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Contabilidade e Custos Cristiano Alves de Carvalho Adaptada/Revisada por Cristiano Alves de Carvalho (janeiro/2013)

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APTS TILAS

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  • Contabilidade e Custos

    Cristiano Alves de Carvalho

    Adaptada/Revisada por Cristiano Alves de Carvalho (janeiro/2013)

  • APRESENTAO

    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Contabilidade e Custos, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autno-mo que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apresentao do contedo bsico da disciplina.

    A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-ciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

    Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informao e documentao.

    Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

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    Unisa Digital

  • SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................................................... 5

    1 CONTABILIDADE: NATUREZA, IMPORTNCIA E FINALIDADE .............................. 71.1 Contabilidade de Custos ...............................................................................................................................................81.2 Objetivos .............................................................................................................................................................................91.3 Campos de Aplicao ....................................................................................................................................................91.4 Princpios Contbeis Aplicados a Custos .............................................................................................................121.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................131.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14

    2 CUSTOS DIRETOS ................................................................................................................................ 152.1 Definio ..........................................................................................................................................................................152.2 Materiais Diretos ...........................................................................................................................................................162.3 MOD ...................................................................................................................................................................................172.4 Avaliao de Estoque ..................................................................................................................................................192.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................252.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................26

    3 CUSTOS INDIRETOS ........................................................................................................................... 273.1 Definio ..........................................................................................................................................................................273.2 Custos Indiretos de Fabricao (CIFs) ...................................................................................................................273.3 Centro de Custos ...........................................................................................................................................................293.4 Outros Custos .................................................................................................................................................................343.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................353.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................36

    4 SISTEMAS DE ACUMULAO DE CUSTOS ........................................................................ 374.1 CPV .....................................................................................................................................................................................384.2 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing ABC) ..................................................................394.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................424.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................43

    5 CUSTOS NAS ATIVIDADES DE SERVIOS ........................................................................... 455.1 Servios de Terceiros ...................................................................................................................................................455.2 Materiais Diretos Aplicados em Servios .............................................................................................................465.3 MOD na Prestao de Servios ................................................................................................................................475.4 Custos Gerais de Servios ..........................................................................................................................................485.5 Apurao dos Custos de Servios ..........................................................................................................................495.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................505.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................51

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 53

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 59

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    INTRODUO

    Caro(a) aluno(a),

    A contabilidade uma cincia que utiliza uma srie de tcnicas para manter um controle perma-nente do patrimnio da empresa. Com ela, temos uma eficiente ferramenta para a gerao de informa-es gerenciais, fiscais, econmicas e financeiras de uma entidade.

    As entidades com fins lucrativos, como indstria, comrcio e servios, precisam apurar, em decor-rncia das normas contbeis e fiscais, os respectivos custos, para apurarem o resultado.

    A contabilizao dos custos realizada com auxlio de informaes extracontbeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produo etc. Todos esses elementos originam a con-tabilidade de custos, que possui como finalidade a soluo de problemas de avaliao dos estoques das empresas. medida que o tempo foi passando, as tcnicas foram evoluindo e a contabilidade de custos passou a gerar informaes para a tomada de decises gerenciais.

    Esta apostila e a disciplina como um todo buscam apresentar uma definio da contabilidade de custos e suas principais aplicaes. Alm disso, so propostos alguns exerccios para fixao dos concei-tos.

    Todos os exemplos aqui demonstrados so exemplos meramente ilustrativos. Em situaes reais, deve-se verificar a adequao dos clculos efetiva realidade contbil da empresa.

    Cristiano Alves de Carvalho

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    CONTABILIDADE: NATUREZA, IMPORTNCIA E FINALIDADE1

    Caro(a) aluno(a),

    Saiba que a contabilidade uma cincia que utiliza uma srie de tcnicas para manter um controle permanente do patrimnio da em-presa. Vale ressaltar que patrimnio o conjunto

    dos elementos necessrios para a existncia de uma empresa. Como exemplos, podemos citar: as mesas da empresa, as cadeiras, as mquinas, o dinheiro, mercadorias etc. Simplificadamente, temos:

    PATRIMNIO = Bens Direitos Obrigaes

    AtenoAteno

    Bens: so coisas capazes de atender s neces-sidades do homem e passveis de avaliao econmica.Direitos: so todos os valores que uma empre-sa tem a receber de terceiros.Obrigaes: so todos os valores que a empre-sa tem a pagar a terceiros.

    Empresa uma unidade de produo que resulta da combinao de fatores da produo, tais como: a natureza, o trabalho e o capital, sen-do constituda para o desenvolvimento de uma atividade econmica.

    Uma das finalidades da contabilidade for-necer informaes sobre o patrimnio, ou seja, informaes de ordem econmica e financeira que iro facilitar a tomada de decises, tanto por

    parte dos proprietrios quanto de possveis inves-tidores.

    A contabilidade abrange todas as entidades econmico-administrativas, at mesmo as pes-soas de direito pblico, como a Unio, os estados, os municpios etc. Para um melhor entendimento, dividida em reas, o que no as torna matrias diferentes, uma vez que tratam do mesmo assun-to: o patrimnio. Assim, ela pode ser dividida em:

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    Agora, vamos falar sobre a contabilidade de custos, que trata dos gastos incorridos na produ-o de bens e servios, e tem aplicao em em-presas em que se faz necessrio o controle dos gastos inerentes produo de bens e servios.

    Com a finalidade de solucionar os proble-mas da avaliao dos estoques das empresas, foi criada a contabilidade de custos. medida que o tempo foi passando, as tcnicas foram evoluindo e a contabilidade de custos passou a gerar infor-maes para a tomada de decises gerenciais.

    Podemos dividir a contabilidade de custos em:

    contabilidade de servios: trata dos gas-tos incorridos na prestao de servios;

    contabilidade industrial: trata dos gas-tos incorridos na produo de bens in-dustriais.

    reas da Contabilidade

    Contabilidade de Custos

    Contabilidade Bancria

    Contabilidade Pblica

    1.1 Contabilidade de Custos

    Saiba maisSaiba mais

    A contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros especficos, baseados em escriturao regular (contbil), apoiados por elementos de suporte (planilhas, rateios, clculos, controles) e utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de produtos, merca-dorias e servios.

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    Podemos resumir os objetivos da contabili-dade de custos da seguinte maneira:

    em atendimento s legislaes comer-cial e fiscal, o estoque avaliado;

    apurar o custo dos produtos/servios vendidos (no caso das empresas co-merciais, o custo das mercadorias ven-didas);

    1.2 Objetivos

    1.3 Campos de Aplicao

    excelente ferramenta para suporte to-mada de decises gerenciais no tocan-te fixao do preo de venda;

    atender necessidade de controles e informaes especficos (como para o atendimento legislao fiscal);

    embasar oramentos e projees finan-ceiras.

    Na Indstria

    A contabilidade de custos ir determinar:

    o custo dos produtos vendidos; o estoque de produtos em elaborao

    (tambm chamados produtos em fa-bricao);

    o estoque de produtos acabados (ou prontos);

    o estoque de insumos (matrias-primas, materiais de embalagem, almoxarifado etc.).

    No Comrcio

    Aplica-se a contabilidade de custos no co-mrcio?

    Sim, pois suas premissas bsicas so apli-cveis formao do custo de mercadorias ven-didas. Apesar de ser uma aplicao mais simples, direta, sem as complexidades advindas das ope-raes industriais ou de servios, a contabilidade de custos no comrcio ir determinar:

    o custo das mercadorias vendidas;

    o estoque de mercadorias; o estoque de bens no destinados

    revenda (como materiais de consumo etc.).

    Nas Prestadoras de Servios

    O custo dos servios vendidos. O estoque de servios em andamento. O custo de materiais adquiridos e no

    incorporados a servios em andamen-to.

    Nas Empresas Extrativas de Recursos Naturais (minerais, florestais, pesqueiras, agropastoris etc.)

    O custo dos produtos extrados/explo-rados.

    O estoque dos produtos extrados ou de produo primria.

    O estoque de materiais ainda no utili-zados na extrao ou produo prim-ria.

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    A contabilidade de custos utiliza terminolo-gias, algumas genricas (como gastos, perdas) e outras especficas (como custos e despesas). Es-pecialmente importante a diferenciao entre custos e despesas, pois os custos so incorpo-rados aos produtos (estoques), ao passo que as despesas so levadas diretamente ao resultado do exerccio.

    Gastos

    Saiba que os gastos ocorrem a todo instan-te dentro de uma empresa e devem ser definidos como consumo genrico de bens e servios.

    Os gastos podem ser classificados em:

    investimentos; custos; despesas; perdas ou desperdcios.

    Vamos conceituar cada modalidade citada.

    Investimentos

    So gastos ativados (classificados no ati-vo), que geraro suporte tecnolgico, estrutural e operacional, em funo da utilidade futura de bens ou servios obtidos.

    Exemplos: aquisio de mquinas e equi-pamentos, mveis, ferramentas etc.

    Custos

    Custos so gastos relativos aos recursos (bens e servios) consumidos na produo de ou-tros bens e servios. Note que todos os gastos in-corridos no processo produtivo so classificados como custos. Exemplos:

    matria-prima consumida; mo de obra produtiva;

    custos gerais depreciao, gua, ener-gia eltrica etc.;

    servios de apoio produo ambu-latrio mdico, almoxarifado, refeitrio etc.;

    superviso da fbrica e gerncia; materiais auxiliares.

    A diferena entre gasto e custo pode ser exemplificada da seguinte maneira: uma empre-sa adquiriu 2.000 kg de matria-prima, mas utili-zou apenas 1.750 kg no processo de transforma-o em determinado perodo, sendo a diferena (250 kg) mantida no estoque de matria-prima. Portanto, o gasto foi de 2.000 kg e o custo foi de 1.750 kg.

    Despesas

    So gastos associados aos bens e servios utilizados no processo de gerao de receitas e manuteno de negcios da empresa. As despe-sas podem ser diretas ou indiretas e esto ligadas realizao de receitas. Devemos concluir que as empresas tm despesas para gerar receitas e no para produzir seus bens e servios. Veja alguns exemplos das despesas incorridas no processo:

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    Receitas realizadasDespesas incorridas no processo

    Diretamente Indiretamente

    Receitas de vendas

    Impostos sobre vendas.

    Custos das vendas.

    Fretes e comisses.

    Propaganda e publicidade.

    Faturamento e cobrana.

    Aluguis e depreciao de imveis, mveis e utenslios.

    Despesas gerais de vendas.

    Receitas de servios

    Impostos sobre servios.

    Custos dos servios prestados.

    Comisses.

    Propaganda e publicidade.

    Faturamento e cobrana.

    Aluguis e depreciao de imveis, mveis e utenslios.

    Despesas gerais de vendas.

    Receitas financeiras

    Despesas incorridas para administrar o processo gerador de receitas.

    Despesas incorridas para financiar o processo gerador de receitas.

    Despesas de impostos sobre lucros gerados das receitas realizadas.

    Fonte: Adaptado de Nakagawa (2000).

    Perdas

    So considerados perdas os gastos anor-mais ou involuntrios que no geram um novo bem ou servio e, muito menos, receitas. Saiba que esses gastos no possuem nenhuma relao com as operaes da empresa e, normalmente, ocorrem de fatos no previstos. Exemplos:

    vazamentos de materiais; material com prazo de validade venci-

    do;

    paralisao por falta de insumos; problemas com greves, sinistros, equi-

    pamentos etc.

    Desperdcios

    So os gastos originados dos processos pro-dutivos ou de gerao de receitas e que podem ser descartados sem prejuzo da qualidade ou quantidade de bens, servios ou receitas gerados. No mundo globalizado em que vivemos, manter desperdcio sinnimo de prejuzo, visto que ele no pode ser repassado para os preos. Veja al-guns exemplos:

    cargos intermedirios de chefia e su-perviso desnecessrios;

    retrabalho decorrente de defeitos de fabricao;

    relatrios sem utilidade.

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    Os princpios contbeis podem ser concei-tuados como premissas bsicas acerca dos fen-menos e eventos contemplados pela Contabilida-de; premissas que so a cristalizao da anlise e observao da realidade econmica, social e ins-titucional (EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP, 1998).

    Os princpios contbeis servem de suporte aos postulados, procurando delimitar e posicio-nar a profisso em relao realidade social, eco-nmica e institucional. Em funo da evoluo da tcnica contbil, modificaes na legislao,

    1.4 Princpios Contbeis Aplicados a Custos

    novos fatos socioeconmicos ou outros fatores e pontos de vista, um princpio poder ser modifi-cado, para atender s inovaes ocorridas na vida empresarial.

    Os princpios contbeis, como disciplinado-res, por meio da escriturao dos fatos e transa-es, na elaborao de demonstrativos, devem permitir aos demais usurios fixar padres de comparabilidade e credibilidade, em funo do conhecimento dos critrios adotados na elabora-o dessas demonstraes.

    AtenoAteno

    Com base nas Resolues nos 750/93 e 774/94 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que dispem sobre os Princpios Fundamentais de Contabilidade no Brasil, selecionaram-se os seguintes princpios relacionados contabilidade de custos:Princpio da Realizao da Receita

    Art. 9 [...] 3 As receitas consideram-se realizadas: I - nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes ENTIDADE, quer pela fruio de servios por esta prestados; [...]. (CFC, 1993).

    Princpio do Confronto das Despesas com as Receitas e com os Perodos ContbeisArt. 9 As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorre-rem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou paga-mento. (CFC, 1993).

    Princpio do Custo como Base de ValorArt. 7 Os componentes do patrimnio devem ser registrados pelos valores originais das transaes com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do Pas, que sero mantidos na avaliao das varia-es patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregaes ou decomposies no interior da ENTIDADE. Pargrafo nico. Do Princpio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I - a avaliao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando--se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposio destes; II - uma vez integrado no patrimnio, o bem, direito ou obrigao no podero ter alterados seus valores intrnsecos, admitindo-se, to-somente, sua decomposio em elementos e/ou sua agregao, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III - o valor original ser mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimnio, inclusive quando da sada deste; [...]. (CFC, 1993).Princpio da Consistncia ou Uniformidade1.5 - Das informaes geradas pela Contabilidade.Os requisitos referidos levam concluso de que deve haver consistncia nos procedimentos que a Entida-de utiliza em diferentes perodos e, tanto quanto possvel, tambm entre Entidades distintas que pertenam a um mesmo mercado, de forma que o usurio possa extrair tendncias quanto vida de uma Entidade e a sua posio em face das demais Entidades ou mesmo do mercado como um todo. (CFC, 1994).

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    AtenoAteno

    Princpio do Conservadorismo ou PrudnciaArt. 10. O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o Patrimnio Lquido. 1 O Princpio da PRUDNCIA impe a escolha da hiptese de que resulte menor patrimnio lquido, quando se apresentarem opes igualmente aceitveis diante dos demais Princpios Fundamentais de Con-tabilidade. (CFC, 1993).

    1.5 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, abordamos a definio, os objetivos e o campo de atuao da contabilidade. Vimos que a contabilidade uma cincia que utiliza uma srie de tcnicas para manter um controle permanen-te do patrimnio da empresa e definimos o patrimnio como o conjunto dos elementos necessrios para a existncia de uma empresa.

    Tambm abordamos a definio de empresa, que uma unidade de produo que resulta da com-binao de fatores da produo, tais como: a natureza, o trabalho e o capital, sendo constituda para o desenvolvimento de uma atividade econmica.

    Para um melhor entendimento, a contabilidade pode ser dividida em:

    contabilidade de custos; contabilidade bancria; contabilidade pblica.

    Demos nfase contabilidade de custos, bem como aos seus princpios. A contabilidade de custos trata dos gastos incorridos na produo de bens e servios, e tem aplicao em empresas em que se faz necessrio o controle dos gastos inerentes produo de bens e servios. Podemos dividir a contabilida-de de custos em:

    contabilidade de servios; contabilidade industrial.

    Em seguida, tratamos dos campos de aplicao da contabilidade de custos; so eles:

    indstria; comrcio; prestadoras de servios; empresas extrativas de recursos naturais (minerais, florestais, pesqueiras, agropastoris etc.).

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    Abordamos, ainda, o conceito de gastos e sua classificao. Saiba que os gastos ocorrem a todo instante dentro de uma empresa e devem ser definidos como consumo genrico de bens e servios, podendo ser classificados em:

    investimentos; custos; despesas; perdas ou desperdcios.

    Os princpios contbeis tambm foram tratados neste captulo e eles podem ser conceituados como premissas bsicas acerca dos fenmenos e eventos contemplados pela contabilidade.

    Estamos quase terminando este captulo, mas, antes, vamos verificar se voc fixou bem os conte-dos descritos anteriormente, elaborando com muita ateno as atividades propostas a seguir, lembran-do que, ao final desta apostila, voc encontrar as respectivas solues.

    1.6 Atividades Propostas

    1. O que contabilidade? Como podemos constituir o capital inicial de uma empresa? Indique as operaes mais comuns que movimentam o patrimnio das empresas.

    2. Defina empresa e indique trs documentos que servem de suporte para os registros contbeis.

    3. Em seu entendimento, o que seria a gesto de uma empresa? Qual o papel da escriturao?

    4. Defina contabilidade de custos e indique seus principais objetivos. Quais so seus principais campos de aplicao?

    5. O que so gastos e como eles podem ser classificados?

    6. Para que servem os princpios contbeis?

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    Caro(a) aluno(a),

    Custo direto todo tipo de custo apropria-do diretamente a todo produto fabricado, sem que seja necessrio fazer rateios ou estimativas.

    Todo custo est relacionado produo, mas ele classificado como direto ou indireto, de acordo com sua relao com determinado produto produzido e no com a produo como um todo. O custo direto est ligado a cada tipo de bem ou funo de custo e corresponde queles custos diretamente includos no clculo dos pro-dutos.

    Exemplos de custos diretos:

    matrias-primas consumidas; Mo de Obra Direta (MOD); servios subcontratados e aplicados di-

    retamente nos produtos ou servios.

    Voc deve saber que, quando uma indstria produz apenas um produto, todos os custos so diretos. Logo, conclui-se que a diviso de custos

    CUSTOS DIRETOS2

    2.1 Definio

    DicionrioDicionrio

    Rateio: diviso proporcional de ganhos ou despe-sas. a distribuio proporcional dos custos pelos recursos envolvidos.

    em diretos e indiretos s vlida quando so con-siderados dois ou mais produtos.

    Vamos, agora, fazer outra considerao, que ser muito importante para o entendimento. Imagine uma indstria que produz dois compo-nentes: o componente A e o B. Saiba que al-guns custos podem estar somente relacionados ao componente A e outros, ao componente B, mas existem custos que esto relacionados tan-to ao componente A quanto ao B, sem que seja possvel identificar a parcela efetiva dos custos correspondentes a cada produto. Assim, neces-srio fazer a apropriao por rateio.

    Saiba maisSaiba mais

    Apropriao dos Custos Diretos

    O sistema de requisies de uma empresa impor-tante para que ela possa conhecer o consumo de materiais, de modo a saber sempre para qual pro-duto foi destinado o material retirado do almoxari-fado. Da mesma forma, para ter conhecimento do consumo de mo de obra direta, preciso que a empresa mantenha um sistema de apontamentos, por meio do qual verifica os operrios que traba-lham em cada produto (ou servio) no perodo (dia, semana, ms) e por quanto tempo (minutos, horas).Nas empresas de servios, normalmente se faz o acompanhamento da ordem de servio, anotando os custos alocados diretamente (mo de obra, ma-teriais aplicados e servios subcontratados).

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    Vamos comentar os principais custos dire-tos:

    matrias-primas: possvel controlar o custo, por exemplo, com a utilizao de uma planilha que ir identificar a quantidade consumida por lote ou uni-dade fabricada (quilograma, metro c-bico, metro);

    embalagens e outros materiais dire-tos: de maneira similar ao que ocorre com as matrias-primas, o custo desta modalidade pode ser identificado em cada lote ou unidade produzida. Se,

    para cada unidade fabricada, for utili-zada uma embalagem, nos custos de produo de cada unidade, haver um gasto equivalente ao custo de uma em-balagem;

    MOD: equivalente s horas de mo de obra que foram identificadas para cada produto, ou seja, podemos realizar um controle do tempo que um operrio le-vou para a fabricao de um produto e que ir representar a MOD. Em outras palavras, os encargos trabalhistas e pre-videncirios da MOD vo representar os custos diretos.

    2.2 Materiais Diretos

    Sempre que adquirirmos as matrias--primas, componentes, subprodutos e produtos acabados ou em processo, estes devem ser ava-liados pelo seu custo de aquisio ou produo, de acordo com a sua documentao de compra ou de produo, com a devida deduo de todos os impostos pagos na aquisio e que resultem em crditos efetivos a ser abatidos dos impostos a pagar sobre as sadas de produtos tributados por esses mesmos impostos.

    Durante o processo de aquisio de insu-mos, devemos excluir o Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e Prestao de Servios de Transporte Interestadual e Inter-municipal e de Comunicao (ICMS) destacado do custo de aquisio, contabilizando o valor cor-respondente em conta prpria do ativo circulan-te. Com essa tcnica, conseguimos fazer com que o insumo adquirido ingresse no estoque da in-dstria pelo seu valor lquido, ou seja, sem o ICMS incluso no valor da nota fiscal. Agora, se estiver-mos tratando do Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI), caso a indstria no tenha direito a crdito desse imposto, o valor correspondente integrar o custo de aquisio dos insumos.

    O registro do valor do frete a ser pago pelo transporte de insumos ser realizado como par-cela integrante do custo de aquisio. Veja o exemplo a seguir:

    preo de aquisio de MP: R$ 20,00; ICMS recupervel: R$ 2,40; frete sobre aquisio: R$ 4,00; custo da MP: R$ 20,00 R$ 2,40 + R$

    4,00 = R$ 21,60.

    AtenoAteno

    Materiais diretos: matria-prima, material de embalagem, produtos intermedirios e outros materiais aplicados na produo. Neste tpico, utilizaremos a sigla MP para designar tais mate-riais. Dada a tendncia de terceirizao de ati-vidades fabris, incluem-se, nesta categoria, os custos relativos transformao dos materiais com terceiros, usualmente denominados ser-vios de terceiros. Assim, por exemplo, se de-terminada matria-prima adquirida ao custo unitrio de R$ 7,00, porm sofreu um proces-so de transformao por terceiros, a um custo de R$ 23,00/unitrio, ento o custo total dessa matria-prima ser de R$ 10,00/unitrio.

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    Caso a matria-prima sofra algum aumento de custo, que pode ser ocasionado pela industria-lizao por terceiros, o custo ser agregado por ocasio de sua efetivao. Assim, se, no exemplo anterior, aps a entrada da MP, ela houvesse sido remetida para industrializao por terceiros e, nesse processo, o custo fosse de R$ 2,00, o custo total da MP, ao reentrar no estabelecimento in-dustrial, seria: R$ 21,60 + R$ 2,00 = R$ 23,60.

    Valorao Unitria

    A valorao dos MPs ser de acordo com o mtodo escolhido (custo mdio ou Primeiro a En-trar, Primeiro a Sair PEPS).

    Contabilizao

    Para as entradas de material na empresa, o dbito deve ocorrer pelo custo total conta de estoques e o crdito conta passiva ou ativa que registrou a origem dos respectivos recursos. Para casos de impostos recuperveis, o dbito deve ser conta de impostos a recuperar. Veja o exemplo a seguir: vamos imaginar uma indstria que adqui-riu material de embalagem para produo, cuja nota fiscal de compra apresentou os seguintes dados:

    preo do material de embalagem: R$ 50.000,00;

    IPI destacado (10%): R$ 5.000,00; total da nota fiscal: R$ 55.000,00; ICMS destacado: R$ 6.200,00; frete: no houve (foi pago pelo fornece-

    dor).

    1. Pelo registro da compra:

    D Estoque de Material de Embalagem (Ati-vo Circulante)

    C Fornecedores (Passivo Circulante)

    R$ 55.000,00

    2. Registro do IPI recupervel:

    D IPI a Recuperar (Ativo Circulante)

    C Estoque de Material de Embalagem (Ati-vo Circulante)

    R$ 5.000,00

    3. Registro do ICMS recupervel:

    D ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)

    C Estoque de Material de Embalagem (Ati-vo Circulante)

    R$ 6.200,00

    2.3 MOD

    a soma de todos os fatores diretamente associados ao pessoal de produo na indstria. Veja o exemplo a seguir: salrio dos empregados alocados nos centros produtivos, acrescido dos respectivos encargos sociais (Instituto Nacional do Seguro Social INSS, Fundo de Garantia do Tempo de Servio FGTS) e trabalhistas (frias, 13 salrio, vale-transporte, programa de alimen-tao etc.).

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    Descrio dos encargos:

    DESCRIO VALOR (R$)

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem 10.000,00

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem INSS (encargo da empresa) 2.800,00

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem FGTS 850,00

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem proviso de frias e 13 salrio

    2.670,00

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem vale-transporte * 750,00

    Salrio do pessoal do centro de custo de montagem Programa de Alimentao do Trabalhador (PAT) *

    800,00

    TOTAL 17.870,00

    Nota: * O vale-transporte e o PAT devem ser contabilizados como custos pelos seus valores totais, diminuindo-se o valor re-cuperado em folha, em contas distintas: uma para registrar o valor total do custo e outra, de natureza credora, para registrar o valor dos reembolsos ocorridos para a empresa pelos trabalhadores.

    Valorao Unitria

    Numa indstria, o custo total de MOD de cada setor dividido pelo nmero de horas de atividades do respectivo setor para encontrar o custo/hora MOD (tambm denominado custo hora/homem).

    Exemplo:

    CENTRO DE CUSTO TOTAL MOD (R$) HORAS DE ATIVIDADES CUSTO HORA (R$)

    Corte 20.000,00 3.600 5,56

    Acabamento 30.000,00 4.800 6,25

    Pintura 24.000,00 3.600 6,67

    Secagem 12.000,00 2.000 6,00

    Contabilizao

    Na folha de pagamentos analtica (por cen-tro de custo), registram-se a dbito os valores de salrios e encargos, e a crdito as contas passivas ou ativas que registram os recursos.

    Exemplo: contabilizao do custo da folha de pagamentos do centro de custo de acabamen-to, com os seguintes dados:

    salrios devidos (incluindo horas extras e adicionais): R$ 7.000,00;

  • Contabilidade e Custos

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    INSS (encargos do empregador): R$ 2.000,00;

    FGTS: R$ 595,00; proviso de frias no ms: R$ 1.000,00; proviso para o 13 salrio no ms: R$

    800,00;

    vale-transporte reembolsado pelos em-pregados: R$ 420,00;

    PAT parcela descontada dos emprega-dos: R$ 200,00.

    1. Registro dos salrios devidos:

    D Salrios Acabamento (Custo de Produ-o)

    C Salrios a Pagar (Passivo Circulante)

    7.000,00

    A reteno do INSS deve ser procedida a d-bito da conta de salrios a pagar e a crdito de INSS a recolher.

    2. Encargos sociais:

    D INSS e FGTS Acabamento (Custo de Produo) R$ 2.595,00

    C INSS a Recolher (Passivo Circulante) R$ 2.000,00

    C FGTS a Recolher (Passivo Circulante) R$ 595,00

    3. Proviso de frias e 13 salrio:

    D Frias Acabamento (Custo de Produ-o)

    C Proviso de Frias (Passivo Circulante)

    R$ 1.000,00

    D 13 Salrio Acabamento (Custo de Pro-duo)

    C Proviso 13 Salrio (Passivo Circulante)

    R$ 800,00

    4. Vale-transporte reembolsado:

    D Salrios a Pagar (Passivo Circulante)

    C Reembolso de Vale-Transporte Acaba-mento (Custo de Produo) R$ 420,00

    5. PAT reembolsado:

    D Salrios a Pagar (Passivo Circulante)

    C Reembolso PAT Acabamento (Custo de Produo) R$ 200,00

    2.4 Avaliao de Estoque

    Estoques so ativos tangveis ou aplicaes de recursos, visando sua obteno:

    mantidos para venda no curso dos ne-gcios;

    em processo de produo para poste-rior venda no curso dos negcios;

    constitudos de materiais ou suprimen-tos a ser consumidos no processo de produo ou na prestao de servios que constitua explorao de negcios da entidade.

    H vrios mtodos de valorar produtos ou servios, entre os quais:

    a valorao pelo custo mdio de entra-da;

    a valorao pelo custo de aquisio mais recente (conhecida como PEPS);

    a valorao pelo custo de aquisio mais antigo (conhecida como ltimo a Entrar, Primeiro a Sair UEPS).

    A seguir, veja o detalhamento de tais mto-dos de valorao.

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    Custo Mdio Ponderado

    Representa a ponderao entre os valores de estoques, de forma que sua valorizao unit-ria corresponda mdia de clculo.

    Exemplo:

    100 unidades de produto X, ao custo de R$ 500,00 o lote;

    200 unidades de produto X, ao custo de R$ 1.150,00 o lote.

    O custo mdio do produto X ser: R$ 500,00 + R$ 1.150,00 dividido por (100 + 200) unidades = R$ 1.650,00 : 300 = R$ 5,50 a unidade.

    No custo mdio, cada entrada (a preo uni-trio diferente do preo mdio anterior) modifica o preo mdio e cada sada, conquanto mantenha inalterado o preo mdio, altera o fator de ponde-rao e, assim, o preo mdio que for calculado na entrada seguinte. Todavia, de acordo com o Pare-cer Normativo CST n 6/79, no incompatvel com o mtodo e, portanto, aceitvel do ponto de vista fiscal que as sadas sejam registradas unicamente no fim de cada ms, desde que ava-liadas ao preo mdio que, sem considerar o lan-amento de baixa, se verificar naquele ms.

    Verifique, pelo exemplo seguinte, o clculo do custo mdio de determinada mercadoria, ado-tando, primeiramente, o clculo do custo mdio a cada sada e, posteriormente, o clculo conside-rando a sada como efetivada numa nica baixa, ao final do ms.

    Exemplo 1 (adotando a baixa sada a cada lanamento):

    DATAENTRADA SADA SALDO

    QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$

    30/11/2003 1.000 5,000 5.000,00

    01/12/2003 150 6,00 900,00 1.150 5,130 5.900,00

    03/12/2003 300 5,130 1.539,13 850 5,130 4.360,87

    05/12/2003 200 8,00 1.600,00 1.050 5,677 5.960,87

    08/12/2003 500 5,677 2.838,51 550 5,677 3.122,36

    10/12/2003 50 9,00 450,00 600 5,954 3.572,36

    15/12/2003 200 5,954 1.190,79 400 5,954 2.381,57

    20/12/2003 100 7,00 700,00 500 6,163 3.081,57

    26/12/2003 250 6,163 1.540,79 250 6,163 1.540,79

    28/12/2003 150 5,00 750,00 400 5,727 2.290,79

    31/12/2003 100 5,727 572,70 300 5,727 1.718,09

    Observe que, a cada sada, o valor unitrio distinto, pois o custo mdio alterado por entra-das de diferentes valores.

  • Contabilidade e Custos

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    Exemplo 2 (adotando a baixa sada somente no final do ms, em um nico lote):

    DATAENTRADA SADA SALDO

    QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$

    30/11/2003 1.000 5,0000 5.000,00

    01/12/2003 150 6,00 900,00 1.150 5,1304 5.900,00

    05/12/2003 200 8,00 1.600,00 1.350 5,5556 7.500,00

    10/12/2003 50 9,00 450,00 1.400 5,6786 7.950,00

    20/12/2003 100 7,00 700,00 1.500 5,7667 8.650,00

    28/12/2003 150 5,00 750,00 1.650 5,6970 9.400,00

    31/12/2003 1350 5,6970 7.690,91 300 5,6970 1.709,09

    Observe-se que, a cada entrada, o custo mdio variou, mas a baixa (sada) foi efetivada num nico lote, alterando, dessa forma, o Custo da Mercadoria Vendida (CMV).

    No exemplo 1, o CMV ser de R$ 1.539,13 + R$ 2.838,51 + R$ 1.190,79 + R$ 572,70 = R$ 7.681,91. No exemplo 2, ser de R$ 7.690,91. A diferena entre 1 e 2 (R$ 9,00) est nos estoques finais.

    O custo mdio ponderado o mtodo con-sagrado, tanto pela legislao fiscal quanto pelas normas contbeis, para valorao dos estoques.

    PEPS

    Com base nesse mtodo, tambm conheci-do como First In, First Out (FIFO), apura-se o custo em base histrica. medida que ocorrem as sa-das, a baixa no estoque realizada a partir das pri-meiras compras, o que equivale ao raciocnio de que consumimos primeiro as primeiras unidades adquiridas/produzidas, ou seja, a primeira unida-de a entrar no estoque a primeira a ser utilizada no processo de produo ou a ser vendida.

    Dentro desse procedimento, o estoque re-presentado pelos mais recentes valores de aqui-sio ou produo, apresentando, dessa forma, uma relao mais prxima com o custo de repo-sio.

    No PEPS, o efeito da flutuao do custo de aquisio sobre os resultados significativo, pois as sadas so confrontadas com os custos mais antigos, podendo gerar, num ambiente de custos crescentes, um maior lucro contbil. Ao contr-rio, se os custos forem decrescentes (ambiente em que os preos tendem a cair), o mtodo PEPS pode resultar num lucro menor. Na estabilidade de preos, h pouca variao de lucro, em relao ao mtodo de custeio pela mdia.

    Vamos exemplificar utilizando a mesma movimentao que apresentamos no custo m-dio. Pelo PEPS, a avaliao do CMV ficaria:

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    DATAENTRADA SADA SALDO

    QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$

    30/11/2003 1.000 5,00 5.000,00

    01/12/2003 150 6,00 900,00150 6,00 900,00

    1.000 5,00 5.000,00

    03/12/2003 300 5,00 1.500,00150 6,00 900,00

    700 5,00 3.500,00

    05/12/2003 200 8,00 1.600,00

    200 8,00 1.600,00

    150 6,00 900,00

    700 5,00 3.500,00

    08/12/2003 500 5,00 2.500,00

    200 8,00 1.600,00

    150 6,00 900,00

    200 5,00 1.000,00

    10/12/2003 50 9,00 450,00

    50 9,00 450,00

    200 8,00 1.600,00

    150 6,00 900,00

    200 5,00 1.000,00

    15/12/2003 200 5,00 1.000,00

    50 9,00 450,00

    200 8,00 1.600,00

    150 6,00 900,00

    20/12/2003 100 7,00 700,00

    100 7,00 700,00

    50 9,00 450,00

    200 8,00 1.600,00

    150 6,00 900,00

    26/12/2002

    150 6,00 900,00 100 7,00 700,00

    100 8,00 800,00 50 9,00 450,00

    100 8,00 800,00

    28/12/2003 150 5,00 750,00

    150 5,00 750,00

    100 7,00 700,00

    50 9,00 450,00

    100 8,00 800,00

    31/12/2003 100 8,00 800,00

    150 5,00 750,00

    100 7,00 700,00

    50 9,00 450,00

    SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.500,00 300 1.900,00

    Como se observa nessa movimentao, os estoques finais pelo mtodo PEPS foram de R$ 1.900,00 (se fosse pelo custo mdio, o estoque fi-nal seria de R$ 1.709,09). O CMV foi de R$ 7.500,00 (pelo custo mdio, seria de R$ 7.690,91). Portanto,

    conclui-se que o lucro da empresa, no perodo, foi maior em R$ 190,91, em relao ao custo mdio, em decorrncia da utilizao do mtodo PEPS.

  • Contabilidade e Custos

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    O mtodo PEPS admitido pela legislao fiscal (item 2.2 do Parecer Normativo CST n 6/79). Em sntese, apesar de aceitvel do ponto de vista fiscal, no em relao aos princpios contbeis.

    UEPS

    No mtodo UEPS, tambm conhecido como Last In, First Out (LIFO), o custo do estoque determinado como se as unidades mais recen-tes adicionadas ao estoque (ltimas a entrar) fos-sem as primeiras a sair. Supe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e avaliado ao custo dessas unidades. Segue-se que, de acordo com o mtodo, o custo dos itens vendidos/sados tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (ou produzidos) e, assim, os preos mais recentes.

    O efeito prtico da utilizao do UEPS que, em ambiente inflacionrio (de aumento de pre-os e custos), h uma subavaliao de estoques e, portanto, uma reduo no CMV, visto que os es-toques esto representados por valores antigos. Evidentemente, se no houvesse inflao ou se esta fosse mnima, nenhum ou pouco efeito ha-veria na utilizao do UEPS, em relao ao custo mdio.

    Saiba maisSaiba mais

    De acordo com o item 36 da Norma e Procedimen-to de Contabilidade n 2 (NPC 2), de 30 de abril de 1999,

    mtodos tais como prximo a entrar, primeiro a sair, ou como custo da ltima compra fundamen-tam-se, principalmente, em custos de reposio, que geralmente ocasionam superavaliao dos estoques pela diferena entre o custo efetivo de aquisio ou fabricao e o valor corrente, contra-riando o conceito de custo como critrio bsico de avaliao dos estoques.

    Em perodos de alta de preos, os preos maiores das aquisies mais recentes so apro-priados mais rapidamente ao resultado, reduzin-do o lucro.

    Um argumento gerencial em favor do UEPS o de que procura determinar se a empre-sa apurou ou no, adequadamente, seus custos correntes em face da sua receita corrente. Nessa tica, o estoque avaliado em termos do nvel de preo da poca em que o UEPS foi introduzido.

    Vejamos de maneira mais prtica a sistem-tica do UEPS, levando em conta as movimenta-es de estoque j exemplificadas anteriormente (mtodos do custo mdio e PEPS):

  • Cristiano Alves de Carvalho

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br24

    DATAENTRADA SADA SALDO

    QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$

    30/11/2003 1.000 5,00 5.000,00

    01/12/2003 150 6,00 900,001.000 5,00 5.000,00

    150 6,00 900,00

    03/12/2003150 6,00 900,00 0

    150 5,00 750,00 850 5,00 4.250,00

    05/12/2003 200 8,00 1.600,00850 5,00 4.250,00

    200 8,00 1.600,00

    08/12/2003200 8,00 1.600,00 0

    300 5,00 1.500,00 550 5,00 2.750,00

    10/12/2003 50 9,00 450,00550 5,00 2.750,00

    50 9,00 450,00

    15/12/200350 9,00 450,00 0

    150 5,00 750,00 400 5,00 2.000,00

    20/12/2003 100 7,00 700,00400 5,00 2.000,00

    100 7,00 700,00

    26/12/2003100 7,00 700,00 0

    150 5,00 750,00 250 5,00 1.250,00

    28/12/2003 150 5,00 750,00 400 5,00 2.000,00

    31/12/2003 100 5,00 500,00 300 5,00 1.500,00

    SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.900,00 300 1.500,00

    Como se observa nessa movimentao, os estoques finais pelo mtodo UEPS foram de R$ 1.500,00 (se fosse pelo custo mdio, o estoque fi-nal seria de R$ 1.709,09). O CMV foi de R$ 7.900,00 (pelo custo mdio, seria de R$ 7.690,91). Portanto, conclui-se que o lucro da empresa, no perodo, foi menor em R$ 209,09, em relao ao custo mdio, em decorrncia da utilizao do mtodo UEPS.

    O mtodo que no aceito pelo Fisco o UEPS, visto que, ao optar por esse mtodo, a em-presa pagaria menos imposto em relao aos ou-tros mtodos que poderia adotar. Portanto, o m-todo no admissvel pela tica fiscal, nem pelas normas de contabilidade.

  • Contabilidade e Custos

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    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, abordamos a definio e algumas caractersticas dos custos diretos. Vimos que os custos diretos esto ligados a cada tipo de bem ou funo de custo e so aqueles diretamente includos no clculo dos produtos, sem que seja necessrio fazer rateios ou estimativas.

    Exemplos de custos diretos:

    matrias-primas consumidas; MOD; servios subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou servios.

    Tambm foi trabalhado o conceito de materiais diretos. Saiba que, sempre que adquirirmos as matrias-primas, componentes, subprodutos e produtos acabados ou em processo, estes devem ser ava-liados pelo seu custo de aquisio ou produo, de acordo com a sua documentao de compra ou de produo, com a devida deduo de todos os impostos pagos na aquisio e que resultem em crditos efetivos a ser abatidos dos impostos a pagar sobre as sadas de produtos tributados por esses mesmos impostos.

    Exemplos de materiais diretos:

    matria-prima; material de embalagem; produtos intermedirios; outros materiais aplicados na produo.

    Tratamos tambm do conceito de MOD, que a soma de todos os fatores diretamente associados ao pessoal de produo na indstria. Por ltimo, trabalhamos os conceitos de estoques, que so ativos tangveis ou aplicaes de recursos, visando sua obteno:

    mantidos para venda no curso dos negcios; em processo de produo para posterior venda no curso dos negcios; constitudos de materiais ou suprimentos a ser consumidos no processo de produo ou na

    prestao de servios que constitua explorao de negcios da entidade.

    H vrios mtodos de se valorar produtos ou servios, entre os quais:

    a valorao pelo custo mdio de entrada; a valorao pelo custo de aquisio mais recente (PEPS); a valorao pelo custo de aquisio mais antigo (UEPS).

    2.5 Resumo do Captulo

  • Cristiano Alves de Carvalho

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br26

    Agora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc fixou bem os contedos descritos anteriormente, elaborando com muita ateno as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final desta apostila, voc encontrar as respectivas solues.

    2.6 Atividades Propostas

    1. O que diz o Parecer Normativo CST n 6/79 com relao ao mtodo de valorao de estoque ao custo mdio?

    2. O que compreendem os custos diretos?

    3. Considerando uma indstria, informe os valores considerados na formao dos custos para:

    a) materiais diretos;

    b) MOD.

  • Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br27

    CUSTOS INDIRETOS3

    Caro(a) aluno(a),

    Custo indireto o custo que deve ser apro-priado aos portadores finais, mediante o empre-go de critrios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como Mo de Obra Indireta (MOI), rateada por horas/homem da MOD; gastos com energia, com base em horas/mquinas utili-zadas etc.

    Devemos atribuir para cada tipo de bem ou funo as parcelas de custo, utilizando os critrios de rateio. Esse custo aplica-se a diferentes bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrncia. Pode-mos dizer, ainda, que o custo indireto aquele que no pode ser atribudo (ou identificado) di-retamente a um produto, linha de produto, cen-tro de custo ou departamento, necessitando de taxas/critrios de rateio ou parmetros para atri-buio ao objeto custeado.

    3.1 Definio

    So aqueles que, apenas mediante aproxi-mao, podem ser atribudos aos produtos por algum critrio de rateio. Veja alguns exemplos a seguir:

    MOI: o trabalho que no mensurvel em nenhum produto ou servio execu-tado, como a mo de obra de supervi-sores, controle de qualidade etc.;

    materiais indiretos: so materiais em-pregados nas atividades auxiliares de produo ou cujo relacionamento com o produto irrelevante. So eles: graxas e lubrificantes, lixas etc.;

    outros custos indiretos: so os custos que dizem respeito existncia do se-tor fabril ou de prestao de servios, como depreciao, seguros, manuten-o de equipamentos etc.

    3.2 Custos Indiretos de Fabricao (CIFs)

    So os custos incorridos no processo de fabricao, mas no identificados diretamente a cada unidade produzida. So chamados tambm Custos Gerais de Fabricao (CGFs). Veja alguns exemplos:

    MOI;

    energia; depreciao e manuteno dos edif-

    cios;

    instalaes; mquinas e equipamentos;

  • Cristiano Alves de Carvalho

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br28

    custo da direo e administrao da f-brica e outros vinculados ao processo produtivo.

    Exemplo:

    DESCRIO VALOR (R$)

    Energia eltrica 8.000,00

    gua 2.000,00

    Manuteno de equipamentos 1.000,00

    Depreciao 750,00

    Pr-labore do diretor de produo 3.500,00

    MOI (salrios e encargos) 18.000,00

    TOTAL 33.250,00

    Valorao Setorial e Unitria

    Os CGFs so atribudos a cada setor por cri-trios de rateio, para encontrar o custo CGF, sen-do os mais comuns:

    a diviso dos CGFs pelo total de horas de atividades dos centros de custos, multiplicada pelo nmero de horas de atividades de cada centro de custo (cri-trio de hora de atividade);

    a diviso dos CGFs pelo total de horas de mo de obra dos centros de custos, multiplicada pelo nmero de horas de

    mo de obra de cada centro de custo (critrio de hora/homem);

    a proporcionalizao dos CGFs sobre a MOD total, multiplicando posterior-mente pela MOD de cada centro de custo (critrio de proporo de MOD);

    a diviso dos CGFs pelo total de horas/mquinas dos centros de custos, multi-plicada pelo nmero de horas/mqui-nas de cada centro de custo (critrio de horas/mquinas);

    critrios mistos de rateio, como pro-porcionalizar determinados custos de fbrica vinculados a mquinas, instala-es e equipamentos a horas/mquinas e os demais custos a horas/homem etc.

    Trataremos de maiores detalhamentos para a apropriao dos CIFs no tpico Rateio dos CIFs.

    Contabilizao

    Cada custo ser registrado a dbito da res-pectiva conta e a crdito das contas passivas ou ativas que registram os recursos.

    Saiba maisSaiba mais

    Os gastos gerais e administrativos, quando no claramente relacionados com a produo, no so incorporados ao custo dos produtos. Tambm no sero incorporadas as despesas financeiras (mes-mo aquelas relacionadas a financiamento de bens da produo), gastos extraordinrios (como perdas decorrentes de roubos, enchentes, incndios etc.) e despesas com vendas (comisses sobre vendas, sa-lrios e encargos do pessoal de vendas etc.).

  • Contabilidade e Custos

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    Exemplo: contabilizao de custos de ma-nuteno de equipamentos do setor de acaba-mento:

    D Manuteno Acabamento (Custo de Produo)

    C Fornecedores (Passivo Circulante)

    R$ 1.000,00

    Rateio dos CIFs

    Os CIFs, se analisados individualmente, tm pouca identificao direta com o produto, em ter-mos de mensurao efetiva. Entre eles, podem ser citados: manuteno de equipamentos, deprecia-o, seguros, vigilncia, aluguis, energia eltrica, pr-labore do diretor de produo etc.

    Devem-se atribuir os custos indiretos ao processo de produo, entre as diversas unidades operacionais autnomas, denominadas centros de custos, que constituem a menor unidade de acumulao de custos na empresa.

    Observa-se que os custos diretos so atri-budos diretamente aos produtos e os custos in-diretos devem antes ser alocados (distribudos) pelos vrios centros de custos, para s ento ser transferidos aos produtos. Tal processo indireto de transferncia sucessiva dos custos, primeiro nos centros de custos da empresa e, aps, sobre os produtos, denomina-se rateio de custos indi-retos.

    Um critrio bastante simples de rateio di-vidir o valor dos CGFs por determinado padro comum na fbrica. Esse padro pode ser:

    nmero de horas de mo de obra apli-cada (base hora/homem);

    nmero de horas de atividades do ma-quinrio fabril (base hora/mquina);

    metragem quadrada existente no setor etc.

    Exemplo: CGF no ms: R$ 1.000.000,00. Distribuio entre os diversos centros de custos, segundo critrio de horas/mquinas:

    SETOR HORAS/MQUINAS RATEIO CGF (R$)

    Acabamento 1.500 468.750,00

    Montagem 1.200 375.000,00

    Manuteno 500 156.250,00

    TOTAL 3.200 1.000.000,00

    3.3 Centro de Custos

    Numa empresa com poucos centros de cus-tos e com relativa simplicidade de produo, fcil alocar os custos indiretos por um nico crit-rio de rateio, como exemplificado anteriormente, seja em horas/mquinas, horas/homens ou outro critrio simples, porm, numa indstria com v-

    rios departamentos, cada um contendo seus res-pectivos centros de custos, o rateio precisa aten-der a uma correspondncia mais casual.

    Os custos indiretos so, pois, setorizados, comumente por meio de um instrumento que denominamos mapa de localizao de custos.

  • Cristiano Alves de Carvalho

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br30

    Esse mapa corresponde a um quadro demonstra-tivo que registra, nas linhas, as espcies de custos com os correspondentes valores e, nas colunas, os setores ou centros de custos.

    Saiba maisSaiba mais

    Para a alocao dos custos indiretos nos centros de custos, necessria a organizao prvia de seus di-versos componentes, tecnicamente denominados espcies de custos:

    depreciao e manuteno; mo de obra indireta; material indireto; custos gerais.

    Seguem alguns critrios para alocao dos CIFs:

    ESPCIES DE CUSTOS CRITRIOS DE RATEIO

    Depreciao e manutenoQuantidades produzidas ou tempo de utilizao

    das mquinas.

    MOI Tempo de utilizao da mo de obra direta.

    Material indireto Consumo de material direto.

    Aluguis, seguros, vigilncia, limpeza, depreciao de prdios

    rea ocupada pelos departamentos.

    Energia eltrica, gua, gs, combustveis Consumo efetivo ou potencial.

    Alocao Direta

    Se a indstria mantm controle do imobi-lizado, por exemplo, as depreciaes so identi-ficveis por equipamento instalado, permitindo alocar, em cada centro de custo, os respectivos encargos diretamente, sem necessidade de rateio. Isso tambm pode ocorrer com as requisies de peas para manuteno, obtidas no controle do almoxarifado. Contudo, como os custos indus-triais so mltiplos, na prtica, o nvel de controle e distribuio quase inaplicvel sobre todos os itens, obrigando a contabilidade de custos a de-terminar o rateio daqueles que no se identificam claramente com cada centro de custo.

    Exemplo: determinada indstria de doces tem dois departamentos produtivos:

    1. Processamento, dividido nas sees (centros de custos): preparao, mistu-ra e aromatizao;

    2. Acabamento: classificao, embalagem e expedio.

    Alm desses departamentos, h um depar-tamento auxiliar, chamado Manuteno e Con-trole, que tem trs centros de custos: controle de qualidade, manuteno e limpeza, engenharia.

    Os CGFs no ms, identificados por setor, decorrentes de controles do imobilizado e das re-quisies de peas de manuteno ao almoxarifa-do, foram contabilizados como segue:

  • Contabilidade e Custos

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br31

    D Depreciao Preparao (Conta de Custo) R$ 450,00

    D Depreciao Mistura (Conta de Custo) R$ 650,00

    D Depreciao Aromatizao (Conta de Custo) R$ 300,00

    D Depreciao Classificao (Conta de Custo) R$ 250,00

    D Depreciao Embalamento (Conta de Custo) R$ 700,00

    D Depreciao Expedio (Conta de Custo) R$ 150,00

    D Depreciao Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 100,00

    D Depreciao Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 50,00

    D Depreciao Engenharia (Conta de Custo) R$ 200,00

    C Depreciaes Acumuladas (Imobilizado) R$ 2.850,00

    D Manuteno Preparao (Conta de Custo) R$ 250,00

    D Manuteno Mistura (Conta de Custo) R$ 300,00

    D Manuteno Aromatizao (Conta de Custo) R$ 150,00

    D Manuteno Classificao (Conta de Custo) R$ 100,00

    D Manuteno Embalamento (Conta de Custo) R$ 400,00

    D Manuteno Expedio (Conta de Custo) R$ 120,00

    D Manuteno Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 110,00

    D Manuteno Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 30,00

    D Manuteno Engenharia (Conta de Custo) R$ 50,00

    C Almoxarifado (Estoques Ativo Circulante) R$ 1.510,00

    Entretanto, os seguintes custos foram apurados, tendo que ser distribudos entre os centros respec-tivos utilizando critrio de rateio, pois no podem ser identificados especificamente:

    Pr-labore R$ 10.000,00

    INSS pr-labore R$ 2.000,00

    Energia eltrica R$ 3.000,00

    gua R$ 1.000,00

    Salrios supervisores R$ 7.000,00

    Encargos supervisores R$ 5.100,00

    Seguros R$ 900,00

    Vigilncia R$ 2.100,00

    TOTAL R$ 31.100,00

    O critrio de rateio adotado para alocao no mapa de custos o seguinte:

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    MOI (pr-labore, salrios supervisores e respectivos encargos): nmero de horas da mo de obra de cada setor;

    energia eltrica: consumo potencial de cada equipamento; demais despesas (vigilncia, seguros, gua): metragem ocupada por cada setor.

    Nota: o nome do centro de custo est em sigla, pelas primeiras letras.

    Mapa de Alocao MOI

    MOI TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

    Nmero de Horas MOD

    7.215 800 1.050 700 900 1.100 790 550 850 475

    Pr-Labore 10.000,00 1.108,80 1.455,31 970,20 1.247,40 1.524,60 1.094,94 762,30 1.178,10 658,35

    INSS Pr-Labore 2.000,00 221,76 291,06 194,04 249,48 304,92 218,99 152,46 235,62 131,67

    Salrios Supervisores

    7.000,00 776,16 1.018,71 679,14 873,18 1.067,22 766,46 533,61 824,67 460,85

    Encargos Supervisores

    5.100,00 565,49 742,20 494,80 636,18 777,55 558,42 388,77 600,83 335,76

    TOTAL MOI R$ 24.100,00 2.672,21 3.507,28 2.338,18 3.006,24 3.674,29 2.638,81 1.837,14 2.839,22 1.586,63

    Mapa de Alocao Energia Eltrica

    ENERGIA TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

    Consumo Potencial KW 1.270 150 200 180 125 290 140 70 90 25

    Energia Eltrica R$ 3.000,00 354,33 472,44 425,20 295,28 685,05 330,71 165,36 212,61 59,02

    Mapa de Alocao Outros Custos Gerais

    OUTROS TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

    Metragem 1.115 145 180 170 150 190 115 75 60 30

    gua 1.000,00 130,04 161,44 152,47 134,53 170,40 103,14 67,26 53,81 26,91

    Seguros 900,00 117,04 145,29 137,22 121,08 153,36 92,83 60,54 48,42 24,22

    Vigilncia 2.100,00 273,10 339,01 320,18 282,51 357,85 216,59 141,26 113,00 56,50

    TOTAL Outros R$ 4.000,00 520,18 645,74 609,87 538,12 681,61 412,56 269,06 215,23 107,63

    Aps tais alocaes, teremos o seguinte resumo de alocao de CGFs, por centro de custo:

  • Contabilidade e Custos

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    Mapa de alocao CGF Resumo

    CGF R$ TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

    Depreciao 2.850,00 450,00 650,00 300,00 250,00 700,00 150,00 100,00 50,00 200,00

    Manuteno 1.510,00 250,00 300,00 150,00 100,00 400,00 120,00 110,00 30,00 50,00

    MOI 24.100,00 2.672,21 3.507,28 2.338,18 3.006,24 3.674,29 3.638,81 1.837,14 2.839,22 1.586,63

    Energia

    Eltrica3.000,00 354,33 472,44 425,20 295,28 685,05 330,71 165,36 212,61 59,02

    Outros 4.000,00 520,18 645,74 609,87 538,12 681,61 412,56 269,06 215,23 107,63

    TOTAL 35.460,00 4.246,72 5.575,46 3.823,25 4.189,64 6.140,95 3.652,08 2.481,56 3.347,06 2.003,28

    A conciliao contbil do mapa de alocao ser:

    R$ 2.850,00 (valor da depreciao j distribudo entre os centros de custos)

    + R$ 1.510,00 (valor da manuteno j distribudo entre os centros de custos)

    + R$ 31.100,00 (valores a alocar entre os centros de custos)

    = R$ 35.460,00 (valor do mapa geral de alocao dos CGFs)

    Agora, s contabilizar as transferncias dos valores alocados pelos critrios de rateio:

    1. Transferncia relativa alocao da MOI:

    D MOI Preparao (Conta de Custo) R$ 2.672,21

    D MOI Mistura (Conta de Custo) R$ 3.507,28

    D MOI Aromatizao (Conta de Custo) R$ 2.338,18

    D MOI Classificao (Conta de Custo) R$ 3.006,24

    D MOI Embalamento (Conta de Custo) R$ 3.674,29

    D MOI Expedio (Conta de Custo) R$ 2.638,81

    D MOI Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 1.837,14

    D MOI Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 2.839,22

    D MOI Engenharia (Conta de Custo) R$ 1.586,63

    C Transferncia MOI (Conta de Custo) R$ 24.100,00

    2. Transferncia relativa alocao da energia eltrica:

    D Energia Eltrica Preparao (Conta de Custo) R$ 354,33

    D Energia Eltrica Mistura (Conta de Custo) R$ 472,44

    D Energia Eltrica Aromatizao (Conta de Custo) R$ 425,20

    D Energia Eltrica Classificao (Conta de Custo) R$ 295,28

    D Energia Eltrica Embalamento (Conta de Custo) R$ 685,05

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    D Energia Eltrica Expedio (Conta de Custo) R$ 330,71

    D Energia Eltrica Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 165,36

    D Energia Eltrica Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 212,61

    D Energia Eltrica Engenharia (Conta de Custo) R$ 59,02

    C Transferncia Energia Eltrica (Conta de Custo) R$ 3.000,00

    3. Transferncia relativa alocao dos demais custos gerais:

    D Outros Custos Preparao (Conta de Custo) R$ 520,18

    D Outros Custos Mistura (Conta de Custo) R$ 645,74

    D Outros Custos Aromatizao (Conta de Custo) R$ 609,87

    D Outros Custos Classificao (Conta de Custo) R$ 538,12

    D Outros Custos Embalamento (Conta de Custo) R$ 681,61

    D Outros Custos Expedio (Conta de Custo) R$ 412,56

    D Outros Custos Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 269,06

    D Outros Custos Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 215,23

    D Outros Custos Engenharia (Conta de Custo) R$ 107,63

    C Transferncia Outros Custos (Conta de Custo) R$ 4.000,00

    3.4 Outros Custos

    Custos Fixos

    So aqueles cujos valores tm pequena ou nenhuma relao com o volume de produo da empresa.

    Exemplos:

    aluguel de imveis utilizados na produ-o de bens e servios;

    MOI (supervisores e gerentes de produ-o);

    pr-labore do diretor de produo; honorrios de vigilncia das instalaes

    produtivas etc.

    Tais custos ocorrero independentemente do nvel de atividade.

    Custos Semifixos

    So custos que so fixos numa determinada faixa de produo, mas variam se h uma mudan-a nessa faixa.

    Exemplos:

    remunerao por meta de produtivida-de aos empregados;

    horas extras do controle de qualidade, para lotes de produo que extrapola-rem o limite de anlise em perodo nor-mal;

    manuteno preventiva para atender demanda de utilizao de horas de m-quinas e equipamentos.

  • Contabilidade e Custos

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    Custos Variveis

    So aqueles cujos valores alteram-se em funo do volume de produo ou atividades.

    Exemplos:

    matria-prima consumida; servios de terceiros, remunerados por

    pea aplicada em unidades produzidas;

    material de embalagem nos produtos acabados.

    Os custos variveis aumentam na medida em que aumenta a produo.

    Custos Primrios

    Compreendem a soma da matria-prima e da MOD e no so includos no custo primrio dos demais custos diretos. Tambm no so iguais a custos diretos, uma vez que, nos custos primrios, s esto includos aqueles dois itens.Assim, a em-balagem um custo direto, mas no primrio.

    AtenoAteno

    Custo varivel o custo cujo total apresenta variao diretamente proporcional ao volume de produo ou servio; o seu custo unitrio fixo. J o custo fixo o custo cujo total perma-nece constante, ou seja, no varia proporcio-nalmente ao volume de produo ou servio, dentro de uma determinada capacidade insta-lada; o seu custo unitrio varivel.

    Custos de Transformao

    Tambm chamados custos de converso, compreendem a soma de todos os custos de pro-duo, exceto os relativos a matrias-primas. Re-presentam o valor do esforo da prpria empresa no processo de elaborao de um determinado produto, como: MOD, MOI, energia, materiais de consumo industrial etc.

    3.5 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, abordamos a definio e algumas caractersticas dos custos indiretos.

    Custo indireto o custo que no se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou funo de custo no momento de sua ocorrncia. Os custos indiretos so apropriados aos portadores finais, me-diante o emprego de critrios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como MOI, rateada por horas/homem da MOD; gastos com energia, com base em horas/mquinas utilizadas etc.

    Abordamos tambm os CIFs, que compreendem aqueles custos incorridos no processo de fabrica-o, mas no identificados diretamente a cada unidade produzida. Exemplos: MOI, energia, depreciao e manuteno dos edifcios, instalaes, mquinas e equipamentos, custo da direo e administrao da fbrica e outros vinculados ao processo produtivo.

    Os CIFs, se analisados individualmente, tm pouca identificao direta com o produto, em termos de mensurao efetiva. Entre eles, podem ser citados: manuteno de equipamentos, depreciao, segu-ros, vigilncia, aluguis, energia eltrica, pr-labore do diretor de produo etc. Ainda, devem-se atribuir

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    os custos indiretos ao processo de produo, entre as diversas unidades operacionais autnomas, de-nominadas centros de custos, que constituem a menor unidade de acumulao de custos na empresa.

    Numa empresa com poucos centros de custos e com relativa simplicidade de produo, fcil alocar os custos indiretos por um nico critrio de rateio. Os custos indiretos so, pois, setorizados, comu-mente por meio de um instrumento que denominamos mapa de localizao de custos.

    O critrio de rateio adotado para alocao no mapa de custos o seguinte:

    MOI (pr-labore, salrios supervisores e respectivos encargos); energia eltrica; demais despesas (vigilncia, seguros, gua).

    Saiba que, alm dos custos diretos e indiretos, temos outros tipos. So eles:

    custos fixos: so aqueles cujos valores tm pequena ou nenhuma relao com o volume de produo da empresa. Exemplos: aluguel de imveis utilizados na produo de bens e servi-os; MOI (supervisores e gerentes de produo); pr-labore do diretor de produo; honorrios de vigilncia das instalaes produtivas etc.;

    custos semifixos: so custos que so fixos numa determinada faixa de produo, mas variam se h uma mudana nessa faixa. Exemplos: remunerao por meta de produtividade dos em-pregados; horas extras do controle de qualidade, para lotes de produo que extrapolarem o limite de anlise em perodo normal; manuteno preventiva para atender demanda de utilizao de horas de mquinas e equipamentos;

    custos variveis: so aqueles cujos valores alteram-se em funo do volume de produo ou atividades. Exemplos: matria-prima consumida; servios de terceiros, remunerados por pea aplicada em unidades produzidas; material de embalagem nos produtos acabados;

    custos primrios: compreendem a soma da matria-prima e da MOD e no so includos no custo primrio dos demais custos diretos;

    custos de transformao: tambm chamados custos de converso, compreendem a soma de todos os custos de produo, exceto os relativos a matrias-primas.

    Agora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc fixou bem os contedos descritos anteriormente, elaborando com muita ateno as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final desta apostila, voc encontrar as respectivas solues.

    3.6 Atividades Propostas

    1. Defina custos indiretos e cite alguns exemplos.

    2. Defina CIFs e cite alguns exemplos.

    3. Indique e explique pelo menos trs tipos de custo.

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    SISTEMAS DE ACUMULAO DE CUSTOS4

    Caro(a) aluno(a),

    O sistema de acumulao de custos a ma-neira que os custos so repassados aos produtos fabricados.

    Uma vez calculados os custos de cada cen-tro de custo (produtivo ou auxiliar), necessrio transferir tais custos aos produtos. Ento, o fato de a contabilidade apurar os custos de cada cen-tro no significa que sua tarefa est concluda, pois o objetivo da contabilidade de custos valo-rar os estoques e tambm determinar o Custo dos Produtos Vendidos (CPV).

    Ento, basicamente, o esquema de trabalho na apurao dos custos ser:

    determinar os custos diretos e contabi-liz-los aos respectivos centros;

    fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos;

    transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos, para os produtos.

    Essa transferncia ser debitada conta es-pecfica de estoques de produtos em elaborao e creditada conta de transferncia de custos (no subgrupo das contas de centro de custos).

    Posteriormente, os produtos que forem concludos sero transferidos para o estoque de produtos acabados.

    Exemplo: transferncia dos custos de aca-bamento para os produtos em elaborao:

    D Estoques de Produtos em Elaborao (Ativo Circulante)

    C Transferncia de Custos Acabamento (Conta de Custos)

    Na sequncia, os produtos que tiverem sua fabricao concluda sero transferidos para a conta de estoques de produtos acabados:

    D Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante)

    C Estoques de Produtos em Elaborao (Ativo Circulante)

    Finalmente, o custo dos produtos vendidos ser contabilizado como segue:

    D Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado)

    C Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante)

    Ento, para formar o valor do custo de cada produto, deve-se utilizar um critrio especfico e coerente (regular), de acordo com uma metodo-logia lgica, racional.

    Antes de decidir quanto ao sistema ou modalidade de custeio a ser adotado, a empresa dever escolher o seu sistema de acumulao de custos, orientando-se, estritamente, pelo sistema produtivo da empresa.

    Existem dois sistemas bsicos de produo:

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    sistema de produo contnua: ca-racteriza-se pela fabricao em srie de produtos padronizados;

    sistema de produo por encomen-da: caracteriza-se pela fabricao des-contnua de produtos no padroniza-dos.

    Adotar o sistema de acumulao de custos por ordem ou encomenda a indstria cujo siste-ma produtivo for predominantemente descont-nuo, produzindo bens ou servios no padroniza-dos e, geralmente, sob encomenda especfica dos seus clientes.

    Ento, de acordo com o sistema de produ-o, que se definir o sistema de acumulao de custos:

    AtenoAteno

    A empresa que produz, em srie, bens ou ser-vios padronizados dever adotar o sistema de acumulao de custos por processo.

    por processo (para produo contnua); por ordem de produo (para produo

    por encomenda).

    Os processos citados so viveis e aceitveis contbil e fiscalmente. O importante que um ou outro seja aplicado com base no custo por absor-o e pelos custos reais incorridos.

    4.1 CPV

    Para efetuar os clculos do CPV, utilizamos a frmula a seguir:

    CPV = EI + (In + MO + GGF) EF

    Sendo que:

    CPV = Custo dos Produtos Vendidos; EI = Estoque Inicial; In = Insumos (matrias-primas, mate-

    riais de embalagem e outros materiais) aplicados nos produtos vendidos;

    MO = MOD aplicada nos produtos ven-didos;

    GGF = Gastos Gerais de Fabricao (alu-guel, depreciaes, MOI etc.) aplicados nos produtos vendidos;

    EF = Estoque Final (inventrio final).

    Saiba maisSaiba mais

    Composio dos custos de produo, segundo o 1 do art. 13 do Decreto-Lei n 1.598/77

    O custo de aquisio de matrias-primas e quaisquer outros bens ou servios aplicados ou consumidos na produo, observado o disposto neste artigo;

    O custo do pessoal aplicado na produo, inclusive de superviso direta, manuteno e guarda das instalaes de produo;

    Os custos de locao, manuteno e reparo e os encargos de depreciao dos bens aplica-dos na produo;

    Os encargos de amortizao diretamente re-lacionados com a produo;

    Os encargos de exausto dos recursos natu-rais utilizados na produo.

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    Vamos analisar o exemplo a seguir: calcule, no perodo de 1 de janeiro a 31 de dezembro, o CPV de uma indstria que levantou os seguintes dados:

    CATEGORIA VALORES EM REAIS

    Estoque inicial (1 de janeiro) 220.000,00

    Insumos adquiridos 3.500.000,00

    ICMS sobre compras 420.000,00

    Fretes sobre compras 140.000,00

    MOD 1194.000,00

    Gastos gerais de fabricao 1.580.000,00

    Estoque inventariado (31 de dezembro) 370.000,00

    Os clculos do CPV sero organizados da seguinte maneira:

    CATEGORIA VALORES EM REAIS

    Estoque inicial (1 de janeiro) 220.000,00

    + Insumos adquiridos 3.500.000,00

    + Fretes sobre compras 140.000,00

    - ICMS sobre compras 420.000,00

    + MOD 1194.000,00

    + Gastos gerais de fabricao 1.580.000,00

    - Estoque inventariado (31 de dezembro) 370.000,00

    = CPV 5.844000,00

    4.2 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing ABC)

    Com esse sistema, podemos ter uma viso mais ampla dos custos por meio de uma criteriosa anlise das atividades executadas dentro da em-presa, relacionando-as com os objetos de custos. O ABC possui como principal fundamento buscar o princpio da causa/ao, ou seja, rastrear e iden-tificar o agente causador do custo, para lhe impu-tar o valor.

    Martins (2003, p. 87), informa que o ABC uma metodologia de custeio que procura redu-zir sensivelmente as distores provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos. Com ele, os custos ficam claramente identificados e so alvos

    de medidas de reduo e melhoramento de pro-cessos, ajudando, assim, as empresas a ficar cada vez mais eficientes e lucrativas. Ainda, ele permite aos gerentes uma atuao eficaz sobre o compor-tamento dos custos da organizao.

    Basicamente, o processo consiste em atri-buir os custos s atividades e, em seguida, ocorre a atribuio dos custos das atividades aos pro-dutos. Para isso, preciso rastrear os custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes valores, e finalmente feita uma verificao dos portadores finais de custos, que realizaro o consumo dos

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    servios das atividades; s ento feita a atribui-o dos custos definidos.

    Conforme Eller (2000, p. 82), o Custeio Ba-seado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades. Por sua vez, Nakagawa (2001, p. 42) conceitua ativi-dade como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, mto-dos e seu ambiente, tendo como objetivo a pro-duo de produtos.

    Caro(a) aluno(a), para estudar o sistema ABC, devemos pensar em todos os processos de produo e nas atividades envolvidas, seja de um produto ou um servio. As prioridades para a atri-buio de custos para as atividades so:

    alocao direta: feita quando temos uma identificao objetiva dos itens dos custos de algumas atividades;

    rastreamento: feito por meio de uma alocao que se baseia na relao de causa e efeito entre a ocorrncia da ati-vidade e a gerao de custos;

    rateio: feito quando no existe a pos-sibilidade de utilizar a alocao direta e o rastreamento.

    Para realizar a implementao do ABC, de-vemos analisar cuidadosamente todo o sistema de controle interno da entidade. Caso esse pro-cedimento seja deixado de lado ou seja feito de maneira pouco criteriosa, podemos inviabilizar a aplicao do ABC de forma eficiente e eficaz.

    Para efeito comparativo, vamos, agora, apresentar as vantagens e desvantagens da apli-cao do mtodo ABC.

    Principais vantagens:

    por meio da reduo do rateio, so for-necidas gerncia informaes mais confiveis;

    maior facilidade para as empresas de servios, devido s dificuldades na identificao de seus custos, gastos e despesas;

    reduo de rateios arbitrrios; atende aos princpios fundamentais de

    contabilidade;

    necessita de constantes revises de controles internos, proporcionando, assim, uma melhor visualizao dos flu-xos dos processos;

    melhor identificao dos itens que es-to consumindo mais recursos;

    o custo de cada atividade, em relao aos custos totais da entidade, identi-ficado;

    grande flexibilidade de implantao em vrios setores empresariais;

    gera informaes para gesto econ-mica, custo de oportunidade e custo de reposio, possibilitando, assim, o fim ou at mesmo a reduo das atividades que no agregam valor ao produto.

    Principais desvantagens:

    implantao com altos gastos; implantao e avaliao de altos nveis

    de controles internos;

    constante reviso e manipulao de um grande nmero de dados;

    reorganizao da empresa para realizar a implantao do sistema;

    problemas de aceitao e envolvimen-to dos empregados da empresa e pro-blemas com a integrao das informa-es entre departamentos;

    falta de mo de obra qualificada; necessidade de procedimentos pa-

    dres;

    no aceito pelo Fisco; maior preocupao em gerar informa-

    es estratgicas do que em us-las.

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    As demandas do mercado, cada vez mais competitivo, devem pesar na deciso de im-plantao do sistema ABC, visto que os custos de implantao e acompanhamento, o recurso humano necessrio, os produtos envolvidos, as necessidades dos gestores etc. devem ser anali-sados para que se dimensionem as vantagens e desvantagens para cada instituio.

    Vamos utilizar um exemplo de uma empre-sa de mveis que produz de maneira contnua e com produtos sempre iguais, para a venda a quaisquer clientes. A empresa em questo pro-duz e vende toda a sua produo, ou seja, no fica com unidades em estoque. Outra caracterstica importante dessa empresa reside na baixa diver-sificao de produtos. Os itens fabricados so me-sas, cadeiras e aparadores, sem muitas opes de modelo. O faturamento mdio de R$ 100.000,00 por ms e ela conta com uma equipe de 40 em-pregados. Sua produo automatizada e gerida por softwares especficos. A produo de mesas, cadeiras e aparadores passa por um processo de acabamento final.

    Apurao dos Custos

    Inicialmente, foi necessrio citar as ativida-des exercidas pela empresa. So elas:

    compra de matria-prima; recebimento e movimentao de mat-

    ria-prima;

    superviso da produo; corte e beneficiamento; montagem; acabamento.

    Por meio do princpio de causa/ao, todos os custos das atividades foram calculados.

    Custos por Atividade

    Em seguida, foi feita uma distribuio dos custos por produtos. Os clculos foram baseados em 200 unidades produzidas no ms, sendo 104 mesas, 86 cadeiras e 10 aparadores.

    ABC

    PRODUTOS CUSTOS UNITRIOS (R$)UNIDADES

    PRODUZIDASCUSTOS TOTAIS (R$)

    Mesa 259,27 104 26.964,06

    Cadeiras 188,94 86 16.248,84

    Aparadores 218,85 10 2.188,50

    Total 45.401,40

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    Caro(a) aluno(a),

    Neste captulo, abordamos o sistema de acumulao de custos, que a maneira que os custos so repassados aos produtos fabricados. Saiba que o fato de a contabilidade apurar os custos de cada centro no significa que sua tarefa est concluda, pois o objetivo da contabilidade de custos valorar os esto-ques e, tambm, determinar o CPV.

    Basicamente, o esquema de trabalho na apurao dos custos :

    determinar os custos diretos e contabiliz-los aos respectivos centros; fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos; transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos, para

    os produtos.

    Ento, para formar o valor do custo de cada produto, devemos utilizar um critrio especfico e coe-rente (regular), de acordo com uma metodologia lgica, racional. Existem dois sistemas bsicos de pro-duo: o sistema de produo por encomenda e o sistema de produo contnua.

    Outro tema abordado neste captulo foi o ABC, que possui como principal fundamento buscar o princpio da causa/ao, ou seja, rastrear e identificar o agente causador do custo, para lhe imputar o va-lor. Com esse sistema, podemos ter uma viso mais ampla dos custos, por meio de uma criteriosa anlise das atividades executadas dentro da empresa, relacionando-as com os objetos de custos.

    Basicamente, o processo consiste em atribuir os custos s atividades e, em seguida, ocorre a atri-buio dos custos das atividades aos produtos. Para isso, preciso rastrear os custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes valores, e finalmente feita uma verificao dos portadores finais de custos, que realizaro o consumo dos servios das atividades; s ento feita a atribuio dos custos definidos.

    As prioridades para a atribuio de custos para as atividades so:

    alocao direta; rastreamento; rateio.

    Para realizar a implementao do ABC, devemos analisar cuidadosamente todo o sistema de con-trole interno da entidade. Caso esse procedimento seja deixado de lado ou seja feito de maneira pouco criteriosa, podemos inviabilizar a aplicao do ABC de forma eficiente e eficaz.

    As demandas do mercado, cada vez mais competitivo, devem pesar na deciso de implantao do sistema ABC, visto que os custos de implantao e acompanhamento, o recurso humano necessrio, os produtos envolvidos, as necessidades dos gestores etc. devem ser analisados para que se dimensionem as vantagens e desvantagens para cada instituio.

    Agora que terminamos este captulo, vamos verificar se voc fixou bem os contedos descritos anteriormente, elaborando com muita ateno as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final desta apostila, voc encontrar as respectivas solues.

    4.3 Resumo do Captulo

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    1. Defina o ABC e aponte algumas vantagens e desvantagens dessa tcnica.

    2. Como realizado o sistema de acumulao de custos? Indique o esquema de trabalho na apu-rao dos custos.

    3. O que deve pesar na deciso de implantao do sistema ABC?

    4.4 Atividades Propostas

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    Caro(a) aluno(a),

    Vamos estudar a contabilidade de servios, que difere em relao contabilidade de custos industriais na terminologia das contas contbeis.

    Os custos podem ser representados por:

    servios de terceiros: nesta categoria, temos todos os custos relativos sub-contratao dos servios;

    materiais diretos: nesta categoria, te-mos todos os materiais aplicados na produo, que so parte integrante da execuo dos servios;

    MOD: nesta categoria, temos os salrios dos empregados alocados nos centros

    CUSTOS NAS ATIVIDADES DE SERVIOS5

    produtivos, acrescidos dos respectivos encargos sociais (INSS, FGTS) e traba-lhistas (frias, 13 salrio, vale-transpor-te, programa de alimentao etc.);

    custos gerais de servios: nesta ca-tegoria, temos todos os custos indi-retos de servios ou gastos gerais de servios, que compreendem aqueles incorridos no processo de prestao dos servios, mas no identificados di-retamente a cada execuo. Exemplos: MOI, energia, depreciao e manuten-o das instalaes prprias em que se executam os servios, custo da direo, apoio e outros vinculados ao processo de prestao dos servios.

    5.1 Servios de Terceiros

    Devemos saber que a execuo de subem-preitada ou locao de servios de terceiros registrada como custo de servios pelo seu valor total incorrido.

    Realizamos o rateio quando executamos dois ou mais servios, lembrando que devemos nos basear no contrato ou, se este for omisso quanto ao valor de cada servio, nas horas totais aplicadas em cada servio.

    DicionrioDicionrio

    Subempreitada: cesso que faz a outrem o em-preiteiro da sua empreitada ou de parte dela.

    Os servios devem ser registrados no s pelo seu faturamento pela contabilidade de cus-tos, mas pela sua efetiva utilizao. Veja o exem-plo a seguir: certa empresa subcontratou parte da execuo com terceiros. O contrato estabelece que ela pague R$ 400,00 por tarefa concluda. No final do ms, verificou-se que os seguintes servi-os estavam em andamento e que as seguintes tarefas contratadas com terceiros foram incorri-das:

    servio X incorreu em 40 tarefas com terceiros;

    servio Y incorreu em 80 tarefas.

  • Cristiano Alves de Carvalho

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    Devemos contabilizar, de acordo com a con-tabilidade de custos, com base no contrato de su-bempreitada com terceiros, os seguintes dados:

    1. Pela aplicao de subempreitadas para o servio X: R$ 400,00 x 40 tarefas = R$ 16.000,00.

    D Servios em Andamento (Estoques)

    C Fornecedores Subempreiteiros (Passi-vo Circulante) R$ 16.000,00

    2. Pela aplicao de subempreitadas para o servio Y: R$ 400,00 x 80 tarefas = R$ 32.000,00.

    D Servios em Andamento (Estoques)

    C Fornecedores Subempreiteiros (Passi-vo Circulante) R$ 32.000,00

    Algumas distores no custo dos servios vo aparecer devido contabilizao pelo re-gime de caixa ou por ocasio do faturamento. Sendo assim, a contabilidade de custos precisa ter controles prprios para apropriar adequada-mente os contratos de locao ou de mo de obra com terceiros.

    5.2 Materiais Diretos Aplicados em Servios

    Os itens de almoxarifado que podem ser aplicados na prestao de servio, os componen-tes e os materiais de naturezas diversas, no mo-mento de sua aquisio, devem ser avaliados pelo seu custo de aquisio ou produo, baseando--se na documentao de compra ou de produo, lembrando sempre de fazer as devidas dedues dos impostos pagos na aquisio e que resultem em crditos efetivos a ser abatidos dos impostos a pagar sobre as sadas de produtos tributados por esses mesmos impostos. Todos os valores pa-gos relacionados ao transporte de insumos s