Até o Ultimo Suspiro

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Informações gerais Ficha técnica Teatro: Até o Último Suspiro Duração: Aproximadamente 50 minutos Classificação: Livre Produtor executivo: Paulo Otávio Cardoso Borges Tempo mínimo de montagem: 20 minutos (ideal: 35 minutos) Contatos Produtor executivo: Paulo Otávio Cardoso Borges (64)92992434 Celular E-mail de contato: [email protected] Página: https://www.tumblr.com/blog/pauloottaviocardoso Skype: pauloottavio

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Page 1: Até o Ultimo Suspiro

Informações gerais Ficha técnica

Teatro: Até o Último Suspiro Duração: Aproximadamente 50 minutos Classificação: Livre Produtor executivo: Paulo Otávio Cardoso Borges

Tempo mínimo de montagem: 20 minutos (ideal: 35 minutos) Contatos

Produtor executivo: Paulo Otávio Cardoso Borges (64)92992434 Celular

E-mail de contato: [email protected]

Página: https://www.tumblr.com/blog/pauloottaviocardoso

Skype: pauloottavio

Page 2: Até o Ultimo Suspiro

O Teatro terá uma duração aproximada de 40 minutos de apresentação, sendo

dividida em 4 cenas. A ordem consta no roteiro abaixo, sendo executada na

ordem especificada.

Cenário:

Como apresentado nas fotos abaixo, o cenário será dividido em três partes ,

sendo que as cenas poderão alternar entre eles, sendo meramente figurativos,

e não tendo nenhum efeito de comunicação entre si.

Cenário I – Festa.

Cenário II – Ambulância.

Cenário III – Em outra Dimensão.

Som:

Durante a apresentação da peça, haverá uma trilha sonora que irá alternar de

acordo com a cena. São elas:

Interiors – Marconi Union

Crave You – Daniela Andrade

The Last Day – Moby, Skylar Grey

The Scientist Violin Cover - D. Jang

Microfones:

Cenário:

Solicita-se uma cortina, para a alternância das cenas.

Demais recursos:

Se possível, se solicita um data show para alguns momentos.

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Cenário II:

Será montado de uma forma simples um interior de uma ambulância

Cenário III:

No TNT branco serão colocadas lanternas por debaixo do TNT para o efeito

desejado.

Figurino: As vestimentas dos participantes serão roupas cotidianas, justificado

pelo fato da atualidade da peça, exceto a enfermeira, que irá utilizar um jaleco

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Até o último suspiro Zonatto

CENA I

(Cenário: I)

(Personagens: Gabriel, Josafá e Figurantes)

Narrador: Minha respiração estava agitada, minha visão turva, não me sentia

muito bem, minha força parecia não me acompanhar em tal breve jornada, já

tinha esgotado meus esforços, minha missão a aquela altura parecia em vão,

naquele momento os humanos me olhavam com feição de “ e aí, não vai fazer

nada ?”. o tolo humano pelo qual eu havia sido enviado agora fazia coisas sem

sentido, coisas que faziam mal para ele mesmo; eu apenas observava tais

atos: ele fuava e bebia como um louco, os humanos relatavam que aquilo os

deixava mais engraçado, porém eu conseguia enchergar os danos futuros que

aquilo o traria.

Gabriel: Poderia parar ? olhe a situação em que está ! isto já é inconcebível,

você vai acabar consigo mesmo neste ritmo, me entregue esta garrafa.

Narrador: Ele me olhava de uma maneira estranha e eu não conseguia

enxergar aquele amigo que eu conhecera.

Josafá: Me deixe em paz, não vê que estou me divertindo? Largue de ser chato

e me deixe viver

( Josafá aremessa uma garrafa em direção a gabriel, que se esquiva da garafa

)

(enquanto narrador fala, gabriel encara josafá)

Narrador: Não sei se sinceramente não havia me atingido porque seus reflexos

a aquela altura não estavam bons, ou se então, algo dentro dele ainda evitava

que ele me acertasse, o que eu duvidava naquele momento.

(Gabriel começa a chorar e fala )

Gabriel: Tudo bem , eu só queria ...

(Josafá cai , antes de gabriel concluir sua fala)

Gabriel: Socorro, alguém nos ajude

(gabriel ajoelha do lado do amigo )

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(Logo após gabriel cair no chão, vem a enfermeira prestar socorro, fecham-se

as cortinas)

Narrador: Eu não sabia o que fazer, meu tão frágil corpo humano não

respondia aos meus comandos, eu não parecia pensar direito, não sabia o que

fazer ou falar, havia sido colocado em mim um amor por aquele ser, tão

estúpido e inconsequente, mas eu simplesmente o amava; lágrimas desciam

em meu rosto e me faziam sentir uma dor incessante. Em meio a todo

alvoroço, escutava vozes berrando de um lado e de outro, tais vozes pareciam

ecoar no mais profundo da alma, tudo parecia simplesmente um sonho ruim do

qual eu queria me livrar, belos tempos em que eu quis voltar…. No início tudo

parecia tão fácil, naque época conseguia ver o rosto do humano iluminado, via

sonhos e paixões, mas agora tudo não se passava de um pesadelo, algo de

que eu queria me livrar. Trouxeram uma maca e o carregaram até a

ambulância.

CENA II

( Todos se encontram no lado do palco em que foi montado o cenário da

Ambulância. Josafá está deitado, se encontram gabriel e a enfermeira , a

enfermeira de um lado e gabriel de outro)

Enfermeira: Vamos encaminha-lo para o hospital mais próximo.

(Josafá começa a ter uma convulsão)

(Gabriel então, pergunta desesperado)

Gabriel: O que está acontecendo?

( A enfermeira age como se estivesse checando o que estava acontecendo

com Josafá, e diz)

Enfermeira: Ele está tendo uma overdose, uma convulsão, isto não é bom.

( Por um momento tudo para, a cena “ Congela” e Gabriel é o único a se

mexer, as cortinas fecham, porém, o narrador não espera elas terminarem de

fecharem)

Narrador: Por um momento, tudo havia parado.

(Todos se retiram do palco, e Gabriel se encaminha para o cenário paralelo

que será montado no palco)

Cena III

(Personagens : Gabriel, e Dominus, que não irá aparecer no palco)

Narrador: Fui levado a um piscar de olhos a outro lugar, vi uma luz clara e a

sensação de desespero havia passado, eu não estava mais naquela situação,

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me senti em uma presença que eu não sentia há algum tempo. Eu conhecia

aquele lugar, era meu lar, me sentia tão confortável ali, me parecia que

simplesmente nada mais importava. Mas logo o silêncio foi rasgado, estava

diante do conselho superior, que era formado pelos três maiores seres do

universo, que regiam tudo, sabiam de todas as coisas.

(Gabriel se ajoelha e olha para cima, as vozes serão todas gravadas e

alteradas em softwares de manipulação de áudio)

Dominus : Sua missão está concluída.

Narrador: Não poderia ser, como? O humano estava em meio a uma

convulsão, e eu não conseguia fazer nada, por mais que aquilo fosse uma

consequência direta de suas ações, meu interior não estava confortável, aquela

mesma dor de antes, misturada a uma certa indignação invadia meu ser, o

humano estava padecendo.

Gabriel: Dominus, não há nada a ser feito? O humano é tolo, apenas agiu por

impulso, ele está morrendo, não consegui fazer ele mudar seu destino, isso

não pode ficar assim, preciso agir, me dê mais uma chance, ele está tendo

uma convulsão na terra e eu não consegui fazer nada.

Dominus: Olhe isto …

( Será passado de forma rápida várias imagens em um projetor, desde o

nascimento, até a morte de uma pessoa, o narrador fala durante as cenas)

Narrador: Diante dos meus olhos um filme começou a passar, uma criança, que

seus pais haviam construído sonhos desde seu ventre materno, uma criança

que havia crescido, uma criança feliz, que expressava vida através de seus

olhos, eu conseguia ver seus sonhos, o menino cresceu, virou jovem, ele

estudava e tudo corria bem, até que um dia uma grande perda fez com que ele

se envolvesse com alguns amigos, amigos que o levara a lugares estranhos e,

em pouco tempo ofereceram drogas, coisas ilícitas, diziam que era a forma de

se livrar de tudo aquilo, de todo o sofrimento… Eu sentia como se pudesse me

colocar no lugar dele, ele estava apreensivo, porém acabou aceitando, e desde

ali sua vida mudou. Vi quando entrei em sua vida, vi o dia de hoje; porém o

filme se encerrava em uma sala, uma sala toda enfeitada, e todos ao seu redor,

mas, espere, tem algo errado, estavam chorando, pedi para ver mais de perto,

o garoto estava pálido, não respirava, estava morto… E tudo acabou, uma

história se encerrava assim, uma vida, sonhos, um garoto cheio de planos, e

que um dia estava cheio de vida, agora estava morto. Mais do que nunca

precisava fazer algo.

(Gabriel pela primeira vez se levanta, e grita, o mais alto possível)

Gabriel: Dominus, faça algo, isso não pode acabar assim, por favor, alguém de

vocês, interfira, olhem esta história, olhem este menino, estes sonhos, isso é

muito lindo, complexo, não pode acabar assim.

Page 7: Até o Ultimo Suspiro

Dominus: Você sabe muito bem as regras, não podemos interferir, você foi

enviado para que ele pudesse mudar o rumo da própria história, o que você viu

ainda não aconteceu, mas ainda vai acontecer, a vida é uma linha e cada um

tem uma realidade diferente. Você teve um vislumbre do que nós três podemos

ver, e este futuro está prestes a se cumprir na terra, é apenas uma

consequência de todas as ações tomadas por ele até o momento, pouca coisa

pode ser feita, para cada ação vem a consequência no devido tempo, não

podemos interferir mais do que já fizemos, isto iria contra toda lei que temos

escrita desde os mais antigos fundamentos do universo.

(Os três seres superiores falam juntos, com uma voz firme)

Três seres juntos: Culpado! Culpado! Culpado! Morte! Morte! Morte! E que

venha a Morte!

(Gabriel se prostra, como perdendo as forças e começa a chorar)

Narrador: Não vi alternativa, agora que conhecia aquela frágil vida desde seu

início, conhecia cada detalhe, e me sentia como se tivesse vivido ao lado dele

cada um, apenas me prostrei em desespero. Espere, esta história não precisa

acabar assim, a morte vai vir, mas será que precisava ser sobre ele? Eu o

amava, de todo o coração, e poderia mudar esta história.

Gabriel : Eu vou dar minha vida por ele, sei que a nossa raça pode fazer isto,

as escrituras mais antigas o condenam, porém também me respaldam, nunca

foi praticado, mas elas dizem que se um ser humano tiver o destino de morte,

por qualquer motivo, um de nós poderia morrer por ele.

Dominus: Sim, isso é possível, mas você morreria por um ser tão desprezível?

Alguém que te ignorou por anos? Você o aconselhou, mostrou a ele o que era

melhor a seguir; agora desista, este ser não passa de um humano, não faça

isso, olhe as coisas que você tem, porque deixar esta vida por alguém assim?

Gabriel: Eu o amo e vou fazer isto, as leis permitem.

(Há silêncio por certo tempo)

Dominus: Tudo bem, você tem a nossa permissão, para nós será uma grande

perda, só há uma condição: você deve contar a um humano a sua decisão,

para que ele conte para o humano pelo qual você está morrendo a sua

decisão. Para ressuscitar o humano colocar a sua mão no peito dele e dizer:

“cedamus consummátum”

Gabriel: O humano pode sofrer com esta realidade, mas, tudo bem, agora me

deixem retornar a terra.

Cena IV

( Os personagens voltam a cena, como havia sido deixada anteriormente)

(Personagens: Gabriel, Enfermeira, Josafá)

Page 8: Até o Ultimo Suspiro

Gabriel: Me escute, eu não sou desse mundo, e em parte não sou um ser

humano, tentei mudar a história dele, mas veja qual futuro preferiu, contatei

meus seres superiores, e como nossa lei diz, posso morrer por ele.

Enfermeira: Meu senhor, está louco? Toda esta agitação deve ter mexido com

você, não está bem …

(Gabriel coloca a mão sobre o peito de josafá, a camisa de josafá deve estar

molhada)

Gabriel: Cedamus! Consummátum!

(Josafá se levanta e começa a chorar , e Gabriel Morre, as cortinas fecham)

Narrador: O humano acordou, uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho, e

eu simplesmente perdi a vida naquele momento, morri para que pudesse haver

vida, a enfermeira acabou contando toda a história para ele;

Se esta história aconteceu? Apenas posso afirmar que a vivi, esta história

talvez se repita, mas até lá só espero que o mundo tome um novo rumo, e que

a morte que trouxe vida não seja em vão, que risos sejam valorizados, histórias

não se encerrem antes da hora, que alguém não destrua sua própria vida.