Artigo NIR Uvas Borba - Simpósio
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ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE COR E DE MATURAÇÃO DE UVAS TINTASPRODUZIDAS NO ALENTEJO NA SUB-REGIÃO DE BORBA, PELO MÉTODO
DE ESPECTROSCOPIA NIR (ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHOPRÓXIMO)
Helena FERREIRA1; Jakob JØNS2; Nuno NASCIMENTO 3; Óscar GATO4; João
BARROSO5
RESUMOA avaliação objectiva da qualidade das uvas é essencial para a indústria vitivinícola. A cor das uvas,
que depende da concentração de antocianinas, e os polifenóis totais são indicadores importantes da qualidadee do potencial de envelhecimento dos vinhos. No entanto estes parâmetros não são normalmente analisadosna vindima, uma vez que a sua determinação utiliza métodos complexos e morosos. A espectroscopia NIR (Espectroscopia de Infravermelho Próximo), actualmente utilizada na indústria alimentar e de bebidas, possibilita a análise simples e rápida destes parâmetros de maturação e qualidade das uvas.
Foram recolhidos em 2006 espectros NIR, desde o pintor até à vindima das castas tintas maisrepresentativas do cadastro da Adega Cooperativa de Borba em diferentes tipos de solo e disponibilidadehídrica, tendo como objectivo a análise e cálculo equações de calibração dos parâmetros Antocianinas Totais,
Polifenóis Totais, pH e Brix. Este trabalho reúne os resultados obtidos.
Palavras-chave: NIR, cor, antocianinas, polifenóis, qualidade, uvas.
1 - INTRODUÇÃO
A análise das características das uvas que têm impacto na qualidade dos vinhos é
um requisito fundamental para a melhoria da produção vitícola e obtenção do estilo de
vinhos desejado (Cozzolino et al ., 2006). Segundo o mesmo autor, para alcançar estes
objectivos, a indústria vitivinícola vê a necessidade de utilizar técnicas de análise simples e
rápidas para avaliar objectivamente a qualidade das uvas. Actualmente os parâmetros
indicadores da qualidade das uvas não se resumem à concentração de açúcares e acidez,
sendo os parâmetros como a cor e os polifenóis de extrema importância. Existem métodos
analíticos para determinação destes parâmetros nas uvas, mas não estão adequados às
exigências logísticas da indústria, onde a rapidez e o baixo custo das análises são de
extrema importância.
A espectroscopia por infravermelho próximo (NIR) tem sido amplamente utilizadana análise quantitativa e qualitativa nas indústrias agro-alimentares porque é fácil, não
destrutiva e não exige grandes preparações da amostra (Cozzolino et al ., 2005).
Os mesmos autores referem que a calibração é a chave para o sucesso da análise
NIR e que são necessários vários passos para a calcular. Incluem a selecção de amostras, a
sua preparação, colheita dos espectros na gama NIR (400 a 2500nm), análise e1, 3 e 4 Adega Cooperativa de Borba, C.R.L. Largo Gago Coutinho Ap. 20. 7151-913 Borba. Portugal. E - mail:[email protected]; 3 [email protected]; 4 [email protected] ; 2 FOSS Analytical, E-mail:
Departamento de Fitotecnia, Universidade de Évora. Portugal E – mail: [email protected]
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determinação dos resultados pelos métodos de bancada, tratamento dos dados dos
espectros recolhidos, cálculo do modelo de regressão e por fim validação do modelo.
Este estudo teve como objectivo investigar a influência da preparação da amostra
(uvas inteiras ou uvas trituradas e homogeneizadas) nos espectros NIR, assim como na
performance das calibrações para a análise das antocianinas totais, brix, pH e polifenóistotais em castas de uvas tintas representativas da produção na Adega Cooperativa de
Borba, C.R.L.
2 - MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 – Amostragem
Com início no pintor e ao longo da maturação das uvas e vindima de 2006 (final deJulho a Outubro), foram recolhidas 325 amostras de uvas tintas das castas Alfrocheiro,
Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet – Sauvignon, Castelão (vulgo Periquita), Syrah,
Tinta Caiada, Touriga Nacional e Trincadeira.
Para cada casta foram seleccionadas vinhas instaladas nos dois tipos de solos
predominantes no cadastro da Adega Cooperativa de Borba, C.R.L.: Xistos e Argilo-
Calcários.
Para cada tipo de solo e em cada casta, seleccionaram-se parcelas de regadio e de
sequeiro e em cada parcela definiu-se um local para a colheita de amostras, com cerca de
10 cepas. Durante todo o ensaio, a colheita de amostras de cada casta foi feita apenas nas
cepas situadas no local definido.
Em cada cepa, os bagos foram colhidos aleatoriamente com o pecíolo, tentando-se
alternar entre cachos mais expostos ou mais resguardados.
As amostras foram acondicionadas em sacos de plástico devidamente identificadas,
e armazenadas em ambiente refrigerado e transportadas até ao laboratório.
2.2- Preparação da amostra e Análise
Em cada amostra, analisaram-se primeiro os bagos inteiros no NIR (Espectroscopia
por Infravermelho Próximo) InfraXact da Foss, na calibração “whole grapes” para os
parâmetros brix, cor – antocianinas totais (mg/g), pH e polifenóis totais a 280nm (ua/g). Os
bagos foram, de seguida, triturados de acordo com o descrito por Iland et al (2000)
garantindo no final um homogeneizado uniforme e sem fragmentos de grainhas ou
películas. O homogeneizado foi de seguida analisado no equipamento NIR, na calibração
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Parâmetros Métodos de análise de bancada utilizados
Brix Refractometria*
pH Potenciometria*Cor - Antocianinas Totais (mg/g)
Extracção em meio alcoólico e ácido + expressão da cor a pH baixo**
Polifenóis Totais a 280 nm (ua/g)Extracção em meio alcoólico e ácido + Leitura do
extracto a 280nm**
“homogeneized grapes” para os mesmos parâmetros referidos anteriormente, tal como
ilustra a figura 1.
O homogeneizado foi então analisado para todos os parâmetros pelos métodos de
bancada (Tabela 1) com duas repetições para cada parâmetro.
Tabela 1 – Métodos de Análise de Bancada
2.3. Repetibilidade e qualidade dos resultados
Foi feito um ensaio em duas amostras, para calcular a repetibilidade dos métodos de
bancada e também da análise NIR. Os bagos inteiros de cada amostra foram analisados 10
vezes na calibração “whole grapes” para todos os parâmetros. Após a trituração ehomogeneização das duas amostras, procedeu-se da mesma forma à análise no NIR do
homogeneizado na calibração “homogenized grapes”. De seguida recolheram-se 10 sub
porções de cada amostra para a análise pelos métodos de bancada.
A repetibilidade dos métodos de bancada foi calculada através do desvio padrão
entre as 10 sub porções de cada amostra. A repetibilidade da análise NIR foi calculada,
para cada parâmetro e para cada calibração, pelo desvio padrão entre as 10 análises
consecutivas em cada amostra dos bagos inteiros e das uvas homogeneizadas.
Diariamente e de acordo com o recomendado pelo fabricante do equipamento NIR,
foram feitos testes de performance e de verificação com uma célula de referência para
assegurar a sua capacidade em manter os resultados numa calibração de controlo.
2.4. - Calibrações
Foram calculadas calibrações da totalidade das amostras, para os bagos inteiros
(“whole grapes”) e para as uvas homogeneizadas (“homogeneized grapes”) em todos
parâmetros antocianinas totais, brix, pH e polifenóis totais. O cálculo foi feito no software
Figura 1 – Etapas de preparação e análise das amostras no NIR
* Regulamento CEE, 1990; ** Iland et al , (2000). ua – unidades de absorvância
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Método de Análise / Preparação da Amostra Parâmetro Repetibilidade Média
Cor - AT 0.053PT 0.029
pH 0.008Métodos de Bancada
Brix 0.103
Cor - AT 0.030
PT 0.011 pH 0.008
UvasHomogeneizadas
Brix 0.07Cor -AT 0.023
PT 0.032
pH 0.01
NIR
BagosInteiros
Brix 0.25
estatístico da Foss WinISI III e utilizou equações de regressão pelo método de quadrados
mínimos parciais modificado (mPLS).
Individualmente, para cada casta, para os dois tipos de preparação da amostra
(bagos inteiros e uvas homogeneizadas) e em todos os parâmetros, calculou-se a correlação
entre os valores obtidos pelos métodos de bancada e na análise NIR. Nas equações de calibração calculadas por mPLS com a totalidade das amostras,
para cada parâmetro e para os dois tipos de preparação da amostra (bagos inteiros ou uvas
homogeneizadas) foi determinado o SEC (erro standard de calibração) como medida de
exactidão da equação calculada. Quanto menor este valor, melhor o comportamento da
calibração em análises futuras. Calculou-se também o coeficiente de correlação (RSQ) para
cada equação de calibração. Paralelamente para cada tipo de preparação da amostra e
individualmente por casta, fez-se a análise da correlação entre os valores dos métodos de bancada e os valores do NIR e determinou-se o respectivo coeficiente de correlação (R 2).
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
No ensaio de análise da repetibilidade dos métodos de bancada e da análise pelo
NIR, os resultados foram os seguintes (Tabela 2):
Tabela 2 – Resultados ensaios de repetibilidade dos métodos de análise
AT – Antocianinas Totais; PT- Polifenóis Totais
Os resultados indicam boa repetibilidade dos métodos de bancada e também da
análise NIR, que apenas apresenta valores de repetibilidade inferiores aos métodos de
bancada nos bagos inteiros, para os parâmetros polifenóis totais, pH e brix. Estes
resultados são espectáveis, revelando claramente a heterogeneidade da amostra de bagos
inteiros em leituras sucessivas.
Nos resultados apresentados de seguida, compararam-se os coeficientes de
correlação calculados com o intuito de verificar se o R 2 das equações individuais de cada
casta era superior ao RSQ das equações de calibração da totalidade das amostras,
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indicando que uma calibração com a totalidade das amostras é menos exacta do que a
calibração individual por casta.
3.1. – Uvas homogeneizadas
Antocianinas totais – cor:
A melhor equação de calibração calculada para a cor (Figura 2 B) mostra que é
possível analisar este parâmetro no NIR, com exactidão (SEC 0.178) em toda a gama de
medição durante a maturação das uvas. No entanto, analisando os coeficientes de
correlação individualmente por casta (Figura 2 A), os resultados mostram que, para
determinadas castas, temos melhores R 2 do que na calibração global com a totalidade das
amostras, o que indicia a vantagem de se calcularem calibrações individuais por casta para
a análise da cor nas uvas homogeneizadas.
Brix:
A melhor equação de calibração calculada para o brix (Figura 3 B) mostra que é
possível analisar com exactidão este parâmetro no NIR (SEC 0.3) em toda a gama de
medição. Nos coeficientes de correlação por casta (Figura 3 A), os resultados mostram que
não há vantagens no cálculo de calibrações individuais neste parâmetro, face ao elevado
coeficiente de correlação determinado na calibração global (0.997).
Figura 2 – (A) Coeficientes de correlação R 2entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Equação
calibração da cor nas uvas homogeneizadas (WinISI III Foss).
0.676Trincadeira
0.917Touriga Nacional
0.709Periquita
0.907Cabernet Sauvignon
0.868Aragonez
0.907Alicante Bouschet
R 2Casta
0.676Trincadeira
0.917Touriga Nacional
0.709Periquita
0.907Cabernet Sauvignon
0.868Aragonez
0.907Alicante Bouschet
R 2Casta
0.996Trincadeira
0.994Touriga Nacional
0.997Periquita
0.997Cabernet Sauvignon
0.995Aragonez
0.996Alicante Bouschet
R 2Casta
0.996Trincadeira
0.994Touriga Nacional
0.997Periquita
0.997Cabernet Sauvignon
0.995Aragonez
0.996Alicante Bouschet
R 2CastaA
calibração do brix nas uvas homogeneizadas (WinISI III Foss).
Slope: 1.006 RSQ: 0.824SECV: 0.185 1-VR: 0.813SEC: 0.178
Slope: 1.000 RSQ: 0.997SECV: 0.349 1-VR: 0.996SEC: 0.300
A B
B
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pH:
Tal como os resultados do brix, a calibração global calculada para o pH, para além
de permitir a análise com exactidão (SEC 0.085 na Figura 4 B), tem um coeficiente de
correlação mais alto dos que os determinados individualmente por casta (Figura 4 A).
Polifenóis totais:
A melhor calibração global calculada nos polifenóis totais (Figura 5 B) devolve um
erro de calibração cruzada baixo (SEC 0.169), mas o coeficiente de correlação (0.532) fica
muito aquém dos outros parâmetros, indicando que esta poderá eventualmente ser
melhorada, aumentando do número de amostras (N). No entanto os coeficientes de
correlação individuais para cada casta (Figura 5 A) são inferiores ao da calibração global, o
que indicia que não há vantagens no cálculo de calibrações individuais nos polifenóis
totais.
3.2. – Bagos inteiros
Antocianinas totais – cor:
0.889Trincadeira
0.841Touriga Nacional
0.798Periquita
0.867Cabernet Sauvignon
0.783Aragonez
0.889Alicante Bouschet
R 2Casta
0.889Trincadeira
0.841Touriga Nacional
0.798Periquita
0.867Cabernet Sauvignon
0.783Aragonez
0.889Alicante Bouschet
R 2Casta
Figura 4 – (A) Coeficientes de correlação R 2 entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Equaçãocalibração do pH nas uvas homogeneizadas (WinISI III Foss).
A
Figura 5 – (A) Coeficientes de correlação R 2 entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Equaçãocalibração dos polifenóis totais nas uvas homogeneizadas (WinIsi III Foss).
0.230Trincadeira
0.422Touriga Nacional
0.052Periquita
0.273Cabernet Sauvignon
0.402Aragonez
0.373Alicante Bouschet
R 2Casta
0.230Trincadeira
0.422Touriga Nacional
0.052Periquita
0.273Cabernet Sauvignon
0.402Aragonez
0.373Alicante Bouschet
R 2CastaA B
Slope: 1.004 RSQ: 0.532SECV: 0.202 1-VR: 0.394SEC: 0.169
0.660Trincadeira
0.887Touriga Nacional
0.698Periquita
0.860Cabernet Sauvignon
0.761Aragonez
0.824Alicante Bouschet
R 2Casta
0.660Trincadeira
0.887Touriga Nacional
0.698Periquita
0.860Cabernet Sauvignon
0.761Aragonez
0.824Alicante Bouschet
R 2CastaA B
Figura 6 – (A) Coeficientes de correlação R 2
entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Parâmetrosestatísticos da equação de calibração da cor nos bagos inteiros (WinISI III Foss).
B
Slope: 1.001 RSQ: 0.947SECV: 0.091 1-VR: 0.940SEC: 0.085
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A calibração global calculada (Figura 6 B) obteve uma correlação mais baixa
(0.777) do que a observada nas uvas homogeneizadas. Na análise das correlações por casta
obtemos melhores resultados em algumas individualmente, indicando que os resultados
podem ser melhorados, com calibrações da cor por casta (Figura 6 A).
Brix:
Verificaram-se resultados semelhantes aos das uvas homogeneizadas, com o
coeficiente de correlação na calibração global elevado (0.977, Figura 7 B) e que não há
vantagens no cálculo de calibrações individuais por casta neste parâmetro uma vez que os
R 2 obtidos (Figura 7 A) são inferiores ao da calibração global.
pH:
Tal como nas uvas homogeneizadas, esta calibração obteve um coeficiente de
correlação na calibração global elevado (0.884, Figura 8 B) e não há vantagens no cálculode calibrações individuais por casta (Figura 7 A) uma vez que os R 2 obtidos são inferiores.
Polifenóis totais:
Resultados semelhantes aos das uvas homogeneizadas, a melhor calibração globalcalculada nos polifenóis totais (Figura 9 B) obteve um coeficiente de correlação baixo
(0.421). Os R 2 para cada casta (Figura 9 A) são também inferiores ao da calibração global.
4 – CONCLUSÕES
Este trabalho confirma a aplicabilidade da tecnologia NIR à análise de parâmetros
de qualidade das uvas, em particular da cor (antocianinas totais), que por outros métodos
de análise é muito morosa, ou com resultados pouco exactos. A preparação da amostra é
0.978Trincadeira
0.973Touriga Nacional
0.976Periquita
0.967Cabernet Sauvignon
0.956Aragonez
0.970Alicante Bouschet
R 2Casta
0.978Trincadeira
0.973Touriga Nacional
0.976Periquita
0.967Cabernet Sauvignon
0.956Aragonez
0.970Alicante Bouschet
R 2CastaA B
Figura 7 – (A) Coeficientes de correlação R 2 entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Parâmetrosestatísticos da equação de calibração do brix nos bagos inteiros (WinISI III Foss).
0.865Trincadeira
0.898Touriga Nacional
0.856Periquita
0.817Cabernet Sauvignon
0.871Aragonez
0.844Alicante Bouschet
R 2Casta
0.865Trincadeira
0.898Touriga Nacional
0.856Periquita
0.817Cabernet Sauvignon
0.871Aragonez
0.844Alicante Bouschet
R 2CastaA B
0.066Trincadeira
0.231Touriga Nacional
0.000Periquita
0.305Cabernet Sauvignon
0.376Aragonez
0.419Alicante Bouschet
R 2Casta
0.066Trincadeira
0.231Touriga Nacional
0.000Periquita
0.305Cabernet Sauvignon
0.376Aragonez
0.419Alicante Bouschet
R 2CastaA
Figura 8 – (A) Coeficientes de correlação R 2 entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Parâmetrosestatísticos da equação de calibração do pH nos bagos inteiros (WinIsi III Foss).
B
Figura 9 – (A) Coeficientes de correlação R 2 entre os dois métodos de análise em cada casta. (B) Parâmetrosestatísticos da equação de calibração dos polifenóis totais nos bagos inteiros (WinIsi III Foss).
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fundamental para a obtenção de melhores resultados, uma vez que as calibrações dos
quatro parâmetros nas uvas homogeneizadas apresentaram melhores coeficientes de
correlação do que as calibrações de bagos inteiros. No entanto, em parâmetros como o brix
e o pH, obtiveram-se coeficientes de correlação muito bons na análise NIR de bagos
inteiros, o que simplifica determinações rápidas, em que a cor e os polifenóis totais nãosejam fundamentais, uma vez que não é necessária a homogeneização das uvas.
A operação de trituração e homogeneização da amostra é de fácil realização, uma
vez que a trituração das uvas é um processo simples e rápido, desde que efectuada com os
equipamentos adequados.
As calibrações dos polifenóis totais nas duas formas de preparação da amostra
obtiveram correlações mais baixas, comparativamente aos outros parâmetros, que se
devem ao facto da gama de leitura do NIR não ser tão próxima da utilizada nadeterminação pelo método de bancada (280nm). Estes resultados revelam a necessidade de
um maior número de espectros para melhorar os resultados das calibrações.
Para o parâmetro antocianinas totais, nos dois tipos de preparação, o cálculo de
calibrações individuais por casta conduz a melhores resultados, uma vez que se obtiveram
coeficientes de correlação mais elevados. Esta situação é viável do ponto de vista prático,
dada a versatilidade do NIR em mudar a calibração rapidamente em análises consecutivas.
AGRADECIMENTOS:
À FOSS, em particular ao Jakob JØNS pela possibilidade de realização do ensaio e
pelos tratamentos estatísticos inerentes ao cálculo das calibrações. À Agrovete, em
particular ao José Carola pela disponibilidade e como representante da FOSS em Portugal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cozzolino, D.; Cynkar W.U.; Dambergs, R.G.; Janik, L.;; Gishen M., 2005. Effect of both
homogenization and storage on the spectra of red grapes and on the measurement of totalantocyanins, total soluble solids and pH by visual near infrared spectroscopy. J. N. InfraredSpectroscopy, 13, 213 – 223.Cozzolino, D.; Dambergs, R.G.; Janik, L.; Cynkar W.U.; Gishen M., 2006. Analysis of grapes and wines by near infrared spectroscopy. J. N Infrared Spectroscopy, 14, 279 – 289.Iland, P.G.; Ewart, A.; Sitters, J.; Markides, A.; Bruer, Nick. 2000. Techniques for chemical analysis and quality monitoring during winemaking. Patrick Iland WinePromotions, Campbelltown, SA.REGULAMENTO (CEE) Nº 2676/90, 17 de Setembro de 1990. Métodos de análisecomunitários aplicáveis no sector do vinho. Jornal Oficial das Comunidades EuropeiasL 272 de 3 de Outubro de 1990.