Apostila Bioquímica

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W anderson

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  • W anderson

  • OBTENO DO SANGUE PARA ANLISE

    Para realizarmos os exames laboratoriais, podemos obter o sangue venoso, sangue arterial ou sangue capilar.

    COLETA DE SANGUE

    Para garantirmos a qualidade dos exames realizados em amostras sanguneas, precisamos ter em mente vrios aspectos

    que antecedem os exames, como:

    Orientao adequada ao cliente, preparo do material de coleta, acondicionamento do material, etc.

    O sangue para exames hematolgicos deve ser recolhido com pacientes repousado, preferencialmente, sendo o jejum opcional, exceto em casos em que sero executados outros exames onde o jejum obrigatrio (VHS, Glicose, Colesterol

    total e fraes, Triglicrides, etc.).

    A amostra no poder conter hemlise (quebra das hemcias), nem cogulos; dever ser colhida com o anticoagulante indicado e os exames realizados no tempo prescrito.

    Anticoagulantes:

    EDTA (cido etileno diaminotetractico): Hemograma (eritrograma + leucograma), classificao sangunea e contagem de plaquetas.

    Fluoreto de sdio: Glicose.

    Citrato de sdio: TP (Tempo de Protrombina), TTP (Tempo de Tromboplastina Parcial), Atividade de Protrombina, RNI, Coagulograma.

    Oxalato de potssio: Velocidade de Hemossedimentao (VHS).

    Sangue Venoso

    o processo mais comum de se obter o sangue para anlise. Geralmente puncionamos as veias superficiais do antebrao

    (Baslica, mediana e ceflica), as veias do dorso das mos e dos punhos ou as veias do pescoo (jugulares externas e internas).

    Cuidados:

    Instalar o paciente da melhor maneira possvel.

    Ao puxar o mbolo, firmar a seringa apoiando a mo no brao do cliente para no perder a veia.

    Evitar deixar o paciente ficar dobrando o brao ou deixar esfregar o algodo logo aps a puno.

    S liberar a paciente aps verificar se o sangramento parou.

    Em caso de vertigens, abaixe a cabea da pessoa entre os joelhos, orientando fazer fora para cima, ao mesmo tempo em que voc pressiona para baixo a nuca da pessoa, at passar a vertigem, e levando-o para o lugar arejado.

    Complicaes:

  • Outras: Desmaios, transmisso de doenas como hepatite, AIDS, etc.

    Puno venosa (Coleta utilizando seringa):

    1. Preparar o material:

    Cuba rim. Seringa descartvel com agulha 25x7 (para criana) ou 25x8 (para adulto). Tubos de ensaio sem anticoagulante e/ou com anticoagulantes apropriados, com tampa. Algodo umedecido em lcool 70% e algodo sem lcool. Garrote.

    2. Receber e orientar e acomodar o cliente. 3. Conferir com ateno na guia do mdico quais os exames a serem realizados. 4. Calar as luvas fazendo assepsia das mesmas com lcool-gel. 5. Separar os tubos que sero utilizados. 6. Colocar o garrote aproximadamente 5 cm acima do local onde ser realizada a puno. Nunca deixar o garrote por mais de

    1 minuto.

    7. Selecionar a veia adequada para a puno. 8. Fazer a assepsia no local utilizando algodo embebido com lcool 70%. 9. Realizar a puno introduzindo a agulha, com o bisel voltado para cima, num ngulo de 15 em relao ao brao. Com a

    outra mo, puxar o mbolo, com tenso suave e constante, at obter o volume desejado. Soltar o garrote.

    Obs: Se estiver usando sistema a vcuo, assim que a agulha penetrar a veia empurre o tubo para frente do suporte segurando

    firmemente a agulha no local correto. Soltar o garrote quando o sangue comear a fluir. Trocar por outro tubo quando estiver cheio.

    10. Colocar o algodo no local da puno, retirar a agulha e orientar o cliente para fazer uma presso com o dedo indicador sobre o algodo.

    11. Nas coletas com seringa, retirar a agulha, cuidadosamente, com o auxlio de uma pina. Desprez-la no recipiente para descarte de perfurocortantes e transferir o sangue para os tubos de ensaio.

    12. Deixar aproximadamente duas gotas de sangue na seringa para se fazer o esfregao sanguneo quando houver Hemograma, Eritrograma, Leucograma, Contagem de Plaquetas e/ou de Reticulcitos. Realizar a extenso sangunea.

    13. Verificar as condies gerais do cliente observando se no h sinais de fraqueza e se o sangramento est controlado. Colocar o curativo sobre a puno.

    Obs: Os tubos que contm anticoagulantes devem ser tampados e homogeneizados por inverso. O tubo sem anticoagulante deve

    ser levado ao banho-maria a 37 C por, aproximadamente, 15 minutos para facilitar a separao do soro. Aps a coagulao este

    tubo centrifugado a 3 500 RPM por 5 minutos.

    Coleta de sangue a vcuo:

    1. Preparar o material a ser utilizado na coleta. 2. Receber, orientar e acomodar o cliente. 3. Conferir com ateno no pedido do mdico quais os exames a serem realizados.

  • 4. Consultar o manual de coleta para certificar que material (soro, plasma, sangue total) dever ser coletado. 5. Calar as luvas fazendo assepsia das mesmas com lcool-gel. 6. Separar todos os tubos necessrios coleta. 7. Colocar o garrote quatro dedos acima do local onde ser realizada a puno. Nunca deixar o garrote por mais de 1 minuto. 8. Selecionar a veia adequada para a puno. 9. Embeber o algodo em lcool 70% e realizar a assepsia local, de baixo para cima. 10. Realizar a puno observando que a agulha penetre num ngulo de 15 graus em relao ao brao, com o bisel da agulha

    voltado para cima. Seguir o trajeto da veia com a agulha. Soltar o garrote quando o sangue comear a fluir.

    11. Assim que a agulha penetrar a veia, empurre o tubo para frente do suporte segurando firmemente a agulha no local correto. Trocar por outro tubo quando estiver cheio.

    12. Aps o encerramento da coleta, solicitar ao paciente que relaxe o brao, colocando um chumao de algodo seco sobre o local da puno.

    13. Pressione o local da puno somente aps a retirada da agulha. 14. Para coletar sangue arterial selecionar preferencialmente a artria radial, em seguida a braquial e por ltimo, a femural. 15. Homogeneizar os tubos que contm anticoagulante e realizar a confeco do esfregao sanguneo quando necessrio. 16. Proceder a identificao das amostras (numerar). 17. Colocar o curativo sobre a puno.

    Obs: Verificar as condies gerais do cliente verificando se no h sinais de fraqueza e se o sangramento est controlado.

    Sangue Capilar

    obtido atravs da puno da polpa digital, da superfcie plantar do calcanhar ou do lbulo da orelha. Esta puno

    pouco usada na rotina, devido pequena quantidade de sangue obtida.

    Exemplos de exames que podem ser realizados pelo sangue capilar:

    Pesquisa de parasitas intra-eritrocitrios.

    Estudo da morfologia dos Leuccitos.

    Hemograma.

    Classificao sangunea.

    A puno capilar uma alternativa para quando no conseguimos obter o sangue de outra forma. A grande desvantagem

    deste mtodo o fato de precisarmos fazer uma repetio, uma nova puno ter que ser feita, e, muitas das vezes, isso nem

    possvel.

    Tcnica:

    1. Escolher o local da puno. 2. Fazer a anti-sepsia com lcool a 70% e algodo. 3. Esperar o lcool secar e com uma lanceta descartvel fazer a inciso (perfurar). 4. Desprezar a primeira gota e logo aps deixando o sangue fluir livremente, aspir-lo com o auxlio de uma micropipeta ou

    pingar as gotas diretamente nas lminas.

    Cuidados:

    No lancetar rea edemaciada (inchada)

    No lancetar pele fria ou ciantica

    No espremer o local

    Esperar o lcool secar

    No soprar o local.

  • Sangue Arterial

    Principais artrias a serem puncionadas: radial (45), braquial (45) e femural (90).

    Pressionar mais tempo (no mnimo 5 minutos).

    No garrotear.

    Tcnica:

    1. Preparar o material:

    Cuba rim. Seringa descartvel com agulha 25x7 (para criana) ou 25x8 (para adulto). Tubos de ensaio sem anticoagulante e/ou com anticoagulantes apropriados, com tampa. Algodo umedecido em lcool 70% e algodo sem lcool.

    2. Conferir com ateno na guia do mdico quais os exames a serem realizados. 3. Separar os tubos e frascos que sero utilizados. 4. Receber e orientar o cliente. 5. Calar as luvas fazendo assepsia das mesmas com lcool-gel. 6. Selecionar a artria adequada para a puno. 7. Fazer a assepsia no local utilizando algodo embebido com lcool 70%. 8. Realizar a puno introduzindo a agulha, com o bisel voltado para cima, num ngulo de 45 em relao ao brao. Com a

    outra mo, puxar o mbolo, com tenso suave e constante, at obter o volume desejado.

    Obs: Se estiver usando sistema a vcuo, assim que a agulha penetrar a veia, empurre o tubo para frente do suporte segurando

    firmemente a agulha no local correto. Trocar por outro tubo quando estiver cheio. Se estiver coletando sangue para gasometria,

    utilize sempre seringa, aps a coleta, segurando a seringa na posio vertical, retire todo o ar empurrando o mbolo at o

    surgimento de uma gota de sangue no bisel. Tampe a agulha utilizando rolha de borracha para evitar o contato com o ar.

    9. Colocar o algodo no local da puno, retirar a agulha e orientar o cliente para fazer uma presso com o dedo indicador sobre o algodo por, aproximadamente, 5 minutos.

    10. Nas coletas com seringa, retirar a agulha, cuidadosamente, com o auxlio de uma pina. Desprez-la no recipiente para descarte de perfuro-cortantes e transferir o sangue para os tubos de ensaio.

    11. Deixar aproximadamente duas gotas de sangue na seringa para se fazer o esfregao sanguneo quando houver Hemograma, Eritrograma, Leucograma, Contagem de Plaquetas e/ou de Reticulcitos. Realizar a extenso sangunea.

    12. Verificar as condies gerais do cliente observando se no h sinais de fraqueza e se o sangramento est controlado. Colocar o curativo sobre a puno.

    13. Acompanhar o cliente at a porta.

    Atividades

    1. Cite quatro causas de erros na coleta de sangue. 2. Qual o melhor local de se fazer a puno venosa? 3. Qual a melhor veia para se fazer coleta? Por qu? 4. Por que no se deve usar garrote na coleta arterial? 5. Por que a coleta na artria radial mais segura que na braquial?

  • AULA PRTICA

    Noes Bsicas de Microscopia ptica:

    Lentes:

    Oculares: Aumento 10X (Uniocular, Binocular, Tri-ocular e Tetra ocular.

    Objetivas: 4x, 10x, 40x, 100x. Aumentos em 40x, 100x, 400x, 1000x.

    Para se obter o aumento final, basta multiplicarmos o valor da objetiva pelo valor da ocular. Exemplo: Ao usarmos a

    objetiva de 40x, teremos um aumento de 400 vezes (40 x 10 = 400).

    Parafusos: Macromtrico e Micromtrico (ajustar o foco).

    Charriot: Vertical e Horizontal (mudar os campos microscpicos).

    Controle de luminosidade: Potencimetro (Liga/Desliga), Condensador e Diafragma.

    Mesa: Local onde se coloca a lmina para ser analisada.

    Noes de Espectrofotometria:

    Espectrofotmetro um aparelho utilizado para determinar a concentrao de substncias que foram submetidas a reaes

    colorimtricas. Esta determinao feita por passar um feixe de luz atravs de uma soluo. Uma fonte de luz policromtica

    fornece um feixe de luz que passa por um prisma que dispersa a luz em um espectro. A luz, agora monocromtica passa por uma

    fenda e atravessa a cubeta que contem a substncia a ser dosada (colorida). Uma poro de luz absorvida (Absorbncia) e outra

    passa (Transmitncia) pela soluo. A luz que passa pela soluo detectada pela clula fotoeltrica, que a converte em corrente

    eltrica a qual registrada por um galvanmetro.

    Espectrofotometria em ensaios bioqumicos:

    A espectrofotometria na regio visvel um dos mtodos de rotina mais prticos para a quantificao de substncias em

    soluo. Nas aulas prticas de Bioqumica, utilizamos a espectrofotometria para determinar a concentrao de glicose, colesterol,

    triglicrides, cido rico, protenas, ureia, creatinina, dentre outros compostos presentes no nosso sangue. Por fim, recorrer-se

    espectrofotometria para determinar atividades enzimticas.

    Radiaes e luz:

    A ttulo de curiosidade, as sete cores observadas nos arco-ris resultam precisamente da decomposio da luz branca nas

    radiaes que a constituem. Em estudos espectrofotomtricos as radiaes com interesse resumem-se s que possuem cor gama

    visvel (cujo comprimento de onda varia de 320 a 800 mm) e s ultravioletas, as quais constituem uma pequena parte do espectro (comprimento de onda varia de180 a 320 nm). O comportamento da luz pode ser descrito como um feixe de partculas, ou

    como uma radiao eletromagntica. Recorre-se ao ltimo para compreender os ensaios espectrofotomtricos onde, partindo-se da

    medida absoro da radiao eletromagntica de faixa de comprimento de onda definida (luz monocromtica), possvel se

    determinar a concentrao de diversas substncias.

    Espectrofotmetros e medies de quantidades de luz:

    A medio de quantidades de radiao absorvida por solues pode ser realizada experimentalmente em aparelhos

    designados espectrofotmetros.

  • As radiaes so produzidas a partir de uma fonte luminosa (lmpada) que emite uma luz policromtica que, ao passar

    pelo filtro (prisma), se transformar numa luz monocromtica, selecionvel conforme o comprimento de onda adequado para a

    anlise em questo. O comprimento de onda ( ) utilizado numa anlise ser aquele correspondente cor complementar da amostra.

    Esta luz monocromtica com uma intensidade inicial (I0) atravessa uma cubeta onde se encontra colocada a "amostra", at atingir

    um detector que mede a intensidade de luz restante (I).

    Teoria subjacente medio de quantidades de luz:

    A absoro de radiaes eletromagnticas pela matria obedece aos seguintes princpios:

    A relao entre luz absorvida e nmero de molculas de soluto numa soluo (traduzida pela sua concentrao) exponencial.

    A absoro de luz relaciona-se exponencialmente com o comprimento da distncia que a luz percorre atravs da amostra. Estes dois princpios foram integrados na expresso designada de "Beer-Lambert", que serve de base a todo e qualquer

    ensaio espectrofotomtrico quantitativo. A traduo matemtica desta lei implica a definio de dois parmetros:

    a Absorvncia (A) (referida nos manuais menos recentes como densidade ptica) e a Transmitncia (T).

    A percentagem de radiao que atravessa uma soluo homognea designada por Transmitncia (T) e apresenta unidades (%) (expresso I.C). Contudo, os resultados espectrofotomtricos so expressos geralmente em Absorvncias

    (A) que correspondem aos simtricos dos logaritmos das transmitncias (expresso I.D). Este parmetro desprovido de

    unidades e apresenta sobre a transmitncia a vantagem de variar linearmente com a concentrao das amostras, segundo a

    lei de Beer-Lambert (expresso I.E). Estas expresses, extremamente teis do ponto de vista prtico, deixam em aberto a

    relao entre luz e absorvida e concentraes, que foi condensada na expresso de Beer-Lambert (expresso 1.E.)

    I.C. T = I / I0 I.D. A = -log T

    I.E. A = e x l x c, onde e (coeficiente de absortividade molar (cm-1

    x M-1

    ), l (comprimento do percurso da luz atravs da

    amostra (cm) e c (concentrao da amostra; M).

    As medies de Absorvncia so realizadas em comprimentos de onda especficos de forma que, a luz que ir incidir

    sobre a amostra, tenha cor complementar cor da amostra.

    Zonas de aplicabilidade:

    importante notar que a linearidade constatada na lei de Beer-Lambert se restringe a zonas de aplicabilidade

    caractersticas de cada mtodo para as condies experimentais utilizadas. Efetivamente, a concentraes de amostra

    excessivamente reduzidas ou elevadas, podero ocorrer erros originados, respectivamente, pela falta de sensibilidade do mtodo,

    ou pela acentuao da turbidez das solues. As zonas de aplicabilidade de cada ensaio devem ser determinadas

    experimentalmente, antes de ensaiar qualquer amostra, por forma a garantir a validade dos resultados experimentais obtidos para as

    solues problema.

  • Consideraes prticas:

    A proporcionalidade direta existente entre a quantidade de luz absorvida a comprimentos de onda especficos e a

    concentrao de solues, permite a utilizao da espectrofotometria como mtodo quantitativo. Para o efeito, necessrio possuir

    valores de referncia ou, melhor ainda, uma relao entre Absorvncias registadas experimentalmente para uma srie de

    concentraes de solues. Na prtica isso equivale construo de retas de calibrao.

    Quando forem conhecidos valores de absorvncia de solues problema - obtidos experimentalmente - o recurso s retas

    de calibrao permite determinar matematicamente as concentraes respectivas. Para determinar a equao da reta de calibrao,

    procede-se da seguinte forma:

    1. Solues padro: preparam-se solues de concentraes conhecidas e diferentes (geralmente pesa-se um slido para fazer um stock concentrado, que diludo em propores diferentes para se obter as outras solues padro).

    2. Executa-se o procedimento experimental de doseamento simultaneamente para as amostras e para as solues padro. 3. Avalia-se a zona de aplicabilidade do mtodo. 4. Determina-se a relao existente absorvncia de solues padro e respectivas concentraes, traando (papel

    milimtrico) ou determinando a equao (regresso linear) da reta resultante. A vantagem das representaes grficas

    reside no fato de se poderem distinguir os resultados que se encontram dentro das zonas de aplicabilidade.

    E quando a substncia a detectar/dosear for invisvel?

    Na sua maioria, as solues de biomolculas so transparentes. Tal fato levou ao desenvolvimento de diferentes tipos de

    abordagens sua quantificao:

    1. Uso de radiaes da regio Ultravioleta do espectro (por exemplo, protenas e cidos nucleicos absorvem radiaes aos 260 e 280 nm, respectivamente).

    2. Transformao da biomolcula num composto corado, por ligao especfica de um corante (por exemplo, doseamento de protenas pelos mtodo de Biureto: a ligao peptdica forma um complexo violeta com Cu

    2+ na reao do Biureto).

    3. Transformao da biomolcula num composto corado, por uma reao qumica especfica (por exemplo: quantificao de colesterol pelo mtodo de Liebermann-Burchard).

    4. Reconhecer alguns fatores importantes em ensaios espectrofotomtricos aplicados a molculas biolgicas. 5. Aplicar a espectrofotometria para testar a presena de substncias coloridas. 6. Perceber a linguagem utilizada em ensaios espectrofotomtricos. 7. Determinar a concentrao de solues de biomolculas. 8. Compreender os fundamentos e procedimento de ensaios espectrofotomtricos quantitativos.

    O espectrofotmetro permite fazer leituras das Absorbncias ou das Transmitncias de amostras submetidas a reaes

    colorimtricas. Normalmente em Bioqumica, as leituras so feitas em Absorbncia (A).

    Reaes colorimtricas:

    So aquelas nas quais os reagentes e a amostra (geralmente o soro) interagem, produzindo substncias coradas ao final da

    reao.

    Ex: Reagente de cor de Glicose + Soro Produto Corado (Amostra)

    A intensidade da cor do produto formado ser tanto maior, quanto maior for a concentrao da amostra.

    Lei de Beer:

    A concentrao da substncia diretamente proporcional a sua Absorbncia.

    Substncias que seguem a Lei de Beer:

    Sendo assim, para as substncias que seguem a Lei de Beer, podemos montar a seguinte regra de trs:

  • Concentrao padro Absorbncia do padro

    Concentrao da amostra Absorbncia da amostra

    Considerando: CP = Concentrao padro

    AP = Absorbncia do padro

    CA = Concentrao da amostra

    AA = Absorbncia da amostra

    Teremos:

    CP AP CA AA

    Resolvendo a regra de trs:

    CA x AP = CP x AA Ap

    AACpCA xAAAp

    CpCA Fc x AA

    Fator de Calibrao

    Desta forma, uma das maneiras de se determinar a concentrao de substncias que seguem a Lei de Beer, multiplicar o

    fator de calibrao (Fc) pela absorbncia da amostra (AA).

    Outra forma de se determinar a concentrao de substncias que seguem a Lei de Beer, a construo da Reta de

    calibrao, uma vez que a concentrao diretamente proporcional absorbncia. Para isto devemos fazer as leituras das

    absorbncias da substncia a ser analisada em diferentes concentraes. No eixo X colocamos os valores das concentraes

    conhecidas (diversas diluies do padro) e no eixo y colocamos os valores das respectivas absorbncias lidas no

    espectrofotmetro. Construdo o grfico (Reta de calibrao), a amostra ser dosada e o valor de sua absorbncia lida no

    espectrofotmetro ser colocada no eixo Y, a seguir, encontramos o valor da concentrao da amostra no eixo X.

    Exemplos de substncias no seguem a Lei de Beer: Glicose, colesterol, triglicrides, cido rico, ureia, creatinina, etc.

  • Para determinarmos a concentrao de amostra que seguem a Lei de Beer utilizando o grfico (Reta de calibrao)

    devemos fazer a leitura da absorbncia da amostra, procurar o valor no eixo da absorbncia e a seguir encontrar o valor

    correspondente no eixo da concentrao. Exemplo: Se a absorbncia da amostra (AA) lida no espectrofotmetro fosse 0,310, ao

    jogarmos este valor no grfico, descobrimos que a concentrao da amostra (CA) 30 U/mL.

    Na prtica laboratorial, a concentrao das substncias que seguem a Lei de Beer determinada multiplicando o Fator de

    Calibrao (Fc) pela Absorbncia da amostra (AA).

    CA = Fc x AA

    Exemplos:

    1. Calcule a concentrao de Hemoglobina da amostra abaixo:

    Dado: Cp = 10 g/dL

    Leituras: Ap = 0,420

    AA = 0,519

    2. Calcule a concentrao de Glicose das amostras abaixo:

    Dado: Cp = 100 mg/dL

    AA1= 0,420

    AA2 = 1,240

    AA3= 0,980

    AA4 = 0,210

    Ap = 0,350

    Linearidade = 500 mg/dL

    Linearidade

    Quando a linearidade for ultrapassada, ou seja, quando a concentrao da amostra for maior que a linearidade, a amostra

    deve ser diluda at que sua concentrao esteja dentro da linearidade. A concentrao da amostra diluda ser obtida

    multiplicando-se a absorbncia da amostra diluda pelo fator de calibrao. Por fim, a concentrao da amostra ser obtida

    multiplicando-se a concentrao da amostra diluda pelo fator de diluio.

  • Observe o grfico abaixo. A partir do ponto marcado na reta de calibrao, a proporcionalidade entre a concentrao e a

    absorbncia deixa de existir, note que o grfico passa a ser uma curva. Neste caso, dizemos que a concentrao da amostra

    ultrapassou a linearidade.

    Se no exerccio anterior, a absorbncia da amostra 5 fosse igual a 1,760 (AA5 = 1,760), ao determinar sua concentrao

    obteramos 502,8 mg/dL.

    CA5 = Fc x AA5

    CA5 = 285,7 x 1,76

    CA5 = 502,8 mg/dL

    Dessa forma a amostra deveria ser diluda, pois o valor superior linearidade dada (500 mg/dL). Se aps a diluio 1:2,

    a nova absorbncia for igual a 1,000. Assim sendo, para determinar a real concentrao dessa amostra, devemos proceder ao

    seguinte clculo.

    CA5 diluda 1:2 = Fc x 1,000 = 285,7 x 1,000 = 2,857

    A concentrao da amostra diluda obtida multiplicando-se o fator de calibrao pela absorbncia da amostra diluda.

    CA5 = CA5 diluda 1:2 x Fd = 2,857 x 2

    CA5 = 571,4 mg/dL

    Para descobrirmos a concentrao da amostra, multiplicamos a concentrao da amostra diluda (que debe estar dentro da

    linearidade) pelo seu fator de diluio.

    Obs: Quando, mesmo aps a diluio, ao multiplicarmos a absorbncia da amostra diluda pelo fator de calibrao, obtivermos um

    valor acima da linearidade, a amostra dever ser diluda novamente, at que a concentrao da amostra diluda esteja dentro da

    linearidade.

    3. Determine as concentraes das amostras abaixo:

    Dado: Linearidade = 300 mg/dL

    Cp = 200 mg/dL

    Ap = 0,194

    AA1 = 0,210 AA4 = 0,610

    AA1Dil.1:2 = 0,105 AA4 Dil.1:2 = 0,318

    AA2 = 0,302 AA4 Dil.1:3 = 0,111

    AA3 = 0,520

    AA3 Dil.1:3 = 0,175

  • 210,0194,0

    2001CA 216,5 mg/dL

    302,0194,0

    2002CA 311,3 mg/dL

    520,0194,0

    2003CA 536,1 mg/dL

    CA3Dil.1:3 = 0,175 x Fc = 184 x Fd = 541,2 mg/dL

    610,0194,0

    2004CA 628,8 mg/dL

    CA4 Dil.1:2 = 0,318 x Fc 327,8 mg/dL

    CA4 Dil.1:3 = 0,111 x Fc = 114,4 x Fd = 343,2 mg/dL

    Substncias que no seguem a Lei de Beer:

    Para as substncias onde a concentrao no diretamente proporcional absorbncia, no ser possvel calcular a

    concentrao aplicando a frmula Ca = Fc x Aa.

    A concentrao da amostra ser obtida a partir do grfico (Curva de calibrao), que ser construdo atravs de leituras

    das absorbncias de diversas (no mnimo 5) diluies do padro (Substncia de concentrao conhecida). No eixo X colocamos os

    valores das concentraes conhecidas (diversas diluies do padro) e no eixo y colocamos os valores das respectivas absorbncias

    lidas no espectrofotmetro. Construdo o grfico (Curva de calibrao), a amostra ser dosada e o valor de sua absorbncia lida no

    espectrofotmetro ser colocada no eixo Y, a seguir, encontramos o valor da concentrao da amostra no eixo X.

    Exemplos de substncias que no seguem a Lei de Beer:

    TGO (Transaminase Oxalactica)

    TGP (Transaminase Pirvica).

    A determinao da concentrao destas substncias feita utilizando a Curva de Calibrao.

    Uso do espectrofotmetro

    No precisa ser diluda, pois a concentrao da

    A1 foi menor que Linearidade.

    No possvel determinar a concentrao, pois a mesma

    ultrapassou a linearidade. A mostra deve ser diluda.

  • 1. Ligar o aparelho (na parte posterior) e esperar estabilizar. 2. Selecionar o (comprimento de onda). 3. Colocar o branco na cubeta, limp-la com gaze ou papel, coloc-la na posio correta no aparelho e tampar. 4. Selecionar transmitncia e colocar em T = 100.0 (100%). 5. Selecionar absorbncia e zerar em A = 0.000 (zero) 6. Retirar a cubeta, voltar o branco para o seu tubo; tocar a cubeta na posio invertida na gaze, para secar a ltima gota. 7. Transferir o padro para a cubeta, limp-la com gaze ou papel, coloc-la na posio correta no aparelho e tampar. 8. Fazer a leitura da absorbncia do padro (Ap). 9. Voltar o padro para o seu tubo e secar a ltima gota. 10. Colocar a amostra na cubeta, limp-la com gaze ou papel, coloc-la na posio correta no aparelho e tampar. 11. Fazer a leitura da absorbncia da amostra (Aa). 12. Colocar a amostra em seu tubo. 13. Determinar a concentrao da amostra.

    Atividades:

    1. Determine a concentrao da amostra:

    Dado: (comprimento de onda) = 505 nm Cp = 200 mg/dL

    Leitura do Padro = ___________

    Leitura da Amostra = ___________

    CA = __________

    Tcnica:

    Branco Padro Teste

    Reagente de cor 2 mL 2 mL 2 mL

    Padro ----- 20 L -----

    Amostra ----- ----- 20 L

    Homogeneizar

    Incubar no banho-maria a 37 C por 5 min.

    Ler no espectrofotmetro ( = 505 nm) as absorbncias do padro e da amostra.

    Realizar o clculo da concentrao da amostra.

    Clculo:

    AAAp

    CpCA CA = _____________

    2. Determine a concentrao de glicose:

    Dado: = 500nm Cp = 100mg/dL

    Leitura do Padro = ___________

    Linearidade = 400mg/dL

    Leitura da Amostra = ___________

    CA = __________

    Tcnica:

  • Branco Padro Teste

    Reagente de cor 2 mL 2 mL 2 mL

    Padro ----- 20 L -----

    Amostra ----- ----- 20 L

    Homogeneizar

    Incubar no banho-maria a 37 C por 5 min.

    Ler no espectrofotmetro ( = 520 nm) as absorbncias do padro e da amostra.

    Realizar o clculo da concentrao da amostra.

    Verificar se a concentrao da amostra est dentro da linearidade.

    Clculo:

    AAAp

    CpCA CA = ___________

    Causas de erros nas dosagens bioqumicas

    Pipetagem dos reagentes de maneira inadequada (pipeta inclinada, no levant-la altura dos olhos, etc.). Obs: quando o lquido for lmpido, zerar pelo menisco inferior, se opaco, zerar pelo menisco superior.

    Erro na pipetagem da amostra (no rinar a ponteira da amostra vrias vezes; no observar se o volume aspirado pela micropipeta est correto; conter bolhas de ar na ponteira da micropipeta; no homogeneizar a amostra corretamente).

    Erros no momento da coleta: hemlise devido coleta difcil; paciente no estar em jejum, quando este for necessrio; paciente garroteado por muito tempo; bater no brao do paciente.

    Impurezas, como por exemplo, detergente na vidraria.

    A m qualidade dos reagentes.

    A m conservao dos reagentes.

    A m conservao da amostra.

    M qualidade da gua utilizada no preparo dos reagentes.

    No observar o tempo para a estabilizao dos aparelhos; no zerar o aparelho corretamente; no utilizar o comprimento de onda adequado.

    No observar o tempo necessrio para que os reagentes atinjam a temperatura ambiente, quando exigido na tcnica.

  • NOES BSICAS DAS COLETAS SANGUNEAS

  • Conhecendo os vasos sanguneos

    Artrias: Vaso muscular elstico, de parede espessa e carregam sangue rico em oxignio do corao para o corpo. Elas se

    ramificam em vasos cada vez menores, que acabam desembocando em capilares. Suas funes so controlar o fluxo de sangue no

    interior dos tecidos e transportar sangue sob alta presso aos tecidos.

    Subclvias Esquerdas e Direitas levam o sangue aos membros superiores. No brao recebe o nome de braquial, e no

    cotovelo se divide em artria radial e ulnar, que caminham paralelas aos ossos de mesmos nome.

    Arterolos so os ltimos pequenos ramos do sistema arterial e atuam como vlvulas de controle atravs das quais o

    sangue liberado para dentro dos capilares.

    CLASSIFICAO QUANTO AO CALIBRE

    Elsticas ou Grandes -7 mm (Ex: aorta, subclvia)

    Distribuidoras ou Mdias - 2,5 e 7 mm (maioria)

    Pequeno - 0,5 e 2,5 mm

    Arterola - < 0,5 mm dimetro

  • ESCOLHA DO LOCAL DA PUNO ARTERIAL

    Alguns trechos de artrias profundas apresentam trajetos superficiais, disto se aproveitam os mdicos para aplicaes

    prticas. A artria Radial superficial na extremidade distal do antebrao. Tambm a Femoral, Temporal e a dorsal do p, possuem

    trechos superficiais.

    Punes arteriais so tecnicamente mais difceis do que as venosas. O aumento da presso nas artrias dificulta cessao

    do sangramento, trazendo como consequncia a formao indesejvel do hematoma. Locais imprprios que no devem ser

    escolhidos: Locais irritados, edematosos, prximos a uma ferida ou cicatriz, em rea de juno arteriovenosa (AV) ou fstula.

    Espasmo arterial um reflexo da constrio da artria que diminui o fluxo sanguneo com possveis consequncias graves

    na circulao e perfuso tecidual. Sintomas de desconforto temporrio podem ser expressos como dor, palpitao, sensibilidade,

    excitamento agudo e cibra. s vezes impraticvel ou impossvel obter sangue arterial de um paciente.

    A Radial preferida em adultos devido sua localizao superficial. A Ulnar proporciona excelente fluxo colateral.

    A Braquial tem mau fluxo colateral, prxima ao peristeo, veias e nervos e pode ser difcil de ser comprimida. Msculos e tendes

    no sustentam a artria e ocorre maior risco de leso das estruturas vizinhas e de hemorragias. J a Femoral grande e fcil, porm

    h o risco de infeco. No se pode realizar em idosos com prevalncia de arteriosclerose e pacientes com cirurgia vascular.

    Veias: So vasos que levam o sangue do corpo ao corao. Suas paredes so menos espessas que as das artrias porque o sangue

    circula em seu interior a uma presso mais baixa. Com frequncia, elas esto parcialmente cheias de sangue e, assim parecem

    murchas, com vista na transversal. So importantes reservatrios: a qualquer momento abrigam cerca de 65% do sangue do

    corpo. Funcionam como condutores para o transporte do sangue dos tecidos de volta ao corao, mas o que mais importante servem como grande reservatrio de sangue. A presso do sistema venoso muito baixa, sendo as paredes venosas finas, mesmo

  • assim so musculares, permitindo a contrao ou expanso funcionando como um reservatrio controlvel para o sangue extra,

    quantidade pequena ou grande, dependendo das necessidades do corpo.

  • ESCOLHA DO LOCAL DA PUNO VENOSA

    As veias superficiais no acompanham artrias. Devido sua

    situao subcutnea, de escolha para aplicaes de injees e

    coleta de sangue.

    ERROS DURANTE A PUNO

  • LOCAIS QUE DEVERO SER EVITADOS

    Vaso de pequeno calibre ou muito profundo.

    Vaso esclerosado ou trombosado processo patolgico de pele, como esclerodermia (pele endurecida e grossa).

    Terapia intavenosa por longo perodo (veias danificadas ou ocluidas).

    Terapia intavenosa atual (no utilizar esta veia para puno).

    rea com sangramento, causadas por deficincia de fatores da coagulao, medicamentos que alteram a funo plaquetria, tcnica inadequada de puno, sangramento local por mais de 10 min.

    rea com fstual arteriovenosa, ocorrendo risco de leso traumtica.

    rea com cicatriz, devido Fstul.

    Capilares: So os mais numerosos vasos sanguneos, microscpicos com dimetro equivalente a um dcimo de um fio de cabelo e

    interpostos entre artrias e veias. A sua funo levar sangue as clulas, fornecendo-lhes nutrientes e oxignio, removendo

    resduos inaproveitveis. Suas paredes finas permitem a troca fcil de matrias entre o sangue e as clulas.