POTENCIALIDADES DAS FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO
AS FERRAMENTAS E PRÁTICAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO… · O objetivo do presente estudo foi...
Transcript of AS FERRAMENTAS E PRÁTICAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO… · O objetivo do presente estudo foi...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
LÚCIO FLÁVIO MAGALHÃES NÓBREGA DE ARAÚJO
AS FERRAMENTAS E PRÁTICAS DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO: UMA ANÁLISE SOBRE A
COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL – TRE/RN
NATAL/RN
2019
LÚCIO FLÁVIO MAGALHÃES NÓBREGA DE ARAÚJO
AS FERRAMENTAS E PRÁTICAS DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO: UMA ANÁLISE SOBRE A
COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL – TRE/RN.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
coordenação do curso de graduação em
Administração da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Dr. Daniel de Araújo Martins
NATAL/RN
2019
LÚCIO FLÁVIO MAGALHÃES NÓBREGA DE ARAÚJO
AS FERRAMENTAS E PRÁTICAS DA GESTÃO DO
CONHECIMENTO: UMA ANÁLISE SOBRE A
COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL – TRE/RN
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
coordenação do curso de graduação em
Administração da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Dr. Daniel de Araújo Martins
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profº Dr. Daniel de Araújo Martins
Orientador
_____________________________________________
Profº Dr. Carlos David Cequeira Feitor
Examinador
_____________________________________________
Profº Dra. Matilde Medeiros de Araújo
Examinadora
Araújo, Lúcio Flávio Magalhães Nóbrega de. Ferramentas e práticas da gestão do conhecimento: uma análisesobre a coordenadoria de desenvolvimento organizacional - TRE/RN/ Lúcio Flávio Magalhães Nóbrega de Araújo. - 2019. 110f.: il.
Monografia (Graduação em Administração) - UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências SociaisAplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Natal, RN,2019. Orientador: Prof. Dr. Daniel de Araújo Martins.
1. Gestão do Conhecimento - Organizações públicas -Monografia. 2. Dados - Monografia. 3. Informações - Monografia.4. Conhecimento - Monografia. 5. Práticas e ferramentas - Gestãodo conhecimento - Monografia. 6. Sociedade da informação -Monografia. I. Martins, Daniel de Araújo. II. UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca do CCSA CDU 005.94
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida e por me guiar em todas as
minhas escolhas que, do começo ao fim, em meio a tantos erros e acertos, me fez
chegar até aqui.
Agradeço segundamente a minha família, em especial aos meus pais – José
Newton e Maria Delmayr, por ter me dado todo o suporte necessário, o apoio
inquestionável no crescimento pessoal e profissional durante a graduação e nas
inúmeras lições de vida que hoje me tornaram o ser humano que considero ser. Aos
meus irmãos – Rafael e José Newton Filho, pelo exemplo e pelas primeiras
oportunidades de trabalho.
Agradeço a todos os meus amigos e colegas que estiveram ao meu lado e que
me deram suporte principalmente na reta final do curso de Administração. Das
pessoas que mais tenho contato, agradeço imensamente a minha melhor amiga e
namorada, Laleska Tayná, pelas motivações na hora de estudar, pelo constante
estímulo à procura de novas oportunidades na minha carreira profissional e estar
sempre atenta aos meus anseios.
Agradeço a equipe da Diretoria de Planejamento e Gestão Estratégica do
Ministério Público do Rio Grande do Norte pela oportunidade de trabalhar ao lado de
um grupo competente e acolhedor. Dentro, gostaria de agradecer em especial ao meu
chefe, líder e importante mentor na área de Planejamento Estratégico – Wilton Alves
Pequeno.
Agradeço também a instituição do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do
Norte por abrir as portas e me integrar na equipe da Coordenadoria de
Desenvolvimento Organizacional, me ensinar sobre a gestão estratégica de pessoas
e estar totalmente disposta a contribuir com o meu trabalho.
E para a conclusão desta pesquisa, agradeço especialmente a parceria do meu
orientador Profº Dr. Daniel Martins pela imensurável atenção e inúmeras orientações
ao longo do semestre.
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi analisar as práticas e ferramentas de gestão do conhecimento adotadas na Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional, unidade vinculada à Secretaria de Gestão de Pessoas do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte. Para alcançar tal objetivo foram utilizadas as técnicas de análise baseadas quantitativamente na estatística descritiva, a partir da aplicação dos questionários e qualitativamente na análise de conteúdo com apoio de entrevistas guiados por roteiro semiestruturado e na observação como participante da unidade administrativa. De acordo com as entrevistas, realizadas com a atual e antiga gestora da unidade, as mais importantes práticas e ferramentas adotadas pela coordenadoria foram as seleções por competências e as ações de educação corporativa através da disseminação de conteúdos externos à organização. Com base nos resultados dos questionários, aplicados aos servidores da unidade, as práticas e ferramentas mais utilizadas são: mentoring, benchmarking, programas de treinamento, processo de sugestões, gestão por competências, redes de especialistas, portais corporativos, gestão eletrônica de documentos, gestão do relacionamento com o usuário e mídias sociais. A partir dos resultados obtidos foi sugerido a formalização das práticas e ferramentas identificadas através da elaboração de um portfólio oficial de gestão do conhecimento na coordenadoria. Palavras chave: Dados; Informação; Conhecimento; Gestão do Conhecimento.
ABSTRACT
The objective of the present study was to analyze the practices and tools of knowledge management adopted in the Organizational Development Coordination, a unit linked to the Secretariat of People Management of the Regional Electoral Court of Rio Grande do Norte. In order to achieve this objective, quantitative analysis techniques based on descriptive statistics were used, from the application of the questionnaires and qualitatively in the content analysis with the support of interviews guided by semi-structured script and in the observation as participant of the administrative unit. According to the interviews carried out with the current and former manager of the unit, the most important practices and tools adopted by the coordinator were the selections by competences and the actions of corporate education through the dissemination of contents external to the organization. Based on the results of the questionnaires, applied to the unit's servers, the most used practices and tools are: mentoring, benchmarking, training programs, suggestion process, skills management, expert networks, corporate portals, electronic document management, management the relationship with the user and social media. From the results it was suggested the formalization of the identified practices and tools through the elaboration of an official portfolio of knowledge management in the coordination. Key words: Data; Information; Knowledge; Knowledge Management
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Missão e Visão do TRE/RN ...................................................... 13
Figura 2 - Valores do TRE/RN ................................................................ 14
Figura 3 - Organograma da SGP............................................................. 15
Figura 4 - Relação entre dado, informação e conhecimento ............................ 21
Figura 5 - Tipo de conversão de conhecimento - Socialização ......................... 23
Figura 6 - Tipo de conversão de conhecimento - Externalização ....................... 24
Figura 7 - Tipo de conversão de conhecimento - Combinação ......................... 25
Figura 8 - Tipo de conversão de conhecimento - Internalização ........................ 26
Figura 9 - Funções da Gestão do Conhecimento ......................................... 29
Figura 10 - Notícia: "TRE-RN implanta metodologia de Gestão por Competências" 81
Figura 11 - Notícia: "TRE-RN recebe capacitação em Gestão de pessoas por
competências" ................................................................................... 81
Figura 12 - Portal da Intranet - TRE/RN .................................................... 86
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Tipos de conversão de conhecimento e suas definições .................. 22
Quadro 2 - Características das práticas de Gestão do Conhecimento dentro de
organizações públicas ......................................................................... 34
Quadro 3 - Ações comumente praticadas na Gestão do Conhecimento .............. 36
Quadro 4 - Categorias, práticas e funções da Gestão do Conhecimento ............. 37
Quadro 5 - Categorias, suas definições e práticas associadas - Gestão do
Conhecimento ................................................................................... 39
Quadro 6 - Relação entre os conteúdos questionados e suas categorias dentro do
formulário on-line ............................................................................... 50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Representatividade numérica do grau de concordância utilizada no
questionário on-line ............................................................................. 71
Tabela 2 - Relação entre o grau de concordância e o intervalo das médias
calculadas ........................................................................................ 71
Tabela 3 - Detalhamento das respostas - Aprendizagem Organizacional............. 72
Tabela 4 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem ...................... 74
Tabela 5 - Detalhamento das respostas - Educação Corporativa ...................... 75
Tabela 6 - Detalhamento das respostas - Gestão de Competências .................. 79
Tabela 7 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem ...................... 84
Tabela 8 - Detalhamento das respostas - Capital Intelectual ............................ 85
Tabela 9 - Detalhamento das respostas - Inteligência Empresarial .................... 87
Tabela 10 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem .................... 89
Tabela 11 - Comparativo entre as médias de concordância - colaboradores x
gestoras .......................................................................................... 90
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Relação dos gêneros presentes na CODES ................................. 68
Gráfico 2 - Relação da faixa etária dos respondentes .................................... 69
Gráfico 3 - Percentual de respondentes por seção ....................................... 69
Gráfico 4 - Quantitativo de servidores por tempo de serviço prestado ao Tribunal .. 70
Gráfico 5 - Quantitativo de servidores por cargo .......................................... 70
Gráfico 6 - Frequência de dispersão - Fóruns e Encontros de Discussões ........... 78
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................. 8
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 11
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12
1.4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16
2.1 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ... 16
2.2 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS ............................................... 19
2.3 A GESTÃO DO CONHECIMENTO ..................................................................... 27
2.4 A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS............. 30
2.5 AS PRÁTICAS E FERRAMENTAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ........... 35
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 47
3.1 TIPO DE ESTUDO .............................................................................................. 47
3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO ............................................................................ 48
3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 49
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE....................................................................................... 52
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 53
4.1 ENTREVISTAS ................................................................................................... 53
4.2 QUESTIONÁRIO ................................................................................................. 68
4.2.1 Aprendizagem Organizacional ......................................................................... 72
4.2.2 Educação Corporativa ...................................................................................... 74
4.2.3 Gestão de Competências ................................................................................. 79
4.2.4 Capital Intelectual ............................................................................................. 85
4.2.5 Inteligência Empresarial ................................................................................... 87
4.3 CRUZAMENTO ENTREVISTAS X QUESTIONÁRIO ......................................... 90
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 93
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 96
APÊNDICES ........................................................................................................... 102
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
Escapar de informações hoje em dia é uma tarefa praticamente impossível em
nossas rotinas. Diariamente somos “bombardeados” de dados, notícias e novidades
e o mesmo não é diferente para as organizações, muito pelo contrário: elas realmente
necessitam estar atualizadas de todas as novas práticas que o seu mercado adota.
Esses fatos estão se consolidando cada vez mais e essa realidade é um dos inúmeros
processos vislumbrados na nova “Era da Informação”.
Também conhecida como a “Era Digital”, a mesma fora denominada na
Terceira Revolução Industrial com forte apoio da internet. A época em questão é
caracterizada pelos avanços tecnológicos de comunicação que acabaram por
contribuir para a maior velocidade do compartilhamento de dados e informações entre
pessoas físicas e pessoas jurídicas– transformando socialmente o meio em que
vivemos. Pelas diversas transformações que tal meio digital nos proporcionou, agora
somos designados como a “Sociedade da Informação” e numa breve comparação
com o nosso antigo perfil social, os autores Demerval e Adalton destacam da seguinte
forma na obra “Sociedade da Informação – Os desafios da Era da Colaboração e da
Gestão do Conhecimento”:
[...]conseguimos diferenciar nossa atual “Sociedade da Informação” das anteriores, marcada não apenas pelo volume virtualmente infinito de informação a que temos acesso, mas, sobretudo, pela democratização das mídias, o que permite sua geração e ampla difusão de forma descentralizada, revolucionando a história da informação e, por conseguinte, de toda a humanidade.” (POLIZELLI; OZAKI, 2008, p. 8).
No meio empresarial, onde grandes quantidades de informações são geradas
diariamente, a coleta, o tratamento, a interpretação e aplicação dos dados é uma
atividade essencial para o desenvolvimento de uma estratégia sólida e consistente,
não importando em que área da própria organização será implantada.
9
Por isso, com o passar dos anos de muita atividade envolvendo a relação entre
empresas-consumidores, fora desenvolvido certas ferramentas e práticas da gestão
do conhecimento para que informações estejam muito bem trabalhadas,
compartilhadas e outras muito bem armazenadas para garantir certa “maestria” em
por exemplo, processos de trabalho.
Estreitando para as empresas públicas e seu claro objetivo de servir a
sociedade com a busca da qualidade, eficiência, efetividade e desenvolvimento
econômico e social, é claro perceber que o leque de informações da sua administração
pública possui um volume muito grande e, se não houver organização na hora de
armazená-las, muito “conhecimento” estará sendo desperdiçado. E é nesse sentido
que a Gestão do Conhecimento entra fortemente em tais instituições.
Fábio Ferreira Batista, em sua obra “Modelo de Gestão do Conhecimento para
a Administração Pública Brasileira – Como implementar a Gestão do Conhecimento
para produzir resultados em benefício do cidadão” (2012), destaca a importância da
Gestão do Conhecimento para as empresas públicas:
[...]a administração pública brasileira deve contemplar a dimensão Resultados da GC (Gestão do Conhecimento) para assegurar que, de fato, as iniciativas em GC tenham um impacto na qualidade dos serviços prestados à população, na eficiência na utilização dos recursos públicos, na efetividade dos programas sociais e na promoção do desenvolvimento. (BATISTA, 2012, p. 18)
Dentro dos empreendimentos públicos, mais especificamente os que compõem
a área judiciária, pouco se têm estudado e pesquisado sobre a Gestão do
Conhecimento aplicada nessas Instituições. Tendo em vista que organizações desse
campo trabalham com um grande volume de dados e informações, todo conhecimento
gerado a partir desses componentes precisam ser tratados com certo cuidado,
principalmente nos momentos da sua organização, disseminação, avaliação,
mensuração e criação - processos esses intimamente relacionados com a GC
(CASTRO,1996). Dessa forma, é destacável evidenciar uma forte necessidade de
adoção de práticas e ferramentas do estudo para beneficiar a empresa como um todo
10
através do aprimoramento de seus resultados e servir de modelo para outras
organizações do mesmo segmento.
Dentro do campo judiciário, encontram-se os Tribunais Regionais Eleitorais. A
sede localizada no Rio Grande do Norte (TRE/RN) prevê o uso da Gestão do
Conhecimento na sua administração. O estudo é partilhado entre toda a organização
a partir da competência da Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional
(CODES) – subordinada à Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP). A Resolução nº
9 cita a GC como uma das principais responsabilidades dessa unidade administrativa:
IX - Fomentar e acompanhar as ações voltadas para a gestão do conhecimento, abrangendo a identificação, a codificação e o compartilhamento de experiências e do conhecimento organizacional adquirido no exercício profissional; (Resolução n.º 9 – TRE/RN, 2017)
O inciso acima exemplifica a importância da Gestão do Conhecimento dentro
do Tribunal Regional Eleitoral potiguar – mostrando que a mesma está por dentro das
mais novas aplicações de Gestão utilizadas por outras empresas. Porém, após
pesquisa documental dentro da Instituição, fora verificado que as práticas de GC não
estão formalmente relacionadas e prescritas.
Embora a Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional seja responsável
pela implementação da GC na organização, é preciso que isso esteja explicitamente
e formalmente definido – o que não foi evidenciado após pesquisa documental. Esse
fato não significa que a empresa utiliza práticas ou ferramentas de formas
inconscientes, por isso, é importante verificar primeiramente quais são as iniciativas
de Gestão do Conhecimento desenvolvidas dentro da Coordenadoria para, dessa
forma, sugerir diferentes melhorias nas que já estão sendo utilizadas e propor novos
métodos de GC que poderiam ampliar os resultados positivos nos assuntos referentes
ao conhecimento. Portanto, a presente pesquisa será desenvolvida em torno do
questionamento: “Quais são e como se orientam as práticas e ferramentas que a
Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional adota para instituir a Gestão de
Conhecimento dentro do TRE/RN?”
11
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar as ferramentas e práticas de Gestão do Conhecimento aplicadas na
Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional (CODES) do Tribunal Regional
Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN).
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar o rol de ferramentas e práticas de Gestão do Conhecimento
adotadas na CODES;
b) Descrever o uso das ferramentas e práticas de Gestão do Conhecimento
adotadas na CODES;
c) Identificar o grau de importância de cada ferramenta e prática de Gestão do
Conhecimento as quais são utilizadas na CODES, de acordo com os
servidores.
d) Realizar proposta de intervenção de acordo com as práticas e ferramentas de
Gestão do Conhecimento da CODES.
12
1.3 JUSTIFICATIVA
A presente pesquisa tem relevância prática pois a mesma trará resultados no
que tange a variabilidade e aplicabilidade de ações e ferramentas de Gestão do
Conhecimento dentro Tribunal pesquisado, servindo como base de estudo para
possíveis aprimoramentos de práticas já utilizadas e aplicações de novas atividades
que compõem a GC.
Além disso, para as instituições interessadas na temática - em especial as
outras empresas as quais participam do setor jurídico, o trabalho serve como objeto
de estudo pois o conteúdo apresentado trará matérias voltadas aos benefícios da
Gestão do Conhecimento e como alguns de seus componentes podem ser
instaurados em organizações públicas.
Quanto ao ponto de vista teórico, em uma busca por novos materiais voltados
à Gestão do Conhecimento aplicado em instituições públicas do ramo jurídico, como
o TRE/RN, não foram obtidos resultados relevantes e completos para considerá-los
como principais modelos de aplicabilidade e exemplificação de práticas e ferramentas.
A procura acima citada foi realizada dentro das plataformas digitais de maior
popularidade como o Google Acadêmico e no portal da SciElo a partir de palavras-
chave como “Gestão do Conhecimento”, “Tribunal”, “Jurídico” e “Judiciário”. A grande
maioria dos resultados se resumem em estudos feitos em Tribunais de Contas (dos
Estados e da União) e em escritórios de advocacia, sendo essas empresas distintas
quanto à responsabilidade pública jurídica que o Tribunal Regional Eleitoral assume.
Por isso, a pesquisa feita dentro do TRE/RN terá uma responsabilidade de
compor tal tema específico exemplificando o know-how da instituição perante a
Gestão do Conhecimento e ainda possui o papel de aprimorar e complementar tal
lacuna verificada a partir da busca pelo assunto.
Do ponto vista pessoal, pesquisar e contribuir com a Gestão do Conhecimento
é uma grande oportunidade de aprendizado numa área em crescente expansão, tendo
em vista que empresas estão entendendo cada vez mais a importância dos dados que
geram, das informações que podem ser interpretadas e do conhecimento que pode
ser criado em cima de cada ação desempenhada pela organização. Além disso, o
13
presente trabalho trará certa satisfação ao saber que todo o seu conteúdo produzido
poderá ajudar a administração pública facilitando o alcance dos principais objetivos
da Instituição e beneficiando no final, toda a população potiguar.
O trabalho possui total viabilidade, uma vez que, todas as informações
solicitadas foram aceitas pela administração superior a partir de um requerimento
formal e o tempo auferido foi suficiente para desenvolver todo o projeto.
1.4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte é uma Instituição Pública
que serve a sociedade potiguar e ela integra a Justiça Eleitoral do nosso país. A
mesma fora criada após o Primeiro Código Eleitoral do Brasil no ano de 1932 através
do Decreto nº 21.076 e trabalha conjuntamente com o Tribunal Superior Eleitoral e
outros Tribunais Regionais dos demais estados brasileiros.
Caracterizando a organização como um todo visualiza-se sua missão, visão e
valores da seguinte forma
Figura 1 - Missão e Visão do TRE/RN
Fonte: Site do TRE-RN, 2018.
Garantir a legitimidade e a segurança
contínua do processo eleitoralMissão
Ser reconhecido por sua atuação no combate à
corrupção eleitoral e pelo desenvolvimento de
açoes educativas direcionadas à valorização do
voto.
Visão
14
Figura 2 - Valores do TRE/RN
Fonte: Site do TRE-RN, 2018.
O Tribunal conta com 140 unidades, sendo 69 Zonas Eleitorais espalhadas pelo
estado (compondo a área judiciária de 1º grau), 8 unidades da área judiciária de 2º
grau – como a Secretaria Judiciária, as Assessorias Jurídicas e os cinco Gabinetes
dos Juízes da Corte, e 72 unidades administrativas onde é possível encontrar a
Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e a Coordenadoria de Desenvolvimento
Organizacional (CODES), sendo essa última o nosso principal objeto de pesquisa. A
figura 3 a seguir mostra o organograma da SGP detalhadamente.
Credibilidade Imparcialidade
Segurança
TransparênciaCeleridade
Responsabilidade
Social e Ambiental Valores
15
Figura 3 - Organograma da SGP
Fonte: Site do TRE-RN, 2019.
A Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional, de acordo com a
Resolução nº. 5, de 20 de março de 2012, é compreendida como uma unidade a qual
compete planejar, orientar, coordenar e controlar atividades relativas à formação e
aperfeiçoamento de pessoal, à lotação e gestão do desempenho e à assistência
médica e saúde ocupacional.
Sob a sua gestão fica à sua responsabilidade a Seção de Lotação e
Desempenho (SLD), a Seção de Formação e Aperfeiçoamento (SFA) e a Seção de
Assistência Médica e Saúde Ocupacional (SAMS) – tendo todas elas como base para
manter as competências da Coordenadoria em ordem. A primeira unidade conta,
atualmente, com 3 servidores e 1 estagiário, a segunda seção conta com 4 servidores
e 1 estagiário, a terceira unidade conta com 13 servidores e 4 terceirizados e a
Coordenadoria conta com 1 servidor e 1 estagiário.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A sessão abaixo trará um referencial teórico sobre o estudo de Gestão de
Conhecimento como introdução, passando por conceitos da Sociedade da Informação
e a Sociedade do Conhecimento, a relação entre dados, informações e conhecimento,
conceitos da própria Gestão do Conhecimento e por fim, sua importância para as
instituições públicas.
2.1 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Imaginemos um mundo globalizado e conectado onde as informações são
geradas de maneira rápida e intensa, os avanços tecnológicos crescem de maneira
exponencial e as pessoas as quais estão inseridas nesse meio são facilmente
capazes de absorver, armazenar e até compartilhar esse grande volume de dados –
Essa é a realidade e um breve conceito da atual sociedade que fazemos parte: A
sociedade da informação.
A Sociedade da Informação inicia-se na década de 80 (1982) e ela está
intrinsecamente ligada ao crescimento do capitalismo no nosso mundo (CASTELLS,
1999). Com o passar do tempo, notamos que nossa rotina é fortemente marcada pela
presença das tecnologias de informação e principalmente das de comunicação as
quais aumentaram os níveis de circulação informacional, influenciaram novas formas
de trabalho, novos meios de interação, de aprendizado e de desenvolvimento de
novos conteúdos (SOUZA; BONILHA, 2009)
Nesse estágio social, a tecnologia executa e amplia o trabalho feito pelas
pessoas – dando característica aos primeiros processos de automação. Após
sucessivos aprimoramentos, a tecnologia agora passou a executar trabalhos que o
ser humano nunca havia sido capaz de fazer e ditar novas estruturas sociais e
econômicas – todas transformadas em novos sistemas marcados por grandes
inovações (MASUDA, 1982, p. 19; p. 197).
17
Na economia informacional a qual fora estruturada por essa nova sociedade,
organizações bem-sucedidas foram caracterizadas pelas seguintes capacidades
(CASTELLS, 1999):
• As organizações são capazes de gerar conhecimentos e processar
informações com mais eficiência;
• As organizações agora se adaptam às mudanças constantes da economia
global;
• Transformam seus meios tão rapidamente quanto mudam seus objetivos
sob o impacto da rápida transformação cultural, tecnológica e institucional;
• Adotam a inovação como estratégia.
Strauhs et al. (2012), continua a caracterizar tal sociedade por um conjunto de
fatos marcantes:
• A sociedade informacional leva importância fundamental da informação e
do conhecimento no dia a dia das empresas;
• A economia é composta por um mercado globalizado da informação, com
facilidade total de acesso;
• A população sofre rápidas mudanças tecnológicas decorrentes do uso
acelerado de informações;
• Ênfase em produtos, serviços e processos intensivos em tecnologia
decorrentes do uso recorrente de informação e conhecimento;
• Investimentos acelerados em pesquisa, desenvolvimento e inovação, tanto
pelo governo como pelas empresas;
• Competitividade acirrada com atores distribuídos geograficamente;
• Barateamento das Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC),
possibilitando seu uso em larga escala.
Segundo o Ministério da Ciência e da Tecnologia em sua obra “Livro Verde”
(2000), a sociedade da informação não é nenhuma espécie de “modismo”. É um
fenômeno global por ter potencial transformador das atividades sociais e econômicas
dependendo exclusivamente da infraestrutura de informações disponíveis, possui
18
dimensões político-econômicas em virtude do volume de informações que
exemplificam a atratividade das regiões em relação aos negócios e empreendimentos
e por fim, dimensões sociais através do seu elevado potencial de promover a
integração, redução de distâncias entre empresas e pessoas e aumento nos níveis de
informação.
Já no final da década de 80, a Gestão do Conhecimento começou a ser
introduzida nas discussões das áreas administrativas. Por isso, em meados da década
de 1990, uma nova expressão surgiu para substituir a “Sociedade da Informação” –
agora, o meio social passou a ser chamado como a “Sociedade do Conhecimento”
(STRAUHS et al., 2012, p. 19)
Nela, o foco é ampliado da informação (como um produto ou insumo) para o
processo de utilização dessa informação pelo ser humano. A informação, nessa visão,
é tida como um agente mediador da produção de conhecimento (BARRETO, 1996, p.
03)
Na Sociedade do Conhecimento, a educação e as relações sociais adquirem grande importância porque os ambientes de criação do conhecimento exigem muito mais do que tecnologia, exigem pessoas em permanente compartilhamento de ideias (STRAUHS et al., 2012, p. 20)
No meio industrial, todavia, muitas organizações permaneceram em seus
setores tradicionais, com produtos, serviços e processos que já utilizam na “Sociedade
Industrial” – caracterizada pela baixa intensidade inovadora e pela não utilização do
conhecimento como base para agregar valores. No entanto, empresas que
necessitam de mudanças, deverão desenvolver processos e atividades que lhes
permitam gerenciar, desenvolver, aumentar e utilizar seu estoque de conhecimentos,
mesmo continuando a produzir bens tangíveis. (STRAUHS et al., 2012, p. 21)
Recentemente, com a herança de nossas sociedades da informação e do
conhecimento, a velocidade das informações aumentara de maneira exponencial,
principalmente por conta do novo meio de comunicação virtual – a internet – uma das
tecnologias as quais permitiram uma evolução de nossa rede social marcada pela
conexão (TAPSCOTT, 2011). E dessa forma, as organizações começaram a focar
19
numa estrutura em rede – facilitando o atendimento das necessidades específicas do
cliente, possibilitando a customização e aumentando a flexibilidade empresarial com
intuito de melhorar sua capacidade de adaptação às mudanças.
Dessa forma, contamos com organizações cada vez mais verticalizadas, com
processos terceirizados e com mais características de pequenas empresas –
abrangendo poucos níveis hierárquicos e com alto de grau de flexibilidade (STRAUHS
et al., 2012, p. 22). Nunca a Gestão do Conhecimento foi tão colocada em pauta por
essas novas configurações de mercado e por isso, ela deve ser considerada como
uma das principais ferramentas de vantagem competitiva.
2.2 DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS
Os dados, informações e conhecimentos são muito utilizados como sinônimos
em diversas leituras, porém dentro da ciência elas se caracterizam de forma não tão
diferente, visto que uma depende da outra.
Primeiramente, em seu sentido mais primitivo, o dado segundo FERREIRA et
al. (1999, p. 602) é o “princípio em que se assenta uma discussão” ou o “elemento ou
base para a formação de um juízo”. Já um segundo autor, HOUAISS et al. (2001, p.
903) conceitua dado como “aquilo que se conhece e a partir do que se inicia a solução
de um problema, a formulação de um juízo, o desenvolvimento de um raciocínio”.
Prolongando, ambos ainda caracterizam que o mesmo significa o “resultado de
investigação, cálculo ou pesquisa” ou ainda “aquilo que se caracteriza ou é típico de
alguma coisa”.
Na área técnica informacional, o dado tem outro significado ainda destacado
por FERREIRA et al. (1999, p. 602): considera-se dado como o “elemento da
informação, ou representação de fatos ou instruções, em forma apropriada para
armazenamento, processamento ou transmissão por meios automáticos” – indo de
encontro com a referência de HOUAISS et al. (2001, p. 903) o qual conceitua
tecnicamente dado como “informação capaz de ser processada por um computador”.
Para Becker (2015, p. 35), o dado é simplesmente “a matéria prima da informação” e
20
complementando, Angeloni e Homma (2016, p. 134) afirmam como sendo
“considerados elementos brutos, sem significado, desvinculados da realidade. São
símbolos e imagens que não dissipam as incertezas. Eles constituem-se na matéria-
prima da informação”.
A informação, em seu conceito original retrata a ação ou o efeito de informar
ou ser informado (FERREIRA et al., 1999, p. 1109), para HOUAISS et al. (2001, p.
1615), a palavra tem como sentido “comunicação ou recepção de um conhecimento
ou juízo”. Em seu sentido técnico, como aborda esta pesquisa, a informação é nada
mais do que um arranjo de dados organizados e que ao interpretá-los demonstram
sentido sobre algum padrão ou assunto.
Segundo Rezende (2005, p. 400), a informação é o “dado analisado e
contextualizado”. Strauhs et al. (2012, p. 14) complementa por fim afirmando que “a
informação pressupõe agregação de valor e de relevância aos dados [...] não é uma
mera coleção de dados, mas um dado (ou conjunto de dados) processado, arranjado
em um contexto específico”. Portanto, os dados por si só não entregam valores
suficientes desde que sejam organizados em formatos padronizados até entregar
sentido semântico para algum acontecimento, comportamento ou tema.
É válido também destacar que hoje em dia, muitas organizações estão com
seus planejamentos estratégicos voltados ao correto tratamento e organização de
dados, visto que as informações geradas por eles são de fundamental importância
para as futuras tomadas de decisão e garantia de vantagem competitiva nos cenários
mercadológicos.
Já o conhecimento, como o último termo da tríade, pode ser entendido
originalmente, assim como analisado seus antecessores como o ato ou efeito de
conhecer ou simplesmente a ideia ou noção (FERREIRA et al, 1999, p.529). No âmbito
informacional, o conhecimento deriva das informações de uma maneira em que ela
dá maior sentindo e utilidade para alguma atividade empresarial. Ele pode ser melhor
caracterizado como
Uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para avaliação e incorporação de novas experiências e informações. [...]
21
Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos de repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais (DAVENPORT E PRUSAK, 1998, p. 6).
O conhecimento é, portanto, a derivação da informação como esta, dos dados.
A partir de todos os conceitos, a figura 4 a seguir sintetiza, enfim, a relação dos dados,
informações e conhecimentos:
Fonte: Confecção própria, 2018.
Por apresentar certo nível de complexidade, as organizações trabalham com o
conhecimento diariamente e com ela deve-se ter uma atenção maior pois ela traz mais
do que o know-how e a expertise de uma empresa. Ela traz também a história e a
cultura empresarial – tudo isso intimamente ligado com os conhecimentos (tácito e
explícito) também trazidos pelos seus funcionários.
O conhecimento em si é construído apenas pelas pessoas, dessa forma, uma
organização não é capaz de criar novos conhecimentos sem as pessoas que a
compõem. Ao sustentar esse ponto de vista, define-se que o conhecimento
organizacional é compreendido como um processo que amplifica,
“organizacionalmente”, o conhecimento criado pelos indivíduos e o solidifica como
parte da rede de conhecimentos da organização. (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 53).
Conhecimento
Informação
Dado
Figura 4 - Relação entre dado, informação e conhecimento
22
A criação desse conhecimento deriva-se dos dois tipos de conhecimento
citados – o tácito e o explícito – e suas formas de conversão. Primeiramente, em seu
sentido conceitual, Takeuchi e Nonaka (2008) destaca que “o conhecimento tácito é
pessoal, específico ao contexto e, por isso, difícil de formalizar e comunicar. O
conhecimento explícito ou codificado, por outro lado, refere-se ao conhecimento que
é transmissível na linguagem formal, sistemática”. Em outras palavras, o primeiro
pode ser destacado pelas crenças de cada indivíduo, pelas suas perspectivas e
sistemas de valor, enquanto o segundo é aquele que é embasado, como uma
afirmação gramatical ou uma expressão matemática (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p.
8).
O conhecimento é criado através da interação entre o conhecimento tácito e
explícito e nesse cruzamento é possível postular quatro modos diferentes de
conversão do conhecimento (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 56).
Quadro 1 - Tipos de conversão de conhecimento e suas definições
TIPOS DE CONVERSÃO DEFINIÇÃO
Socialização Conversão de conhecimento tácito para
conhecimento tácito
Externalização Conversão de conhecimento tácito para
conhecimento explícito
Combinação Conversão de conhecimento explícito para
conhecimento explícito
Internalização Conversão de conhecimento explícito para
conhecimento tácito
Fonte: Takeuchi e Nonaka, 2008, p. 56.
23
A figura 5 esquematiza a socialização – conversão essa que é considerada
como um compartilhamento de experiências e, por isso, pode-se destacar uma criação
de conhecimento tácito a partir de um outro. Um exemplo desse tipo de conversão
são os modelos mentais e as habilidades técnicas compartilhadas – lembrando que a
socialização não necessita obrigatoriamente de uma linguagem. (TAKEUCHI;
NONAKA, 2008, p. 56)
Figura 5 - Tipo de conversão de conhecimento - Socialização
Fonte: Confecção própria a partir de informações do autor Terra (2000).
24
A externalização, diferente da socialização e das demais, é definido pelo
processo de conversão de um conhecimento tácito em explícito. O uso de metáforas,
analogias, conceitos, hipóteses ou modelos são exemplos de externalização. De
maneira prática, quando tentamos conceituar uma imagem, estamos utilizando da
linguagem para criar uma espécie de conhecimento explícito (TAKEUCHI; NONAKA,
2008, p. 58). A externalização pode ser exemplificada de acordo com a figura 6.
Figura 6 - Tipo de conversão de conhecimento - Externalização
Fonte: Confecção própria a partir de informações do autor Terra (2000).
25
Ao falar do processo de sistematização de conceitos em um sistema de
conhecimento, define-se então o processo de combinação onde é envolvido diferentes
corpos de conhecimento explícito. Através de reuniões, conversas telefônicas ou troca
de mensagens pelas redes de comunicação computadorizadas conclui-se tal
processo (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 61). A figura 7 a seguir ilustra o processo
de combinação.
Figura 7 - Tipo de conversão de conhecimento - Combinação
Fonte: Confecção própria a partir de informações do autor Terra (2000).
26
Para finalizar os tipos de conversão, a internalização é um processo de
incorporação do conhecimento explícito em conhecimento tácito. Ele está intimamente
ligado com o “aprender fazendo”. É percebido também quando experiências da
socialização, externalização e combinação são internalizados nas bases de
conhecimento tácito do indivíduo (TAKEUCHI; NONAKA, 2008, p. 63).
Figura 8 - Tipo de conversão de conhecimento - Internalização
Fonte: Confecção própria a partir de informações dos autores Takeuchi e Nonaka (2008)
27
2.3 A GESTÃO DO CONHECIMENTO
Ao final da década de 1990 a expressão “Gestão do Conhecimento” passou a
ser utilizada frequentemente no âmbito empresarial e passou a ser também utilizada
como uma complementação da Gestão da Informação (DAVENPORT; MARCHAND,
2004). Em seu conceito, derivado do inglês “KM – Knowlegde Management”, é a
gestão a qual abriga um conjunto de tecnologias e processos cujo o objetivo maior é
apoiar a criação, a transferência e a aplicação do conhecimento nas organizações
controlando e facilitando o acesso às informações essenciais para a boa execução de
processos e rotinas de trabalho.
Entre tantas definições da Gestão do Conhecimento, Terra (2000) a conceitua
de maneira sintética:
(A gestão do conhecimento) está intrinsicamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado (TERRA, 2000, p.70).
O compartilhamento dos conhecimentos dos funcionários de uma empresa
pode ser observado tanto em momentos formais quanto informais. A sua combinação
é essencial para criar novas ideias, estruturas e estratégias diretamente ligadas com
o objetivo da organização.
Seguindo essa linha de pensamento, TAKEUCHI; NONAKA (2008) em sua
obra “Gestão do Conhecimento” consideram que todas as empresas são, também,
criadoras de conhecimento:
[...] as empresas bem-sucedidas são as que criam consistentemente novos conhecimentos, disseminam-no amplamente pela organização e o incorporam rapidamente em novas tecnologias e produtos. Essas atividades definem a empresa “criadora de conhecimento”, cujo negócio principal é a inovação constante.
28
É fundamental destacar também que tanto as organizações quantos os
indivíduos que o compõe necessitam trabalhar conjuntamente. O papel da
organização no processo de criação do conhecimento organizacional é promover o
contexto apropriado para facilitar as atividades de grupo, assim como a criação e o
acúmulo de conhecimento em nível individual (TAKEUCHI E NONAKA, 2008, p. 71)
enquanto os colaboradores têm o papel fundamental de aproveitar as oportunidades
que a própria organização oferece para manter e compartilhar as informações e os
conhecimentos que circulam dentro da corporação e para isso, é notável perceber a
importância dessa gestão por todos.
Todo o trabalho de criação do conhecimento e o aproveitamento desse pelas
pessoas que compõem a organização é sustentado por uma série de práticas e
ferramentas que garantem o alcance do principal objetivo da GC. Por isso, a gestão
do conhecimento, através de seus artifícios, irá incorporar o processo de adquirir,
capturar, compartilhar e utilizar o conhecimento disponíveis na organização
(OROFINO, 2011). Empresas que desempenham tais processos, mesmo que de
forma inconsciente, estão trabalhando em torno da gestão do seu conhecimento – a
mesma linha de pensamento vale para as funções do estudo.
Strauhs et al. (2012) afirma que a Gestão do Conhecimento reúne as funções
de organizar, disseminar, avaliar, mensurar e capturar diversos conhecimentos
organizacionais para apoiar a busca do conhecimento organizacional. Embora as
organizações apresentem restrições para implementa-las, adotar tais funções e suas
práticas permitem formar equipes dispostas a compartilhar seus conhecimentos e
tornar coletivo o conhecimento individual (STRAUHS, 2012, p. 78) – abrindo brechas
para as conversões já estudadas como a socialização, combinação, externalização e
internalização. A figura 9 a seguir ilustra a relação das funções:
29
Figura 9 - Funções da Gestão do Conhecimento
Fonte: Adaptado de Castro (1996); Bukowitz e Williams (2002).
A partir de Strauhs et al. (2012) a função “Organizar” tem como objetivo a
identificação dos conhecimentos importantes e relevantes na organização e a criação
de um repositório com tais conhecimentos – softwares de mapeamento de processos
são exemplos que apoiam a primeira função e dão sustentação a outras.
A função “Disseminar” tem por objetivo o compartilhamento dos conhecimentos
dentro da organização – sistemas simples de envio de arquivos e portais que oferecem
um canal de conhecimento conseguem realizar a disseminação entre os
colaboradores de uma empresa.
A função “Avaliar” tem como por natureza a análise de como as interações dos
ativos intangíveis geram novos conhecimentos e criam valor para a empresa. A função
“Mensurar” objetiva medir o conhecimento existente dentro da corporação sob as
principais dimensões de capital intelectual, seja ela humano, cliente e organizacional.
E por fim, a função “Criar” almeja o aumento da produtividade e a eficiência dos
processos organizacionais.
Organizar
Disseminar
AvaliarMensurar
Criar
CONHECIMENTO
30
Diante de tantas funções, é importante destacar a influência das tecnologias de
informação na Gestão do Conhecimento. Hoje em dia, devido ao nível de
informatização e automação dos processos, sistemas se tornaram grandes aliados a
vários métodos de armazenamento de dados e informações. Dessa forma, intranets,
portais corporativos, gestão eletrônica de documentos entre outros meios formam
espécies de repositórios necessários para garantir e disponibilizar, a qualquer
momento, experiências que dão suporte às ações e práticas de criações gerenciais
(STRAUHS et al., 2012, p. 57).
Nas organizações públicas, os sistemas também houveram grandes evoluções
e, por possuir grande volume de dados, oportunidades de criação de novos
conhecimentos e estímulo à disseminação daqueles já adquiridos, a gestão do
conhecimento seguiu paralelamente o crescimento das tecnologias da informação e
hoje, tal gestão é tendência em vários ramos do serviço público.
2.4 A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
Os modelos de Gestão do Conhecimento são diversos. Entre os anos de 1995
e 2005, houveram mais de 4 mil artigos publicados com o termo de Gestão do
Conhecimento em seu título (GIRARD; MCINTYRE, 2010) – Mostrando que os
métodos do estudo estão sendo explorados por um número cada vez maior de
pesquisadores e empresas interessadas na temática.
Heisig, grande pesquisador da área, analisou cerca de 160 modelos de Gestão
do Conhecimento (GC) a partir de suas pesquisas e de práticas empresariais com o
intuito de identificar os componentes da gestão e enfim, descobrir suas diferenças e
semelhanças. Em seu estudo, Heisig afirmou que tanto os processos de GC
(identificar, criar, armazenar, compartilhar e aplicar conhecimento) e suas dimensões
(humana, organização, tecnologia e processos) são relevantes tanto para as
organizações privadas como as públicas (HEISIG, 2009).
Dessa forma, são abertos certos questionamentos quanto a implementação da
Gestão do Conhecimento dentro do ramo público – visto por muitos como um mercado
31
repleto de empresas defasadas e ineficientes quanto às mais novas práticas do setor
privado. Porém, não faltaram estudos para a mudança dessa situação.
Os autores Abdullah e Date (2009) citaram que há razões em comum para a
implementação da GC nos dois tipos de organização. São elas: I – “Atrair e manter o
capital humano”; II – “Promover o capital social”; III – “Criar e usar o capital estrutural”;
IV – “Compartilhar processos e melhores práticas (combinando com práticas
inovadoras)” e V – “Estimular a colaboração”.
Partindo desses pontos de vista, Batista concluiu: “Pode-se argumentar que
não é necessário construir um modelo específico para a administração pública
brasileira. Basta adotar um modelo teórico construído para organizações privadas e
adaptá-lo às características específicas de uma organização pública” (BATISTA,
2012).
Porém, outros autores defendem fortemente que a diferenciação entre os
setores públicos e privados são tão acentuados que não é possível, simplesmente,
replicar as aplicações em GC da mesma forma e na mesma intensidade. Abdullah,
Date e Woodford afirmam que o diferente contexto organizacional obriga a nova
construção de modelos específicos de GC para empresas públicas em vez de se
adotar modelos já praticados em empresas do ramo privado (ABDULLAH; DATE,
2009; WOODFORD, 2003)
Dessa forma, Batista retoma sua posição crítica e passa a seguir tal linha de
pensamento:
(...) concordamos com a posição daqueles que
defendem a necessidade de um modelo específico de
GC para o setor público. Para justificar ainda mais essa
posição, apresentamos e discutimos, a seguir, algumas
premissas que levam à conclusão de que é, sim,
necessário – com o objetivo de orientar as organizações
públicas na implementação da GC – construir um modelo
genérico (que sirva para todas as organizações
públicas), holístico (que permita um entendimento
integral da GC), com foco em resultados (que vise
alcançar objetivos estratégicos e melhorar o
32
desempenho) e específico de GC para a administração
pública brasileira.(BATISTA, 2012, p. 15)
As premissas as quais foram destacadas na passagem anterior se referem aos
aspectos que diferenciam os dois tipos de organização. Elas se destacam da seguinte
forma: I – Dimensão cidadão – usuário e dimensão sociedade da GC; II – Resultados
da GC; III – Inovação e políticas públicas; e IV – Relação entre GC e iniciativas em
excelência em gestão.
Dentro da primeira premissa e levando em conta que o público-alvo das
instituições públicas são, entre outros, os cidadãos, usuários, governos e servidores
públicos (muito diferente das organizações privadas, onde as mesmas são
responsáveis principalmente pelos seus acionistas), um modelo de GC para essa
administração deve incluir dimensões Cidadão-usuário e Sociedade. Elas são
importantes pois a Gestão do Conhecimento irá, de inúmeras maneiras, aumentar a
capacidade social no que tange a contribuição do cidadão e da sociedade civil no
processo de tomada de decisões das instituições públicas (WIIG, 2002, p. 224) –
Dentro de um contexto atual, há uma série de órgãos que realizam encontros públicos
para acatar feedbacks da população local e ver de perto quais são as reais
necessidades dessa comunidade.
Quanto aos Resultados da GC, para o primeiro setor da economia, é uma
premissa relevante pois o modelo de Gestão do Conhecimento contemplará iniciativas
as quais irão gerar impactos na qualidade dos serviços prestados à população, na
eficiência na utilização dos recursos públicos, na efetividade dos programas sociais e
na promoção do desenvolvimento (BATISTA, 2012). Além disso, tal premissa será
responsável por promover os princípios contemplados no Artigo 37 da Constituição
Federal:
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...) (BRASIL, 2008, p. 32 e 33).
33
De outra forma, o setor privado implementa a GC visando o lucro, sua
sobrevivência e sua expectativa de crescimento. Diferente da administração pública e
suas razões acima citadas (BATISTA, 2012).
A terceira premissa (Inovação e políticas públicas) é vislumbrada pelas
empresas privadas como fundamental meio para inovação de processos, produtos e
serviços com o único intuito de aumentar sua produtividade, conquistar novos clientes
e ampliar sua lucratividade. Para a rede pública, as inovações são voltadas para o
aumento da eficiência e para melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados
à população (BATISTA, 2012). Na realidade atual já é possível encontrar órgãos
públicos que utilizam ferramentas inovadoras para, por exemplo, medir e controlar
seus gastos internos com o intuito de economizar e transferir tais recursos para
práticas das suas áreas finalísticas – métodos esses que eram dificilmente
incorporados devido a baixa familiarização com as novas tecnologias do mercado.
A quarta e última premissa ainda parece ser uma dúvida entre os estudiosos.
Os modelos existentes na literatura não relacionam a implementação de GC com
iniciativas na área de excelência em gestão pública existentes na administração
pública – Gespública – que destacam a importância de assegurar uma relação de
causa e efeito entre práticas de gestão do conhecimento e desempenho
organizacional (BATISTA, 2012).
O único instrumento para avaliação da gestão pública, pelo Gespública e pelo
“Prêmio Nacional da Gestão Pública”, avalia somente como a organização garante a
utilização da Gestão do Conhecimento para melhorar processos, produtos e serviços
(INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA. CICLO 2010, p. 56). A
pouca variabilidade de mecanismos de avaliação pode caracterizar o uso modesto da
GC em algumas empresas públicas, porém a realidade tem se voltado a mudar de
maneira positiva com o passar dos anos em virtude do compartilhamento dos
benefícios que as práticas geraram em órgãos considerados parceiros.
A partir da exposição das premissas acima e a total diferenciação que as
mesmas têm comparadas com as organizações privadas, Batista conclui:
(...) modelos construídos para o setor privado não
são adequados para o setor público. Por isso,
34
entendemos neste trabalho que é necessário construir
um modelo genérico, holístico, com foco em resultados e
específico de GC adequado à administração pública
brasileira (BATISTA, 2012, p. 19).
Por fim, o autor orienta a adequação das práticas de Gestão do Conhecimento
com as seguintes características:
Quadro 2 - Características das práticas de Gestão do Conhecimento dentro de organizações públicas
ITENS CARACTERÍSTICAS
I ser simples.
II Ser prático.
III Ter definição clara, objetiva e contextualizada de GC para a administração
pública.
IV Contemplar as partes interessadas da administração pública, em especial o
cidadão e a sociedade.
V
Ter sólida fundamentação teórica baseada em revisão sistemática de literatura
sobre modelos de GC (KM Frameworks) para a administração pública e na
análise de modelos utilizados por organizações públicas e privadas.
VI
Ser relevante e útil para as entidades dos poderes Executivo, Judiciário e
Legislativo, dos níveis federal, estadual e municipal e da administração pública
direta e indireta.
VII Ter linguagem e conteúdo adequados à administração pública.
VIII
Estar relacionado com as iniciativas da administração pública na área de
excelência em Gestão Pública (em especial o Programa Nacional da Gestão
Pública e Desburocratização) e, consequentemente, que associe GC com
resultados institucionais ou desempenho organizacional.
IX Contemplar fatores críticos de sucesso na implementação da GC.
X Ter uma abordagem híbrida, isto é, uma combinação das abordagens prescritiva
e descritiva.
35
XI
Ser acompanhado de um manual de implementação de GC com orientações
sobre como: i) avaliar a GC com base em critérios (fatores críticos de sucesso
ou viabilizadores); ii) identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria na
avaliação da GC; iii) identificar as lacunas de conhecimento; iv) definir a visão e
a estratégia de GC ; v) medir os resultados da estratégia; e vi) elaborar,
implementar e acompanhar plano estratégico de GC que contemple ferramentas
e tecnologias de GC.
Fonte: BATISTA, p. 19-20, 2012.
A partir do modelo caracterizado, é cabível listar o rol das práticas e ferramentas
da Gestão do Conhecimento para posterior avaliação daquelas que melhor se
assemelham com o esquema categorizado pelo autor acima. É válido também
destacar que algumas ações podem ter melhores rendimentos em alguns órgãos
quando comparados a outros pois não há certos padrões dentro do estudo. Sendo
assim, a pesquisa da melhor ferramenta e prática deve-se basear nos problemas da
instituição e nos processos que nela são encontrados.
2.5 AS PRÁTICAS E FERRAMENTAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
Em meio aos inúmeros desafios enfrentados pelas empresas, cabe a elas
escolher quais são os modelos e métodos que serão essenciais para a resolução de
seus problemas. Na gestão do conhecimento também se aplica o mesmo raciocínio:
Cada organização possui suas peculiaridades no que tange ao alcance, ao
armazenamento e a interpretação de seus dados e informações, por isso, em meio a
tantos processos, sua administração optará pelas práticas e ferramentas que melhor
se enquadram na situação. Até o presente momento, a GC contempla por diversas
ações e todo seu conteúdo é de fácil acesso.
Em um trabalho desempenhado por Davenport (1998, apud Batista, 2004, p.
15), as práticas da gestão do conhecimento evidenciadas e que são comumente
utilizadas pelas organizações se estruturam em torno das seguintes ações:
36
Quadro 3 - Ações comumente praticadas na Gestão do Conhecimento
I Captar e reutilizar o conhecimento estruturado.
II Captar e compartilhar lições aprendidas com a prática.
III Identificar fontes e redes de expertise.
IV Estruturar e mapear conhecimentos necessários para aumentar a
performance.
V Mediar e controlar o valor econômico do conhecimento.
VI Sintetizar e compartilhar conhecimento advindo de fontes externas.
Fonte: Confecção própria a partir de dados de Davenport (1998).
Partindo dessas ações, é evidente perceber que, ao longo da pesquisa, verbos
como “identificar”, “captar”, “criar”/”sintetizar” e “compartilhar” são comumente
utilizados na hora de definir certas práticas – mostrando que do começo ao fim, a
gestão do conhecimento é um estudo completo na área da administração e que acaba
por atingir diversas outros campos da ciência.
Dando início a exemplificação das práticas e ferramentas, Silva (2012) como
estudioso da temática, contribuiu com as pesquisas disponibilizando uma série de
métodos os categorizando a partir de sua denominação e de suas funções dentro da
Gestão do Conhecimento. Dessa forma, é enquadrado:
37
Quadro 4 - Categorias, práticas e funções da Gestão do Conhecimento
CATEGORIAS PRÁTICAS DE GC
CR
IAR
/ C
AP
TU
RA
R
OR
GA
NIZ
AR
/ C
OD
IFIC
AR
DIS
SE
MIN
AR
AV
AL
IAR
ME
NS
UR
AR
Aprendizagem Organizacional
Mentoring X X X
Comunidades de Prática X X
Benchmarking X X X X
Lições Aprendidas X X X
Narrativas X X
Aprendizado Organizacional X X X
Melhores Práticas
X X X
Coaching X X X
Memória Organizacional X X X
Educação Corporativa
Universidade Corporativa X X X
Gestão de Fóruns e Encontros para Discussões
X X
Gestão de Competências
Gestão por Competências
X X
Mapeamento de Processos X X X
Banco de Competências Individuais
X X X
Redes de Especialistas X X X
Mapas do Conhecimento Organizacional
X X X
38
CATEGORIAS PRÁTICAS DE GC
CR
IAR
/ C
AP
TU
RA
R
OR
GA
NIZ
AR
/ C
OD
IFIC
AR
DIS
SE
MIN
AR
AV
AL
IAR
ME
NS
UR
AR
Capital Intelectual
Gestão da Propriedade Intelectual
X X X
Gestão de Conteúdo X X X
Gestão Eletrônica de Documentos
X X
Gestão de Capital Intelectual
X X X
Inteligência Empresarial
Centros de Inovação X X X
Inteligência Competitiva X X X
Gestão do Relacionamento com o Cliente
X X X
Business Intelligence
X X X
Portais de Conhecimento Corporativo
X X X
Mídias Sociais X
Fonte: Silva (2012).
As organizações cuidam de diversas práticas e ferramentas de GC, algumas
até passam a sustentar outras, como é o caso da detalhada avaliação que o Business
Intelligence é capaz de realizar sobre o Mapeamento de Processos, sobre o alcance
de disseminação das Mídias Sociais, e entre outras práticas.
Seguindo o raciocínio de Guimarães et al. (2009, p. 95-96), as categorias das
práticas são divididas em quatro áreas: “Tecnologia da Informação”, “Processos,
Estrutura e Valores”, “Gestão de Pessoas” e “Compartilhamento do Conhecimento”.
Suas definições e ferramentas derivadas podem ser exemplificadas a partir do
seguinte quadro:
39
Quadro 5 - Categorias, suas definições e práticas associadas - Gestão do Conhecimento
CATEGORIAS DEFINIÇÃO PRÁTICAS ASSOCIADAS
Tecnologia da
Informação
A tecnologia da informação é
associada a ferramentas
usadas no gerenciamento de
informações
• Banco de dados de lições
aprendidas e melhores
práticas;
• Ferramentas de busca;
• Portais Corporativos;
• Sistema de e-mail e de
mensagem instantânea;
• “Páginas amarelas”
Processos, Estrutura
e Valores
Categoria a qual serve como
uma espécie de “reflexo” da
própria organização, ou seja,
mostra como ela
verdadeiramente é – de suas
instalações até o seu
organograma.
• Celebrações;
• Cultura da inovação;
• Fomento à prática do
diálogo;
• Layout voltado ao
compartilhamento do
conhecimento;
• Mapeamento e
automatização de
processos;
• Processos de sugestões.
Gestão de Pessoas
Categoria responsável pelo
gerenciamento do capital
humano da instituição.
Podendo ser uma subdivisão
da categoria de “Processo,
Estrutura e Valores”.
• Política de identificação,
contratação e retenção de
talentos;
• Avaliação e pagamento por
competências;
• Mapas de habilidades dos
funcionários;
• Plano de sucessão;
• Política de recompensas e
premiações.
40
Compartilhamento
do Conhecimento
Agrupamento de práticas que
favorecem e/ou controlam o
fluxo de conhecimento dentro
da empresa e, também, da
empresa com outras
instituições.
• Comunidades de prática;
• Comunidades virtuais;
Políticas de publicação e participação em eventos especializados;
• Programa de especialistas
internos e externos;
• Programa de mentores e
coaching;
• Universidades corporativas;
• Programas de treinamento.
Fonte: Confecção própria a partir das informações de Guimarães et al. (2009, p. 95-96).
Cada prática listada pode ser caracterizada, de acordo com Guimarães, Lamas
e Boscolo (2007, p. 9), a partir da seguinte interpretação:
• Banco de dados de lições aprendidas e melhores práticas: Exemplo particular
de banco de dados onde lições aprendidas em projetos passados podem ser
armazenadas para posterior consulta – o mesmo valendo para o banco de
dados de melhores práticas.
• Ferramentas de busca: Sistema eletrônico de procura de dados e informações,
capaz de identificar todos os documentos armazenados e relacionados ao tema
sobre o qual a busca se destina.
• Portais Corporativos: É um site interno da empresa que provê acesso a
informações corporativas e aplicativos que a organização torna disponível aos
seus colaboradores. São usados, também, como apoio às iniciativas de gestão
de conhecimento baseadas em recursos de TI.
• Sistema de e-mail e de mensagem instantânea: Possibilita a comunicação
escrita imediata entre duas ou mais pessoas através da troca de pequenas
mensagens.
• “Páginas amarelas”: Aplicativo que contém os principais dados dos funcionários
da empresa. Nome, telefone, e-mail, departamento, função atual,
conhecimentos e interesses profissionais e pessoais, são algumas das
informações possíveis de serem catalogadas e que podem facilitar o
estabelecimento de uma conexão importante entre duas pessoas.
41
• Celebrações: Todas as conquistas devem ser exaltadas e comemoradas. As
celebrações devem ser utilizadas como forma de reconhecimento individual e
coletivo.
• Cultura da inovação: A identificação e aplicação de conhecimentos devem ser
estimuladas continuamente. A empresa deve incentivar ações inovadoras. Elas
são fundamentais nos dias atuais.
• Fomento à prática do diálogo: As pessoas devem ser incentivadas a falar suas
opiniões abertamente. Conflitos devem ser bem administrados e considerados
como oportunidades de aprendizado para ambas as partes.
• Layout voltado ao compartilhamento do conhecimento: A disposição das mesas
dos funcionários e gerentes, a localização das impressoras e das máquinas de
café e a existência ou não de uma área interna para o convívio dos funcionários
é determinante na criação de novos laços e, consequentemente, ao melhor
compartilhamento dos conhecimentos.
• Mapeamento e automatização de processos: Trata-se da identificação das
tarefas rotineiras e a sua automatização através de sistemas eletrônicos com o
objetivo de reduzir os custos envolvidos. As empresas precisam saber, por
departamento, o fluxo dos dados, informações e conhecimentos que entram e
saem de cada atividade e processo.
• Processos de sugestões: Ideias devem ser capturadas e analisadas. O
processo de sugestões formaliza esta cultura, permitindo que todas as pessoas
exponham suas opiniões sobre temas não diretamente ligados às suas
atividades rotineiras.
• Política de identificação, contratação e retenção de talentos: Deve fazer parte
da política de RH da empresa. Talentos são fundamentais à manutenção dos
negócios da empresa. Identificá-los, contratá-los e retê-los deve ser o dia a dia
dos gestores.
• Avaliação e pagamento por competências: Faz parte da política de
reconhecimento da empresa. Os funcionários devem ser avaliados e
recompensados da forma mais objetiva possível. Sabendo-se as competências
de uma pessoa e a aplicação destas no dia a dia da empresa, a compensação
do indivíduo acaba sendo facilitada.
42
• Mapas de habilidades dos funcionários: Permitem a gestão dos departamentos
por competências. Árvores de habilidades e conhecimento de um
departamento são fundamentais para a identificação de funcionários-chave,
para a identificação de funcionários com baixo desempenho e também para a
determinação de treinamentos requeridos, entre outras aplicações.
• Plano de sucessão: É o processo de definir e preparar substitutos para
profissionais que ocupam posições-chave na empresa. Fundamental para
qualquer organização, em todos os níveis hierárquicos (de diretores a
engenheiros e pesquisadores). O cuidado de ter substitutos tenta minimizar os
efeitos de eventuais saídas ou promoções de funcionários.
• Política de recompensas e premiações: Reconhecimento pelo
compartilhamento do conhecimento e reconhecimento por atitudes inovadoras
também são fundamentais nos dias de hoje. As pessoas precisam ser
reconhecidas para que repitam no futuro atitudes e posturas positivas.
• Comunidades de prática: Conceito originalmente cunhado por Etienne Wenger.
Tais comunidades são grupos de discussão formados por pessoas com
interesses comuns e que participam voluntariamente do grupo. Podem agregar
apenas pessoas da empresa como podem contar com a participação de
fornecedores, clientes e instituições de pesquisa. São fundamentais à livre
troca de ideias entre especialistas nos temas a que se destinam as
comunidades. Ajudam a resolver problemas de forma rápida e ajudam no
compartilhamento e retenção do conhecimento.
• Comunidades virtuais: Estas comunidades funcionam como as comunidades
de práticas só que potencializam a interação entre muitas pessoas,
especialmente por utilizar recursos eletrônicos de comunicação e troca de
experiências.
• Políticas de publicação e participação em eventos especializados: A
participação em congressos, seminários e palestras, como autor ou ouvinte,
deve ser cada vez mais reforçada nas empresas. Compartilhar conhecimento
potencializa a sua utilização. Conhecimento não se perde, se multiplica.
• Programa de especialistas internos e externos: Parte da estratégia de páginas
amarelas, os especialistas da empresa precisam ser conhecidos e devem ser
acessados pelos demais funcionários. Este programa oficializa para toda
43
organização (ou à toda cadeia relacionada) os especialistas em cada tema, que
poderão ser consultados quando se fizer necessário. Fornecedores e clientes
podem ser envolvidos neste processo.
• Programa de mentores e coaching: O programa de mentores refere-se ao
auxílio de funcionários experientes a funcionários mais novos (de empresa ou
de departamento) nas tarefas do dia a dia, acelerando a integração dos mais
novos através da contínua troca de ideias. Quanto ao coaching, sua atividade
é muito similar ao programa de mentores só que é caracterizado por ser, de
certa forma, mais formal, com reuniões periódicas para o acompanhamento da
evolução de quem está recebendo o coaching. É mais aplicado aos
profissionais de nível gerencial.
• Universidades corporativas e Programas de treinamento: Planos de
treinamento personalizados são fundamentais, pois cada funcionário tem suas
necessidades e deficiências. Uma universidade corporativa abre grandes
possibilidades para todos os funcionários da empresa e tende a reduzir os
gastos com treinamentos convencionais (presenciais, por exemplo).
Contribuindo também com a rol de práticas encontrados na GC, Strauhs et al.
(2012, p. 78 - 88) lista e caracteriza outros tipos de ações a partir dos conceitos da
Memória organizacional (MO), das lições aprendidas, do portal do compartilhamento,
das comunidades de prática, do mapeamento do conhecimento, dos mapas
conceituais e a partir da gestão por competências.
Em síntese, a memória organizacional tem por finalidade a captura, divulgação
e reutilização do fluxo de informações com base na história da instituição, a partir do
registro das experiências e conhecimentos gerados pelos colaboradores. Dentro de
um ambiente corporativo público é comum se armazenar arquivos antigos que contam
por exemplo a história, a cultura e os processos que ali circulavam em outras épocas
– todas essas informações servem de base para as principais características atuais
da empresa.
Quanto as lições aprendidas, é obrigatório manter uma cultura de registro de
ações que permitiram alcançar o sucesso e o insucesso de algum objetivo. Dessa
forma, cria-se a responsabilidade das empresas externarem aos seus colaboradores
as análises dos pontos fortes e fracos dos planos executados e torna-las sempre
44
disponíveis quando requisitadas e atualizadas para contemplar um número maior de
interpretações. Na documentação desses resultados, deve-se prezar pelas
metodologias de captura relevantes para as diversas áreas do conhecimento
organizacional. Para a sua implementação deve-se estar atento aos elementos de
“coleta ou compilação”, “verificação”, “armazenagem” e “disseminação”.
A informação deve sempre ser estratégica para apoiar as tomadas de decisão,
e é dentro desse contexto que o Portal de compartilhamento funciona. Essa prática
tem o principal objetivo de facilitar os fluxos de informações e permitir gerir o
conhecimento já presente nas organizações. Além disso, auxiliam a união dos
sistemas de informação utilizados num único portal. As características essenciais que
as difere dos outros portais comuns são, além de comporem fatores de segurança,
maior velocidade de processamento e facilidade de localização, seus dados dão maior
suporte às decisões organizacionais (DIAS, 2001).
Strauhs et al. (2012, p. 82-83) explica as comunidades de prática como sendo
um grupo de pessoas que prevalecem o formalismo dos organogramas, distinguindo-
se das equipes de trabalho comumente citados. O conhecimento formado pelas
comunidades de prática é sustentado por diversos indivíduos de diferentes áreas de
uma empresa ou até pela comunicação de pessoas de instituições distintas. O
propósito maior dessa prática é envolver os participantes num compartilhamento de
experiências individuais. Para ter uma comunidade de prática de sucesso, Terra
(2000) enumera princípios básicos para esse tipo de gestão:
• Reunir as pessoas certas;
• Proporcionar infraestrutura na qual as comunidades possam prosperar;
• Mensurar o valor dessas reuniões com métricas não convencionais;
• Promover e divulgar resultados práticos advindos das discussões;
• Comunicar toda a organização que esse tipo de atividade é bem-vinda e
valorizar a participação de todos os membros.
45
Quanto aos seus benefícios, é listado (WENGER; SNYDER, 2001):
• Norteiam as estratégias de Gestão do Conhecimento;
• Iniciam novos campos de negócios;
• Agilidade na solução de problemas;
• Promovem o compartilhamento de melhores práticas organizacionais e
• Ajudam no recrutamento e na retenção de talentos.
O estudo de comunidade de práticas elevou os valores concebidos às reuniões
informais entre os colaboradores. Ultimamente, práticas como confraternizações são
estimuladas por grande maioria das empresas públicas e privadas pois as mesmas
enxergam que a partir das descontrações do ambiente formal é possível gerar
conteúdos valiosos para serem aplicados dentro das atividades rotineiras do
colaborador envolvido.
O mapeamento do conhecimento é visto como nada mais que a demonstração
de como as tarefas são executadas, ou seja, a prática se refere ao processo de
coletivização das atividades individuais (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Em muitos
casos, o conhecimento se apresenta de forma fragmentada, não documentada ou é
de difícil acesso, a ferramenta em questão visa solucionar esses problemas indicando
justamente a localização dessas informações. Portanto, é possível concluir que, a
partir da orientação proposta pela prática, o mapeamento é indicado como um
principal orientador de estratégias organizacionais.
Os mapas conceituais são, de maneira sintética, a transformação das
informações em conhecimento. A técnica envolve etapas de seleção, análise,
elaboração e aprendizado a partir do “processo” – construção da representação,
explicitação do conhecimento por meio da externalização e socialização, e do
“produto” – representado pelo conhecimento si derivado da codificação feita no mapa
(COSTA; KRUCKEN, 2004).
Concluindo as práticas vislumbradas por Strauhs (2012, p. 87), a gestão por
competências irá proporcionar o desenvolvimento técnico e comportamental dos
colaboradores para que os mesmos desempenhem suas funções com a máxima
eficiência. Esse tipo de gestão deriva-se do avanço tecnológico o qual fez com que os
46
indivíduos das organizações tomassem a responsabilidade de se inovarem e se
adaptarem aos novos costumes e culturas trazidos também por essa evolução.
É de grande interesse destacar que o indivíduo em seu trabalho deve ser
avaliado não só pela seus conhecimentos, habilidades e atitudes, mas também pela
capacidade de sua capacidade de se entregar a empresa, ou seja, o quanto que ela
está disposta a participar da cultura organizacional e interagir com os costumes da
organização.
Ao olharmos as pessoas pela sua capacidade de
entrega, temos uma perspectiva mais adequada para
avaliá-las, para orientar seu desempenho e para
estabelecer recompensas (DUTRA, 2001).
Qualquer uma das práticas de Gestão do Conhecimento requer, antes de tudo,
soluções híbridas envolvendo pessoas e tecnologia. As pessoas são a fonte
fundamental de criação de conhecimento e a tecnologia é a ferramenta ideal para
viabilizar maior compartilhamento (STRAUHS, 2012, p. 113).
E em meio a tantas ferramentas e ações de GC, é possível concluir:
Gestão do Conhecimento é, portanto, mais do que um processo ou uma prática isolada. É uma estratégia para a organização usar os conhecimentos dos seus colaboradores para gerar inovações e aumentar sua competitividade (STRAUHS, 2012, p. 113).
A partir da infinidade de métodos e ferramentas da Gestão do Conhecimento
trazidos até então pela pesquisa, é válido destacar que a Instituição pesquisada
possui o porte pessoal e tecnológico necessários para adoção de grande maioria
desses mecanismos. A seguir, é trazido os procedimentos metodológicos os quais
irão dar base a pesquisa com o intuito principal de responder o questionamento feito
na contextualização do problema e alcançar, enfim, os objetivos traçados.
47
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 TIPO DE ESTUDO
O presente estudo contemplará uma pesquisa de natureza qualitativa e
quantitativa. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com um “universo de
significados”, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, correspondendo a um
espaço íntimo às relações, processos e fenômenos, tudo isso sem se restringir às
operacionalizações de variáveis. Em outras palavras, esse tipo de estudo tem o
objetivo principal de compreender os acontecimentos através de dados narrativos,
estudando as particularidades e experiências individuais.
Nesse sentindo, o trabalho encaixa-se nessa natureza em virtude dos métodos
adotados os quais irão garantir o atingimento dos objetivos específicos de
identificação do rol de práticas e ferramentas de Gestão do Conhecimento e de
descrição das mesmas percebidos pelos servidores que compõem a Coordenadoria
de Desenvolvimento Organizacional do Tribunal Regional Eleitoral do RN.
Ao indicar que o estudo também se caracteriza como uma pesquisa
quantitativa, infere-se que o trabalho irá compor dados quantitativos para explicar
certos fenômenos. Fonseca (2002, p. 20) esclarece que esse tipo de pesquisa é
centrado na objetividade com base na análise de dados brutos e na interpretação
desses a partir de uma linguagem matemática.
Dessa forma, o presente estudo irá compor métodos quantitativos que, com o
apoio da percepção dos mesmos servidores e dos gestores, auxiliarão no alcance do
objetivo específico de identificação do grau de importância de cada ferramenta e
prática de GC utilizada na mesma Coordenadoria e irão dar base para a proposta de
novas metodologias e técnicas de Gestão do Conhecimento que, caso sejam
instauradas na CODES, contribuirão com uma evolução significativa na eficiência e
na eficácia do uso de todas as informações que ali são geradas.
Caracterizando agora os objetivos da pesquisa, elas se encontram nos
conceitos de uma pesquisa descritiva. Para Gil (2008, p. 28), esse tipo de estudo tem
como objetivo primordial a descrição das características de determinada população
48
ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis – uma das
características mais relevantes é a utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados. Dessa forma, a caracterização descritiva do trabalho se dá em razão das
futuras especificações quanto ao uso das práticas e ferramentas utilizadas no Tribunal
Regional Eleitoral potiguar a partir da coleta de dados nas formas de entrevista com
roteiro semiestruturada, pesquisas documentais de dentro da unidade e formulários
on-line.
Por fim, a estratégia adotada para execução dessa pesquisa é baseada na
forma de estudo de caso, mais uma vez, dentro da Coordenadoria de
Desenvolvimento Organizacional do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do
Norte.
3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO
Toda a abrangência da pesquisa gira em torno da prévia delimitação do
universo e da amostra. Vergara (1998, p. 48) define que o universo, ou a população,
é o conjunto de elementos os quais possuem as características que serão objeto de
estudo, enquanto a amostra, ou população amostral, é uma parte desse universo,
escolhida a partir de algum critério de representatividade.
Para Guedes, Martins e Acorsi (2005, p. 2), o universo, ou população, deve
conter elementos que possuam, pelo menos, uma característica em comum. Essa
característica deverá delimitar corretamente quais são os elementos da população. Já
a amostra, é conceituada como o subconjunto do universo – ela deverá ter uma
dimensão menor e será representativa da população. Sua seleção irá depender do
conhecimento prévio do conjunto e da quantidade de recursos disponíveis.
Tendo por base essas definições e a natureza qualitativa e quantitativa do
presente estudo, a abrangência da pesquisa irá ser caracterizada a partir de dois
universos. O primeiro será representado exclusivamente pelas antiga e atual gestoras
da Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional do TRE/RN e a sua
amostragem de característica censitária, uma vez que não há uma amostra em si.
49
O segundo universo é caracterizado por conter um conjunto de número limitado
de elementos, representado pelos 20 servidores públicos que compõem a
Coordenadoria e suas respectivas seções. Mais uma vez, a amostra é definida como
censitária pois todos os envolvidos participarão do trabalho a partir do questionário
on-line elaborado.
3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS
Ao contemplar o plano de coleta de dados e atrelando às naturezas quantitativa
e qualitativa da pesquisa, a primeira tipologia será sustentada a partir de um
questionário de característica estruturada e fechada no formato de formulário on-line
e esse será aplicado dentro Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional do
Tribunal onde todos os servidores da unidade serão submetidos a responde-lo e seus
dados serão posteriormente coletados para análise de dados. O objetivo desse
instrumento é coletar as percepções desses funcionários sobre as práticas e
ferramentas de GC adotadas na unidade de maneira rápida, exata, impessoal e com
custo zero tendo como vantagem também, o apoio da disponibilidade desses dados a
qualquer momento uma vez que as respostas estarão guardadas e protegidas pelo
armazenamento em “nuvem”.
O questionário contempla um total de 32 perguntas, sendo 27 delas
subdivididas nas 5 categorias da Gestão do Conhecimento destacadas por Silva
(2012) – Aprendizagem Organizacional, Educação Corporativa, Gestão de
Competências, Capital Intelectual e Inteligência Empresarial. O conteúdo de cada
questionamento refere-se às práticas e ferramentas executadas pelo próprio
colaborador e aquelas que são adotadas pela Coordenadoria como um todo, de
acordo a percepção dos mesmos. Os 5 últimos questionamentos abrangem perguntas
da categoria de perfil demográfico. A relação entre o conteúdo questionado e suas
categorias são detalhadas no seguinte quadro:
50
Quadro 6 - Relação entre os conteúdos questionados e suas categorias dentro do formulário on-line
CATEGORIA CONTEÚDO QUESTIONADO
Aprendizagem Organizacional
• Mentoring
• Coaching
• Comunidades de Prática
• Benchmarking
• Lições Aprendidas
• Melhores Práticas
• Memória Organizacional
• Layout voltado ao compartilhamento do
conhecimento
Educação Corporativa
• Programas de Treinamento
• Fóruns e Encontros para Discussões
• Políticas de Recompensa e Premiações
• Processo de Sugestões
• Cultura da Inovação
Gestão de Competências
• Gestão por Competências
• Mapeamento e Automatização de Processos
• Banco de Competências Individuais
• Mapas de Habilidades
• Redes de Especialistas
• Mapas do Conhecimento Organizacional
Capital Intelectual
• Gestão de Conteúdo
• Gestão Eletrônica de Documentos
• Portais Corporativos e Intranets
Inteligência Empresarial
• Inteligência Competitiva
• Gestão dos Relacionamento com o Cliente/
Usuário
• Business Intelligence
• Mídias Sociais
51
Perfil Demográfico
• Sexo
• Faixa Etária
• Seção
• Tempo de Serviço prestado ao Tribunal
• Cargo
Fonte: Confecção própria a partir do formulário on-line.
As questões referentes às práticas e ferramentas adotadas pela Coordenadoria
e aquelas utilizadas no dia a dia dos colaboradores dão alternativas baseadas nos
graus de concordância, ou seja, elas seguem uma escala de “Discordo totalmente”
até “Concordo totalmente”, passando pelos graus intermediários “Discordo
parcialmente” e “Concordo parcialmente”.
Para garantir o sucesso qualitativo do trabalho, serão realizadas duas
entrevistas semiestruturadas e complementando a parte da análise dos questionários
serão observados alguns pontos quanto às rotinas de trabalho uma vez que, como
estagiário do órgão e participante dos processos da coordenadoria, foi possível ter
conhecimento “dos meios e dos fins” da unidade pesquisada. O primeiro encontro será
com a antiga gestora da CODES a qual teve controle da unidade no período entre
dezembro de 2016 e agosto de 2018. A segunda entrevista contará com presença da
atual coordenadora do setor. Ambos os encontros serão guiados a partir de um
mesmo roteiro semiestruturado que, por ser composto de perguntas abertas e
fechadas, suas respostas podem abrir novos questionamentos inerentes às
circunstâncias momentâneas à entrevista – enriquecendo ainda mais a base de
dados. O objetivo do método é captar a percepção, a opinião e as intenções das
estratégias de Gestão do Conhecimento que foram localmente implementadas.
No roteiro semiestruturado foram desenvolvidas 7 questões sendo uma delas
subdividida em 6 pequenas perguntas referente as práticas e ferramentas adotadas
na coordenadoria. Como a Gestão do Conhecimento abrange um leque diversificado
de métodos, anexado ao guia fora inserida uma lista com as estratégias de GC para
consulta do entrevistado.
52
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE
As técnicas de análise serão feitas baseadas quantitativamente na estatística
descritiva, a partir da aplicação dos questionários e qualitativamente na análise de
conteúdo com o apoio das entrevistas realizadas.
De acordo com Guedes, Martins e Acorsi (2005, p. 1), a estatística descritiva é
o estudo o qual organiza e descreve os dados coletados por meio de tabelas, gráficos
e de medidas descritivas – seu objetivo básico é o de sintetizar uma série de valores
de mesma natureza, permitindo dessa forma, que se tenha uma visão global desses
valores.
Nesse sentido, a análise dos dados obtidos pelo questionário terá por base
essa vertente estatística com o auxílio das técnicas de média e distribuição de
frequência, onde as respostas serão interpretadas a partir de um rol de dados brutos
ordenados – com o intuito de, no final, retirar conclusões a respeito do comportamento
dessas variáveis.
Quanto a análise de conteúdo, para Bardin (2011) o termo pode ser designado
como:
um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (Bardin, 2011, p. 47).
Complementando, Godoy (1995b) afirma que a análise de conteúdo consiste
numa técnica metodológica que é possível ser aplicada em diversos discursos e em
todas as formas de comunicação. Na presente pesquisa, as respostas geradas a partir
da entrevista serão analisadas com o apoio dessa metodologia.
Por fim, tendo-se discutido e concluído quais metodologias serão adotadas no
trabalho, as sessões a seguir abordarão os resultados da pesquisa.
53
4 RESULTADOS
Os resultados da presente pesquisa foram obtidos a partir dos instrumentos
representados pelo questionário e pela entrevista, bem como a interpretação referente
ao cruzamento de suas respostas.
4.1 ENTREVISTAS
As entrevistas realizadas tinham o objetivo de captar a percepção quanto a
Gestão do Conhecimento nas óticas da ex-coordenadora e da atual gestora da
unidade. Além disso, foi questionado também quanto ao uso de práticas e ferramentas
adotadas na coordenadoria, seus aprimoramentos e suas opiniões quanto aos valores
entregues para a sociedade e outras organizações do ramo judiciário. As respostas,
tanto da coordenadora antecessora quanto o da atual, serão expostas conforme o
prosseguimento da entrevista.
Antes de iniciar as perguntas, ambas servidoras se apresentaram formalmente.
A coordenadora antecessora revelou ser profissional da área de administração e ter
vivido experiências quanto às práticas e ferramentas do estudo posteriormente em
outras gestões. A atual coordenadora contou sobre sua formação em Direito e que
todas as experiências na CODES estão sendo de grande aprendizado até então.
Dando início às entrevistas, o guia conta com um questionamento introdutório
perguntando quanto ao entendimento delas sobre a Gestão do Conhecimento. Diante
das respostas, foi percebido que as servidoras possuem uma compreensão
compatível com a literatura. Nesse sentido, a coordenadora antecessora conceitua:
Entendo a Gestão do Conhecimento como um grande e complexo “guarda-chuva” para o desenvolvimento de qualquer organização, seja ela privada ou pública, pois a partir dela são buscados, filtrados, aproveitados e aprimorados os diversos conhecimentos existentes(...)
Além disso, ela revela também sua valorização quanto ao corpo de servidores
da Instituição e a preocupação com a falta de políticas capazes de compilar e
54
armazenar, por exemplo, os conhecimentos gerados por eles. Essa situação é
percebida não só nas empresas privadas, mas também nas públicas. O trecho a seguir
revela tal declaração:
(...)O TRE-RN dispõe de muitos talentos e conhecimentos diversos represados, justamente pela ausência de uma política eficaz de Gestão do Conhecimento. A grande preocupação é a perda desse conhecimento institucional, quando há desligamento desses servidores(...)
A atual coordenadora enriquece ainda mais o conceito de GC definindo a
gestão do conhecimento a partir da interpretação ligada ao capital intelectual das
pessoas. Além do mais, sua percepção logo de cara mostra uma visão guiada pelos
benefícios do estudo, mostrando estar por dentro da GC e seus suas vantagens. A
seguir, sua resposta:
A gestão do conhecimento para mim é ligada à gestão do capital intelectual pois hoje em dia o que está em voga não é o material, o dinheiro, e sim o capital intelectual - o conhecimento - das pessoas, aquilo que ninguém pode “roubar” de você (...) algumas políticas e ferramentas da Gestão do Conhecimento, como disseminações a partir de seminários, são imprescindíveis para alcançar a redução desses custos (...)
A segunda questão pergunta se há algum plano específico focado em Gestão
do Conhecimento para ser implantado na coordenadoria. Em geral, as duas servidoras
responderam positivamente. Pela resposta da coordenadora antecessora, pôde-se
observar um foco maior na implementação de atividades as quais integram a gestão
por competências, categoria específica da GC. Interessante também reparar o termo
“não formalizado” para essas práticas, mostrando mais uma vez a falta de
formalização dessas ações dentro da unidade e do órgão. Portanto, no trecho abaixo
ela responde:
Sim, programas não formalizados como a avaliação de desempenho por competências, formação e aperfeiçoamento baseado em lacunas de competências e seleção por competências (...) na minha visão todas essas práticas estão interligadas de forma estruturada.
55
Dentro da unidade é possível observar que muitas práticas baseadas por
competências ainda estão em vigor na CODES e no TRE/RN como um todo – a
seleção por competências é uma dessas atividade, por exemplo.
Pela resposta da atual coordenadora, é percebido que a coordenadoria também
possui forte apreço pelas práticas de disseminação de conhecimentos e conteúdos
pelo órgão. Dessa forma, fora respondido pela servidora:
Atualmente na CODES, estamos integrando o Canal do Conhecimento, a qual abrange toda SGP (Secretaria de Gestão de Pessoas), no leque de práticas e ferramentas da Gestão do Conhecimento da coordenadoria e na SFA (Seção de Formação e Aperfeiçoamento), já possuímos o programa de disseminação.
Para complementar, a coordenadora também acrescenta a adoção de outra
prática – sendo essa fundamental para a padronização de como as demandas são
supridas:
(...)O mapeamento dos processos de trabalho é um trabalho constante e também é interpretado como mais uma prática em execução de GC.
Dentro da CODES é possível observar também a importância da
implementação de ferramentas mais modernas de aprendizagem – o estímulo do
ensino à distância na Instituição a partir da criação da nova unidade de Núcleo de
Ensino à Distância (NEaD) e seu Programa de Ensino à Distância (PEaD). Tal medida
sustenta a ampla divulgação de conhecimentos numa plataforma on-line e prega
maior eficiência no aperfeiçoamento dos colaboradores e redução de custos quando
comparados com ações de capacitação presencial.
A terceira questão, orientado pela Resolução 09/2017, aborda a Gestão do
Conhecimento como uma das responsabilidades da CODES – O fomento e o
acompanhamento das ações de GC são destacados no documento, por isso, a
questão é dividida em sete partes onde cada uma pergunta sobre práticas e
ferramentas são adotadas na coordenadoria de acordo com algumas definições. Na
letra “a” fora questionado quais eram os principais métodos de GC que a servidora
destacava dentro da unidade.
56
Nesse quesito, ambas destacaram diferentes práticas àquelas citadas
anteriormente. A coordenadora antecessora respondeu à questão destacando o
Banco de Talentos do órgão com forte influência na filosofia de avaliação profissional.
A resposta a seguir comprova:
(...)destaco o Banco de Talentos para registro dos conhecimentos e habilidades dos servidores (...) A ferramenta possibilita ter uma visão parcial do tripé “C.H.A.” (Conhecimentos, habilidades e atitudes) do funcionário e é fortemente adotada para coleta de informações em processos seletivos(...)
O tripé “C.H.A.”, comentado pela antiga gestora e uma importante abordagem
da gestão de pessoas, segundo Durand (1997), constituiu-se como a competência
baseada em três dimensões – Knowledge, Know-How and Attitudes (conhecimento,
habilidades e atitudes), englobando não somente as questões técnicas, mas também
a cognição e atitudes relacionadas ao trabalho.
Dando destaque à valorização da disseminação de conhecimento no órgão, a
atual gestora começa a responder relatando uma ferramenta de importante função
para os novos servidores em zonas eleitorais (segmentos do Tribunal os quais se
encontram no interior do estado para, por exemplo, dar suporte às eleições nessas
regiões). A concepção dessa prática pode ser detalhada na resposta dada pela atual
coordenadora:
Eu diria a prática de “Elaboração de manuais” - há um manual de práticas cartorárias que se adequa bastante na Gestão do Conhecimento. Imagine a situação: Quando chegava um novo chefe de cartório em uma zona eleitoral e não havia disponibilidade de servidor para estar com ele, o novo colaborador já tinha uma espécie de guia que irá o auxiliar nas novas práticas cartorárias.
Agora se baseando na cultura de difusão de informações dentro da sede do
Tribunal, a gestora complementa com práticas formais (Instrutoria Interna) e informais
(Replicação de informações de maneira pessoal) com o intuito de complementar ainda
mais sua resposta:
(...) Eu destacaria também à Instrutoria Interna executada pela SFA quanto a disseminação já citada anteriormente e também a replicação de informações de maneira pessoal - vou
57
a uma reunião de cunho gerencial e estratégico com o secretário e replico aos servidores das seções subordinadas.
Seguindo na mesma questão, a letra “b” pergunta de maneira rápida quais são
os métodos de promoção da maior e melhor comunicação entre os servidores da
CODES e exemplifica-las. Quando somamos as respostas das duas servidoras,
conseguimos observar um número expressivo de práticas e ferramentas de
comunicação adotados entre os colaboradores.
A coordenadora antecessora começa respondendo com ênfase nas
ferramentas formais e informais de comunicação:
Eu considero primeiramente, uma das grandes ferramentas de comunicação, além de outros meios que a gente tem normalmente como (...) grupos em WhatsApp, a realização de reuniões periódicas dentro da CODES, suas seções como também na própria SGP – auxiliada com o registro em ata (...)
Importante observar que a adoção de aplicativos como WhatsApp estão sendo
utilizados cada vez mais para os assuntos de trabalho. É uma tendência que vem
crescendo entre as empresas e a coordenadoria não ficou por fora dessa novidade.
Após o exposto, a entrevistada cita também uma ferramenta de grande
importância para disseminação de conteúdo. Essa ferramenta digital, explicada
melhor posteriormente, tem seu intuito de acordo com a passagem:
(...)um meio, que ainda está em construção, mais fácil e abrangedor: O canal do conhecimento. O intuito é dar transparência às ações adotadas pela CODES por meio da publicação desse relatório (ata de reunião) abrangendo a pauta discutida, todas as assinaturas dos participantes, suas decisões e ações ali conversadas (...)
A atual coordenadora nos mostra outras ferramentas adotadas, agora, de
exclusivo caráter formal e sistematizado:
A melhor forma de comunicação feita com as seções e as outras unidades do Tribunal é partindo do meio eletrônico (e-mail) pois toda a interação fica documentada e livre para ser consultada a qualquer momento caso há dúvidas quanto algum direcionamento combinado (...). Há também a ferramenta de mensagens instantâneas chamada Exodus(...)
58
A visão da coordenadora sobre a documentação e da consulta de informações
é de destaque em sua resposta. O conhecimento gerado deve sempre, de acordo com
a literatura da GC, ser armazenado para futuras checagens.
Ainda complementando sua resposta, a atual gestora mostrou significativas
observações quanto ao clima organizacional e um aspecto cultural aparentemente
muito forte:
(...) A nossa cultura de proximidade entre os servidores também é grande, a gente se considera como uma grande “família”, até porque, trabalhamos juntos todos os dias há anos, por isso, acontece muito da comunicação direta e informal sobre determinados assuntos da nossa rotina de trabalho(...)
De fato, o melhor clima organizacional promove a melhor fluidez de
informações nos mecanismos informais de comunicação. Relações de proximidade
excluem preocupações e geram maior conforto na troca de experiências e
conhecimentos – aspectos esses muito valorizados no estudo da GC.
A letra “c” questiona as servidoras quais são as práticas e/ou ferramentas de
GC as quais promovem a interação entre os colaboradores. Nesse quesito, novas
práticas foram abordadas.
Com uma prática muito parecida com a “elaboração de manuais”, citada pela
atual gestora, a antiga coordenadora resume sua resposta na “ambientação de
servidores”, que, de forma similar àquela prática, introduz novos funcionários aos
processos do órgão. De acordo com ela:
Esta prática ainda se resume aos eventos de “Ambientação de Servidores”, restrito a novos servidores tão logo estes se apresentem no Tribunal. (...) O intuito é apresentar o negócio e a estratégia da Justiça Eleitoral Potiguar, assim como seus principais processos de trabalho, a partir da integração de novos colaboradores à Justiça Eleitoral do RN(...)
Tendo em vista mais uma prática de integração entre novos colaboradores com
a organização, é possível interpretar que o TRE/RN, sustentado principalmente pela
CODES, valoriza o repasse de conhecimentos de servidores mais experientes para
seus mais recentes integrantes de acordo com a entrevistada:
59
(...)estes eventos contam com a participação e colaboração de representantes experientes de diversas áreas do Tribunal(...)
Como a gestão do conhecimento não se baseia somente na troca de
informações de maneira direta, a atual gestora comenta sobre as ações de interação
entre os servidores proporcionados pela Seção de Assistência Médica e Saúde
Ocupacional (SAMS) – unidade vinculada a CODES - e seus atuais programas de
qualidade de vida no trabalho. Explicando melhor esses programas, ela responde:
(...) o programa de qualidade de vida no trabalho, executado pela SAMS é uma ótima maneira de garantir a interação entre a unidade e as demais coordenadorias e seções de todo o Tribunal - o programa promove diversas palestras sobre temáticas de cunho educativo na área da saúde e atividades recreativas como o futebol entre os servidores(...)
Nessa iniciativa da SAMS, é interessante perceber que a unidade aproveitou,
por exemplo, a oportunidade das atividades recreativas para estimular a interação
entre os servidores e ao mesmo tempo proporcionar uma melhor qualidade de vida
através dos exercícios físicos. Além disso, as palestras de saúde contam com
profissionais reconhecidos e trazem boas informações para dentro do Tribunal.
Continuando na terceira questão, a letra “d” pergunta quais atividades
envolvem a aprendizagem e aperfeiçoamento dos servidores, dessa forma, as
gestoras responderam. Nesse quesito, ambas servidoras apresentaram convergência
em suas respostas.
Embasando em documento oficial, a coordenadora antecessora respondeu à
pergunta explicando a ação de educação corporativa de disseminação de
conhecimentos a partir do trecho:
(...) temos uma Portaria a qual diz que servidores que participaram de ação de educação corporativa, com auxílio do Tribunal, ficará obrigado, num prazo de trinta dias, a disseminar os conhecimentos adquiridos junto a sua equipe de trabalho e aos servidores de setores afins. Ele deverá também, acredito, elaborar proposta de aplicação desses conhecimentos para que sejam utilizados na sua unidade(...)
60
Agora assumindo caráter formalizado e interpretando que a essa disseminação
é obrigatória, pode-se perceber que a prática é sabida e difundida entre os
funcionários. Dessa forma, encontra-se a razão pela qual as duas respostas
convergem. Em outras palavras, a atual gestora acrescenta:
As apresentações as quais são responsabilizadas para as pessoas que participam de palestras, congressos e outras atividades de aperfeiçoamento - como já discutimos nas questões anteriores(...)
Na pergunta de letra “e”, fora questionado quanto a adoção de ferramentas e/ou
práticas de desenvolvimento técnico e comportamental dos colaboradores dentro do
órgão. Nessa questão, mais uma vez fora obtido convergência nas respostas.
A coordenadora antecessora aborda a avaliação de desempenho como
principal instrumento para as ações de desenvolvimento técnico e comportamental
dos servidores:
(...) a avaliação de desempenho baseada em competências fornece dados para que servidores e gestores identifiquem em que situação está o quadro pessoal no que se refere aquelas lacunas (de competências). Após essa identificação, cria-se os planos de capacitação, lotação e formação de equipes de trabalho(...)
Seguindo a mesma lógica, a atual coordenadora acrescenta dando nome ao
plano específico àquele comentado pela entrevistada anterior:
Sobre esse tema, temos o PAC - Plano Anual de Capacitação, elaborado pela Seção de Formação e Aperfeiçoamento e tem como por base as lacunas de competências (dado coletado anualmente) dos servidores e o planejamento das capacitações as quais irão ser realizadas de acordo com essas deficiências (...)
A letra “f”, agora, pergunta de maneira rápida se a CODES está envolvida com
a gestão de processos, visto que é uma das práticas mais bem adotadas entre todas
as empresas – sejam elas de cunho privado ou público. Nesse quesito, as
entrevistadas se complementam.
61
Dando introdução a resposta da coordenadora antecessora, a mesma inicia
seu raciocínio com um comentário e uma visão quanto a gestão de processos
organizacionais:
(...) gosto sempre de dizer que não tem como dissociar “busca pela excelência no serviço público” e “gestão de processos organizacionais. Com um olhar focado em melhoria contínua, com vistas ao aprimoramento das atividades, técnicas e ferramentas é possível alcançar a satisfação dos interesses da sociedade, por exemplo. (...)
Como profissional da área de administração e estudante da área de processos,
a entrevistada afirma ter participado de várias ações quanto a adoção da ferramenta
para mapeamento de processos:
(...) No início de 2017 e 2018, ministrei pequenas aulas aos gestores sobre a área de gestão de processos e orientei a utilização da ferramenta Bizagi Modeler para modelar os processos de trabalho com a justificativa de impulsionar a prática e garantir uma mudança cultural.
Nessa passagem, a servidora cita a “mudança cultural” como objetivo de seus
engajamentos dentro da coordenadoria. Orientar demandas em processos de trabalho
não é uma atividade realizada de maneira rápida, por isso, compartilhar o
conhecimento quanto ao uso da gestão e das ferramentas viabilizadoras são os
principais caminhos para aplicação do método no ambiente organizacional.
Na resposta da atual coordenadora, é possível perceber a gestão de processos
avançando – dando um sinal positivo quanto a adoção da ferramenta na
coordenadoria iniciada pela gestão anterior. Dessa forma, a presente gestora
responde:
A coordenadoria está alinhada com a instituição como um todo. Dessa forma, para o mapeamento dos processos, estamos utilizando constantemente a ferramenta “Bizagi” para padronizar os processos de trabalho. Todo alinhamento fora feito a partir de reuniões de acompanhamento para garantir a eficiência na ação. Houveram treinamentos de servidores na área e tais conhecimentos foram repassados para os outros colaboradores que também tiveram que mapear e padronizar suas rotinas (...)
62
O foco da atual coordenadora, bem como da administração geral, é encontrado
na revisão dos processos e seu consequente aprimoramento através de uma nova
frente de trabalho:
(...) Depois que o primeiro mapeamento foi realizado, uma nova ação foi instituída para o melhoramento do que já foi padronizado. Dessa vez, a administração adotou a metodologia ágil para o aperfeiçoamento dos processos a partir da reavaliação e reformulação dos desenhos.
O processo de reavaliação e reformulação dos desenhos promove a cultura da
mudança, destacada na resposta da antiga gestora. A intensa releitura dos processos
gera a inovação no sentido de, por exemplo, agilizar e encurtar caminhos de
determinadas demandas e burocracias – favorecendo numa administração de
decisões e respostas mais rápidas e eficientes.
O penúltimo questionamento pergunta mais uma vez sobre a disseminação de
informações entre a coordenadoria e as unidades, porém ela visa pesquisar se a
CODES detém de ferramentas de tecnologia de informação que auxiliam nesse fluxo
de conhecimentos. Mais uma vez, ambas contaram com respostas de conteúdos
semelhantes.
Respondendo à questão, a coordenadora antecessora conta com alguns
sistemas:
(...) canais de comunicação como as notícias da intranet e internet, correio eletrônico, mensagens instantâneas via aplicativo Exodus, reuniões periódicas das equipes e entre outros. Mais uma vez, destaco o Canal do Conhecimento da SGP como portal de informações diversas sobre processos de trabalho da área, espaços para publicação de relatórios de participação em eventos educacionais e compartilhamento dos conteúdos adquiridos nessas ações.
Como as ferramentas Exodus e Canal do Conhecimento foram destacados nas
respostas da atual gestora diversas vezes durante a entrevista, ela agora comenta um
pouco mais sobre os portais intranet e internet da instituição:
Além de todas os métodos já citados, acredito que a
intranet e o portal da internet da instituição sejam duas das boas práticas de disseminação também. A primeira é utilizada somente entre os servidores e por lá notícias corporativas,
63
resultados de processos seletivos internos e grandes resultados da área meio são divulgados. O da internet é aberto aos cidadãos e nele é agregada notícias do próprio TRE/RN, novidades no campo judiciário e conteúdos relacionados à eleição além de todas as características do Tribunal.
O uso dos portais de internet, para o cidadão, exerce uma função muito
importante da Administração Pública. Dentro da Constituição Federal de 1988, mais
especificamente no art. 37, é evidenciado os princípios da Administração Pública –
dentre eles, o princípio de “publicidade”. De acordo com Meirelles (2000, p. 89), a
publicidade abrange toda atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial
de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta interna de
seus agentes. Dessa forma, é possível perceber que, com a adoção dessas
ferramentas, a publicidade é atuada nas formas transparentes de divulgação de
notícias.
Para finalizar a questão de número 03 (três), a letra “h” agora pergunta
definitivamente, após citar tantas práticas e ferramentas de GC, qual é o método que
elas consideram de maior importância para a organização.
A coordenadora antecessora enxerga o método de seleção por competência
como a prática mais bem vista dentre as outras elencadas por ela:
A ocupação de cargos e funções comissionadas por meio de seleção, baseada em perfis de competências, para mim, considero de maior destaque dentre todas que conversamos. Na minha concepção, essa prática busca o melhor aproveitamento do conhecimento que existe no órgão, motiva servidores a serem cada vez mais capacitados e, consequentemente, melhoram o clima organizacional. É a garantia de “manter as pessoas certas nos lugares certos”.
Quanto a gestora atual, visualiza a disseminação de conhecimentos a partir de
eventos e capacitações externas como o método de GC que mais se destaca dentre
as outras:
Mais uma vez destaco a questão do repasse de conhecimentos e informações quanto as grandes eventos e capacitações como sendo, na minha visão, a principal prática entre todas citadas nas outras perguntas. A ideia de institucionalizar o saber adquirido de fora é a mais importante(...)
64
Dando prosseguimento à entrevista, a questão de número 04 (quatro)
questiona se há avaliações de resultado das práticas e ferramentas de GC na CODES
e pede um exemplo de como é feita esse controle.
A coordenadora antecessora exemplificou uma prática de avaliação para três
situações em que vivera, dando a entender que tal controle é padronizado para a
coleta de dados. Portanto, ela respondera:
Há sim, nos eventos de construção de indicadores, de seleção (como falei na pergunta anterior) e de dimensionamento da força de trabalho, foi adotada a prática de avaliação de satisfação dos envolvidos mediante preenchimento de formulário padronizado.
Ao questionar de como é realizado o procedimento, ela completou sua resposta
e ainda aprofundou um pouco mais comentando sobre as possíveis melhorias nas
práticas avaliadas:
(...) Os dados são compilados ao final e analisados os resultados, inclusive a viabilidade de aplicação das sugestões de melhoria.
Por mais que ambas tenham respondido positivamente à questão, a atual
coordenadora deixou claro a característica da não formalidade dos métodos de
avaliação dentro da unidade. A cultura do feedback é percebida fortemente dentro da
unidade, de acordo com a resposta da gestora e seus vários exemplos:
Não existe medida de avaliação das práticas prescritas formalmente. Há um feedback entre os participantes da prática e/ou ferramenta. (...) Outro exemplo é a prática de coleta de feedbacks dos participantes da eleição (mesários) nas épocas eletivas a partir da divulgação e preenchimento de questionários on-line - nesse método conseguimos pegar a avaliação daqueles servidores e voluntários com o intuito de aperfeiçoar os meios para que as próximas eleições tenham melhores resultados - lembrando também que os mesmos também nos avaliam quanto a nossa prestação de serviço. Outro método rotineiramente visualizado é a avaliação das demandas cumpridas - se o problema for suprido e/ou o prosseguimento de algum processo teve seu encaminhamento devido, somos avaliados positivamente pelos nossos superiores.
65
O feedback como exemplificado no trecho anterior é de fundamental
importância para o estímulo às mudanças no sentido de aperfeiçoar práticas que não
alcançaram seus objetivos da maneira correta, ou seja, não foram eficientes o
bastante para cumprir com o planejado. Os colaboradores precisam estar diariamente
suscetíveis a receber críticas, sugestões e opiniões – toda forma de avaliação nesse
sentido agrega valor tanto ao funcionário como à empresa.
A questão de número 05 (cinco) já pergunta se a ótica de constante
aprimoramento das atividades é percebida e como é feito o aperfeiçoamento das
práticas/ferramentas de GC dentro da unidade. A coordenadora antecessora, bem
como a atual, respondeu que a coordenadoria possui sim a visão de constante
aprimoramento. Ambas referenciaram a resposta anterior para embasar a presente
questão.
A ex-coordenadora responde à pergunta referenciando outros métodos
daqueles já citados na questão anterior - os encontros periódicos com a própria
equipe, de acordo com a passagem:
(...) O aperfeiçoamento das práticas é buscado a partir (...) das discussões em reuniões gerenciais periódicas, quando se evidencia a necessidade de alteração, exclusão ou inclusão de tarefas.
Acrescentando a resposta, tais reuniões eram registradas também em ata para
posteriores consultas e futuras cobranças, sempre tendo em mente o intuito de suprir
determinadas necessidades ou demandas.
A observação da atual gestora quanto a necessidade de melhorias e
aperfeiçoamentos é percebida pela sua resposta positiva atrelada ao exemplo da
ampliação de práticas em EaD – agora, com mais detalhes.
Sim, (...) um exemplo disso é a modalidade de ensino a distância que, atualmente nós utilizamos e disponibilizamos alguns cursos para todos do Tribunal, porém nós observamos a necessidade da ampliação da estrutura. O projeto do Núcleo de Ensino à Distância conjuntamente com o Programa de Ensino à Distância está bem encaminhado e logo teremos essa ferramenta de conhecimento mais forte na instituição.
66
Importante destacar que, por mais que a atual coordenadora não houvesse
comentado sobre as práticas de melhorias, é observado a presença dos encontros
gerenciais até o presente momento. Semanalmente ocorrem reuniões entre grupos
de trabalho ou até mesmo entre as seções subordinadas com o objetivo de tomar
decisões quanto a demandas específicas e/ou apresentar atualizações dos
andamentos de determinadas atividades do grupo.
Após abordar somente o ambiente interno do TRE/RN e da Coordenadoria de
Desenvolvimento Organizacional, a sétima e última questão do guia foca no ambiente
externo questionando se as servidoras acreditam que a gestão do conhecimento
agrega, mesmo que indiretamente, algum valor aos cidadãos e aos outros órgãos do
Poder Judiciário.
As duas colaboradoras pensam positivamente quanto a geração de valor para
os cidadãos e órgãos parceiros. Baseada na GC, a coordenadora antecessora
enfatiza a melhoria do atendimento e satisfação da sociedade a partir do
aprimoramento dos conhecimentos dos servidores e na consequente otimização dos
processos de trabalho:
Sem dúvidas. É certo que o adequado aproveitamento do conhecimento existente no Tribunal induz a melhoria do atendimento ao cidadão. (...) na medida em que o conhecimento dos servidores é aprimorado, compartilhado e melhor aproveitado, há uma tendência natural de otimização dos processos de trabalho, repercutindo, direta e indiretamente, na satisfação dos interesses de uma sociedade.
Ao questionar sobre a influência quanto aos outros órgãos, ela complementa:
Em relação aos demais órgãos, já se adota uma prática (...) na medida em que se tem conhecimento da implantação de alguma política que está dando certo no outro órgão.
A coordenadora atual segue a mesma linha de pensamento de acordo com sua
resposta, porém ela acrescenta a disseminação de informações e a consequente
transparência como benefício pros cidadãos:
Sim, (...) quando temos uma boa gestão do conhecimento dentro da nossa unidade, bem como em toda instituição, todas as informações de grande valor são geradas e repassadas para os eleitores - dessa forma, as eleições e os
67
outros serviços são vistos com melhores olhos, com mais transparência. (...) A gestão do conhecimento operando aqui na nossa coordenadoria, havendo (...) a disseminação, o compartilhamento de informações, o cidadão se vê satisfeito.
Sobre as parcerias com os outros órgãos, a gestora abordou um exemplo com
empresas públicas federais, deixando claro, portanto, que o TRE/RN não somente
trabalha com organizações do ramo judiciário. No trecho abaixo ela comenta a
parceria e ainda caracteriza a interação entre essas empresas:
Quanto aos outros órgãos, temos uma boa conectividade, (...) temos uma troca de conhecimento constante. Hoje temos uma grande parceria com a própria UFRN - alunos de Tecnologia da Informação, pelo que sei, estão envolvidos com a área financeira da instituição.
Como a entrevista por guia semiestruturado possibilita a inserção de novos
questionamentos com o andamento das discussões e na hora dos encontros já se
possuía os resultados dos questionários, fora perguntado quanto a percepção das
gestoras sobre as ferramentas mais bem avaliadas na pesquisa com os seus
colaboradores. Dessa forma, essas respostas serão utilizadas para a interpretação no
cruzamento entre os resultados do questionário com os das entrevistas, porém
seguindo a estrutura da pesquisa, é necessário primeiramente expor os dados
coletados dos formulários on-line.
68
4.2 QUESTIONÁRIO
O questionário on-line aplicado aos servidores efetivos do TRE/RN, mais
especificamente na Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional contou com
15 respostas. Quanto aos respondentes, todos os colaboradores da Seção de Lotação
e Gestão de Desempenho (SLD) e da Seção de Formação e Aperfeiçoamento (SFA)
participaram da dinâmica, porém a Seção de Assistência Médica e Saúde
Ocupacional (SAMS) contou apenas com a participação de 8 dos 13 servidores que
lá são lotacionados em virtude de licenças as quais justificaram as suas ausências do
trabalho. Os gráficos a seguir irão demonstrar o perfil demográfico da CODES.
Gráfico 1 - Relação dos gêneros presentes na CODES
Fonte: Questionário on-line aplicado aos servidores da CODES, confecção própria,
2019.
De acordo com o montante de respondentes, atualmente o perfil demográfico
da CODES conta com maior representatividade das mulheres – 67%, enquanto
homens se destacam com 33%.
33%
67%
Gênero
Masculino
Feminino
69
Gráfico 2 - Relação da faixa etária dos respondentes
Fonte: Questionário on-line aplicado aos servidores da CODES, confecção própria,
2019.
A faixa etária dos servidores, em grande maioria, se localiza entre 40 a 50 anos
de idade – 80%, porém colaboradores entre os 29 e 39 anos (7%) e entre 51 e 61
anos (13%) também contribuem com a coordenadoria.
Gráfico 3 - Percentual de respondentes por seção
Fonte: Questionário on-line aplicado aos servidores da CODES, confecção própria,
2019.
Como já destacado no início da sessão, dos 15 respondentes, 8 são servidores
da Seção de Assistência Médica e Saúde Ocupacional, 3 da Seção de Lotação e
Gestão de Desempenho e 4 da Seção de Formação e Aperfeiçoamento.
7%
80%
13%
Faixa Etária
18 a 28
anos
29 a 39
anos
40 a 50
anos
51 a 61
anos
20%
27%
53%
SeçãoSeção de Lotação e
Gestão de
Desempenho
Seção de Formação
e Aperfeiçoamento
Seção de Assistência
Médica e Saúde
Ocupacional
70
Gráfico 4 - Quantitativo de servidores por tempo de serviço prestado ao Tribunal
Fonte: Questionário on-line aplicado aos servidores da CODES, confecção própria,
2019.
Ainda desse total, todos estão com 2 anos ou mais de serviço prestado ao
Tribunal - 73% estão com mais de 10 anos de serviço, 7% - de 6 anos a 8 anos, 7% -
de 8 anos a 10 anos e 13% de 2 a 4 anos.
Gráfico 5 - Quantitativo de servidores por cargo
Fonte: Questionário on-line aplicado aos servidores da CODES, confecção própria,
2019.
Do total, 8 possuem o cargo de Técnico Judiciário e 7 são Analistas Judiciário.
Em geral, o que se pode concluir do perfil demográfico da unidade é a sua expressiva
presença feminina, uma alta experiência dentro da instituição devido ao tempo de
trabalho e maturidade acentuada onde é possível encontrar apenas servidores com
mais de 28 anos de idade.
0 0
2
01 1
11
Até 1 ano De 1 ano a
2 anos
De 2 anos
a 4 anos
De 4 anos
a 6 anos
de 6 anos a
8 anos
De 8 anos
a 10 anos
Mais de 10
anos
Tempo de serviço prestado ao Tribunal
8
7
Técnico Judiciário Analista Judiciário
Cargo
71
Antes de expor os resultados quanto a percepção da adoção das práticas e
ferramentas pelos servidores, é importante exemplificar o grau de representatividade
que cada alternativa (concordo totalmente a discordo totalmente) possui
numericamente. Por isso, fora considerado:
Tabela 1 - Representatividade numérica do grau de concordância utilizada no questionário on-line
DESCRIÇÃO REPRESENTATIVIDADE NUMÉRICA
Discordância total 1
Discordância parcial 2
Concordância parcial 3
Concordância total 4
Fonte: Confecção própria, 2019.
Ainda para melhor interpretação dos dados, fora considerada uma tabela a qual
relaciona, quantitativamente, o grau de concordância e discordância do uso das
práticas e ferramentas por servidor com o intervalo das médias das respostas. A
seguir, é representado:
Tabela 2 - Relação entre o grau de concordância e o intervalo das médias calculadas
DESCRIÇÃO INTERVALO DA MÉDIA
Discordância total 1,0 – 1,5
Discordância parcial 1,51 – 2,5
Concordância parcial 2,51 – 3,5
Concordância total 3,51 – 4,0
Fonte: Confecção própria, 2019.
As sessões a seguir serão subdivididas entre as categorias das ferramentas e
práticas – Aprendizagem Organizacional, Educação Corporativa, Gestão de
Competências, Capital Intelectual e Inteligência Empresarial.
72
4.2.1 Aprendizagem Organizacional
A categoria de Aprendizagem Organizacional contempla as
ferramentas/práticas de Mentoring, Coaching, Comunidades de Prática,
Benchmarking, Lições Aprendidas, Melhores Práticas, Memória Organizacional e a
questão do layout voltado para melhor compartilhamento de experiências e
conhecimentos. A categoria obteve média com grau de concordância parcial entre os
respondentes (média 2,79). A tabela a seguir detalha:
Tabela 3 - Detalhamento das respostas - Aprendizagem Organizacional
Categoria Ferramentas/ Prática Média Desvio-
Padrão
Média da
Categoria
Grau de
Concordância
da Categoria
Aprendizagem
Organizacional
Mentoring 3,27 1,45
2,79 Concordância
parcial
Benchmarking 3,27 1,36
Layout voltado para
compartilhamento de
experiências e
conhecimentos
3,20 1,46
Comunidades de
Prática 2,93 1,40
Lições Aprendidas 2,60 1,21
Memória
Organizacional 2,53 0,99
Melhores Práticas 2,40 0,73
Coaching 2,13 1,44
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
A coordenadoria obtendo tal média na categoria de aprendizagem
organizacional implica que, de acordo com a observação dos seus colaboradores, a
73
unidade como um todo é, mesmo que parcialmente, envolvida com práticas capazes
de promover o aprendizado dos funcionários através de atividades que os engajem a
pensar, discutir e consolidar conhecimentos.
Uma dessas atividades é o mentoring, prática de melhor média, conjuntamente
com o Benchmarking, é observado no dia a dia da coordenadoria uma vez que os
servidores experientes dão o suporte para servidores mais novos em alguns
processos de trabalho – como o uso de sistemas institucionais e quais são os tipos de
documentos oficiais específicos para determinadas demandas. O Benchmarking,
sendo o ato de pesquisar melhores práticas adotadas em outras instituições, é
utilizada corriqueiramente tanto pelos servidores quanto pelos estagiários do Tribunal
– o desenvolvimento de projetos institucionais muitas vezes são espelhados em outros
projetos de outros Tribunais Regionais, como é o caso do projeto “Auxílio-Bolsa” e
“Programa de Ensino à Distância (PEaD)”.
A prática do layout voltado para o compartilhamento de informações e
conhecimentos obteve a terceira melhor média da categoria devido a nova estrutura
do TRE/RN. Participando da instituição e da CODES, presenciei em junho de 2018 a
mudança de toda a sede para uma unidade nova, mais moderna e com vantagens de
maior espaço físico – propiciando uma melhor distribuição das seções e
coordenadorias, por exemplo. Dessa forma, as novas salas contaram com um layout
onde a troca de conhecimentos e o fluxo das informações se tornaram mais fáceis e
ágeis.
De acordo com os respondentes, as comunidades de prática são observadas
diariamente pelas diversas reuniões entre os chefes de seção e seus coordenadores
por exemplo. O intenso controle dos planos de ação e dos novos projetos promovem
a interação entre os colaboradores com o intuito de sempre aprimorar atividades com
insights criativos, rápidos e de baixo custo. Tais medidas comumente são registradas
em atas e amplamente divulgadas no portal da intranet da instituição para que a
transparência se torne exemplo e os conhecimentos gerados sejam utilizados por
outras unidades.
Em geral, as respostas da categoria obtiveram um grau de dispersão baixa, ou
seja, fora apresentado um certo grau de homogeneidade entre as respostas de cada
74
ferramenta/prática. Na tabela 4 foram compilados os seguintes métodos da categoria
as quais obtiveram dispersão de frequência significante. Tais resultados poderão ser
utilizados para análises mais profundas em estudos posteriores.
Tabela 4 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem
ITEM
AVALIADO
FREQUÊNCIA (%)
Discordo
totalmente
Discordo
parcialmente
Concordo
parcialmente
Concordo
totalmente
Coaching 40% 13,3% 40% 6,7%
Comunidades de
Práticas 20% 0% 46,7% 33,3%
Memória
Organizacional 26,7% 13,3% 40% 20%
Fonte: Questionário on-line, confecção própria, 2019.
A análise mais aprofundada dos dados acima pode ser relacionada, por
exemplo, com as informações coletadas no perfil demográfico da unidade –
possibilitando explanar uma melhor explicação quanto ao caráter das dispersões e
dar maiores informações sobre a divergência entre os respondentes. O cruzamento
dessas referências será realizado em estudos futuros pois o escopo do trabalho não
contempla tal atividade.
4.2.2 Educação Corporativa
A categoria de Educação Corporativo contando com práticas/ ferramentas
como os “Programas de Treinamento”, “Processo de Sugestões”, “Cultura da
Inovação”, “Políticas de Publicação e Participação de Eventos Especializados”,
“Fóruns e Encontros de Discussões” e “Políticas de Recompensa e Premiações”
obteve uma média cujo grau de concordância resultou-se em “concordância parcial”,
cuja a média é representada pela nota 2,70. A seguir, a tabela com os detalhamentos
das respostas da categoria de Educação Corporativa.
75
Tabela 5 - Detalhamento das respostas - Educação Corporativa
Categoria Ferramentas/
Prática Média
Desvio-
Padrão
Média da
Categoria
Grau de
Concordância
da Categoria
Educação
Corporativa
Programas de
Treinamento 3,33 1,70
2,70 Concordância
Parcial
Processo de
Sugestões 3,13 1,27
Cultura da
Inovação 2,87 1,03
Políticas de
Publicação e
Participação de
Eventos
Especializados
2,67 1,35
Fóruns e
Encontros para
Discussões
2,47 0,87
Políticas de
Recompensa e
Premiações
1,73 1,73
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
A educação corporativa entra em um plano muito parecido com a categoria
anterior devido a sua faixa de concordância estar muito próxima. Dessa forma, os
servidores da CODES entenderam que a própria coordenadoria se envolve
parcialmente com práticas e ferramentas as quais são capazes de criar um ambiente
e uma cultura propícia a aprendizagem contínua através, principalmente, do
desenvolvimento de competências individuais de cada colaborador e do
compartilhamento de inovações para a contribuição estratégica do alcance dos
objetivos da unidade e da organização como um todo.
76
Liderando na pesquisa, os Programas de Treinamento são realidade no
TRE/RN. Atualmente, a Seção de Formação e Aperfeiçoamento – vinculada a
CODES, de acordo com o documento formal possui a responsabilidade de
I - Promover o programa de formação e aperfeiçoamento do servidor, com base na Política Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Servidores do Poder Judiciário, e outros correlatos, elaborando, implementando e acompanhando os respectivos planos de ação (Redação dada pela Resolução nº 9, de 12 de setembro de 2017)
Dessa forma, os planos de treinamento os quais são planejados ano após ano
garantem oportunidade de aprendizagem ao servidor tanto nas modalidades
presenciais quanto nos formatos de Ensino à Distância. Atualmente, o projeto do
Programa de Ensino à Distância e estruturação do Núcleo de Ensino à Distância irão
aprimorar ainda mais essa prática dentro da organização – o potencial de tangibilidade
e baixo custo trouxeram a instituição uma nova oportunidade de instrução graças ao
planejamento da nova unidade e do mais moderno método de ensino (utilizado cada
vez mais por empresas focadas no ramo da educação).
Os processos de sugestões são práticas da coordenadoria, porém são
utilizadas de forma inconsciente, ou seja, a falta de formalização do método não deixa
claro aos servidores que a captação e análise das novas ideias e sugestões feitas por
outros colaboradores em reuniões, por exemplo, é de alta relevância uma vez que
essa medida é metodologicamente estudada pela Gestão do Conhecimento. As
sugestões nunca devem ser descartadas de maneira instantânea pois as novas
soluções devem ser consideradas e estudadas para outros tipos de problema. A sua
não formalização dentro da unidade é prejudicial pois o saber não institucionalizado é
inúmeras vezes desconsiderado de maneira automática.
A cultura da inovação, como citado anteriormente por Guimarães, Lamas e
Boscolo (2007, p. 9), se baseia no estímulo, identificação e aplicação de
conhecimentos inovadores dos colaboradores. Por mais que o Tribunal seja uma
empresa de natureza pública, os servidores concordaram parcialmente que suas
rotinas aderem a essa prática e sua adoção implica em melhoria e evolução contínua.
É importante destacar que a inovação pode vir desde as pequenas até as mais
77
grandes mudanças na forma de como se produz algo ou como se oferece certo
serviço, por isso, atividades como a revisão e reformulação dos processos
organizacionais são bons estímulos a mudança, ou seja, estímulos às inovações.
As Políticas de Publicação e Participação de Eventos Especializados,
envolvendo congressos, seminários e palestras obteve considerável resultado devido
ao, mais uma vez, auxílio da Seção de Formação e Aperfeiçoamento. De acordo com
suas responsabilidades (Resolução nº 9, de 12 de setembro de 2017), a unidade
também possui o dever de analisar a viabilidade técnica e orçamentária de
participação de servidor em eventos externos de formação e aperfeiçoamento,
acompanhando, avaliando e registrando sua eventual realização – tal apoio garante a
possibilidade de colaboradores participarem a eventos especializados como ouvintes
ou até como palestrantes. A política é bem-vinda pela instituição pois abre novas
oportunidades de aprendizado: Uma vez que o servidor participa de congressos e
outros encontros, o mesmo adquire enorme bagagem de conhecimentos e esses
podem ser amplamente repassados para os outros colaboradores.
Os Fóruns e Encontros de Discussões, caracterizado pela prática de reunião
de colaboradores para discussões de temas estratégicos da unidade e/ou da
organização como um todo, obteve grau de discordância parcial e o menor desvio-
padrão da categoria, deixando claro a convergência entre as respostas dos
colaboradores. A falta do debate acerca de pontos estratégicos requer bastante
atenção pois sua escassez prejudica o andamento do planejamento tanto da
coordenadoria quanto de suas seções subordinadas – comprometendo a área meio e
a área fim dessas unidades no futuro.
Já a Política de Recompensas e Premiações, em último lugar na tabela, define
a discordância quanto ao reconhecimento pelo compartilhamento dos conhecimentos
e pelas atitudes inovadoras dos servidores. Fora tratado anteriormente que o estímulo
a inovação possui relevante concordância entre os funcionários, porém sua falta de
reconhecimento é sim um problema para a instituição. Uma vez percebida a falta de
reconhecimento, menor será o estímulo às atitudes inovadores e ao compartilhamento
de novos conhecimentos e informações – prejudicando a Gestão do Conhecimento
organizacional.
78
Em geral, é possível interpretar satisfatória convergência entre as respostas
dos servidores. Os desvios-padrões da Educação Corporativa, 5 das 6 ferramentas/
práticas tiveram dispersão baixa. O método de Fóruns e Encontros de Discussões
apresentou expressiva dispersão de frequência comparada as outras práticas e
ferramentas, como verificado abaixo.
Gráfico 6 - Frequência de dispersão - Fóruns e Encontros de Discussões
Fonte: Questionário on-line, confecção própria, 2019.
A distribuição da frequência nesse método apresentou uma gama de respostas
de caráter diversificado. Seu padrão estatístico se assemelha com as ferramentas de
Aprendizagem Organizacional, por isso, uma análise mais aprofundada será posta em
prática em estudos futuros – uma vez que a pesquisa não contempla o cruzamento e
a relação entre esses dados.
33%
13%
27% 27%
Discordo
totalmente
Discordo
parcialmente
Concordo
parcialmente
Concordo
totalmente
Fóruns e Encontros de Discussões
79
4.2.3 Gestão de Competências
A Gestão de Competências obteve um grau de concordância baixo
(discordância parcial) – média de nota 2,46 – a partir de suas práticas e ferramentas
“Gestão por Competências”, “Redes de Especialistas”, “Mapeamento e
Automatização Processos”, “Mapa de Habilidades”, “Banco de Competências
Individuais” e “Mapas do Conhecimento Organizacional”.
Tabela 6 - Detalhamento das respostas - Gestão de Competências
Categoria Ferramentas/
Prática Média
Desvio-
Padrão
Média da
Categoria
Grau de
Concordância
da Categoria
Gestão de
Competências
Gestão por
Competências 3,07 1,23
2,46 Discordância
parcial
Redes de
Especialistas 3,00 1,73
Mapeamento e
automatização de
Processos
2,47 1,19
Mapa de
Habilidades 2,27 1,08
Banco de
Competências
Individuais
2,07 1,68
Mapas do
Conhecimento
Organizacional
1,87 1,48
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
A média da categoria, por mais que tenha caído na estatística de “discordância
parcial”, não está muito distante das categorias anteriores (0,04 pontos abaixo do grau
de concordância parcial). Porém, seguindo à risca a opinião dos colaboradores da
80
coordenadoria, os servidores da CODES discordam parcialmente a adoção da Gestão
de Competências dentro da unidade e sua importância de agregar práticas e
ferramentas as quais garantem o gerenciamento do conjunto dos conhecimentos,
habilidades e atitudes de cada funcionário.
Analisando de maneira micro, a Gestão por Competências está acima entre
todas as outras práticas e ferramentas de GC na categoria devido a sua forte adoção
principalmente nas ações de processos seletivos de funções comissionadas na
instituição. Sua implementação teve forte influência do modelo de gestão por
competências na administração pública federal e técnicas de cálculo de lacunas de
competências e outros assuntos pertinentes à metodologia. As imagens a seguir são
notícias do portal da própria instituição e exemplificam o envolvimento da
coordenadoria com a gestão por competências.
81
Figura 10 - Notícia: "TRE-RN implanta metodologia de Gestão por Competências"
Fonte: Site institucional do TRE-RN, 2019
Figura 11 - Notícia: "TRE-RN recebe capacitação em Gestão de pessoas por competências"
Fonte: Site institucional do TRE-RN, 2019.
O investimento no método pode trazer grandes vantagens para a organização,
dentre elas pode-se destacar (GRAMIGNA,2002):
• A definição clara de perfis profissionais que podem favorecer a elevação
da produtividade;
82
• Um foco claro para os esforços de desenvolvimento das equipes, tendo
como base as necessidades da organização e o perfil dos seus
funcionários;
• A priorização de investimento em capacitação, favorecendo a obtenção
de um retorno mais consistente;
• O gerenciamento do desempenho por meio de critérios mais fáceis de
serem observados e mensurados;
• A conscientização dos funcionários sobre a importância de que
assumam a responsabilidade por seu autodesenvolvimento.
A Rede de Especialistas é uma prática vivenciada no dia a dia de trabalho dos
colaboradores da CODES. A consulta a especialistas internos do ramo do direito para
dúvidas jurídicas e auxílio de profissionais da área de projetos são bons exemplos do
quanto a prática é valorizada pelos colaboradores. Geralmente, para o
prosseguimento de diversas demandas, essas questões devem ser esclarecidas para
que o processo tenha um fluxo contínuo – exemplificando assim, o apoio à agilidade
de certos processos a partir das consultas.
Ao se tratar de Mapeamento e Automatização de Processos, não só a CODES
como todo o Tribunal está cada vez mais engajado nessa prática. O desenho, a
análise, a execução e o aprimoramento dos processos são amplamente explorados
na instituição com o auxílio do Escritório de Processos Organizacionais – toda a
metodologia de gestão de processos é formalmente descrita através da Portaria nº
367/2016. Atualmente, assim como as outras unidades, a coordenadoria e suas
seções estão participando de maneira ativa na revisão dos processos de trabalho a
partir da Metodologia Ágil – adotada formalmente pela Portaria nº 210/2018.
A adoção do mapeamento e automatização de processos é percebida pela
administração de grandes empresas e as públicas não cogitaram ficar de fora. Para
Pidd (1998), modelar processos garante o descobrimento dos componentes
essenciais e sensíveis em que as melhorias farão diferença. De acordo com PAULA;
VALLS (2014), são algumas das várias vantagens do método:
• Documentação e padronização dos processos;
• Integração dos processos – possibilitando a simplificação das rotinas e
83
• Redução de custos – através da eliminação de retrabalhos e de
atividades que não agregam valor ao resultado final.
Quanto ao Mapa de Habilidades, Mapas do Conhecimentos Organizacional e
Banco de Competências Individuais, por estarem entre os 3 últimos colocados, é
possível notar uma discordância entre os colaboradores quanto aos incentivos da
CODES em correspondência aos atos de identificação de servidores com baixo
desempenho e/ou conhecimento sobre determinadas áreas, a coletivização de
informações individuais a partir de indicações onde se encontram e a cultura de reunir
dados sobre a capacidade técnica, científica, artística e cultural das pessoas
envolvidas na coordenadoria.
Olhando por essa perspectiva, a instituição como um todo perde grandes
oportunidades de direcionamento nos quesitos de capacitação dos servidores, deixa
de ganhar vantagens de aprendizado coletivo quanto ao tratamento expansivo de
informações individuais e é fortemente impactada pelo não conhecimento sobre as
pessoas que estão ali desempenhando suas funções – as organizações devem se
aprofundar um pouco mais no lado pessoal da equipe, entender melhor suas
concepções, opiniões, crenças e comportamentos guiados pela sua cultura e
experiências.
Algumas ferramentas e práticas obtiveram dispersão de frequência
acentuados. Entre eles, a prática de “Rede de Especialistas” merece maior destaque
pois houve grande divergência entre as respostas – levando a possível interpretação
de que alguns servidores não utilizam de maneira alguma a prática, enquanto outros
a praticam consideravelmente. Em geral, os gráficos a seguir mostram as ferramentas
de maiores dispersões da categoria:
84
Tabela 7 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem
ITEM
AVALIADO
FREQUÊNCIA (%)
Discordo
totalmente
Discordo
parcialmente
Concordo
parcialmente
Concordo
totalmente
Mapeamento e
Automatização
de Processos
33,3% 6,7% 40% 20%
Banco de
Competências
Individuais
46,7% 6,6% 40% 6,7%
Mapa de
Habilidades 40% 13,3% 26,7% 20%
Redes de
Especialistas 26,7% 6,6% 6,7% 60%
Fonte: Questionário on-line, confecção própria, 2019.
Os métodos de mapeamento e automatização de processos, banco de
competências individuais e mapas de habilidades obtiveram resultados de destaque
em virtude das diferentes opiniões coletadas na pesquisa a partir do questionário.
Mais uma vez, quando há grande dispersão de respostas, é sempre válido aprofundar
os estudos e cruzar com outros dados e aspectos encontrados na coordenadoria –
por exemplo, a seção de atendimento médico representou cerca de 80% das
respostas de “discordo totalmente” na ferramenta de mapeamento e automatização
de processos contra 67% de respostas positivas – concordo totalmente. Isso acontece
pelo fato de a seção não ser composta apenas de servidores administrativos, mas
também de funcionários os quais trabalham diretamente com a área da saúde da
instituição. Nesse sentindo, análises como essa e uma maior investigação serão
abordadas em estudos futuros com o simples intuito de investigar com maior
qualidade as dispersões coletadas.
85
4.2.4 Capital Intelectual
A avaliação do Capital Intelectual contemplará 3 práticas/ ferramentas, sendo
elas “Portais Corporativos”, “Gestão Eletrônica de Documentos” e “Gestão de
Conteúdo”. A categoria obteve um resultado de concordância parcial (média 3,29).
Tabela 8 - Detalhamento das respostas - Capital Intelectual
Categoria Ferramentas/
Prática Média
Desvio-
Padrão
Média da
Categoria
Grau de
Concordância
da Categoria
Capital
Intelectual
Portais
Corporativos 3,93 3,06
3,29 Concordância
parcial
Gestão Eletrônica
de Documentos 3,00 1,29
Gestão de
Conteúdo 2,93 1,19
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
O capital intelectual foi a categoria de práticas e ferramentas mais bem avaliada
de todas as outras devido ao alto grau de concordância nos três métodos avaliados.
Complementando a análise, os colaboradores respondentes afirmaram, portanto,
concordância parcial na adoção da gestão do conhecimento a partir da formalização
e sistematização dos conhecimentos, informações, propriedades intelectuais e
experiências geradas pelo capital humano, estrutural e relacional.
Em primeiro lugar de acordo com as estatísticas, o Portal Corporativo foi
percebido por grande maioria dos respondentes sendo a única ferramenta com maior
grau de concordância da pesquisa – concordância total (média 3,93). O resultado se
deu pelo fato de o Tribunal possuir ambientes virtuais disponibilizados na intranet –
voltado apenas para os colaboradores da organização – e na internet disponibilizando
suas notícias e diversos conteúdos da área jurídica para todos os usuários da rede
mundial de comunicação.
86
Dentro do portal da intranet os servidores possuem acesso a todas as
informações que os cidadãos possuem, como a história da organização, missão e
visão de futuro, organograma, informações quanto a composição da força de trabalho,
regulamentos, regimentos e etc. Para a sua própria administração, é nesse ambiente
virtual onde é possível acessar grande maioria dos sistemas institucionais e arquivos
pertinentes ao planejamento estratégico, saúde e qualidade de vida, lotação e
desempenho, formação e aperfeiçoamento, serviço pessoal e até processos seletivos
– tudo através do Canal do Conhecimento. A figura 12 a seguir mostra um pouco da
organização da intranet do TRE/RN.
Figura 12 - Portal da Intranet - TRE/RN
Fonte: Portal da Intranet – TRE/RN, 2019.
A Gestão Eletrônica de Documentos percebida pelos servidores fora
identificada a partir de sistemas informacionais da instituição a qual fazem parte das
suas rotinas de trabalho. Tais sistemas são chamados de “Processo Administrativo
Eletrônico” (PAE) onde é possível acompanhar o trâmite dos processos
administrativos e o “Processo Judicial Eletrônico” (PJE) o qual é permitido
acompanhar, por exemplo, processos eleitorais que compõem a atividade-fim do
Tribunal. O resultado da ferramenta se encontra na concordância parcial entre os
colaboradores e isso é definido pelo fato de os sistemas não obedecerem inteiramente
a gestão desses documentos – o armazenamento e compartilhamento são garantidos
pelos sistemas, porém a geração de novos arquivos e seu controle é limitado à sua
estrutura.
Quanto a Gestão do Conteúdo, fora interpretado que os colaboradores utilizam
da prática a partir das mesmas ferramentas utilizadas no PAE e PJE – para
organização e disseminação - porém, a avaliação do conteúdo se tem realizada de
maneira manual e em momentos específicos como, por exemplo, nas diversas
87
reuniões formais entre a coordenação, as seções, seus planos de ação e projetos
envolvidos.
Na categoria de Capital Intelectual, por apresentar uma variedade menor de
ferramentas/práticas questionadas, não fora observado nenhuma frequência de
dispersão de destaque.
4.2.5 Inteligência Empresarial
Por fim, a categoria de Inteligência Empresarial, contemplando as práticas e
ferramentas de “Gestão do Relacionamento com o Cliente/ Usuário”, “Mídias Sociais”,
“Inteligência Competitiva” e “Business Intelligence” obteve uma média de 2,23 e um
grau de discordância parcial. A tabela a seguir detalha:
Tabela 9 - Detalhamento das respostas - Inteligência Empresarial
Categoria Ferramentas/
Prática Média
Desvio-
Padrão
Média da
Categoria
Grau de
Concordância
da Categoria
Inteligência
Empresarial
Gestão do
Relacionamento
com o Cliente/
Usuário
2,67 1,08
2,23 Discordância
parcial Mídias Sociais 2,33 1,23
Inteligência
Competitiva 2,07 1,16
Business
Intelligence 1,87 1,61
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
Finalizando a pesquisa realizada pelos questionários, é possível observar a
categoria de Inteligência Empresarial com a menor média entre todas as outras
pesquisadas. Em outras palavras, os respondentes julgaram que a coordenadoria
88
possui baixo envolvimento com a organização de dados operacionais, com a busca
de informações importantes para o negócio principal da organização e com o
detalhamento sobre possíveis concorrências, potenciais tecnologias que podem ser
aplicadas, futuros parceiros, fornecedores e usuários. Tal julgamento deve-se pelo
fato de que o TRE-RN é uma empresa de natureza pública – onde a concorrência, por
exemplo, não seja ponto relevante para o negócio – e a CODES não tenha forte
vínculo com o desenvolvimento de novas tecnologias e outros métodos da área
tecnológica.
No topo da categoria, com maior grau de concordância entre os funcionários
respondentes, a Gestão do Relacionamento com o Cliente/ Usuário aponta uma
adoção de caráter de concordância parcial. Seu motivo deriva pelo fato de a
organização adotar canais de comunicação capazes de captar feedbacks dos
usuários – a ouvidoria é um grande exemplo da instituição. Limitando-se a
coordenação, sistemas como e-mail institucional e questionários voltados a avaliações
de desempenho são utilizados para gerir o relacionamento entre os colaboradores
que, uma vez aproveitando das atividades da CODES, se tornam clientes da
coordenadoria.
As mídias sociais tiveram discordância parcial entre os respondentes pelo
simples fato de a coordenação não ter forte vínculo com o compartilhamento de
informações e conteúdos gerados nas plataformas de redes sociais – tal iniciativa é
realizada a partir da gestão da Assessoria de Comunicação do TRE/RN.
A inteligência competitiva, referindo-se a gestão de informação para redução
de riscos nas decisões empresariais é pouco utilizada assim como a ferramenta
computacional do Business Intelligence onde ambos andam na mesma linha
metodológica. A sua não adoção poderá refletir futuramente numa ineficiência quanto
a interpretação de dados, informações e na tomada de decisões de alto risco para a
organização.
A seguir, é relacionado os gráficos de frequência de dispersão para as práticas
de “Gestão do Relacionamento com o Cliente/ Usuário” e “Mídias Sociais”. Tais
representações admitem uma gama de opiniões acerca do uso desses métodos no
dia a dia de trabalho.
89
Tabela 10 - Tabela de dispersões de frequência em porcentagem
ITEM
AVALIADO
FREQUÊNCIA (%)
Discordo
totalmente
Discordo
parcialmente
Concordo
parcialmente
Concordo
totalmente
Gestão do
Relacionamento
com o Cliente/
Usuário
26,7% 6,6% 40% 26,7%
Mídias Sociais 40% 6,7% 33,3% 20%
Fonte: Questionário on-line – confecção própria, 2019.
As duas práticas obtiveram diversas opiniões. A Gestão do Relacionamento
com o Usuário trata a comunicação entre instituição e cidadãos, por isso, seções
intimamente ligadas apenas com assuntos administrativos e cuidados maiores quanto
a saúde e conhecimento dos próprios servidores (SFA e SAMS) tiveram sua avaliação
negativa. Já a SLD, a qual possui maior contato com o ambiente externo, respondeu
estar ativa quanto a prática. As mídias sociais, de pura responsabilidade da
Assessoria de Comunicação, obtiveram a mesma característica estatística, porém
como constatado nas entrevistas, o uso de mídias como WhatsApp são utilizados
corriqueiramente pelos colaboradores e isso pode ter agravado para um parcial
resultado positivo. No mais, todas as informações abordadas podem ser melhor
visualizadas a partir, também, de um estudo mais aprofundado envolvendo as práticas
de Inteligência Empresarial e outras rotinas de trabalho da coordenadoria. As análises
de maior detalhamento e complexidade serão abordadas em pesquisas futuras onde
dados interpretados como tais dispersões poderão ser utilizados como objetos de
estudo.
Prosseguindo a pesquisa, na próxima sessão será abordado o cruzamento das
informações coletadas nas entrevistas com os dados dos questionários aplicados.
90
4.3 CRUZAMENTO ENTREVISTAS X QUESTIONÁRIO
Como já exposto no final da sessão das entrevistas, ao final dos encontros fora
questionado às duas servidoras quanto ao grau de concordância delas sobre as
ferramentas mais adotadas na coordenadoria e no dia a dia dos servidores, de acordo
com o questionário repassado aos outros colaboradores. O intuito dessa pergunta fora
justamente concluir uma breve interpretação quanto ao cruzamento dos dados da
entrevista e dos questionários.
Para realizar a comparação entre a opinião das duas servidoras com os outros
funcionários, foi utilizado a média pois ela identifica o grau de concordância – de
acordo com a tabela 8. Numa interpretação prévia, pôde-se observar que adoção dos
métodos para as servidoras, em um contexto geral, tiveram notas muito próximas das
avaliações feitas pelos colaboradores da unidade. Dessa forma, é passível de análise:
Tabela 11 - Comparativo entre as médias de concordância - colaboradores x gestoras
Categorias Ferramentas/
Práticas Média
(colaboradores) Média
(gestoras)
Aprendizagem Organizacional
Mentoring 3,27 3,0
Benchmarking 3,27 4,0
Layout voltado para compartilhamento de conhecimentos
3,20 3,5
Educação Corporativa
Programa de Treinamentos
3,33 3,5
Processos de Sugestões
3,13 3,0
Cultura da Inovação 2,87 3,0
Gestão de Competências
Gestão por Competências
3,07 3,5
Redes de Especialistas
3,0 3,5
91
Mapeamento e Automatização de Processos
2,47 3,0
Capital Intelectual
Portais Corporativos 3,93 4,0
Gestão Eletrônica de Documentos
3,0 3,5
Gestão do Conteúdo 2,93 3,5
Inteligência Empresarial
Gestão do Relacionamento com o cliente/ usuário
2,67 3,5
Mídias Sociais 2,33 1,5
Inteligência Competitiva
2,07 3,5
Fonte: Base de dados – questionários e entrevistas, Confecção própria, 2019.
Na categoria de aprendizagem organizacional, todas as três práticas obtiveram
notas aproximadas. O Mentoring, Layout voltado para disseminação de conhecimento
e o Benchmarking, de acordo com os funcionários, obtiveram concordância parcial
quanto a adoção desses métodos, já as coordenadoras, pela sua média, destacaram
também concordar com a utilização dessas atividades – levando a interpretar que a
coordenadoria enfim usufrui da aprendizagem organizacional principalmente através
dessas três práticas.
A educação corporativa, comparada a categoria acima citada, ainda obteve
melhores resultados quanto ao comparativo das médias – de acordo com a
proximidade entre as notas. Os programas de treinamento, processo de sugestões e
cultura da inovação também seguem a mesma linha de raciocínio: A concordância
entre a adoção dessas práticas tanto pelos colaboradores quanto para as servidoras
entrevistadas leva a considerar que a unidade pesquisada admite tais métodos nas
suas rotinas de trabalho.
Quanto a gestão de competências, a única ferramenta/ prática a qual entra em
uma discordância entre as opiniões fora o mapeamento e automatização de
92
processos. O fato deve acontecer, de acordo com as informações coletadas, devido a
sua adoção ainda ser recente – a incorporação da modelagem de processos, bem
como a revisão daqueles já desenvolvidos é uma tarefa ainda em aplicação, por isso,
os colaboradores estão aos poucos se familiarizando com o método em suas seções.
O que se pode destacar é que a coordenadoria não está estagnada nesse aspecto,
diversas ações as quais foram repassadas nessa pesquisa apontam o trabalho
contínuo na parte do mapeamento de processos. Já as outras práticas – Gestão por
Competências e Rede de especialistas – seguem em concordância nas opiniões e
interpreta-se uma admissão, mesmo que parcial, dessas atividades dentro da
coordenadoria.
A categoria de capital intelectual, entre suas três ferramentas mais bem
avaliadas, os portais corporativos como intranet tiveram concordância total para os
colaboradores e para as servidoras, mostrando ser a única ferramenta 100% adotada
dentro da unidade administrativa. A gestão eletrônica de documentos e gestão dos
conteúdos seguiram o padrão de concordância parcial entre as análises. A divergência
entre algumas opiniões fora devido a adoção da atividade por uma parte dos
funcionários da coordenadoria quanto aos sistemas que promovem as gestões de
documentos e de conteúdo.
Por fim, dentro da inteligência competitiva, somente a gestão do
relacionamento com os usuários obteve o padrão de concordância. As outras duas
práticas/ ferramentas entraram em divergência no sentido em que os colaboradores
apresentaram uma não adoção delas enquanto as gestoras afirmaram participa-las
dentro de suas rotinas - assim como alguns funcionários também afirmaram aderir as
mídias sociais e a inteligência competitiva, outros responderam que não a praticam
de nenhuma forma. Não fora possível responder a partir dos dados coletados a
admissão dessas ações dentro da coordenadoria, mesmo que parcialmente – é
necessário aprofundar-se analisando, por exemplo, correlações entre as variáveis do
perfil demográfico e outros aspectos os quais podem ser observados dentro da
CODES.
93
5 CONCLUSÃO
A Coordenadoria de Desenvolvimento Organizacional do Tribunal Regional
Eleitoral do Rio Grande Norte é uma unidade administrativa intimamente ligada as
grandes práticas e ferramentas de gestão de pessoas. Por lá fora observado uma
gama de atividades as quais cercam a Gestão do Conhecimento – estudo principal e
foco das análises. A investigação do uso dos métodos desse estudo, a partir da
observação do próprio pesquisador, aplicação de questionários e entrevistas
apresentou resultados os quais permitiram alcançar os objetivos propostos no início
da pesquisa.
Portanto, de acordo com as entrevistadas, a gestão do conhecimento na
CODES é desempenhada através de ferramentas e práticas como avaliação de
desempenho, a formação e aperfeiçoamento e seleção - todas a partir das
competências dos servidores. Também se destacam os sistemas informatizados de
disseminação de informações como o canal de conhecimento, e-mail eletrônico,
portais intranet e internet, softwares de mensagens instantâneas institucionais
(Exodus) e a modalidade de ensino à distância. Além desses, também foram
elencadas práticas como instrutorias internas, reuniões periódicas com registros em
atas, elaboração de manuais de melhores práticas, banco de talentos, cultura de
feedback, eventos interativos a partir de atividades recreativas e palestras
educacionais e ação de educação corporativa e sua estrutura de disseminação de
conteúdos externos à organização.
Referenciando as respostas dos próprios colaboradores e os dados dos
questionários, a coordenadoria está por dentro da gestão do conhecimento a partir do
mentoring, benchmarking, adoção de layout voltado para compartilhamento de
experiências e conhecimentos, comunidades de prática, lições aprendidas, memória
organizacional, programas de treinamento, processo de sugestões, cultura da
inovação, política de publicação e participação de eventos especializados, gestão por
competências, redes de especialistas, portais corporativos, gestão eletrônica de
documentos, gestão de conteúdo e gestão do relacionamento com o usuário.
94
Por fim, para elaborar uma proposta de intervenção, como objetivado
inicialmente no estudo, foram expostos os métodos ditos não formalizados pela
instituição e as ferramentas e práticas de menores médias, de acordo com o
questionário. A partir da entrevista, a avaliação de desempenho por competências,
formação e aperfeiçoamento baseado em lacunas de competências e os processos
seletivos por competências (sendo esse o de maior importância, de acordo com a ex
gestora) são atividades de grande destaque na área de gestão por competências,
porém não são formalizados. Uma medida de intervenção seria justamente a simples
formalização pela alta administração do Tribunal. Sendo reconhecida formalmente a
instituição terá vantagens - a prática terá maior divulgação entre as outras unidades,
a transparência quanto ao funcionamento das ações seria amplamente instituída entre
os servidores, facilitaria ainda mais a sua aplicação principalmente em outras
instituições e a unidade estaria suscetível a possibilidades de disseminação em
congressos ou quaisquer eventos externos.
Relacionando agora as ferramentas elencadas nas menores notas do
questionário (>2,5), é aconselhável a maior pesquisa por parte dos coordenadores e
chefes de seção para sua futura aplicabilidade ou aprimoramentos nas unidades. O
mapeamento e automatização de processos, por exemplo, se encontra nessa
estatística, porém já é percebido uma maior atenção na sua aplicação dentro seções
e coordenadorias, ou seja, a cultura está em pleno desenvolvimento. Ultimamente,
empresas de porte como o TRE/RN necessitam da padronização nas atividades de
certas demandas – como o seu público-alvo é a própria sociedade, a população
espera por uma administração eficiente e de destaque no que a organização se
propõe a fazer. Tendo em vista a ótica de eficiência, as práticas voltadas à gestão do
conhecimento contribuirão sempre para o desenvolvimento do capital intelectual das
pessoas onde a organização é a principal beneficiada desse conjunto.
Embora tenha sugerido ações e interpretações ao longo do estudo, será
necessário realizar um planejamento com as equipes da coordenadoria para
identificar os elementos situacionais que pudessem, de fato, subsidiar a construção
de uma política de gestão do conhecimento mais apropriada para a organização. Os
resultados dessa pesquisa, bem como as dispersões encontradas entre as respostas
95
dos colaboradores, poderão ser utilizados como base para futuros diagnósticos e
resoluções.
96
REFERÊNCIAS
ABDULLAH; DATE, H. Public sector knowledge management: A generic
framework. Public sector management review. Jan./Jun. 2009, v. 3, n. 1. Disponível
em:
<https://www.researchgate.net/publication/272421206_Public_Sector_Knowledge_M
anagement_A_Generic_Framework> Acessado em: 20 fev. 2019.
ANGELONI, M.T.; HOMMA, R.Z. ATHAYDE FILHO, L.A.P. Gestão da informação e
do conhecimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento – um estudo de caso.
Revista Ibero-Americana de Estratégia, vol. 15, n. 1. 2016.
BARDIN, L.(2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Godoy, A. S. (1995b). Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de
Administração de Empresas. 35(4), 65-71.
BARRETO, Aldo de Albuquerque. A eficiência técnica e econômica e a viabilidade
de produtos e serviços da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3,
1996. Disponível em: < http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/640>. Acesso em: 27 fev.
2019.
BATISTA, F. F. et al. Gestão do conhecimento na administração pública. 2005.
<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/892/1/TD%201095.pdf> Acesso em:
22 nov. 2018.
BECKER, J. L. Estatística básica: transformando dados em informação. Porto
Alegre: Bookman, 2015. 504 p.
BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Sociedade da informação no
Brasil:
Livro Verde. TAKAHASHI, Tadao (Org). Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia,
2000.
97
Disponível em:< https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-
arquivos/livroverde.pdf > Acesso em: 20 de outubro de 2018.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação – economia,
sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.
COSTA, Marilia Damiani; KRUCKEN, Lia. Aplicações de mapeamento do
conhecimento para a competitividade empresarial. In: KM BRASIL 2004 – Gestão do
conhecimento na política industrial brasileira, São Paulo, 2004. Disponível em:
<https://docplayer.com.br/11734224-Aplicacoes-de-mapeamento-do-conhecimento-
para-a-competitividade-empresarial.html>. Acesso em: 28 mar. 2019.
DIAS, Claudia Augusto. Portal corporativo: conceitos e características. Ciência da
Informação, Brasília, v. 30, n. 1, jan./abr. 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v30n1/a07v30n1.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2019.
DURAND, Tommas. Strategizing for inovation: competence analysis in assessing
strategic change. In: Competence-based strategic management. Edited by Ron
Sanchez and Aimé Heene. Chichester, Englad: John Wiley & Sons, 1997.
DUTRA, Joel Souza. Gestão por competências: um modelo avançado para o
gerenciamento de pessoas. São Paulo: Gente, 2001.
FERREIRA, A. B. H.; ANJOS, M.; FERREIRA, M. B. Novo Aurélio, Século XXI: o
dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 2128 p.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
Apostila.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de Pesquisa. 1 ed. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 2009.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
98
GIRARD, J. P.; MCINTYRE, S. Knowledge management modeling in public sector
organizations: a case study. International Journal of Public Sector Management,
v. 23, n. 1, p. 71-77, 2010.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.
GRAMIGNA, M. R. M. Modelo de competência e gestão dos talentos. São Paulo:
Pearson Education, 2002.
GUEDES T.A.; MARTINS A.B.T; ACORSI L.R.C. Estatística Descritiva. Projeto de
ensino: Aprender fazendo estatística. Maringá: Universidade Estadual de Maringá,
Departamento de Estatística; Disponível em:
<http://www.each.usp.br/rvicente/Guedes_etal_Estatistica_Descritiva.pdf>. Acessado
em: 04 abr. 2019.
GUIMARÃES, A. A. et al. PRÁTICAS E FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA A
GESTÃO DO CONHECIMENTO EM DEPARTAMENTOS DE P&D DE EMPRESAS
BRASILEIRAS DE GRANDE PORTE; Ed. Especial. Ponta Grossa: Gestão do
Conhecimento. 2009.
HEISIG, P. Harmonisation of knowledege management – comparing 160 KM
frameworks around the globe. Journal of Knowledge Management, v. 13, n. 4, p. 4-
31, 2009.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro, Ed. Objetiva, 2001.
INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA. CICLO 2007. Disponível
em:
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/arquivos/secretarias/sub
prefeituras/pqgp/materiais_consulta/0001/Instrumento_Avaliacao_GESPUBLICA.pdf
> Acessado em: 21 jan. 2019.
99
MASUDA, Yoneji. A sociedade da informação como sociedade pós-industrial. Rio
de Janeiro: Rio, 1982
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde.
São Paulo: HUCITEC, 2007.
MONAVVARIAN, A.; KASAEI, M. A KM model for public administration: the case of
Labour Ministry. VINE: The Journal of Information and Knowledge Management
Systems, v. 37, n. 3, p. 348-367, 2007.
Mundo Educação. A era da Informação. Disponível em:
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/era-informacao.htm> Acesso
em: 20 de Outubro de 2018
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as
empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Campus: Rio de Janeiro,
1997.
OROFINO, M. A. R. Técnicas de criação do conhecimento no desenvolvimento
de modelos de negócio [dissertação]. Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis 2011.
PIDD, Michael. Modelagem empresarial: ferramentas para tomada de decisão.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em
enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorell. 5. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
100
RIO GRANDE DO NORTE. Resolução nº 05, de 12 de set. de 2017. Regulamento
da Secretaria de Gestão de Pessoas do Tribunal Regional Eleitoral do Rio
Grande do Norte, Natal, RN, 12 de set. 2017. Seção II, subseção V.
RODRIGUES, C. F. S.; LIMA, F. J. C.; BARBOSA, F. T. Importância do uso
adequado da estatística básica nas pesquisas clínicas. Rev. Bras. Anestesiol.
Maceió, Elsevier Editora, Vol. 67, n. 6, nov./dez. 2017.
SOUZA, J. S.; BONILHA, M. H. S. Exclusão/Inclusão: elementos para uma
discussão. Liinc em Revista, Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia/IBICT, v.5, n.1, mar 2009. p. 133- 146. Disponível
em:<http://revista.ibict.br/liinc/article/download/3182/2845 >. Acesso em: 20 de
outubro de 2011.
STRAUHS, F. R. Gestão do Conhecimento nas Organizações.
ed1.Curitiba:Aymará Educação, 2012.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman,
2008.
TAPSCOTT, Don. A inteligência está na rede. Veja, São Paulo, v. 2212, n. 15, abr.
2011.
TRE-RN. A história da Justiça Eleitoral no Brasil. Disponível em:http://www.tre-
rn.jus.br/o-tre/centro-de-memoria/tre-rn-a-historia-da-justica-eleitoral-no-brasil
Acesso em: 20 de Outubro de 2018.
TRE-RN. Missão, Visão e Valores institucionais. Disponível em: <http://www.tre-
rn.jus.br/o-tre/conheca-o-tre-rn/missao-visao-e-valores> Acesso em: 20 de
Outubro de 2018.
VALLS, V. M.; PAULA, M. A. Mapeamento de Processos em Bibliotecas: Revisão
de Literatura e Apresentação de Metodologias. Rev. Digit. Bibliotecon. Cienc. Inf.,
101
Campinas, SP, v.12, n.3, set/dez. 2014. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1598/pdf_81>
Acesso em: 27 mai. 2019.
VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 2. Ed. São
Paulo: Atlas, 1998.
WENGER, Etienne C.; SNYDER, William M. Comunidades de prática: a fronteira
organizacional. In: HARVARD BUSINESS REVIEW (Org.). Aprendizagem
organizacional. Tradução de: NASSER, Cásia Maria. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
WOODFORD, C. Public sector knowledge management: taking responsibility. A
report prepared by Adept KM for a Federal Government Agency, 2003.
102
APÊNDICES
APÊNDICE A – Questionário
PRÁTICAS E FERRAMENTAS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ADOTADAS DA COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL – TRE/RN.
O presente questionário objetiva o alcance da percepção dos colaboradores da CODES quanto ao uso de práticas e ferramentas da Gestão do Conhecimento dentro da unidade. A seguir, julgue as afirmativas de acordo com as alternativas propostas.
Assinale apenas uma alternativa a qual se adeque melhor a sua opinião de acordo com o que é questionado.
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
1. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam o Mentoring (auxílio de servidores experientes à servidores mais novos, para por exemplo, tarefas do dia a dia). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
2. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam o Coaching (similar ao mentoring, porém seu acompanhamento é maior observando sua evolução). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
3. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam as Comunidades de Prática (promoção da reunião entre colaboradores de diferentes unidades e/ou Instituições para compartilhamento e criação de conhecimentos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
4. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a prática de Benchmarking (Busca contínua de melhorias através da observação de práticas adotadas em outras Instituições ou até em outras unidades do próprio Tribunal). ( ) Discordo totalmente
103
( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
5. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a prática de "Lições Aprendidas" (Cultura de registro de ações para que os colaboradores possam consultar as análises, como pontos fortes e fracos, de cada plano executado na unidade). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
6. Você, em seu dia a dia de trabalho, costuma adotar o método de "Melhores Práticas" (banco de informações para consulta de práticas mais eficientes e eficazes da unidade). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
7. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota o processo de Memória Organizacional (captura, divulgação e reutilização do fluxo de informações com base na história da organização a partir do registro das experiências e conhecimentos dos próprios colaboradores). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
8. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam um layout voltado ao compartilhamento do conhecimento (A disposição das mesas dos colaboradores colabora para o compartilhamento de opiniões e conhecimentos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
EDUCAÇÃO CORPORATIVA
9. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam os Programas de Treinamento (planos de treinamento visando a aprendizagem do servidor, em
104
especial, aqueles que reduzem gastos com treinamentos presenciais - como o EAD). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
10. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam as práticas de Fóruns e Encontros para Discussões (Reunião de colaboradores para discussões de temas estratégicos da unidade e/ou da organização como um todo). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
11. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam as práticas envolvendo as Políticas de Publicação e Participação de Eventos Especializados (envolve participação em congressos, seminários e palestras, como autor ou ouvinte). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
12. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam práticas da Políticas de Recompensa e Premiações (reconhecimento pelo compartilhamento do conhecimento e reconhecimento por atitudes inovadoras). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
13. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota o Processo de Sugestões (captação e análise de ideias e sugestões feitas pelos outros colaboradores). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
105
14. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota práticas da Cultura da Inovação (estímulo, identificação e aplicação de conhecimentos inovadores dos colaboradores). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
GESTÃO DE COMPETÊNCIAS
15. A CODES, incluindo as suas seções subordinadas, adotam as atividades relacionadas a Gestão por Competências (promoção do desenvolvimento técnico e comportamental dos colaboradores para que os mesmos desempenhem suas funções com máxima eficiência). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
16. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a ferramenta de Mapeamento e automatização de Processos (Identificação das tarefas rotineiras e a sua automatização através de sistemas eletrônicos com o objetivo de reduzir custos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
17. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a ferramenta de Banco de Competências Individuais (repositório de informações sobre a capacidade técnica, científica, artística e cultural das pessoas). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
18. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a ferramenta de Mapas de habilidades (identificação de servidores com baixo desempenho, conhecimento, sobre determinada área/ conhecimento - apoia o programa de treinamentos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente
106
( ) Concordo totalmente
19. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a prática denominada de "Redes de Especialistas" (prática de consulta à especialistas internos ou externos da organização para conhecimento e/ ou esclarecimento sobre determinados temas). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
20. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a ferramenta de Mapas do Conhecimento Organizacional (em muitos casos, o conhecimento está fragmentado e não documentado. A ferramenta promove coletivização dos conhecimentos individuais a partir da indicação de onde essas informações se encontram). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
CAPITAL INTELECTUAL
21. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota ferramentas de Gestão de Conteúdo (softwares capazes de simplificar a gestão, distribuição e arquivamento de conteúdos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
22. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota ferramentas de Gestão Eletrônica de Documentos (tecnologia capaz de gerar, controlar, armazenar, compartilhar e recuperar informações existentes em documentos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
23. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota os Portais Corporativos e Intranets (Portal corporativo - site personalizado da própria Instituição os quais dispõem informações e notícias para o usuário. Intranet - site personalizado da própria Organização que dispõe informações e notícias para os próprios servidores).
107
( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL
24. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota ferramentas de Inteligência Competitiva (gestão de informações as quais permitem à empresa reduzir os riscos de suas decisões a partir de busca, seleção, análise e interpretação de dados externos e internos). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
25. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota a ferramenta de Gestão do Relacionamento com o Cliente/ Usuário (canais de comunicação capazes de captar feedbacks positivos e negativos de seus clientes/ usuários). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
26. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota ferramentas de Business Intelligence (ferramenta computacional a qual é utilizada para apoiar as tomadas de decisão estratégicas a partir de dados da unidade). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
27. Você, em seu dia a dia de trabalho, adota as Mídias Sociais como prática de gestão do conhecimento (utilização das redes sociais para divulgação de informações e conteúdos pertinentes aos usuários da Instituição). ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo parcialmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Concordo totalmente
108
PERFIL DEMOGRÁFICO
28. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
29. Faixa Etária ( ) 18 a 28 anos ( ) 29 a 39 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) 51 a 61 anos ( ) Acima de 61 anos
30. Seção ( ) Seção de Lotação e Gestão de Desempenho ( ) Seção de Formação e Aperfeiçoamento ( ) Seção de Assistência Médica e Saúde Ocupacional
31. Tempo de serviço prestado ao TRE/RN ( ) Até 1 ano ( ) De 1 ano a 2 anos ( ) De 2 anos a 4 anos ( ) De 4 anos a 6 anos ( ) De 6 anos a 8 anos ( ) De 8 anos a 10 anos ( ) Mais de 10 anos
32. Cargo ( ) Técnico Judiciário ( ) Analista Judiciário ( ) Outro: __________
109
APÊNDICE B – GUIA SEMIESTRUTURADO DE ENTREVISTA
1 - Primeiramente, qual é o seu entendimento sobre a Gestão do Conhecimento? Qual é a sua visão sobre importância desse estudo para uma empresa pública como o TRE-RN?
2 - Existe algum plano específico e focado em Gestão do Conhecimento para ser implantado na CODES/ TRE-RN?
3 - De acordo a Resolução 09/2017, a Gestão do Conhecimento é uma das responsabilidades da CODES. O fomento e o acompanhamento das ações de GC são destacadas no documento, mostrando que o assunto possui relevância para a condução de algumas atividades realizadas na unidade, porém nem todas as práticas e ferramentas do estudo não estão prescritas formalmente. Sabendo disso, responda:
a) Ao considerar que o estudo envolve práticas e ferramentas, dentro da Coordenadoria, quais são os principais métodos de gestão do conhecimento utilizados?
b) A unidade utiliza-se de práticas e/ou ferramentas para promover a maior e melhor comunicação entre a coordenadoria, suas seções e as outras unidades? Se sim, exemplifique.
c) A CODES utiliza-se de práticas e/ou ferramentas capazes de promover a interação entre os colaboradores? E os conhecimentos gerados são coletados, compartilhados e armazenados entre os participantes a partir de que prática e/ou ferramenta?
d) Sabendo que a Coordenadoria adota fortemente a Gestão por Competências, quais são as práticas as quais promovem o desenvolvimento técnico e comportamental dos colaboradores do Tribunal?
e) E quanto aos mapeamentos e automatização de Processos? A CODES está por dentro dessa prática? Como?
f) Os sistemas adotados na Coordenadoria, bem como na Instituição do TRE/RN promovem a disseminação de informações entre os servidores?
g) Dentre todos os métodos citados, há alguma prática e/ou ferramenta que você considera de maior importância para a organização?
4 - Após a execução de práticas ou utilização de ferramentas de GC há uma avaliação para para medir o resultado gerado ou definição do grau de eficiência do método? Se sim, dê um exemplo de prática/ferramenta e como é feita essa avaliação.
110
5 - A ótica de constante aprimoramento das atividades já realizadas na Coordenadoria é percebida? Como é feita o aperfeiçoamento dessas práticas/ferramentas dentro da unidade?
6 - Considerando agora o ambiente externo: A gestão do conhecimento utilizada dentro do Tribunal Regional Eleitoral potiguar agrega, mesmo que indiretamente, algum valor aos cidadãos? E quanto aos outros órgãos do Poder Judiciário?