 393,7769627 53,94204969 339,834913 4078,018956 Sétimo ano
2024 1,177015524 365 429,6106663 58,85077621 370,7598901 4449,118681 Oitavo ano
2025 1,284123937 365 468,705237 64,20619684 404,4990401 4853,988481 Nono ano
2026 1,400979215 365 511,3574135 70,04896076 441,3084528 5295,701433 Décimo ano
2027 1,528468324 365 557,8909381 76,42341618 481,467522 5777,610264 11º ano
2028 1,667558941 365 608,6590135 83,37794706 525,2810665 6303,372797 12º ano
2029 1,819306805 365 664,0469837 90,96534024 573,0816435 6876,979722 13º ano
2030 1,984863724 365 724,4752593 99,2431862 625,2320731 7502,784877 14º ano
2031 2,165486323 365 790,4025079 108,2743161 682,1281917 8185,538301 15º ano
2032 2,362545578 365 862,3291361 118,1272789 744,2018572 8930,422286 16º ano
2033 2,577537226 365 940,8010875 128,8768613 811,9242262 9743,090714 17º ano
2034 2,812093113 365 1026,413986 140,6046557 885,8093307 10629,71197 18º ano
2035 3,067993587 365 1119,817659 153,3996793 966,4179798 11597,01576 19º ano
2036 3,347181003 365 1221,721066 167,3590502 1054,362016 12652,34419 20º ano
2037 3,651774474 365 1332,897683 182,5887237 1150,308959 13803,70751 21º ano
2038 3,984085952 365 1454,191372 199,2042976 1254,987075 15059,8449 22º ano
2039 4,346637773 365 1586,522787 217,3318887 1369,190899 16430,29078 23º ano
2040 4,742181811 365 1730,896361 237,1090905 1493,78727 17925,44724 24º ano
2041 5,173720355 365 1888,40793 258,6860178 1629,721912 19556,66294 25º ano
2042 5,644528908 365 2060,253051 282,2264454 1778,026606 21336,31927 26º ano
2043 6,158181038 365 2247,736079 307,9090519 1939,827027 23277,92432 27º ano
2044 6,718575513 365 2452,280062 335,9287756 2116,351287 25396,21544 28º ano
2045 7,329965884 365 2675,437548 366,4982942 2308,939254 27707,27104 29º ano
2046 7,99699278 365 2918,902365 399,849639 2519,052726 30228,63271 30º ano
2047 8,724719123 365 3184,52248 436,2359561 2748,286524 32979,43828 31º ano
66
Ano 15 16 17 18 19 20 21 22 Fluxo de caixa
final 8185,5383 8930,42229 9743,09071 10629,712 11597,0158 12652,34419 13803,70751 15059,8449
Fluxo de caixa acumulado R$ 36.053,36 R$ 44.983,78 R$ 54.726,87 R$ 65.356,59 R$ 76.953,60 R$ 89.605,95 R$ 103.409,65 R$ 118.469,50
Fluxo de caixa descontado R$ 7.441,40 R$ 8.118,57 R$ 8.857,36 R$ 9.663,37 R$ 10.542,74 R$ 11.502,13 R$ 12.548,83 R$ 13.690,77
Fluxo de caixa descontado acumulado R$ 29.547,69 R$ 37.666,26 R$ 46.523,61 R$ 56.186,99 R$ 66.729,73 R$ 78.231,86 R$ 90.780,68 R$ 104.471,45
VPL R$ 23.184,73
TIR 14%
Payback Simples ANO: 9 MÊS:8 DIA: 24
Payback Descontado ANO: 10 MÊS: 5 DIA:15
TMA 10,00% ao ano
(Taxa mínima de Atratividade)
ANO 0 1 2 3 4 5 6 7 Fluxo de caixa
final -R$ 35.509,00 2418,24744 2638,307957 2878,393981 3140,327833 3426,097666 3737,872554 4078,018956
Fluxo de caixa acumulado -R$ 35.509,00 -R$ 33.090,75 -R$ 30.452,44 -R$ 27.574,05 -R$ 24.433,72 -R$ 21.007,63 -R$ 17.269,75 -R$ 13.191,73
Fluxo de caixa descontado -R$ 35.509,00 R$ 2.198,41 R$ 2.398,46 R$ 2.616,72 R$ 2.854,84 R$ 3.114,63 R$ 3.398,07 R$ 3.707,29
Fluxo de caixa descontado acumulado -R$ 35.509,00 -R$ 33.310,59 -R$ 30.912,13 -R$ 28.295,41 -R$ 25.440,57 -R$ 22.325,93 -R$ 18.927,87 -R$ 15.220,58
Ano 8 9 10 11 12 13 14 15 Fluxo de caixa
final 4449,118681 4853,98848 5295,701433 5777,6103 6303,3728 6876,97972 7502,78488 8185,5383
Fluxo de caixa acumulado -R$ 8.742,61 -R$ 3.888,63 R$ 1.407,07 R$ 7.184,69 R$ 13.488,06 R$ 20.365,04 R$ 27.867,82 R$ 36.053,36
Fluxo de caixa descontado R$ 4.044,65 R$ 4.412,72 R$ 4.814,27 R$ 5.252,37 R$ 5.730,34 R$ 6.251,80 R$ 6.820,71 R$ 7.441,40
Fluxo de caixa descontado acumulado -R$ 11.175,92 -R$ 6.763,21 -R$ 1.948,93 R$ 3.303,44 R$ 9.033,78 R$ 15.285,58 R$ 22.106,29 R$ 29.547,69
Ano 23 24 25 26 27 28 29 30 Fluxo de caixa
final 16430,29078 17925,44724 19556,66294 21336,31927 23277,92432 25396,21544 27707,27104 30228,63271
Fluxo de caixa acumulado R$ 134.899,79 R$ 152.825,24 R$ 172.381,90 R$ 193.718,22 R$ 216.996,14 R$ 242.392,36 R$ 270.099,63 R$ 300.328,26
Fluxo de caixa descontado R$ 14.936,63 R$ 16.295,86 R$ 17.778,78 R$ 19.396,65 R$ 21.161,75 R$ 23.087,47 R$ 25.188,43 R$ 27.480,58
Fluxo de caixa descontado acumulado R$ 119.408,08 R$ 135.703,94 R$ 153.482,73 R$ 172.879,38 R$ 194.041,13 R$ 217.128,60 R$ 242.317,03 R$ 269.797,60
67
ANEXO A - Datasheet módulo Canadian Solar
*Black frame product can be provided upon request.
KEY FEATURES
Excellent module efficiency of up to 16.79 %
Outstanding low irradiance performance: 96.5 %
High PTC rating of up to 92.0 %
IP67 junction box for long-term weather endurance
CANADIAN SOLAR INC.545 Speedvale Avenue West, Guelph, Ontario N1K 1E6, Canada, www.canadiansolar.com, [email protected]
CS6P-260| 265| 270P
Positive power tolerance of up to 5 W
MANAGEMENT SYSTEM CERTIFICATES*
PRODUCT CERTIFICATES*
CANADIAN SOLAR INC. is committed to providing high quality solar products, solar system solutions and services to customers around the world. As a leading manufacturer of solar modules andPV project developer with over 14 GW of premium quality modules deployed around the world since 2001, Canadian Solar Inc. (NAS-DAQ: CSIQ) is one of the most bankable solar companies worldwide.
Heavy snow load up to 5400 Pa,wind load up to 2400 Pa
Salt mist, ammonia and blown sand resistance, for seaside, farm and desert environments*
* As there are different certification requirements in different markets, please contact your local Canadian Solar sales representative for the specific certificates applicable to the products in the region in which the products are to be used.
The high quality and reliability of Canadian Solar’smodules is ensured by 15 years of experience inmodule manufacturing, well-engineered moduledesign, stringent BOM quality testing, an automated manufacturing process and 100% EL testing.
ISO 9001:2008 / Quality management system
ISO/TS 16949:2009 / The automotive industry quality management system
ISO 14001:2004 / Standards for environmental management system
OHSAS 18001:2007 / International standards for occupational health & safety
IEC 61215 / IEC 61730: VDE / CE / MCS / JET / SII / CEC AU / INMETRO / CQC
UL 1703 / IEC 61215 performance: CEC listed (US) / FSEC (US Florida)
UL 1703: CSA / IEC 61701 ED2: VDE / IEC 62716: VDE / IEC 60068-2-68: SGS
Take-e-way / UNI 9177 Reaction to Fire: Class 1
linear power output warranty
product warranty on materials and workmanship
ELECTRICAL DATA | STC*CS6P 260P 265P 270PNominal Max. Power (Pmax) 260 W 265 W 270 WOpt. Operating Voltage (Vmp) 30.4 V 30.6 V 30.8 VOpt. Operating Current (Imp) 8.56 A 8.66 A 8.75 AOpen Circuit Voltage (Voc) 37.5 V 37.7 V 37.9 VShort Circuit Current (Isc) 9.12 A 9.23 A 9.32 AModule Efficiency 16.16 % 16.47 % 16.79 %Operating Temperature -40°C ~ +85°CMax. System Voltage 1000 V (IEC) or 1000 V (UL) Module Fire Performance TYPE 1 (UL 1703) or CLASS C (IEC 61730)Max. Series Fuse Rating 15 AApplication Classification Class APower Tolerance 0 ~ + 5 W
* Under Standard Test Conditions (STC) of irradiance of 1000 W/m2, spectrum AM 1.5 and cell temperature of 25°C.
ELECTRICAL DATA | NOCT*CS6P 260P 265P 270PNominal Max. Power (Pmax) 189 W 192 W 196 WOpt. Operating Voltage (Vmp) 27.7 V 27.9 V 28.1 VOpt. Operating Current (Imp) 6.80 A 6.88 A 6.97 AOpen Circuit Voltage (Voc) 34.5 V 34.7 V 34.8 VShort Circuit Current (Isc) 7.39 A 7.48 A 7.55 A
* Under Nominal Operating Cell Temperature (NOCT), irradiance of 800 W/m2, spectrum AM 1.5, ambient temperature 20°C, wind speed 1 m/s.
ENGINEERING DRAWING (mm)
MECHANICAL DATA Specification DataCell Type Poly-crystalline, 6 inchCell Arrangement 60 (6 x 10)Dimensions 1638 x 982 x 40 mm (64.5 x 38.7 ˣ 1.57 in) Weight 18 kg (39.7 lbs)Front Cover 3.2 mm tempered glassFrame Material Anodized aluminium alloyJ-Box IP67, 3 diodesCable 4 mm2 (IEC) or 4 mm2 & 12 AWG 1000 V (UL) , 1000 mm (39.4 in) (650 mm (25.6 in) is optional)Connectors Friends PV2a (IEC), Friends PV2b (IEC / UL)Standard 26 pieces, 515 kg (1135.4 lbs) Packaging (quantity & weight per pallet)Module Pieces per Container 728 pieces (40‘ HQ)
TEMPERATURE CHARACTERISTICSSpecification DataTemperature Coefficient (Pmax) -0.41 % / °CTemperature Coefficient (Voc) -0.31 % / °C Temperature Coefficient (Isc) 0.053 % / °CNominal Operating Cell Temperature 45±2 °C
PARTNER SECTION
CANADIAN SOLAR INC. Mar. 2016. All rights reserved, PV Module Product Datasheet V5.4C1_EN
The specification and key features described in this datasheet may deviate slightly and are not guaranteed. Due to on-going innovation, research and product enhancement, Canadian Solar Inc. reserves the right to make any adjustment to the information described herein at any time without notice. Please always obtain the most recent version of the datasheet which shall be duly incorporated into the binding contract made by the parties governing all transactions related to the purchase and sale of the products described herein.
Caution: For professional use only. The installation and handling of PV modules requires professional skills and should only be performed by qualified professionals. Please read the safety and installation instructions before using the modules.
PERFORMANCE AT LOW IRRADIANCEIndustry leading performance at low irradiance, average relative efficiency of 96.5 % from an irradiance of 1000 W/m2 to 200 W/m2 (AM 1.5, 25°C).
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40
35
11
711
RA A
1400
1155
500932
1588
150
150
40
1638
982
12-11x7MountingHole
GroundingHole
2-Φ5
5°C
25°C
45°C
65°C
1000 W/m2
800 W/m2
600 W/m2
400 W/m2
Rear View Frame Cross Section A-A
Mounting Hole
CS6P-265P / I-V CURVES
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
5 10 15 20 25 30 35 40 5 10 15 20 25 30 35 40V V
A A
70
ANEXO B - Datasheet módulo China Solar LTD modelo KAXIDY KS-P20
72
ANEXO C - Gerador de energia solar fotovoltaica GRID TIE 3,12 kWp