Apostila_Geometria_Plana_Completa.pdf
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Aula 9 – Geometria plana
1. Introducao
No estudo da Geometria Plana o ponto de par-tida sao os elementos primitivos e os postulados(ou axiomas).
Elementos primitivos sao objetos que fazemparte de nossa intuicao como pontos, retas, pla-nos.
Postulados sao enunciados envolvendo os ele-mentos primitivos que aceitamos como verdadei-ros, sem discussao em virtude de suas evidencias.
Usaremos as letras minusculas r, s, t, . . . pararepresentar retas, letras maiusculas A, B, C . . .para representar pontos e a letra grega α pararepresentar o plano. Na Figura 1, no plano α,estao representados pontos pertencentes a umareta r e pontos fora de r.
AB
C r
D
Figura 1: O plano, reta e pontos
Para produzir a Figura 1 usamos um dos pos-tulados basicos da Geometria: “Dois pontos doplano definem uma e uma unica reta.”
NOTACAO: Dados dois pontos A e C do planorepresentamos por
←→AC a unica reta que passa
por estes pontos.
2. Segmento de reta
Dois pontos A e B de um plano definem umsegmento de reta cuja notacao e AB. O seg-mento AB e o conjunto de todos os pontos dareta
←→AB que estao entre A e B.
A BP
AB
Figura 2: P e um ponto do segmento AB
2.1. Medida de um segmento
Para medir segmentos tomamos um segmentocomo unidade e a partir daı, podemos medirqualquer outro segmento. Veja na Figura 3, asmedidas dos segmentos AB e CD, usando umsegmento unitario.
A B AB = 2
C D
1
CD = 1 + 2 = 53 3
Figura 3: Medidas de segmentos
Nota Importante: Neste texto usamos a no-tacao CD tanto para representar o segmento dereta cujos extremos sao os pontos C e D, quantopara representar a medida do segmento. Veja aFigura 3.
2.2. Congruencia de segmentos
Dois segmentos de reta AB e CD sao con-gruentes se possuem a mesma medida. Anotacao rigorosa para representar congruencia eAB ≡ CD. No entanto, comumente escrevemossimplesmente AB = CD.
NOTAS
1) Se um ponto C pertence a um segmentoAB, em termos de medidas resulta que,
A B AC+CB=ABC
Figura 4: Aditividade da medida
2) Escolhendo uma reta r e dois pontos O eA, de modo que OA = 1, podemos fazeruma correspondencia entre pontos da retar e o conjunto dos numeros reais R. Vejaa Figura 5. A todo ponto de r corresponde
7
um numero real e a todo numero real cor-responde um ponto da reta r. Acompanheatraves de dois exemplos como associar aospontos da reta numeros reais. Por exem-plo, sobre o ponto B assimilamos o numeroreal π porque a medida do segmento OB eigual a π. Sobre o ponto C associamos onumero −2, porque a medida do segmentoOC e igual a 2. Isto e, para pontos da retasituados a esquerda do ponto O (origem),associamos numeros reais negativos e parapontos situados a direita de O, associamosnumeros reais positivos. Note que tem com-primento 1 qualquer segmento em cujos ex-tremos estao marcados dois inteiros conse-cutivos.
A
1
0
0-2 -1 2 2 3 �
BC
Figura 5: A reta e os numeros reais
3. Semi-retas
Um ponto A sobre uma reta r define duassemi-retas com origem comum neste ponto. Es-colha agora dois novos pontos B e C sobre areta, sendo um ponto em cada semi-reta. Veja aFigura 6. As semi-retas entao podem ser deto-nadas por
−→AC e
−−→AB, respectivamente.
AB Cr
Figura 6: Semi-retas com origem comum
NOTA: Como conjuntos−→AC ∪ −−→
AB = r e−→AC ∩−−→
AB = {A}. Observe tambem que o ponto A per-tence ao segmento BC. Esta ultima propriedadee importante. Observe as seguintes proprieda-des:
1) se dois pontos B e C distintos de A estaoem semi-retas distintas entao o segmentoBC definido por estes dois pontos contem oponto A. Em sımbolos, A ∈ BC.
2) se dois pontos B e D distintos de A estaona mesma semi-reta entao o segmento BDdefinido por estes dois pontos nao contem oponto A. Em sımbolos, A /∈ BD.
4. Semi-planos
Uma reta r contida no plano α divide o planoem dois semi-planos α1 e α2 (α1 e α2 sao os“lados do plano definidos por r”). Veja a Fi-gura 7.
A
B C
Pr
��
��
Figura 7: Semi-planos
Podemos fazer tres importantes afirmacoes:
1) Como conjuntos: α1∪α2 = α e α1∩α2 = r.
2) Se dois pontos A e B estao fora da reta e si-tuados em semi-planos distintos entao o seg-mento AB definido pelos pontos interceptar (veja a Figura 7 onde AB ∩ r = {P})
3) Se dois pontos B e C fora de r estao nomesmo semi-plano entao o segmento defi-nido nao intercepta r (exemplo BC ∩r = ∅,Figura 7).
5. Angulos
Angulo e o conjunto do plano formado porduas semi-retas de mesma origem. Veja a Fi-gura 8.
A
BO
Figura 8: Angulo de vertice O
O ponto O e o vertice do angulo e as semi-retas
−→OA e
−−→OB os lados do angulo. Usamos
a notacao AOB para representar o angulo. Asvezes e comum tambem o uso de letras gregasα, β, . . . para representar angulos.
5.1. Interior do angulo AOB
E o conjunto do plano obtido pelaintersecao de dois semi-planos: o pri-meiro sendo o semi-plano definido pela reta
←→OA
8
e que contem o ponto B e o segundo sendo osemi-plano definido pela reta
←→OB e que contem
o ponto A.
A
B
O Interior doângulo
Figura 9: Interior de um angulo
5.2. Angulos Adjacentes
Sao angulos que possuem um lado comum eeste lado comum esta no interior do angulo for-mado pelos dois outros lados. Na figura 10,AOB = α, BOC = β, EOF = γ e EOG = θ.
0� B
A
C
�0
E
G
F
�
�
são ângulos adjacentes
e� �
não são ângulos adjacentes
e� �
Figura 10: Angulos adjacentes e nao adjacentes
5.3. Medida e congruencia de angulos
Todo angulo tem uma medida em graus quee um numero compreendido entre 0 e 180. Oangulo formado por duas semi-retas coincidentesmede zero grau e o angulo formado por duassemi-retas opostas mede 180◦. O angulo de 180◦
e dito angulo raso e o angulo de 0◦ e dito angulonulo.
5.4. Congruencia de angulos
Dois angulos α e β sao congruentes se possuema mesma medida. Usamos a notacao α ≡ β ousimplesmente, α = β.
5.5. Perpendicularismo e distancia
Duas retas r e t concorrentes sao perpendicu-lares se os angulos formados pela intersecao saotodos iguais. Nesta situacao, os angulos medem90◦. Veja a Figura 11.
s r
Figura 11: Retas perpendiculares
A distancia de um ponto P a uma reta r edada pelo comprimento do segmento PE ondeE e um ponto de r e as retas r e
←→PE sao per-
pendiculares. Veja a Figura 12.
Er
P
Figura 12: Distancia de ponto a reta
Portanto, PE e a distancia de P a r.
5.6. Bissetriz de um angulo
E a semi-reta que divide um angulo em doisangulos adjacentes congruentes.
0 �
A
B
C
�
bissetriz OC
Figura 13: Bissetriz
NOTA: Se um ponto P esta sobre a bissetriz deum angulo, P equidista dos lados do angulo. Ocontrario (ou recıproca) tambem e verdadeiro:se um ponto equidista dos lados de um angulo oponto pertence a bissetriz. Este resultado seramelhor compreendido quando estudarmos con-gruencia de triangulos.
�
A
B
P
�
PA = PB
Figura 14: Bissetriz e equidistancia
5.7. Mediatriz de um segmento
A mediatriz do segmento AB e a reta perpen-dicular a reta
←→AB passando pelo ponto medio
do segmento AB. O ponto medio M de ABe o ponto tal que AM = MB. Veja a Figura15, onde um ponto P e representado sobre amediatriz.
9
A B
P
M
mediatriz dosegmento AB
M é ponto médio de AB
Figura 15: Mediatriz do segmento
NOTA: Se P e um ponto qualquer da media-triz entao PA = PB (a distancia de P ate A eate B coincidem). A recıproca e tambem ver-dadeira: se um ponto e equidistante de A e Bentao o ponto pertence a mediatriz. Estes resul-tados serao melhor compreendidos no estudo decongruencia de triangulos.
5.8. Angulos agudo, reto e obtuso
Segundo suas medidas um angulo e classifi-cado como:
angulo agudo se sua medida e menor que 90◦;angulo reto se sua medida e 90◦;angulo obtuso se sua medida e maior que 900.
��
�
agudo: < 90� 0 reto: = 90� 0 obtuso: > 90� 0
Figura 16: Classificacao de angulos
5.9. Angulos opostos pelo vertice
Sao aqueles angulos cujos lados sao definidospor semi-retas opostas duas a duas. Veja a Fi-gura 17.
�
� ��
� �e são opostos pelo vértice
� �e são opostos pelo vértice
������
���� �
���� �0
0
Figura 17: Propriedade do angulo oposto
Propriedades importantes
I) Angulos opostos pelo vertice sao congruen-tes.
II) A soma de angulos consecutivos que se po-dem formar do mesmo lado de uma reta comum mesmo vertice e 180◦.
a + b + c + d = 180◦
dbca
0
Figura 18: Angulos somando 180◦
III) A soma de angulos consecutivos que se podeformar ao redor de um ponto e 360◦.
a + b + c + d = 360◦
d bc
a
Figura 19: Angulos somando 360◦
5.10. Angulos complementares
Sao dois angulos cuja soma das medidas e90◦. Dizemos que um dos angulos e comple-mento do outro. Note que nao e exigido que osangulos sejam adjacentes. A Figura 20 mostraangulos complemantares adjacentes. Temos queα+ θ = 90◦ e o complemento de θ = 90− θ = α.
�
�
Figura 20: Angulos complementares adjacentes
10
5.11. Angulos suplementares
Sao dois angulos cuja soma das medidas e180◦. Cada um deles e o suplemento do outro.Note que a definicao nao exige que os angulossejam adjacentes. Na Figura 21 esta represen-tado angulos suplementares adjacentes. Temosque α + θ = 180◦.
��
Figura 21: Angulos suplemantares
Exercıcios
1. Se (x + 10)◦ e (3x − 10)◦ sao medidas dedois angulos complementares, calcule suasmedidas.
2. Pelo vertice O de um angulo AOB de 100◦
traca-se uma semi-reta s com origem novertice do angulo e no interior do angulo.Considere as bissetrizes r e t dos anguloscujos lados sao, respectivamente, formadospor
−→AO e s e por
−−→OB e s. Calcule o angulo
cujos lados sao s e t.
Respostas – Aula 9
1. 22, 5◦
2. 50◦
11
Aula 10 – Congruencia e semelhanca de triangulos
1. Introducao
Um triangulo �ABC e definido por tres pon-tos nao alinhados A, B e C do plano. Otriangulo �ABC e a uniao dos segmentos AB,AC e BC. Os angulos A = BAC, B = ABC eC = ACB sao os angulos internos do triangulo.Veja a Figura 1.
A
B
C
Figura 1: AB, AC e BC sao os lados do triangulo
2. Classificacao
2.1. Quanto aos lados, os triangulos saoclassificados como:
equilatero se possuem os tres lados congru-entes;
isosceles: se possuem dois lados congruentes;
escaleno: se possuem os tres lados diferentes.
A A A
BB
BC
C C
�
Equilátero Isósceles Escaleno
���
�
Figura 2: Classificacao de triangulos
NOTA: Os pequenos tracos cortando os lados queaparecem na Figura 2, servem para identificarlados de mesmo comprimento.
2.2. Quanto aos angulos, os triangulos saoclassificados como:
retangulos quando possuem um angulo reto;acutangulos quando possuem os tres angulos
agudos;obtusangulos quando posseum um angulo
obtuso.Na Figura 3 estao representados, respectiva-
mente, triangulos retangulo, acutangulo e ob-tusangulo.
A B
C
D E
F
S T
R
a b
q
g
Hipotenusa
Cateto
Catetoa, b, q:agudos g:obtuso
Figura 3: Classificacao de triangulos
Na Figura 3, aproveitamos para identificarnum triangulo retangulo (desenho mais a es-querda) a hipotenusa como o lado oposto aoangulo reto e aos outros dois lados reservamosa denominacao de catetos.
3. Desigualdades importantes
Vamos admitir como verdadeiras tres impor-tantes propriedades elementares dos triangulos.Um pouco mais a frente na disciplina deGeometria Basica do curso de graduacao em Ma-tematica ou Fısica voce tera ocasiao de trabalharprovas para estes resultados.
Propriedade 1. O maior lado de um trianguloopoe-se sempre ao maior angulo;
Propriedade 2. O maior angulo de umtriangulo opoe-se sempre ao maior lado;
A B
C
ab
A B
Figura 4: Lados e angulos num triangulo
13
Na Figura 4 temos que
(I) Se a > b ⇒ A > B
(II) Se A > B ⇒ a > b
Propriedade 3. Desigualdade triangular: Emtodo triangulo cada lado fixado e menor que asoma dos outros dois lados. Veja estas relacoesexplicitadas a esquerda da Figura 5.
a < b + cb < a + cc < a + b
A
B Ca
bc
Figura 5: Comparacao de lados de um triangulo
Para um lado fixado do triangulo, por exem-plo, o lado cuja medida e a, as relacoes entre oslados de um triangulo identificadas na Proprie-dade 3 podem ser resumidas como:
a < b + c e |b − c| < a .
Veja porque. As desigualdades triangularesimplicam que,
b < a + c ⇔ b − c < ac < a + b ⇔ c − b < a
⇔ |b − c| < a
Em resumo, se dois lados de um triangulo saob e c, a medida do terceiro lado x deve ser talque,
|b − c| < x < b + c
NOTA: Esta ultima desigualdade e uma equacaode compatibilidade para que 3 segmentos pos-sam ser lados de um triangulo. Por exemplo, tressegmentos a, b e c cujas medidas sao a = 6 cm,b = 3 cm e c = 2 cm nao podem ser lados de umtriangulo. De fato, nao vale a desigualdade
|b − a| < c < a + b
4. Retas paralelas e retas concor-rentes
Duas retas r e s do plano sao paralelas se naopossuem nenhum ponto em comum.
r ∩ s = ø.
Duas retas r e s sao concorrentes se sua in-tersecao e exatamente um ponto P .
r ∩ s = {P}.
5. Retas paralelas cortadas portransversal
Quando duas retas paralelas r e s sao cortadaspor uma transversal t, damos nomes particula-res aos pares de angulos formados. Na Figura 6,identificamos como alternos e internos os paresde angulos (c, e) e (d, f), como alternos externosos pares de angulos (a, g) e (b, h) e como corres-pondentes os pares (a, e), (d, h), (b, f) e c, g).
abc d
efg h
r
s
Figura 6: Angulos alternos e correspondentes
As duas proximas propriedades que enuncia-mos serao tratadas com rigor na disciplina deGeometria Basica. Eis os resultados:
Propriedade 1. Angulos correspondentes saocongruentes.Propriedade 2. Angulos alternos sao congru-entes.
6. Teorema 1 (Teorema de Tales)
“A soma dos angulos internos de um trianguloe igual a 180o.”
Prova: Considere o �ABC, a reta s que contemBC, a reta r paralela a s passando por A e osangulos indicados na figura.
r
s
A
B C
cB
A��
Figura 7: Teorema de Tales
Como r||s, usando que angulos alternos saoiguais, temos que B = β e C = θ. Como β +A + θ = 180o, encontramos que
A + B + C = 180o
14
7. Angulos externos de umtriangulo �ABC
Sao angulos cujos vertices coincidem com osvertices do triangulo. Cada vertice do trianguloda origem a dois angulos externos congruentes.Por exemplo, os angulos externos do �ABCcom origem em A sao os angulos formados por−−→AB e
−→AE (
−→AE e semi-reta oposta a
−→AC) e por−→
AC e−→AF (
−→AF semi-reta oposta a
−−→AB). Estes
angulos sao indicados, respectivamente, por β eα, na Figura 8.
De modo semelhante se define os outrosangulos externos. Veja a Figura 8.
B
C
F
E
A�
�
Figura 8: Angulos externos
Note que α = β (opostos pelo vertice). De-vido a esta igualdade, denominamos simples-mente por e
Ao angulo externo ao vertice A.
Note que α+CAB = α+A = 180o ⇒ eA+A =
180o. Como A+ B + C = 180o, a diferenca entreas duas ultimas igualdades mostra que
eA − (B + C) = 0 ⇒ eA = B + C
Do mesmo modo vale que
eB
= A + C e eC
= A + B.
As ultimas igualdades provam a seguinte pro-posicao:Proposicao 1: A medida de um angulo externo eigual a soma dos angulos internos nao adjacen-tes.
Tambem podemos provar outra proposicao:Proposicao 2: A soma dos angulos externos deum triangulo e 360o.Prova: Considere um triangulo �ABC, ondee
A, e
Be e
Csao medidas dos angulos externos
aos vertices A, B e C, respectivamente. Entao
eA
= B + C, eB
= A + C, eC
= B + C .
Portanto,
eA
+ eB
+ eC
= 2(A + B + C) = 360o.
8. Congruencia
Antes de definir congruencia de triangulos, va-mos revisar congruencia de segmentos e angulos.
8.1. Segmentos
Dois segmentos AB e CD do plano sao con-gruentes se possuem a mesma medida (mesmocomprimento).
8.2. Angulos
Dois angulos AOB e CDE sao congruentes sepossuırem a mesma medida (mesma abertura).
8.3. Triangulos
Dois triangulos sao ditos congruentes, se forpossıvel estabelecer uma correspondencia entreseus vertices de tal modo que os pares de ladoscorrespondentes sejam congruentes, e os paresde angulos correspondentes sejam congruentes.Por exemplo, na congruencia representada naFigura 9, a correspondencia entre os vertices eA ↔ A′, B ↔ B′ e C ↔ C′.
a
A
b
B c C
a
A
b
B c C
Figura 9: Triangulos congruentes
Portanto, a congruencia garante que
AB = A′B′ A = A′
BC = B′C′ B = B′
AC = A′C′ C = C′
Usamos a notacao �ABC ≡ �A′B′C′ ou anotacao simplificada �ABC = �A′B′C′ pararepresentar que os triangulos sao congruentes.
Da definicao anterior, observamos que paraverificarmos a congruencia de dois triangulos ne-cessitamos verificar tres igualdades relativas aangulos e tres igualdades relativas a lados. Noentanto para garantir congruencia de triangulosbasta termos apenas 3 igualdades bem especifi-cadas. Sao os casos de congruencia:
15
1o Caso: LAL (lado, angulo, lado)
A
B C
D
E F
Figura 10: Congruencia de triangulos - Caso LAL
SeAB = DE (L)
B = E (A)BC = EF (L)
⇒ �ABC = �DEF
2o Caso: ALA (angulo, lado, angulo)
A
B C
D
E F
Figura 11: Congruencia de triangulos - Caso ALA
SeB = E (A)
BC = EF (L)C = F (A)
⇒ �ABC = �DEF
3o Caso: LLL (lado, lado, lado)
A
B C
D
E F
Figura 12: Congruencia de triangulos - Caso LLL
SeAB = DE (L)BC = EF (L)AC = DF (L)
⇒ �ABC = �DEF
4o Caso: LAAo (lado, angulo, angulo oposto)
A
B C
D
E F
Figura 13: Congruencia de triangulos - Caso LAAo
SeBC = EF (L)
B = E (A)A = D (Ao)
⇒ �ABC = �DEF
OBSERVACOES
1) O caso LAAo e consequencia do caso ALA,pois se dois angulos sao congruentes, o ter-ceiro tambem sera (note que a soma dosangulos e 180o).
2) Usando que a soma dos angulos de umtriangulo e 180o e que a2 = b2 + c2 emum triangulo retangulo, temos dois casosparticulares de congruencia de triangulosretangulos:
I) Mesma hipotenusa e um dos angulos agudosiguais.
a
�
a
�
Figura 14:
II) Mesma hipotenusa e um dos catetos iguais.
a ab b
Figura 15:
3) O Teorema de Pitagoras a2 = b2 + c2 seratratado mais tarde.
4) Mais tarde no estudo da disciplina Geome-tria Basica, voce vera que o primeiro casode congruencia LAL e admitido como umpostulado. Os outros casos de congruenciasao consequencia do caso LAL e de outrosresultados.
9. Pontos Notaveis de um Triangulo
9.1. Ortocentro
O ortocentro H de um triangulo e o pontode encontro das tres retas suportes das alturasrelativas aos lados do triangulo.
16
Sua posicao varia de acordo com o triangulo.Veja, na Figura 16, as posicoes do ortocentro Hem triangulos �ABC genericos:
A
B
C
H
B
CH=A
Acutângulo Retângulo Obtusângulo
H é interior H coincide como vértice do ângulo
H é exterior
B
A
C
H
Figura 16: Ortocentro de um triangulo
9.2. Incentro
O incentro de um triangulo e o ponto I de en-contro das 3 bissetrizes internas de um triangulo.O ponto I e o centro de um cırculo inscrito notriangulo. Isto porque as bissetrizes sao equidis-tantes dos lados.
B
A C
I
r r
r
Incentro
B
A C
M N
P
��
� �
��
x
Figura 17: Incentro de um triangulo
9.3. Circuncentro
O circuncentro de um triangulo e o ponto Cde encontro das tres mediatrizes dos lados deum triangulo. O ponto C e o centro do cırculoque circunscreve o triangulo; uma vez que todoponto da mediatriz de um lado de um trianguloequidista dos vertices deste lado.
A
B CO
M 1M 2
M 3
A
B CO
A
B CO
R
RR
Circuncentro
Figura 18: Circuncentro de um triangulo
Lembramos que mediatriz de um segmentoAB, por exemplo, e a reta que passa pelo pontomedio de AB e e perpendicular a este segmento.
9.4. Baricentro
O baricentro G de um triangulo �ABC e oponto de encontro das medianas. Lembramosque mediana e o segmento que une um verticeao ponto medio do lado oposto.
B
A C
GF
D
E
Baricentro
Figura 19: Baricentro de um triangulo
Nota: E um fato excepcional que as medianas deum triangulo se encontrem num unico ponto G.Outro fato importante e que as medianas ficamdivididas por G numa proporcao de 2 para 1.Veja a Figura e as conclusoes
GF =23GA, GD =
23GB e GE =
23GC.
Estes fatos serao provados mais tarde em Geo-metria Basica (disciplina da graduacao).
10. Base Media de um Triangulo
Base media de um triangulo e todo segmentode reta que liga dois pontos medios dos lados deum triangulo. E possıvel provar que toda basemedia e paralela a um dos lados e mede a metadedo lado.
A
B C
GF
D
E
Figura 20: Base media
Examine a Figura 20. Sendo E, F e D pon-tos medios dos lados AC, AB e BC respectiva-mente, temos que:
• EF ‖ BC ⇒ EF =BC
2
• ED ‖ AB ⇒ ED =AB
2
• FD ‖ AC ⇒ FD =AC
2
17
Exercıcios
1. (PUC-98) Considere o triangulo ABC emque BC = 1. Seja D o ponto medio de AC,e E o ponto medio de AB. O comprimentode DE vale:
(a)13
(b)√
24
(c)√
22
(d)12
(e)14
2. No triangulo ABC, o angulo A mede 110o.Qual e a medida do angulo agudo formadopelas retas que fornecem as alturas relativasaos vertices B e C?
(a) 60o (b) 80o (c) 70o
(d) 75o (e) 65o
3. (UNIFICADO - 98) Na figura abaixo, ospontos A, B e C representam as posicoes detres casas construıdas numa area plana deum condomınio. Um posto policial estaralocalizado num ponto P situado a mesmadistancia das tres casas. Em Geometria, oponto P e conhecido com o nome de:
(a) Baricentro
(b) Ortocentro
(c) Circuncentro
(d) Incentro
(e) Ex-incentro
A B
C
4. Na figura abaixo, Q e o ponto medio de AB.QP e paralelo a BC. Sendo AC = 30 cm.Determine PQ e PO.
Dado: BC = 20 cm.
A
C
B
P
Q
O
5. Da figura sabe-se que PB = PR e QC =QR. Prove que α = A
A
CB
P Q
R
�
6. Da figura, sabe-se que : r ‖ s, AM = AP eBM = BQ. Calcule x.
A M B
P
r s
Q
x
7. Na figura, tem-se AB = AC e AD = BD =BC. Calcule x.
A
B C
D
x
8. No triangulo ABC da figura abaixo, B =60o e C = 20o. O valor do angulo HASformado pela altura AH e a bissetriz AS ?
A
CH
x
S20
0600
B
9. Num triangulo isosceles ABC de base AB,
o angulo B e igual a23
do angulo S, for-mado pelas mediatrizes QS e PS. Calculeos angulos desse triangulo.
A B
C
S Q
P
18
10. Na figura, determine a medida de α, β e γ.
A B
C
D
F
D
E
�
�
1300
�
11. (FUVEST) Na figura abaixo, AB = AC.O e o ponto de encontro das bissetrizes dotriangulo ABC, e o angulo BOC e o triplodo angulo A. Entao a medida de A e:
(a) 18o
(b) 12o
(c) 24o
(d) 36o
(e) 15o
A
B
C
O
12. (PUC-SP) Na figura abaixo a = 100o e b =110o. Quanto mede o angulo x?
(a) 30o
(b) 50o
(c) 80o
(d) 100o
(e) 220o
a b
x
13. (FUVEST) Na figura AB = BD = CD.Entao:
(a) y = 3x
(b) y = 2x
(c) x + y = 180o
(d) x = y
(e) 3x = 2y
Dy
CA Bx
14. Calcule o menor angulo formado pelas bis-setrizes internas BI e CI do triangulo ABCda figura.
A
B C
I800
15. Calcule o menor angulo formado pelas bis-setrizes externas BE e CE do trianguloABC da figura.
A
B C80
0
E
16. Em um triangulo ABC, a altura tracadado vertice A forma com a bissetriz de Aum angulo de 19o. O angulo formado pelasbissetrizes internas de B e C mede 131o.Calcule os angulos do triangulo.
17. Na figura, BE e bissetriz interna e CE bis-setriz externa do triangulo ABC.
Prove que α =A
2
A
B C
E
�
18. O triangulo ACD da figura e isosceles debase AD. Sendo 12o a medida do anguloBAD e 20o a medida do angulo ABC, cal-cule a medida do angulo ACD.
A B
C
D
19
19. O triangulo ABC e isosceles, com AB =AC. Nele esta inscrito um triangulo DEF ,equilatero. Designando angulo BFD por a,o angulo ADE por b, e o angulo FEC porc, temos:
(a) b =a + c
2
(b) b =a − c
2
(c) a =b − c
2
(d) c =a + b
2
(e) a =b + c
2
A
B C
D Eb
c
aF
20. (UFRJ - 2000 2a Fase) Na figura a seguir,cada um dos sete quadros contem a medidade um angulo expresso em graus. Em quais-quer tres quadros consecutivos temos os tresangulos internos de um triangulo.
100◦
x
65◦
Determine o valor de x.
21. Na figura abaixo ache a soma dos angulosassinalados.
c d
ab f
g
22. Sendo r e s retas paralelas, calcule x nasfiguras
a)
x+x
1500
3
b)
x
450
1500
c)X
5x+300
d)
250
1050
2x
23. Na figura abaixo, exprimir o angulo x emfuncao dos angulos a, b e c.
b
xa
c
20
24. Determine o valor de x, sendo r//s.
r
s
400
1120
x
25. Calcule o valor de x e y, sendo r//s.
700
4x3x
yr
s
26. calcule x e y indicados na figura a seguir.
550300
x 400y
B
A CE
27. A figura mostra um triangulo ABC,isosceles de base BC. Sendo BD bissetrizde ABC e CD bissetriz de ACB, calcule ovalor de x.
A
800
D
xB C
28. Num triangulo ABC, o angulo formado pe-las bissetrizes dos angulos B e C, oposto aBC, e o quıntuplo do angulo A. Determinea medida do angulo A.
29. Na figura, calcular a soma S = a+b+c+d+e
a
b
cd
e
30. As bissetrizes de dois angulos adjacentesformam um angulo de 80◦. Calcule essesdois angulos, sabendo que a medida de umdeles e igual a 3/5 do outro.
31. Com os segmentos 8 cm, 9 cm e 18 pode-seconstruir um triangulo? Por que?
32. Dois lados AB e BC de um triangulo ABCmedem respectivamente 8 cm e 21 cm.Quanto podera medir o treceiro lado, sa-bendo que e multiplo de 6?
33. Determine o intervalo de variacao de x sa-bendo que os lados do triangulo sao expres-sos por x + 10, 2x + 4 e 20 − 2x.
34. Demonstre que o perımetro do trianguloMNP e menor que o perımetro do trianguloABC na figura abaixo.
P
A
M
NB C
35. Calcule a medida dos angulos a, b e c dasfiguras:
r s
1000
450
c
s
ba
tr
200
800
c
ba
r
s
t
r s t
a) b)
36. Encontre a medida dos angulos α, x e y nasfiguras abaixo.
300
700
a
200
r s
t A
1050 y
B
s
350
r
xr s
r
s
a) b)
37. Determine o valor do angulo a.
3a
a
400
A
21
Respostas – Aula 10
1. d2. c3. c4. PQ = 10 cm PO = 5 cm5. Demonstracao6. x = 90o
7. x = 36o
8. 20o
9. 36o, 72o, 72o
10. 40o, 50o, 40o
11. d12. a13. a14. 50o
15. 50o
16. 82o, 68o, 30o
17. Demonstracao18. 116o
19. e
20. 15◦
21. 360◦
22. a) x = 22, 5◦
b) x = 75◦
c) x = 25◦
d) x = 50◦
23. x = c − a − b
24. x = 72◦
25. x = 10◦ e y = 150◦
26. x = 70◦ e y = 125◦
27. x = 130◦
28. 20◦
29. S = 180◦
30. 60◦ e 100◦
31. Nao, pois 18 > 9 + 8
32. 18 ou 24
33. 65 < x < 26
3
34. Demonstracao
35. a) a = 80◦, b = 45◦, c = 55◦
b) a = 20◦, b = 60◦, c = 60◦
36. α = 60◦, x = 105◦, y = 40◦
37. a = 25◦
22
Aula 11 – Semelhanca de triangulos
Nosso objetivo nesta Aula e estudar seme-lhanca de triangulos. A ferramenta fundamentalneste estudo e o celebre Teorema de Tales querelaciona o comprimento dos segmentos deter-minados sobre retas transversais a feixe de retasparalelas.
3.1. Feixe de paralelas
Vamos enunciar diretamente o Teorema deTales e em seguida explicar seu significado.
Teorema de Tales: “Um feixe de paralelasdetermina sobre duas retas transversais segmen-tos com medidas respectivas proporcionais”.
ma
bc
np
q
r
rstu
Figura 1: Feixe de paralelas e transversais
Vamos as explicacoes. Na Figura 1, as retasr, s, t e u pertencem a um feixe de paralelas.Temos que r ‖ s ‖ t ‖ u. O Teorema de Talesgarante que,
a
p=
b
q=
c
r=
a + b
p + q=
a + b + c
p + q + r.
Como consequencia e possıvel escrever outrasigualdades, como:
a
b=
p
q,
b
c=
q
r, etc . . .
Neste texto nao faremos uma demonstracaodo Teorema de Tales. O objetivo e fazeraplicacoes. Uma prova do teorema sera apre-sentada na disciplina Geometria Basica.
Vamos a uma primeira aplicacao imediata doTeorema de Tales.
Propriedade 1: Num triangulo �ABC se o seg-mento MN e paralelo a AB entao
C r
M N
A B
t
s
CM
AM=
CN
NB=
AC
BC
r ‖ s ‖ t
Figura 2: Triangulos e Teorema de Tales
Justificativa: Na Figura 2, a reta r e paralelaa s e t. Portanto r ‖ s ‖ t e e possıvel aplicar oTeorema de Tales com as retas transversais
←→AC
e←→BC.
3.2. Teorema da bissetriz interna
A bissetriz interna de um angulo de umtriangulo determina sobre o lado oposto segmen-tos proporcionais aos dois outros lados. Isto e,no �ABC apresentado na Figura 3 , onde ASe bissetriz, encontramos que
A
c
B
b
CSn m
AB
n=
AC
m
Figura 3: Propriedade metrica da bissetriz
Demonstracao: A partir da Figura 3, traceCD ‖ AS, onde D esta no prolongamento deAB. Veja a Figura 4.
D
�
�
� �
A
n m
B S C
Figura 4: Teorema da bissetriz
23
Entao ACD = CAS = α (angulos alternosinternos) e ADC = BAS = α (angulos corres-pondentes). Entao �ADC e isosceles com baseCD. Portanto, AD = AC.
No �BDC, tomando DC como base e SAcomo base paralela e usando o Teorema de Talesencontramos que
AB
BS=
AD
SC⇒ AB
n=
AC
m,
que e a propriedade enunciada.
Semelhanca
O estudo de semelhanca e muito importanteem Geometria. Mas o que sao figuras semelhan-tes de modo geral?
Duas figuras F1 e F2 do plano sao semelhantesse possuem a mesma forma (apesar de, em geral,serem de tamanhos diferentes).
Duas figuras semelhantes podem ser entendi-das como sendo uma ampliacao da outra. Porexemplo, quando olhamos em um microscopioou binoculo, a figura observada e uma ampliacaoda figura original. Portanto, a figura observadae semelhante a figura original.
Apesar de que semelhanca e uma nocaoaplicavel a quaisquer figuras do plano, vamos nosfixar no estudo de semelhancas de triangulos.
3.3. Semelhanca de triangulos
Dois triangulos sao semelhantes se for possıvelestabelecer uma correspondencia biunıvova en-tre seus vertices de modo que correspondamangulos iguais e lados proporcionais. Isto e, ostriangulos �ABC e os �EFG sao semelhantesse
A = E
B = F
C = G
eAB
EF=
AC
EG=
BC
FG= k ,
onde k e constante de semelhanca ou de pro-porcionalidade. Usamos a notacao �ABC ∼�EFG, para expressar a semelhanca. Veja naFigura 5, triangulos semelhantes.
A
B C
E
F G
Figura 5: Triangulos semelhantes
Se a constante de semelhanca e unitaria, k = 1os triangulos sao congruentes. Portanto,
“A congruencia e um caso especial de seme-lhanca”.
3.4. Outra aplicacao do Teorema de Tales
“Toda reta paralela a um lado de um trianguloque intercepta os outros lados, determina umtriangulo semelhante ao primeiro.”
Acompanhe na Figura 6, a justificativa dapropriedade enunciada. Entre os triangulos�ABC e �AMN , temos em comum o anguloA. Tambem MN ‖ BC e C = β. Entao o Teo-rema de Tales implica que
AM
AB=
AN
AC=
MN
BC.
Portanto, �ABC ∼ �AMN , como enunciado.
A
B
CMN
��
Figura 6: Bases paralelas
Logo �ABC ∼ �AMN .
3.5. Casos de semelhanca de triangulos
Destacaremos tres casos basicos de seme-lhanca de triangulos. Estes resultados podemser provados usando o Teorema de Tales e oque ja conhecemos de congruencia de triangulos.No entanto, optamos deixar estas provas para adisciplina de Geometria Basica. Daremos maisatencao as aplicacoes e resolucoes de problemas.
1o Caso (Caso AA)Se dois triangulos possuem dois angulos res-
pectivamente congruentes entao os triangulossao semelhantes. Veja a Figura 7 e o esquemaem seguida.
A
B C
A
B C
Figura 7: Caso de semelhanca AA
Se
{B = B ′
A = A ′ ⇒ �ABC ∼ �A ′B ′C ′ .
24
2o Caso (Caso LAL de semelhanca)Suponha que em dois triangulos e possıvel es-
colher dois lados, em cada um dos triangulos, demodo que colocados em correspondencia tenhama mesma proporcao e, alem disso, os angulos en-tre os lados definam angulos congruentes. Nestasituacao, os triangulos sao semelhantes. Veja aFigura 8 e as conclusoes em seguida.
A
B C
D
E F
Figura 8: Caso de semelhanca LAL
Se
B = EAB
ED=
BC
EF
⇒ �ABC ∼ �DEF.
Exemplo: Na Figura 9 estao representadostriangulos semelhantes como consequencia docaso LAL. Faca o quociente entre os lados res-pectivos para se convencer.
A
B C
D
E F
12 1640
0
6 840
0
Figura 9: Triangulos semelhantes
3o Caso (Caso LLL de semelhanca)Se em dois triangulos existe uma corres-
pondencia entre seus lados, de modo que as me-didas tenham a mesma proporcionalidade entaoos triangulos sao semelhantes. Veja a Figura 10e as conclusoes a seguir.
A
B C
D
E F
Figura 10: Caso de semelhanca LLL
SeAB
DE=
BC
EF=
AC
DF⇒ �ABC ∼
�DEF .
Exemplo: Na Figura 11, os triangulos represen-tados sao semelhantes. Faca o quociente entreos lados para se convencer.
5152
7 215
923
Figura 11: Triangulos semelhantes
Os tres casos expostos de semelhanca detriangulos implicam as seguintes propriedades:
a) Dois triangulos semelhantes a um terceiro,sao semelhantes entre si.
b) Dois triangulos retangulos que possuem umangulo agudo congruente sao semelhantes.
c) Dois triangulos isosceles que possuem oangulo oposto a base congruentes, sao se-melhantes.
d) Dois triangulos isosceles que possuem osangulos das bases congruentes, sao seme-lhantes.
e) Dois triangulos retangulos isosceles sao se-melhantes.
f) Dois triangulos retangulos que tem os ca-tetos respectivamente proporcionais sao se-melhantes.
g) Dois triangulos equilateros sao sempre se-melhantes.
25
Exercıcios
1. (UNESP - 98 - 1a Fase) Na figura, otriangulo ABD e reto em B, e AC e a bis-setriz de BAD. Se AB = 2.BC, fazendoBC = b e CD = d, entao:
a) d = b
b) d =(
52
)b
c) d =(
53
)b
d) d =(
65
)b
e) d =(
54
)b
A
B C Db d
2b
x=2d
2. Tres terrenos tem frente para a rua “A” epara a rua “B”, como na figura. As divi-sas laterais sao perpendiculares a rua “A”.Qual a medida de frente para a rua “B” decada lote, sabendo que a frente total paraessa rua e 135 m?
3. (UNI-RIO - 97 - 1a Fase)
Rua A
Rua B
No desenho acima apresentado, as frentespara a rua A dos quarteiroes I e II medem,respectivamente, 250 m e 200 m, e a frentedo quarteirao I para a rua B mede 40 cm amais do que a frente do quarteirao II paraa mesma rua. Sendo assim, pode-se afir-mar que a medida, em metros, da frente domenor dos dois quarteiroes para a rua B e:
a) 160 b) 180 c) 200d) 220 e) 240
4. Um triangulo tem lados medindo 4 cm, 5cm e 7 cm. Um segundo triangulo, seme-lhante ao primeiro, tem perımetro 128 cm.Determine as medidas dos lados do segundotriangulo.
5. Um triangulo isosceles tem lados medindo10 cm, 10 cm e 12 cm. A altura relativaao maior lado mede 8 cm. Ache o raio docırculo inscrito.
6. (UNICAMP - 94 - 2a Fase) Uma rampade inclinacao constante, como a que daacesso ao Palacio do Planalto em Brasılia,tem 4 metros de altura na sua parte maisalta. Uma pessoa, tendo comecado a subı-la, nota que apos caminhar 12,3 metros so-bre a rampa esta a 1,5 metros de altura emrelacao ao solo.
(a) Faca uma figura ilustrativa da situacaodescrita.
(b) Calcule quantos metros a pessoa aindadeve caminhar para atingir o pontomais alto da rampa.
7. Num eclipse do sol, o disco lunar cobre exa-tamente o disco solar, o que comprova queo angulo sob o qual vemos o sol e o mesmosob o qual vemos a lua. Considere que oraio da lua e de 1738 km e que a distanciada lua ao sol e 400 vezes da Terra a lua,calcule o raio do sol.
8. O perımetro de um triangulo ABC e 100cm. Sabendo que a bissetriz do angulo in-terno A divide o lado oposto BC em doissegmentos de 13,5 cm e 22,5 cm, determineas medidas dos lados desse triangulo.
9. (FUVEST - 82) A sombra de um postevertical, projetado pelo sol sobre um chaoplano, mede 12 m. Nesse mesmo instantea sombra de um bastao vertical de 1 m dealtura mede 0,6 m. A altura do posto e:
a) 6 m
b) 7,2 m
c) 12 m
d) 20 m
e) 72 m
26
10. (U.C.MG - 82) A medida, em metros, dosegmento AD da figura ao lado e de:
a) 4
b) 5
c) 6
d) 8
e) 10D
AB
C
4cm
2cm
3cm
11. (CESGRANRIO - 79) O losango ADEFesta inscrito no triangulo ABC, como mos-tra a figura. Se AB = 12 m, BC = 8 m eAC = 6 m, o lado � do losango mede:
a) 5 m
b) 3 m
c) 2 m
d) 4 m
e) 8 m
A
B
CD
EF
12. Na figura abaixo, consideremos os quadra-dos de lados x, 6 e 9. Determine o perımetrodo quadrado de lado x.
9 6 X
13. Determine a medida do lado AB de figuraabaixo, onde AEDF e um quadrado de ladoigual a 3.
4
R
A BF
E D
C
14. Considere a figura abaixo, onde os pontosB, D e A sao alinhados. Calcule a medidax.
B
4D
x
A
C10
�
�
15. Calcule a medida do lado MN do retanguloinscrito no triangulo ABC da figura, sa-bendo que MN = 2MQ.
A
9 M N
B C
18Q P
16. Calcule a medida x na figura construıdaabaixo:
A
B C
� �3
85
X
17. (CESGRANRIO - 79) O losango esta ins-crito no triangulo ABC como mostra a fi-gura. Se AB = 12 m, BC = 8 m e AC = 6m, calcule a medida � do lado do losango.
B
D
A
CE
F�
�
�
27
18. (MACK - 74) No paralelogramo ABCDda figura abaixo, calcule a medida do seg-mento x.
A 24 B
10
CFD
E X20
Respostas – Aula 11
1. c
2. 60 m, 45 m, 30 m
3. a
4. 32 cm, 40 cm, 56 cm
5. R = 3
6. a)12,3m
1,5m4m
b) 20,5 m
7. 696938 km
8. 36 cm, 24 cm e 40 cm
9. d
10. c
11. d
12. 16
13. 12
14. x = 21
15.92
16. 12,6
17. � = 4 cm
18.253
28
Aula 12 – O cırculo
Nesta aula estudaremos uma das mais impor-tantes curvas do plano: o cırculo.
Para comecar precisamos de algumas de-finicoes.
Definicoes
Cırculo. O conjunto de todos os pontos doplano que estao a uma distancia fixa de umponto fixo e chamado de cırculo. O ponto fixoe chamado centro e a distancia fixa chamadade raio do cırculo. Veja estes elementos naFigura 1.
C
R
Figura 1: Cırculo de centro C e raio R.
Cordas de um cırculo: Todo segmentoque une dois pontos distintos de um cırculo euma corda. Uma corda que contem o centrodo cırculo e chamado diametro. O diametrotem comprimento maximo entre as cordas. Vejaexemplos de cordas na Figura 2, onde ED e umdiametro.
C
A
B
D
E
Figura 2: Cordas AB e DE.
Comprimento de um cırculo: Um cırculode raio R tem comprimento C, dado por
C = 2πR ,
onde π e o numero irracional, π = 3, 141516...
Arco de circunferencia: Dados dois pontosA e B num cırculo Γ, ficam definidos dois arcos:
os arcos�
AXB e�
AY B. Veja a Figura 3.
OY�
B
A
X
Figura 3: Arcos do cırculo Γ
Medida de angulos
Vamos definir uma nova unidade para medirangulos. Ja conhecemos o grau (o angulo retomede 90o), agora vamos introduzir o radiano(sımbolo rd). Vamos usar a Figura 3. O anguloAOB tem por medida 1 rd se o comprimento do
arco�
AXB for igual ao raio do cırculo Γ. Isto e
comprimento de�
AXB= R.
Podemos tambem definir a “medida angular
do arco�
AXB” como a medida do angulo central.No caso da Figura 3,
angulo�
AXB= α .
Propriedades do arco:
(1) Se comprimento�
AXB= R, entao o angulo�
AXB= 1rd.
(2) A medida angular de um cırculo e 360o.
A propriedade (2) provoca uma pergunta:Qual e a medida angular de um cırculo ex-
pressa em radianos?Veja a resposta. Note que o comprimento do
cırculo e 2πR (R e raio do cırculo). Com isto,forcando um pouco a linguagem podemos imagi-nar que com 2π arcos cada um com comprimentoigual ao raio R podemos cobrir o cırculo. Logoa medida angular do cırculo e 2π rd.
29
Conclusao:
360o = 2π rd e 1rd =(360
π
)o
Exemplo: Quantos radianos mede um anguloreto?
Se x e a medida do angulo reto, entao,
2π rd −→ 360o
x −→ 90o
Logo, 360x = 2π × 90 e x =π
2rd.
Reta Tangente: E toda reta que intercepta ocırculo em apenas um ponto. Neste ponto a retae perpendicular ao segmento que une o pontode contato ao centro do cırculo. Veja a reta rtangente ao cırculo representado na Figura 4.Neste caso, P e o ponto de tangencia, ou decontato.
Reta secante: E toda reta que corta o cırculoem dois pontos. Veja a reta t secante ao cırculona Figura 4.
P
rO
t
P e o ponto de tangenciar e a reta tangentet e a reta secante
Figura 4: Retas tangente e secante
Posicao relativa: Dois cırculos Γ e Γ′ saodisjuntos quando nao tem ponto em comum;tangentes quando possuem um ponto comum;secantes quando possuem dois pontos em co-mum; concentricos quando tem o mesmo centro.
Figura 5: Posicao relativa de cırculos
NOTA IMPORTANTE:Se dois cırculos sao tangentes entao os centros
e o ponto de tangencia estao numa mesma reta.Esta reta e perpendicular a reta tangente comum
aos dois cırculos. Neste caso a distancia entre oscentros e a soma dos raios R e r dos cırculos.Veja a Figura 6.
PO
O
OO′ = R + r
Figura 6: Cırculos tangentes
Algumas Relacoes Metricas
I. Propriedade da tangente:
Considere um ponto P no exterior de umcırculo e as duas retas tangentes ao cırculo pas-sando por P . Se A e B sao os pontos de contatocom o cırculo e O e o centro do cırculo, entao
i) PA = PB
ii)−−→PO e bissetriz de APB.
P
A
B
O
R
R
��
Figura 7: Tangentes ao cırculo por um ponto
Justificativa: Examine a Figura 7 que ilustraa situacao. Temos que os triangulos �OAP e�OBP sao retangulos. Como nestes triangulosa hipotenusa e um cateto possuem medidasiguais, entao o outro cateto tambem coincide emmedida. Logo, temos a congruencia
�OAP ≡ �OBP (caso LLL) ,
a qual implica as propriedades (i) e (ii).
30
II. Quadrilateros circunscritos
Considere um quadrilatero ABCD circuns-crito a um cırculo. Nestas condicoes AB+CD =AD + BC.
A
B
C
D
H
F
G
E
AB + CD = AD + BC
Figura 8: Quadrilatero circunscrito
Justificativa. Na Figura 8 que representa asituacao temos E, F, G e H como pontos detangencias dos lados do quadrilatero circuns-crito. Agora usando as propriedades deduzidasno item I, anterior e percorrendo o quadrilaterono sentido ABCD, a partir do ponto H , escre-vemos
HA = AE, BE = BF, CG = CF, DG = DH.
Entao,
AB + CD = AE + EB + CG + DG =
= AH + BF + CF + DH = AD + BC ,
que e a propriedade enunciada.
III. Potencia de um ponto
Considere um ponto P que esta fora de umcırculo Γ e uma reta r contendo P e secante aocırculo. Temos tres situacoes relativas a conside-rar, segundo o ponto P esteja dentro ou fora docırculo. Veja a Figura 9 ilustrando a situacao.
P A
B
T
r
s
A
B
P
r
Figura 9: Potencia de um ponto
Definimos a potencia de P em relacao a Γcomo
pot(P ) = PA.PB ou pot(P ) = PT 2.
E um fato surpreendente que a potencia de-pende so da posicao do ponto em relacao aocırculo e nao da posicao da reta que passa peloponto. Isto e, quaisquer que sejam A e B, valea propriedade
PA · PB = PT 2 .
Nao faremos a justificativa desta propriedade,ela sera apresentada na disciplina de GeometriaBasica.
Angulo Inscrito: Temos duas posicoes ge-rais para angulos inscritos em cırculos. Em qual-quer situacao o vertice do angulo e um ponto docırculo. As duas posicoes depende dos lados dosangulos e sao descritas em I) e II) abaixo:
I) Os lados dos angulos sao duas cordas docırculo.
A
B
C
O� �
Figura 10: Angulo inscrito
Neste caso A e o vertice do angulo inscrito,BAC = α e o angulo inscrito e BOC = β e o an-gulo central correspondente. Veja a Figura 10.
II) Os lados do angulo sao uma corda do cırculoe uma semi-reta tangente.
D
E
F
O
��
Figura 11: Angulo inscrito
Neste caso D e o vertice do angulo, DEF = αe o angulo inscrito e β o angulo central corres-pondente (cuidado com o sentido descrito na fi-gura para o angulo central). Veja a Figura 11.
31
Resultado Importante:“Todo angulo inscrito tem por medida a me-
tade do angulo central correspondente.” Isto e :β = 2α
Vamos mostrar como este resultado pode serverificado em um caso bem particular. Veja aFigura 12.
DO
B
A�
�
�
�
C
Figura 12: Angulo inscrito
Queremos mostrar que BAC =12BOC.
Trace o diametro AD. Os triangulos �OABe �OAC sao isosceles (OA = OB = OC =raio do cırculo). Entao usando que a medida doangulo externo e a soma da medida dos angulosinternos nao adjacentes, concluımos que
�OAB ⇒ BOD = α + α = 2α
�OAC ⇒ DOC = β + β = 2β
Entao
BOC = BOD + DOC = 2(α + β) = 2A .
Ou seja,
A =12BOC .
Em outras posicoes diferentes para o anguloinscrito poderıamos chegar ao mesmo resultadoenunciado. No entanto vamos deixar a provageral deste resultado para a disciplina deGeometria Basica.
Consequencias importantes:
1. Se um triangulo esta inscrito num cırculo eum dos lados e o diametro, entao o trianguloe retangulo e o diametro a hipotenusa. Vejaa Figura 13
De fato, temos
A =12BOC =
12· 180◦ = 90◦ .
R O R
A
B C
Figura 13: Triangulo retangulo inscrito
2. Um quadrilatero inscritıvel num cırculopossui angulos opostos complementares.Veja a Figura 14, ilustrando a situacao.
A
B
C
D
A
B
C
D
Figura 14: Quadrilatero inscrito
De fato, veja por exemplo que
A =12
�DCB e C =
12
�DAB .
Como�
DCB +�
DAB= 360◦, entao A+ C =180◦. Do mesmo modo se comprova que
B + D = 180◦ .
3. Se duas cordas se cortam no interior docırculo, veja a Figura 15, entao
β =
�AXD +
�AY D
2.
A
B
C
D
y x�
Figura 15: Cordas secantes
Vamos verificar este resultado. Tracando osegmento BD vem que
β = θ + α (angulo externo)
θ =
�CD
2, α =
�AB
2.
Assim, β =
�AB
2+
�CD
2.
32
A
B
C
D
�
� �
Figura 16: Cordas secantes
4. Angulos de vertice exterior ao cırculo cujoslados encontram o cırculo.
Temos as seguintes possibilidades:
a)
b)
c)
Figura 17: Angulos exteriores
Nas Figuras m e n representam medidas dosarcos de cırculos correspondentes.
Em qualquer dos casos
α =m − n
2
Justificativa. Vamos justificar o caso (b), os ou-tros sao similares. Redesenhando a Figura 17.be acrescentando linhas e pontos auxiliares, en-contramos a Figura 18.
n �
x
y
m
E
C
A
B
Figura 18: Angulo exterior
Note que EBC = y e angulo inscrito. Logo,
y =m
2.
Tambem, BCA = x e angulo inscrito e entao,
x =n
2
Por outro lado, como y e angulo externo ao�ABC, encontramos que
y = x + α .
Juntando as igualdades, concluımos que,
α = x − y =m − n
2,
que e expressa a propriedade procurada.
Exercıcios
1. (UNIFICADO 97)
AO
CB
D
Na figura acima, AB = 8 cm, BC = 10cm, AD = 4 cm e o ponto O e o centroda circunferencia. O perımetro do trianguloAOC mede em cm:
(a) 36 (b) 45 (c) 48(d) 50 (e) 54
2. (RURAL) O raio de um cırculo mede 6 m.Por um ponto P , distante 10 m do centro,traca-se uma tangente. O comprimento datangente entre P e o ponto de contato e:
(a) 14 m (b) 6 m (c) 8 m(d) 10 m (e) 12 m
33
3. Na figura, o arco�AB e o triplo do arco
�BC
e t e reta tangente. Determine, em graus, amedida do angulo α.
�
B
O
A
t
C P
4. Na figura BJ = raio. Calcule α, parax = 20o.
5. Na figura ABCDE e um pentagono regular.Calcule o angulo α.
�
A
B
CD
E
6. (UFRJ - 99 - Especıfica) Na figura, otriangulo ACE e equilatero e ABCD e umquadrado de lado 2 cm. Calcule a distanciaBE.
A B
CD
E
7. (FUVEST 2001) Um lenhador empilhou 3troncos de madeira num caminhao de lar-gura 2,5 m, conforme a figura abaixo. Cadatronco e um cilindro reto, cujo raio da basemede 0,5 m. Calcule a altura h em metros.
2,5
h
8. As retas representadas sao tangentes aocırculo. Se AB = 12 cm, AC = 14 cm eBC = 18 cm, calcule as medida de AR eBS.
C
A
R
SB
T
9. Na figura ABCD e um quadrado de lado 20cm e M e medio de CD. Ache a medida deAN , sabendo que AM = 10
√5.
N
A
B C
D
M
10. A menor distancia de um ponto a uma cir-cunferencia e 6 cm, e o segmento da tan-gente a circunferencia e 10 cm. O raio dacircunferencia, em cm, mede:
OP
20
12
(a) 5 (b)163
(c)92
(d)285
(e)174
34
11. Nas figuras seguintes, encontre a medida x.
a)3 2
5x
b)3
5
9
x
c) 5x
1
x+4
d)8
2
x
Respostas – Aula 12
1. e
2. c
3. 45o
4. α = 60o
5. 72o
6. (√
6 −√2) cm
7. (1 +√
74
) cm
8. AR = 8 cm, BS = 4 cm
9. 2√
5
10. b
11. a)152
; b)115
; c) 1; d) 2√
5.
35
Aula 13 – Relacoes metricas num
triangulo retangulo
O objetivo desta Aula e aplicar os resulta-dos que obtivemos no estudo de semelhanca detriangulos, para estabelecer relacoes metricasnum triangulo retangulo. Em particular, po-demos provar o famoso Teorema de Pitagoras.Para iniciar vamos recordar os elementos princi-pais de um triangulo retangulo.
I. Relacoes metricas num trianguloretangulo
5.1. Elementos
O que caracteriza um triangulo retangulo�ABC e a existencia de um angulo reto. NaFigura 1 apresentamos um triangulo retangulo�ABC, onde A = 90◦. Em seguida listamosseus elementos principais.
A
B CH
m n
cbh
a
Figura 1: Triangulo retangulo
a = hipotenusab e c = catetosm = projecao ortogonal do cateto b sobre a
hipotenusan = projecao ortogonal do cateto c sobre a
hipotenusah = altura relativa a hipotenusa
5.2. Relacoes metricas
a) a2 = b2 + c2 (Teorema de Pitagoras)b) bc = ahc) b2 = and) c2 = ame) h2 = mnf) a = m + nAs relacoes anteriores sao todas provadas
usando semelhanca de triangulos que apare-cem na Figura 1. Vamos provar a penultimah2 = mn como exemplo. Acompanhe os argu-mentos.
Afirmamos que �ABH ∼ �CAH . Veja por-que. Temos que{
CAH + C = 900
B + C = 900⇒ B = CAH
Como os dois triangulos possuem um anguloreto, e ainda a congruencia de dois outrosangulos, como tirado acima, entao dois anguloscorrespondentes sao congruentes. Portanto, pelocaso de semelhanca AA, temos que os triangulossao semelhantes. Assim,
AB
CA=
AH
CH=
BH
AH⇒ c
b=
h
n=
m
h
As duas ultimas igualdades resultam,
h2 = mn ,
que e a propriedade (e).
5.3. Aplicacoes imediatas do Teorema dePitagoras
a) Relacao entre os comprimentos do lado l e daaltura h de um triangulo equilatero.
Num triangulo equilatero como o representadona Figura 2, vale
h =l√
32
.
37
h�
�
2
Figura 2: Triangulo equilatero
Prova. Examine na Figura 2 o triangulo re-tangulo sombreado. Usando o Teorema dePitagoras encontramos que,
h2 +( l
2
)2
= l2 ⇒ h2 = l2 +l2
4⇒
⇒ h2 =3l2
4⇒ h =
l√
32
b) Medida da diagonal do quadrado.Num quadrado as medidas l do lado e d da
diagonal satisfazem
d = l√
2 .
�
�
d
Figura 3: Quadrado
Prova. Examine na Figura 3 o triangulo re-tangulo sombreado. Usando o Teorema dePitagoras encontramos que,
d2 = l2 + l2 ⇒ d2 = 2l2 ⇒ d = l√
2
c) Apotema do hexagono regular.Num hexagono regular inscrito num cırculo de
raio R as medidas l do lado e a do apotemasatisfazem
a6 =l√
32
.
Justificativa. Examine na Figura 4 o trianguloretangulo sombreado. Usando o Teorema dePitagoras encontramos que,
R2 = a26 +
( l
2
)2
⇒ l2 = a26 +
l2
4⇒
⇒ a26 =
3l2
4⇒ a6 =
l√
32
,
que e a igualdade desejada.
Figura 4: Apotema do hexagono
II. Relacoes trigonometricas numtriangulo retangulo.
Num triangulo retangulo �ABC, onde A =90◦, b = AC, c = AB e a = BC, valem as se-guintes igualdades:
b = a sen B, c = a cos C, b = a cos C, c = a sen B .
Figura 5: Triangulo retangulo
Por que valem estas formulas? Vamos verifi-car as duas primeiras formulas.
Convido-o a recordar a definicao de seno e co-seno no cırculo trigonometrico unitario e relaci-onar com o triangulo retangulo �ABC. Veja aFigura 5, onde o cırculo representado tem raiode medida 1. Isto e, OE = 1.
OB
E
F A
C
Figura 6: Seno de um angulo
Desenhamos o �ABC numa posicao ade-quada, onde B coincide com o centro O docırculo. Por definicao,
sen B = EF, cos B = BF e EB = 1 ,
38
onde EF e um segmento ortogonal a AB. Por-tanto, EF ‖ AC.
Com estes dados podemos concluir que ostriangulos �ABC e �FBE sao semelhantes.Entao,
AB
BF=
AC
EF=
BC
EB⇒ b
sen B=
a
1e
c
cos B=
a
1.
Portanto, b = a sen B , como querıamos provar.As outras formulas se verificam de maneira
muito parecida.
III. Relacoes metricas num trian-gulo qualquer
a) Lei dos senosNum triangulo �ABC, arbitrario e inscrito
num cırculo de raio R, vale as seguintes igualda-des:
a
sen A=
b
sen B=
c
sen C= 2R ,
onde a = BC, b = AC, c = AB e R e o raio docırculo que circunscreve o triangulo.
O
B
b
A
C
a
cM
Figura 7: Lei dos senos
Veja a Figura 7 e vamos tentar encontrar asrazoes para a validade da lei dos senos. Esco-lhendo o lado AB, arbitrariamente, note que aperpendicular pelo ponto medio M de AB, passapelo centro O do cırculo e o angulo AOB e umangulo central correspondente ao angulo inscritoC. Entao
C =12AOB ⇒ C = AOM .
Aplicando os resultados sobre relacoes trigo-nometricas no triangulo retangulo AOM encon-tramos que,
AM = OA · senAOM ⇒ c
2= R · sen C ⇒
⇒ c = 2R sen C ⇒ c
sen C= 2R .
Do mesmo modo, escolhendo o lado AC ouo lado BC e trabalhando de modo inteiramentesimilar verificarıamos as outras formulas.
Nota. No que foi feito acima demos uma justifi-cativa de porque vale a formula denominada leidos senos. No entanto, ainda e insuficiente. Porexemplo, usamos nos nossos argumentos que ocentro do cırculo e interior ao triangulo. Istonem sempre acontece num triangulo arbitrario.Na disciplina Geometria Basica voltaremos aoassunto e faremos uma prova completa da leidos senos.b) Lei dos cossenos
Num triangulo qualquer ABC, onde a = BC,b = AC e c = AB, valem as seguintes igualda-des:
a2 = b2 + c2 − 2bc cosA ,b2 = a2 + c2 − 2ac cosB ,c2 = a2 + b2 − 2ab cosC .
A
B C
b
a
cn
H m
Figura 8: Lei dos cossenos
Vamos verificar como funciona a demons-tracao destas formulas. Veja a Figura 8, ondeesta representado um triangulo �ABC e a al-tura n do triangulo em relacao ao lado BC.Considere os triangulos retangulos �AHB e�AHC. Podemos escrever usando o Teoremade Pitagoras que,{
b2 = n2 + (m + a)2
c2 = n2 + m2 ⇒
⇒{
b2 = n2 + m2 + a2 + 2amc2 = n2 + m2
⇒ b2 = c2 + a2 + 2am (∗)No triangulo retangulo �AHB, encontramosm = c · cos(ABH) ⇒ m = c · cos(ABH) == c · cos(1800 − B) .
Como cosα = − cos(1800 − α), para qualquerangulo α, achamos que
m = −c cos B .
Este resultado, junto a equacao (∗), mostraque
b2 = c2 + a2 − 2ac cos B .
As outras formulas sao demonstradas de ma-neira inteiramente analoga.
39
Consequencia da lei dos senos e dos cos-senos
Num triangulo generico �ABC, usando a leidos senos pode-se provar que:(i) Ao maior lado de um triangulo opoe-se omaior angulo.
Enquanto que usando a lei dos cossenos pode-mos mostrar queii)a2 < b2+c2: Triangulo acutangulo (cosA > 0)
a2 = b2 + c2: Triangulo retangulo (cosA = 0)a2 < b2 + c2: Triangulo obtusangulo (cos < 0)
Exercıcios
1. (UFRJ - 2001) Os ponteiros de um relogiocircular medem, do centro as extremidades,2 m, o dos minutos, e 1 m, o das horas.Determine a distancia entre as extremida-des dos ponteiros quando o relogio marca 4horas.
2. (UNIFICADO 93) Os lados de um triangulosao 3, 4 e 6. Calcule o valor do cosseno domaior angulo interno desse triangulo.
3. (UERJ 93 - 1a Fase) O triangulo ABC estainscrito em um cırculo de raio R. Se cosA =35, o comprimento do lado BC e:
a)2R
5b)
3R
5c)
4R
6d)
6R
5e)
8R
5
4. (UFRJ 95) A grande sensacao da ultimaExpo-Arte foi a escultura “O.I.T.O” de 12metros de altura, composta por duas circun-ferencias, que reproduzimos abaixo, com ex-clusividade.
12m
Para poder passar por um corredor de ape-nas 9 metros de altura e chegar ao centrodo Salao Principal, ela teve de ser inclinada.A escultura atravessou o corredor tangenci-ando o chao e o teto, como mostra a figuraa seguir.
9m
�
R R
r
Determine o angulo de inclinacao θ indicadona figura.
5. (UniRio - 99) Numa circunferencia de 16cm de diametro, uma corda AB e projetadaortogonalmente sobre o diametro BC. Sa-bendo que a referida projecao mede 4 cm, amedida de AB, em cm, e igual a:a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 e) 14
6. (UniRio) Dado um triangulo retangulo cu-jos lados medem 2 cm. Construımos umsegundo triangulo retangulo onde um doscatetos esta apoiado na hipotenusa do pri-meiro e o outro cateto mede 2 cm. Cons-truımos um terceiro triangulo com um doscatetos medindo 2 cm e o outro apoiadona hipotenusa do segundo triangulo. Secontinuarmos a construir triangulos sempreda mesma forma, a hipotenusa do decimoquinto triangulo medira:a) 15 cm b) 15
√2 cm c) 14 cm
d) 8 cm e) 8√
2 cm
7. Na figura sao dados: b = 12 e c = 9.
C B
A
b c
m n
h
a
Calcular: a, h, m e n.
8. Calcular o perımetro de um trianguloisosceles de 8 m de base e 3 de altura.
9. Na figura abaixo, sao dados: AB = 15 cm;CD = 3 cm; DA = DB.Calcule o raio do cırculo.
40
O
A B
C
10. Calcule ”x” na figura abaixo:
A
B C x D8
126
11. Se os lados de um triangulo retangulo estaoem progressao geometrica, calcule a razaodesta progressao.
12. A hipotenusa de um triangulo retangulomede 10 e a altura a ela relativa mede 3.O menor cateto desse triangulo mede:
a) 2√
5 b) 2√
2 c) 3√
2
d)√
10 e) 5√
2
13. Calcular o lado do quadrado inscrito notriangulo retangulo ABC da figura sendodado os catetos: AB = 12 cm e AC = 5cm.
C Q P B
A
NM
14. Os cırculos da figura tem raios 3 cm e 2 cme sao tangentes entre si aos lados do qua-drado. Ache o lado do quadrado.
a) 5 cm b)32(2 +
√2) cm c) 4(2 +
√2) cm
d) 5(2 +√
2) cm e)52(2 +
√2) cm
15. Os semi-cırculos de diametro AO, OB e ABtem centro sobre a reta AB. O cırculo decentro O′ lhes e tangente. Se AB = 12,ache r.
a) 1 cm b) 2 cm c) 3 cm d) 4 cm e) 5 cm
16. (FGV 92 - 2a Fase) As quatro circun-ferencias da figura sao tangentes duas aduas tangentes a reta r. Sabendo-se queos raios das duas menores medem 1 cm e√
5 cm, determine o raio da maior.
17. (PUC 95 - Especıfica) Sejam C1, C2 eC3 tres cırculos de mesmo raio R ecujos centros O1, O2 e O3 estao sobresobre uma mesma reta. Alem disso,C1, e tangente a C2 e C2 e tan-gente a C3. Considere a reta D quepassa por A e e tangente ao cırculo C3 (verfigura). Expresse o comprimento da cordaBC, determinada por D em C2, em funcaode R.
A
B
C
O1
O2 O
3
D
41
18. No triangulo retangulo da figura, AJ e bis-setriz do angulo A e mede
√2. Sabendo
que um dos catetos mede 3, calcule a hipo-tenusa.
A B
C
D
19. O perımetro de um triangulo retangulo e12 e a altura relativa a hipotenusa mede2. Calcule a medida da hipotenusa dotriangulo.
20. Na figura abaixo tem-se dois cırculos exte-riores cujos raios medem respectivamente 7e 2. Calcule o comprimento do segmentoAB da tangente externa comum aos doiscırculos.
13
O O
AB
x
21. Na figura abaixo, x e a medida do segmentoAB da tangente interna comum aos doiscırculos. Calcule a medida de x.
O
O
A
B
x
8
4
22. (UFF 94 - 1a Fase) Na figura a seguir, otriangulo QRS e equilatero e esta inscritono quadrado MNPQ, de lado L. Calcule amedida do lado do triangulo.
P Q
R
N S M
23. Na figura, os cırculos maiores tem raio de8 cm e 2 cm. Calcule a medida do cırculomenor.
8 2
24. (CESGRANRIO - 77) No triangulo ABCDde lados AB = 4 e BC = 3, o segmento DMe perpendicular a diagonal AC. Calcule acomprimento do segmento AM .
D
A
M
B
C
25. (CESCEM - 73) Calcule o valor de x nafigura:
A
BC300 100
xD
300
42
26. (FUVEST - 77) A secao transversal de ummaco de cigarros e um retangulo que aco-moda exatamente os cigarros como na fi-gura.
Se o raio dos cigarros e “r”, as dimensoesdo retangulo sao:
a) 14r e 2r(1 +√
3) b) 7r e 3r
c) 14r e 6r d) 14r e 3r
e) (2 + 3√
3) e 2r√
3
Respostas – Aula 13
1.√
17 m
2. −1124
3. e
4. θ = 30◦
5. b
6. d
7. a = 15; m = 9,6; h = 6; n = 5,4
8. 18 m
9.878
10.114
11.
√1 +
√5
2
12. d
13.780220
14. e
15. b
16. 5√
5 cm
17.8R
5
18. 3√
52
19.367
20. x = 12
21. x = 16
22. (√
6 −√2)L
23.89
24.95
25. x = 50
26. a
43
Aula 14 – Polıgonos
1. Introducao
Uma linha poligonal e uma sequencia finitade segmentos de reta encadeados continuamenteque se cruzam apenas nos extremos. Alem disso,os pontos de cruzamento pertencem a exata-mente dois segmentos. Uma linha poligonal efechada quando todas as extremidades dos seg-mentos pertencem a cruzamentos. Uma linhapoligonal fechada e um polıgono. Finalmente,os segmentos sao denominados lados da poligo-nal ou do polıgono.
Veja na Figura 1 exemplos de linhas poligo-nais, onde apenas uma e polıgono.
Polígono Não é polígonoNão é polígono
Figura 1: Linhas poligonais
2. Polıgono convexo
E o polıgono que tem a seguinte propriedade:“qualquer reta do plano que nao contem nenhumlado do polıgono intercepta o polıgono em nomaximo 2 pontos”. Na Figura 2 o polıgono aesquerda e convexo e o da direita e nao convexo.
A
B
C
DE t
rs
A
BC
D
E
s
r
Figura 2: Polıgonos convexos e nao convexos
Na Figura 3 apresentamos os principais ele-mentos de um polıgono convexo. Sao eles:
ai, bi, ci . . . sao os angulos internos,ae, be, ce . . . sao os angulos externos
A, B, C, D . . . sao os vertices eAB, BC, CD . . . sao os lados
Veja que em um polıgono de n lados temos nvertices, n angulos internos e n angulos externos.
A
B
C
D
ai
bi
ci
di
ae
be
ce
de
Figura 3: Elementos de um polıgono
Uma diagonal de um polıgono convexo e qual-quer segmento de reta que une dois vertices naoconsecutivos. Veja no polıgono da Figura 4 to-das as diagonais representadas.
A
B
CD
E
Figura 4: Diagonais de um polıgono
De acordo com o numero n de lados, ospolıgonos convexos recebem nomes especiais.Veja a seguir as correspondencias:
n = 3 ... triangulo ............... 3 ladosn = 4 ... quadrilatero ........... 4 ladosn = 5 ... pentagono .............. 5 ladosn = 6 ... hexagono ............... 6 ladosn = 7 ... heptagono ............. 7 ladosn = 8 ... octogono ............... 8 ladosn = 9 ... eneagono ............... 9 ladosn = 10 ... decagono ............... 10 ladosn = 11 ... undecagono ........... 11 ladosn = 12 ... dodecagono ........... 12 ladosn = 15 ... pentadecagono ...... 15 ladosn = 20 ... icosagono .............. 20 lados
45
3. Soma dos angulos internos de umpolıgono convexo
Proposicao 1. A soma Si dos angulos internos deum polıgono convexo, de n lados e dada por
Si = 180◦(n − 2) .
Demonstracao:
A
B
C
D
E
F
ai
bi
ci
di
ei
fi
Figura 5: Soma dos angulos internos
De um vertice qualquer tracemos todas as di-agonais que tem esse vertice como extremo. Opolıgono fica dividido em (n − 2) triangulos.Como a soma dos angulos de cada triangulo e180◦, entao, Si = 1800(n − 2).
4. Soma dos angulos externos deum polıgono convexo
A soma Se das medidas dos angulos externosde um polıgono convexo e sempre 360◦.
Demonstracao: Observe um polıgono convexocomo na Figura 6, onde estao indicados angulosinternos e externos. Note que
A B
C
DE
ai bi cidi
ae
be
ce
F
de
Figura 6: Angulos num polıgono
ai + ae = 180◦
bi + be = 180◦
ci + ce = 180◦
di + de = 180◦
..................
...................
Somando as expressoes, encontraremos que:Si + Se = 180◦n.Como Si = 180◦(n − 2), temos que Se = 2 ×
180◦ = 360◦
OBS.: Se o polıgono e regular entao os angulosexternos tem a mesma medida. Portanto, temmedida
ae =360◦
n.
5. Numero de diagonais de um po-lıgono convexo
Proposicao 3. O numero de diagonais d de umpolıgono convexo de n lados e
d =n(n − 3)
2.
Prova: Vamos examinar um caso particular deum polıgono de 5 lados, para aprender. Esteexemplo particular vai indicar como se conseguea formula geral para o numero de diagonais d.Veja a Figura 7.
Figura 7: Diagonais de um polıgono
Na Figura 7 a esquerda temos duas diagonaissaindo do vertice A. O numero de vertices en = 5. Temos n − 3 = 5 − 3 = 2 diagonaissaindo do ponto A. Agora olhando na Figura7, a direita, vemos que saem de cada um dosvertices tambem exatamente n−3 = 2 diagonais.Logo o total de diagonais que saem de todos osvertices e n(n − 3) = 5 × 2 = 10 diagonais. Noentanto, estas diagonais sao contadas em dobro.Logo,
d =n(n − 3)
2=
5 × 22
= 5
e o numero total de diagonais.Agora vamos tratar do caso geral. Considere
um polıgono de n lados (e, portanto, n vertices).Ao tracar as diagonais a partir de um verticefixado, por exemplo, o vertice A, teremos umtotal de n − 3 diagonais.
A
BC
Figura 8: Diagonais a partir de um vertice
46
Veja que na Figura 8, partem do vertice Adiagonais para todos os outros vertices, menospara os vertices B e C (que sao consecutivos a A)e para o proprio vertice A. Temos entao (n− 3)diagonais partindo de A.
Como temos n vertices contaremos destemodo n(n− 3) diagonais. Mas, observe que poreste processo, cada diagonal esta sendo contadaduas vezes. Logo, o numero total d de diagonaise:
d =n(n − 3)
2.
6. Polıgonos regulares
Um polıgono e regular quando a medidade todos os lados sao iguais (equilatero) e amedida de todos os angulos internos iguais(equiangulo). Observe na Figura 9, algunsexemplos de polıgonos regulares.
TriânguloEquilátero
QuadradoHexágono
regular
Figura 9: Polıgonos regulares
Num polıgono regular todos os angulos tem amesma medida. A proposicao a seguir especificaeste valor.
Proposicao 2. Se um polıgono e regular, cada umde seus angulos internos e dado por:
ai =180◦(n − 2)
n.
Prova. Note que a soma Si de todos os angulosinternos e Si = 180◦(n−2). Alem disso, temos nangulos todos iguais. Portanto, a medida ai decada angulo e dado pela formula da proposicao.
Propriedades
(i) Todo polıgono regular e inscritıvel emuma circunferencia. Isto e, os vertices de umpolıgono regular pertencem todos a uma mesmacircunferencia. Veja a Figura 10, representandorespectivamente um triangulo equilatero e umhexagono regular inscritos. O centro da circun-ferencia e chamado centro do polıgono.
A
B C
R
RR O
R R
R
RR
RR
R o
A
B
C
D
E
F
G
H
Figura 10: Inscricao e circunscricao de polıgonos
R e o raio do cırculo circunscrito ao polıgono
(ii) Um polıgono regular de n lados pode serdividido em n triangulos isosceles com verticeno centro do polıgono e cujos lados congruentessao raios do cırculo circunscrito ao polıgono.Examine esta propriedade na Figura 10.
(iii) Todo polıgono regular e circunscritıvel auma circunferencia. Nesta situacao, todos os la-dos do polıgono regular sao tangentes a circun-ferencia. Veja a Figura 11.
Figura 11: Polıgonos circunscritos
Elementos notaveis de um triangulo
(i) O centro de um polıgono regular e o cen-tro comum das circunferencias inscrita e cir-cunscrita.
(ii) Apotema de um polıgono regular e adistancia do centro do polıgono regular aum dos lados. Esta distancia e igual aocomprimento do segmento que une o cen-tro ao ponto medio de um lado. Tambem,essa distancia equivale ao raio do cırculoinscrito.
apótema
Ponto médiode BC
Figura 12: Apotema
47
7. Relacao entre o lado e o raio deum polıgono regular
Nesta secao pretendemos estabelecer relacoesentre os comprimentos do lado, o apotema e oraio de importantes polıgonos regulares. Parafixar notacao, vamos indicar por ln a medida dolado do polıgono regular de n lados e por an
a medida do apotema do polıgono regular de nlados e por R o raio da cirunferencia circunscritaao polıgono.
Triangulo equilatero (n = 3)
Vamos obter o lado (l3) e o apotema (a3) dotriangulo equilatero, em funcao do raio R docırculo circunscrito.
h = 32ABC
Figura 13: Triangulo inscrito
Observe na Figura 13 que AM e a altura h dotriangulo equilatero �ABC. Como o �ABM eretangulo e M e o ponto medio de BC, podemosaplicar o Teorema de Pitagoras para concluir que
h2 +(
l32
)2
= l2 ⇒ h =l√
32
.
Por outro lado, observe mais uma vez a Figura13 e conclua que o encontro das alturas ocorreno ponto O, centro da circunferencia. De fato,as alturas tambem sao medianas e todas temo mesmo comprimento. Como o encontro das
medianas de um triangulo ocorre a23
do verticeentao OA = OB = OC e este e o motivo porqueO e o centro da circunferencia. Portanto,
OA = R =23h =
23
l3√
32
⇒ l3 = R√
3
OM = a3 =12OA ⇒ a3 =
R
2
Quadrado (n = 4)
Na Figura 14 o triangulo ADB e retangulo(A = 90◦). Aplicando o Teorema de Pitagoras,encontramos que
d = l42 + t4
2 = l4√
2,
onde d e o comprimento da diagonal.
Figura 14: Quadrado inscrito
Note ainda da Figura 14 que d = 2R. Por-tanto,
l4√
2 = 2R ⇒ l4 = R√
2
Observe, ainda, que
a4 =l42
⇒ a4 =R√
22
Hexagono regular (n = 6)
Observe na Figura 15 que o hexagono regu-lar pode ser dividido em 6 triangulos equilateroscongruentes, onde o apotema a6 e a altura co-mum destes triangulos.
6
Figura 15: Hexagono regular inscrito
Veja porque isto acontece. No �AOB, temosque
AOB =360◦
6= 60◦; OA = OB = R.
Entao
A = B = 60◦ ⇒ O = A = B = 60◦.
Portanto o triangulo �AOB e equilatero. Istopermite concluir que,
l6 = R e a6 =R√
32
.
48
Resumo
No quadro representado na Figura 16 apre-sentamos o lado e o apotema do triangulo, qua-drado e hexagono regular em funcao do raio Rda circunferencia circunscrita.
n = 3 n = 4 n = 6Lado (l) R
√3 R
√2 R
Apotema (a)R
2R√
22
R√
32
Figura 16: Relacoes de medidas nos polıgonos regulares
8. Quadrilateros.
Todo polıgono que possue 4 lados e denomi-nado um quadrilatero. Na Figura 17, apresen-tamos a esquerda um quadrilatero convexo e adireita um quadrilatero nao convexo.
Figura 17: Quadrilateros
Em nosso estudo, vamos nos concentrar nosquadrilateros convexos.
Propriedades dos quadrilateros convexos(i) Possuem sempre 2 diagonais;(ii) A soma dos angulos internos vale 360◦;(iii) A soma dos angulos externos vale 360◦
Veja porque valem as propriedades. Se d e onumero de diagonais, como temos quatro lados,entao
d =n(n − 3)
2; n = 4 ⇒ d =
4(4 − 3)2
= 2;
Si = 180◦(n−2); n = 4 ⇒ Si = 180◦(4−2) =360◦;
Se = 360◦.
9. Quadrilateros especiais
Paralelogramo
Um paralelogramo e um quadrilatero onde oslados opostos sao paralelos.
Veja a Figura 18, onde usamos o fato queAB ‖ DC e AD ‖ BC, para identificar igualda-des entre angulos. Note a partir disto a seguinte
congruencia de triangulos: �BDA ≡ �DBC.Isto implica que DC = BA e DA = BC, justifi-cando a Figura 18.
A B
CD
O
b
aa
b
� �
���
�
�
�
Figura 18: Paralelogramo
Vamos resumir as importantes propriedadesque surgem examinando a Figura 18.Propriedades:
1) Os angulos opostos sao iguais2) Os angulos consecutivos sao suplementares.3) Os lados opostos tem o mesmo comprimento.4) As diagonais se cortam ao meio.
Dentre as propriedades acima a quarta mereceuma justificativa. Examine de novo a Figura 18.A congruencia de triangulos, �DOC ≡ �BOAe �DAO ≡ BCO, garante a quarta proprie-dade.
Losango
O losango e um paralelogramo que possui to-dos os lados iguais (equilatero).
Na Figura 19 esta representado um losangoABCD, onde o comprimento do lado e a. Isto e,
AB = BC = CD = DA = a.
A
B
C
D
a a
a a
Figura 19: Losango
Propriedade: As diagonais de um losango saoperpendiculares entre si.
A
B
C
D o
Figura 20: Diagonais do losango
49
Veja, em seguida, como se justifica esta pro-priedade. Recorde que a mediatriz de um seg-mento e a reta perpendicular ao segmento quepassa pelo ponto medio do segmento. Um pontopertence a mediatriz se e somente se e equidis-tante dos extremos do segmento. Entao, vejaque,
AB = AD ⇒ A pertence a mediatriz de BD
CB = CD ⇒ C pertence a mediatriz de BD
Logo, AC e a mediatriz de BD ⇒ AC ⊥ BD
Retangulo
E o paralelogramo que possui todos os angulosinternos iguais (equiangulo). Como a soma dosangulos internos de todo paralelogramo e 360◦
encontramos que
A = B = C = D = 90◦.
A B
C D
Figura 21: Retangulo
Propriedade: As diagonais de um retangulo tema mesma medida.
A B
C D
Figura 22: Diagonais do retangulo
Veja como se justifica esta propriedade. NaFigura 22 os triangulos �ABC e �BAC saocongruentes (caso LAL). Portanto,
AB = BAAD = BC
e A = B = 90◦.
Logo, BD = AC.
Quadrado
E o paralelogramo que possui todos os ladosiguais (mesma medida) e todos os angulos iguais(mesma medida).
A B
CD
AB = BC = CD = DA
A = B = C = D = 90◦
Figura 23: Quadrado
NOTA: Todo quadrado e um losango e e tambemum retangulo.
Trapezio
E um quadrilatero convexo que possui dois la-dos opostos paralelos e os outros dois lados naoparalelos. Os lados paralelos sao denominadosbases. Como estes lados tem comprimentos dife-rentes, temos uma base menor e uma base maior.Veja a Figura.
Base menor
Base maior
Figura 24: Trapezio e bases
Classificacao dos trapezios
Trapezio retangulo
E o trapezio que apresenta dois angulos retos(um dos lados nao paralelos e perpendicular asbases). Veja a Figura 25.
A B
CD
A = D = 90◦
Figura 25: Trapezio retangulo
50
Trapezio isosceles
E todo trapezio onde os lados nao paralelossao congruentes.
A B
CD
AD = BC
Figura 26: Trapezio isosceles
Propriedades:Num trapezio isosceles ABCD, onde AD =
BC, (veja a Figura 26), valem as seguintes pro-priedades:
1a) Os lados nao paralelos formam com amesma base angulos congruentes.
A = B e C = D
2a) As diagonais sao congruentes.
AC = BD
Trapezio escaleno
Um trapezio e dito escaleno, quando os ladosnao paralelos nao sao congruentes.
A B
CD
Figura 27: Trapezio escaleno
Observacao: Em particular, um trapezio retan-gulo e tambem escaleno.
Observacoes gerais sobre um trapezioABCD
Considere um trapezio ABCD, como na Fi-gura 28, onde M e N sao pontos medios doslados nao paralelos AD e BC, respectivamente.Considere ainda notacao introduzida a direitada Figura 28.
A B
CD
M NP Q
H
AB = base maior = BDC = base menor = bMN = base media = bm(DM = MA, CN = NB)PQ = mediana de Euler == mE
Figura 28: Trapezio generico
Nesta situacao, podemos concluir que
bm =B + b
2, mE =
B − b
2.
Demonstracao: Como MN ‖ AB ‖ DC, temosas implicacoes:
�ADC ⇒ MP =b
2,
�CAB ⇒ PN =B
2,
�BCD ⇒ QN =b
2.
Isto permite concluir que
bm = MN = MP + PN =B + b
2.
Finalmente, temos que:
MP + QN =b
2+
b
2⇒ mE = PQ =
B − b
2.
Diagrama de Veen
E instrutivo recordar, atraves de um diagramade Veen, a relacao de inclusao dos conjuntos es-peciais de quadrilateros introduzidos. Para istodenote por:
U o conjunto dos quadrilateros convexos,P o conjunto dos paralelogramos,T o conjunto dos trapezios,R o conjunto dos retangulos,L o conjunto dos losangos,Q o conjunto dos quadrados.Em primeiro lugar observe que o conjunto T
dos trapezios e um subconjunto do conjunto Udos quadrilateros convexos. Isto e, T ⊂ U . Paraos demais conjuntos, valem P ⊂ T , R ⊂ P ,L ⊂ P e Q ⊂ (R ∩ L).
Estas propriedades podem ser representadasnum unico diagrama de Veen.
Q
TP
R L
U
Figura 29: Diagrama de Veen
51
Exercıcios
1. Qual o numero de diagonais que se podetracar a partir de um vertice de umicosagono?
2. Determine o numero de lados de umpolıgono que tem 44 diagonais.
3. Calcule o numero de diagonais de umpolıgono regular cujo angulo interno e o tri-plo do angulo externo.
4. Calcule a medida do angulo interno de umpolıgono regular que tem 54 diagonais.
5. A medida do angulo interno de um polıgonoregular e 140◦. Sabendo que o lado dessepolıgono mede 3 cm, quanto mede o seuperımetro?
6. Determine o numero de lados de umpolıgono cujo numero de diagonais excedede 25 o numero de lados.
7. A diferenca entre os numeros de lados dedois polıgonos e 3. O total de diagonaisdesses polıgonos e 9. Um desses polıgonose:
a) eneagono b) pentagono c) quadrilaterod) octogono e) triangulo
8. Num polıgono regular os vertices A, B e Csao consecutivos. Suponha que a diagonalAC forma com o lado BC um angulo de 30◦.Calcular o numero de lados e de diagonaisdo polıgono.
9. Num polıgono regular A, B e C sao verticesconsecutivos. Determinar o numero de la-dos do polıgono sabendo que as bissetrizesde AP e CP dos angulos A e C formam um
angulo que vale29
do seu angulo interno.
10. As mediatrizes de dois lados consecutivosAB e BC de um polıgono regular formamum angulo de 24◦. Veja a Figura 30. De-termine o numero de lados desses polıgono.
D
C
A B
240
Figura 30: Polıgono regular
11. Quando variamos o numero de lados de umpolıgono convexo permanece constante:
a) o perımetro;b) a soma dos angulos internos;c) a soma dos angulos externos;d) o numero de diagonais;e) nada podemos afirmar.
12. Na Figura esta representado um polıgonoregular. Os prolongamentos dos lados ABe CD formam um angulo reto. Determinaro numero de diagonais do polıgono.
D
C
A
B
13. Duas bissetrizes internas de dois angulosconsecutivos de um polıgono regular de nlados formam um angulo dado por:
a)180◦
nb)
360◦
nc)
180◦(n − 2)n
d)90◦(n − 2)
ne)
90◦
n
14. Qual a diferenca entre o numero de diago-nais de um polıgono de (k − 1) lados e deum outro polıgono de (k − 2) lados.
15. (CESGRANRIO) Na figura ABCDE e umpolıgono regular. Determine a medida doangulo CAD.
16. (UFF -97 - 1a Fase) A razao entre o ladodo quadrado inscrito e o lado do quadradocircunscrito de raio R e:
a)13
b)12
c)√
33
d)√
22
e)√
2
52
17. (UERJ - 96 -1a Fase) Na figura abaixo,AB e AC sao, respectivamente, lados dotriangulo equilatero e do quadrado inscritosna circunsferencia de raio r. Com centro emA, tracam-se os arcos de circunferencia BB′
e CC′, que interceptam a reta t em B′ e C′.
A medida que esta mais proxima do com-primento do segmento B′C′ e:
a) o perımetro do quadrado de lado AC.
b) o comprimento da semicircunferencia deraio r.
c) o dobro do diametro da circunferencia deraio.
d) o semiperımetro do triangulo equilaterode AB.
18. (UFF - 92 - 2a Fase) Um senhor aposentado,que possui um jardim circular cercado dearame, deseja modificar-lhe a forma de es-trela, devera ser obtido marcando-se 8 pon-tos no contorno original, de modo a formarum octogono regular. A partir dele, seraconstruıda a estrela, com todos os 16 ladosiguais, conforme a figura a seguir:
O
A1
A2 A3
A4
A5
A6
A7A8
A9
A10A11
A12
A13
A14
A15 A16
Nao dispondo de recursos para comprarmais arame, este senhor quer saber se oarame originalmente usado e suficiente paracercar o novo jardim.
Diga se isto e possıvel, justificando a suaresposta.
19. (UFF-97 - 1a Fase) A figura abaixo, repre-senta duas circunferencia C e C′ de mesmoraio r.
M
C CN
Se MN e o lado comum de hexagonos regu-lares inscritos em C e C′, entao o perımetroda regiao sombreada e:
a)10πr
3b)
πr
3c)
2πr
3d) 4πr e) 2πr
20. (UFF - 92 - 1a Fase) A figura abaixo re-presenta uma circunferencia de centro O ediametro PQ = 4
√3 cm.
M
N
P QJO
Se MN e o lado do hexagono regular ins-crito na circunferencia eMN e perpendicu-lar a PQ, a medida do segmento PM , emcm e:
a) 2√
3(2 +√
3) b) 2√
3(2 −√3)
c)√√
3(12 −√3) d)
√√3(12 +
√3)
e)√
2(√
3 + 12)
21. No trapezio ABCD da figura tem-se, AD =DC = CB e AC = AB. Determine a me-dida do angulo B
A B
CD
22. Do trapezio ABCD da figura sabe-se queA = B = 60◦; AB = 10 cm. AC ⊥ BC.Calcule o perımetro do trapezio.
A B
CD
53
23. Do trapezio ABCD sabe-se que: A = B =600; AD = 10 cm; CD = 8 cm. Calcule abase media do trapezio.
24. ABCDE e um pentagono regular e ABMNe um quadrado. Determine a medida dosangulos CBM e DBN .
A B
C
D
E N M
25. Na figura, determine o valor de α, sabendoque ABCD e um quadrado e ABP e umtriangulo equilatero.
P
D C
A B
�
26. As diagonais de um trapezio retangulo me-dem respectivamente 9 cm e 12 cm. Calculeo perımetro do quadrilatero convexo cujosvertices sao os pontos medios dos lados dotrapezio.
27. Calcule o valor de x no trapezio abaixo.
2
x
14
2�
�
28. Na figura abaixo, ABC e um trianguloisosceles de base BC e ACDE um qua-drado. Calcule a medida do angulo x.
A
B
C D
E
x
29. (UNIRIO 93 - 1a Fase) Q, T, P, L, R e Ddenotam, respectivamente o conjunto dosquadrilateros, dos trapezios, dos paralelo-gramos, dos losangos, dos retangulos e dosquadrados. De acordo com a relacao de in-clusao entre esses conjuntos, a alternativaverdadeira e:
a) D ⊂ R ⊂ L ⊂ Pb) D ⊂ L ⊂ P ⊂ Qc) Q ⊂ P ⊂ L ⊂ Dd) T ⊂ P ⊂ Q ⊂ R ⊂ De) Q ⊂ T ⊂ P ⊂ L ⊂ R ⊂ C
30. (UNICAMP - 90 - 2a Fase) Mostre queem qualquer quadrilatero convexo o quoci-ente do perımetro pela soma das diagonaise maior que 1 e menor que 2.
31. (CESGRANRIO) Assinale a alternativaque contem a propriedade diferenciadorado quadrado em relacao aos demais qua-drilateros.
a) Todos os angulos sao retos.b) Os lados sao todos iguais.c) As diagonais sao iguais e perpendicularesentre si.d) As diagonais se cortam ao meio.e) Os lados opostos sao paralelos e iguais.
32. (UNESP 91) Seja ABCD um retangulocujo lados tem as seguintes medidas: AB =CD = 6 cm e AC = BD = 1, 2 cm. SeM e o ponto medio de AB, entao o raioda circunferencia determinada pelos pontosC, M e D medem:
a)] 4,35 cm b) 5,35 cm c) 3,35 cmd) 5,34 cm e) 4,45 cm
33. (IBMEC 95) Uma folha de papel retangularABCD tem AD = 1 m. Dobrando-se afolha no segmento AM , os pontos A, B e Dficam colineares, como se verifica abaixo:
54
Se os retangulos ABCD e MCDB sao se-melhantes, a medida do lado CD, em me-tros, e igual a:
a)√
52
b)√
5 − 12
c)√
22
d)12
e)√
2 − 12
34. (UFF - 96 - 1a Fase) Sendo Q um qua-drilatero, pode-se afirmar que:
a) Q e um retangulo e um losango.b) Q e um retangulo ou um losango.c) Se Q e um losango entao Q e um qua-drado.d) Se Q e um quadrado entao Q e umretangulo.e) Se Q e um retangulo entao Q e um qua-drado.
35. (UNICAMP - 88 - 2a Fase) Sejam L e l ocomprimento e a altura, respectivamente,de um retangulo que possui a seguinte pro-priedade: eliminando-se desse retangulo umquadrado de lado igual a largura l, resultaum novo retangulo semelhante ao primeiro.
Demonstre que a razaol
Le o numero σ =√
5 − 12
chamado “Razao Aurea”.
36. (UNIFICADO) O perımetro do trapezioretangulo da figura e:
a) 17 m
b) 18 m
c) 20 m
d) 21 m
e) 22 m
3m
4m
6m
55
Respostas – Aula 14
1. 17
2. 11
3. 20
4. 150◦
5. 27 cm
6. n = 10
7. (e)
8. 6 lados e 9 diagonais.
9. 20 lados
10. 15
11. (c)
12. 8
13. 6
14. k = 3
15. 12 ou 30
16. (d)
17. (b)
18. demonstracao
19. (a)
20. (a)
21. 72◦
22. 25 cm
23. 13 cm
24. 18◦e27◦
25. α = 150◦
26. 21 cm
27. x = 10
28. x = 45◦
29. (b)
30. demonstracao
31. (c)
32. (a)
33. (b)
34. (d)
35. demonstracao
36. (b)
56
Aula 15 – Areas
1. Introducao
Para muitos subconjuntos do plano, e possıvelcalcular a area. Exemplo sao os interiores depolıgonos, de cırculos, elipses, etc... Apresenta-mos, na Figura 1, alguns objetos para os quaise possıvel medir a area.
Figura 1: Figuras no plano
Mas, como calcular a area?Vamos comecar fazendo uma comparacao en-
tre comprimento e area. Para medir com-primento de segmentos usamos um segmentounitario padrao (a unidade de comprimento). Amedida de um segmento sera dada pelo numerode vezes que a unidade e partes de unidade ca-bem no segmento.
Por exemplo, escolhendo AB como segmentounitario, acompanhe pela Figura 2, a medida dosegmento CD. Veja que em CD cabem 3 vezeso segmento AB, consecutivamente e ainda maisa quinta parte deste segmento.
A C
1
B D
Figura 2: Medidas de segmentos
Portanto, a medida do segmento e,
CD = 3 +15
=165
Neste momento, precisamos fazer um co-mentario. Uma vez escolhido um segmento ABcomo unidade, existem segmentos que nao po-dem ser medidos do modo como estipulamos.Considere, por exemplo, um quadrado ABCDonde um dos lados e o segmento unitario AB.
Portanto o quadrado tem todos os lados me-dindo 1. No entanto, a diagonal AD nao podeser medida pelo processo que estamos traba-lhando. Nesta situacao, o segmento AD e ditoincomensuravel com o segmento AB. E precisodesenvolver outras tecnicas como a expansao de-cimal, o que leva a teoria de somas com infini-tos numeros de parcelas, para se conferir umamedida ao segmento AD, diagonal. Veja a Fi-gura 3.
1
1A
B D
C
2
Figura 3: Segmentos incomensuraveis
Para medir areas de figuras planas escolhemosum quadrado como unidade de area (os lados doquadrado medem 1). A area de uma figura edada pelo numero de vezes que o quadrado uni-dade e partes dele cabem na figura. Abaixo apre-sentamos, na Figura 4, um quadrado de lado ABrepresentando a unidade e seu uso para medir aarea de um retangulo.
1 1 1
4
1/3 1/3 1121
A B
Figura 4:
Nesta situacao encontramos que
Area (retangulo) = 2 +23
+14
+112
= 3
Os mesmos comentarios que fizemos sobrea existencia de segmentos incomensuraveis saopertinentes no calculo de areas. Isto e, o pro-cesso de medir areas como introduzido nao eexato. Vamos deixar para aprofundar o assuntona disciplina Geometria Basica.
57
Os princıpios ou postulados que orientam ateoria sobre area de figuras planas sao:
(I) Duas figuras planas congruentes possuem amesma area.
(II) Se uma figura A e obtida pela uniao dis-junta de duas figuras B e C, entao area(A)= area(B) + area(C).
Notas
(1) Estamos trabalhando apenas com figuraspara as quais e possıvel medir a area.
(2) Falamos sobre congruencia de figuras.Grosseiramente, duas figuras congruentessao aquelas que podem ser superpostas umasobre a outra com coincidencia total. Dei-xamos o aprofundamento da questao para adisciplina de Geometria Basica.
2. Formulas principais
Em seguida vamos representar, ilustrar as fi-guras geometricas estudadas ate agora e ao ladoescrever a formula que permite o calculo da area.Em alguns casos, faremos breve justificativa. Atonica, no entanto, e deixar para aprofundarmais o assunto na disciplina Geometria Basica.Por enquanto, o foco principal que desejamos eo operacional, a resolucao de problemas.
2.1 Quadrado
�
�
��S = l2
2.2 Retangulo
b
h S = b · h
2.3 Paralelogramo
b
h
A
B C
D
a
�
Spar = b.hSpar = a b sen θ
Justificativa: Para a figura particular repre-sentada, notamos a seguinte congruencia detriangulos:
bA
B C
D
a
�
FE
�ABE ≡ �CDF , os quais possuem a mesmaarea. A congruencia implica que AE = DF eentao EF = b.
Spar = area(�ABE) + area(EBCD) == area(�CDF ) + area(EBCD) == area(EBCF ) = EFh = bh.
Por outro lado, no triangulo retangulo�BEA, temos que
BE = a sen θ ⇒ Spar = a b sen θ.
Nota: A justificativa do calculo da area apresen-tada partiu de uma construcao feita sobre o pa-ralelogramo. Na argumentacao, foi crucial queo pe da perpendicular tracada de B a reta su-porte do lado AD caısse no interior do segmentoAD. Veja a Figura anterior e o ponto E, pe daperpendicular. Mas, para certos paralelogramosisto nao ocorre. Como justificar em todas assituacoes a formula da area do paralelogramo?Pedimos mais uma vez que voce aguarde pararesolver esta questao no ambito da disciplinaGeometria Basica.
2.4 Triangulos
h
b
h
b
Stri =b.h
2
Justificativa: Tome um triangulo �ABC qual-quer e construa paralelas como indicado, na fi-gura abaixo. Isto e, EC ‖ AB.
A
B C
E
h
b
Stri =12
area(AEBC) =12
b · hPudemos escrever a fomula acima justificadapela congruencia �ABC ≡ �CEA.
58
2.5 Outras expressoes para area do trian-gulo
i) a, b (lados) e α (angulo entre os lados a e b)
a
b�
S =ab senα
2
ii) triangulo equilatero
�
� �
S =l2√
34
iii) a, b e c (medida dos lados do triangulo) e p osemi-perımetro
a
bcS =
√p(p − a)(p − b)(p − c),
onde: p =a + b + c
2.
Nota: p e dito semi-perımetro.
iv) a, b, c medida dos lados e r (raio do cırculoinscrito)
RS = p · r
v) a, b, c medida dos lados e R (raio do cırculocircunscrito)
Ra
bcS =
abc
4R
2.6 Losango
D
d
Slos =dD
2
2.7 Trapezio
B
b
hStrap =
(b + B)h2
2.8 Cırculo
r Sc = πr2
2.9 Coroa circular
OR r S = πR2 − πr2
2.10 Setor circular
r
r
�
360o ...... πr2
α ...... Ssetor
Ssetor =πr2.α
360o
2.11 Segmento circular
r
r
� Sseg = Ssetor − Stri
59
Exercıcios
1. (UFRJ - 2001 - Nao Especıfica) As cincocircunferencias da figura sao tais que a in-terior tagencia as outras quatro e cada umadas exteriores tambem tangencia duas dasdemais exteriores.
Sabendo que as circunferenca exteriorestem todas raio 1, calcule a area da regiaosombreada situada entre as cinco circun-ferncias.
2. (UNICAMP - 2002) Seis cırculos, todos deraio 1 cm, sao dispostos no plano conformemostram as figuras a seguir.
A B
C
M N
Q P
(a) Calcule a area do triangulo ABC.(b) Calcule a area do paralelogramo
MNPQ e compare-a com a area dotriangulo ABC.
3. (FUVEST - 2001 - 1a Fase) Na figuraabaixo, a reta r e paralela ao segmento AC,sendo E o ponto de interseccao de r com areta determinada por D e C. Se as areas dostriangulos ACE e ADC sao 4 e 10, respec-tivamente, e a area do quadrilatero ABEDe 21, entao a area do triangulo BCE e:
a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10
4. (UFRJ - 2002) A figura abaixo mostra duascircunferencias que se tangenciam interior-mente. A circunferencia maior tem centroem O. A menor tem raio r = 5 cm e etangente a OA e a OB. Sabendo-se que oangulo AOB mede 60o, calcule a medida doraio R da circunferencia maior.
r
RO
A B
5. (FUVEST - 2001) Um lenhador empilhou 3troncos de madeira num caminhao de lar-gura 2,5 m, conforme a figura abaixo. Cadatronco e um cilindro reto, cujo raio da nasemede 0,5 m. Logo, a altura h, em metros,e:
h
2,5
a)1 +
√7
2b)
1 +√
73
c)1 +
√7
4
d) 1 +√
73
e) 1 +√
74
6. (FUVEST 2000) Na figura seguinte, estaorepresentados um quadrado de lado 4, umade suas diagonais e uma semicircunferenciade raio 2. Entao a area da regiao hachuradae:
7. (Fuvest - 2000) Um trapezio retangular tembases 5 e 2 e altura 4. O perımetro dessetrapezio e:
a) 13 b) 14 c) 15 d) 16 e) 17
60
8. (UFRJ - 2001) O retangulo esta inscrito noretangulo WXY Z, como mostra a figura.Sabendo que AB = 2 e AD = 1, determineo angulo θ para que a area de WXY Z sejaa maior possıvel.
A
X
B
YC
Z
D
W�
9. (FUVEST - 2000) Na figura abaixo,ABCDE e um pentagono regular. A me-dida, em graus, do angulo α e:
a) 32o
b) 34o
c) 36o
d) 38o
e) 40o
A
B
C D
E�
10. (FEI - 93) Na figura abaixo, ABC e umtriangulo equilatero com area de 16 cm2.M, N e P sao pontos medios dos lados destetriangulo. A area, em cm2, do quadrilateroAMPN e:
A
B CP
M N
a) 4 b) 6 c) 8 d) 10 e) 12
11. (UNICAMP - 91) Na planta de um edifıcioem construcao, cuja escala e 1:50 as di-mensoes de uma sala retangular sao 10 cm e8 cm. Calcule a area real da sala projetada.
12. (UNESP - 92) O angulo central AOB refe-rente ao cırculo da figura mede 60o e
−−→OX
e sua bissetriz. Se M e o ponto medio doraio OC e OC =
√5 cm, calcular a area da
figura hachurada.
O M
A
B
C X
13. (UERJ - 91) Na figura abaixo, os trescırculos tem raio 1 e sao tangentes dois adois. Calcule a area delimitada pelos arcosAB, BC, CA.
A
BC
14. (UFRJ - 88) A figura abaixo mostra doisarcos de circunferencia de centro O, raios Re 2R, e tres angulos iguais.
Calcule a razao entre as areas das regioeshachurada e nao hachurada.
O R R
15. (PUC - 93) Dois lados de um triangulo me-dem, respectivamente, 5 cm e 6 cm. O valormaximo que pode ter a area desse trianguloe de:
a) 11 cm2 b) 15 cm2 c) 20 cm2
d) 25 cm2 e) 30 cm2
61
16. (UNI-RIO - 94) Na figura abaixo, ABCD eum retangulo.
A
B C
D
E
F
a) Qual a medida do segmento EF ?
b) Qual a area do triangulo AED ?
17. (UFRJ - 92 - Nao Especıfica)
4cm
13cm450
2 2cm
Para o trapezio representado na figuraacima, calcule:
a) a altura; b) a area.
18. (UNICAMP - 98) Os lados de um triangulomedem 5, 12 e 13 cm.
a) Calcule a area desse triangulo.
b) Encontre o raio da circunferencia inscritanesse triangulo.
19. (FUVEST - 98) Dois angulos internos deum polıgono convexo medem 130o cada ume os demais angulos internos medem 128o
cada um. O numero de lados do polıgono e:
a) 6 b) 7 c) 13 d) 16 e) 17
20. (FUVEST - 98) As retas t e s sao paralelas.A medida do angulo x, em graus, e
a) 30 b) 40 c) 50 d) 60 e) 70
X
t
s
1400
1200
21. (UNI-RIO - 94) A area da regiao hachurada,na figura abaixo, onde ABCD e um qua-drado e o raio de cada circunferencia mede5 cm, e igual a:
A
B
D
C
a)25(4 − π)
2cm2 b) 25(π − 2) cm2
c) 25(4 − π) cm2 d)25(π − 2)
2cm2
e)5(4 − π)
4cm2
22. (UERJ - 94) Observe a figura abaixo(ABCD), que sugere um quadrado de ladoa, onde M e N sao, respectivamente, ospontos medios dos segmentos CD e AD, eF a intersecao dos segmentos AM e BN .
Utilizando esses dados, resolva os itens ae b y
xA
N
CD
B
a
M
a) Demonstre que o angulo AFN e reto.
b) Calcule a area do triangulo AFN emfuncao de a.
23. (UFF - 93) Os raios (em cm) dos trescırculos concentricos da figura sao numerosnaturais e consecutivos.
Sabendo que as areas assinaladas sao iguais,pode-se afirmar que a soma dos tres raios e:
a) 6 cm b) 9 cm c) 12 cmd) 15 cm e) 18 cm
62
24. (UFF - 89) Cortando-se pedacos quadradosiguais nos vertices de uma cartolina retan-gular de 80 cm de comprimento por 60 cmde largura, obtem-se uma figura em formade cruz. Se a area da cruz for a terca parteda area retangular original o tamanho dolado de cada quadrado e igual a:
a) 5√
2 cm b) 10√
2 cm c) 15√
2 cmd) 20
√2 cm e) 25
√2 cm
25. (UNIFICADO - 86) Seja√
3 a medida dolado do octogono regular da figura. Entao,a area da regiao hachurada e:
a) 3(√
3 − 1)
b) 4(√
3 − 1)
c) 3(1 +√
2)
d) 2(1 +√
3)
e) 2(√
2 +√
3)
26. (UNIFICADO - 94)
O polıgono acima, em forma de estrela, temtodos os lados iguais a 1 cm e todos osangulos iguais a 60o ou 240o. Sua area e:
a) 3 cm2 b) 3√
3 cm2 c) 6 cm2
d) 6√
3 cm2 e) 9 cm2
27. (PUC - 96) Duplicando-se a raio de umcırculo.
a) A area e o comprimento ficam ambos du-plicados;
b) A area fica duplicada e o comprimentofica quadruplicado;
c) O comprimento fica multiplicado por 2π;
d) A area fica multiplicada por 4π;
e) A area fica quadruplicada e o compri-mento fica duplicado.
28. (FUVEST - 2000) Na figura, ABC e umtriangulo retangulo de catetos AB = 4 eAC = 5. O segmento DE e paralelo a AB,F e um ponto de AB e o segmento CFintercepta DE no ponto G, com CG = 4e GF = 2. Assim a area do trianguloCDE e:
a)163
b)356
c)398
d)409
e)709
A F B
D EG
C
29. A figura abaixo e um quadrado e AB =4. Calcule a area, interior ao semi-cırculo,indicada.
A B
30. (UNIFICADO - 88) Se as duas diagonais deum losango medem, respectivamente, 6 cme 8 cm entao a area do losango e:a) 18 cm2 b) 24 cm2 c) 30 cm2
d) 36 cm2 e) 48 cm2
31. (UFF - 95) A circunferencia representadaabaixo tem raio 2cm e os diametros AB eCD, perpendiculares. Como centro em C e
raio CA foi tracado o arco�AB.
A B
C
DDetermine a area da regiao assinalada.
32. (UNIFICADO 87) De uma placa circular deraio 3, recorta-se um triangulo retangulo demaior area possıvel. A area do restante daplaca vale:a) 9π − 9 b) 6π − 9 c) 9π − 10d) 9π − 12 e) 6π − 6
63
Respostas – Aula 15
1. A = 4 − 4π + 2√
2π
2. a) (7√
3 + 12) cm2
b) AMNPQ =20
√3
3+ 12 <
< AABC = (7√
3 + 12)
3. b
4. 15 cm
5. e
6. b
7. d
8. θ = 45o
9. c
10. c
11. 20 m2
12. S =512
(2π − 3)
13. S −√3 − π
2
14.57
15. b
16. a) 2,8 cm, b) 8,64 cm2
17. a) 2 cm b) 17 cm
18. a) 30 cm2 b) 2 cm
19. b
20. e
21. a
22. a) Demonstracao b)a2
20u.a.
23. c
24. d
25. c
26. b
27. e
28. d
29. 4π + 2
30. b
31. S = (2π − 4) cm2
32. a
64