Ano 5 – Nº 106 –15/02/2016 Oportunidades para sair do...

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EXPEDIENTE . Publicação editada pela Start Comunicação e Eventos - [email protected] SIMELGO – Rua 200, nº 1.121, sala 06, Edifício Pedro Alves de Oliveira, St Leste Vila Nova, Goiânia-GO CEP 74645-230 Ano 5 – Nº 106 –15/02/2016 Oportunidades para sair do vermelho A crise é um bom momento para reduzir custos e abrir novos mercados. Inovação é a palavra Nesses tempos de turbulência, manter o caixa no azul torna-se uma tarefa dificílima. Sanar os problemas financeiros exige disciplina. Atitudes para diminuir custos e aumentar a produtividade são bem-vindas. A oportunidade de inovar na crise implica na correta administração dos recursos disponíveis, bem como estratégias eficientes. A crise bateu à porta do empresário Alexandre Costa (foto), da Pctel, empresa que atua no mercado de tecnologia de informação há 14 anos especificamente na fabricação de gravadores telefônicos para call center. Ele viu sua receita cair drasticamente, quando o faturamento de sua empresa passou de R$ 300 mil para R$ 70 mil. “Nossos produtos são todos fabricados com componentes importados adquiridos em dólar. Nosso produto, por ser utilizado em momentos de expansão, sofre ainda mais os efeitos da crise”, explica. Reinventar as despesas foi a solução encontrada pelo empresário. Para se adaptar à nova realidade, a empresa reduziu compras, renegociou contratos e paralisou investimentos. “Melhorar processos e aumentar a produtividade passam a ser necessidades básicas. Tivemos que diminuir compras de insumos e equipamentos, revimos gastos que poderiam ser diminuídos e paralisamos os investimentos em expansão e modernização”, fala Alexandre. Mas se engana quem pensa que a empresa ficou estagnada. “É possível sim obter lucros em momentos de crise, para isto é necessário investir em inovação, tanto em produtos novos como também em gestão. Criamos um novo produto (saiba mais em www.auvo.com.br) que pretendemos vender no mercado internacional de forma a fugir da falta de compradores no mercado interno”, sinaliza o empresário. A receita, para que a crise não chegue às empresas, Alexandre não tem, mas acredita que algumas dicas são essenciais para evitar o vermelho no final do mês. “Trabalhar muito, acompanhar de perto o desenrolar da crise econômica e política, não fazer dívidas que comprometam grande parte do lucro da empresa e manter as finanças saneadas, se possível, com uma poupança que possa socorrer a empresa em caso do mercado piorar”,finaliza o empresário. Driblando as complicações financeiras Francisco Barone, da Fundação Getúlio Vargas, e Enio Duarte Pinto, do Sebrae Nacional, pontuam algumas soluções eficientes para enfrentar a crise: CONHEÇA OS CUSTOS: O faturamento pode até cair, mas muitas despesas continuam as mesmas. Para cortar gastos com eficácia, é fundamental saber exatamente quais são seus custos fixos e variáveis. Só conhecendo os custos é possível saber onde e como cortar. PENSE ANTES DE DEMITIR: Além dos gastos trabalhistas, demissões geram despesas em um segundo momento, o de recontratar, e diminuem a confiança e a produtividade daqueles que ficam. BUSQUE NOVOS MERCADOS: Se o setor encolheu, é preciso buscar novos mercados. Se não for o caso, antecipe-se e diversifique a clientela. Isso dará mais força para você crescer no futuro. JUNTE-SE AOS CONCORRENTES: Consultores são unânimes ao listar os benefícios do associativismo. Aliando-se a concorrentes, é possível fazer compras conjuntas e ganhar poder de barganha na negociação de preços e prazos de pagamento. NEGOCIE COM FORNECEDORES: A crise não atingiu somente a sua empresa. Não se intimide ao negociar prazos com seus fornecedores. FIQUE ATENTO À QUALIDADE: Erro comum é substituir matérias-primas e insumos por outros de menor qualidade. Os clientes logo percebem a diferença. Como resultado, a empresa perde novas vendas. REAVALIE AS DÍVIDAS: Analise todas as pendências financeiras da empresa e procure alternativas para reduzir as taxas de juros. O ideal é solicitar o refinanciamento com prazos maiores e prestações menores. (Fonte: Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios).

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EXPEDIENTE . Publicação editada pela Start Comunicação e Eventos - [email protected] SIMELGO – Rua 200, nº 1.121, sala 06, Edifício Pedro Alves de Oliveira, St Leste Vila Nova, Goiânia-GO CEP 74645-230

Ano 5 – Nº 106 –15/02/2016

Oportunidades para sair do vermelho A crise é um bom momento para reduzir custos e abrir novos mercados. Inovação é a palavra

Nesses tempos de turbulência, manter o caixa no azul torna-se uma tarefa dificílima. Sanar os problemas financeiros exige disciplina. Atitudes para diminuir custos e aumentar a produtividade são bem-vindas. A oportunidade de inovar na crise implica na correta administração dos recursos disponíveis, bem como estratégias eficientes. A crise bateu à porta do empresário Alexandre Costa (foto), da Pctel, empresa que atua no mercado de tecnologia de informação há 14 anos especificamente na fabricação de gravadores telefônicos para call center. Ele viu sua receita cair drasticamente, quando o faturamento de sua empresa passou de R$ 300 mil para R$ 70 mil. “Nossos produtos são todos fabricados com componentes importados adquiridos em dólar. Nosso produto, por ser utilizado em momentos de expansão, sofre ainda mais os efeitos da crise”, explica.

Reinventar as despesas foi a solução encontrada pelo empresário. Para se adaptar à nova realidade, a empresa reduziu compras, renegociou contratos e paralisou investimentos. “Melhorar processos e aumentar a produtividade passam a ser necessidades básicas. Tivemos que diminuir compras de insumos e equipamentos, revimos gastos que poderiam ser diminuídos e paralisamos os investimentos em expansão e modernização”, fala Alexandre. Mas se engana quem pensa que a empresa ficou estagnada. “É possível sim obter lucros em momentos de crise, para isto é necessário investir em inovação, tanto em produtos novos como também em gestão. Criamos um novo produto (saiba mais em www.auvo.com.br) que pretendemos vender no mercado internacional de forma a fugir da falta de compradores no mercado interno”, sinaliza o empresário.

A receita, para que a crise não chegue às empresas, Alexandre não tem, mas acredita que algumas dicas são essenciais para evitar o vermelho no final do mês. “Trabalhar muito, acompanhar de perto o desenrolar da crise econômica e política, não fazer dívidas que comprometam grande parte do lucro da empresa e manter as finanças saneadas, se possível, com uma poupança que possa socorrer a empresa em caso do mercado piorar”,finaliza o empresário.

Driblando as complicações financeiras

Francisco Barone, da Fundação Getúlio Vargas, e Enio Duarte Pinto, do Sebrae Nacional, pontuam algumas soluções eficientes para enfrentar a crise:

• CONHEÇA OS CUSTOS: O faturamento pode até cair, mas muitas despesas continuam as

mesmas. Para cortar gastos com eficácia, é fundamental saber exatamente quais são seus custos fixos e variáveis. Só conhecendo os custos é possível saber onde e como cortar.

• PENSE ANTES DE DEMITIR: Além dos gastos trabalhistas, demissões geram despesas em um segundo momento, o de recontratar, e diminuem a confiança e a produtividade daqueles que ficam.

• BUSQUE NOVOS MERCADOS : Se o setor encolheu, é preciso buscar novos mercados. Se não for o caso, antecipe-se e diversifique a clientela. Isso dará mais força para você crescer no futuro.

• JUNTE-SE AOS CONCORRENTES : Consultores são unânimes ao listar os benefícios do associativismo. Aliando-se a concorrentes, é possível fazer compras conjuntas e ganhar poder de barganha na negociação de preços e prazos de pagamento.

• NEGOCIE COM FORNECEDORES: A crise não atingiu somente a sua empresa. Não se intimide ao negociar prazos com seus fornecedores.

• FIQUE ATENTO À QUALIDADE: Erro comum é substituir matérias-primas e insumos por outros de menor qualidade. Os clientes logo percebem a diferença. Como resultado, a empresa perde novas vendas.

• REAVALIE AS DÍVIDAS: Analise todas as pendências financeiras da empresa e procure alternativas para reduzir as taxas de juros. O ideal é solicitar o refinanciamento com prazos maiores e prestações menores. (Fonte: Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios).

EXPEDIENTE . Publicação editada pela Start Comunicação e Eventos - [email protected] SIMELGO – Rua 200, nº 1.121, sala 06, Edifício Pedro Alves de Oliveira, St Leste Vila Nova, Goiânia-GO CEP 74645-230

Ano 5 – Nº 106 –15/02/2016

Artigo – Pedro Alves de Oliveira

Reféns de juros exorbitantes

Indústria em queda, comércio em queda, população inadimplente; bancos com lucros recordes. Paradoxalmente, em meio ao ambien-te de turbulência vivida pela economia brasileira, há um setor que não para de crescer: o bancá-rio. É um verdadeiro mundo paralelo, imune à crise, pois o produto que vende está altamente valorizado, puxado por uma taxa real de juros considerada a segunda mais alta do mundo.

No balanço anual, os três maiores bancos privados do País registraram, em 2015, lucros bilionários, da ordem de R$ 47,16 bilhões, em movimento contrário à maré baixa da economia. Se considerarmos o lucro desses mesmos bancos nos últimos três anos – de 2013 a 2015 –, a cifra chega a R$ 117,94 bilhões. Noves fora o avanço da inadimplência, resultante do baixo nível de atividade econômica, ainda assim são valores expressivos para um momento de recessão.

Enquanto isso, o faturamento da indústria encerrou 2015 com queda de 8,8%, em desempenho agravado pela intensificação da crise econômica, que fez as horas trabalhadas despencarem 10,3% e o emprego recuar 6,1% na comparação com 2014, segundo informações da pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além disso, a utilização de capacidade instalada da indústria em 2015 foi de 78,9%, ou 2,3 pontos porcentuais menor do que a média de 2014. A massa salarial real caiu 6,2% e o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria recuou 0,1% em 2015 frente a 2014.

Os números são claros e mostram um efeito dominó devastador para o setor produtivo em geral, ruim para a produção, para todo o comércio, para o consumidor. Na crise, as empresas vendem menos e precisam de mais capital de giro e vão atrás dos bancos. Um círculo vicioso. Além de os juros estarem em alta, a demanda por dinheiro cresce no mercado.

Há muito, as taxas de juros do Brasil são um pesadelo para todos – a iniciativa privada, que tem investimentos limitados pelo crédito escasso e caro, e a população em geral, cada vez mais endividada diante de verdadeira agiotagem oficial em que se transformou o custo do cheque especial, do cartão de crédito e de outras linhas disponíveis.

Os juros médios cobrados pelos bancos no cheque especial fecharam 2015 em 287% ao ano, o maior patamar desde abril de 1995, contra 201% ao ano no fim de 2014. Já nas operações com cartão de crédito os juros médios somaram 431,4% ao ano, o maior patamar da série histórica, iniciada em 2011. No caso das operações de crédito do sistema financeiro, a taxa média de juros em 2015 atingiu 29,8% ao ano, aumento de 6,1%; nos empréstimos às empresas, 20,9%, com alta de 4,4%; nas contratações com pessoas físicas, a taxa média

aumentou 7,2%, situando-se em 37,9% ao ano. Em resumo, todos estamos sendo,

verdadeiramente, sugados por um sistema financeiro perverso, beneficiado por políticas equivocadas do governo federal, a exemplo da manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano e da correção de preços administrados, como combustíveis e energia elétrica, grande responsável pela elevação da inflação a patamares entre os mais altos do mundo. Comodamente, os bancos têm lucros exorbitantes e oferecem contrapartida inver-samente proporcional, como na ínfima geração de emprego, que é sustentada em massa pelas empresas, sobretudo as pequenas e médias.

Uma luta inglória, desigual! O setor produtivo e a população brasileira não podem ficar calados.

Pedro Alves de Oliveira , empresário e

administrador, é presidente da Fieg e do Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás (artigo publicado no jornal O Popular no dia 11 de Fevereiro de 2016)

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