Atlético Paranaense liderarankingfinanceiro da elite do ... · e os gols no Brasileirão 2010 0 5...

17
www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br O Clube Atlético Paranaense foi a agre- miação com melhor desempenho fi- nanceiro-futebolístico ao longo do ano passado. Na sequência, aparecem Atlé- tico Mineiro e Corinthians. O Figuei- rense apresentou o menor custo por vi- tória, R$ 1,36 milhão, no Brasileirão 2010. O Flamengo ocupou a lanterni- nha, com R$ 18,25 milhões. Os balan- ços mostram inconsistências contábeis e alto endividamento, mas cresce a transparência dos clubes. ESPECIAL Atlético Paranaense lidera ranking financeiro da elite do Brasileirão Levantamento inédito feito pelo B R A S I L E C O N Ô M I C O classifica os clubes de futebol com base no cruzamento de indicadores econômicos com desempenho nos gramados SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 20, 21 E 22 DE MAIO, 2011 | ANO 3 | Nº 435 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 2,00 TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA JUROS META EFETIVA BOLSAS VAR. % ÍNDICES INDICADORES 19.5.2011 Dólar Ptax (R$/US$) Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) Euro (US$/€) Peso argentino (R$/$) Selic (a.a.) Bovespa - São Paulo Dow Jones - Nova York Nasdaq - Nova York S&P 500 - Nova York FTSE 100 - Londres Hang Seng - Hong Kong 1,6157 1,6150 2,3124 1,4312 0,3962 12,00% -0,75 0,36 0,30 0,22 0,55 0,66 1,6165 1,6170 2,3137 1,4313 0,3966 11,92% 62.367,36 12.605,32 2.823,31 1.343,60 5.955,99 23.163,38 A Costa Cruzeiros deve trazer ao país nove transatlânticos na temporada 2011/2012, a maior operação já feita pela empresa na América do Sul, diz Renê Hermann P24 Daniel Derevecki Antonio Milena Analistas em cima do muro Mercado questiona se há limite para a desvalorização do Ibovespa, que, ontem, voltou ao patamar de julho de 2010. P34 Biodiversidade vira ativo da cosmética Grandes fabricantes mundiais têm interesse no mercado nacional, que movimenta R$ 65 bi, e também nos ativos naturais usados por concorrentes locais. P4 Laboratório farmacêutico japonês Takeda paga R$ 22 bilhões pela Nycomed, que fabrica os remédios Neosaldina e Dramin P21 Ranking financeiro dos clubes de futebol OS MELHORES DO BRASIL ATLÉTICO-PR 143 ATLÉTICO-MG 133 CORINTHIANS 133 INTERNACIONAL 127 SÃO PAULO 127 1 2 3 4 5 PONTOS Estatais lucram com lixo e dejetos suínos Itaipu, Cemig, Celesc, Copel e SCGás desenvolvem projetos com material orgânico que reduzem a emissão de poluentes e ainda são mais econômicos. P18 Ações reagem às trocas de comando Mudança de presidentes de empresas abertas, como Vale e Oi, reflete-se em volatilidade em bolsa, ansiedade sobre sucessor e necessidade de transparência. P30

Transcript of Atlético Paranaense liderarankingfinanceiro da elite do ... · e os gols no Brasileirão 2010 0 5...

www.brasileconomico.com.brmobile.brasileconomico.com.br

O Clube Atlético Paranaense foi a agre-miação com melhor desempenho fi-nanceiro-futebolístico ao longo do anopassado. Na sequência, aparecem Atlé-tico Mineiro e Corinthians. O Figuei-rense apresentou o menor custo por vi-

tória, R$ 1,36 milhão, no Brasileirão2010. O Flamengo ocupou a lanterni-nha, com R$ 18,25 milhões. Os balan-ços mostram inconsistências contábeise alto endividamento, mas cresce atransparência dos clubes. ➥ ESPECIAL

Atlético Paranaenselidera ranking financeiroda elite do BrasileirãoLevantamento inédito feito pelo BRASIL ECONÔMICO

classifica os clubes de futebol com base no cruzamento deindicadores econômicos com desempenho nos gramados

SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 20, 21 E 22 DE MAIO, 2011 | ANO 3 | Nº 435 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 2,00

TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA

JUROS META EFETIVA

BOLSAS VAR. % ÍNDICES

INDICADORES 19.5.2011

Dólar Ptax (R$/US$)Dólar comercial (R$/US$)Euro (R$/€)Euro (US$/€)Peso argentino (R$/$)

Selic (a.a.)

Bovespa - São PauloDow Jones - Nova YorkNasdaq - Nova YorkS&P 500 - Nova YorkFTSE 100 - LondresHang Seng - Hong Kong

1,61571,61502,31241,4312

0,3962

12,00%

-0,750,360,300,220,550,66

1,61651,61702,31371,4313

0,3966

11,92%

62.367,3612.605,32

2.823,311.343,605.955,99

23.163,38

A Costa Cruzeiros deve trazer ao país novetransatlânticos na temporada 2011/2012,a maior operação já feita pela empresa naAmérica do Sul, diz Renê Hermann ➥ P24

Daniel Derevecki

An

ton

ioM

ilen

a

Analistas emcima do muroMercado questiona se hálimite para a desvalorização doIbovespa, que, ontem, voltou aopatamar de julho de 2010. ➥ P34

Biodiversidadevira ativoda cosméticaGrandes fabricantes mundiais têminteresse no mercado nacional,que movimenta R$ 65 bi, etambém nos ativos naturais usadospor concorrentes locais. ➥ P4

Laboratório farmacêuticojaponês Takeda paga R$ 22 bilhõespela Nycomed, que fabrica osremédios Neosaldina e Dramin ➥ P21

Ranking financeiro dos clubes de futebol

OS MELHORES DO BRASIL

ATLÉTICO-PR 143ATLÉTICO-MG 133CORINTHIANS 133INTERNACIONAL 127SÃO PAULO 127

12345

PONTOS

Estatais lucramcom lixo edejetos suínosItaipu, Cemig, Celesc, Copele SCGás desenvolvem projetoscom material orgânico quereduzem a emissão de poluentese ainda são mais econômicos. ➥ P18

Ações reagemàs trocasde comandoMudança de presidentes deempresas abertas, como Vale eOi, reflete-se em volatilidade embolsa, ansiedade sobre sucessor enecessidade de transparência. ➥ P30

Os clubes da PrimeiraDivisão comparados porseus demonstrativosfinanceirosOs mais eficientese os que aindaprecisam melhorarO preço de um gol e deuma vitória no Brasileirão

Ilu

str

ão

:A

lex

Sil

va

AtléticoParanaense,o melhorclube do Brasil

E S P E C I A LC A M P E O N ATOB R A S I L E I RO 2 0 1 1

EDITOR EXECUTIVO: ARNALDO COMIN [email protected]

SUPLEMENTO – 20, 21 E 22 DE MAIO, 2011

A2 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

RANKING FINANCEIRO DA ELITE DO FUTEBOL

Resultado teve como base 8 critérios com desempenho econômico dos clubes brasileiros

ATLÉTICO PARANAENSE

ATLÉTICO MINEIRO

CORINTHIANS

INTERNACIONAL

SÃO PAULO

AVAÍ

CRUZEIRO

FIGUEIRENSE

GRÊMIO

FLUMINENSE

SANTOS

PALMEIRAS

VASCO DA GAMA

FLAMENGO

BAHIA(1)

ATLÉTICO GOIANIENSE(2)

PR

MG

SP

RS

SP

SC

MG

SC

RS

RJ

SP

SP

RJ

RJ

BA

GO

CLUBES ESTADO

143

133

133

127

127

126

126

124

113

111

107

95

94

88

76

20

PONTOS RECEITA 2010, EM R$ MIL

44.700

89.463

212.217

145.344

194.708

31.987

92.493

16.866

103.203

74.172

116.508

126.925

83.558

123.912

19.399

ND

12,15

42,53

21,13

-3,52

12,62

52,28

-18,83

-4,79

8,88

25,73

65,55

33,51

-1,48

6,10

ND

ND

CRESC. RECEITA, EM%

ATIVO TOTAL, EM R$ MIL

189.079

672.973

430.591

661.171

395.323

36.330

230.984

28.222

202.052

346.950

146.365

199.885

222.842

357.786

ND

20.995

ENDIVIDAMENTO, EM%

24,13

81,52

85,60

34,05

41,58

94,81

93,95

71,42

89,17

110,15

185,98

99,65

218,69

128,15

ND

13,25

PATRIMÔNIO LÍQUIDO, EM R$ MIL

143.455

124.379

62.014

436.068

230.962

1.886

13.968

8.064

21.876

-35.208

-125.845

701

-264.500

-100.716

ND

18.214

SUPERÁVIT, EM R$ MIL

6.243

-19.967

3.692

-2.637

454

-716

1.131

-7.301

-29.342

-41.980

-8.653

-25.510

-17.760

-21.710

-9.940

ND

CUSTO POR GOL

GOLS R$ MIL

43

52

65

48

54

49

53

68

68

62

63

42

43

41

63

51

957

2.181

3.109

3.766

3.816

716

1.823

381

2.255

2.103

2.285

4.300

2.462

4.160

489

ND

CUSTO POR VITÓRIA

VITÓRIAS R$ MIL

17

13

19

16

15

11

20

19

17

20

15

12

11

9

19

11

2.420

8.725

10.635

11.297

13.736

3.191

4.830

1.364

9.022

6.520

9.596

15.050

9.626

18.953

1.622

ND

CUSTO PORPONTO GANHO

60

45

68

58

55

43

69

67

63

71

56

50

49

44

65

42

PG R$ MIL

686

2.521

2.971

3.116

3.746

816

1.400

387

2.434

1.837

2.570

3.612

2.161

3.877

474

ND

Fontes: Balanços patrimoniais dos clubes e Brasil EconômicoReceita: direitos de TV, patrocínios, bilheterias, etc.; Crescimento da receita: sobre a receita do ano anterior; Endividamento: relação entre as dívidas do clube e seus ativos; Custos: soma dos gastos e despesas operacioais (1) Não apresentou o balanço patrimonial (2) Não apresentou a demonstração dos resultados Obs.Não apresentaram balanço os seguintes clubes: América MG, Botafogo, Coritiba e Ceará

OClube Atlético Paranaense

foi a agremiação brasileiracom o melhor desempenhofinanceiro do futebol na-cional ao longo de 2010 eleva o título de “Melhor

Clube do País” do ranking realizado pelojornal BRASIL ECONÔMICO. O trabalho temcomo base as demonstrações financeirasdos 20 times que disputam a Séria A doCampeonato Brasileiro deste ano.

Para chegar ao resultado, utilizamosoito critérios que demonstram a eficiên-cia dos clubes para manter a saúde fi-nanceira da agremiação ao longo datemporada aliando também ao desem-penho do time dentro de campo. Sãoeles: receita, ativo total, endividamentogeral, patrimônio líquido, superávit dofutebol, custo por gol, custo por vitória ecusto por ponto ganho.

Cada critério teve a pontuação máximade 20 pontos sendo atribuída na ordemdecrescente até 1 ponto de acordo com odesempenho dos clubes em cada quesito.Como base para os critérios que avaliam ocusto dos times de acordo com o desem-penho dentro de campo, foram utilizadosapenas os pontos, gols e vitórias do Cam-peonato Brasileiro de 2010 por ser o únicotorneio em que todos os times jogam omesmo número de partidas e com o mes-mo grau de dificuldade.

“É uma iniciativa que dá uma maior ex-posição à situação financeira dos timesbrasileiros, que por muitos anos sempre foiuma incógnita para todos”, afirmaStephen Kanitz.

O Atlético Paranaense obteve o pri-meiro lugar ao somar 143 pontos de umtotal de 160 dentro dos oito critérios se-lecionados. Na vice-liderança do

TEXTO FÁBIO SUZUKI

N E G Ó C I O S E M J O G O

Atlético Paranaense é o clube com

ranking empataram Atlético Mineiro eCorinthians com 133 pontos. Entretanto,o primeiro critério de desempate é o decusto por vitória, no qual o clube minei-ro levou vantagem sobre o paulista.

FALTA DE TRANSPARÊNCIAApesar da divulgação dos balanços serobrigatória há cinco anos, quatro clubesbrasileiros não disponibilizaram suas de-monstrações financeiras em seus sites enem atenderam às solicitações do BrasilEconômico: Botafogo-RJ, Coritiba-PR,Ceará-CE e América-Mineira. Pela faltade transparência, esses times ficaram comas últimas posições no ranking e não apa-recem na tabela com os resultados (vejanesta página). Outros dois times, Bahia--BA e Atlético Goianiense divulgaram ba-lanços incompletos e não tiveram notasnos quesitos referentes às informaçõesque não estavam no documento.

PIONEIRISMOAiniciativadojornalBrasilEconômicoocor-re em um momento em que as agremiaçõesdofutebolbrasileirocomeçamaprofissiona-lizar seus modelos de gestão e a diversificarsuasfontesdereceitacommelhoresaçõesdemarketing. Além disso, visa dar uma maiorvisibilidade à real situação dos times nacio-nais e a maneira como os recursos são utili-zados por seus administradores.

Vale lembrar também que a perspectivapara os próximos anos é positiva levandoem consideração a inserção do país no ce-nário esportivo com a realização da Copado Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em2016. “O resultado é que o futebol brasilei-ro ainda é pouco profissional mas a ten-dência é que a situação melhore nos pró-ximos anos”, avalia Kanitz.

Levantamento inédito feito pelo BRASIL ECONÔMICO destaca ainda o Atlético Mineiro e o Corinthians

“ É uma iniciativaque dá maiorexposição à situaçãofinanceira dos timesbrasileiros, quepor muitos anossempre foi umaincógnita para todos

Stephen Kanitz,sócio da Kanitz&Associados

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A3

O PREÇO DE UMA VITÓRIA

Em R$ milhões

O PREÇODO GOL MARCADO

Em R$ milhões

1,36

1,62

2,42

3,19

4,83

6,52

8,73

9,02

9,60

9,63

10,63

11,30

13,74

15,05

18,95

0,38

0,49

0,72

0,96

1,82

2,10

2,18

2,26

2,28

2,46

3,11

3,77

3,82

4,16

4,30

0,39

0,47

0,69

0,82

1,40

1,84

2,16

2,43

2,52

2,57

2,97

3,12

3,61

3,75

3,88

O PREÇO DA CONQUISTA DE 1 PONTO

Em R$ milhões

Fontes: Balanços patrimoniais dos clubes e Brasil Econômico *Consideram-se os gastos apresentados no balanço patrimonial e as vitórias no Brasileirão 2010

Fontes: Balanços patrimoniais dos clubes e Brasil Econômico * Considerando-se os gastos apresentados no balanço patrimonial e os pontos ganhos no Brasileirão 2011

Fontes: Balanços patrimoniais dos clubes e Brasil Econômico * Considerando-se os gastos apresentados no balanço patrimonial e os gols no Brasileirão 2010

0 5 10 15 20

8 FLAMENGO

PALMEIRAS

SÃO PAULO

INTER

CORINTHIANS

VASCO

SANTOS

GRÊMIO

ATLÉTICO MG

FLUMINENSE

CRUZEIRO

AVAÍ

ATLÉTICO PR

BAHIA

FIGUEIRENSE

0 1 2 3 4 5

PALMEIRAS

FLAMENGO

SÃO PAULO

INTER

CORINTHIANS

VASCO

SANTOS

GRÊMIO

ATLÉTICO MG

FLUMINENSE

CRUZEIRO

ATLÉTICO PR

AVAÍ

BAHIA

FIGUEIRENSE

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

3 FLAMENGO

SÃO PAULO

PALMEIRAS

INTER

CORINTHIANS

SANTOS

ATLÉTICO MG

GRÊMIO

VASCO

FLUMINENSE

CRUZEIRO

AVAÍ

ATLÉTICO PR

BAHIA

FIGUEIRENSE

melhor resultado financeiro do paíscom a melhor relação entre geração de receita, custos operacionais e dívidas do futebol brasileiro

Pedro Cássio Silva,Economista responsávelpelo levantamento sobre osclubes do Brasileirão 2010

O ranking dos clubes como melhor desempenhofinanceiro do país tomoucomo base 16 balançospublicados por equipesda primeira divisão doCampeonato Brasileiro,sob orientaçãode Stephen Kanitz,da Kanitz&Associados,e consolidado peloeconomista Pedro CassioSilva, do Brasil Econômico.A iniciativa, inédita naimprensa econômica,visa não só trazer à luza situação financeira dosclubes, como estimulara transparências e as boaspráticas de governançano futebol brasileiro.

Balançossob a lupa

Arena da Baixada, em Curitiba: imagemde boa gestão do Atlético Paranense foi

comprovada pelos demonstrativos financeiros

Dan ie l Dereveck i

A4 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

Oclubes brasileiros têm dadoalguns passos rumo a umagestão mais profissional nomundo do futebol com me-lhor aproveitamento dopotencial que pode ser ge-

rado em negócios com seus milhões detorcedores. Uma mostra é a evolução de19% da receita consolidada dos 25 timescom os melhores desempenhos no mer-cado ao longo do ano passado sobre 2009.Com essa evolução, a soma do fatura-mento total dessas agremiações em 2010atingiu R$ 1,8 bilhão.

Realizada pela BDO RCS, especializadaem auditoria e consultoria em diversos se-tores econômicos, a análise aponta, en-tretanto, que as pessoas responsáveis pelaadministração dos clubes têm um cami-nho longo ainda para que a “empresa” dêbons lucros ao final da temporada. Das 25agremiações incluídas no levantamento,apenas quatro delas terminaram o ano de2010 com superávit: Atlético Paranaense,Corinthians, Cruzeiro e São Paulo. Todosos outros fecharam os doze meses do anopassado com saldo negativo.

“A primeira conclusão desse estudo éque as receitas têm aumentado mesmocom a queda dos valores obtidos com avenda de jogadores. Isso é uma evoluçãopois a transferência de atletas para a Euro-pa era a principal fonte até pouco tempoatrás”, avalia Amir Somoggi, diretor daárea Esporte Total da BDO RCS.

Deve-se ressaltar também a valoriza-ção do real frente às moedas estrangeiras,fato que melhorou a situação dos clubesbrasileiros em relação às potenciais euro-peias do futebol. Um bom desse novo ce-nário do mercado da bola no país foi a ini-ciativa do Santos de manter o atacanteNeymar no futebol brasileiro mesmo com

Impulsionadopelo centenário epela presença deRonaldo no elenco,o Corinthians foio time que maisgerou receitaem 2010, comR$ 212,6 milhões

Levantamento realizado com o desempenho de 25 times de maioresreceitas no ano passado mostra evolução de 19% sobre 2009TEXTO FÁBIO SUZUKI

Clubes melhoramgestão e receita atingeR$ 1,8 bilhão em 2010

G O V E R N A N Ç A

as diversas tentativas dos principais clu-bes da Europa em contratá-lo.

Outro movimento favorável por essanova situação dos times nacionais é a voltade grandes jogadores como RonaldinhoGaúcho, Luís Fabiano e Adriano aos grama-dos brasileiros, fato que poucos anos atrásera praticamente impossível de ser realiza-doporcontadosaltossaláriosdessesatletas.

DESTAQUE DE PESODentro do total das receitas levantadaspelo estudo, o clube brasileiro com o maiorfaturamento em 2010 foi o Corinthians,que obteve R$ 212,6 milhões. O resultadodeve-se às diversas ações realizadas porconta do ano do centenário e também pelainvestida do time paulista em ter o ata-cante Ronaldo em seu elenco. “Foi ummarco no futebol brasileiro. O modo comoo Corinthians utilizou a imagem dele paragerar receita para o clube será lembradopor vários anos e inicia uma nova fase noesporte do país”, ressalta Sylvio Maia,professor do MBA Gestão e Marketing Es-portivo da Trevisan Escola de Negócios.

Mas depois de se destacar no ano passa-do, o Corinthians terá agora o desafio demanter suas receitas em alta após a apo-sentadoria de Ronaldo e o fim das açõesrelacionadas aos 100 anos do clube.

Completando as três primeiras posiçõesentre os clubes que mais geraram receitasno ano passado estão o Internacional, queatingiu R$ 200,8 milhões, e o São Paulo,com R$ 195,7 milhões. O clube gaúchodestaca-se por seu programa de sócio--torcedor, onde conta com mais de 100mil pessoas cadastradas em seu programae está entre os dez maiores times do mun-do em números de sócios. Com a iniciati-va, o clube gaúcho fatura anualmentemais de R$ 25 milhões.

Paraná6%

São Paulo41%

Bahia3%

Rio deJaneiro

18%

Santa Catarina3%

Rio Grandedo Sul17%

Goiás2%

MinasGerais10%

DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS POR ESTADORECEITAS ENDIVIDAMENTO

Paraná3%

São Paulo26%

Goiás2%

Rio deJaneiro

40%

Santa Catarina1%

RioGrandedo Sul9%

Bahia1%

MinasGerais18%

DISTRIBUIÇÃO DAS DÍVIDAS POR ESTADOCLUBES COM MAIOR INCREMENTODE RECEITA EM 2010, EM R$ MILHÕES

Fonte: BDO RCS *não incluiu o Esporte Clube Bahia

O FUTEBOL BRASILEIRO EM NÚMEROS Levantamento financeiro revela como foi a atuação dos clubes fora dos gramados em 2010

2009

R$ 1,65 bilhão*

2010

R$ 1,88 bilhão

Variação

14%

2009

R$ 3,11 bilhões

0 11 22 33 44 55

PALMEIRAS

INTERNACIONAL

ATLÉTICO-MG

CORINTHIANS

SANTOS 46,1

31,6

27,2

24,6

23,3

2010

R$ 3,61 bilhões

Variação

16%

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A5

Ao repatriar ídolos do exterior,como Ronaldo, o Corinthians foi o

clube que alcançou a maior receitano ano passado, R$ 212 milhões

CLUBES COM AS MAIORES DÍVIDAS,EM R$ MILHÕES

0,000000108,333333000000 216,66666733333333 325,0000006666766667 433,33333300000000 541,66666733333333 650,0000006666766667

FLAMENGO

FLUMINENSE

VASCO

BOTAFOGO

ATLÉTICO-MG 527,7

378,2

373,2

368,3

342,8

RANKING POR DÉFICIT EM 2010,EM R$ MILHÕES

0 10 20 30 40 50

FLAMENGO

PALMEIRAS

GRÊMIO

BOTAFOGO

FLUMINENSE 41,9

29,4

29,3

25,5

21,7

RANKING POR SUPERÁVIT EM 2010,EM R$ MILHÕES

0

1

2

3

4

5

6

7

8

SÃO PAULOCRUZEIROCORINTHIANSATLÉTICOPR

6,2

3,7

1,10,4

Enquanto oReal Madrid temsua receita divididaentre mídia, sóciose marketing, agrande maioria dosclubes brasileirostem nos direitos detelevisão a sua maiorfonte de renda

Juntos, os dois maiores times da Espanhageraram receita de R$ 1,9 bilhão em 2010TEXTO FÁBIO SUZUKI

Barça e Realequivalem aos 25maiores do país

Com ações de marketing maiselaboradas, programas parafidelizar torcedores e inicia-tivas que valorizam suasmarcas, os clubes brasileirostêm melhorado o modelo de

gestão e aumentado a verba arrecadadaao final de cada ano. Mas o estágio alcan-çado até o momento é apenas um pequenopasso diante do potencial de faturamentoque os times podem atingir ao longo de 12meses. Tanto que a soma das receitas dos25 maiores clubes do país em 2010 equi-vale à quantia dos dois principais times dofutebol espanhol.

Juntos, Barcelona e Real Madrid fatura-ram € 829,7 milhões (cerca de R$ 1,93 bi-lhão) com recursos gerados com ações demarketing, direitos de transmissão e ex-ploração de seus estádios. O montante su-pera em R$ 50 milhões o total obtido pelostimes de maior receita do futebol brasilei-ro, segundo levantamento da BDO RCS.

Segundo especialistas na área, o cená-rio ideal para a gestão de um clube é a di-visão em partes iguais de sua receita entredireitos de transmissão, ações de marke-ting e renda obtida com jogos, torcedorese comercialização do estádio. O Real Ma-drid, por exemplo, obteve 32% de todo oseu faturamento em 2010 com iniciativasde marketing, outros 33% com progra-mas de sócio e vendas ligadas ao seu está-dio, e os 35% restantes com comerciali-zação de jogos para a mídia.

Já no Brasil, a verba obtida com os di-reitos de transmissão corresponde amais da metade da receita da grandemaioria dos clubes, ficando uma peque-na parcela com renda de jogos e produtoscomercializados. “Os clubes ainda estãono modelo antigo de gestão. Se não ga-nha título, a receita não cresce”, dizAmir Somoggi, da BDO RCS.

NO MÉDIO PRAZOConsiderando o momento econômico doBrasil e a maior visibilidade do país porsediar os dois maiores eventos esportivosna década, os clubes brasileirão terão nospróximos anos grandes oportunidades deequilibrarem a divisão de suas receitasmesmo com a valorização dos contratosrealizados pelos direitos de transmissãodo Campeonato Brasileiro a partir de2012. “O futebol brasileiro tem dado osprimeiros passos para melhorar o modeloatual. Tenho visto uma maior atração degestores de diferentes áreas para o futebole os clubes e entidades têm debatido suasações de maneira mais consistente”, ava-lia Sylvio Maia, professor da Trevisan Es-cola de Negócios. “Essa será a década deouro para o esporte brasileiro e não pode-mos deixar passar”, completa.

Marce lo Regua/O Dia

A6 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

Dirigentes esportivos ado-ram comparar seus clubesàs empresas. Essa foi umadas formas encontradaspela para se tentar dar umar de modernidade a ges-

tões pouco eficientes e, não raro, marca-das pela perpetuação do poder de grupospolíticos e a falta de transparência.

O discurso que tenta ligar o futebol àsmais inovadoras práticas empresariais ga-nhou força com a Lei Pelé. Afinal, a extin-ção da figura do passe — a mais radical desuas consequências —, foi decisiva paratrazer à tona uma dura realidade: os timesde futebol teriam de diversificar suas tra-dicionais receitas para sobreviver.

Sem poder contar apenas com os recur-sos da venda de jogadores formados emsuas divisões de base, foi preciso colocar otime no ataque. E, assim como fazem asempresas quando precisam de recursos,melhorar a qualidade das informações quefornecem a potenciais investidores e só-cios. O primeiro passo foi dado, foi impor-tante, mas já é insuficiente se os clubesquerem avançar, segundo especialistas.

Da mesma forma que acontece com asSociedades Anônimas e empresas de capi-tal aberto com ações em bolsa, é possívelobservar dois grupos bem distintos no quediz respeito à transparência.

O primeiro — no qual está a maior partedas equipes — apenas cumpre tabela. Fazaquilo que a lei manda. E nada mais.

O segundo grupo quer estar no pelotãode frente. Não apenas na classificação docampeonato, mas também entre aquelesque tornam pública sua realidade econô-mica para um número maior de pessoas.

Foi o que fez há cerca duas semanas o Co-rinthians ao publicar seu balanço anual emjornais.“Éalgorelevanteporsetratardeumtime de massa. Mas precisamos ampliar issopara uma realidade maior, que vá para alémdos grandes do país e atinja a realidade damaior parte deles”, diz o presidente da Di-recta,ErnestoGoelbcke,queteveentreseusclientes de auditoria o Santos Futebol Clube

A decisão do Corinthians ainda está en-tre as exceções. Quando o assunto é abrir osnúmeros, a grande parte dos times aindajoga na retranca. Espera o adversário atacarpara se expor. Ou nem isso. Válidadesdemarço, uma alteração da Lei Pelé que obri-ga clubes a enviarem seus demonstrativosfinanceiros às federações — e colocarem osdados em suas páginas na internet — aindaé descumprida por alguns clubes, diz Alex

de Brito, da Parker Randall, especializadaem auditorias de clubes de futebol.

Um dos maiores problemas é que faltapadronizar a divulgação desses dados.Nem sempre as informações são facil-mente encontradas. Atualmente, os clu-bes espalham a publicação de seus balan-ços em diversos locais: diários oficiais,jornais regionais e, às vezes, a internet. Areportagem do Brasil Econômico, porexemplo, não conseguiu ter acesso aos da-dos financeiros de quatro times: Botafogo(RJ), Coritiba, América (MG) e Ceará.

Vista como um custo por muitos clubes,a publicação paga em veículos impressosde comunicação, porém, não é a únicaforma de ampliar o acesso aos números.Pensando dessa forma, o Palmeiras apostana divulgação no site do clube para dar àsua torcida e aos demais interessados apossibilidade de conhecer sua situação fi-nanceira. “É uma maneira bastante efi-ciente de propagar as informações. Ali épossível acessar o balanço e entender oque acontece com o clube de uma forma

similar a que acontece com uma empre-sa”, diz Laércio Soto, da área de auditoriada Grant Thornthon, que audita o clube.

Se na parte de cima da tabela o desafio éestar à frente dos oponentes para clubesque fazem o arriscado trajeto entre as di-ferentes divisões. É o caso do Criciúma.Uma das sensações do futebol no início dadécada de 90, quando foi campeão daCopa do Brasil e goleou o São Paulo na es-treia da Libertadores de 1992, viu na me-lhora da contabilidade um trunfo para sairde sua difícil situação financeira.

Para tentar arrumar a casa, uma nova di-retoria — que assumiu o clube no ano pas-sado —, contratou uma empresa de audito-ria independente, a Moore Stephens. Foi aforma que o novo presidente, um grandeempresário da região, encontrou para ir embusca de patrocínios para sanear o time. “Aordem que recebi não foi a de promoveruma caça às bruxas, mas a de dar subsídiospara que o clube consiga caminhar para no-vos rumos”, diz Hélio Yamasaki, responsá-vel pela auditoria do clube catarinense.

T R A N S P A R Ê N C I A

Falta padronização aos balanços e clubesainda escondem seus resultados, mascenário começa a dar sinais de mudançaTEXTO LUCIANO FELTRIN

Elite do futeboldesperta paraboas práticasempresariais

“A publicaçãodo balanço nainternet é umaforma eficientede propagarinformações”

Laércio Soto,sócio da Grant Thornthon

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A7

TEXTO LUCIANO FELTRIN

Dívidas de clubes crescem 130%Maior parte das pendências financeiras dos times brasileiros é fiscal, com o governo

Uma das maiores evidênciasde que o problema dosclubes de futebol brasilei-ro é de gestão e não de di-nheiro é o volume de suasdívidas. Por mais que o

governo federal crie mecanismos de so-corro aos times, como as tradicionais lo-terias, as contas não fecham. Considera-do o período entre 2006 e o ano passado,24 dos principais clubes do país viramsuas dívidas crescerem quase 130%, paraR$ 3 bilhões. É o que aponta um estudopreparado pela Parker Randall.

O perfil das dívidas acumuladas tam-

Nem mesmoas receitas comloterias e estímulosgovernamentaistêm ajudado afechar a conta

bém chama atenção. Segundo os dados daempresa de auditoria, 55% de tudo o queos clubes brasileiros devem diz respeito adívidas fiscais, com o governo. No anopassado, segundo a pesquisa, 25% domontante total de dívidas dos times dopaís tinha como origem empréstimos.

Dívidas de origem cível e trabalhista,que consideram processos de ex-funcio-nários e jogadores, estão em segundo lu-gar, com 20% do volume total.

“Fica claro que as despesas dos clubescrescem em uma proporção muito maiordo que as receitas”, diz Alex de Brito, umdos responsáveis pelo levantamento.

Ter o governo como seu maior credor éuma realidade para os times há algumtempo. Desde que a pesquisa é preparada,isso sempre aconteceu. Nos anos de 2007 e2008, o percentual de dívidas fiscais emrelação à dívida total foi de, respectiva-mente, 56% e 55%. Em, ficou em 34%.

Brito diz que os problemas de má ges-tão também ficam bastante claros noconvívio entre auditores externos e osdirigentes que estão à frente dos clubes.“A falta de profissionalização e o não co-nhecimento de muitos conceitos técni-cos ficam muito claros no diálogo. É umagrande barreira a ser rompida”.

EVOLUÇÃO DA DÍVIDA

Débitos cresceram 128% em quatro anos,em R$ milhões

0

3

7

0

3

7

0

20102009200820072006

1,30

1,90

2,30

2,70

3,00

COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO

Para quem devem os clubes brasileiros

Fonte : Parker Randall

Fiscal Civil - trabalhista Empréstimos

2010

55% 20% 25%

2009

34% 34% 32%

2008

55% 23% 21%

2007

56% 22% 22%

2006

45% 32% 23%

Palmeiras, do atacante Kleber, queraproveitar a funcionalidade da internetpara dar publicidade aos seus números

Heu ler Andrey/Fo lhapress

A8 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

OCampeonato Brasileiro de

2011 começa neste fim desemana com o desafio debater os números recordesde renda e público alcan-çados na edição de 2009.

Há dois anos, o torneio arrecadou emseus 380 jogos o total de R$ 125,7 milhões,tendo um média de público de 17,8 miltorcedores nos estádios. Caso ultrapasseessas marcas após a última rodada, ocampeonato deve movimentar cerca deR$ 700 milhões, considerando a verba deR$ 520 milhões de direitos de transmis-são, além dos R$ 20 milhões com o patro-cínio da Petrobras.

A favor dos números, o torneio terá re-forços de jogadores que, mesmo semapresentar o futebol de anos atrás, atrai-rão um bom número de torcedores aos es-tádios. São os casos de Ronaldinho Gaú-cho (Flamengo), Luís Fabiano (São Pau-lo), Adriano (Corinthians) e Juninho Per-nambucano (Vasco). Outra aposta daConfederação Brasileira de Futebol (CBF)para a edição deste ano é a mudança natabela onde os clássicos estaduais foram

Renda e público docampeonato serãoafetados por obrasnos estádios quereceberão jogos daCopa do Mundo

Reforçado por jogadores badalados como Ronaldinho, Adriano e Luís Fabiano, torneio terá clássicosTEXTO FÁBIO SUZUKI

Brasileirão tenta chegar à casa dosP E R S P E C T I V A

colocados nas últimas rodadas dos tur-nos. A iniciativa visa evitar a ocorrênciade jogos polêmicos envolvendo times sempretensões no campeonato que poderiamfacilitar suas partidas para o adversáriosdiretos de seus arquirrivais.

“Foi uma mudança acertada da CBF eirá fortalecer a imagem do torneio. Tendoo campeonato com o um produto, é natu-ral que ele se ajuste ao mercado com o pas-sar dos anos”, avalia Sylvio Maia, profes-sor do MBA Gestão e Marketing Esportivoda Trevisan Escola de Negócios.

A edição deste ano do torneio, entretan-to, terá de lidar com obstáculos que leva-ram a competição de 2010 a ter a pior mé-dia de público desde 2006. No ano passado,a arrecadação total do Campeonato Brasi-leiro foi de R$ 109,4 milhões tendo umamédia de 14,7 mil torcedores por partida(quedas de 13% e 17%, respectivamente,na comparação com a edição de 2009).

O principal ponto desfavorável é o fe-chamento dos principais estádios do paísque estão em reforma para sediar parti-das da Copa do Mundo de 2014 conformeas exigências da Fifa. Nesse contexto, os

jogos que ocorreriam no Maracanã (RJ),Mineirão (MG) e Castelão (CE) vão ocor-rer, respectivamente, no Engenhão,Arena do Jacaré e Estádio PresidenteVargas. Com a mudança, o potencial depúblico desses três locais juntos passa de218,2 mil torcedores para apenas 92,5 milpessoas. Considerando o valor médio deR$ 20 para os ingressos no campeonto, aperda é de R$ 2,5 milhões para cada roda-da envolvendo os três estádios.

Outro fator que pode afetar a arrecada-ção total do torneio é a campanha dos ti-mes de maior torcida no país. Apesar deFluminense, Cruzeiro e Corinthians teremdominado as primeiras colocações em boaparte do campeonato de 2010, o Flamengoficou apenas na 14ª colocação na tabela eteve uma arrecadação de apenas R$ 7,3milhões, a metade do valor obtido no anoanterior quando foi campeão nacional.

POTENCIAL INEXPLORADOMesmo ocorrendo no “país do futebol”, oCampeonato Brasileiro ainda está longe donível alcançado pelas principais ligas eu-ropeias que realizam praticamente todo o

AMÉRICA-MG

Nome: América Futebol ClubeFundação: 30 de abril de 1912Onde joga: Arena do Jacaré (Sete Lagoas-MG)Principal patrocinador: FiatMelhor posição: 7º (1973)

Fique de olho

O veterano jogador de 34 anos foi um dos principais atletas do América Mineiro na campanha do clube na Série B do Campeonato Brasileiro em 2010, sendo o vice-artilheiro com 19 gols marcados. Com sua ajuda, o time mineiro ficou em quarto lugar no torneio e volta a disputar a Série A do campeonato nacional após 10 anos

Fábio Júnior

Fique de olho

O time goiano aposta nos gols do jogador para fazer uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Aos 30 anos, Josiel foi artilheiro do torneio em 2007, marcando 20 gols em 38 jogos, quando atuava pelo Paraná Clube. O atacante também foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca de 2009, atuando pelo Flamengo

Josiel

ATLÉTICO GOIANIENSE

Nome: Atlético Clube GoianienseFundação: 2 de abril de 1937Onde joga: Estádio Serra Dourada (Goiânia-GO)Principal patrocinador: não definidoMelhor posição: 16º (2010)

Fique de olho

O jovem atacante tenta mostrar no Galo mineiro a mesma fome de gol que mostrou no Campeonato Brasileiro de 2008 pelo rival Cruzeiro. Naquele ano, Guilherme foi o artilheiro do time cruzeirense, com 18 gols marcados em 32 partidas. Com apenas 22 anos, o jogador passou as duas últimas temporadas em times da Ucrânia e da Rússia

Guilherme

ATLÉTICO MINEIRO

Nome: Clube Atlético MineiroFundação: 25 de março de 1908Onde joga: Arena do Jacaré (Sete Lagoas-MG)Principal patrocinador: Banco BMGTítulos: 1 (1971)

QUEM LEVA O CANECO? Perfil dos 20 clubes brasileiros que participarão da Série A do Campeonato Brasileiro deste ano

Fique de olho

O veterano jogador volta a disputar um Campeonato Brasileiro pelo clube onde conquistou o título nacional há 10 anos. Kléberson fez parte da seleção brasileira pentacampeã na Copa do Mundo de 2002, e jogou por sete anos no futebol europeu. Voltou ao país em 2008 para defender o Flamengo, onde foi campeão do torneio novamente em 2009

Kléberson

ATLÉTICO PARANAENSE

Nome: Clube Atlético ParanaenseFundação: 26 de março de 1984Onde joga: Arena da Baixada (Curitiba-PR)Principal patrocinador: PhilcoTítulos: 1 (2001)

Fique de olho

Aos 28 anos, o jogador já marcou 13 gols nesta temporada e é a referência no ataque da equipe catarinense para o Campeonato Brasileiro deste ano. O atacante fez parte da equipe do Santos que foi campeã do torneio em 2002 e 2004 atuando ao lado de Robinho. Em 2003, jogou três partidas pela seleção brasileira, marcando um gol

William

AVAÍ

Nome: Avaí Futebol ClubeFundação: 1º de setembro de 1923Onde joga: Est. da Ressacada (Florianópolis-SC)Principal patrocinador: IntelbrasMelhor posição: 6º (2009)

Nãoaavaliado

RR$ 31,9mmilhões

++52%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RR$ 67,7mmilhões

+7%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RR$ 93,2mmilhões

++41%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RECEITA EM 2010

Nãoaavaliado

RECEITA EM 2010

Fonte: BDO RCS

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A9

nas últimas rodadas para atrair público e evitar jogos polêmicos que marcaram as últimas edições

R$ 700 milhões com nova tabela

Além do maior poder de compra dapopulação brasileira, o bom momentoda economia do país tem aumentadotambém a receita movimentada nofutebol com patrocínios no esporte.Segundo levantamento realizadopela BDO RCS, o valor total dosinvestimentos pode atingir ao final desteano o montante de R$ 668 milhõesenvolvendo os valores arrecadados porclubes e pela Confederação Brasileira deFutebol (CBF). A verba é uma projeçãolevando em consideração um cenáriootimista para o mercado brasileiro dabola, podendo ficar na casa dos R$ 570milhões em uma análise realista.No mesmo estudo, a projeção otimistapara o ano passado era de R$ 571milhões, sendo que o total geradopelo futebol do país ficou em R$ 565milhões. “Isso mostra que o quantoo mercado está aquecido. Com essecenário, vamos atingir a casa de

R$ 1 bilhão em 2014”, aponta AmirSomoggi, diretor da BDO RCS.Em 2003, ano em que foi adotado osistema de pontos corridos para oCampeonato Brasileiro, o valor geradocom patrocínios no futebol foi de apenasR$ 151 milhões. Entretanto, Somoggiressalta que o aumento não é fruto damelhora das gestões dos clubes.“Estamos fazendo o mesmo trabalhode três anos atrás. O que melhorouforam apenas os números devido aobom momento do mercado”, diz ele.Nesse cenário, um dos destaques noCampeonato Brasileiro deste ano éo Banco BMG, que vem aumentandoa exposição de sua marca tendo ofutebol como principal plataformaem sua estratégia de marketing. Notorneio deste ano, a instituiçãofinanceira estará na camisa de cincotimes como principal patrocinador:São Paulo, Santos, Cruzeiro, Atlético

Mineiro e Coritiba. Além destes, acompanhia estará presente tambémem patrocínios de menor exposiçãono uniforme de outros clubes.“O futebol brasileiro ainda é muitodependente da verba investida pelaTV, mas o cenário vem mudando.A Série A está mais rica a cada anoe isso deve-se ao maior envolvimentode novas marcas no esporte”,avalia Sylvio Maia, professor daTrevisan Escola de Negócios.Com a maior parte dos contratosdos times sendo válidos para todaa temporada, o diretor daBDO RCS avalia que a importância doCampeonato Brasileiro corresponde amais da metade do valor dos acordos.“É um torneio que está em todasas mídias. E para a empresa, o queinteressa é que ela irá aparecer nas38 rodadas, independente do timeir bem ou mal”, define Somoggi.

Patrocínio no futebol pode chegar a R$ 668 mi em 2011

Fique de olho

De muita velocidade e dribles, o jogador chega ao time baiano para o Campeonato Brasileiro tentando retomar a boa fase dos tempos de Botafogo-RJ, quando marcou 20 gols em 32 partidas na temporada de 2009. Desde então, o atleta se envolveu em diversos casos de indisciplina e chegou a ser suspenso por dois anos do esporte por doping

Jóbson

BAHIA

Nome: Esporte Clube BahiaFundação: 1º de janeiro de 1931Onde joga: Estádio de Pituaçu (Salvador-BA)Principal patrocinador: OAS ImóveisTítulos: 2 (1959 e 1988)

Fique de olho

O jogador uruguaio é o grande ídolo da torcida botafoguense atualmente e tenta levar o tradicional time carioca às grandes vitórias que marcaram o clube no passado. Na temporada de 2010, o atacante marcou 11 gols em 23 jogos e foi um dos destaques do Uruguai na Copa do Mundo na África do Sul, quando a seleção celeste foi a 4ª colocada

Loco Abreu

BOTAFOGO

Nome: Botafogo de Futebol e RegatasFundação: 12 de agosto de 1904Onde joga: Engenhão (Rio de Janeiro-RJ)Principal patrocinador: não definidoTítulos: 2 (1968 e 1995)

Fique de olho

O veterano jogador de 37 anos volta a defender a equipe cearense no torneio nacional, após passar por times como Internacional, Goiás e Corinthians. A melhor fase de sua carreira foi atuando pelo time gaúcho, em 2006, quando foi campeão da Copa Libertadores e do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa

Iarley

CEARÁ

Nome: Ceará Sporting ClubFundação: 2 de junho de 1914Onde joga: Estádio Pres. Vargas (Fortaleza)Principal patrocinador: Neo QuímicaMelhor posição: 3º (1964)

Fique de olho

De volta ao clube alvinegro, o jogador já marcou 11 gols em 15 jogos pelo Corinthians e foi o artilheiro do Campeonato Paulista deste ano. O atacante volta a disputar um torneio nacional no país após atuar por oito temporadas no futebol português, onde chegou a defender a seleção de Portugal na Copa do Mundo na África do Sul, em 2010

Liedson

CORINTHIANS

Nome: Sport Club Corinthians PaulistaFundação: 1º de setembro de 1910Onde joga: Pacaembu (São Paulo-SP)Principal patrocinador: Neo QuímicaTítulos : 4 (1990, 1998, 1999 e 2005)

Fique de olho

Artilheiro do Campeonato Paranaense com 12 gols, o jogador tem sido decisivo para a excelente campanha do Coritiba nesta temporada. O time bateu o recorde de vitórias consecutivas no país, conquistando 25 triunfos. Bill teve passagem apagada pelo Corinthians em 2009 e o clube paulista ainda detém os direitos do jogador

Bill

CORITIBA

Nome: Coritiba Foot Ball ClubFundação: 12 de outubro de 1909Onde joga: Couto Pereira (Curitiba-PR)Principal patrocinador: Banco BMGTítulo: 1 (1985)

RR$ 52,7mmilhões

++15%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

Nãoaavaliado

RECEITA EM 2010

R$$ 212,6mmilhões

++17%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RR$ 30,7mmilhões

-26%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RR$ 20,5mmilhões

RECEITA EM 2010

torneio com estádios lotados. “O Cam-peonato Brasileiro tem uma importânciamuito grande para o torcedor mas ele con-tinua afastados dos jogos. É preciso mudaro modelo atual e passar a comercializarcom antecedência não só os jogos mastudo o que o estádio pode oferecer”, co-menta Amir Somoggi, diretor da área Es-porte Total da empresa especializada emauditoria e consultoria BDO RCS.

Apesar do número de torcedores nosestádios não ter aumentado nos últimosanos, Somoggi aponta um dado impor-tante para o aumento da arredação totaldo torneio: o preço médio dos ingressospassou de R$ 11,79 em 2004 para R$ 20,02no ano passado. “É pouco, mas é umaevolução”, diz ele.

Já para o professor da Trevisan Escolade Negócios, os times brasileiros preci-sam explorar melhor as ações realizadascom os jogos. “Temos muito a crescercom o turismo ligado às partidas. São re-ceitas que podem ser geradas com pro-gramas que, além do ingresso, oferecemtambém transporte, alimentação e se-gurança”, comenta Maia.

A10 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

P O L Ê M I C A

CRUZEIRO

Nome: Cruzeiro Esporte ClubeFundação: 2 de janeiro de 1921Onde joga: Arena do Jacaré (Sete Lagoas – MG)Principal patrocinador: Banco BMGTítulos: 2 (1966 e 2003)

Fique de olho

O argentino de 27 anos é o principal articulador das jogadas do time mineiro e no ano passado, em sua primeira temporada no país, foi escolhido o melhor do Campeonato Brasileiro em sua posição, em votação realizada pela revista Placar. Habilidoso e com boa visão de jogo, Montillo marcou sete gols em 24 partidas disputadas com a camisa do Cruzeiro

Montillo

Fique de olho

O ex-jogador e ex-auxiliar técnico da seleção brasileira assumiu o comando da equipe catarinense neste ano, mas não chegou à final do campeonato regional. Logo após a Copa do Mundo no ano passado, assumiu o comando do Goiás por pouco mais de um mês, deixando o time praticamente rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro

Jorginho

FIGUEIRENSE

Nome: Figueirense Futebol Clube Fundação: 12 de junho de 1921Onde joga: Orlando Scarpelli (Florianópolis-SC)Principal patrocinador: TaschibraMelhor posição: 7º (2006)

Fique de olho

O atleta tenta retomar os gols, dribles e jogadas de muita habilidade dos tempos de Barcelona que o levaram a ser eleito o melhor jogador pela Fifa em 2004 e 2005. No Flamengo desde o início do ano, Ronaldinho foi o autor do gol que deu o título da Taça Guanabara (1º turno) para o time carioca

Ronaldinho Gaúcho

FLAMENGO

Nome: Clube de Regatas FlamengoFundação: 17 de novembro de 1895Onde joga: Engenhão (Rio de Janeiro - RJ)Principal patrocinador: não definidoTítulos: 6 (1980, 1982, 1983, 1987, 1992 e 2009)

Fique de olho

No torneio do ano passado, quando o Fluminense sagrou-se campeão, o jogador argentino foi eleito o melhor de sua posição e o craque do torneio. Habilidoso e principal articulador do time, Conca já marcou 39 gols com a camisa da equipe desde a sua chegada, em 2008, e hoje é ídolo da torcida tricolor

Conca

FLUMINENSE

Nome: Fluminense Football ClubFundação: 21 de julho de 1902Onde joga: Engenhão (Rio de Janeiro - RJ)Principal patrocinador: UnimedTítulos: 3 (1970, 1984 e 2010)

Fique de olho

O habilidoso meia tem como características a boa visão de jogo e os passes precisos para os atacantes. Aos 29 anos, Douglas chegou ao Grêmio no ano passado e foi chamado pelo técnico Mano Menezes para a seleção brasileira para um jogo amistoso contra a Argentina

Douglas

GRÊMIO

Nome: Grêmio Foot Ball Porto AlegrenseFundação: 15 de setembro de 1903Onde joga: Estádio Olímpico (Porto Alegre - RS)Principal patrocinador: BanrisulTítulos: 2 (1981 e 1996)

R$$ 113,6mmilhões

+3%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 76,8mmilhões

++25%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 128,5mmilhões

+7%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RR$ 16,9mmilhões

-6%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 101,4mmilhões

-16%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

Na última reunião realizadapelo Clube dos 13 (C13), re-presentantes dos times dissi-dentes colocaram em pauta aintenção de eleger um novopresidente para assumir a

entidade no lugar de Fábio Koff, ou mesmocriar uma nova liga para representar asprincipais agremiações do futebol. À frentedo C13 há 16 anos, Koff afirmou que não ha-veria problema nas mudanças desde que osclubes pagassem o que devem à entidade.Segundo apurou oBRASIL ECONÔMICO, o débi-to total das agremiações com o C13 chegaperto de R$ 200 milhões.

“O próximo passo é os times decidiremo que vão fazer. Todos concordaram empagar a dívida com o C13 e agora falta sabera forma como o valor será quitado”, afir-ma Paulo Samuel, diretor financeiro daentidade que, até o momento, continuacomo representante dos principais timesbrasileiros de futebol. A própria Globo te-

C13 esperasuperávit deR$ 80 milhõescom a venda depacotes depay-per-viewdo Brasileirãodeste ano

Projeto de associação dissidente só sairá do papel após acerto de contas com o Clube dos 13TEXTO FÁBIO SUZUKI

Para formar nova liga, dirigentestêm de quitar dívida de R$ 200 mi

ria assumido a responsabilidade em pagara dívida ao C13, mas a entidade afirma quenenhum valor foi acertado ainda.

O imbróglio teve início no dia 11 de mar-ço deste ano, quando a Rede TV! venceu alicitação realizada pela entidade pelos di-reitos de transmissão do Campeonato Bra-sileiro para o triênio 2012/14 com a ofertatotal de R$ 1,54 bilhão (R$ 516 milhões porano). A emissora foi a única a entregar umaproposta, sendo que Record e Globo desis-tiram de entrar na disputa por discordaremdos termos impostos pelo C13.

Contrários à definição da Rede TV! ser aresponsável pela transmissão de suas parti-das, os 20 clubes brasileiros não assinaram odocumento para ceder os direitos e negocia-ram separadamente com a Rede Globo. Atémesmotimesqueeramfavoráveisàentidadee contra à iniciativa da emissora de negociaros direitos individualmente, como são os ca-sosdeAtléticoMineiroeSãoPaulo,acabaramfechando contratos individuais com a Globo.

ÚLTIMO ANOCom o desentrosamento formado porconta dos direitos de transmissão dos pró-ximos anos, o Campeonato Brasileiro des-te ano caminha para ser o último do C13como defensor dos interesses políticos ecomerciais dos principais clubes brasilei-ros após 24 anos de atuação.

Para a edição deste ano, o valor nego-ciado pela entidade para a transmissãodos jogos são os mesmos R$ 476,5 milhõesdo torneio do ano passado. A verba totalestá dividida em R$ 250 milhões pela TVaberta, R$ 50 milhões na TV por assinatu-ra, R$ 170 milhões com os pacotes pay--per-view (PPV) e US$ 3,8 milhões (oequivalente a R$ 6,5 milhões) com os di-reitos internacionais. “Os valores se re-petem este ano. Entretanto, tivemos umsuperávit de R$ 33 milhões com pay-per--view em 2010 e a expectativa para esteano é alcançar R$ 80 milhões”, comenta odiretor financeiro do C13.

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A11

Fique de olho

O jogador de apenas 21 anos é a mais nova revelação do time gaúcho. Só nesta temporada, o atacante já marcou 18 gols, sendo 14 deles pelo Campeonato Gaúcho, onde é artilheiro isolado. Damião tem sido convocado para a seleção brasileira do técnico Mano Menezes e deve fazer parte da equipe olímpica em 2012

Leandro Damião

INTERNACIONAL

Nome: Sport Club InternacionalFundação: 4 de abril de 1909Onde joga: Estádio Beira-Rio (Porto Alegre - RS)Principal patrocinador: BanrisulTítulos : 3 (1975, 1976 e 1979)

Fique de olho

Em grande fase, o jogador de 27 anos é ídolo da torcida palmeirense e grande esperança de gols da equipe no Campeonato Brasileiro. O atacante alia força física, habilidade e técnica apurada nas finalizações, e já marcou dez gols nesta temporada, sendo oito deles no Campeonato Paulista

Kléber

PALMEIRAS

Nome: Sociedade Esportiva PalmeirasFundação: 26 de agosto de 1914Onde joga: Pacaembu/Arena Barueri Principal patrocinador: FiatTítulos: 8 (1960, 67*, 69, 72, 73, 93 e 94)

Fique de olho

Antes mesmo do início do Campeonato Brasileiro, ele já é o grande favorito para terminar o torneio como o craque da competição. Neste ano, o atacante já marcou 15 gols, sendo nove deles pela seleção brasileira no Campeonato Sul-Americano Sub-20, batendo o recorde na artilharia do torneio

Neymar

SANTOS

Nome: Santos Futebol ClubeFundação: 14 de abril de 1912Onde joga: Vila Belmiro (Santos-SP)Principal patrocinador: Banco BMGTítulos: 8 (1961, 62, 63, 64, 65, 68, 02 e 04)

Fique de olho

Após defender a seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul, o jogador volta a vestir a camisa do São Paulo com a qual marcou 61 gols em 87 jogos em sua primeira passagem pelo clube entre os anos de 2001 e 2004. Já foi artilheiro do Campeonato Brasileiro, em 2002, quando marcou 19 gols

Luís Fabiano

SÃO PAULO

Nome: São Paulo Futebol ClubeFundação: 25 de janeiro de 1930Onde joga: Morumbi (São Paulo-SP)Principal patrocinador: Banco BMGTítulos: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)

Fique de olho

Após fazer história na França, onde conquistou sete títulos nacionais consecutivos defendendo o Lyon, o jogador volta para o time que defendeu de 1995 a 2001 para se despedir dos gramados. Pelo Vasco, disputou 111 jogos e marcou 26 gols. Aos 36 anos, o meia já defendeu a seleção brasileira em 43 partidas e disputou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha

Juninho Pernambucano

VASCO

Nome: Clube de Regatas Vasco da GamaFundação: 21 de agosto de 1898Onde joga: São Januário (Rio de Janeiro-RJ)Principal patrocinador: EletrobrasTítulos: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)

*Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil

R$$ 148,2mmilhões

++19%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 116,5mmilhões

++66%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 200,8mmilhões

++14%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 195,7mmilhões

++12%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

R$$ 83,5mmilhões

-1%

RECEITA EM 2010

SOBRE 2009

Com a maior torcidado país, o Flamengo de

Ronaldinho Gaúcho levavantagem na negociaçãodireta com a Rede Globo Com a decisão dos times de negociar seus

direitos de transmissão separadamentecom a Rede Globo, a tendência é queos clubes de maior torcida se tornem,no médio e longo prazos, verdadeiraspotências do futebol brasileiro. Dessaforma, o Campeonato Brasileiro, que tementre seus diferenciais o equilíbrio entrediversas equipes, pode se assemelharnos próximos anos aos campeonatoseuropeus, onde poucas equipes brigamtodos os anos pelo título nacional.“Os clubes que negociarem valoresabaixo de Flamengo e Corinthiansterão que usar a criatividade para gerarreceitas de outras formas para abateressa diferença nas verbas. Nesse caso,a profissionalização do marketing dessasequipes passa a ser essencial para ofuturo delas no futebol”, avalia SylvioMaia, professor do MBA Gestão eMarketing Esportivo da TrevisanEscola de Negócios. Segundo ele,o Campeonato Brasileiro poderá sofreruma “italianização”, citando que noCampeonato Italiano é praxe Inter deMilão, Milan, Juventus e Roma brigarempelo título nacional todos os anos.Os valores dos acordos entre RedeGlobo e os clubes brasileiros nãoforam divulgados, mas especula-seque Flamengo e Corinthians, timescom as maiores torcidas do país e,

consequentemente, de maiores audiênciasnas transmissões, fecharam contratosacima dosR$ 100 milhões anuais paraa exibição de suas partidas durante oCampeonato Brasileiro no triênio 2012/14.Um segundo escalão de clubes, cujosvalores estariam entre R$ 70 milhõese R$ 90 milhões, abrange Vasco,Fluminense, Palmeiras, São Paulo,Santos, Cruzeiro e Internacional.Além da possibilidade de se criarpotências no futebol pelos acordosrealizados, os valores que serão pagosa partir de 2012, que chegam a ser odobro do contrato que expira este ano,pode afetar as iniciativas dos clubesde aprimorarem suas gestões paraaumentar suas receitas nos próximosanos com outras fontes de renda.“Eu fico preocupado pois os times ficamainda mais satisfeitos com o que tem aquino Brasil”, afirma Amir Somoggi, diretorda BDO RCS. “Ninguém conhece umFlamengo, um São Paulo ou Corinthianslá fora como ocorre com um Barcelona,Milan ou Real Madrid em todo o mundo”,compara. Os clubes brasileiros precisam,portanto, aproveitar melhor a sua forçamercadológica. Um bom exemplo é oManchester United, que tem 1 milhão depessoas que consomem produtos do clubepela somente pela internet, uma realidadeque por enquanto não há por aqui.

Esporte enfrenta risco de “italianização”

Rafae l Neddermeyer

In fograf ia : Anderson Cat ta i e A lex S i l va

A12 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

O P I N I Ã O *

Infelizmente, não ficamos isentos do mal que acometeu os clubes brasileirosnos últimos 30 anos: a exportação de jogadores como Ronaldinho

Cruzeiro Esporte Clube,uma gestão vitoriosa

Para qualquer torcedor,time bom é o queganha jogo. E quandoa primeira vitóriada temporada sobreo rival mais tradicional

é justamente na final docampeonato estadual, o resultadoé capaz de influir na avaliaçãosobre a gestão do clube. A conquistado 37º título de campeão mineiro,no último domingo, no ano emque o Cruzeiro completa 90 anos,torna ainda maior o desafio defazer uma análise desapaixonadasobre a gestão do clube. Mas,quando a gente se debruça sobrenove décadas de história e glórias,logo se percebe que ao longo docaminho o Cruzeiro quase semprebuscou o rumo das boas práticasadministrativas. Do contrário,como explicar que em novedécadas o clube tenha disputadonada menos que 63 finais docampeonato mineiro? Por essecritério — fundamental em

qualquer avaliação que se faça — osucesso da gestão é invejável.

Na sua trajetória, o Cruzeiroviveu grandes renovaçõesde sua diretoria. A alternância,sempre bem-vinda nos setorespúblico e privado, foi regra namaior parte da história do clube.Também esteve sempre presentea preocupação dos dirigentesem proporcionar as melhorescondições de preparaçãoaos seus atletas. Não por acaso,o clube foi o primeiro do Brasila ter um centro de treinamentomoderno, a Toca da Raposa,que na década de 80 do séculopassado foi o célebre endereçode treinamento da seleçãobrasileira de futebol.Mais recentemente, em 2003,o Cruzeiro lançou um programade valorização de seus craquesveteranos: o Tribuna Azul, queassegura a entrada gratuita de seusantigos craques nos jogos do time.Desde 2008, com o Ídolos Eternos,

o clube proporciona o reencontrodesses craques com a torcida.São iniciativas que valorizamos ex-jogadores e permitema consolidação de um legado.

Infelizmente, não ficamosisentos do mal que acometeuos clubes brasileiros nos últimos30 anos: a exportação de craques.Para ficar num único exemplo,foi no Cruzeiro que o entãoRonaldinho começou a caminhadaprofissional para tornar-se oFenômeno. Mas o vigor da economiabrasileira e a inserção definitiva doBrasil entre os grandes mercadosconsumidores do mundo nos dão achance de recuperar o tempoperdido. Por enquanto, estamosassistindo à festa de Corinthians eFlamengo, que repatriaram oFenômeno e o Ronaldinho Gaúcho.Fica a dica, então: sem abrir mãode nossa vocação de berçário decraques, por que não trazemos oKaka para jogar no Cruzeiro,campeão mineiro de 2011?

Tricolor gaúcho tenta superar limitações do atual elenco para a disputa dotorneio para não chegar às rodadas decisivas ameaçado pelo rebaixamento

Gremistas querem evitaroutro feito à imortalidade

Milton Seligmané gaúcho e engenheiro

Tenho um amigo

botafoguense, o Adilson,que conhece muito defutebol. Todo o ano, noinício do CampeonatoBrasileiro ele me lembra

que são necessários 47 pontos para oBotafogo não cair para a segunda divisão.

Este ano o meu coração gremistacomeça o Brasileirão ansioso parachegar logo nos 47 pontos e fugir deuma terceira visita à serie B do futebolbrasileiro. Pobre Grêmio, de tantasglórias e entre elas a vitória imortalizadapela Batalha dos Aflitos. A torcida,entretanto, parece não querer maisreviver este feito e à imortalidadeprefere o grito de “é campeão”.

O que teria levado o Grêmioa começar o campeonato com esteastral? Parece que existem váriasrespostas e eu arrisco uma. Temosproblema de cultura e liderança. Acreditoque os grandes times, sejam eles equipesempresariais ou times esportivos, sãoformados de dois grande ingredientes,

gente boa no que faz e uma unidade,disciplina, enfim, uma cultura forte.

O trabalho da liderança, seja nadiretoria como na comissão técnica é ode montar o time, escolher cada pessoaque dele faz parte, decidir sobre os quedevem sair e em que momento e alinhartodos para alcançar o sonho comum.No caso do futebol, o sonho é ganharcampeonatos e corresponder ao amorque a torcida dedica à camisa. Asdecisões estratégicas e táticas dentro docampo são resultado de treino e análisessobre o grupo que se tem na mão e aqualidade do adversário. Esta é a partetécnica, visível do iceberg futebol e aque nos encanta a todos. Acredito que adiferença de qualidade, nesta área, podedecidir um jogo, ou em um campeonatoseparar o bom do ótimo, fazer umcampeão, ou decidir quem é vice, masnão é o atual problema do Grêmio.

O Tricolor Gaúcho tem demonstrado,nos dois campeonatos que disputouem 2011, carências na qualidade técnicados atletas disponíveis e uma precária

unidade do grupo. Em outras palavras,um elenco apenas razoável e umacultura frouxa. E logo o Grêmio, quesempre se orgulhou da tradição de suacamisa e da sua legenda de imortalidade!

Para enfrentar um campeonatocomo o Brasileirão-2011 é precisomuito desses dois ingredientes.

O futebol brasileiro tem visto nascervários atletas excepcionais, em todosos clubes, mas não tem cuidado delesadequadamente. São tantos jogos etantas viagens que o mais comum éouvir treinadores e boleiros se queixandode cansaço e de lesões mal curadas.

É preciso contratar um plantel, maisdo que um time de titulares, que possasuportar a maratona e entregar oresultado esperado. A situação financeirado Grêmio não dá muita esperança para atorcida. Assim, começo o Brasileirão deolho no conselho de meu amigo Adilson:vou sofrer até chegar aos 47 pontos.Como torcedor, nunca mais quero aemoção dos Aflitos e estou aflito para umaver uma volta olímpica do meu Grêmio.

Thiago Ribeiro

*Os clubes não contemplados neste especial terão espaço para opinião em futuras edições do Brasil Econômico

Anton io Mi lena

Mur i l l o Constant ino

Victor

Fernando Pimentel é cruzeirense,ex-prefeito de Belo Horizontee ministro do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior

Gil

Le

on

ard

i/L

an

ce

pre

ss

bio

Be

rrie

l/F

utu

raP

res

s

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A13

O esquema fundamental de jogo do tricolor paulista não é nenhuma variantetática especial. É o tripé fábrica de talentos, políticas de retenção e meritocracia

São Paulo Futebol Clube:feito para ganhar títulos

Três vezes campeãodo Mundial Interclubes,três vezes campeão daLibertadores, seis vezescampeão Brasileiro,vintee uma vezes campeão

Paulista, além de vinte e seis outrostítulos em campeonatos internacionaise dezessete outros campeonatosnacionais, sem contar os inúmerostítulos obtidos antes de 1935, atravésdos clubes que deram origem ao SãoPaulo que contaram com os talentos dolegendário Friedenreich e Cia. Resumo:o São Paulo é reconhecidamente omelhor time do Brasil. A constataçãoé objetiva e bem documentada: segundoo último Ranking dos melhores times defutebol do Brasil, da Folha de São Paulo,o clube mantém a liderança comdezessete pontos à frente do segundo.

Nada acontece por acaso.Jim Collins é um dos analistas que

melhor estudou as empresas que tiveramsucesso. Escreveu vários livrosinteressantes como “ Feitas para durar”,“Empresas Feitas para Vencer” e

“Como as Gigantes Caem”, entre outros.Não fez nenhuma observação na basedo achismo. Estudou o desempenhoobjetivo medido por resultados deinúmeras empresas por muitos anos echegou a uma conclusão clara sobre os

fundamentos de sucesso das empresas.De uma maneira muito sintéticapode-se dizer que o fundamentoprincipal é muito simples: procure ter

políticas que lhe permitam sempre teras melhores pessoas dentro do seu barco

e o sucesso sustentável fica mais fácil deser colhido.Ele nos provoca com algumasconclusões interessantes tais como: aocontrário do que se imagina, não é aestratégia que precede a seleção depessoas. São as melhores pessoas que teajudarão a encontrar a melhor estratégia.

A ideia é simples: busque as melhorespessoas, procure mantê-las e motivá-lase assim você encontrará os melhorescaminhos a cada momento e deacordo com as circunstâncias, estassempre imprevisíveis, que te permitirãoassegurar o sucesso sustentável.

Voltando ao Mais Querido : o esquema

fundamental de jogo do São Paulo não énenhuma variante especial do tipo 4-2-4 ou4-3-3. O esquema fundamental do nossotime é o tripé: a) fabrica de talentos, ou seja,bom trabalho com as escolhinhas de futebole as categorias de base (veja os casos deKaka, Lucas e Cia); b) políticas inteligentesde atração e retenção (a qualidade docentro medico do São Paulo é um bomexemplo disto) e c) meritocracia (aindaque não tenha sido perfeito nesta área, oSão Paulo talvez seja um dos times no Brasilque menos peca em práticas inadequadasde avaliação e reconhecimento).

O que os são-paulinos têm pela frente?Certamente mais e mais sucesso, namedida em que a meritocracia se instaledefinitivamente como padrão em tudoque o São Paulo faça. E isto precisa serpraticado com obstinação, tanto emtermos de elenco, como também no querespeita aos dirigentes, indo do treinadorao presidente. Dessa forma, não tenhoduvidas: vamos ganhar o Brasileiro de 2011e muitos outros campeonatos, mantendoa chama e o espirito do melhor dos nossossão paulinos: Teleeeee... Teleeeee!

Rubro-negro usou o campeonato carioca, do qual foi campeão, como umbom laboratório para a formação da equipe com alguma consistência tática

O favorito à conquista doBrasileirão é o Flamengo

Oeconomista acha que podeprever o futuro a partir doque aconteceu no passadoe utiliza métodos cadavez mais sofisticados paraatingir esse objetivo, quase

sempre sem sucesso. O comentarista dofutebol age da mesma forma, sabendo,como o economista, que o que está porvir é sempre uma caixa de surpresa. Emsuma, não há método perfeito na análiseda economia e muito menos no futebol.Mas, nesse último caso, é possívelestabelecer certas tendências inequívocas,o que, com um pouco de sorte, seráo bastante para que não tenhamosdúvida em apontar o Flamengo comoo provável campeão brasileiro de 2011.

Ocorrências de dentro do clube rubro--negro e o que se passa com seus principaisadversários levam a essa conclusão.Primeiramente, alguém tem dúvida de queo futebol paulista atravessa sua maior crisedepois de muitos anos de hegemonia? Osclubes de São Paulo há dois anos nãoconquistam o brasileirão e sequer obtêmum mero vice. Os fracos jogos finais do

campeonato paulista evidenciam,por outro lado, que dirigentes, torcidae jogadores definitivamente não seentendem no Palmeiras e que, no SãoPaulo e no Corinthians, as equipes estãodesestruturadas. Resta o Santos, umgrande time, mas nesse caso semprerestará a dúvida de como agirão osdirigentes em uma “bola dividida”entre as grandes estrelas do time eo comando dentro do campo. Foi aopção pelo ouro das estrelas, emhumilhante detrimento do treinador,o fator de fundo que levou à perdado campeonato brasileiro em 2010.

O que dizer do Fluminense, querecebeu de mão beijada o título no anopassado? Muito pouco. Está esfacelado.E quanto ao demais possíveispretendentes, Cruzeiro, Internacional eGrêmio? A desclassificação em massa naLibertadores diz tudo das possibilidadesdesses clubes para este ano e reforçaa conclusão de que com a possívelexceção do Santos, não há de fatotimes de envergadura no Brasilcapazes de se apresentarem hoje

como legítimos favoritos.Já o Flamengo usou o campeonato

carioca como laboratório para a formaçãode uma equipe com alguma consistência.Consolidou um bom goleiro e umaexcelente ala direita, mas no resto dadefesa mostra ainda debilidade.Desenvolveu uma boa dupla de volantes,

mas ainda peca na armação de jogadas.Fez despontar o talento e a vitalidadede Thiago Neves e conta com o

Ronaldinho Gaúcho para o ataque.É claro que Ronaldinho não tem mais

aquela combinação única detécnica, posicionamento tático

e condicionamento físico que o levou aoauge no Barcelona. Mas suas jogadas aindasão mortais, o que no Brasil só encontraparalelo em um Ganso ou Neymar. Pena,que por enquanto ele tem sido capaz defazer apenas uma ou duas dessas jogadaspor jogo. Mas, pode aumentar para trêsou quatro, o que garantirá ao Flamengo,se este conseguir melhorar sua defesa,uma condição técnica semelhanteà de 2010 que o levou ao título.O favorito do Brasileirão é o Flamengo.

E lza F iúza ABr

Lucas

Thiago Neves

Antonio Kandir é são-paulino,sócio da GG Investimentose ex-ministro do Planejamento

Julio Gomes de Almeidaé flamenguista e consultordo Instituto de Estudos para oDesenvolvimento Industrial (Iedi)

Div

ulg

ão

Ma

rce

loR

eg

ua

/OD

ia

A14 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

O P I N I Ã O

Ao longo da primeira década deste século — e com recursos que faltaram aotime —, o Atlético Mineiro construiu o melhor Centro de Treinamentos do país

Esperanças e alegriasna trajetória do Galo

Ricardo Galuppoé atleticano e jornalista

Amanhã à tarde, quandoos comandados do técnicoDorival Júnior entraremem campo para a partidade estreia do Galo noBrasileirão de 2011, será

posta à prova, pela milésima vez, a relaçãode amor entre uma das torcidas maisapaixonadas do Brasil (disso ninguémpode ter dúvidas) e um clube que, nosúltimos 39 anos, tem retribuído com maisesperanças do que alegrias. É intensa, queparece inflada por juros idênticos aos dadívida pública brasileira: mesmo quandocaem, continuam mais altos do que os dosoutros. A sensação este ano é que, aindaque haja muito o que fazer, desta veza coisa vai. E em dezembro, quando ocampeonato chegar ao final, milhões deatleticanos que jamais sentiram esse gostopoderão experimentar a mesma sensaçãoda geração de 1971: o título brasileiro.

Por muito tempo, o clube se assemelhouao Brasil de anos atrás: tinha potencialpara ser grande, mas, quando tudo pareciadar certo, algo de errado acontecia.Os momentos mais emblemáticos

daquela fase de quase glórias são doisvice- campeonatos que revelam grandezamas, ao mesmo tempo, enchem deamargura milhões de atleticanos. O Galotinha o melhor time do país quando, em1977, perdeu numa disputa de pênaltis otítulo para o São Paulo. Tornou-se, assim,o único vice-campeão invicto da históriado futebol. Em 1980, viu a taça lhe serarrancada das mãos, numa derrota parao Flamengo que só se explica pelas artesdo apito. Naquela final, um certo Joséde Assis Aragão incluiu os árbitros defutebol na lista de distorções de umaanedota de mau gosto que fala de algunsperfis profissionais no Brasil. Por essa lista,no Brasil, traficante se vicia e cafetão seapaixona. Além disso, as mulheres queexercem a mais antiga das profissõesalcançam o clímax, e os árbitros de futebol,em lugar de garantir a neutralidade,servem para desequilibrar a partida emfavor de uma das equipes. A anedota foi,depois, confirmada por José RobertoWright, Márcio Rezende de Fretas, AlícioPena Filho, Carlos Eugênio Simon e outros.

Culpar apenas as arbitragens, no

entanto, é virar as costas para a verdade.A indigência de títulos foi, também,estimulada por administrações desastrosas,que afundaram o Galo num lodaçal semfundo. Dólares da venda de jogadoresevaporaram de forma escandalosa demaispara ser chamada de misteriosa. Nessetorvelinho, a estrutura que havia sedesmilinguiu, o caixa foi a zero e a falênciaparecia iminente. Parecia. Até que atorcida reagiu, as forças políticas maishonestas se mobilizaram e o Galopromoveu reformas estruturantes que,agora, finalmente, parecem abrir caminhopara uma nova era de oportunidades.

Ao longo da primeira década desseséculo — e com recursos que faltaram —,o clube construiu o melhor Centro deTreinamentos do Brasil. As contas foramrecuperadas, são claras e honestas. Comjogadores formados em casa, reforçosexperientes, um treinador eficiente evencedor e uma diretoria que trabalhasem atrapalhar, o Atlético reconquistouo respeito. Falta o título. Que, com certeza,virá este ano. Mas, se por acaso não vier,virá no ano que vem. Ou no outro.

Considerado por muitos favorito à conquista do nacional, o alvinegro terá delidar com tarefas inglórias, como ter jogadores convocados pela Seleção

Santos: potencial conflitode objetivos no Brasileirão

Fernando SampaioSantista e sócio-diretor da LCA

Aaplicação das ferramentas daanálise econômica ao futebolé sabidamente problemática.Talvez a principaldificuldade residano seguinte:

a teoria da escolha racional,base para a construção decurvas de indiferença doconsumidor, postula queos agentes econômicos sãoracionais. Logo, eles nãopadecem de monomania (taraque corresponde à preferênciaabsoluta por um bem ou serviço,que o monomaníaco não aceita trocarpor qualquer outro independentemente darelação entre os seus respectivos preços).

Ocorre que os grandes clubes — emparticular no Brasil, onde eles nãose estruturam como empresas e têmuma governança distante daquela quese espera, padecem de monomania:querem títulos, custe o que custar.

Por isso é tarefa inglória tentarcompreender as decisões dos gestoresdos clubes à luz de uma teoria que postule

que a maximização, a longo prazo,do lucro e do valor de mercado do clube.Aliás, a grande maioria desses gestores nãoé profissional, o que é fonte de distorçõese configura uma estrutura de incentivosdistorcida (análoga às distorções deincentivos aos gestores de instituiçõesfinanceiras que contribuíram para agestação da gravíssima crise financeiraglobal iniciada em 2007).

Dito isto, vou tentar explorar asperspectivas do meu adorado Santos noCampeonato Brasileiro de 2011. E essasperspectivas estão turvadas pela altaprobabilidade de que o clube se veja diantede graves conflitos de objetivos. Emboraseja considerado por muitos um dosfavoritos (graças à incrível melhora dasua governança), o fato é que se o Santosavançar às finais da Libertadores e ficarsem vários jogadores por causa daconvocação da seleção para a CopaAmérica, ele atuará desfalcado em quaseum terço das 38 rodadas do campeonato.

Isto bastaria para tornar hercúlea atarefa de ganhar o Brasileiro. Mas há mais:se o time conquistar a Libertadores, estará

classificado à Libertadores de 2012(ano do nosso centenário!) e, portanto,já terá conquistado a meta “second best”de quem participa do Brasileiro. Nessascircunstâncias, será naturalmenteforte a tentação de deixar o Brasileirãoem segundo plano, privilegiandoa meta máxima: o nirvana da conquistado Mundial, em dezembro.

Esse conflito de interesses já prejudicouvários clubes. É o preço da competência deum clube e de alguns dos seus jogadoresnum calendário gritantemente distorcido.

Peço ao leitor que atente para o fato deque não chamei o calendário do futebolbrasileiro de “irracional” – há umaracionalidade, perversa. A Copa do Brasilé um exemplo gritante. Não conheçooutra competição que tenha um critériotécnico de DESclassificação: ela EXCLUIos melhores times do país, apurados noBrasileiro do ano anterior e classificados adisputar a Libertadores. E isso deixa a raialivre para que os demais grandes tenham,para além dos estaduais (no geralinchadíssimos de clubes sem expressão),outra chance de conquistar um título.

Anton io Mi lena

Elano

Mur i l lo Constant ino

Pa

ulo

Wh

ita

ke

r/R

eu

ters

DorivalJunior

Ad

ria

no

Viz

on

i/F

utu

raP

res

s

BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011 | A15

Glórias e insucessos do time de Palestra Itália guardam proporçãocom o que houve com os números do país desde a década de 1970

Semelhanças do Palmeirascom a economia brasileira

Comecei a gostar de futebol nadécada de 1970, depois dotricampeonato mundial doBrasil, numa das décadasáureas do alviverde e empleno milagre econômico.

Sabia de cor a escalação do time,sobretudo o de 1972 (Leão, Eurico, LuísPereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademirda Guia; Edu, Leivinha, César e Nei),que conquistou o Paulista invicto,abiscoitou também o Brasileirãoe repetiria a dose no ano seguinteno certame nacional. Osnúmeros do Verdão ao longodos anos 1970 se assemelhavam aovigor da economia brasileira, ainda queo país vivesse sob o regime militar.

A glória começaria a ir por águaabaixo depois do Paulistão de 1976,vencido meio a duras penas, numafinal contra o XV de Novembro dePiracicaba. Dois anos depois,começaria a presenciar uma sina queperseguiria o Palmeiras por um bomtempo: consagrar times do interior.Na final de 1978 do Campeonato

Brasileiro, perdeu para o Guarani, deCampinas. Oito anos depois, foi derrotadopelo Internacional de Limeira e continuouna fila do Paulistão, que se estenderiadurante toda a década de 1980. Naeconomia, foi um período conhecidocomo a década perdida. Para nós,palmeirenses, também. Nunca maisconsegui decorar a escalação do time.

Começaram os anos 1990. O Brasilexpulsou Fernando Collor de Mello daPresidência da República. Os palmeirensestinham vontade de fazer o mesmo com osdirigentes do clube. Mas eis que chegoua era Parmalat. Tal qual o Plano Real,que começou a ser engendrado em 1993,dezesseis anos depois de um jejum noPaulistão, o time voltaria a levantar a taça.

Melhor que passar a viver com ainflação controlada foi presenciar oPalmeiras ser bicampeão paulista ebrasileiro em 1994. Os anos de glóriavoltaram. O ápice foi a Libertadoresda América, em 1999, depois deeliminar o Corinthians — o que, por si só,já representa um regozijo inigualável, quese repetiria no ano seguinte, porém sem a

conquista do torneio continental.Infelizmente, as semelhanças entre

a evolução econômica do país e odesempenho do Palmeiras nos várioscampeonatos que disputou terminaramquando o mundo virou o século. O últimoresquício foi em 2002, quando Luiz InácioLula da Silva, um notório corinthiano, foieleito presidente da República. MeuVerdão foi rebaixado para a segundadivisão do Campeonato Brasileiro.

Ano após ano fomos claudicandoaqui e ali, depois de conseguir voltar àelite do futebol brasileiro, porém semmuito brilho. No final da década de 2000,Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, umilustre palmeirense, assume o comando doclube. Ficamos com a mesma animaçãovivida pela população brasileira no iníciodo Plano Cruzado, em 1986, do qualBelluzzo participou. E experimentamosa mesma frustração do resultadodo programa anti-inflacionário.

Continuo sem conseguir lembrar aescalação do time, mas jamais esquecereia paixão que nutro por ele desde aprimeira vez que o vi campeão, em 1972.

Este é o campeonato nacional mais difícil do mundo. Mas nós, tricolores,confiamos que, como canta a torcida na arquibancada, “seremos campeões”

Fluminense: confiança nabusca pelo bicampeonato

Eduardo Teixeiraé tricolor carioca e economista

Neste fim de semanaterá início aquele queé o maior evento de umadas mais importantesmanifestações culturaisde nosso país, o

Campeonato Brasileiro de Futebol. Aolongo dos sete meses de sua duração,mexerá, como acontece todo ano, coma vida de grande parte da população,que debaterá, apoiada em sua paixão,os acontecimentos de cada rodada,elegendo heróis e vilões com a mesmavelocidade com que descarta e esqueceos protagonistas da semana anterior.

É comum a afirmação de queeste é o campeonato nacional maisdifícil do mundo. Nenhum outroapresenta tantos clubes com chancesde sagrarem-se campeões ou mesmoterminar entre os cinco primeiros.Este ano não é diferente. Uma análisepreliminar aponta pelo menos 10agremiações em condições de disputaro título, algo inimaginável na Europa.

Passo agora a falar da minha únicapaixão que não envolve relacionamento

pessoal: o Fluminense Futebol Clube.Não torço pelo time do Fluminense esim pelo clube, aquele “das três coresque traduzem tradição”. Qualquer queseja o time que o clube mandar a campo,ele terá meu apoio e minha torcida.Campeão com todos os méritos em2010, entra na competição comoum dos favoritos, graças à sua torcida,que empurra o time, ao seu elenco,que possui boa qualidade técnica e auma administração que dá mostras deprivilegiar a instituição em detrimentode vaidades e interesses pessoais. Bemsei que no futebol aplica-se a regra dosfundos de investimento: o desempenhodo passado não é garantia de performancefutura. No entanto, quando se trata doFluminense, o fato é que sempre que oclube procura se organizar, privilegiandoregras elementares de boa gestão, ofutebol apresenta bons resultados.

Em termos técnicos, é inegável asupremacia de Conca e Fred, jogadoresexperimentados e que se encontram, aocontrário de diversos dos “repatriados”,em condições de desenvolverem

plenamente seu jogo. São secundadospor um grupo de atletas de qualidade,que têm uma grande capacidade desuperação, daí advindo o epíteto “timede guerreiros”, tão de agrado da torcida.

A contratação do técnico Abel Braga,experiente, vitorioso e com DNAtricolor, se afigura como uma decisãoacertada. Sem a compulsão peloestrelato de alguns de seus antecessores,certamente imprimirá sua marca aofutebol do clube, tornando-o maisofensivo e alegre. Além disso, com aautoridade que lhe confere sua trajetória,certamente auxiliará a atual diretoriaem seus esforços de coibir posturas nãoprofissionais de alguns dos integrantesdo elenco, que recentemente mostraramdesconhecimento do que é determinantee o que é determinado num clubede tradição. O clube “tantas vezescampeão” será representado, comomanda sua tradição, por uma equipecom condições de defender o título.Nós, tricolores, temos confiançaque, como canta a torcida naarquibancada, “seremos campeões”.

Ademirda Guia

Fred

Costábile NicolettaPalmeirense e diretor adjuntodo BRASIL ECONÔMICO

Arq

uiv

o/F

olh

ap

res

s

rcio

Me

rca

nte

/O

Dia

P a t r i c ia Santos

Anton io Mi lena

A16 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL CAMPEONATO BRASILEIRO | Sexta-feira e fim de semana, 20, 21 e 22 de maio, 2011

Sete meses são uma eternidade no futebol e, como no mercado de ações, nãoé preciso bola de cristal para apontar quem possui mais chances. Só empresas,digo, clubes, com bons ativos (jogadores de qualidade) podem chegar lá

Émito a história de quefutebol não tem lógica.Claro que tem, embora suadose de imponderável, a talcaixinha de surpresas, seja otempero ideal para justificar

a emoção que provoca. O CampeonatoBrasileiro começa amanhã e seria maisfácil subir no muro, dizer que não háfavoritos. Porém, mesmo sem ter bolade cristal dá para apontar quem possuimaiores possibilidades. Funciona maisou menos como no mercado de ações:quem faz as análises aponta aquelasempresas que têm mais chance de trazerlucro, principalmente em longo prazo. Eo Campeonato Brasileiro é investimentode longo prazo, já que sete meses nofutebol são uma eternidade. Diante detantas dificuldades, apenas empresas,digo, clubes com bons ativos (jogadoresde qualidade) podem chegar lá.

A ação valorizada do momentochama-se Santos, time da moda, comos dois melhores jogadores em atividadepor aqui. Mas cuidado. O bicampeãopaulista é de fato um dos maiorescandidatos, entretanto corre riscos casoperca Paulo Henrique Ganso ou Neymar,ou mesmo os dois, para o exterior.Além disso, deve iniciar o Brasileiropoupando gente e, se conquistara Libertadores, começará a pensar notal Mundial de Clubes, mais ou menosa partir de outubro. Naturalmente,arrefecerá na luta pelo Brasileiro.São pontos corridos, todo jogo temo mesmo peso, logo qualquer tropeçono começo influencia lá na frente.

No futebol, a verdade de hoje éa mentira de amanhã e um campeãode competência como o São Paulo,por exemplo, detentor de seis títulosnacionais, três deles na atual fórmulada competição, começa o campeonatoem crise. De qualquer forma, temelenco forte, a revelação Lucas, e emque pese a contusão que atrasaráa estreia de Luis Fabiano, pode brigarpor coisa grande. E, leia-se por isso,ao menos uma vaga na Libertadores.

Se fosse o caso de investir, seriamais seguro pensar na regularidade deum Cruzeiro. Não ganha um Brasileirodesde 2003, possui ótimo grupo, háanos freqüenta as primeiras posiçõesdo Campeonato Brasileiro e deve sofrerpoucas baixas quando o mercado europeuabrir, em agosto. Além de São Paulo,Santos e Cruzeiro, olho no Internacional,que possui um artilheiro temível,Leandro Damião, rodeado de genteexperiente. Elenco forte e uma incógnita:Falcão confirmará como treinador suasqualidades como craque e comentarista?

Na velocidade da bola,o Campeonato Brasileiro éinvestimento de longo prazo

Dentro das quatrolinhas, a verdadede hoje é a mentirade amanhã e atradição é ativodifícil de mensurar,mas pesa bastante

A R T I G O

Aí está o risco. Não apenas do Inter, masde todos. O humor dos dirigentes emrelação à manutenção de treinadores éoutro fator imprevisível. Tal instabilidadegera demissões sobre demissões edesestabiliza trabalhos. O Corinthiansé também um favorito, embora seuprincipal reforço para a temporada,Adriano, só possa jogar em setembro.E outro, Alex, apenas em agosto.

Entre os cariocas, as preferênciasrecaem sobre a dupla Fla-Flu. OFlamengo, de Ronaldinho Gaúcho, estálonge de ser um primor de organizaçãoadministrativa, entretanto, tem muitatradição no Brasileiro. Tradição é ativodifícil de mensurar, mas pesa no futebol.Já o Fluminense, atual campeão, é donouma das folhas salariais mais caras dopaís e tem condições de, se não repetir

o título do ano passado, ao menos brigarpela Libertadores. Pesam, porém, osproblemas estruturais que, não faz muitotempo, foram colocados pelo técnicoMuricy Ramalho como justificativapara sua saída do clube. Dos favoritosé o que menos merece a condição.

Palmeiras, Vasco, Botafogo, Atlético--MG, Grêmio, Coritiba, e Atlético-PRtêm camisa, mas jogadores medianos,incapazes, pelo menos dentro da tallógica do futebol, de serem campeõesnuma competição tão longa. Deverão terseus momentos na competição, contudonada constante. Zebra é o melhoradjetivo para definir os demais. Umtítulo para Avaí, Ceará, Figueirense,Bahia, América-MG e Atlético-GO seriaum small cap. Quem é do ramo sabe comqual frequência isso costuma ocorrer.

Blue Chip doBrasileirão, o Santos

corre riscos caso percaestrelas como Neymar

ou Paulo HenriqueGanso para o exterior

Paulo Julio ClementEditor do Marca Brasil

Pau lo Whi taker/Reuters

Th iago Te ixe i ra /O Dia