Aula 12 - Hipertensão Porta

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Hipertensão Porta Prof.Eduardo Emerim

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Hipertensão Porta

Prof.Eduardo Emerim

"Estas veias são como os transportadores das cidades, que apanham o trigo limpo no celeiro e o levam a uma das padarias da cidade, onde ele será cozido e transformado em alimento útil; de igual modo, as veias conduzem o alimento elaborado no estômago a um lugar de cocção, que nós chamamos fígado (hépar). A rota que conduz ao fígado é única e recebeu de um antigo sábio em coisas da natureza, segundo penso, o nome de porta (pýle), que se conservou até hoje. Este nome foi também usado por Hipócrates e todos os discípulos de Esculápio em homenagem à sabedoria desse pioneiro que comparou a economia animal à administração de uma cidade" Galeno, ± 200 d. C.

SISTEMA PORTA

SISTEMA PORTA

Importância do Sistema Porta

• 70% da oxigenação hepática• Fluxo de 1 a 1,2 l/min• Síntese e metabolismo • Defesa contra toxinas

Hipertensão Porta

• Dados Anatômicos Fundamentais:

Mesentérica sup. Veia

(colon d,intest. Esplênica

Delgado,

pâncreas) +

Mês.

Inferior

Veia Porta

Hipertensão Porta

Porta Ramos D. e E

Ramos menores

sinusóides

vênulas hepáticas terminais veias hep. Coletoras veias hepáticas(supra) veia cava inferior

SISTEMA PORTA

Características dos sinusóides hepáticos

• Diferentes de todos outros capilares• Especializados em intercomunicação

• Ausência de membrana basal

• Fenestrações grandes, até 200 nanômetros

• Permeáveis a substâncias de alto peso molecular

• Permite contato direto do plasma com o hepatócito

Fisiopatologia da Hipertensão Porta

• Como em qualquer sistema vascular: (Lei de Ohm)

• o Gradiente de pressão(P)= fluxo sanguíneo(Q) X Resistencia (R)

HIPERTENSÃO PORTAAumento do gradiente de pressão entre a veia porta e a veia cava inferior superior a 6 mm Hg

≠ de pressão superior a 6 mm de Hg

Hipertensão Porta -Classificação

• Classificação conforme o local:

Pré-Hepática

Hepática (pré-sinusoidal/sinusoidal/pós sinusoidal)

Pós- hepática

Hipertensão Porta

• Pré e Pós Hepática- Obstrução ao fluxo de chegada e saída respectivamente;

• Intra- Hepática: Patogenia complexa:

CLASSIFICAÇÃO

PRÉ - HEPÁTICAEixo esplenoportal ↑ Fluxo portal Mista

Trombose

Compressão extrinseca

Hipoplasia congênita

Fístula arteriovenosa

Esplenomegalia tropical

Mastocitose

Linfoma não Hodking

Leucemia

Enfermidade mieloproliferativa

HIPERTENSÃO PORTAHIPERTENSÃO PORTA

Hipertensão Porta

• Hipertensão Porta intra hepática:

• Ex.Hepatopatia alcoólica

• -Capilarização dos sinusóides;

• -esclerose veia hepática terminal(pós sinusoidal)

• -compressão da árvore venosa portal pelos nódulos de regeneração (pré)

HIPERTENSÃO PORTAHIPERTENSÃO PORTA

HEPÁTICAPré-sinusoidal Sinusoidal Pós-sinusoidal

Esquistossomose

Cirrose biliar primária

Hepatite crônica

Fibrose hepática congênita

H.P. idiopática

Granulomas

Toxinas – arsênico cobre

Cirrose alcoólica

Hepatite alcoólica

Intoxicação por vitamina A

Enfermidade veno –oclusiva

Esclerose de veia centro lobular (alcool)

CLASSIFICAÇÃO

HIPERTENSÃO PORTAHIPERTENSÃO PORTA

PÓS HEPÁTICASCardíacas V. hepáticas V. Cava inferior

Pericardite constrictiva

I. C. direita

Estenose mitral

Insuficiência tricuspíde

Sindrome de Budd - Chiari

Trombose

Membranas

CLASSIFICAÇÃO

Fisiopatologia

• Fluxo Sangüíneo do sistema Porta parece ser determinado pela pressão das arteriolas esplâncnicas.

• Arteríolas dilatadas: fluxo portal

Fisiopatologia

• Pressão Veia Porta:

-aumento do fluxo

-aumento da resistência

-ambos

Hipertensão Porta

• Componentes da HP:

• aumento da resistência pelo componente orgânico

• aumento da resistência pelo componente funcional

• circulação hiperdinâmica

Hipertensão Porta-Fisiopatologia

• Componente Orgânico

• Nódulos regenerativos

• Capilarização dos sinusóides

• (Desarquiteturização hepática)

Hipertensão Porta-

• Componente Funcional:• Periférico e intra-hepático

• Aumento do tônus vascular intra-hepático por substâncias endógenas procedentes do endotélio vascular;

• ação: células de Ito(Estelares)

• (Propriedades contráteis nas hepatopatias)

Hipertensão Porta- C. funcionalAgentes Vasoativos

Oxido Nítrico (ON)

(vaso dilatação)

• Endotelinas

• ET1*/ET2/ET3

• ação células estelares (vasoconstrição)

(estudo recente)

Outros:Glucagon; FNA; VIP; Prostaglandinas

Hipertensão Porta • Circulação Hiperdinâmica:

• Circulação Hiperdinâmica:aumento do fluxo sangüíneo esplâncnico(dilatação arteriolar)

• Aumento do débito cardíaco(hipovolemia funcional-barorreceptores -SRAA)

Hipertensão Porta

• Estudos do Sistema Porta:

• Cateterismo do tronco celíaca, esplenoportografia, cateterismo da veia umbelical, portografia trans-hepática, cateterismo transjugular/femoral(invasivas)

• ultra-son com doppler, RNM, angiorressonância (não invasivas)

Hipertensão PortaComplicações

• Hemorragia Digestiva; EPS , Ascite

• HEMORRAGIA DIGESTIVA

-Varizes esofágicas.

-Varizes Gástricas.

-Varizes Retais;

-duodeno delgado

-Retroperitoneais

Hipertensão Porta -Complicações

• Sangramento por Rotura de VE:

mortalidade 20 - 60% (média 30%)Gradiente de Pressão - 12 mmHg

-Ressangramento - índices elevados - até 60% em seis meses.

HIPERTENSÃO PORTAHIPERTENSÃO PORTAHemorragia Digestiva Hemorragia Digestiva

Hipertensão PortalTratamento HDA- Agudo

• Tratamento medicamentoso;

vasopressina- glipressina

somatostatina-octreotide

• Tratamento endoscópico;

Escleroterapia/Ligadura elástica de Varizes de esôfago/Adesivo Tissular(cianoacrilato)

-Tamponamento com Balão

BALÃO DE SENGSTAKEN - BLAKEMORE

HIPERTENSÃO PORTAHIPERTENSÃO PORTA

Tamponamento

Hipertensão Portal - HDA -Tratamento eletivo

• Profilaxia Primária:

Beta-bloqueadores/LEVE;

• Profilaxia Secundária:

• beta bloqueadores/esclero/LEVE/TIPS/cirurgia/Tx(definitivo)

ENCEFALOPATIA PORTO SISTÊMICA -EPS

• Patogenia Multifatorial

-Hiperamonemia: endógeno: desaminação dos aminoácidos (músculo, cérebro, fígado e rins)

exógeno: origem cólon direito-proteólise alimentar- hemorragia digestiva.

Hipertensão Porta - Encefalopatia

• Ação Falsos Neurotransmissores:

Octapamina/feniletanolamina(deslocam e substituem a noradrenalina das terminações simpática; (São produzidas nos cólons);

Os FNT aumentam com o aumento dos aminoácidos aromáticos (FEN,TIR, TRI)

Hipertensão Porta - Encefalopatia

• Aminoáciodos neurotranmissores:

• neuroinibidores:GABA-serotonina-taurina e glicina.GABA- sintetizado no SNC e no Intestino

• sangue retido nos cólons facilitam a produção de GABA pelas bactérias/ diminuição da detoxificação hepática

Encefalopatia Hepática

• Hipermanganesemia - mais recente candidato a neurotoxina relacionada a HE.

• Em necrópsias -concentração 7x maior em núcleos da base

Encefalopatia Hepática

• Peptídeos Opióides- Foram encontrados níveis séricos aumentados de opióides em cirróticos.

• Já se sugeriu o uso de seus antagonistas.

Hipertensão Porta -EPS-Fatores desencadeantes

• Hemorragia digestiva;

• Coprostase;

• Sedativos;

• Ingestão excessiva de proteínas (*aporte calórico)

• Alterações eletrolíticas (diuréticos)

• Infecções/paracentese/TIPS

Encefalopatia Hepática

• Sinais e sintomas:

• Grau 1: Alterações psicométricas; Mudanças no ciclo do sono, humor e comportamento. Presença ou não de asterix;

Encefalopatia Hepática

• Grau 2:Sonolência e desorientação com presença de flapping.

• Grau 3: Estupor ou coma com resposta a estímulos;

• Grau 4: Coma profundo sem resposta a estímulos.

Encefalopatia Diagnóstico

• EEG: ondas tipo theta de 6 a 7 ciclos/s

ondas tipo delta aspecto trapezoidal;

Potenciais evocados: visual e auditivo;

Neurorradiologia - RNM

Testes Psicométricos;

Amonemia

Encefalopatia -Tratamento

• *Correção fatores desencadeantes**Correção fatores desencadeantes*

• Limpeza Intestinal: evitar a coprostase, retirar restos de sangue do intestino;

Enema c/ sulfato de Mg(20g/l) 8/8horas.

• Neomicina: eliminam bactérias intestinais que liberam amoníaco pela ação da urease;

Encefalopatia -Tratamento

• .

• Lactulose: dissacarídeo sintético não absorvível;(dose 60 a 150 ml dia/clister)/Lactitol

Aumenta acidificação do cólon, favorecendo excreção de NH3 pelas fezes?

Induz a fixação de N pelas bactérias intestinais impedindo a formação do NH3.