Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 97-98

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Correção do questionário de gramática (2.ª parte)

Se um professor disser «Ernesto, já viste que horas são?», há provavelmente um

a) ato direto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘mostrar descontentamento’).

b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é diretivo (‘ordem para começar a trabalhar’).

c) ato direto cujo objetivo é declarativo (‘explicitar irritação’).

d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é compromissivo [diretivo] (‘levar a que Ernesto trabalhe’).

Se o professor disser a Ernesto «Nomeio-te delegado da turma», está a praticar um

a) ato direto cujo objetivo ilocutório é declarativo (‘Ernesto passa a ser efetivamente delegado’).

b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é assertivo (‘afirma-se a verdade do que se está a dizer’).

c) ato direto cujo objetivo ilocutório é compromissivo (‘promete-se a Ernesto o exercício daquele cargo’).

d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘felicita-se Ernesto pela nova responsabilidade’).

O período em que o demonstrativo é um termo anafórico (e não um deítico) é

a) Dá-me aquele olho de vidro e a prótese que está nesse saco azul.

b) O tempo estava macambúzio: essa é que era a verdade.

c) Essas vossas pernas de pau não parecem tão verdadeiras como este meu braço metálico.

d) Aquelas flores murcharam.

A alínea em que o demonstrativo é um deítico (e não termo catafórico nem anáfora) é

a) Essa trazia-a fisgada. Mandar-lhe a boca na altura devida ia ser óptimo.

b) Isabel e Elisabete aperaltaram-se. Estas raparigas sabiam arranjar-se.

c) Elisabete e Isabel, tragam as sandes de couratos. Este papo-seco com marmelada não presta.

d) Queria ter pensamentos mais puros. Aqueles não o eram.

O pronome pessoal é termo catafórico (e não uma anáfora) em

a) Catricoto, olha o Mwepu, mas não o rasteires.

b) Cada vez lhe achava mais piada, ao raio do tubarão.

c) Camolas era um avançado gorducho, ainda que Conhé e Tibi o temessem.

d) O jogador de que mais gostava era Araponga e até lhe dedicou um soneto.

O hiperónimo não funciona como termo anafórico em

a) O ministro da Educação é falso. O governante mente com quantos dentes tem na boca.

b) Os políticos são assim mesmo. Nuno Crato é um aldrabão.

c) O Arsenal vai à meia-final da Taça. O clube de Londres pode até vencer a prova.

d) Belmiro de Azevedo é do F. C. Porto. O empresário gosta de futebol.

O termo anafórico é um pronome em

a) Comi-o bem, ao belo esparregado.b) Gosto dos limoeiros. São árvores doces.c) A salada de pêssego da Colina está cada

vez melhor. Delicio-me com ela.d) Cada vez mais bonita a Deolinda. Está

uma bela rapariga, não achas?

A correferência implica que haja

a) termos sucedentes.b) termos antecedentes.c) um referente comum.d) vários termos referenciais.

A relação entre «recinto desportivo» e «Estádio do Dragão» é de

a) hiperónimo / hipónimo.b) holónimo / merónimo.c) hipónimo / hiperónimo.d) merónimo / holónimo.

O conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos contextos em que ocorre designa-se

a) Campo Grande.b) campo semântico.c) campo lexical.d) verbete de dicionário.

Os Lusíadas, Auto da Barca do Inferno, um qualquer soneto de Camões pertencem, respetivamente, aos modos

a) lírico, dramático, lírico.b) épico, teatral, poético.c) épico, teatral, dramático. d) narrativo, dramático, lírico.

Num requerimento, usa-se a

a) 1.ª pessoa do singular.b) 3.ª pessoa do singular.

José da Silva, [identificação], vem requerer ...

c) 1.ª pessoa do plural.d) 2.ª pessoa do plural.

A fórmula de fecho típica dos requerimentos é

a) «Pede deferimento. / [Data] / [Fulano]».b) «Anexo cheque (é apenas uma

atençãozinha). / [Data] / [Fulano]».c) «Com os melhores cumprimentos. /

[Data] / [Fulano]».d) «Beijinhos. / [Data] / [Fulano]»

O chamado «lead» ocorre

a) em todos os tipos de textos jornalísticos, embora sob formas diversas.

b) como antetítulo de uma notícia.c) em notícias mas não, em princípio, em

crónicas ou em apreciações críticas.d) nas notícias, nas reportagens, nas

entrevistas.

O que já demos e o que ainda nos falta dar

funcionamento da língua [= gramática]

• Variação e normalização linguística; Variedades do português

• Propriedades prosódicas (altura, duração, intensidade); Constituintes prosódicos (entoação, pausa)

• Estruturas lexicais (campos lexical e semântico)

• Relações semânticas entre palavras (hiperonímia, hiponímia; holonímia, meronímia)

• Deíticos (pessoais, espaciais, temporais)• Actos ilocutórios (diretos e indiretos;

assertivos, diretivos, compromissivos, expressivos, declarativos)

• Princípios reguladores da interação discursiva (de cooperação; de cortesia)

• Formas de tratamento• Oral e escrito; Registos formal e

informal

• Modos de relato do discurso (direto, indireto, direto livre, indireto livre); Verbos introdutores

• Coesão textual; Anáfora e catáfora; Correferência

• Coerência• Protótipos textuais (descritivo, narrativo,

argumentativo, expositivo, instrucional, conversacional, preditivo)

• Paratextos (título, índice, prefácio, posfácio, rodapé, bibliografia)

• Dicionário, glossário, enciclopédia, terminologia, thesaurus

Revisões / Atualizações

• Classes de palavras

• Funções sintáticas

• Orações

• Processos de formação de palavras

• Recursos estilísticos

• Narratologia

• Acentuação

• Pontuação

• Classes de palavras

nome, adjetivo, verbo, interjeição, advérbio, pronome, determinante, quantificador, conjunção, preposição

• Funções sintáticas

sujeito, predicado, modificador da frase, vocativo, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do verbo, complemento do nome, modificador restritivo, modificador apositivo, complemento do adjetivo

leitura & escrita

1.º período

3. Espelhos do eu textos de caráter autobiográfico

2.º período

3. Espelhos do eu Camões lírico

3.º período

5. Conto eu

contos do séc. XX

|

sem cronologia

0. O que sei eu?

1. Eu e os outros

textos transacionais e educativos

2. Eu com o Mundo

textos dos media

4. (M)eu Mundotextos expressivos e

criativos

poetas do século XX

2.º período• poesia lírica de Camões (3) • textos transacionais e educativos (1)

(requerimento, verbete)

• textos dos media (2) (crónica, apreciação crítica)

• textos expressivos (4)

3.º período

Contos do século XX (5)• restos de 1 (contrato, regulamento, declaração,

relatório)

• restos de 2 (entrevista, artigo de divulgação)

• restos de 4

2.º e 3.º período

• leituras combinadas

(«contrato de leitura»)

compreensão oral [= ouvir]

• Entrevista (radiofónica, televisiva)

• Crónica radiofónica

expressão oral [= falar]

• Reconto

• Relato de vivências/experiências

• Descrição/Retrato

• Entrevista

Falar & Ouvir

• questionários de compreensão (de gravações áudio ou vídeo)

• leitura em voz alta, recitação, etc. (em geral, preparados em casa)

• trabalhos que impliquem gravação da fala ( , gravações áudio)

• ser pontual a entregar tepecês

(fazer tepecês que são para entrega em papel mas também estudando gramática)

• fazer tarefas de aula com mais independência

(lendo, mais do que perguntando a mim ou a

colegas)

• ser mais rigoroso na escrita

(reler, rever, reformular, melhorar, demorar-se na

redação)

Figuras de sintaxe

Anáfora

«Deus é grande; Deus é pai; Deus é amor; Deus castiga; Deus abençoa; Deus é...»

Repetição de palavra ou expressão no início de versos ou frases.

Assíndeto

Oraremos, jejuaremos, comungaremos, rezaremos.

Coordenação de elementos sucessivos sem uso da conjunção.

Elipse

[Não há propriamente elipse; mas, por brincadeira, assume-se que o silêncio de Manuela Ferreira Leite é uma elipse.]

Omissão de uma palavra que se subentende facilmente.

Enumeração

Façamos rezas, orações, jejuns, comunhões.

Apresentação sucessiva de elementos (em princípio, da mesma classe gramatical).

Hipérbato

«Eu a salvação trago para vós, que pecados cometeis; porém, não para os néscios que os mandamentos de Deus não respeitam. Comigo vinde.»

Alteração da ordem mais habitual das palavras.Cp. anástrofe

Polissíndeto

Oraremos e jejuaremos e comungaremos e rezaremos.«com álcool e caralhos e tomates» [Uivo]

Repetição dos elementos de ligação entre palavras ou frases coordenadas.

Figuras fónicas

Aliteração

«Deus destapa o demónio e dá a doce dádiva do dom divino aos diabéticos da Dalmácia que se depilam junto ao desumidificador, enquanto se divertem com dados. E diz um Dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dai-li, dô, papagaio voa.»

Repetição de sons consonânticos semelhantes.

Cfr. Assonância

Em horas inda louras, lindas Clorindas e Belindas, brandas, Brincam no tempo das berlindas, As vindas vendo das varandas, De onde ouvem vir a rir as vindas Fitam a fio as frias bandas.

Repetição de sons vocálicos semelhantes.

Onomatopeia

«Eu caminho sobre as águas — chlap-chlap-chlap — e, nisto, passa uma manada de búfalos — catapum, catapum, catapum —, os pecadores choram — chuífe, chuífe.»

Imitação de sons reais (por grafias criadas; em palavras historicamente assim formadas).

Figuras de semântica ou de pensamento

Alegoria

Parábola do semeador

[cfr. Barca do Inferno; Adamastor]

Expressão de noções abstratas através de um episódio concreto.

Antítese

O céu é o inferno.

«de olhos gélidos radiantes» [Uivo]

Contraste entre dois elementos ou ideias.

Apóstrofe (ou Invocação)

Ó Deus, dize-me...

Interpelação a alguém ou a alguma coisa personificada.

Eufemismo

[«Seis meses», por ‘sessenta anos’.]

Transmissão de uma ideia de forma atenuada, menos desagradável.

Gradação

«Esfomeados, histéricos, nus» [Uivo]

Apresentação de palavras por ordem crescente ou decrescente.

Hipálage

«Não pode ser a comunicação social a selecionar as notícias que transmite [...]» (no sketch assume-se como hipálage o facto de «comunicação social» não ser a verdadeira entidade responsável, o que não constituirá exatamente uma hipálage).

Transferência para um dado objeto da qualidade que se quer atribuir a outrem.

Hipérbole

«Os pecadores serão castigados e arderão em montanhas de labaredas e milhões de abutres, dos grandes, virão debicar a carne putrefacta dos pecadores, à bruta.»

Expressão exagerada.

Ironia

«O Diabo é muit[a] porreiro. Confiai no Diabo, confiai, que ides por bom caminho. Não rezeis que não é preciso.»

Uso de palavras com significado contrário daquele que se pretende inculcar.

Metáfora

«Montanhas de labaredas»

Designação de objeto por palavras de outra área lexical (permitindo uma associação por analogia).

Metonímia

«Só está a contribuir para o combate ao desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde.»

Designação de uma realidade apenas por uma sua parte.

Perífrase (ou Circunlóquio)

[Uso de uma expressão longa que corresponderia afinal a um simples «façam o que eu digo»]

Dizer por muitas palavras o que poderia ser dito em poucas.

Sinestesia

«a contemplar jazz» [Uivo];

«que comeram fogo em hotéis de tinta» [Uivo]

Mistura de sensações captadas por órgãos sensoriais diferentes.

TPC — [Lembro que há trabalho em curso, a enviar até final da segunda semana do 3.º período. Por favor, evitar partes gagas como ‘tive um problema no computador’, ‘não consigo enviar mas o trabalho está feito’, ‘enviei de certeza e até posso mostrar o meu mail’, etc., além do clássico envio ainda em formato de projeto. Não deixes de ler as instruções da tarefa:

http://gavetadenuvens.blogspot.pt/2014/09/instrucoes-para-bibliofilmes.html.]