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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 36 Domingo, 02.09.2012 R$ 3,20 A Primeira Igreja Batista em Di- vinópolis (MG) tem cultivado, ao longo de seus 93 anos de existência, um compromisso crescente com a pregação do Evangelho em toda Ter- ra. Foi com esta visão que organizou a Congregação Batista da Liberdade, fruto da capelania prisional iniciada na Penitenciária Floramar em 2 de agosto de 2011 (página 9). Com sabedoria o pastor Gilson Bifano enumera, na coluna Vida em Família, alguns possíveis caminhos para que as igrejas e pastores se- jam relevantes quanto neste assunto. “O primeiro passo para agirmos neste campo de batalha é aceitar que, possivelmente, há pessoas e famílias que estejam lutando silenciosamente, com este problema” em sua igreja (página5). Nasce a Congregação Batista da Liberdade Abuso sexual à criança e ao adolescente Nosso desafio como Igreja A reunião do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira, realizada em agosto, começou com frases de gratidão e louvor a Deus pelas ma- ravilhas vividas. O coração de todos se encheu de alegria pelo que Deus tem feito em cada de- partamento e cada estado do país. Foi com esta gratidão e visão que a liderança da CBB realizou a reunião nas novas instalações. Vá até a página 8 e veja o trabalho e propostas do departamento de Ação Social da CBB, além de relatos do agir de Deus através da Megatrans e o desafio da evangelização no Piauí. CBB em nova casa

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1o jornal batista – domingo, 02/09/12?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 36 Domingo, 02.09.2012R$ 3,20

A Primeira Igreja Batista em Di-vinópolis (MG) tem cultivado, ao longo de seus 93 anos de existência, um compromisso crescente com a pregação do Evangelho em toda Ter-ra. Foi com esta visão que organizou a Congregação Batista da Liberdade, fruto da capelania prisional iniciada na Penitenciária Floramar em 2 de agosto de 2011 (página 9).

Com sabedoria o pastor Gilson Bifano enumera, na coluna Vida em Família, alguns possíveis caminhos para que as igrejas e pastores se-jam relevantes quanto neste assunto. “O primeiro passo para agirmos neste campo de batalha é aceitar que, possivelmente, há pessoas e famílias que estejam lutando silenciosamente, com este problema” em sua igreja (página5).

Nasce a Congregação Batista da Liberdade

Abuso sexual à criança e ao adolescenteNosso desafio como Igreja

A reunião do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira, realizada em agosto, começou com frases de gratidão e louvor a Deus pelas ma-ravilhas vividas. O coração de todos se encheu de alegria pelo que Deus tem feito em cada de-partamento e cada estado do país. Foi com esta

gratidão e visão que a liderança da CBB realizou a reunião nas novas instalações. Vá até a página 8 e veja o trabalho e propostas do departamento de Ação Social da CBB, além de relatos do agir de Deus através da Megatrans e o desafio da evangelização no Piauí.

CBB em nova casa

2 o jornal batista – domingo, 02/09/12 reflexão

E D I T O R I A L

pelo contrário, Ele orienta, mas ouve também. As orações alcançam o Senhor com total liberdade. Seus servos podem orar com a mesma liberdade e respeito que um filho tem para com seu pai.

O povo denominado Batista tem esta característica. Apesar de ter fundamentos concre-tos, e não superficiais, busca sempre permitir a liberdade oferecida pelo próprio Deus. Um exemplo disto é a mesma ideologia dentro das igrejas Batistas, mas com diferentes liturgias. Em algumas igrejas é possível encontrar mais hinos nos cultos, em outras são os

Outros creem em suas pró-prias opiniões como extrema verdade e não admitem nem ouvir diferentes conceitos, repudiando até quem se deixa ouvi-los.

A verdade é que guerras se iniciaram dessa maneira. Líde-res acreditaram em sua própria vontade como absoluta e usa-ram a sua liberdade para de-teriorar a liberdade de outros. O começo de algumas guerras é até com boas intenções, se-gundo o pensamento daquele que começa. Mas são poucas as vezes que os principais atin-gidos são ouvidos. Entretanto, não é assim que Deus mostra,

“Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Cor. 3.17).

Sem dúvida o Senhor presenteou a humani-dade com a liberdade. Deus criou o livre ar-

bítrio e deixou que cada um decidisse o que fazer em cada passo da sua vida. Mas toda essa liberdade é constante-mente podada pelo próprio ser humano. Alguns já creram que existia uma raça pura e só deveriam existir homens daquela etnia; o pior é que alguns ainda assim acreditam.

cânticos que predominam, mas em nenhuma delas um servo de Cristo sai sem ter a oportunidade de adorar a Deus.

Assim também é O Jornal Batista, um órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, que acredita na Palavra de Deus e entende que todas as ideias baseadas na Bíblia e nos ideais Batista, estão livres para ser expostos. As opiniões diversas é o caminho para discussões que levam ao cres-cimento, entretanto, tudo feito sem agressão e com ordem e decência, como instrui o Senhor em I Cor. 14.40.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

Parabéns à Redação e ao pastor Isaías A. Lins Filho

• Alegra-nos a todos a pre-sença constante de irmãos nesta coluna, regozijando-se com as publicações do nosso amado Jornal Batista sobre a doutrina do Espírito Santo. Es-tamos todos de parabéns com o seriado trazido a público em tão boa hora.

Nosso regozijo não quer dizer que os pastores deixaram de crer nas preciosas bênçãos através desse século e tanto de Batistas no Brasil. Também não significa dizer que só ago-ra cremos nas maravilhosas dádivas do Santo Espírito.

Nosso empenho é por não nos afastarmos dos verdadeiros ensinos bíblicos. Procurem ver quantas vezes encontramos a expressão Aleluia no Novo Testamento. Somente uma vez. E vejam que foi uma ce-lebração antecipada da queda de Babilônia. A rigor, a frase ainda não foi proclamada pela grande assembleia dos san-tos, mas apenas escrita como antevisão. Uma interpretação futurista de grande prestígio entre os maiores estudiosos. Sem dúvida, essa expressão é uma aquisição cultural e não um preceito neotestamentário. Podemos nos expressar com a poesia judaica, mas a prática não foi usada nos cultos de nossos primeiros irmãos. E vejam que tais cultos eram diri-gidos pelos apóstolos, também judeus, e seus discípulos.

Se pensamos no batismo ou dom do Espírito, vemos que foi concedido a todos os discípu-los e não apenas a alguns em cada igreja. É dom universal.

Com respeito a línguas não estudadas, nenhum cristão as falou mais de uma vez. Apenas uma, suficiente para serem levados às águas do batismo e ingresso à igreja. Foi a senha divina da época para identi-ficá-los com a experiência de Pentecostes.

É sempre oportuna a reco-mendação, regozijemo-nos com cuidado!

Eimaldo VieiraPastor Emérito da IBN Jeru-

salém, Cabo Frio, RJ.

Discordo

• Venho manifestar respei-tosamente minha discordân-cia com relação ao artigo de 05.08.12 de Isaías Lins Filho, “O Dom Espiritual de falar em línguas”. Como segue:

Discordo, porque sou pastor Batista há 17 anos, e possuo a Declaração Doutrinária dos Batistas que sobre esse assun-to não se manifesta, apenas diz “O Espírito Santo distribui dons aos filhos de Deus para edificação do corpo de Cristo.” (Pacto e Comunhão, pg.17) – e esta prática não tem edificado, somente causado divisões desde 1910;

Discordo, pois existe um problema na sua Hermenêuti-ca, quando faz afirmações ba-seadas em um só texto bíblico;

Discordo, pois o dom ci-tado nunca me fez falta, e aquele que creio, é o de Atos 2, e seu objetivo foi de “fa-lar das grandezas de Deus.” (Atos 2.11);

Discordo, pois a Igreja de Corinto nunca foi exemplo para nenhuma igreja, foi o maior problema do missio-nário Paulo, e ele gasta muito tempo, palavras e energia para doutriná-la;

Discordo, pois Jesus nada ensinou sobre o assunto, nem João, Pedro, Tiago... e Paulo não incentiva em nenhum momento de forma clara essa prática, de origem pagã, e nem mesmo toca no assunto nas outras cartas, ele tenta orientar com cuidado, para não dividir os irmãos mais ainda, o que definitivamente, já aconteceu;

Discordo, pois aprendi com o saudoso pastor Isa-que Nunes Pinheiro, que o Espírito Santo realiza todas as operações aritméticas, menos DIVIDIR. Então, se como o articulista reconhe-ce, é o “mais insignificante dos dons”, qual é a razão de trazer este tema para o órgão oficial da Convenção Batista Brasileira? Em minha opinião nem deveria ter sido publicado.

Pr. André SennaSIB em Areia Branca, RJ.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 02/09/12reflexão

MÚSICARolando de nassau

Política, Religião e Música na Alemanha(Dedicado ao leitor Ruy Lessa de Miranda, de Brasília, DF)

Na Alemanha, sob os regimes nazis-ta e comunista, o ativismo partidá-

rio fanatizado trouxe con-sequências deletérias para a vida das igrejas, o espírito religioso e a música sacra. No período nazista (1933-1945), corrompeu as lide-ranças e as comunidades, tanto católicas quanto pro-testantes. A vida espiritual alemã era animada por um paganismo folclórico, ao som de música mitológica de Richard Wagner.

Quando era candidato ao governo da Alemanha, em janeiro de 1931 Adolf Hitler declarou aos pastores e pa-dres estar “trabalhando pela construção moral do povo alemão; há necessidade de melhores cristãos e mais igrejas; um dique deve ser oposto à onda de ateísmo; sou católico”. A propaganda repetia: “Kampfe ich fürdas Werk des Herrn” (Luto pela obra de Deus) e só admitia o refrão: “Sou contra a reli-gião judaica”.

No ano seguinte, na pre-sença de Hermann Goering, Rudolf Hess e Alfred Rosen-berg, o polêmico e ambíguo pastor Martin Niemöller (1892-1984), anticomunista e combatente na Primeira Guerra Mundial, que tinha apoiado em 1924 a forma-ção do Partido Nazista, pro-testou contra os morticínios e os ataques às igrejas cris-tãs. Hitler prometeu que, nomeado chanceler, haveria liberdade religiosa.

Ainda em 1932 foi funda-do um partido protestante, para manter uma ação ideo-lógica nos sínodos luteranos e combater as ideias de Nie-möller e Bonhoeffer.

Profetizado em 1929 por Alfred Doebling em seu ro-mance, o castigo começou em 1933: em 30 de janeiro deste ano Hitler se tornou o chanceler; a terra de Go-ethe, Schiller e Bach seria dominada por um demago-go. Logo no início, arranjou o incêndio do parlamento e o juramento, em nome de Deus, de obediência incon-dicional do povo alemão, sob a vigilância da Gestapo. O Estado e a Igreja assi-naram a Concordata, que fazia do clero um aliado do regime nazista. Então co-meçaram a acusar o Antigo

Testamento de estar a servi-ço do Judaísmo. De tópico em tópico, a doutrina cristã foi sendo reformulada.

Niemöller, em 1934, vol-tou a protestar contra a per-seguição às igrejas; Hitler retrucou: “Somente eu deter-mino o que é, e o que não é cristão, o que a Igreja deve fazer!”. O pastor acabou sendo levado para um cam-po de concentração; depois de alguns anos, escapou da morte. Em abril de 1945, Bonhoeffer foi fuzilado.

Goering, o segundo ho-mem mais importante na hierarquia nazista, casou-se, tendo Hitler como padrinho, em 1935 na catedral de Ber-lim; foi quem assinou a or-dem para execução do plano de extermínio, conhecido como “solução final do pro-blema judeu”. Nessa mes-ma igreja, bandeiras com a suástica foram apresentadas diante do altar, numa liturgia nacionalista. A suástica subs-tituiu a cruz.*

Uma parte das igrejas não se preocupou com o Nazis-mo; a outra, a ele aderiu. Por sua vez, o Nazismo ocultou a obra de Bach e prestigiou a de Wagner. O memorial em homenagem a Mendelssohn, em Leipzig, foi destruído em 1936, e a sua obra completa-mente suprimida na Alema-nha, por ser judeu.

Em julho de 1937, era construído o campo de con-centração de Buchenwald, próximo de Weimar, desti-nado principalmente à tortu-

ra e morte de judeus.A política cultural nazista

alimentava um sentimento de primazia e superioridade: a música alemã era original e servia de modelo. Goebbels tinha escrito que a era da experimentação acabara. Por isso, a pureza musical deve-ria ser preservada contra as influências corruptoras dos judeus e dos anarquistas.

Muitos compositores euro-peus em 1938 tiveram suas obras classificadas como “música degenerada”. Em 1933 tinham sido queima-dos milhares de livros.

Se Weimar (democracia, l iberdade) precisava de tempo para se consolidar, Berlim (totalitarismo, opres-são) queria ampliar o seu espaço.

Sofisticando sua loucura, Hitler arrastou a Alema-nha para a Segunda Guerra Mundial. Durante três dé-cadas, o povo alemão pro-curou esquecer o pesadelo nazista, enquanto o seu go-verno buscava o “milagre econômico”.

No período comunista (1949-1990), houve restri-ções à liberdade religiosa e os organistas estrangeiros (como aconteceu com a bra-sileira Elisa Freixo e o belga Jean Ferrard) viajavam, na década de 80, no leste da Alemanha, sob constante vigilância da polícia de se-gurança do estado (Stasi). É possível que Jdanov tenha interferido no meio musi-cal alemão sob orientação

soviética. As comunidades de Leipzig e de Freiberg lideraram movimentos pela liberdade e reunificação das Alemanhas.

Apesar disso e das dificul-dades financeiras (a Região Leste da Alemanha é rural; houve declínio da minera-ção e da indústria pesada), nos últimos 20 anos, orga-nistas foram formados, a música foi eficientemente executada e cresceram os públicos apreciadores da música de órgão. Parece que as igrejas estão reto-mando suas plenas energias musicais e espirituais.

Posso repet i r as pala -vras de Sérgio Buarque de Hollanda, escritas em Ber-lim: “O povo alemão, saído da guerra, exibe um assom-broso poder de adaptação” (“Através da Alemanha”, O Jornal, 23 ago 1929).

Além do planejamento e da pontualidade, os alemães primam no cuidado com o preparo das pessoas para o exercício de seus ofícios e profissões. Há na atualidade uma intensa e diversificada atividade organística no leste alemão (nesta viagem percorremos quase dois mil quilômetros do seu territó-rio), reunificado em 1990 com a Alemanha Ocidental. Várias igrejas estão progra-mando recitais de órgão e concertos de música sacra. Desde maio, crianças e jo-vens estão participando de competições (entre estu-dantes de órgão, de outros

instrumentos e de canto) promovidas pelas escolas. É o caso de perguntar: conhe-cemos o caráter de um estu-dante pelos hábitos que ele tem na escola e leva para a igreja? Ou o caráter de um jovem crente pelos hábitos que ele tem na igreja e leva para a escola?

Desde a década de 50, vem aumentando a quan-tidade das gravações (em LP, CD, DVD, BLUE-RAY) da música de Bach. No ano que marcou o 250º ani-versário de sua morte, o coro de John Eliot Gardiner empreendeu uma peregrina-ção; no decurso desse ano, executou em 15 países qua-se 200 cantatas. Gardiner declarou-se inspirado pela maneira de Bach “suportar a tristeza e a adversidade, pelo senso de orgulho pro-fissional, temperado por sua profunda devoção e humil-dade”. Inopinadamente, a “Deutsche Grammophon” cancelou o contrato. Gar-diner fundou sua própria gravadora, a “SOLI DEO GLORIA”.

Na Alemanha, há séculos a política e a religião têm interferido na at ividade musical. Somente a músi-ca de Bach tem passado incólume entre as pressões políticas, eclesiásticas e comerciais.

*Ver documentário em DVD, “Swastika”, de Philippe Mora (1973).

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4 o jornal batista – domingo, 02/09/12

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Deserto, Justiça, Fertilidade

reflexão

A desertificação do planeta é consequ-ência da injustiça. Injustiça social. Ex-

ploração dos pobres e opri-midos. Consumismo e acú-mulo de riquezas por uma minoria. A manutenção da opulência dos poderosos vem exaurindo o solo. E o que era floresta virou de-serto.

A multiplicação das confe-rências ecológicas internacio-nais tem apenas construído muros de lamentação. Are-nas de acusações mútuas. E o endurecimento da sen-sibilidade dos governantes. Depois de cada diagnóstico dos caminhos causadores do nosso inferno ecológico, a impressão que permanece é preocupante. Parece que os países pobres querem ficar

emergentes, que os países emergentes querem ficar “de primeiro mundo” e que os países ricos continuarão in-sensíveis ao esgotamento do planeta. Não há Rio+20 que dê jeito!

O profeta Isaías, que co-nhecia a geopolí t ica de Deus, proclama a proposta divina: é preciso submissão à justiça divina. A ausência de retidão sempre produz infertilidade. Do solo, das pessoas, dos governantes, dos países. Por isso, Isaías vai mais adiante e diz ao povo cristão de hoje, o mes-mo que disse aos israelitas do passado. A justiça divina tem que habitar nosso cora-ção. Hoje, como sempre, é preciso buscar, “em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça”.

Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

A televisão atual tem poucas coisas que podem ser vistas por um escolhido de

Deus. Salvo algum programa esportivo, educativo, ou re-portagens sobre a natureza, os demais causam danos morais. As reportagens que desfilam a violência atual alimentam a nossa morbidade. Um dos programas que me deleitam são os que apresentam o fun-do dos mares. Acredito que na eternidade, libertos de nossas limitações, teremos a eter-nidade diante de nós para, estudando a obra da criação, louvarmos a Deus a cada nova descoberta. Já imaginaram um trabalho que nos faça explodir em louvores ao Criador? Lá jamais será um tédio.

A preferência pela exposi-ção do fundo do mar se dá em virtude da beleza das espécies de animais e peixes que lá habitam. A cada visão que se abre é uma surpresa. Isso também me ocorre quan-do mergulho no Sermão do Monte, contido nos capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. As bem aventuranças são interliga-das. Entro pobre na presença de Deus, saio milionário. Compareço chorando, saio consolado. Entrego meus direitos a Deus, torno-me herdeiro de muitos bens.

A terceira bem aventurança está contida na oração mo-delo, que muitos chamam de “O Pai nosso”. Uma vez que entrego todos os meus direitos a Deus, tornando--O soberano de minha vida, tudo que tenho, não será meu. É empréstimo. Na ver-dade, penso que devo ape-gar-me apenas ao céu. O céu é o único bem, que será meu para sempre. As demais coisas foram empréstimos. Ao orar não peço o pão de cada dia, ou seja, o meu pão. Meu pão já não será só meu, é de todos os necessitados que minha vista alcança. É pão nosso. Perdoo não para ser perdoado. Perdoo por que sou um perdoado. Ajo com os outros como Deus age comigo. Sempre que me arrependo sinceramente, ele me perdoa. É a plenitude da segunda bem aventurança. Os que choram os seus pe-cados serão consolados pelo perdão. Os que choram são os que olham os seus pe-cados, não os pecados dos outros. Se todos os membros de uma igreja, agissem assim, uma brisa celestial repousaria sobre a igreja. Ela se tornaria um pedacinho do céu na ter-ra. Como me é glorioso mer-gulhar no Sermão do Monte!

Quando olho para o Ser-mão do Monte, o primeiro peixão que me deslumbra é a primeira bem aventurança.

Quando me vejo de mãos vazias diante de Deus, acaba o desfilar de minhas virtudes e boas ações diante da Igre-ja. As obras que levo diante de Deus, para que tenham méritos diante Dele, de nada valem, como dizia Isaias aos seus contemporâneos, obras que depositamos aos pés de Deus. Elas estão manchadas pelo nosso pecado, ele as repele. A única coisa que não ofende a Deus é quando levo a Ele o sangue de Cris-to. Pela fé, o único bem que tenho, é o sacrifício de seu Filho, e esse sacrifício me lembra o que meus pecados fizeram a seu Filho. Sou não só culpado pelos meus peca-dos, sou culpado pela morte de seu Filho. Aquela multi-dão me representou. Através dela, lá estava eu clamando: Crucifica-O! Crucifica-O! Como, ir diante da igreja e começar a falar bem de mim mesmo? Esse pensamento me faz lembrar alguns monstros marinhos que vejo quando contemplo um filme sobre o fundo dos mares.

Bem, creio que os amados leitores já tiveram pequena amostra, de como um mer-gulho no Sermão do Monte, nos trás uma gloriosa vi-são da Graça divina. Deixo para cada irmão o desafio de novas descobertas que o mergulho lhe trará. Amém e Amém.

www.geograficaeditora.com.br

@geograficaed/geograficaeditora

A fidelidade pelo tradicional e clareza do atual,LADO a LADO.

Almeida Corrigida NVI

Ai de ti despojador, que não foste despojado, e que obras perfidamente contras os que não obraram perfidamente contra ti! Acabando tu de despojar, serás despojado: e, acabando tu de tratar perfidamente, perfidamente te tratarão.

Isaias 33.1

Ai de você, destruidor, que ainda não foi destruído! Ai de você, traidor, que não foi traído! Quando você acabar de destruir, será destruído; quando acabar de trair, será traído.

Isaias 33.1

5o jornal batista – domingo, 02/09/12reflexão

Eraldo Coelho BernardoPastor da IB Memorial em Manguinhos, Rio de Janeiro

O casamento bibli-camente falando é a união perene de um homem

com uma mulher. O casa-mento é um projeto de Deus, o Criador, e não de um soci-ólogo ou psicólogo ao longo da história.

Ao ler as páginas da Bíblia em Gênesis 2.18-22 vemos três motivos para o casamen-to:

1) Para vencer a solidão. “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só...” (v.18);

2) Para que um comple-te o outro. “Far-lhe-ei uma a judadora que lhe se ja idônea”(v.18). Homem e mulher são diferente no fí-sico. Um é largo de om-bros e estreito de quadris e a mulher o contrário. O homem é menos falante (há exceções), calculista, etc, e a mulher é mais falante e é muita emoção. O homem tem que estar escolhendo as palavras, muitas vezes, para não melindrá-la;

3) Para a formação de uma família, com responsabilida-de. “Portanto deixará o ho-mem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a mulher, e serão uma só carne”(v.24). Com a coabitação forma-se o lar e com a chegada de filhos a família. A Palavra diz que “Os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Sal. 127.3).

Dicas:Eis algumas dicas aos que

vão se casar e aos que estão casados, para a harmonia e felicidade no casamento:

1. Não discutam na presen-ça de outras pessoas. Deixem para fazê-lo reservadamente;

2. Não alterem a voz um com o outro, quando a dois, ou em presença de outros;

3. Lide com o cônjuge, sabendo que ele tem uma estrutura física e emocional diferente de você;

4. Não vivam criticando um ao outro. A crítica pene-tra e vai minando as forças, a alegria, a autoestima e a rela-ção vai se enfraquecendo, se deteriorando;

5. Fale sobre os pontos fortes do cônjuge (não dos pontos fracos), embora, com jeito, devamos falar sobre o que gostaríamos que mudas-se ou melhorasse para fazê--lo(a) mais feliz ainda;

6. Interferências. A Bíblia diz: “Deixará o homem a seu pai e a sua mãe...”. A Bíblia é precisa e cheia de sabedo-ria. Ao casarem-se não vão se tornar “inimigos” de pai e mãe, no entanto, as suges-tões que eles derem não te-rão maior peso do que as do cônjuge. O que o cônjuge pensa, agora, é que é mais importante. O lar saudável não admite interferências de terceiros;

7. Não revelem a ninguém a vida íntima do casal. Isto é assunto só de vocês dois. Há os fofoqueiros de plantão que querem bisbilhotar, que fazem perguntas diversas. Cuidado!

8. Cartão de Crédito. Não o emprestem a terceiros. Quan-do chega o dia do pagamento da fatura, muitas vezes você é que tem que procurar o tal “amigo”, “amiga”. Não, de forma educada, também é resposta;

9. Fiança. Cuidado ao lhe pedirem para ser fiador, ava-lista. Normalmente são pes-soas conhecidas que pedem. Diga que precisa falar com seu cônjuge primeiro e tente pular fora, a menos que tenha condições financeiras e tanta amizade pelo solicitante que

possa pagar caso ele não o faça. Vale a pena ler Provér-bios 22.26,27.

10. Boa comunicação. Conversem bastante. Se vai chegar mais tarde em casa, se houve algum imprevis-to, etc. Use o telefone, o Ipad ou outro meio, mas se comunique. Não permi-ta que o(a) esposo(a) fique desinformado(a). Não dê brechas para que o Inimigo semeie a desconfiança e sur-jam raízes de amargura no relacionamento;

11. Dê notícia boa, sempre! Isto mesmo. Comece o seu dia dando notícia boa vinda da Bíblia e das circunstân-cias;

12. Lugar especial. Seja a sua casa o lugar mais especial possível. Curtam esse lugar!

13. Casados. Quando se casa deixa-se de ser solteiro (óbvio), no entanto, há nu-bentes que se casam e que-rem continuar com a rotina de quando era solteiro. Vão para as reuniões dos amigos, para o futebol e o cônjuge fica em casa sozinho. Já vi nesses não poucos anos de Ministério Pastoral casais se separarem por isso. Os ami-gos eram mais importantes. Mas, também, não tente asfi-xiar (tirar o oxigênio) do seu cônjuge. Deixe-o gostar dos seus hobbies.

14. Não seja implicante. Que é isso? Tudo o que o cônjuge faz ou deixa de fa-zer é motivo de crítica. A bagunça momentânea em um ambiente pode ser rapida-mente revertida. A gente quer se sentir à vontade em casa. Creio que muitos cônjuges poderiam chegar mais cedo em casa, mas não o fazem por causa do clima que se instalou ali;

15. É proibido adivinhar. Não pense que o marido vai adivinhar algo que a espo-sa quer que ele faça. Peça, verbalize, mas com jeito. Se quiser mandar não vai conseguir nada. Os mari-dos chegam em casa e por algum tempo ficam calados (alguns...). Deixe-o assim. Não fique perguntando nada. Deixe-o tomar seu banho, relaxar um pouco e, aos pou-cos... a língua dele vai se soltando, espontaneamente. Os homens chegam em casa e se desligam. As mulheres começam a falar e até parece que eles estão escutando.... As mulheres pensam o tempo todo, não se desligam com facilidade.

Há muito tempo cantáva-mos assim: “Sempre melho-rando, sempre melhorando, sempre melhorando no Se-nhor...”. Que tal continuar-mos com esse mesmo desejo e ação?

Casamento para quê? vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

Falar, ouvir ou escrever sobre a problemáti-ca do abuso sexual à criança e ao adoles-

cente é uma tarefa espinhosa. Escrevo este artigo da cidade de Curitiba onde participo de um seminário para líde-res de ministérios cristãos sobre como enfrentar este problema.

Lembro-me que já por duas ou três vezes o tema “abuso sexual” foi alvo de minhas preocupações aqui na colu-na “Em família”. Enquanto há um espaço na programa-ção do seminário, me retirei e tentei enumerar alguns passos importantes, para os pastores e igrejas, pensa-rem como podem ajudar as famílias na prevenção e no cuidado das vítimas do abuso sexual.

Vou tentar enumerar alguns possíveis caminhos para que nossas igrejas e pastores se-jam relevantes quanto a esta matéria.

1 – Aceite a ideia de que este problema pode, com grandes possibilidades, fazer parte da igreja

O primeiro passo para agir-mos neste campo de batalha é aceitar que, possivelmente, há pessoas e famílias que es-tejam lutando silenciosamen-te, com este problema. Isto não deveria nos surpreender, pois vivemos numa socieda-de, e as famílias fazem parte dela, é decaída e marcada pelo pecado.

2 – Procure conhecer, através da literatura, mais sobre a problemática do abuso sexual

Muitos livros, seculares e cristãos, estão disponíveis no mercado. Artigos científicos estão disponíveis na internet. Urge os pastores e líderes de crianças e adolescentes, especialmente, conhecerem os aspectos que envolvem a questão.

3 – Leve os líderes de sua igreja a se capacitarem a respeito do tema

Palestras, seminários po-dem ser realizados com a liderança, especialmente, como já afirmei acima, de

crianças e adolescentes. Psi-cólogos e assistentes sociais podem, com certeza, tratar da matéria nesses seminários. Quem sabe a Ordem dos Pas-tores Batistas do Brasil não abrace a ideia de se começar a falar sobre a questão e as-sim, conscientizar e preparar os pastores para tratarem da problemática, na forma da prevenção e aconselhamento pastoral.

4 – Procure saber mais sobre como a igreja e a fa-mília podem ser um lugar de proteção

A igreja precisa tornar suas dependências um lugar segu-ro para crianças e adolescen-tes. Abusos sexuais podem acontecer nas dependências da igreja. Para que isto não aconteça é preciso formu-lar um código de condutas de segurança para evitar o abuso.

5 - Ajude as famílias na questão da prevenção

Abuso sexual pode ser evi-tado. Brasileiros geralmente não valorizam, como deve-riam, os aspectos preventi-vos. Esclareça aos pais sobre temas que envolvem o abuso sexual. Crianças e adolescen-tes que frequentam nossas igrejas precisam se ouvir e serem ouvidas neste sentido.

6 – Faça da igreja um lugar de cura, um espaço terapêu-tico

Em nossas igrejas há pesso-as (vítimas e abusadores) que precisam ser tratados com a graça curativa de Jesus Cristo. O abuso sexual é, em sua gênesis, uma consequência da queda humana (Gên. 3).

7 – Faça da sua igreja uma bênção nesta área

Deus tem levantado pesso-as e instituições para serem uma resposta ao desafio do abuso sexual. Movimentos como “Bola na rede” (bola-narede.org) tem se levantado no Brasil para ajudar a igreja a ser bênção para a socieda-de brasileira. Peça ajuda às organizações que trabalham com famílias (Ministério OI-KOS e outros) para ajudarem a pensar sobre o tema.

6 o jornal batista – domingo, 02/09/12 reflexão

Carlos Henrique FalcãoPastor da IB da Liberdade, RJ

“... eu era muito boba. Ouvia as coisas e fi-cava calada, só ‘engo-lindo sapo’. Agora ela

vai ver só. Se gritar comigo eu vou responder à altura”. É claro que eu não pude deixar de ouvir esta fala de uma pessoa que era conhe-cida como “evangélica”. Ela estava falando aos gritos, atitude ruim para qualquer um, evangélica ou não. A expressão “engolir sapo” significa a pessoa que é con-trariada, ofendida ou ataca-da emocionalmente e não reage, fica calada, não diz

Jonas de OliveiraPastor e colaborador de OJB

Seria desnecessário anotar que estamos fa-zendo um trocadilho com as já terminadas

Olimpíadas, em Londres, que se sucedeu entre 27 de ju-lho e 12 de agosto de 2012. Como sempre efervesceram as nações, uma verdadeira festa que ocorre de quatro em quatro anos. A próxima, se Deus quiser, será no Bra-sil. Cremos que poderá ser muito melhor, por sermos os anfitriões naquela oportuni-dade e jornada. Mas para isso os brasileiros deverão garim-par novos talentos, como já foi feito agora e desenvolver melhor a disciplina técnica e tática para maior desenvol-tura e alcance de medalhas no pódio. Vimos muitos pu-larem de alegria devido a essa condição em Londres,

nada. Continuando a minha pesquisa, descobri que o animal que engole sapo é serpente. Então se temos muitos “evangélicos” engo-lindo sapo, também temos serpentes vestidas com peles de ovelhas. Penso que se Jesus estivesse ensinando o Sermão do Monte hoje, diria para tomarmos cuidado com as pessoas que são serpen-tes, mas estão disfarçadas de ovelhas.

A Bíblia é clara quanto ao comportamento da ove-lha, isto é, do cristão ou, se preferir, do evangélico. Ne-nhum versículo é colocado como forma de regra para ser praticada. A Bíblia fala

porém, muitos também cho-rarem de tristeza por não terem conseguido nada ou alguns que queriam o ouro mal ficou com o bronze, principalmente, no nosso caso.

Para que se faça jus a uma mudança radical para al-cançarmos a excelência em 2016, no Rio de Janeiro, é mister que se tenha muita dedicação, disciplina, treina-mento, preparo físico, moral, intelectual, social e acima de tudo espiritual. É preciso estar bem arregimentado na sua fé na vitória, para alçar-mos muitos pódios e muitas medalhas. Nossa meta míni-ma será de 30 medalhas, e se não alcançarmos, surgirá uma frustração maior ainda, devida a falta de fé e compe-titividade.

Na vida cristã, em nossa fé genuinamente evangélica e bíblica, devemos correr tam-

da natureza do cristão que vive de acordo com a Pala-vra. Praticar a Palavra é viver naturalmente o que a Palavra orienta. Jesus mesmo diz que o cristão será julgado por sua palavra (João 12.48). “Aquele que obedece à sua palavra, está aperfeiçoado no amor de Deus. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como Jesus andou” (I João 2.5,6).

O cristão é destinado por Deus para ser conforme a imagem de Jesus (Rom. 8.29) e também “ser para louvor da glória de Cristo” (Ef. 1.11). A vida do cristão glorifica a

bém a carreira da fé, men-cionada em Hebreus 11 e 12. Onde no primeiro texto o autor anônimo, mostra-nos os exemplos e testemunhas de fé, desde Abel até Mala-quias, embora esse não seja explicitamente mencionado como outros por sugestão como Isaias, que fora serrado dentro de um tronco, confor-me tradição histórica. A fé deverá para nós, os cristãos do século XXI, navegar em campos nunca antes percor-ridos, para que a nossa estru-tura de fé seja exercitada de tal maneira, que pelo menos um pódio seja, conforme diz Paulo aos Coríntios (I Corín-tios 9.14-27) devidamente alcançado.

Ele diz que muitos correm no estádio, mas apenas um leva o prêmio. No caso das Olimpíadas a chance ainda é maior, a graça se expande mais ainda, e três concorrem

Cristo naturalmente. É a sua natureza. É o cristão cruci-ficado em Cristo e vivendo em Cristo pela fé (Gál. 2.20). A sua natureza se confunde com a natureza de Cristo. Sendo assim, o cristão con-segue viver como Cristo nas situações que se apresen-tam. Por isso Jesus espera que a nossa atitude diante das agressões seja o que ele mesmo ensinou em Mateus 6.38-47. Vivendo dessa for-ma Jesus chega a afirma que poderemos viver a perfeição de Deus - o amor (Mat. 6.48; Col. 3.14; 1 João 4.7,8).

Sendo igual a Jesus o cris-tão não “engole sapo”. Sen-do igual a Jesus o cristão,

entre outro, prata e bronze. Podemos verificar que no capítulo 3 da mesma epístola o apóstolo fala da nossa obra também, que é feita mediante a nossa proposta de fé, dedi-cação, renúncia, disciplina, zelo e amor pelo Reino de Deus. E iremos verificar a aprovação final daquilo que plantamos quando colher-mos, se será feno, madeira, palha ou ouro. Porque caso não seja as mais firmes e in-destrutíveis, iremos ver nos-sas obras serem queimadas, e sermos salvos como que pelo fogo. Não vale a pena correr nossa jornada ou carreira de fé, sem fé, ou com quase nenhuma ou absolutamente nada de fé, cumprindo-se aquela palavra do Mestre: “Quando o filho do Homem voltar, porventura achará fé na Terra?”

A fé das Olimpíadas de-pende e se baseia muito no

ama, perdoa, diz palavras que edificam, é bondoso, benigno, tem domínio pró-prio, é paciente, é manso. Sendo igual a Jesus o cristão também é cheio do Espírito Santo e por isso as quali-dades naturais do Espírito podem ser encontradas em sua vida indicando alguém que permanece em Cristo (I João 3.26). Sendo igual a Jesus não será difícil para o cristão por em prática a vida de Jesus, que é por em prática a palavra de Jesus e o mesmo que dizer que está cheio do domínio do Espírito Santo. Agora, se você está engolindo sapo, você não se parece com Jesus.

apoio financeiro, material, moral, esportivo, técnico, quem sabe até intuitivo, mas no nosso desafio e competi-tividade cristãos, carecemos de um alvo que jamais deve ser negligenciado para al-cançarmos o pódio da nossa Olimpíada da fé. É ela mes-mo que deve ser alicerçada na justiça de Deus, na glória e na graça de Deus, no san-gue remidor de Jesus, autor e consumador da nossa fé. É hora de encararmos em nos-sas igrejas, denominação, e principalmente no Reino de Deus, que sejamos comple-tamente dominados pela fé, e arraigados e edificados nela ganhemos todas as medalhas que Deus e Jesus tem prepa-rado para nós aqui na Terra e lá no céu! (Mateus 25.14-30, Hebreus 11.1-40; 12.1-29).

“Onde nossa fé Jesus con-templará” (Hino 160 CC). Soli Deo Glória.

7o jornal batista – domingo, 02/09/12missões nacionais

Tiago MonteiroRedação de Missões Nacionais

Esse tema nos guiará nas semanas que vi-rão, durante o mês de Missões Nacionais.

E não é difícil compreender o motivo pelo qual damos continuidade a essa proposta. O cenário obscuro em que se encontra o povo brasileiro e a falta de conhecimento do verdadeiro Deus impedem não só uma perspectiva de futuro no céu, mas o desen-volvimento de uma socie-dade mais justa, igualitária. Para mudar esse quadro, só com a força do evangelho chegando em cada lugar, como a luz de um grande ho-lofote penetrando nas trevas. Por isso eu e você precisa-mos ser luz!

Baseados na mensagem bíblica de Mateus 5.16 – “As-sim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” – queremos incentivá-lo a fazer com que sua igreja respire missões. Contamos com você, amado pastor, no direcionamento de seu rebanho, propondo--lhes um olhar reflexivo e uma postura atuante para sanar as necessidades de evangelização nas seguintes áreas: Grupos Étnicos, Minis-tério Cristolândia, Plantação de Igrejas Multiplicadoras, Povos Indígenas e Projeto Amazônia.

EtniasHoje , mais

de 220 etnias (estrangeiros)

e s t ã o r e p r e -sentadas em nosso país. Para alcançar estas etnias, Missões Nacionais traba-lha basicamente em duas ações: a primeira trata-se do mapeamento dos grupos e a capacitação de obreiros para a implantação de pro-jetos; a segunda consiste em promover ações sociais focadas nas necessidades existentes em cada grupo estrangeiro representado. Atualmente, Missões Nacio-nais tem projetos iniciados entre africanos, árabes, chi-neses, ciganos, hispânicos e japoneses, envolvendo 11 missionários. Logica-mente, precisamos de mais obreiros e isso requer mais investimentos.

Transformando Cracolândias

em CristolândiasO Ministério

Cristolândia tem sido hoje a principal fer-ramenta miss ionária de alcance de dependentes químicos em nosso país. A relevância desse projeto é imensa, mostrando que o acolhimento, pautado numa formação espiritual e execução de processo terapêutico são itens es-senciais de um trabalho que virou referência na-cional.

Atualmente contamos com Missão Batista Cristolân-dia em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Es-pírito Santo, Distrito Fede-ral e Belo Horizonte; cinco Centros de Formação Cristã (CFC) em São Paulo, sendo três para homens e dois para mulheres, e um CFC no Rio de Janeiro para homens. O apoio de sua igreja é essen-cial para a manutenção e o crescimento desse trabalho.

Visão multiplicadoraPara se r luz , é

preciso ter visão. E nesse caso, não há

melhor visão do que a bíbli-ca, que nos faz reconhecer a autoridade do Espírito Santo como ignição do pro-cesso de salvação de vidas, tendo como base Atos 1.8. Por meio de conferências e treinamentos, Missões Nacionais vem desafiando líderes a priorizarem o pro-cesso de multiplicação de discípulos como chave para a conquista da Pátria. Una--se a nós no envio de obrei-ros que possam multiplicar esse processo em grandes e pequenas cidades brasilei-ras. Seja nosso aliado.

Povos indígenasHoje, a Junta

de Missões Na-cionais conta

com 30 obrei-ros dedicados ao

ministério indígena. São 17 diferentes etnias com

trabalhos batistas já implan-tados. Mas, porque Cristo se preocupa com os índios brasileiros, desejamos am-pliar este número, contando também com a formação de missionários autóctones.

Atualmente, existem 240 grupos indígenas no Brasil e um pouco mais da metade foi alcançada pelo evange-lho. Leve os vocacionados de sua igreja a refletirem de maneira especial acerca desse trabalho. As tribos clamam pelo conhecimento do verdadeiro Deus.

RibeirinhosHá em toda

a bacia amazô-nica aproxima-

damente 38 mil comunidades, al-

deias e lugarejos perto dos rios. E cerca de 30 mil delas não têm sequer uma igreja evangélica. Missões Nacio-nais deseja enviar anual-mente 40 radicais (solteiros ou casados sem filhos) para a região, divididos em duas turmas (1º e 2º semestre).

Os jovens de sua igreja podem fazer parte desse grupo. Como líder espiritu-al, sua palavra de incentivo é essencial para que eles possam ser instrumentos nas mãos do Senhor de Missões.

Material de campanhaO material de campanha

já foi enviado às igrejas batistas de todo o país e devem chegar ainda na pri-meira semana de setembro.

Os desafios citados acima são abordados de maneira mais detalhada nas revistas do Promotor, Infantil, carta-zes, faixas e outros materiais que disponibilizamos.

Neste ano, o conteúdo destinado aos pastores será publicado na edição de se-tembro da revista Pregação e Pregadores, da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil. Essa parceria facilita o pro-cesso de distribuição, fazen-do com que as propostas de sermões e editoriais para bo-letim cheguem diretamente às mãos de nossos líderes.

Ainda temos algumas novi-dades em 2012. Uma delas é que o Caderno de Gratidão não seguirá na versão im-pressa. Ele estará disponível apenas na versão digital, po-dendo ser baixado no site da campanha www.sejaluz.com . Essa estratégia ajuda a reduzir os custos de pro-dução. Se for o caso, com o arquivo disponibilizado, sua igreja poderá imprimir o con-teúdo completo ou apenas as páginas de interesse. Outra novidade refere-se ao DVD da campanha. Ele foi enviado separadamente, junto com a edição de setembro da revista A Pátria Para Cristo, que traz, entre outras matérias, um es-pecial da MEGATRANS.

Junte-se a nós e seja luz! Que você, amado líder, possa ser usado pelo Espírito Santo como um mobilizador da obra missionária. Como você bem sabe, a seara é grande e poucos são os ceifeiros.

‘Em um Brasil em Trevas, Seja Luz’

8 o jornal batista – domingo, 02/09/12 notícias do brasil batista

Arina PaivaSecretária de Redação da CBB

A reunião do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira, realizada em agosto, come-çou com o pastor Paschoal

Piragine Junior, presidente da CBB, na direção de frases de gratidão e louvor a Deus pelas maravilhas vividas. O cora-ção de todos se encheu de alegria pelo que Deus tem feito em cada departa-mento e cada estado do país. “Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas; Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno” (Deuteronômio 8.7,11).

Foi com esta gratidão e visão que a liderança da CBB realizou a reunião do Conselho Geral nas novas instalações. Cumprindo uma meta já estabelecida em reunião anterior, a sede da Con-venção Batista Brasileira se transfere oficialmente para a rua José Higino, nº 416, prédio 28, no bairro da Tijuca, onde funciona o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Foi perceptível a satisfação dos membros do Conselho em estar num ambiente agradável e em contato com a Floresta da Tijuca.

Pastor Mark Greenwood e Luciene Fraga, do Departamento de Ação So-cial (DAS) da CBB, apresentaram os desafios do departamento. O primeiro é implantar DAS por todo o país até 2015, e com esta visão promoverá em novembro o 1º Encontro de Coorde-nadores de Ação Social. O convite foi estendido para os presidentes e exe-cutivos das convenções que ainda não possuem DAS, para um levantamento de possibilidades e direcionamento de como construir este abençoado de-partamento. Foi também apresentado o livro “Ministério Social Cristão”, de autoria de Alice Cirino e pastor Mark Greenwood, que foi feito para auxiliar aqueles que pretendem começar um ministério social e também direcionar os ministérios já existentes.

Como mais uma ação da Convenção Batista Brasileira, o pastor Sócrates Oli-veira, Diretor Executivo, salientou o fato da CBB estar investindo em um sistema operacional para controle financeiro e administração e finanças das conven-ções. O controller, Maurício Bastos, está contribuindo na administração financeira das convenções, igrejas e se-minários. Destacou também as ações do Departamento de Educação Religiosa – DER que reinicia um novo tempo com a nova nomeclatura em todo material de apoio e estudo batista, agora como Literatura Batista.

Ainda na área de Literatura Batista, foi diagnosticado a falta de editores. Por isso está sendo construída uma rede de escritores e consultores para contribuir com textos para a publicação de litera-tura batista educativa.

Pastor Sócrates ainda apresentou os desenvolvimentos de liderança rea-

lizados pelos departamentos da CBB em conjunto, como curso de formação ministerial, publicação de revistas e artigos teológicos, curso de mestrado reconhecido pelo MEC, Congresso SIM – Todos somos vocacionados, curso de formação missionária alinhado com JMN e JMM, programa de capelania.

Ao apresentar o relatório do projeto Seja Luz, da Junta de Missões Na-cionais, o pastor Fernando Brandão lembrou da vida do voluntário Roberto Luiz de Carvalho, que faleceu durante a realização da Megatrans. Foi lembra-do que nos seus últimos dias de vida esteve fazendo a vontade de Deus, nos caminhos de Deus.

Também com a certeza que foi feita a vontade de Deus durante o projeto Seja Luz, pastor Fernando Brandão apre-sentou algumas das diversas vitórias alcançadas com os 100 Dias de Oração e a Megatrans. Destacou a história da jovem Mirian Marques, de Tramandaí, RS, que aceitou a Jesus como seu Sal-vador em 2011 durante uma Trans e conta que se apaixonou por missões ao conhecer este trabalho. Mirian já havia sido evangelizada algumas vezes, mas foi impactada quando abordada por pessoas que como ela estudam, traba-lham, mas diferentemente separam um tempo do ano para fazer missões no campo. Desta maneira prática Mirian entrou no evangelho crendo que pre-cisava compartilhar do amor de Deus com outras pessoas. Mirian participou do Congresso SIM e compreendeu que hoje ela pode usar a sua profissão para falar sobre o amor de Deus. Foi com esta experiência e este pensamento que Mirian participou como voluntária da Megatrans.

Após ouvir o relatório e as vitórias vindas através da Megatrans, o pastor Joel, da PIB do Recife, faz um apelo para que as convenções estaduais utili-zem seus acampamentos batistas para o trabalho de reinserção social das pesso-as que saíram das cracolândias. Assim como também igrejas que tenham acampamentos batistas. Dessa forma estariam utilizando seus acampamentos de maneira produtiva durante todo o ano, abençoando vidas.

Ao final pastor Fernando Brandão convida um nordestino e apresenta o hino, com ritmo nordestino, para a pró-xima campanha de missões nacionais. Uma linda surpresa foi apresentada, era o pastor Sócrates Oliveira vestido como um legítimo nordestino. Pastor Sócrates aproveitou para desafiar a todos a continuar a Megatrans, e em especial no Piauí, que tem uma grande necessidade de evangelização. Segun-do pesquisas, o Piauí é o estado menos evangelizado e o objetivo é mudar esta realidade.

Finalizando a reunião do Conselho Geral da CBB, a Convenção Batista Paraibana, através do pastor Linaldo de Souza Guerra, coordenador local da 94ª Assembleia, em João Pessoa, mostrou um vídeo apresentando as ins-talações que acomodarão este grande movimento.

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Convenção Batista Brasileira em nova casa

9o jornal batista – domingo, 02/09/12notícias do brasil batista

Tarcísio Farias GuimarãesPastor da PIB em Divinópolis, MG

A Primeira Igreja Ba-tista em Divinópolis (MG) tem cultivado, ao longo de seus 93

anos de existência, um com-promisso crescente com a pregação do Evangelho em toda Terra. Quase 20 Igrejas foram organizadas, muitos membros foram enviados aos Seminários e seguiram para a seara do Senhor, assim como nunca faltou apoio às agências missionárias manti-das pelos batistas brasileiros. Atualmente, promovemos as Campanhas de Missões Regionais (Associação das Igrejas Batistas do Oeste de Minas), Estaduais (Conven-ção Batista Mineira), Nacio-nais e Mundiais (Convenção Batista Brasileira). Mante-mos convênios com agências missionárias citadas, con-cedemos bolsas de estudos a 6 seminaristas, enviamos um membro de nossa Igreja para o campo missionário da América Central (Projeto Radical Sênior) e mantemos 6 congregações, sendo que três estão em Divinópolis e outras três em municípios da

região centro-oeste de Minas.Fiéis à ordem do Mestre

Jesus, organizamos recen-temente a Congregação Ba-tista da Liberdade, fruto da capelania prisional iniciada na Penitenciária Floramar em 2 de agosto de 2011. Uma população carcerária de quase 600 pessoas tem sido atendida semanalmente pelo Ministério de Evangelização e Discipulado. Aconselha-mento, ensino bíblico, ora-ção e assistência social tem sido algumas ações desenvol-vidas por membros de nossa Igreja que passam as tardes de terça-feira com os internos dos pavilhões Masculino 2 e

Feminino.Para a glória de Deus, em

7 de agosto deste ano, fo-ram ouvidos em profissão de fé 7 detentos convertidos ao Evangelho, os quais tem perseverado no testemunho cristão em um ambiente inós-pito. Em seguida foram bati-zados numa piscina, trajan-do vestimentas apropriadas para o batismo, enquanto ouviam hinos entoados por 7 membros de nossa Igreja que foram testemunhar do feito histórico, já que esta é a primeira ocasião em que a direção da Penitenciária autoriza a realização de ba-tismos por imersão.

Como foi emocionante ou-vir declarações que demons-tram convicção de salvação eterna, compromissos com a Igreja e com a nova vida al-cançada em Cristo Jesus. Lá-grimas dos que foram batiza-dos somaram-se às lágrimas daqueles que testemunharam do poder do Evangelho atu-ando em corações marcados por uma longa caminhada de delitos. Ao final, ouvimos uma mensagem musical pre-parada pelos novos membros de nossa Igreja, num ambien-te recém-pintado por eles, a fim de oferecerem um local agradável para a celebração dos batismos.

O testemunho por meio da profissão de fé e do ba-tismo surpreendeu a muitos funcionários da Penitenciá-ria, que solicitaram dispensa temporária do serviço para acompanharem os batismos. Alguns destes pediram para tirar fotos e conhecer melhor a nossa Igreja, ao tempo em que confirmavam a mudan-ça de vida notável daqueles detentos. Um dos direto-res declarou que o pavilhão masculino onde atuamos é o mais perigoso, mas é também o mais disciplinado desde que chegamos àquele local.

A Congregação Batista da Liberdade foi organizada naquele dia, é liderada pelo seminarista Alex Oliveira, nosso coordenador de Evan-gelização e Discipulado, e é assistida pela membresia da Primeira Igreja Batista em Di-vinópolis, porque almejamos no dia final ouvir do Senhor: “estive na prisão, e fostes ver--me” (Mateus 25.36). Cremos que o Deus eterno “liberta aqueles que estão presos em grilhões” (Salmos 68.6) e atende às nossas orações “para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sen-tenciados à morte” (Salmos 102.20).

Nasce a Congregação Batista da Liberdade

Congresso dos Batistas Letos impactado

Pr. Tarcísio (4º da esq. para dir.) com os irmãos batizados e demais membros da PIB em Divinópolis

Pr. Benjamim William KeidannPresidente da Associação Batista Leta do Brasil

Lá no Rio Grande do Sul, nos gelados dias 06, 07 e 08 de julho, reuniram-se os Ba-

tistas Letos do Brasil para mais um grande Congresso. Foi na cidade de Ijuí, onde a Igreja Batista Brasileira montou excelentes equipes para receber com muito ca-rinho os participantes vindos de 30 cidades de diversos Estados do Brasil e da Bo-lívia. Para quem chegava logo eram oferecidos o pi-nhão cozido e o chimarrão quentinho. No templo, um ambiente agradável com as instalações de ar quente e os bancos estofados. Ao lado, a cozinha e o refeitório, onde foram servidos pratos da culinária leta e o famoso churrasco dos pampas. Para a noite de abertura tivemos o privilégio da apresentação da Banda Municipal Carlos Gomes, acompanhando o canto dos hinos nacionais do Brasil, da Letônia e do Rio Grande do Sul, além do Co-

ral da Associação das Igrejas Batistas da região durante o culto. Foram proporcionadas também visitas a Casa Leta, que funciona junto de outras etnias no Parque de Exposi-ções, e na Igreja Batista Leta e o cemitério dos pioneiros na histórica localidade “Li-nha 11”.

A Associação Batista Leta do Brasil louva a Deus pela vida do pastor Paschoal Pira-gine Jr., que deixou os mais de 350 participantes edifica-dos a cada culto, com desa-fiadoras mensagens em torno do tema “Conectados em Cristo, frutifiquemos”, sem-pre com base em João 15.5. Na reunião do Departamento Feminino o pastor Piragine apresentou o inspirativo tema do Concerto de Oração, e para o Culto missionário do Departamento Jovem as im-portantes lições práticas do livro do profeta Jonas.

Como acontece tradicio-nalmente entre os Batistas Letos, cantamos os Hinos congregacionais em Por-tuguês e em Leto, tivemos oportunidades de ouvir os belos Hinos da Orquestra da Igreja de Giruá, dos Coros

Reunidos “Gunnars Tiss” e do Coral dos Jovens.

O 63º Congresso da ABLB foi realizado num clima de muita comunhão e harmo-nia, proporcionando uma inédita reeleição de todas as diretorias. Toda a programa-ção dos cultos foi transmiti-da diretamente pela internet, sendo acompanhada pelos letos em diversos países. A apresentação dos vídeos dos campos missionários nos motivaram a continuar investindo na obra, nas ora-ções e aumentar o valor dos auxílios financeiros mensais.

Para o próximo ano, temos o convite da 3ª Igreja Batista de Criciúma, que se prepara desde já para hospedar o Congresso nos dias 30 e 31 de maio, 01 e 02 de junho de 2013, com reuniões tanto naquela cidade de Santa Ca-tarina, como em Rio Novo, onde há 120 anos foi organi-zada a Primeira Igreja Batista dos Letos no Brasil.

Convocamos os leitores de O Jornal Batista para conti-nuarem orando pelos Batis-tas Letos do Brasil, nas Igre-jas, Grupos Letos e desafios missionários.

Pr. Piragine e casal Keidann

Banda e Coral

10 o jornal batista – domingo, 02/09/12 notícias do brasil batista

Zeli Petrucci da SilvaEducadora Religiosa

Com alegria, emo-ção e muita grati-dão a Deus, a MCA (Mulher Cristã em

Ação) da Igreja Batista da Esperança, em Governador Valadares, Minas Gerais, comemorou nos dias 25 e 26 de março de 2012 seus 45 anos de organização, contan-do sua história de lutas, con-quistas e bênçãos de Deus.

É uma organização da Igre-ja que tem oferecido dife-rentes oportunidades para o aperfeiçoamento da mulher. Nesses 45 anos de existência, a MCA manteve-se firme em suas atividades, contribuindo para o avanço do Reino de Deus nesse lugar, evangeli-zando, discipulando, visitan-do as famílias, intercedendo, dando assistência às ges-

Pr. Odenir Figueiredo Jr.Coordenador executivo de QCM

Uma pergunta que r e s p o n d e m o s muito rápido e sem reflexionar:

DEUS CUIDA! É muito fácil colocar em Deus a responsa-bilidade de resolver os pro-blemas derivados de nossa falta de mordomia pessoal. Comemos mal e mais do que deveríamos, não nos exercitamos, vivemos uma vida indisciplinada e estres-sada, em consequência fica-mos obesos, nosso coleste-rol sobe, nosso triglicérides sobe, nosso açúcar chega ao nível de uma diabete, nossa pressão arterial se vai às altu-ras, desenvolvemos úlcera, artroses, ficamos diabéticos, enfartamos, entramos em um Burnout físico e emocional, com consequências diretas em nossa vida espiritual e profissional.

Não cuidamos de nossa fa-mília, porque estamos ocupa-dos em “fazer a obra do Se-nhor”, esquecemos totalmente que é Deus o Senhor da Obra. Nosso matrimônio fracassa, nossos filhos ficam revoltados,

tantes, bebês, participando integralmente de Missões, realizando estudos de grande relevância espiritual.

Tem em suas reuniões o aumento significativo de ar-roladas. Nossa presidente é uma jovem senhora, a irmã Waleska Carolina Pereira, que com o seu dinamismo e dedicação tem alçado a bandeira cristã, ganhando assim muitas mulheres novas em idade.

Contamos nesses dois dias de festa, com a honrosa pre-sença da irmã Marlene Bal-tazar da Nóbrega, presiden-te da UFMB para América Latina, que trouxe poderosas e abençoadoras mensagens para toda a Igreja. No sábado de manhã ela falou aos pas-tores batistas da cidade so-bre a Integridade Cristã; nas demais reuniões de sábado à noite, domingo pela manhã

apenas por misericórdia de Deus, alguns sobrevivem espi-ritualmente. Queremos Fazer antes de Ser, e aí entramos no Burnout espiritual, entramos no paradoxo de “estar na obra do Senhor” e não ter tempo para estar na presença do “Se-nhor da Obra”.

Entramos naquilo que cha-mamos de “Complexo Mes-siânico”, queremos tomar o lugar de Deus e do Espírito Santo, agimos como se Deus dependesse de nós e não nós Dele. Depois de tudo queremos que Deus cuide..., que ele nos cure e nos ajude a sair deste que chamo de “comportamento suicida”, que tem haver com nossa total falta de mordomia inte-gral. Esteja seguro que se não nos cuidamos, o tempo vai passar a fatura.

Meu amado leitor, está na hora de fazer um inves-timento em sua vida espi-ritual, emocional e física, fundamental para aqueles que desejam ser usados por Deus para cuidar por um longo tempo de outros. Um Burnout físico, emocional e espiritual, pode ser o fim de seu ministério, de sua vida profissional e de sua família.

e a noite, Deus a abençoou grandemente usando o tema: “Ser como Cristo, Meu Ide-al”.

Na ocasião o coral da MCA sob a regência da Ministra de Música, Waleska, e pianista Cláudia Petrucci da Silva Bu-zza, abrilhantou os trabalhos apresentando inspirados hi-

Deus deseja te usar por mais tempo...CUIDA-TE!

“Cuidando-se para cuidar” é a temática de nossa Tercei-ra Conferência Internacional, “¿Quién Cuida de Mí?”, pro-movida pelo departamento de Educação Clínica Pastoral, da Universisad Centro Médi-co Bautista, juntamente com nosso hospital universitário.

Conferência dirigida a todos cuidadores, líderes, pastores e esposas, profissio-nais de saúde, psicólogos, capelães e também para os Cuidadores familiares.

Será realizada em Assunção, Paraguai, nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 2012. Estare-mos enfocados na saúde inte-gral do Cuidador em três áreas: física, emocional e espiritual. Os temas desenvolvidos serão: “O Coração do Cuidador”, “A família do Cuidador”, “As finanças do Cuidador”, “O desanimo do Cuidador”, “O Cuidador familiar” (aqueles que estão cuidando de um familiar enfermo ou descapa-citado, que já não pode cuidar de si mesmo).

Esperamos você em nossas conferencias. Para maiores informações escreva-nos di-retamente: odenirf@hotmail.

nos. Na segunda-feira à noite, foi comemorado 11º aniver-sário do Grupo Vida, Terceira Idade da Igreja Batista da Esperança, sob a direção da irmã Mary Gláucia Ribeiro da Cruz, onde também a irmã Marlene Baltazar da Nóbrega pôde trazer, mais uma vez, mensagem poderosa e inspi-

com, ou entre em nossa pá-gina da internet: www.quien-cuidademi.com

radora. O coral da Terceira Idade apresentou nessa oca-sião, inspirada música sacra sob a regência da irmã Zeli Petrucci da Silva.

Foi uma festa espiritual muito proveitosa e abençoa-dora. A Deus toda a honra e toda a glória.

O valor da inscrição é o equivalente a R$200, não inclui hospedagem.

45 anos de vitória

Quem cuida de mim?

Coral da MCA Coral da Terceira Idade Igreja presente

Presidente da MCA Walesca Carolina Pereira Araújo

Professora Zeli Petrucci apresentando a oradora Marlene Baltazar da Nobrega

11o jornal batista – domingo, 02/09/12missões mundiais

Analzira NascimentoCoordenadora do JMM Jovem

O paradigma do-m i n a n t e d a nossa p rá t i ca missionária con-

sidera como “vocaciona-do” somente o membro de igreja que sente a inclina-ção para ser missionário ou aquele que deseja exercer um ministério eclesiástico, especialmente o pastorado.

Ao constatar esta realida-de, uma inquietação toma conta do meu coração, fa-zendo-me admitir que, em nossas igrejas, a grande maioria de cristãos sinceros também vive esta dicotomia entre “servir a Deus” e ser um vocacionado para o trabalho “na obra de Deus”.

Entretanto, quando fa-lamos sobre a Missão de Deus (missio Dei) para este mundo, duas questões de-vem ser consideradas em relação à “vocação para a missão”: Em primeiro lugar, alguém “vocacionado para a missão”, necessariamente, não faz referência apenas a um missionário com for-mação teológica, que atua mediante a proclamação do Evangelho. “Vocaciona-do para a missão” também pode acolher a ideia de um profissional que de-cidiu dedicar seu traba-lho todo em algum campo missionário ou, ainda, de um profissional liberal que consagrou sua vida a Deus, transformando seu gabinete de trabalho em um campo missionário.

Em segundo lugar, quan-do se fala de “missões” em nosso universo evangéli-co, percebe-se que a nos-sa abordagem e as nossas metodologias em geral en-fatizam o “fazer” e não o “ser”. Contudo, voltando à Palavra de Deus para anali-sar o verdadeiro sentido de vocação, constatamos que um dos primeiros chamados do cristão é para ser santo – todos somos “separados”.

Cremos que todo filho de Deus é chamado para viver um estilo de vida que glorifique a Deus onde está, e com o que é, e também com o que faz. Temos ou-vido muitos depoimentos de que “esta descoberta” foi libertadora para as suas vidas. Foi um “divisor de águas”, em sua existência, descobrir que podem par-ticipar da Missão de Deus para este mundo, mesmo não estando envolvidos

diretamente numa atividade religiosa.

Refletindo sobre estas questões e buscando res-postas na Missiologia atu-al foi que as duas Juntas Missionárias (JMN e JMM) organizaram o “SIM, todos somos vocacionados”, de 7 a 10 de junho, em Sumaré/SP, tendo como objetivo contribuir para que cada congressista descobrisse a sua vocação, e vislumbras-se como poderia servir no Reino, glorificar a Deus com suas vidas, no lugar em que foram colocados. Uma das frases-tema do evento foi: “não estou no mundo a passeio – tenho uma missão a cumprir”.

Nas avaliações dos parti-cipantes, confirmamos que muitos jovens viviam com as dúvidas sobre as quais con-versamos neste artigo. Mui-tos disseram que o congresso os ajudou a “tirar um peso das costas”. Os resultados foram excelentes, e ainda fomentaram variadas inicia-tivas entre diferentes grupos espalhados pelo Brasil.

Estes “ecos” pós-even-to vieram fortalecer nos-sa certeza de que existe a necessidade de rever e reformular nossos concei-tos e estratégias com “vo-cacionados”, voluntariado e eventos. Neste sentido, nossa proposta é a de ter um espaço específico para trabalhar com a temática vocação, tanto no âmbi-to das Juntas Missionárias

como de outros segmentos da CBB, desenvolvendo formas de trabalho multifa-cetado, interdependente e com transversalidade entre os diferentes setores.

Desta forma, a f rase - “Deus, não me deixe de fora do que o Senhor está fazendo no mundo!” – se tornou um mote para mui-tos e, especialmente, para quem está em fase de defi-nição de vocação. Ela traz uma releitura do sentido

da nossa vida, da nossa missão neste planeta. Mui-to mais que uma frase, um movimento em direção ao outro. Um estilo de vida missional.

Quando cada cristão en-tender que nós não “faze-mos missões”, nós “estamos em missão”, e quando cada cristão descobrir sua parte no Reino de Deus, teremos vocacionados em todos os segmentos da sociedade, não apenas nos campos

missionários propriamente ditos. Teremos pessoas ser-vindo pessoas seja num pro-jeto missionário, seja como pastor de uma comunidade de fé, seja no chá da tarde com o vizinho; ouvindo; mais do que falando, viven-do o Evangelho. Quando to-dos entendermos que todos somos vocacionados, todos seremos melhores missioná-rios e realizaremos traba-lhos de excelente qualidade onde Deus nos colocar.

ComVocação: servir na “obra de Deus” ou “servir a Deus” como estilo de vida?

12 o jornal batista – domingo, 02/09/12 notícias do brasil batista

Ycléa CervinoColaboradora de OJB no Recife

Estas palavras se encai-xam bem na vida da missionária Jocenita Tenório Alves. Ficou

órfã muito cedo, aceitou o Evangelho e começou a sonhar em ser missionária. Estudou no Seminário de Educação Cristã, depois cur-sou Filosofia na UNICAP, e seguiu para os campos de Missões Nacionais, onde serviu por mais de 20 anos. Aposentada por doença gra-ve nos rins, passou 13 anos fazendo hemodiálise. Quan-do já tinha perdido as espe-ranças, após os 60 anos de idade, Deus na sua infinita misericórdia providenciou um rim compatível, e no dia 6 de setembro de 2011, ela foi transplantada.

Antes mesmo da cirurgia ela testemunhava que já ha-via sido curada, pois Deus lhe deu um sinal. A cirurgia que duraria quatro horas, durou apenas duas e meia, e na mesma hora o rim fun-cionou admiravelmente. Três meses depois ela ofereceu a Deus um culto de ação de graças na Igreja Evangéli-

ca em Casa Amarela, onde deu o seu testemunho que emocionou a todos os pre-sentes. Em janeiro de 2012 foi acometida por um vírus, devido à baixa imunidade, que segundo os médicos é normal no transplantado. Novamente foi hospitalizada para tomar antibióticos, onde permanece por mais de seis meses, indo para casa só nos fins de semana.

Jocenita continua sendo missionária, só que agora o seu campo é o hospital, diariamente evangeliza mé-dicos, enfermeiras, pacientes e acompanhantes. Distribui folhetos e revistas a todos que consegue alcançar. Con-tinua ensinando sua classe de senhoras na EBD aos do-mingos e tem grandes planos para o futuro. Quer estudar música, escrever a história de sua Igreja e ganhar crianças para Cristo. Está sonhando em realizar escolas bíblicas de férias em todas as igrejas da Associação Casa Amarela, em Recife.

Esta grande missionária é um exemplo de coragem, tenacidade e fé, pois embora com a saúde frágil e abalada, não deixa de sonhar e plane-jar para o futuro, continuan-

do a sua tarefa missionária. Quantos com saúde se aco-modam e nada fazem!

Pedimos as orações do povo de Deus para a sua recuperação total, para que

possa realizar seus sonhos e ainda alcançar muitos para Cristo.

Nunca deixe de sonhar

Jocenita Tenório Alves

OBITUÁRIO

13o jornal batista – domingo, 02/09/12notícias do brasil batista

Roberto Edmar TorresPastor da PIB em Jardim Primavera

Crente fiel, homem de fé, pai zeloso de três filhos, bom marido, avó espe-

cial, muito carinhoso com os netos. Mesmo tendo pou-ca instrução, leu a Bíblia di-versas vezes, tendo também interesse na leitura do livro O Peregrino, lendo-o por dezenas de vezes. Aluno fiel da EBD, não deixava de estudar as lições de cada

domingo; mesmo com ida-de avançada comparecia a todas as atividades da Igre-ja. Dizimista fiel, cooperava também com ofertas para as atividades, campanhas missionárias e a Sociedade de Homens Batistas. Partiu para estar com o Senhor no dia 11 de agosto de 2012 (véspera do Dia dos Pais). Como foi difícil comemo-rar o Dia dos Pais, tendo que nos despedir do nosso querido irmão. “Preciosa é a vista do Senhor a morte dos seus santos” (Sal. 116.15).

Ananias da Silva1921 – 2012

Antônio Cardoso Duarte foi para o céu

Ananias da Silva (segundo da direita para esquerda) com esposa Sancha, casal de netos Gustavo e Mariana, e pastor Roberto e sua esposa Elizethe

Seus pais:Dr. Arnon Henrique Tavares, médico eProfessora Aurea Tavares

No dia 20 de fe-vereiro faleceu nossa querida fi-lhota, Aurinha,

médica, com 53 anos, ví-

Dra Aurea Maria Tavares Vilhaga

Nilson DimarzioPastor e colaborador de OJB

Ele gostava de dizer, jocosamente, sobre a escolha do seu nome: “Meu avô se chamava

Antônio, eu nasci em Santo Antônio de Pádua, no dia 13 de junho, dia que os católi-cos consideram dia de santo Antônio”. A sua partida para o céu ocorreu no dia 4 de agosto do ano em curso, no Hospital da Unimed, após algum tempo acometido pelo mal de Alzheimer. Contava 95 anos de idade, sendo que durante grande parte de sua vida foi um dos mais dedica-dos diáconos da IB Central de Volta Redonda (RJ). Por conhecê-lo há 28 anos, e ter

sido seu pastor durante 21 anos, posso reiterar o que es-crevi à guiza de apresentação no livro “Minha caminhada ao longo do tempo”, por ele publicado em 2001: “Pelo conhecimento que dele te-nho, creio que as palavras da sunamita, ditas a respeito do profeta Eliseu, podem perfei-tamente ser aplicadas à sua pessoa: “Ela disse ao marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” (II Reis 4.9). Não pretendo, com tais palavras massagear o seu ego ou fazer um elogio barato, mas simplesmente fa-zer a constatação de um fato. Convertido ao evangelho ainda bem jovem, o irmão Antônio tem demonstrado,

ao longo dos anos, ser um homem comprometido com a palavra de Deus, tanto que já leu a Bíblia toda 23 vezes. E, pela escolha de seu ver-sículo predileto, revela sua absoluta confiança no poder de Deus: “Entrega o teu cami-nho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará” (Sal. 37.5).

O irmão Antônio foi um servo de Deus, um diácono na acepção máxima deste ter-mo. Ele aprendeu com Jesus que a verdadeira grandeza consiste em servir. Daí, por-que estava sempre pronto a servir e ajudar a todos os que dele precisassem. Foi amigo de todos os pastores que passaram pela Igreja Central, desde o pastor Walter Mc Nealy, até o atual, pastor Car-

los de Oliveira. E por essa ca-racterística marcante da sua personalidade, muito con-tribuiu para o crescimento e progresso do Colégio Batista e da IB Central, deixando, por isso, um rastro luminoso após sua passagem, e um exemplo digno de imitação.

Que o Santo Espírito de Deus, nosso Consolador, conforte e console a Igreja, que perde um de seus mais dedicados membros, e a fa-mília, na pessoa dos filhos: Nilza, Nilma, Nilce, Antô-nio Duarte Filho, Pr. Nilton Ayres Duarte, missionário da Junta de Missões Nacionais, e Rosângela, casada com o Pr. Eusébio Pereira, além dos genros, noras, netos e bisnetos. Tenham todos a ab-

soluta certeza de que o nosso querido irmão já desfruta das alegrias celestiais e que nos aguarda para o reencontro quando chegar o dia de nossa partida. “O Senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).

Antonio Cardoso Duarte

tima de câncer gástrico. Foi um sofrimento intenso, sendo internada por cinco vezes no hospital A.C. Ca-margo, em São Paulo, onde ela deu o melhor testemu-nho de uma cristã, serva do Senhor Jesus, nunca recla-mando, sem dizer um “Ai”. Nunca pensei que nós, pais,

irmãos, seus filhos David e Flávia, e seu marido Júlio César, tivéssemos tanta for-ça, serenidade para passar tal desenlace; no funeral falaram seis pastores e nós também tivemos tranquili-dade para testemunhar o va-lor, a capacidade de médica dos doentes desvalidos,

principalmente os aidéticos, haja visto que trabalhando na Baixada Santista junta-mente com seu marido que é Engenheiro da Sabesp, tra-tou e visitou mais de 200 ai-déticos, que era sua paixão, como médica infectologista.

Por este testemunho que-remos plagiar os ditames de

Jesus quando disse: “Vem serva bendita e fiel ao regaço do teu Senhor”.

Aurea Maria Tavares Vilhaga

14 o jornal batista – domingo, 02/09/12 ponto de vista

John SwintonDiretor de Teologia PráticaUniversidade de Aberdeen, EscociaTraduzido por Luciene Fraga e Mark Greenwood

Começando no dia 29 de agosto, Lon-d r e s , n o R e i n o Unido, sedia os Jo-

gos Paralímpicos de Verão, 2012. As Paralimpíadas são eventos de esporte de alto rendimento para atletas defi-cientes, que enfatizam mais as conquistas do que as de-ficiências de seus participan-tes. 400 atletas participaram dos primeiros Jogos Paralím-picos de Verão de Roma, em 1960. Nos Jogos de Beijing, em 2008, foram 3.951 parti-cipantes de 146 países (fonte: www.cpb.org.br).

Este evento esportivo nos providencia uma oportuni-dade para refletirmos sobre os nossos conceitos sobre a deficiência, e até a nossa teologia da deficiência. Para este fim a BMS World Mis-sion, Missão Batista Britâni-ca, franqueou para O Jornal Batista a seguinte reflexão, parte integral do material pro-duzido em prol a defesa dos direitos de deficientes físicos “Undefeated” Invicto (www.undefeated.org.uk).

FORMULANDO UMA TEOLOGIA DA

DEFICIÊNCIA:O que significa ser huma-

no?A questão “o que signifi-

ca ser um ser humano?” é complicada. Pode ser que a resposta pareça bastante simples: Ser humano é ser criado e feito à imagem de Deus. O escritor do livro de Gênesis expressa isso de uma maneira bela: “Deus

Pr. Araúna dos SantosVitória, ES

1º - No show, o artista apa-rece. É o ator principal, o foco das atenções. Na Ado-ração, Deus é o centro. Ele aparece. Ele é quem precisa se manifestar.

2º - No show, o artista acontece. Ele faz o show. Ele diz o que quer e como quer. Na Adoração, Deus se revela. Ele diz como quer ser adorado, reverenciado. O culto precisa ser aceitável ao Senhor, segundo os critérios dele.

3º - No show, há preocupa-ção com o número de parti-

criou a humanidade à sua imagem, à imagem de Deus ele a criou; homem e mu-lher ele os criou” (Gênesis 1.27). Ser criado à imagem de Deus é refletir algo da glória do Deus que é amor (I João 4.8). Ser humano é ser amado e, acima de tudo, conhecido e lembrado.

O Salmo 139 nos trás um indício da profundeza desta afirmação: “Tu formaste o meu interior. Entreteceste--me no ventre da minha mãe. Eu te louvarei porque de um modo terrível e maravilhoso fui formado. Maravilhosas são as suas obras e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram en-cobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, tu for-mates os meus dias quando nenhum deles havia ainda.” Deus ama e forma o ser hu-mano até antes dele nascer. Ser humano é ser criado, conhecido e amado.

Até aqui é fácil concordar, e se tudo isso é a verdade, então deve valer para todas as pessoas, não é? Agora, em afirmarmos que todo ser humano é feito à imagem de Deus, o que isso signifi-ca, por exemplo, para uma pessoa com Síndrome de Down? Que tipo de imagem de Deus é nos apresentado quando reconhecermos que esta pessoa também é feita à imagem de Deus, do jeito que ela é? O que significa sugerir que pessoas com deficiência são imagem e semelhança de Deus como elas são?

Vamos refletir um pouco mais sobre isso: Todos nós

cipantes. Quanto mais gente é melhor o show. A multidão faz o show. A grande plateia vibra. Na Adoração, não há preocupação, primeiro, com o número. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome (disse Jesus) eu ali esta-rei”. Importa que O adorem em espírito e em verdade. Importa que Deus seja o alvo dos corações.

4º - No show, o interes-se é o puro entretenimento. Uma hora ou duas de alegria contagiante – um passar de tempo gostoso, divertido e movimentado. Na Adoração, há uma busca de relaciona-mento com Deus e com o

somos tentados a criar Deus à nossa própria imagem, por exemplo - eu sou forte, então Deus deve ser mais forte ainda! Eu sou racional e justo, então Deus deve ser como eu, só que muito mais racional e justo. Eu sou razoavelmente bonito, então Deus deve se parecer um pouco comigo, apenas muito mais bonito. Então quando pensamos em Deus, muitas vezes criamos uma imagem que é uma versão um pouco maior e mais transcendente de nós mesmos. Quando isso acontece, aquelas pesso-as que são consideradas dife-rentes de nós, sejam pessoas com deficiência ou “pessoas diferentes”, parecem não chegar, de alguma maneira, à imagem completa de Deus. Quando o que realmente estamos percebendo é que elas não foram feitas à nossa imagem.

Se nós concebermos a de-ficiência como um aspecto da imagem de Deus, um aspecto daquilo que é ser humano, então seremos dis-tanciados do nosso egocen-trismo obsessivo, e guiados ao mundo estranho invertido do evangelho, onde o fraco se transforma em forte; onde o forte é percebido como fraco e a nossa salvação en-contra-se em um corpo hu-mano quebrantado. Aquilo que para o mundo é perce-bido como fracasso e digno de ser rejeitado, um corpo quebrantado, acaba sendo o lugar onde Deus vive e se move e existe. Foi apenas por acaso que a nossa sal-vação foi forjada através do corpo quebrantado de Jesus?

A deficiência em suas vá-rias formas não é o que nós pensamos que ela seja. Ou talvez, é exatamente o que

próximo e um recolhimento espiritual. Há um envolvi-mento pessoal. Um ouvir a Deus, um fortalecimento na fé, uma compreensão da Pala-vra, um conhecer Deus e um consagrar-se a Ele para o Seu serviço e para a Sua glória.

5º - No show, ao final da apresentação do artista, todos vão embora. Acabou. A vida corre do mesmo jeito – “dei-xa a vida me levar ...” até o próximo show. Na Adoração, o encontro com Deus faz diferença. Deixa marcas. Há um novo caminhar, um novo compromisso, uma aliança renovada, mediante o pacto estabelecido pela revelação

pensamos. Talvez isso seja o problema. Aquilo que nós imaginamos ser o caso, mui-tas vezes não é o caso. Eu tenho uma amiga que está completamente surda. Ela me disse que a pouco tempo atrás ela teve uma visão na qual estava no céu. E na sua visão o céu é um lugar onde ela encontrará com Jesus e que Jesus comunicará per-feitamente através de sinais! A visão que ela tem de ser humano não é ser liberta da surdez, mas que os outros sejam libertos das suas limi-tações de comunicação, que os impedem de passar tempo de qualidade com ela.

Entretanto, talvez inda-guemos “o céu é o lugar onde os nossos corpos se-rão perfeitos!” Sim, mas o que exatamente é a perfei-ção, e quem a define? O Jesus ressurreto disse para Tomás: “Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos. Chega a tua mão e põe-na no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente.” (João 20.27). O ressurreto Jesus ainda carregou suas próprias fe-ridas. Caso a perfeição e a vida no céu são marcadas por aquilo que a cultura nos ensina a ser “perfei-ção”, então porque Jesus ainda carrega suas feridas? Se a per feição celest ia l for surpreendentemente diferente de como nós a imaginamos, então é mais que provável que as nossas ideias de “perfeição” e do “normal” sejam falsas, ou no mínimo questionáveis.

Como expressar, de uma maneira sucinta, uma Te-ologia da Deficiência, en-tão? Ser humano é um ato poderoso e misterioso. Não existe nenhum ser humano “normal”. Claramente todos

da vontade de Deus median-te Palavra anunciada.

É necessário, hoje, saber distinguir culto, adoração, de show em que o homem aparece e Deus desaparece. Cada vez mais precisamos distinguir adoração, busca de comunhão coletiva com Deus e reflexão espiritual e edificação na Palavra, de show em que o som em acor-des altissonantes e as músicas estridentes conduzem o povo ao balanço e não à medita-ção. É certo que Adoração é alegria, gozo e satisfação espiritual, fruto de estar na presença de Deus em comu-nhão com os irmãos na fé

os seres humanos são anor-mais, já que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Todos nós nos distanciamos de Deus, e assim somos to-dos profundamente deficien-tes. Devemos tomar cuidado quando chamamos outros de deficientes e o tratamos como se o rótulo realmente explicasse qualquer coisa.

Deficiência é apenas uma das maneiras de ser humano diante de Deus. Não há nada na deficiência que nos sepa-re do outro. Não é o nosso corpo, nem o nosso intelec-to, nem as nossas capacida-des que nos fazem aceitáveis a Deus. Nenhuma dessas coisas nos torna humanos. O amor interminável de Deus por cada ser humano é o que cria e sustenta-nos em nossa humanidade. Deficiência é simplesmente uma variação sobre um tema comum.

De acordo com esta com-preensão da questão, a igreja (o Corpo de Cristo) é chama-da a ser um lugar onde a dis-criminação e o preconceito são abandonados e o amor incondicional é abraçado. Somente se cumprirmos este chamado teremos o tipo de comunidade que Paulo previu, onde não há “nem judeu, nem grego, nem es-cravo livre, nem homem e mulher” …nem preto nem branco, nem pessoas ‘nor-mais’ nem pessoas ‘defi-cientes’ (Gálatas 3.28). Em meio a deficiência é que percebemos estas verdades, e ao percebê-las aprendemos a viver de forma diferente.

em Cristo. Todavia, é preciso estar reverente e desejoso de ouvir Deus nos falar no culto e não apenas ouvir nossas canções e curtir o nosso som.

“Há tempo para todo pro-pósito debaixo do céu...” já ensinava o Eclesiástico. Culto é Adoração a Deus, conforme Ele mesmo preceitua, e não exibição de homens. WOR-SHIP IS NOT A SHOW. Ao participarmos da Adoração devemos ser transformados em nossa pecaminosidade, como Deus mesmo efetuou a transformação de Isaías e ele se consagrou ao serviço do Senhor, de acordo com seu próprio relato (Isaías 6).

Uma Teologia da Deficiência

15o jornal batista – domingo, 02/09/12ponto de vista

Isaias Andrade Lins FilhoPastor da IB dos Mares, Salvador, Bahia

I Coríntios 12.7-11

Antes de começar a discorrer sobre os cinco Dons Minis-teriais, que de logo

informo aos leitores, não são Dons Espirituais, vamos agora trazer algumas con-siderações, sobre o último dos dons da expressão do falar, dos dons de expressão vocal. Vez que durante to-dos os artigos escritos até o presente momento, já estuda-mos sobre os dons espirituais classificados como “dons de revelação”, que foram os Dons Espirituais de “Palavra do Conhecimento”, “Palavra de Sabedoria” e de “Discer-nimento de Espíritos” e, da mesma forma, à luz do texto básico de I Coríntios 12.7-11, já enfatizamos e apreciamos os dons considerados como Dons de Poder, que foram o “Dom da Fé”, “Dom da Ope-ração de Milagres” e “Dom de Curar”. E agora, por fim, estaremos a pensar como já dito acima, no último dos dons espirituais da expressão do falar, pois tendo já escrito a respeito do Dom de “Falar em Língua” e, do “Dom de Interpretação de Língua”, o foco deste momento é o “Dom Espiritual de Profecia”.

Os mais célebres exegetas e hermeneutas salientam que o Dom Espiritual da Profecia é o mais importante dos dons da expressão do falar. Se formos buscar na Palavra de Deus, o entendimento maior para podermos afirmar tudo com a mais incontestável certeza, em I Coríntios 14.2-5 encontramos o Apóstolo Paulo transmitindo o ensina-mento de que quem fala em língua estranha não fala a ho-mens, fala somente a Deus, vez que ninguém o entende, mas o que profetiza, exorta, consola e edifica o povo da Igreja do Senhor. Acontece que a evidencia dos dons es-pirituais na Igreja, no Corpo

de Cristo, não é para admitir competição e nem conflito, pois ninguém que é dotado e capacitado pelo Espírito Santo para exercer no seio da Igreja o dom recebido, deve pensar ou se sentir maior do que qualquer outro servo ou serva, vez que o desejo do verdadeiro servo do Senhor é que o Senhor Jesus cresça e o servo diminua.

Não posso deixar de men-cionar que a profecia, quan-do transmitida, é sempre em língua conhecida e conforme a Palavra de Deus em I Co-ríntios 14.3, tem objetivo es-pecífico de abençoar a igreja do Senhor, trazendo para o corpo de Cristo o enlevo, a edificação, admoestando a todos nos momentos de necessidade com a palavra profética que cai no mais profundo do coração dos que compõem o corpo, deixando--os cheios de consolo e de paz. É algo sim sobrenatural, atendendo às mais profundas necessidades espirituais do povo de Deus. É como se re-cebessem naquele momento um verdadeiro bálsamo do Espírito, aliviando dores e preenchendo de paz o cora-ção, retirando a angustia, a depressão, a expectação, a intriga, o ódio, o desespero e a ansiedade que tem tan-to conturbado as vidas das pessoas.

Há pessoas que ensinam que quem profetisa, isto é, quem exerce o dom de pro-fecia, simplesmente é aquele que prega a Palavra de Deus. Devo de logo esclarecer que não é assim, quem profetisa, isto é, aquele a quem o Espí-rito Santo concede e capacita com o Dom da Profecia, ao estar ministrando a Palavra, pregando, recebe de Deus no momento em que está a exercer o Dom Espiritual, unção e graça especiais, de tal maneira que as palavras ditas naquele momento são palavras que vêm atender às necessidades de pessoas que ali se encontram. Não só exortando-as, consolando-as e edificando-as, mas trazen-

do até revelação sobre algo que o Espírito Santo quer ministrar para abençoar e até para prevenir de certos acontecimentos futuros, ou alertar a pessoa sobre ditos acontecimentos.

Esclareço ainda, que ne-cessariamente, quem é do-tado por este dom espiritual, não tem que fazer previsões, nem predições, e é por causa disto, e ainda por causa do abuso no uso e no emprego deste dom na vida do povo de Deus, no seio do Corpo de Cristo, sobretudo por cau-sa de determinados entendi-mentos e ministrações que são levadas a efeito na Casa do Senhor, que muitos erra-damente vivem a despejar toda a sorte de “profetadas”, as quais ao invés de edificar e abençoar, só traz confusão e, a verdadeira expressão do dom espiritual não se carac-teriza desta forma porque o Espírito Santo não traz con-fusão para a vida da Igreja do Senhor.

Não se pode também dizer, que esse ou aquele servo ou serva, seja um detentor do Dom Espiritual da Profecia, ou está a exercer o Dom Es-piritual da Profecia, porque preparou em casa um esboço de uma palestra ou de um sermão para pregar na igreja e quando está falando, pro-clamando, pregando a Pala-vra, por este motivo se possa dizer que tal pessoa esteja a exercer este dom espiritu-al. Não é assim. Profetizar não é preparar um sermão e levá-lo para pregar na igreja, ou em qualquer lugar, é sim expressar palavras exatas, em momentos exatos, para aten-der às muitas necessidades do Corpo de Cristo, valendo ainda dizer que no exercício desse Dom, quando em sua manifestação e expressão, aquele que o exerce também faz uso de outros dons espiri-tuais, com os da “palavra de conhecimento”, da “palavra de sabedoria”, o dom de “discernimento de espíritos” e até do “dom de revelação”. Acontece, meus amados, que

tudo isso acontece na Igreja do Senhor quando no uso desse Dom, tão somente para exortar, edificar e consolar a Igreja.

A partir do próximo estudo, quando estivermos pensando sobre os Dons Ministeriais, os leitores haverão de enten-der algumas diferenciações e compreender o que é um dom “aptidão”, um presente do Senhor, isto é, quando alguém é chamado e recebe capacitação para exercer um ministério específico, ou de pastor, apóstolo, evangelista, doutores, mestres e profetas, que são pessoas convocadas e chamadas para trabalhar em ministérios específicos na igreja, compreendidos pelas expressões “doma” que é o vocábulo no singular na língua grega, ou “doma-tos” no plural, “aptidão ou aptidões” diferente do dom espiritual da profecia, que é outra coisa. E para o exercí-cio deste dom espiritual da profecia conforme explica-do neste artigo, não pode deixar de haver “chárisma”, “átis”,do latin, graça, “kháris-ma”, “atos”, do grego, graça, porque dom espiritual exige “chárisma” e, o dom ministe-rial para ser exercido, basta que se evidencie a aptidão.

Quem profetiza fala em nome de Deus em língua pátria conhecida. Paulo acon-selha a Igreja de Cristo a bus-car o dom da profecia, pois quem profetiza transmite o recado de Deus para os homens. A Palavra de Deus ensina e faz a distinção clara como a luz solar, de que existe o dom espiritual da profecia e o dom ministerial do profeta. Observe que no simples exercício do dom da profecia não existe revela-ção e, nem o uso de outros dons espirituais. Aquele que possui o ministério profético quando está exercitando o referido dom espiritual, ao contrário do que agora afir-mado, com frequência se uti-liza de outros dons. Quando lemos de maneira acurada o texto de Atos 21.8-11, vemos

que o escritor bíblico traz um exemplo claro do dom simples da profecia e tam-bém do emprego do dom no ministério profético. Basta que se observe que as quatro filhas de Filipe, o Evangelista, que eram quatro donzelas, possuíam o dom ministerial da profecia, e assim traziam edificação, admoestavam e consolavam a igreja com suas palavras. Observem que elas exerciam dons ministeriais (tinham: doma, domatos), pois nenhuma delas avisou a Paulo sobre os aconteci-mentos que haveriam de ocorrer. Mas o texto nos diz claramente que Deus man-dou também a Ágabo, que com um dom especifico de revelação (tinha sim: cha-risma) e, Ágabo então disse de maneira muito clara ao apóstolo o que haveria de suceder. Ágabo possuía um ministério profético confor-me Atos 21.11.

Embora saibamos que sim-plesmente pregar não é pro-fetizar, podemos afirmar que quem prega a Palavra do Senhor, também pode ser usado se o Senhor o desejar e o Espírito assim capaci-tar, de uma forma poderosa pelo Espírito Santo de Deus para transmitir profecia. Te-mos, todavia, amados, de ter muito cuidado, para que ninguém se ensoberbeça e queira abusar e extrapolar no uso desse Dom Espiritual da Profecia. Vez que o corri-queiro hoje em dia é se ouvir uma multidão de profetadas em muitos templos e até nas redes de televisão, em certos programas com característi-cas evangélicas.

Estejamos alertas e alerta-dos para que não nos dei-xemos ser enganados, os dons estão aí, à disposição da Igreja do Senhor, mas com muito critério e acurado estudo e apreciação temos de saber, se o que estamos vendo e ouvindo é algo que provém do Senhor ou se trata de enganos, tão comuns hoje em dia. Que o Senhor vos abençoe.

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