Apostila de Administração Financeira - 2012

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  • 8/19/2019 Apostila de Administração Financeira - 2012

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    Administração Financeira – Prof. Wendell Lé[email protected]

    Minicurriculum – Prof. Wendell LéoBacharel em Administração de Empresas pela Católica de Brasília, com MBA em Marketing pela ESPM - Escola Superior dePropaganda e Marketing, mestrando em Planejamento Estratégico.Professor das matérias: RH, Adm. Financeira, Adm. de Materiais e Patrimônio, Ética, Decretos n. 1.171 e n. 6.024, Relações Públicas eHumanas, Atendimento, Trabalho em Equipe, Liderança, Marketing, Adm. Pública, Planejamento Organizacional, Técnicas de Estudo,Gestão da Qualidade, Gestão de Processos e alguns conteúdos específicos.Em faculdades, professor das matérias: Planejamento Estratégico, Marketing, Empreendedorismo, Administração de Materiais, TeoriaGeral da Administração, Análise de Novos Negócios, Criatividade e Inovação, Gerenciamento de Vendas, Jogos Empresariais e TCCs.Palestrante nos assuntos: Oratória, Vendas Motivadas, Planejamento Estratégico, Liderança e Marketing.Ampla experiência em preparatórios para concurso e faculdades; gerenciamento de pessoas e unidades de negócios; treinamento edesenvolvimento de equipes; consultor organizacional; palestrante e experiência gerencial em várias empresas regionais,multinacionais e própria.Aulas teóricas com exemplos práticos, atendendo assim as demandas atuais dos editais e facilitando a aprendizagem com aulasparticipativas.Aprovado recentemente em 37º lugar para Administrador na Terracap, 7º lugar para Administrador na CEB, 10º lugar paraAdministrador no Ministério do Turismo; classificado em vários concursos como Correios, DFTrans, Apex, entre outros.Facebook – http://facebook.com/wendell.leo Blog – www.blogdowendellleo.blogspot.com 

    Muitos concurseiros deixam de lado os estudos desta matéria, ora por achar complicado demais, ora por não terem conhecimentosteóricos sobre Administração, ora por não terem o conhecimento prático. Esta importante matéria acaba sendo considerada matéria dedesempate, no acirrado mundo dos concursos. E saibam, ela nem é tão complicada assim...Pensando nisso, este material foi elaborado em formato de um dicionário, servindo tanto como material básico para os que jamaistiveram contato com esta matéria, assim como um catálogo de acesso fácil sobre o que comumente aparece em concursos sobreAdministração Financeira. Não está em ordem alfabética, mas sim seguindo uma seqüência lógica para raciocínio e absorção doconteúdo.E mais uma dica: Administração Financeira não é AFO!!! AFO envolve apenas as questões de orçamento público, enquantoadministração financeira é uma visão mais abrangente em relação às organizações em geral. Administração Financeira tem comoprincipal eixo as decisões quanto ao capital de uma organização (independente de ser pública ou privada).Outra dica: Administração Financeira não é Contabilidade ou Matemática Financeira. Alguns cálculos estão presentes na matéria, mas95% das questões sobre este assunto são puramente teóricas. Ter conhecimentos básicos de Contabilidade ajuda no entendimento damatéria, mas lançamentos contábeis também não são o foco principal. Digo isso pois muitos materiais no mercado, assim como muitoscolegas professores explicam administração financeira como se fosse contabilidade ou matemática. Vcoês poderão observar nasquestões de concursos que o foco é a tomada de decisão.Bons estudos!!!

    Prof. Wendell Léo

    Conceitos Introdutórios em Administração FinanceiraAdministração Financeira: Ramo da administração que lida com o planejamento, organização, direção e controle da rentabilidade eda liquidez  das organizações. É o ramo da Administração que cuida dos recursos financeiros. O administrador financeiro deveentender de contabilidade, deve possuir conhecimentos básicos de economia para estar atento ao mercado, tanto nos fatoresmicroeconômicos (oferta, demanda e preços referentes a empresa) como nos macroeconômicos (ciclo de negócios, taxa de inflação,tendências, câmbio, referentes ao mercado externo). O profissional realiza orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa,administração do crédito, análise de investimentos e captação de recursos.Finanças: Pode-se definir Finanças como a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizaçõesobtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentosenvolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos.Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros objetivando a maximização da riqueza da empresa e dovalor das suas ações.Rentabilidade: Melhor retorno possível do investimento (lucratividade). É alcançada à medida que o negócio da empresa proporcionea maximização dos retornos dos investimentos feitos pelos acionistas. A rentabilidade máxima pode comprometer a liquidez da

    empresa, pois os retornos estão submetidos a diferentes períodos de tempo.Liquidez: Rápida conversão em dinheiro de todo e qualquer investimento. É a capacidade das empresas de pagar suas dívidas nasdatas dos vencimentos. É o grau de capacidade que a empresa tem em determinado momento, de atender os seus compromissos decurto prazo através de seus Ativos Circulantes.A insolvência de uma empresa pode ocorrer devido a excesso de imobilizações ou de estoques, à concessão aos clientes de prazosmuito longos para pagamentos, ou ainda, à utilização de fontes de financiamentos inadequadas.Veja os índices de liquidez após a explicação da composição do Balanço Patrimonial nas páginas à seguir...Comentário:  Deve-se aplicar boa parte dos fundos disponíveis e manter inativa a outra parte como proteção ou defesa contra riscosde não se conseguir pagar algum débito. Como esses fundos inativos não trazem retorno aos investidores, é impossível ter a Liquideze a Rentabilidade em níveis máximos. A Rentabilidade sempre deve ter prioridade em relação à Liquidez.

    Quer ver ficar fácil a diferença entre Rentabilidade e Liquidez?Imagine um comprimido de Sonrisal sendo consumido sem dissolvê-lo na água... arghhhh!!! Um comprimido sólido não será facilmenteconsumido, mas é muito bom termos guardado para eventuais emergências, certo? O comprimido é a Rentabilidade: Dinheiroguardado em um investimento, rendendo por um tempo. Para consumirmos, faremos a Solvência do Sonrisal. Solvência  emContabilidade é a transformação do dinheiro do investimento em dinheiro no bolso. Com o Sonrisal líquido, fica muito mais fácil

    consumir, assim como é muito mais fácil pagar as contas com o dinheiro limpinho no bolso: isso é Liquidez! Insolvência é aincapacidade no momento de transformar a Rentabilidade em Liquidez. Os motivos podem ser vários, e entre eles o fato de não valer apena resgatar o investimento feito no momento.

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    O papel do Administrador FinanceiroA função de gestão financeira geralmente é associada a um alto executivo da empresa, denominado freqüentemente diretor financeiro

    ou vice-presidente de finanças. O vice-presidente de f inanças coordena as atividades do tesoureiro e do contador. A contabilidadepreocupa-se com a contabilidade de custos e a contabilidade financeira, com os pagamentos de impostos e com os sistemas deinformação gerencial. A tesoureira responsabiliza-se pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu planejamentofinanceiro, e pelos gastos de investimento. Numa empresa menor, o tesoureiro e o contador talvez sejam a mesma pessoa, não seencontrando dois departamentos distintos, ou ainda a contabilidade é terceirizada.Planejamento: Primeiro passo, após análises, na tomada de decisão da ação administrativa, no que tange a Finanças. Planejar é

    decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e de que forma os recursos financeiros devem ser aplicados, com o objetivo fim deobter Lucro e Crescimento.Plano: é o produto-fim do planejamento.Organização:  Processo administrativo que visa a estruturação da empresa, reunindo pessoas e equipamentos, de acordo com oplanejamento efetuado.Direção: Processo administrativo de conduzir e coordenar pessoas na execução das tarefas planejadas. É preciso saber decidir, darordens, instruções, sobre o que e como fazer, principalmente quando o assunto são os recursos financeiros.Controle: Processo administrativo responsável por controlar todas as operações financeiras da empresa, que direta ou indiretamenteafetam a organização.

    Modalidades de Organizações de EmpresasFirma Individual: Empresa de propriedade de um único indivíduo. É um tipo de empresa de criação mais simples e sujeita a menosregulamentação. O proprietário de uma firma individual tem direito a todo o lucro da empresa, porém tem responsabilidade ilimitadasobre as dívidas da mesma. Não há distinção entre rendimentos de pessoa física e de pessoa jurídica, de modo que o lucro daempresa é tributado como se fosse rendimento de pessoa física. A duração da firma individual é limitada pela vida do proprietário e o

    capital próprio, que pode ser reunido, é limitado à riqueza pessoal do proprietário.Sociedade Por Quotas: é semelhante a uma firma individual, excetuando-se o fato que tem dois ou mais proprietário (sócios). Numasociedade geral, todos os sócios participam dos lucros e prejuízos, e todos têm responsabilidade ilimitada por todas as dívidas daempresa, e não apenas por uma porção delas. Numa sociedade limitada, um ou mais sócios gerais serão responsáveis pela gestão daempresa e terão responsabilidade ilimitada, mas haverá um ou mais sócios limitados que não terão participação ativa no negócio. Aresponsabilidade de um sócio limitado por dívidas da empresa é restrita ao montante que tenha contribuído para o capital dasociedade. A maneira pela qual os lucros ou prejuízos da sociedade são repartidos é descrita no contrato social.Sociedade por Ações: Empresa criada como entidade jurídica independente, formada por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas. Aformação de uma sociedade por ações envolve a confecção de um documento de incorporação e um estatuto. A sociedade por açõesé a forma superior de organização de empresas, no que diz respeito a levantar recursos e transferir a propriedade de um investidor aoutro, mas apresenta a uma grande desvantagem: a dupla tributação.

    Origem dos RecursosÉ representado pelo Capital Próprio e pelo Capital de Terceiros.Capital Próprio:  representado pelos recursos pertencentes à empresa, como o Capital Social (investimento feito pelos sócios naempresa, à vista ou a prazo), os lucros acumulados, o resultado das vendas, as reservas de capital, etc. Ou seja, tudo aquilo que

    aparece na conta Patrimônio Líquido.Capital de Terceiros: são os recursos que, embora muitas vezes estejam à disposição da empresa, não pertencem ao patrimôniodela. Esses recursos deverão retornar aos legítimos proprietários em algum momento. Exemplos: crédito de fornecedores, créditosfiscais, créditos bancários. No balanço patrimonial, essas contas aparecem no passivo como Passivo Exigível.Sendo assim, a soma do Capital Próprio com o Capital de Terceiros representa a origem dos Recursos. As aplicações de recursoserão sempre em contas do Ativo.Recursos Permanentes: Recursos Próprios e Dívidas a Longo PrazoRecursos Temporários: compromissos e dívidas de curto prazoRecursos Onerosos: Provocam despesas financeirasRecursos Não Onerosos: Não provocam despesas financeiras

    Termos Comuns em Administração FinanceiraBalanço: Mostra a posição financeira da empresa em um dado momento. Ao lado esquerdo do balanço ficam alocados os ativos daempresa, e ao lado direito fica alocado a estrutura financeira.Fontes de recurso financeiro: Próprios (capital próprio) ou de terceiros (capital de terceiros).

    Ações Ordinárias ou Comuns: Tem o direito ao voto, pois gozam dos direitos de participação na administração da sociedade e nosresultados financeiros.Ações Preferenciais: são as vendidas nos mercados de ações. O investidos (acionista) tem preferência na distribuição dos lucros daempresa, porém não tem direito ao voto.Stakeholders:  Grupos de empregados, clientes, fornecedores, credores e outros que possuem vínculo econômico direto com aempresa, tendo assim todo o interesse na atividade da empresa.Fluxo de Caixa: Instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresapara certo período. É a previsão de entradas e saídas de dinheiro de um período determinado, bem como confronto dessa previsãocom as operações realizadas. Tem como objetivos: prever com antecedência os períodos em que haverá necessidade de buscarrecursos financeiros fora da empresa e fornecer informações corretas para a tomada de decisões no setor de finanças.Em resumo, o administrador financeiro está extremamente preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxosde caixa necessários para honrar suas obrigações, de forma a adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingiras metas da empresa. Ao invés de reconhecer receita no momento da venda e despesas no momento em que elas ocorrem, no fluxode caixa as receitas e despesas são lançadas apenas no momento exato da entrada e da saída do dinheiro.Custo de Oportunidade: Indica o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada, bem como os benefícios que poderiamser obtidos a partir desta oportunidade renunciada, ou ainda a alta renda que poderia ter sido gerada se uma outra opção deinvestimento tivesse sido a escolhida. epresenta o valor associado a melhor alternativa não escolhida. À alternativa escolhida associa-se como ̈ custo de oportunidade¨ o maior benefício NÃO obtido das possibilidades NÃO escolhidas.Capital Próprio ou Patrimônio Líquido: Recursos investidos nas empresas pelos proprietários.Capital de Terceiros ou Passível Exigível: Recursos investidos com o dinheiro dos outros.

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    Despesas: consumo de bens e serviços que direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita, ou seja, são gastos necessários aodesenvolvimento das operações da Entidade.A despesa poderá diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo. Ex. despesa com aluguéis, despesa com salários, despesa com juros, etc.Receitas: entrada de elementos para o Ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, proveniente das operações da Entidade. Ex.receita de serviços, receita com vendas, receita com juros, etc.Resultado: é a diferença obtida entre receitas e despesas em um determinado período. Toda receita aumenta o Patrimônio Líquido etoda despesa ocasiona diminuições, logo:- Se as receitas superarem as despesas do período, o resultado será positivo (LUCRO), aumentando o Patrimônio Líquido.- Se as despesas superarem as receitas do período, o resultado será negativo (PREJUÍZO), diminuindo o Patrimônio Líquido.Volatilidade: Já que falamos em termos químicos (solvência, liquidez), aqui vai mais um.. Na química algo volátil não é o que seevapora rapidinho? Então, na Contabilidade, a Volatilidade  é quando o dinheiro será consumido rapidamente. Por exemplo: ¨A

    volatilidade dos retornos de um investimento devem ser avaliados com cuidado¨. Esta frase significa que: se vamos escolher umaopção de investimento, precisamos avaliar se valerá a pena deixar este dinheiro tanto tempo parado para dar um retorno financeiropequeno, que será consumido rapidinho...Investimentos  - Aplicações de recursos que não se destinam à manutenção das atividades da empresa: Ex.Participaçõespermanentes em outras sociedades; obras de arte; imóveis não destinados ao uso; bens locados a terceiros, quotas de clube, etc.Imobilizado - Aplicação de recursos com objetivo de dar operacionalidade à empresa. Ex. Terrenos; Construções, instalações,Máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, veículos, marcas e patentes, obras em andamento, benfeitorias em imóveis deterceiros, etc.Depreciação Acumulada- Registra a perda de valor econômico dos bens por desgaste ou obsolescência.(bens tangíveis).Exaustão Acumulada - Registra o consumo do potencial de minas, reservas florestais, etc.(bens tangíveis).Amortização Acumulada - Registra as parcelas apropriadas a resultados de custo de ativo intangível, como marcas, patentes, luvas,etc. (bens intangíveis).Diferido - São registrados os gastos que não foram apropriados a resultados e que irão beneficiar exercícios futuros.

    Funções do Administrador FinanceiroAnálise e Planejamento Financeiro, Administração da Estrutura de Ativo da Empresa, Decisões de Investimento e Administração daEstrutura Financeira da Empresa.Análise e Planejamento Financeiro:  Transformação dos dados financeiros em orientação para o posicionamento financeiro daempresa, de forma que se possa avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamentoadicional deve ser feito. Pode ser para curto e longo prazo. Ou serve também para prever o comportamento do mercado a partir daanálise de dados atuais.Administração da Estrutura de Ativo da Empresa: Determinação da composição (valor em dinheiro dos ativos circulantes e fixos) eos tipos de ativos encontrados no Balanço da empresa. Após esta determinação, o administrador financeiro deve determinar quais osníveis considerados ¨ótimos¨ de cada tipo de ativo circulante e procurar mantê-los. Deve também detectar quais os melhores ativosfixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos, alocandoassim de forma eficiente os recursos da empresa. Isso só será conseguido se buscar a otimização no uso dos fundos para que arentabilidade seja alcançada e preservar a capacidade da empresa em pagar seus compromissos nos vencimentos.Decisões de Investimento: É a administração do ativo (estoque necessário de matérias-primas, produtos em processo, produtosacabados e prazos dilatados de faturamento) e da implementação de novos projetos (atualizações da empresa através deinvestimentos). Veja os tipos de investimento de uma empresa no quadro à seguir...Administração da Estrutura Financeira da Empresa:  São as decisões sobre financiamentos, de responsabilidade exclusiva doadministrador financeiro. Deve-se compor mais adequadamente o financiamento a curto e longo prazo (afeta tanto a rentabilidade

    como a liquidez global da empresa) e saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa numdado momento.

    Objetivos do Administrador FinanceiroPode-se dizer que a administração financeira tem três objetivos básicos:a - Manter a empresa em permanente situação de liquidez, como condição básica ao desenvolvimento de suas atividades. Umaempresa apresenta boa liquidez quando seus ativos e passivos são administrados convenientemente. O importante é manter os fluxosdas entradas e saídas de caixa sob controle e conhecer antecipadamente as épocas em que irá faltar numerário.b - Obter novos recursos para planos de expansão, com base em estudos de viabilidade econômico-financeira e aos menores custos. aempresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que poderão sacrificar arentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro. A grande concorrência existente nas modernas economias de mercadoobriga as empresas a se manterem tecnologicamente atualizadas. Nenhuma pode sentir-se segura em uma boa posição, porque aqualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais barato. Deste modo, as empresas são impelidas adesenvolverem continuamente novos projetos e a tomarem decisões sobre a sua implantação. Normalmente isto significa anecessidade de vultuosas somas adicionais de recursos e uma elevação no risco do empreendimento. O retorno deve ser compatívelcom o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno.c - Assegurar o necessário equilíbrio entre os objetivos de lucro e os de liquidez financeira, quantificando os planos de expansão deacordo com as possibilidades de obtenção de recursos, próprios ou de terceiros.Os objetivos principais são: Maximizar a riqueza (ou o preço da ação) ou Maximizar o lucro (tornar máximo o lucro da ação), atravésde: Realizar Análise e Planejamento Financeiro, Tomar Decisões de Investimentos e Tomar Decisões de Financiamentos.Maximização do Lucro: O objetivo mais geral da administração financeira é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietáriosexistentes, não importando se a empresa é uma firma individual, uma sociedade de pessoas (quotas) ou por ações. Em qualquerdelas, as boas decisões financeiras aumentam o valor de mercado do capital dos proprietários.Podem ocorrer falhas na Data daOcorrência dos Retornos, no Fluxo de caixa disponível aos acionistas que consideram as receitas da empresa como fluxo de caixa eno Risco. A maximização do lucro desconsidera o fluxo de caixa e o risco. O ideal é o equilíbrio entre o lucro corrente e o lucro futuro.Maximização da Riqueza do Acionista: Tem como objetivo maximizar o valor corrente de cada ação existente, e para isso concorrem5 fatores importantes: Perspectiva de longo prazo (buscando a perpetuação da empresa), Valor do dinheiro no tempo (com adesvalorização do dinheiro no tempo, o ideal é transformar os valores futuros em valores atuais, aplicando taxas de desconto), Retornodo capital próprio (os acionistas esperam ser remunerados através de dividendos e da valorização de suas ações), Risco (o retornodeve ser compatível com o risco assumido) e Dividendos (os dividendos devem ser distribuídos regularmente, independente daflutuação dos lucros).Maximizar a riqueza é a contribuição para o valor da empresa pela seleção daqueles investimentos que possuem a melhor

    compensação entre risco e retorno. E como se define compensação entre risco e retorno? Dado um nível de risco, é a taxa desejadade retorno que justifica a execução de um investimento.

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    Decisões Financeiras BásicasInvestimentos: A preocupação primordial diz respeito à avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos nas atividadesnormais da empresa. Consiste ainda num conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em termos de ativos – fixos ecorrentes – para que os objetivos da empresa como um todo seja atingido. Nessa área, o enfoque básico é a obtenção do maiorresultado (retorno) possível, dado o risco que os proprietários da empresa estão dispostos a correr.Financiamento: O que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, dada a composiçãodos investimentos. É preciso compreender, desde já, que a função financeira, cuja finalidade é assessorar a empresa como um todolhe proporcionando os recursos monetários exigidos, não determina, por isso mesmo, quais as aplicações a serem feitas pela empresa.Isto decorre dos objetivos e das decisões da administração e/ou dos proprietários da empresa em um nível mais alto. À administraçãofinanceira resta conseguir o recurso necessário para financiar essa estrutura de investimento ao mais baixo custo possível.Utilização (destinação) do lucro líquido:  Há uma área de decisões também comumente conhecida pelo nome de política dedividendos, que se preocupa com a destinação dada aos recursos financeiros que a própria empresa gera em suas atividadesoperacionais e extra-operacionais.É nesta área que surgem as indicações mais claras do inter-relacionamento das áreas de investimento, financiamento e utilização dolucro líquido. O inter-relacionamento deve-se ao fato indiscutível de que o lucro retido pela empresa (ou seja, o lucro não pago sob aforma de dividendos em dinheiro) constitui-se numa de suas fontes de recursos. Logo, também é problema das decisões definanciamento determinar quanto do lucro líquido disponível deve ser retido, com a decisão complementar forçosa a respeito daproporção que deve ser distribuída aos proprietários. Além disso, também há relações entre decisões de investimento e de utilizaçãodo lucro líquido. Nas decisões de investimento, um certo retorno deve ser alcançado: digamos então que seja considerada a utilizaçãode lucros retidos para financiar certas aplicações. Essa possibilidade deveria ser admitida apenas quando a alternativa de investimentoprometesse um retorno superior aos que os proprietários poderiam conseguir se eles mesmos aplicassem os recursos porventurarecebidos em decorrência da distribuição de lucros. As magnitudes relativas dos riscos envolvidos nas aplicações disponíveis àempresa e aos proprietários, fora dela, também precisam ser consideradas.

    Tipos de Investimento de uma OrganizaçãoOrçamento de Capital: Processo de planejamento e gestão dos investimentos em longo prazo. Aqui o administrador financeiro

    procura identificar as oportunidades de investimento cujo valor, para a empresa, é superior ao seu custo de aquisição. Sendo assim,aqui, a preocupação do administrador financeiro é com o quanto se espera receber, em termos monetários, quando e com qualprobabilidade de realmente ser recebido. Nesta decisão, a avaliação da magnitude, a distribuição no tempo e do risco dos fluxos decaixa futura é a essência do orçamento de capital. Em termos amplos, isto significa que o valor do fluxo de caixa gerado por um ativosupera o custo desse ativo.Estrutura de Capital: Combinação de capital de terceiros e capital próprio existente na empresa. O administrador financeiro tem duaspreocupações, no que se refere a essa área. Primeiramente, quanto deve a empresa tomar emprestado? Em segundo lugar, quais sãoas fontes menos dispendiosas de fundos para a empresa? Além destas questões, o administrador financeiro precisa decidirexatamente como e onde os recursos devem ser captados, e, também, cabe ao administrador financeiro a escolha da fonte e do tipoapropriado de recurso que a empresa, por ventura, tomará emprestado. Ainda dentro da estrutura de capital está a preocupação sobrede qual forma o dinheiro irá entrar na organização (espécie, cheques, boletos, cartão de débito ou crédito, notas promissórias, etc...).Administração do Capital de Giro: São os ativos a curto prazo de uma empresa, como os estoques, assim como quanto ao seuspassivos de curto prazo, como dívidas à fornecedores. A gestão do capital de giro é uma atividade diária que visa assegurar que aempresa tenha recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras. Capital de giro são os ativos epassivos circulantes de uma empresa.Orçamento Financeiro (Cash-Flow): É o planejamento das operações da empresa que determinarão as disponibilidades de recursosfinanceiros em cada período projetado. Sendo o Cash-Flow o demonstrativo sintético da movimentação financeira em cada período,compreendendo as transações operacionais, extra-operacionais e as transferências de/para períodos anteriores/posteriores.Pay Back: Uma das técnicas de análise de investimento mais comuns que existem. Leva em conta o tempo do investimento econsequentemente é uma metodologia mais apropriada para ambientes com risco elevado. Visa calcular o número de períodos ouquanto tempo o investidor irá precisar para recuperar o investimento realizado (investimento original). Logo, o cálculo do pay backserve para determinar o tempo necessário para a recuperação do investimento original, através de uma fórmula matemática muitosimples: Pay Back = Valor do Investimento / Valor do Fluxo Periódico Esperado.Spread:  Ocorre quando a empresa aplica os recursos tomados em Ativos que geram rendimentos maiores que o custo destacaptação. O Spread é a parcela gerada na utilização de capital de terceiros que, ao somar-se com o retorno das atividadesoperacionais formam o retorno final do acionista.Alavancagem Financeira: É o impacto do uso de capitais de terceiros na geração de valor. Usar capital de terceiros compromete oendividamento, no entanto, se o retorno deste uso for superior ao custo da captação deste mesmo capital, a empresa tende amaximizar os resultados mesmo com endividamento. A Alavancagem Financeira pode funcionar positiva ou negativamente.

    Relações de AgencyA relação entre acionistas e administradores é denominada relação de agency.

    Existe quando alguém ("principal") contrata outra pessoa ("agente") para cuidar de seus interesses. Em tais relações existe apossibilidade de conflito de interesses entre o principal e o agente. Tal conflito é denominado de problema de agency. Discutir oproblema de agency, na medida em que este se relaciona com a maximização da riqueza dos proprietários e o papel da ética nessaquestão. Um problema de agency advém do fato de que os administradores, na qualidade de representantes dos proprietários, podemcolocar seus objetivos pessoais à frente dos objetivos empresariais. Forças de mercado, tanto as oriundas dos acionistas,particularmente de grandes investidores institucionais, como as ameaças de compras hostis (takeovers), tendem a prevenir ou aminimizar o problema de agency.

    Composição do Departamento FinanceiroEm empresas pequenas, geralmente a função financeira é exercida pelo departamento de contabilidade. Com o crescimento, faz-senecessário a criação de um departamento financeiro separado, ligada diretamente ao dono da empresa. Embora algumas empresasnão façam distinção, a função contábil é melhor visualizada como uma sub-função da Administração Financeira. O Contador se dedicaa coleta e apresentação de dados financeiros, e o administrador financeiro avalia as informações do contador, desenvolve dadosadicionais e toma decisões com base em análises subseqüentes, contemplando os riscos e retornos inerentes.

    Regime de competência: método usado pelo Contador para preparar demonstrações financeiras, com base na premissa de que asreceitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas, quando incorridas. O contador divide em 2 contas básicas:Contas a Receber (vendas a prazo, em duplicata, cheque-pré, etc.) e Contas a Pagar (duplicatas e títulos a pagar, etc.).

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    Regime de Caixa: método usado pelo Administrador Financeiro, reconhecendo as entradas e saídas do caixa apenas, isto é, nãolança as despesas ou receitas que virão, mas somente no momento em que ocorrem. Isto é, o administrador financeiro busca manter asolvência da empresa, proporcionando fluxo de caixa necessário para honrar suas obrigações e adquirir e financiar os ativoscirculantes e fixos necessários para atingir as metas da empresa.Resumindo: O Contador se fosse médico, pelas batidas do coração diria se o paciente está saudável. O Administrador Financeiroverificaria as artérias e veias para ver se o sangue bombeado não passa por obstruções.

    O Organograma acima mostra com se divide o Departamento Financeiro da maioria das empresas:Divisão de Contabilidade:Custos: Este setor tem por finalidade orientar e direcionar a empresa em relação aos procedimentos a serem adotados quanto: àpolítica de preços, lucro pretendido, racionalização dos gastos da empresa, política da decisão de compra ou produção própria,desempenho do produto no mercado.

    Análise Financeira: Este setor tem por finalidade detectar os pontos críticos que irão afetar o equilíbrio da empresa a curto ou a longoprazo. Os elementos utilizados são retirados dos balanços e dos balancetes mensais que demonstram as contas de resultado.

    Divisão de Tesouraria:Crédito e Cobrança: Concede créditos aos clientes e faz cobranças das dívidas de terceiros para com a empresa.Caixa: Centraliza os recebimentos e pagamentos em dinheiro ou em cheques. Ao final de cada expediente é preparado o Boletim deCaixa onde deve constar todo o movimento do dia.Bancos: Por meio de operações financeiras, tais como descontos de duplicatas e caução, as empresas conseguem recursos paraseus investimentos ou para pagarem suas obrigações.Contas a Pagar: Tem por finalidade verificar, controlar e processar os pagamentos a terceiros através de Autorização de Pagamento.O setor deve elaborar um demonstrativo de contas a pagar para efeito de controle de vencimentos e disponibilidade de recursos naocasião de cada pagamento.

    Conceitos de Contabilidade Utilizados na Administração Financeira

    A Contabilidade é a ciência que tem por meta principal o controle patrimonial, por meio dos eventos das contas patrimoniais e deresultado de uma empresa, com a finalidade de gerar fatos aos gestores da empresa para seus planejamentos, acompanhamentos,análises e controles. O controle neste caso geralmente é feito por uma auditoria (controllers ). Não confunda essa auditoria citadaanteriormente (que é a atividade diária do contador – controller) com a auditoria financeira realizada pela chamada ¨controladoria¨. Acontroladoria existe para controlar as atividades da área financeira... o controller  é sinônimo de ¨contador¨.A Contabilidade concretiza sua finalidade por meio de 2 documentos: o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados doExercício.

    Obrigações na Prestação de Contas ao GovernoDemonstrações financeiras:  demonstrações formais elaboradas pela Contabilidade destinadas a divulgação externa, a saber:Balanço Patrimonial, Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Resultado e Demonstrações das Origense Aplicações de Recursos. Além destas demonstrações, são elaborados diversos relatórios para uso interno que contêm informaçõesgerenciais detalhadas.Em certo sentido, pode-se dizer que a administração financeira começa onde termina a Contabilidade, quando os dados brutosfornecidos pela mesma devem ser transformados em informações que permitirão ao administrador financeiro:

    1) avaliar a situação econômico-financeira da empresa, a formação do resultado, os efeitos de decisões tomadas anteriormente, etc.;2) tomar novas decisões, corrigindo o rumo indesejado; e3) desenvolver planos operacionais e de investimento.

    a) Livro-Diário É um livro obrigatório, segundo a legislação em vigor. Todos os fatos relacionados ao Balanço Patrimonial deverão ser transcritos nolivro. O Livro Diário registra todos os fatos que afetam o patrimônio, em ordem cronológica de dia, mês e ano, podendo contar comlivros auxiliares para registrar operações específicas ou a movimentação de determinadas contas.O Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário está sujeito às formalidades legais extrínsecas eintrínsecas.Elementos Essenciais do Lançamento no Livro Diário- 1º - local e data;- 2º - conta ou contas debitadas;- 3º - conta ou contas creditadas, precedida(s) da partícula “a”;- 4º - Histórico da operação;- 5º - valor da operação.

    O Livro Diário pode ser escriturado de forma manuscrita, mecanizada ou informatizada.A escrituração do Livro Diário deve obedecer ao Código Comercial e às Normas Brasileiras de Contabilidade quanto à sua forma,devendo:

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    · ser escriturado em idioma e moeda corrente nacionais;· não conter rasuras;· obedecer à ordem cronológica dos fatos, podendo, nesse caso, ser escriturado de forma RESUMIDA ou SINTÉTICA, diária oumensal, respaldado em Livros Auxiliares ou Fiscais;· basear-se em documentos que dêem suporte e que comprovem as operações registradas;· o Livro Diário Manuscrito deve, antes do início da utilização, ter lavrado Termo de Abertura e Termo de Encerramento, que serãoassinados por profissional habilitado e pelo dirigente da empresa, devendo ser registrado na Junta Comercial ou no Cartório em queestiverem arquivados os atos constitutivos;· o livro escriturado por processo mecanizado ou informatizado, após sua utilização, deve conter, na primeira e última folha, osrespectivos Termos de Abertura e de Encerramento, devidamente assinados por profissional habilitado e pelo dirigente de empresa,devendo ser encadernado e registrado na Junta Comercial ou no Cartório em que estiverem arquivados os atos constitutivos.

    b) Livro Razão Só é obrigatório para as empresas tributadas com base no Lucro Real, e é um resumo do Diário, com registros em contas individuais,permitindo a classificação dos fatos conforme a sua natureza. O Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase àscontas que compõem o patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento quecompõe o patrimônio da empresa. O Razão é um livro de grande utilidade para contabilidade porque registra o movimento de todas ascontas. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991. Na Contabilidade moderna, o Razão é escriturado emfichas.O Livro Razão pode ser escriturado por processo manuscrito, mecânico ou informatizado e não deve conter rasuras, entrelinhas ouqualquer indício que ponha em dúvida os registros.Após a escrituração, deve ser encadernado, sendo dispensado de autenticação e registro na Junta Comercial ou no Cartório.

    c) Balancete de Verificação: Relação de todas as contas com os respectivos saldos devedores e credores. É levantado com base nos saldos das contas do Razão,ou seja, é um resumo do Razão. Seu principal objetivo é verificar se os saldos das contas estão corretos, servindo como principalinstrumento para a elaboração do Balanço Patrimonial.

    d) Fluxo de CaixaÉ um instrumento gerencial que controla e informa todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores monetários) deum dado período – pode ser diário, semanal, mensal, etc. O fluxo de caixa é composto dos dados obtidos dos controles de contas apagar, contas a receber, de vendas, de despesas, de saldos de aplicações, e todos os demais que representem as movimentações derecursos financeiros disponíveis da organização.De probloggers a músicos, todo profissional que atua de forma autônoma ou independente precisa saber controlar as entradas esaídas financeiras para poder maximizar o retorno e evitar problemas por não poder prever as sobras e faltas de disponibilidades.O demonstrativo de fluxo de caixa também pode ser um instrumento contábil legal, contexto em que toma um aspecto mais formal erígido. Se a sua intenção é realizar o controle contábil de uma empresa, para propósitos fiscais, societários ou outros, provavelmente amelhor alternativa é procurar orientação com um contabilista de sua confiança.Nossa missão hoje, detalhada abaixo, é conhecer melhor o Fluxo de Caixa pessoal como instrumento de acompanhamento paraapoio à tomada de decisão. E o foco será a situação específica dos profissionais autônomos, sejam eles desenvolvedores web,probloggers, artistas, ou qualquer outro profissional que encare os desafios de administrar seu negócio individual, com várias fontes derenda variáveis, prestando serviços para múltiplos clientes.Fluxo de caixa como instrumento gerencial

    Antes de prosseguir, um alerta: o mecanismo do fluxo de caixa é bastante simples, mas nenhum sistema de informações podefuncionar sem que os dados relevantes sejam constantemente atualizados nele. Da mesma forma, o sistema não tem qualquerutilidade se os dados não forem analisados periodicamente, e se a organização não tiver confiança neles. Em outras palavras: se nãofor haver compromisso em manter o fluxo de caixa sempre atualizado, pode ser melhor nem mesmo se dar ao trabalho de tentarimplementá-lo.Outro aspecto a ser levado em conta é o das dependências: o Fluxo de Caixa precisa de dados que nascem em um bom método decontrole de contas a pagar, contas a receber, acompanhamento de saldos de aplicações bancárias, faturamento, despesas, etc. Antesde se preocupar com sistemas agregadores, como o Fluxo de Caixa, você precisa dar atenção a estes outros métodos de coleta dedados específicos. E isto tem vantagens adicionais, como levar a um melhor acompanhamento das suas posições em relação aclientes, fornecedores, taxas públicas, etc. Não há como ter um relatório de fluxo de caixa atualizado se você não registra regularmenteas faturas e nem acompanha se os seus clientes estão pagando-as em dia, por exemplo.E aqui quando falo em sistemas, tomo a palavra em sentido amplo. Embora seja desejável informatizar estes processos, éperfeitamente possível realizar o acompanhamento de fluxo de caixa da maioria dos autônomos usando papel, lápis e régua. Masacredito que a maior parte da audiência deste texto do Efetividade não tenha dificuldade em ter acesso a um computador, e vá acharvantajoso usar esta ferramenta tecnológica para o controle de suas atividades. Neste caso, além de poder escolher entre diversossistemas contábeis voltados ao uso individual (alguns até mesmo adaptados a necessidades específicas, como as dos profissionais

    liberais), você pode optar por uma boa planilha eletrônica, inclusive porque as fórmulas usadas em fluxos de caixa pessoais sãoextremamente simples. Recomendo a planilha do BrOffice ou a do Google Docs para começar.Para que serve o Fluxo de CaixaO Fluxo de Caixa é um instrumento de controle que auxilia na previsão, visualização e controle das movimentações financeiras decada período. A sua grande utilidade, no contexto que estamos apresentando hoje, é permitir a identificação (especialmente prévia,mas também posterior) das sobras e faltas no caixa, possibilitando ao profissional planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar oseu desempenho.Em uma empresa, o ideal é que o período de acompanhamento seja diário, mas autônomos que usem o sistema exclusivamente comoinstrumento gerencial podem se virar com períodos maiores – semanal ou até mensal – dependendo da sua liquidez. Períodosmenores permitem maior eficiência nos investimentos e aplicação financeira dos saldos positivos, mas em compensação geram maioresforço ou custo de acompanhamento, no fenômeno conhecido como overhead . É importante que você encontre o seu ponto deequilíbrio.De uma forma ou de outra, um controle de fluxo de caixa bem feito é uma grande ferramenta para lidar com situações de alto custo decrédito, taxas de juros elevadas, redução do faturamento e outros fantasmas que rondam os empreendimentos. Ele permite:- Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futuros já identificados.- Calcular os momentos ideais para reposição de estoque ou materiais de consumo, considerando os prazos de pagamento e as

    disponibilidades.- Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços.- Saber se é ou não possível conceder prazos de pagamentos aos clientes.

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    - Saber se é ou não possível comprar à vista dos fornecedores, para aproveitar alguma promoção.- Ter certeza da necessidade ou não de obter um empréstimo de capital de giro.- Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa.Mas não pense que um empreendimento individual em que haja grande folga entre as receitas e as despesas (ou seja: em que ocorrasaldo positivo com facilidade todos os meses) não pode se beneficiar deste controle adicional: saber antecipadamente *quanto* vaisobrar, e *quando* este dinheiro estará disponível, permite escolher as melhores aplicações financeiras e selecionar o momento idealpara usar este dinheiro, oferecer condições mais vantajosas (por exemplo: prazo) para clientes selecionados, e muito mais.vai conseguir aproximar cada vez mais o previsto e o realizado.Organizar e manter o fluxo de caixa dá trabalho, mas é recompensador. Você precisa ser sistemático, e lembrar de alimentar asplanilhas no início de cada novo período. Especialmente, você precisa estar disposto a manter atualizadas, com a antecedência que forpossível, as colunas de valores previstos, e analisá-las sempre que necessário, para de fato poder colher o principal fruto desta

    ferramenta: a possibilidade de prever com maior precisão quando haverá sobra e quando haverá falta de dinheiro em caixa.A análise antecipada também permite tomar as providências necessárias para que haja disponibilidade de caixa nas datas devencimento de impostos, taxas, prestações, financiamentos e outros desembolsos com data certa, que incorrem em multas e juroscaso atrasem.Se o seu mercado for sazonal, leve isto em conta nas suas previsões, pois freqüentemente os custos fixos (que ocorrem mesmo nabaixa temporada) acabam sendo um grande vilão, e o faturamento da alta temporada precisa conseguir sobrepujá-los.Quem poupa tem, e jamais se deve contar com o ovo antes de o mesmo ser adequadamente expelido pelo galináceo. Excessos decaixa devem ser aplicados, como vimos acima, mas é necessário haver uma margem de segurança que permita garantir o giro daempresa e também algum imprevisto. Não tenha excesso de caixa, mas também não imobilize demais, ficando à mercê de qualquercliente que deixe de pagar uma fatura.

    e) DOAR – Demonstração da Origem e Aplicação dos RecursosAté 31.12.2007, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e para ascompanhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este atualizado pelaLei nº 9.457/97). A DOAR indica as modificações na posição financeira da companhia.Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o

    significado de recursos aqui não é simplesmente o de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais amplo;representa capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital Circulante Líquido.A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstraçõescontábeis encerradas somente até 31.12.2007.A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando:

    1 - as origens dos recursos, agrupadas em:a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercíciosfuturos;b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e daalienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado;2 - as aplicações de recursos agrupadas em:a) dividendos distribuídos;b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;d) redução do passivo exigível a longo prazo;

    3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capitalcirculante líquido;4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ouredução durante o exercício.Origens dos Recursos do DOARAs origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são:a) das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que asdespesas, ou seja, resultam do lucro líquido apurado exclusivamente das operações regulares da empresa.Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos;b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram asdisponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido;c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceirosde bens do Ativo Permanente, ou de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de recursos para fins dessa demonstração, poisnão alteram o Capital Circulante Líquido. Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo Circulante.A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos, devem ser adicionadas ao lucro líquido

    apurado no exercício, para efeito de elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos.Aplicações dos Recursos do DOARAs aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante Líquido entre o início e o término de determinadoperíodo.As aplicações de recursos mais comuns que implicam na variação do Capital Circulante Líquido são as seguintes:a) Imobilizações Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes ou aplicação de recursos no Ativo Diferido, taisfatos representam aplicação de recursos e, conseqüentemente, refletem numa variação líquida negativa do Capital Circulante Líquido.b) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo A amortização de empréstimos a longo prazo significa, em princípio, uma redução do passivo exigível a longo prazo e representa umaaplicação de recursos. Por outro lado, a obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.Tendo em vista que o conceito de recursos é o de Capital Circulante Líquido, a mera transferência de um saldo de empréstimo doExigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, poisreduziu o Capital Circulante Líquido.c) Remuneração de dividendos: A remuneração de acionistas, decorrente de dividendos, representa uma aplicação de recursos, refletindo numa variação negativa do

    Capital Circulante Líquido.

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    f) Demonstração de Resultados do Exercício (DRE): demonstração obrigatória de todas as empresas e deve acompanhar o BalançoPatrimonial sendo transcrita no Diário, logo após o Balanço Patrimonial. Demonstra o desempenho da administração, evidenciando asreceitas e despesas efetuadas em determinado período de tempo. A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.), elaboradasimultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa durantedeterminado período de tempo, nele sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido doperíodo, Lucro ou Prejuízo.A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, um completando o outro,atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da Entidade.

    g) Balanço Patrimonial:Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a

    posição patrimonial e financeira da Entidade.No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo

    a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos

    valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação.Composição do Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial é constituído pelo:- Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios

    econômicos futuros, originados de eventos ocorridos.- Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos

    que exigirão ativos para a sua liquidação.- Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor

    do Passivo.Os elementos da mesma natureza e os saldos de reduzido valor quando agrupados, e desde que seja indicada a sua natureza e

    nunca devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricoscomo "diversas contas" ou "contas correntes".

    Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento do balancete de verificação, com o objetivo deconhecer os saldos das contas do razão e conferir sua exatidão.No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, quer patrimoniais quer de resultado, demonstrando seus

    débitos, créditos e saldos. As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem sempre representam,entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis nãoacompanham a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve.Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor, sem que a contabilidade registre tais variações,

    bem como muitas das receitas e despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos ingressos e aocusto do período. Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na data do levantamento dobalanço, para que elas representem, em realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício.A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com uma informação externa à contabilidade, de maneira

    que se possa ter certeza quanto à exatidão do saldo em análise. As fontes de informações mais usuais para verificação dos registroscontábeis são os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de cobranças, as folhas de pagamento,os controles de caixa, etc.Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, como estoques,

    empréstimos, etc. Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo

    com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva contabilização.Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento, debitando-se as contas de receitas e creditando-seuma conta transitória, chamada de “apuração do resultado do exercício”. O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos,debitando-se a conta “Apuração do Resultado do Exercício” e creditando-se as contas de custos ou despesas. O saldo da conta“Apuração do Resultado do Exercício” será então transferida para a conta de “Resultados a Destinar”, sendo esta distribuída paraoutras contas patrimoniais, conforme proposta da administração.Após os ajustes pertinentes e lançamentos de encerramento das contas de resultado, as contas remanescentes são apenas as contaspatrimoniais, que devem ser separadas e classificadas em grupos para elaboração do balanço patrimonial, sendo que o saldo do ativodeve ser igual ao do passivo.

    Embora obrigatórios perante o fisco, os livros citados a seguir podem ser utilizados na escrituração contábil como auxiliares,reduzindo bastante o volume de registros contábeis no Livro Diário.

    h) Livro CaixaO livro Caixa também é auxiliar. Nele são registrados todos os fatos administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro.Esse livro tem a finalidade de registrar as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser efetuados em ordem cronológica e,

    por isso, pode ser utilizado como auxiliar do Livro Diário, devendo, nesse caso, atender a todas as formalidades exigidas.Ressalte-se que as empresas optantes pelo SIMPLES estão obrigadas, perante o fisco, à escrituração do Livro Caixa, observando asexigências contidas na Lei no 9.317/96 e as demais formalidades, inclusive quanto aos termos de abertura e encerramento.i) O  Contas-Correntes  é o livro auxiliar do Razão . Serve para controlar as contas que representam Direitos e Obrigações para aempresa.

     j) Livro de InventárioO Livro de Inventário tem a finalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-primas e outros materiais que seachem estocados nas datas em que forem levantados os balanços. As empresas optantes pelo SIMPLES também estão obrigadas aescriturar este Livro.l) Livro de Entrada de MercadoriasO Livro de Entrada de Mercadorias destina-se ao registo, em ordem cronológica, das mercadorias adquiridas e recebidas pelasempresas.Nele também são registradas as entradas de bens de qualquer espécie, inclusive os que se destinam a uso ou consumo.m) Livro de Saída de MercadoriasNo Livro de Saída de Mercadorias registram-se, em ordem cronológica, as vendas de mercadorias ou de produtos, bem como toda equalquer saída, inclusive de bens móveis da empresa.

    n) Livro de Registro de Prestação de ServiçosEsse livro é obrigatório perante o fisco municipal, podendo ser utilizado como auxiliar do Diário, pois nele registram-se todas asoperações de serviços, individualizando as respectivas Notas Fiscais em ordem cronológica.

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    PatrimônioConjunto de Bens, Direitos e Obrigações avaliados em moeda.

    Bens: Coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica. É tudo aquilo que uma empresapossui, seja para uso, troca ou consumo. São divididos em: Bens Materiais (possuem corpo, matéria, e são subdivididos em: BensMóveis (podem ser removidos do lugar), Bens Imóveis (não podem ser deslocados de seu local original), Bens Imateriais (sem corponem matéria, como Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, Fundo de Comércio – avaliação subjetiva de um ponto-de-venda -, Patentes (registro de marcas ou invenções).Sob o ponto de vista dos desdobramento dos elementos em contas, eles são apresentadas em ordem decrescente de liquidez1) Bens Numerários (disponibilidades)Caixa: disponibilizado na tesouraria da empresa (dinheiro, vales e cheques)Bancos – Movimento: depósitos C/C (dinheiro, cheques terceiros) e diminuída pelos saquesAplicações de Liquidez Imediata: curto prazoNumerários em trânsito: dinheiro ou cheques em movimento na empresa2) Bens de Venda (estoques)Mercadorias: adquirida para posterior revenda – Comércio IndústriaMatérias-Primas: utilizadas no processo de transformaçãoProdutos em fabricação: em movimentação na linha de produçãoProdutos Prontos: fabricado a partir das mátérias-primas para venda* Material de expediente: quando apenas consumido e em pouca quantidade são considerados despesas e não estoques3) Bens de Uso (Ativo Imobilizado)Tangíveis (Materiais): Imóveis, terrenos, móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos, computadores, instalações Intangíveis: Marcas e patentes, Fundo de Comércio (Ponto Comercial – tradição,localização, clientela, fama - Franquia), Luvas,Concessões obtidas 4) Bens de Renda (Ativo Investimentos)Imóveis para aluguel: Não utilizado ou necessário para o desempenho das atividades da empresaTerrenos – não utilizados: Para valorização e posterior venda. Obras de arte: A renda gerada pela sua exploração ou rendimento (aluguéis ou dividendos) são considerados direitos Participações Societárias

    Direitos: Todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros (clientes): duplicatas a receber, promissórias a receber,aluguéis a receber, etc. São todos os CRÉDITOS (haveres) contra terceiros1) Duplicatas (Clientes) ou Promissórias a receberDuplicatas: Titulo de crédito ComercialNota Promissória:  Título de crédito Financeiro, normalmente associado a empréstimos/financiamentos fora do sistema bancário2) Contas a receberOutros valores de terceiros que não títulos de crédito3) Adiantamento a fornecedores e a empregados Direitos em relação à Crédito junto a fornecedores. Ex. pagamento antecipado de mercadoriasAdiantamentos a empregados – a conta é zerada ao fim do mês pelo pagamento da folha

    Obrigações: Todos os valores que a empresa tem para pagar para terceiros (fornecedores): duplicatas a pagar, promissórias a pagar,aluguéis a pagar, impostos a pagar, Débitos ou Dívidas com terceiros, inclusive Governo1) Duplicatas (Clientes) ou Promissórias a pagar2) Empréstimos e financiamento bancários3) Contas a pagar: Outros valores junto a terceiros que não títulos de crédito4) Adiantamento de clientes (dívidas em relação à)5) Salários e obrigações a pagar: salários devidos e ainda não pagos6) PROVISÕES: baseadas em estimativas, são devidas e não pagas !Ex: Impostos, férias, 13º e contingências.(*) PROVISÕES: podem afetar o ATIVO também, neste caso são RETIFICADORAS (subtraem).Ex.: Provisão para devedores duvidosos

    Aspecto Qualitativo do Patrimônio: Divide o patrimônio da empresa por tipos. Ex: Bens (dinheiro, veículos, máquinas), Direitos(duplicata a receber, promissória a receber), Obrigações (duplicatas a pagar, impostoas a pagar).Aspecto Quantitativo do Patrimônio: Consiste em dar aos Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores. Ex: Bens (R$ 5.000em dinheiro, R$ 50.000 em veículos, R$ 10.000 em máquinas), Direitos (R$ 2.000 em duplicatas a receber, R$ 3.000 em promissórias

    a receber), Obrigações (R$ 8.000 em duplicatas a pagar, R$ 500 em impostos a pagar).* Sempre no desenho de demonstrativos, no lado esquerdo ( T )coloca-se os Bens e Direitos (elementos positivos), e no lado direito ( T) as Obrigações (elementos negativos).

    Ativo: É o nome dado para os Componentes Ativos de uma empresa, isto é, os elementos positivos.Passivo: É o nome dado para os Componentes Passivos de uma empresa, isto é, os elementos negativos.

    Situação Líquida PatrimonialÉ a soma dos Bens com os Direitos (lado esquerdo) menos o total das Obrigações (lado direito). Ela sempre será colocada ao ladodireito, embaixo das Obrigações. Se o Ativo for maior que o Passivo, será colocada sem o uso de parênteses, o que significa que seunúmero vem do Ativo. Se o Passivo for maior que o Ativo, a SLP será colocada dentro de parênteses, o que significa que o sinal seráinverso, já que vem do Passivo. E por que isso? Porque na tabela em T do Balanço Patrimonial, os 2 lados sempre devem possuir omesmo somatório. E lembre-se: Sempre os valores do lado esquerdo devem receber o sinal +. e os do lado direito o sinal - .Ativo > Passivo: Quando o somatório do lado esquerdo (Bens e Direitos) for maior que o do lado esquerdo (Obrigações), a SituaçãoLíquida Patrimonial é chamada de Positiva, Ativa e Superavitária. É Positiva porque seu somatório supera o total dos elementosnegativos, é Ativa porque o total do Ativo supera o total do Passivo e é Superavitária por ser uma situação positiva.

    Ativo < Passivo:  Quando o somatório do lado direito (Passivo) for maior que o do lado esquerdo (Ativo), a Situação LíquidaPatrimonial é chamada de Negativa, Passiva, Deficitária e com Passivo Descoberto. É Negativa porque o total dos elementos

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    negativos supera o total dos elementos positivos, é Passiva porque o total do Passivo é superior ao total do Ativo, é Deficitária por seruma situação negativa, e é Passivo Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo.Ativo = Passivo: Situação Líquida Nula, isso é, o proprietário se vender a empresa agora, não terá que desembolsar nada, mastambém nada restará.Ativo = Situação Líquida: Ocorre quando não há Obrigações. Neste caso a Situação Líquida é Positiva.Passivo = Situação Líquida: Ocorre quando não há Ativo, apenas Obrigações. Neste caso a Situação Líquida é Negativa.

    Estes entendimentos acima servem para compreendermos melhor o Balanço Patrimonial.

    BALANÇO PATRIMONIALÉ a demonstração destinada a evidenciar resumidamente o Patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente. Deve compreendertodos os Bens e Direitos, tanto tangíveis como intangíveis, Obrigações e o Patrimônio Líquido. A tabela gerada para visualização doBalanço Patrimonial é chamada de Plano de Contas.Vamos conhecer a composição correta dos 2 lados da tabela, o lado esquerdo (Ativo) e o lado direito (Passivo).

    ATIVONo Ativo as contas estão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez:

    Ativo Circulante: as Disponibilidades, os Direitos Realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursosem Despesas do exercício seguinte (despesas antecipadas). É qualquer direito que a empresa recebe até o final do exercício seguinte.

    Ativo Realizável a Longo Prazo: os Direitos Realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas,adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas, etc. É qualquer direito que a empresa

    receberá após o final do exercício seguinte. Nas legislações atuais, embora ainda não em vigor na sua totalidade, o Ativo Realizável aLongo Prazo teve seu nome modificado para Ativo Não-Circulante.

    ATIVO PASSIVO

    1.CIRCULANTE1.1–Caixa1.2–Bancos1.3–DuplicaasaR!c!"!#1.$–ConasaR!c!"!#1.%–Eso&u!

    1.'( Aplica)*!s+!Li&ui+!,I-!+iaa1.( Alu/u0isAn!cipa+os1.–A+iana-!noaE-p#!/a+os

    2.REALIVEL2.1–DuplicaasaR!c!"!#2.2–NoasP#o-iss4#iasaR!c!"!#2.3( E-p#0si-osaColi/a+as2.$( E-p#0si-oaDi#!o#!s2.%( Aplica)*!s5inanc!i#as2.'–ConasaR!c!"!#  

    Ativo Permanente: se subdivide em Investimentos, Imobilizado e Diferido.Investimentos: as participações permanentes em outras sociedades de direitos de qualquer natureza e que não se destinem àmanutenção da atividade da empresa, como por exemplo: ações de outras empresas, imóveis para renda, obras de arte, outrasparticipações, etc.

    Imobilizado: bens destinados à manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os depropriedade industrial ou comercial. Exemplos: sede da empresa, galpão para estoque de materiais, máquinas, equipamentos,

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    instalações, veículos, móveis, utensílios, terrenos (terrenos porque não é considerado um imóvel de renda, sendo assim, não é uminvestimento ainda).Diferido: São as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social,inclusive os juros pagos ou creditados aos sócios ou acionistas durante o período que acontecer o início das operações sociais.Exemplo: despesas pré-operacionais, marcas e patentes, gastos com pesquisa, etc.Nas legislações atuais, embora ainda não em vigor na sua totalidade, o Ativo Permanente teve seu nome modificado para Ativo Não- Circulante, e ao Ativo Diferido deixa de existir e passa a ser lançado apenas como despesa comum.

    ATIVO PASSIVO

    1. CIRCULANTE1.1 – Caixa1.2 – Bancos1.3 – Duplicaas a R!c!"!# 1.$ – Conas a R!c!"!# 1.% – Eso&u!1.' ( Aplica)*!s +! Li&ui+!, I-!+iaa1. ( Alu/u0is An!cipa+os1. – A+iana-!no a E-p#!/a+os

    2. REALIVEL2.1 – Duplicaas a R!c!"!# 2.2 – Noas P#o-iss4#ias a R!c!"!# 2.3 ( E-p#0si-os a Coli/a+as2.$ ( E-p#0si-o a Di#!o#!s2.% ( Aplica)*!s 5inanc!i#as2.' – Conas a R!c!"!# 

    3. PER6ANENTE

    3.1 – In7!si-!nos  3.1.1 ( A)*!s +! Ou#as E-p#!sas  3.1.2 ( I-47!is pa#a R!n+a 8loca)9o:  3.1.3 – O"#as +! A#!3.2 – I-o"ili,a+o  3.2.1 ( I-47!is +! Uso Aual  3.2.2 ( 6;&uinas ! E&uipa-!nos  3.2.3 ( Insala)*!s  3.2.$ ( V!

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     Passível Exigível a Longo Prazo: são as obrigações que tiverem vencimento com prazo maior (após o término do exercício seguinte.Exemplos: financiamentos a pagar, títulos a pagar, encargos sociais a pagar, obrigações fiscais a pagar.

    PATRIMÔNIO LÍQUIDOFigura no lado direito, assim como as Obrigações, mas não representa nenhuma obrigação. É a diferença entre o ativo e o passivo. Ésubdividido em: Conta do Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação e Reservas de Lucros, além dos Lucros ePrejuízos, Dividendos e Lucros Antecipados e Ações em Tesouraria..Conta do Capital Social:  discriminará o montante subscrito (dinheiro colocado na empresa pelos sócios) e a parcela ainda nãorealizada (ainda não colocada de fato na empresa). Exemplo: Um sócio colocou R$ 1.000 na empresa, isto é, integralizou ou realizou

    R$ 1.000. O capital subscrito é o compromisso assumido pelos acionistas, a capital a realizar é a parcela não integralizada pelo sócios,e o capital realizado é o nome dado para quando ocorreu a integralização efetiva do capital.Reservas de Capital: serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: contribuição do subscritor de ações queultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada àformação do Capital Social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; produtos da alienaçãode partes beneficiárias e bônus de subscrição; prêmio recebido na emissão de debêntures; doações e subvenções para investimentos;resultados da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado.Reservas de Reavaliação: contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do Ativo em virtude de novas avaliações combase em laudos técnicos e aprovado pela assembléia geral. Nas legislações atuais, embora ainda não em vigor na sua totalidade, aconta Reservas de Reavaliação deixa de configurar o Patrimônio Líquido.Reservas de Lucros: serão classificadas como as contas constituídas pela apropriação de lucros ou prejuízos da empresa.Lucros / Prejuízos Acumulados: Tem por objetivo demonstrar a movimentação da conta de lucros ou prejuízos acumulados, aindanão distribuídos aos sócios titular ou aos acionistas, revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo. Essademonstração deve, também revelar o dividendo por ação do capital realizado.Dividendos / Lucros Antecipados: pagar débitos ou antecipar os lucros aos acionistas antes do fechamento do exercício.Ações em Tesouraria: Ações próprias que a empresa mantém em seu poder.

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    Balanço Patrimonial Completo

    Lembretes:01) O exercício pode ser definido pela empresa como sendo de: um mês, um bimestre, semestre ou ainda um ano. No serviço público,segundo a lei 4320/64, o exercício financeiro corresponderá ao ano civil.02) O Balanço Patrimonial retrata a situação financeira no momento do encerramento do exercício, mas a contabilidade não é estática.Se um exercício termina hoje, amanhã novos fatos podem e irão ocorrer. Exemplo: se uma duplicata a receber foi paga ontem nofechamento do balanço patrimonial e ela só venceria no final do exercício seguinte, esse dinheiro pode entrar no Caixa, ou no Banco, eassim sendo passa a ser Ativo Circulante no fechamento do próximo balanço patrimonial.

    Detalhando um pouco algumas contas e termos do Balanço Patrimonial:

    - Bens Numerários:  são as Disponibilidades: Caixa, Bancos Conta Movimento, Bancos Conta Poupança, Aplicações de LiquidezImediata, Numerário em Trânsito- As disponibilidades representam dinheiro em espécie ou equivalente.- Todos os nomes que representam elementos patrimoniais (bens, direitos ou obrigações) são chamados de Contas.- A conta Caixa representa o dinheiro existente no cofre da empresa, não só em espécie, mas também cheques de terceiros nãodepositados no banco, vale-refeição, vale-transporte etc.- A conta BCM (Bancos Conta Movimento) representa o dinheiro da empresa ou cheques de terceiros depositados no banco.- A conta Aplicações de Liquidez Imediata representa dinheiro aplicado no mercado financeiro em curtíssimo prazo, sendo adiferença entre o valor aplicado e o valor resgatado Receita Financeira.- A conta Numerários em Trânsito pode representar, por exemplo, dinheiro remetido para filiais em espécie, em cheques, em ordensde pagamento etc.- Há estoques que não constituem bens de venda, como, por exemplo, estoques de Materiais de Expediente. Tais bens não serãovendidos e sim consumidos. Uma vez consumidos, serão considerados despesas. Caso a empresa trabalhe com pouca quantidadedesses materiais, mesmo que não sejam de imediatos consumidos, poderão ser considerados como despesas e não como estoques.- A diferença entre Mercadoria e Produto Pronto e que a primeira e adquirida de um fornecedor para posterior revenda, e o segundoe fabricado a partir das matérias-primas para posterior venda. Desta forma, uma empresa comercial vende Mercadorias e umaempresa industrial vende Produtos.- As Matérias-Primas  são consideradas bens de venda, não porque serão vendidas, mas sim porque serão transformadas emprodutos prontos, os quais serão vendidos.- Os Produtos em Fabricação  (ou Produtos em Elaboração ou Produtos em Processo) são considerados bens de venda de umaempresa industrial, pois, após acabados, serão vendidos.- A diferença entre Bem de Uso e Bem de Renda está no fato de que o primeiro é bem destinado à manutenção das atividades daempresa, ou seja, bem que a empresa precisa para poder desenvolver suas atividades; o segundo é bem não destinado à manutençãodas atividades da empresa, isto é, bem não necessário para que a empresa possa desenvolver suas atividades. Como exemplo,suponhamos que uma determinada empresa tenha um imóvel, onde localiza uma de suas filiais. Tal imóvel é um bem de uso, pois énecessário ao funcionamento da empresa.Suponhamos agora que a empresa desative a referida filial, e alugue o imóvel a terceiros. Desta forma, tal imóvel deixará de ser bemde uso e passará a ser um bem de renda, ou seja, deixará de compor o Ativo Imobilizado e passará a compor o Ativo Investimentos- Diretos: São todos os créditos (haveres) de uma empresa contra terceiros (Duplicatas a Receber (ou Clientes), Promissórias aReceber, Contas a Receber, Adiantamentos a Fornecedores, Adiantamentos a Empregados, Impostos a Recuperar, Dividendos aReceber, Empréstimos a Coligadas, Empréstimos a Controladas).- Bens Tangíveis são aqueles que têm existência concreta (material), ao passo que bens Intangíveis são aqueles que têm existênciaabstrata (imaterial). Assim, por exemplo, um táxi (automóvel) e um bem tangível; porém a licença do taxista e um bem intangível.

    - A Patente é decorrente de alguma invenção. O valor da patente é igual ao somatório dos gastos com seu registro e as despesas depesquisas na sua obtenção.- O Fundo de Comércio é o ponto comercial. Ao se apurar, por exemplo, o valor pelo qual uma loja deva ser vendida, não basta

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    somarmos todos os bens materiais ali existentes. Deve-se levar também em consideração, entre outros fatores que possam existir, aclientela, a localização, a fama e o tempo de existência. Assim, o valor considerado além da matéria deverá ser o valor do fundo decomércio. Se, por hipótese, a soma dos valores dos bens materiais ali existentes fosse de $ 40.000 e a loja fosse vendida por $50.000, os $ 10.000 de diferença constituiriam o valor do ponto comercial.- Suponhamos que a Cia. Alfa tenha uma Filial X, que está instalada num imóvel alugado. Se, por exemplo, nesse imóvel fosseconstruído um armazém com um gasto de $ 32.000, tal valor seria contabilizado como Benfeitorias em Imóveis de Terceiros (bemintangível), que também e uma conta do Ativo Imobilizado.- A Duplicata é um titulo de crédito comercial, usado em vendas a prazo. Recebe este nome por possuir os mesmos dados principaisda Fatura (número de notas fiscais, valores das vendas e vencimentos dos pagamentos).- A Fatura é um documento comercial que comprova a(s) venda(s) a prazo efetuada(s) ao mesmo cliente, o qual pode englobar umaou mais Notas Fiscais. Sua principal finalidade é informar ao cliente a relação das notas fiscais, para que o mesmo confira suas

    compras a prazo, e a(s) data(s) em que o mesmo deve efetuar o pagamento parcelado ou em quota.- A Nota Promissória  recebe este nome por ser um título de crédito representativo de uma promessa de pagamento, ou seja, odevedor (emitente do título) se compromete a pagar ao credor (favorecido ou beneficiário do título) determinada quantia. Ao contrarioda duplicata, não e um título comercial e sim um título financeiro, usado, normalmente, em empréstimos e financiamentos como, porexemplo: na venda ou compra de imóveis a prazo; quando um particular compra um veículo de outro particular; na obtenção dedinheiro emprestado de bancos ou financeiras, podendo o beneficiário (banco ou financeira) exigir que o devedor tenha um avalista(quem pagará a promissória, caso o devedor não pague); Enquanto a duplicata e emitida pelo credor, a promissória e emitida pelodevedor; Também, ao contrario da duplicata, (n)a promissória: não existem as figuras do sacador e do sacado, e sim a do emitente(devedor) e a do beneficiário (credor); não é admitida 2" via; não é usada em operações comerciais. O Vencimento pode ser: à vista(na apresentação); em dia certo (data determinada); a tempo certo da data (n°de dias a contar da data da emissão).- Contas a Receber: Conta representativa de valores a receber de terceiros, os quais não se encontram em títulos de credito, isto é,não se encontram em duplicatas ou promissórias.- Adiantamentos a Fornecedores: Conta representativa de um crédito do cliente contra o fornecedor, tendo em vista o pagamentoantecipado para o recebimento futuro de bens.- Adiantamentos a Empregados: Tal conta representa um direito da empresa em relação ao empregado. É freqüente o fato de umaempresa que pague salários no dia 5 de cada mês conceder um adiantamento no dia 20. Tal adiantamento será descontado dos

    salários bruto ao final do mês que foi concedido. Assim, se no final de um determinado mês o valor bruto da folha de salários fosse de$ 30.000, ou seja, Salários a Pagar = $ 30.000, e se no dia 20 do mesmo mês houvesse um adiantamento de $ 8.000, os salários apagar, sem considerar outros descontos, cairiam para $ 22.000, ficando a conta Adiantamentos a Empregados, ao fim do mês, comsaldo zero.- Obrigações: São todos os débitos (dívidas) da empresa com terceiros, tudo que for a pagar.- Contas a Pagar: Conta representativa de obrigações com terceiros que não se encontram representados por títulos de credito, isto é,não se encontram, por exemplo, em duplicatas ou promissárias.- As Provisões do Passivo são obrigações de caráter duvidoso, pois são determinados por estimativas. Assim, quando Se calcula oImposto de Renda sobre o lucro, dada a complexidade do seu fato gerador, não se há a certeza da exatidão do seu valor. Daí, nãousamos a conta Imposto de Renda a Pagar. e sim a conta Provisão para Imposto de Renda.- Há também Provisões do Ativo. Porém, tais provisões não são obrigações, e sim contas redutoras (ou retificadoras).- Contas Retificadoras  são contas negativas do grupo ao qual pertençam, isto é, São contas que devemos subtrair, ao invés desomar.- A conta Imposto de Renda a Pagar , representa o imposto de renda efetivamente a ser pago pela empresa ao Governo Federal, combase na declaração de rendimentos.- A conta Encargos .Sociais a Recolher  engloba a parte dos empregados (Contribuições da Previdência a Recolher descontadas do

    salário bruto dos empregados) e a parte do empregador (FGTS + Contribuições da Previdência a Recolher).- A conta IRRF a Recolher  representa o imposto de renda descontado do salário bruto dos funcionários, o qual deverá ser pago pelaempresa a Receita Federal.- Débitos de Funcionamento: são dívidas normais originárias do próprio funcionamento da entidade, tais como salários a pagar,duplicatas a pagar, impostos a recolher etc.- Débitos de Financiamento: são dívidas eventuais originárias de empréstimos bancários, financiamentos para aquisição de bens doativo permanente, etc.- Créditos de Funcionamento: são créditos normais originários do funcionamento da empresa, tal como e o caso das duplicatas areceber, as quais representam créditos contra clientes em função de vendas a prazo.- Créditos de Financiamento: são créditos eventuais da empresa, tais como empréstimos concedidos a coligadas, controladas,acionistas, diretores etc.

    Análises feitas à partir do Balanço PatriomialAgora que já conhecemos como funciona o balanço patrimonial, podemos entender a composição de análises essenciais aoadministrador financeiro para sua tomada de decisões:

    Análise Horizontal e VerticalAnálise VerticalA análise vertical facilita a avaliação da estrutura do Ativo e do Passivo bem como a participação de cada item da Demonstração deResultado na formação do lucro ou prejuízo.O cálculo do percentual de participação relativa dos itens do Ativo e do Passivo é feito dividindo-se o valor de cada item pelo valor totaldo Ativo ou do Passivo. Para a participação relativa dos itens da Demonstração de resultado o cálculo é feito dividindo-se cada itempelo valor da Receita Líquida, pois esta é considerada como base.Outras constatações podem ser extraídas, mas a utilidade aumenta sensivelmente se a análise vertical for utilizada conjuntamente coma análise horizontal.Análise HorizontalA análise horizontal tem a f inalidade de evidenciar a evolução dos itens das demonstrações contábeis, por meio dos períodos. Calcula-se os números-índices estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100. Podem ser calculados, também, aumentosanuais.As técnicas utilizadas em análise horizontal apresentam algumas limitações:a) quando o valor do item correspondente no exercício-base for nulo, número índice não pode ser calculado pela forma proposta, poisos números são divisíveis pelo número zero. Nesses casos, podem ser analisadas variações em valores absolutos;

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    b) quando o exercício-base apresenta um número negativo e no exercício seguinte o número fica positivo ( e vice-versa),matematicamente, é calculável, mas o resultado deve ser tratado com bastante cuidado, para não ocorrerem interpretaçõesequivocadas da evolução.

    Análise por Meio de ÍndicesA técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências esituação econômico-financeira da empresa.O analista pode trabalhar com índices ou percentual. A classificação dos índices pela empresa pode ser como ótimo, bom, satisfatórioou deficiente, ao compará-los com os índices de outras empresas do mesmo ramo ou porte. Esta comparação é possível através daspublicações em revistas especializadas.

    1) Índices de Liquidez

    Os índices de liquidez mostram a situação financeira da empresa. Quanto maior o índice, melhor.Um aspecto importante que deve ser considerado é que a empresa precisa "repor" os ativos circulantes que converter em dinheiro,para não interromper sua atividade operacional. Nessas condições, os ativos circulantes passam a ter características permanentes.Portanto, os índices de liquidez são válidos para os casos em que a empresa é "liquidada".A Liquidez das empresas é representada por índices financeiros, sendo calculados com base em dados extraídos do BalançoPatrimonial. Tem por objetivo analisar a capacidade de pagamento das exigibilidades. Nem sempre um elevado índice de liquideztraduz uma boa gerência financeira. Quando existe excesso de disponibilidades, provavelmente existe pouca aplicação dos recursosem investimento, excesso de estoques, ou ainda prazos dilatados demais no contas a receber, etc. Existem 4 tipos de índices deliquidez:

    a) Liquidez Corrente Comum: é utilizado para avaliar a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo (passivo circulante)através dos bens e créditos do Ativo Circulante.

    Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo CirculanteA Liquidez Corrente com índice superior a 1 indica que o Capital Circulante é positivo, e menor que 1 indica dificuldades no pagamentodas dívidas a curto prazo.

    b) Liquidez Imediata ou Instantânea: Avaliação da capacidade de pagamento dos compromissos mais imediatos e também doseventuais. Pagar de curto prazo e de uma só vez, só é possível com recursos oriundos das contas: Caixa, Bancos Conta Movimento,Caderneta de Poupança, etc.

    Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo CirculanteA Liquidez Imediata com índice superior a 1 indica que a empresa consegue honrar todos os seus compromissos de curto prazo e deuma só vez, ou seja, antes do final do exercício. Abaixo de 1 o inverso é verdadeiro.

    c) Liquidez Seca ou Teste Ácido: É utilizado para avaliar a capacidade de pagamento de curto prazo sem considerar os estoques. Éadequado para a análise de empresas que operem com estoques de difícil realização financeira (imobiliárias, por exemplo).

    Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoques / Passivo CirculanteA Liquidez Seca com índice igual a 1 indica que, sem considerar os recursos provenientes da realização de estoques, a empresa tem

    créditos e bens de valor igual às suas dívidas de curto prazo. Se o índice for maior que 1, além da empresa ter créditos e benssuficientes para pagar suas dívidas de curto prazo sem considerar seus estoques, ainda sobra capital.Se o índice for menor que 1, a empresa não tem créditos e bens para pagar suas dívidas de curto prazo sem levar em consideração osrecursos provenientes da realização de seus estoques.Despesas antecipadas fazem parte do Ativo Circulante, mas caso constem do Balanço Patrimonial, não entram no cálculo do índice deLiquidez Seca.

    d) Liquidez Geral ou Total: É utilizado para avaliar a capacidade de pagamento de todas as obrigações, tanto de curto quanto delongo prazo, através de recursos na permanentes. O ideal é que este índice não seja inferior a 1.

    Liquidez Total = Ativo Circulante + Ativo Realizável / Passivo ExigívelSendo o índice menor que 1, a empresará estará financiando pelo menos em parte, as aplicações no permanente com recursos deterceiros, o que geralmente provoca grandes dificuldades de pagamento das obrigações. As aplicações no permanente tem retornodemorado e devem ser financiadas com recursos próprios, ou com recursos de terceiros amortizáveis a longo prazo.

    2) Índices de Rotação

    Os índices de rotação (giros) evidenciam o prazo de renovação dos elementos patrimoniais, dentro de determinado período de tempo.A análise do giro dos ativos fornece informações sobre aspectos de gestão da empresa, tais como as políticas de estocagem,financiamento de compras e financiamento de clientes.Com relação ao giro dos estoques (e prazo médio de estocagem), as empresas procuram aumentar, pois quanto mais rápido