Aula 8 emergencias obstétricas

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EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS Enfermeira obstétrica e itensevista suellen Alves

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EMERGNCIAS OBSTTRICAS

EMERGNCIAS OBSTTRICASEnfermeira obsttrica e itensevista suellen Alves

Mulher d a luz em avenida da orla de Salvador

O nascimento historicamente um evento natural. As primeiras civilizaes agregaram a este acontecimento, inmeros significados culturais que atravs de geraes sofreram transformaes, porm at hoje o nascimento comemorado como um dos fatos marcante da vida.

O parto o estgio resolutivo da gestao, o nascimento do ser que se formou nos meses anteriores

Conceitos e termos relacionados ao PartoEm condies normais, o parto dever acontecer apenas quando o beb estiver maduro, ou seja, com idade gestacional entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas.- Parto a TermoQuando o feto nasce antes da sua maturidade (antes de completar 37 semanas de gestao), porm aps 20-22 semanas chamado de Parto Pr-Termo ou PrematuroSe a gestao prossegue e ultrapassa as 42 semanas, considerada Ps-Termo

Perodos do Parto Normal1- Dilatao

2- Expulso

3- Dequitao da placenta

PERODOS CLNICOS DO PARTO

DILATAO (1 estgio do parto)O sinal mais importante neste perodo de dilatao so as contraes do tero, que fazem com que o colo se dilate de O (zero) a 10 (dez) centmetros.

As contraes uterinas so reconhecidas pela dor tipo clica referida pela gestante e pelo endurecimento do tero, perceptvel palpao do abdmen.

Estgio longo e varivel. Multparas 1h. Primparas, at 20h

Fase latente (domiclio): nesta etapa as contraes uterinas tornam-se mais coordenadas e eficientes. Primigestas: tem durao mdia de 6 a 7 horas. Multparas: tem durao mdia de 4 a 5 horas.

Cuidados de EmergnciaTranqilize a gestante. Demonstre uma atitude alegre, simptica e encorajadora para com ela.

Observe e anote as caractersticas das contraes: freqncia, durao e intensidade.

A presena do "sinal" (tampo muco sanguinolento, sem sangramento vivo em quantidade substancial) sugere estar havendo rpido desenvolvimento para o parto, particularmente se associado a freqentes e fortes contraes.

Insista para que a paciente no faa fora e, em vez disso, encoraje-a para que respire ofegantemente durante as contraes (respirao de "cachorrinho cansado").

Durante o primeiro perodo do trabalho, as contraes uterinas so involuntrias e destinam-se a dilatar o colo uterino e no a expulsar o feto. Fazer fora, alm de ser intil, leva exausto e pode rasgar (dilacerar) partes do canal do parto. Se voc reconhecer que a mulher est no primeiro perodo do trabalho de parto, prepare-a para transporte ao hospital.

Cuidados no TransporteInclinar a gestante para a esquerda o decbito lateral esquerdo deixa livre a veia cava, que devolve o sangue da parte inferior do corpo para o corao. Conforme sua barriga vai aumentado, o tero pressiona mais e mais essa veia quando voc se deita do lado direito, o que pode trazer falta de ar.

Monitorar sinais vitais Avaliar respirao

Procedimentos GeraisA parturiente dever ser transportada deitada ou semi-reclinada de modo a sentir-se confortvel;Sem expor a parturiente, ela dever estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o canal do nascimento;Por hiptese alguma o processo de nascimento do beb, poder ser impedido, retardado ou acelerado;

Tem incio com a dilatao completa e progresso fetal e termina com a expulso do feto. Durao mdia de 57 min na 1 gestao e de 14 min nas subseqentes.

Varia com: paridade, tamanho do feto, variedade de posio, qualidade das contraes (puxo), etc. 2. EXPULSO (2 estgio do parto)

Sinais sugestivos de incio do 2 estgio (expulso):

Sbito aparecimento suor no buo Um episdio de vmito Aumento sinal de sangue Tremor das extremidades Agitao crescente Verbalizao Eu no agento mais Esforo de expulso involuntrio

paciente tem a sensao de necessidade de evacuar, sintoma decorrente da presso exercida pela cabea do feto no perneo e, conseqentemente, contra o reto.

As membranas rompem-se e extravasam lquido amnitico. Embora a "bolsa possa romper se a qualquer hora, mais freqente seu rompimento no comeo do segundo perodo.

Episdios de vmito a essa altura so freqentes. Caso haja vmito, cuide para no ocorrer aspirao e obstruo da via area.

Coroamento: a abertura vaginal ficar abaulada e o plo ceflico da criana poder ser visto. Isso o coroamento, o ltimo sintoma antes que a cabea e o resto da criana nasam.

Reconhecimento do Parto prximoContraes regulares a cada 2 minutos;

Visualizao da cabea do beb no canal do nascimento;

Rompimento da bolsa;

COROAMENTO

Sempre o marido, pais ou outro parente prximo dever acompanhar durante todo o tempo a parturiente;No permita a presena de curiosos, sendo o mais discreto possvel e mantendo ao mximo a privacidade da gestante;No permita que a gestante v ao banheiro, se constatar que o parto esta prximo;Observe o estado geral da gestante, verificando se no apresenta intercorrncias, como: convulses, hemorragias, choque.

Procedimentos para o PartoPosicione a parturiente deitada de costas em posio ginecolgica e faa higiene da rea genital com gua e sabo (se possvel).

Conduta GeralCubra a gestante com lenis limpos;Oriente a parturiente para respirar pela boca e fazer fora durante as contraes, descansando no perodo de relaxamento;Durante a sada, apie a cabea do beb com as mos, evitando que ele saia violentamente;Verifique se o cordo envolve o pescoo do beb, retirando-o com o dedo.

Segure firmemente o beb, apoiando seu corpo, evitando que ele caia.Anote o horrio do nascimento, quando todo o beb sair da me.

Cuidados com o BebAps a sada, envolva o beb em um pano limpo, colocando-o com a cabea mais baixa que o corpo.Limpe com um pano sua boca e nariz e observe sua respirao.

Cuidados com o BebDeite o beb sobre o abdmen da me, em decbito lateral, com a cabea rebaixada, para drenar fluidos contidos nas vias areas.Limpeza das vias areas: limpe a boca por fora, com compressas de gaze; enrole a gaze no dedo indicador para limpar por dentro a boca do recm-nascido (RN), sempre delicadamente, tentando retirar corpos estranhos e muco.

Cuidados com o BebEstimule a criana, friccionando-a com a mo. No bata na criana. Pode fazer ccegas nas plantas dos ps, com o dedo indicador. Manter a criana em decbito lateral esquerdo para as manobras de estimulao.Quando a criana comear a respirar, volte sua ateno para a me e o cordo umbilical.

Observar o pulsar do cordo umbilical, se ele parar de pulsar, realizar o seguinte procedimento: Medir cerca de quatro dedos a partir da barriga do beb e fazer uma amarrao,Medir mais quatro dedos a partir da primeira amarrao e realizar outra amarrao,Em seguida corte entre as amarraes.

Cuidados com o BebEnvolva a criana em lenol limpo e cobertores e passe-a ao cuidado de outra pessoa (pode ser o acompanhante da mulher). A criana deve ser mantida em decbito lateral, com a cabea levemente mais baixa que o resto do corpo e aquecida.

3. Dequitao da Placenta (3 estgio do parto)O terceiro perodo estende-se desde a hora em que a criana nasce at a eliminao da placenta, que normalmente acontece em at 30 minutos. Junto com ela vem uma a duas xcaras de sangue. No se alarme, porque normal. No puxe a placenta: aguarde sua expulso natural. Retirada, guardar a placenta em um saco plstico e leve junto para o hospital, juntamente com a me e a criana, para ser examinada quanto possibilidade de algum pedao ter ficado na cavidade uterina. Registre o horrio de sada da placenta

Controle de hemorragia aps o partoColoque um lenol limpo na vagina da me;Mantenha suas pernas unidas e elevadas;Mantenha a me em repouso absoluto;Faa massagens externas no tero e pea para que ela continue fazendo durante alguns minutos;Se permanecer restos da placenta no interior do tero, a hemorragia no ser controlada e a mulher poder entrar em choque;

Passos Finais no Parto de EmergnciaLeve a me a um hospital pelas seguintes razes: A criana deve passar por exame mdico geral.

A me tambm deve ser examinada por mdico, que se encarregar de verificar possveis lace raes no canal do parto.

Os olhos do RN devem ser bem cuidados para prevenir infeco. Colrio de nitrato de prata aplicado aps o nascimento.

O cordo umbilical deve ser examinado por especialista.

Me e filho devem ser observados por um perodo de tempo.

Partos com Dificuldades

Criana invertida (sentada)

Criana invertida (sentada)

A criana apresenta-se "invertida", surgindo as ndegas antes da cabea. Em parto normal, a criana comea a respirar to logo o trax nasa ou dentro de breve espao de tempo. No parto de ndegas, o trax sai primeiro que a cabea, sendo impossvel a inspirao, pois as vias areas esto bloqueadas dentro do canal vaginal.

Imediatamente aps perceber que se trata de parto em posio "invertida", prepare- se para segurar a criana, deixando-a descansar sobre sua mo e antebrao, de barriga para baixo. Em determinado momento, pernas, quadril, abdmen e trax estaro fora da vagina, faltando apenas a exteriorizao da cabea, o que pode ser, s vezes, demorado. Se isso acontecer, no puxe a cabea da criana.

Neste caso, deve-se transportar a grvida para o hospital, com as pernas e as ndegas elevadas.

Apresentao Inicial de P ou Mo ou Cordo Umbilical

Apresentao Inicial de P ou Mo ou Cordo UmbilicalTransporte rapidamente a me para um servio de emergncia, tomando especial cuidado para no machucar a parte exteriorizada. No tente repor a parte exteriorizada para dentro do canal.Se um p, ou mo, ou o cordo estiver para fora, cubra com algo (gaze, compressa ou toalha). No caso do cordo fora, seja gil: a criana pode estar em perigo, causado pela compresso do cordo entre a cabea e o canal de parto. Enquanto o cordo estiver comprimido, a criana no receber quantidades adequadas de sangue e oxignio.Transporte a me em decbito dorsal, com os quadris elevados sobre dois ou trs travesseiros ou cobertores dobrados. Isso far com que a criana escorregue um pouco para dentro do tero e receba mais oxignio.

Partos Mltiplos

Partos MltiplosO parto de gmeos (dois ou mais bebs) no deve ser considerado, em princpio, uma complicao; em partos normais, ser como fazer o de uma s criana a cada vez.Os partos sucessivos podem ocorrer com alguns ou muitos minutos de diferena. Depois que a primeira criana nasceu, amarre o cordo como faria no parto simples. Faa o mesmo na(s) outra(s) criana(s).

Abortamento

AbortamentoO abortamento a expulso das membranas e do feto antes que ele tenha condies de sobrevivncia por si s. Geralmente isso ocorre antes de 22 semanas de gestao.A gestao normal (ou a termo) dura 38 a 40 semanas.

Sinais e SintomasPulso rpido Transpirao (sudorese) PalidezFraqueza Clicas abdominaisSangramento vaginal moderado ou abundante Sada de partculas de pequeno ou grande tamanho pelo canal vaginal.

Em outras palavras, podero estar presentes todos os sintomas de choque somados ao sangramento vaginal e clicas abdominais.

Hipertenso na GestaoEclmpsia: a ocorrncia de: CEFALIA, VERTIGEM, TORPOR, SONOLNCIA, DOR EPIGSTRICA, NASEAS , VMITOS;

PA 160 X 110 mmHg

Diabetes na gestaoA diabetes mellitus uma alterao dos valores sanguneos de glicose (acar simples) devido o organismo no liberar insulina ou utiliza-la de forma errada.

Tipo 1 - Insulino-dependentes (Desde o nascimento at 40 anos).Diabetes gestacional - ocorre durante a gravidez

Sinais e sintomas:

- Nuseas e vmitos;- Fraqueza muscular e tonturas;- Pele avermelhada e seca;- Sensao de sede;- Sonolncia, confuso mental;- Desorientao.

Trauma na GestaoAs prioridades do tratamento da gestante traumatizada so as mesmas que a da no-gestante (ABCDE). Os socorristas devem lembrar que esto diante de duas vtimas, devendo dispensar o melhor tratamento me.TransporteComo no final da gestao o peso que o tero exerce sobre a veia cava inferior promove reduo de 30 a 40% do dbito cardaco, a grvida dever ser transportada em decbito lateral esquerdo sempre que possvel, a menos que tenha alguma contra-indicao, como, por exemplo, suspeita de fratura de coluna ou bacia. Transport-Ia, ento, em decbito dorsal, mas empurrar manualmente o tero para o lado esquerdo.Esse cuidado no transporte um dos detalhes mais importantes no atendimento gestante traumatizada.

OBRIGADA