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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL NO BANCO
BETA
RESUMO
Marly dos Reis Wille1
Daniel Bartz2
O objetivo do presente estudo é conhecer os sentimentos de funcionários de uma empresa com relação ao seu comprometimento organizacional. O Comprometimento tem sido amplamente estudado nas últimas décadas, pois as organizações têm percebido que grande parte do desempenho positivo e desenvolvimento organizaciona,lbem como o aumento da lucratividade deve-se ás pessoas que nelas trabalhem. E, para isso, é fundamental que essas pessoas estejam plenamente comprometidas com seu trabalho e com a empresa que as contratou. O comprometimento no trabalho evita os altos índices de rotatividade de funcionários na instituição. Logo, quando mais comprometidos forem os funcionários de uma organização, mais ela tende a ter resultados positivos , tanto no âmbito financeiro quanto no desenvolvimento de um clima organizacional saudável para todos, no caso de funcionários não comprometidos, o contrário também é válido, pois não haverá fidelidade dos funcionáriosà empresa, que poderá ter gastos consideráveis em contratações, treinamentos e demissões. Assim, através de questionários distribuídos aos funcionários de uma instituição bancária, buscou-se descobrir como se sentem em relação ao seu atual empregador. Seguindo a abordagem afetiva do comprometimento, apresenta-se aqui, questões e reflexões sobre o comprometimento nas organizações.
Palavras-chave: comprometimento, comportamento organizacional, motivação
ABSTRACT The aim of this study is to know the feelings of employees of a company with respect to its organizational commitment. The Commitment has been extensively studied in recent decades, because organizations have realized that much of the positive performance and organizational development as well as increased profitability is due to people who work in them. And for that, it is crucial that these people are fully committed to their work and the company that hired them. The work commitment prevent high rates of employee turnover in the institution. Therefore, the more committed they are employees of an organization, the more it tends to have positive results, both in financial and in the development a healthy organizational climate for everyone. Where employees are not compromised, the opposite is also true, because there is no employed loyalty to the company, which may be considerable expense in hiring, training and firing. Thus, through questionnaires distributed to employees of a bank, we sought to find out how they feel about their current employer. Following the aproach affective commitment, presented itself here, questions and reflections about the commitment in organizations.
Keywords: comitment, organizacional behavior, motivation 1 - Gradua nda em Ciências Contábeis - Faculdade Dom Alberto. 2 - Po fessor da Faculdade Dom Alberto.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho surge da necessidade de se conhecer quais as percepções
de funcionários de uma dada instituição financeira em relação ao seu compromisso
profissional para com a organização. Esse tema, que tem sido bastante estudado nos
últimos anos, é de grande importância para as organizações, pois as mesmas estão se
desenvolvendo com grande rapidez em todas as áreas, o que faz com que o funcionário
seja visto de outra forma, não mais como simples executor de tarefas que lhe são
propostas em virtude do pagamento de um salário ao final do mês, mas como partícipe
dos processos diversos existentes na empresa, a peça chave que contribuirá para o
crescimento da organizaçãoem que trabalha. Um colaborador, um ajudante, uma parte
importante do processo.
Face às constantes mudanças nas organizações e também aos altos índices de
rotatividade de funcionários em algumas empresas, estas têm buscado cada vez mais
contratar pessoas que possuam - ou venham possuir - perfil comprometido com a
organização que os contratou. Com isso, em especial o setor de Recursos Humanos ,
adquire uma responsabilidade ainda maior ao selecionar os candidatos que ocuparão
as vagas em aberto. Após a contratação é necessário um acompanhamento criterioso
dos novos integrantes da equipe, para que o período de adaptação/experiênciados
mesmos transcorra da forma mais tranqüila possível e também de maneira positiva para
a empresa, ou seja, o funcionário deverá proporcionar retorno o quanto antes, mas
também precisará do apoio de todos os setores (subordinados e superiores) para que
permaneça o maior tempo possível na organização, demonstrando estar comprometido
com suas atividades laborais.
Conforme o Dicionário Aurélio, comprometimento significa "1. Ato ou efeito de
comprometer (-se). 2. Envolvimento". Para o termo comprometer, eis um dos
significados: "2. Implicar, envolver ". Conforme destacam Bastos e Menezes (201O), em
duas das definições clássicas e largamente aceitas sobre o comprometimento
organizaciona,l Buchanan (1974) e Mowday, Steers e Porter (1979), descreveram que
trabalhadores comprometidos são aqueles que possuem um desejo de se manter como
membro da organização, aliado à identificação com valores e disposição em se esforçar
em prol da mesma (p. 299).
Assim, para que funcionários estejam comprometidos com a organização em que
atuam, é necessário que estejam implicados, envolvidos no trabalho, não simplesmente
fazendo o trabalho de forma mecânica, mas atentos às suas atividades, em um
constanterefletir sobre elas e sobre a forma como suas atitudes profissionais facilitarão
ou dificultarão a vida dos demais envolvidos no processo de trabalho e possibilitarão -
ou não - o desenvolvimento da empresa de uma forma geral. Faz-se necessário
também, para que sejam identificados como comprometidos, que esses funcionários
possuam desejo de permanecer na organização, identifiquem-se com os valores
estabelecidosdesta e estejam dispostos a se esforçar pelo desenvolvimento da mesma.
Essa é apenas uma das várias descrições do que seria comprometimento
organizacional. O conceito, muito abrangente, possui várias outras reflexões e
definições, que poderão ser abordadas em outro momento, ou em outro trabalho sobre
o assunto. Busca-se por meio deste estudo deter-se apenas aos mencionados acima ,
pois os mesmos atendem às expectativas sobre o tema proposto para este trabalho.
Assim, o presente estudo, visando identificar indícios de comprometimento
organizacional na empresa pesquisada, apresenta um estudo de caso em uma
instituição bancária, identificada pelo pseudônimo de Banco Beta, a fim de analisar e
compreender como os funcionários que contribuíram para a pesquisa sentem-se em
relação à organização em que trabalham, de forma que se possa verificar o sentimento
e as atitudes de comprometimento organizaciona,l tais como: facilidade de
comunicação com seus pares e superiores hierárquicos; identificação com os valores
da empresa; proatividade; foco; conhecimento das ferramentas de trabalho; desejo de
permanecer na instituição; entre outras.
Com base nessa realidade o trabalho tem o objetivo de identificar os sentimentos
que fazem parte do cotidiano profissional dos funcionários da instituição bancária, com
vistas a caracterizar a existência - ou não - de comprometimento dos mesmos com a
organização em que trabalham. Segundo Chiavenato (2012), comportamento
organizacional é o estudo da dinâmica das organizações e de como os grupos e
indivíduos se comportam dentro delas. Assim sendo, através do comportamento
organizacional surge um processo de troca, também entendido como uma parceria,
onde a organização espera que as pessoas realizem suas tarefas e passa a oferecer-
lhes incentivos e recompensas, e as pessoas passam a oferecer seu trabalho
esperando receber da empresa algumas satisfações pessoais .
Sabe-se que em todas as organizações existem pessoas comprometidas e
outras nem tanto; funcionários que levam a sério suas atividades laborais, dedicando-se
em proporcionar para si mesmos e para a empresa o melhor de seu desempenho,
enquanto outros simplesmente fazem o essencial que lhes pede - e quando fazem.
Estas questões fazem surgir diversas outras relacionadas ao comprometimento do
funcionário com a empresa: o que faz com que alguns se comprometam e outros não?
O que faz com que os não comprometidos permaneçam por anos a fio realizando as
mesmas atividades, ainda que desmotivadament,esem que busquem algo melhor para
sua vida - algo que realmente gostem de fazer e possam fazer bem-feito? Quais
impactos positivos funcionários comprometidos podem causar na empresa em que
trabalham? E quais as conseqüências, para a organização, em manter funcionários
descomprometidos com a mesma?
Inúmeros são os questionamento,se nem todos poderão ser respondidos aqui.
Entretanto, sabe-se também que a cultura organizacional colabora - e muito - para o
surgimento ou aumento de comprometimento de empregados nas empresas.
Chiavenato (2012) fala de cultura organizaciona,l como sendo a representação das
normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma
organização no dia a dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos
organizacionais. Outra definição para cultura organizacional apresentada por
Chiavenato (2012) seria "o conjunto de hábitos e crenças, que foram estabelecidos por
normas, valores, atitudes e expectativas e que são compartilhados por todos os
membros da organização. A cultura espelha a mentalidade predominante".
Portanto, é essa cultura organizacional que proporciona aos colaboradores um
sentimento de aversão ou de comprometimento com a empresa. Não apenas ela, mas a
temos como uma das principais razões para tanto. O que justifica a relevância desse
trabalho é o fato de que conhecer os sentimentos dos funcionários de uma organização
com relação ao seu ambiente de trabalho colabora de forma considerável para que a
gestão organizacional possa traçar objetivos, metas e acompanhar a realização desses
objetivos como parte do crescimento da empresa. Assim, funcionários comprometidos
são peças-chave para o desenvolvimento e destaque de uma empresa no mercado
cada vez mais acirrado que vivenciamos hoje. Funcionários insatisfeitos, acomodados e
descomprometidos, por sua vez, podem colocar todo um planejamento a perder, por
conta de seu comportamento no ambiente de trabalho.
O Banco Beta apresenta-se como uma instituição bem colocada no mercado
financeiro nacional e a agência pesquisada , especificamente - pois foi onde
acompanhamos a rotina diária - aparenta possuir um quadro de colaboradores estáve,l
sem muitas nem freqüentes alterações no organograma. Devido ao fato de não ser uma
agência de grande porte, as gerências estão sempre buscando promover momentos de
congraçamento e descontração entre os funcionários, tais como: comemoração de
aniversários, confraternizações de Natal e comemorações dos resultados da empresa,
etc. Isso, segundo os gestores, oportuniza o fortalecimento dos laços de amizade e
parceria entre todos, promovendo também, momentos de distração que visam amenizar
a rotina de constante tensão no ambiente de trabalho.
Baía et a/1 destaca que as pessoas, ao perceberem que a empresa ou grupo é
um parceiro, tendem a responder de forma ativa e responsáve,l como se estivessem
respondendo a investimentos e oportunidades oferecidas e, dessa forma, a qualidade
dos trabalhos e atividades é melhor.
Assim, busca-se com este trabalho, responder a algumas questões que se
colocam no dia a dia organizaciona,l relacionadas ao comprometimento do colaborador
com o ambiente em que está inserido. Sabe-se que o assunto é muito amplo e que
ainda demanda de muito estudo e pesquisa. Entretanto, pretende-se contribuir, dessa
forma, para enriquecer o assunto, colaborando com as novas pesquisas e trabalhos que
virão futuramente.
1 BAÍA, Elaine Silva; FREITAS, Valéria da Silva; LEITE, Nildes R. Pitombo; CAMPOS, Mariana Vieira; ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de. Comprometimento Organizaciona:l um estudo de caso do Grupo PET ADM - FEA/USP. Disponível em: <HTTP://www.ead.fea.usp.br/semead/9semead/resultado _semead/trabalhosPDF/345.pdf >
1.1 Problema de pesquisa
Diante da proposta do estudo de conhecer os sentimentos de funcionários de
uma empresa com relação ao seu comprometimento organizacional é que surge o
seguinte problema de pesquisa: qual a percepção que os colaboradores do Banco Beta
têm em relação ao seu comprometimento organizacional e as consequências que
podem advir de tal comportamento?
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral pretendido pelo estudo é identificar os sentimentos que fazem
parte do cotidiano profissional dos funcionários do Banco Beta, com vistas a
caracterizar a existência - ou não - de comprometimento dos mesmos com a
organização em que trabalham.
1.2.2 Objetivos específicos
De modo mais específico o estudo propõe a:
a) Abordar alguns aspectos teóricos acerca do comportamento e
comprometimento organizacional;
b) Captar a percepção dos colaboradores de uma instituição bancária, através
da aplicação de questionários em uma agência selecionada;
c) Analisar o comprometimento organizacional dos colaboradores pesquisados
de modo a inferir sobre aspectos atinentes ao objeto da pesquisa.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Bases do comprometimento organizacional
Nas últimas décadas o tema comprometimento organizacional vem sendo
estudado por diversos pesquisadores. Esses estudos levaram a uma maior
compreensão sobre o tema, possibilitando tornar conhecidos tanto a natureza de cada
tipo de comprometimento com a organização, quanto à dimensão e as variáveis
(independentes ou dependentes) quando se trata da ligação da pessoa com a empresa
em que trabalha.
Maciel e Camargo (2011) apresentam, sinteticamente, estudos que resultaram na
construção teórica das bases do comportamento organizacional. Assim, citam Becker
(1960), relacionando suas pesquisas ao tipo instrumental de comprometimento, que
seria caracterizado pelos indivíduos que permanecem na organização pelo que chamou
de "julgamento utilitário", ou seja, a pessoa relaciona-se com a organização
considerando e comparando os benefícios de sua permanência na empresa e os custos
associados à sua saída. Já em Mowday, Steers e Porter (1979), surge a base do
comprometimento afetivo. Ne3se caso, o comprometimento é demonstrado quando a
pessoa esforça-se pela organização.
Quanto ao enfoque normativo, Maciel e Camargo (2011) mencionam os estudos
de Wiener (1982) que apresenta uma concepção de comprometimento organizacional e
moral, partindo do reconhecimento da existência de pressões morais que seriam as
condicionantes que ligam o indivíduo com a organização em que trabalha. Assim , os
diversos fatores, como clima organizaciona,l características do trabalho, grupos e
interações sociais contribuem para a identificação do funcionário com a empresa.
Outro estudo, abordado por Maciel e Camargo (2011), refere-se ao elaborado por
Meyer e Allen (1991), que trata o comprometimento organizacional como "estado
psicológico de natureza atitudinal, que reflete as formas com que as pessoas pensam
sobre seu relacionamento com a organização, a partir de três dimensões:
comprometimento afetivo (affective); comprometimento instrumental (continuance); e
comprometimento moral ou normativo (normative).
Com base nessas abordagens Meyer e Allen (1991) definem o perfil de cada
indivíduo associado a cada tipo de comprometimento organizacional da seguinte forma:
Empregados com forte comprometimento afetivo permanecem na organização, porque eles querem; aqueles com comprometimento instrumental permanecem, porque eles precisam; e aqueles com comprometimento normativo permanecem na organização, porque eles sentem que são obrigados (MEYER; ALLEN; SMITH, 1993, p. 3).
Considerando a abordagem desses autores, parece evidente que o gestor terá
que interagir diariamente com diferentes interesses organizacionais por parte dos
colaboradores, o que requer uma considerável capacidade de analisar e perceber como
potencializar as capacidades individuais aos interesses e necessidades da empresa. É
nesse sentido que o comportamento organizacional passa a ser importante.
2.2 Comportamento, cultura e comprometimento organizacional
Para Chiavenato (2012), comportamento organizacional é o estudo da dinâmica
das organizações e de como os grupos e indivíduos se comportam dentro delas. Assim
sendo, através do comportamento organizacional surge um processo de troca, onde a
organização espera que as pessoas realizem suas tarefas e passa a oferecer-lhes
incentivos e recompensas, e as pessoas passam a oferecer seu trabalho esperando
receber da empresa algumas satisfações pessoais. Chiavenato (2012) também fala de
cultura organizaciona,l como sendo a representação das normas informais e não
escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia a dia
e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais.
Outra definição para cultura organizacional apresentada por Chiavenato (2012)
seria "o conjunto de hábitos e crenças, que foram estabelecidos por normas, valores,
atitudes e expectativas e que são compartilhados por todos os membros da
organização. A cultura espelha a mentalidade predominante". Com base nestas
definições de comportamento e cultura organizacional, pode-se observar que o
comprometimento das pessoas com a organização está intimamente ligado a estes
conceitos, que levam à promoção de uma reciprocidade entre organização e
funcionários. Neste aspecto, Chiavenato (2012) também define reciprocidade como "o
processo de desenvolver um contrato psicológico entre uma pessoa e a empresa que
ela trabalha: a pessoa sente que faz parte da organização e, consequentement,e
comporta-se como um participante dela". E é essa reciprocidade que promove o
comprometimento organizacional.
Conforme destaca Medeiros et ai (2003), sob o enfoque afetivo do
comprometimento organizacional, Mowday, Steers e Portes (1979, p. 226) utilizam a
definição elaborada em 1970 por Porter e Smith para definir o comprometimento:
comprometimento é uma relação forte entre um indivíduo identificado com e envolvido numa organização, em particular, e pode ser caracterizado por pelo menos três fatores: (1) estar disposto a exercer esforço considerável em benefício da organização; (2) forte crença e aceitação dos objetivos e valores da organização; e (3) forte desejo de se manter membro da organização.
Portanto, partindo desta definição, compreende-se que o comprometimento no
trabalho é uma consequência de diversos fatores, devendo convergir para objetivos
comuns à empresa e às pessoas que nela trabalham. Porém, nem todos os
funcionários podem estar comprometidos com a organização, ainda que nela trabalhem.
Podem, entretanto, estar comprometidos com seus objetivos e necessidades pessoais
(sustento da família, estudos, etc.), o que os leva a manter um contrato de trabalho sem
grandes expectativas para ambos. Segundo Macedo (2005), dentre os diversos tipos de
profissionais existentes, muitos desenvolvem atividades sem ter claramente definido o que
realmente querem, levando consigo muitas vezes falta de estímulo e desmotivação.
Porém, cientes da necessidade do trabalho para seu sustento, conseguem aparentar
um nível mínimo de satisfação que os mantém empregados.
Por outro lado, existem funcionários que se comprometem não apenas consigo
mesmos - sonhos, objetivos, necessidades e motivações particulares - mas também
com a empresa. São pessoas que permanecem muito tempo na organização, não por
comodismo ou por falta de outras opções de trabalho, mas por terem se identificado
com a mesma e conseguirem relacionar realização profissional - fazer o que gosta -
com realização pessoal - vida privada, família, amigos, lazer, etc. Estas são as pessoas
que determinam o sucesso de uma empresa, pois, segundo Morin (2001), "é o
comprometimento com o trabalho que constitui o principal indicador de uma
organização eficaz".
Por trás de toda história de comprometimento no trabalho existem longas horas
de planejamento, de organização - pessoal e profissional, pois as escolhas que
fazemos todos os dias afetam a vida em sua totalidade. Dificilmente encontraremos
profissionais bem sucedidos e comprometidos com seu trabalho, se não estabelecerem
também compromisso com sua vida pessoal, momentos de autodesenvolviment,o
hobbies, descanso, etc. Pessoas que não valorizam sua vida pessoal, podem se
comprometer com uma empresa por algum tempo, mas, cedo ou tarde, pagarão um alto
preço por sua falta de planejamento; podem estar comprometidas com a organização,
mas serem atingidas por um imenso "vaziointerior".
Assim, Chiavenato (2012) elenca uma série de fatores que podem contribuir para
uma cultura de compromisso dos funcionários para com a empresa e vice-versa. São
eles: ./ Reconhecimento de que o fator humano produz resultados para o negócio da
empresa;
./ A cúpula e as pessoas analisam o negócio e produzem mudanças para melhorá-lo;
./ A cúpula e as pessoas analisam conjuntamente as políticas, os padrões, as
descrições de cargos, a formação de equipes e as condições de trabalho;
./ Os sistemas de recompensas encorajam as pessoas a assumirem riscos e
responsabliidades;
./ A eliminação da burocracia desnecessária e de políticas e procedimentos formais
facilita a vida das pessoas na organização;
./ A cultura democrática e participativa encoraja as pessoas a assumirem riscos e
responsabilidades ;
./ O treinamento e o desenvolvimento geram o aprendizado e a autogestão das
pessoas, a colaboração criativa e as redes de relacionamentos.
./ O feedback do desempenho é dado circulante (360°) por todos os parceiros
envolvidos e em todos os momentos;
Certamente que os fatores acima não são os únicos a contribuir para gerar uma
cultura de comprometimento organizacional, mas certamente são alguns dos principais
e as empresas têm buscado cada vez mais adaptar-se aos novos modelos de gestão
desenvolvidos atualmente.
3 METODOLOGIA
Considerando o objetivo de conhecer os sentimentos que envolvem os
funcionários de uma instituição bancária, que para fins deste estudo utilizou-se o
pseudônimo de Banco Beta a fim de preservar sua identidade, realizou-se um estudo de
caso, de natureza descritiva e explicativa, com abordagem quantitativa e qualitativa dos
dados. Cervo e Bervian (2002, p. 66) explicam que "a pesquisa descritiva, em suas
diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade".
Por sua vez, segundo Gil (2007, p. 42), a pesquisa explicativa preocupa-se em
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Em relação à abordagem qualitativa, Guba e Lincoln (2005) destacam que
por meio desta torna-se possível à interpretação de eventos que nem sempre podem
ser quantificados, mas sim, interpretados a partir de uma reflexão mais crítica.
Ao todo, participaram da pesquisa oito funcionários, que responderam a um
questionário de quarenta e cinco perguntas que buscavam responder questões sobre
seu empenho em comprometer-se com a organização. Nessas questões, diversos
temas foram levantados, tais como comunicação, proatividade, foco e
estabelecimento/cumprimento de metas, criatividade, desejo de permanecer na
instituição, etc. Dos respondentes dois são do gênero masculino e seis do gênero
feminino. A maioria está na faixa doa 18 a 25 anos de idade.
Segundo Gil (1989), questionário pode ser definido como um método de
"investigação composto por um número mais ou menos elevado de questões
apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.". Com base
nesta definição, optou-se pela metodologia de questionário pelo fato deste apresentar
algumas vantagens em relação aos demais métodos de pesquisa.
Assim, foram distribuídos os questionários e solicitado aos funcionários da
instituição bancária um prazo de oito dias para devolução dos documentos com as
respostas assinaladas. Para cada pergunta, havia cinco opções de resposta, a saber: 1)
discordo plenamente; 2) discordo pouco; 3) em dúvida; 4) concordo pouco; e 5) concordo
plenamente. A partir das respostas obtidas, utilizou-se o software Sphinx Brasil
para que a análise dos dados fosse realizada, bem como a elaboração dos
gráficos, o que possibilitou ter acesso à identificação das opiniões de cada funcionário e
também analisar o nível de comprometimento organizacional dos mesmos.
Posteriormente realizou-se uma análise qualitativa dos dados, buscando-se identificar
os principais resultados em relação ao objeto do estudo.
4 ESTUDO DE CASO
4.1 Caracterização da empresa
O Banco Beta é uma instituição financeira privada, de grande visibilidade
nacional e está presente, atualmente, também em alguns países da América Latina e
Europa. A agência pesquisada encontra-se em território nacional e possui vinte e um
funcionários, do maior ao menor grau hierárquico. A agência possui um Gerente Geral,
que é o responsável por toda a agência, sendo o maior grau hierárquico. Abaixo deste,
encontram-se os Supervisores I e li, que atuam diretamente com os Caixas e os
atendentes de balcão e abertura de contas. Também os Gerentes Pessoa Física e
Jurídica estão assessorados, cada um, por um Gerente Assistente. É uma agência de
porte médio e conta com um número considerável de clientes, além de ser bastante
frequentada também por não clientes (pessoas que não possuem conta na agência,
mas que vão pagar títulos, fazer depósitos para terceiros, etc.). Possui, portanto, uma
movimentação diária intensa, o que sobrecarrega os funcionários algumas vezes
durante o dia.
4.2 Análise e discussão dos resultados
A análise dos questionários foi feita tomando por base alguns temas relevantes
para a compreensão do comprometimento organizacional. Assim, separou-se os
gráficos e respostas de acordo com os itens: intenção de permanência na organização,
empregabilidade fora da organização atual, desempenho no trabalho e relação com o
cliente (envolvendo dedicação, lealdade, iniciativa, participação e a execução das
atividades propriamente ditas) e a comunicação interna e o trabalho em equipe.
Intenção de permanência na organização
Para uma análise mais eficaz a respeito do tema comprometimento
organizacional, tomou-se por base apenas o enfoque afetivo, apresentado nos estudos
de Mowday, Porter e Steers (1982). Segundo Medeiros et ai., para esses autores o
l 1 -o cordo plen ;.;:; nte
2-Oiscordo pouco
! 3-Em Dúvida
O 0 , 0 % :
o 0, 0 % i 500 % 1 12,5% i ,
1 4-Con cordo pouco : , l5-· __"corda plenarr1_ente ;.
Total
----· ···-- ··-· - .-j. 3 37 , 5% : 4,_ 50 , 0%
s j 100 , 0 % !
comprometimento no trabalho "vai além de uma postura de lealdade passiva para com
a organização e envolve um relacionamento ativo e que busque o seu bem estar".
Assim, questionados sobre suas intenções em permanecer na empresa, 50% dos
entrevistados respondeu que tinha interesse em continuar trabalhando lá, enquanto os
demais tem alguma dúvida (3 respondentes) quanto a essa afirmativa ou não
demonstraram intenção de continuar a longo prazo (1 respondente). Conforme gráfico
abaixo, apenas um, entre os oito participantes, discordou de sua permanência na
empresa.
Chiavenato (2012, p. 225), ao tratar de cultura organizacional, cita três diferentes
níveis nos quais ela existe: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas.
Assim, em relação aos valores compartilhados, define-os como sendo "os valores
relevantes, que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas
quais elas fazem o que fazem". Poder-se-ia entender que esses valores compartilhados
colaboram com o surgimento e o crescimento de um sentimento de responsabilidade
pela organização por parte dos funcionários. Um desejo de estar integrado e o
reconhecimento de que a organização possui, para aqueles, um significado relevante .
Assim, quando questionados em relação a quanto realmente tinham os problemas
da empresa como se fossem seus, os resultados apresentados no gráfico 1 indicam que
a maioria acaba assumindo as responsabilidades da empresa.
Gráfico 1 - Interação com os problemas da organização
Eu realmente sinto os problemas da organizaçao como se fossem meus.
'
:
..
Tota l s! 100 , 0 %'
A opinião expressada no questionamento demonstrado através do gráfico 1
parece confirmar-se em relação ao senso de integração dos colaboradores com a
organização , conforme evidencia o gráfico 2.
Gráfico 2 - Percepção de integração com a organização
Eu não >into, em mim, um forte senso se integração com esta organizaçao.
1 1-Discordo plenan.1ente 5 [ 62, 5% .
2-Discordo pouco 1: 1 2, 5% 3-Em Dúvida 1 : 12 , 5%
4- Concordo pouco
5- Conc ord o plenamente · 1 ; O [
1 2, 5%1 0 , 0 % !
Os resultados da pesquisa indicam que os respondentes tem uma grande
identificação com o Banco Beta e sentem-se valorizados como profissionais ao integrar
a equipe de colaboradores. Tal percepção ficou evidenciada quando indagados se a
empresa tinha algum significado pessoal para eles, onde todos os colaboradores
participantes da pesquisa declararam a grande importância da empresa em sua vida
profissional.
Chiavenato (2012, p. 228) também se refere à teoria da reciprocidade, que seria
identificada por uma forte interação psicológica entre cada funcionário e a organização
na qual participa e trabalha. Assim , dessa interação decorreria um processo de
reciprocidade, onde a organização oferece incentivos e remuneração ao colaborador,
gerando segurança e status, criando condições para que o mesmo possa realizar suas
atividades de maneira adequada e, como retorno, obteria a reciprocidade do
funcionário, que responderia com contribuições, trabalhando, esforçando-se e
desempenhando suas tarefas conforme solicitado. Assim , na medida em que o retorno
se mostra satisfatório, cada participante tende a manter ou a aumentar suas
contribuições.
Conforme demonstra o gráfico 3, a diferença de opiniões entre "concordar" e
"discordar" da necessidade ou desejo de permanecer na organização, ficou evidenciada
de forma mínima, pois enquanto 37,5% consideram a permanência na organização
como uma necessidade, apenas 25% (vinte e cinco por cento) deseja continuar
trabalhando na mesma, e as demais opiniões ficaram divididas.
Gráfico 3 - Intenção de permanência na organização
Na situação atual, ficar nesta organização é, na rea lidade, mais uma necessidade do que um desejo.
Entretanto, os resultados indicaram que metade dos entrevistados concorda que
seria muito difícil deixar a organização agora, pois acabaria por gerar um certo grau de
desestruturação. Isso pode ser atribuído a diversos fatores motivacionais, de ordem
pessoal e/ou financeira, ou até mesmo pelo fato de que esses colaboradores tenham
realmente a intenção de permanecer na empresa pelo fato de terem se identificado com
a cultura e os valores da mesma. Ou ainda, infere-se que possa haver algum grau de
comodismo, o receio de iniciar novamente em outra organização, enfim, questões que
tenham relação com a mudança.
Entretanto, nem todos concordaram sobre a intenção de permanecer na
organização, caso houvesse vantagens melhores fora dela, conforme demonstram os
resultados do gráfico 4.
l_i 1-Discordo plenamen_te i
}· -- --- -- - ' 3-Em Dúvida
[ 1-4: Co ; rdo pouco
! 2-Discordo pouco 2.i, 25,0% ]
1: 12 ,5 % 1
1 ' 1 z, '%_j 1 1 2, 5%:
[I5-Co c;rdo plenamente ! :j;: 1:;i -- ........········· ·-·- .- - s i 1 00, 0 % ! 3 . 37,5% !
Gráfico 4 - Intenção de deixar a organização Mesmo se fosse vant'lllem para mim, sinto que não seria certo deixar esta organização.
,
Observa-se que há uma clara divisão dos respondentes em relação a obrigação
pessoal de permanecer na empresa (gráfico 5).
Gráfico 5 - Obrigação de permanência na organização
Eu não sinto nenhuma obrigação de permanecer nesta organização.
,
Exatamente 50% dos participantes da pesquisa entendem que não tem
obrigacao de permanecer, enquanto os demais tem o sentimento de que devem
permanecer. Os resultados evidenciam claramente a percepcão pessoal de cada
colaborador, o que pode estar associado ao tempo de empresa, condições ou tipo de
trabalho que executam, experiências anteriores, dentre outras situações. Também pode
significar que uma parcela dos entrevistados está na empresa porque gosta de
1 1 ! -Discord o plenamente> 2-Discordo pouco
3- Em Dúvida
2 : _ 2 - , l!;J 4 ' 57 ,1%'
o, 0,0 %
'1 4-Conc ordo pouco _
!l -c:? ; ,; l; ,;;;;; '- - -º - - [Tota l
1:
li 1 -Discordo plenament; [ 3 37 , 5 %
2-Discordo pouco 1 i 12 , 5%
ec--3-_Em_ Dú,_·v_da_ _ _ o i 0 , 0 % 11 4-Co nco rdo pouco 12 , 5%
[is -Concordo plenamente•--- 3-+--_37_,_5%--' jTota l 8 100 , 0 %
·-····" ·'·-····-····-·· ·--· ...
trabalhar nela, ou que possa ter se identificados com os valores da mesma, gerando um
comprometimento e uma intenção de nela permanecer.
Um dado interessante da pesquisa é que 62,5% dos respondentes evidenciou
que se sentiria culpado se deixasse o Banco Beta no momento. A grande maioria dos
funcionários também admitiu nos questionários que a organização em que trabalham
atualmente merece sua lealdade, com 6 opiniões favoráveis dentre os 8 pesquisados.
Quanto à obrigação moral de permanecer na organização e com as pessoas que
nela trabalham, apesar de 37,5% dos funcionários ter respondido entre "concordo
plenamente" e "concordo pouco", a mesma quantidade de funcionários respondeu estar
"em dúvida" no que se refere a essa preocupação. Por fim, todos os colaboradores
participantes da pesquisa responderam que devem muito a esta organização, apesar de
nem todos haverem concordado com alguns quesitos que revelam sua intenção de
permanência na instituição.
Empregabilidade fora da organização atual
Tratar deste item nos leva a considerar fortemente o fator "insatisfação do
colaborador na empresa". Significa que haveria uma intenção de não permanecer na
organização, levando os funcionários a considerarem a possibilidade de trabalhar em
outro lugar. Costa, Moraes e Cançado (2008), ressaltam que o comprometimento pode
minimizar as intenções de sair da empresa, diminuindo os índices de rotatividade de
funcionários. Entretanto, ressaltam que as intenções de sair da empresa podem
manifestar-se sob quatro aspectos básicos, quais sejam: a centralidade nos valores não
ligados ao trabalho; as crenças referentes às conseqüências do desligamento; os
obstáculos contratuais; e a gratificação imediata em contraste com a protelada.
Desses quatro aspectos, focar-se-á no primeiro apenas, que abrange a hipótese
de o colaborador não ter se identificado com os valores da empresa, ou possuir outros
valores e não querer desapegar-se dos mesmos. Dos funcionários que participaram da
entrevista, a maioria ficou em dúvida com relação à possibilidade de empregabilidade
em outra organização, representado pelo percentual de 37,5%. Outros também
concordaram pouco ou concordaram plenamente que uma das poucas conseqüências
negativas de deixar esta organização seria a escassez de alternativas imediatas,
totalizando também 37,5%. E apenas 25% discordaram plenamente dessa afirmação.
Questionados ainda sobre as alternativas de empregabilidade fora da
organização, os funcionários responderam discordando plenamente ou discordando
pouco, o que pode ser visualizado no gráfico 6.
Gráfico 6 - Alternativas fora da organização Eu acho que teria poucas alternativas se deixasse esta organização.
,
Os resultados apresentados no gráfico 6 sugerem que, em sua maioria, os
colaboradores do Banco Beta sentem-se seguros quanto às possibilidades externas,
caso venham a sair do emprego atual, uma vez que a maior parte dos participantes
sente-se preparado para enfrentar o mercado de trabalho e serem bem-sucedidos na
hipótese de deixarem a organização. Com atuam em um ramo onde sabe-se ser a
rotatividade bastante grande e as possibilidades de re-emprego serem reais e a
abertura de novas vagas relativamente rápida, acredita-se que isso de certo modo traz
uma relativa "segurança" para os respondentes .
Quanto à dedicação devotada à organização, de acordo com o que demonstra o
gráfico 7, ninguém concordou plenamente com a afirmação.
,11 · Discordo plenamente j·· ·t
2-Discordo pouco
j - 3-Em Dúvida
li4-Concordo pouco
,l s-Con cord_o plenament_e
\Total
Gráfico 7 - Intenção de trabalhar em outro lugar Se eu já não tivesse dado tan\o de mim nesta organização , eu poder ia pensar em traba lhar em outro lugar.
!
Os resultados evidenciam que a maioria (37,5%) "concorda pouco"; e para cada
uma das alternativas: "discordo plenamente" e "discordo pouco", há 25% dos
funcionários entrevistados. Em dúvida, apenas 12,5%. Não há uma unanimidade nas
respostas, o que pode caracterizar que os funcionários não estejam tão comprometidos
com a organização, por acharem que o fato de haverem dado tanto de si não seja
motivo que os impeça de buscar novas oportunidades.
Desempenho no trabalho e relação com o cliente
Nesta parte do questionário, buscou-se verificar como os funcionários executam
- ou como eles se enxergam na execução - as suas tarefas no ambiente de trabalho,
bem como a forma como flui sua interação com a clientela externa. Considerou-se que
a realização das atividades denotando dedicação, lealdade, proatividade, participação e
exercitando a boa comunicação entre os pares e superiores pode ser caracterizada
como comprometimento organizacional, face às definições anteriormente dadas para o
tema.
Assim , sobre o seu compromisso com os objetivos da unidade e da empresa,
implementando ações para atingir as metas estabelecidas, as respostas ficaram estão
destacadas no gráfico 8.
íl 1-Discordo plenamente l 2-Disco;do ;uco •
2 ' 25,0 · 21 25,0
3-Em Dúvida 1 i 1 2 , !i%! ,------··-··-·····-··•···················
l s -Concordo plenamente······
Tota l
4-Concordo pouco 3 37, 5 %,
o, 0 , 0 % ,
8 \ 1 00 , 0 %!
Gráfico 8 - Comprometimento com os objetivos da organização Compremetem-se com os objetivos da unidade e da empresa, implementando ações para atingir das metas estabelecidas.
.
Pelas características da empresa analisada , os resultados demonstrados no
gráfico 8 eram esperados, pois o segmento tem uma política bastante forte de metas e
objetivos, o que consequentemente leva os colaboradores a se engajarem nessas
iniciativas, pois muitas vezes seu desempenho e continuidade na empresa está
diretamente associados ao cumprimento dessas metas, algumas bastante desafiadoras.
Chiavenatto (2012, p. 227), ao falar das relações entre chefes e subordinados e
sobre as mudanças que têm ocorrido nestas relações ao longo do tempo, ressalta que
"cada pessoa - em qualquer nível da organização - precisa estar preparada para
solucionar problemas na medida em que eles aparecem e sem a necessidade de
recorrer à hierarquia para obter a aprovação de suas ideias e sugestões". Para que
essas ações possam ser tomadas, é necessário que o funcionário conheça os
procedimentos e políticas da empresa, a fim de tomar as melhores decisões para a
organização. Com base nessas informações , verificou-se que 85,7% dos participantes
da pesquisa assume possuir plenamente ou ao menos um pouco dessa característica e
apenas 14,3% ficou em dúvida quanto ao seu modo de proceder.
Sobre o comprometimento com os objetivos da empresa, a maioria assumiu
comprometimento e apenas 12,5% ficou em dúvida. Entretanto, constatou-se que esse
comprometimento mostrou-se duvidoso a partir dos resultados evidenciados no gráfico
9, onde 71,4% respondeu "concordo pouco", contra apenas 28,6% que respondeu
"concordo plenamente", ao serem questionados sobre o reposicionamento e
11·Discordo ple me t e
2-Discordo pouco
3- Em Dúvida
! 4-Concordo pouco
5-Concordo plenamente '
;r otai
1 !
0 '
º! 0,0%
O, O% 50,0 %
1 2, 5%
_, _,3 ,, 37, 5%
4 , 50 , 0 %
sL,! ºº·º"
redirecionamento de suas ações em razão das mudanças nos objetios estratégicos da
empresa. Gráfico 9 - Atitude em relação as mudanças nos objetivos estratégicos
Repos icionam-se e red irec ionam suas ações em razão de mu danças nos ob jet ivos estrategicos.
Um outro momento em que essa dúvida permaneceu foi quando analisou-o o
quesito "direcionamento das ações para atingir a produção esperada, com economia
dos recursos", em que apenas 37,5% dos respondentes concordou plenamente e os
demais ficaram divididos nas outras opções de resposta. Acredita-se que a diversidade
de opiniões em relacão a essse questionamento possa estar associado as
características das atividades desenvolvidos pelos respondentes.
No que se refere a atualização de informações para aprimorar o atendimento ao cliente,
os funcionários participantes da entrevista não demonstraram o seu comprometimento
de forma intensa, conforme demonstra o gráfico 1O. Gráfico 10 - Atualização técnica dos colaboradores
Mantêm-se atua lizadas quanto ao con hec imen to técnico em sua área de atuação.
14, 3%
,1· 1- Discordo pl namente
; 2- Discordo pouco j ·- ·······-·
3-Em Dúvida
:14: C o ncord pouco
ra_s: c: o ncord _P nam te : Tot a l
· [l1 - Disco rdo plena me nte i-... [ 2-Discordo pouco
! 3- Em Dúvida 1 1 4 -Conco rdo pouco
- º-+-- ----; 1 4, 3% '
2 28 .6% :
14 , 3 % !
1 5-Concord o plenamente·
iTota l r- ---· - - ···-r-
De acordo com suas respostas do gráfico 1O, constatou-se que embora hajam
objetivos e metas bastante desafiadores e quem em tese exigiria dos colaboradores
uma preparacão técnica adequada para cumprí-los, apenas 4 respondentes
evidenciaram que mantêm-se atualizados quanto ao conhecimento técnico em sua área
de atuação. Consequentemente , aqueles que não mantém um programa de
qualificação técnica com maior frequencia ou qualidade, não têm como avaliar o risco
potencial no direcionamento de produtos e serviços e também não têm como identificar
produtos e serviços que satisfaçam o cliente e proporcionem maior rentabilidade para a
empresa, conforme destacado nos gráficos 11 e 12.
·
Gráfico 12 - Identificação de produtos e serviços Identificam produtos e serviços que satisfaçam o clien e proporcionem maior rentabllldade para a empresa.
5 0, 0%
l1-Di cordo plenamente 1 ! 2- Discordo pouco
! 3-Em Dúvida
:Tota l 1
28,6%
[1 1· Dis ordo plenamente ,_- · - f---- -<
i 2-Discordopouco 3-Em Dúvida
il 5-Con ord-o -ple-na- m-e nt.e....Í,
/ Tota l
'1 4-Concordopouco
: ' :: :;: : : [1 4-C n o do po o ·
il 5-Concordo plenamente
Total
:::ê·:"" 2! 28,6% 3 42, 9%
7 , 100,0% ;
14 , 3%
Ainda relacionado a deter informações necessárias para o bom desempenho de
seu trabalho e da organização, nem todos demonstraram também ter conhecimento da
concorrência e do mercado em que atuam. Por conseguinte, não têm como utilizar as
informações para o planejamento de suas ações. Nessa análise os resultados sugeram
que a maioria dos colaboradores tem conhecimento mais detalhado da concorrência,
mas um percentual considerável de 25% desconhece e, nesse caso, não tem condições
de utilizar algum tipo de informação para planejar suas ações estratégicas a fim de
obter vantagem competitiva.
Quanto à questão da proatividade e iniciativa, o que enriquece tanto a carreira
profissional dos entrevistados quanto o bom desempenho da organização, as opiniões,
apesar de terem ficado divididas, apresentaram , em sua maioria (42,9% para "concordo
plenamente" e 28,6% para "concordo pouco") uma tendência satisfatória, inclinada para
a prática e a busca de soluções que melhorem os resultados da instituição, conforme
visualiza-se no gráfico 13.
Gráfico 13 - Iniciativa por parte dos colaboradores
Tomam Iniciativas, criando e aproveitando oportunnldades que gerem a melhoria dos resultados.
14, 3%
Além da iniciativa , a visão sistêmica também torna-se muito importante no
desenvolvimento de uma carreira profissional bem-sucedida e no crescimento de uma
organização. Questiondo aos entrevistados se os mesmos estabelecem uma relação
entre princípio e fins do trabalho, com o intuito de obterem uma compreensão dos
resultados de suas ações e o impacto das mesmas sobre outras áreas (visão do todo},
4 participantes compreendem claramente o que seu trabalho influencia nas demais
f f, : c:oncordo pouco
áreas do Banco Beta. Um número significativo de 3 participantes evidenciou ter dúvida
quanto a impacto de sua atividade nas demais áreas e somente 1 particiante acredita
não ter influencia nas demais áreas. Como a atividade bancária pressupõe controles
rígidos , entende-se que o trabalho entre todos os membros do Banco Beta deverá
ocorrer de forma integrada e sistêmica. Desse modo, o fato de 50% dos respondentes
ter dúvida ou entender que não tem relação com outras áreas pode parecer
preocupante para fins de gestão.
Quanto ao modo como trabalham, buscando evidenciar eficiência e eficácia nos
resultados, questionamos sobre o estabelecimento de prioridades (com delimitação de
prazos e recursos), implementação das melhores alternativas (custo x benefício),
participação na solução de problemas e otimização dos recursos, as respostas
apresentadas demonstram que, em sua maioria, os funcionários responderam
assertivamente .
No quesito de estabelecimento de prioridades diárias no trabalho, 5 dos 8
colaboradores participantes da pesquisa destacaram que as definem diariamente, o que
contribui para a otimização das atividades desenvolvidas no banco. Assim , conseguem
gerenciar seu tempo de modo a cumprir com os objetivos e metas que lhes são
exigidos, bem como, prestar o atendimento esperado pelo cliente, o que gera bons
resultados .
O gráfico 14 demonstra as respostas obtidas em relação a implementação de
alternativas que beneficiem a relação custo versus benefício.
Gráfico 14 - Implementação da melhor alternativa Implementam a alternativa que melhor contribui para o resultado, considerando a relação custo\benefic,o.
l1-Discordo ple_na_ment.e---.;
2-Discordo pouco
. 3-Em Dúvida
r1·s c · ;ci , r11 ······ Total
4 2,9%
57-,1 %
s-Concordo Pl:'_lamente
Pelos resultados do gráfico 14 é possível inferir que em torno de 71% dos
colaboradores implementam as alternativas que melhor resultado possam trazer para o
Banco Beta. Esse resultado era esperado, pois como o cumprimento de metas é
bastante rígido nesse tipo de segmento, é óbvio que as ações dos colaboradores
deverá estar diretamente conectada com as exigências que lhe são impostas.
Do mesmo modo, os resultados indicam que os colaboradores participantes da
pesquisa contribuem com alternativas para a solução de problemas e melhoria nos
processos do Banco Beta. Esse achado é bastante positivo, pois evidencia que quanto
mais capacidades técnicas e habilidades o colaborar possuir, mais forte será sua
contribuição para aspectos vitais do negócio, mais capacidade crítica e analítica ele
possuirá e, assim, maior será sua interação junto as gerencias.
Gráfico 15 - Otimização de recursos disponíveis
Otimizam os recursc,s dfspomveis, possibilitando a continuidade do processo do trabalho.
'l .1- .Dis_ : C> o plenamente •. 2-Dis cordo pouco
....... 1 j.
1 !
1 , .-:.·j' 14,3%
3-Em Dúvida O ' 0,0%
:1 4-Co;:;;;; d pouco
' l ----- -- - --
--·-·- 4 ; ..... -·
1
0
-- ···-· --l
i Tota l
Entretanto, com relação aos resultados demonstrados no gráfico 15, que se
refere à otimização dos recursos disponíveis, não houve uma maioria, pois as respostas
ficaram divididas, inclusive com 14,3% dos funcionários que admite não praticar essa
otimização , podendo impossibilitar a continuidade do processo de trabalho:
Na relação com o cliente, buscou-se compreender como os funcionários da
instituição percebem a clientela, como são priorizadas as demandas de cada pessoa
que busca atendimento na agência; de que forma são atendidas suas necessidades, se
os mesmos são ouvidos com atenção e como aceitam críticas e sugestões. Os
resultados indicam que 50% dos colaboradores pesquisados percebe o cliente como
forma de trabalho e priorizam o seu atendimento frente as outras demandas.
Quanto ao fato de conhecer as necessidades e expectativas dos clientes de sua
área de atuação, constatou-se que 7 colaboradores tem a percepção do que os clientes
buscam junto ao Banco Beta em sua área de atuação . Somente 1 colaborador
respondeu que desconhece a necessidade de seus clientes. Não foi possível identificar
qual a atividades desenvolvida por esse colaborador, contudo, o fato de desconhecer
algo que é essencial em uma atividades basicamente de atendimento ao público, seja
físico ou jurídico, é uma constatação até certo ponto preocupante. No que se refere a
ouvir os clientes, tratando-os com cortesia, metade dos entrevistados (50%) admitiu
possuir essa qualidade, enquanto 25% (vinte e cinco por cento) ficou em dúvida.
Sobre receber críticas e sugestões dos clientes e a forma como interpretam
essas sugestões para melhorar o atendimento, nem todos concordaram plenamente em
possuir esta qualidade e 12,5% (doze e meio por cento) ficou em dúvida, conforme pode-
se visualizar no gráfico 16.
Gráfico 16 -Avaliação das observações, críticas e sugestões dos clientes
Considerem as observações, hitlcas a sugestões dos clientes, utfllzando-os para melhorar o atendimento.
No que diz respeito à preocupação com seu trabalho, de forma a anteciparem-se
às necessidades dos clientes, a fim de oferecer soluções e orientações adequadas, o
número maior de participantes optou por marcar a opção "concordo pouco" e cerca de
12,5% assinalou que discorda um pouco. Ou seja, nem todos buscam antecipar-se em
· .1. 1·Discordo plena_me_nt e ,_l
2-Discordo pouco
3-Em Dúvida
:1 4-Concordo pouco
[I5-Concordo plenament ·
Total
o_, _ o_,0_%;
- O· 0 , 0 % i
- --- ···· ····! 1 12,5 % !
4 50,0 %
3 ! 37 , 5% '
s , 100 , 0%
seu trabalho, com vistas a oferecer um serviço de destaque, que apresente as soluções
certas para as questões que se apresentam no dia a dia.
Quanto ao padrão de excelência no trabalho, nem todos concordaram que
desenvolvem suas atividades com a excelência estabelecida pela instituição. Apenas
25% concorda plenamente e 12,% discorda plenamente. Infere-se que esse achado
pode sugerir desconhecimento completo do padrão de atividade da organização, falta
de comprometimento, incapacidade técnica para desempenho das atividades, dentre
outras possibilidades, o que demandaria um trabalho interno no sentido de capacitar
todos os colaboradores para a realização das atividades essencias da organização.
Comunicação interna e trabalho em equipe
Na intenção de conhecer como flui a comunicação entre os funcionários, para
verificação de um bom relacionamento - o que muito pode colaborar para o
desenvolvimento de um bom trabalho em equipe - elaboramos algumas questões para
que os entrevistados respondessem. Quanto à comunicação e interação com outras
pessoas (não necessariamente interna), a maioria respondeu entre "concordo
plenamente" e "concordo pouco" (42,9% e 14,3%, respectivamente), conforme mostra o
gráfico 17.
Gráfico 17 - Comunicação e interação com outras pessoas
Mantêm canal permai'lente de comunicação , favorecendo interação com outras pessoas.
11 1- Discordo plenamente ! O: : 2- Discordo pouco 1 ' 14 , 3%.
: 3-Em Dúvida 2: 28,6% il 4-Con ordo uco L 14, 3%
· r s : c oncordo plenam; nte: _ _ -- . : 42.'.?%_:
;Total 7 j 100 , 0 %
14, 3%
Quanto a expressarem-se de forma clara e objetiva, a maioria também admitiu
possuir tal qualidade, sendo 42,9% "concordo plenamente" e 14,3% "concordo pouco".
Na atividade financeira, em especial em um banco que atende tanto pessoas físicas
quanto jurídicas, a capacidade de comunicação é muito importante. Especialmente no
relacionamento com as pessoas físicas, que muitas vezes desconhecem os termos
financeiros utilizados, a capacidade do colaborador explicar operações e contratos em
uma linguagem acessível às pessoas em geral é algo que se espera.
Nesse sentido, esse achado de pesquisa demonstra que somente 50% dos
colaboradores declarou ter plenas condições de comunicar-se facilmente. É
preocupante o fato de que metade dos colaboradores reconhece não ter plenas
habilidades nesse quesito. Em termos organizacionais a pesquisa sugere a
necessidade de uma maior atenção a esse aspecto, seja com treinamentos, reuniões,
etc.
Quanto a capacidade de argumentação , a maior parte dos participantes ficou em
dúvida, sendo que apenas 28,6% concordou plenamente quando questionados sobre o
bom desempenho na argumentação como forma de alcançar bons resultados para
ambos os lados. O gráfico 18 evidencia esses resultados.
Gráfico 18 - Capacidade de argumentação dos colaboradores
.. !!lH!MHl,M,iMIIMN@Ml#MH@i@MiMIWGkiHilbMiHll#MH,
. U ,6%
O resultado apresentado no gráfico 18 é condizente com as respostas do gráfico
17, o que denota a clara necessidade de maior capacitação dos colaboradores no
quesito comunicação.
11 1- Discordo plenamente
2-Discordo pouco
3-Em Dúvida l".i-c o ;c d·;· co
l i 5-C;ncordo plen- ; t?
:Tota l
oi
Como reforça Chiavenatto (2012), o conflito faz parte da vida de cada indivíduo e
faz parte inevitável da natureza humana. Sobre a gestão de conflitos, as respostas
ficaram bastante divididas, mas 42,9% respondeu que concorda plenamente quanto a
buscar a solução dos conflitos de maneira justa e participativa, contribuindo para o
desenvolvimento em equipe.
Sobre o compromisso no trabalho, os funcionários apresentaram suas respostas
com percentuais iguais para "Em dúvida" e "Concordo plenamente" (42,9%). Mas cerca
de 14% dos entrevistados respondeu "discordo pouco" quando questionados sobre agir
no sentido de obter compromisso, independente do cargo ou função. Gráfico 19 - Obtenção de compromisso
Agem no sentido de obter o compromfsso,l ndepend ente do cargo e função.
Sobre a capacitação em grupo dos funcionários objetivando consequente
melhoria dos resultados, a maioria respondeu entre "concordo plenamente" e "concordo
pouco", conforme vemos a seguir no gráfico 20. Gráfico 20 - Capacidade de argumentação dos colaboradores
Utilizam os Instrum entos dfspomveis par a o desenvolv imento dos funciona.r i os e consequente melhori a dos resultados•
[I:: Di cordo =-namente
2-Di scordo pouco 3-Em Dúvida 3 4 2, 9% ! 4-Concordo pouco
l s-Concordo plenamente . ········· 3
o,oi i ...;
42, 9%
Total - - - - ···· ?, .. . .°.°.·°.. .J
. 2-Discordo pouco
3-Em Dúvida
4-Concordo pouco
,1S o cordo plenamen,te
Total
2 28 , 6% i O 0 , 0 % :
2 28 , 6% ;
3 i 4 2, 9% :
100 , 0 %·
No que tange a capacidade de adaptação, os funcionários responderam ao
seguinte questionamento, em sua grande parte, com "concordo plenamente" e
"concordo pouco" (37,5% e 50%, respectivamente). Assim , a maioria concorda que
possui capacidade de adaptar-se a alterações ocorridas nos processos de trabalho:
Gráfico 21 - Capacidade de adaptação às mudanças nos processos de trabalho Adaptam -se a alterações ocorridas nos processos de trabalho.
Ao final do questionário, perguntados sobre sua identificação com os valores do
Banco, as respostas novamente ficaram divididas, com 37,5% afirmando que "concorda
plenamente", 25% "concorda pouco" ou "discorda pouco" e 12,5% dos pesquisados
ficou "em dúvida".
'11- Di ? '!?. l !n!. a..ren te ; 2-Discordo pouco
3-Em Dúvida
f f 1-Concordopo
[ l C c?r_do_ le a.mi _t : Total
o· 0 , 0 %·
1· 1 2,5 %.
o o,o% i 4 50 , 0% 3 37 , 5 % : 8 • 100 , 0 % .
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise dos resultados dos questionários e observando também os
contatos mantindos com os colaboradores do Banco Beta, verificou-se que no dia a dia,
de uma forma geral, os colaboradores apresentam sim, sinais de comprometimento
organizacional. Mostraram-se profissionais competentes em sua área de atuação,
buscando priorizar o cliente frente às outras demandas de trabalho; buscam resolver os
problemas que lhes são apresentados por cada cliente que chega na agência,
elaborando formas de solucionar as questões de maneira que o cliente fique satisfeito.
Entretanto, ao responder o questionário - talvez com mais tempo disponível para
analisar sua prática diária, longe do corre-corre do cotidiano - verificou-se também que
existe em alguns funcionários o desejo de buscar algo novo. Não há unanimidade na
intenção de permanecer na organização, nem todos conhecem profundamente sua área
de atuação e isso impossibilita apresentar novas alternativas para os clientes, bem
como colaborar com o desenvolvimento da instituição. Não há proatividade e iniciativa
da parte de todos, o que provavelmente, fará com que a operação seja prejudicada em
algum momento. O fato de nem todos os funcionários conhecerem suas atividades
diárias, impede que os mesmos possam avaliar tanto risco quanto potencial de produtos
e serviços. Apesar de a maioria assumir que se mantém constantemente atualizada, é
possível que esse conhecimento não esteja sendo bem utilizado.
Há uma certa gratidão para com a instituição quanto à oportunidade dada aos
funcionários, quanto ao investimento feito em seu aperfeiçoamento profissional e até
um senso ético que dificulta a possível saída da organização em busca de algo novo.
Entretanto, nem todos - menos da metade - identificam-se com os valores do Banco.
Assim, conclui-se que, inicialmente, é verificado há um relativo comprometimento
organizacional de boa parte dos funcionários entrevistados . Porém, é necessário
ponderar a possibilidade de trabalhos mais aprofundados nesta instituição, a fim de
verificar com mais intensidade as razões e os reais motivos para essa disparidade de
opiniões.
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