ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS LESÕES E FERIMENTOS · TIPOS DE CICATRIZAÇÃO ... Indicações:...
Transcript of ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS LESÕES E FERIMENTOS · TIPOS DE CICATRIZAÇÃO ... Indicações:...
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
NAS LESÕES E FERIMENTOS
PROF. PRISCILA CRISTINA OLIVEIRA ZIGNANI PIMENTEL
ANATOMIA DA PELE
Maior órgão do corpo humano; Corresponde a 15% do peso corporal; Recebe 1/3 do sangue circulante, Tem um pH ácido (4,5 a 6)
Estrutura da pele:
EPIDERME (camada epitelial) DERME (camada de tecido conjuntivo)
TECIDO CONECTIVO SUBCUTÂNEO
Epitélio estratificado:
Queratinócitos
Melanócitos
Células de Langerhans
1 - EPIDERME
Espessura (varia com a localização, idade ou sexo)
Período de regeneração ± 4 semanas
A PELE É COMPOSTA DE 3 CAMADAS:
A PELE É COMPOSTA DE 3 CAMADAS:
Camada intermediária
2 - DERME
Espessura (varia com a localização)
Compõe-se de céls. de tec. Conjuntivo (histiócitos,
fibroblastos, mastócitos e as fibras colágenas,
reticulares e elásticas)
Fibras nervosas, pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas,
vasos sangüíneos.
Órgãos anexos
Folículos piloso
Músculo liso
Funções:
Reservatório de energia;
Isolante térmico;
Modela a superfície corporal;
Fixação de órgãos.
3 – HIPODERME OU TECIDO SUBCUTÂNEO
A PELE É COMPOSTA DE 3 CAMADAS:
Classificação das Feridas Operatórias
Limpas
Limpas/Contaminadas
Contaminadas
Sujas / Infectadas
Feridas Operatórias
Se dividem em:
INCISIVAS - Quando não há perda de
tecido.
EXCISIVAS - Quando ocorre a remoção
de uma área da pele.
Feridas Limpas
São as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo
que não foram abertos sistemas como o digestório,
respiratório e genito-urinário;
Não há evidência de infecção
Condições assépticas
Cicatrização por primeira intenção
Risco de infecção pós-operatória 1 - 2%
Feridas Limpas / Contaminadas
Também são conhecidas como potencialmente
contaminadas;
Pode haver contaminação grosseira, por exemplo nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados como digestório, genito-urinário;
Risco de infecção pós-operatória 3 a 11%.
Feridas Contaminadas
Grande desvio na técnica estéril - procedimentos
cirúrgicos de emergência
Grande derramamento de fluido do trato gastroin-
testinal
Inflamação não purulenta
Lesão traumática exposta
Risco de infecção pós-operatória 15 - 20%
Presença de ferida traumática, com retenção de
tecidos desativados
Fechamento por primeira intenção retardado, com
drenagem purulenta conhecida
Infecção clínica já existente
Risco de infecção pós-operatória 50%
Feridas Sujas / Infectadas
FISIOLOGIA DA
CICATRIZAÇÃO
1 - FASE INFLAMATÓRIA
Fase trombocítica
Agregação plaquetária (trombo)
Fase granulocítica
FAGOCITOSE de bactérias (formação de pus) e sujidade
Fase macrofásica
Ativação do processo cicatricial
Sinais clínicos: Hiperemia, calor, edema e dor
2 - FASE PROLIFERATIVA (Fibroblástica ou de Granulação)
Principais funções (angiogênese, síntese de colágeno e proliferação, contração e epitelização)
Macrófagos, fibroblastos, céls. endoteliais e os queratinócitos
Principal característica é a formação de um tecido novo, vermelho vivo, de aspecto granuloso (brotos capilares), composto de capilares e colágeno.
3 - FASE DE MATURAÇÃO (Reparadora ou Remodeladora)
É a última e mais prolongada fase de cicatrização
Principais funções:
Deposição de colágeno na ferida
Diminuição da capilarização
Surgem os miofibroblastos (contração da ferida)
Nesta fase a cicatriz torna-se mais plana e macia
Podem ocorrer defeitos cicatriciais como quelóides,
cicatrizes hipertróficas ou muito finas e friáveis e
hipercromias
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA OU DE PRIMEIRA INTENÇÃO;
CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA OU DE SEGUNDA INTENÇÃO;
CICATRIZAÇÃO TERCIÁRIA OU DE TERCEIRA INTENÇÃO.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
Ocorre em ferimentos assépticos
Mínimo de perda tecidual ou em FERIDAS SUPERFICIAIS
Resposta inflamatória rápida
Reduz incidência de complicações
Cicatriz com menor índice de defeitos
CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA
Cicatrização primária
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
Grande perda tecidual ou FERIDAS PROFUNDAS
Ocorre em feridas sépticas
Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória intensa
Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica, quelóide)
CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA
Cicatrização Secundária
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
É sutura secundária
Ocorre quando a lesão não consegue fechar por si só e necessita ser suturada.
Ocorre quando o ferimento não foi suturado no início ou sofreu deiscência, sendo, mais tarde, novamente suturado. Nestes casos, formam-se duas superfícies de granulação justapostas, resultando numa cicatriz maior e mais profunda.
CICATRIZAÇÃO TERCIÁRIA
Cicatrização terciária
Deiscência com
necessidade de re-sutura
FATORES ADVERSOS À CICATRIZAÇÃO
Má nutrição
Doenças crônicas (Diabete Mellitus)
Insuficiência do sistema imunológico
Má perfusão tecidual
Idade avançada
FATORES SISTÊMICOS
Subdividem-se em Fatores Sistêmicos e Fatores Locais
FATORES ADVERSOS À CICATRIZAÇÃO
Infecção
Necrose
Corpos estranhos
Lesão muito extensa
FATORES LOCAIS
AVALIANDO A FERIDA
Qual o tamanho ?
Qual a localização ?
Há quanto tempo existe ?
É infectada ou colonizada ?
Qual é o agente infectante ?
Necessita desbridamento ? De que tipo ?
Que curativo usar ?
Está em qual fase da cicatrização ?
Como está a pele ao redor ?
Tem odor ?
Tem exsudato ?
AVALIANDO A FERIDA
TECIDO DE GRANULAÇÃO SADIO :
CARACTERÍSTICAS DO TECIDO DE GRANULAÇÃO
Vermelho vivo
Brilhante
Não sangra facilmente ou muito pouco
AVALIANDO A FERIDA
TECIDO DE GRANULAÇÃO DOENTE :
CARACTERÍSTICAS DO TECIDO DE GRANULAÇÃO
Vermelho escuro
Sem brilho ou ressecado
Sangra com abundância
AVALIANDO A FERIDA
IDENTIFICAÇÃO DE FERIDAS INFECTADAS
Presença de sinais inflamatórios (dor, calor, rubor e tumor) associado à presença de secreção purulenta;
Doentes imunossuprimidos podem não apresentar sintomas clássicos de inflamação ou sequer de infecção
Uma ferida que não cicatriza pode ser o único sintoma da presença de infecção
AVALIAÇÃO DO ESTADO DA FERIDA
Mensuração
Extensão do tecido envolvido
Presença de espaço morto
Localização anatômica
Tipo de tecido no leito da ferida
Cor da ferida
Exsudato
Borda da ferida
Infecção
1) MENSURAÇÃO
Medida Linear (comprimento e largura) AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE
2) EXTENSÃO DO TECIDO ENVOLVIDO
Estruturas envolvidas:
Pele
Tecido adiposo
Tecido muscular
Tecido ósseo
3) ESPAÇOS MORTOS OU CAVITÁRIOS
Profundidade
Presença de secreção
4) LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA
Conforme região do corpo (sacral,
abdominal, etc...)
Potencial de contaminação (limpa,
contaminada ou infectada)
5) TIPO DE TECIDO NO LEITO DA FERIDA
Tecidos viáveis:
Granulação e
epitelização
Tecidos inviáveis:
Fibrina desvitalizada,
tecidos necróticos
Tecido de granulação sadio
Tecido de granulação doente
6) COR DO TECIDO
Granulação:
Rosa, vermelho pálido, vermelho vivo
Fibrina:
Amarelo, marrom
Necrose:
Cinza, marrom, negra
(VERMELHO AMARELO PRETO)
7) EXSUDATO
Volume
Odor
Cor
Consistência
Pode ser: seroso, serosanguinolento, sanguinolento e purulento
8) BORDAS
Regulares
Irregulares
Necrosada
Macerada
Infectada
9) INFECÇÃO
Swab
Aspiração
Biópsia
Sinais clínicos de infecção: dor, calor, hiperemia, mudança na cor do exsudato, odor
CULTURA :
CURATIVOS
CURATIVO IDEAL
Manter a umidade;
Remover o excesso de exsudação;
Isolador térmico;
Impermeável a bactérias;
Retirado sem traumas.
Manter Umidade
Nada de curativos secos em FERIDAS
ABERTAS. Não há necessidade de secar
feridas abertas, somente a pele ao
redor dela.
Obs.: o curativo dever ser úmido e não encharcado!!!
Remover o Excesso de Exsudação
Na presença de secreção, deve-se utilizar material
absorvente e trocar o curativo quantas vezes for
necessário.
Lembre-se: o curativo ideal deve ser mantido
limpo e seco!!!
Isolador Térmico
As feridas não devem ser limpas com
loções frias. A lavagem ou irrigação da
ferida deve ser realizada com SF-0,9%
aquecida entre 36 a 37°C.
Impermeável a Bactérias
Para as FERIDAS ABERTAS E
PROFUNDAS deve-se utilizar curativo
fechado com compressa, esparadrapo ou
atadura.
Retirado sem Trauma
Nada de curativos secos em feridas
abertas. É preferível irrigá-las a
esfregá-las. Se necessário umidecê-la antes
de retirar o curativo
FERIDAS SUPERFICIAIS
São aquelas que atingem apenas a epiderme e derme.
Feridas superficiais como queimaduras de primeiro grau, lacerações, esfolamentos, deve-se fazer a limpeza com água e sabão usar antisséptico e deixar aberto/exposto..
FERIDAS PROFUNDAS
FERIDA PROFUNDA SUPERFICIAL: aquela que destrói a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo.
FERIDA PROFUNDA TOTAL: aquela que atinge o tecido muscular e as estruturas adjacentes; como por exemplo tendões, cartilagens, ossos, etc...
MATERIAIS MAIS USADOS
EM CURATIVOS
SOLUÇÕES MAIS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Solução fisiológica (SF-0,9%)
Povidine-Polivinilpirrolidona-Iodo (PVPI)
Clorexedina
Solução fisiológica (SF-0,9%) Lavagem a jato sob pressão (seringa de
20 ml + agulha 40x12);
Solução a uma temperatura fisiológica (36-37°C)
Povidine-Polivinilpirrolidona-Iodo (PVPI) Usado na anti-sepsia da pele e mucosas peri-
cateteres para prevenir a colonização de microorganismos (M.O.)
Contra-indicado para feridas abertas;
Formulações: aquosa, alcóolica e degermante.
Clorexedina
Poderoso anti-asséptico;
Indicado para pele e mucosas íntegras;
Contra-indicado para feridas abertas;
Formulações: aquosa, alcóolica e degermante.
TERAPÊUTICA ESPECÍFICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Pomadas enzimáticas;
Carvão ativado;
Hidrocolóide;
Hidrogel;
Papaína;
Ácidos graxos essenciais (AGE);
Alginato de cálcio;
Sufadiazina de prata;
Filme transparente.
Pomadas enzimáticas Pomadas a base de Colagenase;
Atua na degradação e digestão de enzima como desbridante químico, facilitando o crescimento e regeneração celular;
Indicado para os casos de desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões (usar somente em tecido necrótico em lesões superficiais);
Contra-indicado nas feridas de cicatrização por primeira intenção.
Obs.: aplicar somente na área com necrose!!!! Não deixar escorrer à áreas circunvizinhas!!!
Carvão ativado
Cobertura composta de uma almofada de não tecido, contendo em seu interior um impregnado de carvão ativado e prata a 0,15%;
É estéril e embalado individualmente;
Age como limpador mecânico, pois o exsudato é absorvido pelo tecido do carvão enquanto a prata tem ação bactericida;
Carvão ativado
Indicado em feridas infectadas, fétidas e com grande quantidade de exsudato;
Contra-indicado em feridas com exposição óssea e tendinosa, feridas limpas e queimaduras
A troca do curativo deve ocorrer de acordo com a quantidade de exsudato, em média é de 48 a 72 horas;
Dependendo da condição, pode-se, simplesmente, trocar a cobertura secundária.
Obs.: recortar a folha de curativo o suficiente para cobrir somente a área indicada!!!
Hidrocolóide
É moldável, composto de um dorso de espuma impregnado por um adesivo à base de hidrocolóides naturais, que absorvem o exsudato da ferida, formando um gel que favorece a cicatrização;
Indicações: úlceras de decúbito, tratamento de feridas limpas com quantidade pequena ou mediana de exsudato, prevenção de úlceras de pressão;
Podem permanecer na ferida por até 7 dias;
Também pode vir sob a apresentação de pasta
Hidrogel É um curativo transparente, indicado para feridas
de queimaduras que necessitem de remoção de crostas e tecidos desvitelizados e feridas limpas com pouca quantidade de secreção;
Contra-indicado nas feridas infectadas e com grande quantidade de secreção, em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas;
Também pode vir sob a apresentação de gel
Papaína Atua como desbridante químico, tem ação
bacteriostática, bactericida e antiinflamatória, proporciona alinhamento das fibras de colágeno, promovendo crescimento tecidual uniforme, aumenta a força tênsil da cicatriz e diminui a formação de quelóides.
Indicações:
Tecido de granulação ou pouco exsudato: não exceder concentração de 2%;
Feridas com exsudatos purulentos: diluição de 4 ou 6%;
Necrose: 8 ou 10%
Ácidos graxos essenciais (AGE)
Ácido linoléico (Dersani) – o mais usado;
Promovem neo-angiogênese, mantém o meio úmido e aceleram o processo de granulação;
Indicações: cicatrização de feridas, profilaxia de úlceras de pressão.
Alginato de cálcio
É derivado de algas marinhas marrons;
Indicações: feridas abertas, cavitárias com grande quantidade de secreção, com ou sem infecção ou sangramentos;
Auxilia no desbridamento, absorção da secreção, diminuindo os sangramentos e mantendo o meio úmido propício para a cicatrização;
Contra-indicações: feridas superficiais, sem ou com pouca secreção e lesões por queimaduras;
Troca do curativo a cada 24 ou 48 horas.
Recortar a folha de curativo o suficiente para cobrir a área lesada, não deixando áreas que não necessitem, exposta ao curativo!!!
Sulfadiazina de prata
Indicada nas lesões por queimaduras, usadas tanto no tratamento como prevenção de infecção, devido a ação bacteriostática e bactericida dos sais de prata;
A troca de curativo se faz necessária a cada 12 horas.
Filme transparente
É elástico, semipermeável que adere a locais secos. Sua finalidade é manter o local da lesão úmido, auxiliando na cicatrização e, ao mesmo tempo, permitindo a troca gasosa e evaporação de água;
É indicado para a pele íntegra (proteção para evitar úlceras de pressão), curativos de cateteres e curativos cirúrgicos a partir do 2° dia de cirurgia;
Contra-indicado para feridas abertas.
Periodicidade de troca de curativos
substância indicação Cobertura e troca observação
PVPI tópico Cateteres, introdutores
Primária: cada 24 horas Trocar se solto, sujo e/ou úmido
SF-0,9% Incisões fechadas Drenos Feridas abertas
Primária: Cada 24 horas Cada 24 horas Máxima 24 horas
Verificar exsudato drenado e trocar secundário s/n
AGE Feridas abertas Primária: cada 24 horas Secundária: sempre que necessário
Papaína Feridas abertas para: cicatrização ou desbridamento
Primária: cada 24 horas Secundária: sempre que necessário
Periodicidade de troca de curativos
substância indicação Cobertura e troca observação
Alginato de cálcio
Feridas abertas, profundas e com abundante exsudato
Primário: Infectadas: cada 24 h Não infectadas: 48 h
Quando diminuir o exsudato, trocar o tipo de curativo
Carvão ativado
Feridas abertas, infectadas e/ou fétidas
Primário: 48 a 72 h, dependendo do exsudato Secundário: trocar sempre que necessário
Sulfadiazina de prata
Queimaduras
Primário: cada 24 h Secundário: sempre que necessário
Princípios essenciais no cuidado com feridas
Cuidados a serem observados no momento do curativo
Lavar as mãos, antes e após a realização de um curativo;
Calçar as luvas, sempre ao contato com sangue e secreção;
Não falar sobre a ferida;
Utilizar sempre material esterelizado na realização de um curativo;
Analisar as condições da ferida e verificar se o material necessário foi todo providenciado, evitando a interrupção do procedimento;
Limpar a ferida partindo da área menos contaminada para a mais contaminada. Nas feridas sépticas, o local mais contaminado é o da lesão;
Cuidados a serem observados no momento do curativo
Nas feridas assépticas, proceder a limpeza das laterais, para retirar as marcas possíveis de esparadrapo, após a limpeza da própria lesão;
Não encostar a ponta da almotolia na gaze;
Proceder a retirada do esparadrapo sem, no entanto, puxar a pele do local;
Se as gazes estiverem aderidas ao ferimento, umedecê-las com SF-0,9% morno;
Em curativos contaminados, com muita secreção a ser retirada, principalmente aqueles localizados nos MMII, colocar uma bacia sob a área a ser tratada de maneira a facilitar a limpeza com SF-0,9% morno, a jato;
Todo o material utilizado deve ser imergido em solução desinfetante;
Fazer a desinfecção da superfície utilizada como suporte do material de curativo.
Cuidados a serem observados no momento do curativo
Técnica na realização de curativos
CURATIVO DE LESÕES FECHADAS
TIPO: feridas operatórias suturadas e íntegras recentes (até 24 ou 48 horas).
MATERIAL:
Pacote de curativo com pinças (anatômica, Kely reta ou mosquito);
Gazes estéreis;
SF-0,9% morno (36 a 37°C);
Esparadrapo ou micropore;
Saco plástico branco para lixo
TÉCNICA Curativo de Lesões Fechadas
Reunir material em bandeja ou carrinho de curativo;
Lavar as mãos;
Orientar o paciente;
Manter a privacidade (porta fechada e uso de biombos s/n);
Posicionar o paciente;
Calçar as luvas;
Retirar o curativo (micropore ou esparadrapo e gaze), desprezando no lixo;
Se as luvas estiverem sujas, retirá-las e lavar as mãos;
TÉCNICA Curativo de Lesões Fechadas
Abrir o material no carrinho de curativo sob técnica asséptica, expondo as pinças na borda do campo, a cuba rim ou redonda colocando SF-0,9% morno e materiais necessários;
Com as pinças, faça o bonequinho de gaze, umedeça com SF-0,9%;
Realize a limpeza da incisão, com movimentos únicos, mudando o lado da gaze e trocando quantas vezes forem necessárias;
TÉCNICA Curativo de Lesões Fechadas
Realizar a limpeza das regiões laterais da incisão cirúrgica;
Secar a incisão e laterais em movimentos únicos, trocando os lados da gaze e trocar a gaze quantas vezes forem necessárias;
Ocluir a incisão com gaze e esparadrapo ou micropore,
Identificar o curativo com o nome de quem realizou data e hora.
TÉCNICA Curativo de Lesões Fechadas
Recompor o cliente e recolher o material;
Encaminhar as pinças para o expurgo e realizar desinfecção nos equipamentos;
Lavar as mãos;
Realizar anotações, descrevendo a localização, características da lesão, tipo de curativo e evolução.
COMENTÁRIOS Curativo de lesões fechadas
Utilizar sempre os EPIs apropriadas ao contato com sangue ou secreção (avental, máscara, óculos e luvas);
As pinças podem ser dispensadas nos curativos quando a opção for pela realização do procedimento com as mãos enluvada. Nestes casos, usar luvas estéreis;
Se a incisão permanecer liberando secreção ou sangramento, mantê-la ocluída;
Se após 24 ou 48 horas, a incisão apresentar-se limpa, deixe aberta.
Curativo de Lesões Fechadas CURATIVOS COM DRENOS
Nas lesões com drenos, a limpeza da inserção deve ser realizada com movimentos circulares, utilizando as duas faces da gaze, trocando quantas vezes forem necessárias. Secar e instalar o coletor conforme indicação.
CURATIVO DE LESÕES ABERTAS
TIPOS: deiscências, lesões traumáticas, ulcerações, neoplasias, lesões inflamatórias.
MATERIAL:
Pacote de curativo com pinças (anatômica, Kely reta ou mosquito);
Gazes estéreis;
SF-0,9% morno (36 a 37°C);
Seringa de 20 ml + agulha calibrosa (40x12 ou 30x8);
Campo impermeável e lençol;
Bacia para os curativos de MMSS e MMII;
Saco plástico branco para lixo.
TÉCNICA Curativo de Lesões Abertas
Reunir material em bandeja ou carrinho de curativo;
Lavar as mãos;
Orientar o paciente;
Manter a privacidade (porta fechada e uso de biombos s/n);
Colocar o impermeável sob o cliente;
Posicionar o paciente;
Retirar o curativo (micropore ou esparadrapo e gaze), desprezando no lixo;
Em casos de curativos muito grandes e contaminados, estes deverão ser retirados com a mão enluvada (luvas de procedimento) e o auxílio de gaze. Desprezar luvas e curativo no saco branco de lixo. Lavar as mãos novamente;
TÉCNICA Curativo de Lesões Abertas
Abrir o material no carrinho de curativo sob técnica asséptica, expondo as pinças na borda do campo, a cuba rim ou redonda colocando SF-0,9% morno e materiais necessários;
Calçar luvas estéreis para prosseguir com o curativo;
Com as pinças, faça o bonequinho de gaze, umedeça com SF-0,9%;
Realizar a limpeza ao redor da ferida, com movimentos únicos, mudando o lado da gaze e trocando quantas vezes forem necessárias;
Realizar a limpeza da ferida com jatos de SF-0,9% morno, com auxílio da seringa e agulha, pressões muito intensas podem causas danos e traumas nos tecidos de cicatrização;
TÉCNICA Curativo de Lesões Abertas
Após a limpeza secar a área ao redor do leito da ferida;
Colocar o curativo primário indicado, mantendo o leito da ferida úmida, proporcionando um meio mais propício para a cicatrização;
Ocluir a incisão com curativo secundário;
Identificar o curativo colocando o nome de quem o realizou, data e hora da realização;
Recompor o cliente e recolher o material;
Encaminhar as pinças para o expurgo e realizar desinfecção nos equipamentos;
Lavar as mãos;
Realizar anotações, descrevendo a localização, características da lesão, tipo de curativo e evolução.
COMENTÁRIOS Curativo de lesões abertas
Utilizar sempre os EPIs apropriadas ao contato com sangue ou secreção (avental, máscara, óculos e luvas);
Utilizar bacia estéril nos curativos de MMSS e MMII;
O desbridamento só pode ser realizado por profissional apto e segundo protocolo;
Cobertura primária é a que permanece em contato direto com a ferida, podendo conter medicamentos para manter a ferida úmida e facilitar a cicatrização;
Curativo secundário é aquele colocado sobre a cobertura primária e deve ser seco;
A troca de curativo deve seguir as recomendações do tipo de curativo utilizado e evolução da lesão.
RETIRADA DE PONTOS CRÚRGICOS
DEFINIÇÃO: É o processo de remoção dos fios cirúrgicos com técnica asséptica.
OBJETIVOS:
Evitar a complicação como: infecção e rejeição.
Favorecer a limpeza da incisão;
Favorecer a drenagem de exsudato coletado na incisão cirúrgica.
RETIRADA DE PONTOS CRÚRGICOS
TIPOS:
Total: todos os pontos (quando ausência de sinais inflamatórios).
Alternados: devem ser retirados alternadamente, sendo que os pontos das regiões proximal e distal da ferida cirúrgica não devem ser removidos .
Contra-indica-se a retirada de pontos na presença de sinais inflamatórios e secreção.
RETIRADA DE PONTOS CRÚRGICOS
MATERIAIS:
1 pacote de “retirada de pontos” contendo: 1 pinça de Halsted (“mosquito” reta ou curva) ou 1 pinça “dente de rato” e 1 tesoura de Íris (curva ou reta) ou 1 lâmina de bisturi.
Gaze estéril;
Anti-séptico tópico (PVPI ou clorexedina);
Luvas de procedimento;
1 saco plástico branco para lixo;
RETIRADA DE PONTOS CRÚRGICOS
TÉCNICA:
Lavar as mãos;
Reunir o material;
Explicar o procedimento ao paciente e posicioná-lo;
Avaliar o local de retirada de pontos (questionar tempo de incisão, verificar presença de sinais inflamatórios e secreção);
Abrir o pacote de “retirada de pontos” com técnica asséptica e abrir o pacote de gazes estéreis sobre o campo estéril;
Fazer os bonecos com gaze com auxílio das pinças e realizar a anti-sepsia do local quantas vezes forem necessárias;
Secar o local com gaze e separar uma gaze deixando-a próxima à ferida cirúrgica para colocar os fios retirados;
RETIRADA DE PONTOS CRÚRGICOS
TÉCNICA:
Fixar e levantar o ponto, na altura do nó cirúrgico, utilizando a pinça com dente;
Cortar o fio com tesoura ou lâmina de bisturi abaixo do nó cirúrgico, próximo à pele, e puxá-lo (o fio deverá ser cortado de um lado só);
Colocar os fios retirados sobre a gaze;
Recolher o material e encaminhar ao expurgo;
Anotar no prontuário do paciente o procedimento realizado, condições da pele e intercorrências.
O processo de cicatrização ideal não depende apenas dos fatores sistêmicos e locais relacionados ao paciente, depende fundamentalmente de cuidados apropriados por parte da enfermagem, que deve deter de conhecimentos necessários a uma execução eficaz do tratamento e prevenção das feridas!!! OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!