Artigo Os Nerds e a Série the Big Bang Theory

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  • 7/24/2019 Artigo Os Nerds e a Srie the Big Bang Theory

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    Os nerds e a srie The Big Bang Theory.

    Soraya Madeira da Silva

    Soraya Madeira da Silva | [email protected]

    Mestranda do Programa de Ps-Graduao de Comunicao da Universidade edera! do Cear"#$s%ecia!ista em Ger&ncia de Mar'eting %e!a Unichristus# Bachare! em Pu(!icidade e Pro%aganda

    %e!a Universidade edera! do Cear".

    Resumo

    Conhecidos %rinci%a!mente devido )s %ecu!iaridades de sua a%ar&ncia e com%ortamento# os nerdsv&m ganhando mais es%ao na m*dia nos +!timos anos. Com este tra(a!ho# %retende-se a%resentar#em um %rimeiro momento# um estudo so(re cu!tura# identidade e ,ragmentao# ana!isando a,ormao de diversas cu!turas de nicho. $m seguida# a%resenta-se as origens e caracter*sticas destatri(o ur(ana# gera!mente associados a adetivos negativos e ,reuentes a!vos de bullying.

    ina!i/amos o artigo com uma an"!ise da srie americana The Big Bang Theory# %rotagoni/ada %orum gru%o de amigos nerds# e da re!ao de seus dois %ersonagens %rinci%ais# 0eonard e 1he!don#com o %er,i! do nerd traado %reviamente.

    Palavras-chave

    2erds. The Big Bang Theory. Cu!tura de nicho. 1itcom. Personagens.

    1 Introduo

    3ivemos em uma sociedade marcada %or diversas mudanas. 4o !ongo de nossa histria# a

    humanidade evo!ui atravs de trans,orma5es sociais# econ6micas e cu!turais ue a!teram

    signi,icativamente nosso modo de vida. Costumes ue nascem e desa%arecem# modismos ue vo e

    vem# regras de conviv&ncia ue surgem e se modi,icam# gru%os sociais ue mudam de status com o

    %assar dos anos# todos so ind*cios da nature/a mutante do ser humano.

    4travessamos %er*odos onde a no(re/a era a c!asse socia! dominante em um estado

    a(so!utista# acom%anhada de %erto %e!o c!ero# %ara uma era dominada %e!a (urguesia# onde o

    ca%ita!ismo ,incou ra*/es %ro,undas no desenvo!vimento da sociedade. Para 1imme! 7899: a%ud

    1;034< 1OU=4# >?8@A# o nascimento das grandes metr%o!es e sua re!ao intr*nseca com odinheiro o ue d" in*cio ) modernidade# caracteri/ada %rinci%a!mente %e!a diversidade e

    dinamismo do am(iente cosmo%o!ita# a!iados ) grande %erda dos va!ores tradicionais. essa

    mistura# entretanto# ue %ossi(i!ita o surgimento de novas cu!turas# vivendo simu!taneamente no

    es%ao ur(ano.

    dentro desse conteto ue surge a tri(o ur(ana dos nerds# gru%o socia! ue se re+ne devido

    a caracter*sticas em comum ue vo a!m da identidade naciona! %ro%osta %or 1tuart Da!! 7>??>A# na

    ua! os indiv*duos se agru%am %rinci%a!mente %or sua regiona!idade. Os ,atores ue unem osmem(ros deste gru%o vo desde sua ,isionomia at seu com%ortamento# inc!uindo tam(m seus

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    h"(itos de consumo.

    Os nerds t&m uma traetria socia! de ec!uso e iso!amento %or %arte dos outros gru%os da

    sociedade# %or serem considerados EinadeuadosF em re!ao aos esti!os de vida dominantes.

    $ntretanto# atua!mente %resenciamos uma verdadeira e%!oso do universo nerd e seus com%onentes

    dentro da grande m*dia e es%a!hando-se %e!a sociedade. 4nteriormente vistos como outsiders dasociedade# termo uti!i/ado %or $!ias e 1cotson 7899A %ara designar os indiv*duos ou gru%os ue

    no se encaiam nas normas-%adro do am(iente onde vivem# hoe os nerds so encarados so( uma

    nova %ers%ectiva. 1eus h"(itos e va!ores so re%rodu/idos com ,reu&ncia em v"rios %rodutos

    midi"ticos da ind+stria cu!tura! e se tornam o(etos de deseo do grande %+(!ico# o mesmo ue antes

    os reeitava.

    O o(etivo deste artigo a%resentar as origens e caracter*sticas desta tri(o ur(ana# traando

    seu %er,i! a %artir de diversos %ontos# como a%ar&ncia ,*sica# h"(itos com%ortamentais# gostos#%re,er&ncias# dentre outros. Para!e!amente# %retendemos investigar os %rinci%ais motivos %or tr"s da

    %o%u!ari/ao dos nerds %erante a sociedade. Por ,im# ,aremos uma re!ao desse %er,i! com o

    a%resentado %e!os %ersonagens da srie de T3 The Big Bang Theory# %rotagoni/ada %or uatro

    %ersonagens nerds# de ,orma a com%reender como o %rograma re%resenta o gru%o ana!isado %or este

    tra(a!ho.

    2 ultura! identidade e "ragmentao

    4 cu!tura um %rocesso acumu!ativo. O homem rece(e conhecimentos e e%eri&ncias

    acumu!ados ao !ongo das gera5es ue o antecederam e# se estas in,orma5es ,orem adeuada e

    criativamente mani%u!adas# %ermitiro inova5es e inven5es. 4ssim# estas no so o resu!tado da

    ao iso!ada de um g&nio# mas o es,oro de toda uma comunidade# ue tra(a!ha transmitindo e

    re,ormu!ando as tradi5es %ertencentes a e!a.

    Por muito tem%o# acreditava-se ue a cu!tura naciona! era a res%ons"ve! %or esta(e!ecer as

    caracter*sticas de um %ovo e ue as tradi5es ue resistiam a gera5es eram com%!etamente

    imut"veis. O in*cio do estudo so(re identidade cu!tura! veio nos mostrar ue a rea!idade era (em

    mais com%!ea# %ois ,atores im%ortantes como a hi(ridi/ao cu!tura! e a %r%ria %ersona!idade do

    indiv*duo estavam sendo a%enas coaduvantes nesta investigao.

    Os %rimeiros conceitos de identidade cu!tura! a,irmavam ue a individua!idade de uma

    %essoa indivis*ve! e singu!ar# e (aseada maoritariamente na cu!tura naciona! de onde veio e nos

    costumes so( os uais e!a ,oi criada. $sta de,inio atri(u*da a autores como Hoger 1cruton e

    $rnest Ge!!ner 7a%ud D400# >??>A# ue u!gam ser inconce(*ve! a eist&ncia de um homem sem

    nao# " ue o %r%rio se identi,ica como a!go mais am%!o ue um indiv*duo iso!ado# como %arte

    de uma nao. Ou sea# o indiv*duo no tem a!ternativa seno ser aui!o %ara o ua! ,oi E%r-

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    %rogramadoF. $sta viso determinista no e%!ica# no entanto# a miscigenao de etnias ou a

    eist&ncia de um indiv*duo ue no tenha sentimento de identi,icao com sua %"tria.

    1tuart Da!! 7>??>A co!oca isso em %ers%ectiva em seus estudos so(re identidade cu!tura!. O

    autor a,irma ue estas su%osi5es so ut%icas# e ue no %oss*ve! uni,icar uma nao a %artir dos

    conceitos de etnia ou raa# %ois Eas na5es modernas so# todas# h*(ridas e cu!turaisF 7Da!!# >??># %.I>A. O sueito %s-moderno no %ossui identidade ,ia e %ermanente. $sta continuamente

    trans,ormada de acordo com o momento histrico em ue vive e com os sistemas de re%resentao

    cu!tura! %e!os uais est" rodeado. J medida ue estes sistemas se mu!ti%!icam# em grande %arte

    devido ) g!o(a!i/ao# surgem di,erentes %ossi(i!idades de identi,icao %ara os indiv*duos# muitas

    ve/es con,!itantes entre si. 1egundo Da!! 7>??># %. K?A# Eas identidades cu!turais so %ontos de

    identi,icao# os %ontos inst"veis de identi,icao ou sutura# ,eitos no interior dos discursos da

    cu!tura e da histria. 2o uma ess&ncia# mas um %osicionamentoF.Para o autor# as cu!turais nacionais no %odem mais ser as %rinci%ais ,ormadoras da

    identidade cu!tura! na contem%oraneidade# %ois# Eas na5es modernas so# todas# h*(ridos cu!turaisF

    7Da!!# >??># %. I>A. Com a g!o(a!i/ao# h" uma maior %ossi(i!idade de contato entre as cu!turas

    nacionais e as cu!turas estrangeiras# o ue !eva# conseuentemente# a uma ,ragmentao da

    identidade naciona!.

    Uma das maiores conseu&ncias desses %rocessos o surgimento de uma gama de

    identidades menos ,ias e uni,icadas# com as uais os indiv*duos %odem se re!acionar. Mas a

    identidade# antes de tudo# uma re!ao socia!. ;sso signi,ica ue sua de,inio est" sueita a

    re!a5es de %oder. $!a no sim%!esmente de,inida# e!a im%osta. $ntretanto# (astante resistente )

    ,iao e ) esta(i!i/ao ue tentam a%!icar no %rocesso de sua %roduo. 0ogo# a %rinci%a!

    tend&ncia das identidades a hi(ridi/ao# a mistura de suas %articu!aridades com as de outros

    %ovos.

    2estor Garc*a Canc!ini 7899:A a,irma ue di/er ue uma cu!tura h*(rida signi,ica ue e!a

    (aseada na %!ura!idade. 4ssim# a hi(ridi/ao cu!tura! %ro%orcionou uma gerao onde a identidade

    sai do Lm(ito naciona! e homog&neo e %assa a ser ,ragmentada e ,ocada no %r%rio indiv*duo. Uma

    das conseu&ncias da ,ragmentao da cu!tura e da hi(ridi/ao o surgimento de %euenas

    cu!turas# (aseadas na minoria 7no necessariamente n+meros %euenos de %essoas# mas menores em

    re!ao ) massaA e na a%roimao %or a,inidade# ue %arti!ham gostos e se conectam de maneira

    mais %ro,unda.

    O termo tri(os ur(anas surgiu %ara c!assi,icar estes gru%os ) margem da sociedade# ue se

    unem %or caracter*sticas es%ec*,icas# no necessariamente re!acionadas a conceitos geogr",icos#

    des%rovidos de organi/ao e ade%tos de uma %ostura de o%osio ) homogeneidade. E4 met",ora

    da tri(o# %or sua ve/ %ermite dar conta do %rocesso de desindividua!i/ao# da saturao da ,uno

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    ue !he inerente# e da va!ori/ao do %a%e! ue cada %essoa chamada a re%resentar dentro de!a.F

    7Ma,,eso!i# 899:# %.9A. 4nderson 7>??IA# entretanto# as c!assi,ica como cu!turas de nicho

    4tua!mente# ao mesmo tem%o em ue nos ,ragmentamos tam(m nos reagru%amos ao!ongo de outras dimens5es. 7...A $m ve/ de nos re!acionarmos %or !aos ,rouos com

    mu!tid5es# graas )s so(re%osi5es da cu!tura de massa# temos a ca%acidade de nosinter!igarmos# mediante !aos mais ,ortes# com igua! uantidade de %essoas# se no commais# em conseu&ncia da a,inidade comum %e!a cu!tura de nicho. 74nderson# %. 8:9# >??IA

    O o(eto de estudo deste artigo# o universo nerd# conseu&ncia desta ,ragmentao e

    hi(ridi/ao de cu!tura# sendo encarado cada ve/ mais como cu!tura de nicho# uma ve/ ue seus

    indiv*duos se a%roimam e se comunicam devido ) a,inidade# ignorando as (arreiras territoria!istas

    ue as tri(os ur(anas ainda %ossuem. $ntretanto# %ara os ,ins deste tra(a!ho# uti!i/aremos as duas

    c!assi,ica5es como a%!ic"veis aos nerds. a!aremos um %ouco mais so(re o gru%o nerd o t%ico

    seguinte.

    # $ nerd

    4 introduo da ,igura do nerd na sociedade ,oi a!go (astante suti!# ue entrou no imagin"rio

    %o%u!ar com a %ro%agao do seu estereti%o atravs de ,i!mes e a,ins. $sta cu!tura de nicho nunca

    ,oi o(eto de muitos estudos antro%o!gicos mais a%ro,undados e (i(!iogra,ias a seu res%eito so#

    conseuentemente# mais escassas. Os mem(ros deste gru%o no so ,aci!mente reconhecidos com

    um o!har# e sim com a conviv&ncia# ue nos d" deta!hes de sua %ersona!idade# ue ana!isaremos a

    seguir.

    Ne acordo com ernandes e Hios 7>?88A# a %a!avra nerd tem origem indu(itave!mente na

    !*ngua ing!esa# a%esar de no %odermos de,inir ao certo como e!a surgiu. 1egundo o dicion"rio

    O,ord# EnerdF uma %a!avra ue designa %essoas o(cecadas %or a!gum assunto e com di,icu!dades

    de esta(e!ecer contato com outros. Para a %u(!icao# a %a!avra Egee'F# originada do voc"(u!o

    Egec'F 7ue signi,ica to!oA# tam(m %ode ser considerada um sin6nimo de nerd. O dicion"rio

    Cam(ridge corro(ora com esta de,inio# c!assi,icando-o como a!gum sem ha(i!idades sociais e

    a,icionado %or tecno!ogia.

    $ntre a !iteratura so(re o universo nerd# uma origem em %articu!ar# da dcada de 89?# a

    mais di,undida. $!a re,ere-se a um de%artamento da em%resa canadenseNorthern Electric Research

    and Development# cua a(reviao 2.$.H.N. Ni/-se ue os mem(ros deste de%artamento eram

    sueitos %"!idos e ,ran/inos# ue se dedicavam ecessivamente )s suas atividades nos !a(oratrios e

    %re,eriam as com%anhias de seus %r%rios co!egas ) com%anhia do restante dos ,uncion"rios da

    em%resa. Ne acordo com Pereira 7>??:# %. 8?>A# Eo nome do ta! !a(oratrio %assou a ser sin6nimodaue!es ovens (ranue!os de cu!os es%essos# vidrados num com%utador e %ouco a,eitos ao ar

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    !ivreF.

    Outro %oss*ve! surgimento da %a!avra vem dos estudantes americanos da Massachusetts

    ;nstitute o, Techno!ogy 7M;TA# ue a%e!idavam %eorativamente outros estudantes da instituio de

    EknurdF# ue a escrita inversa da %a!avra drunk# ue signi,ica (&(ado 7M4TO1# >?88A. 4 teoria di/

    ue os ovens chamados de knurdseram aue!es ue %re,eriam os estudos em ve/ de %artici%ar das,estas da universidade.

    4 %rimeira a%ario documentada da %a!avra# entretanto# ,oi em 89?# em um !ivro chamado

    If I ran the zoo71e eu dirigisse o /oo!gico# em traduo !ivreA# de autoria de Nr. 1euss# autor de

    EComo o Grinch rou(ou o 2ata!F. 2o !ivro# a %a!avra re,ere-se a um ser di,erente do /oo!gico.

    Ne maneira gera!# Enerd# na verso mais antiga# uma %essoa ue nutre um grande ,asc*nio

    aos estudos# ou ue %ossui uma inte!ig&ncia maior ue a mdia e tem a!guma di,icu!dade em se

    re!acionar socia!menteF 7G403O# >??9# %. >A. 2o Brasi!# o indiv*duo deste gru%o %o%u!armentechamado de CN# adetivo comumente uti!i/ado nos co!gios %ara indicar os a!unos mais dedicados

    aos estudos e mais introvertidos.

    O com%ortamento mais intimista e introvertido destes gru%os# nerds e freaks# e sua

    conseuente ec!uso da sociedade# contri(uiu %ara ,ormar o estereti%o ao redor de!es. 4 %artir da

    dcada de I?# o termo nerdcomea a ser uti!i/ado de ,orma %eorativa# indicando %essoas com

    inte!ig&ncia acima da mdia# ue gostam de estudar# %re,erem atividades em am(ientes ,echados#

    t&m di,icu!dade de interagir socia!mente e no atendem aos %adr5es estticos 7a(aio da mdiaA e

    inte!ectuais 7acima de mdiaA. 4 soma desses ,atores aca(ou contri(uindo %ara o estereti%o de ue

    nerdsso so!it"rios# ,eios# t*midos e estranhos.

    Nurante muito tem%o ,oi im%!antado no imagin"rio %o%u!ar a ideia do nerdna ,igura de um

    ra%a/ (ranco# ,ran/ino# de cu!os de aro grosso e %reto# a%are!ho odonto!gico# vestido com rou%as

    estranhas e sem com(inao# com ca(e!o estranhamente %enteado# mania %or higiene %essoa! e

    o(sesso %or garotas atraentes# gera!mente as mais %o%u!ares dos am(ientes %or onde circu!a. Para

    as garotas nerds# o %arLmetro no era di,erente. 4 m*dia retratou estes ovens em v"rias %rodu5es#

    te!evisivas e cinematogr",icas# como %odemos o(servar a(aio

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    Napoleon Dynamite (filme) Ugly etty (!") #ermione $ranger (filme)

    Doe em dia# so chamadas degeeksas %essoas a,icionadas %or tecno!ogia e in,orm"tica#

    ogos e!etr6nicos e de ta(u!eiro# ,ico cient*,ica. 1o consumidoras "vidas degagdets%e!etr6nicos#

    t&m sede de conhecimento# demonstram interesse %or assuntos gera!mente desconhecidos %or outras

    %essoas e esto sem%re atentas a novidades. 4%esar da origem do termo ser de um instituto detecno!ogia# hoe admite-se ue umgeekno sea es%ecia!ista em com%utadores# usando-o somente

    %ara atividades ("sicas.

    $m 899@# no comeo da internet# o site $eek&ode 7htt%QQRRR.gee'code.comQgee'.htm!A#

    criado %or Ho(ert 4. Dayden# !istou v"rias caracter*sticas# a %artir de um uestion"rio ue seus

    usu"rios res%ondiam# %ara traar um cdigo ue identi,icasse o ue geekou no e uais os ti%os

    degeekue eistem# !istados a(aio

    Tabela 1:&lassifica'o de $eeks

    GB $eek of usiness%&ee' de (dministrao)

    G0 $eek of iterature %&ee' de *iteratura)

    GC $eek of &lassics %&ee' de l+ssicos) GMC $eek of *ass &ommunications%&ee' de omunicao de Massa)

    GC4 $eek of &ommercial +rts%&ee' de (rtes omerciais)

    GM $eek of *ath %&ee' de Matem+tica)

    GCM $eek of &omputer *anagement%&ee' de &esto em In"orm+tica)

    GMN $eek of *edicine %&ee' de Medicina)

    GC1 $eek of &omputer ,cience%&ee' de i,ncias da omutao)

    GMU $eek of *usic %&ee' de Msica)

    GCC $eek of &ommunications%&ee' de omunicao) GP4 $eek of -erforming +rts%&ee' de (rtes Per"orm+ticas)G$ $eek of Engineering

    %&ee' de /ngenharia)GP $eek of -hilosophy %&ee' de 0iloso"ia)

    G$N $eek of Education %&ee' de /ducao) G1 $eek of ,cience (-hysics. &hemistry.iology. etc/)

    &ee' de i,ncias %0sica! u3mica!4iologia! etc.)

    G4 $eek of 0ine +rts %&ee' de 4elas (rtes) G11 $eek of ,ocial ,cience (-sychology.,ociology. etc/)

    &ee' de i,ncias Sociais %Psicologia!Sociologia! etc.)

    GG $eek of $overnment %&ee' do&overno)

    GTS $eek of !echnical 1riting%&ee' de Redao 56cnica)

    GD $eek of #umanities%&ee' de 7umanidades)

    GO $eek of 2ther/ ,ome types of geeks deviatefrom the normal geek activities/ !his is

    encouraged as true geeks come from all

    3alks of life/

    %$utro &ee'. (lguns tios de gee' sedesviam das atividades gee's regulares.Isso 6 encora8ado uma ve9 :ue verdadeirosgee's v,m de todas as es"eras da vida)

    G;T $eek of Information !echnology%&ee' de 5ecnologia da In"ormao)

    GU $eek of 4Undecided4/ !his is a popularvocation 3ith incoming freshmen/

    %&ee' Indeciso. /sta 6 uma vocao

    oular entre os calouros)

    G $eek of 5urisprudence (a3)%&ee' de ;urisrud,ncia %

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    %&ee' sem :uali"ica=es. >ma e?ist,nciamiser+vel! voc, oderia ensar)

    G01 $eek of ibrary ,cience%&ee' de 4ilioteconomia)

    G4T $eek of +ll !rades/ 0or those geeks that cando anything and everything/ $+! usually

    precludes the use of other vocational

    descriptors/

    %&ee' APau ra toda oraB. Para a:uelesgee's :ue odem "a9er :ual:uer coisa etudo. &(5 geralmente imede o uso de

    outras classi"ica=es vocacionais)

    2esse uestion"rio# encontramos %erguntas so(re as categorias 4%ar&ncia# Com%utadores#

    Po!*tica# $ntretenimento e $sti!o de 3ida. O o(etivo do site era ,a/er um divertido a%e!o ao geeks#

    %ara ue estes se assumissem como ta! e %rovassem# %ara e!es %r%rios e %ara os outros# seu grau de

    EnerdiceF# e%osto atravs do seu cdigogeek7ou $eek &ode# em ing!&sA. 4!m disso# os resu!tados

    mostravam ue era %oss*ve! ser umgeekde ua!uer "rea# no s de matem"tica ou ci&ncias# mastam(m do Nireito e de Comunicao# %or eem%!o# demonstrando ue h" muito mais nerdsdo ue

    se %ensa. 4 +!tima atua!i/ao do site ,oi em 899I# mas e!e %ermanece no ar e !em(rado

    carinhosamente %e!os nerdsmais ve!hos como um %edao nost"!gico da histria da internet.

    4s c!assi,ica5es do Gee'Code so muito !imitadas hoe em dia# " ue mais e!ementos

    %assaram a incor%orar o universo nerd. $ntre as c!assi,ica5es de gee's# %odemos o(servar ue

    estas variam de acordo com o interesse %rinci%a! do su(gru%o. Podemos o(servar# assim# a

    %!ura!idade do gru%o# ue se mani,esta de di,erentes maneiras e se e%ressa variadamente. Um traocomum a esta cu!tura ,ormada %e!os nerds a a%ro%riao e o hi(ridismo a%resentados %or Bur'e

    7>??@A# onde re,er&ncias de diversos %rodutos cu!turais so cru/adas e remiadas %ara a construo

    de novos sentidos %ara o gru%o. O site ovem 2erd ># um dos maiores %ortais so(re cu!tura nerd do

    Brasi!# a%resenta um mascote ue contm caracter*sticas cu!turais indis%ens"veis %ara a!gum

    %ertencer ao gru%o

    > Nis%on*ve! em VRRR.ovemnerd.com.(rW. 4cesso em 8: nov. >?8.

    http://www.jovemnerd.com.br/http://www.jovemnerd.com.br/
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    4travs dos anos# o estereti%o do nerd constru*do com estas caracter*sticas ,icou cada ve/

    mais ,orte graas a sua am%!a divu!gao em %rodutos cu!turais ei(idos %e!a grande m*dia. 3"rias

    %rodu5es mostram os nerds de maneira c6mica e %eorativa# contri(uindo %ara re,orar sua

    ,ragi!idade e %ecu!iaridade de ,orma negativa %ara o grande %+(!ico. 0acom(e 7>?8>A nos mostra

    ue os meios de comunicao de massa se a%ro%riam de cam%os sociais %ouco e%!oradoscu!tura!mente e os tornam matria-%rima de seus %rodutos midi"ticos. Ou sea# os assuntos

    a(ordados %e!a T3 e cinema# %or eem%!o# em a!gum momento comeam a ser en,adonhos %ara o

    %+(!ico# ue demanda novidades.

    4ssim# a ind+stria cu!tura! (usca e se a%ro%ria de novos setores sociais %ara a construo de

    %ersonagens e histrias di,erentes %ara atender as necessidades do %+(!ico. $ste o caso da srie

    The Big Bang Theory# tema de estudo deste artigo# ue ter" sua trama e %ersonagens ana!isados a

    seguir.

    C 5he 4ig 4ang 5heory

    O seriado The Big Bang Theory 7TBBTA estreou em >??K no cana! americano CB1 e ,oi

    criado %e!o %rodutor Chuc' 0orre# res%ons"ve! %or outras sries de sucesso como TRo and a ha!,

    men# Mi'e X Mo!!y# Mom# dentre outras. 2o Brasi!# a srie ei(ida %e!o cana! de T3 %or

    assinatura Sarner Channe!# e tam(m " ,oi ei(ida na T3 a(erta# atravs do 1BT# %orm com

    (aios *ndices de audi&ncia# o ue !evou a emissora a cance!ar sua ei(io.

    4 histria centra! de TBBT se %assa na cidade de Pasadena# na Ca!i,rnia# ao redor dos tr&s

    %ersonagens %rinci%ais# os ,*sicos 1he!don Coo%er 7inter%retado %e!o ator im ParsonsA e 0eonard

  • 7/24/2019 Artigo Os Nerds e a Srie the Big Bang Theory

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    Do,stadter 7ohnny Ga!ec'iA# e a garonete as%irante a atri/ Penny 7Ya!ey CuocoA. 4!m de!es#

    outros %ersonagens com%!ementam a trama# como o astro,*sico Haesh Yoothra%a!!i 7Yuna! 2ayyarA

    e o engenheiro es%acia! DoRard So!oRit/ 71imon De!(ergA. 4%s a!gumas tem%oradas# novos

    %ersonagens ,oram adicionados ) srie# como a micro(i!oga Bernadette Hosten'oRs'i 7Me!issa

    HauchA# ue se casou com DoRard# e a neuro(io!ogista 4my arrah oR!er 7Mayim Bia!i'A#namorada de 1he!don. 2este artigo# %retendemos mostrar a construo dos dois %ersonagens nerds

    %rinci%ais# 0eonard e 1he!don# durante a %rimeira tem%orada do seriado# %ara ana!isarmos se sua

    re%resentao corres%onde ao %er,i! do nerd traado anteriormente. Com o %rimeiro# o(servaremos

    %rinci%a!mente suas caracter*sticas com%ortamentais# e# com o segundo# as caracter*sticas cu!turais.

    C.1 *eonard

    Nentre todos os %ersonagens da srie# 0eonard o ue mais a%resenta o estereti%o ,*sico donerd ue vimos no t%ico anterior. 0eonard %ossui uma (aia estatura# corte de ca(e!o estranho#

    cu!os de aro grosso e usa sem%re a mesma com(inao de camisa com estam%a nerd# casaco# ca!a

    e t&nis.

    Nurante a %rimeira tem%orada da srie# com%osta de 8K e%isdios# %odemos ver o %er,i! do

    %ersonagem sendo constru*do em cima de caracter*sticas individuais e do gru%o. ie!d 7>??8A# ao

    e%or com%onentes %ara a construo dos %ersonagens# a%onta ue um de!es a ca%acidade de gerar

    em%atia e identi,icao no %+(!ico# de maneira ue os es%ectadores %ossam se ver re,!etidos na te!a

    ou %ossam reconhecer situa5es do cotidiano. Nessa ,orma# o ue conecta uma trama no es%ao a

    uma %essoa do Emundo rea!F no sua verossimi!hana# e sim as ornadas %e!as uais os

    %ersonagens %assam e o %rocesso de desco(erta de sua identidade. 4ssim# o %ersonagem de 0eonard

    consegue causar identi,icao com o %+(!ico no %e!o seu visua!# mas %or sua situao de amor nocorres%ondido com a vi/inha Penny. 4 ,a!ta de sucesso com as mu!heres# a%esar de ser um grande

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    com%onente do estereti%o nerd# no ec!usivo de!e# uma ve/ ue muitas narrativas tra/em a

    desi!uso amorosa como matria-%rima# inde%endente do %ersonagem.

    Penny a%arece " no %rimeiro e%isdio# e 0eonard ra%idamente se interessa %e!a moa. Tanto

    ue esta# ao %erce(er# comea a tirar vantagem da situao# como na ocasio na ua! %ede %ara o

    ra%a/ ir na casa de seu e-namorado# Yurt# (uscar uma T3. 0"# acom%anhado %or 1he!don# no s0eonard ,a!ha em sua misso# como ainda humi!hado %or Yurt# vo!tando %ara casa sem suas

    ca!as. O bullying# ato de vio!&ncia ,*sica ou %sico!gica# tam(m um trao com%ortamenta!

    recorrente do mundo nerd# e v"rios ,i!mes e %rogramas de T3 ue retratam um %ersonagem nerd o

    mostra como v*tima deste ti%o de agresso. 2a cena narrada# %odemos %erce(er ue# a!m de Yurt#

    Penny tam(m %ratica bullyingem 0eonard# ao d"-!o ,a!sas es%eranas de ,icar com e!a. 4o ,ina! do

    e%isdio# a moa sente-se ma! %or ter ,eito isso e o,erece um antar aos dois amigos# e a ami/ade

    entre os tr&s nasce a %artir deste momento.4o !ongo da srie# 0eonard continua insistindo em v"rias tentativas de im%ressionar Penny e

    de convid"-!a %ara um encontro amoroso. 4o v&-!a em um re!acionamento com outro homem# o

    %ersonagem estimu!ado %e!os amigos DoRard e Ha a convidar uma co!ega de tra(a!ho %ara sair#

    %ois esta uma maneira ue as %essoas EnormaisF usam %ara esuecer a!gum. $sta iniciativa no

    d" certo# ento 0eonard toma a coragem %ara marcar um encontro com Penny. 2os momentos ue

    %recedem o evento# %odemos %erce(er a ,ragi!idade emociona! do %ersonagem e toda a sua

    insegurana em re!ao ao seu %otencia! de sucesso nesta em%reitada re%resentados %e!o descontro!e

    cor%ora! 7suor em demasiaA e sua inca%acidade de gerar uma conversa com%reens*ve! com a moa.

    2o seto e%isdio da tem%orada# Penny rea!i/a uma ,esta ) ,antasia em seu a%artamento e

    convida os vi/inhos. 0eonard vai vestido de rodo# %ersonagem %rinci%a! da saga !iter"ria O 1enhor

    dos 4nis# escrita %or . H. H. To!'ien# *cone da cu!tura nerd. 2a ,esta# 0eonard ,ica enciumado ao

    %erce(er a %resena de Yurt e sua %roimidade com Penny# e tenta intimid"-!o usando ogos

    mentais# em uma es%cie de (u!!ying )s avessas. 4 tentativa !evada ao ,racasso uando Yurt

    uti!i/a ,ora ,*sica %ara se co!ocar no contro!e da situao# deiando 0eonard de%rimido e

    im%otente. Penny chega %ara con,ort"-!o e %edir descu!%as# e os dois trocam seu %rimeiro (eio.

    Perce(emos neste e%isdio o deseo de vingana do nerd em re!ao )s %essoas ue os intimidam

    ,isicamente# trao com%ortamenta! de im%ortLncia %ara o gru%o.

    $ste e%isdio tam(m a%resenta a!guns ind*cios das in,!u&ncias cu!turais do gru%o a!m da

    ,antasia de 0eonard# 1he!don vai ,antasiado de $,eito No%%!er@# Ha esco!he o trae de Thor# e

    DoRard vai de Ho(in Dood. 3eremos mais so(re os %rodutos cu!turais vo!tados %ara os nerds e sua

    re%resentao na srie no t%ico a seguir# so(re o %ersonagem 1he!don.

    @ $,eito No%%!er um ,en6meno ,*sico o(servado nas ondas uando emitidas ou re,!etidas %or um o(eto ue est" emmovimento com re!ao ao o(servador. onte Vhtt%QQ%t.Ri'i%edia.orgQRi'iQ$,eitoZNo%%!erW. 4cesso em >? nov.>?8.

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    C.2 Sheldon

    1he!don Coo%er um ,*sico terico com 8:K %ontos de [uociente de ;nte!ig&ncia 7[;A# o

    ue !he con,ere um com%ortamento (em di,erente de seus co!egas. 1ua %erce%o dos

    acontecimentos comuns do dia a dia tota!mente ,a!ha devido ) sua ,a!ta de ha(i!idades sociais# oue ,a/ o %ersonagem com%reender uma troca de %resentes ou re!a5es de a,eto como conven5es

    sociais. 4%esar de seus amigos e co!egas de tra(a!ho ,reuentemente se re,erirem a e!e como !ouco#

    1he!don a,irma ue %ossui sanidade menta! %ois sua me o !evou %ara testes de !oucura. 4!m disso#

    o ,*sico tam(m associado ) 1*ndrome de 4s%erger# ti%o de autismo caracteri/ado %e!a ,a!ta de

    interao socia! e de comunicao ver(a!.

    1ua a%ar&ncia mostra a!gumas caracter*sticas do estereti%o nerd# como a

    des%ro%orciona!idade do cor%o# e suas e%ress5es ,aciais !he con,erem um ar autorit"rio. 4,ragi!idade de 0eonard no a%arece to vis*ve! em 1he!don# mas o %ersonagem tem a!gumas

    ,raue/as emocionais ue s so so!ucionadas com a %resena de sua me. Por ter sido um garoto

    %rod*gio# ue entrou na ,acu!dade aos 88 anos# 1he!don %ossui uma autoestima e!evada e com%!eo

    de su%erioridade ue constantemente a%arece em cena# %ois o ,*sico ,a/ uesto de se a,irmar

    inte!ectua!mente %erante os co!egas sem%re ue h" uma a(ertura %ara isso.

    Ne acordo com ie!d 7>??8A# a construo do %ersonagem se (aseia em a!guns e!ementos

    ,undamentais %ara sua credi(i!idade e identi,icao %erante o %+(!ico. 1o e!es o %onto de vista# a

    atitude# o com%ortamento e a %ersona!idade. O %onto de vista a maneira %e!a ua! %erce(emos o

    mundo# o nosso conteto< cada %essoa tem o seu. O %ersonagem deve sustentar e dramati/ar seu

    %onto de vista durante a histria. O %rinci%a! %onto de vista de 1he!don a sua su%erioridade

    %erante os outros e sua insist&ncia em sem%re estar certo. ;sso o !eva# inc!usive# a no com%reender(em o bullyingso,rido uando criana# ou mesmo uando adu!to.

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    4 atitude re!ativa ao modo ue o %ersonagem age ou sente# ue mostra ao es%ectador a sua

    o%inio. Ou sea# no s o ue e!e %ensa so(re o mundo ou so(re o conteto no ua! est" inserido#

    mas a maneira ue e!e reage a isso tudo. 1he!don no %erce(e ironias ou sarcasmos# o ue mostra

    como e!e est" inserido em seu %r%rio mundo. O com%ortamento est" !igado ) ess&ncia do

    %ersonagem# ) sua ao Eo ue uma %essoa ,a/ o ue e!a F 7;$0N# >??8# %. >9A. 4 rotina de1he!don com%osta de atividades ca!cu!adas e re%etitivas# ue devem ser seguidas no s %or e!e#

    como %or todos os outros %ersonagens. 1eu ca!end"rio contem%!a seu card"%io# seus momentos de

    recreao e rou%as. [ua!uer mudana em seu cronograma res%ondida com etrema irritao e

    rec!ama5es# o ue mostra a rigorosidade ue 1he!don %ossui com e!e mesmo e com os co!egas.

    Por ,im# ie!d 7>??8# %. >9# gri,o do autorA nos a%onta ue EPersonagem

    P$H1O240;N4N$. Todo %ersonagem mani,esta visua!mente uma %ersona!idade. \]^ [ue ti%o de

    %ersona!idade tem o seu %ersonagem_ indi,erente# dia(!ico# travesso_ ;sto so traos de%ersona!idade ` todos re,!etem o %ersonagemF. 1he!don re!ativamente indi,erente ao restante do

    mundo e s mostra mais animao %or assuntos de seu interesse. Traos im%ortantes da

    %ersona!idade do %ersonagem so demonstrados atravs de suas vestimentas a maior %arte do

    guarda-rou%a de 1he!don com%osto %or camisetas com estam%as de su%er-heris. Os estudos de

    Tocci 7>??KA indicam ue os nerds tendem a consumir a!guns ti%os de %roduto %ara re%resentar uma

    caracter*stica ue# %ara e!es# com%ensam o ,ato de no serem at!ticos# %o%u!ares ou m"scu!os 7em

    termos de agressividadeA# ou sea# estes %rodutos so uma es%cie de %roeo de um esti!o de vida

    ue e!es gostariam de ter. Os su%er-heris# com sua %o%u!aridade# cor%os ,ortes e %oderes es%eciais#

    re%resentam um idea! de vida ue su%era o bullyinge a reeio da sociedade ue os nerds so,rem.

    O site Hi%t ,e/ um in,ogr",ico com todas as camisetas usadas %e!o %ersonagem nas cinco

    %rimeiras tem%oradas da srie. 4o ana!isarmos as camisetas da %rimeira tem%orada 7aneo 4A#

    %odemos o(servar ue# nos 8K e%isdios# 1he!don veste 8? camisetas de su%er-heris# a!gumas mais

    de uma ve/# dentre as outras camisetas ue usa. 1uas %re,er&ncias re,!etem tam(m o gosto do

    %+(!ico nerd 0anterna 3erde# 4uaman# 1u%erman# 0iga da ustia# Batman e !ash. $stes dois

    +!timos sero ana!isados me!hor a(aio %ara entendermos me!hor a re!ao de 1he!don com os

    heris.

    4A Batman %ersonagem criado em 89@9 %or Bo( Yane# o homem-morcego # na verdade#

    um su%er-heri sem %oderes# a!ter ego do mi!ion"rio Bruce Sayne. [uando criana# Sayne viu seus

    %ais serem assassinados e# ao crescer# urou ue iria com(ater o crime na cidade de Gotham

    7$H242N$1< H;O1# >?88A. %oss*ve! ver a identi,icao ue 1he!don sente %e!o %ersonagem

    devido ) variedade degadgets7(atmve!# (atcinto# (atsina!# (at,one etcA tecno!gicos criados %or

    Batman e %e!o seu senso de ustia e ordem em re!ao ) cidade onde vive.

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    Hecorte das camisetas de su%er-heris usadas %or 1he!don na %rimeira tem%orada de TBBT

    BA !ash criado %or Gardner o em 89?# o !ash conhecido como Eo homem maisr"%ido do mundoF e seu a!ter ego mais ,amoso Barry 4!!en. [uando criana# Barry so,ria (u!!ying

    na esco!a %or ser muito !erdo e sem%re chegar atrasado# e# %or isso# no tinha muitos amigos. 4inda

    em sua in,Lncia# sua me ,oi assassinada. Mesmo com o %assado di,*ci!# o %ersonagem teve uma

    vida esco!ar ,rut*,era e virou um cientista (ri!hante# com um em%rego no de%artamento u*mico do

    setor de crimino!ogia da Po!*cia de Centra! City. Ne%ois de ser atingido %or um raio dentro do

    !a(oratrio# Barry ,icou mergu!hado em com%ostos u*micos# acidente ue aca(ou !he concedendo

    %oderes como su%erve!ocidade e a ca%acidade de autorregenerao. O car"ter do %ersonagem

    demonstrado atravs da sua determinao de %roteger a cidade e sua %o%u!ao# a%esar de todo o

    so,rimento %e!o ua! aue!as %essoas o ,i/eram %assar.

    O !ash %arece ser o %ersonagem ,avorito de 1he!don# " ue as camisas usadas %or e!e com

    a estam%a do su%er-heri so as mais numerosas# e tam(m %oss*ve! notar a %re,er&ncia de

    1he!don nas ,antasias ue esco!he %ara ir )s ,estas na trama. 1ua identi,icao com o heri ,"ci! de

    ser assimi!ada# %ois as in,Lncias dos dois ,oram seme!hantes e a inte!ig&ncia ue am(os %ossuem os

    a,asta das %essoas EnormaisF.

    4travs desta %euena amostra# " %odemos ver a in,!u&ncia ue os %rodutos cu!turais

    %ossuem na %ersona!idade# no com%ortamento e no cotidiano dos dois %ersonagens da srie. 1e

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    entre a %roduo e a rece%o h" a mediao# es%ao de!imitado %or Mart*n-Bar(ero 7>??:A como o

    !oca! onde a cu!tura e a comunicao de unem# %odemos %erce(er ue o universo re%!eto de

    re,er&ncias da cu!tura %o% ue a srie TBBT constri %ara o %+(!ico tam(m ,ornece uma a(ertura

    %ara uma construo de sentido ue vai a!m da trama. 4 uti!i/ao de %ersonagens# su%er%oderosos

    ou no# da raa humana ou no# dos %rodutos cu!turais mais consumidos %e!os nerds %ode serconsiderada# na verdade# como uma estratgia no s %ara conseguir mais %+(!ico# mas tam(m

    %ara ,a/er com ue os rece%tores do seriado construam sua %r%ria narrativa de vida atravs da

    histria vista na te!a.

    D oncluso

    4 vo!ati!idade da sociedade ,a/ com ue conceitos novos e antigos se misturem e se tornem

    h*(ridos# e o ue " ,oi considerado ruim ou vistos com maus o!hos %ode ser %erce(ido atravs deuma nova tica. 4ssim aconteceu com os nerds# gru%o constru*do mais %e!a sociedade do ue %or

    e!es %r%rios# a!vo de %reconceito e descrena# mas ue hoe tema de %rogramas de grandes

    ve*cu!os de comunicao de massa# como no caso da srie The Big Bang Theory.

    4o !ongo deste tra(a!ho# %udemos ,a/er uma re,!eo so(re a ,ragmentao das identidades

    cu!turais da atua!idade ue !evaram ) ,ormao do gru%o dos nerds. Conhecemos a!gumas de suas

    %rinci%ais caracter*sticas 7,*sicas# com%ortamentais# h"(itos cu!turaisA e o(servamos a construo do

    estereti%o do gru%o# ue era a imagem re%resentada nos %rodutos cu!turais de antigamente.

    4 sitcom The Big Bang Theory mostra uma nova verso dos nerds# mas desco!ada# mais

    gee'# ue# ao mesmo tem%o ue divu!ga o esti!o de vida deste gru%o# %rocura vend&-!o ao %+(!ico

    no-nerd. Mesmo considerando as estratgias mercado!gicas %or tr"s da %roduo de um seriado

    americano com a!tos *ndices de audi&ncia# %udemos %erce(er# atravs de uma (reve an"!ise da

    construo dos %ersonagens 0eonard e 1he!don# ue a re%resentao ue a srie ,a/ dos nerds (em

    %rima da caracteri/ao com%osta anteriormente neste tra(a!ho.

    Os nerds com%5em um gru%o ue ainda est" em ,ase de so!idi,icao# esta(e!ecendo uma

    identidade %r%ria# em ve/ de assimi!ar uma ,ormada %e!a m*dia. 4inda ue o seriado tenha

    uti!i/ado o estereti%o do nerd no in*cio da narrativa# %oss*ve! %erce(er a evo!uo dos

    %ersonagens dentro da trama e o a(andono %rogressivo da imagem negativa do nerd %ara uma mais

    %ositiva. $studos ,uturos %odero a%ro,undar esta an"!ise %ara uma maior contri(uio acad&mica

    acerca dos nerds e gee's.

    4iliogra"ia

    42N$H1O2# Chris. ( auda *onga. Hio de aneiro $!sevier# >??I.M4HT2-B4HB$HO# sus.

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    Hio de aneiro UH# >??:.BUHY$# Peter. 7iridismo cultural. 1o 0eo%o!do Unisinos# >[email protected];2;# 2estor Garcia. ulturas h3ridasF estrat6gias ara entrar e sair da modernidade.>.ed. 1o Pau!o $dus%# 899:.$0;41# 2o(ert< 1COT1O2# ohn 0. $s esteelecidos e os outsiders. Hio de aneiro =ahar# >???.$H242N$1# 0u*s !"vio< H;O1# Hosana. /nciclon6rdiaF almana:ue de cultura nerd. 1o

    Pau!o Panda Boo's# >?88.;$0N# 1yd. Manual do roteiro. Hio de aneiro O(etiva# >??8.G403O# Nanie!!e Pini. Os nerds ganham %oder e invadem a T3. Revista cient3"icaIntr@ci,ncia# Guaru"# n. 8# %"g. @-8# >??9. Nis%on*ve! emVhtt%QQRRR.,acu!dadedoguarua.edu.(rQrevistaQdoRn!oadsQedicao8>??9Q4rtigoZ@ZPro,aZNanie!!e.%d,W. 4cesso em 8? set. >?8.D400# 1. ( identidade cultual da Gs-modernidade. 8? ed. Hio de aneiro NPX4 editora# >??>.04COMB$# 4na Caro!ina Huas. O mundo dos nerds a re%resentao midi"tica dos ovensdes!ocados no Brasi!. Revista (nagrama# 1o Pau!o# ano # edio # >?8>. Nis%on*ve! emVhtt%QQRRR.revistas.univerciencia.orgQinde.%h%QanagramaQartic!eQvieRQ:?IQK9@W. 4cesso em ?9set. >?8.

    M4$1O0;# M. $ 5emo das 5rios H o decl3nio do Individualismo nas sociedades de Massa.Hio de aneiro orense Universit"ria# 899:.M4TO1# P. $ nerd virou coolF identidade! consumo midi+tico e caital simGlico em umacultura 8uvenil em ascenso. ;ntercom ` 1ociedade Brasi!eira de $studos ;nterdisci%!inares daComunicao - b3; Congresso de Ci&ncias da Comunicao na Hegio 1udeste. 1o Pau!o# >?88.P$H$;H4# Cami!a. 4 Hedeno dos 2erds. Revista e8a# 1o Pau!o# ed. >??# ano 8# n 9# %. 8?>-8?# ? maro >??:.1;034# $ni!do ernandes< 1OU14# ;gor Hamady 0ira de. Nos Dac'ers 4os 2erds Como UmGru%o Outsider 1e Torna $sta(e!ecido Criando 2ovos Outsiders. J ongresso de i,ncias daomunicao na Rego Kordeste H Intercom. >?8@. Nis%on*ve! emVhtt%QQ%orta!intercom.org.(rQanaisQnordeste>?8@QresumosQH@K-8?-8.%d,W. 4cesso em ?9 nov.>?8.TOCC;# . 5he Lell-dressedgeekF Media aroriation and sucultural style.MassachusettsM;T# >??K.

  • 7/24/2019 Artigo Os Nerds e a Srie the Big Bang Theory

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    (ne?os

    4A ;n,ogr",ico com todas as camisas usadas %or 1he!don na %rimeira tem%orada de TBBT. onteVhtt%QQ(!og.ri%ta%%are!.comQ(!ogQR%-contentQu%!oadsQ>?8@Q?@Qshe!don-coo%er-tees.%gW. 4cessoem 8> nov. >?8.

    http://blog.riptapparel.com/blog/wp-content/uploads/2013/03/sheldon-cooper-tees.jpghttp://blog.riptapparel.com/blog/wp-content/uploads/2013/03/sheldon-cooper-tees.jpg