Artigo_vilhena Historia e Desenvolvimento

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1 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR- CAMPUS DE VILHENA DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ADMINISTRAÇÃO JORDEILSON AMARAL KÁTIA PAULA DA SILVA LOPES VILHENA: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

UNIR- CAMPUS DE VILHENA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ADMINISTRAÇÃO

JORDEILSON AMARAL

KÁTIA PAULA DA SILVA LOPES

VILHENA: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso

VILHENA

2011

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JORDEILSON AMARAL

KÁTIA PAULA DA SILVA LOPES

VILHENA: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO

Projeto de Pesquisa apresentado à

Fundação Universidade Federal de

Rondônia, Campus de Vilhena, como

requisito para avaliação parcial da

disciplina de Metodologia da pesquisa

Científica do 1º período do curso de

Administração.

Orientador: Ms. Ademilson Assis Dias.

VILHENA

2011

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Sumário

INTRODUÇÃO 4

JUSTIFICATIVA 5

PROBLEMATIZAÇÃO 6

HIPÓTESES 7

OBJETIVO GERAL 8

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8

METODOLOGIA 9

REFERENCIAL TEÓRICO 10

VILHENA 10

1.1 COMO SURGIU A CIDADE 10

1.2 CIDADE DE VILHENA-DE ENTREPOSTO A CIDADE COM MAIOR DHA DA REGIÃO NORTE 11

1.3 A INTUIÇÃO DO MUNICIPIO E OS PREFEITOS TRAPÕES 12

1.4 INSTALAÇÃO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE DE RONDÔNIA (UNIR) 14

1.5 ERA DONADON- POPULISMO, POLEMICA E CRESCIMENTO 15

2. NOVA CONQUISTA- UM CAPÍTULO À PARTE 17

3. PERSONAGENS 21

3.1 Marciano Zanoecê 21

3.2 Ana Marchezini 21

3.3 Claudete Teixeira 22

3.4 João Castilhos 22

4. GEOGRAFIA 23

4.1 As fronteiras limítrofes do município 23

4.2 CACHOEIRAS 24

4. 3 Aspectos geográficos 24

4.4 Distâncias entre Vilhena e outras cidades do Estado de Rondônia 25

CRONOGRAMA 26

REFERÊNCIAS 27

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VILHENA: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO

INTRODUÇÃO

A história de Vilhena foi reproduzida no dia a dia pelos veículos de comunicação de massa, através dos impressos (jornais e revistas), radio e televisão, que, cada vez mais, buscam reproduzir com mais fidelidade os fatos e as versões contados pelas partes envolvidas na história, mostrando versões diferentes e dá possibilidade de análise por parte do público. Quanto maior o número de meios de comunicação – rádio, TV, jornais e web sites - maior é o número de informações sobre um mesmo assunto, tema ou fato.

No caso da história de emancipação de Vilhena/Rondônia, a imprensa tem contribuído, significativamente, para que os mais relevantes fatos fossem devidamente registrados. Porém, na história oral, há riqueza de detalhes que não se encontram nos registros escritos. Diferentes versões são repassadas oralmente e, embora não tenham a mesma força dos registros, tornam-se conhecidas.

É de extrema importância sabermos diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico, pois é possível uma cidade, região ou país, crescer sem alcançar um estágio de desenvolvimento econômico. Em síntese, crescimento e desenvolvimento econômico são duas coisas ou situações distintas.

O conceito de desenvolvimento é mais qualitativo, pois inclui as alterações da composição do produto e a alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem- estar econômico e social (pobreza, desemprego, violência, condições de saúde, alimentação, transporte, educação, higiene e moradia).

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JUSTIFICATIVA

O crescimento populacional de Vilhena, nos últimos anos, teve na imigração o seu principal motivo. Muitos foram os fatores que atraíram correntes migratórias para esta localidade: o clima ameno; a localização estratégica; a concentração de grandes madeireiras; a expansão do setor público; e a conclusão da BR-364 (1984).

Em 1980, a população de Vilhena era de 12.565 (doze mil, quinhentos e sessenta e cinco) habitantes, em 1983 alcançou 24.148 (vinte e quatro mil, cento e quarenta e oito) habitantes, em 1986, 36.302 (trinta e seis mil, trezentos e dois) habitantes, e em 1995, chegou a 42.664 (quarenta e dois mil, seiscentos e sessenta e quatro) habitantes. Hoje estima-se uma população em cerca de 85.000 (oitenta e cinco mil) habitantes entre zona urbana e rural, em função do número de eleitores (dados fornecidos pelo Cartório Eleitoral); número de crianças e jovens (matriculados em creches, pré-escolas, escolas de ensino fundamental e escolas de ensino técnico – dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação) e número de residências (dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Planejamento).O povoamento da Zona Rural do Município de Vilhena, segundo informações do INCRA, concentra-se na Linha 85, denominada São José do Rio de Ouro

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PROBLEMATIZAÇÃO

Devido à existência de clima agradável, presença de matéria vegetal na região e à localização estratégica, em Vilhena instalaram-se várias serrarias e o apogeu da madeira deu-se no ano de 1974.

Com a instalação do projeto Integrado de Colonização “Paulo de Assis Ribeiro” (1974), com núcleo de apoio em Colorado do Oeste, ocorre um impulso populacional em Vilhena. Neste mesmo ano, instalou-se a pioneira seção eleitoral (104) no Distrito de Vilhena

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HIPÓTESES

Devido a escassez da madeira, o município procurou outras alternativas para conter o desemprego e uma delas foram as hidrelétricas, porém, mesmo com a baixa quantidade de madeira no mercado, a atividade ainda é significativa no setor industrial.

As indústrias de madeira se desenvolveram tanto no setor de exploração como no de construção, e acabaram atraindo indústrias de móveis, que tem interesse pela madeira extraída, como o mogno e cerejeira.

Recentemente, indústrias e fábricas, como o frigorífico Friboi e a fábrica de colchões Portal também foram responsáveis pela absorção da mão de obra excedente.

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OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo de caso sobre a história e o desenvolvimento de Vilhena

no processo de crescimento econômico e social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Qual a história e a imagem de antes e depois;

- Como é o crescimento da economia;

- Qual da localização de Vilhena;

- O que nos enche de orgulho ao morar em Vilhena;

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METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida por meio de estudos bibliográficos, os

instrumentos do estudo foram apostilas, livros, sites, argumentos e textos com base

na história e geografia do município.

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por

meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias

contribuições científicas, historiográficas, sociais e econômicos cultural. Esse tipo

de pesquisa mostrará que Vilhena cresce e se desenvolve a cada dia mais.

A cidade foi contemplada pela Embratur, por quatro anos consecutivos com

o Selo de Potencialidade Turística. Suas belezas naturais e pelo fato de possuir uma

infraestrutura para recepção de turistas (hotéis, restaurantes, aeroporto, rodoviária e

comércio) a cidade recebe muitos turistas do Brasil e de outras partes do mundo.

Contudo, tal potencialidade não é aproveitada ao máximo. Diversos locais da cidade

que poderiam atrair turistas estão abandonados ou nas mãos de particulares.

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REFERENCIAL TEÓRICO

1. VILHENA

A história de Vilhena data do início do século XX, por volta de 1910, com a passagem por estas terras da expedição chefiada pelo Tenente Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, quando fixou nos campos do Planalto dos Parecis um posto telegráfico, na linha Cuiabá/Santo Antônio do Alto Madeira, onde ligariam as principais cidades da região Oriental do País, Cuiabá/Porto Velho, construindo milhares de quilômetros de cabos telegráficos e fazendo surgir vilas em torno dos postos.

O nome “Vilhena”, denominado por Cândido Mariano da Silva Rondon, foi homenagem ao ex-chefe Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, natural do Maranhão, engenheiro chefe da Organização da Carta Telegráfica Pública, que em 1908, foi nomeado pelo Presidente da República, Diretor Geral dos Telégrafos. Aposentou-se em 1904.

Durante quase 50 anos, foi o Posto Telegráfico da passagem do homem civilizado por esta região e, somente a passar do final da década de 50, a sua presença tornou-se mais efetiva. No ano de 1959, o Presidente Juscelino Kubitscheck iniciou a BR-29 (Brasília/Acre), atual BR-364, que integrava a região Norte com as demais Regiões do País

1.1. COMO SURGIU A CIDADE

A história do surgimento da cidade de Vilhena é contada por Pedro Brasil, em seu livro Vilhena Conta sua história (2000) p.18. Segundo o relato, constam nos registros que a história de Vilhena data do início do século XX, por volta de 1910, com a passagem por estas terras da expedição chefiada pelo Tenente Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, quando fixou nos campos do Planalto dos Parecis um posto telegráfico, na linha Cuiabá/Santo Antônio do Alto Madeira, onde ligariam as principais cidades da região Oriental do País, Cuiabá/Porto Velho, construindo milhares de quilômetros de cabos telegráficos e fazendo surgir vilas em torno dos postos.

O nome “Vilhena”, denominado por Cândido Mariano da Silva Rondon, foi homenagem ao ex-chefe Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, natural do Maranhão, engenheiro chefe da Organização da Carta Telegráfica Pública, que em 1908, foi nomeado pelo Presidente da República, Diretor Geral dos Telégrafos. Álvaro Vilhena Aposentou-se em 1904.

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Durante quase 50 anos, na vila de Vilhena, foi o Posto Telegráfico o marco da passagem do homem civilizado por esta região e, somente no final da década de 50, a sua presença tornou-se mais efetiva. No ano de 1959, o Presidente Juscelino Kubitscheck iniciou a BR-29 (Brasília/Acre), atual BR-364, que integrava a região Norte com as demais Regiões do País.

No ano de 1964 ocorreu, através do IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), e depois do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a distribuição de terras da União aos colonos, dispostos a adquiri-los e se fixarem na Região. Este fator atraiu migrantes de todos os quadrantes do País. Nesta ocasião, chegavam as primeiras cabeças de gado (80 rezes), instalavam-se aqui o primeiro Posto de Gasolina e o primeiro Hotel e Restaurante - tudo de propriedade do pioneiro Ferreira Queiroz. Vilhena é a entrada da Amazônia Ocidental, o que permite receber a denominação “Portal da Amazônia Ocidental” e teve seu povoamento caracterizado por vários fatores:

- fluxo migratório das regiões mais populosas do País (sudeste/sul), a procura de novas áreas para expansão da agricultura e pecuária.

- A existência de um clima saudável, próprio da Região do Planalto;

- A riquezas das matas locais (muita madeira, hoje quase esgotada);

- A construção da verdadeira rodovia de interligação (Brasília/Acre) BR-364, pelo Presidente Juscelino Kubitscheck.

1.1Cidade de Vilhena- De entreposto á cidade com maior DHA da Região Norte

Segundo Antônia Zanoecê, em entrevista exclusiva para este documentário, ninguém previa que nessa região fosse surgir uma cidade do porte de Vilhena. Ele nasceu em 1956 no posto telegráfico instalado no início do século por Marechal Rondon. Filho caçula do primeiro morador de Vilhena, Marciano Zanoecê, que veio em 1944 do Mato Grosso para trabalhar como telegrafista em Vilhena. Marciano conta que havia apenas três famílias morando na região durante a sua infância. “Muitos passavam por aqui e iam embora por não acreditarem em Vilhena e pensarem que aqui seria uma cidade morta”, diz.

Assim como a maioria das cidades do Estado de Rondônia, Vilhena surgiu com o projeto de colonização do Governo Federal e a extração de madeiras. No princípio as terras da região onde hoje pertencem ao município, era rejeitada pelos colonos que venham em busca de terras agricultáveis. Porém, por se tratar de um entreposto, muitas famílias foram fixando moradia, o comércio foi crescendo,

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indústrias foram se instalando e aos poucos foi se tornando uma cidade. Com a emancipação, em 23 de Novembro de 1977, Vilhena ganhou força política e atraiu cada vez mais pessoas, muitas delas com capital para investir. (BRASIL, 2000) depois de se passarem 30 anos da data de emancipação, Vilhena se tornou uma das mais importantes cidades do Estado de Rondônia - o 8ª Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, o maior IDH da região Norte e uma das 18 cidades brasileiras melhores para se investir, segundo pesquisa realizada pela revista Veja e reproduzida pelos veículos de comunicação de todo o Estado de Rondônia. Esse desenvolvimento se deu por diversos fatores, podendo ser destacado os três mais importantes: geográfico, econômico (primário, secundário e terciário) e político.

1.2 A intuição do município e os prefeitos tampões

No dia 11 de outubro de 1977, o Presidente da República, General Ernesto Geisel, sancionou a lei 6448, criando assim o município de Vilhena, a partir de áreas desmembradas de Porto Velho e Guajara Mirim. O Município foi instalado dia 23 de Novembro de 1977, ocasião que Renato Coutinho dos Santos, de administrador, passa a ser o primeiro prefeito de Vilhena, nomeado pelo Governador do Território federal de Rondônia, Coronel Umberto Guedes.

(BRASIL, 2000, p 29)Vitório Abrão conta que Rondônia tinha, na época, um líder nato, o então

Deputado Federal Gerônimo Garcia de Santana, do extinto MDB, que acabaria sendo o primeiro Governador eleito de Rondônia, em 1986. Gerônimo foi um dos políticos que trabalhou pela emancipação de Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-paraná e Ariquemes. Todos no mesmo período. Em 1979, chegou na região Coronel Jorge Teixeira, nomeado governador, que tinha como missão de transformar Rondônia em Estado e para isso começou a estruturar os municípios.

O primeiro prefeito do município foi nomeado em 21/06/1977 e comandou o município até 01/03/1980. Renato Coutinho dos Santos nasceu em Bueno Brandão MG, em 27 de Agosto de 1935. Chegou a Vilhena em Abril de 1976 vindo do Paraná, inicialmente para se dedicar a atividade pecuária e, em seguida, construiu o Hotel Santa Maria, a primeira obra em alvenaria na área central da cidade. (BRASIL, 2000, p 34).

Devido a sua postura empreendedora, Renato Coutinho, foi escolhido pelo prefeito de Porto Velho e também pelo governador, Coronel Umberto Guedes, com total apoio da população, tornando-se o segundo amestrador e o primeiro prefeito nomeado de Vilhena.

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Coutinho iniciou a abertura de várias ruas, objetivando regularizar os lotes distribuídos pelos seus antecessores. Depois conseguiu que fosse repassado para o município de Vilhena um trator de esteira, uma patrol, uma retro-escavadeira, 10 caminhões caçamba, dois tratores de pneus CBT com guincho e um rolo compressor, três jipes e uma caminhonete Chevrolet, todos doados pela Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste).

Naquela época, o Município abrangia toda a região hoje denominada Conesul. Coutinho também criou os distritos de Cerejeiras e Cabixi e construiu o Palácio dos Parcis (Atual Unir).

O poeta Bonifácio Almodóvar foi prefeito de Vilhena de 01/03/1980 a 13/06/1980. Paulista de Presidente Alves, Bonifácio nasceu no dia 08 de abril de 1934. Conheceu Vilhena em 1975, vindo aqui fixar morada em 25 de agosto de 1976. Inicialmente trabalhou na função de topógrafo.

O Coronel Arnaldo Lopes Martins comandou a prefeitura de Vilhena de 13/06/1980 a 25/03/1982. Arnaldo era natural do Rio de Janeiro, nascido em 11 de novembro de 1934. Militar de carreira chegou ao posto de tenente coronel da reserva do exército. Possuía varias graduações e especializações, como ciências contábeis e econômicas, administração de empresas e magistério. Como prefeito de Vilhena, nomeado pelo governador do território de Rondônia Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, implantou os bairros São José, 5º Bec e Nova Vilhena.

Arnaldo Lopes Martins também foi eleito deputado estadual, em 1982, e deputado Federal pelo Cone-Sul em 1986. Arnaldo Lopes morreu em 03 de Janeiro de 1999, sendo sepultado no cemitério Municipal Cristo Rei, em Vilhena.

O último dos prefeitos “tampões” de Vilhena foi Albino Wobeto, com mandato entre 25/03/1982 e 01/02/1983, até que houvesse a eleição e assumisse o prefeito eleito. Albino Afonso Wobeto nasceu em 04 de outubro de 1946 na cidade de Videira,em Santa Catarina. Chegou em Vilhena em meados de Junho de 1974. Ele foi um dos políticos que antecedeu o primeiro mandato eletivo de Vilhena. (BRASIL, 2000, p 35)

“Um fato importante do tempo que foi prefeito é que as verbas eram pedidas pelo governo ao ministério do interior e vinha direto para a prefeitura. Isso facilitava o trabalho”, diz Wobeto. Entre os feitos que mais lhe traz orgulho, foi a assinatura do contrato dom 13,5 km de asfalto em Vilhena, das avenidas Major Amarante e Marechal Rondon.

Foi durante sua gestão que passou por aqui parte asfalto da BR 364 e teve o aeroporto Brigadeiro Camarão inaugurado pelo Presidente João Batista Figueiredo. Também foram inaugurados o conjunto BNH, a rodoviária e o Hotel Diplomata, onde foi oferecido um coquetel ao presidente e os sete ministros que o acompanhavam.

Uma frustração de Wobeto, do tempo em que foi prefeito, foi o projeto de tratamento de água, que chegou a ser iniciado por ele, tendo sido instalados os filtros de água que seria captada do córrego Pires de Sá. “Os filtros desapareceram quando deixei à prefeitura e foi retomada a construção de poços artesianos”,

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lamenta. Atualmente Albino se dedica ao trabalho de contador no escritório contábil Brasil, e também a atividade agropecuária.

A primeira eleição Municipal ocorreu em 15 de novembro de 1982, por ocasião da abertura política no país. O primeiro prefeito eleito foi Vitório Abraão, tendo como vice o médico Elcio Rossi. Também foi eleita a primeira Câmara de Vereadores de Vilhena que tomou posse em primeiro de Fevereiro de 1983.

(BRASIL, 2000, p. 29 e 30)

1.3Instalação do Campus da Universidade de Rondônia (UNIR)

Até o final da década de 80 não havia, em Vilhena, alternativas para os jovens que terminavam o segundo grau (Ensino Médio) e a maioria era obrigada a parar de estudar. Os que tinham condições iam para outras cidades cursar faculdade. Ilário Bodanese conta que, quando o professor Ângelo Angelim assumiu o governo do Estado, Ilário viu que era hora de buscar um curso superior para Vilhena. Angelin era de Vilhena e aceitou apoiar a vinda do curso superior para nossa cidade. O então vereador Ilário iniciou um abaixo assinado com o apoio do suplente de vereador, Nelson Detefol – “porque nenhum outro vereador quis me ajudar, achando que era impossível trazer uma faculdade para Vilhena”.

Na época, o reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir) era Osmar Siena. Os vereadores fizeram a doação do prédio - o Palácio dos Parecis, onde funciona até hoje - com a condição de que o curso fosse implantado em dois anos. Antes do prazo estabelecido, em 1988, a Unir implantou o primeiro curso superior em Vilhena – Licenciatura curta em Ciências. Naquele mesmo período, Ilário foi procurado pelo professor Gonzaga dizendo que queria montar uma faculdade em Vilhena, então foi doada a área onde hoje é a Avec.

Outro fato importante da história de Vilhena que aconteceu ainda no primeiro mandato eletivo, foi a concessão para a construção da usina hidrelétrica do Ávila, a 50 km da cidade. A falta de energia Elétrica foi um dos entraves que ameaçavam o progresso no município.

Até o final da década de 80 todos esperavam pelo início da obra, que seria feito pela Eletrogóes, porém, isso não aconteceu. No início da década de 90, uns grupos de empresários de Vilhena ameaçaram brigar pela concessão da Usina e iniciar a construção. Para não correr o risco de perder a concessão, a Eletrogóes iniciou a construção da Usina que viria a ser a solução para a falta e energia elétrica no município. O Linhão era outra etapa do progresso que se esperava no aniversário dos 20 anos e que se concretizaria no ano seguinte (1998).

2.4 Empresários no poderNo ano de 1989 iniciou uma nova fase política em Vilhena, onde os

empresários emplacaram na política e elegeram prefeitos para dois mandatos. Lourivaldo Renato Ruttmann e Ademar Marcol Alfredo Suckel.

O primeiro foi Lourivaldo Renato Ruttmann, que administrou de 01/01/1989 a 01/01/1993. Ele é natural de Ibirama, Santa Catarina, nascido em 17 de Janeiro de

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1956. Chegou a Vilhena em março de 1979. A eleição de Ruttmann teve o apoio do então presidente da Câmara de Vereadores, também empresário, Ilário Bodanese. Ilário estava fortalecido com a cassação do prefeito e se tornou o vice-prefeito de Ruttmann. Ele foi o responsável pela maioria dos votos que os conduziu à prefeitura. Ruttmamm não tinha pretensões políticas, mas acabou sendo conduzido com vitória expressiva para a prefeitura municipal de Vilhena graças ao apoio de Ilario Bodanese e dos empresários.

As divisões políticas não estavam só entre os populares e os empresários. No bloco dos empresários também existiam “rachas’. Na eleição de 1992, a legislação não permitia que o prefeito concorresse à reeleição. Por isso Ruttmann resolveu apoiar o vereador Humberto Rover para concorrer á prefeitura. Porém, na oposição, estava outro empresário: Ademar Marcol Alfredo Suckel, conhecido como Ademar Marcol. Sua campanha estava pautada na promessa de construção de uma usina hidroelétrica em Vilhena. As pessoas apostaram em Marcol movido pela possibilidade de crescimento para o município.

Com votação apertada, Ademar Marcol foi eleito prefeito de Vilhena. Sua postura política, após assumir o mandato, fez com que sua popularidade caísse. Esse fator facilitou para migrasse para Vilhena um grupo político de outro município: a família Donadon. O Candidato apoiado por Marcol para contrapor aos Donadon, obteve votação pífia. Reditário Cassol obteve 550 votos para prefeito em 1995.

1.4 Era Donadon - populismo, polêmicas e crescimento

No ano de 1985, o então prefeito de Colorado do Oeste, Melkisedek Donadon, começou uma campanha de marketing nos meios de comunicação de Vilhena. Objetivo: eleger-se prefeito de Vilhena no ano seguinte, em 1996. A campanha teve sucesso e Melki Donadon foi eleito com 56% dos votos válidos. Esse foi o marco da era Donadon na prefeitura de Vilhena, que se estenderia por 12 anos seguidos.

Melkisedek Donadon nasceu em Florianópolis, Paraná, no dia 18 de Novembro de 1964. Em 1976 chegou em Vilhena com os pais e um ano depois se mudou para Cerejeiras, onde inicialmente passou a trabalhar com a família na lavoura cafeeira. Em 1990 disputou a vaga de deputado Federal, obtendo expressiva votação, mais não conseguiu se eleger devido a legenda. Em 1992 foi eleito prefeito do município de Colorado D’oeste assumindo em 1993 e renunciando em 1995 para disputar a prefeitura de Vilhena, em 1996.

No final de 1995 fixou domicilio eleitoral no município de Vilhena. Durante a véspera do ano eleitoral, centenas de famílias de outras cidades do Conesul mudaram-se para Vilhena, supostamente incentivada pela família Donadon para engrossar o quantitativo de votos no município. Em 1996 com a campanha

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grandiosa e populista, venceu as eleições municipais com 56% dos votos válidos, tomando posse no dia 1º de janeiro de 1997.

Em seus dois primeiros anos de mandato, Melki se utilizou das ferramentas do marketing e da mídia como se estivesse em campanha eleitoral. Tratava-se de uma preparação para um próximo passo, a eleição para governador. Em 29 de abril de 1998, Melki renunciou a prefeitura para concorrer ao governo do Estado.

Donadon amargou o terceiro lugar na disputa, perdendo, inclusive o seu maior aliado político, o Governador Valdir Raupp, que buscava a reeleição. Raupp se considerou traído pelo amigo e o responsabilizou pela sua derrota. A vaga de prefeito de Vilhena foi preenchida por Heitor Tinti Batista.

No ano de 2000, Donadon voltou a disputar a prefeitura de Vilhena, vencendo Heitor batista com 65% dos votos válidos - 9% a mais que na eleição anterior para a prefeitura. Desta vez Melki prometeu ficar e cumprir todo o seu mandato. Foram quatro anos de muito crescimento demográfico em Vilhena.

Populista e com o apoio de Senador da República, Amir Lando, Melkisedek conseguiu consolidar seu mandato e conquistar a maioria do eleitorado, com incremento na política de ação social, saúde e educação. Criou o Centro de Produção de Alimento e passou a distribuir pão e leite de soja para a população carente. Também investiu em infra-estrutura nos bairros mais pobres da cidade e asfaltou a avenida principal do mais novo e populoso bairro de Vilhena, o Cristo rei, onde se concentrava o seu maior eleitorado.

No ano de 2004 lançou-se novamente à prefeitura, mesmo contra a decisão da Justiça Eleitoral que não autorizou a sua candidatura por entender que seria uma segunda reeleição. Faltando apenas 10 dias para a votação, ele retirou a candidatura e colocou em seu lugar o jovem Marlon Donadon, seu primo, de apenas 22 anos de idade. Marlon foi eleito com 66% dos votos válidos. Esse fator revoltou os adversários que entraram com recursos na justiça para tentar anular a eleição. O Mandato de Marlon foi tumultuado e cheio de denúncias de corrupção feitas ao ministério Público por iniciativa popular. Melki Donadon, que prestava assessoria para a prefeitura foi obrigado a se afastar por ordem da justiça, sob acusação de “usurpação do poder”.

No ano de 2007, quando Vilhena completa 30 anos de emancipação, a oposição aos Donadon se articula e consegue “criar” uma liderança popular para enfrentá-los no pleito de 2008. O ano seguinte seria o último desse período denominado “era Donadon” na prefeitura de Vilhena.

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2. NOVA CONQUISTA - UM CAPÍTULO À PARTE

A aventura de explorar a região determinada pelo INCRA como área de assentamento por famílias de sem-terra começou no ano de 1990. Atraídos pelo projeto de colonização de Nova Conquista, implantada pelo INCRA. 460 famílias foram assentadas na região da Gleba 01, antiga estrada de Colorado, depois de ficarem acampados em barracos de lonas durante três anos em Colorado do Oeste e Cerejeiras. Foram transportados em caminhões basculantes, cujos motoristas fizeram proezas para alcançar o assentamento.

Depois o abandono, sem estradas, sem escolas e sem poder contar com o apoio de ninguém, colonos andavam a pé carregando seus cacaios – uma espécie de mochila feita com sacos de ráfia e calças compridas servindo de alças - levando ramas de mandiocas e mudas de frutas até seus lotes e assim começaram a desbravar a floresta.

Metade das famílias teve mais sorte ou menos azar, dependendo do ponto de vista, pois seus lotes estavam em uma área de terras boas, o chamado baixadão. Entretanto, o restante ficou mesmo com lotes que só produziam mandiocas arroz e capim - este ultimo não era importante na época porque não havia sequer uma vaca para se tirar leite em todo o projeto.

Não era apenas lançar sementes ao solo para poder ter comida na mesa. Essas culturas só apareciam depois que eles trabalhassem a terra, tarefa difícil e demorada. Por isso, além de mudas e ramas para o plantio, colono tinha que acrescentar ao seu cacaio viveres e outros itens para cozinhar, o que aumentava consideravelmente o peso do seu fardo. A situação era tão desesperadora que existem registros de óbitos de crianças ocorridos naquela época por um motivo cruel: morreram de fome.

Histórias como a das meninas gêmeas que nasceram em um banheiro servem para se ter uma idéia da situação da época. Eram duas meninas, e uma delas morreu por falta de atendimento médico. Na época não tinha carro para levar as meninas doentes para a cidade e uma delas não agüentou, conta o pai, Cicinato Joaquim. A sobrevivente chama-se Núbia Firmino de Araújo e nasceu em 15 de fevereiro de 1992. Ela sonha em ser advogada. A família mudou-se de Conquista e só voltou sete anos depois quando as coisas haviam melhorado. Inês Zamachi, a parteira das meninas, é merendeira da escola e vive em Nova Conquista ate hoje.

Uma professora, esposa de um dos colonos, foi encarregada de cuidar da educação das crianças. Numa escola improvisada, a professora Alexandrina Petto foi a responsável pela alfabetização das crianças de Nova Conquista, lutando pelo direito que elas tinham de serem alfabetizados.

Na época havia apenas o primário (termo usado na época para denominar as primeiras quatro series escolares). Só a professora, os colonos e as crianças sabiam o quanto era complicado para que a escola funcionasse. No ano de 1994 as

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crianças puderam continuar os estudos além da 4° serie. Nesse ano houve a implantação de ensino ginasial e a chegada de mais professores.

A malária também fez um estrago considerável no período do assentamento. Os doentes que eram atendidos pela agente rural de saúde da região, outra heroína de Nova Conquista, chegavam aos montes. Quando Hélia Garcia, a agente, não dava conta do recado, e os doentes tinham que ser trazidos para Vilhena em macas improvisadas, muitas vezes através da floresta ate chegarem no local onde havia estrada e um veículo para o transporte. Não se tem registro dos anos anteriores, mas em 1996, para se ter uma idéia, o distrito recebeu a visita de um medico apenas uma vez.

Outro problema que levou anos para ser solucionados. O Incra assentou os colonos sem fazer estrada alguma e até 1995 não havia feito nenhuma. As que existem foram abertas pela prefeitura ou madeireiros. Em 97 a prefeitura iniciou a abertura do restante das estradas vicinais que davam acesso aos lotes das linhas 70,80 e diversas outras em Santo André, Vista alegre e Baixadão. Isso significa a perda de safras inteiras e o desanimo chegou a tomar conta dos colonos. Só no primeiro ano eles perderam cerca de mil sacas de arroz, excedente da produção que seria vendida para o custeio da propriedade.

Depois de muita luta, quando as estradas estavam abertas e a economia do distrito começa a aparecer, alguns comerciais se instaram na região. Com a eleições de novos representantes municipais e estaduais, com o total apoio dos moradores do distrito, as coisas mudaram.

A economia também reagiu com a expansão das pastagens e a criação de gado. A terra próxima para o cultivo de capim possibilitou safra os produtores o acesso a linhas de credito a juros subsidiados para a aquisição de matrizes leiteiras. Atualmente a pecuária é a principal atividade econômica da região.

Isso é apenas uma pequena parte da historia. Durante muitos anos cerca de 2.800 pessoas foram discriminadas pelas administrações federal, estadual e municipal vivendo em semi-abandono. A menos que se considere que abandonar famílias a própria sorte no meio do mato signifique respeito pelo semelhante.

Transporte - Um dos principais meios de locomoção foi, por muito tempo, um pequeno caminhão de propriedades de Oscar Klainert. Ele era um homem pacato, que tinha uma pequena serraria pica-pau e serrava a madeira para o povo construir suas casas. Sempre atencioso, nunca negou favor para ninguém. Sempre atendia a escola as igrejas e levava de vez em quando as pessoas até a cidade para fazer compras. Ele cobrava apenas o combustível que gastava, e às vezes nem isso.

Outra alternativa para sair de Nova Conquista, e depois de um tempo se tornou a principal, era a carona com o Zé Padeiro. Ele cuidava de uma fazenda no mato Grosso, do outro lado do rio Cabixi, cujo único acesso era por Nova Conquista. Apesar de temido por muitos a sua fama de valente, padeiro sempre estava pronto para ajudar as pessoas, em qualquer situação, sem nunca cobrar um tostão.

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Educação - Até hoje a escola é o centro nervoso da Vila. Os professores sempre desempenharam papéis importantes naquela comunidade. A primeira professora foi Alexandrina Pretto, o primeiro professor do ginásio (5°a 8°) foi Dejanir Haverroth e o primeiro diretor da escola foi José Moscardo Moreira.

Em março de 1998 o distrito ganhou uma escola nova. Com quatro salas de aulas, banheiro, secretaria e sala de professores A escola passou a ter capacidade para atender cerca de 600 alunos em três períodos. No ano seguinte passou a funcionar o segundo grau, em parceria com a escola Marechal Rondon de Vilhena. As turmas do segundo grau (Ensino médio) funcionou vezes em Vilhena e vezes em Nova Conquista. Teve época em que os alunos se deslocavam com um ônibus cedido pela prefeitura até a cidade, um trajeto de 56km. Atualmente os professores é que são deslocados todos os dias de Vilhena para o distrito. Em 1994 foi inaugurada a quadra poliesportiva coberta na escola.

Comunicação - O jornal A Semente foi, durante anos, o principal meio de comunicação do distrito e serviu de porta-voz dos moradores para mostrar a situação vivida, a fim de sensibilizar as autoridades. Foi fundado em 1995 pelo professor Dejanir, José Moscardo e Paulo Aparecido com o apoio financeiro do empresário de Vilhena, dona de terras na região, Paulo da Parecis.

A partir da segunda edição, Dejanir assumiu sozinho a missão de editar o informativo durante todo o tempo da existência. Hernandes Mendonça editou a semente por um ano e garante: “a semente é o mais completo registro da história do distrito, que ficara como herança que virão. Outros registros poderão ser feito, mas ficaram falhos se não tiverem o ‘jornalzinho’ como fonte”, diz Mendonça.

Saneamento Básico - Durante muito tempo os moradores consumiam água buscada no Igarapé Areia, e mais tarde foi feito encanamento, pelos próprios moradores, do pé da serra até uma caixa d’água implantada na vila. A água era pura e cristalina, mas durante o transporte e armazenamento ela perdia qualidade. À vezes animais silvestres se banhavam no local onde a água era captada e torna a água suja e imprópria para o consumo. No dia 20 de novembro de 97 o prefeito da época Melki Donadon, determinou a abertura de um poço artesiano para abastecer a vila. Atualmente 100% dos moradores têm água encanada e coleta de lixo.

Esportes: Nova Conquista produziu talentos. No futebol de campo foi destaque, conquistando vários títulos em âmbito municipal. Exportou craques e se tornou referencia na modalidade. Atualmente não estas em boa fase, mas tem o respeito dos adversários.

Na música o distrito também ocupou destaque no município de Vilhena. Para se ter um idéia, no festival de musica promovido pela prefeitura no ano de 1997, dos 15 finalistas, 5 eram de nova conquista. Alguns desses músicos da “Terrinha” colecionaram troféus na região. Os principais deles foram: Johonatan Haverroth, Clainor Pasa e os irmãos Zé Luiz e João Marcos Ries.

Do sonho a frustração - a cooperativa foi um sonho para os colonos da região. Fundada em 1994 existiu no papel ate 1996, quando ganhou um financiamento de 200 mil para a construção de um barracão e a compra de um

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caminhão e um trator. O equipamento deveria ajudar os produtores a melhorarem a produção e comercialização dos produtos.

Em dois anos uma série de falhas administrativas levaram à ruína o sonho de toda a comunidade. O caminhão, por falta de serviço no distrito, fazia frete para todo o Brasil. O trator trabalhava em propriedades particulares em outros municípios, a preço de hora/máquina. Chegou a trabalhar para o presidente da confederação das cooperativas de Rondônia durante 40 dias e nunca recebeu a conta.

A máquina de arroz, por falta de produção, ficava a maior parte do tempo parada. As trilhadeiras ficavam a maior parte do tempo à mercê da ferrugem e das traças por falta de serviço.

Caminhão, trator e maquinário foram se tornando inúteis pela falta de dinheiro para fazer a manutenção. Por fim, quando já não tinha condições de se levantar a cooperativa sofreu o golpe fatal, levando com ele o que restava dos sonhos dos produtores. O caminhão e o trator, que se fossem bem administrados, poderiam fazer a Comacom se levantar, foram roubados através de um mirabolante golpe aplicado por uma quadrilha da região. A polícia alucidou o caso e a quadrilha foi presa por diversos outros crimes que cometeram na região. Porém os criminosos fugiram da cadeia matando um agente penitenciário e até hoje a polícia não tem notícias. O inquérito policial de Nova Conquista ainda não foi concluídos porque eram tantos os crimes da quadrilha que eles não chegavam a registrar os depoimentos sobre o roubo do trator e do caminhão. A única testemunha, a que delatou o bando e falou do roubo dos veículos da cooperativa, foi morto dias depois em um crime jamais desvendado.

Os veículos eram assegurados pela Transaméricas Seguros, mas ela ainda não pagou os produtores, alegando que precisada da conclusão dos inquéritos. A Comacon não tem mais estrutura para funcionar e a dívida do financiamento está pendente no Banco da Amazônia

Informática: A primeira turma de formando do segundo grau de Nova Conquista ganhou um curso de informática do professor Dejanir, como presente de formatura, em dezembro de 1998. Na época não se tinha noticias de computadores no distrito e os alunos se deslocavam até Vilhena, aos sábados, para assistirem as aulas com o professor, que já havia se mudado para a cidade.

Guarda Mirim: Em 1995 foi fundada uma guarda Mirim através de um trabalho voluntário do Professor Dejanir. A Instituição existiu durante três anos, formando soldados, praças e oficiais. Foi extinta por falta de instrutores em função da mudança do professor para Vilhena

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3. PERSONAGENS

4.1 Marciano Zanoecê

Marciano Zanoecê foi o primeiro morador de Vilhena, que veio em 1944 do Mato Grosso para trabalhar como telegrafista em Vilhena. Filho caçula do Marciano Zanoecê, Antônio Zanoecê, nasceu em Vilhena em 1956. Ele conta que, além da sua, havia apenas outras duas famílias em Vilhena. A mercadoria vinha de mulas de Cuiabá com os tropeiros. Levava até seis meses para chegar aqui. “Meu pai gostava principalmente do Clima de Vilhena”, diz. O filho do pioneiro viu a cidade crescer, lembra quando existia apenas três famílias em torno do posto telegráfico. Zanoecê conta que ninguém esperava o que ia acontecer aqui. “Muitos passavam por aqui e iam embora por não acreditar e pensar que seria uma cidade morta”, diz.

Sobre o cemitério indígena que havia próximo à “Casa de Rondon” e que foi transformado em lavoura pelos fazendeiros, Zanoecê diz que lá tem cerca de 100 pessoas enterradas, inclusive tem dois irmão dele. Na época os índios da região eram selvagens e muitas pessoas morreram em confronto com os índios. ‘Os Cinta Larga atacavam as pessoas que trabalhavam nas linhas telegráficas e só depois da abertura das BR 364 é que não houve mais conflitos.

Sobre a sociedade atual e a sociedade existente antes da fundação do município, Zanoecê diz estranhar os costumes atuais. “Antigamente as pessoas se conheciam e viviam como numa comunidade verdadeiramente. Hoje as pessoas são frias, mais hostis e gananciosas que naquela época. Não tenho mais prazer na vida social’, diz. Apesar disso, Antônio comenta que já saiu de Vilhena para morar em outras cidades por várias vezes e voltou. “Gosto daqui. É como se fosse o meu mundo”, completa.

4.2 Ana Marchezini

A educação em Vilhena sempre sofreu a falta de profissionais qualificados. A Universidade de Rondônia, UNIR, no seu início em Vilhena não foi diferente. Em 1988 as aulas estavam paralisadas por falta de professores e os alunos faziam protestos. A comunidade se organizou e elegeu uma diretora, e chamou professores voluntários para trabalhar. Só havia um curso, o de Ciências Licenciatura curta. Ana Marchezini lembra que quando paralisou os trabalhos da Unir haviam 30 alunos no curso de Ciências e quando retornaram as aulas tinha apenas 15 alunos. A prefeitura e o governo do Estado mantinha a faculdade através de convênios.

O Estado tinha necessidade do curso de ciências para formar professores para seus quadros. Os alunos queriam direito, medicina e engenharia, mas foi definido o curso para atender às necessidades da época. Em 89 surgiu o curso de

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Letras, e para atrair os alunos foi preciso fazer campanha nas escolas para mostrar a importância dos cursos oferecidos pela UNIR. Com isso aumentou o número de concorrentes nos vestibulares. “Essa luta que a gente vê hoje, por falta de professores e recursos é a mesma, só agravada pela falta de energia elétrica, mas as pessoas vestiram a camisa”, diz Ana.

4.3 Claudete Teixeira

A alfabetização também foi um desafio ara a sociedade no início da colonização e Vilhena. A professora pioneira Claudete Teixeira chegou a Vilhena em 1968. Ela se instalou há 50 km de Vilhena, na região hoje denominada são Lourenço, na gleba Tenente Marques. Lá ela observou a necessidade de se alfabetizar os filhos dos agricultores, madeireiros, seringueiros e índios. Ela começou um trabalho voluntariado e dava aulas na cozinha do Restaurante Paulista, da propriedade da família da professora. O 5° BEC dava apoio transportando os alunos até o local onde eram dadas as aulas. “Cheguei a ter 28 alunos em minha cozinha”, diz com orgulho Claudete. A professora voluntária nunca parou o magistério. Ela ajudou a fundar escolas rurais e foi contratada pelo governo em 1986. Onde Cleudete começou seu trabalho voluntário é hoje a Escola Municipal Tenente Melo. Para ingressarem no ensino regular aproveitando o que aprenderam com Claudete, os alunos faziam o parecer 022.

“Na época o que fez a sociedade crescer foi o voluntariado, a boa vontade das pessoas, porque o Estado não dava a atenção que temos hoje”, diz Claudete ao lembrar-se de seus 18 anos de voluntariado. Vilhena agora é um pólo educacional e escolas que se destacam em nível nacional.

4.4 João Castilhos

A TV Rondônia, hoje afiliada da Rede Globo, chegou a Vilhena junto com a emancipação. A História começou com a chegada de João Castilhos, em 1977, também no ano da emancipação de Vilhena. Assim que chegou na cidade, ele conheceu Murilo Aguiar, de Porto velho, responsável pela TV Rondônia. A vinda de Murilo era atrás de apoio para a instalação de uma repetidora da Rede Bandeirantes na cidade.

Os interesses de Castilhos e Murilo se cruzaram. Castilhos tinha trabalhado na RBS, em Caxias do Sul, Rio Grande do sul. As condições para a implantação da Tv em Vilhena foi exposta e o desafio foi aceito pelo gaúcho Castilhos. “Para que acontecesse a implantação de uma repetidora em Vilhena, era preciso que o faturamento compensasse o investimento, e em Julho de 1977, dois meses depois, eu consegui atingir a meta exigida”, gaba-se Castilhos.

Além do faturamento, foi conseguido, através da prefeitura, um terreno para a construção das instalações. No local foi construída uma casa de alvenaria para instalar a repetidora que começou a funcionar no mesmo ano e inaugurada na

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semana da pátria. Segundo o construtor do prédio, João Bernal, o dono da TV Rondônia, Murilo Aguiar, era um visionário e sabia das mudanças políticas se estaria prestes para acontecer no estado de Rondônia.

Dentre as histórias contadas por João Castilhos, está o início de uma divisão social que definia uma classe elitizada da sociedade. A divisão acontecia nas igrejas. A Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, do Padre Angelo Spadari, tinha a preferência da elite. A igreja Nossa senhora Aparecida, do Padre João, era discriminada e freqüentada pelos mais pobres. “O Padre João era doente, e dormia dentro da igreja, perto do altar. Muitas vezes eu via a igreja fechada, já perto de meio-dia, e ia lá para ver se o padre estava bem. Eu o encontrava dormindo atrás do altar”. Ele conta que foram feitas muitas campanhas para ajudar a igreja e o padre. Segundo Castilhos, Vilhena tem hoje 50 comunidades da igreja católica, mas a ‘igreja do Padre Spadari é a preferida pela elite.

4. GEOGRAFIA

4.1As fronteiras limítrofes do município

ao norte Juína e Aripuanã (MT);

ao sul Corumbiara, Colorado do Oeste e Cerejeiras (RO);

ao leste Comodoro (MT);

ao oeste Pimenta Bueno (RO).

As principais avenidas do Município são: Marechal Rondon, Major Amarante, José do Patrocínio, Capitão Castro, Liberdade, Rio Branco, Pedro Álvares Cabral, Brigadeiro Eduardo Gomes, Paraná, Tancredo Neves, Brasil, Sabino Bezerra de Queiroz, Melvin Jones e Marques Henrique.

A área do Município é de 11.366,99 Km2 (onze mil, trezentos e sessenta e seis, e noventa e nove quilômetros quadrados), sendo 76,87 Km2 (setenta e seis, oitenta e sete quilômetros quadrados), na Zona Urbana.

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4.2 Cachoeiras

Vilhena é por natureza privilegiada, com espetaculares cachoeiras, com deslumbrantes belezas e potencial hidráulico. Algumas dessas cachoeiras já estão sendo aproveitadas na captação de energia e para a implantação definitiva do turismo e do eco-turismo.

Salto Paraíso - Rio Iquê

Cachoeira Noite de Abril - Rio Tenente Marques

Cachoeira Uapuru - Rio Tenente Marques

Cachoeira Aprigio - Rio Tenente Marques

Cachoeira Quebra Cabo - Rio Roosevelt

Cachoeira Simplício - Rio Roosevelt

Cachoeira Centelhos - Rio Roosevelt

Cachoeira Pedro Cai - Rio Roosevelt

Cachoeira Quinze de Novembro - Rio Pimenta Bueno

Cachoeira do Rio Ávila - Rio Ávila

4.3 Aspectos geográficos

Vilhena situa-se no Planalto dos Parecis, no Km 780, BR-364, numa área de baixo planalto, com declives suaves, em direção aos cursos d’água.

O solo do Município é classificado como foto-solo vermelho/amarelo, com areia distrofia, sendo que a área rural é de uso predominante pela agropecuária (pastos).

Grande parte do Município de Vilhena acha-se coberta por densa floresta equatorial, caracterizada pela mata de terra firme com árvores enormes, com até 30 (trinta) metros de altura, sendo abundantes as madeiras aproveitadas, como: mogno, cerejeiras, itaúba, ipê, cedro e outros.

Além das florestas, encontramos os cerrados e os campos limpos, com tipos de vegetais característicos: a lixeira, a mangabeira, o pequizeiro, o pau-serra, o barbatimãos, o cajueiro, entre outros, para os cerrados; e plantas ásperas e duras, gramíneas e outras espécies, para os campos limpos.

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4.4 Distâncias entre Vilhena e outras cidades do Estado de Rondônia

CIDADE DISTÂNCIAS

Colorado do Oeste..............................090 Km

Cabixi.............................................. ...110 Km

Cerejeiras..................................... .....190 Km

Pimenta Bueno............................. .....185 Km

Espigão do Oeste .................. ........215 Km

Cacoal................................................220 Km

Rolim de Moura..................................225 Km

Presidente Médici...............................260 Km

Santa Luzia do Oeste.........................274 Km

Alta Floresta........................................292 Km

Nova Brasilândia.................................314 Km

Ji-Paraná.............................................320 Km

Alvorada do Oeste...............................356 Km

São Miguel do Guaporé.................. ....356 Km

Ouro Preto...........................................360 Km

Costa Marques.................................. ..375 Km

Jarú......................................................400 Km

Ariquemes............................................550 Km

Machadinho..........................................553 Km

Porto Velho...........................................705 Km

Vila Nova do Mamoré...........................987 Km

Guajará-Mirim......................................1.060Km

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CRONOGRAMA

DIA/MÊS

03/11 04/11 14/11 18/11 19/11 20/11 21/11 23/11 24/11 05/12

Escolha

Do tema

x

Levantamento

Bibliográfico

X

1º reunião X

Esclarecimentos

Com o professor

X

Desenvolvimento

Do trabalho

X X X X

2º reunião X

3° reunião X

Finalização e

Entrega

X

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Pedro; Vilhena conta sua história.

JORNAL FOLHA DO SUL, Edição especial de aniversário, outubro de 2005; outras edições

GRELE, R. J. Pode-se confiar em alguém com mais de 30 anos? Uma crítica construtiva a história oral. In: AMADO, J.; FERREIRA, M.M. Usos & abusos da história oral. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. cap. 4 , p. 267-277.

HUMEREZ, D.C. História de vida: instrumento para captação de dados na pesquisa qualitativa. ACTA PAULISTA ENFERMAGEM, São Paulo, v.11, n.2, p.32-37, 1998.

MEIHY, J.C.S.B. Manual de História Oral. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1998. 86 p

http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/comunicacao-1511/artigo/

http://www.pmvilhena.com.br

http://www.extraderondonia.com.br/modules/variedades/item.php?itemid=581