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    Introduo ao estudo daSegurana Fsica e Noes de

    Criminalstica

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    Ementa:

    Introduo ao estudo da Segurana Fsica. Base conceitual e evoluo histrica das estruturaspblicas e privadas da segurana. A Segurana Privada: natureza e crescimento. A funo dasegurana como parte de uma organizao sistmica. A responsabilidade da segurana fsica eseus riscos. Os mtodos e os dispositivos de segurana e de proteo. A legislao aplicvel atividade de segurana fsica.

    1.0 - Introduo

    A atividade desenvolvida pelo homem visando proteger suavida, a vida de seus familiares e seu patrimnio no nova. Para nosofrer o dano o ser humano criou com sua inteligncia elementos deproteo e defesa. Antes as cidades eram cercadas por muralhas e oscastelos por fossos ou construdos em locais de difcil acesso. Com otempo foram organizadas guarnies compostas por seres humanospara a segurana da comunidade. Os elementos de proteo e defesaforam se diversificando e acompanhando a evoluo da sociedade ehoje em dia a gama de opes para a defesa do patrimnio e da vida imensa.

    Com a diversidade de tcnicas e de elementos de proteo porfim surgiu a sua utilizao organizada e de forma profissional.

    2.0 - Base Terica

    2.1 - PrincpiosH certo nmero de conceitos que possuem valor emprico e quedevem ser aplicados com intensidades diferentes de acordo com cadasituao. Delinearam 14 conceitos de segurana, calcados na visofeudal dos castelos europeus medievais, os quais tinham barreirassucessivas de proteo em torno do seu ponto mais valioso, a torre

    principal.

    1 - Um sistema de segurana compreende um conjunto demedidas que se sobrepem.Qualquer subsistema de segurana examinado isoladamente serconsiderado falho. No h uma segurana perfeita. O agressorsempre poder encontrar uma falha, seja ela causada pornegligncia, esquecimento, hbito, vcio ou circunstncias. Se outrasmedidas de segurana estiverem ativas e sobrepondo-se primeira,haver menor possibilidade de sucesso do agressor.

    2 - A importncia de um sistema de segurana funo dasameaas que pesam sobre o que ele protege.

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    Ao se planejar um sistema de segurana deve-se considerar o valordo que ele se prope a proteger. Um custoso sistema de seguranaprotegendo algo de valor (material ou simblico) bem menor no temsentido prtico.

    3 - A fraqueza de um sistema de segurana mede-se por seuponto mais fraco.Sempre haver pontos mais fracos em um sistema defensivo, e elesdefinem o sistema como um todo. Sendo assim, ao se planejar umsistema de segurana ou examinar um j existente, os seus pontosmais fracos devem ser levantados e devero receber a maior parte daateno do planejador.Um modo de identific-los consiste em tomarmos o lugar do agressore imaginarmos como ele agiria. Identificando os pontos mais fracos,podemos ento criar outras medidas de segurana que sesobreponham primeira, de forma a suprir eventuais falhas.

    4 - Um sistema de segurana deve reduzir ao mximo ademora de interveno dadefesa e retardar ao mximo a possibilidade de agresso.Segundo os autores, ...quanto mais rpida for a interveno quandode uma agresso, mais fcil ser control-la e reduzir seu dano....A chave da defesa reside na rapidez da reao do servio desegurana interna quando de uma agresso. Seguindo a idiamedieval de barreiras sucessivas para proteo, os sistemas desegurana devem buscar o retardo da ao do agressor, para que

    aumentem as possibilidades de ser barrado antes de chegar ao seuobjetivo, o torreo central.

    5 - O acesso s informaes sigilosas limitado unicamentes pessoas que tm necessidade de conhec-las em razo desuas funes.Esse conceito, tambm conhecido entre ns como necessidade deconhecer, estabelece que devemos restringir ao mximo o nmerode pessoas que tm acesso s informaes restritas. Podemosguardar um bem em um cofre, mas precisamos saber quem temacesso ao cofre, sua chave e seu segredo, e o nmero dessas pessoas

    deve ser limitado ao mximo.

    6 - As pessoas vulnerveis no devem ter acesso sinformaes sigilosas.So pessoas vulnerveis os alcolatras, jogadores, gabolas (aquelesque exaltam a si mesmos), mexeriqueiros, conquistadores ouviciados. H tambm aqueles cuja vulnerabilidade vem decircunstncias tais como cimes, dificuldades familiares oufinanceiras, m adaptao ao meio social etc. Esse conceito, quecomplementa o anterior, estabelece que mesmo as pessoas que tmnecessidade de conhecer aspectos sigilosos pela funo que exercemdevem ser analisadas pelo pessoal de segurana e, caso seenquadrem nos casos citados, isso representar uma vulnerabilidade

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    no sistema de segurana como um todo e que pode eventualmentevir a torn-lo muito fraco (3 conceito). Devero ser tomadas medidasadicionais de segurana em torno dessa pessoa para diminuir essavulnerabilidade (1 conceito). Cabe ressaltar que esse conceito devepermanecer sempre dentro dos limites da tica e da legalidade, como

    ser visto mais adiante (13 conceito).

    7 - Os riscos devem ser agrupados e segredos divididos.Ainda lembrando os castelos medievais, agrupar-se os riscos permiteuma segurana nica como a que se fazia que em torno do torreo.Porm, da mesma forma que o senhor feudal guardava parte de seutesouro escondido fora do castelo para evitar um desastre total nocaso da chegada do agressor ao torreo, aquilo que pretendemosproteger deve ser fracionado, sendo decompostos em partes que, porsi s, no tenham significado, e cada parte protegida por diferentesmedidas de segurana. Dessa forma, caso um agressor tenha sucessoem quebrar sucessivas barreiras e tenha acesso ao que queremosproteger, ter acesso somente parte do segredo. Para consegui-locompleto ter que quebrar outra seqncia de barreiras desegurana, o que diminui suas chances de sucesso.

    8 - Trancados ou no, os bens a serem protegidos devemestar sempre colocados sob uma responsabilidade bemdefinida.A melhor pessoa para proteger um bem seu proprietrio. Na faltade uma propriedade individual, deve haver uma responsabilidade

    individual pelo bem claramente definida perante a coletividade. Esteconceito, juntamente com o 11 e 14, remete ao gerenciamento deRH. Pessoas se tornam mais responsveis quando recebem tarefasimportantes e de confiana.

    9 - Tudo que serve para proteger um segredo secreto.Um segredo deixa de ser segredo quando um potencial agressor tomaconhecimento de que h um segredo, sendo atrado apenas por esseconhecimento. Deve-se, portanto, manter segredo de tudo queprotege um segredo, de forma que outros no saibam nem mesmoque existe algo sendo protegido. Esse interessante conceito

    estabelece que a primeira opo da segurana ser sempre no faz-la de forma ostensiva para que agressores no saibam que algo estsendo protegido, o que significa que a primeira opo do profissionalde segurana deve ser sempre atuar na rea da segurana dainformao, que por natureza no-ostensiva. A segurana ostensiva,da qual a segurana fsica parte, sempre uma segunda opo e,mesmo esta, se deve buscar minimizar a aparncia agressiva dasbarreiras aplicando-se primeiramente, por exemplo, a teoria deCPTED Preveno de Crimes por meio de Projetos, que ser vistamais adiante. Excees regra so os casos em que pela prprianatureza da atividade, no h como esconder a existncia de algovalioso. Exemplificando, caso um profissional de segurana seja

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    chamado para garantir a proteo de algo esteja sendo criado naempresa, a primeira opo sempre proteg-lo pelo segredo.

    10- Todo sistema de segurana deve comportar, no mnimo,um elemento de surpresa para o agressor.

    Esse conceito complementa o 4. Guardando-se o segredo de partedas defesas, o agressor ser surpreendido por fatores desconhecidose inesperados. As surpresas mais eficientes so aquelas que causamnervosismo, que fazem o agressor hesitar e perder tempo. Porexemplo, pode-se ostentar rondas de vigilantes e ces junto aopermetro defensivo, como forma de desencorajar possveisagressores. Mas pode-se fazer segredo sobre um segundo sistemamais interiorizado de sensores de intruso, que acionaro sirenes seultrapassados e que causaro susto e hesitao ao agressor quetenha se planejado para passar apenas por vigias e ces. Como servisto mais adiante, esse conceito de elemento surpresa se aplica bem segurana eletrnica.

    11- As medidas de segurana jamais devem atrapalhar amarcha da empresa.Conforme o 1 conceito, no h proteo total. Mas possvelconseguir-se altos graus de proteo com medidas que sesobreponham. Porm, se tais medidas se tornam um entrave para otrabalho das pessoas, estas se sentiro saturadas e haver atendncia de negligenciar a segurana, o que trar prejuzos empresa. Esse , como foi visto, o segundo conceito que se refere

    RH.

    12- A segurana deve ser compreendida, admitida eaprovada por todos.Ao contrrio do senso geral, a segurana no encargo apenas deespecialistas. Para sereficaz, deve contar com a cooperao de todos, pois funo doempenho e discrio de cada um individualmente e interage com otrabalho cotidiano. Esse conceito estabelece a importncia doprofissional de segurana dominar as tcnicas de marketing e atuaragressivamente em endomarketing (antes de vender um produto

    para seus clientes, precisa-se convencer os funcionrios a compr-lo).

    13- A defesa sempre moral.A proteo s se justifica se for implementada respeitando-se aliberdade e dignidade dapessoa humana. Esse conceito envolve todos os outros. No hsegurana se ela no for moral e legal. Os prejuzos a mdio e longoprazo causados por aes ilegais ou amorais sobrepujam em muito osganhos de curto prazo que tais medidas podem trazer. Esse conceitonos remete tambm ao assunto tica Profissional.

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    14- A segurana exige um entendimento harmonioso nointerior da empresa.Esse o terceiro conceito que remete RH. Empresas comempregados descontentes so alvo fcil para aliciamento por partede agressores. Um empregado descontente constitui um perigo em

    potencial para a segurana da empresa, e o profissional de seguranadeve estar atento a isso.

    2.2 - Classificao Geral

    Vrios autores classificam de vrias formas a segurana fsica.Normalmente, tais classificaes enfatizam os meios utilizados(humanos, animais ou tcnicos) ou o modo como esses meios atuam.

    Os meios humanos so os denominados vigilantes. So carosem comparao com outros elementos de segurana e por isso j halgum tempo vem ocorrendo a gradual substituio de parte dosrecursos humanos utilizados por equipamentos.

    Classificao Geral

    Quanto aos meios:1. Humanos2. Animais3. Tcnicos

    3.1 Eletroeletrnicos3.2 Mecnicos

    Quanto atuao:1. Passivos2. Ativos3. De inteligncia

    Atualmente so utilizados principalmente ces de guardatreinados para o servio de vigilncia. Eles representam uma dasformas mais econmicas de proteo fsica, pois um vigilante e umco de guarda treinado podem substituir entre cinco e dez postos devigilncia, especialmente em locais espaosos.

    Dentro da rea tecnolgica se encontram enquadrados oschamados Meios Tcnicos de Segurana, que so todos os materiais,dispositivos e sistemas que podemos empregar ou implementarespecificamente para a preveno e proteo contra riscos eameaas. Como a denominao abrange uma srie extensa deartefatos inanimados, os autores dividem-na normalmente em meioseletrnicos e meios mecnicos.

    Meios eletrnicos so materiais, elementos, dispositivos esistemas que utilizam as propriedades da eltrica ou da eletrnica ou ambas para prover proteo. J meios mecnicos so materiais,elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades damecnica para prover proteo.

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    As defesas passivas so aquelas estticas, que permanecemconstantes haja ou no agresso. Um muro, por exemplo, estarsempre l, haja risco ou no. E mesmo que uma agresso ocorra, omuro continuar l, no alterando seu comportamento. As defesasativas so aquelas mveis, que alteram sua configurao reagindo a

    uma agresso. Um porto que se feche automaticamente quandoacionado o alarme de invaso um exemplo de defesa ativa. Por fim,as defesas de inteligncia so aquelas que possuem comportamentoproativo, visando antecipar-se ao risco e evitar uma agresso.Normalmente atuam distncia, antes que o problema atinja aempresa Note-se que o termo distncia aqui utilizado em seuconceito mais amplo, no significando apenas distncia fsica. Podeser tambm distncia temporal. Sendo assim, quando colocamos umempregado dentro da linha de produo com a tarefa de levantaruma possvel ao futura de fraude, estamos atuando com umadefesa de inteligncia na distncia temporal, mesmo sendofisicamente dentro da empresa.2.3 - Teoria dos Crculos Concntricos

    Calcada no princpio feudal europeu das sucessivas cinturas deproteo em torno de uma torre principal, essa teoria determina queum sistema de segurana deve estabelecer zonas (crculos de

    proteo) ao redor do objetivo.Ela no discrimina na verdade quantos crculos sero

    estabelecidos, mas sim qual o objetivo de cada um deles.Temevoludo nos ltimos tempos para uma Teoria das EsferasConcntricas que, diferente dos crculos que consideram os perigossomente ao nvel do solo ou prximos a ele, as esferas consideramtambm os perigos advindos do subsolo e do espao. Isso significaque alm de considerar possveis ataques de ladres que tentemultrapassar as cercas de proteo, considera tambm a possibilidadede infiltraes por bueiros ou tneis escavados intencionalmente,bem como a possibilidade de invaso pelo ar, por pra-quedas,ultraleves ou asa delta, alm da espionagem por satlite.

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    2.4 Compartimentao

    Caso as instalaes que precisem ser protegidas cubram umarea fsica muito extensa, sua segurana como um todo pode no serpossvel por questo de custos. Os custos podem ser diminudos se a

    rea for dividida em partes e as partes mais importantes e sensveispossurem proteo adequada. Essa tcnica conhecida comocompartimentao e consiste em proteger vrias reas menoresdentro de uma rea maior.

    A partir desse conceito se pode tambm classificar as reassegundo um critrio de criticidade (neologismo que tem sentido dedeterminar quo crtica uma determinada situao), ou seja, oquanto a violao dessa rea interfere no negcio da empresa. Umaclassificao muito usada hoje em dia utiliza cores para definir asreas, conforme o quadro seguinte:

    COR CRITICIDADE ACESSO

    Branca Inexistente Livre acesso aos empregados evisitantes, sem muitanecessidade de acompanhamentoespecfico.

    Verde Baixa Acesso controlado. Poder haveracompanhamento por CFTV oupessoal dos transeuntes.

    Amarela Mdia Acesso restrito e controlado. Halgumas restries sobre quempoder acessar a rea e suapermanncia poder seracompanhada por CFTV oupessoal.

    Vermelha

    Alta Acesso restrito. H muitasrestries sobre quem poderacessar a rea e sua permannciadever ser acompanhada porCFTV ou pessoal.

    2.5 Acesso no autorizado2.5.1 - Entrada forada

    A entrada forada o mtodo mais comum para entradas noautorizadas. Portes, janelas e portas so especialmente vulnerveisa entradas foradas, mas tambm podem ser realizadas atravs de

    paredes (especialmente as finas), pisos, telhados, clarabias ou dutosde servio ou ventilao.

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    combinado com a pintura das portas de acesso e das paredes (oupelo menos de faixas nas portas e paredes) com as mesmas cores,isso permite ao usurio do crach a reconhecer as reas em que podeentrar e a todo o pessoal da empresa e a segurana em particular identificar e informar sobre entradas no autorizadas. Crachs de

    visitantes e prestadores de servio devem ser devolvidos na sada,bem como os dos empregados que deixem de trabalhar na empresa.Os crachs que do acesso s reas mais crticas devem recebermaior ateno, principalmente visando evitar duplicaes.

    Crachs eletrnicos apenas facilitam o trabalho, pois se houver,por exemplo, sensores de passagem nos portais da empresa, ocontrole de presena torna-se mais fcil. O uso da eletrnica noresolver o problema de um sistema de controle mal desenhado. Pelocontrrio, se o controle de crachs simples estiver ruim, a suasubstituio por crachs eletrnicos possivelmente aprofundar oproblema.

    2.8 CPTED

    CPTED um acrnimo, na lngua inglesa, para Crime PreventionThrough Environmental Design, Preveno de Crimes por meio deProjetos. uma abordagem multidisciplinar que busca reduzir ocrime e a insegurana colocando lado a lado planejadores, projetistas,arquitetos e profissionais de segurana que trabalham para criar umclima seguro em de um ambiente, com projetos que eliminem oureduzam o comportamento criminal e ao mesmo tempo encorajem as

    pessoas a manterem-se alertas, provendo segurana uns aos outros.

    "O prprio projeto e uso efetivo doambiente construdo podem conduzira uma reduo no medo e incidnciade crimes, e a uma melhoria daqualidade de vida.National Crime Prevention

    Institute EUA

    A abordagem do CPTED torna a segurana menos agressiva

    para as pessoas, evitando o sentimento de "estar prisioneiro"naqueles que se pretende proteger. Alm disso, totalmentetransparente aos usurios, permitindo que se consiga maiores grausde segurana sem que mostre que se est preocupado com asegurana, o que pode ser uma vantagem.

    Os princpios do CPTED podem ser aplicados de forma fcil ebarata no construir ou remodelar. Em algumas comunidades queaplicaram os princpios de CPTED nos EUA a atividade criminaldiminuiu em at 40 por cento.

    Historicamente, a nfase da preveno de crimes esteve naabordagem da dificultao (ato de dificultar) do acesso ao bem quese queria proteger por meio de dispositivos (fechaduras, sistemas desegurana, alarmes, equipamentos de monitorao etc) e processos

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    (patrulhamento, legislao etc), estratgias de preveno de crimeque pretendem tornar o acesso ao objetivo do criminoso mais difcil,mas que podem tambm criar um sentimento de "estar prisioneiro".Esta abordagem tradicional tende a negligenciar a oportunidade paracontrole de acesso e vigilncia natural. O CPTED coloca sua nfase no

    "natural".

    2.8.1 Origens

    1968, Jane Jacobs discutiu a interao do ambiente fsico comseus habitantes e quo importante isto era para a vida e vitalidade deuma rua ou bairro no livro The Death and Life of Great AmericanCities.

    1969, o arquiteto Oscar Newman cunhou a expresso "espaodefensvel" quando iniciou seu estudo sobre planejamento demoradias, associando a ele a percepo das pessoas que aliresidiriam sobre segurana. O foco era de como aquelas pessoas sesentiriam em relao ao senso de propriedade - ou sua falta(reforo territorial), e a relao disso com a atividade criminal. Partede seu trabalho relacionou-se desde ento ao projeto de uso de ruasresidenciais como um fator impeditivo para o crime.

    1971, Clarence Ray Jeffery, criminologista norte-americanocunhou o termo Crime Prevention Through Environmental Designaps estudar a relao entre o ambiente fsico e incidncia de crimes.

    2.8.2 - Princpios gerais

    a. Vigilncia naturalConsidera a combinao de caractersticas fsicas, atividades

    que sero desenvolvidas e as pessoas que as desenvolvero no localde tal modo sobre que maximize a visibilidade. O desenho da plantadeve permitir que estranhos sejam facilmente observados por todos.Deve-se buscar a visibilidade sobre as pessoas, estacionamentos,entradas dos prdios (portas e janelas faceando ruas eestacionamentos), passeios de pedestres e iluminao adequada noite.

    b. Reforo territorialEncoraja o uso de itens fsicos primordialmente barreiras

    naturais mas, se necessrio, incluindo barreiras artificiais- queexpressem propriedade. O desenho da planta pode criar ou estendera esfera de influncia das pessoas. Os utilizadores desenvolvemento um senso de controle territorial que, quando percebidos porpotenciais agressores, serve de fator de dissuaso.

    Devem ser definidos os limites da propriedade e tornar bemclara a distino entre espao pblico e privado, utilizando-se cercas-vivas ou outros mtodos.

    c. Controle de acesso natural

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    Busca a orientao fsica das pessoas indo e vindo em umespao pela colocao judicial de entradas, sadas, cercaduras,ajardinados e iluminao. Nega-se o acesso aos locais quepossivelmente podero ser alvos de agresses e cria-se nosagressores uma sensao de risco.

    Consegue-se por meio de rotas, passeios e elementosestruturais que indiquem claramente a direo que as pessoas emgeral devem seguir, desencorajando o acesso indevido a reasprivadas.

    d. ManutenoDeve permitir o uso continuado de um espao para seu

    propsito planejado e servir como uma expresso de propriedade.No se deve permitir qualquer reduo da visibilidade de todos sobreo local ou obstruo na iluminao noturna.

    Alguns autores incluem o CPTED com parte integrante da teoriada Segurana Fsica, outros o consideram como um planejamentoseparado, que se insere aps a anlise do risco e antes doplanejamento da segurana fsica propriamente dito. Porm, maisimportante que discutir se CPTED pertence ou no segurana fsica compreendermos que sempre haver estreita ligao entre aarquitetura do projeto e a segurana.

    2.9 - Tringulo do Roubo

    a teoria segundo a qual um ato ilcito somente ocorre se trsfatores estiverem presentes, quais sejam:

    DESEJO = Est ligado a caractersticas culturais ou a efeitos dapropaganda atuando no subconsciente do indivduo;MOTIVAO = Est ligada ao raciocnio, capacidade de planejar aao;

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    OPORTUNIDADE = Est ligada ao ambiente, maneira como as coisasesto dispostas.

    Os dois primeiros fatores atuam internamente no ser humano emodific-los torna-se uma tarefa difcil, pois lidamos com aspectos da

    psicologia humana. O terceiro fator externo, ligado ao ambiente.At bem pouco tempo considerava-se que o profissional de seguranaatuaria somente sobre a OPORTUNIDADE. Atualmente, em umaabordagem multidisciplinar, o profissional de segurana atua, emconjunto com outros profissionais de outras reas tais comopsiclogos e pedagogos, tambm sobre a MOTIVAO e, em umaescala menor, sobre o DESEJO.

    3.0 Meios de segurana fsica.3.1 Barreiras

    A segurana fsica utiliza um combinado de barreiras, cada umacom um propsito especfico, o que inclui barreiras naturais eestruturais.- Barreiras naturais: So acidentes do terreno que por suadisposio natural impedem ou dificultam o acesso ou o trnsito narea da empresa. Podem ser um rio, montanha, alagadio, encosta ououtro acidente geogrfico que seja de difcil transposio.Observaes:- Rios e fossosSeu valor como barreira est no grau de agravamento de suasmargens e na violncia de sua correnteza, impedindo que sejam

    transpostos com facilidade.- AlagadiosSeu valor reside no solo pouco firme, que dificulta e por vezes impedeo movimento a p.- MontanhasPodem ser visualizadas como barreiras dependendo da altura e dongulo de inclinao de suas encostas.- Barreiras estruturais: So obras, permanentes ou temporrias,realizadas na empresa, no necessariamente com a nica finalidadede prover segurana. Podem ser cercaduras, portas, janelas ou aparede ou uma outra construo que sirva funo de deter a

    entrada no autorizada.A criao de barreiras de proteo serve para:1) Prevenir a entrada de pessoas e veculos de forma indesejada.2) Prevenir sadas indesejadas.3) Definir zonas de isolamento para reas sensveis.4) Prevenir o acesso de pessoas a reas restritas internas.

    Instalar barreiras no significa que sempre ser necessrioinstalar cercas ou outros obstculos, uma vez que por vezes anatureza nos prov barreiras mais eficientes. Por exemplo, umabarreira natural poder ser um rio, montanha ou outro terreno difcilde ser atravessado por pessoas ou veculos. Construes tambmdevem ser consideradas, como por exemplo, uma parede externa de

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    um prdio. importante notar que barreiras raramente por si simpedem a intruso. A segurana se d com o seu uso integrado.3.2 - Benefcios do uso de barreirasSo quatro os benefcios do uso de barreiras:1) Benefcio psicolgico. Uma barreira visvel e que no seja fcil de

    ser transposta serve para desestimular entrada indesejada. Poucaspessoas sobem cercas altas e que tenham arame farpado no topo,principalmente sabendo que a rea patrulhada por ces ouseguranas. Normalmente, pessoas com inteno de roubar oucausar danos desistem frente a barreiras de proteo, reconhecendoque, mesmo que entrem, talvez no possam escapar.2) Diminui a necessidade de pessoal de segurana e permite seu usoem atividades mais importantes.3) Canaliza o fluxo de pessoas que entram e saem da empresa, umavez que s podero faz-lo atravs de pontos estabelecidos econtrolados pela segurana.4) Causam confuso no invasor. Uma vez dentro da rea daempresa, ele pode ser confundido por suas barreiras de proteointernas. Quando seu sistema de barreiras possui complexidadesuficiente para causar confuso, a chance de um intruso sair da reasem ser visto torna-se baixa.

    3.3 - Cercaduras

    o tipo de barreira estrutural mais utilizado. Normalmente soconstrudas em uma nica linha, mas, quando for essencial o

    estabelecimento de maior grau de segurana, duas linhas decercaduras podem ser instaladas no permetro. Estas cercadurasdevem ser separadas por distncia no inferior a 4,5 metros e nomais de 45 metros para melhor proteo e controle. As cercadurasdevem permitir passagens para execuo de servios, que tero nomnimo 25 cm de dimetro, devendo ser protegidas para prevenirabertura no autorizada. A escolha da melhor cercadura depende dasituao dos riscos que cada empresa est sujeita, bem como dooramento da segurana. Sugere-se um estudo conforme o quadroabaixo:

    Tipo decercadura

    Tempo deinstalao

    por m

    Custode

    instalao

    por m

    Manuteno

    peridica

    Facilidadede

    transposio

    por sereshumanos

    Durabilidade

    no tempo

    Tela dearame

    Mdia Mdia Mdia

    Aramefarpado

    Alta Alta Baixa

    Concertina Mdia Baixa Baixa

    Fio cortante Mdia Baixa Baixa

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    Muro dealvenaria

    Baixa Baixa Alta

    Grade deferro

    Baixa Mdia Alta

    Cerca viva Alta Alta Baixa

    Para melhorar a segurana de uma cercadura, os seguintespontos devem ser considerados:1) Postes, rvores, caixas ou quaisquer outros objetos junto cercadura podem ser utilizados pelo agressor para escal-la.2) Escadas deixadas junto cercadura so um convite aos invasores.Escadas fixas devem ter seu incio protegido dentro de uma gaiola demetal, com porta fechada.3) Cercaduras conjugadas com a de outra propriedade, ou que setoquem em pontos especficos, representam perigo extra. Um invasorpode entrar na propriedade vizinha e depois invadir a propriedadeque se quer proteger escalando ou abrindo a outra cercadura.4) Deve-se ter especial ateno quando a cercadura toca em outrasedificaes, pois poder ser transposta a partir dos telhados vizinhosou mesmo utilizando-se as janelas e outras salincias da edificaocomo apoio para a transposio.

    Os tipos mais encontrados so:

    Fio cortante.Enrolados com clipes de segurana. So tiras galvanizadas

    (chapas de ao inoxidvel) combinadas com fio do ncleo, formando

    espirais contnuos de vrios dimetros, que so ento cortados emconjunto com os grampos pesados. So utilizados em paredes oumuros, ou mesmo instalado com uma barreira sobre a prpria paracriar um permetro de segurana eficaz.

    Tela de arame ou rede laminada. o tipo de cercadura mais usado para propsitos de segurana.

    Prov o sistema permanente de melhor custo-benefcio e suaeficincia aumenta com a introduo de arame farpado no seu topo.

    Uma vantagem deste tipo de cercadura permitir a observaode ambos os lados. Sendo assim, folhagem ou outros materiais

    decorativos devem ser evitados, pois reduzem a visibilidade eauxiliam o invasor que, uma vez dentro, estar fora das vistas dostranseuntes.

    Devem ser construdas com no mnimo 2 m de altura e, no casode cerca dupla, a segunda deve ter no mnimo 1,80 m. Sua trama nodeve ter mais que 2,5 cm de abertura.

    De preferncia, o arame de suas bordas superior e inferior nodeve ser protegido, permanecendo pontiagudo e retorcido, criando oefeito de arame farpado, pois o risco de algum inadvertidamente secortar nas pontas menor que o risco de permitir que algum agressorescale a cerca e ultrapasse-a com facilidade (pode-se tambm lanararame farpado no seu topo como guarda superior, criando-se omesmo efeito).

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    Considera-se sempre a possibilidade de algum lanar sobre acerca uma lona, de forma a permitir escal-la sem se ferir nas pontasdos arames do topo.

    Deve ser suportada por posteamento de metal ou concretoarmado, preso em sapatas com 6 a 8 cm de profundidade e a tela

    deve ser rigidamente presa no posteamento. Para impedir quepequenos animais ou pessoas passem por baixo da cerca, a tela nodeve estar a mais de 5 cm do solo, quando este for consistente e nopossa ser cavado (cimento, pedra etc). Caso seja sobre terra ou outrosolo no consistente, deve estar enterrada no mnimo 5 cm no solo.

    Deve ser pintada com alguma tinta no reflexiva, de forma ano permitir o reflexo da luz do sol. Em dias ensolarados, o reflexo dometal da cerca principalmente cercas novas podem cegarmomentaneamente a vigilncia, permitindo que um agressor no sejavisto.

    Deve ser feita manuteno peridica, procurando pontos deferrugem e locais onde a cerca se desprendeu do posteamento.

    O posteamento tambm deve ser testado para certificao deque continua firme, pois caso se solte a cerca cair com ele. Adistncia entre postes deve ser de no mximo 2 m.

    Cerca de arame farpadoPermitem a passagem de pessoas e podem ser facilmente

    cortadas. So efetivas quando a ameaa se resume a animais degrande porte. No Brasil no existe normatizao versando sobre oassunto.

    Cerca de concertinaA concertina foi desenvolvida pelas foras armadas norte-americanas buscando uma barreira de lanamento rpido. Lanadacom estaqueamento em X, cria uma barreira de 90 cm, podendo serlanada em duas camadas, uma sobre a outra, criando uma barreirade 1,80 m. Sua efetividade aumenta grandemente caso seja feito umlanamento triplo, com um estaqueamento sobre outros dois emparalelo, assumindo uma forma piramidal, conseguindo-se assim umabarreira de 1,80 m de altura por 1,80 m de largura, muito difcil deser transposta. Cercaduras de concertina so muito teis para usotemporrio, como apoio enquanto se repara a cercadura original

    danificada.O arame farpado padro para concertina um rolo de arame

    farpado fabricado com ao muito forte, unidos intervalos regulares demaneira a formar um cilindro. Aberta, a concertina de arame deve ter15 m de comprimento e 1 m de dimetro.

    Cerca de fita farpadaMuito parecidas com a concertina, possuem o mesmo uso. Por

    seu baixo custo, esto se tornando populares atualmente. A fitafarpada fabricada em uma tira de ao com uma resistncia quebra de no mnimo 230 Kg, a largura geral 3/4" e tem farpas de7/16 espaadas a intervalos de 1/2" ao longo de cada lado.

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    Muro de alvenaria.Tem grande uso. Possui a vantagem da durabilidade, alm de

    poder acompanhar o estilo arquitetnico de todo o complexo,tornando-se menos agressivo s vistas. Pode ser feitos de tijolos,concreto armado, pedra ou similar e aumenta seu grau de segurana

    se possuir arame farpado, pregos ou vidro quebrado no seu topo.No permite a visibilidade de dentro para fora e nem de forapara centro, o que pode ser uma vantagem ou uma desvantagemdependendo do que se pretende, pois sem visibilidade se ganhaprivacidade, mas uma vez que o agressor tenha transposto o murono poder ser observado por transeuntes nem por patrulhaspoliciais.

    Muros sempre apresentam aparncia agressiva e o uso da hera(plantas trepadeiras) tem servido para torn-los mais sociais.

    Grades de ferroTambm so durveis, podem acompanhar o estilo

    arquitetnico do complexo e so devassveis, isto , permitem que seobserve de fora para dentro e de dentro para fora. Normalmente sode alto custo.

    Cercas-vivasSo utilizadas como cercadura, principalmente em casas, por

    sua beleza esttica. O uso de plantas espinhosas pode desestimular oagressor. H a necessidade de ser cuidada por jardineiro.

    3.4 - Material utilizado nas cercadurasEm geral so:- Ao, com fabricao bsica de alta resistncia em vrios perfis.- Ligas ligeiras, com fabricao especial de alta resistncia em vriosperfis.- Concretos, com fabricao bsica ou de alta resistncia em perfis oumdulos de especfico desenho e construo.- Madeiras, com fabricao especial em perfis reforados de desenhoe construo especficos.

    3.5 - Construo das cercaduras

    - Industrializada, com construo mediante o emprego de materiaisou perfis de carter industrial, geralmente no especfica.- Pr-fabricada, com construo mediante o emprego de materiais oupeas selecionados e preparados para obter mdulos completosenlaados.

    3.6 - Composio das cercaduras- Alicerce (ou base). Elemento estrutural, geralmente de concretoarmado, que serve de base para colocao do posteamento.- Posteamento. Elementos estruturais, geralmente de perfismetlicos, que servem de sustentao e fixao das malhas e painis.- Trama ou painis. Elemento estrutural, geralmente de ao, queconstitui a base de fechamento ou configurao da cercadura.

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    - Elementos de fecho. Dispositivos de segurana que garantiro oajuste e sustentao dos elementos e painis fixos ou mveis.-Elementos praticveis. Painis, portas e dispositivos mveis oufraturveis que permitam a passagem atravs da cercadura.- Acabamento. Determinao do material e seu tratamento final de

    proteo. Pode ser: Galvanizado; Pintado; Plastificado e Inoxidveis.

    3.7 - A guarda superiorUma guarda superior uma projeo de arame farpado ou fita

    farpada ao longo do topo da cerca ou do muro, apontando para fora(ofensiva) ou para dentro (defensiva) e para cima em um ngulo deaproximadamente 45. Os braos de suporte para a guarda superiordevem ser fixados permanentemente no topo dos postes paraaumentar a altura global da cerca em menos 30 cm, e trs fios dearame farpado espaados 15 cm devem ser colocados apoiados nosbraos.

    Atualmente est ganhando fora o uso da guarda superior comcercadura eltrica.

    3.8 - BDVBarreiras de deteno de veculos (BDV) so dispositivos de

    proteo que formam uma barreira compacta mediante barras oufileiras de elementos e se dispe para a deteno de veculos diantede invaso agressiva ou no autorizada. Este tipo de elemento podeser utilizado tanto como um sistema de segurana que impeainvases de veculos quanto como apoio ao controle de acesso.

    Tipos- Fixas ou fundeadas. Passivas, no acionveis, de carterestacionrio e permanente.- Basculantes. Acionveis que giram em um movimento de bsculosobre um eixo horizontal.- Ascendentes. Elementos verticais ou horizontais acionveis que seelevam sobre o solo.- Extensveis. Elementos pulsantes acionveis manualmente que seestendem sobre o solo.Construo

    - Tradicional. Construo ou fabricao bsica e generalizada.-Industrializada. Construo ou fabricao empregando equipamentose sistemas de fechos de carter industrializado.- Especfica. Construo ou fabricao de carter especfico ediferenciado.Operacionalidade- Manual. Funcionamento mediante o acionamento pela fora manual.- Semi-automtica. Funcionamento mediante sistemas deacionamento de carter eltrico ou pneumtico controlados pela aohumana.- Automtica. Funcionamento mediante sistemas de acionamento decarter eltrico ou pneumtico controlados sem a ao humana.Grau de segurana

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    Determinado pelos seguintes parmetros:- Tipo de veculo. Caractersticas tcnicas, dimenses efuncionamento dos veculos que devem ser detidos.- Peso do veculo. Dimensionamento em toneladas do veculo mais asua carga.

    - Velocidade de impacto. Dimensionamento em Km/h no ponto deimpacto do veculo.- Contedo do veculo. Definio da carga passiva ou ativa do veculo.Espao posterior percorrido

    a limitao em metros do possvel deslocamento do veculodepois do impacto na barreira.

    As barreiras de deteno de veculos tm uma dupla funo.So empregadas contra a inteno de invaso no autorizada e comosistema de controle de acesso de veculos. Seu desenho eimplantao permitem utiliz-la ostensivamente como um sistema desegurana dissuasrio ou oculta como elemento de surpresa para oagressor.

    3.9 - EclusasEclusas. Como designado o conjunto de elementos fixos e mveis(anteparas, biombos ou parede fina, divisria e portas) que formamum sistema de controle de acesso para pessoas, veculos ou objetosconstitudo por duas ou mais portas que no se abrem de uma s vez,no permitindo o contato direto entre duas reas adjacentes.Classificam-se em funo de:a) Manobra

    Refere-se forma de ao ou movimento que realizam suas portas epartes mveis.a.1) Pivotante - O movimento de suas folhas realiza-se sobre umeixo vertical, lateral ou central. Pode ser tipo abatvel ou giratria.a.2) Elevadia - O movimento de suas folhas realiza-se em formaascendente ou descendente. Tipo guilhotina.a.3) Deslizante - O movimento de suas folhas realiza-sehorizontalmente para direita ou para esquerda. Tipo corredeira.b) Utilizaob.1) Para pessoas - Dimensionadas para o controle de acesso depessoas.

    b.2) Para veculos - Dimensionadas para o controle de acesso deveculos.b.3) Para objetos - Dimensionadas para o controle de acesso demaletas, valises, miudezas, correspondncias etc.c) Fluxo o nmero de elementos que por unidade de tempo que poderopassar pela eclusa.d) Ordem de passagem a seqncia de passagem dos elementos.e) Grau de seguranaRefere-se ao nvel de resistncia a ataques que deve oferecer aeclusa. Sendo e eclusa um sistema, esse grau determinado pelo

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    menor grau de segurana dos elementos individuais que compem aeclusa, os quais sero vistos mais adiante.f) ConfiguraoRefere-se forma arquitetnica na qual est constituda a eclusa.Pode ser:

    f.1) Linear - Forma de passagem em linha reta. Pode serunidirecional ou bidirecional.f.2) Angular - Forma de passagem em linha quebrada (ou emngulo). Tambm pode ser unidirecional ou bidirecional

    Equipamentos que compem a eclusaUma eclusa um sistema de equipamentos que deve ser

    projetada para cada situao. No h duas eclusas iguais. O desenhodas eclusas est intimamente ligado aos diferentes parmetros queintervm em sua definio e montagem, obtendo com isto diferentestipos e modelos e sua correta adequao as necessidades de cadacaso e circunstncias.1) Estrutura. Elementos que constituem sua armao bsica.2) Painis. Elementos que constituem seu fechamento perimetral.3) Portas. Elementos mveis.4) Equipamento de vigilncia. Elementos que permitem a observaoda operao da eclusa (CFTV, espelhos de observao etc).5) Sistema de comunicao. Equipamentos de falar e escutar entre ointerior e o exterior da eclusa.6) Sistema de deteco de presena. Equipamentos de detecovolumtrica ou deteco por passagem.

    7) Sistema de fechamento. Fechaduras para bloqueio manual ouautomtico de portas.8) Sistema de sinalizao. Equipamentos de indicao do estado deportas e utilizao da eclusa.9) Sistema de emergncia. Dispositivos antipnico ou de aberturaemergencial de portas ou painis.10) Sistema radioscpico. Equipamentos de inspeo por raios-X paramateriais, objetos, pacotes e pessoas.11) Compartimento de custdia. Locais seguros para objetos depassagem no autorizados.12) Sistema de controle de acesso. Leitoras de dispositivos para

    validao e autorizao de passagem.13) Postos de controle geral. Locais com capacitao para centralizaro manejo e controle da eclusa.

    3.10 - PortesPortes so barreiras necessrias para o controle do trfego de

    entrada e sada atravs da cercadura. So utilizados para impedir oacesso ou sada de veculos no autorizados. Quanto menos porteshouver, maior a segurana, pois so pontos de vulnerabilidade nacercadura da mesma forma que portas e janelas so pontos devulnerabilidade em paredes. Em geral so fechados com correntes ecadeados. O porto em uma cercadura deve ser to alto quanto a

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    cerca adjacente e as suas guardas superiores ser verticais para evitarproblemas com seu movimento.So tambm exemplos de portes a cancela e o muro mvel.

    3.11 - Porta blindada

    Classificam-se por:1) ManobraEntendo-se como manobra a forma de ao ou movimento que realizasua folha ou partes mveis.1.1) Portas pivotantes (apoiadas por pivs). O movimento de suafolha sobre eixo vertical, lateral ou central.1.1.1) Abatvel (mais comum).1.1.2) Giratrio em eixo lateral.1.1.3) Giratrio em eixo central.1.2) Portas suspensas. O movimento de sua folha ou lminas sobreguias de deslizamento verticais1.2.1) Rgida.1.2.2) Lmina.1.2.3) Guilhotina.1.3) Portas deslizantes. O movimento de sua folha sobre guias dedeslizamento horizontais.1.3.1) Reta.1.3.2) Tangente

    2) Material de defesaEntendo-se como material de defesa a aquele que faz parte de sua

    configurao ou fabricao e que se servem para sua proteo.2.1) Madeira Material selecionado empregado como base estruturale em peas macias. A madeira deve ser dura e estratificada.2.2) Material metlico Material empregado como base estrutural oude painis, em moldura ou lmina.2.2.1) Ao tradicional.2.2.2) Ao de alta resistncia.2.3) Material sinttico Material empregado como base estrutural oude painis e normalmente em lminas rgidas ou flexveis.2.3.1) Blindagem anti-maarico Material de diversas composiesresistente aplicao de calor direto.

    2.3.2) Blindagem anti-trmica Material de diversas composiesresistente aplicao de elevadas temperaturas.2.4) Material combinado Material empregado como base estruturalou painis onde a combinao de alguns materiais permite melhoresgraus de segurana.2.4.1) Concreto de resistncia normal Conglomerado base decimento que possui resistncia caracterstica do tipo bsico, habituale fcil de obter.2.4.2) Concreto de alta resistncia Conglomerado base de cimentoque possui resistncia caracterstica de tipo especial, pouco habituale difcil de obter.

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    2.4.3) Concreto de fibras Conglomerado base de cimento e fibrasplsticas ou metlicas que possui elevado grau de segurana ante oataque.2.4.4) Armaduras tradicionais Contorno de ao de resistncia eformas habituais, normalmente utilizado em obras de construo e

    concretos armados estruturais.3) Composio.3.1) Batente de porta. Estrutura bsica para sustentao da folha daporta e integrao com a parede.3.2) Folha da porta. Elemento mvel que constitui a base dofechamento e alojamento dos materiais de defesa, dispositivos defechamento e segurana.3.3) Sistema de ancoragem. Elementos ou dispositivos situados parasua adequada e eficaz integrao entre os elementos da folha deporta e moldura e este ao batente.3.4) Grade interior. Elemento mvel que funciona como fechamentocomplementar e controle de acesso nos perodos em que a portablindada permanece aberta.3.5) Sistema de fechos. Elementos fixos e mveis que constituem abase do fechamento e segurana das portas blindadas.3.6) Abertura motorizada. Mecanismo geralmente eltrico quepermite o manejo do sistema de fechos em forma no manual ouremota.3.7) Fechadura. Elemento mecnico ou motorizado que constitui abase do acesso e segurana para a abertura e fechamento dasportas.

    3.8) Retardador. Elemento mecnico ou motorizado que constitui abase do controle horrio para a abertura das portas blindadas.3.9) Sistema de alarme. Dispositivo de segurana que, incorporado sportas blindadas, permite a deteco de ataque assim comotransmite um sinal correspondente de alerta ou alarme.3.10) Sistema de bloqueio. Dispositivo de segurana que, incorporadoao sistema de fechos da porta blindada, provoca o bloqueio desta emcaso de ataque mecnico ou trmico.4) Grau de segurana.UNE 108-113-86. Camaras Encouraadas4.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T 30. Ataque com a

    utilizao de p-de-cabra,pina, puno, marreta, alavanca, martelo percussor, furadeiraporttil, serra mecnica ou gs oxiacetilnico. Tempo mnimo deresistncia, 30 minutos.4.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Ataque com a utilizaodos equipamentos listados em E-3 mais furadeira eltrica com brocadiamantada. Tempo mnimo de resistncia, 45 minutos.4.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T 60. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-4 mais o emprego dechama trmica. Tempo mnimo de resistncia, 60 minutos.4.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T 60. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-5 mais o emprego de

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    explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mnimo deresistncia, 60 minutos.4.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T 90. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-4 mais o emprego dechama trmica. Tempo mnimo de resistncia, 90 minutos.

    3.12 - Porta internaDeve-se atentar para o fato de que uma porta fina e frgil,

    mesmo que tenha uma boa fechadura, poder simplesmente serignorada e atravessada por um agressor. Uma porta slida, demadeira ou de metal, um investimento necessrio. Molduras demadeira de pelo menos 10 cm ou de metal permitiro que hajasegurana. Quando utilizando uma moldura de metal, deve-se ter ocuidado de que seja slida, e no apenas o perfil, o que a tornariafrgil. Se for utilizado apenas o perfil, deve ser preenchida comcimento, de forma a resistir a impactos. Por fim, quando utilizandodobradias para cadeados, as dobradias devem ser fixadas de talforma que os parafusos no fiquem expostos.

    3.13 - JanelasElemento de fechamento principalmente exterior utilizado na

    arquitetura e na construo em geral e raras vezes colocadosegundo condies especficas de segurana. Seu emprego diante deinvaso tem, em qualquer caso, planejamentos especiais. Sua funomais comum a ocultao de vistas e a regulao da luz solar, maspode vir a apresentar condies notveis de segurana.

    Classificam-se por:a) Tipo de manejoRefere-se forma de ao ou movimento que realiza o conjunto ou aparte mvel.a.1) Pregado (horizontal ou vertical). Movimento de seus painis oupartes mveis de fechamento sobre eixos horizontais ou verticaisagrupando-se ou pregando-se para sua abertura.a.2) Extensvel. Movimento de seus painis ou partes mveis defechamento sobre eixos verticais agrupando-se para sua abertura.a.3) Enrolvel. Movimento de seus painis, lminas ou partesmveis de fechamento sobre um eixo horizontal no qual se enrolam

    para sua abertura.a.4) Abaixvel. Movimento de seus painis ou partes mveis defechamento sobre um eixo vertical lateral ou central sobre o qualgiram para sua abertura ou fechamento.a.5) Deslizante. Movimento de seus painis ou partes mveis defechamento sobre guias horizontais ou verticais nas quais deslizampara a abertura e fechamento.b) Materialb.1) Aos normais.b.2) Aos especiais.b.3) Materiais sintticos.b.4) Madeiras.c) Acionamento

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    c.1) Manual. Acionamento direto pelo ser humano sem nenhum tipode mecanismo adicional para seu manejo.c.2) Mecnico. Acionamento por meio de dispositivo tipo mecnico.c.3) Eletromecnico ou eletromagntico. Acionamento por meiode dispositivos tipo eletromecnico ou eletromagntico.

    c.4) Pneumtico. Acionamento por meio de dispositivos tipopneumtico ou ar-comprimidod) FunesSo as possibilidades de uso que apresentam este tipo defechamento.d.1) Proteo. Prov segurana perante diversas formas de ataque.d.2) Viso. Permite a vigilncia ou observao direta.d.3) Ventilao. Permite a circulao do ar.d.4) Iluminao. Permite a entrada de luz natural ou artificial.e) Grau de segurana.So os nveis de segurana que podem oferecer as janelas.e.1) Resistente a ataque com elementos manuais. Resiste aataques utilizando meios bsicos como alavancas, ps-de-cabra,serras, tesouras de corte, martelos etc.e.2) Resistente a ataque com equipamento mecnico. Resiste aataques utilizando meios mecnicos ou eletromecnicos comotalhadeiras, serras eltricas, tesouras de presso etc.e.3) Resistente a ataque com projteis ligeiros. Resiste aataques utilizando de armas de fogo, de caa ou guerra com projteisbsicos ou especiais.e.4) Resistente a ataque com explosivos. Resiste a ataques

    utilizando materiais ou cargas explosivas para a abertura.3.14 - FechadurasQuando se pensa em sistema de fechamento, normal se esqueadas fechaduras. Fechaduras no podem ser consideradas comoequipamentos simples que so adicionados s portas ou janelas comoapndices. Realmente, fechaduras que no sejam elementosdefinidos e desenhados para a segurana so apenas elementosdecorativos e no de proteo. Porm, fechaduras devem ser partede um sistema de fechamento cujo objetivo atrasar a entrada ou asada de um espao por um perodo de tempo tal que permita adeteco do invasor. Esta a funo de um sistema de fechamento.

    So categorizadas como:Mecnicas fechaduras com chaves, nos seus vrios tipos.Eletromecnicas fechaduras com cartes ou similares.Quase todos os tipos de fechadura operam por meio de uma chave,combinao numrica (segredo), cartes ou impulso eltrico. Amaioria das fechaduras de chave (exceto cadeados) usa para seufuncionamento um mecanismo de travamento que se estende paraalm da fechadura, penetrando no receptculo na moldura da porta.Para anul-lo, pode-se utilizar uma chave que mova manualmente omecanismo de volta em direo fechadura. As lingetas soempurradas por molas e so menos seguras que os mecanismos detravamento. Possuem um ngulo que permite seu deslizamento efechamento na abertura da moldura da porta sempre que esta se

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    fecha. A no ser que possua ranhura de segurana ser necessrioapenas um simples carto plstico ou uma faca para empurr-la devolta porta.

    Os cilindros-mestres so a parte da fechadura que contm aranhura para a insero da chave e os pinos do segredo. Fechaduras

    de cilindro duplo so mais seguras que fechaduras de cilindro simplesporque necessitam de chave tambm para abrir por dentro. Comfechaduras de um s cilindro, o lado oposto do cilindro operadosomente por um pino, o que significa dizer que um ladro que quebreum vidro ou remova um painel poder alcanar o pino e abrir afechadura.

    Fechaduras com chave na maaneta so usadasuniversalmente. No possuem mecanismo de travamento, sendo queo segredo atua diretamente na lingeta. A maioria delas contm umaranhura na parte externa (para receber a chave) e um pino na parteinterna. Apresenta as mesmas limitaes que a fechadura de umcilindro. O modelo com duas ranhuras (uma de cada lado) so maisseguros.

    Se comparadas com as fechaduras com mecanismo detravamento, so menos seguras, especialmente porque a lingetasofre grande dano caso seja atacada com um martelo, por exemplo, esua maaneta pode facilmente ser arrancada fora, expondo osegredo.

    H vrias maneiras de se atacar uma fechadura. Provavelmenteo mais simples, utilizado em portas sem mecanismo de travamento,seja forar um carto plstico ou faca entre a porta e a moldura,

    prximo ao local da lingeta, para solt-la da moldura, o queacontece sem muita dificuldade. Fechaduras que possuem ressaltosde segurana na lingeta ou mecanismos de travamento no sopassveis de serem abertas dessa forma. Para este tipo e fechadura,pode-se colocar uma chave de fenda ou p-de-cabra entre a porta e amoldura, de forma que se afastem uma da outra e o mecanismo detravamento possa soltar-se da moldura. Este tipo de ataque, casosejam tomados cuidados para no danificar nem arranhar portas emolduras, pode vir a se difcil de ser descoberto mais tarde. Outromtodo consiste em usar uma serra sobre a parte do mecanismo detravamento que se apresenta entre a porta e a moldura, cortando-a e

    liberando a porta. Pode-se tambm, com uma chave de fenda ousimilar, desgastar a porta onde se prende o mecanismo detravamento. Por fim, pode-se arrancar o cilindro-mestre da fechadura,com o auxlio de uma furadeira e broca de metal. Todos essesmtodos podem ser evitados com o uso de mecanismos detravamento de metal duro, que no possa ser serrado, molduras demetal e uso de placas de metal como proteo dos cilindros.

    3.15 - Cofres e ArmriosSo classificados por:1) UtilizaoA aplicao ou emprego que se realizar com eles.

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    1.1) Guarda de valores. Locais para proteo ou guarda de objetos devalor, obras de arte, documentos, dinheiro etc.1.2) Guarda de explosivos. Locais para proteo ou guarda dematerial explosivo e detonadores.1.3) Guarda de armas. Locais para proteo ou guarda de armas de

    fogo e munies.2) Grau de seguranaUNE 108-112-87.2.1) Grau A - Equipamento E-1 e tempo T 15. Ataque com autilizao de chaves, ps - de cabra, pinas, punes, picaretas,tesouras, marretas ou alavancas. Tempo mnimo de resistncia, 15minutos.2.2) Grau B - Equipamento E-3 e tempo T 15. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-2 mais serras mecnicasou gs oxiacetilnico. Tempo mnimo de resistncia, 15 minutos.2.3) Grau C - Equipamento E-2 e tempo T 30. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-1 mais: martelo e furadeiraporttil. Tempo mnimo de resistncia, 30 minutos.2.4) Grau D - Equipamento E-4 e tempo T 30. Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-3 mais furadeira eltricacom broca diamantada. Tempo mnimo de resistncia, 30 minutos.2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T 45 - Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-3 mais: lana trmica.Tempo mnimo de resistncia, 45 minutos.2.6) Grau F - Equipamento E-6 e tempo T 60 - Ataque com autilizao dos equipamentos listados em E-5 mais: explosivo

    equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mnimo de resistncia, 60minutos.3) LocalizaoLocalizao refere-se disposio final que tm as caixas fortes epara que esto desenhadas e fabricadas. Em geral, a localizao estrelacionada com sua segurana.3.1) Caixa forte autnoma. Independente do ambiente que a cerca.3.2) Caixa forte fundeada. Presa ao solo ou parede.3.3) Caixa forte embutida.4) Volume tilRefere-se ao espao disponvel no interior da caixa forte, armrios ou

    compartimentos de segurana.- Menor que 50 litros- De 51 a 100 litros- De 101 a 200 litros- De 201 a 500 litros-Maior de 500 litros5) Composio especial.No caso da fabricao de armrios de segurana com caractersticasespeciais, estas no se enquadraro nas categorias das normastcnicas, pois seu desenho e construo so de carter livre.Sero os testes de classificao, no obrigatrios e difceis de seremrealizados no Brasil, que permitiro obter o seu grau de seguranaespecfico. No obstante, importante assinalar algumas

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    caractersticas que devem ser consideradas pelo planejador, taiscomo:- Dimenses interiores e exteriores.- Peso.- Volume til interior.

    - Material e acabamento.- Tipo e quantidade de fechaduras.- Fechaduras horrias.- Sistema de deteco e alarme.Dado o amplo leque de oferta que o mercado apresenta para estetipo de elemento, aconselhvel analisar e avaliar suascaractersticas caso a caso.

    3.16 - Salas-fortesSo definidas como recintos de segurana limitados e formados

    por um conjunto de defesas fsicas integradas por paredes e oupainis blindados. Salas-fortes (ou cmaras blindadas) so, naverdade, grandes cofres. Esto sujeitas s mesmas vulnerabilidadesao fogo e a agresses que os cofres. Por causa de seu tamanho,normalmente somente a porta feita de ao e o restante deconcreto. So pesadas e em geral construdas no sub-solo do prdiopara evitar problemas estruturais. Este tipo de construo temnormalmente como objetivo a custdia de valores. Podem serresistentes a fogo ou resistente a arrombamento.Classificam-se por:1) Utilizao

    Refere-se ao emprego que ter a cmara como recinto protegido paraa guarda de valores.1.1) Cmaras de valores. Guarda de elementos de especial valor,como: metais preciosos, jias, obras de arte, documentos etc., parauso privado ou bancrio.1.2) Cmara de espcie (papel moeda). Guarda de papel moeda parauso privado ou bancrio.1.3) Cmara de aluguel. Guarda de elementos de especial valor oudinheiro em espcie para uso pblico.2) Grau de seguranaUNE 108-113-87

    2.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T 30. Nvel mnimo. Ataquecom a utilizao de chaves, ps-de-cabra, pinas, picaretas, tesouras,marretas, martelos, serras mecnicas ou abrasivas e gsoxiacetilnico.Tempo mnimo de resistncia, 30 minutos.2.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Nvel mdio. Ataquecom a utilizao dos equipamentos listados em E-3 mais furadeiraeltrica com broca diamantada. Tempo mnimo de resistncia, 45minutos.2.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T 60. Nvel alto. Ataque coma utilizao dosequipamentos listados em E-4 mais: lana trmica. Tempo mnimo deresistncia, 60 minutos.

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    2.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T 60. Nvel muito alto.Ataque com a utilizao dos equipamentos listados em E-5 maisexplosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mnimo deresistncia, 60 minutos.2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T 90. Nvel muito alto.

    Ataque com a utilizao dos equipamentos listados em E-4 mais lanatrmica. Tempo mnimo de resistncia, 90 minutos.3) SituaoRefere-se disposio da cmara blindada na planta arquitetnica:3.1) Baixa. Situao da cmara abaixo do nvel da rua ou zona deacesso ao local.3.2) Ao nvel da rua. Situao da cmara planta ao nvel da rua ouzona de acesso ao local.3.3) Alta. Situao da cmara acima do nvel da rua ou zona deacesso ao local.4) LocalizaoRefere-se s caractersticas do local onde se encontra situada ou sesituar a cmara e as condies de utilizao deste local.4.1) Local prprio ou nico. Disposio do espao sem limitaes porser construda em local no compartilhado com outras atividades.4.2) Local compartilhado. Disposio do espao com limitaes porser construda em local compartilhado com outras atividades.5) ConstruoRefere-se ao sistema utilizado para sua montagem ou configurao.5.1) Tradicional. Construo no local com materiais bsicos ehabituais, utilizando formas de montagem tambm habituais e

    genricos.5.2) Pr-fabricada. Construo em fbrica mediante sistemasespeciais e industrializados e com formas de montagem e trabalhosespecficos.6) Espessura das paredesGrau A At 30 cmGrau B De 31 a 40 cmGrau C De 41 a 60 cmGrau D De 61 a 100 cmGrau E Mais de 100 cm

    3.17 - IluminaoA iluminao permite que seu sistema de segurana continue

    operando durante a noite e permite que se mantenha um nvel deproteo prximo ao nvel existente durante o dia. Uma boailuminao tambm funciona como um importante fator de dissuasopara desencorajamento de possveis agressores.

    No comum a compreenso de que a iluminao de proteosirva para outros propsitos alm de dissuadir possveis agressores. Afalta de uma boa iluminao de proteo causada por umapercepo falha de suas vantagens, principalmente seu baixo custo.Para compensar sua falta, aumenta-se o nmero de postos devigilncia e patrulhas mveis, o que bem mais caro.A iluminao de segurana possui como caractersticas gerais:

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    1) relativamente barato mant-la.2) Permite reduzir a necessidade de foras de segurana.3) Permite proteo pessoal para a fora de segurana reduzindo oelemento de surpresa para o intruso.4) Requer menor intensidade que a luz de trabalho.

    O planejamento de um sistema de iluminao deve considerar anecessidade de luz a partir do permetro externo, passando por rease benfeitorias sensveis dentro da empresa e terminando nos locaisde onde houver atividade noturna. Normalmente h menornecessidade de luz nas partes externas que nas partes internas daempresa, exceto nos locais onde haver atividades tais como portesde entrada e locais de carga e descarga noturna. Pode tambm serutilizado acoplado a um sistema de alarmes, gerando grandebenefcio para a segurana.

    A iluminao de proteo precisa justificar-se por ao menos umdos trs motivos abaixo:1) Desencorajar entradas no autorizadas na rea da empresa.2) Simplificar e garantir a deteco de intrusos que se aproximem outentem entrar em reas protegidas.3) Prevenir e detectar roubos internos ou outros problemas dognero.

    O sistema de iluminao deve ter capacidade de continuaroperando de forma eficiente durante perodos de baixa visibilidadetais como serrao ou fortes chuvas.

    H tambm a necessidade de luzes de emergncia, iluminaoreserva caso haja pane nas luzes principais, rotinas de teste e

    manuteno.Quando se inicia o planejamento de um sistema de iluminaode proteo ou avalia-se um sistema j existente, os seguintes pontosdevem servir de guia:1) Fazer uma lista com a descrio, caractersticas e especificaesdos vrios tipos de lmpadas existentes.2) Fazer uma pesquisa e levantar as caractersticas dos vrios tiposde iluminao oferecidos pelo mercado.3) Fazer alguns diagramas e definir quais as suas necessidades deiluminao, definindo altura, direo e espaamento da iluminao.4) Definir o mnimo necessrio em termos de luminosidade em cada

    rea que se queira iluminar.Para tanto, deve-se levar em considerao:

    1) Requisitos de manuteno. O que inclui limpeza peridica e trocade lmpadas queimadas.

    A determinao dos custos de manuteno deve incluir materialde apoio tais como escadas e ferramental, tanto para limpeza e trocadas lmpadas quanto para a segurana de quem vai executar otrabalho.2) Controle fotoeltrico. Sua utilizao para acionar automaticamentea iluminao deve ser avaliada. So prticos e reduzem o gasto comenergia, porm aumentam o custo de implantao do projeto.3) Condies climticas. As condies de sol, chuva, ventos eserrao devem ser avaliadas.

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    Elas podem influenciar o tipo de lmpada escolhida e aumentara necessidade de manuteno.4) Alimentao. As condies da rede eltrica devem ser levantadas,com especial ateno s flutuaes e perodos de falta de energia.Talvez se torne necessrio um sistema de alimentao prprio com

    geradores.5) Aterramento. O aterramento proteger o sistema contrasobrecargas que poderiam danific-lo.

    Aterramentos so, portanto, de fundamental importncia e nodevem ser desprezados.6) Controle de manuteno. Deve-se estabelecer uma pauta decontrole onde os tempos de acionamento dos vrios tipos delmpadas sero estimados, permitindo o controle e a previso dequeimas. A expectativa de vida de uma lmpada fornecida pelofabricante, e normalmente se considera 80% desse tempo como oideal para adquirirmos sobressalentes, caso no haja em estoque, eprepararmos uma troca. Na prxima pgina segue um exemplo depauta:

    Tipo evoltagem Localizao (ver

    diagrama)

    Data dainstalao

    Dataesperada da

    troca

    00

    1

    Mercrio

    1000W

    1-001 10 jul 20002 15 out 2002

    002

    Sdio 400W 4-002 15 out 2002 09 dez 2004

    etc

    Diagrama:

    DIAGRAMA DE ILUMINAO

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    1-0011-0021-0034-0024-001

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    CERCADURAPRDIO

    7) reas restritas. Todas as reas restritas devem estar iluminadasdurante toda a noite no seu permetro e pontos de acesso. Oposicionamento deve cumprir as seguintes regras:- No ter um brilho ofuscante que cause cegueira temporria nopessoal de segurana e atrapalhe sua tentativa de observar possveisinvases, fornecendo vantagem ao invasor.- No iluminar o pessoal de segurana e nem fornecer a sua silhueta,permitindo que o invasor saiba quantos so e sua localizao.- Garantir ao pessoal de segurana o controle do acionamento dosistema de iluminao, evitando seu desligamento mesmo que nointencional.8) A iluminao de pontos de controle de entrada deve ser deintensidade suficiente para permitir aos guardas comparar eidentificar os portadores de crachs.9) A iluminao protetora deve permitir ao pessoal de seguranaobservar sem serem vistos.

    10) Sempre deve prever luzes brilhantes nos olhos do intruso.11) Deve haver pouca luz nas rotas de patrulha da segurana.12) A queima de uma ou mais luzes no deve afetar a operao dasluzes restantes.13) A fonte de energia substituta dever ser adequada para sustentara iluminao de segurana de todas as reas sensveis e estruturas.14) O cone de iluminao da fonte de luz deve ser dirigido para baixoe pra longe da estrutura ou rea protegida e para longe do pessoal desegurana da rea.15) A fonte de luz para iluminar cercaduras de permetro deve serlocalizada suficientemente dentro da rea protegida e acima da cerca

    de forma que a claridade possa cobrir todo o solo adjacente cercadura.16) Deve prover adequada iluminao at mesmo de reas limtrofes.Existem quatro tipos gerais de sistemas de iluminao de segurana:- Contnuo. o sistema de iluminao de segurana mais comum eque consiste em luminrias estacionrias. H dois mtodos primriosde empregar iluminao contnua, que so:1) Projeo de claro.2) Iluminao controlada.- Auxiliar. o sistema de iluminao de segurana no qual asluminrias so estacionrias e no esto continuamente ligadas.- Mvel. o sistema de iluminao de segurana que consiste emholofotes mveis,

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    manualmente operados. Normalmente utilizado para complementariluminao contnua ou auxiliar.- De emergncia. Utilizado em caso de pane geral dos outrossistemas, duplica os outros trs sistemas citados no todo ou emparte. Seu uso limitado pela possvel falta de energia que pode

    ocorrer em casos de emergncias ou mesmo por requisitos deatendimento prpria emergncia, que poder limitar o uso deenergia eltrica por questes de segurana. Pode dependergrandemente de fontes de energia alternativa como geradoresportteis ou baterias.H vrios tipos de iluminao usados para propsitos de segurana:- Luminrias incandescentes. Proporciona iluminao imediata e podeser montada de maneira que a luz seja refletida ou difusa. Umexemplo a lmpada incandescente comum.- Luminrias de descarga gasosa. Possuem a vantagem de seremmais eficientes (menor custo por luz produzido) que as luzesincandescentes e apresentam excelente desempenho onde h nvoae cerrao. Porm possuem a desvantagem de exigirem de dois acinco minutos para acender quando frias e perodos mais longos parareacender quando quentes. H dois tipos principais:1) Luminria a vapor de mercrio produz luz azul suave.2) Luminrias a vapor de sdio produz luz amarela suave.- Luminrias de quartzo: Tm luz branca muito luminosa e acendemrapidamente. Soexcelentes para uso ao longo de permetros e em reas crticas, masfreqentemente necessitam ser usadas em potncias muito altas e de

    grande consumo.Os tipos descritos acima se apresentam no mercado em trs tiposbsicos de equipamentos com aplicaes de segurana:1) Holofotes.Direcionais, protejam luz em um raio concentrado com um pouco dedifuso. Por serem fixos, so apropriados para iluminar reasespecficas e para uso em ocasies que exijam iluminao longnqua.2) Fresnels.Grandes faris usados para estender a iluminao em faixas longas,horizontais. Eles projetam uma faixa curta de aproximadamente 180na horizontal e de 15 a 30 na vertical .

    3) Luzes de rua.Produzem luz difundida, extensamente usada em reas deestacionamento.

    3.18 - VigilantesEmprego de meios humanos.Podem ser prprios da empresa ou terceirizados, cada soluoapresentando vantagens edesvantagens.Vantagens de vigilantes prprios:- Geralmente de melhor padro, pois, eles recebem salrios maisaltos.

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    - Geralmente prestam melhor servio, pois se sentem como parte donegcio.- Podem ser treinados para dirigir alguns deveres de segurana maiscomplexos.- Apresenta menor rotatividade.

    - So mais familiarizados com as instalaes que protegem.-Tendem a ser mais leais companhia.Desvantagens de vigilantes prprios:- Custam mais caro.- Tm que ter substitutos disponveis na prpria empresa.Vantagem de vigilantes terceirizados:- A empresa reduz seus problemas administrativos e de pessoal,reduzindo a carga sobre seu Departamento de Pessoal.- A empresa aliviada das responsabilidades paralelas relacionadas folha de pagamento.- A empresa transfere para a contratada a responsabilidade deprogramar e supervisionar o pessoal da vigilncia.- A contratada capaz de fornecer vigilantes extras em curto espaode tempo quando necessrio.- A contratada assume os riscos da responsabilidade civil.Desvantagens de vigilantes terceirizados:- A empresa perde parte de seu controle sobre a qualificao dosvigilantes.- Objetivando a reduo de seus custos, a contratada pode dartreinamento falho aos vigilantes.- Tambm objetivando a reduo de seus custos, a contratada pode

    utilizar empregados de baixo salrio e, por conseguinte, de baixaqualidade profissional.- Os vigilantes terceirizados no apresentam lealdade para com aorganizao.- Podem apresentar elevado ndice de rotatividade, o que inviabilizaqualquer programa de treinamento implementado pela empresa.- Podem no estar familiarizados com a planta.

    3.19 - Ces de GuardaSeu uso vem crescendo ultimamente, pois os custos envolvidos

    na aquisio, alimentao e treinamento de ces so bem mais

    baixos que o custo agregado dos vigilantes que eles podem substituir.Tambm eliminam a necessidade de extensas cercas iluminadas,uma vez que ces de guarda preferem estar na penumbra, apenascom a iluminao natural da lua ou luzes refletidas distncia.

    Apresentam grande vantagem no uso em reas sujeitas serrao ou fortes chuvas, que reduzem a visibilidade humana, masno ofuscam os sentidos dos ces. Vale ressaltar que os ces podemdistinguir entre vrios tipos de rudo a uma grande distncia, pois suaacuracidade auditiva vinte vezes maior que a acuracidade humanae sua acuracidade visual dez vezes maior que a humana, noobstante no distinguirem cores e no poderem focar em um objetoespecfico.

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    Os ces imprimem tambm ao sistema de segurana um fortefator dissuasrio. Para o invasor, saber que na escurido um co ferozo espreita no mnimo inquietante.Os mais apropriados so os da raa Dobermann, Pastor Alemo eRottweiler.

    - InconvenientesPara que possa ser efetivo no servio, um co deve obedecer asomente uma pessoa, o que obriga a maior planejamento por partedo Departamento de Pessoal. Normalmente, a empresa dever termais de uma equipe de ces, cada uma com seu dono, por assimdizer. Quando esse dono estiver no seu turno de vigilncia, suaequipe estar com ele e as outras estaro descansando no canil.

    Ces no possuem a capacidade de deciso inerente aoshumanos. Mas possuem grande agressividade natural e elevadacapacidade de detectar movimento, sons e odores, mesmo naescurido. Um bom planejamento deve prever um trabalho emequipe, no qual o uso desses fatores de fora do animal sirva paraaumentar a capacidade de deteco, deciso e reao dos sereshumanos encarregados da vigilncia.

    Por fim, ces necessitam de um grande esforo de treinamento.Mas se treinados para tal e bem posicionados, podero detectar umintruso antes que ele atinja os limites externos da empresa, mesmono escuro.Emprego de ces

    Antes de decidir sobre o uso de ces de guarda, o profissionalde segurana deve levar em considerao alguns fatores.

    - Presena de distrbios externos.A efetividade dos ces de guarda possui uma grandedependncia da ausncia de distrbios externos. Ces de guardadetectam movimentos, sons e odores estranhos, e isso os faz alarmara presena de invasores, ou seja, algum que no est alinormalmente. Sendo assim, eles devem ser utilizados em ambientescontrolados, ou seja, que no varie de forma difusa. O local deve serlivre de variaes descontroladas de movimento, sons e odores paraque o animal possa perceber que a variao vem de um invasor.Quando utilizados em reas onde tais variaes ocorrem, o conotar todas elas e no saber distinguir quando um invasor se

    aproximar. Nessa situao, seu valor como co de guarda se limitarao efeito psicolgico de dissuaso.- Visibilidade reduzida e escurido.

    Ces de guarda so mais efetivos quando utilizados noite, emreas escuras no em reas iluminadas ou durante perodos devisibilidade reduzida. Ces ficam especialmente alerta quando naescurido, pois aguam seus sentidos de audio e olfato, os quaisso suas melhores ferramentas para a deteco de invasores. Seutilizados de dia ou em reas iluminadas devem patrulhar por rotasalternativas que busquem as sombras ou permanecer em pontosescuros de onde possam vigiar a rea a ser protegida. Por fim, casoseja necessrio que se exponham em reas iluminadas, mesmo nosendo seu uso ideal do ponto de vista tcnico, sua exposio

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    aumentar o efeito psicolgico de dissuaso sobre potenciaisinvasores.- Vento, terreno e clima.

    De todos os elementos naturais a serem considerados, o vento o mais importante. Saber a direo dominante e sua velocidade

    afeta sobremaneira a forma de se planejar o uso de ces de guarda,pois se deve utilizar o co onde ele possa usar o vento a seu favorpara aumentar sua capacidade de deteco. Isso se torna crtico, poisafeta os dois principais sentidos do animal, o olfato e a audio.Sendo assim, o melhor uso do fator vento consiste em planejar o usodo co de forma que ele possa receber o vento vindo da rea a servigiada.

    Da mesma forma o terreno e suas benfeitorias podem, se bemque em menor escala, interferir no olfato e audio dos ces, namedida em que podem desviar o sentido original dos ventos edistorcer e difundir os sons de tal forma que se tornar muito difcilpara o co definir o local exato da origem dos cheiros ou dos sons,dificultando que ele localize o invasor.

    As condies climticas extremas tais como chuva torrencial,frio intenso, ou ventos muito fortes tambm devem ser consideradas,pois tendem a reduzir a capacidade de deteco dos ces.

    Em tais condies, o uso de rotas alternativas de patrulha ondeo animal possa estar mais abrigado.

    razovel considerar que os ces suportam exposio sintempries da mesma forma que os humanos, e que tambm asmesmas conseqncias. Sendo assim, sob condies extremas, da

    mesma forma que o homem deve se proteger deve proteger tambmos ces. Por exemplo, sob frio intenso, da mesma forma que os vigiasdevem se agasalhar deve-se considerar a necessidade de agasalhopara os ces, inclusive calados, caso tenham que caminhar sobregeadas.- Turno de trabalho.

    Normalmente o turno de trabalho dos ces deve ser de quatrohoras por quatro de descanso. Caso se queira planejar turnosmaiores, normalmente os ces se cansam e perdem o interesse emseis horas. Ainda assim, quando o vento, o frio ou o calor se torna pordemais agressivo, prudente uma reduo no turno de forma a evitar

    animais cansados e desinteressados na ronda.Na figura temos um exemplo de planejamento de uso de ces deguarda.

    EXEMPLO DE PLANEJAMENTO DE USO DE CES DE GUARDA

    AREA A SER VIGIADA EMCAMPO ABERTO

    VENTOSDOMINANTES

    CANIL ROTA DA PATRULHA

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    LOCAL AGUARDA SER PROTEGIDO

    4.0 Planejamento de Segurana FsicaNuma viso mais ampla, o planejamento da segurana fsica

    visa atingir o propsito de proteger bens e pessoas, prevenindo,coibindo ou neutralizando aes de agentes agressores que venham ainterferir na rotina da empresa. Devemos arquitetar nossas aescom a finalidade impedir o avano dos agentes agressores.

    Antes de se iniciar um planejamento de segurana fsica, hnecessidade de se definir:1) Quais os ativos que vamos proteger (O que protegeremos)?2) A que riscos esses ativos esto sujeitos (Quanto protegeremos)?

    H tambm a necessidade de se determinar o grau de risco aoqual o que deve ser protegido est exposto. Uma empresa localizadaem rea urbana de alta criminalidade e possui itens de alto custopara proteger precisar de mais segurana que uma empresa na rearural, onde seja baixa a criminalidade, e que produza, por exemplo,parafusos.

    Normalmente (mas no obrigatoriamente) o planejamento sefaz apoiado na teoria dos crculos concntricos.

    Consideraremos primeiramente a segurana de permetro.

    Permetro significa fronteiras externas, normalmente os limites dapropriedade. Esta ser a primeira linha de defesa contra as invases.A segurana de permetro tipicamente composta fossos ou porcercaduras, apoiada em iluminao, CFTV e patrulhas. Em algunscasos, especialmente reas urbanas, as paredes dos prdios so opermetro e suas portas e janelas seus acessos. O tipo de barreirafsica que ser utilizada como primeira linha de proteo dependerdo que se pretende proteger. Por exemplo, proteger um prdio emrea urbana difere significativamente de proteger uma fbrica nocampo.

    Para o planejamento de uma segurana de permetro, os

    seguintes fatores devem ser considerados:1) Sempre que houver um planejamento de permetro, ele precisaestar de acordo com a viso geral do Plano Estratgico da empresa edo Plano Ttico de Segurana.2) Permetros de segurana precisam ter uma relao custo-benefcio favorvel. Quando o plano for apresentado, certamentealgum perguntar Que tipo de retorno teremos com esseinvestimento?.3) Muito embora quanto menor o nmero de entradas no permetrode segurana mais segura ele fica, seu planejamento no deveinterferir negativamente nos negcios nem na execuo do Plano deEvacuao de Emergncia. Fazer segurana significa aumentar o graude proteo para as pessoas e equipamentos, e no aumentar o risco.

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    4) Permetros de segurana tm efeito psicolgico sobre invasoresem potencial. Eles sinalizam para os de fora e para os de dentrotambm que h medidas para impedir invases.5) Mesmo com uma boa segurana de permetro, a possibilidade deuma entrada no

    autorizada no deve ser desconsiderada.6) Se so encontrados invasores dentro da propriedade, houvefragilidade do permetro de segurana. Essa fragilidade deve serencontrada e corrigida.7) O permetro de segurana deve servir como uma primeira linha deuma srie de defesas.8) Mercadorias sempre podero ser atiradas por sobre cercas ouatravs de janelas. Uma enorme variedade de coisas sempre poderser surrupiada por pessoas a p ou em veculos legalmente dentro dapropriedade.9) O permetro externo de um prdio, principalmente em reasurbanas, normalmente so suas paredes externas.10) Zonas limpas. Para permitir vistas livres, os dois lados de umacercadura devero estar limpos, sem obstculos. Deve existir umazona vazia de 6 metros ou mais entre a barreira de permetro e asestruturas de exterior, reas de estacionamento, caractersticasnaturais ou benfeitorias feitas pelo homem. Da mesma forma, deveexistir uma zona vazia de 15 metros ou mais entre a barreira depermetro e as estruturas internas. Em caso de cercas duplas, ointervalo entre elas tambm deve ser suficientemente grande queimpea que uma cerca seja utilizada como apoio para ultrapassar a

    outra.11) Barreiras perimetrais esto todo o tempo expostas ao pblicoexterno. Deve-se cuidar bem da sua aparncia, bem como daaparncia do pessoal das patrulhas e das guaritas.12) Barreiras perimetrais devem ser inspecionadas periodicamente,em perodos curtos. No se deve esperar encontrar um invasor naante-sala para saber que a cerca est rompida.Aps considerarmos a segurana perimetral, passaremos para osegundo crculo, tipificado aqui pelo sistema de fechamento. Opropsito bsico de um sistema de fechamento obstruir entradasno autorizadas em locais j dentro do permetro da empresa.

    Tentativas de entrada em lugares no autorizados protegidos ocorrem normalmente pela porta ou pela janela, tanto externasquanto internas e sistemas de fechamento devem deter o acesso noautorizado de pessoas de dentro ou de fora da empresa.

    Um sistema de fechamento composto por:1) A abertura em que a porta ser inserida, e seus materiaisadjacentes.2) A moldura que inserida nesta abertura.3) A porta, janela, porto ou similar e o material que o constitui.4) As dobradias.5) A maaneta e sua lingeta, ou outro dispositivo similar.6) O cilindro-mestre.7) O mecanismo de travamento.

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    Todas as partes do sistema de fechamento devem receber a mesmaateno.Se em um sistema de fechamento tem um de seus itens especificadode forma tal que fornea alto grau de segurana, mas outros itensno o acompanham no mesmo grau, no surte o efeito esperado e

    perde-se trabalho e dinheiro.Atualmente fechaduras apresentam alto grau de sofisticao emrelao segurana oferecida, mas os outros materiais no. Sendoassim, erros so comuns.Por fim, passamos terceira linha de proteo, a proteo interna. Aterceira linha de proteo aquela que visa o controle interno deacesso e composta por cofres, armrios, porta interna, salas fortese similares.

    4.1 - Iniciando o planoBaseado em um diagnstico e uma anlise de risco, o plano tem

    como finalidade principal, propor solues para a diminuio dosriscos levantados.

    Iremos ento dimensionar os meios humanos, animais etcnicos a serem utilizados para alcanar nossos objetivos.

    O plano deve estar bem alinhado com a poltica e objetivos daempresa para que possamos atingir resultados no s eficazes eeficientes, mas tambm efetivos.

    interessante iniciar apresentando o conceito alta direo daempresa mostrando as conseqncias para a empresa caso o sistemaprodutivo seja atacado e uma viso histrica de fatos ocorridos em

    outras empresas ou na prpria empresa.Aps a apresentao das medidas propostas se deve apresentar deforma honesta direo que tipo de problemas as medidas desegurana podero causar na produtividade e, comparando-se taisproblemas com as conseqncias de possveis ataques ao sistemaprodutivo (mostradas no incio da apresentao), uma honestaanlise do custo/benefcio de tais propostas que deve ser favorvel segurana, pois se no for no de deve sequer iniciar aapresentao das propostas de segurana. O plano dever retratartodas as preocupaes que o executivo de segurana deve ter comrelao aplicao dos recursos adequados, alm da descrio das

    normas e procedimentos que as equipes de seguranadesempenharo atravs das normas de cada posto de servio,respeitando-seas particularidades existentes em cada setor.

    Para que isso acontea, se faz necessrio que todos osenvolvidos com a segurana, estejam bem treinados e integradoscom o ambiente de trabalho.

    4.2 - Fatores importantes na elaborao do planoPrimeiro passo:- Saber atividade principal da empresa;- Saber as metas e condicionantes do Plano Estratgico da empresa edo Plano Ttico de

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    Segurana.- Conhecer a geografia da regio;- Conhecer a planta da empresa;- Conhecer o entorno da empresa (proximidade de aeroportos, viasprincipais, crregos de gua, fontes de distribuio de energia,

    comunidades etc);- Relacionar o histrico das ocorrncias em outras empresas queresidem na rea;- Conhecer as benfeitorias da empresa, inclusive internamente;- Identificar os pontos vulnerveis (diagnstico);- Levantar os riscos (anlise de risco).Aps isso:- Identificar as barreiras necessrias (muros,cercas, portes, controledos acessos, iluminao etc.), considerando o aproveitamento dasbarreiras naturais;- Estabelecer postos de segurana (humana ou animal);- Estabelecer pontos e controles de acesso;- Estabelecer procedimentos;- Levantar efetivo necessrio;- Levantar materiais e equipamentos a serem utilizados;- Calcular o custo;- Em funo do oramento, reajustar se for necessrio.- Alinhar os possveis problemas que as medidas de seguranapodero causar (por exemplo, aumento do tempo de carga oudescarga, aumento do tempo necessrio para os empregadosentrarem ou sarem da empresa etc.)

    Devemos dar especial ateno aos pontos de maior sensibilidadenuma organizao que so:- Controle de acesso, circulao e permetros;- Controles internos e identificao;- reas restritas, armazns e estacionamentos;- reas de carga e descarga.

    4.3 - Esboo de um Plano Operacional de Segurana Fsica

    1. Propsito. Explicita o propsito do plano de forma clara que nopermita dvidas.

    2. rea de segurana. Define as reas, prdios e outras estruturasconsideradas crticas e que meream proteo, bem como aprioridade para sua proteo.3. Medidas de controle. Estabelece restries para o acesso emovimento nas reas crticas. Essas restries devem ser listadaspara pessoal, veculos e carga.a. Controle de pessoal.(1) rea. Define controles referentes a cada rea ou estruturaconsiderada individualmente(a) Autorizao de acesso. Quem a possui e emitida por quem.(b) Critrio de acesso para:i. Empregados da empresa.ii. Visitantes.

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    iii.Vendedores.iv Pessoal de manuteno.v Pessoal contratado para trabalhos especficos.vi Outros.(2) Identificao e controle.

    (a) Tipo. Descreve o sistema a ser utilizado em cada rea. Se forutilizado um sistema de crachs, deve conter uma descrio completasobre todo os aspectos relativos ao acesso de pessoal nas diversasreas da empresa e como os crachs permitiro sua visualizaorpida.(b) Aplicao. Deve incluir regras especficas para cada caso baixo.i. Empregados da empresa.ii. Visitantes.iii.Vendedores.iv. Pessoal de manuteno.v. Pessoal contratado para trabalhos especficos.vi. Outros.b. Controle de material. Deve-se ter em mente que a rea desegurana no define normas na rea contbil ou fiscal. A seguranacontrola se as normas definidas nessas reas por quem de direito naempresa esto sendo seguidas para evitar perdas por recebimentosou liberaes indevidas.(1) Entrada de material.(a) Recebimento. Define normas de segurana a serem observadas

    para recebimento de material e suprimentos de modo rotineiro.(b) Controle. Define normas e responsabilidades a respeito da

    inspeo de segurana sobre o material que entra na empresa,incluindo toda a documentao necessria para o aceite.(2) Sada de material.(a) Carregamento. Define normas de segurana a serem observadaspara o carregamento de produtos de modo rotineiro.(b) Controles. Define normas e responsabilidades a respeito dainspeo de segurana sobre o material que sai da empresa,incluindo toda a documentao necessria para a liberao.(3) Casos especiais. Define normas de segurana a serem observadaspara o recebimento ou carregamento no usuais, em reas livres ourestritas. Define tambm a responsabilidade a respeito da inspeo e

    liberao, documentao necessria e outros. Normatiza a procura einspeo de material caso haja indcios de ameaa, neste casoespecfico sempre de acordo com a legislao vigente.c. Controle de veculos.(1) Frota da empresa. Define normas para o controle da utilizao dosveculos da empresa.Note-se que as normas para a utilizao em si no so definidas pelarea de segurana da empresa, mas pela logstica ou outra reaequivalente. A segurana controla apenas o uso determinado paraevitar perdas por utilizao indevida.(2) Veculos particulares dos empregados. Define normas paracontrole de entrada, revista e sada dos veculos particulares dos

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    empregados da empresa. A revista s poder ser realizada se deacordo com a legislao vigente.(3) Veculos de vendedores, visitantes, contratados e outros veculos.Normas para controle de entrada, revista e sada, sendo a revistasempre de acordo com a legislao vigente.

    (4) Normas para o controle da entrada de veculos em reas restritas.(a) Veculos particulares dos empregados.(b) Frota da empresa.(c) Veculos de emergncia.(d) Veculos dos vendedores, visitantes, contratados e outrosveculos.d Poltica e procedimentos para registro de veculos. A polticade autorizao de entrada de veculos de empregados da empresano , a princpio, definida pela rea de segurana, mas pela rea deRH. Aqui essa poltica explicitada e so definidas normas para seucumprimento.4. Implementao da segurana. Indica de que forma os seguintesitens de segurana sero implementados dentro da rea dacompanhia.a. Barreiras de proteo.(1) Definies. Descrio de que barreiras estruturais sero criadasou barreiras naturais sero aproveitadas, com o propsito de cadauma. Deve-se ter ateno para o fato de que barreiras de seguranaincluem cercaduras, mas no somente cercaduras. Inclui tambmportas, janelas, armrios, cofres e todo mais que retarde a ao doagressor que j tenha penetrado em qualquer dos crculos de

    proteo.(2) Zonas Limpas.(a) Critrio. Define os critrios u