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ANO VI Nº 28 Abril a Juho de 2006

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ANO VI Nº 28 Abril a Juho de 2006

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2 - Revista da FENEIS

Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma Especial

de Licenciatura em LetrasLíngua Brasileira de Sinais - LIBRAS

Processo Seletivo EADA Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC,

através da Comissão Permanente do Vestibular -

COPERVE, declara que estarão abertas,

no período de 10/07/2006 a 07/08/2006, as inscrições

ao Processo Seletivo para ingresso no programa especial

de Licenciatura em Letras - LIBRAS (língua brasileira

de sinais), oferecido na modalidade de ensino a distância,

para turma única com início das aulas previsto para

o segundo semestre de 2006.

O EDITAL ESTÁ NA PÁGINA 26 DESTA REVISTA

AS INSCRIÇÕES PODEM SER FEITAS PELO SITE

www.coperve.ufsc.br

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Revista da FENEIS - 3

DIRETORIA

Diretor-PresidenteAntônio Mário Sousa DuarteDiretor Primeiro Vice-PresidenteMarcelo Silva LemosDiretor Segundo Vice-PresidenteShirley VilhalvaDiretora AdministrativaMárcia Eliza de PolDiretor Financeiro e de PlanejamentoMax Augusto Cardoso HeerenDiretora de Políticas EducacionaisMarianne Rossi Stumpf

DIRETORIAS REGIONAIS

Rio de Janeiro – RJDiretor Regional: Walcenir Souza Lima

Porto Alegre – RSDiretor Regional: Wilson MirandaDiretora Regional Administrativa: Vânia Elizabeth ChiellaDiretora Regional Financeira: Denise Kras Medeiros

Teófilo Otoni – MGDiretor Regional: Luciano de Sousa GomesDiretora Regional Administrativa: Sueli Ferreira da SilvaDiretora Regional Financeira: Rosenilda Oliveira Santos

Recife – PEDiretor Regional: Marcelo BatistaDiretor Regional Administrativo: Benevando Magalhães FariaDiretor Regional Financeiro: César Augusto da Silva Machado

Brasília – DFDiretor Regional: César Nunes NogueiraDiretor Regional Financeiro: Antônio Palhares Torres Ribeiro

Belo Horizonte – MGDiretora Regional: Rosilene Fátima Costa Rodrigues NovaesDiretor Regional Financeiro: Antônio Campos de Abreu

São Paulo – SPDiretor Regional: Neivaldo Augusto ZovicoDiretor Regional Financeiro: Richard Van Den BylaardtDiretora Regional Administrativa: Neiva de Aquino Albres

Curitiba – PRDiretora Regional: Karin Lílian StrobelDiretora Regional Administrativa: Iraci Elzinha Bampi SuzinDiretor Regional Financeiro: Angelo Ize

Manaus – AMDiretor Regional: Marlon Jorge Silva de AzevedoDiretora Regional Financeira: Waldeth Pinto Matos

Fortaleza - CEDiretor Regional: Willer Cysne Prado e VasconcelosDiretora Regional Administrativa: Andréa Michiles LemosDiretor Regional Financeiro: Joelisson José Maciel Ribeiro

Florianópolis – SCDiretor Regional: Fábio Irineu da SilvaDiretora Regional Administrativa: Idavania Maria de Souza BassoDiretor Regional Financeiro: Deonísio Schmitt

CONSELHO FISCAL

Efetivo1º Membro Efetivo e Presidente – José Tadeu Raynal Rocha2º Membro Efetivo e Secretário – Carlos Eduardo Coelho Sachetto3º Membro Efetivo – Moisés Gazalé

Suplentes1º Membro Suplente – Luiz Dinarte Faria2º Membro Suplente – Josélio Coelho

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Carlos Alberto Góes Shirley VilhalvaSílvia Sabanovaite Marcus Vinicius CalixtoBetiza Pinto Botelho

EDITORIA

Conselho Editorial Editora e Jornalista responsávelWalcenir Souza Lima Nádia Mello (MT 19333)Flávia MazzoRita de Cássia Lobato DiagramaçãoNádia Mello Olga Rocha dos Santos

Secom – Setor de ComunicaçãoRita de Cássia Lobato

Começam a aparecer osprimeiros resultados da re-gulamentação da LínguaBrasileira de Sinais. O de-creto foi assinado pelo pre-sidente Luiz Inácio Lula daSilva, em dezembro do anopassado, determinando oprazo de um ano para quetodas as escolas sejam bi-língües. Para as instituiçõesde ensino superior, o prazopara que a disciplina de Li-bras seja oferecida em to-dos os cursos é de dez anos.A lei também torna obrigatório o oferecimento da disci-plina em todos as licenciaturas e nos cursos deFonoaudiologia.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ofe-recerá em parceria com outras oito instituições de ensi-no superior, o curso de graduação a distância em Letras/Licenciatura com habilitação em Língua Brasileira de Si-nais/Libras (Edital na página 26). A Universidade Federaldo Rio de Janeiro (UFRJ) lançou no início do ano o editalpara contratação de intérpretes de Libras por meio deconcurso que foi realizado pelo Departamento de Lin-güística e Filologia da Faculdadede Letras (página 19).

A Feneis tem acompanhado todas essas iniciativas,preparando e informando os surdos a respeito dos maisdiversos processos envolvendo seleção, do vestibular aoscargos de instrutor , intérprete e professor. E no que tan-ge à questão da formação, o Centro de Estudos de Librase de Educação dos Surdos (Celes), sob os cuidados denossa Diretoria de Políticas Educacionais, tem realizadoum excelente trabalho nos diversos estados do Brasil,junto aos coordenadores dos Celes regionais e setoresde Libras da Federação. Por meio desses esforços temsido possível uma conscientização maior do valor e dametodologia do ensino da Libras. Bem recentemente, noRio de Janeiro, o III Encontro de Coordenadores dos Celesdiscutiu a padronização dos cursos oferecidos pelaFeneis e a formação de um Grupo de Trabalho para ela-boração do Curso Intermediário (página 24). Nossa pro-posta é, através do Celes, subsidiar a política pública deEducação de Surdos e ser referência de apoio e orienta-ção para todas as iniciativas nessa área.

Aprovada a Lei, agora, a nossa luta é a de estruturar aeducação. E, para isso, mais uma vez a visão de trabalhodo Celes tem nos ajudado bastante. Nossa maior preo-cupação é que o surdo ganhe em conteúdo, e, acredita-mos que só por meio da Libras isso é possível. E para aalegria da comunidade surda brasileira os últimos resul-tados têm nos revelado que o sistema de educação e asociedade de um modo geral parecem começar a des-pertar e a compartilhar da mesma opinião.

Antonio Mário Sousa DuarteDiretor-Presidente

FENEIS

palavra do presidente

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4 - Revista da FENEIS

� AssociaçõesAssociação de Pais e Amigos de Surdos de Caçador- APASC

Com quase 20 anos de existência, a Associação de Pais e Amigos de Surdos de Caçador(APASC) foi fundada a partir da iniciativa de membros da comunidade surda. Seu pri-meiro presidente foi o Sr. Rudi Heller . Conheça um pouco mais de sua história.Página 17

� PaísAguardando a Lei que oficializa o Dia do Surdo

A comunidade brasileira dos Surdos está ansiosa para o Dia do Surdo, comemoradoanualmente no dia 26 de setembro. No entanto, apesar da mobilização dos surdos emtodo o Brasil em torno da data, oficialmente ainda não foi aprovado o Projeto de Lei quetrata sobre o assunto. Desde o início deste ano um número expressivo de surdos temescrito para o Deputado Eduardo Barbosa, autor do Projeto de Lei 1791/99, que instituia data de celebração da luta do surdo em nosso país.Página 13

� PerfilLíngua de Sinais em terra chilena

Sergio Mendonza é diretor nacional da Associação “Intérprete de uma Esperança”, comsede em Santiago no Chile, fundada há mais de cinco anos. Nesta entrevista, ele fala deseus projetos, sonhos e realidade dos surdos no Chile.Páginas 10 e 11

� LibrasUFRJ: portas abertas para intérpretes de Libras/Português

Há alguns anos a professora surda Myrna Salerno Monteiro, da Universidade Federal doRio de Janeiro – UFRJ, vem lutando para ser respeitada em sua diferença e assegurar odireito, agora previsto em lei, de ter intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para simesma e para os demais surdos dessa instituição. Saiba mais sobre essa caminhada.Página 19

� InternacionalGallaudet: eleita nova presidente

Jane K. Fernandes foi eleita para a presidência da GallaudetUniversity e alunos fizeram protestos. Após a eleição, Fernandesafirmou ser eficiente e ter um estilo diferente de liderança. A experi-ência na administração escolar da nova presidente é reconhecidapela instituição.Página 15

NOTAEsta edição aguardou a reportagem a respeito do III Encontro dos Coordenadores do Celes, que aconteceu após ofechamento da Revista e ainda assim decidimos incluí-lo pela sua importância neste momento de implementaçãode novas políticas educacionais para os surdos.

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Revista da FENEIS - 5

SUMÁRIO

Nas telas de Glauco, uma linguagempara surdos e ouvintesGlauco Machado Guedes tem 25 anos eé surdo desde os dois anos de idade. Embusca da felicidade e da superação dedificuldades, Glauco se entrega à Arte.Destacamos ainda nesta edição o III En-contro dos Coordenadores do Celes (Pá-ginas 24 e 25) e o edital da UFSC a res-peito do processo seletivo para o ingres-so no pragrama especial de Licenciatu-ra em Letras- Libras (Página 26).

� Editorial ..................................................................3

� Cartas .....................................................................6

� Comunicando ........................................................7

� De Surdo para Surdo ..............................................8

� Notícias ................................................................12

� Vencendo Barreiras ..............................................14

� Mercado de Trabalho ...........................................16

� Libras ...................................................................19

� Pelas Regiões ........................................................18

� Eventos .................................................................20

� Espaço Aberto ......................................................21

� Educação .............................................................24

� Educação/Edital UFSC ..........................................26

� Feneis pelo Brasil – endereços ..............................30

� Infantil ..................................................................31

SUMÁRIOSUMÁRIO

� CAPA:

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6 - Revista da FENEIS

cartas do leitor

Como escreverSou surdo, meu nome é Eduardo e queria

saber como escrever sobre o tema surdez paraa Revista da Feneis. Aguardo informação.

Eduardo José Moura

Revista da Feneis respondeAgradecemos seu interesse em participar da

Revista e respondemos a sua cartinha nesseespaço para que possamos esclarecer todos quetenham a mesma dúvida que você. Todo mate-rial para a nossa publicação deverá ser enca-minhado pelo email [email protected] pelo endereço da Feneis/RJ (Rua Major Ávila,379, Tijuca, Cep 20511-140). É importante lem-brar, no entanto, que não existe por parte daRevista obrigatoriedade em publicá-lo. Todosos textos passam antes pelo aprovação do nos-so Conselho Editorial.

Projeto Despertar e AprenderDesejamos partilhar da alegria que estamos

vivendo. Selecionamos 24 surdos para quedurante seis meses estejam preparados paraenfrentar a vida com dignidade. São jovenscom mais de 18 anos que abandonaram osestudos, não trabalhavam e viviam peram-bulando pelas ruas. Agora, além do que apren-dem por meio de cursos profissionalizantespromovidos pelo Senac, recebem uma cestabásica e uma bolsa de R$50. O projeto é umaparceria entre o Instituto G. Barbosa, o Senace a APADA/SE.

Ressaltamos que todos estão felizes com ostrabalhos, demonstrando interesse e participa-ção. Enviamos uma reportagem sobre o assun-to para apreciação.

Maria Lygia Maynard Garcez SilvaVice-Presidente da APADA-SE

REVISTA da Feneis respondeA reportagem sobre o Projeto envolvendo

o surdo, citado na carta acima, foi publicadano Jornal do Comércio de Pernambuco e estána página 16 desta revista.

Dificuldades enfrentadasSou surdo e farei 25 anos. Não entendo

como é possível continuar tanto descaso coma comunidade surda. Afinal, há anos que es-pero por mudanças e até agora faltam leisque nos garantam direitos iguais aos das de-mais pessoas. Exemplos disso estão em todasas áreas: na TV, muitos programas não pos-suem closed caption com palavras mais com-preensíveis e um pouco mais lentas; ostelejornais e programas infantis não têm in-térpretes; nos cinemas não podemos compre-ender os filmes porque a indústria cinemato-gráfica parece não trabalhar para nós (...) .Em muitos lugares, até mesmo em repartiçõespúblicas, as pessoas não sabem como se co-municar conosco. Enfim, esses são algunsexemplos de problemas que ainda hoje en-frentamos.

Eduardo Pereira - CE

FENEISFederação Nacional de Educação e Integração dos Surdos

Comunicandoatravés da Libras

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Revista da FENEIS - 7

comunicando

ClosedCaption

A Rede Globo está implan-tando em suas novelas oclosed caption, sistema quepermite acompanhar por meiode legendas o que é dito poratores e apresentadores emtempo real. O recurso atendeàs necessidades dos surdos edeficientes auditivos. A emis-sora já conta com este serviçoem programas como JornalNacional, Zorra Total e Gran-de Família, entre outros. O sis-tema é acionado por um sim-ples controle remoto. As emis-soras transmitem o sinal paraum local onde ficam osestenotipistas, profissionaisque digitam 200 palavras porminuto . De lá, o sinal é pas-sado para a casa dostelespectadores, captado porum processador instalado emcada televisor. (Fonte: Terra)

Realizada pelo ConselhoNacional dos Direitos da Pes-soa Portadora de Deficiência(Conade), a 1ª Conferência Na-cional da Pessoa com Deficiên-cia, aconteceu de 12 a 15 demaio na Academia de Tênis

Acessibilidade ecompromisso

Resort, em Brasília (DF). Sob otema “Acessibilidade: vocêtambém tem compromisso”, oencontro teve como objetivoanalisar os obstáculos e avan-ços da política nacional sobrea questão.

Programapara deficientesauditivos e visuais

O ministro das Comunica-ções, Hélio Costa, assinou umaportaria que prevê a compra deequipamentos que facilitam acomunicação de surdos e defi-cientes visuais. Esse é o primei-ro projeto do Fundo de Univer-salização de Serviços de Teleco-municações (Fust) e faz parte doPrograma de Atendimento àsPessoas com Deficiência. Estáprevista a aplicação de R$ 10 mi-

lhões para atender cerca de milinstituições que trabalham comdeficientes auditivos e visuais.Elaborado em parceria com a Se-cretaria Especial de Direitos Hu-manos, o projeto atenderá cercade 800 instituições que traba-lham com surdos e 120 entida-des de apoio a deficientes visu-ais, abrangendo aproximada-mente três milhões de pessoas.(Fonte: Agência Brasil)

Conade quer acessibilidadenos locais de votação

O presidente do ConselhoNacional dos Direitos da PessoaPortadora de Deficiência(Conade), Adilson Ventura, res-saltou a importância e o direitoda pessoa portadora de deficiên-cia votar. Segundo Ventura, oBrasil ainda precisa melhorar as

zonas eleitorais de modo que setornem acessíveis a todos os ti-pos de deficientes, sejam elescegos, paralíticos ou surdos.

“As escolas que recebem apopulação que vai votar deveri-am ter espaços adequados paratoda a sociedade”, defende Ven-

tura. “Mas a maioria delas têmbarreiras, sem rampas, nem pes-soas para acolherem o deficien-te. A pessoa que tem deficiênciatem o direito de votar em umlugar adequado as suas necessi-dades, o mais próximo de suacasa.” (Fonte: Agência Brasil)

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8 - Revista da FENEIS

de surdo para surdo

Nas telasde Glauco,a expressãode umalinguagempara surdos e ouvintesO artista encontra na arte ajuda para a superaçãodos obstáculos

Glauco Machado Guedestem 25 anos e é surdo desde osdois anos de idade. Em busca dafelicidade, autoconhecimento,superação de dificuldades e naluta contra uma depressão queteima em querer sufocar seussonhos, Glauco se entrega à Arte.“Em 1997, vi uma exposição deClaude Monet. Fiquei bastanteimpressionado e a partir dali de-cidi ser pintor”, revela Glauco,que sempre quando pode visitamuseus e centros culturais.

O dom artístico vem sendodesenvolvido desde a infância,pois Glauco sempre gostou dedesenhar. Durante o Ensino Mé-dio começou um curso de pin-tura em tela e daí em diante nãoparou mais. Participou de váriasmostras. Em 2003, expôs noCentro de Artes ClousteGulbenkien. No Atelier de De-senho e Pintura do Tijuca Tênis

Clube, foi premiado em outubrode 2002, com a obra DragãoNegro (carvão sobre cansonbranco). Em abril do mesmo ano,aconteceu sua primeira exposi-ção individual, Cores e Emoções,na Sociedade Brasileira de BelasArtes. No início de 2006, Glaucorealizou a mostra O Silêncio e a

Força das Cores, no InstitutoMetodista Bennett, no Flamengo.Foram duas semanas de exposi-ção e palestras para alunos doColégio e da Faculdade de Edu-cação Artística.

Jandira Praia, nome reconhe-cido no meio das Artes, afirmouque os trabalhos de Glauco sãoexcelentes e que ele é um artistamuito talentoso. “Essa declara-ção me fez muito bem, pois elaé uma artista reconhecida e con-ceituada.”, disse Glauco. Ele temcomo mestre da pintura PabloPicasso e Di Cavalcante.

Com o apoio da família, con-seguiu se inscrever no Projeto daFundação Nacional de Artes(Funarte), na categoria Artes Vi-suais, que este ano vem com otema Além dos Limites. Glaucoparticipará com o projeto O Si-lêncio e a Força das Cores, tra-balho que enfatiza o abstracio-

Paula Damas

Glauco: paixão pela arte

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Revista da FENEIS - 9

nismo e a arte contemporânea.O objetivo é mostrar que a difi-culdade auditiva não é um fatorimpeditivo para que o surdo pos-sa interagir com a comunidadeouvinte, usando a linguagem daarte, assim como os sentimentosque, indiferente à dificuldade,são complementares diante dabeleza e da sutileza das cores edas idéias que elas podem sus-citar.

Glauco conta com o apoio dafamília em tudo o que faz. “Elesme dão o máximo que podem,não posso reclamar deles em

nada, pois sãotodos maravi-lhosos”, afir-mou. Por contade um trata-

“(...) A PINTURA DE GLAUCO BROTA EM

CORES EXUBERANTES E SINÉRGICAS FORTES E

SILENCIOSAS, EXPRESSANDO ALEGRIA E

BELEZA, CARACTERIZANDO UMA

LINGUAGEM QUE SURDOS E OUVINTES NÃO

PRECISAM CODIFICAR, APENAS INTERAGEM

NA CONTEMPLAÇÃO E NO ENTENDIMENTO

DO SIMBOLISMO QUE SOMENTE A ARTE É

CAPAZ DE TRANSMITIR.”

NARCÍSIO GUEDES

mento médico, Glauco, que hácerca de três anos é funcionáriodo Ministério do Trabalho, estáde licença médica e tem explo-rado a arte como forma terapêu-tica.

Glauco afirma ter muitos so-nhos a realizar. Quer aprenderquatro línguas: francês, espa-

nhol, inglês e português.“Tenho fome de leiturapara poder conhecer cadavez mais”, afirma.

“Estou muito feliz comessa entrevista, pois isso jáé um reconhecimento demeu esforço profissional equero poder compartilharisso com outros surdos”,expressou Glauco, que

pretende ainda este ano exporseus quadros nas feiras públicasdo Jóquei e de Copacabana.

Interessados em saber maissobre os trabalhos e exposiçõesde Glauco Guedes podem entrarem contato pelo telefone (21)9852-0503 ou pelo [email protected]

Ao lado da família,Glauco encontrouforças para venceras dificuldades

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10 - Revista da FENEIS

perfil – entrevista

Feneis: Como nasceu o interes-se por ser intérprete ?

Sergio: Quando eu acompa-nhava meus pais na igreja cató-lica, eles me diziam que queri-am se comunicar com as ima-gens, mas elas não respondiamnada. Da mesma forma meuspais percebiam as pessoas queestavam ao nosso redor. Pareci-am estátuas, ninguém falavanada, ninguém se comunicavacom eles. Por causa disso eusenti um desejo forte de traba-lhar com os surdos e me torneiintérprete de meus pais em to-dos os lugares.

Feneis: Em que localidade doChile tem atuado como intér-prete e quais os seus projetosatuais?

Sergio: Atuo em Santiago,capital do Chile, onde moro.No próximo ano quero desen-volver um trabalho no norte dopaís, na cidade de Iquique, quehoje tem uma população de 5mil surdos, e também trabalharcomo intérprete numa emisso-ra de televisão que possui um

Língua de Sinais:a experiência emterra chilenaIntérprete, Sergio Mendonza fala da vivência de trabalhocom os surdos em outro país

Sergio Mendonza Cisterna

telejornal produzido em Línguade Sinais. Além disso, querocontinuar com meu trabalhomissionário. Estamos preparan-do dois surdos que estudam naCosta Rica, para que, ao volta-rem, sejam instrutores de surdospara comunidade surda cristã.Quero realizar, através da Asso-ciação, uma capacitação parainterpretação da Língua de Si-nais para o espanhol e do espa-nhol para Sinais. Hoje no Chilenão existe um trabalho focadodiretamente para interpretação.Lá, como em outros países, ossurdos não aceitam que os ou-vintes ensinem a Língua de Si-nais. Sou aceito para desenvol-ver esse tipo de trabalho por serfilho de surdos e conhecedor dacultura surda.

Paralelo ao projeto para osouvintes, estarei também de-senvolvendo outro trabalhopara a comunidade surda. Que-ro preparar uma escola de edu-cação especial, pois consideroque não adianta ensinar os sur-dos em espanhol, já que não ésua língua natural. Denomina-

Sergio MendonzaCisterna, 37 anos, édiretor nacional daAssociação Intérprete deuma Esperança, comsede em Santiago noChile, fundada há mais decinco anos. Nestaentrevista, ele fala deseus projetos, sonhos erealidade dos surdos noChile.

Feneis: Conte um pouco da suahistória de vida pessoal.

Sergio Cisterna: Eu sou filhode pais surdos. Meu pai ficousurdo com apenas 1 ano de ida-de, num acidente, e minha mãecom 5 anos, após uma meningi-te. Desde que comecei a serafalbetizado pelos meus pais tivea Língua Brasileira de Sinaiscomo minha primeira língua.“Primeiro penso em língua desinais e depois traduzo para oespanhol”.

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Revista da FENEIS - 11

mos o Projeto de “AlcançandoSurdos (ASOR)”, com objetivode sensibilização e conscienti-zação. Para esse trabalho con-to com o apoio de um missio-nário brasileiro residente emMinas Gerais.

Feneis: Qual o objetivo da suavisita ao Brasil?

Sergio: Há cinco anos desen-volvo uma pesquisa sobre ocomportamento e a cultura sur-da. Por esse motivo viajo paramuitos países, objetivando par-ticipar de congressos e realizarpesquisas. Aqui no Brasil já vi-sitei os estados de São Paulo,Minas Gerais, Brasília, Curitibae Santa Catarina. Na lista dospaíses estão Cuba, Argentina,Estados Unidos, Bolívia e CostaRita.

Feneis: E o que você destacariaa respeito da realidade da co-munidade surda no Chile ?

Sergio: A população surdado Chile conta um milhão depessoas, sendo que 90% sãoanalfabetos. Hoje, em toda re-gião do Chile existe apenas trêsintérpretes reconhecidos. Tra-

balhamos junto ao governo deSantiago e, como eu, estes in-térpretes são filhos de surdos.Em Santiago, na capital chilena,existe apenas uma escola bilín-güe e não há escola somentepara surdos. Além disso, as uni-versidades não contam com in-térpretes e apenas um surdopossui nível superior, formadoem Engenharia Civil.

Feneis: O que o governo do Chi-le tem feito pela comunidadesurda ?

Sergio: O governo preparouum programa de atendimento àsdeficiências, de modo geral, in-cluindo os surdos sem umaatenção especial e sem a utili-zação da Língua de Sinais. Nes-ta situação, muitas vezes, os sur-dos são taxados de deficientesmentais por falta de profissio-nais que os compreendam. Exis-te um projeto de lei para a libe-ração de uma verba no valor de15 milhões de pesos chilenospara auxiliar neste Projeto, masa lei não foi cumprida e não seviu nada do dinheiro.

Feneis:, o que existe atualmente

no Chile para os surdos em ter-mos de mídia?

Sergio: No Chile tem umtelejornal com intérprete que éexibido no período da tarde emrede nacional. Utiliza-se a CT -Comunicação Total, atingindoapenas 10% da comunidade sur-da que é oralizada. Alguns pro-gramas de televisão disponibili-zam o close caption.

Feneis: Que mensagem gostariade deixar para os surdos brasi-leiros?

Sergio: Agradeço pela opor-tunidade. Hoje tenho ciência deque sou parte integrante do mun-do dos surdos. “Tenho um cor-po de ouvinte, mas por dentrosou surdo. Penso como eles eamo muito as pessoas que tra-balham com surdos”.

links de sites sobre comuni-dade surda do Chile:www.achiels.clwww.fonadis.clwww.conosoch.cl

Entrevista realizada peloEscritório Regional da Feneis/SP

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Na Escola MunicipalIrmã Maria Amália, emTeófilo Otoni (MG), o ambi-ente escolar está sendo re-novador com a presença daLibras em sala de aula. Sen-sibilizando os colegas ou-vintes, as alunas surdasAriely e Kamilla, cursando 2ªsérie, tornam a convivênciauma nova forma de apren-dizagem, baseando-se nasolidariedade e no respeitoàs diferenças. As meninastêm conquistado, além da profes-sora Mércia Aparecida SantosPego, os demais profissionais daEscola.

Durante as aulas, Ariely eKamilla vão para frente da salapara ensinar a Libras para seuscolegas. A Feneis tem acompa-

Escola Municipal se destacapelo ensino em Libras

nhado esse trabalho e percebidoque a inclusão é possível a partirdo momento em que o professorregente assume uma postura deatendê-los conforme suas neces-sidades. A entidade já verifica queos alunos estão aprendendo a Li-bras muito rápido pelo contato

notícias – Libras

5% das vagas para servidores efuncionários tradutores ou intér-pretes de Libras. O governo fe-deral terá um ano para transfor-mar ou criar escolas e classesbilíngües, e as instituições deensino superior, um prazo dedez anos para oferecer a disci-plina Libras em todos os cursos.Os professores que dominam alíngua poderão fazer exame deproficiência, elaborado peloMEC ou por instituição de ensi-no superior credenciada peloministério.

permanente entre surdos eouvintes. A oportunidadesurge quando há espaçopara os alunos surdos inte-ragirem naturalmente coma primeira língua e a presen-ça do interprete em sala deaula.

Suely Ferreira da Silva,que atua como intérprete deAriely e Kamilla, afirma queo desempenho acadêmico ea participação das meninastêm sido muito proveitosos

para os alunos. Ela ressalta a im-portância da Escola MunicipalIrmã Maria Amália, através de suadiretora Natália Galvão, e agrade-ce também a Secretaria de Educa-ção do Município, representadapor Maria Helena Costa Salim.

Fonte: Jornal Agora, Teófilo Otoni

Lei de Libras transpõebarreiras na Educação

Universidades e escolas jápodem começar a se prepararpara cumprir o Decreto que re-gulamenta a Lei de Libras, anun-ciado no final de dezembro de2005. Na ocasião, foi ainda as-sinado um acordo para realiza-ção de cursos de formação deprofessores nas séries iniciais doensino fundamental. A titular daSecretaria de Educação Especi-al (Seesp/MEC), Cláudia Dutra,destaca que essa lei é resultadode um trabalho árduo paratranspor as barreiras existentesna educação, e que agora os sis-

temas de ensino vão poder con-tar com profissionais mais pre-parados.

Com a nova lei, a disciplinaserá obrigatória nos cursos de li-cenciatura e fonoaudiologia, eopcional nos demais. Após umano de vigência, as instituiçõesdeverão ter em seus quadros umtradutor e intérprete de Libraspara atuar nos processos seleti-vos e nas salas de aula. Do mes-mo modo, o Sistema Único deSaúde (SUS) e os órgaos públi-cos federais terão de reservar

Em sala de aula, a presença da Libras

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país

Dia do Surdo aguarda LeiComunidade aguarda aprovação de Projeto de Leique institui oficialmente Dia do Surdo

Autor:Deputado EDUARDO BARBOSA

Relator:Deputado BOSCO COSTA

I - RELATÓRIOO Projeto de Lei em epígrafe

institui o Dia Nacional dos Sur-dos, a ser comemorado anual-mente no dia 26 de setembro.

Em sua justificação, o nobre au-tor ressalta que a população sur-da do Brasil representa 2% daspessoas portadoras de deficiên-cia no País. Lembra que estaspessoas têm tido uma participa-ção cada vez mais efetiva na so-ciedade, inclusive no mercado detrabalho. Esclarece que a Fede-ração Mundial dos Surdos já ce-lebra o dia do surdo internacio-nalmente a cada 30 de setembroe que a proposição tem o esco-po de criar uma data nacional co-incidente com aquela da inaugu-ração da primeira escola para sur-dos no Brasil, Instituto Nacionalde Educação de Surdos, ocorri-da em 1857 no Rio de Janeiro.

A matéria é de competênciaconclusiva das comissões, deacordo com os ditames do art.24, II do Regimento Interno. Tra-mita em regime ordinário e foidistribuída, no mérito, à Comis-são de Seguridade Social e Fa-mília e à Comissão de Educação,Cultura e desporto, que a apro-varam unanimemente sememendas.

É o relatório.

II - VOTO DO RELATORConforme o mandamento regi-

mental (art. 32, IV, a e art. 54),cumpre que esta Comissão deConstituição e Justiça e de Cida-dania se pronuncie acerca daconstitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa do Projeto deLei nº 1.791, de 1999.

O projeto atende aos requisi-tos constitucionais formais rela-tivos à competência legislativa daUnião, às atribuições do Con-gresso Nacional e à iniciativa par-lamentar. Também foram respei-tadas as demais normas consti-tucionais de cunho material.

Quanto ao aspecto de juridici-dade, há de se afirmar que o pro-jeto foi elaborado em conformi-dade com o ordenamento jurídi-co em vigor.

A técnica legislativa e a reda-ção empregadas no texto do pro-jeto nos parece acertada e,indubitavelmente, estão em acor-do com as determinações impos-tas pela Lei Complementar nº 95,de 1998 - alterada pela Lei Com-plementar nº 107/2001 - que tra-ta da elaboração das leis.

Isto posto, nosso voto é pelaconstitucionalidade, juridicidadee boa técnica legislativa do Pro-jeto de Lei nº 1.791, de 1999.

Deputado BOSCO COSTARelator

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIAPROJETO DE LEI No 1.791, DE 1999Institui o Dia Nacional dos Surdos.

A comunidade brasileira desurdos está ansiosa para o Dia doSurdo, comemorado anualmen-te no dia 26 de setembro. No en-tanto, apesar da mobilização dossurdos em todo o Brasil em tornoda data, oficialmente ainda nãofoi aprovado o Projeto de Lei quetrata sobre o assunto. Desde oinício deste ano um número ex-pressivo de surdos tem escritopara o Deputado Eduardo Barbo-sa, autor do Projeto de Lei 1791/99, que institui a data de celebra-ção da luta e conquistas de direi-tos do surdo em nosso país.

Caminhando a passos lentos,o processo de reconhecimentoda data de 26 de setembro comoDia do Surdo tem preocupado li-deranças surdas. Antônio Cam-pos de Abreu, conselheiro doConade e diretor regional daFeneis, tem sido um dos princi-pais articuladores da mobiliza-ção dos surdos em prol da lei eum dos defensores da idéia. “Éimportante a aprovação da Leipara a comunidade surda. É pre-ciso insistir, enviando mensagenspara deputados e amigos políti-cos, buscando chamar a atençãopara a necessidade da aprovaçãoda Lei. Vamos lutar pela vitóriado Dia dos Surdos”, escreve eleàs entidades e órgãos que traba-lham com surdos.

A proposição tramita na Co-missão de Constituição Justiça ede Cidadania, que aguarda suainclusão em pauta. É possívelacompanhar o processo peloDisque-Câmara 0800-619619 [email protected]

Leia ao lado o Projeto de Leique institui o Dia 26 de setembrocomo o Dia Nacional dos Surdos.

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14 - Revista da FENEIS

vencendo barreiras

TorpedoRybená:rumo à inclusão digital

Empresas do setor de teleco-municações estão indo além daoferta do auto-atendimento viacelular. A Brasil Telecom GSM,por exemplo, lançou em novem-bro um novo aparelho para de-ficiente auditivo. A operadoraestá interessada em atingir osdeficientes auditivos: alfabetiza-dos e não alfabetizados em por-tuguês, que usam como primei-ra Língua a Libras. A idéia é tam-bém oferecer um novo meio decomunicação entre surdos e ou-vintes.

O Torpedo Rybená é um ser-viço que permite enviar e rece-ber mensagens de texto na estru-tura da Língua Brasileira de Si-nais – Libras.

Pessoas surdasou com baixa audi-ção poderão se co-municar por meioda animação deimagens no celular,assim comovisualizar as mensa-gens em texto.

Familiares e ami-gos de surdos tam-bém poderão enviarTorpedos Rybená. Asmensagens serão

convertidos do português paraLibras, proporcionando umamaior comunicação de formatransparente e não tutelada.

É o resultado do projetoRybená (‘Comunicação’ na lín-gua Xavante) iniciado em de-zembro de 2003 pela comuni-dade de desenvolvedores Java deBrasília – DFJUG e do InstitutoCTS que apoiou o projeto e otransformou em uma soluçãopara o mercado.

Inicialmente, a aplicação seráoferecida em um celular SiemensCX65, mas pode ser estendida aoutros terminais compatíveiscom a linguagem de programa-ção Java. O aparelho possui visorcolorido, acesso WAP (Wireless

Application Protocol), câmeradigital, agenda e sincroniza da-dos com o microcomputador.

A área de atuação da BrasilTelecom GSM compreende dezEstados nas regiões Norte, Cen-tro-Oeste e Sul. No Brasil há 5,7milhões de deficientes (censoIBGE 2000), e na área de abran-gência da Brasil Telecom GSMexistem cerca de 1,5 milhão dedeficientes com este perfil, querepresentam 30% dos deficien-tes auditivos do País.

Quase dois milhões de bra-sileiros surdos não são alfabe-tizados em português, e se co-municam exclusivamente atra-vés da Língua Brasileira de Si-nais (Libras). O problema atin-

ge toda a sociedade,uma vez que pessoasnão portadoras destetipo de deficiênciatambém estão impos-sibilitadas de se comu-nicarem com elas, in-clusive amigos e fami-liares.

Mais informaçõesno site:http://www.rybena.org.br/rybena/produtos/tor-pedo_ rybena.htm

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Revista da FENEIS - 15

WASHINGTON – Cer-ca de 200 estudantes che-garam a bloquear oportão de acesso àGallaudet University, emprotesto contra a eleiçãode Jane K. Fernandes paraa presidência da institui-ção.

Fernandes, que já tra-balha na Gallaudet há 11anos, foi recebida comprotestos momentos an-tes de sua eleição. Durante oprotesto, alunos, principalmen-te hispânicos, pediam “um me-lhor presidente já”. Segundo umdos líderes do movimento, a es-tudante Tawny Holmes, o Con-selho de Administradores daGallaudet ignorou a comunida-de estudantil. Estudantes disse-ram que preferiam Ronald J.Stern, superintendente e chefe-executivo da Escola do NovoMéxico para Surdos, ou StephenF. Weiner, professor daGallaudet.

Após a eleição, a nova presi-dente afirmou ser eficiente e terum estilo diferente de liderança.I. King Jordan, diretor atual, fa-lou aos alunos que não irá rever

a decisão, e deixou ainda claroque ele próprio endossa a expe-riência de Fernandes como ad-ministradora escolar.

O slogan dos protestos re-mete ao usado em 1988 quan-do estudantes marcharam paraa Casa Branca exigindo um“Presidente surdo já”, inician-do um movimentos por direi-tos civis. No entanto, pela pri-meira vez na história da Uni-versidade, todos os finalistaseram surdos, o que foi motivode comemorações.

Jane K. Fernandes assumiráem Janeiro de 2007, no lugarde I. King Jordan, sendo a se-gunda pessoa surda a ocupar ocargo. Ela é de Worcester

Nova presidentecausa polêmicaentre estudantesda Gallaudet

(Massachusetts), ondetrabalhou em escolaspúblicas para surdos.Depois de passar umtempo no Hawaii im-plantando o ProgramaEducativo de Intérpretesna Escola Comunitáriade Kapi’olani e dirigin-do o Centro para Surdose Cegos, entrou para aequipe do Departamen-to de Comunicação em

Sinais da Gallaudet.Jane falou que irá trabalhar

para unir a universidade e apri-morar as relações com os estu-dantes mesmo antes de Jordandeixar o cargo. Ela fala a LínguaAmericana de Sinais, o que con-sidera útil para manter unidatoda a comunidade, mesmo ape-sar das diversidades. “Nós sem-pre usaremos comunicação visu-al”, disse.

Jordan entrou para a históriada faculdade quando foi eleitopresidente após protestos de es-tudantes que pediam um presi-dente surdo. Ele passará a serpresidente honorário e continu-ará como assistente na Univer-sidade.

internacional

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16 - Revista da FENEIS

da presidente do Instituto G Bar-bosa, Nadja Maria Mattos Silva;do presidente do SistemaF e c o m e r c i o / S e s c / S e n a c ,Fernando Carvalho; da diretorado Departamento de EducaçãoEspecial do Estado, Iara Madu-reira; da gerente de Divisão Edu-cacional do Senac, Dayse GóesPrado e do diretor regional doSenac em exercício, Marcos An-tonio de Barros Barreto. A aulainaugural foi marcada por umaapresentação de integrantes doGrupo Apadense, pessoas surdasque tocam instrumentos musi-cais e dançam sem nada escuta-rem.

Esse projeto objetiva, além dereduzir o índice de desempregodo público para o qual é desti-nado, combater a discriminaçãoe a exclusão social, capacitando-os por intermédio de cursosprofissionalizantes. A valoriza-ção pessoal também terá um lu-gar especial no projeto, atravésdas oficinas de português, liçõesde ética e postura no trabalho,oferecendo todo o acompanha-mento necessário através da aju-da de psicólogos e professorescapacitados para ensinar a essepúblico. “Todas as pessoas têmo direito de estudar, trabalhar econstruir o seu próprio caminho.Este projeto vai servir como umgrande suporte técnico para osportadores de necessidades es-peciais. Estamos muito felizes

Libras

Portadores de deficiênciasão beneficiadospor projeto

Atualmente, um percentualestimado em 14,5% da popula-ção brasileira apresenta algumtipo de deficiência. Em Sergipe,esse número chega a 264 milpessoas. No mercado de traba-lho é escasso o número de inte-grantes desse contingente e se-gundo os empregadores, a faltade instrução e a baixa escolari-dade são as maiores causas dodesemprego.

Contribuindo socialmente narealização de projetos que esti-mulem o desenvolvimento hu-mano e social, o Instituto G. Bar-bosa; o Senac, que há 60 anostem como missão educar para otrabalho; e a Apada (Associaçãode Pais e Amigos dos Deficien-tes Auditivos de Sergipe), queconsiste em acolher, orientar eencaminhar os portadores dedeficiência auditiva, lançaram oProjeto Despertar e Aprender.Esse projeto tem como objetivoprincipal capacitar profissional-mente jovens e adultos com per-da auditiva, a fim de facilitar asua inserção no mercado de tra-balho, assegurando o pleno exer-cício de sua cidadania.

O projeto lançado no primei-ro trimestre deste ano, no audi-tório do Senac, contou com apresença do médico Cleovan-sóstenes Pereira de Aguiar, con-selheiro consultivo do G. Barbo-sa; da presidente da Apada, Ma-ria Lygia Maynard Garcez Silva;

por essa conquista”, enfatizouLygia Maynard, presidente daApada.

Segundo o presidente da Fe-deração Fecomercio, FernandoCarvalho, uma das principais pre-ocupações da entidade está empreparar e inserir pessoas no mer-cado trabalho, com a qualifica-ção necessária para atender àsexigências em termos de profis-sionalização. “É uma grande hon-ra para o Senac de Sergipe inte-grar este importante projeto de in-clusão social, que é o Despertare aprender, juntamente com oInstituto G. Barbosa e a Apada.Após a sua realização, em seismeses, tenho a certeza de que asestatísticas quanto nível de pro-fissionalização de portadores denecessidades especiais do nossoEstado estarão mais favoráveis”,disse.

Para a presidente do InstitutoG. Barbosa, Nadja Maria, esseprojeto é a oportunidade espe-rada por todos os portadores dedeficiência auditiva, para quecada um possa buscar o seu lu-gar no mercado de trabalho. “ODespertar e Aprender é muitointeressante. Tenho a certeza deque ele renderá bons frutos. Oconhecimento é o fator impor-tante para o desenvolvimento detodos”, finalizou.

Fonte: Jornal do Comércio deSergipe, nº 104 – abril de 2006

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Revista da FENEIS - 17

Associaçãode Pais e Amigosde Surdos deCaçador- APASC

Com quase 20 anos de exis-tência, a Associação de Pais eAmigos de Surdos de Caçador –APASC, foi fundada a partir dainiciativa de membros da comu-nidade, juntamente com pais depessoas surdas. Fundada emabril de 1988, seu primeiro pre-sidente foi o Sr. Rudi Heller . Emuma reunião realizada no anoseguinte entre a diretoria daAPASC e do Lions Clube Caça-dor – Universidade, ficou deter-minada a construção da sede daentidade, patrocinada peloLions, em terreno doado pelaPrefeitura Municipal. Convêniosfirmados com órgãos públicosgarantiram a cessão de profissi-onais para a APASC

O Clube de Mães reunia-sesemanalmente e desenvolvia tra-balhos manuais que eram ven-didos e os recursos revertidospara serem aplicados nos servi-ços. Devido ao crescimento daAPASC, com o auxilio da Prefei-tura Municipal, suas atividadesforam transferidas para o Colé-gio Cenecista Marcos Olsen. Nofinal de 1994, a APASC firmouconvênio com a Legião Brasilei-ra de Assistência - LBA, para cus-teio no atendimento de 18 alu-nos, hoje mantidos através do

Fundo Municipal de AssistênciaSocial. Um ano depois, a enti-dade mudou-se para uma sedeprópria, ampliando significativa-mente o número de atendimen-tos e expandindo-se também

para outros municípios. Posteri-ormente, houve a ampliação dasinstalações da APASC para o ter-reno ao lado.

A APAS de Caçador sobrevi-ve de convênios firmados coma Prefeitura Municipal e Gover-no do Estado, através da Funda-ção Catarinense de EducaçãoEspecial e Fundo Municipal deAssistência Social. Há ainda o

financiamento de projetos espe-cíficos por órgãos públicos e pri-vado, por subvenções sociais re-cebidas do Governo do Estadoe pela colaboração da comuni-dade. A instituição ofereceEstimulação Precoce; Alfabeti-zação de Adultos; Ensino da Li-bras; Serviço Social; Apoio Só-cio-Educativo; Fonoaudiologia;e Orientação Pedagógica. Oatendimento é em tempo inte-gral, em regime de semi-inter-nato.

Atualmente a APASC contacom 68 surdos cadastrados. Suaequipe multiprofissional enten-de que as conseqüências da sur-dez sobre o desenvolvimento dalinguagem variam em função dograu e tipo da perda auditiva, daidade em que surge, e dos fato-res educacionais e ao ambientefamiliar. A instituição é simpati-zante do Bilingüismo e da peda-gogia Freinetiana, oferecendo,após a avaliação do problema doaluno, os seguintes níveis: Edu-cação infantil (crianças de 0 a 6anos), Alfabetização, Sala de Re-cursos (alunos com mais de 14anos) e Ensino profissionalizante(corte e costura, bordado e tape-çaria, informática, reciclagem depapel e cestaria de jornal).

associações

“A INSTITUIÇÃO OFERECE

ESTIMULAÇÃO PRECOCE;ALFABETIZAÇÃO

DE ADULTOS; ENSINO

DA LIBRAS; SERVIÇO

SOCIAL; APOIO

SÓCIO-EDUCATIVO;FONOAUDIOLOGIA;E ORIENTAÇÃO

PEDAGÓGICA”

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18 - Revista da FENEIS

pelas regiões

FENEIS visitaassociação em Curitiba

No dia 24 de junho a Dire-toria da Feneis esteve em umareunião de assuntos administra-tivos na regional de Curitiba. Naoportunidade, aproveitou paravisitar a Associação dos Surdosde Curitiba, onde foi recep-cionada com entusiasmo pelopresidente da Associação atéentão Daniel Antônio Passos, epelo novo presidente, Luiz An-tonio Angel. A Associação dosSurdos de Curitiba existe há 50anos e há 5 está com sede pró-pria doada pela prefeitura dacidade. A FENEIS deseja suces-so na continuidade das ativida-des desenvolvidas pela associ-ação e agradece a prefeitura deCuritiba por proporcionar a per-manência desse trabalho, incen-tivando e valorizando a cultura

surda brasileira. O endereçoda associação é Rua Nunes Ma-

Da esquerda para direito, Max Augusto, diretor financeiro da Feneis; DanielAntonio Passos, último presidente da ASSC; Luiz Antonio Angel, novo

presidente da ASSC; Shirley Vilhalva , segunda vice-presidente da Feneis;Antonio Mario, presidente da Feneis; Marcelo Lemos, primeiro vice-presidente

da Feneis; e Neivaldo Zovico, diretor Regional da Feneis/SP

chado, 2569, Parolin, Curitiba(PR)

Eleita nova Diretoriada Federação PaulistaDesportiva de Surdos

A nova diretoria da Federa-ção Paulista de Desportiva deSurdos (FPDS) tomou posse noinício deste ano na sede da As-sociação dos Surdos de SãoPaulo (ASSP). O novo Presiden-te da FPDS Roberto AmaralGaspar disse que está preocu-pado com o Desporto nas asso-ciações e quer incentivar e bus-car mais apoio para novos even-

tos relacionados aos esportespara adolescentes e adultos sur-dos. Além disso, pretende au-mentar o número de Associaçõesde Surdos nas cidades do interi-or do Estado de São Paulo. Ou-tro ponto importante de sua pa-lavra foi a respeito do Campeo-nato Brasileiro, que contará coma participação da FPDS.

Estiveram presentes diversos

representantes de Associações deSurdos e Neivaldo AugustoZovico, diretor regional da FENEISde São Paulo, que cumprimentoue desejou sucesso para o novopresidente e toda a Diretoria elei-ta e empossada nesse evento.

Mais informações sobre aFPDS pelo email [email protected]

Fonte : Neivaldo Zovico

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Revista da FENEIS - 19

UFRJ abre as portas paraintérpretes de Libras/português

A Comunidade Surda tem umbom motivo para comemorar!Há alguns anos a professora sur-da Myrna Salerno Monteiro, daUniversidade Federal do Rio deJaneiro – UFRJ, vem lutando paraser respeitada em sua diferençae assegurar o direito, agora pre-visto em lei, de ter intérprete daLíngua Brasileira de Sinais - Li-bras para si mesma e para osdemais surdos dessa instituição.

Em 1986, a professora come-çou a se interessar por pesquisase estudos lingüísticos realizadospela Comissão Paulista de Defe-sa dos Direitos dos Surdos(Copadis) em prol da Comuni-dade Surda Paulista e, com oapoio da professora doutoraLucinda Ferreira de Brito decidiuse aprofundar neste campo. Em1997, participou do primeiroConcurso Federal no Brasil, queoferecia vaga para docente sur-do, realizado pela UFRJ. Hoje éprofessora auxiliar IV e, além deatuar como pesquisadora, minis-tra aula nas disciplinas optativas“Estrutura da Língua Brasileira deSinais I, II, III e IV”.

A história pelos direitos dosSurdos está estreitamente ligadaà UFRJ que, há alguns anos, vemdemonstrando preocupaçãocom a integração desses indiví-duos à sociedade através de al-guns professores da Universida-de. Nesse sentido, vale ressaltara pesquisa da professora LucindaFerreira Brito, pioneira na Edu-cação Bilíngüe no Brasil e res-ponsável pelos primeiros traba-lhos desenvolvidos sobre estetema no país, e sua participaçãona luta pela realização do II Con-

gresso Latino Americano, sedia-do no Rio de Janeiro, sob respon-sabilidade direta de professoresda UFRJ. No evento, foram rea-lizadas pela primeira vez, discus-sões que abordaram profunda-mente a questão do Bilingüismono Brasil. Na época, houve a re-alização de dois cursos pré-con-gresso, realizados na UFRJ, comduração de três semanas e coma participação de Surdos e ou-vintes de outros estados brasilei-ros. Um dos cursos foi direcio-nado aos intérpretes de Libras eministrado pela professora ame-ricana Cherry Smith. O outro,objetivava a capacitação dos Ins-trutores de Libras e foi ministra-do pelo professor americano KenMikos. Todos os preparativos re-ferentes ao Congresso foram fi-nanciados pelo CNPq, CAPES,FUJB e patrocinadores.

Entretanto, a luta pela causado surdo continua. Recentemen-te, a professora Myrna Salernoparticipou, em Brasília, de todoo processo que culminou com aelaboração de um Decreto queregulamenta a Lei 10.432/02. ODecreto de Lei 5.626, de 22 dedezembro de 2005, estabelece anecessidade de processos seleti-vos para a implantação de pro-fissionais intérpretes de Libras/português com o intuito deviabilizar o acesso à comunica-ção e a formação das pessoassurdas.

Nesse sentido, o lançamentodo primeiro edital para contra-tação de Intérpretes de Libraspublicado no Diário Oficial daUnião representou uma grandevitória para a professora Myrna,

que tem experimentado, em seudia-a-dia, toda a dificuldade im-posta pela barreira da comuni-cação no ambiente acadêmico.A iniciativa da UFRJ, que con-tou com a determinação das pro-fessoras Myrna Salerno, DeizeVieira dos Santos e Maria Cecí-lia Mollica, trouxe uma novaperspectiva para a inclusão efe-tiva do surdo na Universidade.O concurso para Intérprete deLibras foi realizado pelo Depar-tamento de Lingüística e Filolo-gia da Faculdade de Letras eocorreu nos dias 20 e 21 demarço deste ano, tendo sidopublicado no Diário Oficial doEdital nº 8, de 23 de fevereiro de2006. Foram oferecidas quatrovagas para professor substituto/Libras devido à inexistência deum cargo técnico específico paraa função de Intérprete de Libras.A Banca Examinadora foi com-posta pelas professoras doutorasDeize Vieira dos Santos e MariaCecília Mollica, e pela professo-ra Especialista Myrna SalernoMonteiro do Departamento deLingüística e Filologia da UFRJ.A Banca contou ainda com a as-sessoria de Noelia Costa da Sil-va, na condição de Intérprete deLibras da professora Myrna.

O formato do concurso com-preendeu três momentos. No pri-meiro foi feita a análise doCurriculo Vitae. No segundomomento, houve uma prova es-crita que exigia dos candidatosconhecimentos sobre CulturaSurda, perfil do profissional In-térprete e a educação do sur-do, além de questões sobre a es-trutura lingüística da Libras e

Libras

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20 - Revista da FENEIS

Surdos participam daI Conferência Estadual dos Direitosda Pessoa com Deficiência

contrastes entre a Libras e o por-tuguês. No terceiro momento, oscandidatos submeteram-se auma prova prática subdivididaem três etapas, que avaliavam acompetência lingüística dosmesmos.

Ao final dos três momentos,a Banca Examinadora avaliou asnotas obtidas e foram conside-rados aptos para assumir a fun-ção, em ordem do primeiro parao último colocado, os candida-tos: Marília Moraes Manhães,Mariana Gonçalves Ferreira de

Castro, Rosângela Ramos de Bar-ros e Margareth Maria LessaGonçalves.

Essa conquista, além de be-neficiar os funcionários, alunose professores surdos da Institui-ção, permite a chance de criarnovas possibilidades de aperfei-çoamento profissional para osIntérpretes de Libras. Paralela-mente a isso, a equipe de pes-quisa em Linguagem e Surdezda UFRJ já estuda a possibilida-de da criação de cursos de ex-tensão para a formação de In-

térpretes de Libras e até mesmoum Curso de Licenciatura Li-bras/Português.

Equipe de Pesquisa em Lingua-gem e Surdez da UFRJ:

Myrna Salerno MonteiroDeize Vieira dos SantosMarilia Moraes ManhãesMariana Gonçalves Ferreirade CastroRosângela Ramos de BarrosMargareth Maria Lessa Gon-çalves

Mais de 300 pessoas partici-param da I Conferência Estadu-al dos Direitos da Pessoa comDeficiência do Rio de Janeiro,no primeiro trimestre deste ano,na UERJ, representando 22 mu-nicípios do Estado. Fizeram par-te da programação palestras,oficinas e debates. Foram abor-dados temas como educaçãoinclusiva, informação, tecno-logia, transporte e saúde, entreoutros. Todo o evento foi tradu-zido em Língua Brasileira de Si-nais através da participação de in-térpretes. A Feneis enviou o in-térprete Evandro dos Santos, queesteve presente durante todo oevento facilitando a comunica-ção com os surdos.

Estiveram representando a co-

munidade surda no evento as de-legadas Andréa Giovanella dainstituição ASMAR (Associaçãodos Surdos do Município deAngra dos Reis e sub-coordena-dora do setor de Informática daFeneis/RJ); Luciana Ruiz (presi-dente do Conselho Municipal de

Defesa dos Direitos da PessoaPortadora de Deficiência deNova Friburgo); e Maria de Fá-tima. (APADA – Niterói/RJ). Acomunidade surda, que parti-cipou ativamente do Encontro,agradece aos intérpretes e àequipe do Conselho Estadualpara política de integração dapessoa portadora de deficiên-cia (CEPDE ), responsável pelaConferência.

O CEPDE estimula e apóiaa criação de Conselhos Munici-pais no estado, além de articularcom órgãos federais, estaduais,municipais e demais conselhospara apoio e ações conjuntas.Mais informações sobre este oConselho no site www.cepde.rj.gov.br

Delegadas surdas Andrea, Maria de Fatimae Lu, com o Interprete Evandro

eventos

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Revista da FENEIS - 21

Para todos os seres humanos,a primeira língua, ou língua ma-terna, codifica experiências indi-viduais, e é nela que são efetua-das trocas de informações entreindivíduos e grupos, transforman-do essas experiências individuaisem fontes de conhecimento com-partilhado. Cada grupo social irápossuir uma língua particular.Desse modo, da mesma formaque as línguas faladas surgem danecessidade de transmissão devalores e conhecimento entre in-divíduos em um grupo, as línguasde sinais surgem a partir do en-contro de um número significati-vo de pessoas surdas, que formamuma comunidade na qual sãotransmitidos valores e conheci-mentos específicos desta comu-nidade através de uma linguagemvisual-espacial.

Reconhecer as línguas de si-nais como sistemas lingüísticos deuma comunidade, bem comoestudar suas características e es-trutura, é o primeiro passo para ainclusão educacional. A língua éuma das marcas mais importan-tes da identidade de um grupo ouindivíduo, a educação voltadapara diferentes grupos deveabranger todas as línguas utiliza-das por seus membros num mes-mo ambiente educacional.

A inclusão de surdos no con-texto educacional regular temsido muito estudada e debatida.Sabe-se que não basta que o sur-do freqüente uma sala de aula,mas que este seja atendido nas

Línguas de sinais einclusão educacionalEducação inclusiva de surdos: panorama de SantaCatarina/Brasil e Espanha

suas necessidades enquanto alu-no especial. Para compreender-mos a problemática do surdo naescola de ensino regular, é im-portante frisar dois aspectos:

a) A maioria dos alunos ad-quire a LIBRAS como línguamaterna na escola, já que a mai-or parte dos educandos surdostêm pais ouvintes desconhece-dores ou com baixo nível de pro-ficiência em LIBRAS (QUA-DROS, 2006).

b) O ensino da língua portu-guesa como segunda língua deveser focado no caráter instrumen-tal, cujo objetivo é desenvolveras habilidades de leitura e pro-dução escrita do português noaluno surdo.

No ambiente escolar, o pro-fessor exerce um papel de desta-que ao desenvolver atividadesprodutivas para todos os seusalunos, surdos ou ouvintes. Odomínio da Língua Brasileira deSinais (LIBRAS) por parte doseducadores deve possibilitar areal transmissão dos conheci-mentos acadêmicos para o alu-no surdo, visando que este tenhaum aprendizado equivalente aoaluno ouvinte.

A educação inclusivade surdos em SantaCatarina

A Fundação Catarinense deEducação Especial (FCEE), em con-junto com a Secretaria de Estadoda Educação e Inovação (SED),

veio se reunir à comunidade sur-da para formar uma nova políticaeducacional para os alunos surdosno estado de Santa Catarina,objetivando garantir uma educa-ção plena através do ensino emLIBRAS em algumas das escolasdo estado que possuem as turmaspólo. Nelas conta-se com profes-sores intérpretes, professores bilín-gües e instrutores de LIBRAS. Emconsonância com as declaraçõesuniversais de Salamanca (DECLA-RAÇÃO, 1994) dos Direitos Hu-manos (DECLARAÇÃO, 1948), aspessoas surdas têm o direito deacesso ao conhecimento atravésda sua língua materna.

A política para educação desurdos no estado de Santa Cata-rina prevê a contratação de pro-fessores surdos bilíngües ou pro-fessores ouvintes bilíngües comoregentes de turma. No caso deturmas mistas, estes últimos comum instrutor ou monitor de LI-BRAS. Para as turmas exclusiva-mente compostas por alunos sur-dos, o quadro docente deve sercomposto, preferencialmente,por professores surdos. No casode não haver professores surdosdisponíveis, devem ser priori-zados professor ouvinte bilíngüe;ou professor ouvinte com intér-prete em sala de aula (o intérpre-te deve ser contratado por áreasde conhecimento). A escola devecontar, no seu quadro adminis-trativo, com profissionais surdosou ouvintes bilíngües (SANTACATARINA, 2004).

espaço aberto

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No ano de 2004, este novoprograma de educação para sur-dos teve início em escolas pólode sete cidades: Blumenau,Joinvile, São Miguel do Oeste,Xanxerê, Criciúma, São José eFlorianópolis. Em 2005, com osurgimento de novas escolaspólo (em Joaçaba, Concórdia,Lages, Itajaí, Araranguá, Jaraguádo Sul e Canoinhas), os alunossurdos de diferentes localidadespassam a ter a possibilidade deiniciarem seus estudos em seusmunicípios de origem.

Antes da implementação donovo programa de educação in-clusiva de surdos, dados do IBGEindicavam um número de178.000 pessoas surdas no esta-do de Santa Catarina, das quaismenos de 1% (1.680 surdos) eramatendidas nas escolas regularescom apoio das salas de recurso(INSTITUTO, 2003). Após um anode implementação da nova polí-tica, um dos principais problemasque ameaçam o sucesso deste pro-grama é a falta de profissionais nasescolas pólo. Apenas 19 profissi-onais (intérpretes e professores bi-língües) atuavam nas escolas pólono primeiro ano do programa.Também foi registrado um déficitem relação ao número de intér-pretes de língua de sinais qualifi-cados para atender as demandasdas sete cidades em que foiimplementada a proposta. Alémdisso, a maioria dos professores éadmitida em caráter temporário(ACT), o que significa que os in-vestimentos em cursos decapacitação estão sendo aplicadosem profissionais que não fazemparte do quadro funcional efetivo,arriscando a continuidade do pro-grama (QUADROS, 2006).

Percebe-se que a realidade noestado ainda não está próximado ideal para uma educação in-

clusiva de qualidade, na qual aformação educacional dos alu-nos surdos viria desde a educa-ção infantil até sua conclusão nosegundo grau, capacitando esseeducando para a nova etapa desua vida que seria o terceiro grau.

Ainda assim, o conceito in-clusivo nas escolas pólo objeti-va dar aos educandos surdosuma oportunidade de convíviocom pessoas ouvintes bilíngües,tentando ultrapassar a dificulda-de desses de acesso a LIBRAS. Aomesmo tempo busca propiciar aesses estudantes um ambientelingüístico mais rico durante operíodo de aquisição da línguade sinais.

Educação Inclusivana Espanha

A educação inclusiva naEspanha tem uma longa trajetó-ria. No entanto, é a partir da dé-cada de 80 que novas leisconcernentes à inclusão de pes-soas com deficiências foramsendo implementadas. A partirdaí diferentes tipos de escolasse estabeleceram, desde as es-colas puramente para pessoassurdas, passando por aquelasem que as crianças surdas divi-diam seu tempo entre atividadesespeciais e atividades regulares,até as escolas nas quais a crian-ça podia ser a única pessoa sur-da em toda a escola. Entretan-to, os problemas concernentesao preparo dos docentes paraatender estes alunos continua-vam (FERNÁNDEZ-VIADER;FUENTES, 2004).

O Ministério de Educação eCiência da Espanha, preocupa-do com os baixos níveis deletramento e backgroud acadê-mico e cultural dos alunos sur-dos, inicia vários estudos e crianovas políticas educacionais,

objetivando oferecer uma edu-cação de qualidade para todosos educandos. Essas ações po-dem ser exemplificadas pelos es-forços da Catalunha, quando daapresentação pelo parlamentocatalão, em 1994, de uma pro-posta para a promoção e difu-são do conhecimento da línguade sinais. No texto, o Parlamen-to Catalão exigiu que o governoautônomo adotasse o bilingüis-mo na educação de crianças sur-das. Refletindo esses esforços epolíticas, desde 1994 as opçõespara as crianças surdas têm sediversificado. Desde o final doséculo XX, projetos que se pau-tam em modelos de educaçãobilíngüe têm o intuito de seremtambém biculturais, pois valori-zam a incorporação de adultossurdos em papéis de referênciapara as crianças. Parte desta ini-ciativa também se baseia na in-corporação da língua de sinaiscomo disciplina curricular (FER-NÁNDEZ-VIADER, 1999).

Na Espanha, a comunidadesurda reconhece a existência deduas línguas de sinais, que são:A LSC ( Língua de Sinais Catalan) que é utilizada na Catalunha, ea LSE (Língua de Sinais Espanho-la), que é utilizada no resto doTerritório Espanhol.

Atualmente há cerca de 900estudantes surdos na Catalunha.Desses, cerca de 50% são edu-cados em escolas bilíngües. NaAndaluzia não existiam escolasbilíngües para surdos, entretan-to, durante período letivo de2003, o Parlamento Andaluzaprovou a criação de seis cen-tros bilíngües. Também nesseano o Parlamento Andaluz pe-diu do governo espanhol o re-conhecimento da língua de si-nais, a incorporação no sistemaeducacional (FERNÁNDEZ -

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VIADER; FUENTES, 2004).O esforço mais recente no to-

cante às línguas de sinais naEspanha envolve a aprovaçãopelas Câmaras do anteprojeto delei, na qual se reconhece a lín-gua de sinais espanhola e se re-gulamenta o direito ao seuaprendizado, conhecimento euso. Este também garante osmeios de apoio à comunicaçãooral das pessoas surdas ou comdeficiência auditiva, como tam-bém dos surdos-cegos. O ante-projeto já foi aprovado peloConselho de Ministros daEspanha e foi remetido para oParlamento onde será feito seuestudo para futura aprovação.

Considerações Finais

A inclusão educacional éuma meta mundial que vem seaprimorando a partir do final doséculo XX, em busca de umasociedade respeitadora de todasas pessoas, independente da lín-gua que utilizem. Para que issoseja alcançado, é fundamentalabordar questões relativas à lin-guagem na escola, pois este deveser um ambiente o menos restri-tivo possível.

Em Santa Catarina, a criaçãodas escolas pólo aumentou aoferta de locais com melhor pre-paro técnico-pedagógico para oatendimento do educando sur-do. Isto permitirá que um mai-or número de alunos seja aten-dido pela rede pública de ensi-no (ultrapassando o 1% atendi-do até então), culminando emmaiores níveis de desempenhoacadêmico por parte dos surdos.A proposta político-pedagógicado estado para este grupo émuito recente, e problemas es-truturais (envolvendo recursosmateriais e de pessoal especi-alizado) dentro das escolas são

uma realidade. Os professoresque convivem com alunos sur-dos percebem as dificuldadesque estes possuem de se inte-grarem lingüisticamente no uni-verso oralizado. Desse modo, alíngua brasileira de sinais, utili-zada concomitantemente com oportuguês escrito, pode fazercom que os alunos trabalhemnão apenas individualmente,mas coletivamente, comparti-lhando conhecimentos e expe-riências, criando uma ajudamútua e participação nas ativi-dades sócio-educacionais.

No caso da Espanha, os nú-meros da educação inclusiva sãomuito mais expressivos do que osdo Brasil. Isso mostra que, mes-mo que as leis aprovadas no Bra-sil estejam em consonância comos objetivos da inclusão educa-cional mundial, nossos esforçossão extremamente recentes quan-do comparados à Espanha, que éum país com uma participaçãoimportante dentro dos debatessobre a educação inclusiva noâmbito internacional, com umalonga discussão e luta pela edu-cação de pessoas surdas.

A busca por uma sociedademais justa passa pelo fortaleci-mento das relações Estado-esco-la, escola-família, escola-alunoe aluno-sociedade. Após revisaras experiências de diferentes pa-íses em relação à utilização delínguas de sinais na escola,constata-se a importância dasmesmas no seu papel de línguamaterna, porque elas além deformadoras da identidade surda,irão ser essenciais na aquisiçãode uma segunda língua (no casodo Brasil, o português escrito).Por conseguinte, as línguas desinais podem ser compreendi-das como elemento fundamen-tal na socialização entre surdos

e ouvintes, nas casas, nas esco-las, nos bairros, nas cidades, nosestados, nos países.

REFERÊNCIASDECLARAÇÃO (1948). Declaração

universal dos direitos humanos.Disponível em: <http://www.direitos humanos.usp.br/counter/declaracao/declaracao_univ.html>. Acesso em: 12 jan 2006.

DECLARAÇÃO (1994). Declaração deSalamanca sobre princípios, polí-tica e prática em educação espe-cial. Disponível em: <http://www.direitos humanos.usp.br/counter/Onu/Deficiencia/texto/texto_5.html>. Acesso em: 12 jande 2006.

FERNÁNDEZ-VIADER, María del Pilar(1999). Perspectivas de cambio enlas políticas de inclusión de lossordos en España. In.: SKLIAR (org).Atualidade da educação bilíngüepara surdos. Porto Alegre: Medita-ção, p. 189-212.

FERNÁNDEZ-VIADER, María del Pilar;FUENTES, Mariana (2004).Education of deaf students in Spain:legal ans educational politicsdevelopments. Journal of DeafStudies an Deaf Education, v. 9, n.3, p. 327-332.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO-GRAFIA E ESTATÍSTICA (2003) Cen-so Demográfico 2000. Disponívelem: <http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/cen-s o 2 0 0 0 / p o p u l a c a o /censo2000_populacao.pdf> Aces-so em: 12 jan 2006.

QUADROS, Ronice Müller de (2006)Políticas lingüísticas e educação desurdos em santa catarina: espaçode negociações. Revista CEDES:Unicamp. (no prelo)

SANTA CATARINA. Fundação Cata-rinenese de Educação Especial.(2004) Política para educação desurdos no estado de Santa Catarina.São José: FCEE

Ana Paula G.S.A. Antunes,Mestre em Educação pela

Universidade do Oeste Paulista(UNOESTE)

Maryualê Malzessi Mittmann,Mestre em Lingüística pela

Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC)

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educação

Encontro discute cursointermediário da LibrasAtividades do Celes ajudam a acompanhar e orientarprocesso educacional da pessoa surda

Criado para acompanhar,assessorar e orientar o proces-so educacional da pessoa sur-da, o Centro de Estudos de Li-bras e de Educação dos Surdos(Celes) não tem poupado esfor-ços para instruir e capacitar, es-pecialmente no que tange aoensino e difusão da Língua Bra-sileira de Sinais. O III Encon-tro de Coordenadores e seto-res do Celes, de 10 a 15 dejulho, no Rio de Janeiro, foiuma mostra disso. O eventoreuniu representantes dos Celesde quase todas as nossas regio-nais com o objetivo de padro-nizar os cursos oferecidos pelaFeneis e articular a formação deum Grupo de Trabalho que viseà elaboração do Curso Interme-diário da Libras.

Além do presidente da Feneis,Antônio Mário Sousa Duarte, es-tiveram presentes a segundavice-presidente, professoraShirley Vilhalva, e a lingüistaTanya Amara Felipe. Participa-ram do evento coordenadoresdos Celes e do Setor de Librasdas regionais do Rio de Janeiro,Belo Horizonte, Porto Alegre,Teófilo Otoni, Recife, Manaus,Fortaleza e Florianópolis.

Organizados pela Diretoriade Políticas Educacionais, sob

O Presidente AntônioMário com o grupo que

participou do III Encontrode Coordenadores e

Setores do Celes

Fotos: Nádia Mello e Evandro Oliveira

a responsabilidade da professo-ra Marianne Rossi Stumpf, es-ses encontros têm a preocupa-ção de possibilitar um atendi-

mento uniforme a todas as re-giões do Brasil e estimular cadavez mais a Língua de Sinaiscomo um pré-requisito para o

Nádia Mello

Representantes regionais doCeles estiveram atentos àsinformações passadasdurante o evento no Rio deJaneiro

Da esquerda para a direita,Tânia Amara Filipe, AntônioMário Sousa Duarte eShirley Vilhalva

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ensino ao surdo. Marianne, quenão pôde estar presente na oca-sião em função de um outrocompromisso, reconhece o em-penho da Secretaria de Educa-ção Especial do Ministério deEducação (MEC) em qualificaro atendimento dos Surdos esuas iniciativas para o reconhe-cimento da Libras, que foramfundamentais para a conquistada Lei 10.432/02 e sua regula-mentação. No entanto, ressaltaque “a participação do instru-tor e professor surdos na toma-da de decisões sobre a sua pró-pria educação nas universida-des e em outras instituições deensino é o ingrediente funda-mental nesse processo”. Nessesentido, segundo ela, a atuaçãodo Celes tem sido relevante.

Fizeram parte da programa-ção do Encontro discussões en-volvendo os cursos básicos deLibras e de capacitação parainstrutores; a apresentação deorientações e disciplinas parase alcançar uma padronização;um mini-curso sobre a gramá-tica da Libras; informações ge-rais a respeito dos setores doCeles e um Workshopping paraa elaboração do Curso Interme-diário. Ao final, foram distribuí-das aos participantes algumaspublicações de apoio ao ensi-no da Libras

O presidente da Feneis, An-tônio Mário, destacou a impor-tância das ações do Celes e doEncontro para o preparo e ma-turidade dos surdos. Ele frisouainda a importância de se teruma visão de futuro, ressaltan-do a preocupação da Federaçãocom o ensino às crianças surdas.Na ocasião, citou o programaespecial de Licenciatura em Le-tras-Libras da Universidade Fe-deral de Santa Catarina, ofere-

cido na modalidade de ensinoa distância, que cumpre às exi-gências da Lei da Libras e abrenovas expectativas para os sur-dos brasileiros.

Para Shirley Vilhalva, a Lei10.432/02 marcou de forma sig-nificativa a vida do surdo. Se-gundo ela, a Língua de Sinaisacompanha a história do surdose o seu desenvolvimentolinguístico. No entanto, o de-senvolvimento acadêmico, como retorno efetivo da Língua deSinais nas escolas começou aganhar expectativas novas em2002 com o surgimento dessaLei. “A regulamentação saiu ra-pidamente porque tínhamos re-

sultados de pesquisas e docu-mentos que comprovam que osurdo não avança no ensinosem a utilização da Língua deSinais”. De acordo com a segun-da vice-presidente da Feneis eprofessora Shirley Vilhalva, aparticipação do Celes, por meiodo desenvolvimento de pesqui-sas e publicações de metodolo-gias de ensino da Libras e o in-centivo dos agentes multiplica-dores em todo o Brasil, tem sidoprimordial para todas essas con-quistas.

Os próximos Encontros estãomarcados para acontecerem de7 a 10 de setembro e de 2 a 5 denovembro.

A programação foi umaoportunidade para

esclarecimentos, troca deopiniões, aprendizado e

confratenização

À frente do grupo, alingüista Tânia AmaraFilipe explica sobre o

funcionamento do Celese orienta a respeito do

curso de Libras e decapacitação parainstrutores entreoutros assuntos

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Inscrições abertas para Letras-Libras na UFSCEdital no 07/COPERVE/UFSC

A Universidade Federal de SantaCatarina - UFSC, através da ComissãoPermanente do Vestibular - COPERVE,declara que estarão abertas, no perío-do de 10/07/2006 a 07/08/2006, asinscrições ao Processo Seletivo paraingresso no programa especial de Li-cenciatura em Letras – LIBRAS (línguabrasileira de sinais), oferecido na mo-dalidade de ensino a distância, paraturma única com início das aulas pre-visto para o segundo semestre de 2006.

1. DOS REQUISITOS1.1 - Poderão candidatar-se todos

os interessados que concluíram ou es-tão em vias de concluir (até a data pre-vista para realização da matrícula) oEnsino Médio (curso de 2o Grau ouequivalente) e que estejam dentro deuma das categorias abaixo:

a) sejam instrutores surdos de LI-BRAS certificados; ou

b) sejam surdos fluentes na LI-BRAS; ou

c) sejam fluentes na LIBRAS.

2. DO PROCESSO DE INSCRIÇÃO2.1 - A inscrição no Processo Se-

letivo para o programa especial de Li-cenciatura em Letras – LIBRAS, ofere-cido na modalidade de ensino a dis-tância, será realizada somente pelaInternet.

2.2 - Para realizar a inscrição ocandidato deverá proceder da seguin-te maneira:

a) entrar no sitewww.coperve.ufsc.br, no período de10/07/2006 até às 20h00min do dia07/08/2006, preencher integralmenteo formulário do Requerimento de Ins-crição e enviá-lo (pela INTERNET) paraa COPERVE/UFSC. Para tanto, o can-didato deverá observar as instruçõesdisponíveis no site. As informaçõesprestadas no Requerimento de Inscri-ção são de total responsabilidade docandidato;

b) imprimir o Comprovante do Re-querimento de Inscrição;

c) imprimir o Boleto Bancário;d) efetuar o pagamento da taxa de

inscrição, no valor de R$ 30,00 (trintareais), usando o Boleto Bancário, atéo dia 07/08/2006. Esse pagamento po-derá ser efetuado em qualquer agên-cia bancária do Território Nacional

(observado o horário de atendimentoexterno), em postos de auto-atendi-mento ou via INTERNET (até às21h00min, observado o horário ofici-al de Brasília - DF).

2.3 - No ato da inscrição o candi-dato deverá informar sua categoriacom base no que prevê o item 1.1, sen-do que os candidatos da categoria “a”deverão comprovar sua certificação naocasião da matrícula.

2.4 - O candidato que não proce-der rigorosamente como estabelecidonos itens 2.2 e 2.3 não terá sua inscri-ção efetivada.

2.5 - A COPERVE/UFSC não se res-ponsabilizará por solicitações de ins-crição via INTERNET não efetivadaspor motivos de ordem técnica, falhasde comunicação, congestionamentode linhas de comunicação ou outrosfatores que impossibilitarem a transfe-rência dos dados ou a impressão doComprovante do Requerimento de Ins-crição ou do Boleto Bancário.

2.6 - Para efeito de inscrição se-rão considerados documentos de iden-tidade apenas as Cédulas de Identida-de expedidas pelas Secretarias de Se-gurança, Forças Armadas e Polícia Mi-litar.

2.6.1 - Para candidato estrangeiroserá considerado documento de iden-tidade apenas o Passaporte ou a Cé-dula de Identidade emitida pelo paísde origem.

2.7 - Cada candidato terá direito aapenas uma inscrição. Caso efetivemais de uma, será considerada a dedata mais recente.

2.8 - No ato da inscrição o candi-dato deverá optar obrigatoriamente porum pólo de ensino, o qual deverá fre-qüentar nos encontros presenciais docurso.

2.9 - O candidato que tiver suainscrição deferida terá sua Confirma-ção de Inscrição, contendo seus dadose o local (estabelecimento) de realiza-ção da prova, disponibilizada no sitewww.coperve.ufsc.br a partir do dia21/08/2006.

2.10 - A relação dos candidatosque tiverem sua inscrição indeferidaestará disponível no sitewww.coperve.ufsc.br a partir do dia21/08/2006. Esses candidatos tambémserão notificados, via Empresa Brasi-

leira de Correios e Telégrafos (ECT), domotivo do indeferimento, a partir des-sa data.

2.10.1 - Esses candidatos deverãoentrar em contato com a COPERVE/UFSC até às 18h00min do dia 24/08/2006. Após essa data o indeferimentoserá definitivo.

2.11 - Em hipótese alguma haverádevolução da taxa de inscrição.

2.12 - A inscrição do candidatoimplicará o conhecimento e a tácitaaceitação das condições estabelecidasneste Edital, das quais não poderá ale-gar desconhecimento.

3. DAS VAGAS3.1 - A UFSC oferece, por meio

deste Processo Seletivo, o programa deLicenciatura em Letras – LIBRAS, namodalidade de ensino a distância, comturma especial e única.

3.2 - O sistema do curso é a dis-tância, com atividades obrigatórias emencontros presenciais previamenteagendados, inclusive aos sábados, aserem desenvolvidas nos pólos de en-sino.

3.3 - As aulas presenciaiscorresponderão no mínimo a 30% dototal da carga horária, podendo estepercentual ser superior de acordo comdecisão da coordenação do curso.

3.4 - Serão oferecidas 500 vagaspara ingresso no segundo semestre de2006, distribuídas entre os pólos deensino de acordo com a tabela abai-xo:

Pólos de Ensino Vagas OferecidasBrasília (UnB) 55Florianópolis (UFSC) 60Fortaleza (UFCE) 55Goiânia (CEFET-GO) 55Manaus (UFAM) 55Rio de Janeiro (INES) 55Salvador (UFBA) 55Santa Maria (UFSM) 55São Paulo (USP) 55

4. DA PROVA4.1 - O Processo Seletivo será rea-

lizado em uma única etapa compostapor prova objetiva, de acordo com oespecificado na tabela a seguir:

Data e Horário Disciplinas27/08/2006das 14h00min às

17h00min Conhecimentos Gerais -

educação/edital

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15 (quinze) questões objetivas, formu-ladas na LIBRAS. Língua Portuguesa- 05 (cinco) questões objetivas, formu-ladas em Língua Portuguesa;

4.1.1 - A prova de ConhecimentosGerais formulada na LIBRAS será ob-jetiva. O candidato assistirá a cadaquestão formulada na LIBRAS duasvezes e assistirá às quatro alternativasde respostas na LIBRAS. Após cadaquestão, marcará a resposta correta nocaderno de prova e, depois de seremapresentadas as 15 (quinze) questões,passará as alternativas marcadas parao cartão- resposta. O tempo para cadaquestão será o mesmo para todos oscandidatos.

4.2 - A prova será realizada nasseguintes cidades: Brasília,Florianópolis, Fortaleza, GoiâniaManaus, Rio de Janeiro, Salvador, San-ta Maria e São Paulo.

4.3 - O candidato deverá realizara prova na cidade sede do pólo deensino para o qual se inscreveu.

4.4 - Não será permitido a qual-quer candidato realizar a prova foradas dependências previamenteestabelecidas, exceto em casos excep-cionais autorizados pela COPERVE/UFSC.

4.5 - O candidato terá acesso aolocal de realização da prova a partirdas 13h15min, devendo estar munidode:

a) original do documento de iden-tidade informado no requerimento deinscrição;

b) Comprovante de Requerimentode Inscrição;

c) caneta esferográfica de tinta pre-ta ou azul. Sugere-se preferencialmen-te o uso de caneta esferográfica de tin-ta preta, por recomendação do fabri-cante da leitora ótica.

4.5.1 - Caso o documento apre-sentado no dia da prova (cujo númerofoi informado no requerimento de ins-crição) não permita a identificaçãoadequada do candidato, o mesmo serásubmetido à identificaçãodatiloscópica.

4.6 - A PROVA terá a duração de3 (três) horas, das quais uma hora emeia será destinada para as questõesformuladas na LIBRAS.

4.6.1 - A prova terá início,impreterivelmente, às 14h00min. Ocandidato que chegar atrasado nãopoderá realizá-la.

4.7 - As questões objetivas conte-

rão 4 alternativas (de “a” a “d”), dasquais apenas 1 (uma) alternativa serácorreta, e versarão sobre assuntos pre-vistos nos programas das disciplinas,anexos a este Edital.

4.8 - É de inteira responsabilidadedo candidato a observância da corres-pondência entre sua prova e seu car-tão-resposta.

4.9 - O candidato deverá transcre-ver, com caneta esferográfica de tintapreta (preferencialmente) ou azul, asrespostas da prova objetiva para o car-tão-resposta, que será o único docu-mento válido para efeito de correçãoda prova objetiva. O preenchimentodo cartão-resposta será de inteira res-ponsabilidade do candidato, que de-verá proceder em conformidade comas instruções especificadas no cader-no de prova e no próprio cartão-res-posta. Em nenhuma hipótese haverásubstituição do cartão-resposta porerro de preenchimento.

4.10 - O cartão-resposta deverá serpreenchido dentro do tempo de dura-ção da prova.

4.11 - Não será permitido a comu-nicação entre candidatos, a consultaa material didático-pedagógico, nemo porte/uso de calculadora, relógio dequalquer modelo, telefone celular, bip,tele-mensagem ou qualquer tipo deaparelho eletrônico, exceto nos casosprevistos no item 8.10.

4.12 - Será eliminado do ProcessoSeletivo o candidato que durante aprova:

a) comunicar-se por qualquer meiocom outros candidatos, efetuar emprés-timos ou usar outros meios ilícitos;

b) for surpreendido dando e/ourecebendo auxílio para a execução daprova;

c) faltar com o devido respeito paracom qualquer membro da equipe deaplicação da prova e/ou com os de-mais candidatos;

d) for apanhado em flagrante utili-zando-se de qualquer meio na tentati-va de burlar a prova, ou for responsá-vel por falsa identificação pessoal;

e) recusar-se a entregar o materialda prova ao término do tempo desti-nado para a sua realização;

f) perturbar, de qualquer modo, aordem dos trabalhos, incorrendo emcomportamento indevido; ou

g) afastar-se da sala, a qualquertempo, sem o acompanhamento de fis-cal ou portando o cartão-resposta ouo caderno de prova.

4.13 - O candidato só poderá en-tregar sua prova e se retirar definitiva-mente do grupo de realização da pro-va a partir das 16h00min.

4.14 - Em hipótese alguma pode-rão permanecer no grupo de realiza-ção da prova menos de 3 (três) candi-datos, os quais deverão assinar a atado grupo.

4.15 - O gabarito e a prova serãodivulgados no sitewww.coperve.ufsc.br no dia 28/08/2006.

5. Da pontuação das questões5.1 - As questões objetivas cujas

respostas coincidirem com o gabaritooficial valerão 1,00 (um vírgula zerozero) ponto cada uma; as demais nãoserão pontuadas.

5.1.1 - Somente serão considera-das as respostas das questões objeti-vas transcritas para o cartão-respostacom caneta esferográfica de tinta pre-ta ou azul. Sugere-se preferencialmen-te caneta esferográfica de tinta preta,por recomendação do fabricante daleitora ótica.

5.1.2 - Será atribuído 0,00 (zerovírgula zero zero) à questão objetivaque não estiver assinalada no cartão-resposta, que contenha mais de umaalternativa de resposta assinalada,emenda ou rasura, ainda que legível.

5.2 - Em caso de anulação de al-guma questão, a mesma será compu-tada como acerto para todos os candi-datos.

6. DA APROVAÇÃO E CLASSIFICA-ÇÃO

6.1 - A pontuação total dos candi-datos será o somatório da pontuaçãoobtida nas questões objetivas.

6.2 - Estarão aprovados e concor-rerão à classificação os candidatos queacertarem pelo menos 60% (sessentapor cento) das questões objetivas.

6.3 - A classificação dos candida-tos dar-se-á por pólo de ensino (item3.4) e categoria (item 1.1 observandoo parágrafo único do artigo 4º do De-creto 5626 de 22 de dezembro de2005), em ordem decrescente da pon-tuação total obtida.

6.3.1 - Candidatos da categoria “a”terão prioridade na classificação sobreos candidatos das demais categorias.

6.3.2 - Candidatos da categoria “b”terão prioridade na classificação sobreos candidatos da categoria “c”.

6.3.3 - Havendo candidatos de

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uma mesma categoria com pontuaçãoidêntica, far-se-á o desempate para finsde classificação de acordo com os cri-térios abaixo dispostos:

a) maior pontuação obtida na dis-ciplina de Conhecimentos Gerais for-mulada na LIBRAS;

b) maior idade.6.4 - A relação dos candidatos clas-

sificados dentro do limite de vagas emcada pólo de ensino, será divulgadaem 06/09/2006, no sitewww.coperve.ufsc.br, no hall da rei-toria da UFSC e nos pólos de ensino.

7. DA MATRÍCULA7.1 - O candidato cuja classifica-

ção final estiver dentro do limite devagas em cada pólo de ensino deveefetuar a matrícula no pólo de ensinopara o qual foi classificado, nos dias11 a 14/09/2006.

7.1.1 - O início das aulas, previs-to para 15/09/2006, será confirmadopor ocasião da divulgação do resul-tado final.

7.2 - No ato da matrícula, o can-didato deverá apresentar a seguintedocumentação:

a) fotocópia autenticada do docu-mento de identidade com o qual seinscreveu no Processo Seletivo;

b) fotocópia autenticada do Títulode Eleitor, se for maior de 18 anos;

c) fotocópia autenticada do docu-mento comprobatório de estar em diacom as obrigações militares (sexo mas-culino);

d) certidão de conclusão do en-sino médio ou equivalente e históri-co escolar original ou fotocópia au-tenticada (contendo o nome da enti-dade mantenedora, o número do de-creto do reconhecimento do curso,com a data da publicação no DiárioOficial, identificação do Diretor doestabelecimento ou substituto legalcom nome sobreposto em carimbo)ou certidão de exame supletivo(quando se tratar de certificado deexame supletivo, o mesmo somenteterá validade se o aluno efetivamen-te tinha mais de 18 anos quando pres-tou o referido exame);

e) Certificado de Instrutor de LI-BRAS, para os candidatos que se clas-sificaram nessa categoria “a”;

f) Comprovante de surdez (pormeio de audiometria) para os candi-datos da categoria “b”.

g) visto temporário ou permanen-te, emitido pela Polícia Federal, quan-

do se tratar de candidato estrangeiro.7.3 - A falta de um dos documen-

tos anteriormente relacionados impli-cará a não efetivação da matrícula, nãocabendo recurso, nem lhe sendo facul-tada a matrícula condicional.

7.4 - O candidato classificado noProcesso Seletivo deverá matricular-seno conjunto de disciplinas que com-põem o primeiro período do curso, nosdias 11 a 14/09/2006.

7.5 - O candidato classificado quenão comparecer pessoalmente, ou nãoconstituir procurador para efetuar amatrícula inicial no prazo estabeleci-do, perderá o direito à sua vaga e serásubstituído pelo candidato imediata-mente subseqüente na lista de classifi-cação.

8. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS EFINAIS

8.1 - Para garantir a lisura e a se-gurança do Processo Seletivo, aCOPERVE/UFSC, quando couber, uti-lizará equipamentos eletrônicos e/ouefetuará a identificação datiloscópicado candidato, podendo, ainda, fazerneste uma vistoria rigorosa. É de intei-ra responsabilidade do candidato qual-quer transtorno ocasionado pelo mes-mo.

8.2 - Será eliminado a qualquerépoca, mesmo depois de matriculado,o candidato que comprovadamentepara realizar o Processo Seletivo tiverusado documentos e/ou informaçõesfalsas ou outros meios ilícitos.

8.3 - A COPERVE/UFSC não se res-ponsabilizará pelo extravio de quais-quer objetos ou valores portados pelocandidato durante o Processo Seleti-vo.

8.4 - O acesso ao grupo (sala) derealização da prova só será permitidoao candidato nele alocado e às pesso-as credenciadas pela COPERVE/UFSC.

8.5 - A COPERVE/UFSC divulgará,sempre que necessário, Editais, Nor-mas Complementares e Avisos Ofici-ais sobre o Processo Seletivo.

8.6 - A relação oficial dos candi-datos classificados por pólo de ensinoserá divulgada pela COPERVE/UFSC,nela constando: nome, número de ins-crição e número do Documento deIdentidade do candidato. O boletim dedesempenho ficará disponibilizado naINTERNET, no site www.coperve.ufsc.br.

8.7 - Somente caberá recursoquanto ao conteúdo e/ou gabarito da

prova objetiva, devendo ele ser inter-posto exclusivamente pelo candidato,sendo irrecorrível a decisão. Os recur-sos deverão:

a) ser datilografados ou digitadose apresentados em duas vias, assina-das;

b) ser fundamentados, com argu-mentação lógica e consistente;

c) ser apresentados em folhas se-paradas para questões diferentes;

d) conter capa, constando o nomedo candidato, o número de inscriçãoe o número do documento de identi-dade.

8.7.1 - Os recursos deverão serentregues na COPERVE/UFSC, até o dia29/08/2006, das 8h00min às12h00min e das 14h00min às18h00min, ou encaminhados, atravésde Sedex, postados no prazo acimaprevisto, para o seguinte endereço:COPERVE/UFSC, Campus Universitá-rio, Bairro Trindade, CEP 88040-900,Florianópolis, Santa Catarina.

8.7.2 - Os recursos que não esti-verem de acordo com o disposto nositens acima serão liminarmente inde-feridos.

8.8 - Em nenhuma hipótese, devi-do às características deste ProcessoSeletivo, haverá vistas, revisão ourecontagem de pontos de qualquer dis-ciplina. Não serão fornecidos originaisou cópias das provas e dos cartões-res-posta.

8.9 - Até a divulgação do resulta-do do Processo Seletivo, em caso demudança de endereço, o candidatodeverá, obrigatoriamente, comunicaro novo endereço completo (informan-do também seu respectivo número deinscrição), por escrito, à COPERVE/UFSC, Campus Universitário, BairroTrindade, CEP 88040-900, Floria-nópolis, Santa Catarina. Caso esta al-teração ocorra após o resultado finaldivulgado pela COPERVE/UFSC, o can-didato deverá, obrigatoriamente, fazeresta comunicação ao Departamentode Administração Escolar PREG/UFSC,Campus Universitário, Bairro Trindade,CEP 88040-900, Florianópolis, SantaCatarina.

8.10 - O candidato, portador dedeficiência ou não, que necessitar decondições especiais para realizaçãoda prova, deverá solicitá-las no Re-querimento de Inscrição e compro-var a necessidade de tais condiçõesatravés de laudo médico, o qual de-verá ser encaminhado à COPERVE/

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Revista da FENEIS - 29

notícias regionais

UFSC, Campus Universitário, BairroTrindade, CEP 88040-900, Floria-nópolis, Santa Catarina, até o dia 07/08/2006.

8.10.1 - As condições especiaissolicitadas de acordo com o item an-terior serão atendidas obedecendo acritérios de viabilidade erazoabilidade.

8.11 - O candidato que à épocada realização da prova for portador dedoença infecto-contagiosa ou encon-trar-se em outra situação que deman-de cuidado médico especial deverá co-municar sua condição à COPERVE/UFSC, através do fone (48)3331-9200.A COPERVE/UFSC avaliará a possibi-lidade de atender às especificidadesrequeridas.

8.12 - A não observância das dis-posições e instruções contidas nesteEdital, no Caderno de Prova, nas Nor-mas Complementares e nos Avisos Ofi-ciais que a COPERVE/UFSC venha adivulgar, poderá acarretar a elimina-ção do candidato do presente Proces-so Seletivo.

8.13 - Os casos omissos serão re-solvidos pela Comissão Permanente doVestibular COPERVE/UFSC.

Florianópolis, 07 de julho de 2006.Prof. Edemir CostaPRESIDENTE DA COPERVE/UFSC

ANEXO I

Programa das disciplinas

LÍNGUA PORTUGUESA

I – Compreensão e Interpretação deTexto(s)

As questões de compreensão e in-terpretação visam a averiguar a capa-cidade do vestibulando, quanto à(ao):

– apreensão do significado globaldo(s) texto(s);

– estabelecimento de relaçõesintertextuais e intratextuais;

– reconhecimento das idéias prin-cipais e secundárias;

– dedução de idéias e pontos devista implícitos no(s) texto(s);

– captação da linha argumentativado autor;

– diferenciação entre fatos e opi-niões;

– reconhecimento das diferentes“vozes” dentro de um texto;

– identificação do significado de

palavras, expressões ou estruturasfrasais em determinados contextos;

– análise do(s) texto(s), do pontode vista da unidade temática e estru-tural;

– reconhecimento da natureza do-minante de um texto (quanto ao gêne-ro: conto, artigo, carta, etc.; ao tipo:dissertativo, descritivo, narrativo, etc.;ao registro: formal, informal; à varie-dade: padrão, não-padrão; à modali-dade: oral, escrita).

II – Aspectos Gramaticaise Ortográficos

As questões sobre fatos da línguavisam a aferir:

– a capacidade de reflexão e aná-lise do candidato sobre o funciona-mento lingüístico, privilegiando o ra-ciocínio em lugar da memorização denomenclaturas e definições;

– a capacidade de estabelecer re-lações entre os fenômenos gramaticaisde diferentes tipos;

– a habilidade no reconhecimentoda função desempenhada por diferen-tes recursos gramaticais no texto, nosníveis fonológico, morfológico, sintá-tico, semântico e textual/discursivo;

– a capacidade de adequação deusos lingüísticos ao contexto;

– o domínio da variedade padrãoescrita.

III – Sugestões bibliográficas1. CEREJA, W. Roberto; MAGA-

LHÃES, Thereza. A literatura brasilei-ra. São Paulo: Atual, 1995.

2. FARACO, Carlos E.; MOURA,Francisco. Língua e literatura. São Pau-lo: Ática, 1999.

3. FARACO, Carlos Alberto;TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: lín-gua portuguesa para nossos estudan-tes. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

4. GARCIA, Othon Moacir. Comu-nicação em prosa moderna. Rio de Ja-neiro: Fundação Getúlio Vargas, 1999.

5. HOHLFELDT, Antônio. A litera-tura catarinense em busca de iden-tidade (romance). Porto Alegre: Movi-mento, 1994.

6. ______, Antônio. A literaturacatarinense em busca de identidade(conto). Porto Alegre: Movimento;Brasília: Instituto Nacional do Livro,1985.

7. LOCKS, M. Lourdes; OLIVEIRA,Sidneya; FERRAZ Selma.Desmistificando a redação.Florianópolis: Pallotti, 1997.

8. NICOLA, José de. Literaturabrasileira. São Paulo: Scipione, 1995.

9. NICOLA, José de.; TERRA,Ernani. Práticas de linguagem. Leitu-ra e produção de textos. São Paulo:Scipione, 2001.

10. PLATÃO, Francisco; FIORIN,J. Luiz. Para entender o texto. 16. ed.São Paulo: Ática, 2000.

15. Gramáticas normativas, em ge-ral.

CONHECIMENTOS GERAIS

I - Temas:1- Histórias dos surdos.2- Abordagem pedagógica bilín-

güe.3- Políticas públicas educacionais

brasileiras na área de educação de sur-dos.

4- Estudos lingüísticos sobre línguabrasileira de sinais.

5- Conceitos básicos de infor-mática.

6- Organização política do surdo.7- Conceitos fundamentos da geo-

grafia.

II - Sugestões Bibliográficas:1. ALMEIDA, Lúcia Marina Alves

de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geogra-fia. Novo Ensino Médio. São Paulo.Editora Ática, 2005. V. único.

2. CAPOVILLA, Fernando César,Walkiria Duarte Raphael. DicionárioEnciclopédico Ilustrado Trinlíngüe daLíngua de Sinais Brasileira, Volume II:sinais de M a Z. São Paulo: Editora daUniversidade de São Paulo, 2001.

3. Decreto 5626 de 2005.4. FELIPE, Tanya A. Libras em Con-

texto. Programa Nacional de Apoio àEducação dos Surdos, MEC: SEESP,Brasília, 2001.

5. FIGUEIRA, Divalte Garcia. His-tória. Novo Ensino Médio. São Paulo.Editora Ática, 2003. V. único.

6. Lei de Libras 10436 de 2002.7. QUADROS, Ronice Muller de.

Educação de Surdos. A aquisição dalinguagem. Porto Alegre: Ed. ArtesMédicas 1997.

8. PAULINO, Wilson Roberto. Bio-logia. Novo Ensino Médio. São Paulo.Editora Ática, 2000. V. único.

9. VELLOSO, Fernando de Castro.Informática: conceitos básicos. Rio deJaneiro: Ed. Campus, 1997.

10. Revista da Feneis. Ano VI n°27 janeiro a março de 2006.

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Revista da FENEIS - 31

infantil

Daiane Santos daSilva é a uma criançamuito fofa. Comapenas dois anos deidade e com jeitinhoangelical, conquistatodos ao seu redor.Recebe toda a atenção

Daiane:Meiga e dócil

de seus pais, que sãosurdos. Muitopequenina, ela jáexecuta alguns sinais,principalmente quandoquer algo. Até hoje éapaixonada por leite

materno. No começode nosso papo Daianeestava muito tímida,mas bastou ganhar umpirulito para exibirtoda a sua doçura.Colaborou Evandro Oliveira

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