Apresentação da disciplina. t Introdução à ecologia...

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  • Antnio Ruas:

    Professor Universitrio

    UERGS, Bacharelado em

    Gesto Ambiental

    (docente regular);

    Administrao dos

    Servios e Sistemas de

    Sade (docente

    colaborador).

    Temas:

    Apresentao da disciplina.

    Introduo ecologia

    aplicada investigao

    etnoecolgica.

    Concepes antropolgicas

    das relaes entre cultura e

    natureza (1).

    Concepes antropolgicas

    das relaes entre cultura e

    natureza (2).

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  • 1. Objetivos e ementa

    Ementa:

    A ecologia como cincia na investigao das relaes das

    sociedades humanas com a natureza. As concepes

    antropolgicas da relao cultura e natureza. A sociologia

    ambiental e os movimentos das sociedades e a relao com os

    impactos ambientais. Os significados culturais dos recursos

    naturais. Investigaes em etnozoologia e etnobotnica. O

    conhecimento tradicional e os direitos das populaes

    tradicionais. A gesto de conflitos culturais. A apropriao

    tecnolgica no conflitiva do conhecimento tradicional sobre os

    recursos tradicionais. Metodologia etnoecolgica.

  • 1. Objetivos e ementa

    Objetivos:

    Possibilitar o conhecimento sobre o uso da ecologia para

    investigao etnoecolgica. Conhecer as concepes

    antropolgicas das relaes entre cultura e natureza, os

    movimentos sociais e os impactos ambientais sob os enfoques

    da sociologia ambiental, os significados culturais dos recursos

    naturais, as possibilidades de investigao em etnozoologia e

    etnobotnica. Apropriar-se de informaes sobre o direito das

    populaes tradicionais ao seu prprio conhecimento

    tradicional. Apropriar-se de conhecimentos sobre a gesto de

    conflitos culturais. Conhecer as possibilidades de apropriao

    tecnolgica no conflitiva do conhecimento tradicional e da

    metodologia etnoecolgica.

  • Referncias Bibliogrficas Bsicas:

    ALBUQUERQUE, U. P. de (Orgs.). et al. Atualidades em etnobiologia e

    etnoecologia. Recife: NUPEEA, 2006. v. 1.

    CASTRO, E. V. de. O nativo relativo. MANA, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p.

    113-148, 2002. Disponvel em: .

    DAMATTA, R. O que faz o Brasil, Brasil?. 8. ed. Rio de Janeiro: Rocco,

    1997.

    DESCOLA, P. Masalla de la Naturaleza y la cultura. Revista Etnografias

    Contemporneas, Buenos Aires, v. 1, n. 1, 2005.

    DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. 6. ed. rev.

    ampl. Hucitec, 2008. (Ecologia e cultura, 1).

    FAUSTO, C. Os ndios antes do Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

    LARAIA, R. de B. Cultura: um conceito antropolgico. 24. ed. Rio de

    Janeiro: Zahar, 2009.

    LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simtrica.

    So Paulo. 2. ed. Editora 34, 2009. (coleo trans).

  • 3. Cronograma

    Cronograma/Contedo Programtico:

    Data No da

    Aula Assunto

    09/3

    1-2 Apresentao da disciplina. Introduo ecologia aplicada investigao etnoecolgica. Concepes antropolgicas das relaes entre cultura e natureza (1). Vdeos motivadores.

    16/3 3-4 EAD: Concepes antropolgicas das relaes entre cultura e natureza (2).

    23/3 5-6 Significados culturais dos recursos naturais (1 e 2). Estudo de caso: pesquisa

    etnoecolgica e concepo antropolgica (1 e 2).

    30/3 - Ponto Facultativo.

    06/4 7-8 Apresentao do trabalho introdutrio. Avaliao I: entrega do trabalho

    introdutrio e defesa do tema do seminrio.

    13/4 9-10 Movimentos sociais e impactos ambientais nos estudos da sociologia ambiental

    (1). Gesto de conflitos culturais. Estudo de caso: impactos socioambientais.

    20/4 11-12 Apresentao de trabalho sobre impactos socioambientais. Avaliao II.

    Entrega do trabalho em resenha.

    27/4 13-14 Direitos das populaes tradicionais sobre o seu conhecimento. Usos

    tecnolgicos no conflitivos do conhecimento tradicional.

    04/5

    15-16 Metodologia etnoecolgica. Investigaes em entnozoologia e etnobotnica. Preparao de trabalho em resenha e apreseno em seminrio sobre projetos em etnoecologia e uso de indicadores.

    11/5 17-18 Avaliao III. Seminrios com resenha de trabalho e apresentao (1).

    Recuperaes e avaliao da disciplina.

  • 4. Avaliaes

    Metodologia do Ensino: Desenvolvida com aulas expositivas construtivas para a integrao dos temas abordados nos enfoques culturais e ecolgicos. A complementao do contedo das aulas presenciais ser elaborada com estudos de casos para discusso em aula e entrega de resenhas. Tambm haver trabalho em grupo para preparao de seminrio com temas da disciplina. Est facultado o acesso dos alunos a materiais de aula no stio http://professor-ruas.yolasite.com/. As atividades de campo so complementares e facultativas, dependentes de condies de deslocamento.

  • 4. Avaliaes

    Critrios de Avaliao: A mdia resulta da srie de trs avaliaes de pesos distintos. A primeira avaliao consiste da preparao e apresentao de resumo em aula de um trabalho referente interpretao de pesquisa em Etnoecologia, solicitado em aula e uma definio de tema para seminrio. O peso desta avaliao igual a 2,0 e pode ser desenvolvida em grupo. A segunda avaliao consiste em anlise de um trabalho de pesquisa publicado e elaborao de um pr-projeto em Etnoecologia com base nesta anlise. Os temas sero conflitos socioambientais e identidade cultural e conhecimento tradicional, considerando-se o uso e interpretao de indicadores etnoecolgicos. Esta avaliao tem peso 4,0 e pode ser desenvolvida em grupo. A terceira avaliao consiste na apresentao do trabalho anterior na forma de seminrio sobre pesquisa etnoecolgica, com peso igual a 4,0. Ocorrer uma recuperao na forma de exame final para os alunos que no alcanarem mdia seis. A avaliao final segue a Resoluo 07/3003 UERGS.

  • 5. Etnoecologia

    Vdeo sobre temas da Etnoecologia. Origem: Conklin (1954), na obra sobre os Hanunoo das

    Filipinas.

    Johnson (1974): ...um enfoque da Ecologia Humana centradona Etnocincia...

    Marques (1995)): ...estudo das interaes entre a humanidadee o resto da ecosfera, atravs da busca da compresso dossentimentos, comportamentos, conhecimentos e crenas arespeito da natureza... Sua nfase deve ser na diversidadebiocultural e a integrao entre o conhecimento ecolgicotradicional e o conhecimento ecolgico cientfico....

  • 5. Etnoecologia

    Marques (2001): ...campo transdisciplinar sobre pensamentos,sentimentos e comportamentos que intermedeiam asinteraes entre as populaes humana que os possuem e osdemais elementos dos ecossistemas que as incluem, bemcomo os impactos ambientais da decorrentes...

    Posey e outros autores denominaram deEtnobiologia os estudos destinados a descobrir e valorizar oconhecimento tradicional da natureza, estabelecendo linhas desuperposio entre estes e o conhecimento cientfico.Subsequentemente a Etnobiologia distribuiu-se conform ogrande grupo enfatizado, Etnozoologia, Etnobotnica, etc.

  • 5. Etnoecologia

    Uma definio de etnobiologia feita por Posey (1987):

    [...] a etnobiologia essencialmente o estudo do conhecimento

    e das conceituaes desenvolvidas por qualquer sociedade a

    respeito da biologia. Em outras palavras, o estudo do papel

    da natureza no sistema de crenas e de adaptao do homem

    a determinados ambientes. Neste sentido, a etnobiologia

    relaciona-se com a ecologia humana, mas enfatiza as

    categorias e conceitos cognitivos utilizados pelos povos em

    estudo.

  • 5. Etnoecologia

    A diferena entre Etnobiologia e Etnoecologia sutil eatualmente reside mais na nfase em tipologias eclassificaes da primeira, enquanto a segunda enfatiza avalorizao da Etnocincia e dos seus detentores.

  • 6. Etnoecologia e Antropologia

    As escolas da Antropologia que tm nfase na Ecologia temmuitos pontos em comum com a Etnoecologia. A nfase noentanto no conhecimento das culturas, suas origens ediversidades e no sentido de como a natureza molda asculturas.

  • 7. Etnoecologia e as relaes com a natureza: ativismo

    e cincia.

    Dizer que a vida psquica e intelectual do homem est

    indissoluvelmente ligada natureza no significa outra coisa

    seno que a natureza est indissoluvelmente ligada com ela

    mesma, pois o homem uma parte da natureza Marx,

    Manuscritos de 1844.

    Chegamos num ponto em que temos que ensinar nossos

    estudantes aquilo que ningum sabia ontem e preparar as

    nossas escolas para aquilo que ningum sabe ainda

    Margareth Mead

    A questo ambiental ou ecolgica?

  • 7. Do ambiente ao ambientalismo, da Ecologia ao

    Ecologismo

    Ambientalismo: precisamos proteger o ambiente , ou vivernele?

    Origem do ambientalismo a preocupao com cidadespoludas (Europa, Inglaterra do sculo XIX).

    Mas nos EUA, a ideia era do retorno natureza, do parasosaudvel, das ilhas naturais intocveis de Thoreau e Muir. Logoreforou a expulso das populaes indgenas dos parques ereservas criados e no impediu a reduo dos grandes biomas.

  • O ecologismo vem de Ecologia:

    O termo Ecologia foi criado por Ernst Haeckel em 1866, comoo estudo biolgico integrado, baseada na evoluo.

    Haeckel acertou na integralidade das relaes no planeta eerrou quando assumiu o darwinismo social, prembulo dofascismo e do nazismo.

    A noo de pertencimento de todas as espcies, inclusive ahumana aos ecossistemas a Ecologia.

    Ecologia, ecologismo, ecologismo poltico

  • Ecologismo ou Ecologia?:

    O Ecologismo o ativismo, a organizao para atuarecologicamente. A separao entre sociedades e meio ambienteno existe. O ecologismo tem uma vertente social e poltica.

    Poltica tambm faz parte do Ecologismo!

    Ecologia, ecologismo, ecologismo poltico

  • Desastres ambientais inevitveis.

    Intoxicaes em massa devido a venenos agrcolas, pesticidasgerais e falcia dos transgnicos.

    O aquecimento global: as emisses de gases do efeito estufaem grande escala, Acordos no cenrio capitalista como o dasconferncias climticas no levam a reduo das emisses, quepodem chegar a 700 ppm, elevando a temperatura em at 7,5 Cat 2100 e subindo o nvel do mar em 5 10 m, graas aodegelo. A exposio de camadas de metano agravariairreversivelmente a situao.

    Enxurradas a deslizamentos; Desaparecimento das grandes florestas e dos grandes biomas: Desaparecimento de culturas: o etnocdio e o genocdio.

  • 8. Descoll: a separao histrica e cultural entre cultura e

    natureza se reflete na hierarquia das ciencias.

    No captulo Mas all de la naturaleza y de la cultura de

    Phillip Descoll (Cultura y Naturaleza), o autor inicia com uma

    analoga da superioridade das ciencias da natureza vistas

    num museu e na vida real, com as metodologas

    classificatrias e quantitativas sobre os estudos culturais mais

    simblicos.

    O autor reflete o etnocentrismo deste enfoque da antropologa

    e questiona as suas origens.

    O museu o de Historia Natural de la ciudad de La Plata,

    capital de la provincia de Buenos Aires. Oferece una excelente

    imagen del mundo tal como lo hemos concebido durante largo

    tempo ...

  • 8.1 Descoll e as cosmologias das sociedades atuais e

    relao cultura - natureza

    1.1 Animismo, totemismo e naturalismo.

    A distino entre Natureza e Cultura nas vrias para aAntropologia (autores como Descola e outros) passa por vriosestados e complexa em alguns casos. As classificaes maisconhecidas, chamadas de cosmologias so:

    1.1.1 Naturalismo.

    O naturalismo a separao entre a cultura humana e anatureza, em especial os outros animais, tratados comodistintos. uma essncia de uma cultura europeia e religiosamoralista.

  • As cosmologias das sociedades atuais e relao

    cultura - natureza

    1.1.2 Animismo.

    No animismo a natureza integrada cultura e os animaisso tratados como parte do mundo simblico. Viveiros deCastro um autor que denomina o animismo indgenaamericano de perspectivismo, onde os animais vem oshumanos da mesma forma que ns. O xamanismo umaconsequncia do animismo e representa a distino entreindivduos que cruzam as barreiras dos mundos, os xams.

  • As cosmologias das sociedades atuais e relao

    cultura - natureza

    1.1.3 Totemismo.

    No totemismo, caracterstico de vrios povos indgenas comoos aborgenes, os indivduos so ligados a ttens, querepresenta a complementaridade da identidade de seu grupo.Haveria uma relao mitolgica de complementaridade entrehumanos e no-humanos, alm de uma semelhana tantofsica como de interioridade entre o indivduo e o seu totem. Nototemismo, para completar, como a origem do indivduo estligada a objetos, plantas e animais caractersticos de umdeterminado lugar, sua identidade j no se distingue doterritrio.

  • As cosmologias das sociedades atuais e relao

    cultura - natureza

    1.1.4 Analogismo.

    Para Descoll, o analogismo seria uma cosmologiaintermediria entre o naturalismo e o animismo, na qualalgumas explicaes importantes culturalmente so obtidas danatureza no humana. Uma prtica derivada do analogismoseria a astrologia. Outro caso, as explicaes mdicas a partirde fenmenos naturais.

  • Timothy Morton um terico moderno que escreveu oPensamento Ecolgico, livro sobre a rede ecolgica que unetudo e todos.

    Para Morton, separar a natureza das atividades humanas um grave equvoco que aumenta a crise ecolgica.

    9. Filsofos e ecofilosofias: O pensamento ecolgico

    de Timothy Morton e Edgard Morin.

  • Para Morin, o olhar ecolgico consiste em distinguir todo ofenmeno autnomo (auto-organizador, produtor, determinado,etc.) na sua relao com o meio. Este meio o ecossistema.

    O ambiente social uma socio-organizao na qual se esboaa dimenso eco-organizadora. Para o indivduo o seuecossistema (meio urbano, rural, inter-retroaes).

    Debate: como a concepode de Morin se relaciona com acultura?

    Morin ainda detalha a concepo de outro autor, AmosHawley: as interaes entre classes, grupos, etc., so similaress interaes entre as espcies ...

    9. Filsofos e ecofilosofias: O pensamento ecolgico

    de Timothy Morton e Edgard Morin.

    .

  • Outra idia de Morin: Toda a sociedade comporta a suaprpria dimenso ecolgica. Toda a vida humana comporta asua eco-inscrio e a sua ecodeterminao. Toda a vidahumana simultaneamente eco-scio-autodeterminada.

    He aqu, pues, un principio fundamental del pensamientoecologizado: no slo no se puede separar un ser autnomo(Autos) de su hbitat cosmofsico y biolgico (Oikos), sino quetambin es necesario pensar que Oikos est en Autos sin quepor ello Autos deje de ser autnomo y, en lo que concierne alhombre, ste es relativamente extranjero en un mundo que, noobstante, es el suyo. En efecto, somos ntegramente hijos delcosmos. Pero, por la evolucin, por el desarrollo particular denuestro cerebro, por el lenguaje, por la cultura, por la sociedad,hemos llegado a ser extraos al cosmos, nos hemosdistanciado de este cosmos y nos hemos marginado de l.

    9. Filsofos e ecofilosofias: O pensamento ecolgico de

    Timothy Morton e Edgard Morin.

  • Uma outra forma de avaliarmos a relao das cincias, ou dascorrentes acadmicas com a natureza atravs dascontribuies da Antropologia, a cincia dos estudos culturais.

    Vamos nos valer de Antnio Carlos Diegues, nos captulossobre antropologia e natureza do livro O mito moderno danatureza intocada.

    Diegues situa primeiro o Determinismo Ambiental ouGeogrfico de Friederich Ratzel (sculo XIX). Ratzel ficouconhecido pelas concluses determinsticas sobre a cultura serum resultado das condies geogrficas. Isto levou defesaposterior do do colonialismo e do darwinismo social.

    10. Antropologia e natureza: as correntes principais

  • Ratzel e outros evolucionistas culturais foram desconstrudospelos trabalhos de Franz Boas, criador da corrente difusionistae da compreenso histrica das culturas.

    A Ecologia Cultural segundo Diegues foi criada por JamesSteward e centrava-se na ideia de que os recursos ambientaiscondicionam a tecnologia e afetam a cultura.

    A EC tem muito do funcionalismo radical de Malinowsky(Argonautas do Pacfico Sul) segundo o qual as culturas sosempre adaptativas, funcionais e, portanto eco-determinadas.

    A EC no entanto no desenvolve muito o conceito deecossistema, centrando-se mais nos processos de ajustesbsicos atravs dos quais as pessoas usam o meio ambiente.

    10. Antropologia e natureza: as correntes principais

  • Certos aspectos da cultura so mais suscetveis de relaocom o ambiente. Por exemplo, atividades econmicas desubsistncia, tecnologia, organizao social (ncleo central dacultura) e so responsveis pelas repostas adaptativas dohomem ao meio. Inclui produo, troca, comercializao, tudoadaptativo.

    A linha da EC recebeu crticas dos prprios eco-antroplogos,por no contemplar elementos ritualsticos, simblicos e nodesenvolver a questo do ecossistema, o que vai aparecer naAntropologia Ecolgica, com Rappaport e seguidores.

    10. Antropologia e natureza: as correntes principais

  • A Antropologia Ecolgica tambm considerada funcionalista,para alguns neofuncionalista.

    A relao ecolgica na AE total, ao contrrio da anterior.Parte do ecossistema onde os grupos humanos e suassociedades habitam. O pertencimento ecolgico claro nestalinha.

    Os estudos culturais devem concentrar-se nas relaesecolgicas dos recursos e como isto influencia a cultura. Oexpoente Rapapport, autor de Pigs for Ancestors.

    A AE tem seguidores na Sociologia Ambiental radical deCatton e outros eco-socilogos que desenvolveram aconcepo eco-catastrofista.

    10. Antropologia e natureza: as correntes principais

  • Segundo um dos expoentes da Sociologia Ambiental, FredericButtel, a Sociologia Ambiental originou-se dos estudossociolgicos rurais, com o nome de Sociologia Rural. Osprimeiros estudos abordavam a partir da dcada de 1950, arelao a relao das sociedades e comunidades com osrecursos naturais.

    A Sociologia Rural trabalhava muito com as comunidadesrurais, com pescadores e extrativistas (Rural Sociology, 1996,vol 61(1), pp. 56-75).

    A Sociologia Rural aproximou-se da questo do uso eadaptao aos recursos naturais, objeto da Ecologia Humana,um ramo pr-funcionalista da Ecologia. Alm disto, outraslinhas da Sociologia passaram a estudar os movimentospoliticos pr-conservacionismo dos recursos. Esta amlgama a origem da Sociologia Ambiental.

    11. A Sociologia Ambiental: primrdios

  • A Sociologia Ambiental seguiu diferentes vises, sobre o

    componente eco da sociedade. Uma das mais conhecidas o

    neo-malthusianismo representado por Garret Hardin (1968)

    observvel no seu trabalho A tragdia dos commons, no qual

    advoga um controle rgido da natalidade e o confisco (pelo

    estado) de bens comuns para serem preservados. Hardin

    conhecido na Ecologia Humana.

    6. A Sociologia Ambiental: os eco-socilogos.

  • Outra vertente, mais recente representada pelo eco-

    marxista Allan Schnaiberg que recoloca a questo da

    degradao ambiental fora do malthusianismo, mas na ordem

    econmica capitalista. A sua teoria mais famosa treadmill da

    economia, ou da esteira da degradao: quanto mais capital

    acumulado, mais degradado ficar:

    Por exemplo: nas grandes florestas as sociedades

    harmonicas com a natureza so afastadas e nas reas inicia-

    se o processo de degradao.

    6. A Sociologia Ambiental: os eco-socilogos.

  • A vertente mais ecolgica da Sociologia Ambiental

    representada por Willam Catton.

    Catton centra o seu trabalho no pertencimento ecolgico e na

    necessidade da questo ecolgica ser central no planejamento

    das sociedades, acima dos outros nveis.

    Catton bem conhecido pelos livros Overshoot e Bottleneck,

    nos quais aprofunda uma viso catastrofista para humanidade

    que organiza-se acima da capacidade regenerativa do planeta.

    Esta viso se aproxima da concepo da Sociedade de Riscos

    de Ulrich Beck, tambm catastrofista, mas que tem uma linha

    reformista, conforme veremos.

    6. A Sociologia Ambiental: os eco-socilogos.

  • Para entendermos melhor, Cattona e seguidores descontroem

    primeiro a ideia do Paradigma do Excepcionalismo Humano

    HEP vigente na dcada de 1970: as atividades humanas

    devem ser analizadas pela cultura e sociedades prprias, no

    seguem regras ecolgicas.

    Catton contraps um outro paradigma: Novo Paradigma

    Ecolgico NEP, o do pertencimento da espcie humana, da

    mesma forma que as outras espcies.

    6. A Sociologia Ambiental: os eco-socilogos.

  • Beck e Giddens so conhecidos pela linha na Sociologia geral

    e ambiental conhecida como modernidade reflexivista: as

    sociedades modernas aprendem com os riscos e aprimoram-

    se. Um destes riscos o aquecimento global. Especialmente

    Beck apresenta-se como um crtico passividade frente aos

    eco-problemas e eco-desastres e uma referncia nos

    estudos de sade e ambiente.

    No livro mais famoso, A Sociedade de Risco, Beck declara

    que h uma lgica na distribuio de riqueza e riscos.

    7. A Sociologia Ambiental: a sociedade de risco.

  • Para Beck, na atual fase de modernidade tardia, a produo

    social de riqueza acompanhada da produo social de riscos.

    Modernizao significa o salto tecnolgico de racionalizao e

    transformao do trabalho e organizao.

    A reboque das foras produtivas crescentes no processo de

    modernizao, so desencadeados riscos numa medida

    desconhecida.

    Convergem as situaes e conflitos sociais de uma sociedade

    que distribui riqueza com os de uma sociedade que distribui

    riscos.

    7. A Sociologia Ambiental: a sociedade de risco.

  • A arquitetura social e dinmica poltica desta ameaa

    civilizatria pode ser explicada em 5 pontos:

    i) Riscos produzidos no estgio avanado de desenvolvimento

    das foras produtivas diferenciam-se das riquezas. Provocam

    danos irreversveis, permanecem invisveis, baseiam-se em

    interpretaes, apresentam-se no conhecimento cientfico ou

    leigo, esto abertos a processos sociais de definio.

    ii) Com a distribuio e incremento dos riscos surgem

    situaes sociais de ameaa. Inicialmente seguem a lgica da

    sociedade de classe, acumulando-se nos patamares de baixo.

    Aps, ocorre o efeito bumerangue, alcanando aqueles que os

    produziram, invertendo a lgica de classes.

    7. A Sociologia Ambiental: a sociedade de risco.

  • iii) Mantm-se a lgica capitalista porque os riscos so

    colocados no mercado. Representam necessidades sem fundo.

    iv) Ao contrrio das riquezas que podem ser possudas, os riscos afetam e

    so atribudos. A conscincia de classe determinada pela existncia, mas

    nas ameaas, a conscincia determina a existncia. O potencial poltico tem

    que ser analisado numa sociologia do surgimento e disseminao do

    conhecimento sobre os riscos.

    V) O reconhecimento social dos riscos torna o que era apoltico em poltico,

    viabilizado no combate s causas. Isto gera modificaes industriais e

    modificaes no mercado. Disputa-se o efeito direto e os efeitos colaterais

    resultantes. Estabelece-se um potencial poltico das catstrofes. Sua

    preveno e manejo podem acabar envolvendo uma reorganizao do

    poder e responsabilidade. A sociedade de riscos catastrfica. O estado de

    exceo ameaa converter-se em normalidade.

    7. A Sociologia Ambiental: a sociedade de risco.

  • Em grupos: escolher um trabalho publicado na temtica da

    Etnoecologia.

    Analisar o trabalho segundo as questes norteadoras:

    i) Local do estudo;

    ii) Populao envolvida;

    Iii) Relao desta populao/comunidade com os recursos

    naturais que est sendo investigada;

    Iv) Grupo ecolgico enfatizado (plantas, animais, grupos, etc.);

    v) Caracterizao como Etnoecologia, Etnobotnica ou

    Etnozoologia;

    vi) Pressuposto inicial sobre o conhecimento local/tradicional

    ou Etnocincia da populao/comunidade estudada;

    Vii) Resumo da metodologia e resultados.

    Exerccio motivador.