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ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE QUÍMICA RESUMO O artigo apresenta o resultado da pesquisa participante e qualitativa que trata o desenvolvimento do projeto de extensão como recurso didático para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem na formação de professores de química, ou seja, a participação de acadêmicos de licenciatura em projetos de extensão na formação do professor. Esta pesquisa tinha como objetivo investigar a construção do conhecimento através do envolvimento dos acadêmicos em projeto de extensão e assim verificar a sua contribuição na formação docente. Foi uma pesquisa desenvolvida em comunidades do entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP), nos campus Macapá-AP e Santana-AP. Foram sujeitos dois acadêmicos do curso de licenciatura em química. Durante a realização da pesquisa houve a necessidade de estudos característicos que abordavam o desenvolvimento dos processos físico-químicos e microbiológicos os quais abrangiam conhecimentos da ciência química nos diversos níveis, o que propiciou a fixação dos conteúdos específicos que são estudados na formação de licenciados em química o que promoveu a relação entre os fatores envolvidos na pesquisa, no caso os moradores das comunidades do entorno do IFAP. PALAVRA CHAVE: extensão, formação, educação, ensino, aprendizagem INTRODUÇÃO MESSIAS (2011) afirma que a educação brasileira desde seu início com a chegada dos jesuítas até os dias atuais sofreu muitas mudanças, onde o ensino já apresentou métodos tradicionais em que o professor era a figura mais importante de ensino, e em outros momentos formas didáticas em que o educador era visto como um mediador que apresentava uma proposta temática e sua função seria de instruir seu aluno para que ele conseguisse obter um desenvolvimento crítico, social, político e cientifico. No que tange ao desenvolvimento cientifico, as universidades e institutos de educação superior com graduação em licenciatura lançam a proposta de que os acadêmicos desenvolvam projetos que de acordo com MOURA (2006) podem ser vistos como empreendimentos que têm em vista produzir algo novo, fazendo com que os acadêmicos a partir de uma situação problema busquem alternativas para solucionar ou identificar quais são os principais fatores que

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ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE QUÍMICA

RESUMO

O artigo apresenta o resultado da pesquisa participante e qualitativa que trata o desenvolvimento do projeto de extensão como recurso didático para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem na formação de professores de química, ou seja, a participação de acadêmicos de licenciatura em projetos de extensão na formação do professor. Esta pesquisa tinha como objetivo investigar a construção do conhecimento através do envolvimento dos acadêmicos em projeto de extensão e assim verificar a sua contribuição na formação docente. Foi uma pesquisa desenvolvida em comunidades do entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP), nos campus Macapá-AP e Santana-AP. Foram sujeitos dois acadêmicos do curso de licenciatura em química. Durante a realização da pesquisa houve a necessidade de estudos característicos que abordavam o desenvolvimento dos processos físico-químicos e microbiológicos os quais abrangiam conhecimentos da ciência química nos diversos níveis, o que propiciou a fixação dos conteúdos específicos que são estudados na formação de licenciados em química o que promoveu a relação entre os fatores envolvidos na pesquisa, no caso os moradores das comunidades do entorno do IFAP.

PALAVRA CHAVE: extensão, formação, educação, ensino, aprendizagem

INTRODUÇÃO

MESSIAS (2011) afirma que a educação brasileira desde seu início com a chegada dos jesuítas até os dias atuais sofreu muitas mudanças, onde o ensino já apresentou métodos tradicionais em que o professor era a figura mais importante de ensino, e em outros momentos formas didáticas em que o educador era visto como um mediador que apresentava uma proposta temática e sua função seria de instruir seu aluno para que ele conseguisse obter um desenvolvimento crítico, social, político e cientifico.

No que tange ao desenvolvimento cientifico, as universidades e institutos de educação superior com graduação em licenciatura lançam a proposta de que os acadêmicos desenvolvam projetos que de acordo com MOURA (2006) podem ser vistos como empreendimentos que têm em vista produzir algo novo, fazendo com que os acadêmicos a partir de uma situação problema busquem alternativas para solucionar ou identificar quais são os principais fatores que contribuem para o problemas identificados em seu objeto de estudo.

Ao abordar os cursos de ciências exatas e da terra na graduação como licenciatura, os acadêmicos sentem dificuldades durante sua formação, geralmente não conseguindo relacionar a ciência com os fatores sociais, isso pode significar que os discentes não conseguem relacionar os conceitos técnicos com os que serão abordados quando formados como professores.

MESSIAS (2011) afirma que a responsabilidade das faculdades formadoras dos futuros profissionais da educação é grande, pois nem todos os que ingressam nas licenciaturas percebem a grandeza do trabalho do professor. Um ponto de partida para a realização profissional é compreender o significado da carreira docente em toda a sua extensão, incluindo, principalmente, o compromisso com sua formação e os reflexos que ela incidirá sobre sua vida pessoal e profissional.

Voltando-se para os cursos de licenciatura em química percebe que quando o graduando é capaz de torna a prática aliada a técnica e aplicar através do ensino o seu desempenho como

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professor o levará a prática reflexiva, isto é, “uma reflexão do próprio professor sobre aquelas estratégias e saberes que ele mobiliza em sua pratica” (LÜDKE, 2001. p.41), assim adicionando ao futuro professor uma relação entre a pesquisa e a prática reflexiva, pois segundo o autor podem ser distintas em virtude de quem nem toda pesquisa gerará uma prática reflexiva, entretanto, quando um professor realiza uma pesquisa, têm grandes possibilidades de facilitar a prática reflexiva devido as pesquisas estarem voltadas com questões que têm envolvimentos diretos com as práticas docentes.

A consciência de que o conhecimento científico é assim dinâmico e mutável ajudará o estudante e o professor a terem a necessária visão crítica da ciência, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN -2011), com isto quando o graduando participa de projetos de extensão provavelmente ocorrerá que não mediará a química simplesmente por conceitos sem uma contextualização, mas utilizará sua experiência para incentivar os alunos a buscar o conhecimento crítico da ciência e assim envolverá seus alunos com os conteúdos que serão ensinados em sala de aula.

Além disso, um projeto é construído através de uma proposta de pesquisa, que está incluída na tríade educacional ensino, pesquisa e extensão, nesse caso indissociável. Sustentado a isso os projetos de extensão podem ser maneiras viáveis de recursos para o processo de ensino e aprendizagem, pois enfatiza o aprimoramento do acadêmico e ampliam visões do fazer docente e que a partir de projetos de extensão os mesmos desenvolvam sua prática de maneira que relacionem os conceitos compreendidos em sala de aula com a elaboração de projetos que destaquem a situação problema de determinada comunidade ou grupo social e procurem uma alternativa para solucioná-los ou buscar a causa que favoreçam estudos de situações ou problemas apresentados, assim facilitando a compreensão da comunidade mediante o problema identificado.

O presente artigo de acordo com TEIXEIRA (2012) é de relato de experiência, pois “apresenta o relato de uma experiência/vivenciada...”.

O projeto de extensão foi financiado pela Pró-Reitoria de Extensão - PROEXT/IFAP, que tinha como linha temática o desenvolvimento urbano e subtema saneamento ambiental, seu objetivo era verificar a qualidade da água consumida pelas comunidades dos bairros Brasil Novo, localizado em Macapá e Fonte Nova situado no município de Santana, ambos do estado do Amapá, além disso este projeto também tinha como foco destacar como o projeto de pesquisa contribui na formação docente.

Baseado nestas informações os acadêmicos durante a realização do projeto tiveram a oportunidade de pôr em prática seus conhecimentos específicos adquiridos no curso os quais destacam-se: ácidos e bases, equilíbrio químico, soluções, concentrações, sais e óxidos entre outros que são abordados durante o processo formativo da licenciatura.

Durante o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os recursos dos componentes metodológicos, principalmente didática geral para elaboração do plano de trabalho.

JEZINE (2014) afirma que a nova visão de extensão universitária passa a se constituir parte integrante da dinâmica pedagógica curricular do processo de formação e produção do conhecimento, envolvendo professores e alunos de forma dialógica, promovendo a alteração da estrutura rígida dos cursos para uma flexibilidade curricular que possibilite a formação crítica e reflexiva.

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A formação do aluno vai além de conhecimentos técnicos-científicos, pois estes podem ser esquecidos senão aplicados à realidade, a graduação deve se tornar o local de construção do conhecimento onde o acadêmico atue como sujeito da aprendizagem.

MATERIAS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada durante a execução das atividades de extensão que “[...] é uma dimensão complementar do universo acadêmico, a qual permite complementar a missão da Universidade1” sendo uma atividade integradora, requerendo a contribuição de alunos, professores e corpo técnico das universidades e institutos de educação superior.

TEXEIRA (2012) salienta que as experiências vivenciadas pelo pesquisador são instrumentos importantes para a análise e compreensão dos acontecimentos. Portanto, o pesquisador deve observar os fatos, aprofundar seus conhecimentos a respeito da situação encontrada, enfatizar quais são os principais problemas que acarretam em situações que afetam os lócus de estudo. Compreendendo dessa maneira para o objeto de estudo, as comunidades do entorno dos campus IFAP, uma qualidade de vida não apropriada para os moradores das comunidades. Nesse contexto, buscar fontes de pesquisa que permitam aos pesquisadores elementos de forma mais detalhada o seu objeto de pesquisa e/ou estudo (como descritos na Tabela 1) e pedagógicos a fim de tornar possível uma resposta clara e objetiva às comunidades pesquisadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os parâmetros físicos e químicos analisados foram os seguintes:

Tabela 1 – Parâmetros analisados e conhecimentos prévios necessários

PARÂMETROS CONHECIMENTOS REQUERIDOSAlcalinidade Ácidos e Bases, Sais e óxidos, Soluções, Concentração, Equilíbrio

QuímicoAmônia Gases, Ácidos e Bases, Química OrgânicaCloretos Sais e Óxidos, Cátions e ÂnionsCloro Residual Livre Gases, Soluções, Equilíbrio QuímicoCor Sai e Óxidos, Química Orgânica, Métodos de SeparaçãoDureza Total Ionização, Equilíbrio Químico, Titulação com EDTA, Sais e ÓxidosFerro Gases, Soluções, Equilíbrio QuímicoOxigênio Consumido Química analítica e AmbientalpH Ácidos e Bases, Equilíbrio Químico, Ionização, SoluçõesTurbidez Métodos de Separação, Refração.

Fonte: Kurita 2014 / Cetesb 2014 / UTFPR 2014

Após a análises e tabulação dos dados observou-se que os parâmetros físico-químicos analisados tinham como pré-requisitos diversos conteúdos abordados no ensino superior, podendo assim ser feita a relação entre os conhecimentos construídos na formação docente tornando o ensino da química mais interativo e consistente, mostrando que os assuntos estão ligados entre si.

1 Retirado do artigo A Contribuição do Projeto de Extensão em Auditoria para a Formação Acadêmica de Alunos: O Caso do Curso de Especialização em Auditoria da FEAAC. Disponível em w ww.acep.org.br/proaudi/artg4.pd , acesso em 21.01.2014

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Na atividade de extensão realizada foi possível adquirir experiência em diversas áreas tanto em humanas como em exatas. Percebeu-se a visualização holística de como os conteúdos podem ser trabalhados de maneira significativa na formação docente.

Os conhecimentos construídos e trabalhados de maneira significativa foram melhores compreendidos a partir dos dados obtidos no desenvolvimento do projeto de extensão, ou seja, a fixação dos conteúdos em virtude da repetição e relação entre eles possibilitou entender e mediar os resultados obtidos das análises junto às comunidades pesquisadas de maneira clara e objetiva.

CONCLUSÃO

A aplicação de projetos de extensão no processo de formação de acadêmicos de licenciatura em química é favorável, podendo ser um recurso para o processo de ensino-aprendizagem, além de permitir ao graduando um acesso prático na construção de plano individual de trabalho. Isto faz com que o aluno tenha um se prepare melhor para desenvolver suas atividades em sala de aula.

Pode-se também observar que os projetos de extensão contribuem para uma educação mais acessível a todos, pois o futuro professor terá um olhar mais abrangente, ou seja, será um professor reflexivo, dessa maneira, a forma como ele educará estará baseado na reflexão de sua prática.

Quando isso acontece há mudanças de seus métodos didáticos que farão com que a comunidade escolar apresente um maior grau de aceitação dos conteúdos que deverão ser ensinados. Sendo assim, quando um acadêmico vivencia e participa de um projeto de extensão ele é capaz de compreender que esta prática pode ser considerada um recurso para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, pois este tipo de projeto pode ser considerado uma ação integradora para a melhoria da qualidade da educação, integrando o futuro professor na pratica de ensinar e pesquisar.

Os benefícios do ensino, pesquisa e extensão para a formação do docente de química, possibilita criar uma relação entre os conteúdos abordando-os de forma conjunta, resultando na formação de profissionais voltados as suas práticas educativas com significados reais junto à comunidade.

REFERÊNCIAS

A Contribuição do Projeto de Extensão em Auditoria para a Formação Acadêmica de Alunos: O Caso do Curso de Especialização em Auditoria da FEAAC. Disponível em <http://www.acep.org.br/proaudi/artg4.pdf> Acesso em 07 de fevereiro de 2015.

Alcalinidade e Dureza. Disponível em <http://www.kurita.com.br/adm/download/Alcalinidade_e_Dureza.pdf>. Acesso em 06 de fevereiro de 2015.

Amônia. Disponível em <http://www.cetesb.sp.gov.br/mortandade/causas_contaminantes_amonia.php>. Acesso em 12 de fevereiro de 2015.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. 2011.

JEZINE, Edineide. As práticas curriculares e a extensão universitária. Disponível em <http://www.ufmg.br/congrext/Gestao/Gestao12.pdf>. Acesso em 20 de fevereiro de 2015.

LÜDKE, Menga. O professor e a pesquisa. 2.ed. – Campinas, SP – Papirus, 2001.

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MESSIAS, C. M. F. Reflexões sobre Formação Docente. Disponível em <http://www.ensino.eb.br/portaledu/conteudo/artigo 9813.pdf >. Acesso em 16 de fevereiro de 2015.