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ÍNDICE 1. IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS...........................2 1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS EM ÁCIDOS, BASES, SAIS E ÓXIDOS....................................................... 2 1.1.1. ÁCIDOS...............................................2 1.1.2. BASES................................................5 1.1.3. SAIS.................................................6 1.1.4. ÓXIDOS...............................................9 1.2. QUESTÕES DE NOMECLATURAS E SINÔNIMOS EM QUÍMICA.........9 NOMENCLATURA DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS.........................9 1.3. REGRAS PRÁTICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM AGENTE QUÍMICO 21 1.4. CUIDADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE UMA AGENTE QUÍMICO........21 2. ANÁLISE DE RISCO DO AGENTE QUÍMICO.........................24 2.1. GRAU DE RISCO DE UMA GENTE QUÍMICO.....................24 2.2. RISCO QUÍMICO:.........................................33 3. MEIO DE PROPAGAÇÃO.........................................33 3.1. EXPOSIÇÃO AÉREA, DERMAL E DIGESTIVA....................33 3.2. VOLATILIDADE, PRESSÃO DE VAPOR E ODOR..................35 4. REAÇÕES QUÍMICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS......................39 4.1. MISTURA DE PRODUTOS SIMPLES E COMPOSTO.................39 4.2. REAÇÃO QUÍMICA.........................................41 4.3 EQUILIBRIO QUÍMICO......................................44 5. ANÁLISES DE RISCOS COM SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS (Pela Fispq E Por Reações Químicas Comuns)..............................................54 6. PRINCIPAIS EFEITOS TOXICOLOGICOS...........................54 6.1. CONCEITO DE TOXICOLOGIA................................55 6.2.EFEITOS TÓXICOS DOS PRINCIPAIS EGENTES QUÍMICOS.........60 7. CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA LIBERAR ATIVIDADES COM PRODUTOS QUÍMICOS 61 7.1. ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS.....................61

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ÍNDICE

1. IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS............................................................................2

1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS EM ÁCIDOS, BASES, SAIS E ÓXIDOS.........2

1.1.1. ÁCIDOS.................................................................................................................2

1.1.2. BASES...................................................................................................................5

1.1.3. SAIS......................................................................................................................6

1.1.4. ÓXIDOS.................................................................................................................9

1.2. QUESTÕES DE NOMECLATURAS E SINÔNIMOS EM QUÍMICA....................................9

NOMENCLATURA DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS....................................................................9

1.3. REGRAS PRÁTICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM AGENTE QUÍMICO.......................21

1.4. CUIDADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE UMA AGENTE QUÍMICO.....................................21

2. ANÁLISE DE RISCO DO AGENTE QUÍMICO.........................................................................24

2.1. GRAU DE RISCO DE UMA GENTE QUÍMICO...............................................................24

2.2. RISCO QUÍMICO:.............................................................................................................33

3. MEIO DE PROPAGAÇÃO.........................................................................................................33

3.1. EXPOSIÇÃO AÉREA, DERMAL E DIGESTIVA.....................................................................33

3.2. VOLATILIDADE, PRESSÃO DE VAPOR E ODOR................................................................35

4. REAÇÕES QUÍMICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS.....................................................................39

4.1. MISTURA DE PRODUTOS SIMPLES E COMPOSTO..........................................................39

4.2. REAÇÃO QUÍMICA...........................................................................................................41

4.3 EQUILIBRIO QUÍMICO......................................................................................................44

5. ANÁLISES DE RISCOS COM SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS (Pela Fispq E Por Reações Químicas Comuns)...................................................................................................................................................54

6. PRINCIPAIS EFEITOS TOXICOLOGICOS...................................................................................54

6.1. CONCEITO DE TOXICOLOGIA..........................................................................................55

6.2.EFEITOS TÓXICOS DOS PRINCIPAIS EGENTES QUÍMICOS................................................60

7. CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA LIBERAR ATIVIDADES COM PRODUTOS QUÍMICOS...........61

7.1. ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS..............................................................61

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1. IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS

1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS EM ÁCIDOS, BASES, SAIS E

ÓXIDOS.

1.1.1. ÁCIDOS

CLASSIFICAÇÃO DOS ÁCIDOS

À PRESENÇA DE OXIGÊNIO NA MOLÉCULA

Hidrácidos são todos os ácidos que não contêm oxigênio, por exemplo: HI, HCN, H4

[Fe(CN)6]

Oxiácidos são todos os ácidos que possuem oxigênio em sua composição, por exemplo:

HNO2, H3PO4, H4P2O7

NÚMERO DE HIDROGÊNIOS IONIZÁVEIS

Todos os monoácidos que possuem um hidrogênio ionizável, por exemplo: HCl, HBr. HNO3,

HClO4.

Todos os diácidos ou dipróticos possuem dois hidrogênios ionizáveis, por exemplo: H2SO4,

H3PO3. H2S, H2CrO4, H2CO3

Todos os triácidos ou tripróticos possuem três hidrogênios ionizáveis, por exemplo: H3PO4,

H3BO3.

Todos os tretrácidos ou tetrapróticos possuem quatro hidrogênios ionizáveis, por exemplo:

H4P2O7.

Um poliácido é ionizado por fases, observe o exemplo abaixo: 

Observe agora de forma simplificado:

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HIDROGÊNIO ÁCIDO OU HIDROGÊNIO IONIZÁVEL

Qualquer átomo de hidrogênio que tenha condições de se transformar em íons H+, é

considerado hidrogênio ácido, porém, para esse átomo de hidrogênio se tornar ionizável é

necessário estar ligado a um átomo eletronegativo. 

O hidrogênio poderá ser ácido, quando estiver ligado a F, O, N, Cl, Br, I e S, e quando ele

estiver ligado a carbono e fósforo não será ácido.

QUANTO À VOLATILIDADE: 

Ácidos Voláteis – apresentam grande tendência a evaporação.

Ex: HNO2, HNO3 e Hidrácidos

Ácidos Fixos: Apresentam pequena tendência à evaporação.

Ex: H2SO4 (ácido sulfúrico), H3PO4 (ácido fosfórico). Os Oxiácidos em geral não são

voláteis.

Quanto à força ou grau de organização temos:

X = nº de moléculas ionizadas.

nº de moléculas dissolvidas

x menor ou igual a 50% é Ácido forte

x maior ou igual a 5% e x menor ou igual a 50% é Ácido moderado

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x menor que 5% é Ácido fraco 

Força dos hidrácidos 

Fortes: HCl, HBr, HI

Moderado: HF 

Fraco: os demais. 

Força dos Oxiácidos 

Regra de Pauling:

(nº de oxigênio) –( nº de "H" ionizável) = x

x = 3 e 2 = Fortes

x = 1 = Moderados

x = 0 = Fraco

Ácidos fortes, quando a ionização ocorre em grande extensão.

Exemplos: HCl, HBr, HI . Ácidos HxEOy, nos quais (y - x) ³ 2, como HClO 4, HNO3 e

H2SO4.

Ácidos fracos, quando a ionização ocorre em pequena extensão.

Exemplos: H2S e ácidos HxEOy, nos quais (y - x) = 0, como HClO, H3BO3.

Ácidos semifortes, quando a ionização ocorre em extensão intermediária.

Exemplos: HF e ácidos HxEOy, nos quais (y - x) = 1, como H3PO4, HNO2, H2SO3.

Exceção: H2CO3 é fraco, embora (y - x) = 1.

1.1.2. BASES

Toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação liberando íons OH- é definida

como sendo base.

Você pode classificar uma base usando vários critérios, entre eles o número de hidroxilas que

as compõe, pela solubilidade ou ainda pelo grau de dissociação.

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CONTE O NÚMERO DE HIDROXILAS

Monobases: bases que apresentam um grupo OH-. Exemplos: AgOH (hidróxido de prata),

NaOH (hidróxido de sódio).

Dibases: bases que se caracterizam pela presença de dois grupos OH-. Exemplos: Ba(OH)2

(hidróxido de bário), NiOH2 (hidróxido de níquel).

Tribase: a presença de três grupos OH- caracteriza esta base. Exemplo: Fe(OH)3 (hidróxido

de ferro).

Tetrabase: esta base conta com quatro grupos OH- em sua composição. Exemplo: Mn(OH)4

(hidróxido de manganês).

COMPARE A “SOLUBILIDADE” EM ÁGUA.

Os metais possuem uma ordem crescente de solubilidade representada a seguir:

Para classificar as bases usando o critério “solubilidade” basta saber a que família seus

componentes pertencem. Exemplos:

Base NaOH (hidróxido de sódio): o sódio pertence à família dos metais alcalinos, portanto a

base correspondente se apresenta solúvel em água.

Base Ca (OH)2 - hidróxido de cálcio: o cálcio é um metal alcalino terroso e por isso a base

apresenta pouca solubilidade em água.

Base Pb (OH)4 - hidróxido de chumbo: base insolúvel.

Observação: a solubilidade está relacionada à condução de corrente elétrica numa solução

básica. Quanto mais solúvel uma base, maior será sua facilidade em conduzir corrente elétrica.

DESCUBRA SE A BASE É FRACA OU FORTE ATRAVÉS DO “GRAU DE DISSOCIAÇÃO”

Essa classificação se relaciona também com a solubilidade: quanto mais solúvel for uma base,

maior será seu grau de dissociação, sendo, portanto, considerada uma base forte:

Elevado grau de dissociação → Base solúvel → base forte

Baixo grau de dissociação → Base insolúvel → base fraca

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Exemplos:

Base fraca: NH4OH (hidróxido de amônio)

Base forte: NaOH (hidróxido de sódio).

A força da base influi sobre seu comportamento em meio à eletrólise: bases fortes são boas

condutoras de eletricidade, já as bases fracas constituem eletrólitos ruins.

Vamos então classificar uma base de acordo com os três critérios demonstrados, por exemplo,

a monobase NaOH (hidróxido de sódio) é solúvel em água, apresenta elevado grau de dissociação e

por isso é considerada uma base forte.

1.1.3. SAIS

São compostos iônicos que possuem pelo menos um cátion diferente de H + e um ânion

diferente de OH-.

O sal é formado através de uma reação entre um ácido e uma base; onde os íons H + e OH-

reagem para formar a água; e o ânion do ácido reage com o cátion da base, formando o sal.

Há uma reação entre um ácido e uma base, dar-se o nome de reação de neutralização.

Veja os exemplos a seguir:

HCl + NaOH ---------> NaCl + H2O

H2SO4 + 2 LiOH --------> Li2SO4 + 2 H2O

CLASSIFICAÇÃO DOS SAIS QUANTO À PRESENÇA DE OXIGÊNIO:

Oxissais (Sais Oxigenados) » Apresentam oxigênio em sua molécula. Ex: Na2SO4, AlPO4.

Sais não oxigenados » Não apresentam oxigênio em sua molécula. Ex: NaCl, CaCl2.

CLASSIFICAÇÃO DOS SAIS QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS:

Sais Binários » Apresentam dois elementos químicos em sua composição. Ex: KCl, Al2S3.

Sais Ternários » Apresentam três elementos químicos em sua composição. Ex: Na2SO4,

Ba2P2O7.

Sais Quaternários » Apresentam quatro elementos químicos em sua composição.

Ex: Ca(OCN)2.

CLASSIFICAÇÃO DOS SAIS QUANTO À NATUREZA DOS ÍONS:

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Sais Neutros (Normal) » Não apresentam em sua composição nem H+ e nem OH-. Ex: NaCl,

BaSO4.

Sais Ácidos (Hidrogeno-sal) » Apresentam em sua composição dois cátions, sendo um deles

o H+, e um só tipo de ânion, sendo diferente de OH-. Ex: NaHCO3, K2HPO4.

Sais Básicos (Hidróxi-sal) » Apresentam em sua composição dois ânions, sendo um deles o

OH-, e um só tipo de cátion, sendo diferente de H+. Ex: Ca(OH)Cl, Fe(OH)SO4.

Sais Duplos (Misto) » Apresentam em sua composição dois cátions diferentes de H+ ou dois

ânions diferentes de OH-.

Sais Hidratados » Apresentam em sua composição moléculas de água. Ex: CuSO4*5 H2O,

CoCl2*2 H2O.

CLASSIFICAÇÃO DOS SAIS QUANTO À SOLUBILIDADE EM ÁGUA:

SOLUBILIDADE EM ÁGUA

Solúveis (como regra) Insolúveis (principais exceções à regra)

Nitratos (NO3-)

Acetatos (CH3COO-)

Cloretos (Cl-)Brometos (Br-)

AgCl, PbCl2, Hg2Cl2,AgBr, PbBr2, Hg2Br2.

Iodetos (I-) AgI, PbI2, Hg2I2, HgI2, BiI2.

Sulfatos (SO4-2) CaSO4, SrSO4, BaSO4, PbSO4.

Sais de metais alcalinos e de amônio

Insolúveis (como regra) Solúveis (principais exceções à regra)

Sulfetos (S2-)Os dos metais alcalinos, alcalinos terrosos ede amônio. Exemplos: K2S, CaS, (NH4)2S.

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Hidróxidos (OH-)Os dos metais alcalinos, alcalinos terrosos e

de amônio. Exemplos: NaOH, KOH, NH4OH.

Carbonatos (CO32-)

Os dos metais alcalinos e de amônio.Exemplos: Na2CO3, K2CO3, (NH4)2CO3.

Fosfatos (PO43-)

Os dos metais alcalinos e de amônio.Exemplos: Na3PO4, K3PO4, (NH4)3PO4

Sais não - citados Os dos metais alcalinos e de amônio.

1.1.4. ÓXIDOS

1.1.5. Os óxidos são compostos binários, isto é, são substâncias formadas pela combinação de dois elementos, um deles é o oxigênio (que é o mais eletronegativo entre eles).

Ex: CaO, CO2 , H2O , H2O2

Os óxidos se classificam em função do seu comportamento na presença de outros elementos como: água, bases e ácidos, sendo assim eles podem ser: básicos, ácidos, neutros, anfóteros, mistos, ou peróxidos, vejamos a diferença entre eles:

Óxidos básicos: o metal presente em sua fórmula, geralmente apresenta “carga elétrica” +1 e

+2, ou seja, possuem caráter iônico. Ex: Na2O - óxido de sódio, CaO - óxido de cálcio (cal

viva), BaO - óxido de bário (barita)

Óxidos ácidos ou anidridos: no geral são formados por ametais e, apresentam caráter

covalente.

Óxidos neutros: eles não reagem com água, ácido ou base, são covalentes, ou seja, sua

composição é de ametais.

Óxidos anfóteros: pode se apresentar de dois modos. Em presença de um ácido se

comportam como óxidos básicos, e na presença de uma base como óxidos ácidos.

Óxidos duplos ou mistos: quando dois elementos se unem e formam um óxido, esse vai ser

denominado óxido misto.

Peróxidos: possui em sua fórmula o grupo (O2) 2-.

1.2. QUESTÕES DE NOMECLATURAS E SINÔNIMOS EM QUÍMICA

NOMENCLATURA DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS

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Função Orgânica: é um conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes

(propriedades funcionais)

Grupo funcional: é o átomo ou grupo de átomos responsável(eis) pelas propriedades químicas

dos compostos pertencentes a uma determinada função química.

A nomenclatura orgânica oficial começou a ser criada em 1892 em um congresso

internacional em Genebra, após várias reuniões surgiu à nomenclatura IUPAC (União Internacional

de Química Pura e Aplicada).

A nomenclatura IUPAC obedece aos seguintes princípios:

I. Cada composto tenha um único nome que o distinga dos demais;

II. Dada a fórmula estrutural de um composto, seja possível elaborar seu nome, e vice-versa.

Obs.: Apesar de a nomenclatura IUPAC ser a oficial, existem outros tipos de nomenclatura como

por exemplo a nomenclatura usual.

A) FUNÇÃO HIDROCARBONETO (CxHy)

Os compostos pertencentes a esta função são constituídos exclusivamente por carbono e

hidrogênio, portanto possuem fórmula geral: CxHy.

Os hidrocarbonetos são muito importantes porque formam o “esqueleto” das demais funções

orgânicas.

Os Hidrocarbonetos estão divididos em várias classes, dentre as quais merecem destaque os

alcanos, alcenos (alquenos), alcinos (alquinos), alcadienos, cicloalcanos, cicloalcenos e os

hidrocarbonetos aromáticos.

B) ALCANOS OU PARAFINAS

São hidrocarbonetos saturados de cadeia aberta (acíclica). Possuem fórmula geral: CnH2n+2.

I. Fundamentos da Nomenclatura Orgânica:

PREFIXO + AFIXO + SUFIXO

Prefixo: indica o número de átomos de carbono pertencentes a cadeia principal.

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1C = met 6C = hex 11C = undec

2C = et 7C = hept 12C = dodec

3C = prop 8C = oct 13C = tridec

4C = but 9C = non 15C = pentadec

5C = pent 10C = dec 20C = eicos

Afixo ou infixo: indica o tipo de ligação entre os carbonos:

todas simples = an duas duplas = dien

uma dupla = en três duplas = trien

uma tripla = in duas triplas = diin

Sufixo: indica a função química do composto orgânico:

hidrocarboneto no

álcool ol

Aldeído al

Cetona Ona

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Ácido Óico

Amina Amina

Éter óxi

II. Nomenclatura dos Alcanos de Cadeia Normal:

Junta-se o prefixo + o infixo + o sufixo. Por exemplo: metano, etano, propano, butano,

pentano, hexano, heptano, octano, nonano, decano, undecano, dodecano etc.

III. Grupos ou Grupamentos derivados dos alcanos.

Grupamento: é a estrutura que resulta ao se retirar um ou mais átomos de uma molécula.

Grupamento alquil(a) ou alcoil(a) é o grupamento formado a partir de um alcano pela retirada

de um átomo de hidrogênio:

Obs.: Apesar da palavra radical ser muito usada ela está errada o nome correto é grupo ou

grupamento: grupo metil (correto), radical metil (errado).

IV. Nomenclatura dos Alcanos Ramificados.

Para dar nome a um alcano ramificado, basta você seguir as seguintes regras estabelecidas

pela IUPAC:

1.º considerar como cadeia principal, a cadeia carbônica mais longa possível; se há mais de

uma cadeia de mesmo comprimento, escolha como cadeia principal a mais ramificada.

2.º numere a cadeia principal de forma que as ramificações recebam os menores números

possíveis (regra dos menores números).

3.º elaborar o nome do hidrocarboneto citando as ramificações em ordem alfabética,

precedidos pelos seus números de colocação na cadeia principal e finalizar com o nome

correspondente a cadeia principal.

4.º os números são separados uns dos outros por vírgulas.

5.º os números devem ser separados das palavras por hífens.

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Obs.1: no caso de haver dois, três, quatro, etc. grupos iguais ligados na cadeia principal,

usam-se os prefixos di, tri, tetra, etc. diante dos nomes dos grupos.

Obs.2: Os prefixos di, tri, tetra, iso, sec, terc, neo não são levados em consideração na

colocação dos nomes em ordem alfabética.

C) ALCENOS OU OLEFINAS

Alcenos, alquenos, olefinas ou hidrocarbonetos etenilênicos são hidrocarbonetos de cadeia

aberta (acíclicos) contendo uma única dupla ligação. Possuem fórmula geral CnH2n .

I) Nomenclatura dos Alcenos de Cadeia Normal e de Cadeia Ramificada

É muito semelhante à nomenclatura utilizada para os alcanos. Troca-se a terminação ano do

alcano por eno.

1) A cadeia principal é a mais longa que contém a dupla ligação.

2) A numeração da cadeia principal é sempre feita a partir da extremidade mais próxima da

dupla ligação, independentemente das ramificações presentes na cadeia. No nome do

alceno a posição da dupla é dada pelo número do primeiro carbono da dupla; esse número

é escrito antes do nome do alceno.

3) Se houver mais de uma possibilidade para a cadeia principal adota-se a regra dos menores

números.

D) ALCINOS OU ALQUINOS

Alcinos, alquinos ou hidrocarbonetos acetilênicos são hidrocarbonetos acíclicos contendo

uma única ligação tripla. Possuem fórmula geral CnH2n-2.

Nomenclatura dos Alcinos de Cadeia Normal e de Cadeia Ramificada

É muito semelhante à nomenclatura utilizada para os alcanos. Troca-se a terminação ano do

alcano por ino.

1) A cadeia principal é a maior cadeia que contenha a ligação tripla.

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2) A numeração da cadeia é feita a partir da extremidade mais próxima da ligação tripla. (As

outras regras vistas para os alcenos também valem par os alcinos).

E) ALCADIENOS

São hidrocarbonetos acíclicos (abertos) contendo duas duplas ligações. Possuem fórmula

geral: CnH2n-2.

Nomenclatura dos Alcadienos de Cadeia Normal e de Cadeia Ramificada

I. A nomenclatura IUPAC é feita com a terminação DIENO.

II. A cadeia principal é a mais longa possível e deve conter as duas duplas ligações.

III. A numeração da cadeia se inicia pela extremidade mais próxima das duplas ligações de

forma que as duplas ligações fiquem com os menores números possíveis.

IV. Em caso de empate na posição das duplas ligações, deve-se numerar a cadeia de forma

que as ramificações fiquem com os menores números possíveis;

F) CICLANOS OU CICLOALCANOS OU CICLO-PARAFINAS

São hidrocarbonetos de cadeia cíclica (fechada) e saturada. Possuem fórmula geral

CnH2n onde “n” deve ser maior ou igual a 3.

Nomenclatura dos Ciclanos de Cadeia Normal e de Cadeia Ramificada

I. O nome é dado adicionando-se o prefixo CICLO ao nome do alcano correspondente;

II. Quando a cadeia for ramificada, a numeração da cadeia se inicia a partir da ramificação

mais simples e segue-se o sentido horário ou anti-horário, de maneira a se respeitar a regra dos

menores números;

III. As ramificações devem ser citadas em ordem alfabética;

G) CICLENOS OU CICLO-ALQUENOS OU CICLO-OLEFINAS

São hidrocarbonetos cíclicos com uma dupla ligação. A fórmula geral é CnH2n-2;

Nomenclatura dos Ciclenos de Cadeia Normal e de Cadeia Ramificada

I. O nome é dado adicionando-se o prefixo CICLO ao nome do alceno correspondente;

Page 14: _Apostila_química

II. Quando a cadeia for ramificada, a numeração da cadeia se inicia a partir do carbono da

ligação dupla (a dupla deve ficar entre o carbono 1 e 2) e segue-se o sentido horário ou anti-horário,

de maneira a se respeitar a regra dos menores números;

III. As ramificações devem ser citadas em ordem alfabética;

H) HIDROCARBONETO AROMÁTICO

São os hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis benzênicos, que também são

chamados de anéis aromáticos.

Nomenclatura dos Hidrocarbonetos Aromáticos

I. A nomenclatura IUPAC considera os hidrocarbonetos aromáticos como derivados do

benzeno;

II. Quando o anel benzênico possui mais de uma ramificação, a numeração da cadeia se inicia

a partir da ramificação mais simples e segue-se o sentido horário ou anti-horário, de maneira a se

respeitar a regra dos menores números;

III. Quando o anel benzênico possuir duas ramificações, iguais ou diferentes, pode-se usar a

nomenclatura orto, meta, para, ao invés de numerar o anel benzênico. A posição 1,2 passa a ser

indicada por orto ou simplesmente por “o”, a posição 1,3 passa a ser indicada por meta ou

simplesmente por “m” e finalmente a posição 1,4 passa a ser indicada por para ou simplesmente por

“p”.

IV. As ramificações devem ser citadas em ordem alfabética;

I) ÁLCOOL (R-OH) (OH ligado a carbono saturado)

Obs.: R= grupo ou grupamento orgânico; Ar = anel aromático ou anel benzênico.

Oficial (IUPAC)

I. Troca-se a terminação do hidrocarboneto correspondente por OL;

II. A cadeia principal é a maior fila de átomos de carbono que contenha a hidroxila;

III. Quando houver mais de uma possibilidade para a posição da hidroxila, esta deve ser

numerada;

IV. A numeração da hidroxila se inicia pela extremidade mais próxima da mesma;

Obs.: Em moléculas complexas a hidroxila pode ser considerada como uma ramificação

chamada: hidróxi;

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Obs.: álcoois insaturados: posição da insaturação + hidrocarboneto correspondente + posição

do OH + OL

Obs.: diálcool (terminação: DIOL); trialcool (terminação: TRIOL) etc.

Usual:

I. álcool + nome do grupo ligado a hidroxila + ICO

II. Nomenclatura de Kolbe (metanol=carbinol) e todos os demais álcoois são considerados

como seus derivados (nome dos grupamentos + carbinol).

J) ÉTER (R-O-R’ ou Ar-O-Ar ou Ar-O-Ar)

(grupo menor) ÓXI + (hidrocarboneto correspondente ao grupo maior)

Usual:

éter (grupo menor) – (grupo maior) + ICO

K) FENOL (Ar-OH)

Usa-se o prefixo HIDRÓXI;

Havendo necessidade de numeração, esta se inicia pela hidroxila e segue o sentido dos

menores números;

Obs.: O número “1″ atribuído a hidroxila pode ser omitido;

Usual:

O hidróxi-benzeno é chamado de FENOL e todos os outros fenóis são considerados como

seus derivados;

L) ALDEÍDO (H-COH ou R-COH ou Ar-COH)

Troca-se a terminação do hidrocarboneto correspondente por AL;

A numeração se inicial pelo carbono do grupo funcional;

Usual:

Os aldeídos possuem nomes usuais correspondentes aos nomes usuais dos ácidos

carboxílicos: metanal (aldeído fórmico ou formaldeído); etanal (aldeído acético ou acetaldeído);

etanodial (aldeído oxálico ou axaldeído); fenil-metanal (aldeído benzóico ou benzaldeído) etc.

M) CETONA (R-CO-R’ ou R-CO-Ar ou Ar-CO-Ar)

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Troca-se a terminação do hidrocarboneto correspondente por ONA;

A numeração da cadeia se inicia pela extremidade mais próxima da carbonila (-CO-);

Obs.: cetonas insaturadas: posição da insaturação + hidrocarboneto correspondente + posição

da carbonila + ONA;

Usual:

(grupo menor)-(grupo maior)-CETONA

N) ÁCIDO CARBOXÍLICO (H-COOH ou R-COOH ou Ar-COOH)

Troca-se a terminação do hidrocarboneto correspondente por ÓICO;

ÁCIDO + hidrocarboneto correspondente + ÓICO;

Usual:

A nomenclatura usual dos ácidos carboxílicos está relacionada com a origem do ácido ou de

suas propriedades: ácido metanóico (ácido fórmico); ácido etanóico (ácido acético); ácido

propanóico (ácido propiônico); ácido butanóico (ácido butírico); ácido etanodióico(ácido oxálico)

etc.

O) ÉSTER (H-COO-R ou R-COO-R ou Ar-COO-R ou Ar-COO-Ar)

Oficial (IUPAC):

Substitui-se a terminação ICO do ácido carboxílico correspondente por ATO e acrescenta-se

o nome do grupamento ligado ao oxigênio;

Obs.: o nome do grupamento deve terminar com ILA e não com IL. EX.: metila, etila etc.

Obs.: Um raciocínio mais fácil é acrescentar ATO ao hidrocarboneto correspondente, não

sendo assim necessário, raciocinar com o ácido carboxílico correspondente;

Usual:

Está, a exemplo dos aldeídos, baseada na nomenclatura dos ácidos carboxílicos: metanoato =

formiato; etanoato = acetato; propanoato = propionato.

P) AMINA (R-NH2 ou R-NH-R’ ou R-NR’-R”)

(grupos ligados ao N) + AMINA;

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Obs.: Os grupamentos ligados ao N devem ser colocados em ordem alfabética (a ordem

crescente de complexidade não é recomendada pela IUPAC);

Obs.: Em moléculas complexas o grupamento característico das aminas pode ser considerado

uma ramificação chamada de AMINO;

Q) AMIDA (H-CONH2 ou R-CONH2 ou Ar-CONH2; ou H-CONH-R’ ou R-CONH-R’ ou Ar-CONH-R’; ou H-CONR’-R” ou R-CONR’-R” ou Ar-CONR’-R”)

São compostos que apresentam o seguinte grupo funcional:

Troca-se a terminação ICO do ácido carboxílico correspondente por AMIDA;

Obs.: Um raciocínio mais fácil é acrescentar AMIDA ao hidrocarboneto correspondente, não sendo

assim necessário raciocinar com o ácido carboxílico correspondente; (raciocínio semelhante foi

proposto para os ésteres).

R) NITRILA (R-CN ou Ar-CN)

Dá-se o nome do hidrocarboneto correspondente, acrescentando-lhe a terminação NITRILA,

(hidrocarboneto correspondente + NITRILA);

Usual:

Cianeto de (nome do grupamento ligado ao -CN);

S) NITROCOMPOSTO (R-NO2 ou Ar-NO2)

Usa-se o prefixo NITRO antecedendo o nome do hidrocarboneto que origina o nitrocomposto

(NITRO + hidrocarboneto correspondente)

T) HALETO ORGÂNICO (Compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de

um ou mais hidrogênios por halogênios(F, Cl, Br, I).

Considera-se os haletos como derivados dos hidrocarbonetos correspondentes;

O nome do halogênio antecede ao nome do hidrocarboneto como se fosse um grupamento

qualquer;

Obs.: Se na cadeia existir apenas halogênios como ramificações, a numeração da cadeia se

inicia pela extremidade mais próxima destes, mas se existir qualquer outro grupo ligado à cadeia

Page 18: _Apostila_química

principal a numeração se inicia pela extremidade onde seja possível se obter os menores números

possíveis.

Usual:

Usam-se as palavras cloreto de, brometo de, etc., seguidas do nome do grupamento orgânico

ligado ao halogênio;

(nome do haleto) de (nome do grupo);

U) ANIDRIDO;

Os anidridos são considerados como derivados dos ácidos carboxílicos;

Nos anidridos com cadeias carbônicas iguais, deve-se mencionar o nome do ácido

correspondente, precedido da palavra ANIDRIDO;

Quando o anidrido possuir cadeias diferentes deve-se escrever primeiro o nome do menor

ácido existente;

V) SAL ORGÂNICO –

Substitui-se a terminação ICO do ácido carboxílico correspondente por ATO e acrescenta-se

o nome do metal ligado ao oxigênio;

Obs.: Um raciocínio mais fácil é acrescentar ATO ao nome do hidrocarboneto

correspondente, semelhante ao que já foi proposto para outras funções anteriores;

Usual:

Está baseada na nomenclatura usual dos ácidos carboxílicos: metanoato = formiato; etanoato

= acetato; propanoato = propionato;

X) COMPOSTOS DE GRIGNARD –

Page 19: _Apostila_química

(cloreto, brometo, iodeto) de (grupo ligado ao Mg) + Magnésio;

Grupo Funcional:

Y) ÁCIDOS SULFÔNICOS (R-SO3H ou Ar-SO3H)

ÀCIDO + (nome do hidrocarboneto correspondente) + SULFÔNICO

Ácido metanosulfônico

W) TIOL ou TIOÁLCOOL (R-SH) O oxigênio da função álcool é substituído pelo enxofre.

Obs.: o prefixo TIO indica a substituição de um oxigênio por um enxofre;

A nomenclatura é semelhante a dos álcoois correspondentes trocando-se a terminação OL por

TIOL;

Usual:

O grupo -SH é denominado MERCAPTAN: (nome do grupo) + MERCAPTAN;

Z) TIOÉTER (R-S-R’ ou Ar-S-Ar) O oxigênio da função éter é substituído pelo enxofre.

Oficial (IUPAC):

Obs.:

O prefixo TIO indica a substituição de um oxigênio por um enxofre;

A nomenclatura é semelhante a dos éteres correspondentes trocando-se a terminação ÓXI por

TIO.

1.3. REGRAS PRÁTICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM AGENTE QUÍMICO

Ao lidar com produtos químicos, a primeira providência é ler as instruções do rótulo, no

recipiente ou na embalagem, observando a classificação quanto ao risco à saúde (R) que ele oferece

e às medidas de segurança para o trabalho (S). Por exemplo: um produto químico X tem R-34 e S-

10, isto significa que ele é um produto que provoca queimaduras e que deve ser mantido úmido.

Portanto, conhecer a classificação, torna-se possível obterem-se informações quanto à forma correta

Page 20: _Apostila_química

de manipular, estocar, transportar e descartar os resíduos do produto. Referente ao transporte,

observar, também, a forma como foi acondicionado e embalado e adotar os mesmos cuidados para

realizá-lo com segurança.

1.4. CUIDADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE UMA AGENTE QUÍMICO.

A rotulagem por intermédio de símbolos e textos de avisos são precauções essenciais de

segurança.

Os rótulos ou etiquetas aplicados sobre uma embalagem devem conter em seu texto as

informações que sejam necessárias para que o produto ali contido seja tratado com toda a segurança

possível.

É perigoso reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro diferente,

ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Isto pode causar acidentes. Quando encontrar uma

embalagem sem rótulo, não tente adivinhar o que há em seu interior. Se não houver possibilidade de

identificação, descarte o produto

FACILMENTE INFLAMÁVEL (F)

Classificação: Determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior a

21°C, substâncias sólidas que são fáceis de inflamar, de continuar

queimando por si só; liberam substâncias facilmente inflamáveis por

ação da umidade.

Precaução: Evitar contato com o ar, a formação de misturas inflamáveis

gás-ar e manter afastadas de fontes de ignição.

EXTREMAMENTE INFLAMÁVEL (F+)

Classificação: Líquidos com ponto de inflamabilidade inferior a 0ºC e o

ponto máximo de ebulição 35°C; gases, misturas de gases (que estão

presentes em forma líquida) que com o ar e a pressão normal podem se

inflamar facilmente.

Precauções: Manter longe de chamas abertas e fontes de ignição.

Page 21: _Apostila_química

TÓXICOS (T)

Classificação: São agentes químicos que, ao serem introduzidos no

organismo por inalação, absorção ou ingestão, podem causar efeitos graves

e/ou mortais.

Precaução: Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar

cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou

mutagênicos.

MUITO TÓXICO (T+)

Classificação: A inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca

danos à saúde na maior parte das vezes, muito graves ou mesmo a morte.

Precaução: Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar

cuidados especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou

mutagênicos.

CORROSIVO ( C )

Classificação: Estes produtos químicos causam destruição de tecidos vivos

e/ou materiais inertes.

Precaução: Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e

vestuário.

OXIDANTE (O)

Classificação: São agentes que desprendem oxigênio e favorecem a

combustão. Podem inflamar substâncias combustíveis ou acelerar a

propagação de incêndio.

Precaução: Evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Perigo

de incêndio. O incêndio pode ser favorecido dificultando a sua extinção.

NOCIVO (XN)

Classificação: São agentes químicos que por inalação, absorção ou

ingestão, produzem efeitos de menor gravidade.

Page 22: _Apostila_química

Precaução: Evitar qualquer contato com o corpo humano, e observar cuidados especiais com

produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.

Page 23: _Apostila_química

IRRITANTE (XI)

Classificação: Este símbolo indica substâncias que podem desenvolver uma ação irritante sobre a pele, os olhos e o trato respiratório.

Precaução: Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele e os olhos.

EXPLOSIVO (E)

Classificação: São agentes químicos que pela ação de choque, percussão, fricção, produzem centelhas ou calor suficiente para iniciar um processo destrutivo através de violenta liberação de energia.

Precaução: Evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e ação do

calor.

2. ANÁLISE DE RISCO DO AGENTE QUÍMICO

2.1. GRAU DE RISCO DE UMA GENTE QUÍMICO

Classificação dos agentes químicos segundo seus graus de riscoEsta relação foi extraída da Classificação de Agentes Químicos da National Fire Protection Association - NFPA 704-m / USA. O significado dos códigos referentes às colunas - RISCOS e - CUIDADOS - estão no final da relação.

GRAU DE RISCO 1

Riscos Cuidados

Ácido cítrico 36 26 - 26

Ácido crômico 8 - 35 28

EDTA 37 22

Ácido fosfomolíbdico 8- 35 22 – 28

Page 24: _Apostila_química

Sulfato de cobre II 22 20

Nitrato de prata 34 24 - 25 – 26

Cromato de potássio 36 - 37 - 38 22 – 28

GRAU DE RISCO 2

Riscos Cuidados

Ácido nítrico fumegante 8 - 35 23 - 26 - 36

Ácido sulfanílico 20 - 21 - 22 25 – 28

Amoníaco 25% 36 - 37 -38 26

Anidrido acético 10 - 34 26

Anidrido carbônico 2 3 - 4 - 7 - 34

Sulfato de cádmio 23 - 25 - 33 - 40 13 - 22 - 44

Cianetos 26 - 27 - 28 - 32 1 - 7 - 28 - 29 - 45

Formalina 23 - 24 - 25 - 43 28

Nitrogênio – gás 2 3 - 4 - 7 - 34

Page 25: _Apostila_química

O-toluidina 20 - 21 24 – 25

Oxigênio – gás 2 - 8 - 9 3 - 4 - 7 - 18 - 34

Timerosal 26 - 27 - 28 - 33 13 - 28 - 36 - 45

GRAU DE RISCO 3

Riscos Cuidados

Acetato de etila 11 16 - 23 - 29 - 33

Acetato de butila 11 9 - 16 - 23 - 33

Acetona 11 9 - 16 - 23 - 33

Ácido clorídrico 34 - 37 26

Ácido fórmico 35 23 - 26

Ácido lático 34 26 - 28

Ácido perclórico 5 - 8 - 35 23 - 26 - 36

Ácido sulfúrico 35 26 - 30

Ácido tricloroacético 35 24 - 25 - 26

Acrilamida 23 - 24 - 25 - 33 27 - 44

Page 26: _Apostila_química

Álcool etílico 11 9 - 16 - 23 - 33 - 7

Álcool isobutílico 10 - 20 16

Álcool metílico 11- 23 - 25 7 - 16 - 24

Amoníaco 10 - 23 7 - 9 - 16 - 38

Anilina 23 - 24 - 25 - 33 28 - 36 - 37 - 44

Benzeno 11 - 23 - 24 - 39 9 - 16 - 29

Tetracloreto de carbono 26 - 27 - 40 38 - 45

Clorofórmio 20 24 - 25

Fenol 24 - 25 - 34 28 - 44

Nitrobenzeno 26 - 27 - 28 - 33 28 - 36 - 37 - 45

Ozônio 9 - 23 17 - 23 - 24

Dicromato de potássio 36 - 37 - 38 - 43 22 - 28

Hidróxido de potássio 35 26 - 37 - 39

Permanganato de potássio

8 - 20 - 21 - 22 23 - 42

Tolueno 11 - 20 16 - 29 - 33

Xileno 10 - 20 24 - 25

Page 27: _Apostila_química

GRAU DE RISCO 4

Riscos Cuidados

Acetileno 5 - 6 - 12 9 - 16 – 33

Ácido acético 10 - 35 23 – 26

Ácido fluorídrico 26 - 27 - 28 - 35 7 - 9 - 26 - 36 - 37

Ácido pícrico 2 - 4 - 23 - 24 - 25 28 - 35 - 37 - 44

Ácido sulfídrico 13 - 26 7 - 9 - 25 - 45

Azida sódica 28 - 32 28

Riscos Cuidados

Page 28: _Apostila_química

Códigos de risco - normas "R"

1. Risco de explosão em estado seco

2. Risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição

3. Grave risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição

4. Forma compostos metálicos explosivos

5. Perigo de explosão pela ação do calor

6. Perigo de explosão com ou sem contato com o ar

7. Pode provocar incêndios

8. Perigo de fogo em contato com substâncias combustíveis

9. Perigo de explosão em contato com substâncias combustíveis

10. Inflamável

11. Muito inflamável

12. Extremamente inflamável

13. Gás extremamente inflamável

14. Reage violentamente com a água

15. Reage com água produzindo gases muito inflamáveis

16. Risco de explosão em mistura com substâncias oxidantes

17. Inflama-se espontaneamente ao ar

18. Pode formar misturas vapor-ar explosivas

19. Pode formar peróxidos explosivos

20. Nocivo por inalação

21. Nocivo em contato com a pele

22. Nocivo por ingestão

23. Tóxico por inalação

24. Tóxico em contato com a pele

25. Tóxico por ingestão

26. Muito tóxico por inalação

27. Muito tóxico em contato com a pele

Page 29: _Apostila_química

28. Muito tóxico por ingestão

29. Libera gases tóxicos em contato com a água

30. Pode inflamar-se durante o uso

31. Libera gases tóxicos em contato com ácidos

32. Libera gases muito tóxicos em contato com ácidos

33. Perigo de efeitos acumulativos

34. Provoca queimaduras

35. Provoca graves queimaduras

36. Irrita os olhos

37. Irrita o sistema respiratório

38. Irrita a pele

39. Risco de efeitos irreversíveis

40. Probabilidade de efeitos irreversíveis

41. Risco de grave lesão aos olhos

42. Probabilidade de sensibilização por inalação

43. Probabilidade de sensibilização por contato com a pele

44. Risco de explosão por aquecimento em ambiente fechado

45. Pode provocar câncer

46. Pode provocar dano genético hereditário

47. Pode provocar efeitos teratogênicos

48. Risco de sério dano à saúde por exposição prolongada  

Códigos de cuidados - normas "S"

1. Manter fechado

2. Manter fora do alcance das crianças

3. Manter em local fresco

4. Guardar fora de locais habitados

5. Manter em ...(líquido inerte especificado pelo fabricante)

6. Manter em ...(gás inerte especificado pelo fabricante)

7. Manter o recipiente bem fechado

Page 30: _Apostila_química

8. Manter o recipiente em local seco

9. Manter o recipiente em local ventilado

10. Manter o produto em estado úmido

11. Evitar o contato com o ar

12. Não fechar hermeticamente o recipiente

13. Manter afastado de alimentos

14. Manter afastado de ...(substâncias incompatíveis)

15. Manter afastado do calor

16. Manter afastado de fontes de ignição

17. Manter afastado de materiais combustíveis

18. Manipular o recipiente com cuidado

19. Não comer nem beber durante a manipulação

20. Evitar contato com alimentos

21. Não fumar durante a manipulação

22. Evitar respirar o pó

23. Evitar respirar os vapores

24. Evitar o contato com a pele

25. Evitar o contato com os olhos

26. Em caso de contato com os olhos, lavar com bastante água

27. Tirar imediatamente a roupa contaminada

28. Em caso de contato com a pele, lavar com ...(especificado pelo fabricante)

29. Não descartar resíduos na pia

30. Nunca verter água sobre o produto

31. Manter afastado de materiais explosivos

32. Manter afastado de ácidos e não descartar na pia

33. Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas

34. Evitar choque e fricção

35. Tomar cuidados para o descarte

36. Usar roupa de proteção durante a manipulação

Page 31: _Apostila_química

37. Usar luvas de proteção apropriadas

38. Usar equipamento de respiração adequado

39. Proteger os olhos e rosto

40. Limpar corretamente os pisos e objetos contaminados

41. Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos

42. Usar equipamento de respiração adequado (fumigações)

43. Usar o extintor correto em caso de incêndio

44. Em caso de mal-estar, procurar um médico

45. Em caso de acidente, procurar um médico

46. Em caso de ingestão, procurar imediatamente um médico, levando o rótulo do frasco ou o conteúdo

47. Não ultrapassar a temperatura especificada

48. Manter úmido com o produto especificado pelo fabricante

49. Não passar para outro frasco

50. Não misturar com ...(especificado pelo fabricante)

51. Usar em áreas ventiladas

52. Não recomendável para uso interior em áreas de grande superfície.

2.2. RISCO QUÍMICO:

É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos que

podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à exposição

química inclui, desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de

maior severidade, causado por incêndio ou explosão. Os danos à saúde pode advir de exposição de

curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos,

bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas, doenças do

sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer.

Agentes de Risco Químico:

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases,

neblinas, nevoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter

contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Page 32: _Apostila_química

3. MEIO DE PROPAGAÇÃO

3.1. EXPOSIÇÃO AÉREA, DERMAL E DIGESTIVA

VIAS DE ENTRADA

O homem frente a um meio natural está protegido eficazmente por meio da pele que o cobre

totalmente. A pele é considerada como um verdadeiro órgão, e como tal, tem funções especificas,

uma delas é a produzir compostos que anulam a ação de agressivos químicos e microbianos. Nas

aberturas naturais do corpo, a pele troca de aspecto e recebe o nome de mucosa. A propriedade da

pele nas mencionadas aberturas, são caminhos de entrada de agressivos.

Assim pois, existem quatro vias fundamentais de entradas:

• pele

• nariz – sistema respiratório

• boca - sistema digestivo

• parenteral- lesão de pele

A pele perde sua continuidade nos olhos, que também se pode considerar uma via de penetração.

PENETRAÇÃO PELA PELE

A pele se compõe de duas partes: epiderme e derme, a primeira está situada na superfície e a

derme na camada mais profunda.

Na pele se distinguem três classes de órgãos: pêlos, glândulas e corpúsculos sensitivos.

As glândulas podem ser: sebáceas, sudoríparas e mamarias.

As glândulas sebáceas impregnam a pele formando uma película lipídica que proporcionará

flexibilidade e proteção.

As glândulas sudoríparas, segregam suor, em função excretora e refrigerante.

Um tóxico frente a uma pele, pode atuar das seguintes formas:

1° Reação direta: por exemplo produtos cáusticos.

Page 33: _Apostila_química

2° Penetração: lesão mecânica, dissolução em alguns dos meios líquidos superficiais, filtração

pelos poros, canais, etc.

Levando em conta a composição química da pele, em torno de 70% de água e a natureza

altamente hidrófila dos produtos cáusticos: ácidos, bases, etc., a ação desses se localiza lesando em

forma de queimaduras e proporcionando a entrada de outros tóxicos.

PENETRAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA

É a via mais importante da toxicologia industrial, uma vez ser necessário a inalação de ar para

o funcionamento normal do organismo, e o contaminante que o acompanha penetra facilmente ,

possibilitando o contato do tóxico com zonas muito vascularizadas, onde irá se realizar os

intercâmbios sangue-ar, nos alvéolos pulmonares.

PENETRAÇÃO POR VIA DIGESTIVA

A proteção no sistema respiratório proporcionada pelos tecidos ciliados frente a partículas,

fazia que estas se transferissem para o sistema digestivo.

Na digestão, os ácidos biliares contribuem para desagregar a matéria particulada e a solubilidade

dos compostos metálicos, facilitará a absorção posterior do tóxico.

3.2. VOLATILIDADE, PRESSÃO DE VAPOR E ODOR

Em ciências como a química e física, o termo volatilidade se refere a uma grandeza que está

relacionada à facilidade da substância de passar do estado líquido ao estado de vapor ou gasoso.

Essa facilidade depende do referencial; por isso, a volatilidade é sempre relativa: leva em conta

duas substâncias, sendo uma delas a substância, digamos, "referencial".

A volatilidade relativa entre uma substância A e uma substância B é definida da seguinte

forma:

[1]

Onde:

αAB Volatilidade relativa entre A e B

Page 34: _Apostila_química

yAe,yBe

Frações molares de A e B,

respectivamente, na fase vapor em

equilíbrio com a fase líquida

xAe,xBe

Frações molares de A e B, respectivamente, na fase líquida em

equilíbrio com a fase vapor

Volatilidade relativa abaixo de um (αAB < 1) indica que B é mais volátil que A; caso contrário,

se a volatilidade relativa é maior que um (αAB > 1), A é mais volátil que B.

Caso a fase líquida seja uma mistura ideal, pode-se admitir a lei de Raoult como válida:

[2]

[3]

Onde:

pA, pB Pressões parciais de A e B, respectivamente

PAsat,PB

sat Pressões de vapor de A e B, respectivamente

xA,xB

Frações molares de A e B, respectivamente,

na fase líquida

Se a fase vapor for um gás ideal, vale a lei de Dalton:

[4]

[5]

Onde:

yA, yB

frações molares de A e B,

respectivamente, na fase vapor

Page 35: _Apostila_química

P pressão total do sistema

Page 36: _Apostila_química

Substituindo [2] em [4] e [3] em [5], ficamos com:

Substituindo as duas equações anteriores em [1], obtemos:

Ou seja, em casos de equilíbrio líquido-vapor "totalmente ideais", a volatilidade relativa entre

duas substâncias em uma mistura é uma simples relação de pressões de vapor.

Embora a pressão de vapor seja fortemente dependente da temperatura, a razão entre pressões

de vapor é muito menos dependente da temperatura, o que faz da volatilidade relativa um bom

candidato para os cálculos de equilíbrio líquido-vapor em processos de purificação contínua por

destilação

Pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio dinâmico

com o líquido que lhe deu origem, ou seja, a quantidade de líquido (solução) que evapora é a

mesma que se condensa. A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um

líquido. Quanto maior for a sua pressão de vapor, mais volátil será o líquido, e menor será sua

temperatura de ebulição relativamente a outros líquidos com menor pressão de vapor à mesma

temperatura de referência.

A pressão de vapor é uma propriedade física que depende intimamente do valor da

temperatura. Qualquer que seja a temperatura, a tendência é de o líquido se vaporizar até atingir

equilíbrio termodinâmico com o vapor; em termos cinéticos, esse equilíbrio se manifesta quando a

taxa de líquido vaporizado é igual à taxa de vapor condensado. Uma substância líquida entra em

ebulição quando a pressão do sistema ao qual faz parte atinge a pressão de vapor dessa substância.

Esse ponto recebe o nome de ponto de ebulição ou temperatura de ebulição. O ponto de ebulição

normal é a temperatura de ebulição da substância à pressão de uma atmosfera

Elevação ebulioscópica e depressão crioscópica

Page 37: _Apostila_química

Elevação ebulioscópica é uma propriedade coligativa que resulta do abaixamento da pressão

de vapor pela dissolução de um soluto involátil num dado solvente. A elevação ebulioscópica

depende da composição quantitativa da solução e da natureza do solvente, podendo ser expressa

por:

Te = ke m- Te (solução) – Te (solvente puro) = ke nsoluto / msolvente em que a massa do solvente vem

expressa em kg, sendo ke a constante ebulioscópica do solvente.

Analogamente a depressão crioscópica é uma propriedade coligativa e traduz a necessidade de

se provocar um maior arrefecimento para congelar uma solução de um soluto involátil do que para

se congelar o solvente puro:

Tc = kc m Tc (solvente puro) – Tc (solução) = kc nsoluto / msolvente em que a massa do solvente vem

expressa em kg, sendo kc a constante crioscópica do solvente

Olfato

O odor é aquilo que é percebido pelas células olfativas. É odorante toda substância capaz de

provocar a percepção olfativa, ao passo que inodoro é tudo aquilo que não possui esta capacidade.

Tem como sinônimo poético a variante olor. Ao estudo do odor dá-se o nome de osmologia.

Tipos de odores

Os odores podem ser classificados em agradáveis, e estudados pela perfumaria, por exemplo,

e desagradáveis, como os que são controlados por substâncias desodorantes. Afora o critério

subjetivo, os odores podem também constituir grupos consoante os efeitos que provocam, como os

feromônios ou hormônios sexuais, que ativam a libido pela excitação provocada pelo aroma.

Papel biológico do odor

A percepção dos cheiros tem importante papel na evolução das espécies: é através dos odores

que muitos animais captam a presença da fêmea, de inimigos ou das presas, sendo bastante

desenvolvidos nos carnívoros a sua percepção - sendo, por isto, ditos

osmáticos.Algumas espécies como as mariposas, possuem em suas antenas

órgãos perceptores dos aromas, em especial dos feromônios das fêmeas.

Pelo odor, as flores atraem insetos a fim de possibilitar sua fecundação,

bem como percepção similar possuem certos peixes para captar a presença de sangue na água, como

os tubarões.

Page 38: _Apostila_química

4. REAÇÕES QUÍMICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

4.1. MISTURA DE PRODUTOS SIMPLES E COMPOSTO

Uma mistura é constituída por duas ou mais substâncias puras, sejam elas simples ou

compostas. As proporções entre os constituintes de uma mistura podem ser alterados por processos

químicos, como a destilação. Todas as substâncias que compartilham um mesmo SISTEMA,

portanto, constituem uma mistura. Não se pode, entretanto, confundir misturar com dissolver. Água

e óleo, por exemplo, misturam-se mas não se dissolvem. Isso torna o sistema água + óleo uma

mistura, não uma solução.

Existem três tipos fundamentais de misturas: as homogêneas (homo: igual), as heterogêneas

(hetero: diferente) e as coloidais.

Mistura homogênea

A mistura homogênea é aquela cujas substâncias constituintes não podem ser identificadas,

pois possuem as mesmas propriedades em toda a sua extensão. Tais substâncias sofrem dissolução,

ou seja, a sua mistura produz somente uma fase. Isso quer dizer que toda mistura homogênea é uma

solução, ou seja, mistura homogênea é um conjunto de substâncias solúveis entre si. Um exemplo é

a mistura da água com álcool: quando misturadas essas duas substâncias é impossível distinguir

uma da outra. Outro exemplo é a mistura de água e sal de cozinha, seguindo o mesmo padrão da

mistura anterior.

Misturas coloidais é quando só se consegue distinguir os seus componentes a olho nu.

Gases formam misturas homogêneas exceto quando suas densidades são muito diferentes,

como o hexafluoreto de urânio (UF6) com hélio (He)

Misturas heterogêneas

Uma mistura é dita heterogénea quando apresenta duas ou mais fases e os componentes da

mistura são perceptíveis. Observação: a visualização não é, necessariamente, a olho nu. As fases de

uma mistura heterogênea podem ser detectadas no microscópio ou separadas em uma centrífuga.

Como exemplos têm-se o sangue e o leite.

Misturas Azeotrópicas e Eutéticas

Algumas misturas apresentam características iguais às de elementos ou compostos químicos

na hora da ebulição ou de fusão.

Page 39: _Apostila_química

Mistura Azeotrópica

Misturas Azeotrópicas são misturas em que o ponto de ebulição não se altera, em temperatura constante, comportando-se como um composto químico ou um elemento. Esse tipo de mistura acontece quando o ponto de ebulição atinge o patamar.É muito comum entre líquidos.

Ex.: O álcool hidratado é uma mistura azeotrópica, isso se deve porque esse álcool está misturado à água em uma proporção onde é impossível separar pela ebulição, já que a temperatura se mantém constante.

PE = 78,5°C; PF = -177°C; P = 0,79g/cm³ são os pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) do álcool.

Misturas Eutéticas

Misturas Eutéticas são misturas em que o ponto de fusão dos elementos que a compõem são

muito parecidos. Isso é muito comum em misturas entre metais. Ex.: o bronze é uma mistura de

cobre com o estanho, impossível separar por fusão.

4.2. REAÇÃO QUÍMICA

Uma reação química é uma transformação da matéria na qual ocorrem mudanças qualitativas

na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um ou mais produtos.

Envolve mudanças relacionadas à mudança nas conectividades entre os átomos ou íons, na

geometria das moléculas das espécies reagentes ou ainda na interconversão entre dois tipos de

isômeros. Resumidamente, pode-se afirmar que uma reacção química é uma transformação da

matéria em que pelo menos uma ligação química é criada ou desfeita.

Características

Um aspecto importante sobre uma reação química é a conservação da massa e o número de

espécies químicas microscópicas (átomos e íons) presentes antes e depois da ocorrência da reação.

Essas leis de conservação se manifestam macroscopicamente sob a forma das leis de Lavoisier, de

Proust e de Dalton. De fato, essas leis, no modelo atômico de Dalton, se justificariam pelas leis de

Page 40: _Apostila_química

conservação acima explicitadas e pelo fato de os átomos apresentarem valências bem definidas. Ao

conjunto das características e relações quantitativas dos números de espécies químicas presentes

numa reação dá-se o nome de estequiometria.

Deve-se salientar que uma ligação química ocore devido a interaçoes entre as nuvens

eletrônicas dos átomos, e que então reação química apenas envolve mudanças nas eletrosferas. No

caso de ocorrer mudanças nos núcleos atômicos teremos uma reação nuclear. Ao passo que nas

reações químicas a quantidade e os tipos de átomos sejam os mesmos nos reagentes e produtos, na

reação nuclear, as partículas subatômicas são liberada, o que causa redução de sua massa, sendo

este um fato relacionado à existência de elementos isóbaros, isótonos e isótopos entre si.

Um exemplo de uma reação quimica é que (ambos os regentes em solução aquosa):

NaCl + AgNO3 → NaNO3 + AgCl

Nesta reação química, ao passo que o NaNO3 permanece em solução, formou-se uma ligação

entre a prata (Ag) e o cloro (Cl) o que resultou em um produto sólido de cloreto de prata (AgCl),

pode-se então dizer que houve uma reação química.

Causas das reações químicas

O acontecimento de reações deve-se a fatores termodinâmicos e cinéticos.

Termodinâmica

Quanto à termodinâmica, o acontecimento de uma reação é favorecido com o aumento da

entropia e a diminuição da energia. Essas duas grandezas se cooperam nesse caso de acordo com a

seguinte equação:

ΔG = ΔH - T.ΔS (para sistemas a pressão constante)

ΔA = ΔU - T.ΔS (para sistemas a volume constante)

Onde T é a temperatura em kelvin, ΔH é a variação da entalpia (que é igual a energia

absorvida ou liberada em pressão constante) entre os reagentes e os produtos, ΔU é variação da

energia interna (que é igual a energia absorvida ou liberada a volume constante) entre eles, ΔS é a

variação da entropia entre os mesmos, ΔG é uma grandeza chamada de energia livre de Gibbs e ΔA

é uma grandeza chamada de energia de Helmholtz.

Se ΔA e ΔG forem maiores que zero em dadas condições, a reação é dita como não

espontânea nessas condições, e ela ocorre ou não ocorre em escala apreciável. Na situação de ΔA e

ΔG iguais a zero teremos um equilíbrio químico.

Page 41: _Apostila_química

Caso ΔA e ΔG sejam menores que zero em dadas condições, dizemos que a reação é

termodinamicamente favorável nestas condições, ou seja, ela é espontânea. Contudo é importante

notar que uma reação ser espontânea não necessariamente significa que ela ocorra rapidamente.

Cinética

Nesse ponto, entram os fatores cinéticos. Para que uma reação ocorra é necessário que antes,

os reagentes superem uma certa barreira de energia, e quanto maior for essa barreira mais difícil

será a reação ocorrer e mais lenta ela será. Dessa forma, uma reação termodinamicamente favorável

pode ocorrer de forma extremamente lenta ou acabar nem sendo observada em um intervalo de

tempo consideravelmente grande; então se diz que a reação é cineticamente desfavorável. Um bom

exemplo disso é o carvão e o diamante, que são duas formas diferentes de carbono (alótropos); em

condições normais a transformação de diamante a carvão é termodinamicamente favorável porém

cineticamente desfavorável, o que faz com que fossem necessários centenas ou milhares de anos

para se observar alguma mudança em um diamante. É preciso entender que uma reação para ser

cineticamente viável, necessita primeiramente ser termodinamicamente possível

Tipos De Reações Químicas Mais Importantes

Reação de Síntese ou Combinação Direta é a reação onde duas ou mais substâncias se

combinam diretamente para formar um novo composto químico.

Fórmula Geral: A + B ---> AB

Exemplo: Fe + S ---> FeS

i.e., Ferro + Enxofre ---> Sulfeto de Ferro

Reação de Decomposição é a reação onde um composto químico se quebra (decompõe) em

duas ou mais substâncias. Se a decomposição requer uma fonte de calor, a mesma é chamada

decomposição térmica.

Fórmula Geral: AB ---> A + B

Exemplo: ZnCO3 ---> ZnO + CO2

i.e., Carbonato de Zinco (+ Calor) ---> Óxido de Zinco + Dióxido de Carbono

Reação de Simples Troca é a reação onde um elemento substitui outro em um composto

químico para produzir um novo composto e o elemento deslocado.

Page 42: _Apostila_química

Fórmula Geral: A + BC ---> AC + B

Exemplo: Fe + CuSO4 ---> FeSO4 + Cu

i.e., Ferro + Sulfato de Cobre ---> Sulfato de Ferro + Cobre

Reação de Dupla Troca é a reação onde dois compostos químicos trocam seus radicais para

formar dois novos compostos.

Fórmula Geral: AB + CD ---> AD + CB

Exemplo: KCl + AgNO3 ---> KNO3 + AgCl

i.e., Cloreto de Potássio + Nitrato de Prata ---> Nitrato de Potássio + Cloreto de Prata

4.3 EQUILIBRIO QUÍMICO

Um equilíbrio químico é a situação em que a proporção entre as quantidades de reagentes e

produtos em uma reação química se mantém constante ao longo do tempo. Foi estudado pela

primeira vez pelo quimico francês Claude Louis Berthollet em seu livro Essai de statique chimique

de 1803.

Ao menos teoricamente, toda a reação química ocorre nos dois sentidos: de reagentes se

transformando em produtos e de produtos se transformando de volta em reagentes. Contudo em

certas reações, como a de combustão, virtualmente 100% dos reagentes são convertidos em

produtos, e não se observa o contrário ocorrer (ou pelo menos não em escala mensurável); tais

reações são chamadas de irreversíveis. Há também uma série de reações nas quais logo que uma

certa quantidade de produto(s) é formada, este(s) torna(m) a dar origem ao(s) reagente(s); essas

reações possuem o nome de reversíveis. O conceito de equilíbrio químico praticamente restringe-se

às reações reversíveis.

Reversibilidade de reações químicas

Um exemplo de reação reversível é a da produção da amônia (NH3), a partir do gás

hidrogênio (H2) e do gás nitrogênio (N2) — que faz parte do Processo de Haber:

N2(g) + 3H2(g) ⇌ 2NH3(g)

Note-se que a seta dupla (⇌) significa que a reação ocorre nos dois sentidos, e que o subscrito

(g) indica que a substância se encontra na fase gasosa.

Nesta reação, quando as moléculas de nitrogênio e as de hidrogênio colidem entre si há uma

certa chance da reação entre elas ocorrer, assim como quando moléculas de amônia colidem entre si

há uma certa chance de elas se dissociarem e de se reorganizarem em H2 e N2.

Page 43: _Apostila_química

No início do processo, quando há apenas uma mistura de hidrogênio e nitrogênio, as chances

das moléculas dos reagentes (H2 e N2) colidirem umas com as outras é a máxima de toda a reação, o

que fará com que a taxa (ou velocidade) com que a reação ocorre também o seja. Porém à medida

com que a reação se processa o número de moléculas de hidrogênio e de nitrogênio diminui,

reduzindo dessa forma as chances de elas colidirem entre si e, conseqüêntemente, a velocidade

desse sentido da reação. Por outro lado, com o avançar da reação, o número de moléculas de amônia

vai aumentando, o que faz com que cresçam as chances de elas colidirem e de se voltar a formar

hidrogênio e nitrogênio, elevando assim a velocidade desse sentido da reação. Por fim chegará um

momento em que tanto a velocidade de um dos sentidos quanto a do outro serão idênticas, nesse

ponto nenhuma das velocidades variará mais (se forem mantidas as condições do sistema onde a

reação se processa) e ter-se-á atingido o equilíbrio químico, conforme ilustrado nas figuras abaixo:

Velocidade das reações direta e inversa em

função do tempo

Concentração das substâncias envolvidas em

função do tempo

Um raciocínio similar, em princípio, pode ser aplicado para qualquer equilíbrio.

Deve-se salientar que quando uma reação atinge o equilíbrio ela não pára. Ela continua se

processando, porém tanto a reação direta como a inversa ocorrem à mesma velocidade, e desse jeito

a proporção entre os reagentes e os produtos não varia . Por outras palavras, estamos na presença de

um equilíbrio dinâmico (e não de um equilíbrio estático).

Constante de equilíbrio

"Por exemplo, a constante dessa reação na temperatura de 1000 K é 0,0413 L/mol (é comum

se observar a omissão da unidade da constante, uma vez que sua unidade pode variar de equilíbrio

para equilíbrio)."

Uma vez atingido o equilíbrio a proporção entre os reagentes e os produtos não é

necessariamente de 1:1 (lê-se um para um). Essa proporção é descrita por meio de uma relação

matemática, mostrada a seguir:

Page 44: _Apostila_química

Dada a reação genérica:

aA + bB ⇌ yY + zZ ,

onde A, B, Y e Z representam as espécies químicas envolvidas e a, b, y e z os seus respectivos

coeficientes estequiométricos. A fórmula que descreve a proporção no equilíbrio entre as espécies

envolvidas é:

Os colchetes representam o valor da concentração (normalmente em mol/L) da espécie que

está simbolizada dentro dele ([A] = concentração da espécie A, e assim por diante). Kc é uma

grandeza chamada de constante de equilíbrio da reação. Cada reação de equilíbrio possui a sua

constante, a qual sempre possui o mesmo valor para uma mesma temperatura. De um modo geral, a

constante de equilíbrio de uma reação qualquer é calculada dividindo-se a multiplicação das

concentrações dos produtos (cada uma elevada ao seu respectivo coeficiente estequiométrico) pela

multiplicação das concentrações dos reagentes (cada uma elevada ao seu relativo coeficiente

estequiométrico).

Um exemplo disso é a formação do trióxido de enxofre (SO3) a partir do gás oxigênio (O2) e

do dióxido de enxofre (SO2(g)) — uma etapa do processo de fabricação do ácido sulfúrico:

2SO2(g) + O2(g) ⇌ 2SO3(g)

A constante de equilíbrio desta reação é dada por:

É possível determinar experimentalmente o valor da constante de equilíbrio para uma dada

temperatura. Por exemplo, a constante dessa reação na temperatura de 1000 K é 0,0413 mol/L (é

comum observar a omissão da unidade da constante, uma vez que sua unidade pode variar de

equilíbrio para equilíbrio). A partir dela, dada uma certa quantidade conhecida de produtos

adicionados inicialmente em um sistema nessa temperatura, é possível calcular por meio da fórmula

da constante qual será a concentração de todas as substâncias quando o equilíbrio for atingido.

Page 45: _Apostila_química

Constante para a soma de reações

Se uma reação química pode ser expressa pela soma de duas ou mais reações (ou etapas individuais),

então a constante de equilíbrio da reação global será a multiplicação das constantes de cada uma das

reações individuais.

2P(g) + 3Cl2(g) ⇌ 2PCl3(g)

PCl3(g) + Cl2(g) ⇌ PCl5(g)

2P(g) + 5Cl2(g) ⇌ 2PCl5(g)

Neste caso, a terceira reação é igual à soma da primeira mais duas vezes a segunda:

+º 

2P(g) + 3Cl2(g) ⇌ 2PCl3(g)

PCl3(g) + Cl2(g) ⇌ PCl5(g)

PCl3(g) + Cl2(g) ⇌ PCl5(g)

2P(g) + 5Cl2(g) ⇌ 2PCl5(g)

E a sua constante de equilíbrio pode ser expressa por:

Pode se perceber que caso uma reação apareça duas ou mais vezes na soma, ela aparece esse mesmo

número de vezes na multiplicação.

Relação entre a velocidade da reação e a constante de equilíbrio

Conforme já mencionado, no equilíbrio a velocidade tanto da reação inversa quanto a da

direta são iguais. Por sua vez, a velocidade de uma reação depende de uma outra constante chamada

de constante de velocidade (simbolizada aqui por k); e é possível encontrar uma relação entre as

constantes de velocidade das reações direta e indireta, e a constante de equilíbrio.

Page 46: _Apostila_química

Para demonstrar isso, considere-se o seguinte equilíbrio genérico (supondo que as suas reações

ocorram cada qual em uma única etapa):

2A ⇌ X + Y

Agora vejamos as duas reações que ocorrem nele, juntamente com a expressão de suas

respectivas velocidades (r):

2A → X + Y

X + Y → 2A

É importante frisar que o expoente que eleva as concentrações das espécies na fórmula da

velocidade não necessariamente é igual ao respectivo coeficiente estequiométrico da espécie na

reação, contudo o expoente certamente será assim se a reação se processar em uma única etapa

(conforme se está considerando nessa situação).

Uma vez que as velocidades de ambas as reações são idênticas no equilíbrio, pode-se igualá-

las:

Rearranjando a equação, tem-se:

Observemos que a expressão do membro esquerdo é idêntica à fórmula do equilíbrio dessa

reação. Então podemos escrever:

Esta relação é válida para qualquer equilíbrio cujas reações ocorram em uma única etapa, o

que pode ser facilmente constatado por essa mesma dedução para outros equilíbrios.

No caso de as reações se processarem em mais de uma etapa, basta lembrar que a reação

global nada mais é que a soma das reações de cada etapa. Para cada uma das etapas pode-se fazer

essa mesma dedução, e então somar cada reação (o que significa multiplicar as suas constantes).

Dessa forma teremos para uma reação de múltiplas etapas:

Page 47: _Apostila_química

Sendo k1, k'1, k2, k'2 e assim por diante as constantes de velocidades de cada etapa.

Equilíbrio heterogêneo

Quando todas as substâncias envolvidas no equilíbrio se encontram no mesmo estado físico

diz-se que temos um equilíbrio homogêneo, que é o caso de todos os equilíbrios apresentados aqui

até então. Analogamente, os equilíbrios onde estão envolvidas mais de uma fase são chamados de

equilíbrios heterogêneos, como o seguinte:

Ni(s) + 4CO(g) ⇌ Ni(CO)4(g)

Note-se que o subscrito (s) significa que a espécie se encontra no estado sólido. Equilíbrios

heterogêneos, como este, freqüentemente apresentam ao menos um sólido puro ou um líquido puro.

Na expressão da constante de equilíbrio temos as concentrações das espécies envolvidas. A

concentração pode ser calculada dividindo-se o número de mols da substância pelo volume que ela

ocupa. O número de mols representa a quantidade de matéria e, por isso, ele é proporcional a massa;

assim o número de mols dividido pelo volume é proporcional à massa dividida pelo volume.

A densidade de algo é justamente calculada dividindo-se a sua massa pelo seu volume

ocupado. No caso de uma substância pura, toda a sua massa corresponde à de uma única substância,

e assim a sua "concentração" do seu número de mols dividido pelo volume é proporcional a sua

densidade (massa dividida pelo volume).

A densidade de uma dada substância em dadas condições é uma propriedade intensiva, ou

seja, é a mesma independentemente do quanto dessa substância houver. Dessa forma pode-se

concluir que a concentração de um sólido ou um líquido puro (que são virtualmente icompressíveis)

é a mesma independentemente de quanto houver deles (já um gás, que pode ser comprimido sem

dificuldade, tem a sua concentração variada facilmente). Por essa razão se simplifica as expressões

das constantes de equilíbrio omitindo-se a concentração de sólidos e líquidos puros.

Com isso, a expressão para a constante do último equilíbrio apresentado fica:

Page 48: _Apostila_química

Equilíbrio gasoso

Pela equação dos gases perfeitos tem-se que para cada gás de uma mistura gasosa:

,

onde Px é a pressão parcial de um gás x qualquer (ou seja, a pressão que ele teria caso

estivesse apenas ele no recipiente), V é o volume ocupado pela mistura, nx é o número de mols do

gás, R é a constante dos gases perfeitos, e T a temperatura em kelvin.

Rearranjando a equação, teremos:

O membro esquerdo (nx/V) é a fórmula para o cálculo da concentração molar do gás. A

constante R é sempre a mesma e a temperatura T não varia em um sistema que permanece em

equilíbrio químico, assim o único fator que pode variar na equação em um equilíbrio é a pressão

parcial Px. Dessa forma pode-se dizer que a concentração do gás é proporcional à sua pressão

parcial.

Com base nisso, também é possível escrever a fórmula da constante de equilíbrio usando-se as

pressões parciais dos gases envolvidos, no lugar de suas concentrações. Por exemplo:

H2(g) + I2(g) = 2HI(g)

Observe-se que agora a constante de equilíbrio está representada por Kp, em vez de Kc

(quando o cálculo foi feito usando-se as concentrações dos gases). Essas duas constantes para um

mesmo caso possuem valores diferentes uma da outra, então é importante especificar qual das duas

se está usando quando se está lidando com um equilíbrio.

Adição ou remoção de reagentes (Não serve para sólidos)

Ao se alterar a quantidade de uma substância, também se está mexendo na velocidade em que

a reação se processa (pois se estará mudando as chances de as substâncias reagirem entre si). Dessa

forma, a velocidade das reações direta e inversa deixa de ser igual: se uma substância foi retirada de

uma das reações, essa passará a ser mais lenta; e, analogamente, ela passará a ser mais rápida se

Page 49: _Apostila_química

uma substância for adicionada a ela. Assim ocorre que se algo for acrescentado, o equilíbrio tende a

reduzir a quantidade dessa substância e vice-versa.

Tal resposta do equilíbrio pode ser sumarizada pelo assim chamado Princípio de Le Chatelier:

Quando um stress é aplicado a um sistema em equilíbrio dinâmico, o equilíbrio

tende a se ajustar para diminuir o efeito do stress.

À medida que as reações se processam, as suas velocidades vão se aproximando até que se igualem

e assim é atingido novamente o equilíbrio. A constante do equilíbrio será a mesma da de antes de se

adicionar ou remover substâncias.

Compressão

Um equilíbrio gasoso pode ser afetado pela compressão. De acordo com o princípio de Le

Chatelier, com o aumento da pressão o equilíbrio tende a se deslocar no sentido de diminuir essa

pressão, o que significa favorecer a reação que resulte no menor número de moléculas no estado

gasoso. Nesse caso, a o valor da constante de equilíbrio também não é alterado.

Para se observar tal efeito, considere-se esse equilíbrio:

N2O4(g) ⇌ 2NO2(g)

As concentrações podem ser escritas como o seu número de mols dividido pelo volume (nx /

V), então teremos:

Se o valor de V (volume) diminuir, é preciso que o número de mols do N2O4 aumente para que

o valor da constante de equilíbrio permaneça o mesmo. Na reação, esse reagente representava

metade do número de moléculas do produto. O mesmo raciocínio pode ser aplicado em qualquer

equilíbrio gasoso.

Temperatura

É encontrado experimentalmente que a formação de produtos de uma reação exotérmica (isto

é, que liberta energia) é favorecida com a diminuição da temperatura, ao passo que a formação de

produtos em uma reação endotérmica (isto é, que absorve energia) é favorecida com o aumento da

temperatura.

Page 50: _Apostila_química

Em um equilíbrio, se uma reação é endotérmica a outra necessariamente é exotérmica, e vice-

versa. Aumentar ou diminuir a temperatura fará com que a velocidade de uma das reações aumente

e a da outra diminua. As velocidades das reações se igualarão novamente depois de um tempo;

porém nesse caso como temos o favorecimento e o desfavorecimento da formação de certas

substâncias, a constante de equilíbrio nessa nova temperatura não será mais a mesma da

temperatura anterior.

Catalisador

A adição de um catalisador direciona a reação para um novo mecanismo, o qual é mais rápido

do que o sem a catálise. Contudo, o catalisador não afeta o valor da constante de equilíbrio, ele

apenas faz com que o equilíbrio seja atingido em um tempo menor, conforme mostrado na figura a

seguir:

Curvas tracejadas: com catalisador

Curvas cheias: sem catalisador

Atenção: O equilíbrio não é deslocado com a presença do catalisador.

Relação entre as constantes Kp e Kc

Existe uma relação matemática entre as constantes de equilíbrio em função da concentração

Kc e em função da pressão parcial Kp, baseada na equação de Clapeyron:

em que: R é a constante universal dos gases, T é a temperatura absoluta e Δn é a diferença

entre a soma dos coeficientes inteiros dos produtos gasosos e a soma dos coeficientes inteiros dos

reagentes gasosos. Por exemplo, no equilíbrio:

aA(g) + bB(g) + cC(s) ⇌ yY(g) + zZ(g)

Δn = (y + z) - (a + b)

Page 51: _Apostila_química

Essa expressão matemática apresenta uma limitação, não admitindo a presença de um ou mais

líquidos na reação em questão. Isso não significa que a reação não apresente Kp e Kc, significa

apenas que a expressão é inválida para esse caso.

Aplicações

Dada a constante de equilíbrio, é possível saber em qual direção a reação vai ocorrer

preferencialmente no início quando misturamos certas quantidades de substâncias que estarão em

equilíbrio entre si.

Para isso basta calcular o quociente de reação para o início da mistura. Sua expressão é

exatamente a mesma que a da constante de equilíbrio, o que muda é que nesse caso usamos as

concentrações ou as pressões parciais de um dado instante da reação (não necessariamente no

equilíbrio).

Se o quociente de reação for maior que a constante de equilíbrio, isso significa que a

quantidade de produtos é alta demais e, pelo princípio de Le Chatelier, a reação vai se processar

preferencialmente no sentido de consumir os produtos. Analogamente, se o quociente de reação for

menor que a constante de equilíbrio, a reação vai se processar preferencialmente do sentido de

consumir os reagentes.

Sabendo-se disso, também é possível favorecer a formação de um produto de interesse o

removendo em uma certa taxa ao longo do processo (pois assim o equilíbrio será deslocado a favor

da formação desse produto).

5. ANÁLISES DE RISCOS COM SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS (Pela Fispq E Por Reações

Químicas Comuns)

6. PRINCIPAIS EFEITOS TOXICOLOGICOS

6.1. CONCEITO DE TOXICOLOGIA

A toxicidade de uma substância química refere-se à sua capacidade de causar dano em um

órgão determinado, alterar os processos bioquímicos ou alterar um sistema enzimático.

Todas as substâncias, naturais ou sintéticas são potencialmente tóxicas; em outras palavras,

podem produzir efeitos adversos para a saúde em alguma condição de exposição. É incorreto

denominar algumas substâncias químicas como tóxicas e outras como não tóxicas. As substâncias

diferem muito na toxicidade. As condições de exposição e a dose são fatores que determinam os

efeitos tóxicos (Ottoboni, 1991).

Page 52: _Apostila_química

Paracelso, no século XVI afirmou: "Todas as substâncias são tóxicas. Não há nenhuma que

não seja tóxica. A dose estabelece a diferença entre um tóxico e um medicamento". Esta afirmação

ainda é muito importante para a toxicologia e envolve a idéia de dose.

Uma informação muito utilizada é aquela denominada Dose Letal 50 - DL50 que é a

quantidade de uma substância química que quando é administrada em uma única dose por via oral,

expressa em massa da substância por massa de animal, produz a morte de 50% dos animais

expostos dentro de um período de observação de 14 dias (Swanson, 1997). Na tabela abaixo temos a

classificação das substâncias baseadas no valor da DL50.

DL50 AGUDA PARA ALGUMAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

Substância químicaDL50 rato macho, via oral; mg/kg de peso

corporal

Etanol 7000

Cloreto de sódio 3000

Sulfato de cobre 1500

DDT 100

Nicotina 60

Tetradotoxina 0,01

Dioxina (TCDD) 0,02

Outro valor é a Concentração letal 50-DL50, que é a concentração no ar de uma substância

química que quando é inalada constantemente por 8 horas produz a morte de 50% dos animais

expostos.

Page 53: _Apostila_química

Se a dose de uma substância for suficientemente alta poderá ser perigosa para qualquer ser

vivo, assim como também se a dose de uma substância muito tóxica for baixa não produzirá efeito

adverso nenhum. A água (um elemento essencial para a vida) quando é ingerida em grandes

quantidades pode ter um efeito tóxico. A causa é que um volume superior àquele considerado como

ingestão diária ideal para um adulto, entre 2 L e 2,5 L, pode causar a eliminação pela urina de

substâncias que são essenciais para o organismo, como sais, por exemplo.

O período de tempo no qual uma dose é administrada e a freqüência são informações também

muito importantes que influem na resposta a intoxicação.

Outro dado importante é aquele denominado concentração de interesse (em inglês: levels of

concern-LOCs), que é a concentração no ar de uma substância extremamente perigosa acima da

qual poderá produzir efeitos graves à saúde ou a morte como resultado de uma única exposição

durante um período relativamente curto. Algumas publicações (USEPA, 1987) consideram o LOC

como a décima parte da concentração denominada de perigo imediato para a vida ou à saúde (cuja

sigla em inglês é IDLH ou IPVS em português), segundo o publicado pelo National Institute of

Occupational Safety and Health - NIOSH, ou um valor aproximado do IDLH para animais.

Exposição

Para que uma substância química possa produzir um efeito deve estar em contato com o

organismo. As substâncias químicas podem ingressar no organismo por três vias principais:

digestiva, respiratória e cutânea. Depois do ingresso, por qualquer destas vias, as substâncias

químicas podem ser absorvidas e passar para o sangue, serem distribuídas no organismo todo,

chegar a determinados órgãos onde são biotransformados, produzir efeitos tóxicos e posteriormente

ser eliminadas do organismo.

Também uma substância química pode entrar no organismo por outras vias, por exemplo,

injeção venosa ou intramuscular, mas estas vias não são de grande interesse do ponto de vista

toxicológico, especialmente quando se trata de acidentes que envolvem substâncias químicas.

  Uma forma muito utilizada para

classificar as substâncias químicas

segundo a toxicidade, está baseada na

duração da exposição.

Geralmente, os toxicologistas procuram

os efeitos da exposição aguda, sub-

crônica e crônica, e também tentam

Page 54: _Apostila_química

entender o tipo de efeito adverso para

cada uma destas três exposições.

AGENTE TÓXICO ou TOXICANTE: Entidade química capaz de causar dano a um sistema

biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição. –

VENENO: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo

para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação. –

TOXICIDADE: Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar efeitos nocivos em

organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional à concentração do agente tóxico em

nível do sítio de ação (tecido alvo).

AÇÃO TÓXICA: Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas

teciduais. –

DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o grau de

toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que provavelmente matam 50%

dos animais de um lote utilizados para experiência. São valores calculados estatisticamente a partir

de dados obtidos experimentalmente. Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas

classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se dizer se uma

substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também optar por critérios que avaliem

se uma substância oferece Risco ou Perigo para um determinado sistema biológico, para um

determinado indivíduo ou para a saúde pública. –

INTOXICAÇÃO: É um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas,

caracterizado por desequilíbrio fisiológico, conseqüente das

Classificação dos Efeitos Tóxicos

Inicialmente deve-se diferenciar efeito indesejável de efeito adverso e tóxico.

Efeitos indesejáveis:

O espectro de efeitos indesejáveis é amplo. Por exemplo, na terapêutica, cada droga produz

um número de efeitos, mas apenas um está relacionado com o papel terapêutico procurado. Todos

os outros efeitos são indesejáveis, para aquela indicação terapêutica. No entanto, estes efeitos

indesejáveis podem se tornar desejáveis para outra indicação terapêutica da droga. Exemplo: a

secura da boca é um efeito desejado da atropina, quando ela é usada como medicação pré-

anestésica, mas passa a ser indesejável, quando a atropina é usada no tratamento da úlcera péptica.

Efeitos Adversos ou nocivos:

Page 55: _Apostila_química

Os efeitos adversos são aqueles que:

Ocorrem com uma exposição intermitente ou continuada e que dão lugar à diminuição da

capacidade funcional (determinada por parâmetros anatômicos, fisiológicos e bioquímicos ou de

comportamento) ou a uma diminuição da capacidade para compensar tensões adicionais;

São reversíveis durante a exposição ou logo cessada esta, quando tais alterações causam

diminuições detectáveis da capacidade do organismo para manter a homeostase; e realçam a

suscetibilidade do organismo aos fatores nocivos de outras influências ambientais. Podem ser

causados por fatores químicos, físicos, biológicos ou mecânicos.

Efeitos Tóxicos:

São os efeitos adversos causados por substâncias químicas e são, na maioria das vezes, dose-

dependentes. Todo o efeito tóxico é indesejável e adverso, mas nem todo efeito adverso é tóxico.

Alterações bioquímicas no organismo. Processo é evidenciado por sinais e sintomas ou

mediante dados laboratoriais.

INTOXICAÇÃO AGUDA: Decorre de um único contato (dose única- potência da droga) ou

múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, num período de tempo aproximado de

24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas.

Estuda a relação dose/resposta que conduz ao cálculo da DL50.

INTOXICAÇÃO SUB-AGUDA OU SUB-CRÔNICA: Exposições repetidas a substâncias

químicas – caracteriza estudos de dose/resposta após administrações repetidas.

INTOXICAÇÃO CRÔNICA: Resulta efeito tóxico após exposição prolongada a doses

cumulativas do toxicante ou agente tóxico, num período prolongado, geralmente maior de 3 meses a

anos.

FASES DA INTOXICAÇÃO: O processo de INTOXICAÇÃO pode ser desdobrado, para fins

didáticos, em quatro fases: Fase de Exposição: É a fase em que as superfícies externa ou interna do

organismo entram em contato com o toxicante. Importante considerar nesta fase a via de introdução,

a freqüência e a duração da exposição, as propriedades físico-químicas, assim como a dose ou a

concentração do xenobiótico e a susceptibilidade individual. Fase de Toxicocinética: Inclui todos os

processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do fármaco nos

diferente tecidos do organismo. Intervêm nesta fase a absorção, a distribuição, o armazenamento, a

biotransformação e a excreção das substâncias químicas. As propriedades físico-químicas dos

toxicantes determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim como a velocidade de sua

eliminação do organismo. Fase de Toxicodinâmica: Compreende a interação entre as moléculas do

Page 56: _Apostila_química

toxicante e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, conseqüentemente, o aparecimento

de desequilíbrio homeostático. Fase Clínica: É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou

ainda, alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos

nocivos provocados pela interação do toxicante com o organismo.

INTERAÇÕES ENTRE SUBSTÂNCIAS: A exposição simultânea a várias substâncias pode

alterar uma série de fatores (absorção, ligação protéica, metabolização e excreção)que influem na

toxicidade de cada uma delas em separado.

Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma dos efeitos

de cada um deles, podendo-se ter: Efeito Aditivo (efeito final igual à soma dos efeitos de cada um

dos agentes envolvidos); Efeito Sinérgico(efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em

separado); Potencialização (o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com outro

agente); Antagonismo (o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando se

combina com outro agente).

6.2.EFEITOS TÓXICOS DOS PRINCIPAIS EGENTES QUÍMICOS

Característica tóxica

Parte do corpo afetada

Tempo de aparecimento

Efeitos Exemplos

Irritante ou corrosivo

Qualquer uma, mas geralmente os olhos, os pulmões e a pele

Alguns minutos a vários dias

Inflamação, queimaduras e bolhas na área

exposta. Cura com freqüência depois da exposição aguda. A exposição crônica pode levar a dano

permanente.

Amoníaco, ácido sulfúrico, óxido de

nitrogênio, soda cáustica

Fibrogênico Geralmente pulmões Anos

Perda gradual e acumulativa da

função pulmonar que conduz a

incapacidade e a morte se há

exposição crônica.

Poeira de bauxita, asbesto, bagaços

AlérgicoQualquer uma, mas com freqüência os pulmões e a pele

Dias até anos

Nos pulmões pode conduzir a asma crônica. Na pele pode produzir

dermatite ocupacional.

Tolueno di-isocianato (TDI), endurecedores da

amina para as resinas de epóxi.

Dermatite Pele Dias até anosInflamação e

erupções na pele.

Ácidos fortes, álcalis, detergentes,

tetracloreto de carbono, cimento,

tricloroetileno.

CarcinogênicoQualquer órgão, mas

com freqüência os pulmões e a bexiga

10 a 40 anos

Câncer no órgão ou tecido afetado. Este

pode causar em última instância

morte prematura.

2-Naftilamina, certos alquitranes e óleos, benzidina,

asbesto

Page 57: _Apostila_química

Tóxicos proto-plasmáticos

Qualquer órgão, mas com freqüência o

fígado, o cérebro e os rins

Alguns minutos a muitos anos

Morte de células em órgão vitais com perdas funcionais importantes. Pode causar em última instância morte .

Tetracloreto de carbono, monóxido de carbono, fósforo, mercúrio, cádmio,

cianeto de hidrogênio.

Asfixiantes Pulmões Minutos

Os gases substituem o conteúdo em

oxigênio normal do ar

Acetileno, monóxido de carbono, cianetos

7. CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA LIBERAR ATIVIDADES COM PRODUTOS

QUÍMICOS

7.1. ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS

Deve-se guardar no laboratório somente quantidades mínimas de produtos químicos. Em se

tratando de reagentes líquido, manter 1 ou 2 litros no máximo. Para sais não perigosos 1 Kg e para

sais reativos ou tóxicos limitar-se a algumas gramas. Quantidades maiores devem ser estocadas

apropriadamente no almoxarifado.

Outro ponto importante a ressaltar é a existência de incompatibilidade entre alguns produtos

químicos. Portanto, ao armazenar tais produtos, deve-se ter o cuidado de fazê-lo de forma a evitar,

por exemplo, colocar produtos oxidante próximo a solvente orgânico ou pirofóricos próximo a

inflamáveis.

Ao armazenar substâncias químicas, considerar:

Sistema de ventilação.

Sinalização correta.

Disponibilidade de equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção

coletiva.

Área administrativa separada da área técnica e da armazenagem.

Produtos Químicos Incompatíveis

A lista abaixo contém uma relação de produtos químicos que, devido ás suas propriedades

químicas, podem reagir violentamente entre si resultando numa explosão, ou podendo produzir

gases altamente tóxicos ou inflamáveis. Por este motivo quaisquer atividades que necessitem o

transporte, o armazenamento, a utilização e o descarte devem ser executados de tal maneira que as

substâncias da coluna da esquerda, acidentalmente, não entrem em contato com as correspondentes

substâncias químicas na coluna do lado direito Por causa do grande número de substâncias

perigosas, relacionamos aqui apenas as principais.

Page 58: _Apostila_química

Substâncias Incompatível com

AcetilenoCloro, bromo, flúor, cobre, prata,

mercúrio

AcetonaBromo, cloro, ácido nítrico e ácido

sulfúrico.

Ácido Acético

Etileno glicol, compostos contendo hidroxilas, óxido de cromo IV, ácido nítrico, ácido perclórico, peróxidos,

permanganatos e peróxidos, permanganatos e peróxidos, ácido acético, anilina, líquidos e gases

combustíveis.

Ácido cianídrico Álcalis e ácido nítrico

Ácido crômico [Cr(VI)]

Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois, matéria combustível, líquidos,

glicerina, naftaleno, ácido nítrico, éter de petróleo, hidrazina.

Ácido fluorídrico Amônia, (anidra ou aquosa)<>

Ácido Fórmico Metais em pó, agentes oxidantes.

Ácido Nítrico (concentrado)Ácido acético, anilina, ácido crômico,

líquido e gases inflamáveis, gás cianídrico, substâncias nitráveis.

Ácido nítrico

Álcoois e outras substâncias orgânicas oxidáveis, ácido iodídrico, magnésio e outros metais, fósforo e etilfeno, ácido

acético, anilina óxido Cr(IV), ácido cianídrico.

Ácido OxálicoPrata, sais de mercúrio prata, agentes

oxidantes.

Ácido Perclórico

Anidrido acético, álcoois, bismuto e suas ligas, papel, graxas, madeira, óleos ou qualquer matéria orgânica, clorato de

potássio, perclorato de potássio, agentes redutores.

Ácido pícricoamônia aquecida com óxidos ou sais de metais pesados e fricção com agentes

oxidantes

Page 59: _Apostila_química

Ácido sulfídricoÁcido nítrico fumegante ou ácidos oxidantes, cloratos, percloratos e

permanganatos de potássio.

Água

Cloreto de acetilo, metais alcalinos terrosos seus hidretos e óxidos, peróxido

de bário, carbonetos, ácido crômico, oxicloreto de fósforo, pentacloreto de fósforo, pentóxido de fósforo, ácido sulfúrico e trióxido de enxofre, etc

Alumínio e suas ligas (principalmente em pó)

Soluções ácidas ou alcalinas, persulfato de amônio e água, cloratos, compostos clorados nitratos, Hg, Cl, hipoclorito de

Ca, I2, Br2 HF.

AmôniaBromo, hipoclorito de cálcio, cloro, ácido fluorídrico, iodo, mercúrio e prata, metais

em pó, ácido fluorídrico.

Amônio NitratoÁcidos, metais em pó, substâncias

orgânicas ou combustíveis finamente divididos

AnilinaÁcido nítrico, peróxido de hidrogênio,

nitrometano e agentes oxidantes.

Bismuto e suas ligas Ácido perclórico

Bromo

acetileno, amônia, butadieno, butano e outros gases de petróleo, hidrogênio,

metais finamente divididos, carbetos de sódio e terebentina

Carbeto de cálcio ou de sódio Umidade (no ar ou água)

Carvão Ativo Hipoclorito de cálcio, oxidantes

CianetosÁcidos e álcalis, agentes oxidante, nitritos

Hg(IV) nitratos.

Cloratos e percloratos

Ácidos, alumínio, sais de amônio, cianetos, ácidos, metais em pó,

enxofre,fósforo, substâncias orgânicas oxidáveis ou combustíveis, açúcar e

sulfetos.

Cloratos ou percloratos de potássioÁcidos ou seus vapores, matéria

combustível, (especialmente solventes orgânicos), fósforo e enxofre

Cloratos de sódioÁcidos, sais de amônio, matéria oxidável, metais em pó, anidrido acético, bismuto,

álcool pentóxido, de fósforo, papel,

Page 60: _Apostila_química

madeira.

Cloreto de zinco Ácidos ou matéria orgânica

Cloro

Acetona, acetileno, amônia, benzeno, butadieno, butano e outros gases de petróleo, hidrogênio, metais em pó,

carboneto de sódio e terebentina

Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio

Cromo IV ÓxidoÁcido acético, naftaleno, glicerina,

líquidos combustíveis.

Dióxido de cloroAmônia, sulfeto de hidrogênio, metano e

fosfina.

FlúorMaioria das substâncias (armazenar

separado)

Enxofre Qualquer matéria oxidante

FósforoCloratos e percloratos, nitratos e ácido

nítrico, enxofre

Fósforo branco>Ar (oxigênio) ou qualquer matéria

oxidante.

Fósforo vermelho Matéria oxidante

Hidreto de lítio e alumínioAr, hidrocarbonetos cloráveis, dióxido de

carbono, acetato de etila e água

Hidrocarbonetos (benzeno, butano, gasolina, propano, terebentina, etc.)

Flúor, cloro, bromo, peróxido de sódio, ácido crômico, peróxido da hidrogênio.

Hidrogênio PeróxidoCobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas,

substâncias combustíveis

Hidroperóxido de cumeno Ácidos (minerais ou orgânicos)

Page 61: _Apostila_química

Hipoclorito de cálcio Amônia ou carvão ativo.

IodoAcetileno, amônia, (anidra ou aquosa) e

hidrogênio

Líquidos inflamáveisNitrato de amônio, peróxido de

hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio, halogênios

Lítio Ácidos, umidade no ar e água<>

Magnésio (principal/em pó)Carbonatos, cloratos, óxidos ou oxalatos de metais pesados (nitratos, percloratos,

peróxidos fosfatos e sulfatos).

MercúrioAcetileno, amônia, metais alcalinos,

ácido nítrico com etanol, ácido oxálico

Metais Alcalinos e alcalinos terrosos (Ca, Ce, Li, Mg, K, Na)

Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, halogênios, hidrocarbonetos

clorados e água.

NitratoMatéria combustível, ésteres, fósforo,

acetato de sódio, cloreto estagnoso, água e zinco em pó.

Nitrato de amônio

Ácidos, cloratos, cloretos, chumbo, nitratos metálicos, metais em pó,

compostos orgânicos, metais em pó, compostos orgânicos combustíveis finamente dividido, enxofre e zinco

Nitrito Cianeto de sódio ou potássio

Nitrito de sódioCompostos de amônio, nitratos de amônio

ou outros sais de amônio.

Nitro-parafinas Álcoois inorgânicos

Óxido de mercúrio Enxofre

Oxigênio (líquido ou ar enriquecido com O2)

Gases inflamáveis, líquidos ou sólidos como acetona, acetileno, graxas,

hidrogênio, óleos, fósforo

Page 62: _Apostila_química

Pentóxido de fósforo Compostos orgânicos, água

Perclorato de amônio, permanganato ou persulfato

Materiais combustíveis, materiais oxidantes tais como ácidos, cloratos e

nitratos

Permanganato de Potássio

Benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico, enxofre, piridina,

dimetilformamida, ácido clorídrico, substâncias oxidáveis

PeróxidosMetais pesados, substâncias oxidáveis,

carvão ativado, amoníaco, aminas, hidrazina, metais alcalinos.

Peróxidos (orgânicos) Ácido (mineral ou orgânico).

Peróxido de BárioCompostos orgânicos combustíveis,

matéria oxidável e água

Peróxido de hidrogênio 3%Cromo, cobre, ferro, com a maioria dos

metais ou seus sais, álcoois, acetona, substância orgânica

Peróxido de sódio

Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois benzaldeído, dissulfeto de

carbono, acetato de etila, etileno glicol, furfural, glicerina, acetato de etila e

outras substâncias oxidáveis, metanol, etanol

Potássio Ar (unidade e/ou oxigênio) ou água

PrataAcetileno, compostos de amônia, ácido

nítrico com etanol, ácido oxálico e tartárico

Zinco em pó Ácidos ou água

Zircônio (principal/em pó)Tetracloreto de carbono e outros carbetos, pralogenados, peróxidos, bicarbonato de

sódio e água

A seguir, são dadas algumas recomendações para a estocagem de produtos químicos:

A) Armazenamento é centralizado – Almoxarifado

Construído com pelo menos uma de suas paredes voltadas para o exterior

Page 63: _Apostila_química

Possuir janelas na parede voltada para o exterior, além de porta para o acesso do Corpo de

Bombeiros de houver necessidade.

Deve possuir saída de emergência bem localizada e sinalizada.

Deve possuir um sistema de exaustão, ao nível do teto para retirada de vapores leves e ao

nível do solo para retirada dos vapores mais pesados.

Refrigeração ambiental caso a temperatura ambiente ultrapasse a 38 ºC

Iluminação feita com lâmpadas à prova de explosão

Presença de extintores de incêndio com borrifadores e vasos de areia

Prateleiras espaçadas, com trave no limite frontal para evitar a queda dos frascos.

Os cilindros de gases devem ser armazenados em locais específicos:

Área coberta, sem paredes e bem ventilado.

Rede elétrica com inspeção periódica

Os cilindros devem ser armazenados em posição vertical e amarrados com corrente

Observar a compatibilidade

B)Armazenamento de substâncias químicas no laboratório

O armazenamento no laboratório só é permitido em pequenas quantidades, portanto deve ser:

Somente para quantidades limitadas

Os armários devem ser confeccionados em materiais não combustíveis, comportas em vidro

para possibilitar a visão de seu conteúdo

Refrigeração ambiental caso a temperatura ambiente ultrapasse a 38 ºC

O laboratório deve possuir um sistema de identificação das substâncias armazenadas, como

por exemplo um sistema de fichas contendo informações a respeito da natureza das

substâncias, volume, incompatibilidade química, dentre outras

Medidas de Segurança:

Preparar documento informativo sobre o uso, manipulação e disposição dos produtos

químicos perigosos, e divulgá-lo para todas as pessoas que trabalham no laboratório.

Metais reativos (sódio, potássio) são estocados com segurança, em pedaços pequenos,

imersos em hidrocarbonetos (hexano, benzeno, etc) secos.

Page 64: _Apostila_química

Adquirir, sempre, a quantidade mínima necessária às atividades do laboratório. Produtos

químicos faltando rótulo ou com a embalagem violada não devem ser aceitos.

Utilizar no laboratório somente produtos químicos compatíveis com o sistema de ventilação

e exaustão existente.

Selar as tampas dos recipientes de produtos voláteis em uso com filme inerte, para evitar

odores ou a deterioração do mesmo, se estes forem sensíveis ao ar e/ou umidade.

Não armazenar produtos químicos em prateleiras elevadas; garrafas grandes devem ser

colocadas no máximo a 60 cm do piso.

Não armazenar produtos químicos dentro da capela, nem no chão do laboratório.

Se for utilizado armário fechado para armazenagem, que este tenha aberturas laterais ou na

parte superior, para ventilação, evitando-se acúmulo de vapores.

Observar a compatibilidade entre os produtos químicos durante a armazenagem; e reservar

locais separados para armazenar produtos com propriedades químicas distintas (corrosivo,

solvente, oxidante, pirofosfóricos, reativo). Não colocar, por exemplo, ácidos próximos a

bases; hidróxido de amônio deve ser colocado em armário ventilado, preferencialmente

separado de outros produtos.

As áreas (prateleiras) ou os armários de armazenagem devem ser rotulados de acordo com a

classe do produto que contém.

Manter na bancada a quantidade mínima necessária de produtos químicos. No caso de

mistura de produtos, lembrar que a mesma possui o nível de risco do componente mais

perigoso.

Considerar de risco elevado os produtos químicos desconhecidos.