Apostila_Handebol

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1 APOSTILA DE HANDEBOL PETROLINA 2012

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APOSTILA DE HANDEBOL

PETROLINA

2012

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APRESENTAÇÃO

Este material tem por objetivo contribuir para a capacitação profissional de

estudantes do curso de educação física e professores da educação básica. As pesquisas

feitas foram realizadas a partir da literatura especializada sobre o handebol.

Este material não tem fins lucrativos e pode ser copiado, a fim de que possa

contribuir para o engrandecimento dessa modalidade esportiva tão empolgante e

apaixonante que é o handebol.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

4.

2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO HANDEBOL

5.

2.1 O Handebol no Brasil 6.

3. OS FUNDAMENTOS DO HANDEBOL

7.

3.1 Passe 7.

3.2 Recepção 10.

3.3 Drible 12.

3.4 Arremesso 13.

3.5 Finta 17.

4. DEFESA

19.

4.1 Técnica defensiva individual 19.

4.2 Sistemas de defesa 21.

4.3 O goleiro 26.

5. ATAQUE

28.

5.1 Técnicas de ataque individuais 29.

5.2 Táticas de ataque coletivas 29.

5.3 Sistemas de ataque 34.

6. REGRAS BÁSICAS DO HANDEBOL

35.

7. BIBLIOGRAFIA

36.

ANEXOS

38.

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1. INTRODUÇÃO

O handebol é uma modalidade esportiva empolgante e apaixonante, que faz

parte do conteúdo da Educação Física na escola. Ele é considerado o segundo esporte

mais praticado dentro do ambiente escolar, perdendo em popularidade apenas para o

futebol. Ele desperta valores que ajudam no desenvolvimento das capacidades físicas,

coordenativas, afetivas e emocionais, assim ajudando no desenvolvimento das

crianças e contribuindo para a formação de bons cidadãos. Porém, existem poucos

profissionais capacitados para conduzir essa vivência esportiva, essa falta ocorre,

principalmente, devido a pouca oferta de material didático que auxilie o professor.

Esta apostila tem por finalidade ajudar os professores de educação física em

suas aulas na escola, nos clubes ou em outros ambientes onde o fenômeno esportivo

esteja inserido. O professor poderá encontrar desde um breve histórico do handebol,

passando pelos fundamentos, até chegar aos sistemas de ataque e defesa mais

utilizados.

Espero que este material possa ser de grande ajuda em suas vidas profissionais,

mas que não limite a curiosidade em pesquisar outras fontes de conhecimento. Um

forte abraço! E muita força na jornada do mundo da educação física e dos esportes.

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2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO HANDEBOL

Todo esporte tem uma história, fundamentos e regras que regem o

desenvolvimento do jogo. Eles serão discutidos de forma separada para que possam

ser mais bem debatidos. Para Santos (1997, p. 04) o handebol é definido como:

Um desporto para quadras, (salão), jogado com até 12 (doze) atletas em cada equipe, sendo

que só 07 (sete) em quadra; é um jogo com perfeita interação formativa educacional e

esportiva, podendo ser jogado por ambos os sexos sem nenhuma restrição, desenvolvendo

simultaneamente, coordenação motriz apurada, força, resistência, velocidade, tirocínio e

coragem; e ainda utiliza em seu desenvolvimento as três fases atléticas naturais: correr, saltar e

arremessar.

Sem dúvidas os elementos que compõem o jogo de handebol são tão antigos

quanto à própria humanidade, pois o correr, o arremessar e o saltar fazem parte das

conquistas motoras do ser humano. Porém, reunir essas ações motoras com uma bola

não é um trabalho tão antigo assim.

Existem muitas teorias sobre o surgimento do handebol. Na Dinamarca, em

1848, o professor Holger Nilsen criou, no instituto Ortrup, um jogo denominado

Haandbold, com suas próprias regras. Os thecos tinham um jogo parecido chamado

Azena. Por fim, o uruguaio Gualberto Valetta inventou o El Balon, também tido como

um dos precursores do handebol. (CBHb, 2007)

Mas foi na Alemanha que o professor Max Heiser criou um jogo denominado

Torball para os operários da fábrica Siemens, utilizando o campo de futebol. No

entanto, foi com Karl Shelenz (1919), um professor alemão considerado o pai do

handebol, que as regras do Torball foram modificadas e o nome desse esporte

chamou-se de Handball, com regras publicadas na Federação Alemã de Ginástica para

o jogo com 11 jogadores. (SANTOS, 1997, p. 08)

Devido a invernos rigorosos o handebol de campo (11 jogadores) foi deixando

de ser praticado e, principalmente, por seu concorrente ser mais veloz e atrativo, o

handebol de salão (7 jogadores) ser praticado em quadra fechada e ao abrigo do frio.

(CBHb, 2007)

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Fotos da final olímpica de 1936 em Berlim (fonte Google, 2012).

2.1 O HANDEBOL NO BRASIL

As grandes guerras mundiais fizeram com que uma quantidade considerável de

imigrantes fugisse da miséria e da barbárie, muitos deles escolheram o Brasil como

novo lar. Esses imigrantes traziam consigo sua cultura e seus costumes, dentre eles os

jogos esportivos.

São Paulo foi à região onde se teve o maior desenvolvimento do então

handebol de campo por volta de 1940. Já o handebol de salão foi oficializado no Brasil

com a realização do I Torneio Aberto de Handebol. (CBHb. 2007)

Um grande salto para a difusão da modalidade foi a criação da Confederação

Brasileira de Handebol em 1979 (CBHb, 2007), primeiro com sede em São Paulo e

depois com sede em Aracaju Sergipe. (CBHb, 2007)

De acordo com Caldas (2003, p.188), o handebol chegou a Pernambuco por

volta de 1970, trazido pelo professor Nelson Assunção em apresentação como

disciplina na então Escola Superior de Educação Física – FESP. Em 1973 foi fundada a

Federação Pernambucana de Handebol.

Segundo a Federação Pernambucana de Handebol (FPH, 2007) foi em 1974 que

aconteceu o primeiro campeonato pernambucano de handebol adulto promovido pela

FPH sendo no masculino Campeão Soledade Esporte Clube dirigido pelo treinador

professor Tarcisio Miranda – atletas Vinicius Macieira, Francisco de Assis, Leandro,

Diniz, Titi, Rui Ovídio, Paulão, Pimentel, Gustavo, Martinho, Rômulo, Genario, Gilliat.

Em segundo lugar ficou o clube Circulo Militar do Recife de Varlindo Carneiro, Luis

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Maia, Marcos Berenguer, Manoel Vieira, Herculano, José César (Plic), e outros não

lembrados.

3. OS FUNDAMENTOS DO HANDEBOL

O objetivo desse esporte é bem claro, fazer com que a bola entre no gol

adversário o maior número de vezes possíveis e em maior número que a outra equipe.

No entanto, existem fases que são percorridas pelo atleta até a culminância dessa

ação. Segundo Caldas (2003) é necessário para um bom aprendizado que o professor

utilize de uma sequência lógica, ou seja, uma sequência pedagógica que facilite esse

processo.

Os fundamentos facilitam o desenvolvimento do jogo, além disso, trazem meios

apropriados para que o jogo torne-se mais atraente e emocionante. Segundo Caldas

(2003) para a iniciação ao handebol, por volta dos 7 a 8 anos, é sugerido começar o

trabalho pela seguinte sequência: passes, recepções, dribles, arremessos e fintas, além

de elementos que devem estar sempre presentes nas atividades como as corridas, os

deslocamentos, as mudanças de direção, a adaptação à bola (manejo de bola e

empunhadura), todos envolvidos para a prática de jogos introdutórios ao handebol,

que ele chama de jogos pré-desportivos.

Segundo Käsler (1978, p. 11) “para a prática de um esporte é preciso dispor de

um mínimo de habilidades técnicas inerentes ao jogo”. Porém, não é interessante,

nem sensato lançar esses fundamentos através de uma aprendizagem monótona de

apanhar e jogar a bola, mas sim através do componente lúdico tão presente nos jogos.

“A repetição pura e simples, realizada de forma mecânica e desatenta, além de ser

desagradável, pode resultar num automatismo estereotipado”. (PARÂMETROS

CURRICULARES NACIONAIS, 1997, p. 35). É importante que o professor faça uma

mistura entre os jogos e os exercícios técnicos, a fim de evitar esse automatismo

estereotipado dos movimentos.

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3.1 O PASSE

O passe é o fundamento que será primeiro abordado, pois pode ser

considerado o construtor do jogo e o que mais viabiliza a interação coletiva inerente

ao esporte handebol. Para Costa (1980, p. 67) o passe “é um fundamento de vital

importância [...] permite conduzir a bola rapidamente, através dos companheiros, e

preparar o ataque”. Já para Ribeiro (1981, p. 4) é possível caracterizar uma equipe pela

forma como executa os seus passes, pois “fala-se que pela qualidade dos passes se

conhece o nível técnico-tático de uma equipe”.

Existem muitas formas de passar a bola ao companheiro, a mais comum é

elevar o braço a altura do ombro e efetuar uma rotação interna da articulação do

ombro (passe na altura do ombro), porém existem muitas outras formas de se passar.

A condição do jogo e a criatividade do atleta com a bola é que vão determinar a forma

mais apropriada para que essa ação ocorra. Mas para que essa criatividade aflore é

necessário o emprego das mais variadas formas de passar.

A configuração do passe na altura do ombro (mais preciso) é a seguinte:

1. Elevação do braço à frente, com a bola; cotovelo elevado acima da linha dos

ombros.

2. Ombro do passe em rotação sentido antero - posterior.

3. O tronco acompanha a movimentação do ombro.

4. O quadril é simultaneamente levado à frente.

5. Perna esquerda entra em ação como perna de apoio (para destros).

6. A bola é levada para trás da cabeça e se sucede um avanço no sentido antero –

posterior passando ao lado da cabeça com aplicação da força do braço.

Ribeiro (1981)

Os tipos de passe mais comuns realizados são: passe na altura dos ombros,

passe em suspensão, passe lateral, passe por baixo, passe por trás do corpo, passe por

trás da cabeça, passe com as duas mãos, passe na altura do peito, entre outros.

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Imagens de atletas realizando passes (fonte Google, 2012)

Atividades

1) O jogo sugerido é uma adaptação da atividade descrita por Santos (1997) na

página 216, cujo nome é “jogo dos passes sem drible ou jogo dos 10 passes”. A

turma é dividida em dois grupos que disputaram a posse da bola, não é

permitido segurar, agarrar ou driblar a bola. Os alunos só podem se deslocar,

com posse da bola, até no máximo três passos e deverão continuar o jogo

passando a bola ou entregando-a a um colega de grupo, a cada passe conta-se

um ponto. A posse da bola muda após um grupo ter completado dez passes.

2) Ao formarem as duplas os alunos devem efetuar passes das mais variadas

forma. Com as duas mãos, com uma das mãos, após uma corrida, saltando e

passando.

3) Ainda em duplas passar e correr em direção ao outro lado da quadra próximo

do colega e voltar correndo/ passando sobre as linhas laterais.

4) Pegar dois com bola, pegar todos sem bola: Todos os alunos/atletas exceto dois

estão de posse de uma bola e um terceiro também sem bola é o pegador, todos

os alunos/atletas que estão com bola podem ser pegos, se passarem a bola

estão salvos, sendo que o passe tem que ser preciso e com no máximo um

toque no chão, se errar o passe também será pegador. Não se pode recusar um

passe, e o deslocamento é livre dentro da quadra de handebol. (SANTOS, 1997)

5) Três filas em forma de triângulo, cada aluno que esteja na frente da fila deve

passar a bola ao colega da fila da direita e correr, após passar, ao final da que

recebeu o seu passe, ou seja, a fila da direita. Ao sinal do professor o sentido do

passe poderá ser mudado para a esquerda.

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3.2 A RECEPÇÃO

A recepção é um fundamento que esta intimamente ligada ao passe, pois só há

recepção se alguém efetuou anteriormente um passe. Ela é efetuada com as duas

mãos abertas em direção à bola e sua execução depende da qualidade do passe e da

condição técnica em que se encontra o receptor nesse instante. Segundo Käsler (1978,

p. 46) “entende-se por receber a bola o ato de apanhar, adestrado para o

aprimoramento”. Ribeiro (1981) o considera como o fundamento inicial da

aprendizagem do handebol, pois o aprendiz necessitará saber segurar e dominar a

bola, venha ela de qualquer direção.

Qualquer atividade onde esteja presente o passe obrigatoriamente, para que

tenha sucesso, deve estar presente à recepção.

As técnicas utilizadas para receber a bola da melhor maneira “consiste numa

disposição para o movimento, a qual possibilita uma adequação à bola em

movimento”. (KÄSLER, 1978)

1. Os braços são estendidos em direção à bola com ligeira flexão no cotovelo.

2. Simultaneamente as mãos devem se colocar em forma de concha.

3. Polegares e indicadores apontam um para o outro.

4. Se a bola estivar abaixo da linha da cintura a posição das mãos muda em 180°, de

modo que os dedos apontem para baixo e os dedos mínimos apontem um para o

outro.

5. A força da bola deve ser amortecida e esta trazida para junto do corpo

rapidamente.

Adaptado de Ribeiro (1981)

Existem algumas formas de efetuar a recepção da bola elas são: com as duas

mãos, saltando, correndo, por baixo, com uma das mãos, e outras que surgem de

acordo com a situação de jogo.

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Imagens de atletas recepcionando a bola (fonte Google, 2012).

Atividades

1) O jogo sugerido a seguir é uma adaptação da atividade descrita por Costa

(1984) na página 32, chamado de “corrida periférica”. São duas equipes (A e

B). Equipe “A” colocada no final da quadra. Equipe “B” distribuída pela

quadra. Com uma bola, um aluno da equipe “A” lança a bola dentro de um

círculo no chão, próximo a sua equipe. Nesse instante, o primeiro aluno da

equipe “A” parte em uma corrida em volta da quadra. Os alunos da equipe

“B” devem recepcionar a bola que foi lançada no círculo e procurar

efetuando passes sucessivos, entre todos os alunos da equipe “B”, fazer

com que a bola chegue primeiro que o aluno da equipe “A” ao outro lado

da quadra. Depois que todos os alunos da equipe “A” tiverem corrido, as

equipes mudam de posicionamento e a equipe “B” é quem vai correr.

2) Em duplas, realizar passe e recepções sucessivos em movimento com um

dos alunos se deslocando de costas e o outro de frente e depois retornar a

posição inicial. Realizar varias vezes.

3) Cinco alunos em círculo, cada um com uma bola, e um no meio do círculo

sem a bola. Os alunos deveram passar a bola ao colega no centro, de forma

sequenciada e organizada, e recebe-la em seguida. Cada aluno deve fizar no

centro uma vez.

4) Corrida das colunas. Com os alunos dispostos em duas colunas, os primeiros

de cada coluna deve passar a bola para o colega que está atrás, quando

abola chegar ao último ele deve correr até o início da coluna e realizar o

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passe ao colega seguinte, assim a coluna vai andando para frente. Vence a

coluna que chegar primeiro a um determinado local.

5) Os alunos deveram realizar passes ao alto e deverão receber a bola. Em

seguida devem jogar a bola rolando para frente e recepciona-la. Repetir

algumas vezes.

3.3 DRIBLE

O drible é usado para ganhar espaço no terreno de jogo efetuado por um único

atleta. Segundo Santos (1997, p. 87) “o drible, também, e mais conhecido como

quique, é a ação da gravidade incidindo na bola somada a reação que a mesma sofre

ao tocar em uma superfície rígida”. Já para Ribeiro (1981, p. 4) o drible é a “sincronia

de bater a bola contra o solo, estando parado ou em movimento”. Käsler (1978, p. 32)

é mais feliz em sua definição, “usamos o termo “drible” para designar o movimento

sincrônico de “bater” a bola para o chão (estando-se parado ou em movimento) com

uma das mãos, e de correr sem segurar a bola por um instante”.

A técnica do drible, sugerida por Ribeiro (1981) é a seguinte:

1. O corpo deve estar um pouco curvado para frente, joelhos semiflexionados,

(centro de gravidade baixo) cabeça erguida, cotovelos semiflexionados, mãos

descontraídas, dedos separados.

2. Conservar a bola à frente e um pouco ao lado do corpo, empurrando-a (e não

batendo) de encontro ao solo, de modo que o movimento seja feito da cintura

para baixo.

3. A bola deve ser empurrada em linha oblíqua para o solo na direção da corrida; a

linha será mais oblíqua de acordo com velocidade da corrida, a fim de que a bola

não seja ultrapassada durante a corrida.

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Imagem de atleta driblando (fonte Google, 2012).

Atividade

1) Cada aluno com uma bola deve circular pela quadra aleatoriamente, porém ao

ouvir um silvo breve do apito do professor deve começar a correr driblando,

com dois deve sentar e driblar a bola, com três deve subir e descer três lances

de arquibancada.

2) Em um campo determinado cada aluno deve estar com uma bola driblando e

circulando pela quadra, ao som do professor deverá tentar tomar a bola do

colega sem deixar de driblar a sua.

3) Colocar uma fila de cones para que os alunos possam passar por entre eles

driblando a bola.

4) Cada aluno deverá ficar com uma bola driblando e uma fita de papel presa ao

calção, ao som do professor os alunos devem tentar retirar a fita do colega e,

ao mesmo tempo, proteger a sua. Vence quem tiver mais fitas

5) Em duplas, organizadas um em cada lateral da quadra e com uma bola, os

alunos com a bola devem, ao som do professor, ir até o colega do outro lado

driblando, fazer a volta no colega e voltar ao seu local, em seguida deve passar

a bola ao aluno do outro lado que deve realizar a mesma atividade.

3.4 ARREMESSO

Outro fundamento de vital importância ao jogo e completamente indispensável

ao objetivo do mesmo, fazer gols, é o arremesso. Há inúmeras formas de se

arremessar, porém elas dependem do nível técnico do atleta e da condição em que

se apresenta a oportunidade de executá-lo durante a partida. Segundo Ribeiro

(1981, p. 6) “o arremesso é a função principal do jogador de ataque”. Para Costa

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(1984, p. 102) “tudo o que fazemos durante o jogo e na preparação do ataque é

com o intuito de se poder executar o arremesso em condições ideais”. Para Nagy-

Kunsagi (1983, p. 149) “o arremesso para o gol deve ser diferente do passe, sendo

ideal usar sempre força máxima e violenta”.

Existem vários tipos de arremessos como: arremesso simples, arremesso com

apoio na linha dos quadris, com apoio por cima da cabeça, em suspensão, com

queda, com rolamento, com efeito, e outros que podem surgir de acordo com a

situação do jogo.

A técnica mais utilizada é o arremesso após uma progressão de três passos,

permitido pelas regras do handebol. O ritmo trifásico de passos consiste no

observado na figura abaixo.

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A técnica correta para o arremesso durante o salto é a seguinte:

1. Elevação do braço à frente do corpo, observando que o cotovelo deve elevar-

se acima da linha do ombro; flexionamento do cotovelo levando a bola atrás

da cabeça, mão em pronação, inicio das passadas (pé esquerdo).

2. Movimentos simultâneos: apoio na perna direita (segunda passada ritmo

trifásico), lado esquerdo do quadril é levado à frente, ombro do braço de

arremesso é levado para trás, devendo a perna esquerda entrar em ação

procurando o apoio final (terceira passada ritmo trifásico)

3. A impulsão será feita pela ação total do corpo, iniciada na perna de apoio

“ESQUERDA”, transmitida ao quadril, dele para o tronco, do tronco para o

braço, do braço para o antebraço, do antebraço para o pulso, do pulso para a

mão de dedos e em seguida para a bola. A mão e os dedos é que darão

direção e precisão ao arremesso.

Veja a sequencia de desenhos a seguir que demonstra a execução do

arremesso após um ritmo trifásico de passos para um atleta destro.

Ehret (2002)

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Imagens das Seleções brasileiras em olimpíadas (fonte Google, 2012).

Atividades:

1) O jogo de baleô (matança ou queimado) é um ótimo jogo pré-desportivo

utilizado para a iniciação ao arremesso.

2) Tiro ao alvo os alunos devem tentar atingir objetos que estejam a uns dez

metros do local do arremesso. Pode ser feita uma competição entre os

atletas para verificar quem tem melhor pontaria.

3) Jogo de mini traves para handebol. Duas equipes são divididas, porém cada

uma deve ficar com duas mini traves para defender e duas para atacar.

Vence quem marcar mais gols.

4) Os alunos devem ficar em uma coluna driblar a bola até a linha dos nove

metros segurá-la, executar o ritmo das três passadas e efetuar o arremesso

ao gol.

5) Idem ao anterior, porém é utilizado um caixote para que na ultima passada

do ritmo trifásico o atleta possa utiliza-lo para impulsionar e arremessar a

bola ao gol.

6) Com os alunos dispostos em duas colunas de frente ao gol, representando

a posição dos meias armadores, e afastadas uma da outra por dez metros

efetuar arremessos com salto alternadamente.

7) Idem ao anterior, no entanto quando cada lado efetuar um arremesso dois

atletas deverão estar de frente ao executante para tentar bloquear o

arremesso. Em seguida os defensores devem correr até a frente da outra

coluna para efetuar a defesa.

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8) Todos os alunos devem estar em uma coluna. O primeiro deve passar a

bola ao professor, que devolve a bola a aluno que em seguida realizar o

ritmo trifásico, salta e arremessar ao gol. O atleta não deve driblar a bola.

9) Com o auxílio de uma faixa, estendida a uma altura de dois metros, os

alunos devem realizar um salto e arremessar ao gol por cima da faixa.

10) Arremesso em contra ataque. Em uma fila no início da quadra, o primeiro

deve passar a bola ao professor, em seguida deve correr para receber a

bola que é lançada até próximo da área de gol do outro lado da quadra de

handebol. O aluno deve receber a bola realizar os três passos e arremessar

ao gol sem deixar a bola cair ou dribla-la.

3.5 FINTA

O ultimo fundamento abordado é a finta. Geralmente é utilizada para criar uma

situação mais favorável a um arremesso. Segundo Ribeiro (1981, p. 19) finta “é o

gesto ou princípio de gesto que realiza um jogador para enganar o marcador

contrário com respeito as suas intenções reais”. Para Caldas (2003, p. 184) “é o

gesto que um jogador realiza para enganar (desequilibrar) seu adversário,

conquistando uma vantagem para realizar um passe ou um arremesso, [...], ele

pode ser executado com ou sem bola”. Ainda para Ribeiro (1981) esta ação produz

o desmarque e proporciona ao jogador atacante vantagem posicional para uma

infiltração, um bloqueio, maior visão para o passe ou simplesmente para o

arremesso ao gol.

Existem várias formas de se fintar um adversário. Elas podem ser realizadas

para qualquer um dos lados, porém devem obedecer as regras do jogo. As mais

comuns são: finta com proteção do corpo ou de cintura (mais conhecida como

finta de corpo), finta falsa ou de braço, finta de giro, finta de passe, finta de

arremesso, finta sem bola e outras.

A técnica correta para executar uma boa finta de cintura ou de corpo é:

1. Ao receber a bola o atleta deve realizar um pequeno salto em frente ao

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oponente a ser fintado.

2. Ele deve aterrissar a uma distância de, aproximadamente, um metro do

oponente (distância de segurança), cair com os dois pés ao mesmo tempo no

chão, ação chamada de “zerar”, porém este já é o primeiro passo.

3. O atleta deve passar o peso de uma perna para a outra, de preferência da

esquerda para a direita, sem retirar os pés do chão (movimento de enganar o

adversário).

4. Após a transferência de peso o atacante deve se deslocar para a direita

levando o pé esquerdo para o seu lado direito (segundo passo).

5. Em seguida ele deve efetuar mais um passo (terceiro passo) e arremessar ou

driblar a bola (para que não dê mais de três passos) e infiltrar-se na defesa

para arremessar ao gol.

As imagens a seguir demonstram bem esse movimento.

Ehret (2002)

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Atividades

1) Os alunos devem formar duplas. Cada dupla deve ficar com dois cones

dispostos a uma distância de três metros um do outro. Um dos alunos

deve defender os cones, enquanto o outro vai atacar os cones. Ou seja,

o aluno defensor deve tocar antes do atacante no cone escolhido no

ataque. O defensor deve chegar antes e o atacante de tentar enganar

quanto ao cone escolhido.

2) Dono da rua. Os alunos devem estar dispostos em uma das laterais da

quadra, dentro da mesma estará dois pegadores que ao tocar em um

dos alunos deve permanecer congelado. O aluno congelado deve

permanecer parado até um colega livre efetuar uma finta para solta-lo.

Quem for pego três vezes vira pegador também.

3) Cada aluno com uma bola. O professor deve espalhar vários cones e

obstáculos pela quadra, os alunos deverão desviar dos obstáculos

realizando fintas sucessivas.

4) Em uma fila os alunos devem driblar a bola até próximo do cone,

realizar uma finta, efetuar os três passos e, em seguida, arremessar ao

gol.

5) Idem ao anterior, porém ao invés de driblar a bola até o cone o aluno

deve passar a bola até o professor. Em seguida o professor devolve a

bola ao aluno que deve realizar a finta, efetuar os três passos e

arremessar a bola ao gol.

4. DEFESA

A defesa no handebol tem destaque especial nos treinamentos, pois uma

equipe que apresenta uma forte defesa, tanto na condição individual dos jogadores

quanto no sistema defensivo utilizado, torna-se muito difícil de ser superada durante

as partidas.

Para que uma equipe desempenhe um bom papel na defesa existem dois

fatores que devem ser abordados de maneira exaustiva nos treinamentos. O primeiro

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é a técnica defensiva individual, ou seja, são os fundamentos defensivos

desempenhados por cada atleta na defesa. O segundo é o sistema defesa coletivo, ou

seja, é a forma como cada atleta deve se portar dentro de uma formação defensiva.

4.1. Técnica defensiva individual

Cada atleta deve desempenhar da melhor maneira o seu papel na defesa da

equipe. Mas para que isso seja realizado com perfeição é necessário muito

treinamento. Ele deve ser capaz de bloquear arremessos, interceptar passes, bloquear

o oponente, atrapalhar o adversário, porém sem ser violento com o adversário.

O defensor deve ser ativo, cooperativo, corajoso, destemido, esperto,

dinâmico, além de ter prazer ao realizar uma boa defesa.

A postura básica para o defensor é: pernas afastadas e ligeiramente

flexionadas, uma das pernas deve se posicionar a frente da outra, os braços devem

estar acima da linha dos ombros e prontos para bloquear. O atleta deve ser capaz de

movimentar-se rapidamente para frente, para trás, para os lados e para as diagonais,

assim ocupando sempre os espaços vazios na defesa.

Imagens de atletas realizando defesas (fonte Google, 2012).

A forma mais comum de barrar outro atleta é o encaixe. Essa forma de defesa é

utilizada para impedir que o adversário realize uma finta ou entre nos espaços vazios

com a bola. A técnica do encaixe é bem simples, pois é uma continuação da postura

básica de defesa, ou seja, pernas afastadas e ligeiramente flexionadas, uma das pernas

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deve se posicionar a frente da outra, os braços devem estar acima da linha dos ombros

e prontos para bloquear, nesse caso a perna que deve ficar a frente é a que está no

mesmo lado que o adversário está com a bola. Além disso, as mãos e os braços devem

se posicionar na bola ou próximo a ela e o outro braço deve estar na cintura ou no

ombro do atacante.

Ehret (2002)

4.2. Sistemas de defesa

Sistema segundo Tenroller (apud Herbst e Lara 2011) “é a forma de dispor –

posicionar – os jogadores em quadra, podendo ser no ataque (sistema ofensivo) ou na

defesa (sistema defensivo) tendo como referencia as marcações da área de 6 metros

ou, ainda, a linha de 9 metros”. Já para Caldas (2003) “são maneiras pelas quais uma

equipe se apresenta dentro de uma zona (região) do campo de jogo, tanto na defesa

quanto no ataque, estes são compostos pelos seus postos específicos”.

Os postos específicos são os locais onde os atletas atuam dentro do jogo. Para

ser mais específico Melo (apud Caldas, 2003) se refere a esses postos como “zonas

parciais do terreno de jogo, ofensivo ou defensivo, de dimensões estimadas, com

possibilidades reais de ações úteis; eles determinam os sistemas nos quais as equipes

estarão atuando”. A imagem abaixo mostra esta disposição na quadra.

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Os sistemas defensivos são divididos em abertos ou fechados. Essa

nomenclatura se deve a maior ou menor quantidade de espaços encontrados na

defesa. Ou seja, em sistemas abertos há mais espaços para serem defendidos, porém é

utilizado para deixar o adversário longe da sua área de gol, por exemplo, a marcação

individual. Já os sistemas defensivos fechados são utilizados para diminuir os espaços

na defesa, porém permitem que a equipe oponente jogue bem próximo da sua área de

gol, por exemplo, 6:0. Cada sistema tem vantagens e desvantagens, no entanto o que

vai contribuir para que se escolha um determinado sistema é, primeiramente, a análise

que se tem da equipe defensora, suas potencialidades e suas fraquezas,

posteriormente, se observa o adversário.

Todo sistema obedece a uma nomenclatura que diz respeito a sua

profundidade (perto ou longe da área de gol), assim chamando de primeira linha

defensiva os atletas mais próximos da área de gol, segunda linha os atletas logo a

frente da primeira linha e terceira linha os atletas a frente da segunda linha.

Page 23: Apostila_Handebol

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O primeiro sistema defensivo a ser desenvolvido na escola deve ser a marcação

individual, pois proporciona aos alunos uma maior vivência de movimentos, incentiva a

cooperação, desperta a coragem, desenvolve a responsabilidade e outros fatores que

contribuem para o desenvolvimento técnico e tático dos atletas. Essa marcação pode

ocorrer em toda a quadra, em meia quadra ou em uma zona específica. Ela caracteriza-

se em um atleta marcar, seguir, combater, tomar a bola de outro por toda a área

delimitada para esse fim.

As imagens a seguir ilustram dois tipos de marcação individual em 1/3 da

quadra e em quadra toda.

Imagens de marcações individuais (fonte Google, 2012).

O próximo sistema é o 1 : 5, ou seja, um atleta ficará próximo da linha de 6

metros e outros 5 próximos a linha dos 9 metros.

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Em seguida é apresentado o sistema de defesa 3 : 3, com três atletas próximos

a linha dos 6 metros e outros três próximos a linha dos 9 metros.

Existe o sistema 4 : 2, que tem quatro jogadores próximos a área de gol e dois

avançados.

Há também o sistema 5 : 1, onde cinco atletas ficam próximos aos seis metros e

apenas um avança até os nove metros.

Page 25: Apostila_Handebol

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O sistema seguinte é o 6 : 0. Esse sistema foi amplamente utilizado no Brasil,

pois mantém todos os seus jogadores defendendo próximo a área de gol.

Existem as formações combinadas com marcação individual, ou seja, quando se

decide marcar individualmente um ou mais atletas adversários, assim é necessário

denominar da seguinte forma, 5 + 1 ou 4 + 2.

Page 26: Apostila_Handebol

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4.3 O goleiro

No handebol vence a partida que faz mais gols, no entanto um jogador, em

especial, tem a árdua missão de impedir que a bola entre na baliza. O goleiro é o

jogador que tem mais responsabilidades dentro do jogo, pois miguem pode corrigir

suas falhas. Para Ribeiro (1981) “sua habilidade e segurança para impedir que o

adversário marque gols estimulam e consolidam a combatividade da equipe na defesa

e propiciam o necessário controle emocional no ataque para realizar as evoluções

táticas treinadas”. O goleiro de handebol deve ter as seguintes qualidades físicas:

flexibilidade, destreza, velocidade, coordenação, força, potência e resistência. No

âmbito técnico e tático os elementos preponderantes são: deslocamentos,

posicionamento, postura e as defesas (em bolas baixas, medias e altas). As posições

básicas são as seguintes:

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Imagens obtidas no 3º Encontro de Treinadores de Pernambuco (2007)

5. ATAQUE

O objetivo do jogo de handebol é bastante claro: marcar mais gols que a outra

equipe. No entanto, para que isso ocorra são necessários alguns procedimentos para

se chegar ao gol. É importante levar em consideração três aspectos fundamentais: 1) a

técnica individual de cada atleta, nela está inserida a utilização dos fundamentos, a

coordenação dos movimentos, o controle emocional e o controle psicológico; 2) a

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tática coletiva dos atletas, que é o primeiro contato com o jogo tático, são ações

individuais que se somam para que um companheiro fique em melhor posição para

marcar um gol, como o contra ataque, o bloqueio, as circulações, a cortina, os

cruzamentos, a permuta e o engajamento; por fim, 3) o sistema de ataque é a forma

como os atletas estarão dispostos em quadra, assim favorecendo a técnica individual e

a tática coletiva. No entanto, é importante lembrar que antes de atacar o atleta

precisa saber sua posição e o local onde atua no jogo, isso se chama jogo posicional.

Esse comportamento é ilustrado na imagem a seguir.

Ehret (2002)

5.1. Técnicas de ataque individuais

O atleta de handebol precisa ter domínio dos fundamentos para realizar um ataque

ao gol adversário. Saber arremessar, passar, recepcionar, driblar e fintar é essencial

para um bom desenvolvimento do ataque de qualquer equipe. Além disso, o professor

deve realizar em seus treinamentos atividades que proporcionem uma melhora nas

capacidades físicas, coordenativas, cognitivas, afetivas e emocionais, assim

contribuindo para um maior controle emocional e psicológico durante as partidas.

5.2. Táticas coletivas de ataque

Cada equipe tem baseado nas características de seus atletas, formas de realizar

seus ataques. Muitas ações coletivas de ataque devem ser treinadas e vivenciadas ao

máximo, pois requerem muita concentração e conhecimento do que será realizado

durante cada situação da partida. Então, veja algumas dessas ações coletivas.

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O contra ataque é uma forma muito eficiente de marcar um gol, pois os atletas

defensores ainda não se encontram devidamente prontos a defender. Para Caldas

(2003) “é o momento em que os jogadores se deslocam da defesa para o ataque com

ou sem bola [...] quanto mais rápido for essa transição, maior a possibilidade de

sucesso para o gol”. O contra ataque pode ser simples, quando apenas um passe

resulta em um jogador arremessando, ou sustentado quando vários passes resultam

em um arremesso.

Bloqueio ofensivo é utilizado para permitir que um atleta atacante crie

superioridade numérica em um local da defesa adversária. Ele é realizado com mais

frequência quando um jogador de ataque estaciona ao lado do jogador de defesa,

assim impedindo seu deslocamento. (CALDAS, 2003)

Em seguida podem ser usadas as circulações que são, segundo Caldas (2003)

corridas realizadas pelos jogadores após uma movimentação, trocando de postos

específicos, tendo como objetivo dar continuidade ao engajamento, causando dúvidas

em relação à troca de marcação para os adversários, que pode ou não mudar o

sistema de ataque e, assim criando superioridade numérica em um local da defesa

para um real arremesso.

Page 31: Apostila_Handebol

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A cortina é utilizada para facilitar um arremesso, ou seja, um ou mais atacantes

devem ficar na frente dos defensores para que não possam pressionar o

arremessador.

O cruzamento é a uma ação simultânea de dois ou mais atletas que trocam de

posições, assim criando desequilíbrio na defesa adversária.

Page 32: Apostila_Handebol

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As permutas são trocas de posições sem a posse da bola, realizadas por um ou

mais jogadores, buscando a superioridade numérica em determinado setor da defesa.

O engajamento é o último procedimento coletivo apresentado nesse trabalho,

no entanto, não é o último desenvolvido pelas equipes de handebol, existem

outras técnicas coletivas de ataque. Segundo Caldas (2003) engajamento ou apoios

sucessivos são ações de vários jogadores com a intenção de trabalhar a bola

criando superioridade numérica e/ou condições favoráveis para a execução de um

arremesso. A seguir será apresentada uma sequência de ações que correspondem

a um engajamento para arremesso da ponta esquerda.

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O treinamento deve ser capaz de vivenciar situações que colaborem para a

realização de parte ou de todas essas ações táticas coletivas durante uma partida.

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5.3 Sistemas de ataque

Os sistemas de ataque utilizados atualmente são poucos em número. No

entanto são bastante versáteis, pois através de ações coletivas de ataque podem

sofrer modificações. São eles:

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6. REGRAS BÁSICAS DO HANDEBOL

O jogo de handebol obedece a regras, normas e regulamentos estabelecidos

pela Federação Internacional de Handebol. Essas regras foram criadas e reformuladas

ao longo dos anos para tornar o jogo mais rápido e atrativo para todos os envolvidos

na prática do mesmo, incluindo os espectadores. O livro das regras oficiais forma um

conjunto de dezoito regras, mais os gestos manuais (sinalizações dos árbitros),

esclarecimentos das regras do jogo, regulamento da área de substituição e guia para

quadras de jogo e baliza. (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE HANDEBOL, 2006).

Caldas (2003) selecionou dez regras, que ele considera as principais para serem

abordadas na iniciação e que foram atualizadas conforme o novo livro de regras que

vigora desde 2006 e vai até 2009. São elas:

1- O aluno com a posse da bola só poderá realizar até três passos com a mesma

na mão. (regra 7:3.).

2- O aluno não poderá segurar por mais do que três segundos a bola em seu

poder. (regra 7:2).

3- Duplo drible, ou seja, o aluno não poderá driblar a bola, segurá-la e depois

driblá-la novamente. (regra 7:4).

4- O aluno não poderá puxar ou derrubar a bola das mãos do adversário. (regra

8:2).

5- Ao aluno não é permitido empurrar, puxar ou agarrar o adversário. (regra 8;2).

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6- Não é permitido que o aluno pise ou invada a área de gol (somente ao goleiro é

permitido ficar dentro dessa área), no ataque ou na defesa, a não ser pelo

espaço aéreo. (regra 6:1).

7- Os tiros: qualquer tiro poderá ser cobrado direto ao gol adversário (regra 15:2).

7.1- O tiro lateral deverá e poderá ser cobrado com um ou dois pés sobre a linha.

(regra 11:4).

7.2- Não haverá tiro de canto quando a bola for tocada pelo goleiro, saindo pela

linha de fundo da quadra, haverá, sim, quando for tocada pelos jogadores de linha

e saindo por qualquer lado e pelo goleiro se sair pela linha lateral. (regra 12:1).

8- O tiro de 7 (sete) metros será cobrado por um único jogador, posicionado atrás

da linha de 7 (sete) metros (nunca sobre ela), e todos os outros jogadores devem

permanecer fora da área de 9 (nove) metros (área pontilhada). (regra 14:5 e 14:7).

9- As faltas cometidas entre as linhas de 9 (nove) e 6 (seis) metros deverão ser

cobradas fora da linha de 9 (nove) metros (linha pontilhada), o mais próximo

possível do local da falta e todos os defensores deverão manter uma distância de

três metros da bola no momento da sua execução ou de qualquer falta ocorrida na

quadra de jogo. (regra 13:6 e 13:8).

10- A quadra de jogo, suas áreas e linhas. (regra 1).

Essas regras devem ser trabalhadas e incorporadas aos jogos durante a

iniciação. Então, jogos pré-desportivos e brincadeiras podem ser criados,

modificados ou adaptados com a intenção de introduzir de forma lúdica essas

regras, isso pode facilitar bastante o processo de compreensão do esporte.

Page 37: Apostila_Handebol

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7. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física. Brasília: MEC, SEMTEC,

1997.

CALDAS, I. Handebol: como conteúdo para aulas de educação física. Recife: EDUPE,

2003.

COSTA, M. M. da. Aprendizagem do handebol. Brasília: Tipogresso, 1981.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL (CBHb). O handebol no mundo. Disponível

em: <http://www.brasilhandebol.com.br> . Acesso em: 20 nov. 2007, 11:30:30.

FEDERAÇÃO PERNAMBUCANA DE HANDEBOL (FPH). História. Disponível em:

<http://www.pernambucohandebol.com.br/historia.htm>. Acesso em: 20 nov. 2007,

11:50:10.

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE HANDEBOL. Handebol: regras oficiais 2006-2009.

Tradução de Sálvio Pereira Sedrez. São Paulo: Phorte, 2006.

EHRET A. et al.; Manual de handebol: treinamento de base para crianças e

adolescentes. Tradução de Pablo Juan Greco. São Paulo: Phorte, 2002.

HANDEBOL; Disponível em: <http//www.google.com.br/imagens>. Acesso em: 20 set.

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HERBST, D. M.; LARA, P. C. O handebol: e sua estrutura. Disponível em:

<http://fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/view/256>. Acesso em: 20 set.

2012, 17:10:10.

KÄSLER, H. Handebol: do aprendizado ao jogo disputado. Tradução de Sieglinda Lenk

da Costa e Silva. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,1978.

NAGY-KUNSAGI, Paulo. Handebol. 2.ed. São Paulo: Palestra Edições,1983.

PEDAGOGIA DO HANDEBOL. O que é ritmo trifásico? Disponível em:

<http://pedagogiadohandebol.wordpress.com/duvidas-perguntas-

frequentes/handebol-ritmo-trifasico/ >. Acesso em: 20 set. 2012, 17: 15: 10.

RIBEIRO, W. C. G. Manual de handebol. São Paulo: Leme, 1981.

SANTOS, L. R. G. dos. 1000 Exercícios para Handebol. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.