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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoSUMRIO

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e Dimensionamento

    , [email protected]

    O presente trabalho pretende discorrer sobre a circulao de pessoas, noque se refere aos elementos construtivos e na medida em que estes devem seranalisados quanto ao aspecto ergonmico, de uso e apropriao pelo homem,adequando o dimensionamento destes s dimenses humanas, na elaborao dosespaos arquitetnicos.

    O objetivo deste estudo de apresentar os elementos arquitetnicos e construtivos paracirculao de pessoas, e identificar neles as relaes entre as medidas humanas e odimensionamento destes elementos construtivos para a elaborao dos espaosarquitetnicos, quer seja em edifcios, quer seja para espaos abertos.

    Para tanto, pretende-se mostrar quais so esses elementos construtivos, sua funo e as

    caractersticas de uso e de implantao dentro da arquitetura, classificando-os sob vriosaspectos diferentes em que eles se apresentam. Tendo sido determinado que a funoprincipal dos elementos de circulao o de acesso de pessoas e de comunicao entreambientes, so apresentados modelos de padres de fluxo para o trfego de pessoas esua importncia para melhor implantao fsica e adequao ao homem.

    Em seguida, verificam-se os parmetros para dimensionamento destes elementosarquitetnicos, com base principal nas medidas do corpo humano, na adequao demedidas corporais e aspectos de conforto quanto ao uso, para definio de medidasmnimas de rea, largura, comprimento de passada, inclinao de planos, entre outros.

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoSo considerados critrios de conforto e adequao ao uso, mas tambm, e toimportantes quanto, critrios restritivos de legislao aplicada arquitetura, que

    estabelece parmetros de segurana, como sadas de emergncia em casos de incndio,e de acessibilidade a todo tipo de usurio, inclusive os que apresentam deficincias.

    Por fim, para efeito de ilustrao, apresenta-se um glossrio com a identificao doselementos construtivos de circulao. Assim, com este conhecimento, pretende-sepropiciar a formao de critrios adequados para a elaborao e produo do espaoedificado, no que se refere aos elementos de circulao, garantindo adequao,conforto e segurana para o homem na apropriao desse espao.

    Quando se considera um projeto arquitetnico, quer seja para edificao, quer seja paraespaos abertos, h a necessidade de estabelecer a circulao para as pessoas, usuriasdesses espaos arquitetnicos. Assim, como para definio e implantao de ambientese espaos destinados s atividades humanas, h a necessidade de se definir edimensionar os elementos construtivos para a inter-relao e integrao dessesambientes.

    A funo do espao para circulao de pessoas composta por dois sistemas de

    atividades, para acesso de pessoas, e para a comunicao e separao dos espaosarquitetnicos.1

    O acesso de pessoas aos espaos arquitetnicos caracteriza-se pela entrada ou sada depessoas, por exemplo, a uma habitao ou a um ambiente da habitao, que pode serfeito atravs de um vestbulo como espao fsico para tal.

    O espao da circulao utilizado para a comunicao, assim como para a separaoentre ambientes, por exemplo, de uma habitao, tem como elementos construtivoshorizontais ou verticais, como um corredor, uma galeria ou uma escada, estabelecendo

    uma compartimentao dessa habitao.

    Os espaos destinados circulao, quando no diretamente associados a outrosambientes de um espao arquitetnico, via de regra, no comportam qualquermobilirio e nem necessitam de qualquer equipamento. Excees se verificam quandoos espaos tendem a ser mais generosos, como corredores largos em espaos internos,que permitem armrios, e externos, que permitem bancos. Tambm em vestbulos esagues de entrada de edifcios, onde se permite mobilirio decorativo, como cadeiras,mesas de canto, estantes e aparadores.

    1

    Pedro, Joo Branco Programa Habitacional Espaos e Compartimentos ITA 4 - Lisboa, LaboratrioNacional de Engenharia Civil (LNEC), 1999

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoAssim, na determinao de espao fsico para os elementos de circulao devem ser

    ponderados alguns aspectos, como da adequao da largura do espao de circulaoao modo de uso previsto, se associado a uma outra atividade funcional, objetivandouma economia de rea. Ainda, quando destinado comunicao ou separao entreambientes, segundo Pedro (1999), a rea ocupada deve ser a menor possvel,representando, no caso de uma habitao, no mximo a 10% da sua rea til total.

    Como no h permanncia de usurios nas reas de circulao por longos perodos,por no se desenvolverem atividades para tanto, no se exige muito alm da existnciade iluminao natural, mesmo que indireta, quando em reas internas a uma edificao.

    Por outro lado, para garantir condies de segurana, recomenda-se adotar algumasmedidas, como a aplicao de piso do tipo anti-derrapante, evitar degraus isolados edesnveis de piso, as dimenses dos degraus em escadas devem ser constantes, ainstalao de no mnimo um corrimo, direita de quem desce, em toda a extenso daescada, e o uso de guarda-corpos adequados nos lados abertos dos elementosconstrutivos suspensos e sem proteo de paredes.

    Os padres de fluxo2

    , para circulao e trfego de pessoas inseridas em um espaoarquitetnico, assim como para quaisquer outras aes e atividades de pessoas eequipamentos envolvidos, por exemplo, num processo fabril, esto bastanterelacionados com o arranjo fsico, sendo determinante do espao a ser ocupado deforma mais adequada, objetivando a inter-relao entre ambientes.

    Os padres de fluxos para circulao nos projetos arquitetnicos podem ser resumidosem poucos modelos, apesar de inmeras maneiras de se apresentarem. Pode-seclassificar em dois grupos, observados no plano horizontal e no plano vertical.

    Os padres de circulao observados no plano horizontal apresentam cinco modelosbsicos de fluxo, de onde se podem desenvolver inmeros outros a partir dacombinao destes modelos. So eles: em linha reta, ou em I; em linha reta dobrada a90, ou em L; em linha reta dobrada a 180, ou em U; circular, ou em O; e emserpentina, ou em S.

    O fluxo em I resulta numa rea de ocupao em linha reta, obrigando inclusive a umaconstruo de caracterstica linear.

    2 texto deste captulo baseado em: Dal Belo, Selso - Leiaute, Fator Determinante do Dimensionamento e

    da Forma do Espao: Uma Aplicao na Arquitetura da Habitao (Tese de Doutoramento) TrabalhoProgramado: A Importncia dos Fluxos na Ordenao Espacial - So Paulo, FAU USP, 2004

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoO fluxo em L pode ser adotado quando o fluxo em linha reta no se adapta a uma

    construo existente, ou sua construo, por custos ou por implantao espacial, impeditiva.

    O fluxo em U pode ser uma soluo espacial ao fluxo em linha reta, resultando menorcusto e espao para sua implantao.

    O fluxo em O aplicvel quando se deseja terminar o trajeto muito prximo ao pontoonde se originou.

    O fluxo em S usado quando o percurso a ser percorrido necessita ser longo dentro

    de um espao para implantao relativamente reduzido, a fim de no ampliar a reaconstruda. Organiza-se esse trajeto em ziguezague, numa sucesso de pequenas linhasretas, lado a lado, com sentidos opostos de fluxo.

    Os padres de circulao observados no plano horizontal podem ou no acessar nveisdiferentes de pisos, como se verifica em residncias assobradadas, edifcios de mltiplospavimentos ou em patamares diferentes de um espao externo construdo.

    (b) (c)

    (a)

    (d) (e)

    Figura 1: Modelos Bsicos de Fluxos Horizontais:(a) fluxo I; (b) fluxo L; (c) fluxo U; (d) fluxo O; (e) fluxo S.Fonte: FRANCIS (1999, p. 44).apudDal Belo

    Desse modo tambm se apresentam os padres de circulao observados no planovertical, verificados atravs da transposio de diferentes nveis de pisos dentro de umaedificao de mais de um pavimento ou em diferentes patamares de espaos abertos.

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    (a) (b)

    (c) (d)

    Figura 2: Modelos de Escadas Baseados nos Fluxos Horizontais:(a) fluxo I; (b) fluxo L; (c) fluxo U; (d) fluxo O.Fonte: Pedro (1999) p. 220

    Nos espaos interligados por circulaes verticais existem relaes importantes quedevem ser consideradas, de atividades inter-relacionadas entre si, que podem serdesenvolvidas em nveis diferentes, buscando se estabelecerem harmoniosamente.

    (a)

    (c)(b)

    (d) (e) (f)

    Figura 3: Modelos de Fluxos Verticais.

    Fonte: FRANCIS (1999), p. 45 apudDal Belo

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoUm layout apropriado poder determinar qual a melhor forma de disposio de

    escadas, rampas ou elevadores, e a localizao adequada das atividades. To ou maisimportantes que os fatores tcnicos, de inclinao das rampas e escadas ou deelevadores, so os aspectos referentes da determinao de fluxos entre os vrios setorese entre os diferentes nveis de uma edificao.

    Assim, num projeto arquitetnico, pretende-se criar circulaes com o menorcruzamento possvel entre as reas de atividades especficas, de forma que estas nointerfiram nos movimentos e nas reas de outras atividades. As interligaes sempreocasionaro interferncias de um fluxo em outro; logo, importa que se priorize os fluxosde circulao de maior uso e interesse.

    Figura 4: Exemplos de Fluxos Verticais.Fonte: Neufert, (2004), p. 195

    O elemento construtivo para circulao definido por um espao que permite interligar,distribuir e isolar reas ou ambientes. muitas vezes referido enquanto espao deinterligao num mesmo nvel circulao horizontal; ou entre diferentes nveis

    circulao vertical. Pode constituir-se em um compartimento especfico, como umvestbulo; ou em um espao no delimitado, como um ptio. Pode estar apoiado aosolo ou em um pavimento, como um corredor; ou estar suspenso, como uma passarela.Pode estar interno edificao, como uma caixa de escada; ou em espaos abertos,como uma escadaria. Pode ainda constituir de elemento construtivo fixo, como umarampa; ou em equipamento mvel, com uso de componentes mecnicos paradeslocamento de suas partes, como um elevador ou uma escada rolante. Por fim, podeatender a espaos privativos, de uso restrito, como em edifcios residenciais; ou atendera espaos pblicos, de uso coletivo, para acesso e trnsito de muitas pessoas, como emescolas, hospitais, entre tantos outros edifcios.

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoAssim, mais precisamente baseados nos padres de fluxo, pode-se classificar oselementos de circulao entre aqueles de fluxo horizontal e de fluxo vertical.

    Os elementos de circulao de fluxo horizontal so aqueles em que no h anecessidade de interligao a diferentes nveis de piso no espao arquitetnico. Listam-seentre eles o corredor, a galeria ou vestbulo, o ptio e a passarela.

    Os elementos de circulao de fluxo vertical so aqueles em que existe a necessidade deinterligao a diferentes nveis de piso no espao arquitetnico. Listam-se entre eles aescada, a rampa e o elevador.

    Contudo, dentro do mesmo padro de fluxo, verifica-se, para a implantao do espao

    fsico desse elemento construtivo, modelo de circulao observado no plano horizontal,mesmo que para acesso a diferentes nveis; e de circulao observado no plano vertical,mesmo que no se verifique um deslocamento horizontal.

    Como exemplo do exposto, pode-se listar os corredores e passarelas, sem deslocamentovertical, e as escadas e rampas, com deslocamento vertical, de elementos de circulaoobservados sobre o plano horizontal do espao arquitetnico. De maneira oposta, comoelementos de circulao observados no plano vertical, assim como tambm as escadas erampas, os elevadores, este sem haver deslocamento no plano horizontal.

    escadaria

    caixa de escada

    rampa

    elevador

    esteira rolante

    passarela

    corredor

    vestbulo

    ptio

    Tabela 1: Classificao dos Elementos Construtivos de Circulao.Fonte: autor

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    Figura 5: Exemplos de Elementos de Circulao na Arquitetura.

    Fonte: Revista AU ns 84, 98, 108, 122, 123 e 125 Editora Pini

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    Para que se alcance uma situao ideal no dimensionamento dos elementos construtivospara circulao de pessoas, deve se considerar dois aspectos: o espao requerido paracirculao seja estritamente necessrio, com a menor rea de ocupao possvel, parareduo de custos de construo civil; e os deslocamentos previstos para a circulaoentre ambientes sejam os menores possveis, onde as solues devem respeitar asexigncias de segurana e conforto do usurio. Para tanto, requer conhecimento dalegislao vigente, da preveno a acidentes e das condies mnimas de conforto eergonomia.

    Alm de atender a outros aspectos dimensionais no contexto do projeto arquitetnico,considera-se que os elementos construtivos para circulao de pessoas devem serdimensionados a partir das medidas corporais do homem, fazendo-se necessrioidentificar a utilizao e os aspectos dimensionais dessa utilizao para cada um doselementos de circulao, de modo a garantir a mais adequada implantao, em mnimoespao, e principalmente dentro de parmetros antropomtricos e ergonmicos.

    Assim, observando o espao fsico ocupado pelos elementos construtivos paracirculao, temos aqueles de caractersticas planas, como os vestbulos e principalmenteo elevador; e os de caractersticas lineares, como as escadas, rampas, corredores e

    passarelas. Para os planos, as medidas corporais mais relevantes esto associadas reaque o corpo humano ocupa na projeo horizontal, nas possveis situaes em que ousurio se encontra: de p, sentado em cadeira de rodas ou deitado em maca. Logo, area, assim como a largura e profundidade, do elemento de circulao capaz decomportar e permitir o acesso a um certo nmero de usurios o dado dimensionalmais importante.

    Por outro lado, uma das medidas do corpo mais relevantes aos elementos de circulaode caractersticas lineares a largura mxima do corpo humano, determinante nodimensionamento da largura mnima do elemento de circulao, necessrio para o

    trfego de pessoas nas mais distintas condies de uso, e aplicado para clculo de vazode pessoas, ou seja, quantos indivduos podem passar num mesmo ponto dessacirculao num nico intervalo de tempo.

    Ainda, para elementos de circulao que atendem a um deslocamento vertical, deacesso a diferentes nveis, outras medidas corporais so importantes. Para os elevadores,escadas e esteiras rolantes, o peso deve ser considerado para o transporte de carga pormeio dos componentes mecnicos. E principalmente para rampas e escadas, ainclinao do plano e a medida de passada do ser humano so valores considerados enecessrios a atender com conforto e segurana o deslocamento vertical do usurio.

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    rea largura inclinao passo peso

    corredor, passarelavestbulo, ptio

    escada

    rampa

    elevador

    Tabela 2: Relao entre Elementos de Circulao e Medidas Consideradas para o Dimensionamento.Fonte: autor

    Em publicao sobre espaos da habitao, Peter Neufert e Ludwig Neff3 apresentam

    um estudo grfico dessas medidas e necessidades espaciais, determinando espaosocupados pelo homem nas mais diferentes condies de uso, sem contudo consideraros aspectos de proximidade entre as pessoas, apenas os aspectos fsicos.

    Eles estabelecem a necessidade espacial para grupos de pessoas em diferentes situaes,estando em espao apertado, normal, num coro, numa espera em fila, carregandovolumes, e ocupando uma rea restrita, como em uma cabine de telefrico,considerando uma quantidade mxima de 6 pessoas por metro quadrado; dadosadaptveis tambm a elevadores.

    Figura 6: Estudos Grficos de Medidas e Necessidades Espaciais para Grupos de Pessoas.Fonte: Neufert; Neff (1999)

    3 Neufert, Peter; Neff, Ludwig Casa, Apartamento, Jardim - So Paulo, Gustavo Gili, 1999

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoTambm determinam medidas de largura mnima para ambientes entre paredes, tpicos

    de reas de circulao como corredores, para pessoas paradas ou em movimento.

    Figura 7: Estudos Grficos de Medidas e Necessidades Espaciais entre Paredes.Fonte: Neufert; Neff (1999)

    E apresentam medidas de passos do homem, em diferentes ritmos de caminhada,observando-se que o passo normal em passeio, de 62,5 cm, relaciona-se com a medidausada para determinar as dimenses dos degraus de uma escada.

    Figura 8: Estudos Grficos de Medidas de Passos.Fonte: Neufert; Neff (1999)

    Os elementos de circulao devem acomodar o corpo humano em seu espao, porm,quando da permanncia de uma pessoa de p, parada em um elevador, ou emmovimento em um corredor, a rea que seu corpo ocupa no se limita a suas medidas edistncias absolutas.

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoDeve-se considerar aquilo que Boueri4 descreve como espao informal, que aborda asdistncias entre os indivduos, variando para cada cultura e conforme o grau de contato

    entre as pessoas. Esse espao informal pode ser compreendido como uma zona deamortecimento corporal, onde cada ser humano tem uma projeo interna do espaoimediatamente circundante ao corpo, em que as pessoas tendem a se manter a umadistncia caracterstica entre si mesma e entre outras pessoas e/ou objetos inanimados.

    Entender esse espao circundante entender o significado de diversos elementos quecontribuem para o sentido espacial do homem, de repelir pessoas para alm da readelimitada pela prpria pele, como em atividades corporais, pelos odores, pelo tom devoz, por separao de calor e pelo nvel de rudo ou iluminao; sendo esses elementosque definem, dentro de cada cultura, uma linha divisria desse espao informal.

    A delimitao desse espao informal estabelece distncias, divididas em zonas de estudo:ntima, pessoal, social e pblica. A distncia ntima trata-se da distncia mais prximapossvel de uma outra pessoa, e pode variar entre o contato fsico direto at a 45 cm dedistncia entre corpos. A distncia pessoal define a que separa sistematicamente osmembros da espcie, sem contato, imaginando uma pequena bolha protetora que oorganismo mantm entre si e os demais, com valores variando entre 0,45 e 1,20 metros,permitindo que assuntos pessoais possam ser tratados entre pessoas, pois se pode teralgum ao alcance das mos e no se sente o calor nem o odor do corpo.

    Figura 9: Zonas de Distncia entre Pessoas.Fonte: Hall (1966), apud Panero p. 39

    A distncia social, variando entre 1,20 e 3,60 metros, permite conversas com voz emtom normal e contato visual entre pessoas passa a ser importante. A distncia pblica adistncia, a partir dos 3,60 metros, em que as pessoas em contato se situam totalmentefora de envolvimento uma com as outras, at a 7,50 metros, quando para alm destadistncia, no se estabelece mais contato entre pessoas.

    4

    Boueri Filho, Jos Jorge Antropometria Aplicada Arquitetura, Urbanismo e Desenho Industrial,Manual de Estudo, Volume I - So Paulo, FAU USP, 3 edio, 1999

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoPor fim, para estabelecer parmetros de rea de ocupao de pessoas para um espaode circulao, vale considerar o que estabelece Fruin 5, ao observar vrias zonas de

    proximidade entre pessoas, a partir do traado de uma elipse na projeo superior docorpo humano que determina a zona de amortecimento corporal. A zona de toquepermite uma rea, com uma organizao de pessoas em fila, de at 0,29 m por pessoa,onde que, abaixo desse limite, aumenta-se a freqncia de contato corporal entrepessoas.

    A zona de contato permite um espaamento interpessoal expandido de 0,90 m, comrea de 0,65 m por pessoa, onde o contato pessoal pode ser evitado entre 0,29 e 0,65m. A zona de conforto pessoal expande a zona de amortecimento corporal para umdimetro de 1,07 m, com rea de 0,93 m por pessoa. A medida de uma profundidade

    corporal total separa as pessoas em p, permitindo uma circulao lateral limitada entreas pessoas, desde que se movendo de lado. A zona de circulao expande a zona deamortecimento corporal para 1,22 m de dimetro e 1,21 m de rea por pessoa,permitindo uma circulao sem incmodo entre pessoas.

    Figura 10: Zonas de Proximidade entre Pessoas.Fonte: Fruin (1971), apudPanero, p. 41

    5

    Fruin, John J., apudPanero, Julius; Zelnik, Martin Dimensionamento Humano para Espaos Interiores -Barcelona, Gustavo Gili, 2002

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    Em muitos autores e normas observa-se a preocupao com o dimensionamento dalargura de passagem de pessoas nos elementos de circulao como corredores, escadase rampas. Tal fato se deve necessidade de um trfego mnimo de pessoas, porexemplo, para rotas de fuga quando de um incndio em uma edificao. De qualquermodo, a largura de corredores, por exemplo, depende, alm das medidas do corpohumano, de seu posicionamento, do sistema de aberturas, - de um lado ou nos doislados opostos, - e da disposio de portas nele. Geralmente, indica-se uma faixa livre de1,00 m de passagem, sem salincias, para trnsito de 60 a 70 pessoas, ou at 150pessoas em caso de emergncia; sendo que esta largura suficiente como distnciamnima para passagem de 2 pessoas ao mesmo tempo. Nesse caso, as portas de acesso

    aos ambientes devem abrir-se para o interior dos mesmos.

    A Instruo Tcnica n 03/01, do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado deSo Paulo, acompanhando a norma brasileira NBR 9077/93 sobre Sadas deEmergncia em Edifcios, define como Unidade de Passagem a largura mnima para apassagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55 m, sendo que a sua capacidade determinada pelo nmero de pessoas que passa por esta unidade em 1,0 minuto.Tambm definida a Linha de Percurso do elemento de circulao como sendo umalinha imaginria sobre a qual transita uma pessoa que segura o corrimo, estandoafastada 0,55 m (ou uma unidade de passagem) da parede ou da borda livre desse

    elemento construtivo.

    Com isso, para o clculo de dimensionamento de largura de sadas de emergncia,aplicveis a escadas, rampas e corredores, e suas respectivas portas de acesso, conformeoutra Instruo Tcnica, a de n 11/01, determinado em funo da populao daedificao que por elas deve transitar, pelo nmero inteiro de unidades de passagem,sendo considerado largura mnima, em qualquer caso, 1,20 m, conforme a frmula:

    onde ( ) equivale ao nmero de unidades de passagem, arredondado para nmerointeiro; ( ) a populao; e ( ) a capacidade da unidade de passagem, ambascalculadas conforme a ocupao dos ambientes em cada pavimento da edificao, porcoeficientes apresentados em tabelas da prpria Instruo Tcnica.

    Para escadas secundrias, no destinadas sada de emergncia, permite-se larguramnima de 0,60 m. Este nmero equivale a uma unidade de passagem mais espaomnimo para colocao de corrimo em um dos lados do elemento de circulao,exigncia indicada nessa mesma instruo tcnica.

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    Figura 11: Largura Mnima da Circulao, segundo Norma Brasileira.

    Fonte: NBR 9077/73

    Como estas instrues tcnicas visam atender a edificaes de maior porte, a partir de750 m de rea, no esto considerados elementos de circulao para edifcios menores,como residncias. Para tanto, a Prefeitura do Municpio de So Paulo, em sua ltimaedio do Cdigo de Obras e Edificaes6, de 1992, e seguindo a mesma linha danorma brasileira, estabelece para a aprovao de qualquer edificao nessa cidade, paraescadas, rampas e corredores, exigncias mnimas, considerando para uso privativolargura mnima de 0,80 m e quando de uso coletivo, mnimo de 1,20 m de largura.

    De modo mais abrangente, uma das publicaes mais conhecidas no mundo pelosengenheiros e arquitetos para dimensionamento de projetos arquitetnicos, a Arte deProjetar em Arquitetura de Ernst Neufert, em sua ltima edio em portugus, de 2004,apresenta parmetros da norma DIN 18065, de regulamentao do dimensionamentode escadas. indicado que, para edifcios residenciais de at dois pavimentos, a largurada escada dever ser de 0,80 m, no mnimo. Admite-se escadas de 0,50 m, quando deuso secundrio.

    Para edifcios maiores e de uso pblico deve-se calcular a largura da escada segundo anecessidade de escoamento em horas de pico. Tambm define a medida de linha depercurso em 0,55 m; mas apresenta valores maiores para escadas de uso simultneo deduas (1,25 m) ou mais pessoas (1,875 m para trs pessoas), em relao ao calculadopela unidade de passagem da norma brasileira. Considera medida mnima em escadascom percurso em curva, como em escadas helicoidais, distncia mnima da linha depercurso de 0,35 m.

    Neufert ainda indica, para escadas e esteiras rolantes, considerando uma permannciaimvel no equipamento, norma universal onde so adotadas para largura 0,60 m parauma pessoa e 1,00 m para duas pessoas.

    6 Cdigo de Obras e Edificaes, PMSP - Lei n11.228/1992 e Decreto n 32.329/1992

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e Dimensionamento

    Figura 12: Largura Mnima da Circulao, segundo Neufert.Fonte: Neufert (2004) p.190

    Em ambas as referncias citadas, identificam-se a unidade de passagem e a linha depercurso como dimenses associadas medida de largura mxima do corpo humano,que, segundo definio de Boueri7, a distncia mxima horizontal incluindo os braosestendidos ao longo do corpo. Ainda, indica que a aplicao na habitao desta medidacorporal est relacionada, entre outras, na determinao de reas de circulao eaberturas para locais privativos, sociais e de trabalhos.

    Ainda, segundo este mesmo autor8, so apresentados espaos de atividadesrelacionados circulao como corredores e escadas, determinando nveis deatendimento para larguras desses elementos, considerando diferentes condies de uso.

    Figura 13: Largura Mxima do Corpo Humano determinando Nveis de Largura de Circulao.Fonte: Boueri (2003)

    7

    Boueri, op. cit.8 Boueri Filho, Jos Jorge Espao de Atividades, Apostila - So Paulo, FAU USP, 2004

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoAo se levar em conta a universalidade dos espaos arquitetnicos, isto , a possibilidade

    de garantir a qualquer indivduo, a partir de suas diferenas antropomtricas edeficincias fsicas, a acessibilidade a todos os componentes destes espaos, a largurados elementos de circulao dever apresentar dimenses mnimas para o deslocamentode pessoas portadoras de deficincia fsica ou com mobilidade reduzida. Assim, necessrio prever largura de passagem, reas de rotao e de aproximao paracadeiras de rodas. Para a passagem de somente uma cadeira de rodas, pode-se adotar0,90 m de largura mnima em percursos de pequena distncia. No caso de grandespercursos, deve-se considerar a possibilidade de passagem simultnea de duas cadeirasde rodas, com 1,50 m de largura mnima.9

    Figura 14: Largura Mxima do Corpo Humano determinando a Largura Mnima da Circulao.Fonte: Guia de Acessibilidade em Edificaes (2002)

    De maneira geral, quando se pretende dimensionar a largura mnima para os elementosde circulao em uma habitao, pondera-se, conforme Pedro10 em sua publicao,sobre os diferentes grupos de usurios, como crianas, adultos, idosos, pessoas comdificuldade de mobilidade ou em cadeira de rodas, pessoas carregando volume, etc.,considerando ainda um possvel mobilirio que se pretenda integrar. Para tanto, eleapresenta dimenses de largura mnima de espaos de circulao segundo o tipo deocupao, conforme tabela a seguir.

    9 Comisso Permanente de Acessibilidade (CPA) - Guia de Acessibilidade em Edificaes - So Paulo,

    SEHAB, 200210 Pedro, op. cit.

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    0,60 m Uma pessoa transitando de frente0,90 m Duas pessoas cruzando-se de ladoUma pessoa com dificuldades de movimentao transitando de frenteUma pessoa transitando em cadeira de rodasUma pessoa acessando a uma porta lateral (girando a 90)

    1,00 m Duas pessoas cruzando-se, uma de frente e outra de ladoUma pessoa transitando carregando volume

    1,10 m Uma pessoa transitando de frente junto a um mvel baixo (0,60 + 0,50)Uma pessoa transitando em cadeira de rodas, fazendo curvas de at 90

    1,20 m Duas pessoas cruzando-se de frente, ou lado a ladoUma pessoa transitando de frente junto a um mvel baixo (0,60 + 0,60)Uma pessoa transitando em cadeira de rodas, acessando a uma porta lateral (girando a 90)

    1,50 m Uma pessoa transitando em cadeira de rodas, fazendo curvas de at 180Uma pessoa transitando de frente junto a um mvel alto (0,90 + 0,60)Tabela 3: Larguras Mnimas dos Espaos de Circulao Segundo o Tipo de Ocupao.Fonte: Pedro, op. cit.. p. 210.

    O mesmo autor indica ainda, baseado em exigncias de legislao portuguesa dedimensionamento de escadas internas, medidas mnimas, recomendadas e timas paralargura de elementos de circulao entre paredes (0,90 m para mnimo, 1,00 m pararecomendado e 1,10 m para timo) e de borda livre em um ou nos dois lados (0,80 mpara mnimo, 0,90 m para recomendado e 1,00 m para timo).

    Figura 15: Larguras Mnimas dos Espaos de Circulao Segundo o Tipo de Ocupao.Fonte: desenhos de Stefano Mega sobre dados de Pedro, op. cit.

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    A calada, como parte integrante de vias e espaos pblicos 11, destina-senecessariamente circulao de pessoas, mas tambm para a implantao de mobiliriourbano, vegetao e sinalizao, entre outros elementos urbanos. Necessita, ento deestudos para propiciar um ambiente seguro para a mobilidade de pessoas,considerando estes elementos. Por um espao pblico, deve-se garantir o deslocamentode qualquer pessoa, com autonomia e segurana, independente de idade, estatura elimitao de mobilidade ou percepo.

    A garantia de mobilidade e acessibilidade, tal como determina a NBR 905012, depende

    da eliminao completa de barreiras arquitetnicas presentes no desenho urbano. Nasvias urbanas, estes obstculos ocorrem principalmente na rea de circulao, nastravessias sinalizadas, nos rebaixamentos de guia, na instalao e no desenho domobilirio e nas vagas de estacionamento. Devem ser evitados nas faixas livres decirculao e travessia e nos acessos s edificaes.

    Figura 16: Circulao em Caladas.Fonte: Guia para Mobilidade Acessvel em Vias Pblicas (2003)

    11 texto deste captulo baseado no Guia para Mobilidade Acessvel em Vias Pblicas - Comisso Permanentede Acessibilidade (CPA) - So Paulo, SEHAB, 200312

    NBR 9050/1994 Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficincias a Edificaes, Espao, Mobilirioe Equipamentos Urbanos - Rio de Janeiro, ABNT, 1994

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoEntre os atributos que devem ser atendidos num projeto de circulao de pedestres em

    vias pblicas, destaca-se, para efeito de dimensionamento, a acessibilidade, ondecaladas e passeios devem assegurar completa mobilidade dos usurios, especialmentede pessoas portadoras de deficincia ou com mobilidade reduzida; a largura adequada,onde deve atender s dimenses necessrias na faixa livre de circulao e ser projetadapara acomodar o maior nmero de pessoas andando simultaneamente; a continuidade,onde a calada deve servir de rota acessvel ao usurio, de caminho contnuo efacilmente perceptvel; e o desenho da paisagem, organizando todos os elementos davia, nos aspectos estticos e harmnicos e de conforto ao usurio.

    Para o dimensionamento dos espaos de circulao de pessoas, na calada, a faixa livre

    deve ser exclusivamente destinada para tal fim, sendo desprovida de obstculos,equipamentos urbanos ou de infra-estrutura, mobilirio, vegetao, floreiras, lixeiras,rebaixamento de guias para acesso de veculos, ou qualquer outro tipo de interferncia,permanente ou temporria. Assim, a largura mnima de passagem considerada para afaixa livre de circulao deve ser de 1,50 m, devendo ser calculada de acordo com aquantidade de pedestres por minuto por metro existente na via.

    Deve atender as seguintes caractersticas: superfcie regular, firme, contnua eantiderrapante, sob qualquer condio; inclinao longitudinal acompanhando o greideda via, se possvel no superior a 8,33% (1:12); inclinao transversal da superfcie

    mxima admissvel de 3%; desnveis admitidos com o mximo 0,5 cm de altura, entre0,5 e 1,5 cm deve oferecer inclinao de 50%, mais que isso so tratados como degrau;quando necessrias grelhas de drenagem e juntas de dilatao, estas devem estarembutidas no piso, transversalmente direo do movimento e com vos mximos de1,5 cm; altura mnima livre de interferncias, como vegetao, postes de iluminao,marquises, toldos, luminosos, faixas, placas de identificao, de 2,10 m.

    Para o acesso s edificaes junto s caladas, tanto de pedestres quanto de veculos,devem ser consideradas algumas condies na configurao e dimensionamento dessesespaos, formando uma rea de transio entre a faixa livre da calada e o imvel,como na diferenciao entre o piso do passeio e da rea do recuo frontal do imvel,que tambm deve acomodar eventual desnvel entre eles.

    Quando do rebaixamento de guias, o piso rebaixado dever ocupar uma faixa de at1/3 da largura do passeio, com mnimo de 0,50 m e mximo de 1,50 m; e a faixa livre,com no mnimo 1,50 m, no deve ser interrompida pelo acesso de veculos.

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    Figura 17: Largura da Faixa Livre de Circulao em Caladas.Fonte: Guia para Mobilidade Acessvel em Vias Pblicas (2003)

    Rampas constituem de planos inclinados que atendem a circulao entre nveisdiferentes de pavimentos de forma contnua e sem obstculos ou elementos salientes,garantindo que qualquer pessoa, em quaisquer circunstncias, possa se movimentar eacessar todos os nveis de um espao arquitetnico com autonomia e independncia.

    A determinao da inclinao adequada de uma rampa essencial para que aquantidade de energia necessria para esse deslocamento vertical seja tal que no seobrigue ao indivduo um esforo adicional ou cansao fsico. Como o elemento quedetermina a inclinao de uma rampa a sua extenso, a melhor relao entre ainclinao e a extenso permite essa adequao fsica em benefcio do usurio.

    O clculo para determinao da inclinao ( ) de uma rampa feito pela relao entrea altura a vencer ( ) e sua extenso ou comprimento ( ), em metros, e indicada emporcentagem, conforme a frmula:

    .

    A melhor implantao para uma rampa na projeo horizontal em um espaoarquitetnico obtida conforme sua extenso. Contudo, esta implantao deve estarcondicionada a inclinaes admissveis conforme sua exigncia de uso. Assim, quandoem edifcios com maior populao, e conseqentemente maior fluxo de pessoas, anorma brasileira, para sadas de emergncia em edifcios, estabelece inclinao pararampa no maior que 10% (dez por cento). Se a populao usuria menor, como emedifcios residenciais, permite-se uma inclinao de 12,5% (doze e meio por cento).

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    Figura 18: Dimensionamento de Inclinao de uma Rampa.Fonte: Guia de Acessibilidade em Edificaes (2002)

    Considerando a acessibilidade para deficientes, no uso de cadeiras de rodas, a

    inclinao admissvel para cada segmento de rampa diminui, variando, conforme suaextenso, entre 5,00%, 6,25% e 8,33%, para um mximo de 30,0 m, 16,0 m e 10,8 mde comprimento, respectivamente. No caso de rampas curvas, a inclinao mximaadmitida de 8,33% e raio mnimo de 3,0 m medidos no permetro interno curva.13

    Assim como para as rampas, para as escadas deve-se buscar uma melhor relao demedidas que minimize qualquer esforo adicional do usurio, alm do necessrio, paraesse deslocamento vertical. Segundo Neufert, o percorrer de uma escada requer, emmdia, um consumo sete vezes maior de energia do que o andar normal em umasuperfcie plana.

    Para subir uma escada fisiologicamente favorvel uma inclinao de 30. Porm, asmedidas para dimensionamento de uma escada so identificadas nos elementos dosdegraus. A Instruo Tcnica n 03/01 estabelece o degrau como conjunto deelementos de uma escada composta pela face horizontal conhecida como piso,destinado ao pisoteio e o espelho que a parte vertical do degrau, que lhe conferealtura.

    Figura 19: Elementos de Dimensionamento de uma Escada.Fonte: NBR 9077/73

    13 Dados obtidos na: NBR 9050, op. cit.

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoNo primeiro tratado de arquitetura de Vitrvio, na Roma do sculo I a.C., aparece a

    preocupao com a escada. Em seu Livro Terceiro, no captulo IV, descreve comodevem ser projetados os degraus na fachada, para acesso aos edifcios, que na suapoca eram mais relacionadas a templos e edifcios pblicos. Em seu texto, a adequaoda escada ao homem clara, na sua forma e dimenses, de modo a ter seu uso demaneira correta e confortvel, e utilizando-se das medidas do corpo.

    Descreve Vitrvio que, quanto aos degraus, estes devem ser sempre em nmero mpar(avanar a primeira e a ltima passada com o p direito); facilitar a subida, com aespessura dos espelhos igual a dez doze avos (10/12) de p de espessura, ou menorque trs quartos (3/4) de p de espessura; ter patamares no menores que um p e

    meio (1), e nem maiores que dois (2) ps; e ao redor do templo devem todos serexecutados respeitando as mesmas medidas.14

    Atualmente, o dimensionamento dos degraus de uma escada determinado por umafrmula emprica estabelecida, ainda no sculo XVIII, pelo arquiteto francs JacquesFranois Blondel, em seu tratado, Cours dArchitecture, de 1771, que permite calculara largura do piso em funo da altura do espelho, e vice-versa, onde duas vezes a alturado espelho mais a largura do piso equivaleria ao comprimento dos passos de umapessoa adulta, em torno de sessenta e quatro centmetros.15

    Esta frmula estabeleceu uma relao ergonmica de passo favorvel com o mnimoconsumo de energia, e ficou consagrada a ponto de estar includa na norma brasileirareferente a sadas de emergncia em edifcios, onde ela apresentada como Lei deBlondel, assim descrita:

    onde ( ) altura do espelho e ( ) largura do piso do degrau. Alm da frmula deBlondel, a norma brasileira estabelece que a altura ( ) deve estar compreendida entre16,0 e 18, 0 cm, com tolerncia de 0,5 cm.

    Em mdia, medidas confortveis para espelho e piso so de 17 e 28 centmetros,respectivamente; porm, deve-se levar em considerao no s as relaes de passada,mas tambm o carter funcional e inteno formal de uma escada. Assim, para escadasao ar livre, para circulao de grande nmero de pessoas, d-se preferncia a degrausbaixos de relao espelho e piso de 16 x 30 centmetros. Escadas secundrias, emedculas ou em ambientes pequenos como escritrios, ao contrrio, devem possibilitarrpido vencimento em altura.

    14 Vitrvio Polio, Marco Vitrvio da Arquitetura Introduo de Jlio R. Katinsky - So Paulo, Editora

    Hucitec - Annablume, 2002 - Livro Terceiro, captulo IV15 Oberg, L. Desenho Arquitetnico - Rio de Janeiro, Editora Ao Livro Tcnico, 1980

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    Figura 20: Clculos para Dimensionamento de uma Escada.Fonte: Montenegro, Gildo A. (1978)

    De qualquer modo, sobre a linha de percurso de uma escada, todos os degraus devempossuir piso de medida igual, inclusive quando os degraus so ingrauxidos, nos locais

    onde a escada faz deflexo, ou est em curva.

    Ainda em relao a rampas e escadas, deve-se determinar um comprimento mximopara o elemento inclinado, identificado como lanos. Em escadas, os lanos formamuma sucesso ininterrupta de degraus, e devem ter entre 3 e 18 degraus, noultrapassando a 3,70 m de altura, ou o equivalente a no mximo 19 degraus. Ocomprimento, projetado no plano, de um lano de escadas determinado pelaquantidade de espelhos multiplicado ao comprimento do piso do degrau. E aquantidade de espelhos determinada pela razo entre a altura a ser vencida pelo lanoda escada e a altura do espelho.

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    Circulao de Pessoas: Elementos Construtivos e DimensionamentoEm segmentos de rampas, o comprimento do plano inclinado est diretamenterelacionado com sua inclinao. Quando a distncia a ser percorrida maior, ou

    quando, conforme o padro de fluxo adotado, se necessita mudar a direo da linha depercurso, esta deve ser feita por meio de patamares. A largura dos patamares, tantopara rampas como para escadas, dever no mnimo, acompanhar a largura doelemento inclinado. Normalmente calculado pela frmula:

    em que o ( ) um nmero inteiro (1, 2 ou 3), quando se tratar de elemento reto,medido na direo do trnsito.

    Figura 21: Nova Escadaria do Hotel d'Auvergne, de Jacques-Franois Blondel - Planta, cortes e perfisFonte: http://en.wikipedia.org

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    Caixa de Escada

    Espao na edificao ocupado pela escada, por sua vez uma srie ininterrupta dedegraus, compreendendo na vertical a distncia que vai do piso do pavimento maisbaixo at o teto do pavimento mais alto. Pode tambm ser chamada de bomba. Nocomporta mobilirio.Corredor

    Compartimento de passagem, especfico para interligao de ambientes de umaedificao. No comporta mobilirio.Elevador

    Equipamento mecnico com cabina mvel que se desloca verticalmente, utilizado paracirculao entre pavimentos de nveis diferentes e sobrepostos.Escadaria

    Escada descoberta anteposta fachada de um edifcio.Galeria

    Corredor largo para circulao de pessoas e acesso a ambientes. Pode ter exposto emsuas paredes obras de arte. No costuma ser mobiliado.Hall de Entrada

    Saguo ou vestbulo de acesso ao interior da casa. Espao de pequenas dimenses ondeno comporta moblia.

    PtioEspao descoberto situado no interior das construes e cercado por elementos daconstruo, sem uso definido. O ptio interno tem muitas vezes a funo de receber edistribuir luz e ar a alguns compartimentos internos. Pode ser particular ou coletivo.Algumas vilas ou cortios possuem ptios coletivos. Usualmente pavimentado e combancos. Pode ser ou no provido de um jardim.Passarela

    Corredor estreito e elevado, como uma ponte, que interliga cmodos, setores ou alas deuma construo. Tambm conhecido comopassadio.Rampa

    Plano inclinado utilizado para circulao vertical entre pisos ou pavimentos de diferentesnveis em uma edificao, em rea interna ou externa.Vestbulo

    Tambm conhecido como trio, identifica o compartimento entre a porta de entrada deuma habitao e o espao externo a esta. Como mobilirio, pode ter um aparador paravesturio externo e guarda-chuvas.

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    Compreender a importncia dos elementos para circulao de pessoas nos espaosarquitetnicos, internos a edificaes ou em ambientes exteriores, torna-se to bvio quese pode passar despercebido quando da sua definio, elaborao e dimensionamentopelos projetistas, atravs de decises praticamente implcitas e inerentes ao ato deprojetar.

    Logo, este trabalho pretende, sem esgotar o assunto, avanar mais sobre as premissas eparmetros para elaborao e dimensionamento destes elementos construtivos, sem osquais, os espaos arquitetnicos, como um todo, perderiam suas funes bsicas a que

    se destinam.

    Como se pretende que os elementos de circulao tenham uma otimizao dascaractersticas funcionais e espaciais, partindo-se do pressuposto que estes elementosno tm funo especfica de uso, a no ser aqueles destinados a acesso e circulao depessoas, no h o que justificar uma ocupao espacial alm da necessria, a no serpor motivos estticos de carter monumental.

    Para tanto, deve ser sempre considerado o homem, o usurio desse elementoarquitetnico, onde suas medidas corporais implicam diretamente na definio das

    medidas adequadas a estes elementos.

    Assim, h que se respeitar medidas mnimas para uma boa utilizao destes elementospelo homem, qualquer que seja sua condio fsica, -plena ou deficiente, - garantindoconforto e segurana em qualquer circunstncia. O estudo dos fluxos de circulao, adeterminao de reas de ocupao e larguras mnimas, os aspectos construtivos e osmateriais empregados, e o dimensionamento adequado para elementos verticais soparmetros mnimos mais que necessrios para a elaborao destes elementos decirculao em um projeto arquitetnico.

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    Boueri Filho, Jos Jorge Antropometria Aplicada Arquitetura, Urbanismo e Desenho Industrial, Manualde Estudo, Volume I - So Paulo, FAU USP, 3 edio, 1999

    __ Espao de Atividades, Apostila - So Paulo, FAU USP, 2004

    Neufert, Ernst; Neufert, Peter; Neufert, Cornelius Arte de Projetar em Arquitetura - So Paulo, GustavoGili, 2004, 17a edio em Portugus

    Neufert, Peter; Neff, Ludwig Casa, Apartamento, Jardim - So Paulo, Gustavo Gili, 1999

    Panero, Julius; Zelnik, Martin Dimensionamento Humano para Espaos Interiores - Barcelona, Gustavo

    Gili, 2002

    Pedro, Joo Branco Programa Habitacional Espaos e Compartimentos ITA 4 - Lisboa, LaboratrioNacional de Engenharia Civil (LNEC), 1999

    Vitrvio Polio, Marco Vitrvio da Arquitetura Introduo de Jlio R. Katinsky - So Paulo, EditoraHucitec - Annablume, 2002

    Dal Belo, Selso - Leiaute, Fator Determinante do Dimensionamento e da Forma do Espao: Uma Aplicaona Arquitetura da Habitao (Tese de Doutoramento) - So Paulo, FAU USP, 2004

    Montenegro, Gildo A. Desenho Arquitetnico 3 edio revista e ampliada - So Paulo, Editora Edgard

    Blcher, 1978

    Oberg, L. Desenho Arquitetnico - Rio de Janeiro, Editora Ao Livro Tcnico, 1980

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas NBR 9050/1994 Acessibilidade de Pessoas Portadoras deDeficincias a Edificaes, Espao, Mobilirio e Equipamentos Urbanos - Rio de Janeiro, ABNT, 1994

    __ NBR 9077/1973 Sadas de Emergncias em Edifcios - Rio de Janeiro, ABNT, 1973

    Comisso Permanente de Acessibilidade (CPA) - Guia de Acessibilidade em Edificaes - So Paulo,Secretaria da Habitao e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura do Municpio de So Paulo (SEHAB),2002

    __- Guia para Mobilidade Acessvel em Vias Pblicas - So Paulo, Secretaria da Habitao eDesenvolvimento Urbano da Prefeitura do Municpio de So Paulo (SEHAB), 2003

    Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo - Regulamento de Segurana ContraIncndio Decreto Estadual 46.076/2001 e Instrues Tcnicas - So Paulo, Governo do Estado de SoPaulo, 2001

    Cdigo de Obras e Edificaes, Prefeitura do Municpio de So Paulo: Lei n 11.228/92, e Decreto n32.329/92 So Paulo, Imprensa Oficial do Estado IMESP, 1992

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