Apostila SENAC
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Fotografia - Arte e Tcnica
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A 954Eixo: Produo Cultural e DesignFormato: A4 Encadernao: Espiral
Senac - Servio Nacional de Aprendizagem Comercial
Departamento Regional do Paran
Diret - Diretoria de Educao Profissional e Tecnologia
ELABORAO DE CONTEDORodrigo Antonio Bell
ILUSTRAORodrigo Antonio Bell
FOTOGRAFIARodrigo Antonio Bell
ORGANIZAODiret - Diretoria de Educao Profissional e Tecnologia
CE - Coordenadoria de EducaoLucymara Carpim
EDITORAOLcia de Pieri Alvarez
Etienne Cesar Rosa Vaccarelli
DIAGRAMAOKelly Midori Tamura
PROJETO GRFICO E PRODUO GRFICACE - Coordenadoria de Educao
vedada a reproduo total ou parcial desta obra sem a autorizao expressa do Senac-PR
SENAC. DRPR. Fotografia Arte e Tcnica. Rodrigo Antonio Bell. Curitiba: Senac/ Diret, 2010. 198 p.
Histria da fotografia; mquina fotogrfica; tcnicas fotogrficas; fotografia digital; arte
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senac - pr
Apresentao
Os fundamentos desta apostila devem possibilitar que voc vislum-
bre o conceito de imagem com a mxima preciso possvel, alm de
auxili-lo a desenvolver ferramentas para analisar o assunto que vai
ser fotografado conforme os efeitos de sentido que se deseja passar.
Mais do que isso: com o estudo dos contedos desta apostila voc
poder saber de antemo se o que foi vislumbrado possvel de ser
realizado com os recursos tcnicos e equipamentos disponveis no
momento da obteno da imagem.
Logo, no o objetivo central deste material abranger detalhada-
mente todas as reas da fotografia, at porque isso seria impossvel,
soaria pretensioso e tornaria o aprendizado bsico da fotografia
enfadonho demais. , porm, objetivo que norteia o contedo desta
apostila possibilitar que voc fotografe sem ter grandes surpresas
negativas ou frustraes no momento da visualizao da imagem.
Pelo contrrio: o contedo desta apostila , a priori, somente o co-
meo de uma srie de reflexes terico-tcnicas sobre a obteno
de uma fotografia. A posteriori, pretende-se, ainda, que esta apostila
possa ser consultada sempre que voc achar necessrio, antes, durante
ou aps a realizao de uma srie de fotografias.
Saiba mais
A palavra fotografia formada pelos radicais gregos photos = luz e graphos = escrita.
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Sumrio
CAPTULO 1 BREVE HISTRIA DA FOTOGRAFIA .......................................................... 9
1.1 A Cmara Escura ........................................................................................ 9
1.2 Prata: Material Fotossensvel ................................................................ 11
1.3 Pioneiros da Fotografia ........................................................................... 11
1.4 Repercusso da Fotografia .................................................................... 16
1.5 George Eastman O Criador da Kodak ............................................. 17
1.6 Sculo 20 .................................................................................................... 18
CAPTULO 2 CMERAS E MATRIZES FOTOSSENSVEIS .............................................. 23
2.1 Elementos do Corpo da Cmera ........................................................... 23
2.2 Classificao das Cmeras ...................................................................... 24
2.3 Matrizes Fotossensveis ........................................................................... 28
2.4 Classificao das Matrizes Quanto ao Formato ............................... 29
2.5 Classificao das Matrizes Pela Cor ..................................................... 31
2.6 Sensibilidade da Superfcie Fotossensvel (ISO) ............................... 33
CAPTULO 3 OBJETIVAS .................................................................................................... 39
3.1 Formao da Imagem na Objetiva ....................................................... 39
3.2 Partes e Controles de uma Objetiva .................................................... 40
3.3 Caractersticas das Objetivas ................................................................. 41
3.4 Classificao Quanto ao ngulo de Abrangncia ........................... 44
3.5 Nomenclaturas Populares Para as Lentes .......................................... 47
3.6 Objetiva Fixa e Objetiva Zoom .............................................................. 49
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senac - pr6
Produo Cultural e Design
CAPTULO 4 PROFUNDIDADE DE CAMPO E VELOCIDADE DO OBTURADOR .......... 55
4.1 Fatores que Influenciam a Profundidade de Campo...................... 56
4.2 Velocidades do Obturador ...................................................................... 60
4.3 Tcnicas Para Usar a Velocidade do Obturador ............................... 66
CAPTULO 5 FOTOMETRIA E FILTROS ............................................................................ 73
5.1 Tipos de Fotmetro ................................................................................... 73
5.2 Tipos de Leitura da Luz ............................................................................ 75
5.3 Medindo a Luz ............................................................................................ 75
5.4 Par Fotomtrico ......................................................................................... 76
5.5 Fotmetro no Visor ................................................................................... 78
5.6 Diminuindo a Entrada de Luz na Cmera .......................................... 79
5.7 Aumentando a Entrada de Luz na Cmera ....................................... 80
5.8 Fotometria Aperfeioada ........................................................................ 82
5.9 Detalhes da Fotometria Aperfeioada ................................................ 83
5.10 Fotometrando com o Carto Cinza ..................................................... 84
5.11 Modos de Medio ................................................................................... 85
5.12 Filtros ............................................................................................................ 88
CAPTULO 6 FLASH E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS................................ 99
6.1 Flash .............................................................................................................. 99
6.2 Sincronia ...................................................................................................... 99
6.3 Potncia do Flash ...................................................................................... 102
6.4 Tipos de Flashes ......................................................................................... 104
6.5 Como Descobrir a Velocidade de Sincronismo do Flash ............... 104
6.6 Irregularidade da Luz ............................................................................... 106
6.7 Utilizao do Flash ................................................................................... 106
6.8 Olhos Vermelhos ........................................................................................ 112
6.9 Manuteno Preventiva de Equipamentos ....................................... 113
6.10 Temperaturas Intensas ............................................................................. 115
6.11 Transporte .................................................................................................... 115
6.12 Lugar de Armazenamento ...................................................................... 116
6.13 Dicas do que Levar na Mala de Fotografia ........................................ 116
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Sumrio
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CAPTULO 7 LINGUAGEM E COMPOSIO ARTE OU TCNICA? .......................... 121
7.1 Teoria da Imagem ...................................................................................... 122
7.2 Compondo a Imagem............................................................................... 122
7.3 Aspectos Compositivos da Imagem ..................................................... 123
CAPTULO 8 INTRODUO ILUMINAO ................................................................. 139
8.1 Teoria da Cor............................................................................................... 139
8.2 O que Luz? ............................................................................................... 140
8.3 Cor da Luz .................................................................................................... 141
8.4 Contraste ..................................................................................................... 143
8.5 Iluminando .................................................................................................. 146
8.6 Posies das Fontes de Luz ..................................................................... 147
8.7 Simulao da Realidade - Iluminao com Trs Pontos ............... 150
CAPTULO 9 ELEMENTOS DA FOTOGRAFIA DIGITAL ................................................... 155
9.1 Sensor ........................................................................................................... 155
9.2 Obtendo a Imagem ................................................................................... 156
9.3 Sistema RGB ............................................................................................... 156
9.4 Resoluo ..................................................................................................... 156
9.5 Tamanho da Ampliao ........................................................................... 157
9.6 ISO.................................................................................................................. 158
9.7 WB (White Balance) Varivel ................................................................ 159
9.8 Fator de Corte ............................................................................................ 159
9.9 Carto de Memria ................................................................................... 160
9.10 Zoom Digital ............................................................................................... 161
9.11 Interpolao de Imagem ......................................................................... 161
9.12 Histograma .................................................................................................. 161
9.13 Buster ........................................................................................................... 163
9.14 Formatos de Arquivos .............................................................................. 164
REFERNCIAS ............................................................................................... 169
ANEXO ........................................................................................................... 171
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Breve Histria da Fotografia
De forma prtica, podemos dizer que a histria da inveno da
fotografia poderia ser dividida em quatro grandes momentos/per-
sonagens:
Nipce, Florence e Daguerre - Fertilizadores do campo cientfico.
William Fox Talbot - Aperfeioador da reproduo mltipla,
processo negativo-positivo.
George Eastman - Empreendedor que desenvolveu a pelcula em
rolo, a cmera Kodak e popularizou a fotografia.
Posteriormente, e at os dias atuais, a fotografia digital.
Essa diviso precria e reducionista. Contudo, no h uma histria
da inveno da fotografia. H, sim, vrias histrias da inveno da
fotografia pelas quais passaram vrios cientistas, em lugares e em
pocas diferentes. Oficialmente, a fotografia foi inventada por Louis
Daguerre (1787 - 1851), em 1839. Foram dois os princpios que nor-
tearam as invenes fundamentais para a criao do que veio a ser
conhecido por fotografia: cmara escura e materiais fotossensveis.
1.1 A CMARA ESCURA
Cmara escura uma caixa preta, vedada para impedir a entrada de
luz, e que tem um orifcio em um dos seus lados. A luz que reflete de
um objeto caminha at o interior da caixa preta e a imagem invertida
dele se forma na parede oposta do orifcio. Observe a imagem a
seguir:
1Saiba mais
Antes dela, todas as ma-trizes fotogrficas eram rgidas e no dobravam, muito menos se enrola-vam sobre si mesmas.
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senac - pr10
Produo Cultural e Design
Para que era usada a cmara escura?
As referncias que descrevem a cmara escura remontam a civi-lizaes antigas: gregos, chineses, rabes, assrios e babilnios j conheciam o princpio descrito por Leonardo da Vinci no Codex Atlanticus. Quando as imagens dos objetos iluminados penetram num compartimento escuro atravs de um pequeno orifcio e se projetam sobre um papel branco situado a uma certa distncia desse orifcio, veem-se no papel os objetos invertidos com as suas formas e cores prprias.
Aristteles, no sculo 4 antes de Cristo, utilizou o princpio da c-mara escura para observaes astronmicas. No sculo 11, Alhazem (cientista rabe) observou um eclipse solar com o mesmo princpio.
Mas foi durante a Renascena que a cmara escura foi muitssimo utilizada para o estudo da perspectiva na pintura. Naquela poca, a cmara escura j dispunha de uma lente junto ao orifcio e de espelhos internos que refletiam a luz at um vidro despolido, o que possibilitava observar a imagem (do lado de fora da cmara) com muito mais nitidez e com a mesma orientao da realidade. O tama-nho da imagem observada dependia da distncia entre os suportes nos quais a luz era refletida, bem como da lente utilizada.
Saiba mais
Codex Atlanticus - Livro de Leonardo da Vinci que rene uma grande va-riedade de ideias desse gnio renascentista.
No sculo 11, o cientista rabe Alhazem observou um eclipse solar com a ajuda da cmara escura.
A cmara escura no gravava a imagem, que s podia ser observada enquanto houvesse luz. Ento os cientistas desenvolveram materiais para gravar a imagem.
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Captulo 1
senac - pr 11
Aristteles (384 322 a. C.) considerado um dos mais fecundos
pensadores de todos os tempos. Suas investigaes filosficas de-
ram origem a diversas reas do conhecimento, como a biologia, a
zoologia, a fsica, a histria natural, a potica e a psicologia, sem
falar em disciplinas propriamente filosficas como a tica, a teoria
poltica, a esttica e a metafsica. Foi discpulo de Plato e tutor de
Alexandre, o Grande.
Leonardo da Vinci (1452 - 1519) foi pintor, escultor, arquiteto,
engenheiro, cientista, inventor e escritor italiano. considerado
o maior nome do Renascimento, ao lado de Michelangelo. Sua
arte influenciou toda a histria da pintura que se segue:
superou o pensamento medieval, dominado pelos valores
religiosos, e colocou o homem no centro da criao. Entre 1495 e
1497 criou o afresco A ltima Ceia e entre 1503 e 1506 pintou
Mona Lisa, um dos quadros mais famoso da histria. Nos
estudos cientficos antecipou muitas descobertas modernas,
como o helicptero e o paraquedas.
Fonte: adaptado dos sites www.educacao.uol.com.br e www.e-biografias.net
1.2 PRATA: MATERIAL FOTOSSENSVEL
Os alquimistas renascentistas do sculo 16 j conheciam a pro-
priedade que a prata tem de escurecer quando exposta luz. Eles
sensibilizavam papis com solues de prata e colocavam algum
objeto sobre esse papel, submetendo esse conjunto ao da luz. O
resultado era uma imagem ou uma silhueta do objeto.
Por volta de 1790, o cientista ingls Thomas Wedgwood obteve
imagens com excelente qualidade a partir da cmara escura. Porm,
assim que a prata era exposta luz, a imagem ia escurecendo gra-
dativamente at ficar totalmente escura, pois os sais continuavam
reagindo luz. Era preciso, ento, encontrar algum produto qumico
que estancasse a reao da prata luz.
1.3 PIONEIROS DA FOTOGRAFIA
Nicphore Nipce
Nicphore Nipce foi um pesquisador da reproduo de imagens,
estudando e aperfeioando a litografia. Porm, ele ambicionava
reproduzir a imagem gerada pela cmara escura, porque as outras
Saiba mais
Litografia - Tcnica do sculo 18, criada por Alois Senefelder, que uti-lizava rochas como ma-triz reprodutora. Porm, foi Goya quem a popula-rizou na reproduo das prprias gravuras.
Saiba mais
Alquimistas - Cientistas da Idade Mdia que ti-nham por objetivo prin-cipal transformar os materiais em ouro.
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Produo Cultural e Design
senac - pr12
Saiba mais
ISO - International Stan-dards Organization. Em portugus, Organizao Internacional de Pa-dres. Em fotografia, essa sigla refere-se sensibilidade luz dos materiais.
formas de reproduo at ento conhecidas forneciam cpias
opacas ou transparentes, mas no imagens reais.
Nipce experimentou dois produtos qumicos lquidos:
o betume da Judeia (que seca quase instantaneamente se expos-
to luz); e o
leo de lavanda (que dissolve o betume molhado, mas no o seco).
Nipce besuntava chapas de metal com o betume da Judeia e o leo
de lavanda na tentativa de gravar as imagens que obtinha com o
auxlio da cmara obscura. Mas a sensibilidade do betume luz era
baixssima (com um ISO aproximado de 0,0012). Logo, essas chapas
tinham que ficar expostas luz na cmara escura de 8 a 12 horas.
Ou seja, as partes molhadas que no recebessem luz deveriam ser
lavadas e removidas, dando origem a uma imagem ainda tosca. Por
causa do longo tempo em que a chapa ficava exposta, o solvente
evaporava e a chapa ficava inteiramente seca.
Assim, de todas essas experincias, depois de vrias tentativas com
tempos de exposies diferentes e inmeras combinaes das quan-
tidades dos produtos qumicos, sobrou-lhe uma nica imagem, de
1825: , possivelmente, a vista atravs de uma janela (de dentro para
fora) em Le Gras, o que permitiu que a luz entrasse mais rpido na
cmara escura e o solvente no se evaporasse.
Nipce, por fim, desenvolve a heliografia, elaborando cpias com o
betume da Judeia a partir da exposio por contato de papis com
a luz do sol.
Louis Daguerre
A ampla divulgao das heliografias aproximou Nipce de outro
cientista, Louis Jacques Mand Daguerre, o qual utilizava a cmara
escura na busca de uma imagem suficientemente ntida, mas no
tinha a pretenso de grav-la e fix-la como Nipce. Os dois cien-
tistas tornaram-se scios em 1829. Como cada um trabalhava com
um objetivo, tecnicamente nada obtiveram.
Em 1883 Nipce faleceu, mas Daguerre deu continuidade aos testes
de Nipce com as chapas de metal, trocando, porm, o composto de
betume da Judeia por sais de prata, como muitos outros cientistas j
haviam feito. Naquela altura, Daguerre j estava em busca de fixar
e reproduzir imagens.
Certa vez, por acaso, j cansado e decepcionado de fazer tantas
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Captulo 1
senac - pr 13
experincias, arquivou uma chapa de cobre sensibilizada em um armrio. Depois de alguns dias, abriu o armrio para retirar alguns produtos qumicos e observou que a chapa continha uma imagem impressa. Mais do que isso: quando Daguerre colocou a chapa no armrio, alguns frascos haviam se quebrado.
Daguerre, ento, retirou do armrio os frascos que estavam intac-tos, deixando l apenas os que haviam se quebrado. Da repetiu o arquivamento desta forma: sensibilizava uma chapa e a colocava l dentro com os frascos, esquecendo-a por alguns dias. S que a cada nova chapa sensibilizada, ele retirava um dos frascos que havia se quebrado, tentando descobrir qual produto havia permitido a fixao da imagem. Quando ele retirou um termmetro de mercrio quebrado, a imagem no mais se fixou. E, por eliminao, descobriu que os vapores de mercrio possibilitavam a revelao da imagem.
Veja, ento, como era o processo de fixao de imagem nos idos de 1837:
1) chapa de metal + vapor de iodo (iodeto de prata por contato na chapa) = Sensvel luz.
2) chapa colocada na cmara escura (sem contato com a luz); exposio de 30 minutos, mais ou menos.
3) iodeto de prata + vapor de mercrio = Prata metlica (imagem visvel).
4) Fixao com cloreto de sdio (sal de cozinha).
5) A prata metlica deixava a imagem mais ntida e com muito mais detalhes do que as imagens produzidas por outros sais.
Em 7 de janeiro de 1839, depois de vrios aperfeioamentos tcnicos,
Daguerre anunciou o processo na Academia de Cincias de Paris.
Reproduo livre do daguerretipo, considerado pelos cientistas a primeira mquina fotogrfica da histria.
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Produo Cultural e Design
senac - pr14
Os daguerretipos tinham algumas limitaes:
a imagem formada diretamente era negativa (claros nos lugares
dos escuros), pois a prata escurecia com a ao da luz;
a imagem tornava-se positiva conforme o ngulo de incidncia
da luz, por causa do reflexo causado pela chapa de metal;
era uma imagem invertida da esquerda para a direita (espelhada);
a imagem era nica (no permitia reprodues), pois a superfcie
da chapa de metal era opaca.
as pessoas precisavam ficar imveis durante alguns minutos para
serem daguerreotipadas, mas esse processo era mais rpido do
que posar vrios dias para um pintor.
Esses dois ltimos inconvenientes deram aos daguerretipos, de certa
forma, o status de pintura.
Apesar da divergncia de opinies - e at
mesmo por isso - a descoberta se espa-
lhou rapidamente. Devido ao interesse
comercial, muitos outros cientistas tam-
bm tentaram, sem sucesso, provar que
j tinham conseguido gravar imagens.
A partir da, Daguerre imprimiu em
suas chapas de metal grande parte das
famlias ricas que queriam ser daguer-
reotipadas.
Louis Jacques Mand Daguerre falece em
1851 e o daguerretipo tornou-se pea
de museu, sem sofrer nenhuma alterao
tecnolgica significativa desde a data
em que foi inventado.
Outros descobridores: William Fox Talbot e Frederick Herschel
Desde 1833, na Inglaterra, William Fox Talbot trabalhava de modo
semelhante a Daguerre, tentando fixar a imagem obtida com a c-
mara escura. Porm, a ambio de Talbot era reproduzir a mesma
imagem vrias vezes. Por isso, em vez de chapas metlicas, Talbot
usava papel embebido com sais de prata, porque apesar de se des-
manchar facilmente com o tempo, o papel era, guardadas as devidas
propores, mais translcido do que a chapa metlica.
Cadeira com apoios utilizada para as pessoas ficarem imveis durante uma fotografia.
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Captulo 1
senac - pr 15
Dessa forma, Talbot criou o caltipo: impresses de um papel (ima-
gem negativa) sobre outro papel no qual era registrada a imagem
positiva, tambm fixada com sal de cozinha.
Na tentativa de melhorar seus experimentos, Talbot uniu-se a John
William Frederick Herschel, da Royal Society de Londres. Herschel
conhecia qumica mais a fundo do que Talbot, j havia feito vrias
experincias com materiais sensveis luz e queria fotografar as
imagens captadas por um telescpio desenvolvido por ele.
Ento, Herschel testou diversos produtos qumicos e conclui que o
nitrato de prata era o mais adequado para escurecer quando exposto
luz. E o melhor produto para fixar a imagem e interromper a ao
da luz sobre a prata era hipossulfito de sdio. Talbot patenteou o
caltipo em 1841.
O caltipo no oferecia concorrncia ao daguerretipo por vrios
inconvenientes:
A cpia era pobre em detalhes, pois era feita por contato de um
papel sobre outro papel (forma indireta). Alm disso, o papel da
matriz no era transparente nem era to liso quanto uma chapa
de cobre.
No havia um controle exato sobre o tempo de exposio do
material luz, o que muitas vezes levava algumas horas. Era o
fotgrafo quem interrompia a ao da luz sobre o papel quando
a prata estava escurecida suficientemente.
A fotografia demorava algumas horas para ser feita devido ao
longo tempo de exposio. Tambm por isso o caltipo no era
preo para a realizao de retratos, uma vez que era impossvel
algum ficar imvel durante horas.
Da em diante, Talbot encontrou uma frmula para obter imagens
que precisavam de revelao, da mesma maneira que o daguerretipo,
e gradativamente o caltipo foi substituindo o daguerretipo, mas
com uma imagem ainda sem muitos detalhes.
Hrcules Florence no Brasil
Hrcules Florence, desenhista e tipgrafo francs, morou no Brasil
de 1824 a 1879.
Para o historiador Boris Kossoy, o primeiro cientista a usar a palavra
fotografia para batizar o mtodo que havia sido inventado foi
Saiba mais
Caltipo - Considera-do o primeiro processo negativo-positivo na histria da fotografia.
Saiba mais
Hipossulfito de sdio - Sal derivado do cido hiposulfuroso.
Saiba mais
Tipgrafo - Profissional que trabalhava mon-tando pginas de livros, revistas e jornais a partir de matrizes em relevo (caracteres mveis, gra-vuras , clichs, etc.).
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Produo Cultural e Design
senac - pr16
Hrcules Florence, com a colaborao do boticrio Joaquim Corra
de Mello.
Os escritos de Florence indicam que ele enfrentou obstculos muito
semelhantes aos de Daguerre, Talbot e Herschel. O que difere Florence
dos outros que ele descobriu quase tudo sozinho, com recursos
tecnolgicos infinitamente inferiores aos que havia na Europa na-
quela poca.
Florence buscava um jeito de reproduzir os prprios manuscritos de
forma independente, porque as tipografias de ento eram todas de
um s dono, o que encarecia muito a produo.
A partir dessa necessidade, Florence pesquisou os materiais fotossen-
sveis e descobriu o nitrato de prata, o cloreto de ouro e a amnia.
Ele tambm usava papel para fazer suas cpias e, em 1833, usando
a prpria urina (rica em amnia), fixou imagens em papel com qua-
lidade satisfatria.
Mais adiante, Florence realizou cpias em papel a partir de desenhos
em vidro, conseguindo cpias por contato de excelente qualidade,
tendo inclusive impresso rtulos de farmcia e um diploma manico.
1.4 REPERCUSSO DA FOTOGRAFIA
De 1839 at 1860, todos os processos que envolviam a gravao de
imagens pela ao da luz se transformaram substancialmente. Isso
ocorreu porque Talbot e Daguerre registraram suas invenes, as
quais no podiam ser copiadas.
A fotografia evolui tecnolgica e comercialmente, assim:
Ideia: chapa de vidro > material transparente > cpias comparveis
s do daguerretipo.
Empecilho: fixar o produto qumico fotossensvel > vidro no
era poroso.
Soluo: albumina da clara de ovo usada para fixar o material
fotossensvel > aderia emulso de nitrato de prata ao vidro
eficientemente > permitia uma fotografia negativa-positiva to
boa quanto a do daguerretipo.
Empecilhos: a albumina possua grande densidade > pouca
sensibilidade > aumento no tempo da exposio.
Soluo: Joseph Max Petzval, em 1840, construiu uma lente
Saiba mais
Boticrio - Nome que era dado aos antigos donos das farmcias ou aque-les que trabalhavam nas farmcias.
Saiba mais
Albumina - Substncia lquida viscosa, rica em protena. Aparece em grandes quantidades no leite e no sangue humano. No ovo, muito presente na clara.
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Captulo 1
senac - pr 17
bastante clara e precisa. Tambm diminui o tempo de exposio.
Empecilho: as chapas midas eram caras e de difcil manuseio.
Soluo: Frederick Scott Archer, em 1850, inventa, a partir de
outras substncias qumicas, o coldio, que substitui a albumina.
Tal produto era mais barato e transmitia a luz melhor do que a
albumina. O tempo de exposio das chapas caa para alguns
segundos e as cpias eram feitas com negativo de vidro sobre o
papel, com qualidade comparvel aos daguerretipos.
Empecilho: era preciso sensibilizar a chapa, tirar a foto (exp-
-la luz) e revel-la logo em seguida, pois se o coldio secasse,
ele perdia a sensibilidade luz. Por isso, essa tecnologia ficou
conhecida como chapa mida.
Nessa evoluo, alguns retratados queriam exclusividade e no gosta-
vam da ideia de que a prpria imagem pudesse ser copiada. Ento os
fotgrafos comearam a perceber que a imagem negativa da chapa
de vidro poderia se transformar em positiva se eles colocassem um
pano preto por trs dela. Os fotgrafos entregavam a chapa matriz
ao cliente com um tecido preto de veludo fixado por trs ou pintada
com verniz escuro, tambm atrs. Dessa forma ningum mais poderia
ter aquela imagem. Essa artimanha foi chamada de ambrtipo, do
grego ambrotos (imortal) e typos (imagem).
Surge tambm o ferrtipo, o qual possua uma matriz semelhante
do ambrtipo, mas em vez de tecido ou verniz por trs, recebia uma
folha de metal esmaltado pintada de preto ou de marrom escuro.
Foi criado por Hannibal L. Smith, professor de qumica da Universi-
dade de Kenyon. O ferrtipo era mais barato e mais rpido do que o
ambrtipo, mas ambos ainda usavam a chapa mida.
Em 1871, Richard Maddox, mdico ingls, utilizou o nitrato de prata
suspenso em uma gelatina fabricada a partir de cartilagens de animais
(mais barata e de fcil obteno). Essa gelatina poderia ser usada
mesmo seca, aderia bem ao vidro e substituiu o coldio mido. Alm
disso, contribua para aumentar a sensibilidade dos haletos de prata,
reduzindo o tempo de exposio das chapas a fraes de segundos.
Ficou conhecida como chapa seca.
1.5 GEORGE EASTMAN O CRIADOR DA KODAK
O ingls George Eastman conhece a fotografia aos 23 anos, ainda na poca da chapa mida.
Saiba mais
Coldio - Composto qumico de piroxilina misturado com lcool e ter ou s vezes acetona.
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Produo Cultural e Design
senac - pr18
Eastman tinha a ideia de diminuir o tempo e o trabalho para obter
uma fotografia. Ao conhecer a emulso gelatinosa das chapas secas,
comea a produzi-las em srie.
Mais do que isso: Eastman criou a primeira pelcula em rolo da his-
tria, substituindo a chapa de vidro por um material confeccionado
com nitrocelulose, que possua ainda melhores propriedades fsicas e
qumicas do que todas as outras testadas at ento. Para calar essa
pelcula, George Eastman criou uma cmera compatvel, dando-lhe
o nome de Kodak, em 1888.
A cmera Kodak focalizava tudo a partir de uma curta distncia e
vinha com um filme de 100 poses. Quando o rolo terminava, o fo-
tgrafo mandava a cmera para o laboratrio de Eastman. Algum
tempo depois, a Eastman Kodak entregava ao fotgrafo os negativos,
as cpias em papel e a cmera novamente carregada com outro rolo
de 100 poses. O slogan da empresa de Eastman era: Voc aperta o
boto e ns fazemos o resto. No sculo 20 surgiram cmeras pare-
cidas, como a inesquecvel Love.
Em 1900 a Kodak lanou a Brownie, uma cmera que custava 1 dlar.
Tamanha foi sua popularizao que foram produzidas cerca de cem
modelos da Brownie, que calavam os mais diversos tipos de pelculas
em rolo, com formatos e tamanhos diferentes.
Com isso, outras empresas desenvolveram e fabricaram materiais
voltados para uso profissional.
1.6 SCULO 20
Foi no sculo 20 que aconteceram os principais avanos no campo
da mecnica das mquinas (portabilidade de vrios formatos e ta-
manhos), assim como na rea tica (lentes ntidas, claras e de alta
preciso, como as germnicas Carl Zeiss e a Schneider).
Foram desenvolvidos muitos tamanhos de negativos profissionais,
pois os negativos Kodak eram considerados muito pequenos e ficaram
restritos ao uso amador. Os profissionais comeavam a usar as chapas
nicas de negativo, fabricadas com material flexvel.
Porm, era tambm a Kodak que na maioria das vezes fabricava sob
encomenda os diferentes formatos e tamanhos das chapas nicas de
negativos para serem testados em cada tipo de cmera que entrava
no mercado.
Saiba mais
Chapas nicas de ne-gativo At hoje so vendidas uma a uma, e no em rolo.
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Captulo 1
senac - pr 19
Como o formato das chapas nicas dependia do gosto do pblico
pela cmera, o risco de produzi-las era grande. E se determinada
cmera no casse nas graas dos profissionais, o formato que havia
sido feito para ela deveria ser retirado do mercado.
Por isso, entre 1900 e 1930, os formatos usados por profissionais
mudavam constantemente por causa da entrada de novos modelos
de cmeras no mercado. Porm, os formatos dominantes foram
as chapas nicas de negativo com 4 polegadas x 5 polegadas, 5
polegadas x 7 polegadas e 8 polegadas x 10 polegadas, porque as
cmeras que calavam esses formatos tiveram maior aceitao por
parte dos profissionais.
Os rolos de pelculas, destinados aos amadores e aos fotojornalistas,
tiverem mais desenvolvimento comercial do que as chapas nicas. A
prpria Kodak fabricou mais de uma dezena de tamanhos de rolos,
identificados por nmeros como 101, 116, 117, 120, 122, 123, 127,
616 e 620. Muitos saram de linha, mas podem ser encomendados
at os dias atuais.
Nos anos 20, entram em cena as cmeras japonesas. Esses equi-
pamentos apresentavam uma excelente relao custo-benefcio.
Obviamente, os formatos de pelculas em rolo usados por elas foram
comercializados em larga escala e existem at hoje, como o formato
120. Com esse formato de pelcula em rolo era possvel, j naquela
poca, produzir fotogramas de 6 cm x 4,5 cm, 6 cm x 6 cm, 6 cm
x 9 cm e at 6 cm x 12 cm. Dentre todas essas cmeras, a mais co-
nhecida era a Rolleiflex.
Em 1913, como a pelcula de 35 mm (medida da largura do filme) para
cinema j era comercializada em largussima escala, a Leitz (fbrica
alem) lanou um modelo de teste de uma cmera fotogrfica que
encaixaria o formato de pelcula 35 mm.
Esse modelo de teste foi aperfeioado e, em 1924, a Leitz lanou
a Leica. Essa cmera funcionava de forma extremamente simples e
possua uma lente invejvel, resultado do trabalho de Ernst Leitz, que
construa instrumentos ticos de preciso antes de produzir cmeras
fotogrficas, e de Oskar Barnack, que produzia lentes na Zeiss.
Foi aproximadamente entre 1910 e 1930 que as cmeras japonesas
fabricadas pelas grandes empresas invadiram o mercado fotogrfico:
Nikon, 1917; Olympus e a Asahi Pentax, 1919; Minolta, 1928; Canon,
1933; e a Fuji, 1934.
Saiba mais
LEITZ + Cmera - Essa cmera ficou famosa pela preciso de foco, pela leveza, pela discri-o e, principalmente, pela qualidade mecnica e tica que possua.
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Produo Cultural e Design
senac - pr20
Aos poucos, a Leica caiu nas graas dos fotgrafos e dos fotojorna-
listas. E, em 1930, a Leica se popularizou tanto que o 35 mm ficou
destinado ao uso amador, estabelecendo-se definitivamente nesse
mercado depois da Segunda Guerra Mundial.
EXERCCIOS
1. possvel atribuir a inveno da fotografia a apenas uma pessoa?
Justifique sua resposta.
2. Na sua opinio, existe uma fase da inveno da fotografia que pode ser consi-
derada mais importante do que outra? Explique.
3. Que princpio ou caracterstica da cmara escura usado at hoje no processo
de realizao de uma fotografia?
4. Complete o quadro a seguir com a contribuio de cada um dos personagens
listados e acrescente, aps pesquisa em outras fontes, dois nomes importantes da
histria da fotografia no Brasil lista.
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Captulo 1
senac - pr 21
NOME CONTRIBUIOFlorence
Daguerre
Petzval
Leitz
Brownie
Talbot
Eastman
N
5. Analise as sentenas abaixo e assinale V se considerar que a frase verdadeira
ou F, se considerar que a frase falsa. Em cada frase que voc considerar falsa,
corrija-a logo abaixo.
a) George Eastman foi o idealizador de uma srie de invenes tecnolgicas que
atrasou a evoluo da fotografia ao longo da histria. ( )
b) A cmara escura era um aparelho que gravava as imagens enquanto houvesse
luz disponvel. ( )
c) A descoberta do processo negativo-positivo foi ao acaso, como tantas outras
na histria das invenes. Isso ocorreu porque nenhum cientista da poca buscava
reproduzir a mesma imagem vrias vezes. ( )
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Produo Cultural e Design
senac - pr22
d) Talbot e Daguerre registraram as prprias invenes. Essa atitude, de certa forma
egosta, atrasou a evoluo tecnolgica das respectivas pocas. ( )
e) Nipce ambicionava produzir uma imagem ntida, e Daguerre tentava reproduzir
essa imagem. A sociedade que os dois fizeram contribuiu consideravelmente para
a evoluo tecnolgica da poca. ( )
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senac - pr 23
2Cmeras e Matrizes FotossensveisMatriz fotossensvel um material usado para reproduo de outro
e que sensvel luz.
2.1 ELEMENTOS DO CORPO DA CMERA
Espelho: pea que reflete os raios de luz at o pentaprisma. O espelho
levanta-se no momento do clic para que os raios de luz possam
atingir a superfcie fotossensvel.
Pentaprisma: pea da cmera que orienta a imagem que veio do
espelho (horizontal e verticalmente), possibilitando que depois ela
seja observada pelo visor da cmera com a mesma orientao da
realidade.
Obturador: pea da cmera que abre e fecha como uma cortina e
tem determinadas velocidades no momento do clic. O obturador
funciona em sincronia com o espelho e, de certa forma, protege a
superfcie fotossensvel (pelcula ou sensor digital).
Superfcie fotossensvel (pelcula, chapa ou sensor digital): est
disposta imediatamente atrs do obturador e responsvel por ab-
sorver os raios de luz e transform-los em imagem, seja ela digital
ou analgica.
Tela de foco: espcie de mscara construda em vidro despolido que
auxilia a realizao do foco. Geralmente, faz-se o foco ao girar o
anel presente na lente e v-se uma imagem ntida quando duas
imagens se agrupam no centro do visor.
Lente condensadora: condensa (agrupa) os raios de luz que vm do
espelho e da tela de focalizao e os leva at o pentaprisma.
Saiba mais
Sensor - Pea da cmera digital responsvel por receber a luz depois que ela passa pelas lentes.
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senac - pr24
Produo Cultural e Design
O obturador e o diafragma (que veremos mais adiante) so as duas
peas da cmera fotogrfica responsveis por deixar passar a luz
at a superfcie fotossensvel (pelcula ou sensor digital).
importante conhec-los bem porque eles sero usados
diretamente e em conjunto no momento da medio da luz de
uma cena. As duas peas atuam basicamente como vlvulas,
regulando a entrada de luz na cmera fotogrfica.
2.2 CLASSIFICAO DAS CMERAS
As cmeras fotogrficas mais comuns no mercado podem ser clas-
sificadas em:
Compactas de visor direto
So as cmeras que possuem apenas uma lente fixa ou ainda uma
lente zoom e so quase inteiramente autom-
ticas. O problema dessas cmeras o erro de
paralaxe: o que se v pelo visor no o mesmo
que a lente v, pois o visor est a alguns
centmetros da lente. Quanto mais perto a
mquina estiver do objeto, maior a diferena
dos pontos de vista. E, por conseguinte, maior
o erro de paralaxe.
Em algumas cmeras de visor direto, o ajuste
de foco possui algumas opes fixas indicadas
por cones, normalmente encontrados junto
objetiva, desta forma:
Corte transversal em uma cmera reflex.
Cmera compacta vista de frente evidenciando o erro de paralaxe.
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Captulo 2
senac - pr 25
busto de uma pessoa (o foco ser feito a aproximadamente 1
metro de distncia);
duas pessoas enquadradas a meio corpo (o foco ser feito a 2,5
metros de distncia);
grupo com 3 pessoas enquadradas a corpo inteiro (o foco ser
feito a 5 metros de distncia);
montanha (o foco ser feito no infinito).
So raras as cmeras de visor direto que permitem a troca de lentes.
As que permitem vm com acessrios que devem ser colocados no
visor da cmera para simular os diferentes ngulos de viso de cada
uma das lentes. Para cada lente h um acessrio compatvel no visor
da cmera.
E mais raras ainda (e bastante caras) so as cmeras de visor direto
que permitem a focalizao manual e precisa, a partir de um sistema
de espelhos e de prismas, que conhecido por telmetro. Nessas raras
cmeras, tambm o erro de paralaxe corrigido por um dispositivo
que se chama reticulado mvel, que acompanha o sistema de foco
e possibilita enquadramentos precisos.
As compactas simples, tambm chamadas de point and shoot, fi-
guram nessa categoria de cmeras de visor direto. Possuem apenas
uma lente, normalmente grande e angular. Pobre em regulagens,
tm poucas opes, como: dia ensolarado, dia nublado e flash.
Elas possuem foco fixo: tudo o que est a mais de 3 metros da lente
aparece ntido na imagem devido pequena abertura (tambm fixa)
da lente, assunto que estudaremos nos captulos a seguir.
Atualmente, encaixa rolos de filme com 12, 24 ou 36 poses e gera
frames (fotograma) de 24 mm por 36 mm.
Monorreflex 135 SLR (single lens reflex)
So as cmeras que a maio-
ria dos profissionais usa.
So versteis e apresentam
a melhor relao custo-
-benefcio para a maioria
dos trabalhos em fotogra-
fia. No provoca erro de
paralaxe, pois possui um
espelho e um pentaprisma Corte transversal em uma cmera monorreflex.
Saiba mais
Frames - rea da matriz fotossensvel que ou que pode ser atingida pela luz.
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Produo Cultural e Design
senac - pr26
(ver desenho) que possibilita visualizar com quase total exatido a
imagem que ser gravada na superfcie fotossensvel. Leia-se essa
exatido como algo acima de 90%. Assim como as compactas, en-
caixam rolos de filme com 12, 24 ou 36 poses e geram frames de 24
mm por 36 mm. Diversos tipos de lentes tambm podem ser usados
nessa cmera. Da deriva a sigla SLR - single lens reflex -, que em
portugus significa reflex de lentes intercambiveis. Essa a cmera
base para os estudos desta apostila.
Cmeras TLR (twin lens reflex)
Esta cmera possui duas lentes, ambas dispostas paralelamente ao
plano da pelcula. A lente de cima usada para focar a imagem com
a ajuda de um espelho, que reflete a imagem at um visor de vidro
translcido. J a lente de baixo tem a funo de captar os raios de luz
refletidos pela cena, levando-os at a pelcula. Esta cmera tambm
causa o erro de paralaxe, ou seja, diferena de ngulo de viso, porque
a imagem que a lente de cima v no exatamente a mesma que
a lente de baixo leva at o filme. A maioria dessas cmera encaixam
filmes do tipo 120 ou 220.
Cmera de grande formato
So parecidas com cmeras do sculo 19 e com as sanfonas de um
acordeom, por causa do fole. Basicamente, esta cmera composta
por:
um fole que une a objetiva ao corpo da cmera;
um trilho que permite a aproximao entre a lente e o visor para
ajuste do foco;
Corte em uma cmera twin lens reflex (TLR).
Saiba mais
120 ou 220 - Filmes usados em cmeras de mdio formato. Em um o rolo de filme tipo 220 cabe o dobro de frames do que cabe em um filme do tipo 120.
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Captulo 2
senac - pr 27
suportes e eixos fixados no trilho que possibilitam o movimento
tanto do visor como o da lente em quase todas as direes: para
frente e para trs, para cima e para baixo, para a esquerda, para
a direita e rotaes horizontais e verticais;
um visor para focagem;
objetiva;
um chassi - pea da cmera onde a pelcula encaixada - para
se colocar a chapa da imagem.
bom lembrar que neste tipo de cmera no h erro de paralaxe e
que o visor extremamente grande, o que possibilita a anlise
precisa do foco em quase todas as partes da imagem, podendo
ser utilizada at mesmo uma lupa para tal tarefa. Mas
indispensvel o uso do trip para a operao da cmera, por
causa do peso e do tamanho. Alm disso, os controles dessa
cmera so todos manuais.
A cmera de grande formato muitssimo usada na fotografia de
alta preciso, na fotografia para publicidade e na fotografia insti-
tucional industrial. Tambm usada na fotografia de arquitetura
porque mesmo antes do clic a perspectiva da imagem pode ser
alterada ao se movimentar a lente e o visor, que so paralelos e
podem ser rotacionados em vrios ngulos e em vrias direes. Na
imensa maioria das cmeras, a lente e superfcie sensvel luz ficam
paralelas e centralizadas umas as outras. Neste tipo de cmera podem
ser colocados vrios tipos de lentes. Apesar da imagem aparecer no
visor invertida vertical e horizontalmente, a rea do visor permite
uma excelente focalizao do objeto.
Reflex de mdio formato
So cmeras que utilizam rolos de filme
tipo 120, produzindo frames em diversos
formatos. Os mais comuns so:
6 cm x 4,5 cm (16 fotos por rolo);
6 cm x 6 cm (12 fotos por rolo);
6 cm x 7 cm (10 fotos por rolo);
6 cm x 9 cm (8 fotos por rolo).
Esses tamanhos dependem da mscara
anteposta pelcula fotossensvel ou do Corte transversal em uma cmera monorreflex de mdio formato
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Produo Cultural e Design
senac - pr28
tipo de cmera. Logicamente, quanto menor a mscara anteposta
ao filme, mais fotos sero feitas com um mesmo rolo de filme, como
j foi explicado. Alguns modelos desta cmera permitem a troca de
chassi; dessa forma, possvel usar diferentes rolos de filme (cor, PB
ou cromo) ou filmes com sensibilidades diferentes.
As cmeras reflex de mdio formato produzem imagens com menos
definio do que as cmeras de grande formato, mas no deixam
a desejar no quesito definio da imagem. Nesse tipo de cmera
tambm h a possibilidade da troca de lentes. As de mdio formato
possuem estrutura muito semelhante a uma SLR 135, mas o que
diferencia uma da outra so as lentes, o tamanho do filme e o ta-
manho do lugar onde o filme se encaixa.
Os frames destas cmeras so bem menores do que os frames das cmeras de grande formato. Logo, as imagens produzidas a partir
de adaptadores de fole para reflex 135 e mdio formato 120 sero
infinitamente inferiores na riqueza de detalhes se comparadas s
imagens produzidas pelas cmera de grande formato.
Para este modelo de cmera h tambm o filme do tipo 220, que
dobra o nmero de fotos por rolo.
Tanto as monorreflex 135 como as reflex de mdio formato 120
podem aceitar adaptadores de fole parecidos com aqueles usados
nas cmeras de grande formato.
2.3 MATRIZES FOTOSSENSVEIS
Formatos, tamanhos, suportes e outras caractersticas
Todas as matrizes fotossensveis so produzidas com base em produ-
tos qumicos, que formam microscpicos gros de prata, como j foi
visto na histria da inveno da fotografia. Alm disso, devem ser
expostas e reveladas seguindo determinadas regras do fabricante e
conforme suas caractersticas, as quais so conhecidas pela maioria
dos laboratrios de revelao.
bom lembrar que a imensido de produtos disponveis no mercado
torna quase infinitas as possibilidades de combinaes de caracte-
rsticas. Porm, as caractersticas e os tipos de filmes mais utilizados
para as matrizes fotossensveis so:
Filme pancromtico: pelcula em preto e branco sensvel a todas
as cores do espectro luminoso. Portanto, a que melhor capta os
contrastes da cena, se comparada ao olho humano.
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Captulo 2
senac - pr 29
Filme para luz natural: pelcula colorida balanceada para
reproduzir as cores com aspectos naturais se exposto luz do dia:
entende como branca a luz que incide na superfcie da Terra entre
as 10 da manh e 16 horas (luzes com temperatura de cor na casa
dos 5.600 Kelvin). Fora desse intervalo de tempo, ou quando a
fotografia feita a partir de lmpada de tungstnio, as cores da
imagem assumem um tom mais avermelhado do que o natural,
devido (exceto noite) cor da luz do sol e das lmpadas.
Filme para luz de tungstnio: pelcula colorida balanceada para
reproduzir as cores com aspectos naturais se exposta luz de
tungstnio (com temperatura de cor de 3.200 K, que possui um
tom mais avermelhado). Essa pelcula, se exposta luz do dia,
apresenta um tom azulado. Veremos mais sobre esse assunto no
captulo que fala sobre iluminao.
2.4 CLASSIFICAO DAS MATRIZES QUANTO AO FORMATO
Grande formato
As bases fotossensveis para as cmeras de grande formato so mais
Saiba mais
Kelvin - Em fotografia, a cor da luz medida em Kelvin (K). Quanto mais alta a temperatura da luz, mais azulada ela ; quanto mais baixa, mais avermelhada ela .
Saiba mais
Tungstnio - Elemento qumico do qual feito o filamento das lmpadas incandescentes.
Fotografia realizada aproximadamente ao meio dia. O mesmo lugar fotografado por volta das 6 horas da tarde.
Fotografia de um poro iluminado com lmpada de tungstnio: cores
balanceadas
Fotografia realizada luz do dia com um filme para luz de tungstnio: as cores tem um aspecto azulado.
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Produo Cultural e Design
senac - pr30
comumente encontradas em chapas separadas (medidas em pole-
gadas): 4 pol x 5 pol ou 10 pol x por 8 pol.
Mdio formato ou rolo 120
No h perfuraes no rolo. Esse formato vem enrolado (semelhante
a um esparadrapo) em duas camadas: uma que contm o filme e
outra que feita de papel protetor contra a luz. Como j foi dito (6
x 4,5 16 fotos / 6 x 6 12 fotos / 6 x 7 10 fotos / 6 x 8 9 fotos
/ 6 x 9 8 fotos / 6 x 12 - 6 fotos). H tambm o formato 220, que
tem as mesmas caractersticas do formato 120, s que o dobro do
comprimento. Por conseguinte, pode-se fazer o dobro do nmero
de fotos.
Pequeno formato ou filme 135
A pelcula perfurada nas bordas para deslizar sobre carretis
com pequenas pontas que auxiliam o movimento de avano e de
rebobinamento do filme. disposto dentro de um cassete, com um
pedao de filme para fora, para ser colocado no chassi das cmeras.
Produz frames de aproximadamente 24 mm x 36 mm. conhecido
comercialmente por filme 135 (a denominao 35 mm usada para
identificar o filme de cinema e se refere altura dele, que ambos
possuem). Algumas cmeras que encaixam o formato 135 podem
gerar frames de 24 mm x 18 cm (metade do frame 24 mm x 18 mm,
duplicando o nmero de fotos por rolo, mas com menos qualidade).
APS (advanced photo system)
APS um formato de filme para amadores. Elas se enquadram na
categoria de cmeras de visor direto. O filme dispe de um recurso
eletromagntico que registra as condies de iluminao no mo-
mento em que cada foto foi feita, bem como os ajustes automticos
realizados pela cmera na hora da foto. Posteriormente, o laboratrio
usa esses dados para fazer as cpias em papel. O filme APS tem custo
elevado s pode ser usado em mquinas que usam a tecnologia APS,
as quais, por sua vez, tambm s aceitam filmes no formato APS. Isso
ocorre porque os encaixes entre o filme e a cmera combinam apenas
entre si. As cmeras produzem frames de at 16,7 mm x 30,2 mm.
O APS possibilita fotografar em 3 propores diferentes:
HDTV (semelhante ao formato da televiso de alta definio);
panormico (fotografia bem retangular e estreita);
Saiba mais
HDTV - Formato de TV que usa a proporo de 16:9, bastante retan-gular.
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Captulo 2
senac - pr 31
clssico (igual aos das cmeras 35 mm, gerando imagens na
proporo de 3 por 2).
Peculiaridade: quando o cliente leva o filme para revelar, ele recebe
de volta o negativo totalmente inserido no cassete, as fotos revela-
das e uma folha (o index) que contm todas as fotos em miniaturas
numeradas. Isso faciliata a solicitao de novas cpias, uma vez que
no possvel consultar o negativo. Observe o tamanho real de cada
matriz fotossensvel.
2.5 CLASSIFICAO DAS MATRIZES PELA COR
Negativos
Nas matrizes negativas coloridas, alm da inverso dos
tons claros e escuros, ocorre a inverso das cores: os
amarelos da imagem transformam-se em tons azulados
na matriz negativa, os rosados tornam-se esverdeados
e os cianos (azul do cu) ficam com o aspecto averme-
lhado. Nesses dois casos, quando a imagem passada
para o papel, as cores voltam a aparecer como so na
realidade.
A matriz, depois de exposta e revelada, apresenta a imagem em negativo. Ou seja, as partes escuras da imagem aparecem claras nessa matriz e vice--versa.
Fotogramas em tamanhos reais.
TAMANHO REAL DOS FOTOGRAMAS
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Produo Cultural e Design
senac - pr32
Diapositivos ou cromos
As cpias feitas em papel a partir das matrizes diapo-
sitivas apresentam mais definio, boa saturao de
cores e maior fidelidade realidade do que as cpias
em papel produzidas pelas matrizes negativas. Isso
ocorre porque as matrizes diapositivas sofrem menos
alteraes qumicas durante o processo de revelao
do que as matrizes negativas. O diapositivo foi usado
durante muito tempo na projeo de slides.
Se a matriz diapositiva for revelada como matriz negativa, as
cores sofrero fortes alteraes de saturao e de contraste.
Esse processo chamado de processo cross ou cruzado.
Algumas matrizes a preto e branco podem ser processadas de
modo a darem um diapositivo a preto e branco.
Matrizes infravermelhas
So sensveis s radiaes luminosas invisveis aos olhos humanos
(raios infravermelhos) e ao calor (grandes temperaturas). Basica-
mente, existem dois tipos: uma que sensvel luz visvel pelos
olhos humanos mais as radiaes infravermelhas (invisveis aos olhos
humanos); e outra sensvel apenas s radiaes infravermelhas, esta
destinada a investigaes cientficas. Nas matrizes infravermelhas,
possvel o mesmo fotograma (frame) apresentar aspectos negati-
vos e positivos da imagem porque as cores se alteram nos objetos
mortos (que no emanam calor). Logo, essa parte da imagem ficar
com aspecto negativo.
Se a imagem for produzida sem filtro de IR (infrared) sobre a lente,
ficar excessivamente azulada. Porm, as regulagens (como foco e
medio de luz) tm que ser feitas antes de se colocar o filtro na
lente. Podem ocorrer alteraes de perspectiva da imagem devido
ao fato de que as radiaes infravermelhas andam em velocidades
diferentes das radiaes do espectro visvel pelos olhos humanos.
Filmes instantneos
A marca mais famosa a Polaroid. So matrizes positivas, na maioria
das vezes de papel, que se revelam automaticamente em segundos.
So nicas, assim como os ambrtipos (descritos no captulo 1).
Podem ser encontradas em cases com um certo nmero de chapas,
desenhados exclusivamente para esse tipo de cmera, ou vendidas
As matrizes coloridas, depois de expostas e reveladas,
mostram as cores como elas so na realidade.
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Captulo 2
senac - pr 33
separadamente na forma de chapas, uma a uma, na quantidade
desejada.
Antes das cmeras digitais, essas matrizes foram bastante usadas em
estdios para a observao instantnea dos contrastes que as luzes
provocavam em uma cena. Algumas cmeras antigas de mdio for-
mato possuam um adaptador e podiam calar a matriz instantnea
em forma de chapa.
Em 2008, a Polaroid deixou de fabricar as matrizes instantneas para
dar incio ao aperfeioamento da Polaroid digital.
Essa nova cmera produz fotos de 5 centmetros por 7,6 centmetros
em cerca de 1 minuto. A fotografia em papel impressa dentro da
prpria cmera. O custo ainda alto: o rolo mais econmico para 30
fotos custa aproximadamente 13 dlares. A revelao feita por
calor em cima de um papel especialmente desenvolvido para esse fim.
E a novidade que o papel vem com uma pelcula de adesivo atrs.
2.6 SENSIBILIDADE DA SUPERFCIE FOTOSSENSVEL (ISO)
A sigla ISO significa International Standard Organization ou, em uma
traduo livre, Organizao Internacional de Padres. Em fotografia,
o ISO representa o quanto uma superfcie sensvel luz. Quanto
mais alto o ISO de uma pelcula, mais sensvel luz ela .
Em outras palavras, quanto mais alto o ISO, menos luz a superfcie
fotossensvel precisa para ser sensibilizada. Nesse caso, cabe uma
analogia com a pele humana, que se queima com o calor. A pele de
um beb pode ser comparada a ISOs altos, pois ela queima com facili-
dade; j a pele humana de um adulto comparada a ISOs baixos, pois
so menos sensveis. Mas cuidado: isso apenas uma analogia, pois
as superfcies fotossensveis precisam de luz para serem queimadas
(com exceo das matrizes que captam os raios infravermelhos) e
a pele humana se queima com o calor, alm dos diferentes tons de
pele entre as pessoas.
Ainda em relao ao nmero ISO, as superfcies fotossensveis so
chamadas de rpidas ou lentas. As superfcies fotossensveis com ISOs
mais altos so as rpidas e as superfcies fotossensveis com ISOs mais
baixos so chamadas de lentas. Essa nomenclatura se refere ao fato
de que quanto maior o ISO de uma superfcie fotossensvel, mais
rpida a ao da luz sobre ela.
A cada vez que o ISO de uma superfcie fotossensvel dobra, a sensi-
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Produo Cultural e Design
senac - pr34
bilidade dela tambm dobra. Logo, a superfcie fotossensvel de ISO
duplicado precisa, para se sensibilizar, da metade da quantidade de
luz de que precisava a superfcie fotossensvel que tem o ISO pela
metade. Confuso? Veja o exemplo abaixo:
Uma superfcie fotossensvel com ISO 200 precisa da metade da quan-
tidade de luz para se sensibilizar do que uma superfcie fotossensvel
com ISO 100. E a recproca tambm verdadeira: uma superfcie
fotossensvel com ISO 100 precisar do dobro da quantidade de luz
para se sensibilizar do que uma superfcie fotossensvel com ISO 200.
Os nmeros ISO geralmente seguem a seguinte escala: *6, *8, *10, *12,
*16, *20, *25, *32, *40, *50, 64, *80, 100, 125, 160, 200, 250, 320, 400,
500, 640, 800,1000, 1250, 1600, 2000, 2500, 3200, 4000, 5000, 6400.
* rarssimos no mercado fotogrfico, muitas vezes fabricados apenas
por encomenda.
Antes da adoo internacional da palavra ISO para identificar a
sensibilidade de uma superfcie fotossensvel, havia outras. As mais
comuns eram:
ASA - American Standard Association. Em portugus: Associao
Americana de Padres. Essa escala seguia a mesma numerao
da escala do ISO.
DIN - Deutsch Industrie Normen. Em portugus: Norma Industrial
Alem. Era grafada desta forma: DIN 21. Essa escala era diferente,
pois a cada aumento de trs DINs, a sensibilidade dobrava.
Exemplo: DIN 21 = ISO 100, DIN 22 = ISO 125, DIN 23 = ISO
160 e DIN 24 = ISO 200.
Seria maravilhoso se fosse possvel fotografar em condies de pou-
qussima luz com superfcies fotossensveis de ISOs altssimos sem
qualquer implicao.
A tabela a seguir mostra algumas caractersticas e consequncias do
uso de superfcies com diferentes ISOs.
ISO 25 A 80 ISO 100 A 200 ISO 400 A 3200Sensibilidade Baixa Mdia Alta
Velocidade Lenta Mdia Alta
Nitidez Execelente Mdia Baixa
Contraste Baixo Mdio Alto
Saturao Alta Mdia Baixa
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Captulo 2
senac - pr 35
Latitude de contraste: o termo latitude de contraste se refere
capacidade que cada superfcie fotossensvel tem de entender e
registrar os meios tons (cinzas) de uma cena, sem transform-los
em pretos puros ou brancos estourados. Quanto maior essa
capacidade, maior a latitude de contraste.
Imagem feita com ISO 100 ( esquerda) e imagem feita com ISO 1600 ( direita). Perceba a diferena de nitidez entre uma e outra no destaque do quadrado amarelo
acima direita de cada foto. Quanto mais essas fotografias forem ampliadas, menos ntidas elas se tornaro.
EXERCCIOS
1. Tente encontrar, em revistas, imagens confeccionadas a partir
de matrizes fotossensveis de ISOs diferentes. Recorte-as e as traga
para a prxima aula para anlise.
2. Quais as vantagens e desvantagens de uma imagem que ser
feita com ISO 100 ou ISO 1600?
3. Qual a aplicao das imagens confeccionadas a partir das matrizes de grande
formato?
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Produo Cultural e Design
senac - pr36
4. Em quais situaes devem ser utilizados filmes rpidos? Por que eles so cha-
mados assim?
5. Quais as caractersticas de uma cmera SLR e qual a relao dela com o erro
de paralaxe?
6. Resolva a cruzadinha a seguir.
1) Sigla que se refere sensibilidade das pelculas.
2) Pea da cmera que inverte a imagem vrias vezes para que ela possa ser vista
no visor com a mesma orientao da realidade.
3) Pea da cmera fotogrfica que funciona semelhantemente a uma cortina.
4) rea da matriz fotossensvel que banhada pela luz.
5) Tipo de matriz fotossensvel que mostra as cores como so na realidade, e no
invertidas.
6) Termo que se refere capacidade que a matriz fotossensvel tem de captar os
meios tons, tanto nas baixas luzes como nas altas.
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Captulo 2
senac - pr 37
7) Tom predominante na imagem quando a cena foi fotografada luz do dia com
filme calibrado para luz de tungstnio.
8) Pelcula PB capaz de captar todas as cores do espectro luminoso.
9) Cmera que possibilita ajustes da perspectiva da imagem e anlise precisa do
foco no vidro despolido.
10) Diferena entre o que o visor enxerga e o que a lente da cmera capta.
11) Pea que reflete os raios de luz at o pentaprisma.
12) Lugar onde os raios de luz se encontram e o ponto ideal para a colocao
dos diafragmas.
13) Marca mais conhecida das cmeras instantneas.
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Anotaes
senac - pr38
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senac - pr 39
Objetivas
A objetiva de uma cmera tem grande importncia na qualidade da
imagem. Ela capta a luz que uma cena reflete e conduz os raios de
luz at a superfcie fotossensvel.
As atuais objetivas foram desenvolvidas h aproximadamente quatro
sculos quando a lente convexa foi adaptada ao orifcio da cmara
escura, o que aumentou a nitidez da imagem, principalmente nas
zonas contrastadas (nuances de cinzas, cores e sombras das imagens).
Essa a principal funo de uma objetiva. Alm disso, quanto mais
clara, aliada a superfcies fotossensveis mais rpidas, a objetiva aju-
da a diminuir o tempo de exposio da matriz fotossensvel. Desde
sempre, na histria da fotografia, as objetivas tiverem essas funes.
3.1 FORMAO DA IMAGEM NA OBJETIVA
Conforme o colo-
rido e brilho que
possuem, os objetos
refletem a luz rece-
bida em maior ou
menor grau.
A lente capta e re-
frata os raios para
formar uma ima-
gem no plano da
superfcie fotossen-
svel.
3
Cada ponto do objeto emite inmeros raios luminosos em todas as direes.
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senac - pr40
O tamanho da imagem formada est proporcionalmente ligado
distncia focal da objetiva. E, obviamente, da distncia do objeto
superfcie fotossensvel.
3.2 PARTES E CONTROLES DE UMA OBJETIVA
As partes e controles de uma objetiva so: as lentes e os anis de
foco, de diafragma e de regulagem de distncia focal.
Lentes
A objetiva formada por um conjunto de lentes simples, que so
peas de vidro de grande pureza, transparncia e homogeneidade.
Devem ser, ainda, extremamente polidas, o que proporciona a m-
xima reduo das perdas originadas com a disperso da luz que as
atravessa.
Anel de foco
Ao girar esse anel em torno dele mesmo, possvel levar o ponto
de focagem (plano focal) a qualquer lugar da imagem enquadrada.
Anel de diafragma
Ao girar o anel de diafragma em torno dele mesmo, possvel regular
a quantidade de luz que entra pela lente. Os nmeros do diafragma
(nmeros f) so anotados no prprio anel. Em algumas cmeras
eletrnicas esse ajuste pode ser feito acionando botes no corpo da
cmera, os quais sero mostrados num visor.
As imagens formadas na superfcie fotossensvel so invertidas vertical e horizontalmente (de cima para baixo e da esquerda para a direta).
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Captulo 3
senac - pr 41
assinalado assim: 1.4 | 2 | 2.8 | 4 | 5.6 | 8 | 11 | 16 | 22
*** nmero menor abertura maior mais luz que passa pela lente
*** nmero maior abertura menor menos luz que passa pela lente
Isso ocorre porque, fisicamente, a anotao dada desta forma:
f/1.4. Mas para ficar mais prtico, a letra f foi tirada da marcao.
Anel de regulagem de distncia focal
H dois tipos de anel de regulagem da distncia focal (presente nas
objetivas zoom):
os que giram em torno de si (mais comuns atualmente, devido
praticidade para abrir ou fechar o ngulo de viso);
e os que vo para frente e para trs.
H um tipo de lente chamada autofocus. Ela faz o foco auto-
maticamente quando apontada para algum objeto. Nela geral-
mente h um boto que alterna entre a opo AF-autofocus e
MF-manual focus. Esse tipo de lente encontra certa dificuldade
em focar objetos que no possuam muito contraste ou que se
encontram no escuro. Para resolver isso, algumas cmeras
acendem uma luz auxiliar.
3.3 CARACTERSTICAS DAS OBJETIVAS
As caractersticas mais comuns das objetivas so: distncia focal,
luminosidade e ngulo de cobertura.
Lente zoom manual com range de 28 mm a 105 mm.
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Produo Cultural e Design
senac - pr42
Distncia focal
medida em milmetro (mm). A medida da diagonal do frame ou
do fotograma serve de referncia para a caracterizao da objetiva
quanto distncia focal.
Por exemplo: um frame ou fotograma filme tipo 135 possui 24 mm
de comprimento por 36 mm de altura e uma diagonal de 43 mm. Para
esse tipo de filme, a lente normal a 50 mm. chamada de lente
normal porque enxerga a cena aproximadamente igual a um olho
humano. Essa denominao no diz respeito ao campo de viso de
um olho humano, que bem maior do que uma lente normal. Mas,
ento, enxerga como? chamada de normal porque ela separa as
distncias entre os objetos na cena da mesma forma como o olho
humano. Mais do que isso: ao se observar uma cena com a lente
normal, ela no aumenta nem diminui nenhum objeto. Ela no d
a sensao de estar perto ou longe do objeto. Ela no comprime
nem afasta os planos da cena. mais fcil perceber isso fazendo o
seguinte teste: com a lente normal colocada na mquina, visualize
um objeto que esteja a aproximadamente 1 metro de distncia de
voc. No se mova nem para frente nem para trs. Retire a cmera
do olho. Faa isso vrias vezes. Voc vai perceber que as diferenas
entre as visualizaes com cmera e sem cmera so mnimas em
relao aos tamanhos e as distncias aparentes dos objetos. Observe
o desenho abaixo em tamanho real.
As objetivas de distncia focal maior que a diagonal do fotograma
projetam sobre o filme imagens mais ampliadas porque tm ngulo
de abrangncia menor, sendo denominadas teleobjetivas.
As objetivas com distncia focal menor que a diagonal do fotogra-
ma projetam imagens reduzidas porque possibilitam maior ngulo
de abrangncia, sendo chamadas de grande-angulares. Observe os
desenhos a seguir:
Lembre-se
Frame ou fotograma a rea da superfcie fotos-sensvel que foi banhada pela luz.
Representao da diagonal de filme 135.
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Captulo 3
senac - pr 43
Observe a tabela abaixo para entender estas relaes:
Nome comercial
Dimenses Diagonal Lente normalngulo de cobertura
110 13 mm x 17 mm 21,4 mm 20 mm 53126 27 mm x 27 mm 38,2 mm 35 mm 53135 24 mm x 36 mm 43 mm 50 mm 45120 45 mm x 60 mm 75 mm 75 mm 53120 60 mm x 60 mm 85 mm 80 mm 57120 56 mm x 72 mm 90 mm 85 mm 55120 60 mm x 90 mm 111 mm 105 mm 53
Folha 4 pol x 5 pol 160 mm 150 mm 53Folha 5 pol x 7 pol 222 mm 210 mm 55Folha 8 pol x 10 pol 320 mm 300 mm 57
Logo, quanto maior a diagonal do fotograma ou frame, maior tem
que ser a distncia focal da lente para ser chamada de normal.
importante entender esse conceito para compreender o fator de
corte causado nas imagens produzidas em algumas cmeras digitais
(veremos isso mais detalhadamente no captulo sobre fotografias
digitais).
interessante notar que as primeiras fotografias tinham o formato
circular, pois exatamente com essa forma que as imagens so
formadas na superfcie fotossensvel. Tanto isso verdade que as
imagens observadas nos binculos, telescpios e nos microscpios
so circulares, certo? Mas por uma questo prtica de encaixes en-
tre peas e equipamentos e de economia de material, foi adotado o
formato no-circular para os fotogramas.
ngulo de cobertura de uma lente teleobjetiva. ngulo de cobertura de uma lente grande-angular
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senac - pr44
bom frisar que para cada tamanho de fotograma da superfcie
fotossensvel vai existir uma objetiva, que ser chamada de normal.
Luminosidade
o menor nmero (f) do diafragma. O valor da luminosidade e a dis-
tncia focal aparecem gravados no anel da objetiva. A luminosidade
assinala a maior intensidade de luz que pode atravessar a objetiva.
Cada diafragma representa uma quantidade universal de luz.
Isso significa que f/2.8 pode variar de tamanho de uma lente
para outra, mas vai deixar passar sempre a mesma quantidade
de luz, mesmo em lentes de luminosidades diferentes.
ngulo de abrangncia (ngulo de cobertura ou ngulo de viso)
a amplitude da cena projetada pela objetiva na superfcie fotos-
sensvel. As objetivas normais abrangem entre 45 e 53 graus. Esse
nmero oscila em razo de condies tcnicas com as quais as lentes
so fabricadas. Como j foi dito, as teleobjetivas (maior distncia
focal) tm menor amplitude de projeo, pois ampliam a imagem;
as grande-angulares (menor distncia focal) projeta os raios de luz
com maior amplitude e reduzem a imagem, captando um pedao
maior da cena.
3.4 CLASIFICAO QUANTO AO NGULO DE ABRANGNCIA
Segundo a distncia focal, as objetivas podem ser denominadas de
grande-angulares, normais e teleobjetivas. A seguir, observe vrios
ngulos de abrangncia conforme a distncia focal da lente (para
Desperdcio de material evidenciado pela cor vermelha.
Economia de material com opo de fotograma quadrado.
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Captulo 3
senac - pr 45
fotogramas dos filmes 135, de 24 mm x 36 mm e diagonais de 43 mm).
Observe as vrias distncias focais abaixo. Todas as fotografias foram
tiradas a partir do mesmo ponto, com a cmera no trip, apenas
variando as distncias focais.
Em azul, os ngulos de cobertura de lentes com distncias focais diferentes.
Imagem feita com lente 18 mm.
Imagem feita com lente 28 mm.
Imagem feita com lente 40 mm.
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Produo Cultural e Design
senac - pr46
Imagem feita com lente 50 mm.
Imagem feita com lente 135 mm.
Imagem feita com lente 200 mm.
Imagem feita com lente 300 mm.
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Captulo 3
senac - pr 47
3.5 NOMENCLATURAS POPULARES PARA AS LENTES
A seguir, apresentaremos outras nomenclaturas populares para as
lentes utilizadas em cmeras que produzem fotogramas dos filmes
135, de 24 mm x 36 mm e diagonais de 43 mm.
Olho de peixe
Termo utilizado para designar objetivas com distncia focal de 8 mm
e 180 de ngulo de abrangncia. Caracterstica: deformaes na
imagem, principalmente nas linhas horizontais paralelas base da
fotografia. Essas linhas horizontais e verticais se transformam quase
que totalmente em curvas.
Grande-angular
Termo que se refere a objetivas com distncia focal entre 18 mm
e 35 mm e ngulo de abrangncia entre 100 e 62. Caracterstica:
distorce as linhas retas (horizontais e verticais). Pode ser utilizada
para fotografar em ambientes pequenos quando h a necessidade de
enquadrar muitos elementos. D a sensao de proximidade excessiva
dos elementos prximos lente e de distanciamento dos que esto
mais longe. Ou seja, a sensao de espalhamento e afastamento
de planos, bem como de distanciamento do assunto. As grande-
-angulares permitem grande profundidade de campo (termo que
ser visto nos prximos captulos), porm difcil conseguir foco
seletivo (por exemplo: fundo desfocado, recurso que ser estudado
nos prximos captulos).
Normal
Para filme 135, a lente objetiva de distncia focal de 50 mm e
ngulo de abrangncia entre 45 e 53. Produz imagem com perspec-
tiva e disposio de planos semelhante viso humana. A sensao
Imagem feita com lente 450 mm.
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senac - pr48
de uma imagem feita com uma objetiva 50 mm a de que h um
observador na cena.
Teleobjetiva
Termo que se refere s objetivas com distncia focal entre 85 mm e
1.200 mm, com ngulo de abrangncia entre 28 e 2. As teleobjetivas
proporcionam pouca profundidade de campo, porm fcil usar o
foco seletivo. As imagens feitas por teleobjetivas passam a sensao
de achatamento dos planos da imagem e de encurtamento da distn-
cia entre os objetos. possvel fotografar detalhes de longe sem ser
percebido. Da a sensao de invaso de privacidade que ela provoca.
Muitas vezes, preciso usar altas velocidades de obturador e um
trip (ou monop) para evitar o tremor na hora do clique, devido
ao peso dessa objetiva.
Macro
Objetiva usada para fotografar objetos pequenos, como anis, insetos,
flores, moedas, etc. Possui pouca profundidade de campo. Na falta
de uma objetiva macro, pode-se acoplar filtros close-up ou macro
em frente s lentes para produzir o efeito de uma lente macro. H
vrias objetivas de diferentes distncias focais que possuem a opo
macro. Observe as 3 fotos a seguir feitas com macro.
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Captulo 3
senac - pr 49
3.6 OBJETIVA FIXA E OBJETIVA ZOOM
Objetiva fixa
Fotografando com essa lente no possvel aumentar ou diminuir o
ngulo de abrangncia de uma cena sem se movimentar em relao
cena. Possui mais qualidade tica do que uma objetiva de distncia
focal varivel (zoom) porque tem um nmero reduzido de elementos
atravs dos quais a luz passa. As objetivas fixas ajudam a educar o
olhar, pois possvel prever o enquadramento da cena depois de
utilizar por algum tempo sempre a mesma objetiva de distncia focal
fixa. As mais comuns so: 24 mm, 50 mm, 80 mm, 135 mm, 300 mm,
600 mm e a 1.200 mm.
Objetiva zoom
Objetiva de distncia focal varivel como se existissem vrias
objetivas em uma s. Utilizar a zoom mais prtico do que carregar
vrias lentes de diferentes distncias focais. Porm, a performance
tica de objetiva zoom inferior a de uma objetiva de distncia focal
fixa, porque a luz sofre diversas alteraes (cor e definio, entre
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Produo Cultural e Design
senac - pr50
outras) quando passa pelos vrios elementos (lentes) no interior da
objetiva. designada, por exemplo, com a notao 28 mm 80 mm.
Ou seja, esse zoom abrange as distncias focais que variam de 28 mm
a 70 mm. Quanto maior essa variao (range), como por exemplo,
28 mm 200 mm, pior a qualidade da imagem produzida por esse
tipo de objetiva, uma vez que a luz passa por muitos elementos antes
de atingir a superfcie fotossensvel.
EXERCCIOS
1. Qual a diferena entre as denominaes lente e objetiva?
2. Quais so as caractersticas que uma lente normal tem em relao:
a) ao tamanho aparente dos objetos vistos atravs dessa lente?
b) distncia virtual entre os planos de uma imagem vista atravs dessa lente?
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Captulo 3
senac - pr 51
3. O que uma lente grande-angular? Procure em jornais e revistas fotografias
que possivelmente tenham sido tiradas com lente grande-angular. Traga duas para
que sejam analisadas em sala de aula.
4. Qual a importncia de uma lente para a imagem fotogrfica?
5. O que um nmero f?
6. Como funciona a relao entre os nmeros f e a quantidade de luz?
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Produo Cultural e Design
senac - pr52
7. Supondo que a primeira imagem abaixo tenha sido feita a partir de uma lente
normal, como seriam denominadas as outras lentes que supostamente construram
as outras imagens da srie a seguir?
8. Como possvel definir a luminosidade de uma lente?
9. Qual a diferena entre uma lente fixa e uma lente zoom? Quais as consequncias
do uso de uma e de outra para a imagem?
Foto 1 - Lente normal
Foto 2
________________________________
Foto 3
________________________________
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Captulo 3
senac - pr 53
10. Por que uma lente zoom, por exemplo, 28 mm - 200 mm, produz uma imagem
com qualidade inferior a uma lente fixa de 50 mm?
11. Qual a diferena entre uma lente grande-angular e uma teleobjetiva?
12. Que precaues devem ser tomadas quando se fotografa com uma teleobjetiva?
13. Resolva a cruzadinha abaixo.
Horizontais
1) Objetiva usada para fotografar objetos pequenos, como anis, insetos, flores
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Produo Cultural e Design
senac - pr54
e moedas.
3) Objetiva que produz imagem que causa a sensao de espalhamento e
afastamento de planos, bem como de distanciamento entre fotgrafo e assunto.
6) Objetiva que produz imagens que passam sensao de achatamento de planos
e de encurtamento da distncia entre os objetos.
7) Formam uma objetiva. Fabricadas com vidro extremamente puro e transparente.
Devem ser polidas para se evitar o excesso de disperso da luz.
8) Um dos controles de entrada de luz na cmera.
9) Indica a maior intensidade de luz que pode atravessar uma objetiva.
10) Objetiva que faz o foco automaticamente quando apontada para algum
objeto.
Verticais
2) Capta os raios de luz que uma cena reflete, conduzindo-os at a superfcie
fotossensvel.
4) Refere-se ao ngulo de cobertura da lente.
5) Objetiva que encurva as linhas horizontais paralelas base da fotografia.
11) Objetiva que no permite a abertura ou o fechamento do ngulo de viso.
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senac - pr 55
4Profundidade de Campo e Velocidadedo ObturadorEm uma imagem fotogrfica, a rea ntida na fotografia ou rea fo-
cada o que se chama de profundidade de campo. Ela pode ser maior
ou menor, ter mais ou menos elementos focados e medida sempre
a partir do ponto em que o foco foi feito. Na prtica, a profundidade
de campo se estende mais para alm do ponto de foco do que para
antes dele, no sentido da cmera para a imagem. A proporo de
1 para 2. Observe o desenho abaixo:
A profundidade de campo , portanto, a rea da fotografia que se
encontra em foco.
Usando com praticidade a profundidade de campo, pode-se atribuir
valores s imagens, enfatizando detalhes ou escondendo-os, dentro
dos limites tcnicos de cada equipamento. A profundidade de cam-
po pode ser usada de maneira seletiva (limitada), escolhendo quais
reas da imagem podem aparecer focadas e quais podem aparecer
desfocadas.
Um dos controladores da profundidade de campo a abertura do
diafragma, localizada no interior da objetiva. Pode-se represent-la
da seguinte forma:
Representao da profundidade de campo.
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senac - pr56
Produo Cultural e Design
4.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A PROFUNDIDADE DE CAMPO
Trs fatores influenciam a profundidade de campo de uma imagem: a
abertura do diafragma, a distncia do objeto mquina fotogrfica
e a distncia focal da objetiva.
a) Abertura do diafragma (nmeros f):
menores aberturas, maiores profundidades de campo, maior
zona ntida;
maiores aberturas, menores profundidades de campo, maior zona
desfocada.
Observe os diagramas e as fotos.
Representao de todas as flores focadas, pois a foto foi feita com uma pequena abertura de diafragma, o que possibilita uma grande profundidade de campo.
Representao das palhetas que criam as aberturas do diafragma.
Representao de apenas algumas flores focadas, pois a foto foi feita com uma grande abertura de diafragma, o que causa uma profundidade de campo menor.
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Captulo 4
senac - pr 57
b) Distncia focal da objetiva
quanto menor a distncia focal (grande-angular, por exemplo), maior a profundidade de campo e maior zona ntida;
quanto maior a distncia focal (teleobjetiva, por exemplo), menor
a profundidade de campo e maior zona desfocada.
A foto acima foi feita com f/32, lente 55 mm e o ponto de foco (esttua) est a 2 m. Grande profundidade de campo.
A foto acima foi feita com f/2.8, lente 55 mm e o ponto de foco (esttua) est a 2 m. Pouca profundidade de campo.
Representao de todas as flores focadas e de uma lente grande-angular, o que possibilita uma grande profundidade de campo.
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senac - pr58
c) Distncia da cmera at o objeto focado
quanto mais longe a cmera estiver do objeto, maior a
Representao de apenas algumas flores focadas e de uma lente tele, o que causa uma profundidade de campo menor.
Foto feita com lente 18 mm, f/5.6 e com o ponto de foco a 3 m da cmera.
Foto feita com lente 300 mm, f/5.6 e com o ponto de foco a 3 m da cmera.
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Captulo 4
senac - pr 59
profundidade de campo e maior zona ntida;
quanto mais perto a cmera estiver do objeto, menor ser a
profundidade de campo e maior zona desfocada.
Representao de todas as flores focadas e de uma grande distncia da cmera at o ponto focado, o que possibilita uma grande profundidade de campo.
Representao de apenas algumas flores focadas e de pequena distncia da cmera at o ponto focado, o que causa uma profundidade de campo pequena.
Ponto de foco a 30 m da cmera, lente 300 mm e f/5.6.
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Produo Cultural e Design
senac - pr60
4.2 VELOCIDADES DO OBTURADOR
O obturador um dispositivo da cmera fotogrfica responsvel por
deixar passar a luz que entra na cmera fotogrfica. Ele responde pelo
tempo que a mquina fica recebendo luz, por isso a terminologia.
Ele se abre no momento do clique, em sincronia com o diafragma, e
se fecha aps o tempo que lhe foi determinado, como se fosse uma
cortina. Quanto linguagem fotogrfica, a velocidade do obturador
usada para congelar (velocidades maiores) ou borrar os objetos que
se movem (velocidades menores). As marcaes das velocidades do
obturador so encontradas em fraes de segundo e normalmente
apresentam esta escala, encontradas no anel de velocidades, ou no
display do corpo da cmera:
4000 2000 1000 500 250 125 60 30 15 8 4 2
1 - 2 - 4 - 8 - 15 - 30 e Bulb.
Ter um obturador com velocidade 4000 significa que o obturador
abre e fecha em uma velocidade 4000 vezes mais rpida do que um
segundo (um quadrimilionsimo de segundo). Nesse caso, o tempo
que a superfcie fotossensvel fica recebendo luz curtssimo, pois a
velocidade alta. Outro exemplo: velocidade do obturador 15 signi-
fica que a superfcie fotossensvel fica recebendo luz por 15 segundos.
A maioria das cmeras oferece essas opes automticas at 30
segundos de exposio. Depois, preciso usar a opo Bulb. Na op-
o Bulb o obturador fica aberto enquanto o boto de disparo est
sendo pressionado.
Ponto de foco a 15 m da cmera, lente 300 mm e f/5.6.
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Captulo 4
senac - pr 61
Cabo disparador
Um acessrio importante que deve ser usado em fotos com baixa
velocidade o cabo disparador e o trip.
O cabo disparador evita o contato direto da mo com a cmera
apoiada no trip, deixando-a livre da vibrao do movimento dos
dedos e da mo na hora do clique.
H dois tipos:
o cabo disparador mecnico, rosqueado, na maioria das vezes, no
prprio cursor da cmera fotogrfica;
e cabo disparador eletrnico, colocado em uma entrada na
cmera.
H tambm o disparo da cmera a partir de controles remotos sem
fio, desde que a cmera possua esse recurso.
Algumas cmeras digitais, quando conectadas ao computador pelo
cabo USB, podem ser controladas e disparadas por softwares espe-
cficos para tal funo.
Observe as imagens abaixo feitas com diversas velocidades:
Cabo disparador mecnico.
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senac - pr62
Momento exato antes de a bola cruzar a linha do gol, v 1/2000.
Chafariz com aspecto congelado, agora com v 1/800 de segundo.
Chafariz com aspecto congelado feito com v 1/3000 de segundos.
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Captulo 4
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Chafariz com aspecto congelado, com v 1/500 de segundo.
Com velocidade de 1/400 possvel congelar o andar de uma pessoa.
Congela-se algumas partes da onda, mas alguns rastros de movimento ainda ficam evidentes com v 1/320.
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senac - pr64
O movimento fica evidente (borro)