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painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano XI nº 281 agosto/ 2018 Nas fachadas, no design de interiores e na arte urbana, quem quer mais cor na arquitetura e na cidade Biblioteca Portal oferece conteúdo histórico de todo o mundo Insetos Também são alimentos para animais e humanos Química Amônia como sinônimo de eficiência na refrigeração AS CORES E A CIDADE

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painelAssociação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

Ano XI nº 281 agosto/ 2018

Nas fachadas, no design de interiores e na arte urbana, quem quer mais cor na

arquitetura e na cidade

BibliotecaPortal oferece conteúdo

histórico de todo o mundo

InsetosTambém são alimentos para

animais e humanos

QuímicaAmônia como sinônimo de eficiência na refrigeração

As cores e A cidAde

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A Câmara Municipal de Ribeirão Preto tentou aprovar nos últimos meses uma emenda à Lei Orgânica do Município que instituía o orçamento impositivo. Com a medida, que começou pelo Congresso Nacional, os parlamentares garantiriam a destinação pessoal de R$ 1 milhão do recurso público. Cada um. Seriam R$ 27 milhões do dinheiro do erário cujo destino seria definido por interesses políticos específicos e não coletivos.

A sociedade se mobilizou e a AEAARP acompanhou de perto. A proposta de emenda foi retirada, significa que devemos estar alertas, principalmente porque este é um período sensível, que antecede o pleito eleitoral.

E o que a engenharia, a arquitetura e a agronomia têm com isso? Tudo. Como uma cidade, um estado e um país podem planejar, investir e projetar se é refém de um parlamento que, ao invés de cumprir suas funções, pretende comportar-se como o poder executivo, executando ações e determinando o destino do investimento público?

A engenharia, a arquitetura e a agronomia não podem renunciar ao seu papel de motor da economia, da organização urbana e do desenvolvimento econômico da cidade.

Por isso, mais uma vez convido os colegas a participar, refletir e agir com a AEAARP em defesa de uma cidade mais justa e humana. É assim que teremos o ambiente propício para que as nossas atividades sejam valorizadas.

Eng. civil Carlos Alencastre

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especial 06as cores da cidade

História 11O papel político da AEAARP

indústria 12 amônia nos sistemas de refrigeração industrial

segurança alimentar 16insetos à mesa

História 20acervo histórico do mundo em um clique

CREA-sP 24resolução nº 1.100, de 24 de maio de 2018

notas e cursos 26

índice

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel

A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes AlvesDiretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

ConselhoPresidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria JuniorEng. civil Edgard CuryEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng. civil Jose Aníbal LagunaEng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiEng. civil Roberto MaestrelloEng. civil Wilson Luiz LagunaEng. elet. Hideo KumasakaArq. e urb. Adriana Bighetti CristofaniArquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire GrelletEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. agr. Gilberto Marques Soares

Conselheiros suplentesEng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaEng. agr. José Roberto Scarpellini

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | [email protected]

Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330Foto capa: Alberto GonzagaComercial: Angela Soares – 16 2102.1700

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP

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terça-feira, 14 de agosto de 2018 11:01:03

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Revista Painel

ESPECiAL

as cores da cidade

A cidade não é uma tela em branco. As edificações, o paisagismo, os painéis e fachadas comerciais compõem um conjunto que às vezes é nude por conveniência, mas que tem ganhado

cores em forma de arte.

Painel de Eduardo Kobra, na Avenida Paulista (São Paulo/SP): a arte de rua completa a paisagem

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AEAARP

Um casal que vive na Flórida (EUA) provocou polêmica ao reproduzir a tela “Uma noite estrelada”, de Vincent Van Gogh, em toda a fachada de sua casa, com o único propósito de ajudar o filho, que é autista, a não se perder na cidade. A prefeitura acusou a família de violar o código de sinalização de Mount Dora, há 40 quilômetros de Orlando. Depois de aplicar uma multa, o poder público voltou atrás e indenizou o casal. As construções monocromáticas da cidade confundiam o filho, admirador da obra do artista holandês.

“Cor” é tema de aulas nas faculdades de arquitetura e urbanismo, é preocupação

de quem projeta, de quem usa os espa-ços e de quem pinta. Sobretudo, as cores são carregadas de significados, funções e despertam sentimentos. Do ponto de vista teórico, no campo da arte e das ciências, as cores foram explicadas de formas coin-cidentes em diferentes momentos.

O físico inglês Isaac Newton observou que quando a luz branca incidia sobre um prisma de vidro, dava origem a inúmeras cores. Foi então que ele criou a teoria: “as cores de to-dos os corpos são devidas simplesmente ao fato de que eles refletem a luz de uma certa cor em maior quantidade do que as outras”.

Pichação: expressão ou vandalismo?

Três séculos depois, no livro Da Cor à Cor Inexistente, o artista plástico Israel Pedrosa, que dedicou-se à teorizar sobre as cores, escreveu: “a cor não tem existên-cia material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz – mais precisamente, é a ação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão”.

Na arquitetura, as cores, cujas teorias também foram descritas por Leonardo Da Vinci e Johann Wolfgang von Goethe, têm função de embelezar e de sinalizar. Nos últimos anos, para além dos projetos arquitetônicos, as cidades ganharam cores em painéis e grafites.

Faça um exercício, olhe a paisagem

da cidade. Ribeirão Preto é de que cor? “Bege”, crava a arquiteta e urbanista Ruth Paolino, diretora universitária da AEAARP e coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unaerp. O arquiteto, urbanista e artista plástico Valério Dias acrescenta: “é café com leite e creme”.

Não é privilégio desta cidade, tampou-co significa prejuízo à coletividade. Paris (França), considerada uma das cidades mais belas do mundo – e também das mais citadas por arquitetos e urbanistas – é bege; mas, claro, por motivos diferentes.

No passado, fala o arquiteto e urbanista Domingos José Lopes Guimarães, não existiam as opções de cores e pigmentos disponíveis hoje; os construtores usavam texturas e tijolos cerâmicos nas fachadas. Por isso, construções antigas, como as da capital francesa, têm essa tonalidade. O Theatro Pedro II, mais significativo patri-mônio arquitetônico de Ribeirão Preto, é um exemplo de construção antiga. E, qual é a sua cor? Bege, ou um pouco de café com leite e creme, como disse Valério.

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Domingos ressalta, entretanto, que, nestas mesmas cidades, as regiões mais recentes e o interior de museus e espaços públicos têm cores. Ruth, além de concor-dar, acrescenta um fator social à questão: nas novelas, que há décadas pautam comportamentos, preferências e costumes dos brasileiros, os ambientes mais abasta-dos seguem tonalidades suaves, claras e sóbrias; já nos núcleos mais populares, as cores são primárias, vibrantes e alegres.

Ainda pautando a Europa, Ruth argumenta que a aparência mais “fina, discreta, ‘na sua’ e imperceptível” proporcionada pelas tona-lidades claras remete à influência da cultura francesa, não a todo continente europeu. “A Espanha não é bege, Barcelona é colorida e a itália também é colorida”, completa.

Hoje, é a preferência do público consu-midor que leva à paisagem monocromática na cidade, argumenta Ruth. Para agradar a todos os gostos, as fachadas dos edifícios

normalmente têm tons que as deixam como a arquiteta descreveu no parágrafo anterior – fina, discreta etc. – usando tonalidades claras.

No interior dos imóveis é diferente, como argumenta Domingos, que é do-cente do curso de Arquitetura do Centro Universitário Moura Lacerda e do curso de Design de interiores do Senac. Nesse caso, ele fala, os projetos tendem a har-monizar o mobiliário às paredes, que nas

O desenho no poste e o painel na fachada do edifício, na zona Oeste de São Paulo

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Redes de fast-food usam cores primárias, vibrantes, que incomodam: a tendência é que o cliente compre, consuma e saia.Restaurantes usam tonalidades sóbrias, relaxantes e agradáveis: a intensão é reter o cliente; quanto mais tempo ele ficar no ambiente maior será o consumo.

Fonte: Arquiteto e urbanista Domingos José Lopes Guimarães

A sobriedade dos tons utilizados nas fa-chadas dos edifícios – Domingos observa que em edificações térreas, os proprietá-rios costumam ser mais ousados – também proporcionam harmonia estética à cidade.

Para o arquiteto e urbanista Jadiel Wylliam Tiago, “as cores contribuem com as impressões e percepções subjetivas das pessoas”. Cabe à arquitetura usar as cores para potencializar essas impressões. “Por exemplo, a impressão de limpeza e assepsia de áreas hospitalares ou áreas de preparo de alimentos, onde predominam o branco”, destaca Jadiel, que é docente do curso de Arquitetura do Centro Universi-tário Moura Lacerda.

ColoridaO arquiteto e urbanista Cordeiro de Sá

lembra que “a cidade não é uma tela em branco”. Sinalizações, árvores e monumen-tos compõem um conjunto que precisa estar harmonioso para não correr o risco de se transformar em poluição visual, como alerta Domingos.

Coincidindo com o período em que co-locar cores nas paredes internas tornou-se tendência, as ruas das grandes cidades começaram a ganhar painéis e grafites, que diferem das pichações comuns dos anos de 1980.

A arte de rua surgiu como expressão da exclusão nas cidades, segundo Sá. Para exemplificar, ele cita o busto do empre-sário João Alves Meira Júnior, instalado na Praça XV de Novembro por decisão do poder público municipal. “E o cara da periferia, porque não pode interferir na cidade?”, provoca. A pichação – símbolo do vandalismo para alguns, de reação social para outros e de crime para tantos – não é a grande vilã da bagunça visual que as cores podem provocar. “Muita informação desordenada é poluição visual, indepen-dentemente de ser arte ou não”, alerta Sá.

últimas duas décadas deixaram de receber apenas as cores gelo ou branca para seguir a tendência mais colorida.

Domingos explica que os clientes são inspirados por novelas ou editoriais de decoração que mostram a tendência. “Nin-guém quer ser o primeiro”, diz. Ele ressalta, entretanto, que o papel psicológico das cores deve ser levado em consideração nos projetos, ainda que seja mais marcante nos empreendimentos comerciais.

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BEcO DO BAtMAn

É considerado referência em grafite na capital paulista. trata-se de uma travessa onde, há cerca de três décadas, surgiu o desenho do super-herói da Marvel em uma das paredes. Os artistas de rua tomaram conta do lugar e, segundo reportagens disponíveis na internet, têm seu próprio código de conduta para pintar – ou não – sobre um trabalho. Por isso, os painéis no Beco podem ser sempre uma surpresa ao visitante.

Ele exemplifica: um edifício espelhado erguido no centro histórico de Paraty (RJ) polui aquela paisagem. Em cidades de pequeno porte, uma construção vertical é considerada símbolo do progresso. “E vira uma verruga na paisagem”, opina. Para ele, não é o grafite que polui as cidades, mas sim a falta de organização do espaço urbano.

Nesse caso, cabem as definições do Plano Diretor – que a Câmara Municipal não discute, os empresários tendem a proteger somente seus interesses pessoais e a prefeitura não incentiva o uso correto do espaço urbano, tudo na opinião de Sá.

ArtePara Jadiel, as cores têm o potencial de

humanizar espaços urbanos. “Obviamente o uso de cores por si só não garante quali-dade. Contudo, elas podem potencializar a sensação de vitalidade urbana, de segu-rança e conforto”, destaca.

Ele chama a atenção para aspectos sociais do grafite e dos painéis, cujos artistas muitas vezes surgem a partir de projetos sociais desenvolvidos em regiões periféricas das cidades. “Essas regiões, em geral, são completamente carentes de oportunidades culturais aos jovens que lá residem; portanto, através do grafite, é mostrada uma oportunidade destes jovens se expressarem artisticamente”, fala.

A pichação, apesar de proibida pela lei e caracterizar-se como poluição visual, na opinião de Jadiel expressa também desi-gualdades sociais e culturais. “É necessário um entendimento delas como resultado de desequilíbrios e não como fatos isolados de vandalismo”, pondera.

Quando questionado se há um mo-vimento de uso ou aceitação da arte urbana em projetos de arquitetura, Jadiel responde que a arte sempre cruzou o

caminho da arquitetura. “Notamos isso como característica forte na arquitetura moderna brasileira, na qual o conceito de ‘arte total’ integrava em muitos projetos de [Oscar] Niemeyer, as artes plásticas de [Cândido] Portinari, [Victor] Brecheret, Athos Bulcão e o paisagismo de [Rober-to] Burle Marx. Vivenciamos hoje, a ‘era das cidades’ segundo Eric Hobsbawn. É compreensível, portanto, que a arte que expressa a realidade das cidades, como grafites, por exemplo, seja evidenciado cada vez mais, inclusive como afirmação do caráter urbano da arquitetura”, explica.

Trata-se de um movimento crescente. A arte de rua, na visão de Jadiel, contribui para a humanização dos espaços e a iden-

tificação das pessoas com os mesmos. Há, ele lembra, alguns lugares que ganharam novos significados a partir da arte de rua. O Beco do Batman, na zona Oeste de São Paulo (SP) é um deles.

“Após alguma intervenção ou exibição artística, estes espaços convertem-se em lugares, com significado ou valores, que vão além da circulação ou da passagem”, explica Jadiel.

As opiniões dos profissionais consulta-dos para esta reportagem coincidem sob vários aspectos, sobretudo em relação à necessidade de planejar as cidades e ob-servar que o que causa desconforto não é a cor, a arte ou o grafite. É a falta de regras para a ocupação do espaço urbano.

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AEAARP

HiSTóRiA

Em 1948, quando a AEAARP foi fundada, o engenheiro Galileu Frateschi foi designado para representar a entidade nas discussões sobre o Código de Obras, na Câmara Municipal.

Foi um dos primeiros atos da entidade, evidenciando logo no início sua vocação em colaborar tecnicamente com os debates sobre o desenvolvimento econômico e urbano da cidade.

Nos 70 anos seguintes, a AEAARP teve importante papel na elaboração do Plano Diretor, desde os primeiros debates nos anos de 1970 até hoje, quando a lei passa por ajustes.

Em 1951 a Câmara Municipal reconheceu a relevância da AEAARP para a cidade e aprovou a Lei nº 209, que a tornou de utilidade pública.

o papel político da aeaarp

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Simulado de emergência em possíveis vazamento de amônia, realizado pelo SESMT do Frigorífico Better Beef e o Corpo de Bombeiros de Rancharia (SP)

amônia nos sistemas de refrigeração industrial

Substância é considerada o gás refrigerante mais ecológico e barato para grandes sistemas de refrigeração, mas seu uso exige cuidados especiais

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O uso da amônia em sistemas de refrigeração não é recente. Se-gundo especialistas, o composto

químico NH3 (constituído por um átomo de nitrogênio e três de hidrogênio), também conhecido como amoníaco, já era usado nos primeiros refrigeradores, em meados de 1880. Hoje, o produto é essencial para grandes sistemas de refrigeração industrial como abatedouros de bovinos, aves, suínos, pescados e fábricas de gelo. Mas, seu uso exige cuidados tanto no projeto quanto na instalação e manutenção dos equipamentos.

Para garantir a segurança dos sistemas de refrigeração que usam a amônia como gás refrigerante e dos colaboradores que trabalham em sua instalação e manuten-ção é preciso seguir uma série de normas técnicas. Segundo o técnico de segurança do trabalho e graduando de engenharia ambiental e sanitária Fernando Rosalvo, que atua no setor de segurança dos sis-temas de refrigeração por amônia em um frigorífico de Rancharia (SP), a segurança de qualquer instalação industrial depen-de de programas de gestão de riscos, treinamentos e procedimentos de opera-ção e manutenção, juntamente com um projeto cuidadosamente executado.

A amônia é sintetizada através de um processo famoso chamado Haber-Bosch, que consiste em reagir nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas (cálculo da quantidade de reagentes e produtos através de equações químicas) em elevada temperatura e pressão. Atualmente, essa é a forma de obtenção do nH3 mais usada no mundo.

Fonte: Rescue Cursos

A lista das principais normas técnicas que abrangem sistemas de refrigeração e a segurança e saúde dos colaboradores que atuam no setor estão disponíveis na

área notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Os principais riscos que envolvem o uso da amônia na refrigeração são: falhas nas válvulas dos sistemas, ajustes inade-quados da pressão, danos provocados por impactos externos nos equipamen-tos, corrosão externa e outras situações que podem ser evitadas se forem respei-tados os projetos, as normas técnicas e a periodicidade da manutenção dos equi-pamentos. “Não podemos pensar que a amônia é o grande problema e sim que al-gumas empresas não estão sabendo apli-car as normas de segurança e saúde no trabalho e de manutenção dos sistemas para que o gás não seja intitulado como algo prejudicial. A amônia é o refrigerante mais ecológico, eficiente e de baixo cus-to”, ressalta Fernando.

Vantagens e desvantagensSegundo o engenheiro de operação

mecânico e de segurança do trabalho Pasqual Satalino, do instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (ibape) e da Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança do Trabalho (Sobes), o baixo custo do NH3 (em rela-ção a outros gases refrigerantes) e sua grande capacidade frigorífica são algu-mas das principais vantagens do pro-

duto. Em contrapartida, a amônia pode se tornar um material corrosivo, tóxico, inflamável e explosivo em determina-das concentrações.

Fernando acrescenta que a estabilida-de química da amônia em condições nor-mais de funcionamento e o fato de não prejudicar lubrificantes e outros mate-riais usados nos sistemas de refrigeração são alguns dos diferenciais do produto. E que se as normas e os procedimentos de segurança não forem seguidos, aí sim há riscos para o trabalhador. “O gás provoca uma sensação irritante nas vias respirató-rias, olhos e pele. Dependendo do tempo e do nível de exposição podem ocorrer efeitos que vão desde irritações leves até severas lesões corporais”.

De acordo com Pasqual, os principais cuidados que envolvem o uso do com-posto químico são: o uso dos Equipa-mentos de Proteção individual (EPis) re-comendados para a atividade e promover a capacitação através de treinamentos observados na NR-10 (segurança em instalações e serviços em eletricidade) e NR-35 (trabalho em altura). “Tudo para evitar incidentes como quedas, choques elétricos, inalação de gases tóxicos e uso inapropriado de equipamentos”. Pas-qual alerta também que a manutenção preventiva dos sistemas de refrigeração deve seguir o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) e o traba-lho deve ser executado por um profissio-nal devidamente habilitado.

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Estar devidamente treinado e preencher a autorização para trabalhos especiais (no caso, a amônia).

Cuidados na manutenção dos sistemas de refrigeração industrial

Adotar sistemas de detecção de amônia dentro da sala de máquinas e de ambientes industriais. O Instituto Internacional de Refrigeração por Amônia (IIAR) recomenda ainda a instalação de caixa de controle do sistema de refrigeração de emergência, que desligue todos os equipamentos elétricos e acione a ventilação mecânica exaustora fixa ou portátil sempre que necessário. Através do monitoramento contínuo da concentração de amônia, quando atingidos determinados níveis serão acionados alarmes para tomadas de ações do controle de proteção.

Relatar para o supervisor ou departamento de segurança qualquer condição de trabalho insegura.

Cuidar para que a área de trabalho esteja livre de obstruções perigosas, para que facilite a saída em caso de emergência, e ficar atento às partes salientes das máquinas.

Manter a área de trabalho sempre limpa e segura. Resíduos de óleo, entulho ou água sobre o piso podem causar quedas, interferir no funcionamento das máquinas e causar danos materiais e físicos.

Nunca operar ou realizar a manutenção de equipamentos sob a influência de álcool, drogas ou outras substâncias que prejudiquem a percepção do trabalhador.

Manter os equipamentos de segurança em boas condições de uso.

Usar equipamentos de segurança – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) – quando trabalhar com gás refrigerante e/ou óleo lubrificante.

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Fonte: Fernando Rosalvo, técnico de segurança do trabalho

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mentou a busca por fluidos frigoríficos alternativos e naturais como amônia, CO2 e hidrocarbonetos – que apesar de não afetarem o clima global, podem ser tóxicos ou inflamáveis. Daí a necessidade de medidas e normas de segurança para o manuseio seguro de tais fluidos. “Com o foco crescente no consumo de energia, os sistemas que usam a amônia são uma escolha segura e sustentável para o futu-ro”, defende Fernando.

Simulado de emergência em possíveis vazamento de amônia, realizado pelo SESMT do Frigorífico Better Beef e o Corpo de Bombeiros de Rancharia (SP)

Após detectar um vazamento de gás, através do sistema de detecção de amô-nia, Fernando cita as providências que devem ser tomadas: acionar o sinal sono-ro para evacuação de acordo com o Plano de Atendimento Emergencial; acionar os membros da Comissão interna de Pre-venção de Acidentes (Cipa), brigadistas e operadores da sala de máquinas que devem ser treinados para possível evacu-ação do local e a utilização da vestimenta adequada; e comunicar o Corpo de Bom-beiros e a companhia ambiental estadual, do vazamento e as medidas de emergên-cia tomadas para solução ou contingen-ciamento do problema.

“Em grandes vazamentos de amônia, deve-se aspergir água sobre o vazamen-to para forçar a reação de hidratação e formação do hidróxido de amônia que, em estado aerossolizado, comporta-se como um gás denso”, explica Fernando. Ele acrescenta que na forma de gás den-so, a substância pode ser diluída através de ventilação mecânica para controlar a concentração do gás tóxico dentro dos níveis determinados pelos padrões de se-gurança definidos pela empresa.

A complexidade do uso da amônia em sistemas de refrigeração varia tanto em função do tamanho dos ambientes quan-to em função das temperaturas a serem atingidas. “As instalações frigoríficas, por exemplo, trabalham com várias pressões e temperaturas, portanto devem ser ope-radas com muita atenção”, diz Fernando.

Protocolo de MontrealA busca por gases refrigerantes ecoló-

gicos intensificou-se a partir da década de 1980, quando foram descobertos os efeitos nocivos que os gases CFCs (cloro-fluorcarbonetos) provocavam na camada de ozônio. As novas descobertas resulta-ram na criação, em 1987, do Protocolo de

Montreal, que é um tratado internacional para proteger a camada de ozônio por meio da eliminação de Substâncias Des-truidoras da Camada de Ozônio (SDOs).

O Brasil aderiu ao tratado em 1990, por meio do Decreto 99.280, comprometendo-se em eliminar os cFcs completamente e outras SDOs até 2010. Em 1991, após a adesão do país ao Protocolo de Montreal, foi criado o Grupo de trabalho do Ozônio, que estabeleceu diretrizes para eliminação dos CFCs e criou o Programa Brasileiro para Eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que Destroem a camada de Ozônio (PBcO).

Fonte: Protocolo de Montreal

Em 2007, o Protocolo de Montreal ini-ciou uma nova fase voltada para a elimi-nação dos gases HCFCs (hidroclorofluor-carbonos) que, além de destruir a camada de ozônio, impactam o sistema climático global. Segundo o portal do Protocolo, após a aprovação do cronograma ace-lerado de eliminação desses gases, au-

na área notícias, no endereço eletrônico da AEAARP, estão disponíveis dois documentos

publicados pelo Ministério do Meio Ambiente: Programa Brasileiro de

Eliminação dos HCFCs-PBH: Fluídos frigoríficos naturais em sistemas de

refrigeração comercial, de 2015, e Recomendações sobre operação

e manutenção de sistemas de refrigeração por amônia, de 2009.

www.aeaarp.org.br

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Revista Painel

SEGURANçA ALiMENTAR

insetos à mesaNo Brasil, falta legislação e sobram oportunidades de mercado

Onosso planeta tem cerca de um milhão de espécies de insetos identificados e estima-

se que outras cinco milhões não estejam catalogadas. Trata-se, portanto, da maior população que habita a Terra. Segundo o zootecnista Gilberto Schickler, nesse grande universo, apenas 2.000 espécies apresentam algum histórico de consumo animal ou humano. “Conhecemos as

Chef Rossano Linassi no evento Insetos na ESALQ, em Piracicaba (SP)

principais espécies, mas ainda tem muito trabalho a ser feito. Vários são comestíveis, mas ainda não são produzidos em cativeiros no Brasil”.

Alguns insetos podem substituir qualquer tipo de proteína animal na alimentação humana. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), insetos comestíveis são

InSEtOS nA ESALQ

Desde 2016, a ESALQ promove o evento “Insetos na ESALQ”, feira realizada em Piracicaba (SP) que apresenta a importância dos insetos como polinizadores de plantas, reguladores da população de pragas agrícolas e urbanas e também como alimento – através da degustação de alguns pratos. “O projeto consiste na apresentação didática e visual do mundo dos insetos, com visitas guiadas e apresentações das funções dos insetos, seu papel na natureza, na agricultura e na alimentação humana e animal”, explica o engenheiro agrônomo Pedro takao Yamamoto, coordenador do projeto. A feira é aberta à comunidade, o público-alvo principal são as crianças, apesar da grande participação de adultos, e já teve duas edições, em 2016 e 2017. na última edição, mais de oito quilos de insetos foram consumidos pelos participantes da feira em um único dia. “Esse tipo de evento aproxima as pessoas dos insetos, desmistifica a visão negativa que se tem sobre a espécie e promove a degustação de insetos como alimentos”, acrescenta o professor de gastronomia Rossano Linassi.

importante ferramenta no combate à fome no mundo e, aproximadamente, dois bilhões de pessoas já aderiram ao consumo dessas espécies. Se as previsões forem confirmadas, em 2050 a Terra será habitada por nove bilhões de pessoas. “Haverá escassez de proteína animal e de espaço para sua produção. Os insetos e seus subprodutos são as alternativas para amenizar o problema”, defende Gilberto.

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AEAARP

Segundo o relatório da FAO “A contribui-ção dos insetos para a segurança alimentar, subsistência e meio ambiente”, publicado em 2015, os insetos produzem menos gases de efeito estufa, utilizam muito menos água e são menos dependentes de extensões de terra se comparado à pecuária convencional.

De acordo com a publicação, essas espécies também apresentam muitos benefícios nutricionais, pois são fontes de nutrientes e proteínas de alta qualidade se comparado à carne bovina e ao pescado, funcionam como suplemento alimentar para crianças que sofrem de má nutrição, pois a maioria das espécies tem alto teor de ácidos graxos (comparáveis ao pesca-do). Também são ricos em fibras e micro-nutrientes como cobre, ferro, magnésio, manganês, fósforo, selênio e zinco.

Muitos países são adeptos à entomofa-gia (prática de comer insetos) como, por exemplo, o México, onde são desenvolvi-dos muitos estudos na área. Na Holanda, estão os maiores produtores de insetos em cativeiro e o hábito é comum também em vários países do leste asiático, como na Tailândia e no Vietnã.

Nesse campo, o Brasil tem longo ca-minho a percorrer. “A entomofagia é algo experimental, poucas pessoas têm acesso, conhecem ou ouviram falar sobre o tema”, afirma o professor de gastronomia Rossano Linassi – doutorando em administração, mestre em turismo e hotelaria e bacharel e chef internacional em gastronomia.

ConsumoNo Brasil, segundo Rossano, existem

diversos insetos que podem ser utiliza-dos na alimentação humana: larvas de borboleta, larvas de besouros (incluindo a popular larva do coco), formigas (entre elas a tanajura muito comum no interior de SP e no Nordeste), grilos, gafanhotos, abelhas,

mariposas, percevejos, baratas, vespas, libélulas, cupins etc. No Norte, a tanajura faz parte da dieta de algumas populações ribeirinhas e de tribos indígenas como fonte alternativa de proteína em tempos de escassez de pescados.

Rossano acrescenta que os insetos podem ser consumidos em diversas fases – ovo, larva, pupa ou adulto –, dependen-do da espécie. “Vale lembrar que apenas insetos que são sabidamente apropriados devem ser consumidos. Caso contrário, podem causar riscos à saúde”. Segundo ele, os mais seguros para alimentação humana são os de criação: larvas dos besouros, tenébrios comum (Tenebrio molitor), te-nébrio gigante (Zophobas morio), barata cinérea (Leurolestes circunvagans), barata gigante de madagascar (Gromphadorhina Portentosa), barata blaberus (Blaberus--giganteus), grilo preto (Gryllus assimilis), larvas de moscas domésticas, entre outros.

Tanto na alimentação humana quanto animal, o consumo de insetos apresenta diferentes riscos. De acordo com o pro-fessor, os riscos são químicos (venenos, resíduos de pesticidas, antibióticos ou poluentes orgânicos), biológicos (parasi-tas, vírus, bactérias), físicos (partes duras, ferrões) e alergênicos, principalmente para aqueles que são alérgicos a frutos do mar (devido a composição química parecida de algumas espécies).

Em países como França e Estados Uni-dos, o hábito de consumir insetos está mais difundido e é possível encontrar o ali-mento nas prateleiras dos supermercados. Segundo o professor, no Brasil, o público consumidor é restrito aos que frequentam eventos e palestras sobre o tema e que, em raras ocasiões, frequentam restaurantes que servem pratos exóticos com preços elevados. Ele acrescenta que o consumo também depende de vários fatores, como sociais, históricos ou geográficos.

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MercadoNo Brasil, o mercado de criação de in-

setos está atrelado ao controle biológico (técnica que utiliza organismos vivos para combater pragas no campo). “O trabalho que eu desenvolvo é a criação de insetos para o consumo, algo que ainda não é feito de forma acadêmica”, explica o zootecnista Gilberto. Para ele, o setor é promissor e envolve uma série de profissionais como entomologistas, zootecnistas, nutricionis-tas, profissionais ligados às questões cul-turais da introdução de um novo alimento.

A produção de insetos comestíveis também tem abertura para outras áreas como, por exemplo, a engenharia agro-nômica e a engenharia de alimentos. Ele acredita que a partir do momento que as produções de insetos para consumo humano forem aprovadas no Brasil haverá a necessidade de engenheiros de várias especialidades para a criação de novos recintos que concentrem muitos animais em poucos espaços, de novos tipos de instalações etc.

O portal da Revista Pequenas Empresas e Grandes negócios publicou reportagem sobre a empresa brasileira

que vende mais de 50 mil insetos por mês que servem de alimento

para animais exóticos. Veja também a história da veterinária que pagou a

faculdade criando e vendendo baratas, grilos, ratos, tenébrios e outros insetos,

publicada pelo portal Dinheiro Rural. As reportagens estão na área notícias,

no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Segundo Gilberto, no Brasil ainda não existem criadores de insetos comestíveis para consumo humano registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA) e não há legislação ou normas para esse mercado. “O que exis-tem são criações artesanais e sem regis-

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tros. A produção de insetos para consumo humano seria um pouco diferente do que é feito para o consumo animal. Teria que ter o aval do Departamento de inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), que é o órgão que cria leis e normas para garantir a qualidade e a segurança dos produtos de origem animal para consumo humano”.

Para garantir produtos que não sejam prejudiciais à saúde e o cumprimento das legislações nacionais e estrangeiras, o Dipoa conta, ainda, com o Serviço de inspeção Federal (SiF), que atua junto aos estabelecimentos registrados pelo Departamento. Além disso, os criadores de insetos precisam do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – órgão responsável por registrar cada novo ingrediente usado para o consumo humano. “isso precisa de uma série de documentos e análises. Cada inseto tem uma composição nutricional e o estudo de viabilidade é feito para cada espécie”, acrescenta Gilberto.

A alimentação dos insetos comestíveis também é importante para garantir a qua-lidade do produto. O zootecnista explica que eles consomem rações similares às das aves. O produto é à base de farelo de trigo, milho, soja, além de micro e macro minerais exigidos para uma boa nutrição animal. “São usados produtos de qualidade e não pode ser usado nenhum alimento es-tragado nessa ração”. Uma das vantagens é que os insetos podem ser enriquecidos com nutrientes essenciais para a saúde humana como ômega 3, ômega 6, selênio etc. “Podem ser criados produtos específi-cos para o público que segue dietas rígidas como, por exemplo, os atletas”.

O zootecnista comenta que está sendo criada a Associação Brasileira dos Criado-res de insetos (Asbraci), que está reunindo criadores que buscam registros e certifica-dos necessários para a regularização das produções de insetos comestíveis. Ginaldo Menezes é um dos produtores de insetos comestíveis que está esperando a regula-mentação junto ao MAPA e à Anvisa. Ele

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tem um cativeiro de 450 m², em Recife (PE), e iniciou a atividade em 2007. Lá, produz tenebrio molitor, tenebrio gigante, barata cinérea, grilo negro e barata gigante de madagascar para nutrição animal. Hoje, quatro pessoas trabalham no negócio, que produz 500 quilos de insetos por mês.

Gilberto acredita que depois de apro-vada uma espécie de inseto como novo ingrediente pela Anvisa, é provável que os produtores sigam as boas práticas de fabricação similares às utilizadas pelos produtores de mel e abelhas. “Após o aval da Anvisa, haverá mais rigor na inspeção sanitária, inspeção de qualidade dos pro-dutos, das matérias-primas e da água usada no processo produtivo, limpeza das instala-ções, tipos de embalagens usadas, normas de rotulagem, informações nutricionais e a estocagem adequada dos produtos”.

Oportunidade de mercadoAlém de prestar consultoria para pro-

dutores de insetos comestíveis, Gilberto fundou a primeira empresa que recebeu certificação do MAPA como fabricante de ingredientes para alimentação animal e é sócio de uma startup – a Hakkuna – que fabricará barras de proteínas com farinha de grilo para o consumo humano. Acresci-do à farinha, o produto será composto por banana, castanhas e outros ingredientes naturais. “Acredito que o registro do grilo como ingrediente para alimentação humana saia, no máximo, em seis meses. Aí, o MAPA pode registrar empreendimentos de pro-dução de grilos para alimentação humana”.

Segundo o zootecnista, o primeiro nicho de mercado que sua empresa identificou são as pessoas que buscam alimentos naturais, orgânicos e sustentáveis. Ele comenta que qualquer produto pode ter uma versão à base de insetos: massa de macarrão, mistura para bolo, doces, hambúrgueres, nuggets etc. “A ideia é co-mercializar o produto sem expor o inseto. Quando vendem carnes, as pessoas não expõem o boi, a galinha e assim por dian-

te”. Por isso, ele vê no mercado de farinha de insetos um grande potencial.

Outro público-alvo promissor, segundo Gilberto, é formado pelas crianças. “É preciso trabalhar mudança de conceito, fazer campanhas de marketing que ex-plorem o potencial dos insetos como algo saboroso, incluindo seu valor nutricional”. Em sua opinião, essas ações combaterão o preconceito que existe contra os insetos e que inicialmente o consumo de insetos co-mestíveis terá um nicho restrito. “Porém, a tendência é a de que aumente a produção dessas espécies, que se desenvolva mais tecnologia e que os preços caiam”.

De acordo com o zootecnista, no Brasil, existem cerca de 10 grandes fábricas de insetos comestíveis e que cada uma produz, em média, entre 300 e 500 quilos de insetos vivos por mês. “Vale lembrar que existem vários outros criadores menores e que não são registrados no MAPA”. Segundo Rossano, “esses números são pouco expressivos em um país tão grande como o nosso”. Para ele, a falta de legislação dificulta a abertura de novos negócios e a expansão do mercado. O processo produtivo ainda é artesanal, carece de investimentos em pesquisas e

EStUDOS nA áREA

Segundo o professor de gastronomia Rossano Linassi, no Brasil, os estudos na área são recentes e foram realizados, principalmente, pelo biólogo Eraldo Medeiros costa neto, a partir de 1998. Poucas são as referências anteriores à década de 1980. no entanto, existem alguns registros históricos dos anos 1500 e 1600 feitos pelos colonizadores portugueses. Em 2009, foi realizado 1° Simpósio nacional sobre Antropoentomofagia, em Feira de Santana (BA), que deu origem ao livro homônimo lançado em 2010. Desde então, o tema tem ganhado visibilidade e, em 2019, deve acontecer o primeiro congresso sobre o assunto no Brasil.

desenvolvimento de novas tecnologias para automatizar os processos, aumentar a produção e o processamento desse produto.

Os preços ainda são altos, segundo Rossano, variam de R$ 250 a R$ 450 o quilo, dependendo da espécie produzida e da época do ano. “As produções são muito pequenas. Teria de produzir toneladas por mês para o preço começar a cair”. A popularização do produto também pode contribuir para que o valor do inseto comestível seja mais atrativo, se comparado às fontes de proteína animal tradicionais.

Rossano acredita que, com o tempo, as pessoas poderão ver essas espécies de forma mais positiva e incluí-las aos poucos na alimentação. “No início, talvez como algo exótico, mas ao longo do tempo como uma alimentação normal, por isso, acredito que será mais fácil educarmos as futuras gerações para consumirem esses alimentos do que convencer as gerações mais velhas”, comenta Rossano. Ele defende que os insetos não devem substituir as carnes convencionais, mas podem ser uma nova opção de alimento para todas as classes sociais e com a possibilidade de colaborar para a erradicação da fome no mundo.

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acervo Histórico do mundo em um clique

Biblioteca Digital Mundial disponibiliza gratuitamente documentos, mapas e arquivos de valor histórico

Mapa do Brasil, de 1729, impresso por Pieter van der Aa

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Gravuras, livros raros, mapas antigos e desenhos arquitetônicos. A Biblioteca Digital Mundial tem tudo isso entre os mais de 19 mil itens, de 193 países, com direito a relíquias da história do mundo que datam oito mil anos antes de Cristo. Um dos

materiais disponíveis no portal que conta um período da história brasileira é o mapa do Brasil, de 1729. Nessa época, a maior parte do país não havia sido explorada e anotações sobre rios, povos nativos e minas eram limitadas. O mapa foi impresso em Leiden (cidade localizada na província da Holanda do Sul, na época), pelo editor e comerciante de livros Pieter van der Aa (1659-1733).

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Outro mapa histórico do país foi criado em 1851 pelo cartógrafo John Rapkin (1815-1876) da empresa britânica de cartografia John Tallis e Cia (que funcionou entre 1835 e 1860). Os mapas de Tallis são identificados pelo estilo pergaminho nas bordas e pelos desenhos precisos e deta-lhes geográficos (como a utilização de áre-

Mapa do Brasil, de 1851, feito pelo cartógrafo John Rapkin

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na edição 254 da revista PAINEL, publicada

em maio de 2016, foi veiculada a reportagem

sobre a carreira dos cartógrafos, suas

atribuições e o mercado de trabalho. Veja a edição

on-line, no endereço eletrônico da AEAARP, na

área Revista Painel.

www.aeaarp.org.br

as sombreadas para indicar características topográficas). As ilustrações coloridas que compõem os quatro cantos do mapa mos-tram barcos no Rio Negro (canto superior esquerdo), Santa Catarina (canto superior direito), Montevidéu e Cabo de Santo Antônio na Bahia (abaixo, à esquerda), e Rio de Janeiro (abaixo, à direita).

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O conteúdo do portal está disponível em vários formatos e idiomas. Os mate-riais básicos – livros, mapas, manuscritos etc. – aparecem no idioma original. Uma das facilidades é que os conteúdos podem ser filtrados por lugar, tempo, assunto e tipo, pois os dados bibliográficos (tam-bém conhecidos como metadados) foram organizados com sistemas de catalogação internacionais. O portal foi traduzido em sete idiomas: português, árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol.

Todo o conteúdo disponibilizado pela Biblioteca Digital é oferecido por parceiros do mundo todo, inclusive da Unesco, que contribuem com acervos, experiência de curadoria, catalogação, linguística e técnica. Além de servir como base de estudos e informação para estudantes, professores e pesquisadores, qualquer pessoa pode visitar e utilizar o conteúdo do portal. E qualquer biblioteca, museu, arquivo histórico ou instituição cultural do mundo, que tenha conteúdo histórico e cultural relevante, pode contribuir com a Biblioteca.

Arquitetura, mineração e paisagismo A arquitetura barroca brasileira e o Jar-

dim Botânico do Rio de Janeiro também estão contemplados na Biblioteca Digital Mundial. Algumas imagens da Coleção Thereza Christina Maria, composta por 21.742 fotografias, reunidas pelo im-perador Pedro ii ao longo de sua vida e doadas por ele à Biblioteca Nacional do Brasil (parceira da Biblioteca Digital), estão no portal. Dentre elas, destacam-se as fotografias do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (fundado em 1808 pelo rei D. João Vi, de Portugal, e aberto ao público em 1822), datadas de 1862, a mineração de diamantes em Diamantina (MG), durante o ano de 1869 (período no qual o fotógrafo Augusto Riedel acompanhou Luís Augusto, genro do imperador Pedro ii, em uma ex-pedição ao interior do Brasil), e a Casa do Major Brant (que servia como alojamento das altezas reais) também em Diamantina.

Vinte anos depois, as fotografias tiradas por Riedel durante a visita em Diamantina, em 1869, foram usadas por José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Bran-co para ilustrar o álbum Sights du Brésil, exibido na Exposição Universal de 1889,

em Paris (França). Considerada a maior do-ação já recebida pela Biblioteca Nacional, a Coleção Thereza Christina Maria reúne também uma grande variedade de temas e documentos que relatam as conquistas do Brasil e do povo brasileiro no século XiX, além de imagens da Europa, África e da América do Norte.

Biblioteca Digital MundialFoi em 2005, que o bibliotecário do

Congresso dos Estados Unidos, James H. Billington, propôs a criação da Biblioteca Digital Mundial para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco, sigla em inglês). A ideia inicial era criar uma coleção on-line que abrangeria riquezas culturais do mundo e relatariam as histórias e conquistas de todos os países e povos. O sonho de Ja-mes se tornou realidade em abril de 2009, quando finalmente a Biblioteca foi lançada para o público internacional com conteúdo sobre cada estado-membro da Unesco.

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Jardim Botânico Avenida das Palmeiras Imperiais

Alojamento de Suas Altezas Reais Duque de Saxe e Luis Filipe na Casa do Major Brant

Mineração de Diamantes do Sr. Felisberto D’Andrade Brant

Acesse www.wdl.org/pt

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CREA-SP

do egresso, possibilitadas outras que sejam acrescidas na forma disposta em resolução específica.

Art. 5º O engenheiro de software inte-grará o grupo ou categoria Engenharia, modalidade Eletricista.Parágrafo único. O respectivo título profissional será inserido na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea conforme disposto no caput deste artigo e da seguinte forma:

i - título masculino: Engenheiro de Software;

ii - título feminino: Engenheira de Software; e

III - título abreviado: Eng. Soft.

O Conselho Federal de engenharia e agronomia – CONFEA, no uso das atribuições que lhe confere

o art. 27, alínea “f”, da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, RESOLVE:

Art. 1º Discriminar as atividades e com-petências profissionais do engenheiro de software e inserir o respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

Art. 2º Compete ao engenheiro de software as atribuições previstas no art. 7° da Lei nº 5.194, de 1966, com-binadas com as atividades 1 a 18 do art. 5º, §1º, da Resolução nº 1.073, de 19 de abril de 2016, referentes

resolução nº 1.100, de 24 de maio de 2018

a requisitos de software, sistemas e soluções de software, evolução de software, integração local e remota de sistemas de software.

Art. 3º As competências do enge-nheiro de software são concedidas por esta resolução sem prejuízo dos direitos e prerrogativas conferidos ao engenheiro, ao engenheiro agrônomo, ao geólogo ou engenheiro geólogo, ao geógrafo e ao meteorologista por meio de leis ou normativos específicos e aos demais profissionais da área da computação.

Art. 4º As atividades e competências profissionais serão concedidas em con-formidade com a formação acadêmica

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Discrimina as atividades e competências profissionais do engenheiro de software e insere o respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional

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NOTAS E CURSOS

Cerca de 200 pessoas participaram do Arraiá da

AEAARP, que teve música, bebida, dança e trajes típicos.

Anderson Cleber Fiorin Engenheiro agrônomo

Maria Aparecida Miziara Frangella Engenheira agrônoma

Paulo Cezar Correa Santos Engenheiro civil

Wanderley Domingos Engenheiro civil

Carlos Alberto Palomares Diaz Engenheiro mecânico

Celso de Azevedo Engenheiro de produção mecânica

Federico Antonio Gonzalez Engenheiro químico

Gilberto de CastroTécnico em eletrônica

Nestor de Oliveira Junior Técnico em eletrônica

Odair do Carmo Granito Técnico em eletrotécnica

Valter DonegaTécnico em eletrotécnica

Altino PazelliTécnico em telecomunicações

Jose Donizete de Souza Técnico em telecomunicações

Paulo Vinicius da Silva Colombo Estudante de agronomia

Maria Gabriela Petrocelli Oliveira Estudante de arquitetura

Novos Associados

Mais um AEAARP Cultural super especial com o grupo La Musicale, que levou o público a uma viagem pela história da música mundial.

Festa Junina AEAARP

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